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1 MOTIVACÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS: UM ESTUDO COM PRATICANTES DE TREINAMENTO FUNCIONAL* Juliana Stallbaum Conceição** Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o perfil motivacional dos praticantes do treinamento funcional (TF) em estúdios e academias da Grande Florianópolis. Participaram deste estudo 75 praticantes do sexo feminino e masculino entre 18 e 51 anos. Os dados foram obtidos utilizando-se a Escala de Motivação à Prática de Atividades Físicas (Motives for Physical Activity Measure Revise MPAM-R) adaptada para o contexto brasileiro e algumas variáveis como: idade, gênero, IMC (Índice de Massa Corporal), tipo de atividade física; forma de praticar e o tempo de prática. A partir da coleta de dados os resultados deste estudo demonstraram que 40% dos participantes, além do Treinamento Funcional, praticam outras atividades e praticam há mais de 1 ano a 10 anos e 61% das pessoas praticam mais de 3 vezes por semana e os motivos que os levam a isto são aspectos relacionados aos conceitos de Saúde e Fitness, Diversão e Interesse, Competência, Aparência e Social. Para praticantes de TF a valorização de hábitos saudáveis de vida tem influência na realização da prática de atividade física que tem relação com o ambiente em que o sujeito se encontra. Palavras-chave: Treinamento funcional, motivação, atividades físicas. * Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Leonardo De Lucca, Msc. Palhoça- SC, 2017. * * Acadêmica do curso Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina. [email protected]

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MOTIVACÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS: UM ESTUDO COM

PRATICANTES DE TREINAMENTO FUNCIONAL*

Juliana Stallbaum Conceição**

Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o perfil motivacional dos praticantes do

treinamento funcional (TF) em estúdios e academias da Grande Florianópolis.

Participaram deste estudo 75 praticantes do sexo feminino e masculino entre 18 e 51

anos. Os dados foram obtidos utilizando-se a Escala de Motivação à Prática de

Atividades Físicas (Motives for Physical Activity Measure Revise – MPAM-R)

adaptada para o contexto brasileiro e algumas variáveis como: idade, gênero, IMC

(Índice de Massa Corporal), tipo de atividade física; forma de praticar e o tempo de

prática. A partir da coleta de dados os resultados deste estudo demonstraram que

40% dos participantes, além do Treinamento Funcional, praticam outras atividades e

praticam há mais de 1 ano a 10 anos e 61% das pessoas praticam mais de 3 vezes

por semana e os motivos que os levam a isto são aspectos relacionados aos

conceitos de Saúde e Fitness, Diversão e Interesse, Competência, Aparência e

Social. Para praticantes de TF a valorização de hábitos saudáveis de vida tem

influência na realização da prática de atividade física que tem relação com o

ambiente em que o sujeito se encontra.

Palavras-chave: Treinamento funcional, motivação, atividades físicas.

∗ Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de graduação da Universidade do Sul de Santa

Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof.

Leonardo De Lucca, Msc. Palhoça- SC, 2017. ∗∗

Acadêmica do curso Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina. [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, estudos recentes demonstram que grande parcela da população

não atinge as recomendações atuais quanto à prática de atividades físicas. Fatores

socioeconômicos e culturais aparecem como as principais causas para uma vida

sedentária (PELICIONI; PELICIONI; TOLEDO, 2008).

Entretanto, apesar dos indicadores que apontam a prática de atividade física

como um importante comportamento relacionado à saúde, a adoção deste

comportamento envolve questões mais amplas, não sendo, na maioria dos casos, o

conhecimento da importância da prática, suficiente para que indivíduos e populações

sejam de fato fisicamente ativos.

Segundo Evangelista e Monteiro (2010), treinamento funcional refere-se a um

conjunto de exercícios praticados como preparo físico ou com o fim de apurar

habilidades, podendo apresentar propósitos específicos, geralmente reproduzindo

ações motoras que serão utilizadas no cotidiano.

A essência do treinamento funcional está baseada na melhora dos aspectos

neurológicos que afetam a capacidade funcional do corpo humano, por meio de

exercícios que desafiam os diversos componentes do sistema nervoso, e por isso

estimulam sua adaptação. Isso resulta numa melhoria das principais qualidades

físicas utilizadas tanto do dia-a-dia como nos gestos esportivos (CAMPOS;

CORAUCCI NETO, 2004, p. 1).

De acordo com Evangelista e Monteiro (2010), um argumento a favor do

treinamento funcional é o fato de que há uma melhora no desempenho obtido nas

tarefas funcionais e esportivas. Sendo assim, observa-se que é muito raro que um

programa de exercícios tradicional tenha como objetivo principal o desenvolvimento

dos outros componentes da aptidão física, que estão relacionados ao desempenho

motor como o equilíbrio, coordenação, agilidade, velocidade e potência.

A escolha do tema surgiu a partir da análise reflexiva a respeito da formação

obtida no curso de Educação Física, da Universidade do Sul de Santa Catarina e

também da atuação em Treinamento Funcional.

Entender por completo os motivos que levam uma pessoa a procurar e

também a permanecer em um programa de treinamento funcional é uma tarefa que

requer uma certa atenção ao analisar o comportamento dos seus praticantes, pois

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os conceitos de motivo e de motivação, apesar de estarem quase sempre atuando

em conjunto, tratam de perspectivas diferentes e, não raramente, são confundidos.

Segundo Maggil (2001), ter como motivo sendo a força interior, impulso ou

intenção que leva uma pessoa a fazer algo ou agir de certa forma. Sabemos que são

diversos os motivos que levam um indivíduo a busca por atividades físicas, sendo

assim podendo-se destacar: a saúde e o bem estar, a estética, a sociabilidade, o

controle de estresse e até mesmo a competitividade como principais fatores

relatados por participantes de programas de exercício físico regulares.

Assim que compreender tais diferenciações este estudo torna-se importante à

medida que um claro entendimento dos motivos específicos que levam um indivíduo

a procurar o treinamento funcional possa ser utilizado pelos profissionais de

educação física no seu planejamento de aulas, na captação de novos alunos de

treinamento funcional e personalizado, na permanência destes alunos em seus

programas de treinamento. Há uma possibilidade de uma melhoria na utilização

desta modalidade a favor dos profissionais de Educação Física ou dos responsáveis

pelas academias e estúdios.

E por esse mercado estar crescendo constantemente, é que um estudo desta

área pode vir a contribuir de alguma forma para que o profissional seja bem visto e

mais valorizado e, consequentemente, mais requisitado quando pensar em iniciar

alguma atividade física regularmente.

E diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi analisar o perfil social dos

praticantes de TF; verificar o tempo de participação: frequência de participação e

grau de satisfação dos praticantes e identificar o perfil motivacional dos praticantes

de treinamento funcional em academias e estúdios da Grande Florianópolis, Santa

Catarina.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo se caracteriza quanto a sua natureza como uma pesquisa

quantitativa, quanto aos objetivos a pesquisa é do tipo descritiva e por último, quanto

aos procedimentos técnicos, é do tipo descritiva exploratória. (SILVA et al., 2011).

2.2 SUJEITOS DA PESQUISA

Participaram deste estudo 75 sujeitos, sendo 45 do sexo feminino e 30 do

sexo masculino, com média de idade de 25 a 35 anos, frequentadores de

academias e estúdios de Treinamento Funcional da Grande Florianópolis. A

escolha dos sujeitos foi do tipo não aleatória, intencional e com participação

voluntária, pela facilidade de ter acesso aos participantes que apresentam

características a serem investigadas, de acordo com os objetivos do estudo. Sendo

os critérios de inclusão dos participantes da pesquisa: a) concordar em participar do

estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; b) praticantes de

treinamento funcional de academias e estúdios da Grande Florianópolis.

2.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Os dados foram obtidos utilizando-se um questionário desenvolvido pelo

contexto brasileiro da Escala de Motivação à Prática de Atividades Físicas (Motives

for Physical Activity Measure Revise – MPAM-R), que possui 30 questões com cinco

fatores, que são eles: Diversão e Interesse; Saúde e Fitness; Aparência;

Competência e Social. O participante responde a questão “Pratico atividade física...”

através dos itens que compõem a escala. Esses itens são respondidos por uma

escala de sete pontos (1 = Discordo Totalmente a 7 = Concordo Totalmente).

Buscou-se verificar a média dos participantes nos motivos estudados em

decorrência de algumas variáveis sociais: idade, gênero, IMC (Índice de Massa

Corporal), somente foi constado o peso e altura; tipo de atividade física; forma de

praticar e o tempo de prática, totalizando 44 questões.

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2.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Inicialmente foi realizado contato com os proprietários de academias e

estúdios de Treinamento Funcional, onde foram explicados os objetivos do estudo e

foi assinado o Termo de Ciência e Concordância da instituição.

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNISUL e

aprovado conforme número de parecer 2.272.940.

O questionário foi respondido após o término do treino dos participantes da

pesquisa e, no momento da aplicação, o pesquisador estava presente para prestar

esclarecimentos e sanar qualquer tipo de dúvida que pudesse surgir.

2.5 ANÁLISE DE DADOS

Para apresentação dos dados foi utilizada a estatística descritiva, com

utilização da Planilha EXCEL, através da distribuição de frequências simples e

valores percentuais para as respostas de 1 a 7 no questionário MPAR-M,

apresentados através de gráficos ou tabelas.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O quadro 1 apresenta as características sociodemográficas, o município da

prática, a faixa etária, o estado civil e a escolaridade dos praticantes de Treinamento

Funcional da Grande Florianópolis.

Quadro 1 - Características dos participantes do estudo:

Frequência (Percentual) Sexo: Feminino 45 60% Masculino 30 40%

Município da prática: Florianópolis 53 71% Palhoça 22 29%

Faixa etária:

18-24 anos 14 19% 25-35 anos 36 48% 36-50 anos 19 25% Acima de 51 anos 6 8%

Estado Civil:

Solteiro 39 52% Casado 29 39% Divorciado 7 9%

Escolaridade: 1º grau incompleto 1 1% 1º grau completo 3 4% 2º grau incompleto 5 7% 2º grau completo 19 25% Superior incompleto 20 27% Superior completo 12 16% Pós-Graduação 15 20%

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Os resultados obtidos sobre o sexo e a idade demonstram que a maioria dos

participantes é do sexo feminino (60%), com média geral de 48% de indivíduos da

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faixa etária entre 25 a 35 anos e de 36 a 50 anos com 25% de ambos os sexos. O

local da prática do Treinamento Funcional, (71%) são da região de Florianópolis e

29% das pessoas são do município de Palhoça.

Quanto ao estado civil, 52% das pessoas são solteiras e 39% são casadas. E

quanto à escolaridade, 27% dos indivíduos possuem o Ensino Superior Incompleto e

o 25% dos indivíduos possuem o 2˚ Grau Completo.

Em correlação Tahara, Schwartz e Silva (2003), a população esta cada vez mais

se preocupando com a melhoria da qualidade de vida e essa conscientização, a

respeito da importância do exercício físico, vem proporcionando um grande aumento

de público nas academias de ginástica.

A seguir na tabela 1, estão representados os dados referentes ao Índice de

Massa Corporal dos participantes da pesquisa, que foram apenas mensurados.

Tabela 1 - IMC dos participantes:

Homens Mulheres

Mínimo 20,76 kg/m2 18,94 kg/m2

Média 25,35 kg/m2 DP±3,40 24,72 kg/m2 DP±3,67

Máximo 36,33 kg/m2 33,53 kg/m2

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

A tabela acima indica o IMC – Índice de Massa Corporal, com valor Mínimo de

20,76 no gênero masculino e 18,94 no gênero feminino; a Média de IMC é de 25,35

do sexo masculino e desvio padrão (DP) ±3,40 e 24,72 do sexo feminino e desvio

padrão de ±3,67 e o valor Máximo do Índice é de 36,33 do sexo masculino e 33,53

feminino. Observa-se que a grande maioria está dentro dos padrões de IMC, que

são eles: baixo peso, normal, obesidade graus I, II e III. Por sua vez, as pessoas

com IMC considerado normal, indicam que nesse estudo praticar atividade física por

qualquer um dos cinco motivos estudados foi independente do IMC do indivíduo.

A mudança no estilo de vida é essencial para o tratamento do sobrepeso e da

obesidade. Assim, os hábitos de vida, alimentação e aspectos emocionais devem

ser tratados com atenção e de maneira individualizada, com destaque na prática de

atividade física, considerada uma ferramenta essencial para a avaliação, profilaxia e

tratamento da obesidade (ROSSETTI; NORTON, 2009).

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A imagem corporal é um conceito multidimensional, incluindo elementos

neurológicos, psicológicos e sócio-culturais. É vista como central à muitos aspectos

do funcionamento humano, incluindo emoções, pensamentos, comportamento e

relacionamentos relacionados aos atributos físicos de uma pessoa (PRUZINSKY;

CASH, 2004).

Melhorar os níveis de atividade física e buscar medidas corporais saudáveis

são elementos essenciais em intervenções de prevenção ou tratamento da

insatisfação corporal, tanto como os possíveis transtornos de conduta alimentar

derivados da mesma (GÓMEZ; NÚÑEZ, 2007).

A melhora na percepção da imagem corporal de um indivíduo pode resultar

no aumento da auto-motivação e melhor controle do comportamento físico e

alimentar. (WALKER et al, 2003).

Entretanto, sugere-se a realização de novos estudos que melhor investiguem

a motivação das pessoas a partir do seu IMC, pois de qualquer forma, a variável de

controle do peso, tem sido identificada em alguns estudos, como, por exemplo, o de

Kilpatrick, Hebert e Bartholomew (2005) como relevante para compreender a

motivação à prática de AF, além do mais conhecendo as principais motivações das

pessoas com sobrepeso ou obesas seria de extrema relevância para viabilizar

estratégias de intervenção que visem diminuir o sedentarismo entre essas pessoas.

A seguir no quadro 2, indica as características da prática de AF dos

participantes envolvidos na pesquisa.

Quadro 2 - Características da prática de Atividade Física dos participantes:

Frequência: (Percentual) Local de prática:

Academias 60 80% Estúdios 15 20%

Forma como:

Sozinho 42 56% Acompanhado 33 44% Há quanto tempo pratica:

De 1 a 6 meses 21 28% De 7 meses a 1 ano 13 17% De 1 a 10 anos 30 40%

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Mais de 11 anos 11 15% Dias de prática na semana:

1 a 3 dias 29 39% Mais de 3 dias 46 61%

Tempo de prática por dia:

0-45 minutos 19 26% 46-60 minutos 28 37% Mais de 60 minutos 28 37%

Quantos familiares praticam AF:

Nenhum 27 36% 1 22 29% 2 14 19% 3 8 11% 4 3 4% 5 1 1% Praticou AF na infância ou adolescência:

Sim 55 73% Não 20 27% Fonte: Elaboração do autor, 2017.

O quadro acima mostra o local de prática dos praticantes, sendo 80% dos

praticantes em Academias e 20% dos praticantes em Estúdios. Assim como a forma

que praticam, seja sozinho, com 56% das pessoas ou acompanhado 44%. Pode-se

notar que a maioria prefere praticar sozinha sua atividade (56%). Em relação ao

tempo de prática do Treinamento Funcional, a maioria dos indivíduos, 40% das

pessoas enquadra-se num histórico entre 1 a 10 anos e 28% das pessoas praticam

entre 1 ano a seis meses. Quanto aos dias da prática a maioria faz mais de 3 vezes

por semana, com 61% das pessoas e 39% praticam de 1 a 3 dias.

O histórico de AF da família na qual o sujeito está inserido deveria ser

considerado, pois de acordo com o estudo de Teixeira e Seabra et al. (2004), há

uma associação positiva e significativa entre práticas de AF dos pais e de seus

filhos, indicando que a participação dos pais nessas atividades tem um impacto

substancial no envolvimento, interesse e participação de seus filhos. O que indica

que se os pais praticam AF, possivelmente os filhos também praticarão e neste

mesmo sentido, se o indivíduo praticou AF na infância ou adolescência tenderá a

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praticar AF quando adulto e na velhice. Dessa forma, buscar estudos que

identifiquem o papel da família na motivação para praticar AF seriam importantes.

Os Gráfico 1 e 2 apresentam as Atividades Físicas Atuais, além do

Treinamento Funcional, praticadas pelos participantes da pesquisa e as Atividades

Anteriores, tanto do gênero feminino, quanto masculino.

Gráfico 1 – Atividades Físicas Atuais:

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

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Gráfico 2 - Atividades Físicas Anteriores:

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Quanto às atividades atuais dos dois genêros, a atividade mais frequente é a

Musculação (42% das mulheres e 33% dos homens). Quanto à prática anterior de

alguma atividade ou esporte, os entrevistados do sexo feminino indicaram

Musculação (26%) e Vôlei (13%) e do sexo masculino indicaram Musculação (20%)

e futebol (15%).

Os gráficos a seguir são sobre os motivos que levam à prática de AF,

denominados pela escala de motivação utilizada de 1=Discordo totalmente;

2=Discordo; 3=Discordo em parte; 4=Nem discordo nem concordo; 5=Concordo em

parte; 6=Concordo e 7=Concordo totalmente, contendo cinco fatores: Diversão e

Interesse; Saúde e Fitness; Aparência; Competência e Social.

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Gráfico 3 – Fator I: DIVERSÃO E INTERESSE

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Os cinco fatores resultantes da análise podem ser descritos assim:

Fator I – Diversão e Interesse. Este fator ficou composto por oito itens. Mas

cinco deles obtiveram maior pontuação: Porque gosto de praticar essa atividade,

com 45% de concordância total; Porque essa atividade me faz feliz, com 41% de

aprovação total; Porque acho interessante, com 44% de concordância; Porque me

sinto bem realizando esta atividade, sendo 43% concordam totalmente; Porque

gosto do estímulo que essa atividade produz, 41% concordam. Considerando o

conteúdo dos seus itens com máxima concordância, surge a idéia de que as

pessoas buscam praticar TF porque consideram divertido, tornando-as feliz, pois é

interessante, estimulante e agradável, ou seja, os indivíduos praticam TF pela

satisfação que essa atividade promove.

Diversão está relacionada à motivação intrínseca, aonde a atividade deve ser

mais prazerosa e satisfazer os desejos dos praticantes. Situações que nutrem

necessidades psicológicas promovem a motivação intrínseca. (RYAN; DECI, 2000

apud GUIMARÃES; BZUNECK, 2002).

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Neste sentido, Faix e Silveira (2012), citam que quanto a prática e adesão

esportiva, a pesquisa de Freitas et al. (2004) relatam que 26,39%, alegam diversão o

motivo pela prática esportiva foi o principal fator para a manutenção na atividade

esportiva.

Conforme Gonçalves e Alchieri (2010), a Teoria da Autodeterminação (TAD) é

uma macroteoria da motivação humana a qual está diretamente relacionada com o

desenvolvimento e o funcionamento da personalidade dentro dos contextos sociais.

Essa teoria analisa o grau em que as condutas humanas são volitivas ou

autodeterminadas, ou seja, o quanto as pessoas realizam suas ações em um nível

maior de reflexão e se comprometem com essas ações de forma voluntária, por sua

própria escolha.

Considerando a TAD, o indivíduo pode ser motivado intrínseca ou

extrinsecamente para tentar satisfazer suas necessidades e, assim, atingir a

autodeterminação (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2000 apud GONÇALVES;

ALCHIERI, 2010).

No contexto da atividade física, a TAD serviu de respaldo teórico para o

desenvolvimento de alguns instrumentos de medida com a finalidade de investigar e

medir a motivação à prática de atividades físicas. Um desses instrumentos é a

escala Motives for Physical Activity Measure (MPAM), de Frederick e Ryan (1993), a

qual tem a finalidade de medir três motivos para se praticar AF: Interesse/Diversão;

Competência e Motivos relacionados com o corpo.

Gonçalves e Alchieri (2010), explicam que posteriormente, a revisão desta

escala (Motives for Physical Activity Measure-Revised – MPAM-R) foi feita por Ryan

e cols. (1997) e a mesma passou a medir cinco motivos: 1) Diversão, onde quer ser

fisicamente ativo porque considera a atividade divertida, o torna feliz, é interessante,

estimulante e agradável; 2) Competência, que visa praticar atividade física para ser

melhor naquela atividade, encontrar desafios e adquirir novas habilidades; 3)

Aparência, em que busca a atividade para se tornar mais atraente, ter músculos

definidos e alcançar ou manter um peso desejado; 4) Saúde, que refere-se a ser

fisicamente ativo para ter saúde, força e energia; e 5) Social, onde se busca praticar

atividade física para estar com os amigos e conhecer novas pessoas.

De acordo com a pesquisa realizada por Ryan e cols. (1997), aplicada a uma

amostra de 40 estudantes de uma universidade americana, advindos de programas

voluntários de AF, dos quais, 24 eram praticantes de Taekwon-do e 16 praticavam

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aeróbica, os quais responderam a escala MPAM; obteve-se resultados que

indicaram que os praticantes de Taekwon-do (esporte) apresentaram motivos

relacionados com competência e diversão, enquanto os praticantes de aeróbica

apresentaram motivos relacionados com a aparência, não havendo diferença

significativa no nível de adesão dos dois grupos (GONÇALVES; ALCHIERI, 2010).

Gonçalves e Alchieri (2010) mencionam ainda que em um segundo estudo

realizado por Ryan e cols., no qual utilizou-se a versão revisada da Escala de

Motivação à Prática de Atividades Físicas (MPAMR), os pesquisadores identificaram

que a adesão foi associada com motivos centrados em diversão, competência e

interação social, mas não com motivos de aparência.

Os resultados dos estudos citados por Gonçalves e Arlchieri (2010) vem

plenamente ao encontro às conclusões obtidas por Faix e Silveira (2012) que citam

Guimarães e Bzuneck (2002) para os quais configura-se como uma tendência

natural para buscar novidade, desafio para obter e exercitar as próprias capacidades

em determinada atividade por sua própria causa, por esta ser interessante,

envolvente ou, de alguma forma, geradora de satisfação. Assim fica configurado a

motivação intrínseca partindo de um desejo ou beneficio procurado na atividade, à

adesão de acordo com os aspectos ligados a competência e diversão.

Gráfico 4 - Fator II: SAÚDE E FITNESS

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

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Fator II – Saúde e Fitness. Este fator ficou composto por sete itens, dentre eles

seis são os mais pontuados: Porque quero ser fisicamente saudável, 63% de

concordância total; Porque quero perder ou manter o peso e me sentir melhor, com

57% de indivíduos que concordam totalmente; Para ter mais energia, com 55% de

concordarem totalmente; Porque quero manter minha resistência física e viver com

saúde, com 67% dos pesquisados concordarem totalmente; Para manter minha

saúde e bem-estar, 65% concordam totalmente; Para melhorar minha forma física;

52% concordaram totalmente. Analisando o conteúdo dos seus itens com a maioria

de concordância, entre os indivíduos, emerge a idéia de que buscam praticar TF pelo

desejo de ser saudável, ter força e energia.

Em estudos anteriores, Hellín, 2004; Howley e Don Franks, 2000; o motivo

principal para praticar AF foi a preocupação com a saúde, o que corrobora com os

resultados do presente estudo. Ademais, de acordo com Fernandes (2003), nesses

casos o comportamento do indivíduo é motivado pela apreciação dos resultados e

benefícios da participação numa atividade. Por exemplo, quando se busca a

atividade física com ênfase na prevenção de doenças ou melhoria da condição

física, o indivíduo pode considerar a atividade desagradável ou desinteressante, mas

ainda assim se motiva pelo benefício que ela causa, sendo esta considerada uma

motivação extrínseca.

Desse modo, a teoria da Autodeterminação procura caracterizar a motivação em

duas dimensões: motivação extrínseca e intrínseca. A motivação extrínseca é

caracterizada pela sua estreita identificação com reconhecimento social, premiações

e recompensas. Por outro lado, a motivação intrínseca é considerada a forma mais

autônoma de motivação e refere-se à tendência inata do ser humano na busca de

novidades e desafios, como a capacidade de aprender e explorar a si próprio em

relação ao exercício físico, sem preocupação em receber recompensas ou

gratificações externas (RYAN; DECI, 2000).

Diante destes conceitos, dentre os quatro fatores motivacionais destacados por

63 estudantes universitários nos cursos de Graduação em Psicologia e Engenharia

Civil da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil, como os mais

importantes para a prática de exercício físico, encontram-se dois fatores extrínsecos

(Prevenção de Doenças, Condição Física) e dois fatores de ordem intrínseca (Prazer

e Bem-Estar e Controle do Estresse). Estes achados são consistentes com estudos

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prévios realizados em adultos jovens, universitários ou não-universitários, que

identificaram os cuidados preventivos com a saúde, o prazer, o bem-estar e o

controle do estresse como as dimensões que mais os motivavam para a prática de

exercício físico (CASTRO et al., 2010; KILPATRICK;HEBERT; BARTHOLONEW,

2005; NETZ; RAVIV, 2004; MARTINEZ-LÓPEZ, 2003; CASH; NOVY; GRANT,

2004).

De acordo com Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki (2008), a maioria das pessoas,

especialmente as moças, exercita-se para emagrecer ou controlar o peso corporal,

sobretudo, pela supervalorização do corpo magro na sociedade atual. Essa

afirmação pode ser confirmada pelo elevado escore médio apresentado pelas moças

selecionadas no estudo equivalente ao fator motivacional Controle do Peso Corporal.

Esses achados são distintos dos encontrados por Castro et al., (2010), que

destacaram como fatores mais importantes para permanência em programas de

exercícios os fatores relacionados ao “Bem-Estar Pessoal, Prevenção de Doenças e

o Condicionamento Físico”. A importância atribuída pelas mulheres foi superior a dos

homens nos três fatores citados.

Estudos que investigaram outros grupos etários constataram que os motivos

relacionados à saúde são frequentemente mencionados nas pesquisas. Costa

(1999), por exemplo, verificou que o interesse em conquistar e/ou preservar a saúde

foi o principal motivo que levou 64 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre

16 e 60 anos, a ingressar em aulas de natação em academias. Benassi e Shigunov

(1993) analisaram os motivos que influenciaram 137 sujeitos, de ambos os sexos,

com idade superior a nove anos, a iniciar a prática da natação, constatando que os

mais indicados para a prática da natação foram os relacionados à saúde e ao bem-

estar (71,2% das respostas).

Vieira e Ferreira (2004), por sua vez, ao investigarem o perfil de 289 indivíduos,

de ambos os sexos, com idade superior a 15 anos que praticam atividades físicas na

pista do estádio do Maracanã (Rio de Janeiro) e observaram um percentual maior de

informantes (72,3%) que começaram a praticar exercícios físicos por motivos

relacionados à saúde. Este percentual é semelhante ao revelado pela pesquisa de

Benassi e Shigunov (1993) com praticantes de natação (71,2%). Outros motivos

também identificados pelos pesquisadores foram os relacionados à estética corporal

e ao lazer.

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Gráfico 5 - Fator III: APARÊNCIA

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Fator III – Aparência. Este fator ficou composto por quatro itens, sendo um deles

que ficou mais explícito: Para definir meus músculos e ter uma boa aparência, com

39% de concordância total. Considerando o conteúdo dos seus itens com

concordância para alguns fatores, aflora a idéia de que os participantes buscam

praticar TF com a finalidade de terem músculos definidos e se ver melhor. No

quesito ser mais atraente fisicamente e se não fizer, não se sentirá atraente, existem

concordâncias e discordâncias, podendo-se concluir que os indivíduos fazem para

eles mesmos e não para os outros.

Alguns estudos apontam que a procura por um ideal estético sobrepõe à busca

pela saúde (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA 2003; ARAÚJO et al., 2007; ZANETTI et

al., 2007). Essa tem sido uma realidade percebida nas academias de ginástica, onde

em muitos casos a aparência física tem se sobressaído em detrimento da saúde,

fato este que dificulta uma orientação profissional adequada, pois há divergência

entre o objetivo do professor e do aluno. Teoricamente, as pessoas incentivadas por

algum tipo de demanda externa têm maior probabilidade de abandonar a prática e

realizá-la com menor eficiência do que quem a pratica com prazer e autonomia; ou

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seja, pessoas motivadas intrinsecamente (GUIMARÃES; BORUCHOVITCH, 2004).

Existindo a associação entre os exercícios físicos e a idealização da aparência

física, associada à quantidade de músculos e de gordura, por exemplo, poderá

consequentemente haver a sensação de fracasso quando o padrão físico desejado

não for alcançado, acarretando na desistência da prática (LUZ; SILVA; PITANGA,

2007). Assim, de acordo com as considerações de Ryan et al. (1997), a busca pela

aparência idealizada não garantiria a aderência de praticantes de exercícios físicos

em academias de ginástica.

Segundo PAPALIA e OLDS (2000), estas pessoas buscam, nesta fase do

desenvolvimento vital humano, resgatar os conceitos de “boa forma física” e

“estética própria da idade” através das práticas regulares de atividades físicas. De

uma forma ou de outra, esses resultados vem ao encontro das afirmações de

MASSETTO et al. (2004), MARCELLINO (2003), FLORINDO et al. (2001) e

ROBERTSON e MUTRIE (1989), que relacionam os objetivos dessa faixa etária à

busca de uma performance física e estética, próprias para a idade. Ainda, DANTAS

(1994) quando concluiu que dentre diversas razões para a prática de uma atividade

física, nesta faixa etária, a busca de uma estética corporal está presente.

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Gráfico 6 – Fator IV: COMPETÊNCIA

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Fator IV – Competência. Este fator ficou composto por seis itens, entre eles dois

estão destacados: Para adquirir novas habilidades físicas, com 41% de

concordância; Para melhorar as habilidades físicas que já possuo, 37% dos

pesquisados concordam. Portanto, tendo em vista que o conteúdo dos seus itens

teve máxima concordância, surge a idéia de que os indivíduos pesquisados buscam

praticar TF para melhorar a atividade, encontrar um desafio e adquirir novas

habilidades.

Saba (2001) destaca que os benefícios dos exercícios físicos sobre os aspectos

psicológicos se originam do prazer obtido na atividade realizada e posterior bem-

estar, os quais resultam da satisfação das necessidades ou do sucesso no

desempenho das habilidades em desafio. Santos e Knijnik (2006) afirmam que

pessoas que realmente têm prazer pela prática conseguem remanejar e derrubar

barreiras e dificuldades que encontram para aderirem aos exercícios físicos.

O estudo de MARCELLINO (2003) concluiu que a dimensão Competitividade

não é referida na literatura, no contexto de academias de ginástica, corroborando

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com os achados desta pesquisa em demonstrar pouco grau de importância referido

pelos praticantes. Apesar disso, esta dimensão pouco motivadora, parece estar mais

associada à força e ao sexo masculino. As pesquisas (COHANE & POPE JUNIOR,

2001; ROBERTSON & MUTRIE, 1989) corroboram com estes achados, ao afirmar

que o sexo masculino objetiva-se dentre outros fatores motivacionais nas práticas

em academias de ginástica, à busca da performance muscular e da força física.

Alguns outros estudos, em outros contextos esportivos, têm avaliado estas

diferenças entre dimensões da motivação, como a competitividade. Por exemplo, o

estudo de LORES et al. (2004) que, entre outras coisas, testou a existência de

possíveis diferenças entre homens e mulheres praticantes de atividade física na

dimensão competitividade. Seus resultados indicam que os homens são

significativamente (p < 0,001) mais motivados do que as mulheres quando a

dimensão avaliada é a competitividade.

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Gráfico 7 – Fator V: SOCIAL

Fonte: Elaboração do autor, 2017.

Fator V – Social. Este fator ficou composto por cinco itens, sendo dois deles mais

caracterizados: Porque meus amigos pedem que eu a pratique, 45% dos indivíduos

discordam totalmente; Porque gosto do tempo que passo realizando esta atividade

com os outros, 36% dos participantes concordam. Considerando o conteúdo dos

seus itens com pontos positivos no quesito de que os indivíduos analisados buscam

praticar TF com a finalidade de conhecer pessoas novas, estar com outras pessoas

interessadas nesta atividade e porque gostam do tempo que passam realizando a

mesma.

Moreno, Cervelló e Martinez (2007) apontam que o estudo da motivação à

prática de atividades físicas parece ser um fator chave, pois permite conhecer

porque algumas pessoas escolhem uma determinada atividade e os fatores que

determinam a permanência ou abandono desta escolha. Neste sentido, existem

muitas pesquisas acerca da motivação à prática do Treinamento Funcional, cada

uma enfocando um aspecto diferenciado deste fenômeno.

Santos e Barcelos (2004), por exemplo, verificaram por meio de um questionário

preenchido por 17 atletas com idade média de 18 anos, de uma equipe masculina de

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handebol, que 41% dos sujeitos iniciaram a prática do esporte por influência de

amigos.

Em condições semelhantes, Botti e Vieira (2004), em uma pesquisa realizada com

10 atletas de ginástica rítmica desportiva da seleção brasileira juvenil, constataram

que a maioria iniciou a prática desse esporte por influência de amigas. De fato, a

literatura indica que o apoio e o incentivo de companheiros, familiares e amigos

influenciam a adesão de crianças e de adolescentes a programas de exercícios

físicos.

A “socialização” como um dos principais motivos de aderência em academias

sustenta a afirmativa de que quando as pessoas se identificam com os membros do

grupo em que convivem sentem mais prazer e atração pela atividade proposta

(RYAN; DECI, 2000; WANKEL, 1993).

Marcellino (2003) confirma essa hipótese, pois identificou que os indivíduos que

possuíam laços de amizade dentro da academia que frequentavam permaneceram

nesta por mais tempo.

Em um estudo feito em uma academia de ginástica da cidade de Monte Azul

Paulista/SP, no que diz respeito às relações sociais, indicaram que aparentemente

as mulheres colocam mais importância para esse domínio quando buscam as

academias de ginástica. Outros estudos também observaram essa tendência para o

sexo feminino, pois além da questão saúde relacionada, a rede social se destaca

como um ponto forte citado entre as mulheres (CAMARGO, 2011).

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4 CONCLUSÃO

Ao término deste estudo, que teve como objetivo verificar o perfil e a motivação

dos praticantes do treinamento funcional em estúdios e academias da Grande

Florianópolis, pode-se realizar algumas considerações dentro das questões

específicas investigadas. Em relação à caracterização da amostra do estudo, quanto

ao perfil social, faixa etária, sexo, escolaridade e estado civil, não existe

predominância evidente deste último ítem em ambos os sexos.

Observa-se que os praticantes 48%, estão na faixa etária de 25 a 35 anos com

escolaridade predominante até o segundo grau completo, com IMC normal,

praticantes de Treinamento Funcional e de Musculação e que praticam entre um ano

a dez anos esta atividade. Assim, novos estudos devem ser realizados para buscar

essas mesmas variáveis de forma mais equilibrada.

Acredita-se que a valorização de hábitos saudáveis de vida pode ter influência na

realização ou não da prática de AF, e isto estaria em parte relacionada com o

ambiente em que o sujeito se encontra.

Quanto aos fatores motivacionais, ao que se refere o fator Diversão e Interesse,

os resultados revelaram maiores preferências, no quesito satisfatório que a

Atividade Física promove, por ser divertido, tomando-os feliz, por ser interessante,

estimulante e agradável. No fator Saúde e Fitness, o desejo de ser saudável, ter

força e energia. No fator Aparência, com a finalidade de terem músculos definidos e

se verem melhor, apontando que praticam o TF predominantemente a partir de

fatores intrínsecos e não extrínsecos. No fator Competências, para melhorar a

atividade, encontrar um desafio e adquirir novas habilidades. E por fim, no fator

Social, os participantes gostam do tempo que passam realizando a atividade,

querem conhecer novas pessoas e estar com outras pessoas interessadas no

Treinamento Funcional.

Concluímos que, diante desse fenômeno, o fator Saúde foi o mais relevante

para os participantes desse estudo, o que indica um dado importante que merece a

atenção de pesquisadores. Entretanto, os resultados que não foram expressivos

também contribuem para o avanço no conhecimento dos demais fatores estudados.

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ANEXO A – INSTRUMENTO DE PESQUISA

INSTRUÇÕES: Segue abaixo uma lista de razões para as pessoas se engajarem em atividades físicas. Tendo em vista sua(s) atividade(s) física(s) atualmente, responda o quanto você concorda com cada afirmação, utilizando a escala abaixo:

1 Discordo

totalmente

2 Discordo

3 Discordo em parte

4 Nem discordo

nem concordo

5 Concordo em parte

6 Concordo

7 Concordo totalmente

PRATICO ATIVIDADE FÍSICA... 1. ___ Porque quero ser fisicamente saudável.

2. ___ Porque é divertido.

3. ___ Porque gosto de engajar-me em atividades que me desafiam fisicamente.

4. ___ Para adquirir novas habilidades físicas.

5. ___ Porque quero perder ou manter o peso e me sentir melhor.

6. ___ Para estar com meus amigos.

7. ___ Porque gosto de praticar essa atividade.

8. ___ Para melhorar as habilidades físicas que já possuo.

9. ___ Porque gosto do desafio.

10. ___ Para definir meus músculos e ter uma boa aparência.

11. ___ Porque essa atividade me faz feliz.

12. ___ Para manter meu nível de habilidade atual nesta atividade.

13. ___ Para ter mais energia.

14. ___ Porque gosto de atividades que são fisicamente desafiadoras.

15. ___ Para estar com outras pessoas interessadas nessa atividade.

16. ___ Porque quero melhorar minha condição cardiovascular.

17. ___ Para melhorar minha aparência.

18. ___ Porque acho interessante.

19. ___ Porque quero manter minha resistência física e viver com saúde.

20. ___ Porque quero ser atraente para os outros. 21. ___ Porque quero conhecer novas pessoas.

22. ___ Porque me sinto bem realizando esta atividade.

23. ___ Para manter minha saúde e bem-estar.

24. ___ Para melhorar minha forma física.

25. ___ Para ser cada vez melhor nesta atividade.

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26. ___ Porque acho essa atividade estimulante.

27. ___ Porque se não fizer, não me sentirei atraente.

28. ___ Porque meus amigos pedem que eu a pratique.

29. ___ Porque gosto do estímulo que essa atividade produz.

30. ___ Porque gosto do tempo que passo realizando esta atividade com os outros.

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ANEXO A1 – INSTRUMENTO DE PESQUISA

Finalmente, gostaríamos que você fornecesse algumas informações a seu respeito. Não será necessário se identificar, apenas pedimos que responda com sinceridade a todas as perguntas. 1) Qual sua idade? 2) Sexo: 1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino 3) Qual seu peso? 4) Qual sua altura? 5) Escolaridade: 6) Estado Civil: 1. ( ) 1º Grau incompleto 1. ( ) Solteiro(a) 2. ( ) 1º Grau completo 2. ( ) Casado(a)/amigado(a) 3. ( ) 2º Grau incompleto 3. ( ) Divorciado(a) 4. ( ) 2º Grau completo 4. ( ) Viúvo(a) 5. ( ) Ensino Superior incompleto 6. ( ) Ensino Superior completo 7. ( ) Pós-graduação 7) Qual(is) atividade(s) física(s) pratica atualmente?: 8) Já praticou outra(s) atividade(s) física antes? Qual(is): 9) Pratica esta atividade geralmente: 1. ( ) Sozinho(a). 2. ( ) Acompanhado(a).

10) Há quanto tempo pratica? 1. ( ) De 1 a 6 meses.

2. ( ) De 7 meses a 1 ano. 3. ( ) Mais de 1 ano. Quantos anos?

11) Quantos dias na semana você pratica esta atividade? 1. ( ) 1 a 3 dias dias

2. ( ) Mais de 3

12) E por quantas horas? 1. ( ) 0-45 minutos 2. ( ) 46-60 minutos minutos.

3. ( ) Mais de 60

13) Outras pessoas na sua família praticam atividade física? 1. ( ) Sim, quantas? ____ 2. ( ) Não

14) Você praticou atividade física na infância ou adolescência? 1. ( ) Sim, por quanto

tempo? Não lembro 2. ( ) Não.

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PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Perfil e motivação dos praticantes de Treinamento Funcional em Academias e Estúdios da Grande Florianópolis.

Pesquisador: LEONARDO DE

LUCCA Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 75061817.8.0000.5369

Instituição Proponente:FUNDACAO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer:

2.272.940

Apresentação do Projeto:

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação Educação Física da

Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para aprovação na disciplina Projeto de

Pesquisa em Educação Física e tem como objetivo 1.2 OBJETIVO GERAL

verificar e identificar o perfil e os aspectos motivacionais dos praticantes de treinamento funcional em

academias e estúdios da Grande Florianópolis, Santa Catarina.Desta forma, deve-se verificar a média

dos participantes nos motivos estudados em decorrência de algumas variáveis sociodemográficas:

idade, gênero, IMC (Índice de Massa Corporal), tipo de atividade física; forma de praticar e o tempo

de prática. A amostra será constituída por 120 praticantes de Treinamento Funcional, da Grande

Florianópolis. Para a coleta de dados dos sujeitos, será aplicado um questionário com perguntas

fechadas e abertas, através do contexto brasileiro da Escala de Motivação à Prática de Atividades

Físicas (Motives for Physical Activity Measure Revise – MPAM-R) e questões sociodemográficas.Para

tabulação dos dados será utilizada a Planilha EXCEL. A análise de dados que será utilizada neste

projeto é a estatística descritiva, através da distribuição de frequências simples e relativa ou

variabilidades, apresentados através de gráficos ou tabelas, para facilitar o entendimento e a

interpretação do estudo

Página 01 de

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Continuação do Parecer: 2.272.940

Objetivo da Pesquisa:

Verificar e identificar o perfil e os aspectos motivacionais dos praticantes de treinamento funcional em

academias e estúdios da Grande Florianópolis, Santa Catarina.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Segundo o autor o a pesquisa prevê riscos mínimos, por envolver apenas o reenchimento de

questionários. Quanto aos benefício o estudo pretende-se contribuir para os profissionais de

Educação Física e da Saúde que atuam no mercado de trabalho.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

O presente protocolo de pesquisa apresentado encontra-se em conformidade com a Resolução nº

466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Projeto em conformidade com a Resolução CNS nº 466/12.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Não foram identificadas pendências éticas no protocolo de pesquisa apresentado.

Considerações Finais a critério do CEP:

Protocolo de pesquisa em consonância com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicas do Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P ROJETO_837825.pdf

04/09/2017 10:34:32

Aceito

TCLE / Termos de

Assentimento / Justificativa de

Ausência

TCLE.docx 04/09/2017 10:34:11

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

Projeto Detalhado / Brochura

Investigador

Projeto.docx 04/09/2017 10:34:05

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

Declaração de

Instituição e

declaracao3.pdf 04/09/2017 10:33:56

JULIANA

STALLBAUM

Aceito

Infraestrutura declaracao3.pdf 04/09/2017 10:33:56

CONCEICAO Aceito

Declaração de

Instituição e

Infraestrutura

declaracao2.pdf 04/09/2017 10:33:48

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

Declaração de

Instituição e

Infraestrutura

declaracao1.jpeg 04/09/2017 10:33:41

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

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Declaração de

Instituição e

Infraestrutura

declaracao.jpeg 04/09/2017 10:33:33

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

Folha de Rosto doc.pdf 31/08/2017 22:11:00

JULIANA

STALLBAUM

CONCEICAO

Aceito

Situação do Parecer: Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP: Não

PALHOCA, 13 de Setembro de 2017

Assinado por: Josiane Somariva Prophiro

(Coordenador)