sistema praticar de ensino dir. constitucional

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SISTEMA PRATICAR DE ENSINO DIR. CONSTITUCIONAL 79 Sumário MÓDULO I – Direito Constitucional: Natureza, conceito e objeto ............................................................79 MÓDULO II - Concepção de Constituição e Classificações das Constituições ........................................79 MÓDULO III - Poder Constituinte ..........................................................................................................83 MÓDULO IV – Princípios Fundamentais e Separação dos Poderes ........................................................87 MÓDULO V – Direitos e Garantias Fundamentais – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos- Art. 5º, da CF/88.........................................................................................................................................................Er ror! Bookmark not defined. MÓDULO VI – Direitos e Garantias Fundamentais – Direitos Sociais, Direitos Trabahistas, Direitos de Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos – Arts. 6º ao 17, CF/88Error! Bookmark not defined. MÓDULO VII – Repartição de Copetências na Federação (Organização Político-administrativa da República Federativa do Brasil) – Arts. 18 ao 33, CF/88 ............................ Error! Bookmark not defined. MÓDULO VIII – Poder Legislativo – Fundamento, atribuições e garantias de independência........... Error! Bookmark not defined. MÓDULO IX – Poder Executivo – Forma e Sistema de Governo; Chefia de Estado e de Governo; Atribuições e Responsabilidades do Presidente da República ...............................................................148 MÓDULO X – Poder Judiciário – Disposições Gerais (Fundamentos, atribuições e garantias); STF, STJ, TRFs e Juízes Federais; Tribunais e Juízes dos Estados .......................... Error! Bookmark not defined. MÓDULO XI – Funções Essenciais à Justiça (Ministéro Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública ...................................................................................... Error! Bookmark not defined. MÓDULO XII - Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: do Estado de Defesa, do Estado de Sítio, das Forças Armadas e da Segurança Pública...................................................143 MÓDULO XIII - Da Ordem Social: base e objetivos da ordem social; da seguridade social; da educação; da cultura; do desporto; da ciência e da tcnologia; da comunicação social; do meio ambiente; da família; da criança; do adolescente; do idoso e dos índios.......................................................................................................................................................150 MÓDULO XIV - Controle de Constitucionalidade....................................................................................155

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Sumário

MÓDULO I – Direito Constitucional: Natureza, conceito e objeto ............................................................ 79

MÓDULO II - Concepção de Constituição e Classificações das Constituições ........................................ 79

MÓDULO III - Poder Constituinte .......................................................................................................... 83

MÓDULO IV – Princípios Fundamentais e Separação dos Poderes ........................................................ 87

MÓDULO V – Direitos e Garantias Fundamentais – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos- Art. 5º, da CF/88.........................................................................................................................................................Error! Bookmark not defined.

MÓDULO VI – Direitos e Garantias Fundamentais – Direitos Sociais, Direitos Trabahistas, Direitos de Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos – Arts. 6º ao 17, CF/88Error! Bookmark not defined.

MÓDULO VII – Repartição de Copetências na Federação (Organização Político-administrativa da República Federativa do Brasil) – Arts. 18 ao 33, CF/88 ............................ Error! Bookmark not defined.

MÓDULO VIII – Poder Legislativo – Fundamento, atribuições e garantias de independência........... Error! Bookmark not defined.

MÓDULO IX – Poder Executivo – Forma e Sistema de Governo; Chefia de Estado e de Governo; Atribuições e Responsabilidades do Presidente da República ............................................................... 148

MÓDULO X – Poder Judiciário – Disposições Gerais (Fundamentos, atribuições e garantias); STF, STJ, TRFs e Juízes Federais; Tribunais e Juízes dos Estados .......................... Error! Bookmark not defined.

MÓDULO XI – Funções Essenciais à Justiça (Ministéro Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública ...................................................................................... Error! Bookmark not defined.

MÓDULO XII - Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: do Estado de Defesa, do Estado de Sítio, das Forças Armadas e da Segurança Pública...................................................143

MÓDULO XIII - Da Ordem Social: base e objetivos da ordem social; da seguridade social; da educação; da cultura; do desporto; da ciência e da tcnologia; da comunicação social; do meio ambiente; da família; da criança; do adolescente; do idoso e dos índios.......................................................................................................................................................150

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MÓDULO I – Direito Constitucional – Natureza, conceito e objeto 1. Conceito de Direito Constitucional O Direito Constitucional é chamado pela doutrina de direito público fundamental, uma vez que seu conteúdo material trata da estruturação do Estado e da articulação de seus elementos fundamentais (povo, território e governo soberano). Esse mesmo conteúdo estabelece, ainda, as finalidades desse importante ramo do direito. O professor José Afonso da Silva defende que o Direito Constitucional é o ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e as normas fundamentais do Estado. 2. Natureza do Direito Constitucional O professor Konrad Hesse, afirma que o Direito Constitucional é um direito público atípico posto que diferenciado em relação aos demais ramos do direito, sendo hierarquicamente superior a eles (normas constitucionais encontram-se no topo do ordenamento jurídico). Além disso, sua força normativa é diferenciada, pois se impõe perante a realidade social sistematizando princípios de diversos ramos do direito. Ex.: administrativo, processual, penal, eleitoral etc. 3. Objeto do Direito Constitucional O objeto principal e imediato do estudo do Direito Constitucional é a própria Constituição política do Estado. Aquela que inaugura uma nova ordem jurídica. Para alguns autores o Direito Constitucional tanto é a Constituição política do Estado quanto a teoria da Constituição. MÓDULO II – Concepção de Constituição e Classificação das Constituições 1. Conceito de Constituição A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que resulta da vontade soberana do titular do poder constituinte, o povo. É ela que fixa a estrutura do Estado, dispondo sobre seus órgãos e entidades, suas competências, e, também, sobre a maneira de adquirir, exerce e transmitir o poder estatal. Suas atribuições incluem, ainda, o estabelecimento de limites para o exercício do poder estatal, limites esses materializados principalmente quando o texto constitucional enumera os direitos e garantias fundamentais. 2. Concepção de Constituição Diversos são os sentidos atribuídos à Constituição, tornando difícil uma unanimidade conceitual, haja vista que seu sentido varia conforme o enfoque abordado pelo doutrinador. Sendo assim, vejamos alguns dos sentidos mais adotados em concursos públicos. 2.1 - Concepção sociológica – Ferdinand Lassale

O sentido sociológico, que surgiu no século XIX, foi desenvolvido por Ferdinand Lassalle. Na concepção sociológica, a Constituição não é uma norma jurídica, mas, sim um fato social. Para Lassale, a soma dos fatores reais de poder existentes em certa sociedade (forças econômicas, sociais, políticas, militares e religiosas) constituem um reflexo das relações de poder no âmbito do Estado, constituindo aquilo que Lassale chamou de Constituição real e efetiva do Estado. Resumidamente, para Lassale, existem de maneira contemporânea num Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder desse Estado e outra, escrita, que consistiria apenas numa mera “folha de papel”. Partindo dessa premissa Lassale entendeu que todo Estado sempre teve e sempre terá uma Constituição real e efetiva, independentemente de possuir um texto escrito. 2.2 - Concepção política – Carl Schmitt Partindo de sua obra “A Teoria da Constituição”, de 1920, Carl Schmitt apresenta a Constituição como sendo fruto da vontade do povo, único detentor do poder constituinte (teoria decisionista ou voluntarista). Para Schmitt, a Constituição é uma decisão política fundamental que tem por finalidade a estruturação e a organização dos elementos essenciais do Estado. Para ele a Constituição retira seu fundamento de validade da decisão política que lhe dá existência, e não na justiça de suas normas. Pouco importando se ela corresponde ou não aos fatores reais de poder que vigoram na sociedade. O importante para Schmitt é que a Constituição é uma decisão política do titular do Poder Constituinte. A concepção política de Constituição guarda correlação com a classificação das normas em materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. As primeiras correspondem àquilo que Carl Schmitt denominou “Constituição”; já as últimas são o que o autor chamou de “leis constitucionais”. 2.3 - Concepção jurídica – Hans Kelsen Hans Kelsen foi o criador da Teoria Pura do Direito. Na concepção jurídica, a Constituição é entendida como norma jurídica pura, não havendo que se falar em sentido sociológico, político ou filosófico. Segundo o ilustre Prof. Pedro Lenza, para Kelsen, a Constituição “é a norma superior e fundamental do Estado, que organiza e estrutura o poder político, limita a atuação estatal e estabelece direitos e garantias individuais”. Em sua teoria, Kelsen concebeu o ordenamento jurídico como um sistema escalonado de normas hierarquizadas verticalmente. Sob esse prisma, as normas jurídicas inferiores, que ele chamou de normas fundadas sempre retiram seu fundamento de validade das normas jurídicas superiores, as quais ele denominou normas fundantes. Se ordenamento jurídico constitui um sistema hierarquizado de normas escalonadas verticalmente,

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de quem a Constituição Federal, norma máxima desse sistema, retiraria seu fundamento de validade? A resposta de Hans Kelsen foi a seguinte: isso depende da compreensão da Constituição a partir de dois sentidos: o lógico-jurídico e o jurídico-positivo. No sentido lógico-jurídico, a Constituição é a norma hipotética fundamental (norma imaginada, pressuposta) que serve como fundamento lógico da validade da Constituição em sentido jurídico-positivo. Esta norma consiste apenas numa ordem, dirigida a todos, de obediência à Constituição positiva. Já no sentido jurídico-positivo, a Constituição é a norma positiva suprema, que serve para direcionar e regular a criação de todas as outras. É documento formal, cujo texto só pode ser alterado mediante procedimento específico. 2.4 - Concepção Normativa - Konrad Hesse Esse entendimento se materializou na obra “A força normativa da constituição”. Apesar de, assim como Kelsen, Konrad Hesse entender que a constituição tem seu fundamento numa concepção jurídica, a sua teoria difere flagrantemente da teoria de Kelsen. Hesse ataca diretamente a teoria de Ferdinand Lassalle (concepção sociológica) afirmando que, apesar de muitas vezes a constituição sucumbir à realidade, ela possui uma força normativa capaz de conformar esta mesma realidade, bastando que para isso exista “vontade de constituição” e não apenas “vontade de poder” (é necessário que o governante tenha a intenção real de implementar as concepções constitucionais, e não somente de usufruir do poder que a constituição lhe confere). Assim, Hesse representa a constituição como norma vinculante obrigatória capaz de conformar/modificar a realidade em que vive a sociedade. 2.5) Sentido culturalista – J.H. Meirelles A Constituição é fruto de um fato cultural, produzido pela sociedade, levando em consideração fatores reais influentes nesse mesmo meio, tais como a natureza humana, os fatores espirituais, racionais e voluntaristas (papel da vontade humana na adoção de certa forma de convivência no âmbito do Direito e do Estado). Segundo o ilustre professor J. H. Meirelles que a concepção culturalista do direito conduz ao conceito de uma Constituição Total. 3. Classificação das Constituições 3.1. Quanto ao conteúdo e à forma O conceito de Constituição pode ser considerado em sentido material ou formal. a) Constituição em sentido material – É o texto constitucional que privilegia o conteúdo das normas constitucionais, ou seja, dão ênfase às normas que estruturam o Estado, apresentando suas entidades e órgãos, bem como aquelas que tratam dos direitos e garantias fundamentais. Nessa classificação, pouco importa o procedimento pelo qual tais normas foram introduzidas no corpo

constitucional, o que vale mesmo é o conteúdo, a matéria.Ex.: Art. 178 da CF/1824. Art. 178. E' só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinarias. Trata-se a classificação em sentido material daquilo que Schmitt, em sua concepção de Constituição em sentido político, chamou de “Constituição”. b) Constituição em sentido formal – É a Constituição que privilegia a formalidade de sua criação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, há um procedimento específico para a sua criação e para a inserção de normas no corpo constitucional. A Constituição de 1988 é formal. Ex.: art. 242, § 2º, da CF/88, que estabelece que o Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. Importante acrescentar que há uma tendência no direito pátrio de se adotar um critério misto, pois o art. 5º, § 3º, da CF/88, alterado pela EC n. 45/2004, estabeleceu uma regra que confere a natureza de emenda constitucional (norma formalmente constitucional) aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (matéria), desde que observadas as formalidades de aprovação (forma). Vejamos o dispositivo citado o art. 5º, § 3º, CF/88: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Exemplo: Tratado de Marraqueche, que busca facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para ter acesso ao texto impresso, que entrou em vigor no plano internacional em 2016. 3.2. Constituição Garantia e Constituição Dirigente A Constituição garantia busca garantir a liberdade, limitando o poder e a dirigente estabelece um projeto de Estado, um plano direcionado a uma evolução política do Estado (ex.: portuguesa). A Constituição-dirigente se caracteriza pela presença de normas programáticas no texto constitucional que para terem efetividade podem lançar mão da chamada ação de inconstitucionalidade por omissão (ADO). 4. Hierarquia das Normas - Pirâmide de Kelsen A hierarquização das normas constitucionais é imprescindível para a correta compreensão do Direito Constitucional. Essa teoria concebida por Hans Kelsen estabelece um sistema hierarquizado de normas escalonadas verticalmente em que as normas jurídicas inferiores (normas fundadas) retiram seu fundamento de validade das normas jurídicas superiores (normas fundantes).

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A pirâmide de Kelsen tem a Constituição no vértice (no topo), sendo o fundamento de validade de todas as demais normas do ordenamento jurídico. Assim, as demais normas jurídicas são denominadas infraconstitucionais. Na estrutura da Constituição, há normas constitucionais originárias e normas constitucionais derivadas. As originárias decorrem do Poder Constituinte Originário, fazendo parte do texto constitucional desde sua promulgação. Já as normas constitucionais derivadas são aquelas que resultam da manifestação do Poder Constituinte Derivado; são as emendas constitucionais, que também se situam no topo da pirâmide de Kelsen. Pontos relevantes sobre o assunto: a) Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias, ou seja, todas as normas constitucionais têm a mesma hierarquia, inclusive as do ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias). b) Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias e normas constitucionais derivadas. c) As normas constitucionais originárias não podem ser declaradas inconstitucionais. Logo, não podem ser objeto de controle de constitucionalidade. Já as emendas constitucionais (normas constitucionais derivadas) poderão. Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004, introduziu-se o § 3º no art. 5º da CF/88, que reza: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Tais tratados passaram a ser equivalentes às emendas constitucionais, tendo “status” de emenda constitucional e, por isso, integrando o chamado “bloco de constitucionalidade”. Cabe salientar que essa regra se aplica apenas aos tratados de direitos humanos aprovados conforme a formalidade estabelecida pelo dispositivo constitucional, pois os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo rito ordinário, têm, segundo o STF, status supralegal. Eles se situam logo abaixo da Constituição e acima das demais normas do ordenamento jurídico. Além dessas, temos as normas chamadas de infraconstitucionais que abrangem os tratados internacionais sobre direitos humanos, as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os regimentos internos dos tribunais do Poder Judiciário, as resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério público) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), os regimentos das Casas Legislativas (Senado e Câmara dos Deputados), e os tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico, os decretos autônomos. Essas normas não possuem hierarquia entre si, segundo a doutrina majoritária Vejamos alguns tópicos cobrados em concurso:

a) As leis federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau hierárquico. Em caso de conflito de normas deve-se analisar de quem é a competência para regular o assunto, para tanto devemos aplicar o princípio da predominância do interesse. b) Existe hierarquia entre a Constituição Federal, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas c) As leis complementares têm o mesmo nível hierárquico das leis ordinárias. O que as diferencia é o conteúdo e a forma de aprovação. Abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Tratam-se de normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de impor obrigações. Ex.: decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, dentre outras.

5. Aplicabilidade e Classificação das Normas Constitucionais Esse tema ganha relevância para apreendermos o exato entendimento das normas constitucionais e, também, a possibilidade e a extensão de seus efeitos. Há que se ressaltar que todas as normas constitucionais apresentam conteúdo jurídico. O que varia entre elas é o grau de eficácia. A classificação mais aceita no Brasil sobre esse tema foi proposta pelo Prof. José Afonso da Silva. Vejamos: i) normas de eficácia plena; ii) normas de eficácia contida e; iii) normas de eficácia limitada. 5.1) Normas de eficácia plena: São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, ou podem produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte quis regular. Ex.: art. 2º da CF/88, “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. As normas de eficácia plena possuem as seguintes características: a) são autoaplicáveis, ou seja, não dependem da edição de lei regulamentadora posterior. É possível até que ela exista, porém as normas de eficácia plena produzem todos os seus efeitos de imediato. b) não podem ser restringidas, logo, no caso de haver lei afeta a uma norma de eficácia plena, esta não poderá limitar sua aplicação.

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c) possuem aplicabilidade direta, imediata e integral. 5.2) Normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva: São normas que podem produzir todos os seus efeitos desde o momento da promulgação da Constituição, mas que podem ser restringidas por parte do Poder Público por meio de lei. Ex.: art.5º, inciso XIII, da CF/88, segundo o qual “È livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. As normas de eficácia contida possuem as seguintes características: a) são autoaplicáveis, ou seja, não precisam de lei regulamentadora que lhes complete o alcance ou sentido. Na norma de eficácia contida, só depois da regulamentação legal é que poderá haver· restrições ou limitações ao exercício do direito. b) são restringíveis, estando sujeitas a limitações ou restrições, que podem ser impostas por uma lei (art. 9º, § 1º, da CF/88 – Direito de greve na iniciativa privada). Art. 9º, §1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. A restrição pode ser imposta por outra norma constitucional. Ex.: o art. 139, da CF/88 prevê a possibilidade de que sejam impostas restrições a certos direitos e garantias fundamentais durante o estado de sítio. Por último, a restrição pode se implementar por meio de conceitos ético-jurídicos indeterminados. Ex.: art. 5º, inciso XXV, da CF/88 estabelece a possibilidade de requisição da propriedade privada em caso de “iminente perigo público. c) possuem aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-integral, na medida em que podem sofrer limitações conforme visto nas hipóteses mencionadas acima. 5.3) Normas constitucionais de eficácia limitada: São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos. Ex.: art. 37, inciso VII, da CF/88, que trata do direito de greve dos servidores públicos a ser exercido nos termos e limites estabelecidos em lei. Assim, teoricamente, enquanto não editada essa norma, o direito não pode ser usufruído. Características: a) não são autoaplicáveis, b) possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida (possuem um grau de eficácia restrito quando da promulgação da Constituição).

Questões 01. (COBS/2019) Acera das noções introdutórias sobre o Direito Constitucional, assinale a opção incorreta. a) Trata-se o Direito Constitucional de direito público fundamental. b) O Direito Constitucional, ramo do direito público, encontra-se no mesmo plano dos demais ramos do direito público. c) Trata-se o Direito Constitucional de direito público atípico.

d) É possível afirmar que o Direito Constitucional é o responsável por articular os elementos do Estado. e) O Direito Constitucional sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. 02. (COBS/2019) Associe corretamente as colunas e marque a opção correta. 1. Ferdinand Lassale. 2.Hans Kelsen 3. Carl Schmitt 4. Konrad Hesse ( ) Sentido jurídico de Constituição. ( ) Sentido político de Constituição. ( ) Sentido sociológico de Constituição. ( ) A Constituição escrita é mera folha de papel. a) 3-2-1-1. b) 1-2-3-3. c) 2-3-2-1. d) 2.3.1.1. e) 1-3-2-1. 03. (COBS/2019) Entende a Constituição como norma jurídica pura, fundamental e superior do Estado. a) Konrad Hesse. b) J.J.Canotilho. c) Hans Kelsen. d) Ferdinand Lassale. e) Carl Schmitt. 04. A norma constitucional que garante a todos "o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer", é norma: a) de aplicabilidade plena e de eficácia redutível. b) de eficácia limitada. c) de eficácia plena. d) programática. 05. Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa CORRETA. I - Norma constitucional de eficácia plena é aquela que contém todos os elementos necessários para a pronta e integral aplicabilidade dos efeitos que dela se esperam. II - Norma constitucional de eficácia limitada é uma norma de eficácia plena, que opera todos os efeitos desde sua entrada em vigor. No entanto, o legislador está autorizado a reduzi-la. III - Norma constitucional de eficácia contida é aquela que não contém todos os elementos necessários à sua integral aplicabilidade, porque ela depende da interposição do legislador. a) Apenas a afirmação I está correta. b) Apenas a afirmação II está correta. c) Apenas a afirmação III está correta. d) Todas as afirmações estão corretas. 06. Assinale a alternativa CORRETA. a) Constituição, no sentido jurídico, pode ser definida como sendo aquela que diz respeito à forma de Estado, à forma de governo, aos órgãos do poder e à declaração dos direitos individuais. b) No sentido sociológico, Constituição é a “soma dos fatores reais do poder que regem nesse país”. c) No sentido político, Constituição é considerada “norma pura”, puro “dever-ser”, sem qualquer pretensão à fundamentação sociológica, política ou filosófica. d) Todas as alternativas estão corretas.

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07. (NC-UFPR-2019 – FPMA-PR – Advogado) A Teoria da Constituição é um segmento importante dentro do conhecimento jurídico, vez que determina a compreensão do modelo constitucional, com uma série de consequências normativas conforme o padrão que se adote em determinado país. A partir do exposto, assinale a alternativa correta. a) Constituição costumeira é aquela que, mesmo existindo um texto constitucional expresso, é derrogada pelos costumes praticados pelas instituições políticas. b) Por supremacia da Constituição entende-se a concepção de que as normas constitucionais encontram-se acima de todo o restante do ordenamento jurídico, influenciando sua interpretação e concretização. c) O bloco de constitucionalidade, formado pelos Tratados de Direito Internacional de Direitos Humanos, possui o condão de revogar normas constitucionais. d) Constituições rígidas são aquelas em que há impossibilidade ou maior dificuldade de alteração do conteúdo normativo; constituições flexíveis, por sua vez, são aquelas em que, apesar da existência do texto constitucional expresso, os dispositivos podem ser flexibilizados mediante interpretação da Corte Superior. e) O conteúdo das constituições, considerado o parâmetro teórico mais recente, deve-se pautar por normas mais objetivas, descartadas normas programáticas de direitos sociais. 08. (Quadrix-2018 – CODHAB-DF – Analista – Direito e Legislação) Acerca da Constituição: conceito; elementos; objeto; classificações; e interpretação, julgue o item. O conceito de constituição, em seu sentido formal, abrange o conjunto de normas que instituem e fixam as competências dos principais órgãos do Estado, estabelecendo como serão dirigidos e por quem, além de disciplinar as interações e os controles recíprocos entre tais órgãos. (certo) (errado) 09. (COBS/2020) As normas que formam o elenco dos direitos e garantias fundamentais classificam-se como elementos constitucionais a) limitativos e socioideológicos. b) orgânicos e limitativos. c) socioideológicos e orgânicos. d) formais de aplicabilidade e socioideológicos. e) limitativos e expansivos. 10. (COBS/2020) Constituem elementos formais de aplicabilidade previstos na Lei Maior de 1988, exceto: a) Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o

desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. b) A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. c) Nos seis meses posteriores à promulgação da Constituição, parlamentares federais, reunidos em número não inferior a trinta, poderão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral o registro de novo partido político, juntando ao requerimento o manifesto, o estatuto e o programa devidamente assinados pelos requerentes. d) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. e) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Gabarito 01.b 02.d 03.c 04.a 05.a 06.b 07.b 08. ERRADO. 09.a 10.e. MÓDULO III – Poder Constituinte 1. Introdução Conforme o entendimento atual pacificado pela doutrina, o titular do poder constituinte é o povo. Importante asseverar que a acepção do termo “povo” compreende os brasileiros natos e naturalizados; havendo a possibilidade expressa do português equiparado integrar o conceito de povo, desde que haja reciprocidade em favor de brasileiro em Portugal. Veremos mais adiante que o exercício do poder constituinte requer uma constância de atuação no sentido de manter o texto constitucional em sintonia com a realidade social do Estado, pois, havendo descompasso entre eles restará configurado aquilo que a doutrina constitucionalista chama de hiato constitucional ou revolução. 2. Hiato Constitucional ou Revolução Sempre que houver um descompasso entre o conteúdo disposto na Constituição positivada do Estado e a realidade social nele vigente caracteriza-se o hiato constitucional. Cabe asseverar que, diante da percepção da necessidade de adequação, de correspondência, entre o texto constitucional e a sociedade, o hiato constitucional manifestar-se-á de formas diversas que variarão conforme a gravidade do descompasso e a percepção da sociedade quanto à lacuna existente. Assim, constituem fenômenos decorrentes do hiato constitucional ou revolução: a) convocação da Assembleia Nacional Constituinte para a elaboração de nova Constituição; b) mutação constitucional; c) reforma constitucional; e d) hiato autoritário. Dessa forma, em razão da profundidade do descompasso poderá surgir a necessidade de manifestação do poder constituinte originário com a consequente convocação da Assembleia Nacional

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Constituinte para que seja elaborada uma nova Constituição que represente os anseios da sociedade. É possível, também, que não seja o caso de elaboração de nova Constituição, bastando uma mudança de interpretação da norma constitucional sem, contudo, alterar a sua redação, pra que se restabeleça a adequação necessária à mantença do Texto Magno. Nesse caso, estaremos diante da mutação constitucional. Pode, ainda, a descontinuidade, gerar a necessidade de emprego do poder de reforma constitucional materializado por meio da edição de emendas constitucionais, que têm o poder de alterar o texto constitucional dentro dos limites estabelecidos pela Carta Magna. Nessa hipótese, resta configurara a manifestação do poder constituinte derivado. Por fim, é possível que ocorra a manifestação do poder autoritário, representado pela supremacia de poder de certo grupo atuante no meio social, configurando o chamado hiato autoritário. Passemos a analisar as espécies de pode constituinte. 3. Espécies de Poder Constituinte 3.1. Poder Constituinte Originário ou de 1º Grau ou Inicial Trata-se do poder constituinte que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior, sem estar ligado a procedimentos preestabelecidos pela ordem antiga. Como consequência de sua manifestação há o nascimento de um novo Estado. O poder constituinte originário pode ser histórico (fundacional) e revolucionário. O primeiro é aquele que estabelece, organiza e estrutura o Estado pela primeira vez. Por sua vez, todas as manifestações posteriores do poder constituinte originário no âmbito de certo Estado configuram a espécie chamada poder constituinte originário revolucionário. Diante dos comentários expendidos acima, podemos apontar como características do poder constituinte originário: a) Inicial – na medida em que começa uma nova ordem jurídica; b) Autônomo, pois estrutura uma nova Constituição de maneira autônoma, (Entendimento adotado no Brasil); c) Incondicionado, em razão de não se submeter a formas preestabelecidas; d) permanente, haja vista que não se esgota com a edição de nova Constituição, pois representou o entendimento de certo grupo social em determinado momento de sua evolução histórica. Além disso, o poder constituinte originário possui natureza política (poder de fato). É importante lembrar que inúmeros doutrinadores de peso estabelecem que, em razão do princípio da proibição do retrocesso não seria possível nem mesmo através da manifestação do poder constituinte originário, promover certas alterações que entrariam em choque com a evolução do ordenamento jurídico do Estado. Ex.: proibição da aplicação de pena de morte, salvo na hipótese de guerra declarada, pois esse entendimento, em razão dos posicionamentos do Estado brasileiro em tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que tratam do tema, haveria um impedimento a que uma nova Constituição estabelecesse novas hipóteses de aplicação da pena de morte.

Existe, ainda, uma classificação do poder constituinte originário em formal e material. A primeira classificação assenta que é constitucional tudo aquilo que for aprovado dentro das formalidades estabelecidas para compor o texto constitucional. Já o segundo critério leva em conta o conteúdo e não a forma de aprovação para fixar o que é norma constitucional e o que não é. Finalizando, há que se destacar, quanto ao tema, dois termos corriqueiramente empregados, quais sejam: a) outorga, que representa uma declaração unilateral do agente revolucionário (aqui não há participação popular na elaboração do texto constitucional). Ex.: Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967; b) Revolução ou Assembleia Nacional Constituinte, que resulta da vontade popular, sendo promulgada em razão desta. Ex.: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 4. Poder Constituinte Derivado ou de 2º Grau ou Remanescente O poder constituinte derivado pressupõe o originário, na medida em que este estabelece os limites de alteração que deverão ser implementados e as condições que devem ser respeitadas para que tais alterações sejam processadas. O poder constituinte derivado constitui-se de três espécies, que dependem da forma como ele se manifesta. São elas: reformador, decorrente e revisor. 4.1. Poder Constituinte Derivado Reformador É a espécie de poder constituinte derivado que tem o poder de alterar o texto constitucional utilizando procedimento específico disposto no próprio corpo da Constituição Federal Ele se materializa por meio das emendas constitucionais (arts. 59, I e 60, CF/88), e possui natureza jurídica. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta (...) O poder constituinte derivado reformador possui limitações de duas ordens: expressas e implícitas. As expressas podem ser formais ou procedimentais, circunstanciais e materiais. O art. 60, da CF/88 trata das emendas constitucionais nos seguintes termos: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (formais ou procedimentais) II - do Presidente da República; (formais ou procedimentais) III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. (formais ou procedimentais) § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. (circunstanciais)

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§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. (formais ou procedimentais) § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. formais ou procedimentais) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (cláusulas pétreas) (materiais) I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes;

• IV - os direitos e garantias individuais. • § 5º A matéria constante de proposta de

emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. (formais ou procedimentais)

• Finalizando, como visto acima, existem,

ainda, as chamadas limitações implícitas; quais sejam: a) não é possível que se altere o titular do poder constituinte originário e do derivado reformador; e b) é absolutamente proibida a violação das limitações expressas (formais ou procedimentais, circunstanciais e materiais).

• 4.2. Poder Constituinte Derivado

Decorrente • Este poder constituinte possui natureza

jurídica e, por derivar do originário, é limitado.

Ele se manifesta quando os Estados-membros da Federação brasileira elaboram ou modificam suas respectivas Constituições, como fruto da capacidade de auto-organização que lhes foi atribuída pelo legislador constituinte originário. O poder constituinte derivado decorrente manifesta-se de duas formas: a) inicial, quando o Estado-membro elabora a sua Constituição; e b) de revisão estadual ou decorrente de segundo grau, tendo por fim promover alterações no texto da Constituição estadual. Finalizando, seguindo a doutrina de Uadi Lammêgo Bulos, é possível estabelecer como limites da atuação desse poder os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, “a” a “e”, CF/88 - forma republicana, sistema representativo e regime democrático; autonomia municipal; direitos da pessoa humana; prestação de contas para a administração pública; aplicação do mínimo exigido em educação e saúde); os princípios constitucionais organizatórios (repartição de competências na Federação, direitos políticos, de nacionalidade, direitos e garantias fundamentais etc; e os princípios constitucionais extensíveis (elementos estruturantes da Federação brasileira; ex,: processo legislativo, orçamentos, Administração Pública etc). Acerca do poder constituinte derivado decorrente é possível afirmar, ainda, que ele se manifesta no âmbito do Distrito Federal, haja vista que a Lei Orgânica do DF por decorrer diretamente da Constituição Federal (poder constituinte originário ou

de 1º grau) representa manifestação do poder constituinte derivado, no caso decorrente, sendo, portanto, manifestação de poder constituinte de 2º grau. Além disso, o art. 32, caput, da CF/88 dispõe: Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. Ademais seu parágrafo primeiro prevê: § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Diante do exposto e, face à tutela parcial realizada pela União no DF (organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal), este ente federado dispõe de competência para elaborar a sua Lei Orgânica, que seria o equivalente a uma Constituição Distrital, ou modificá-la dentro dos mesmos limites estabelecidos para os Estados. Destarte, aplica-se ao DF, por analogia, o disposto no art. 11 do ADCT. Vejamos: Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Extremamente importante é saber se o poder constituinte derivado decorrente se manifesta no âmbito dos municípios, pois conforme disposto no art. 29, caput, da Carta Magna: Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...). Percebe-se que a Lei Orgânica municipal subordina-se à Constituição do respectivo estado e à Constituição Federal; assim, como o poder constituinte derivado decorrente é de segundo grau, a Lei Orgânica do município, por haver sob ela dois níveis de subordinação, seria de terceiro grau; logo, não há a possibilidade de manifestação desse poder na esfera municipal. Cabe a Câmara Municipal, conforme disposto no art. 11, parágrafo único do ADCT: “Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a lei orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição estadual”. Por fim, é preciso acrescentar que também não ocorre manifestação do poder constituinte derivado decorrente no âmbito dos territórios federais, pois estes não possuem autonomia federativa, sendo mera descentralização administrativa da União.

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4.3. Poder Constituinte Derivado Revisor Trata-se poder limitado e condicionado pelo originário, sendo, também, assim como as demais espécies de poder constituinte derivado, um poder jurídico. Ele foi previsto no art. 3º do ADCT nos seguintes termos: Art. 3º A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. A manifestação desse poder permitiu a alteração da Constituição Federal por meio de um processo simplificado que gerou a edição de seis emendas constitucionais de revisão; de maneira que, na vigência da atual Constituição, este poder não mais se manifestará por já terem se exaurido todos os seus efeitos. 5. Poder Constituinte Difuso É aquele que serve, enquanto poder de fato, de fundamento para a aplicação da chamada mutação constitucional; sendo um poder permanente, já que requer um constante acompanhamento das expectativas da ordem social frente ao ordenamento jurídico vigente visando minimizar ou impedir a ocorrência de hiato constitucional. O poder constituinte difuso deve, por óbvio, respeitar os limites postos pela Constituição Federal para que uma análise distorcida do contexto jurídico-político-social não leve a interpretações dissonantes do texto constitucional resultando em inconstitucionalidades. Finalizando, diante da edição de uma nova Constituição para o Estado, alguns fenômenos se verificam em razão da correspondência ou não da ordem jurídica anterior com o novo texto constitucional. São eles a recepção e a revogação, na medida em que o Brasil não adotou a possibilidade da repristinação. A recepção ocorre quando a norma pertencente a ordem jurídica anterior é perfeitamente compatível com o novo texto constitucional. Por outro lado, não havendo tal correspondência, a norma infraconstitucional será revogada. Ademais, a impossibilidade de repristinação não é absoluta, pois se a nova ordem jurídica contiver previsão de sua ocorrência nada impedirá que aconteça.

Questões

01. (CESPE-2018 – PGE-PE – Procurador do Estado) Acerca da teoria do poder constituinte, julgue os seguintes itens. I Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição superveniente. II O poder constituinte derivado reformador, também chamado de poder constituinte difuso, refere-se às mutações constitucionais. III Se o conteúdo for compatível, a norma anterior será recepcionada, mesmo que sua forma não seja mais admitida pela Constituição superveniente.

Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas o item II está certo. c) Apenas os itens I e III estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e)Todos os itens estão certos. 02. (FGV-2018 – Assembleia Legislativa RO – Advogado) Analise a narrativa a seguir. (I) Um grupo de cento e vinte Deputados Federais subscreveu proposta de emenda constitucional; (II) a proposta tinha como objetivo adotar a forma unitária de Estado; (III) nesse período, parte do país foi atingida por calamidade natural de grandes proporções; (IV) a proposta foi aprovada, em dois turnos de votação, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de três quintos dos respectivos membros; (V) a proposta foi promulgada pelo Presidente da República. Considerando a forma de exercício do poder constituinte derivado, é correto afirmar que somente estão em harmonia com a sistemática constitucional, os itens a) II, III e V. b) I, II e IV. c) I, IV e V. d) I e V. e) III e IV. 03. (CONSULPLAN-2018 – TJMG – Titular de Serviços e Notas) Em relação ao Poder Constituinte, assinale a alternativa INCORRETA. a) O Poder Constituinte decorrente é inicial, autônomo e incondicionado juridicamente. b) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou estado de sítio. c) O Poder Constituinte derivado é subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional. d) O Poder Constituinte originário estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade. 04. (CESPE-2018 – Polícia Civil – SE – Delegado) Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue os itens a seguir. O poder constituinte originário, ao tratar da segurança pública no ordenamento constitucional vigente, fez menção expressa à segurança viária, atividade exercida para a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e de seu patrimônio nas vias públicas. (certo) (errado) 05. (QUADRIX-2018 – CREF/BA – Analista) No que se refere à Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os próximos itens. O poder constituinte derivado decorrente é aquele de cujo exercício resulta a alteração do texto constitucional, revelando‐se condicionado e limitado. (certo) (errado) 06. (CESPE-2018 – DPE-PE – Defensor Público) Com relação ao conceito, às espécies e às características do poder constituinte decorrente, assinale a opção correta. a) O poder constituinte decorrente reformador manifesta-se por intermédio do Congresso Nacional

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por ocasião das emendas à Constituição Federal de 1988. b) Trata-se do poder incumbido aos estados-membros de auto-organização. c) Classifica-se como originário se incondicionado ou derivado quando se resume a alterar texto pré-existente. d) Possui as mesmas limitações materiais que o poder constituinte originário. e) O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 é manifestação do poder constituinte decorrente. 07. (FCC-2018 – PGE-AP- Procurador do Estado) A Constituição do Estado do Amapá de 1991 a) é fruto de poder constituinte originário. b) é fruto de poder constituinte decorrente. c) foi aprovada por plebiscito. d) foi aprovada por referendo. e) conta mais de duas centenas de emendas constitucionais. 08. (VUNESP-2018 – Câmara de Campo Lindo-SP – Procurador Jurídico) A respeito da teoria do poder constituinte e dos processos formais e informais de modificação constitucional, assinale a alternativa correta. a) O poder constituinte decorrente é exercido no âmbito dos Estados e Municípios e consiste no poder de auto-organização conferido aos entes federativos. b) Representam limitações ao poder constituinte decorrente as normas de observância obrigatória, os princípios constitucionais sensíveis e os princípios constitucionais estabelecidos. c) Consiste em limitação material ao poder de reforma a alteração de norma constitucional que trate de direitos ou garantias constitucionais. d) Por Consiste em limitação material ao poder de reforma a alteração de norma constitucional que trate de direitos ou garantias constitucionais. e) A mutação constitucional é o processo de modificação informal da constituição, podendo ser realizada mediante interpretação que extrapole o limite constante da regra formal. 09. (VUNESP-2018 – Polícia Civil – BA – Delegado) O poder que enseja a elaboração da Constituição de um Estado-membro da federação, organizando o arcabouço constitucional daquela unidade federada, é denominado a) poder constituinte derivado decorrente reformador normal. b) poder constituinte derivado decorrente institucionalizador. c) poder constituinte derivado decorrente revisional anômalo. d) poder constituinte derivado decorrente reformador anômalo. e) poder constituinte derivado decorrente revisional normal. 10. (UEG-2018 – Polícia Civil – Delegado) É constitucionalmente possível, apesar das limitações constitucionais ao poder constituinte derivado, segundo a doutrina nacional predominante, a) a alteração na titularidade dos poderes constituintes originário e derivado reformador. b) a edição, ainda este ano, da centésima Emenda Constitucional, pois a intervenção federal no Rio de Janeiro, prevista para durar até 31 de dezembro de

2018, não configura nenhuma limitação temporal ao poder de reforma. c) a Constituição ser emendada mediante proposta de iniciativa popular. d) a dupla revisão, com a revogação da cláusula pétrea num primeiro momento e a posterior abolição do direito por ela protegido. e) a hipotética redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Gabarito 01.c 02.e 03.a 04.errado 05.errado 06.b 07.b 08.b 09.b 10.e

MÓDULO IV – Princípios Fundamentais e Separação dos Poderes

1. Princípios Fundamentais Esse tópico no Direito Constitucional abrange os fundamentos da República Federativa do Brasil, seus objetivos fundamentais e os princípios que regem as relações do Brasil com os demais Estados soberanos e com os organismos internacionais. Veremos, ainda, noções a respeito dos três Poderes de Estado. Antes, porém, de analisarmos os artigos da Constituição Federal que tratam do tema é mister salientar que o constitucionalismo moderno tem dois documentos marcantes, quais sejam: a Constituição dos Estados Unidos da América de 1787 e a da França de 1791. Esses documentos apresentavam dois traços distintivos: organização estatal e limitação do poder do Estado. Partindo dessas premissas vimos no Módulo I que o Direito Constitucional é um ramo do direito público que possui o escopo de constituir politicamente um Estado por meio da previsão, em sua Constituição, de normas estruturantes das entidades e órgãos que o integram e de normas limitadoras do poder estatal. Na atualidade o Estado Constitucional deve ser um Estado Democrático e um Estado de Direito. Naquele há eleições periódicas, livres, com ampla participação popular; já o Estado de Direito é aquele que faz as leis e também se submete a elas, ou seja, o Estado não está acima da lei. Constituição Federal de 1988 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) V - o pluralismo político. (MEMORIZE – SO CI DI VA PLU) Vejamos alguns comentários acerca do art. 1º, caput e seus incisos:

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a) República – Forma de governo adotada no Brasil, cujas principais características são eleividade e temporariedade dos mandatos e dever de prestar contas. b) Federação – Trata-se da forma de Estado adotada no Brasil e que se caracteriza pela descentralização política, na medida em que há vários núcleos de poderes políticos distintos atuando ao mesmo tempo dentro do mesmo Estado, cada qual em sua área de competência. Um das mais importantes características da federação é a ausência do direito de secessão (união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios). (Cláusula pétrea – Art. 60, § 4º, da CF/88). c) Soberania – Trata-se de fundamento que se materializa por meio do ordenamento jurídico pátrio, pois este impõe a aplicação da lei brasileira no âmbito do território nacional, excluindo, por conseguinte, a legislação estrangeira, salvo nas hipóteses constitucionalmente previstas. d) Cidadania – É o fundamento que está intimamente ligado à nacionalidade e aos direitos políticos, sendo mais amplo que estes, haja vista que para que uma pessoa detenha a qualidade de cidadão ela necessariamente deve possuir a nacionalidade brasileira (brasileiro nato ou naturalizado) e estar em pleno exercício de seus direitos políticos (possuir capacidade eleitoral ativa e passiva) podendo votar e ser votado. Esquematizando: Cidadania = Nacionalidade + Direitos Políticos e) Dignidade da pessoa humana – Além de fundamento da República Federativa do Brasil é princípio matriz de todos os direitos e garantias fundamentais, uma vez que impede qualquer tratamento discriminatório e indigno direcionado ao ser humano. f) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – Este fundamento abarca todos os trabalhadores, sejam avulsos ou com vínculo empregatício, servidores ou não, e também os empregadores, estando diretamente relacionado com a liberdade de exercício de ofício ou profissão propalada pela Constituição Federal e com o trabalho como direito social, direito fundamental, portanto, previsto de forma individual no art. 7º da Carta Magna e de maneira coletiva nos arts. 8º ao 11. g) Pluralismo político – Esse fundamento reflete a pluralidade de ideias existentes no seio social de determinado Estado; pluralidade esta representativa das diversas correntes de pensamento e das forças de poder reinantes na sociedade desse mesmo Estado; dessa forma há ampla participação popular na condução do País. Art. 1º (...). Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O parágrafo único acima apresenta o chamado princípio democrático ao afirmar que “todo poder emana do povo”. Não podemos esquecer que o “povo” é o titular do poder constituinte; logo, quando o mencionado parágrafo, em sua primeira parte, afirma que o poder

pertencente ao povo é exercido pelos representantes eleitos ele consagra a democracia indireta; já em sua segunda parte quando afirma que o povo exerce o poder diretamente dentro dos limites estabelecidos na Constituição, temos a democracia direta, em que o povo, titular do poder constituinte, o exerce sem intermediários (ex.: plebiscito, referendo e iniciativa popular). Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Esse artigo estabelece os objetivos fundamentais de nossa República. Devemos entender que os objetivos são metas a serem atingidas e que para atingirmos nossas metas devemos agir. Essa ação na língua portuguesa é representada pelo verbo. Se analisarmos o início de cada inciso do art.3º acima veremos que todos começam com um verbo; logo, indicam uma ação que o Estado brasileiro deve empreender para que possa atingir tais objetivos. (MEMORIZE – CEGA PROMOVE O BEM DE TODOS) Vejamos alguns comentários sobre os incisos: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária – A meta a ser buscada pelo Estado deve ser a de proporcionar bem estar social por meio de uma ampla liberdade associada a um senso comum de justiça e de valores de solidariedade. b) garantir o desenvolvimento nacional – Esse objetivo deve ser perseguido pelo Estado em todas as áreas de sua atuação, materializando as políticas governamentais expostas nos planos plurianuais. c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais – O Estado brasileiro deve promover medidas que prioritariamente visem a implementação de melhorias nas diversas áreas em que atua, gerando oportunidades e inclusão social. d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação – O Estado brasileiro deve demonstrar a todos os indivíduos que eles possuem direitos e deveres em igualdade de condições. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.

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Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Como dito no início deste módulo, o artigo em comento trata dos princípios que nortearão as relações do Brasil com a ordem internacional (Estados e organismos internacionais). Muitos de seus incisos são autoexplicativos, por isso comentaremos apenas alguns deles: a) autodeterminação dos povos – Deve ser entendido como o respeito à soberania dos outros Estados. b) não-intervenção – É a obrigação dos Estados de não intervir nos assuntos internos de outro Estado com a intenção de afetar ou subordinar sua vontade. Ele está intimamente ligado à soberania do Estado e ao direito de autodeterminação dos povos. Sendo assim, esse princípio proíbe a realização de ameaça ou o uso efetivo de força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado. Em âmbito nacional, não será admitida pelo Estado brasileiro a invasão armada de outros países a nossa República. Há previsão expressa na Carta Magna, em situações de anormalidade constitucional, da possibilidade de decretação de Estado de Sítio para repelir agressão armada estrangeira ao Estado brasileiro. c) repúdio ao terrorismo e ao racismo – O terrorismo é crime equiparado a hediondo na legislação brasileira, sendo suas principais características: a inafiançabilidade e o fato de ser insuscetível à graça e à anistia. Já o racismo, é crime inafiançável, imprescritível e sujeito a pena de reclusão, na forma da lei. d) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade – Trata-se aqui do compartilhamento de avanços tecnológicos e de informações de forma mútua. e) concessão de asilo político – Trata-se de ato de soberania visando a proteção de indivíduos perseguidos por motivos políticos ou de opinião, a ponto de nossa Constituição Federal vedar expressamente a extradição de estrangeiro quando configurado no processo de extradição a prática, pelo extraditando, de crime político ou de opinião no País requerente. 2. Separação dos Poderes Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Trata-se, a separação dos Poderes, de cláusula pétrea da Constituição Federal (art. 60, § 4º), que consagrou a clássica divisão tripartite dos Poderes do Estado que foi inicialmente proposta por Aristóteles a aperfeiçoada por Montesquieu com o intuito de evitar a concentração dos Poderes nas mãos de uma única pessoa, preservando a liberdade individual, ou órgão; e de permitir que as funções do Estado sejam prestadas de forma mais especializada pelos seus órgãos (Poderes).

Ainda, no entendimento de Montesquieu, para cada função do Estado (administrar, julgar e legislar) haveria um órgão que a exerceria de maneira predominante (função típica). Ocorre que, na concepção de Montesquieu, tal divisão de funções estatais era estanque. Tal entendimento não mais se coaduna com as realidades sociais dos Estados modernos que foram ao longo dos anos flexibilizando a teoria da tripartição de forma que, atualmente, nenhum dos três Poderes exerce sua função típica com exclusividade. Dessa forma, é possível afirmar que cada um dos três Poderes exerce uma função predominante (função típica), e, esse mesmo órgão estatal exerce, também, funções que, em regra, pertencem aos outros Poderes e que foram chamadas de funções atípicas ou acessórias. Nesse contexto, ganha relevância a aplicação do princípio dos freios e contrapesos que estabelece um sistema constitucional de controles recíprocos entre os Poderes. Exs.: art. 52, I; art. 62, caput; art. 97, caput, todos da Constituição Federal, dentre outros. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 2.1. Funções Típicas e Atípicas A teoria da “Tripartição dos Poderes” de Montesquieu foi adotada de maneira mais flexível pela grande maioria dos Estados modernos. Sendo assim, como vimos, cada Poder exercerá funções típicas (predominantes) e funções atípicas (acessórias). Função Típica Função Atípica

Legislativo

- Legislar. - Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo.

- Natureza executiva – ao dispor sobre sua organização, cargos, concedendo férias a servidores etc. - Natureza jurisdicional – o Senado julga o Presidente da República nos

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crimes de responsabilidade .

Executivo

- Administrar (prática de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração).

- Natureza legislativa – o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com força de lei (art. 62). - Natureza jurisdicional – o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos.

Judiciário

- Julgar (função jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que lhe são levados, quando da aplicação da lei.

- Natureza legislativa – regimento interno de seus tribunais (art. 96, I, “a”). - Natureza executiva – administra, por exemplo, ao conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”).

Importante ressaltar que o poder do Estado é uno e indivisível, ele não se divide; porém, se manifesta por meio de órgãos que exercem funções típicas e atípicas, conforme podemos perceber por todo o exposto até o momento. A correspondência entre as funções e os órgãos do Estado decorre da separação dos Poderes, estando expressamente prevista na Constituição Federal quando dos artigos que iniciam cada um dos Poderes no Texto Magno (arts. 44, 76 e 92). 2.2. Indelegabilidade das Atribuições dos Poderes Por este princípio as atribuições conferidas pela Constituição Federal a certo Poder (órgão) não podem ser por ele delegadas a outro. Como consequência desse princípio um Poder (órgão) só poderá exercer atribuições conferidas a outro quando houver previsão expressa para tanto; hipótese em que estará configurado o exercício de funções atípicas; ou no caso de delegação expressa feita pelo legislador constituinte originário. Ex.: art. 68, caput, da CF/88. Vejamos: Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

Questões 01. (CESPE-2018 – PC-MA – Investigador de Polícia) Acerca dos princípios fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir. I O poder que emana do povo será exercido somente por meio de seus representantes eleitos. II O Brasil rege-se, nas relações internacionais, pelos princípios da intervenção e da negativa de asilo político. III São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais. IV A República Federativa do Brasil visa à formação de uma comunidade latino-americana de nações por meio da integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina. Estão certos apenas os itens a) I e III. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. 02. (CESPE-2018 – TCE-PB – Auditor de Contas Públicas) A afirmação de que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos, nos termos da CF, retrata o princípio fundamental da República Federativa do Brasil denominado princípio a) da cidadania. b) da livre iniciativa. c) representativo. d) do pluralismo político. e) do Estado democrático de direito. 03. (CESPE-2018 – TCM-BA – Auditor Estadual de Infraestrutura) O princípio fundamental da Constituição que consiste em fundamento da República Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que não alcança seus entes internos é a) o pluralismo político. b) a soberania. c) o conjunto dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. d) a prevalência dos direitos humanos. e) a dignidade da pessoa humana. 04. (CESPE-2016 – TRE-PI – Analista Judiciário) A respeito dos princípios fundamentais constantes da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta. a) O Estado brasileiro, atendidos os requisitos legais, é obrigado a conceder asilo político a estrangeiro, em decorrência de princípio orientador de suas relações internacionais constante na CF. b) Princípios relativos à prestação positiva do Estado não figuram entre os princípios fundamentais constantes da CF. c) A eletividade e a temporariedade são conceitos inerentes ao princípio republicano extraído da CF. d) Em decorrência do princípio federativo, há relação de hierarquia entre a União e os demais entes integrantes da Federação. e) Os objetivos da República Federativa do Brasil estão previstos expressamente em rol taxativo na CF. 05. (IADES-2019 – CREA-AC – Auxiliar Administrativo) De acordo com a Constituição Federal, assinale a alternativa que apresenta

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objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. a) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. b) Realizar obras de habitação para pessoas pobres. c) Impedir a reforma agrária dos latifundiários. d) Realizar o pagamento de juros bancários. e) Promover intercâmbio cultural. 06. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia) O Estado de Direito pode ser conceituado como uma pessoa jurídica política, juridicamente organizada e obediente às suas próprias leis. A respeito do conceito de Estado, elementos, poderes e organização, é correto afirmar que a) o Estado, segundo grande parte da doutrina, é composto de três elementos originários e indissociáveis, quais sejam: o povo, a legislação interna e o governo soberano. b) o Estado, para se organizar, divide-se em três elementos estruturais, ou organizacionais, que são chamados Poderes, ou Funções, por alguns doutrinadores, sendo eles: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Econômico. c) o Poder Legislativo exerce como função típica a aplicação coativa da lei ao caso específico, estabelecendo regras concretas, sem produzir regras primárias no mundo jurídico. d) a administração pública direta é exercida por meio das autarquias, fundações públicas, empresas estatais e sociedades de economia mista. e) a tripartição dos Poderes do Estado não gera absoluta divisão de poderes, mas sim distribuição de três funções estatais precípuas, uma vez que o poder estatal é uno e indivisível. 07. (IBADE-2018 – Prefeitura de João Pessoa-PB – Analista Previdenciário – Jurídico) Com relação à separação de poderes, assinale a alternativa correta. a) Apenas a Administração Pública direta do poder Executivo da União está sujeita aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade. b) Os poderes Legislativo e Executivo estão submetidos ao poder Judiciário. c) Pode ser abolida por meio de emenda constitucional. d) Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são poderes da União independentes e harmônicos entre si. e) A União não poderá intervir nos estados, mesmo que o livre exercício de qualquer dos poderes esteja comprometido em alguma unidade da federação. 08. (CESPE-2018 – PGE-PE – Procurador do Estado) No que se refere à evolução histórica do princípio da separação dos poderes, julgue os itens a seguir. I As primeiras bases teóricas para a tripartição dos poderes foram lançadas na obra Política, de Aristóteles, na qual se vislumbrava a existência de três funções estatais, exercidas, entretanto, por um único órgão de poder soberano: a edição de normas gerais, a sua aplicação ao caso concreto e o julgamento. II Na obra O espírito das leis, Montesquieu aprimorou o pensamento aristotélico, ao propor que as funções estatais se relacionassem com três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si, e não mais se concentrassem em um único órgão soberano. III A teoria da tripartição dos poderes está presente como dogma constitucional na Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.

IV John Locke destacou-se como opositor da teoria da tripartição dos poderes e defensor da soberania estatal e fundador do empirismo. Estão certos apenas os itens a) I e IV. b) II e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 09. (FCC-2018 – ALESE – Técnico Legislativo) A Constituição Federal de 1988 tem, como uma de suas características mais marcantes, a preocupação com a tutela dos direitos humanos, não sendo exagero afirmar que, dentre todas as constituições brasileiras, a vigente é a que mais se destacou nesse tópico. Nesse contexto, a Constituição elenca, como fundamentos da República Federativa do Brasil: a) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais; a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. b) a independência nacional; a prevalência dos direitos humanos; a autodeterminação dos povos; a não intervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz; a solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo político. c) a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. d) a obediência da Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. e) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. 10. (NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR - Auditor Fiscal de Tributos Municipais Segundo Eneida Desirée Salgado (2010), “a visão contemporânea da separação dos poderes, ou divisão de funções entre os órgãos de soberania do Estado, impõe o reconhecimento do exercício de parcela da função típica de um órgão por outro. Assim, por exemplo, o Poder Legislativo julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade, e o Poder Executivo edita medidas provisórias e elabora leis delegadas”. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) Segundo o texto expresso da Constituição da República, o processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos, resoluções, portarias e atos normativos do Poder Executivo. b) Por força de diferentes emendas constitucionais editadas na década de 1990, as agências reguladoras de serviços públicos passaram e ser entidades dotadas

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de poder legislativo atípico, vinculado aos ditames de lei complementar. c) Ao Poder Legislativo federal é conferida competência para dispor, mediante decreto legislativo, sobre a organização e funcionamento da Administração Pública, quando não implicar aumento de despesa. d) Compete privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para a fiel execução de leis, bem como comutar penas e conceder indulto, além de outras atribuições específicas estabelecidas na Constituição da República. e) A redação atual da Constituição da República confere ao Poder Judiciário competência legislativa atípica para editar Súmulas Vinculantes, que, assim como as medidas provisórias, têm força de lei, ainda que não sejam consideradas leis em sentido formal. Gabarito 01.c 02.c 03.b 04.c 05.a 06.e 07.d 08.d 09.e 10.d. MÓDULO V – Direitos e Garantias Fundamentais

O nosso estudo é dividido da seguinte forma: direitos individuais e coletivos (art.5º, CF/88), direitos sociais (arts. 6º ao 11, CF/88), direitos de nacionalidade (art. 12, CF/88), direitos políticos (arts. 14 a 16, CF/88) e partidos políticos (art. 17, CF/88). 1. Introdução Iniciaremos abordando os direitos e deveres individuais e coletivos, com a ressalva de que o STF já se manifestou no sentido de que eles podem ser encontrados ao longo do texto constitucional de maneira expressa ou como consequência dos princípios adotados pela Constituição Federal e, também, como consequência dos tratados e convenções internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja parte. 1.1. Evolução dos Direitos Fundamentais (Gerações ou Dimensões de Direitos) Costuma-se classificar os direitos fundamentais em gerações ou dimensões. 1.1.1. Direitos Fundamentais de 1ª Dimensão Os direitos humanos da 1ª dimensão marcam a passagem do Estado autoritário para o Estado de Direito alçando as liberdades individuais, nas primeiras constituições escritas, a um grau de notoriedade nunca antes visto Tais direitos referem-se às liberdades públicas e aos direitos políticos (direitos civis e políticos). Esses direitos têm por titular o indivíduo, são atributos que lhe foram conferidos pelo Texto Magno e que impõem ao Estado limites de atuação. São marcantes desses direitos humanos de 1ª dimensão (séculos XVII, XVIII e XIX): a) Magna Carta de 1215; b) Paz de Wesfália (1648); c) Habeas Corpus Act (1679); d) Bill of Rights (1688); e) Declarações, como a americana (1776) e a francesa (1789).

1.1.2. Direitos Fundamentais de 2ª Dimensão O fato histórico marcante desses direitos é a Revolução Industrial europeia, (Século XIX), que resulta de uma mudança no modo de ser da população da época que se vê partindo em massa dos campos para as cidades em busca dos novos postos de trabalho ofertados pelo desenvolvimento de tecnologias como o tear, a máquina a vapor, dentre outras. Contudo, em razão das péssimas condições de vida associada a ausência de regras trabalhistas eclodem movimentos como o cartista, na Inglaterra, e a Comuna de Paris (1848), na busca de reivindicações trabalhistas e normas de assistência social. O início do século XX é acompanhado pela Primeira Guerra Mundial e pela fixação dos direitos sociais. Essa relevância dos direitos sociais, culturais e econômicos, bem como os direitos coletivos, ou de coletividade, correspondendo aos direitos de igualdade permeiam de forma significativa alguns documentos desse período, destacando-se: a) Constituição do México (1917); b) Constituição de Weimar (1919, na Alemanha; c) Tratado de Versalhes, 1919 (OIT); d) Constituição brasileira de 1934, lembrando que nos textos anteriores de nossas Constituições também havia, de forma singela, alguma previsão. Paulo Bonavides assevera que as Constituições mais recentes, inclusive a brasileira, parecem estar perto de superar uma crise de ineficácia desses direitos, na medida em que formularam preceitos de aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. 1.1.3. Direitos Fundamentais de 3ª Dimensão Com a industrialização fixada no mundo, novas relações humanas se estabelecem com a mesma velocidade das inovações tecnológicas que difundem conhecimento, informação, e reduzem as distâncias num mundo cada vez mais globalizado. Dessa forma, essa alterações na sociedade (sociedade de massa, desenvolvimento tecnológico e científico contínuo), impactam as relações econômico-sociais, fazendo surgir novos problemas e preocupações mundiais dos quais são expoentes o preservacionismo ambiental e a proteção dos consumidores. Como afirma o Prof. Pedro Lenza “O ser humano é inserido em uma coletividade e passa a ter direitos de solidariedade e fraternidade”. Os direitos de 3ª geração são direitos transindividuais, (transcendem os indivíduos); pois são dotados de altíssimo grau de humanismo e universalidade. 1.1.4. Direitos Fundamentais de 4ª Dimensão Conforme afirma Norberto Bobbio, essa dimensão de direitos é fruto dos avanços no campo da engenharia genética, estando diretamente ligadas à manipulação do patrimônio genético. Por outro lado, Paulo Bonavides afirma que “a globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos de quarta dimensão, que, aliás, correspondem à derradeira fase de institucionalização do Estado social”. Assim, para o autor os direitos de 4ª dimensão decorrem da globalização dos direitos fundamentais, constituindo exemplos: a) democracia direta; b) informação; c)

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pluralismo. Essa mesma posição é seguida pelo Prof. Ingo Sarlet.

1.1.5. Direitos Fundamentais de 5ª Dimensão O direito à paz foi classificado por Paulo Bonavides, como sendo de 5ª geração ou dimensão, devendo, segundo o autor, ser tratado em dimensão autônoma, chegando a afirmar que a paz constitui um direito supremo da humanidade. 2. Diferenciação entre Direitos e Garantias Fundamentais e Garantias Fundamentais e Remédios Constitucionais Estabelecida de maneira sucinta a evolução dos direitos fundamentais, faz-se mister, agora, estabelecermos a diferenciação entre direitos e garantias. Os direitos são bens e vantagens que nos são conferidos por meio de lei (sentido amplo), já as garantias são os instrumentos, as ferramentas, colocadas a nossa disposição para que possamos fazer valer nossos direitos, restabelecendo-os, quando estes estiverem ameaçados de violação ou tenham sido violados. Já a diferença entre garantias fundamentais e remédios constitucionais reside no fato de que esses últimos são espécie de garantia, haja vista que a partir do momento em que certo direito é previsto nem sempre a sua garantia estará contida nos remédios constitucionais, pois há a possibilidade de que ela esteja contida na própria norma que prevê o direito. Ex.: Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção (garantia); - Trata-se do postulado do juiz natural (direito).

3. Características dos Direitos e Garantias Fundamentais Utilizaremos as características elencadas pelo Prof. Pedro Lenza, quais sejam: a) Historicidade – Representam um determinado contexto histórico na evolução da humanidade, sendo diretamente por ele influenciado. b) Universalidade – Destinam-se a todos os seres humanos. c) Limitabilidade – Por não serem os direitos fundamentais absolutos, na medida em que podem ocorrer conflitos envolvendo-os cuja solução estará contida na Constituição ou em decisão proferida pelos órgãos do Judiciário levando-se em consideração a máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos, associada com a sua mínima restrição. d) Concorrência – Os direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente. e) Irrenunciabilidade – São irrenunciáveis (não podemos abrir mão deles), o que pode ocorrer é o não exercício. 4. Abrangência dos Direitos e Garantias Fundamentais O art. 5º, caput estabelece “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade” nos termos dos seus 78 incisos e 4 parágrafos. Trata-se de um rol, meramente exemplificativo, conforme se pode concluir da redação do § 2º do art. 5º, da CF/88: Art. 5º, § 2º os direitos e garantias fundamentais expressos nesta constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte; A abrangência dos direitos e garantias fundamentais foi significativamente ampliada com a entrada em vigor da EC n. 45/2004 que estabeleceu no § 3º do art. 5º da CF/88, o seguinte: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) O caput do art. 5º prevê de forma expressa que os direitos e garantias ali previstos aplicam-se tão somente a brasileiros e a estrangeiros residentes no País. Porém, é pacífico que o STF, mediante interpretação sistemática, estende tais direitos e garantias também aos estrangeiros não residentes (ex.: turistas), aos apátridas e às pessoas jurídicas. Somente não sendo possível tal extensão quando a própria Constituição Federal impuser restrições, como é o caso, por exemplo, da legitimidade para a propositura de ação popular que requer a qualidade de cidadão. 5. A Aplicabilidade das Normas Definidoras dos Direitos e Garantias Fundamentais Nos termos do art. 5º, § 1º, CF/88: § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Na lição de José Afonso da Silva, “A regra é que as normas definidoras dos direitos e garantias individuais (direitos de 1ª dimensão) sejam de aplicabilidade imediata. Mas aquelas definidoras dos direitos sociais, culturais e econômicos (direitos de 2ª dimensão) nem sempre o são, porque por vezes dependem de providências posteriores que lhes completem a eficácia e possibilitem sua aplicação”. Dessa forma, algumas normas que definem os direitos sociais são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta. Ex.: Art. 37, VII, da CF/88. Vejamos: Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Diante do exposto, o Prof. José Afonso da Silva explica que a previsão constitucional de que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata deve ser entendida da seguinte maneira: “em primeiro lugar, significa que elas são aplicáveis até onde possam.... Em segundo lugar, significa que o Poder Judiciário, sendo invocado a

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propósito de uma situação concreta nelas garantida, não pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o direito reclamado, segundo as instituições existentes”. Assim, face a omissão de medida para tornar efetiva certa norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, para combater a chamada “síndrome de inefetividade” das normas constitucionais de eficácia limitada, a Lei Maior trouxe duas novidades, a saber, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão –ADO (regulamentada pela Lei n. 12.063/2009) e o mandado de injunção – MI (art. 5º, LXXI, regulamentado pela Lei n. 13.300/2016). Súmula Vinculante 33/2014 - Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica. 6. Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais Esse tema surge como importante contraponto à ideia de eficácia vertical dos direitos fundamentais, pois não se discute a aplicação desses direitos às relações entre o particular e o Poder Público. Ex.; num processo licitatório a administração pública deve respeitar os princípios do julgamento objetivo das propostas, da igualdade de tratamento aos licitantes, dentre outros. Por outro lado, nas relações privadas deve o princípio da isonomia ser obedecido? O Prof. Pedro Lenza oferece o seguinte exemplo: “Será que, em uma entrevista de emprego (na iniciativa privada), o dono do negócio deverá contratar o melhor candidato”? Frente a tais questionamentos, surgem duas teorias sobre a aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas: a) Eficácia Indireta ou Mediata – Os direitos fundamentais são aplicados de maneira reflexa, sendo que o legislador deve se abster de editar lei que viole os direitos fundamentais, e, ainda, deve implementar os direitos fundamentais, sopesando quais devam ser aplicados às relações privadas; b) Eficácia Direta ou Imediata – Alguns direitos fundamentais podem ser aplicados às relações privadas sem a necessidade de “intermediação legislativa” para a sua concretização. 7. Eficácia “Irradiante” dos Direitos Fundamentais A eficácia radiante dos direitos fundamentais significa que tais direitos produzem efeitos nos três Poderes, seja para o Legislativo ao elaborar a lei, seja para a Administração Pública ao “governar”, seja para o Judiciário ao resolver eventuais conflitos. Isto ocorre tendo por fundamento a dignidade humana, a igualdade substantiva (material), e a justiça social. Exemplos de precedentes nos quais o Judiciário entendeu razoável a aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas: a) RE 161.243-6 (2ª Turma, j. 29.10.1996) – Discriminação de empregado brasileiro em relação ao francês na empresa “Air France”, mesmo realizando

atividades idênticas. Determinação de observância do princípio da isonomia. b) RE 201.819 (2ª Turma, j. 11.10.2005) – Exclusão de membro de sociedade sem a possibilidade de sua defesa. STF entendeu que ocorreu violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Esse último caso parece ser o início de forte tendência que surge no âmbito do STF para a aplicação da teoria da eficácia direta dos direitos fundamentais às relações privadas (eficácia horizontal), especialmente diante de atividades privadas que tenham certo “caráter público”, por exemplo, em escolas (matrículas), relações de trabalho etc. O Artigo 5º da CF/88 é um dos mais importantes da Constituição e trouxe grandes avanços em relação à carta magna anterior, tendo em vista a importante preservação dos direitos e garantias fundamentais. Ressalta-se também que os direitos não possuem caráter absoluto, visto que encontram limites na própria constituição, em respeito ao princípio da razoabilidade. Os direitos fundamentais são irrenunciáveis, ocorre que em alguns casos, o STF já admitiu a renuncia. O caput do art. 5º é dividido em 78 incisos e quatro parágrafos e enumera cinco direitos que são tidos como básicos, tais como a vida, liberdade, a igualdade, a propriedade e a segurança, sendo aplicado aos brasileiros e estrangeiros. O direito à vida se caracteriza no direito de não ser morto e no direito de ter uma vida digna, tanto no aspecto espiritual quanto material, onde o Estado tem o dever de proteger e punir todos aqueles que atentarem contra ela. O direito à liberdade refere-se à primeira geração e dever ser entendido não apenas como a liberdade de locomoção, mas também como a de crença, de pensamento e etc. O direito à segurança resguarda a segurança jurídica, estabelecendo que lesões a direitos não ocorram e se ocorrerem deverá haver reparação do dano causado através do judiciário, pois este é o único que decide em caráter de definitividade. O direito à propriedade garante a inviolabilidade da propriedade, mas define que está deverá cumprir a sua função social, caso não cumpra, o Estado intervirá na mesma desapropriando-a e indenizando o proprietário. O direito à igualdade assegura a paridade de tratamento entre os membros da sociedade, contudo, essa igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. art. 5º I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; O inciso I refere-se ao princípio da Isonomia, ou seja, não veda que se estabeleçam diferenciações entre as pessoas por suas características particulares, o que se veda é que essa diferenciação seja arbitrária, desprovida de razoabilidade.

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Já o II, significa que, para os cidadãos em geral, é permitido tudo aquilo que não for proibido, consagra o princípio da legalidade e reseva legal. III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Entende-se por tortura a prática de medidas de cunho físico, moral ou psicológico ofensivas à integridade humana. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; A liberdade de expressão é amplamente considerada, tendo em vista a sua exteriorização, sendo vedado o anonimato, possibilitando a identificação do responsável pelas opiniões emitidas. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; Esse direito possibilita a defesa do ofendido contra qualquer imputação que lhe tenha sido feita de modo ofensivo ou prejudicial, não isentando, porém, o responsável pelas consequências de seu ato, ou seja, além do direito de resposta, o ofendido possui também o direito de pleitear indenização pecuniária, vindo o ofensor a responder judicialmente pelos seus excessos. O dano moral, previsto nos incisos V e X foi consagrado na Constituição Federal de 1988, representa ofensa a valores éticos da pessoa. É indenizável. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; A liberdade de consciência corresponde ao direito de fazer e de pensar, sem restrição, o certo e o errado, desde que não vedado por lei, ao passo que crença tem sentido de fé religiosa ligada ou não a uma denominação organizada. Entretanto, é necessária, por parte dos cidadãos, a observância da ordem e dos bons costumes, que servem para balizar amplamente o respeito aos direitos humanos fundamentais. Prevê a Constituição, também, a proteção aos locais de culto e suas liturgias, enquanto espaços para a exteriorização da crença. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Trata-se de faculdade que a Constituição reconhece aos particulares para que prestem tais assistências religiosas, uma vez que o Estado não pode se imiscuir em questões religiosas por ser laico, isto é, por viger entre nós o Princípio da Separação entre o Estado. VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a

todos imposta e recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei; Trata-se do princípio da escusa de consciência, instituto que possibilita o não cumprimento de uma obrigação sob a alegação de uma crença religiosa ou de uma convicção filosófica ou política, sem com isso perder direitos, desde que se cumpra, no lugar daquela obrigação rejeitada, uma prestação alternativa. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; A liberdade de expressão é garantida para as atividades intelectual, artística, científica e de comunicação. A liberdade de expressão realizada por meio da comunicação não é absoluta, uma vez que sofre algumas limitações, impostas pela própria Constituição. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; A indenização poderá ser moral e material e se aplica na violação a pessoa física e jurídica. Além disso, o Estado também responde por atos ofensivos praticados por seus funcionários, no exercício de suas funções, assegurado ao mesmo o direito de regresso. XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; A palavra casa deve ser entendida como o lugar de domicílio ou residência com caráter permanente, nele não podendo penetrar ninguém que não haja sido convidado pelo morador, a não ser nos casos em que a Constituição excepciona. XII- é inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de invetigação criminal ou instrução processual penal; Se refere a todas as comunicações. A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro é lícita, quando há investida criminosa deste último. Não se pode falar em violação do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista, haja vista que nenhum direito é absoluto. XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; O exercício de qualquer atividade profissional é garantida, desde que não criminosa. Deve-se atentar,

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apenas, à limitação do atendimento das qualificações exigidas por lei para cada profissão. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; O direito de petição pode ser exercido por qualquer pessoa, tanto física quanto jurídica, e pode visar a defesa de direitos tanto particulares quanto públicos, abrangendo ainda o direito de representação, que é o meio hábil para se fazer as denúncias dos abusos de autoridades. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; A locomoção engloba quatro situações abrangendo brasileiros e estrangeiros: de acesso e ingresso no território nacional; de saída do território nacional; de permanência no território nacional; de deslocamento dentro do território nacional”. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; A reunião caracteriza-se pela pluralidade de participantes, tendo um propósito determinado, sendo que ao término, desaparece o laço existente entre os participantes. Já a associação é caracterizada por ser uma reunião estável e permanente de pessoas que visam a um fim comum. A liberdade de reunião é ampla, podendo ser realizada em locais públicos, sem necessitar de autorização do Poder Público, que deve apenas ser previamente avisado. XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI- as entidades associativas quando expressamente autorizadas têm legitimidade para representar seus filiados, judicial e extrajudicialmente; Quanto às associações, sua criação independe de autorização governamental, sendo proibidas apenas as de caráter paramilitar, que seriam aquelas que adotam rigidez hierárquica com semelhança militar. Cabe lembrar, ainda, que não é permitida a interferência do Estado no funcionamento dessas associações.

A dissolução e a suspensão das atividades de associações, de maneira compulsória, dependem de ordem judicial. XXII- é garantido o direito de propriedade; XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; Toda pessoa, física ou jurídica, tem direito à propriedade, podendo o ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de aquisição, perda, uso e limites. O direito de propriedade garante que dela ninguém poderá ser privado arbitrariamente, pois somente a necessidade ou utilidade pública ou o interesse social permitirão a desapropriação. XXIV- a lei estabelecerá o procedimento de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; A desapropriação é um procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si uma propriedade de terceiro, por razão de utilidade pública, necessidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de justa e prévia indenização (exceto no caso do art. 243 da CF). XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar a propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Este inciso refere-se a requisição administrativa e consagra o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, que constitui uma restrição ao direito de propriedade; a propriedade não é retirada de seu titular e transferida ao Estado, há apenas a utilização do bem pelo Poder Público, por ato autoexecutório. A requisição administrativa pode ser civil ou militar. XXVI- A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; Trata-se da impenhorabilidade da pequena propriedade rural, direito este também expresso em outros dispositivos legais. XXVII- aos autores pertence o direito exclusivo de sua utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissíveis aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; Este inciso assegura a propriedade intelectual. Esses direitos patrimoniais relativos a obras são transmissíveis enquanto que os morais não são. XXVIII- São assegurados nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução de imagem e voz humana, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que

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participarem aos criadores, aos intérpretes e as respectivas representações sindicais e associativas. Ratifica a proteção dos direitos do autor, ainda que este participe apenas parcialmente da obra como autor ou interprete. XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Trata-se de uma proteção aos inventores industriais, para que usem com exclusividade sua obra, desde que estas sejam registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Na verdade ocorre uma proteção da marca. XXX- é garantido o direito de herança. O Estado não pode se apropriar dos bens do de cujus quando se tem herdeiros, admite-se a hipótese no caso de herança jacente. XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros , sempre que não lhe seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. Assegura o juízo sobre a lei mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros, visando a beneficiá-los. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Trata-se das regras de relação de consumo assegurada pela lei 8078/90 CDC. XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Direito à informação. Para assegurar o exercício de tal direito quando a informação for de interesse particular e for negada deve-se lançar mão do remédio constitucional conhecido como habeas data. Já quando a informação for de interesse coletivo ou geral, havendo negativa do detentor da informação deve-se utilizar o remédio constitucional chamado mandado de segurança. XXXIV- São a todos assegurados independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

O direito de petição para sua impetração não há a necessidade de assistência de advogado, afinal possui natureza administrativa. O direito de petição não se confunde com o direito de ação e muito menos o substitui, pois enquanto a petição se dá na via administrativa a ação se dá em via judicial, sendo nesse caso necessária a assistência de advogado. A certidão é individual sendo obrigatória sua expedição, a não expedição cabe mandado de segurança. XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito; Princípio da inafastabilidade de jurisdição, ou seja, é o direito de ação o livre acesso ao judiciário. XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. O direito adquirido é aquele que se perfecionou sob a égide de uma dada lei, e que não foi exercido antes da vigência de nova lei advinda para regular a mesma matéria em sentido diverso, o qual, em última análise, mesmo advindo essa nova lei, poderá ser exercido. O ato jurídico perfeito é aquele consumado de acordo com a lei vigente na época. A coisa julgada significa a impossibilidade de alteração de decisão judicial, em razão de, findos todos os prazos para tal, não mais caber qualquer espécie de recurso contra a mesma. XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; Ë vedada à constituição de tribunais de exceção, que são aqueles criados para julgar determinados crimes ou pessoas, em casos concretos. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; O Tribunal do Júri parte do princípio do julgamento do criminoso por seus pares, ou seja, pessoas sem formação técnico-jurídica, pessoas da sociedade. Os veredictos são dados por sete jurados, devendo a decisão ser, pelo menos, por maioria simples. O Júri é um juízo colegiado que tem competência para julgar apenas os crimes dolosos contra a vida, sejam consumados ou meramente tentados: homicídio, induzimento, instigação e auxílio ao suicídio, infanticídio e aborto. Os jurados possuem a garantia do segredo das votações, sendo conhecido apenas o resultado final. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Princípio da Legalidade e Anterioridade, isso significa que, para que um fato seja considerado crime, faz-se necessária uma lei que o considere como tal e essa lei que prevê o crime há que ser anterior ao fato.

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XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Princípio da Retroatividade da Lei Penal XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória aos direitos e liberdades fundamentais; XLII- a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão nos termos da lei; XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hediondos, por este respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático de Direito; Estes incisos tratam de crimes discriminatórios e reprovados pela sociedade. O Racismo pode ser entendido como um sistema político ideológico baseado na superioridade de uma raça sobre outra, como, também pelo ato de colocar, ou tentar colocar, uma pessoa em situação de inferioridade, subjugada, por causa de sua cor de pele ou etnia. O Preconceito é uma postura ou ideia negativa pré-concebida, uma atitude de alienação a tudo aquilo que foge dos padrões de uma sociedade, como por exemplo, preconceito racial, de condição social e orientação sexual. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência, uma vez que é baseado unicamente nas aparências, na empatia ou ideias infundadas. A Discriminação é a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em alguns critérios positivos ou negativos. A CF define o crime de racismo como inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão (nunca de detenção). A Lei 7.716/89 define o crime de racismo e a Lei nº 9.459/97 ampliou o rol de crimes previsto na anterior, bem como aumentou a pena para estes delitos. Passou a punir também a divulgação do nazismo. Cabe diferenciar ainda a injúria racial (injúria qualificada) e o crime de racismo. A injúria é a ofensa verbal ou escrita referentes à raça, cor, etnia, religião que ofende a dignidade ou decoro do indivíduo, enquanto o crime de racismo caracteriza-se pela ofensa a um determinado grupo ou privação de acesso em razão da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional e não pela mera ofensa verbal ou escrita. Os incisos acima tratam também dos crimes hediondos e equiparados a hediondos. Os crimes hediondos estão previstos na Lei nº 8.072/90. São eles: 1- homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); 2- latrocínio (art. 157, § 3o);

3- extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); 4- extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); 5- estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); 6- estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 7- atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); 8- estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 9- epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o); 10- falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B); 11- favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º); 12- Genocídio (Lei 2889/1956). XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento dos bens ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio transferido. Trata-se do princípio da Pessoalidade da Pena XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. Princípio da Individualização da Pena, melhor aplicabilidade da pena levando em conta as características individuais do sujeito. XLVII- não haverá penas: a) de morte, salvo nos casos de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; Princípio da humanidade da pena XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; O estabelecimento será determinado de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, já que deve os apenados ser separados conforme o grau de periculosidade, a idade e o sexo. XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Quanto às presidiárias, lhes é assegurado condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; A extradição consiste no ato pelo qual um Estado entrega à Justiça de outro Estado um indivíduo que esteja em seu território nacional, desde que requerida por esse outro Estado, para que lá responda a processo ou cumpra pena por delito cometido, sendo o Estado requerente o competente para julgá-lo e puni-lo. Não podemos confunfir a extradição com a deportação nem com a expulsão, pois tratam-se de institutos diveros. Vejamos: a) A deportação é a devolução de estrangeiro ao exterior por meio de medida compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou permanece irregularmente no Brasil. Ela não exige requerimento de outro país, podendo ser feita para o país de origem do deportado ou para outro Estado qualquer, que aceite receber o deportado. b) A expulsão é medida coercitiva tomada pelo Estado, para retirar forçadamente de seu território um estrangeiro que praticou atentado à ordem jurídica do país em que se encontra. É medida de caráter político administrativo, não dependendo de qualquer requerimento de país estrangeiro, sendo medida discricionária do Presidente da República. LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Veda os tribunais de exceção, trata-se do princípio do juiz natural e do promotor natural. LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Fala do princípio do devido processo legal que é a garantia material de proteção ao direito de liberdade do indivíduo sem que o Estado possa agir arbitrariamente. LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Ampla defesa entende-se o direito de trazer ao processo todos os elementos de prova, licitamente obtidos. Garante, ainda, o direito de ficar calado e de não constituir prova contra si próprio, evitando-se a autoincriminação (princípio da não auto incriminação). Contraditório é o direito de defesa de contraditar tudo que foi levantado pela outra parte do processo. LVI- são inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos; As provas são ilegais, ilícitas e ilegítimas, a prova ilegal é gênero, o qual inclui provas ilícitas e ilegítimas; Prova ilícita é obtido com infrigência ao direito material; Prova ilegítima é obtida com infrigência ao direito processual.

Temos de acordo com o STF: a) é lícita a prova obtida por meio de gravação de conversa própria, feita por um dos interlocutores, se quem está gravando a conversa a vítima de proposta criminosa de outro. No caso de gravação de conversa própria não cabe cogitar sobre a incidência do sigilo das comunicações telefônicas. b) é lícita a realização de conversa realizada por terceiro, com autorização de um dos interlocutores, sem o consentimento do outro, desde que a gravação seja utilizada em legítima defesa. Aqui, como na situação anterior, houve fundamento na ponderação dos valores constitucionais em conflito. LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória; Princípio da Presunção de Inocência cabe ao Estado comprovar sua culpabilidade. LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; A pessoa que já possui um documento de identidade civil válido, sem qualquer suspeita fundada de falsidade, não poderá ser identificada criminalmente, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei 12.037/09. A finalidade dessa garantia constitucional é evitar o constrangimento no interior de Delegacias de Polícia das pessoas já identificadas civilmente. LIX- será admitida ação penal privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; O MP é o responsável por exercer a acusação, assim cabe em rega ao MP propor a ação penal, há casos porém que o particular poderá exercer diretamente a acusação, são os casos da ação penal privada. LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Princípio da Publicidade dos Atos Processuais LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar e crimes propriamente militar; Qualquer prisão de civis efetuada sem que seja em flagrante delito ou sem que tenha uma ordem judicial, é ilegal, devendo, pois, ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. O art. 302 do CPP caracteriza o flagrante delito nas seguintes situações: 1- quando o agente está cometendo a infração penal; 2- quando o agente acaba de cometer a infração; 3- quando o agente é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração. LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz

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competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais os de permanecer calado, sendo lhe assegurada à assistência da família e do advogado; LXIV- o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; A prisão deve ser comunicada ao juiz. Arrola os direitos do preso e princípio da não auto incriminação. LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; É importante destacar que o STF já se manifestou acerca da impossibilidade de prisão do depositário infiel, súmula 25 do STF. A única prisão civil cabível refere-se à obrigação alimentícia. LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; O HC é remédio constitucional contra ilegalidade ou abuso de poder que afete o direito de locomoção do indivíduo. O HC pode ser repressivo (ir e vir violado) e preventivo (ir e vir na iminência de violação). LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; O mandado de segurança é o remédio constitucional cabível contra violação de direito líquido e certo de ato da autoridade governamental ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja no exercício de atribuição do Poder Público. No mandado de segurança coletivo pertence a uma categoria, agindo o impetrante como substituto processual, não se exigindo autorização expressa dos titulares do direito, diferente do que ocorre na representação processual.

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Trata-se de um remédio constitucional pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos direitos, liberdades e garantias constitucionais prescritas no transcrito inciso. Busca dar efetiva aplicabilidade aos direito fundamentais, mesmo que diante de falta de norma regulamentadora. LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; É remédio constitucional que se destina a garantir em favor da pessoa interessada o direito de acesso aos registros relativos à pessoa do impetrante, retificação desses registros ou complementação desses registros. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; A ação popular é ação destinada ao interesse coletivo, visando anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso; As pessoas que podem pagar os honorários advocatícios e as custas judiciais, sem prejuízo para seu sustento e de sua família, tem o direito público subjetivo de assistência jurídica integral e gratuita. LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; Trata do tema de responsabilidade civil do Estado, onde a regra é só haver responsabilidade civil onde estiver atuando. LXXVI- são gratuítos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b)a certidão de óbito. A pobreza não é fundamento para não ter reconhecido os direitos. LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários à cidadania;

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LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Princípio da Celeridade Processual §1- as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata; §2- os direitos e garantias fundamentais expressos nesta constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte; §3- os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Os tratados terão força de norma constitucional, desde que respeitado o rito das emendas constitucionais §4- o Brasil se submete à jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Questões 01. (VUNESP-2018 – PC-SP – Investigador de Polícia) Considerando a evolução histórica dos direitos humanos, assinale a alternativa que indica corretamente as três gerações de direitos, na ordem histórica em que elas são classificadas pela doutrina. a) Direitos da coletividade; direitos de solidariedade ou de fraternidade; e direitos e garantias individuais. b) Direitos de liberdade positiva; direitos de liberdade negativa; e direitos de solidariedade ou de fraternidade. c) Direitos civis e sociais; direitos de liberdades e garantias individuais; e direitos coletivos e transindividuais. d) Direitos de liberdade negativa, civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de fraternidade ou de solidariedade. e) Direitos trabalhistas; direitos sociais; e direitos da democracia. 02. (CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) Considerando-se o surgimento e a evolução dos direitos fundamentais em gerações, é correto afirmar que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado, pela doutrina, direito de a) primeira geração. b) segunda geração. c) terceira geração. d) quarta geração. 03. (CESPE - 2018 - DPE-PE - Defensor Público) Os direitos humanos são concebidos como indivisíveis e universais: basta ser pessoa para ser titular de direitos e dotado de dignidade. Por sua vez, o conceito de cidadania representa ponto fulcral na realização da democracia e na titularidade dos direitos humanos. Na evolução dos direitos humanos, observa-se o desenvolvimento de, pelo menos, três dimensões da cidadania, assim como três gerações de direitos humanos, todos interconectados. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. a) No Brasil, a garantia das três primeiras gerações de direitos humanos deu-se na seguinte ordem sequencial

e sucessiva: direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. b) Os direitos civis referem-se à possibilidade de participação do indivíduo no processo eleitoral de sua sociedade. c) A participação do cidadão no governo é característica dos direitos políticos e o seu exercício consiste na capacidade de fazer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e de ser votado. d) Os direitos sociais garantem a liberdade e independem da participação do Estado para sua consecução. e) Incorporado ao direito ao desenvolvimento e aos bens comuns da humanidade, o direito ao ambiente sadio integra a segunda geração de direitos humanos. 04. (COBS/2019) O Prof. Pedro Lenza salienta que “Os direitos fundamentais não são absolutos, havendo, muitas vezes, no caso concreto, conflito de interesses. A solução em caso de conflito ou é dada pela Constituição (ex.:direito de propriedade versus desapropriação), ou caberá ao intérprete ou magistrado decidir qual deverá prevalecer...”. Dessa forma, é correto afirmar. a) Deve ser levada em consideração a regra da máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos, conjugando-a com a sua mínima restrição. b) Deve sempre ser levada em consideração a regra da máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos, independentemente de haver quaisquer restrições. c) Deve ser priorizada a mínima restrição dos direitos fundamentais envolvidos, ainda que se reduza ao máximo a observância de tais direitos. d) A solução dada pelo magistrado, não necessita observar tais princípios, haja vista que, com base no livre convencimento o magistrado possui certa liberdade para decidir. e) É inapropriado falar em conflito de direitos fundamentais, uma vez que o rol, além de não ser taxativo, se harmoniza no todo, havendo, na verdade co05 05. (COBS/2019) Tendo por referência o tema da aplicabilidade das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais, analise os itens subsecutivos, assinalando o que apresenta erro. a) A regra é que as normas definidoras dos direitos e garantias individuais de 1ª dimensão sejam de aplicabilidade imediata. b) Em regra os direitos sociais, culturais e econômicos, direitos de 2ª dimensão, são de aplicação imediata. c) Os direitos sociais, em regra, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta. d) Constituem remédios para combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada, conforme o STF, o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão. e) Nem sempre os direitos e garantias individuais terão aplicação imediata. 06. (FDRH - 2013 - PC-RS - Escrivão e Inspetor de Polícia - 2° Parte) Depreende-se do preceito constitucional consagrador da inviolabilidade de domicílio, firmado no artigo 5°, XI da Constituição Federal, que a) a busca domiciliar deverá ser autorizada somente pelo Poder Judiciário em virtude da cláusula de reserva jurisdicional.

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b) a proteção constitucional à inviolabilidade de domicílio abrange todo local, delimitado e separado, que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, à exceção da atividade profissional, pois neste caso não se preservam a intimidade e a vida privada do indivíduo. c) a busca domiciliar poderá ser determinada pela autoridade policial sempre que esta acompanhar a diligência. d) a busca domiciliar poderá ser executada a qualquer horário do dia ou da noite, desde que haja autorização judicial. e) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, nem em caso de flagrante delito. 07. (VUNESP - 2018 - Câmara de Olímpia - SP - Procurador Jurídico) Conforme a Constituição Federal, no que diz respeito aos direitos individuais e coletivos, é correto afirmar a respeito das associações que a) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, dependendo a sua criação apenas de autorização do poder público. b) as associações só poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigido, nesse caso, o trânsito em julgado. c) as entidades associativas, independentemente de autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. d) a criação de cooperativas, na forma da lei, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. e) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, exceto se for estabelecida a contribuição obrigatória a ser descontada do trabalhador. 08. (VUNESP - 2019 - Câmara de Tatuí - SP - Procurador Legislativo) Entre os direitos e deveres individuais e coletivos, listados no art. 5° da Constituição Federal, está previsto que a) aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo período de 10 (dez) anos. b) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade, interesse ou utilidade pública, mediante indenização em dinheiro ou títulos da dívida pública, ressalvados os casos previstos na Constituição. c) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição. d) a pequena e média propriedade rural, definidas em lei e trabalhadas pela família ou por meeiros, não serão objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e seu desenvolvimento será financiado pelo poder público. e) a pequena propriedade rural, definida em lei e trabalhada pela família, poderá ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, se o seu desenvolvimento for financiado pelo poder público. 09. (CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção) Com relação à garantia constitucional de tratamento igualitário

sem distinção de qualquer natureza, a CF estabelece que a) homens e mulheres sejam iguais em direitos, ressalvadas hipóteses de vulnerabilidade da mulher quanto às obrigações. b) votos de analfabetos são facultativos e, em razão da condição particular desse grupo, não têm o mesmo caráter de sigilo dos votos dos demais cidadãos. c) a igualdade perante a lei seja garantida aos estrangeiros residentes no Brasil, desde que naturalizados, e aos brasileiros. d) haja igualdade de direitos entre trabalhador com vínculo empregatício permanente e trabalhador avulso. e) sejam assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos todos os direitos previstos para os trabalhadores urbanos e rurais. 10. (NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR – Procurador) A Constituição da República de 1988 ficou conhecida como a “Constituição cidadã”, sendo amplamente elogiada no mundo todo pela sua forte proteção aos direitos fundamentais. Esse alto nível da dogmática jurídica brasileira observável no processo constituinte é uma decorrência da superação da mentalidade vivenciada durante a ditadura militar oriunda do Golpe de 1964, notadamente em relação à posição social da mulher. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) A Constituição expressamente estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, o que torna inconstitucionais demandas feministas de adoção de políticas de ação afirmativa em favor das mulheres. b) Ao propor que homens e mulheres são iguais, a Constituição não menciona quaisquer outros gêneros, razão pela qual esse dispositivo implica a inconstitucionalidade de leis que promovam o reconhecimento formal de transgêneros como sujeitos de direitos. c) A promoção constitucional da isonomia entre homens e mulheres não implica plena equiparação, considerando que o homem possui o dever legal de proteger a mulher em situações de perigo, ou naquelas em que se demonstre vulnerável, em razão de mais fraca condição biológica da mulher. d) Na interpretação da igualdade constitucional entre homens e mulheres, é imperioso considerar a disposição do preâmbulo, que afirma ser a atual Constituição promulgada sob a proteção de Deus – o que torna a Bíblia sagrada um dos livros de doutrina úteis à hermenêutica constitucional. e) O fato de a Constituição estabelecer a igualdade entre gêneros não implica a impossibilidade da adoção de políticas públicas diferenciadoras fundadas na proteção às vulnerabilidades, que podem ser levadas a efeito pelo Legislativo, pelo Executivo ou, mediante condições específicas, até mesmo pelo Judiciário. Gabarito 01.d 02.c 03.c 04.a 05. c 06.a 07.d 08.c 09.d 10.e.

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01. (CESPE/AJAJ-STF/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas,p. 41...). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo . De acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico. (certo) (errado) 02. (COBS/2019) Tendo por base o sistema hierarquizado de normas no ordenamento jurídico pátrio, aponte a assertiva incorreta. a) Os tratados internacionais sobre direitos humanos quando aprovados através do regramento constitucional aplicável à aprovação de emendas constitucionais integram o bloco de constitucionalidade. b) Os decretos autônomos sob o prisma da hierarquia normativa são normas infralegais. c) Os tratados internacionais de direito humanos incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro sem as formalidades aplicáveis para a aprovação de emendas constitucionais são considerados normas supra legais. d) Os tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil, dês que não versem sobre direitos humanos possuem status de normas infraconstitucionais. e) Não há hierarquia entre lei ordinária, lei complementar, medida provisória, regimento interno da Câmara dos Deputados e resoluções do Conselho Nacional de Justiça. 03. (COBS/2019) Dos dispositivos constitucionais apresentados abaixo apenas um não se classifica como norma constitucional de eficácia contida, assinale-o. a) É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. b) É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII. c) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. d) É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. e) O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. 04. (CESPE - 2019 - PGM - Campo Grande - MS - Procurador Municipal) Com relação à organização do Estado e às funções essenciais à justiça, julgue o item subsecutivo. A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a

possibilidade de emenda constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação à forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autorizada intervenção federal no ente federado que a desrespeitar. (certo) (errado) 05. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que a) o Poder Constituinte derivado não está preso a limites formais. b) o Poder Constituinte originário está previsto e regulado no texto da própria Constituição. c) o Poder Constituinte derivado pode se manifestar na criação de um novo Estado ou na refundição de um Estado. d) o Poder Constituinte originário pode ser reformador ou revisor e) o Poder Constituinte originário é permanente, eis que não se esgota no momento do seu exercício, podendo ser convocado a qualquer momento pelo povo. 06. (NC-UFPR - 2019 - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) “A participação popular marca indelevelmente a Constituição brasileira. Ressalta Romeu Felipe Bacellar Filho: ‘Diferentemente das sete Constituições anteriores, a atual é fruto da participação de todos os segmentos da sociedade. Ainda que impregnada por determinados vícios, começa com a pessoa, sendo chamada de Constituição Cidadã’” (SALGADO, 2007). Com relação ao assunto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) Apesar de ter sido convocada por emenda constitucional, a Assembleia Constituinte que deu origem à Constituição da República de 1988 pode ser considerada exemplo de manifestação do poder constituinte originário. ( ) É possível afirmar que a Constituição do Império de 1824 recebeu a presença de inspirações liberais francesas e inglesas em sua formulação, diferente do que ocorreria no processo que conduziu à Constituição de 1988. ( ) A elevação do princípio da moralidade à categoria de princípio geral da Administração Pública brasileira é uma inovação da Constituição Cidadã. ( ) Assim como em 1988, a Constituição de 1946 procurou redemocratizar o país, porém acabou sendo substituída pela Constituição de 1967 e pela Emenda nº 01/69, que consolidaram a tomada do poder pelo movimento ditatorial de 1964. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – V – V. b) V – V – F – F. c) V – F – V – F. d) F – V – F – V. e) F – F – F – F. 07. (CESPE-2018 – DPE-PE – Defensor Público) Considerando o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca dos tratados internacionais de direitos humanos, julgue os seguintes itens.

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I. Os tratados e as convenções sobre direitos humanos aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos, são equivalentes às emendas constitucionais e não podem ser ulteriormente declarados inconstitucionais. II. O STF entende que a subscrição, pelo Brasil, do Pacto de São José da Costa Rica conduziu à inexistência de balizas a determinados comandos constitucionais, tendo, por isso, indicado a derrogação das normas legais definidoras da custódia de depositário infiel, tornando-se ilegal a sua prisão. III. Tratados de direitos humanos firmados antes da Emenda Constitucional n.º 45/2004 continuam a valer como normas infraconstitucionais e não poderão passar por novo processo legislativo para alterar seu status no ordenamento jurídico. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas o item II está certo. c) Apenas o item III está certo. d) Apenas os itens I e II estão certos. e) Apenas os itens II e III estão certos. 08. (FGV-2018 – OAB XXVI – Exame Unificado) José leu, em artigo jornalístico veiculado em meio de comunicação de abrangência nacional, que o Supremo Tribunal Federal poderia, em sede de ADI, reconhecer a ocorrência de mutação constitucional em matéria relacionada ao meio ambiente. Em razão disso, ele procurou obter maiores esclarecimentos sobre o tema. No entanto, a ausência de uma definição mais clara do que seria “mutação constitucional" o impediu de obter um melhor entendimento sobre o tema. Com o objetivo de superar essa dificuldade, procurou Jonas, advogado atuante na área pública, que lhe respondeu, corretamente, que a expressão “mutação constitucional", no âmbito do sistema jurídico-constitucional brasileiro, refere-se a um fenômeno a) concernente à atuação do poder constituinte derivado reformador, no processo de alteração do texto constitucional. b) referente à mudança promovida no significado normativo constitucional, por meio da utilização de emenda à Constituição. c) relacionado à alteração de significado de norma constitucional sem que haja qualquer mudança no texto da Constituição Federal. d) de alteração do texto constitucional antigo por um novo, em virtude de manifestação de uma Assembleia Nacional Constituinte. 09. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - SAAE de Itabira - MG - Advogado) Quanto ao procedimento da Emenda Constitucional nas duas Casas do Congresso Nacional, assinale a afirmativa incorreta. a) Aprovada pela Casa Iniciadora e aprovada pela Casa Revisora, será a Proposta de Emenda Constitucional encaminhada ao presidente da República para sanção ou veto, e, uma vez sancionada, seguirá para promulgação. b) Desrespeitado o procedimento de criação da Emenda Constitucional, haverá inconstitucionalidade formal, podendo ser questionada durante seu processo de criação ou depois de sua edição, seja pela via difusa ou concentrada.

c) Aprovada pela Casa Iniciadora e rejeitada pela Casa Revisora, a Proposta de Emenda Constitucional somente poderá ser reapresentada na próxima sessão legislativa. d) Aprovada pela Casa Iniciadora e emendada pela Casa Revisora, a Proposta de Emenda Constitucional voltará para a Casa Iniciadora, para apreciar as emendas, a não ser que sejam meras emendas de redação que não alteram o conteúdo da norma. Nesse caso, a Emenda Constitucional poderá ser promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. 10. (CESPE-2018 – PGE-PE – Procurador do Estado) No que se refere à evolução histórica do princípio da separação dos poderes, julgue os itens a seguir. I As primeiras bases teóricas para a tripartição dos poderes foram lançadas na obra Política, de Aristóteles, na qual se vislumbrava a existência de três funções estatais, exercidas, entretanto, por um único órgão de poder soberano: a edição de normas gerais, a sua aplicação ao caso concreto e o julgamento. II Na obra O espírito das leis, Montesquieu aprimorou o pensamento aristotélico, ao propor que as funções estatais se relacionassem com três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si, e não mais se concentrassem em um único órgão soberano. III A teoria da tripartição dos poderes está presente como dogma constitucional na Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. IV John Locke destacou-se como opositor da teoria da tripartição dos poderes e defensor da soberania estatal e fundador do empirismo. Estão certos apenas os itens a) I e IV. b) II e III. c) II e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 11. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia) O Estado de Direito pode ser conceituado como uma pessoa jurídica política, juridicamente organizada e obediente às suas próprias leis. A respeito do conceito de Estado, elementos, poderes e organização, é correto afirmar que a) o Estado, segundo grande parte da doutrina, é composto de três elementos originários e indissociáveis, quais sejam: o povo, a legislação interna e o governo soberano. b) o Estado, para se organizar, divide-se em três elementos estruturais, ou organizacionais, que são chamados Poderes, ou Funções, por alguns doutrinadores, sendo eles: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Econômico. c) o Poder Legislativo exerce como função típica a aplicação coativa da lei ao caso específico, estabelecendo regras concretas, sem produzir regras primárias no mundo jurídico. d) a administração pública direta é exercida por meio das autarquias, fundações públicas, empresas estatais e sociedades de economia mista. e) a tripartição dos Poderes do Estado não gera absoluta divisão de poderes, mas sim distribuição de três funções estatais precípuas, uma vez que o poder estatal é uno e indivisível. 12. (COBS/2019) Em razão do princípio da dignidade da pessoa humana e do direito à vida em sua acepção como direito de não ser morto, analise como “certo” ou “errado” o item subsecutivo.

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Tendo em vista o princípio da continuidade e da proibição do retrocesso, o poder constituinte originário não poderia ampliar as hipóteses de pena de morte no Brasil, nem mesmo diante de uma nova Constituição. (certo) (errado) 13. (MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto) Ainda sobre direitos fundamentais, assinale a alternativa incorreta: a) Viola o princípio da isonomia a norma que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham, direta ou indiretamente, serviço de caráter policial. b) Os cidadãos transgêneros têm direito à alteração de prenome e gênero diretamente no registro civil, cujos pedidos podem ser baseados unicamente no consentimento livre e informado pelo solicitante, independentemente da cirurgia de transgenitalização ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, sendo desnecessário qualquer requisito atinente à maioridade, ou outros que limitem a adequada e integral proteção da identidade de gênero autopercebida, constituindo a exigência da via jurisdicional limitante incompatível com essa proteção. c) É legítima a solicitação de informações pelo Ministério Público diretamente ao Conselho de Atividades Financeiras – COAF para instruir procedimento investigatório criminal, para apuração de crimes de lavagem, ocultação de bens, direitos e valores, prescindido-se de autorização judicial. d) Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. e) A liberdade de expressão autoriza que os meios de comunicação optem por determinados posicionamentos e exteriorizem seu juízo de valor, bem como autoriza programas humorísticos, “charges” e sátiras realizados a partir de trucagem, montagem ou outro recurso de áudio e vídeo, como costumeiramente se realiza, não havendo nenhuma justificativa constitucional razoável para a interrupção durante o período eleitoral. 14. (FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público) “Um homem acusado de assalto foi morto por linchamento pela população em São Luís do Maranhão. Segundo a Polícia Militar (PM), J.F.B agiu com um comparsa na abordagem de um eletricista em uma parada de ônibus, na Avenida Marechal Castelo Branco" (Portal G1 MA, 10/04/2018). A notícia acima demonstra a NÃO observância do seguinte princípio do processo penal democrático: a) contraditório. b) jurisdicionalidade ou necessidade. c) imparcialidade. d) juiz natural. e) paridade de armas. 15. (FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador Federal) A Constituição Federal VEDA, como regra geral, a prisão civil por dívida,

a) proibindo, expressamente, a prisão do depositário infiel, qualquer que seja a natureza do depósito, ainda que permita a prisão civil do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. b) ressalvando, expressamente, a prisão civil do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, mas o Supremo Tribunal Federal firmou tese jurídica, em sede de julgamento de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, no sentido de que todos os pactos internacionais em matéria de direitos humanos internalizados pelo País, inclusive os que proíbem a prisão civil por dívida, ingressam no direito brasileiro com hierarquia de norma constitucional e, por isso, a hipótese de prisão do depositário infiel é inaplicável segundo o direito vigente. c) ressalvando, expressamente, a prisão do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, mas, de outro lado, o Supremo Tribunal Federal editou súmula vinculante segundo a qual é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. d) ressalvando, expressamente, a prisão do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, mas a jurisprudência vigente do Supremo Tribunal Federal entende que os pactos internacionais em matéria de direitos humanos internalizados pelo País, inclusive os que proíbem a prisão civil por dívida, ingressam no direito brasileiro com hierarquia de norma constitucional e, por isso, todas as hipóteses de prisão civil previstas na Constituição Federal são inaplicáveis segundo o direito vigente. e) ressalvando, expressamente, a prisão do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, mas, segundo jurisprudência vigente do Supremo Tribunal Federal, é vedada a prisão civil do depositário infiel apenas quando o depósito for fruto de ordem judicial. 16. (COBS/2019) Acerca do remédio constitucional conhecido como habeas corpus, aponte a assertiva incorreta. a) O habeas corpus foi a primeira garantia de direitos fundamentais concedida, sendo, historicamente, previsto na Magna Carta de 1215. b) No Brasil, o HC foi garantido constitucionalmente a partir da Constituição de 1891, permanecendo em todas as Constituições subsequentes. c) A chamada “teoria brasileira do habeas corpus” consistia na utilização desse remédio constitucional para assegurar qualquer direito que tivesse por pressuposto básico a locomoção, não só a liberdade física. d) O habeas corpus pode ter como impetrante ou impetrado qualquer pessoa física ou jurídica; porém, o paciente só pode ser pessoa física. e) Pode o habeas corpus ser impetrado em face de um particular. 17. (COBS/2019) Analise os itens subsequentes. I – O impetrante de mandado de segurança não pode desistir da ação se proferida decisão de mérito a ele contrária, ainda que caiba recurso.

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II – O impetrante de mandado de segurança só pode desistir da ação se houver decisão de mérito irrecorrível, a ele favorável. III – Para que haja a desistência da ação de mandado de segurança pelo impetrante, é fundamental e imprescindível a anuência da parte contrária. IV – A desistência da ação de mandado de segurança pelo impetrante só pode ocorrer quando haja decisão de mérito que lhe seja favorável, dispensada a concordância da parte contrária, e desde que não fique configurado o trânsito em julgado da decisão. Está correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I e III. e) I e IV. 18. (VUNESP - 2019 - Prefeitura de Poá - SP - Procurador Jurídico) Ao tratar do Mandado de Injunção, a Constituição Federal estabelece o seguinte: a) conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais, com exceção das prerrogativas inerentes à cidadania. b) conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais, com exceção das prerrogativas inerentes à nacionalidade. c) compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República e do Congresso Nacional. d) compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, em recurso ordinário, o mandado de injunção decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão. e) compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, em recurso ordinário, o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta. 19. (COBS/2019) Acerca do mandado de segurança coletivo, aponte a assertiva que apresenta erro. a) O MS coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, porém, apenas em defesa dos interesses de seus integrantes ou relativos à finalidade partidária. b) A associação, para que possa ter legitimidade ativa para a propositura de mandado de segurança coletivo, deve estar legalmente constituída e em funcionamento a pelo menos um ano e, apenas pode atuar em defesa dos interesses de seus associados. c) A propositura de MS coletivo independe da existência de pertinência temática do objeto da ação coletiva com os objetivos institucionais. d) A atuação de sindicato, entidade de classe ou associação em MS coletivo constitui hipótese de substituição processual, verdadeira legitimação extraordinária. e) Um dos objetivos da ação constitucional de MS coletivo é o fortalecimento das organizações classistas. 20. (NC-UFPR - 2019 - FPMA - PR - Advogado) O Poder Público encontra-se sujeito a diversas formas de controle jurisdicional, destacando-se, nesse campo, as ações constitucionais, também

denominadas de remédios constitucionais, considerando seu escopo específico e sua função diferenciada de controle da atuação do Estado perante algumas formas de arbítrio. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) Cabe mandado de injunção quando a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. b) O mandado de segurança, dada sua natureza jurídica de ação constitucional, não se encontra sujeito à exigência de custas ou respeito a prazo decadencial. c) Qualquer eleitor é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. d) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional superior ao percentual definido em lei. e) Os Tribunais Superiores, a partir do princípio da fungibilidade, vêm ampliando a possibilidade de cabimento simultâneo dos remédios de mandado de segurança e mandado de injunção. Gabarito do Praticando Constitucional 01. certo 02.b 03.e 04.certo 05.e 06.a 07.a 08.c 09.a 10.d 11.e 12.certo 13.a 14.d 15.c 16.d 17.e 18.c 19.c 20.a. MÓDULO VI – Direitos e Garantias Fundamentais – Direitos sociais, direitos trabalhistas individuais e coletivos, direitos de nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos – Arts. 6º ao 17 da CF/88

Esse rol de direitos está intimamente ligado à ordem econômica na medida em que quanto melhor a situação financeira do País melhores as condições para que tais direitos possam ser implementados pelo Estado visando atingir a totalidade da população e com a máxima qualidade possível.

DO ARTIGO 6º - DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) Esses direitos enunciados no artigo acima terão seus contornos detalhados nesta apostila no módulo referente à ordem social.

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DO ARTIGO 7º - DIREITOS TRABALHISTAS São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: O conceito de trabalhadores no caput trata-se um conceito amplo não apenas restrito aos empregados. I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; A indenização refere-se aos 40% de multa do FGTS. II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; O seguro corresponde a 70% do salário mínimo e os recursos vêm do PIS/PASEP. III - fundo de garantia do tempo de serviço; O FGTS substituiu a estabilidade no emprego. IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; O salário mínimo não pode ser utilizado como índice para reajuste de preços. V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; Trata-se da remuneração mínima estipula em lei para cada categoria. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; A redução só é cabível se tiver previsão no acordo ou convenção coletiva. VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; Trata-se da não permissão de vencimentos abaixo do salário mínimo. VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; Refere-se a gratificação natalina reconhecida pela primeira vez na história do direito constitucional brasileiro. IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Trata do adicional noturno acréscimo de 20%.

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; A lei 10.101/00 determina a forma de participação nos lucros. XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; Passa a englobar apenas trabalhadores de baixa renda. XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; O limite de 44 horas semanais trata-se da regra, mas existe algumas profissões com jornadas diferenciadas. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; Folga aos domingos não é obrigatória, pode se estender a outros dias. XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Remuneração adicional de no mínimo 1/3 dos vencimentos. XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; Visa o legislador proteger o mercado de trabalho da mulher através de incentivos específicos. XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Aviso prévio é uma notificação que uma parte faz a outra de sua intenção de não mais prosseguir no contrato de trabalho. XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; Papel das CIPAS nas fiscalizações do direito previsto. XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

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Penosa atividade que causa incômodo ou sacrifício. Ex: Pedreira, minerações, 40% a 10% adicional. Insalubre atividade que expõe o trabalhador a agente nocivo à saúde, 40% a 10% adicional. Perigosa atividade que permite o contato com produtos inflamáveis ou explosivos, 30% adicional. XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; Visa dar tranquilidade ao trabalhador pelo bem estar de seus filhos. XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; Visa proteger a dispensa maciça dos trabalhadores. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Lei 8.213/91 dispõe acerca da Previdência. XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; Fala acerca do contrato de Aprendizagem previsto no artigo 428 CLT. XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Empregado toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador sob dependência deste e mediante salário, tendo subordinação. Avulso por sua vez é o trabalhador casual não subordinado. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da

relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Trabalhadores Domésticos são os que mediante relação de confiança executam serviços nas residências das famílias. DO ARTIGO 8º - DIREITOS COLETIVOS DO TRABALHADOR Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; O sindicato é uma associação específica de trabalhadores assalariados ou equiparados destinada a defender os interesses destes perante os patrões. A filiação ao sindicato não é obrigatória. II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; O legislador consagrou a unidade sindical para evitar a criação de diversos sindicatos representando a mesma categoria numa mesma base territorial, base esta que será de no mínimo a área de um município. III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; Este inciso deu capacidade processual ao sindicato, consagrando a chamada legitimidade extraordinária que é aquela em que alguém em nome próprio defende direito alheio. IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Trata da instituição de uma contribuição para o sustento do sistema confederativo da representação sindical. V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

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Os incisos acima visam garantir a existência dos próprios sindicatos, aplicando-se-lhes vários dispositivos que guardam nítida aproximação com o direito de associação previsto no art. 5º, XVII ao XXI, da CF/88. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. DO ARTIGO 9º - DIREITO DE GREVE Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. O legislador infraconstitucional editou a Lei 7.783/89 que regulou o direito de greve na iniciativa privada. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. DO ARTIGO 10 – DIREITOS DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA Art. 10 É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. DO ARTIGO 11 Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Questões – Arts. 6º ao 11 01. (TRT 23R (MT) - 2014 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Juiz do Trabalho Substituto) Em face do artigo 8º da Constituição Federal, assinale a alternativa INCORRETA: a) O aposentado filiado tem o direito a votar e ser votado nas organizações sindicais. b) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. c) Ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicatos. d) É indispensável a participação do sindicato patronal emqualquer negociação coletiva. e) É livre a associação profissional ou sindical, observados os ditames legais. 02. (INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO-2019 – CRP-11ª – Psicólogo) São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a

assistência aos desamparados. Acerca dos direitos sociais, marque a alternativa correta: a) O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é direito dos trabalhadores urbanos, dos trabalhadores rurais, assim como os servidores públicos, têm acesso a esse benefício; b) Por ser uma atividade mais desgastante, o trabalhador rural tem direito a remuneração noturna superior à diurna; o trabalhador urbano não faz jus à esse benefício; c) É um direito social dos trabalhadores urbanos e rurais perceber diferença salarial, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; d) Tanto ao trabalhador urbano quanto ao rural, é vedado o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos de idade. 03. (QUADRIX-2019 – CRESS-12ª Região SC – Agente Fiscal) Quanto aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item. É possível a redutibilidade do salário em caso de convenção ou acordo coletivo. (certo) (errado) 04. (SELECON-2019 – Prefeitura de Niterói-RJ – Guarda Municipal) A Constituição Federal brasileira em vigor elenca inúmeros direitos sociais que visam a melhoria da condição social dos trabalhadores urbanos e rurais. Nesse passo, configuram-se como direitos sociais desses trabalhadores: a) o seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. b) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, salvo para os que percebem remuneração variável. c) piso salarial independentemente da proporcionalidade aplicável à extensão e à complexidade do trabalho. d) irredutibilidade do salário em qualquer hipótese, independentemente de disposto em convenção ou acordo coletivo. e) o salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, dentre outras, sendo possível sua vinculação para qualquer fim, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo. 05. (MPE-SP-2019 – Promotor de Justiça Substituto) Assinale a alternativa INCORRETA. a) A cláusula da reserva do possível, diante da garantia constitucional do mínimo existencial, enquanto emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana, não pode ser invocada pelo Estado com a finalidade de frustrar ou inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição. b) A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, caracterizando-se inconstitucional a abstenção do dever de implementar políticas públicas definidas no próprio texto constitucional. c) Pelo princípio da proibição do retrocesso em matéria de direito a prestações positivas do Estado, a ação estatal deve caminhar no sentido da ampliação dos

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direitos fundamentais e de assegurar-lhes a máxima efetividade possível, ou que, depois de consagrá-los, não possa eliminá-los sem alternativas ou compensações. d) Os direitos sociais, segundo a jurisprudência, estão constitucionalmente consagrados em normas programáticas que, embora não sejam destituídas de certo grau de efetividade, não servem de fundamento para a exigência em juízo de prestações positivas do Estado. e) É lícito ao Poder Judiciário, considerando a supremacia da dignidade da pessoa humana, impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. 06. (FCC-2019 – TRF 4ª Região – Técnico Administrativo) Considere: I. Seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário ou involuntário. II. Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. III. Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. IV. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no máximo de trinta dias, nos termos da lei. Em conformidade com a Constituição Federal, são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, aqueles contidos em a) III e IV, apenas. b) I, II, III e IV. c) I e IV, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas. 07. (AOCP-2018 – IPM-SP – Agente Administrativo) Em concordância com a Constituição Federal, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, é direito do trabalhador urbano e rural a) jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, ainda que haja negociação coletiva em sentido diverso. b) ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de cinco anos após a extinção do contrato de trabalho. c) igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. d) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 6 (seis) anos de idade em creches e pré-escolas. e) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer somente com dolo. 08. (IPEFAE-2018 – Prefeitura de São João da Boa Vista – SP – Agente Administrativo) Com relação aos direitos sociais previstos na Constituição Federal, analise as frases abaixo e responda: I- São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. II- São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos; o seguro desemprego, em caso em desemprego involuntário; irredutibilidade de salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

décimo terceiro salário com base no salário integral e a aposentadoria. III- É livre a associação profissional ou sindical sendo vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município. Das assertivas, está(ão) correta(s) apenas a(s) que consta(m) em: a) I. b) I e II. c) I e III. d) I, II e III. 09. (COBS/2019) São direitos individuais dos trabalhadores, ressalvado. a) Proteção em face da automação, na forma da lei. b) Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. c) Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. d) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 6 (seis) anos de idade em creches e pré-escolas. 10. (COBS/2019) Marque a assertiva que não está correta. a) É facultativa a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. b) O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais. c) É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. d) É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Gabarito 01.d 02.d 03.certo 04.a 05.d 06.e 07.c 08.c 09.d 10.a DO ARTIGO 12 - NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Questões 01. (COPS-UEL-2019 – Londrina – Procurador do Município) O ordenamento jurídico brasileiro trata a questão do direito à nacionalidade previsto no Art. 12 da Constituição da República Federativa do Brasil como um direito fundamental. Sobre o direito à nacionalidade brasileira, assinale a alternativa correta. a) A mulher estrangeira casada com brasileiro recebe automaticamente a nacionalidade brasileira. b) Não existem diferenças entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados. c) No Brasil, o direito à naturalização é automático, ou seja, se o estrangeiro cumprir os requisitos será naturalizado automaticamente independentemente de qualquer requerimento. d) O cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça é privativo de brasileiro nato. e) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. 02. (VUNESP-2019 – Prefeitura de Arujá-SP – Advogado) De acordo com a Constituição Federal

brasileira, sobre os direitos de nacionalidade, é certo assinalar que a) são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço do seu país. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade podem requerer a nacionalidade brasileira desde que residam na República Federativa do Brasil há mais de 10 anos ininterruptos e não tenham condenação criminal. c) os estrangeiros originários de países de língua portuguesa podem requerer a nacionalidade brasileira desde que residam em território nacional ininterruptamente por no mínimo 2 anos e possuam idoneidade moral. d) são privativos de brasileiros natos, dentre outros, os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador de Estado e Ministro do Supremo Tribunal Federal. e) a distinção entre brasileiros natos e naturalizados somente pode se dar mediante lei ordinária, nos termos definidos pela Constituição. 03. (OACP-2019 – PC-ES – Investigador) João, brasileiro nato, após devido processo legal, transitado em julgado, perdeu a nacionalidade brasileira em razão de ter optado voluntariamente por nacionalidade estrangeira. Anos depois, João retornou ao Brasil e adquiriu a nacionalidade brasileira por meio da naturalização. De acordo com a Constituição Federal, assinale qual dos cargos a seguir poderá ser ocupado por João. a) Ministro do Supremo Tribunal Federal. b) Oficial das forças armadas. c) Embaixador. d) Senador. e) Ministro de Estado de Defesa. 04. (Instituto Pró-Município – Ceará – Psicólogo) Enzo nasceu na Itália, mas mora no Brasil há mais de 40 anos e se naturalizou brasileiro. De acordo com a Constituição brasileira, nenhuma lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados. A alternativa que aponta de forma correta o cargo que Enzo poderá exercer é: a) Ministro do Supremo Tribunal Federal; b) Ministro do Superior Tribunal de Justiça; c) Presidente do Senado Federal; d) Presidente da Câmara dos Deputados. 05. (OACP-2019 – PC-ES – Auxiliar de Perícia) As normas constitucionais determinam alguns cargos que são privativos de brasileiro nato. Dentre eles, está o cargo de a) Ministro de Estado da Defesa. b) Ministro do Superior Tribunal de Justiça. c) Governador de Estado. d) Ministro da Justiça e Segurança Pública. e) Advogado-Geral da União. 06. (INAZ do PARÁ-2019 – CORE-PE – Assistente Jurídico) Observe atentamente as assertivas abaixo que tratam sobre “Nacionalidade” e, a seguir, assinale a alternativa correta. I - Enquanto gênero se divide em primária e secundária. Nacionalidade primária ou originária é aquela que o indivíduo adquire por força do nascimento, portanto, o vínculo jurídico estabelecido, emana de uma atribuição unilateral do Estado. II - Dois são os critérios pelos quais se estabelecem as normas definidoras da nacionalidade secundária: o jus soli e o jus sanguinis, no qual este último preestabelece

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a nacionalidade à vista da ascendência, ou seja, aqueles que forem filhos de nacionais assim também serão considerados. III - De acordo com o inciso I, do Art. 12 da CF, serão considerados brasileiros natos, os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer destes esteja a serviço da República Federativa do Brasil. a) Apenas a assertiva II está correta. b) As assertivas I e III estão corretas. c) Apenas a assertiva I está correta. d) Apenas a assertiva III está correta. e) As assertivas II e III estão corretas. 07. (NUCEPE-2019 – Prefeitura de Teresina-PI – Guarda Civil Municipal) Analise as alternativas sobre nacionalidade e marque a alternativa CORRETA. a) O cargo de Ministro da Justiça somente poderá ser ocupado por brasileiro nato. b) A Constituição Federal de 1988 permite que brasileiro naturalizado ocupe o cargo de Presidente da Câmara. c) De acordo com a Constituição Federal de 1988, pessoas originárias de países de língua portuguesa com residência por um ano ininterrupto no Brasil e idoneidade moral podem adquirir a nacionalidade brasileira. d) A lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. e) É considerado brasileiro nato os que residirem no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 08. (IBFC-2018 – TRF 2ª Região – Juiz Federal Substituto) Brasileira nata adquire voluntariamente a nacionalidade derivada norte-americana, sem que isso lhe tenha sido imposto de alguma maneira. Em seguida, contraiu matrimônio com norte-americano - assassinado poucos anos depois - e, após a sua morte, veio para o Brasil. Os Estados Unidos apresentaram um pedido de extradição ao governo brasileiro sob o fundamento de que ela era acusada de matar o marido. Com relação à hipótese é correto afirmar que: a) É possível a extradição de brasileira nata, quando o pedido é fundado em tratado em vigor no Brasil. b) Brasileira nata somente pode ser extraditada no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. c) É possível a extradição de brasileira naturalizada, nos termos da Constituição Federal, e de estrangeira, considerada como tal a pessoa que perdeu a nacionalidade brasileira por ter adquirido voluntariamente outra nacionalidade. d) A extradição somente é possível quando fundada em tratado. e) O direito brasileiro admite somente a extradição decorrente de condenação penal definitiva no exterior. 09. (IBFC-2018 – TRF 2ª Região – Juiz Federal Substituto) Sobre a naturalização, com base na Lei de Migração: I) A naturalização pode ser ordinária, extraordinária, especial ou provisória. II) A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10

(dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal. III) A naturalização tem efeitos ex mine. IV) A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que demonstre condições financeiras para permanecer no país. a) Somente as alternativas I e II estão corretas. b) Somente as alternativas I, II e III estão corretas. c) Somente a alternativa III está correta. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Somente as alternativas I e III estão corretas. 10. (COBS/2019) O brasileiro Viagildo nos últimos 30 anos construiu sólida carreira na área de relações internacionais, e, em razão de sua expertise na área, foi formalmente convidado a integrar o Alto Comissariado da ONU para assuntos ligados à política internacional. O convite partiu do próprio organismo internacional, sem qualquer tipo de consulta ao governo brasileiro que sequer poderia interferir na mencionada nomeação. Diante do exposto é possível asseverar que Viagildo encontra-se a serviço da República Federativa do Brasil e se seu filho vier a nascer no exterior será brasileiro nato em razão de tal condição. (certo) (errado) Gabarito 01.e 02.a 03.d 04.b 05.a 06.b 07.c 08.c 09.b 10.certo. DOS ARTIGOS 14 AO 16 – DIREITOS POLÍTICOS Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Regulamento VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador.

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§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

Questões 01. (COBS/2019) Assinale a opção incorreta. a) A idade mínima para candidatura ao cargo de Vereador deve ser aferida até a data limite para o registro da candidatura.

b) Todas as idades mínimas constitucionalmente estabelecidas devem ser verificadas na data da posse. c) O militar com menos de dez anos de serviço, desde que alistável, é elegível, devendo afastar-se da atividade. d) O militar que contar com mais de dez anos de serviço é elegível, devendo, se eleito, passar automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. e) O conscrito é inalistável, portanto inelegível. 02. (COBS/2019) Analise os itens e marque a opção correta. I – Paul é canadense e reside no Brasil. II – Inácio Luís é brasileiro nato e cumpre pena por atos de corrupção. III – José tem 18 anos de idade e encontra-se cumprindo o serviço militar obrigatório. IV – Dilma é analfabeta. V – Armando Esquema é Governador de Estado exercendo o segundo mandato consecutivo. São elegíveis. a) Todos. b) José e Armando Esquema. c) Inácio Luís e Dilma. d) Nenhum deles. e) Armando Esquema. 03. (COBS/2019) Segundo as disposições constitucionais e, conforme o contemporâneo entendimento do STF, aponte a assertiva correta. a) Os Chefes do Poder Executivo candidatos à reeleição devem renunciar até seis meses antes do pleito. b) A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, afasta a inelegibilidade do (a) ex-cônjuge. c) A regra da desincompatibilização somente se aplica aos Chefes do Poder Executivo quando concorrerem a outros cargos. d) É possível o estabelecimento de hipóteses de inelegibilidade absoluta por meio de lei complementar. e) É inelegível para o cargo de Chefe do Poder Executivo o cônjuge do titular do mandato, ainda que este tenha falecido no curso do mesmo. 04. (COBS/2019) De acordo com o texto constitucional, os atos de improbidade administrativa importarão, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível: a) a cassação dos direitos políticos, o ressarcimento ao erário, a perda da função pública e a proibição de contratar com o poder público; b) a inelegibilidade, a pena privativa de liberdade, a multa e a proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios; c) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, a multa e a pena privativa de liberdade; d) a pena restritiva de direito, a perda da função pública, o ressarcimento ao erário e a multa administrativa; e) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. 05. (COBS/2019) Aponte a assertiva que não está correta. a) O analfabeto é eleitor.

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b) O analfabeto não possui capacidade eleitoral passiva. c) O analfabeto não é cidadão. d) O analfabeto possui capacidade eleitoral ativa. e) O analfabeto é alistável e elegível. 06. (COBS/2019) Constituem inelegibilidades relativas, salvo. a) O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. b) Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. c) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. d) O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. e) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 07. (FCC - 2019 - TRF - 4ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Antônia tem 18 anos, Pedro 20 anos, João 30 anos e Miguel 40 anos. Entendendo-se que as demais condições de elegibilidade foram preenchidas e levando-se em consideração apenas a idade mínima, em conformidade com a Constituição Federal, Antônia a) e Pedro podem ser eleitos para o cargo de Vereador; João e Miguel podem ser eleitos para o cargo de Vereador, de Prefeito, de Governador ou de Presidente da República. b) e Pedro podem ser eleitos para o cargo de Vereador ou de Prefeito; João pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito ou de Governador; Miguel pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito, de Governador ou de Presidente da República. c) pode ser eleita para o cargo de Vereadora; Pedro pode ser eleito para o cargo de Vereador ou de Prefeito; João pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito ou de Governador; Miguel pode se eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito, de Governador ou de Presidente da República. d) e Pedro podem ser eleitos para o cargo de Vereador; João pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito ou de Governador; Miguel pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito, de Governador ou de Presidente da República. e) pode ser eleita para o cargo de Vereadora ou de Prefeita; Pedro pode ser eleito para o cargo de Vereador, de Prefeito ou de Governador; João e Miguel podem ser eleitos para o cargo de Vereador, de

Prefeito, de Governador ou de Presidente da República. 08. (MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto) Ao decidir que pessoas do mesmo grupo familiar, dentro das hipóteses do § 7° do art. 14 da CF/1988, não podem exercer três mandatos subsequentes na chefia de um mesmo Poder Executivo, independentemente da ocorrência de separação conjugal, falecimento, ou outras tantas possibilidades que possam ocorrer; que a Constituição Federal não tolera privilégios e discriminações, impedindo que se estabeleçam tratamentos seletivos em favor de determinadas pessoas, proibindo que se imponham restrições gravosas em detrimento de outras em razão de condição social, de nascimento, de gênero, de origem étnica, de orientação sexual ou de posição estamental; que é essencial ao fortalecimento da democracia que o seu financiamento seja feito em bases essenciais e absolutamente transparentes; o Supremo Tribunal Federal decidiu fundamentalmente com base no a) princípio da proporcionalidade. b) princípio da razoabilidade. c) princípio da eficiência. d) princípio da segurança jurídica. e) princípio republicano. 09. (VUNESP-2019 – TJ-AC – Juiz de Direito Substituto) Quanto aos institutos do plebiscito e referendo, assinale a alternativa correta, nos termos do quanto previsto na legislação regente (Lei n° 9.709/98). a) O plebiscito e o referendo são convocados mediante lei ordinária, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional. b) A formação de novos Estados ou Territórios Federais depende da aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas. c) O plebiscito é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. d) O referendo é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. 10. (VUNESP-2019 – Prefeitura de Arujá-SP – Advogado) A respeito da previsão constitucional sobre direitos políticos, a Constituição Federal preleciona que a) para concorrer ao cargo de Presidente e Vice-Presidente da República, exige-se a idade mínima de 30 anos. b) para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. c) são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos cinco meses anteriores ao pleito.

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d) o militar alistável é elegível, de modo que, se contar com menos de 15 anos de serviço, deverá se afastar da atividade. e) o mandato eletivo poderá ser impugnado perante a Justiça Eleitoral, no prazo de 5 dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Gabarito 01.b 02.e 03.c 04.e 05.e 06.e 07.d 08.e 09.b 10.b. DO ARTIGO 17 – PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao

tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

Questões 01. (CESPE-2019 – DPRF – Policial Rodoviário Federal) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das instituições democráticas. Policial rodoviário federal com mais de dez anos de serviço pode candidatar-se ao cargo de deputado federal, devendo, no caso de ser eleito, passar para inatividade a partir do ato de sua diplomação. (certo) (errado) 02. (QUADRIX-2019 – CRESS-SC – Agente Fiscal) É permitida a cassação de direitos políticos no caso de condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. (certo) (errado) 03. (VUNESP-2019 – Câmara de Serrana-SP – Analista Legislativo) Nos moldes da Carta Magna brasileira, a cassação de direitos políticos a) é vedada. b) se dá no caso de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. c) ocorre na hipótese de incapacidade civil absoluta. d) decorre de condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. e) é uma das penas impostas na condenação por improbidade administrativa. 04. (VUNESP-2019 – Câmara de Serrana-SP – Analista Legislativo) São exemplos de pessoas que possuem inelegibilidade absoluta os a) militares. b) menores de 21 anos de idade. c) membros do Poder Executivo. d) analfabetos. e) sucessores de titulares de mandatos eletivos. 05. (IADES-2019 – Assembleia Legislativa-GO – Procurador) Com base na legislação eleitoral e na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de súmula vinculante, no que tange a condições de elegibilidade e inelegibilidade, assinale a alternativa correta. a) Nos termos da jurisprudência do TSE e de súmula vinculante, a separação judicial ou divórcio, verificados no curso do mandato, afastam a inelegibilidade do ex-cônjuge para o mesmo cargo. b) Nos termos da jurisprudência do TSE, é inelegível cunhada de governador do Estado em cuja jurisdição pretenda concorrer a cargo eletivo municipal. c) Nos termos da lei, para todos os cargos eletivos, a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade será verificada à data da posse. d) Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de um ano e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. e) No território de jurisdição do titular, são inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, dos chefes do Poder Executivo, ainda que já titulares de mandato eletivo e candidatos à reeleição. 06. (QUADRIX-2019 – CRESS-SC – Agente Fiscal) São condições de elegibilidade, entre outras: a nacionalidade brasileira; o pleno exercício dos

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direitos políticos; e o domicílio eleitoral na circunscrição. (certo) (errado) 07. (VUNESP-2019 – Prefeitura de Arujá-SP – Advogado) A respeito da previsão constitucional sobre direitos políticos, a Constituição Federal preleciona que a) para concorrer ao cargo de Presidente e Vice-Presidente da República, exige-se a idade mínima de 30 anos. b) para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. c) são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos cinco meses anteriores ao pleito. d) o militar alistável é elegível, de modo que, se contar com menos de 15 anos de serviço, deverá se afastar da atividade. e) o mandato eletivo poderá ser impugnado perante a Justiça Eleitoral, no prazo de 5 dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 08. (NUUFPR – Prefeitura de Curitiba – Procurador) “A Constituição brasileira, inquestionavelmente, trata o direito a voto e o direito de ser votado como direitos fundamentais. Assim, a percepção de legisladores e magistrados está em desacordo com a Constituição e contra a doutrina dos direitos fundamentais quando não trata os direitos políticos como dotados de fundamentalidade” (SALGADO, 2018). Consonante à elucubração acima, considere as seguintes afirmativas: 1. A Constituição brasileira estabelece expressamente o direito ao sufrágio universal como um direito fundamental. 2. Em que pese os direitos políticos estejam previstos na Constituição, não estão alocados expressamente no capítulo dos direitos fundamentais, gerando controvérsia quanto à sua natureza jurídica. 3. Ao Poder Judiciário e aos legisladores não é estabelecida competência constitucional para determinar se um direito político, tal como o de ser votado, é ou não um direito fundamental constitucional. 4. A lei poderá estabelecer os termos do exercício do direito de voto, desde que respeite os limites constitucionais, bem como o entenda como um direito com valor igual para todos. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 09. (VUNESP-2019 – Prefeitura de Arujá – SP – Advogado) A respeito da disciplina constitucional para acesso dos partidos políticos ao fundo partidário no Brasil, a partir do quanto previsto em função das alterações promovidas pela Emenda Constitucional 97/2017, é certo afirmar que, para as eleições de 2030, terão acesso aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão:

a) todos os partidos políticos, uma vez que a Constituição expressamente assegura não apenas a criação, fusão, incorporação e extinção, mas também um tratamento isonômico entre eles. b) somente os partidos políticos que tenham lançado candidatos aos cargos de Presidente ou Vice-Presidente da República, bem como no mínimo cinco nomes aos cargos de deputados ou senadores. c) somente aqueles que, cumulativamente, obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas, e tiverem elegido pelo menos 15 senadores. d) somente aqueles que, alternativamente, obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas, ou tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos 9 Estados do país. e) todos os partidos políticos que, até 6 meses antes do pleito eleitoral, tenham registrado os respectivos Estatutos perante o Tribunal Superior Eleitoral. 10. (CESPE-2019 – TJ-SC – Juiz Substituto) Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que, na legislatura seguinte às eleições de 2018, obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo a) 1% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no mínimo, 1% dos votos válidos em cada uma delas. b) 1,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no mínimo, 1% dos votos válidos em cada uma delas. c) 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no mínimo, 1,5% dos votos válidos em cada uma delas. d) 2,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com no mínimo, 2% dos votos válidos em cada uma delas. e) 2,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no mínimo, 2,5% dos votos válidos em cada uma delas. Gabarito 01.errado 02.errado 03.a 04.d 05.b 06.certo 07.b 08.d 09.d 10.b.

Módulo VII Repartição de Competências na Federação – Organização Político-Administrativa da República Federativa do Brasil (Arts. 18 ao 33, da CF/88) Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

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§ 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou

compensação financeira por essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito) § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

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XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento) XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII - seguridade social; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; XXV - registros públicos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX - propaganda comercial. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

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IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e

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V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição; IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307) a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados

Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências

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previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de

interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério

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Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

Questões 01. (COBS/2019) Segundo o moderno entendimento do STF, acerca dos bens da União, assinale a opção incorreta. a) São bens da União as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países. b) São bens da União os terrenos de marinha e seus acrescidos, independentemente de se situarem em ilhas oceânicas ou costeiras que sejam sede de Municípios. c) São bens da União as áreas afetadas ao serviço público em ilhas oceânicas ou costeiras que contenham ou não sede de Municípios. d) São bens da União as áreas que contenham unidade ambiental federal situada em ilhas oceânicas ou costeiras que contenham ou não sede de Município. e) São bens da União os terrenos de marinha e seus acrescidos, desde que não se situem em ilhas oceânicas ou costeiras que sejam sede de Município . 02. (COBS/2019) Com relação às competências não legislativas comuns ou cumulativas ou paralelas dos entes federados, assinale a opção que destoa do regramento constitucional. a) A cooperação entre os entes federados, no exercício das competências comuns, visando ao equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional será fixada por lei ordinária. b) O objetivo da regulamentação legal para o exercício das competências paralelas pelos entes federados é evitar conflito de competências e dispersão de recursos. c) Não havendo regulamentação acerca de determinada competência administrativa cumulativa e ocorrendo conflito entre os entes federativos no exercício desta, deve-se usar o critério da preponderância do interesse. d) Não constitui competência não legislativa comum instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos. e) Constitui competência não legislativa comum promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. 03. (COBS/2019) Sabendo que a soberania pertence à República Federativa do Brasil como um todo e que os Estados-Membros da Federação brasileira possuem autonomia, marque o item que apresenta erro. a) A capacidade de autogoverno atribuída aos Estados-Membros fica evidenciada quando estes estabelecem regras para a estruturação de seus Poderes . b) Constitui exemplo de capacidade de autogoverno dos Estados-Membros a eleição do Governador e do Vice-Governador. c) Constitui exemplo de capacidade de autogoverno dos Estados-Membros a eleição dos Deputados Estaduais. d) Constitui exemplo de capacidade de autogoverno dos Estados-Membros quando eles organizam sua Justiça.

e) Constitui exemplo de capacidade de autogoverno dos Estados-Membros quando eles elaboram suas Constituições. 04. (COBS/2019) Sobre a formação de Estados-Membros na Federação brasileira, analise os itens subsecutivos como verdadeiros ou falsos e marque a sequência correta. I – O plebiscito, que tenha por objeto ouvir a população diretamente interessada na incorporação, subdivisão ou desmembramento, deve ser convocado por decreto legislativo de qualquer das Casas do Congresso Nacional. II – Qualquer das Casas do Congresso Nacional pode, por proposta de no mínimo um terço de seus membros, convocar plebiscito. III – Sendo favorável o resultado do plebiscito, deverá ser proposto perante qualquer Casa do Congresso Nacional, o projeto de lei ordinária. IV – A audiência das Assembleias Legislativas envolvidas, para que apresentem seu parecer, perante a Casa do Congresso Nacional em que foi proposto o projeto de lei complementar é vinculativa no sentido de que se se manifestarem contra o processo será encerrado. a) V-V-V-V. b) V-V-V-F. c) V-V-F-F. d) V-F-F-F. e) F-F-F-F. 05. (COBS/2019) Acerca das regiões metropolitanas, das microrregiões e das aglomerações urbanas, analise os itens subsecutivos: I – É possível a instituição de região metropolitana ou de aglomeração urbana envolvendo municípios pertencentes a mais de um Estado. II – A microrregião caracteriza-se por ser uma área definida para fins administrativos, que não se encontra fortemente urbanizada. III – Os aglomerados urbanos e as regiões metropolitanas apresentam a característica da conurbação, sendo o traço distintivo entre eles o fato de estas não possuírem um Município-polo. IV – É possível a instituição de microrregião englobando Municípios pertencentes a Estados distintos. V – É possível a instituição de região metropolitana integrada pelo Distrito Federal. Estão corretas. a) I, II, III e V. b) I, II, III, e IV. c) I, III e IV. d) I, II e V. e) II, III e IV. Gabarito 01.e 02.a 03.e 04.c 05.d 06. 07. 08. 09. 10.

Módulo VIII Poder Legislativo – Fundamento, Atribuições e Garantias de Independência

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Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. § 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes. Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; VIII - concessão de anistia; IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação

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adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994) § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério. § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994) Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco

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dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante

provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994) Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato. Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

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§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. § 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja

composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Questões 01. (COBS/2019) A União, por meio de desmembramento formação, criou o Território Federal “DELTA” que, apesar de não possuir grande extensão territorial, possui 119.723 habitantes. Acerca de suas características constitucionalmente definidas, aponte o item incorreto. a) O Território Federal “DELTA”, enquanto existir, elegerá 4 Deputados Federais, independentemente do número de habitantes que possua.

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b) O Território Federal “DELTA” possuirá uma Câmara Territorial com competências deliberativas decorrentes de lei federal. c) O Território Federal “DELTA” possuirá um Governador eleito na forma estabelecida na Constituição Federal. d) O Poder Legislativo do Território Federal “DELTA” será sempre unicameral. e) O Território Federal “DELTA”, enquanto existir, jamais elegerá Senadores, independentemente do número de habitantes que possua. 02. (COBS/2019) Estabelece o art. 48, caput, CF/88, que cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União, não sendo exigida a sanção presidencial para o disposto nos arts. 48, 51 e 52. Sobre esse tema, marque a opção que não se enquadra no rol do art. 48, ou seja, que dispensa a sanção presidencial por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, CF/88). a) Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. b) Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado. c) Telecomunicações e radiodifusão. d) Concessão de anistia. e) Fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas. 03. (COBS/2019) O Estado “ALFA” elegeu 7 Deputados Federais, o Estado “BETA” elegeu 17 Deputados Federais e o Estado “CHARLIE” 39 Deputados Federais. Tendo por base o regramento constitucional e a situação hipotética apresentada, é possível afirmar, quanto ao número de Deputados Estaduais às Assembleias Legislativas dos respectivos Estados, que este corresponde a a) 21 – 41 - 63. b) 21 – 40 - 63. c) 24 – 41 - 60. d) 24 – 40 - 60. e) 24 – 41 - 63. 04. (COBS/2019) Armando Sempre é brasileiro naturalizado, tem 34 anos de idade, encontra-se domiciliado no município do Rio de Janeiro, possui título de eleitor regularmente emitido pela Justiça Eleitoral, estando na condição de cidadão; além disso, recentemente se filiou ao Partido da Corrupção Nacional (PCN). Com base nessas informações é possível afirmar. a) Armando Sempre não poderá se candidatar a Deputado Federal, PIS deveria ter pelo menos 35 anos de idade. b) Armando Sempre poderá se candidatar a Deputado Federal, desde que o faça pelo Estado do Rio de Janeiro. c) Armando Sempre não poderá se candidatar a Deputado Federal, pois deveria estar filiado a partido político a pelo menos um ano. d) Armando Sempre só poderia se candidatar a Deputado Federal se fosse brasileiro nato. e) Armando Sempre não poderá se candidatar a Deputado Federal por não estar no pleno exercício dos direitos políticos.

05. (COBS/2019) Não constitui requisito para eleição ao Senado Federal. a) Não ser réu em ação penal. b) Ser brasileiro nato ou naturalizado. c) Alistamento eleitoral. d) Filiação partidária. e) Domicílio eleitoral na circunscrição. 06. (VUNESP-2019 – TJ-AC – Juiz Substituto) Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa correta. a) Diferentemente do entendimento que se aplica às CPIs em âmbito federal, uma CPI estadual não pode requerer a quebra de sigilo de dados bancários do investigado. b) As ações de mandado de segurança e de habeas corpus impetradas contra CPIs não se extinguem em virtude da conclusão dos seus trabalhos investigatórios se não aprovado seu relatório final. c) A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os espaços domiciliares. d) Tem competência a CPI para expedir decreto de indisponibilidade de bens de particular, como medida de instrução a embasar futura medida cautelar perante o Poder Judiciário. 07. (VUNESP-2019 – TJ-AC – Juiz Substituto) Assinale a alternativa correta: a) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de dois terços, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados e do mínimo de dois quintos dos membros do Senado Federal. b) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe, exclusivamente, a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional e ao Presidente da República. c) A Constituição Federal pode ser emendada, sendo que sua proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, quatro quintos dos votos dos respectivos membros. d) Cabe ao Presidente da República decretar estado de defesa, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, com o fim de preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza, oportunidade em que não se admite, durante sua vigência, a emenda da Constituição Federal. e) Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, sendo autorizada sua edição sobre matérias reservadas a lei complementar. 08. (COBS/2019) Um deputado federal, quando era prefeito municipal, cometeu crime de estelionato, mas o processo só foi instaurado após a extinção do mandato de prefeito e de sua diplomação como Deputado. Esse processo é de competência: a) do Supremo Tribunal Federal. b) do Tribunal de Justiça local. c) do Superior Tribunal de Justiça.

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d) exclusiva da Câmara dos Deputados. e) pertencente ao Congresso Nacional. 09. (FCC-2017 – ARTESP/SP – Agente de Fiscalização) Considere as seguintes funções: I. Legislar. II. Fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo. III. Julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade. IV. Dispor sobre sua organização, provendo cargos, promovendo seus servidores, etc. Constitui função típica do Poder Legislativo o que consta APENAS em a) I e II. b) III. c) I e IV. d) I, II e III. e) II e IV. 10. (FGV-2018 – MPE-AL – Técnico Ministerial) João, tão logo tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, foi informado pelo seu principal assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e financeiro do Poder Legislativo. Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a afirmativa correta. a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal de Contas, o financeiro. b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido pelo Tribunal de Contas. c) Está errada, pois a separação dos poderes impede que qualquer Poder controle os atos do Executivo. d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos controles. e) Está parcialmente certa, pois o Legislativo só exerce o controle político, não o financeiro.

Gabarito 01.c 02.a 03.e 04.b 05.a 06.c 07.d 08.a 09.a 10.d.

MÓDULO IX - Poder Executivo – Forma e Sistema de Governo; Chefia de Estado e de Governo; Atribuições e Responsabilidades do Presidente da República Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais. Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

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V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração

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pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. § 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República. Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

Questões 01. (COBS/2019) Analise os itens que seguem, assinalando o incorreto.

a) É possível afirmar que, no Brasil, o executivo é monocrático. b) O Poder Executivo no Brasil é dual, pois o Presidente da República é, ao mesmo tempo, Chefe de Estado e Chefe de Governo. c) Uma das características do presidencialismo é que os Ministros de Estado são demissíveis ad nutum pelo Presidente da República. d) Exercendo funções típicas, o órgão executivo pratica atos de chefia de Estado, de chefia de governo e atos de administração. e) O contencioso administrativo constitui exemplo do Poder Executivo exercendo função atípica de julgar. 02. (COBS/2019) Sobre o Poder Executivo em âmbito estadual, marque a assertiva que apresenta erro. a) O Executivo estadual é exercido pelo Governador de Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado. b) O Vice-Governador substituirá o Governador no caso de vaga e o sucederá no caso de impedimento. c) A eleição do Governador importará a do Vice-Governador com ele registrado para um mandato de quatro anos. d) Para o Governador e para o Vice-Governador será permitida, para os mesmos cargos, uma única reeleição consecutiva. e) Em regra, o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública brasileira perderá o mandato. 03. (COBS/2019) Constituem competências do Presidente da República na qualidade de Chefe de Governo, exceto. a) Exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal. b) Decretar o estado de defesa e o estado de sítio. c) Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. d) Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional. e) Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente. 04. (COBS/2019) Analise os itens abaixo. I - Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos. II - Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. III - Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional. IV - Decretar e executar a intervenção federal. V - Exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos. São competências privativas do Presidente da República como Chefe de Estado apenas o que se vem afirmar em:

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a) III, IV e V. b) I, III e V. c) I, II e IV. d) II, III e IV. e) I, II e III. 05. (COBS/2019) Algumas atribuições do Presidente da República só podem ser delegadas a certas autoridades; são aquelas contidas nos incisos VI, XII e XXV, 1ª parte. As alternativas abaixo apresentam essas autoridades com exceção de uma. Aponte-a. a) Vice-Presidente da República. b) Ministro da Justiça e Segurança Pública. c) Procurador-Geral da República. d) Advogado-Geral da União. e) Ministro da Defesa. 06. (SELECOM-2019 – Prefeitura de Niterói-RJ – Guarda Civil Municipal) À luz da atual Constituição Federal de 1988, compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e, ainda, sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Com isso, participam desse Conselho o Vice-Presidente da República; o Presidente da Câmara dos Deputados; o Presidente do Senado Federal; os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; o Ministro da Justiça e ainda: a) três cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de dois anos, vedada sua recondução b) três cidadãos brasileiros natos, com mais de quarenta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de dois anos, vedada sua recondução c) quatro cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de dois anos, vedada sua recondução d) cinco cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de um ano, vedada sua recondução e) seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada sua recondução 07. (SELECOM-2019 – Prefeitura de Niterói-RJ – Guarda Civil Municipal) Participam do Conselho de Defesa Nacional: o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal, o Ministro da Justiça, o Ministro de Estado da Defesa, o Ministro das Relações Exteriores, o Ministro do Planejamento e os

Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Como órgão afeto ao Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, destacam-se, com base no ordenamento jurídico constitucional em vigor, dentre outras, as seguintes competências desse Conselho: a) propor os critérios e condições de utilização de áreas prescindíveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias para garantir a independência dos estados e dos municípios e a defesa do Estado democrático b) declarar guerra e celebrar a paz, nos termos da Constituição Federal/1988; decretar o estado de defesa, o estado de sítio e de intervenção federal e propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo c) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos da Constituição Federal/1988; opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional d) estabelecer as hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos da Constituição Federal/1998; decretar o estado de defesa, o estado de sítio e a intervenção federal; estabelecer os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e) declarar guerra e celebrar paz, nos termos da Constituição Federal/1988; decretar o estado de defesa, o estado de sítio e de intervenção federal; estabelecer os critérios e condições de utilização de áreas prescindíveis à segurança do território nacional 08.(COBS/2019) Constituem condições de elegibilidade para o cargo de Presidente e de Vice-Presidente da República, salvo. a) Ser brasileiro. b) Ser alistável e elegível. c) Ter ao menos 35 anos de idade. d) Possuir domicílio eleitoral na circunscrição. e) Estar no pleno exercício dos direitos políticos. 09. (COBS/2019) Sobre os substitutos eventuais ou legais do Presidente da República, só não é possível afirmar. a) A assunção do cargo pelos substitutos eventuais ou legais sempre ocorrerá em caráter temporário, ou seja, enquanto durar o impedimento do Presidente da República. b) Os substitutos eventuais ou legais deverão ser brasileiros natos. c) Todos os substitutos eventuais ou legais devem terno mínimo 35 anos de idade. d) A exigência de idade mínima para substituir o Presidente da República só não se aplica ao Presidente da Câmara dos Deputados, haja vista que a Constituição exige,para Deputado Federal, a idade mínima de 21 anos.

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e) Os substitutos eventuais ou legais não poderão assumir a Presidência da República se se enquadrarem em qualquer situação de impedimento de seu exercício fixada pela Constituição. 10. (COBS/2019) Aponte a afirmativa incorreta. a) Em âmbito estadual, no caso de impedimento ou vacância dos cargos de Governador e de Vice-Governador, serão chamados para governar o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do TJ. b) No caso do DF, havendo impedimento ou vacância dos cargos de Governador e Vice-Governador, assume o Presidente da Câmara Legislativa do DF e o Presidente do TJDFT. c) Nos Municípios, havendo impedimento ou vacância dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, assume o Presidente da Câmara dos Vereadores e o Presidente do TJ local. d) Em caso de vacância ou impedimento de Governador de Território Federal, o Presidente da República deverá nomear outro Governador. e) Em caso de vacância ou impedimento de Governador de Território Federal, assumirá o Presidente da Câmara Territorial até que haja a nomeação de outro Governador pelo Presidente da República. Gabarito 01.b 02.b 03.d 04.e 05.a 06.e 07.c 08.a 09.d 10.c

MÓDULO X – Poder Judiciário – Disposições Gerais (Fundamentos, atribuições e garantias); STF, STJ, TRFs e Juízes Federais; Tribunais e Juízes dos Estados Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art.

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40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,

que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; d) propor a criação de novas varas judiciárias; e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos

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crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto

se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de

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origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em

lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

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d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: I - os Tribunais Regionais Federais; II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira; II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas

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públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

Questões

01. (COBS/2019) As decisões jurisdicionais transitam em julgado e, sob o manto protetivo da coisa julgada formal e material, não mais poderão ser alteradas após transcorrido o prazo para a interposição da ação rescisória. Trata-se de observância ao a) princípio da unicidade de jurisdição. b) princípio da ininterruptabilidade da jurisdição. c) princípio da definitividade. d) princípio da inamovibilidade. e) princípio da independência do Poder Judiciário.

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02. (COBS/2019) A aprovação da Reforma do Poder Judiciário, por meio da EC n. 45/2004, introduziu diversas inovações no texto constitucional relativas à estrutura, às competências e à atuação do Judiciário. Assinale a opção que não representa uma dessas medidas específicas previstas na mencionada emenda. a) A criação do CNJ como órgão do Judiciário. b) A criação da Súmula Vinculante do STF. c) A constitucionalização dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos. d) A criação de órgãos de superposição das Justiças comum e especial. e) a federalização dos crimes contra os direitos humanos. 03. (FCC - 2019 - TRF - 4ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação ) Considere que determinado Tribunal Regional Federal pretenda adotar algumas medidas, para atender de modo mais adequado e racional a um aumento de demanda havido nos últimos tempos. Para tanto, em conformidade com a Constituição Federal, poderá o Tribunal a) funcionar descentralizadamente, mediante a transferência temporária e periódica de sua sede, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. b) ampliar sua composição, mediante a promoção, por merecimento, de juízes federais com mais de três anos de exercício, recrutados, quando possível, na respectiva região. c) determinar que sejam julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado respectivo os recursos cabíveis nas causas de competência dos juízes federais processadas pela justiça estadual, em razão de a comarca não ser sede de vara do juízo federal. d) constituir Câmaras regionais, compostas por juízes vindos mediante remoção de outros Tribunais Regionais Federais e de Tribunais de Justiça dos Estados. e) servir-se de equipamentos públicos e comunitários para instalar a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição. 04. (IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção) Marque a alternativa INCORRETA sobre o Poder Judiciário: a) O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros que serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. b) Os juizados especiais serão providos somente por juízes togados, capacitados e competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. c) A justiça de paz é remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de

habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. d) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 05. (COBS/2019) Acerca do Supremo Tribunal Federal assinale a opção incorreta. a) Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. b) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notório saber jurídico e reputação ilibada. c) A escolha de Ministro do Supremo Tribunal Federal trata-se de ato composto na medida em que o Presidente escolhe, mas a nomeação só se completa com a aprovação do indicado pelo Senado Federal. d) Todo Ministro do Supremo Tribunal Federal, além de ser brasileiro nato, deve ser, necessariamente, jurista, tendo cursado a faculdade de direito. e) No Senado Federal é competência da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) emitir parecer, meramente opinativo, em votação secreta, sobre o nome indicado pelo Presidente da República para Ministro do STF, e, posteriormente, proceder à argüição do mesmo. 06. ( FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico Superior Jurídico) A comissão externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes aprovou em dezembro de 2018 o seu relatório final, no qual cobra a federalização do caso. Como é sabido, no Brasil é possível que haja federalização de casos de grave violação de direitos humanos. Segundo a Constituição da República de 1988, qual seria a finalidade desse deslocamento de competência para a justiça federal é: a) garantir a Lei e a Ordem nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem; b) dar efetividade ao sistema de garantia de direitos fundamentais previstos no âmbito da Constituição e da legislação federal; c) promover a atuação integrada, no plano estadual e federal, de administradores e responsáveis pelas investigações de casos que envolvam violação de direitos humanos; d) combater a eventual morosidade dos agentes do sistema de justiça que comprometa a imagem do país junto aos organismos multilaterais de cooperação internacional; e) assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte. 07. (MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina) Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar originariamente as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo

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internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. (certo) (errado) 08. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 8) Qual dos seguintes órgãos NÃO está vinculado ao Poder Judiciário? a) Superior Tribunal Militar – STM. b) Conselho Nacional de Justiça – CNJ. c) Tribunal de Contas da União – TCU. d) Tribunal Superior Eleitoral – TSE. e) Tribunal Superior do Trabalho – TST 09. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal) Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe a) processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. b) processar e julgar, mediante recurso extraordinário, o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão. c) processar e julgar, mediante recurso ordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. d) julgar, em recurso ordinário, a extradição solicitada por Estado estrangeiro. e) julgar, em recurso ordinário, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. 10. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia) Quanto ao Poder Judiciário, a Constituição da República Federativa do Brasil prevê que a) ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa, porém não é assegurada autonomia financeira. b) o Estatuto da Magistratura trata-se de Lei Ordinária de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. c) são, dentre outros, órgãos do Poder Judiciário: o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares. d) o quinto constitucional é a norma que prevê que um quinto dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, Distrito Federal e Territórios será composto por membros oriundos do Poder Executivo e) o Supremo Tribunal Federal é composto por onze Ministros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela Câmara de Deputados. Gabarito 01.a 02.d 03.e 04.b 05.b 06.e 07.errado 08.c 09.a 10.c

MÓDULO XI – Funções Essenciais à Justiça – Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 128. O Ministério Público abrange: I - o Ministério Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados. § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. § 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,

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que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I o Procurador-Geral da República, que o preside; II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; III três membros do Ministério Público dos Estados; IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. § 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe: I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos

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administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público. § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei. Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos,

com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013) § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Questões

01. (COBS/2019) O texto constitucional de 1988 consagrou a evolução do Ministério Público. Dentre as características atuais da instituição, não se encontra. a) O Ministério Público é órgão independente, totalmente desvinculado de quaisquer dos Poderes.

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b) O Ministério Público passou a ter competência para prestar consultoria jurídica a entidades públicas. c) A Constituição Federal vedou expressamente ao Ministério Público a representação judicial da União. d) O Ministério Público é instituição permanente e autônoma. e) O Ministério Público é instituição essencial à função jurisdicional do Estado. 02. (COBS/2019) Sobre os dispositivos constitucionais acerca do Ministério Público, marque a opção incorreta. a) As funções do MP só poderão ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão, obrigatoriamente, residir na comarca em que são lotados. b) O ingresso na carreira do MP far-se-á por meio de concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da OAB em todas as fases do certame. c) Para ingresso na carreira do MP exige-se, dentre outros requisitos, que o bacharel em direito tenha, no mínimo, três anos de atividade jurídica. d) A comprovação do período de atividade jurídica deve se dar no momento da inscrição definitiva no concurso e não na posse. e) Aplica-se ao integrante do MP a quarentena de entrada e a quarentena de saída. 03. (CESPE - 2019 - MPC-PA - Assistente Ministerial de Controle Externo) Considerando-se as disposições da CF, é correto afirmar que o procurador-geral da República, chefe do Ministério Público da União, é nomeado pelo presidente da República dentre a) integrantes da carreira, para mandato de dois anos, podendo ser destituído por iniciativa do presidente da República, desde que haja prévia autorização da maioria absoluta do Senado Federal. b) cidadãos de mais de trinta e cinco anos de idade de notório saber jurídico e conduta ilibada, após sabatina e aprovação pelo STF, para mandato de três anos, sem possibilidade de posterior destituição. c) integrantes de lista tríplice da carreira, para mandato de dois anos, após prévia autorização da maioria absoluta do Senado Federal, sem possibilidade de posterior destituição, salvo em caso de processo disciplinar ou decisão judicial. d) cidadãos de mais de trinta e cinco anos de idade de notório saber jurídico e conduta ilibada, integrantes ou não das carreiras do Ministério Público, para mandato de dois anos, podendo ser destituído por iniciativa do presidente da República, desde que haja prévia autorização da maioria absoluta do Senado Federal. e) integrantes da carreira, para mandato de três anos, podendo ser destituído por iniciativa do presidente da República, desde que haja prévia autorização da maioria absoluta do STF. 04. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) A Constituição define dentre as funções essenciais à justiça a existência do Ministério Público, da Advocacia Pública, da Advocacia e da Defensoria Pública. Seguem-se cinco afirmações sobre os órgãos citados: I – É vedado a seus membros receber, saldo em casos excepcionais, honorários, percentagens ou custas processuais; II – O Advogado Geral da União representa a União na execução da dívida ativa de natureza tributária; III – O advogado é dispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações

no exercício da profissão, mesmo que fora dos limites da lei; IV – A defesa dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, em todos os graus e apenas no âmbito judicial, incumbe à Defensoria Pública; V – A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. Marque a alternativa que contém a(s) afirmativa(s) correta(s) com relação aos órgãos citados do enunciado. a) Quatro delas: II, III, IV e V. b) Quatro delas: I, II, III e IV. c) Apenas a V. d) Apenas a III. e) Apenas a II. 05. (MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Secretário Auxiliar) Assinale a alternativa incorreta. De acordo com a Constituição Federal de 1988, são funções institucionais do Ministério Público: a) promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; b) orientação jurídica, promoção dos direitos humanos e a defesa em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados; c) defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; d) exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar; e) requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais 06. (IDECAN - 2019 - AGU - Técnico em Comunicação Social) A Advocacia-Geral da União é o mais elevado órgão de assessoramento jurídico do Poder Executivo, submetido à direta, pessoal e imediata supervisão do Presidente da República. Nesse cenário, é correto afirmar que a) despachar com o Presidente da República e representar a União junto ao Supremo Tribunal Federal são atribuições do Advogado-Geral da União. b) o Advogado-Geral da União é nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. c) qualquer cidadão pode ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, desde que seja maior de trinta anos e possua notável saber jurídico. d) o Advogado-Geral da União tem a atribuição de coordenar o estágio confirmatório dos integrantes das Carreiras da Advocacia-Geral da União. e) compete ao Advogado-Geral da União examinar previamente a legalidade dos contratos, acordos, ajustes e convênios que interessem ao Ministério da Fazenda, inclusive os referentes à dívida pública externa, e promover a respectiva rescisão por via administrativa ou judicial. 07. (Banca não informada) Claudemir é cidadão brasileiro, tem 37 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. De acordo apenas com as informações mencionadas, é correto afirmar que Claudemir poderá, mediante

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a) concurso público de provas e títulos, tornar-se Advogado-Geral da União, sendo a Advocacia-Geral da União a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, apenas judicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. b) livre nomeação pelo Presidente da República, tornar-se Advogado-Geral da União, sendo a Advocacia-Geral da União a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. c) livre nomeação pelo Presidente da República, tornar-se Advogado-Geral da União, sendo a Advocacia-Geral da União a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei ordinária sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Legislativo. d) concurso público de provas e títulos, tornar-se Advogado-Geral da União, sendo a Advocacia-Geral da União a instituição que, apenas diretamente, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei ordinária sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Legislativo. e) a escolha de 2/5 dos membros do Congresso Nacional, tornar-se Advogado-Geral da União, sendo a Advocacia-Geral da União a instituição que, através de órgão vinculado, representa a União, apenas judicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 08. (COBS/2019) É possível asseverar que a Constituição Federal não fez previsão expressa a uma das instituições abaixo quando se referiu a Advocacia Pública; assim, tal instituição não é de criação obrigatória. Assinale-a. a) Advocacia-Geral da União. b) Procuradoria dos Estados. c) Procuradoria dos Municípios. d) Procuradoria do DF. e) Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. 09. (COBS/2019) No tocante ao cargo de Advogado-Geral da União, marque a opção que apresenta erro. a) Não é preciso ser advogado público para ser nomeado AGU. b) O AGU será escolhido dentre cidadãos com mais de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. c) O AGU possui status de Ministro de Estado, sendo julgado pelo STF nas infrações penais comuns. d) A nomeação do AGU deve ser precedida de aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. e) O AGU é o mais elevado órgão de assessoramento jurídico do Poder Executivo, submetendo-se direta e pessoalmente à supervisão do Presidente da República. 10. (COBS/2019) Marque a assertiva correta. a) A indispensabilidade do advogado é absoluta.

b) A imunidade do advogado é irrestrita. c) A cominação de nulidade da prisão de advogado, caso não se faça a comunicação à OAB, configura sanção para tornar efetiva a norma. d) O múnus constitucional exercido pelo advogado não justifica a garantia de somente ser preso em flagrante e na hipótese de crime inafiançável. e) O STF entendeu que a OAB é um “serviço público independente”, “categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”, constituindo portanto espécie de autarquia. Gabarito 01.b 02.a 03.a 04.c 05.b 06.a 07.b 08.c 09.d 10.c

MÓDULO XII - Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: do Estado de Defesa, do Estado de Sítio, das Forças Armadas e da Segurança Pública

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

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§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares

efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014) III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014) IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

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V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014) IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003) X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. (Regulamento) § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento) Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática

tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em

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Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

Questões sobre Estado de Defesa e Estado de Sítio

01. (CESPE-2018 - Procuradoria Geral do Estado - PE -PGE/PE - Procurador do Estado) Acerca do sistema constitucional de defesa do Estado e das instituições democráticas em tempos de crises, assinale a opção correta. a) É competência exclusiva do Congresso Nacional a decretação e a suspensão do estado de defesa ou do estado de sítio. b) Instaura-se o estado de sítio em caso de iminente e grave instabilidade institucional que ameace a ordem pública em determinado local. c) Na vigência do estado de sítio decretado em decorrência de comprovada a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa, poderá haver restrição relativa à liberdade de imprensa. d) O estado de defesa vigorará pelo prazo máximo de trinta dias, podendo ser prorrogado por novos períodos de até trinta dias, quantas vezes forem necessárias. e) O estado de defesa visa preservar a localidade em caso de resposta a agressão armada estrangeira. 02. (FGV-2018 - Advogado - XXVI Exame de Ordem Unificado) Durante ato de protesto político, realizado na praça central do Município Alfa, os manifestantes, inflamados por grupos oposicionistas, começam a depredar órgãos públicos locais, bem como invadem e saqueiam estabelecimentos comerciais, situação que foge do controle das forças de segurança. Diante do quadro de evidente instabilidade social, o Presidente da República, por Decreto, institui o estado de defesa no Município Alfa por prazo indeterminado, até que seja restaurada a ordem pública e a paz social. No Decreto, ainda são fixadas restrições aos direitos de reunião e ao sigilo de correspondência e comunicação telefônica. Acerca do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Durante o estado de defesa, podem ser estabelecidas restrições aos direitos de reunião e ao sigilo de correspondência e comunicação telefônica, mas o referido decreto não poderia estender-se por prazo indeterminado, estando em desconformidade com a ordem constitucional. b) Ao decretar a medida, o Chefe do Poder Executivo não poderia adotar medidas de restrição ao sigilo de correspondência e comunicação telefônica, o que denota que o decreto é materialmente inconstitucional. c) O decreto é formalmente inconstitucional, porque o Presidente da República somente poderia decretar medida tão drástica mediante lei previamente aprovada em ambas as casas do Congresso Nacional. d) O decreto presidencial, na forma enunciada, não apresenta qualquer vício de inconstitucionalidade, sendo assegurada, pelo texto constitucional, a possibilidade de o Presidente da República determinar, por prazo indeterminado, restrições aos referidos direitos. 03. (VUNESP-2018 - Polícia Civil - SP-Delegado de Polícia) Suponha que o Presidente da República, depois de ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretou estado de defesa para restabelecer a paz social ameaçada por

grave e iminente instabilidade institucional no local X. Nesse caso, é certo assinalar que a) o estado de defesa poderá ser instituído pelo prazo máximo de 45 dias, prorrogado uma única vez por mais 45 dias. b) o decreto poderá restringir tanto o sigilo de comunicação telegráfica como telefônica. c) o decreto que instituir o estado de defesa poderá se dar por prazo indeterminado em casos de grave violação da ordem pública. d) na vigência do estado de defesa a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a 30 dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário. e) o direito de reunião poderá ser restringido, excetuando- se naquelas exercidas no seio das associações. 04. (COBS/2019) Caracteriza-se como o equilíbrio da ordem constitucional, com o intuito de impedir a sobreposição de um grupo sobre o outro, enfatizando o equilíbrio dos diversos fatores de poder atuantes no Estado. a) Defesa das instituições democráticas. b) Estado de defesa. c) Estado de sítio. d) Defesa do Estado. e) Sistema constitucional de crises. 05. (COBS/2019) Os estados de exceção constitucional apresentam diversas características apontadas pela doutrina e aceitas pela jurisprudência pátria. Sobre esse aspecto, aponte a assertiva incorreta. a) Os pressupostos para decretação decorrem da Constituição e das leis. b) A legalidade extraordinária não pode se perpetuar no tempo. c) Essas situações se justificam na exata medida para fazer cessar as causas e restabelecer a normalidade. d) A decretação dos estados de defesa e de sítio deve ocorrer em último caso. e) Deve haver determinação do espaço de atuação das medidas restritivas. 06. (COBS/2019) A instituição da legalidade extraordinária ou excepcional implementa-se por meio de a) lei. b) ato administrativo interno. c) ato legislativo. d) ato político. e) ato jurisdicional. 07. (COBS/2019) Analise os itens subsecutivos, apontando o incorreto. a) A titularidade para decretação do estado de defesa é do Presidente da República, mediante decreto. b) Para a decretação do estado de defesa é necessária a oitiva prévia do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional. c) Ainda que decretado o estado de defesa, é vedada a incomunicabilidade do preso. d) O decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outras informações, estabelecer a área a ser abrangida. e) O tempo de duração do estado de defesa será de no máximo 30 dias, prorrogáveis por períodos de 30 dias, enquanto durar a situação de anormalidade constitucional.

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08. (COBS/2019) O Presidente da República, no uso de suas atribuições, decretou estado de defesa tendo por fundamento a preservação, em locais restritos e determinados, da ordem pública ameaçada por calamidade de grandes proporções na natureza. Em razão da extrema gravidade da situação, a oitiva do Conselho de Defesa Nacional foi prévia; contudo, a do Conselho da República ocorreu posteriormente á decretação. Além disso, o decreto presidencial estabeleceu o prazo de 20 dias para a duração do estado de defesa, permitindo sua prorrogação por períodos sucessivos de 30 dias. Estabeleceu, ainda, que as medidas inerentes a esse estado de exceção deveriam ser implementadas apenas em locais direta ou indiretamente atingidos pela calamidade, apontando, inclusive, que não poderiam ocorrer quaisquer restrições a direitos fundamentais. Tendo por referência o texto acima, assinale o número de impropriedades existentes, se houver. a) zero. b) uma. c) duas. d) três. e) quatro. 09. (COBS/2019) A duração do estado de sítio não poderá ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado, sucessivamente, sem limites, enquanto durar a situação de anormalidade, sendo que cada prorrogação também não poderá ser superior a 30 dias. Este regramento constitucional aplica-se às seguintes hipóteses: a) comoção grave de repercussão nacional e ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. b) comoção grave de repercussão nacional e declaração de estado de guerra. c) declaração de estado de guerra e resposta a agressão armada estrangeira. d) ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa e resposta a agressão armada estrangeira. e) comoção grave de repercussão nacional e resposta a agressão armada estrangeira. 10. (COBS/2019) O Congresso Nacional possui discricionariedade política para apreciar a solicitação do Presidente da República para a decretação do estado de sítio qualquer que seja seu motivo; assim, se o Congresso Nacional rejeitar o pedido, o Presidente da República estará vinculado a essa decisão, não podendo decretá-lo; contudo, se o Congresso Nacional autorizar, o Presidente da República possuirá discricionariedade política para decretá-lo ou não. (certo) (errado)

Gabarito 01.c 02.a 03.b 04.a 05.a 06.d 07.e 08.e 09.a 10.certo.

Questões sobre Forças Armadas e Segurança Pública

01. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 8) No Brasil, a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de

todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, a segurança pública é exercida por quais órgãos? a) Forças armadas, polícias federais, civis, militares e corpo de bombeiros. b) Polícias federais, civis, militares e corpo de bombeiros. c) Ministério público, polícias federais, civis e militares. d) Ministério público, polícias federais, civis, militares e corpo de bombeiros. e) Forças armadas, polícias federais, civis e militares. 02. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Investigador) Tendo como base a Constituição Federal, assinale a alternativa correta acerca das Forças Armadas e da Segurança Pública. a) Ao militar, é permitido o direito à sindicalização, mas vedado o direito à greve. b) Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. c) Em tempo de paz, o serviço militar é obrigatório nos termos da lei, inclusive aos eclesiásticos. d) O Corpo de Bombeiros Militar não integra diretamente os órgãos de segurança pública, porém é considerado um órgão auxiliar. e) A Polícia Rodoviária Federal é um órgão vinculado ao Ministério da Justiça e subordinado à Polícia Federal. 03. (SELECON - 2019 - Prefeitura de Niterói - RJ - Guarda Civil Municipal) A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, segundo preceitua o caput do art. 144 da Constituição Federal de 1988. Em outras palavras, a questão da ordem pública não se restringe apenas às polícias, mas depende da colaboração e da integração de toda a sociedade. Nesse passo, a Constituição Federal em vigor estabelece que a organização da segurança pública, obrigatoriamente, é exercida por meio dos seguintes órgãos: a) polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares e guardas municipais b) Tribunal Desportivo, Tribunal Marítimo e Tribunais Federais, Estaduais e Municipais c) Ministério Público Federal e Estadual, Tribunal Desportivo, Tribunal Marítimo e Tribunais Federais, Estaduais e Municipais d) polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares e) Tribunal Desportivo, Tribunal Marítimo e Tribunais Federais e Estaduais 04. (COBS/2019) Assinale a opção incorreta. a) A PF, a PRF e a PFF são órgãos permanentes. b) A PF, a PRF e a PFF são organizadas e mantidas pela União. c) A PF, a PRF e a PFF são estruturadas em carreiras. d) A PF, a PRF e a PFF exercem funções de polícia judiciária. e) A PF, a PRF e a PFF são órgãos integrantes da segurança pública. 05. (COBS/2019) Sobre as polícias dos Estados e do DF, aponte o item incorreto.

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a) A segurança pública em nível estadual foi atribuída às polícias civis, às polícias militares e aos corpos de bombeiros militares. b) As polícias civis, as polícias militares e os corpos de bombeiros militares são organizados e mantidos pelos Estados e pelo DF. c) As polícias civis desempenham a função de polícia judiciária no âmbito dos Estados/DF. d) As polícias militares e os corpos de bombeiros militares são forças auxiliares e reservas do Exército brasileiro. e) Ao corpo de bombeiros militar cabe, dentre outras atribuições, as funções inerentes à defesa civil. 06. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) A segurança pública é dever do Estado, devendo ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através das polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis, militares e corpos de bombeiros militares. É INCORRETO afirmar que a) a segurança viária compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente. b) às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. c) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. d) a polícia ferroviária federal se destina ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. e) cabe às polícias civis apurar infrações penais contra a ordem política e social cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme. 07. (COBS/2019) Quanto aos órgãos integrantes da segurança pública, aponte o item incorreto. a) A polícia de segurança é composta pela polícia administrativa e pela polícia judiciária. b) A polícia federal é polícia judiciária e não administrativa. c) A polícia administrativa estadual é exercida pela polícia militar e pelo corpo de bombeiros militar. d) A polícia administrativa atua de forma preventiva ou ostensiva. e) A polícia administrativa federal é desempenhada pela PF, PRF e PFF. 08. (COBS/2019) Sobre o tema segurança pública, marque a alternativa que apresenta erro. a) A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. b) A segurança pública tem por objetivo fundamental a preservação da ordem pública, dentre outros. c) A segurança pública tem por objetivo fundamental a incolumidade das pessoas e do patrimônio, dentre outros. d) Os órgãos integrantes da segurança pública são elencados em rol exemplificativo pela Constituição Federal. e) Não cabe à polícia judiciária a promoção da ação penal. 09. (COBS/2019) Acerca da Força Nacional de Segurança Pública, aponte a opção incorreta. a) Ela poderá ser empregada em qualquer parte do território nacional.

b) Ela atuará tanto em atividades de policiamento ostensivo (preventivo) quanto repressivo. c) Ela não pode atuar sem que haja prévia e expressa solicitação do respectivo Governador de Estado/DF ou de Ministro de Estado. d) Ela é composta por servidores das polícias federais e dos órgãos de segurança pública dos Estados que aderiram ao Programa de Cooperação Federativa. e) O princípio da solidariedade federativa norteou a criação do programa de cooperação federativa denominado Força Nacional de Segurança Pública. 10. (COBS/2019) Trata-se de setor especializado da Força Nacional de Segurança Pública para o treinamento de policiais que poderão atuar imediatamente em situações de crise grave, visando disseminar tecnologia de ponta e conhecimento com foco principal na preservação da vida e no respeito aos direitos humanos. a) Unidades de Polícia Pacificadora - UPPs. b) Garantia da Lei e da Ordem - GLO. c) Força Nacional de Segurança Pública. d) Conselho de Defesa Nacional. e) Batalhão Especial de Pronto Emprego - BEPE. Gabarito 01.b 02.b 03.d 04.d 05.b 06.e 07.b 08d 09.b 10.e.

MÓDULO XIII - ORDEM SOCIAL

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) Esses direitos sociais foram mais bem abordados pela CF no chamado Título da Ordem Social, isso porque na sequência do Art. 6º, a CF apenas ocupou-se dos temas referentes aos direitos sociais de caráter trabalhista. Dessa forma, o título VIII, Da Ordem Social, estabelecido na CF, visa à concretização dos direitos sociais elencados no Art. 6º de forma genérica; são direitos, portanto, de segunda geração, os quais estabelecem prestações positivas do Estado. Contudo, o título da ordem social estabeleceu novos direitos não estabelecidos no artigo 6º, incluindo direitos de terceira geração. Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

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Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I – universalidade da cobertura e do atendimento; II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; V – equidade na forma de participação no custeio; VI – diversidade da base de financiamento; VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (...)

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado

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o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma

autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

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II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012) (...) Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: (...) § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

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§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

Questões

01. (Consulplan – 2019 – Prefeitura de Suzano – Procurador Jurídico) A educação é um direito de todos e é dever do Estado e da família, conforme

dispõe a Constituição Federal. Nesse sentido, é possível afirmar que o ensino deve ser ministrado com base em alguns princípios, dentre os quais, NÃO se inclui: a) Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. b) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. c) Igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno na escola. d) Ingresso na carreira docente exclusivamente por concurso de provas ou provas e títulos. 02. (VUNESP - 2019 - Câmara de Mauá - SP - Procurador Legislativo) A seguridade social tem relevância constitucional, sendo de fundamental importância para o equilíbrio das contas públicas no Brasil. A esse respeito, é correto afirmar, com base na legislação nacional, que a) nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido, exceto mediante aprovação de lei complementar específica b) a expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados no âmbito da seguridade social depende de prévia compensação da nova despesa pelo aumento permanente de receita. c) nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total. d) para fins da lei de responsabilidade fiscal, a seguridade social abrange apenas os benefícios de previdência e assistência social destinados aos servidores públicos não militares, ativos e inativos, e aos seus pensionistas. e) o reajustamento de valor do benefício ou do serviço da seguridade social, a fim de preservar o seu valor real, é vedado, exceto quando haja cabal demonstração de ausência de impactos sobre as metas de resultado fiscal. 03. ( CESGRANRIO - 2016 - UNIRIO - Médico - Cirurgia Geral) A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece em seu Artigo 198 três diretrizes segundo as quais devem ser organizadas as ações e serviços públicos de saúde. As diretrizes são as seguintes: a) descentralização; atendimento integral; participação da comunidade b) direção única; prioridade para ações preventivas; regionalização do sistema c) rede regionalizada e hierarquizada; atendimento integral; participação da comunidade d) direção tripartite em cada esfera de governo; descentralização e hierarquização dos serviços, participação da comunidade e) descentralização; prioridade para ações preventivas; serviços organizados em redes assistenciais. 04. (COBS/2020 – QCONST29) O Título VIII da Constituição Federal trata da ordem social, estabelecendo em seu art. 193 que a ordem social tem por base o (a) a) bem-estar social. b) justiça social. c) primado do trabalho. d) livre-iniciativa. e) ordem econômica. 05. (COBS/2020 – QCONST30) No campo dos direitos sociais a seguridade social abrange a

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previdência e a assistência social e a saúde. Quanto ao tema é possível asseverar que, dentre os princípios orientadores da organização da seguridade social, não se encontra o (a) a) universalidade da cobertura e do atendimento. b) uniformidade da base de financiamento. c) irredutibilidade do valor dos subsídios. d) equidade na forma de participação no custeio. e) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. 06. (COBS/2020 – QCONST31) Na dicção do art. 195 da CF/88, “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais”, exceto: a) do exportador de bens e serviços ou de quem a lei a ele equiparar. b) sobre a receita de concursos de prognósticos. c) do trabalhador. d) dos demais segurados da previdência social. e) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, na forma da lei 07. (COBS/2020 – QCONST32) A educação, direito de todos dever do Estado e da família, deve ser efetivada pelo Estado mediante as garantias abaixo assinaladas, salvo: a) progressiva universalização do ensino médio gratuito. b) educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade. c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede especializada de ensino. d) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando. e) educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive a sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. 08. (COBS/2020 – QCONST33) A Lei Maior de 1988 estabelece parâmetros de atuação dos entes federados visando a organização de seus sistemas de ensino em regime de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. Diante do exposto, marque a opção incorreta. a) Os municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. b) Os estados atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. c) A União organizará o sistema federativo de ensino e o dos Territórios. d) A União exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir a equalização de oportunidades educacionais e) O Distrito Federal atuará prioritariamente na educação infantil, no ensino fundamental e médio. 09. (COBS/2020 – QCONST34) Aponte a assertiva incorreta. a) O desporto em sentido amplo abrange, além do esporte, a recreação, o lazer e o divertimento. b) O lazer enquanto direito social guarda íntima relação com a idéia de qualidade de vida. c) Ao Estado é atribuído o dever de fomentar as práticas desportivas formais e não formais.

d) É facultado aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e á pesquisa científica e tecnológica. e) A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho. 10. (COBS/2020 – QCONST35) Em se tratando de ci~encia tecnologia e iovação, a Constituição Federal estabelece que o Estado promoverá e incentivará os aspectos abaixo, exceto um. Assinale-o. a) Política nacional de biossegurança. b) Desenvolvimento científico. c) Pesquisa d) Inovação. e) Capacitações científica e tecnológica. Gabarito 01.d 02.c 03.a 04.c 05.b 06.a 07.c 08.e 09.d 10.a.

MÓDULO XIV - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE; INCONSTITUCIONALIDADE; SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

O controle de constitucionalidade pressupõe uma Constituição Rígida (como é a CF/88) e um órgão responsável por sua guarda (o STF). É um desdobramento do princípio da Supremacia da Constituição. Sistemas: Austríaco (Kelsen) x Norte-americano (Marshall). O Brasil adotou o sistema da teoria da nulidade, aquele em que ao se declarar a nulidade de uma lei ou ato normativo afeta o seu plano de validade, de modo que tal ato declaratório reconhece um vício congênito, de nascimento. Resumindo, temos: Sistema Austríaco (Kelsen): A decisão de inconstitucionalidade tem natureza constitutiva. O vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da eficácia.

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Os efeitos são ex nunc (prospectivos) e erga omnes, preservando os efeitos já produzidos. A lei inconstitucional é anulável. A lei continua válida, até que seja declarada nula. Sistema norte-americano (Marshall): A decisão de inconstitucionalidade tem natureza declaratória, reconhecendo situação preexistente. O vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da validade. A decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc (retroativos). A lei inconstitucional é ato nulo (null and void), ineficaz, írrito e, portanto, desprovido de força vinculativa. Invalidação ab initio dos atos praticados com base na lei inconstitucional.

Espécies de Inconstitucionalidades

A) Inconstitucionalidade por ação: também chamada de positiva ou por atuação, é aquela em que se verifica a inconstitucionalidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos). Esta espécie pode ser subdividida: I) inconstitucionalidade por ação por vício formal: a Doutrina mais moderna tem conceituado de inconstitucionalidade “nomodinâmica”, porque o vício formal decorre de afronta ao princípio do devido processo legal, o que dá a ideia de dinamismo. Pode, ainda, ser de três tipos: - Inconstitucionalidade formal orgânica: aquela que decorre da inobservância da competência legislativa para a elaboração do ato (ex: o STF considera inconstitucional lei municipal que discipline o uso de cinto de segurança, pois legislar sobre trânsito e transporte é competência da União, nos termos do art. 22, XI); - Inconstitucionalidade formal propriamente dita: aquela em que ocorre inobservância dos procedimentos do devido processo legislativo, seja na fase inicial, seja nas fases posteriores. Quando a inobservância é na fase inicial, a lei ou o ato é iniciado por alguém incompetente (ex: a lei é de iniciativa exclusiva do Presidente da República, e um Deputado Federal quem o faz), nesse caso, tem-se a inconstitucionalidade por vício formal subjetivo, de natureza insanável (ainda que o presidente venha a sancionar a lei). Quando o vício se dá nas fases seguintes (por ex: não foi observados os dois turnos de votação ou a maioria qualificada), tem-se o vício formal objetivo; - Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos do ato: esse tipo de inconstitucionalidade formal é observada quando pressupostos EXTERNOS ao processo legislativo não são observados. Por exemplo: uma Medida Provisória que é editada sem a os requisitos da relevância e urgência (art. 62), ou, ainda, a não realização de prévia

audiência pública ou de plebiscito, quando legalmente exigidos. II) inconstitucionalidade por ação por vício material: chamada também de “nomoestática”, porque, como é um vício de conteúdo, ideia que passa é de vício substancial, estático. A lei ou o ato poderá ser declarada inconstitucional por confrontar materialmente a Constituição, seja uma regra (explícita ou implícita) ou um princípio (explícito ou implícito). III) inconstitucionalidade por ação por vício de decoro parlamentar: trata-se de uma construção doutrinária, em que se verifica o vício na formação da vontade do parlamentar no procedimento legislativo. Ou seja, mediante a promessa ou recebimento de quantias e vantagens, os parlamentares se votavam de acordo com as recomendações do governo (caso “Mensalão”). Assim, várias ADIs foram propostas, questionando algumas leis e reformas (como a da Previdência, por exemplo). Até o momento, o STF ainda não enfrentou a questão. B) Inconstitucionalidade por omissão: decorre da inércia legislativa em regulamentar normas constitucionais de eficácia limitada.

Sistemas e vias de controle judicial

Pelo critério subjetivo ou orgânico, o controle poderá ser difuso ou concentrado. Pelo critério formal, poderá ser via incidental (ou de exceção - no caso concreto) ou via principal (ou abstrata - via de ação). O sistema difuso é aquele em que qualquer juiz ou tribunal poderá realizar o controle de constitucionalidade; já o sistema concentrado é aquele em que um determinado órgão tem competência originária para analisar a constitucionalidade. Na via incidental, o controle será exercido como questão prejudicial, decorrência lógica, matéria de defesa. Já na via principal (abstrata ou via de ação), a análise da constitucionalidade será o pedido principal, autônomo e exclusivo da ação. Em regra, a o controle difuso dá-se via incidental; ao passo em que o controle concentrado dá-se via abstrata. Como exceção, é possível que o controle concentrado seja incidental, quando, por exemplo, o STF analisa a constitucionalidade, mas como questão prejudicial. Controle Difuso e a Cláusula da Reserva de Plenário (art. 97 da CRFB/88). Art. 97: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Poder Público”.

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A cláusula de reserva de plenário também é chamada de full bench. Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão do órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. Contudo, em observância aos princípios da economia processual e da segurança jurídica, afasta-se a cláusula de reserva de plenário quando já haja decisão do órgão especial ou do pleno do Tribunal, ou do STF, sobre a matéria. Resumidamente, não se aplica a cláusula da reserva de plenário nas seguintes hipóteses: a) Art. 949, p. único, do NCPC; b) Se o Tribunal mantiver a constitucionalidade da norma; c) Nas hipóteses de decisão em sede de medida cautelar, já que não é definitiva; d) Turmas do STF no julgamento de RE: de acordo com as normas regimentais pertinentes ao STF é das Turmas a competência para julgar RE. Não se aplica a cláusula de reserva de plenário nesse caso, seja por não se tratar de um Tribunal no sentido fixo do art. 97, seja por ser função precípua da Corte a declaração de inconstitucionalidade. Nesse sentido, a jurisprudência pacífica do STF: “O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF” (RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 02.03.2010, 2.ª Turma, DJE de 19.03.2010); e) Juízo monocrático de primeira instância: Ora, aqui por óbvio não se aplica a cláusula de reserva de plenário, já que não se pode cogitar na sua caracterização como sendo Tribunal; f) Interpretação conforme a Constituição: O STF já entendeu, no julgamento do RE 460.971, de rel. do min Sepúlveda Pertence, que nesse caso não seria aplicável a reserva de plenário. g) Inconstitucionalidade estaria na interpretação incompatível com o teto constitucional, e não na lei ou no ato normativo passíveis de serem interpretadas em harmonia com a Constituição; h) Turmas Recursais dos Juizados Especiais: embora considerados órgãos recursais, aqui também não se pode exigir a reserva de plenário pelo fato de não serem consideradas Tribunais; i) Quando o Tribunal (órgão especial ou pleno) ou o pleno do STF já tiverem se pronunciado anteriormente; j) Quando for decidida pela constitucionalidade da lei;

k) Normas pré-constitucionais: aqui não se trata de juízo de inconstitucionalidade, mas de mera não-recepção. Controle Concentrado Ações: Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) - art. 102, I, “a” - Lei nº 9.868/99; Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) - art. 102, I, “a” - Lei nº 9.868/99; Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) - art. 102, p. 1º - Lei nº 9.882/99; Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) - art. 103, p. 3º - Lei nº 12.063/09; Representação Interventiva (ADI interventiva) - art. 36, III, c/c art. 34, VII - Lei nº 12.562/11. A) ADI Genérica. Discute-se a constitucionalidade da lei ou do ato normativo, em tese, abstrata, impessoal. Assim, entende-se por “lei” em seu sentido amplo, abrangendo todos os atos normativos previstos no art. 59 da CRFB, quais sejam: emendas à constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Atos normativos, por sua vez, englobam: resoluções administrativas dos tribunais, atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, regimentos internos dos tribunais, deliberações administrativas dos órgãos judiciários (ADI 728), deliberações dos tribunais regionais do trabalho (ADI 681), resolução do Conselho Interministerial de Preços - CIP (ADI 8-0). B) ADC. A Ação Declaratória de Constitucionalidade foi introduzida no ordenamento jurídico pela EC nº 3/93. Seu objeto é lei federal ou ato normativo federal (somente FEDERAL!). A partir da EC nº 45/2004, os legitimados são os mesmos da ADI. A ADC admite CAUTELAR, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.868/99, segundo o qual, por maioria absoluta dos seus membros, o STF poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até seu julgamento final. C) ADPF. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental está prevista no parágrafo primeiro do art. 102 da CRFB, com redação dada pela EC nº 3/93. A arguição pode ser autônoma (direta) ou incidental (caso em que deverá ser comprovada a relevante divergência jurisdicional). Poderá ter caráter preventivo, a fim de evitar lesão a preceito fundamental, ou repressivo (podendo o objeto ser ato administrativo do poder público de qualquer

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esfera. Até os decretos regulamentares podem ser objeto de ADPF). Os legitimados são os mesmos da ADI genérica, com a observação da pertinência temática. Observa o princípio da subsidiariedade (caráter residual): só será cabível ADPF quando não houver, dentro da ordem constitucional global e em relação aos processos de índole objetiva, outro meio eficaz capaz de sanar a lesividade. Admite PEDIDO LIMINAR: em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, o STF, por maioria absoluta, poderá deferir o pedido liminar, ou mesmo o relator, nos períodos de recesso, sob ad referendum do Tribunal. A liminar consistirá na determinação de que os juízes e tribunais suspendam o julgamento dos processos ou os efeitos da decisão judicial ou qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto, salvo se decorrentes da coisa julgada. STF: é possível que ADPF seja conhecida como ADI, bem ADI seja conhecida como ADPF - trata-se do princípio da fungibilidade, com caráter ambivalente, desde que haja dúvida objetiva e não ocorrência de erro grosseiro. D) ADO. O seu objeto é ATO NORMATIVO e que somente destine-se a efetivar as normas constitucionais de eficácia limitada. Criada para combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais. A omissão pode ser do Poder Legislativo, do Executivo ou do Judiciário (por ex: quando o Tribunal não regulamenta algum aspecto processual em seu regimento interno). ATENÇÃO! O STF não admite a fungibilidade da ADO com o Mandado de Injunção, tendo em vista a diversidade de pedidos. Os legitimados para a propositura da ADO são os mesmos da ADI genérica, com as peculiaridades da pertinência temática. Admite medida cautelar, após audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão. A atual jurisprudência do STF admite a fungibilidade entre ADI e ADO. E) ADI Interventiva. Pode ter como objeto: a) lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis; b) omissão ou incapacidade; c) ato governamental estadual; d) ato administrativo que afronte os princípios sensíveis; e) ato concreto que viole os princípios sensíveis. Na ADI interventiva, o Tribunal não nulificará o ato normativo. O único e exclusivo legitimado para a propositura é o PGR, que tem total autonomia e discricionariedade para formar seu convencimento. Art. 5º da Lei nº 12.562/2011 admite expressamente o cabimento de medida liminar. Representação interventiva estadual: art. 35, IV, da CRFB. Será decretada pelo Governador do Estado, que dependerá de provimento do TJ local.

Questões

01. (COBS/2020 – QCONST36) Acerca dos elementos introdutórios referentes à disciplina do controle de constitucionalidade, é incorreto afirmar: a) Constituem requisitos fundamentais para o controle de constitucionalidade, a existência de uma Constituição rígida e a atribuição de competência a um órgão para dirimir os problemas de constitucionalidade. b) A idéia de controle de constitucionalidade pressupõe a noção de um escalonamento normativo, ocupando a Constituição o topo do sistema. c) A maioria da doutrina brasileira acatou a teoria da nulidade ao se declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. d) A teoria da nulidade de lei ou ato normativo inconstitucional tem natureza constitutiva. e) A teoria da anulailidade (sistema austríaco) estabelece a regra da não retroatividade da lei ou ato normativo tido por inconstitucional. 02. (COBS/2020 – QCONST37) O sistema norte-americano (Marshall) de controle de constitucionalidade, siatema adotado no Brasil, apresenta as características apontadas abaixo, salvo. a) A decisão tem eficácia declaratória. b) Por regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da eficácia. c) Por regra, a decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc. d) A lei inconstitucional é ato nulo, ineficaz. e) A lei, por ter nascido morta, não entra no plano da eficácia. 03. (COBS/2020 – QCONST38) Sobre o controle de constitucionalidade no Brasil, aponte o erro. a) A regra da nulidade da lei inconstitucional não é absoluta. b) A regra da nulidade da lei inconstitucional (princípio da nulidade) funda-se, basicamente, no princípio da supremacia da Constituição. c) Os princípios da segurança jurídica e da boa-fé funcionam como contraponto ao princípio da supremacia da Constituição, mitigando a regra da nulidade da lei inconstitucional. d) A técnica da modulação dos efeitos da decisão permite uma melhor adequação da declaração de inconstitucionalidade com outros valores consagrados constitucionalmente. e) A mitigação do princípio da nulidade ocorre no controle concentrado, não sendo possível, contudo, no controle difuso. 04. (COBS/2020 – QCONST39) Analise o item subsecutivo. O STF, fundado nos princípios constitucionalizados da segurança jurídica, da confiança, da ética jurídica e da boa-fé, vem admitindo a mitigação dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade de lei tanto no controle concentrado como no controle difuso de constitucionalidade. (certo) (errado). 05. (COBS/2020 – QCONST40) O fenômeno pelo qual uma lei ou ato normativo que tenha nascido com algum vício de inconstitucionalidade, seja ele

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formal ou material, se constitucionaliza é conhecido como a) mutação constitucional. b) hiato constitucional. c) constitucionalidade superveniente. d) inconstitucionalidade superveniente. e) modulação dos efeitos da decisão. 06. (COBS/2020 – QCONST41) Assinale a opção que contêm erro: a) A inconstitucionalidade por omissão é aquela que pode decorrer de vício formal, material ou de decoro parlamentar. b) A inconstitucionalidade formal é também conhecida como nomodinâmica. c) A inconstitucionalidade material é também conhecida como nomoestática. d) A inconstitucionalidade por omissão decorre da inércia legislativa quanto à regulamentação das normas constitucionais de eficácia limitada. e) A inobservância da competência legislativa para a elaboração do ato caracteriza a inconstitucionalidade formal. 07. (VUNESP - 2019 - Câmara de Mauá - SP - Procurador Legislativo) Com relação ao sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, assinale a alternativa correta. a) Não há a previsão, no ordenamento jurídico brasileiro, de controle de constitucionalidade abstrato de norma municipal em face da constituição estadual. b) Há apenas a possibilidade de controle difuso de constitucionalidade de norma municipal em face da constituição estadual. c) No procedimento da ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, não se admite nenhuma forma de intervenção de terceiros, nem mesmo a figura do amicus curiae. d) Somente pelo voto da maioria absoluta dos membros ou do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. e) A Constituição Federal de 1988 veda a instituição, pelos Estados-membros, de ações de inconstitucionalidade por omissão e ação declaratória de constitucionalidade no âmbito estadual. 08. (VUNESP - 2019 - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador) A inconstitucionalidade de uma lei municipal pode ser objeto de a) ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado, tendo como parâmetro exclusivamente a Constituição Estadual. b) ação de descumprimento de preceito fundamental proposta pelo Prefeito perante o Tribunal de Justiça do Estado. c) ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado, tendo como parâmetro exclusivamente a Constituição Federal. d) ação de descumprimento de preceito fundamental proposta pelo Prefeito perante o Supremo Tribunal Federal. e) ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado, tendo como parâmetro normas da Constituição Federal de reprodução obrigatória pelos Estados. 09. (VUNESP - 2019 - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador) Nos termos da Constituição Federal, a respeito da inconstitucionalidade, é correto afirmar que

a) quase sempre a inconstitucionalidade formal é uma questão puramente de Direito, porque adstrita à análise jurídica da compatibilidade entre os conteúdos normativos. b) na denominada inconstitucionalidade material, em que se analisam aspectos extrínsecos à lei e seu procedimento de elaboração, a comparação acontece entre duas normas, e não entre fatos e a Constituição. c) toda inconstitucionalidade formal representa um caso de incompetência constitucional do órgão legislativo, seja ela direta ou indireta. d) somente pelo voto da maioria relativa de seus membros ou da maioria absoluta dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. e) somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. 10. (FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Determinada empresa ajuizou ação visando à anulação de penalidade que lhe havia sido imposta por órgão da Administração federal, sob a alegação de que a lei em que prevista resultara de projeto que, após aprovado com alterações substanciais pela Casa legislativa revisora, teria seguido diretamente à sanção presidencial, sem antes retornar à Casa inicial, razão pela qual seria formalmente inconstitucional. A ação foi julgada procedente em primeira instância, com fundamento na inconstitucionalidade da lei em que prevista a penalidade. Tendo sido interposto recurso, o processo aguarda julgamento por órgão fracionário do Tribunal Regional Federal (TRF) respectivo. Nessa hipótese, diante da Constituição Federal de 1988 e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a) embora tenha havido irregularidade no trâmite do projeto legislativo, não compete aos órgãos judiciais declarar em caráter incidental a inconstitucionalidade formal da lei, o que somente se admite em sede de controle concentrado, exercido por meio de ação direta de competência originária do STF. b) houve, de fato, irregularidade no trâmite do projeto de lei, possuindo os órgãos judiciais competência para reconhecer incidentalmente a inconstitucionalidade da lei, embora no âmbito do TRF a declaração respectiva dependa de decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial. c) embora tenha havido irregularidade no trâmite do projeto legislativo, a sanção presidencial teria o condão de convalidá-la, não havendo que se falar por esse motivo em inconstitucionalidade da lei, possuindo o TRF competência para reconhecer sua constitucionalidade por meio de órgão fracionário. d) embora tenha havido irregularidade no trâmite do projeto legislativo, a sanção presidencial teria o condão de convalidá-la, não havendo que se falar por esse motivo em inconstitucionalidade da lei, possuindo o TRF competência para reconhecer sua constitucionalidade, desde que observada a cláusula de reserva de plenário. e) houve, de fato, irregularidade no trâmite do projeto de lei, possuindo os órgãos judiciais competência para

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afastar a aplicação da lei ao caso concreto, inclusive órgão fracionário do TRF, desde que não declare sua inconstitucionalidade. Gabarito 01.d 02.b 03.e 04.certo 05.c 06.a 07.d 08.e 09.e 10.b.