morfologia e taxonomia dos fungos

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Morfologia e Taxonomia dos Fungos Fungos: ~100.000 espécies descritas ~5.100.000 espécies existentes

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Page 1: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Fungos: ~100.000 espécies descritas

~5.100.000 espécies existentes

Page 2: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Morfologia

Page 3: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

PezizaceaeAscomiceto com apotécio em forma de copo

Page 4: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 5: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Geastrum triplex –basidiomiceto, liberando seus esporos.

Page 6: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Auricularia judae -Basidiomiceto

Page 7: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Basidiomicetos com formato “Bracket”

Page 8: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Estima-se que o total de biomassa produzido na terra por ano é de 10x1010 toneladas. Desse total 20x109 é de lignina!

Os Basidiomicetos são os mais efetivos nesse processo.

Page 9: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Os Fungos formam um grupo extremamente heterogêneo, sendo largamente distribuído na Natureza.

0,1m 1m 10m 100m 1mm 10mm 100mm 1m

Page 10: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Qual o maior ser vivo existente no planeta?

1500 anos 9700 kg8,4 km2

Armillaria ostoyae – humongous fungo

Page 11: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 12: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Aspectos básicos relacionados aos fungos

Page 13: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Tipos Essenciais:

Bolores – formam colônias filamentosas

Leveduras – colônias cremosas

Macroscópicos Cogumelos

Microscópios

Page 14: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Velocidade de crescimento afeta a morfologia da colônia:

Rhizopus sp apresenta crescimento rápido, enquanto Histoplasma capsulatum é lento

Page 15: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Morfologia Microscópica

Page 16: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Os Bolores são formados por seu conjunto de hifas, também conhecido por Micélio.

O micélio cumpre tanto papel vegetativo (a e b) como reprodutivo (c)

Page 17: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Morfologia Microscópica

Bolores – micéliopluricelular

Leveduras – unicelulares

Pseudofilamentoso

Page 18: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Quanto ao aspecto de cor as hifas podem apresentar-se:Claras ou hialinasEscuras ou demácias (acúmulo de melanina)

Scytalidium dimidiatumAspergillus nidulans

Page 19: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Taxonomia

Reino Fungi – MonofiléticoEumicetos – Fungos verdadeiros

O termo “fungo” se refere historicamente a muitos organismos com características semelhante aos fungos verdadeiros (ex. Crescimento filamentoso), como bactérias (actinomicetos) , Oomicetos, protistas, algas ...

Page 20: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Animalia

ProtistaVegetalia

Monera

Fungi

Whittaker, 1969

Page 21: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Membrana celular:contém ergosterol ao invés de colesterol

Ao contrário das célulasde mamíferos, os fungos possuem parede celular

Algumas drogas podem ser específicos em interromper o metabolismo DNA fúngico

Page 22: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

A via biossintética de aminoácidos a partir do ácido aminoadipico e presença de parede celular com quitina e -glucanos definem monofileticamente os eumicetos.

ácido aminoadipico

Page 23: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

QuitinamtUGA = TriptofanoGlicogênio – estoque

Síntese de Lisina

Perda centríolos e flagelos

Micélio SeptadoEstágio Dicariótico

Árvore filogenética baseada nas características morfológicas, bioquímicas apontadas acima – Alexopoulos et al.1996 – Introductory Mycology

??

Grampos de conexão

Page 24: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

•VEGETATIVA - ASSEXUADA :

não ocorre fusão de núcleos

Tipos de Reprodução

Os fungos são capazes de se propagar de diversas maneiras, através de núcleos haplóides, diplóides, poliplóides, aneuplóides, dicarions

•SEXUAL:

união núcleos – seguido de divisão meiótica

•PARASEXUAL:

ocorre união núcleos – divisão mitótica – haploidização por aneuploidia

Page 25: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

ASSEXUADA:

sem diferenciação celular, normalmente por fragmentação.

Page 26: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 27: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Conídios – ectósporos produzidos a partir de hifas especializadas, conidióforos.

Esporangiósporos – endósporos produzidos no interior de um esporângio

Page 28: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Pilobolus

Mucorales (Zigomiceto)

Cresce sobre fezes de gado. Possui esporângios explosivos que podem carregar inclusive pequenos nematodos que causam infecções pulmonares no próprio gado.

Page 29: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Fisiologia

Page 30: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Organismos heterotróficos, absorção dos nutrientes do meio:

Características gerais de sua nutrição:

-Saprofitismo matéria orgânica morta-Interações com outros organismos matéria orgânica viva

Page 31: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Em sua estrutura celular, os fungos são muito semelhantes às células dos animais

Page 32: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Conidio dormente

Hifa

Estrutura da parede celular

Page 33: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Os Fungos saprófitas obtém seus nutrientes através da secreção de várias enzimas ao ambiente externo, digerindo o substrato tornando-o solúvel e passível de passar pela parede celular fúngica.

Page 34: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Em última análise o que determina em que substratos um fungo saprófita é capaz de crescer, depende do tipo de enzimas digestivas que ele é capaz de liberar.

Celulose - celulase

Lignina - ligninase

Page 35: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Hypocrea(H)/Trichoderma(T) tem sido largamente utilizados pela indústria como fonte de celulases e hemicelulases .

Nature Reviews Microbiology 9, 749-759

Page 36: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

O substrato digerido deve ser protegido da ação de organismos oportunistas

Alguns antibióticos secretados pelos fungos:

AnidulafunginaAspergillus nidulans

GriseofulvinaPenicillium griseofulvum

DictopiprazinasAspergillus fumigatus

CefalosporinaCephalosporium

PenicilinaPenicillium sp

Ativação metabolismo secundário e secreção de antibióticos e micotoxinas

Page 37: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

A partir da digestão do substrato o fungo deve obter:

-Fonte de carbono – açúcares: monossacarídeos por difusão facilitada, dissacarídeos e trissacarídeos por transporte acoplado a H+

Glucose Frutose

GlucoseFrutose

Sacarose

invertase

Maltose

-glucosidase

invertase

Page 38: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

-Fonte de nitrogênio – uréia, sais de amônio, nitritos, nitratos, aminoácidos.

-Vitaminas – biotina, tiamina, riboflavina ...-Micronutrientes – fosfato, magnésio, ferro, cobre ...

Page 39: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Ecologia Fungos

Papel Ecológico Habitats Vias de Dispersão Relações Ecológicas

Mutualismo/Simbiose

ComensalismoParasitismoPredação / fungos carnívoros

Page 40: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Ar

O Ar é rico em esporos de fungos que se dispersam continuamente pela ação dos ventos.

Método Fita adesiva Ambiente externo

Page 41: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Fita adesiva: Ambiente Interno

Page 42: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Relações Ecológicas

Parasitismo: Fatores de virulência levam microrganismos saprofíticos para vida parasitária (ação imunossupressiva, capacidade de aderência, formação de cápsulas, dimorfismo, etc...)Ex. dimorfismo em Paracoccidioides

25oC 37oC

Page 43: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Comensalismo: Relação com efeito benéfico para um dos participantes e neutro para o outro.

Candida albicans: comensais do trato gastro-intestinal humano, mas se tornam parasitas dependendo do estado fisiológico do hospedeiro.

Page 44: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Mutualismo/Simbiose: Relação de benefício mútuo – é específica e dependente de co-evolução por longo período.

-Micorrizas

-Saúva – Fungos Basidiomicetos

- Líquens – associação entre algas, ou cianobactérias com

ascomicetos (98% casos) ou basidiomicetos (2%)

Lichenes" de Ernst Haeckel: Artforms of Nature, 1904

Page 45: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Competição:

Embora haja diferenças nos tipos de substratos que os microrganismos são capazes de explorar em determinadas situações há disputa pelo mesmo substrato.

hifa

leveduras

bactérias

enzimashíficas

nutrientes

Page 46: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

INTERAÇÕES POR COMPETIÇÃO

Antagonismo Passivo – Ser mais rápido/eficaz na tomada de substrato.

Antagonismo Ativo

Inibição por contato : Plasmólise

Liberação de Ácidos

Liberação de Antibióticos/Toxinas

Page 47: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Fungos

Fitopatógenos

Micoses em humanos e animais ( Aumento pacientes imunocomprometidos)

MicotoxinasRespostasAlérgicas

Perda de Alimentos

Page 48: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Micoses são doenças causadas por fungos parasitas nos animais

Page 49: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Tinea barbae causada por T. rubrum. (Imagem Dr. G. Hunter and Dr. J. Nicholson, Adelaide, S.A.

Tinea barbae

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Page 51: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 52: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Histoplasma capsulatum – causador histoplasmose

Page 53: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 54: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Candida albicans – presente na microbiota da maioria da população, normalmente estabelecendo relação comensal.

Page 55: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Chitridiomicetos – Batrachochytrium dendrobatidis

Infecção pele anfíbios Letal causador de extinção de espécies

Page 56: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Worldwide distribution of Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), the amphibian chytridfungus: Credit: Fisher et al (2009); DOI: 10.1146/annurev.micro.091208.073435

Page 57: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Cresce entre 4 e 25oC – seu desenvolvimento éinterrompido a 28oC.

Ciclo de vida : fase séssil Esporângio (Zoo-esporângio)

fase móvel Esporangiósporos (zoósporos) flagelados

Zoósporo se instala na pele do anfíbio e dele se desenvolve um novo esporângio

Page 58: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Intoxicações

Fungos como alimentos

Ampla difusão como fonte alimentar

Alto teor de proteínas e vitaminas

Basidiomicetos são os mais empregados

-Agaricus campestris

-Clavaria flava

-Amanita caesarea

-Russula alutacea

-Cantharellus cibarius

-Lactarius deliciosus

-Psalliota arvensis

-Cortinellus shiitaque

Page 59: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Outros tipos de Cogumelos são extremamente tóxicos, apesar de muitas vezes serem aparentados dos comestíveis

Cantharellus aurantiacus

Lactarius tormentosum

Amanita phalloides

Amanita muscaria

Russula emetica

Page 60: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Amanita ceasaria

Amanita muscariacomestível

tóxica

Page 61: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

As intoxicações por cogumelos são conhecidas como micetismos e assim agrupadas: Amatoxina e análogas presente em Amanita phalloides, A. verna, A. bisporigena, A. virosa

Orelanina produzida por Cortinarius orellanus

Page 62: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Micetismo nervoso: toxinas muscarínicas, encontradas

nas espécies de Inocybe

afetam SNC, alucinogênicos – Amanita muscaria,

Psilocibe mexicana

Micetismo gastrointestinal mais frequente, pode até

levar a morte

Page 63: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Os fungos também podem ser ingeridos na alimentação de forma

indesejada, isto é, quando contaminantes de determinados produtos.

Alguns fungos contaminantes são de especial importância pois além de

deteriorar o alimento também produzem micotoxinas.

Micotoxicoses

Page 64: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Micotoxicoses

Page 65: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 66: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Fungos

Bio-Transformação

Fermentação Leveduras

Álcool - Pão

Metabólitos úteis

AntibióticosHormôniosPlantas

Atividade enzimática

Amadurecimento Queijos

Silvicultura

Ass. Micorrizas

Controle Biológico

Nematodos Insetos

Page 67: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Desenvolvimento das mudas Scutellospora gilmorei(pimenteira),micorrizadas (FMA) e não micorrizadas (cont) 90 dias após a inoculação. (Elizabeth Ying Chu -Embrapa)

Page 68: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Bioremediação – Bactérias e fungos remoção extratos orgânicos –

Seleção de biodegradadores: (Mycobacterium, Anhtrobacter, Nocardia, Bacillus e Aspergillus) :Utilização poluentes como fonte de carbono. Metabolização e transformação do poluente em CO2

e H20

Page 69: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Book cover: From a to Hiten Madhani

Fungos como modelo em genética e biologia molecular

Page 70: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Proposta de 1 ENZIMA = 1 GENE - 1941 em Neurospora crassa.

Início dos trabalhos com fungos como organismos modelos

Biotecnologia

Beadle – Tatum e o nascimento da Genética-Bioquímica

Page 71: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 72: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Experimentos de Beadle e Tatum com Neurospora crassa (bolor vermelho do pão)

meiorico

meiomínimo

radiaçãoUV

suplementado com coquetel de aminoácidos

suplementado com coquetel de vitaminas

+ triptofano +metionina +arginina

Page 73: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Ao finalizar esse experimento Beadle e Tatum conseguiram identificar três tipos diferentes de mutantes

que eram defeituosos na síntese de arginina.

Como é possível distinguir classes diferentes de mutantes? Isto é, como

saber se dois mutantes estão afetando o mesmo gene ou genes diferentes de

uma mesma via metabólica?

Page 74: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Teste de Complementação Genético

X =X =X =X =X =

Mutantes haplóides

1 2

1 3

2 3

3 4

2 4

=

=

Não crescesem arginina

Crescesem arginina

Diplóides resultantes

Page 75: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Sabia-se que mutantes para síntese de Arginina

acumulavam :

1 – Ornitina, Citrulina ou nenhum deles

2- A suplementação dos mutantes com esses compostos resultou em diferentes respostas de crescimento

Arginina

Page 76: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Mutantes

A

B

C

+ A

rgin

ina

+ C

itru

lin

a

+ O

rnit

ina

Precursor Ornitina Citrulina ArgininaEnzima A Enzima B Enzima C

Page 77: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Exercício : Um mutante da enzima A (a) foi cruzado com um mutante da enzima B (b), gerando um diplóide duplo heterozigoto com fenótipo arg+ . Na sequência induziu-se a esporulação do diplóide , qual é o fenótipo esperado dos esporos resultantes dessa meiose?

Page 78: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Saccharomyces cerevisiae:

Ascomiceto ascos de paredes finas

Na natureza locais com pouca disponibilidade de

água e alta oferta de açúcar : exsudato de plantas

Uso pelo homem:

preparação de alimentos e bebidas

desde o início da civilização

Modelo de estudo da célula eucariótica

Page 79: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Estrutura celular muito semelhante aos animais

Crescimento rapido

Facilidade de cultivo e seleção em meios diferenciados

Manipulação genética bem determinada e sistema verstátil de transformação gênica

Ciclo de vida com estado haplóide e diplóide estáveis.

Como modelo de estudo da célula eucariótica:

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Page 81: Morfologia e Taxonomia dos Fungos
Page 82: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

GranBio begins cellulosic ethanol production in Brazil

By GranBio | September 24, 2014

Page 83: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Bioremediação metais

Applied Microbiology and Biotechnology

August 2013, Volume 97, Issue 15, pp 6667–6675

Page 84: Morfologia e Taxonomia dos Fungos

Material de EstudoBrock – Unidade 6 – os fungos

Questões :Que características biológicas permitem reunir os fungos como um Reino à parte?

Como o metabolismo fúngico se adequa a sua ecologia?

Quais as implicações que os fungos tem para os seres humanos?