anatomia, morfologia e taxonomia vegetal · pdf fileem caso de dúvidas, ... 04...

73
Leonardo 0 ANATOMIA, MORFOLOGIA E TAXONOMIA VEGETAL PERITO CRIMINAL: MEIO AMBIENTE PARA CONCURSOS

Upload: hoangnhan

Post on 07-Feb-2018

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Leonardo

0

0

ANATOMIA, MORFOLOGIA E

TAXONOMIA VEGETAL

PERITO CRIMINAL: MEIO AMBIENTE

PARA CONCURSOS

2

AULA 0

3

SUMÁRIO pg.

INTRODUÇÃO .................................................................................. 04

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................... 05

2. O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO? ............................................. 06

3. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BOTÂNICA ............................................... 10

4. ANATOMIA VEGETAL ..................................................................... 13

5. CÉLULA VEGETAL .......................................................................... 15

6 . FUNÇÃO DA PAREDE CELULAR ............................................................ 21

7 . MEMBRANA PLASMÁTICA ........................................................... 22

8. CITOPLASMA ............................................................................... 25

9. LISTA DE QUESTÕES ....................................................................... 56

10. GABARITO .................................................................................... 71

11. BIBIOGRAFIA ............................................................................... 72

4

Olá, meus amigos e amigas!

Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito bom tê-los

aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos concursos com

relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de qualidade para que

possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso objetivo e preencher

esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma vaga, e estar entre os

classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os principais concursos

nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA) (Agronomia,

veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL (Agronomia,

engenharia florestal, engenharia elétrica, etc), POLÍCIA CIENTÍFICA,

INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos elaborando aulas de acordo com os

editais, com muitos exercícios, para que possamos gabaritar estas provas.

Queremos abordar várias áreas, como engenharia agrícola, florestal,

ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica, arquitetura etc.

ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO

O curso de ANATOMIA, MORFOLOGIA E TAXONOMIA VEGETAL compõem-se

de SEIS aulas em pdf totalmente explicadas contemplando vários exercícios

de concursos anteriores visando o treinamento do candidato, esse material

objetiva ser a única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada

no edital CODESAIMA. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer

outro material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente

ligado aos professores, no qual você pode entrar em contato, quando

5

julgar necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão

claros ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em

você, para que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para isso

precisamos de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas

específicas, hoje temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está

lacuna.

Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos concurso.

Agronomia concursos

APRESENTAÇÃO

Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na Universidade

Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG (Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais). Tenho pós-

graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o Desenvolvimento

Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o mestrado em Agricultura

Tropical, na área de conservação de solos. Fui professor do curso técnico

agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e forragicultura, fertilidade do

solo e culturas anuais e olericultura. Sou professor de matemática e física do

6

ensino médio. Ministro vários cursos para agricultura familiar, entre eles

fertilidade do solo, culturas anuais, olericultura, mecanização agrícola,

cafeicultura e manejo da bovinocultura de leite. Trabalho com crédito rural

(custeio e investimento), elaborando projeto e prestando orientação aos

agricultores há 10 anos. Sou responsável pela elaboração da Declaração de

Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP)

e correspondente bancário pelo sistema COPAN.

Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização

agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 – agronomia,

Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui reprovado em outros,

mas assim é a vida do concurseiro. Passei na Emater-MG, onde estou até hoje.

O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o nosso ponto de encontro, nosso

espaço de estudo para gabaritar todas as provas de agronomia. Aproveite

todas as oportunidades. Solicitamos que os alunos que adquirirem nossos

cursos avaliem-nos no final, para que possamos melhorar a linguagem e os

temas que não ficarem tão claros. Espero que vocês também aprovem e

gostem do nosso material, e que ele possa ajudar na sua aprovação!

O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?

ANÁLISE DO EDITAL

Analisemos agora a química e fertilidade do

solo conforme edital lançado. Inicialmente,

transcrevo o conteúdo programático do edital

PERITO CRIMINAL: MEIO AMBIENTE

Botânica: Morfologia e anatomia vegetal; Taxonomia vegetal; Solos: Q

uímica e fertilidade do solo; Física do solo; Gênese do solo; Morfologia do

7

solo; Sistema brasileiro de classificação de solos; Principais domínios pedoló

gicos brasileiros; Análise e remediação da contaminação do solo; Recuper

ação de áreas degradadas; Evolução e classificação das formas de rel

evo; Microflora, micro e mesofauna do solo; Geofísica forense; Geofísic

a de águas subterrâneas; Mineralogia; Gemologia; Erosão e conservação

de solos; Riscos geológicos e impactos ambientais; Inseticidas; Preservaçã

o, conservação e manejo de recursos naturais renováveis; Noções de ecolog

ia; Poluição em agroecossistemas; Manejo de florestas plantadas; Dendrom

etria e inventário florestal; Métodos de estimação de volumes de madeira; T

axonomia e identificação anatômica de madeiras: espécies madeireiras com

restrição de corte; Processos

de amostragem; Rendimento de serraria; rendimento de carvoaria. Inc

êndios florestais: causas, efeitos e dinâmica; Hidrologia e

Manejo de bacias hidrográficas; Influência das florestas no regime dos rios;

Avaliação de impactos ambientais e valoração de danos ambientais; Morfolo

gia, fisiologia, genética e taxonomia de microrganismos de importância agrí

cola; Transformações bioquímicas

envolvendo microrganismos do solo; Associações simbióticas entre microrga

nismos do solo e plantas; Caracterização e ocupação dos biomas brasileiros;

Zoneamento ambiental; Estudos ambientais: tipos e aplicações; Cartografi

a básica: Conceitos. Representação da Terra no plano. Sistemas de coorden

adas. Projeções cartográficas. Projeção UTM. Cartografia temática. Leitura d

e cartas e mapas. Topografia: Conceitos. métodos de levantamento topográ

fico e aplicações na área rural, Medida de distâncias e ângulos. Orientação.

Posicionamento planimétrico e altimétrico. Levantamentos planialtimétricos.

Locação. Terraplenagem. Cálculo de áreas e volumes. Divisão de áreas. I

nstrumentos e métodos de medição. Fotogrametria: Conceitos. Noções

de técnica fotogramétrica. Modelo estereoscópico: obtenção, uso, geomet

ria. Fundamentos matemáticos da fotogrametria. Erros na fotogrametria. Aer

otriangulação. Geodésia: Conceitos. Modelos terrestres geometria do eli

8

psoide. Sistemas de referência. Datum. Transporte de coordenadas. De

terminação do elipsoide. Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGA

S. Métodos de medida e posicionamento em geodésia. Geodésia celeste. Po

sicionamento GNSS (GPS, GLONASS e Galileo). Conceitos sobre a teoria GPS

: Características gerais. Estrutura do sinal GPS. Cálculo das coordenadas do

receptor. DOP. Fontes de erros GPS. Degradação da precisão. Tipos de rece

ptores: Principais características de um receptor. Aplicações de GPS. C

artografia automatizada. Elementos matemáticos de computação gráfica

. Estrutura de computação gráfica. Métodos digitais. Cartografia digital: con

ceito. Tecnologia de produção cartográfica. Sistemas deInformações geográfi

cas –

SIGs: Fundamentos em SIGs. Elementos de SIG. Sensoriamento remoto; Ge

oprocessamento. Aquisição de dados espaciais. Qualidade de dados e dos m

apas digitais. Interpretação de fotografia aéreas, imagens de radar, imagen

s a nível orbital. Fauna brasileira. Anatomia, fisiologia e patologia dos anima

is domésticos e dos animais silvestres; Defesa animal; Noções de classificaç

ão taxonômica da fauna silvestre brasileira. Manejo de animais da fauna silv

estre brasileira; Legislação específica e normas técnicas: Lei Federal no 1

2.651/2012 e suas alterações, Lei Federal no 6.938/1981, Lei Federal

no 7.802/1989, Lei Federal no 9.605/1998, Lei Federal no 9.985/2000, L

ei Federal no 12.305/2010, Lei Federal nº 11.428/2006. Resoluções CONAM

A no 1/1986 (alterada pelas Resoluções no 11/1986, no 5/1987 e no

237/1997), no 357/2005 (alterada pelas Resoluções no 370/2006, no

397/2008, no 410/2009 e no 430/2011), nº 417/2009, nº 004/1994 e nº 26

1/1999. Normas da ABNT: NBR nº 10.151:2000 (versão corrigida:2003), N

BR no 14.653‐1:2001 (versão corrigida 2:2005) e NBR 14.653‐3:2004.

Assim, vamos montar nosso cronograma.

9

Cronograma das aulas

AULA MATÉRIA DATA

00 INTRODUÇÃO À ANATOMIA VEGETAL, CÉLULA

VEGETAL E MERISTEMAS 06/10/2017

01 TECIDOS VEGETAIS 13/10/2017

02 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS: RAIZ,

CAULE E FOLHA 20/10/2017

03 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS: FLOR,

FRUTO E SEMENTE 27/10/2017

04 MORFOLOGIA DA RAIZ CAULE E FOLHAS. 03/11/2017

05 MORFOLOGIA FLOR, FRUTO E SEMENTE 10/11/2017

06 TAXONOMIA VEGETAL 17/11/2017

10

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BOTÂNICA

A botânica é um ramo da biologia que estuda a fisiologia e a morfologia

das plantas, dos fungos e das algas e apresenta a seguintes subdivisões:

Botânica descritiva: ramo da botânica que tem como principal meio de

pesquisa a observação. Na linha de pesquisa são encontrada as áreas de

morfologia, botânica sistemática (ramo da botânica que classifica os

vegetais), fitogeografia, taxonomia vegetal, paleoecologia são algumas

subáreas da botânica descritiva.

Botânica aplicada: é o ramo da botânica que estuda as plantas de acordo

com as relações que os homens estabelecem com elas, como a botânica

farmacêutica (uso de plantas medicinais pelos homens), botânica agrícola

(uso das plantas na agricultura), fitopatologia (estuda as doenças que

ocorrem nas plantas úteis aos homens), interação de microrganismos com a

planta, polinização, cultura de tecidos etc.

Botânica experimental: ramo da botânica que utiliza a experimentação

como principal forma de pesquisa. A fisiologia vegetal é a linha de pesquisa

da botânica experimental mais importante, que pode se subdividir em ramos

mais especializados como a reprodução vegetal, ecofisiologia vegetal, nutrição

e crescimento vegetal entre outras.

Por muito ampla sua área de atuação, a botânica tem inúmeras linhas

de pesquisa que se encaixam nas subdivisões mencionadas acima. O estudo

de todas as características desses organismos é imprescindível, pois a

importância deles para o meio ambiente e para os homens é indiscutível, não

nos esquecendo de que é através da manutenção da flora que temos a

conservação de inúmeras espécies de animais.

A morfologia vegetal é um ramo da botânica com a finalidade de

documentar as plantas de forma estrutural, auxiliando também nas

classificações das mesmas. O estudo estrutural das plantas comumente divide

as árvores generalizando-as, contendo raízes, caule, folhas, flores e frutos

11

(para as árvores que possuem todo os órgãos e suas estruturas completas).

A Anatomia Vegetal estuda a estrutura interna das plantas; suas

células, tecidos e a organização dos tecidos nos diferentes órgãos. O estudo

da Anatomia Vegetal é de grande importância para todos que trabalham com

os vegetais e sem a sua compreensão, os processos fisiológicos que ocorrem

nas plantas, as relações filogenéticas entre os vários grupos vegetais e como

as plantas se adaptaram aos diferentes ambientes não poderiam ser

completamente entendidos. A Anatomia Vegetal fornece ainda um

embasamento para o estudo posterior de Sistemática, Fisiologia e Ecologia

Vegetal.

A taxonomia vegetal é um dos ramos mais antigos do conhecimento

científico, surgindo à medida que se tornou perceptível a importância de

determinados tipos de plantas e a eles se davam nomes particulares, muitas

vezes alusivos a certos atributos, facilitando-lhes a identificação. Entre as

ciências que tratam dos seres vivos, a Taxonomia Vegetal, envolvida

precipuamente com os objetivos fundamentais relacionados com a

diversificação e a ordenação das plantas, ocupa uma posição ímpar, pela

possibilidade de oferecer aos interessados no seu estudo uma forma de

apreciação e de interpretação da realidade do processo evolutivo no tempo e

no espaço, em decorrência do contato diuturno com o mundo vegetal e da

necessidade de estabelecer relações entre as diversas plantas, consideradas

tanto as do presente como as do passado.

Desta forma surge a seguinte pergunta: Existe diferença entre

Taxonomia e Sistemática? Para alguns especialistas, Taxonomia é sinônimo

de Sistemática. Para outros, porém, a Sistemática envolve, além da

Taxonomia, o estudo das relações de parentesco entre as espécies. Portanto,

o objetivo de quem trabalha com sistemática não é apenas descrever a

diversidade existente e elaborar um sistema geral de referência, mas também

contribuir para a compreensão dessa diversidade. As classificações devem

refletir a história filogenética e, portanto, possibilitar a previsão das

12

características dos organismos atuais, além de recuperar as informações

indexadas. Devem, também, possibilitar a inclusão de novas espécies no

sistema, à medida que elas sejam descobertas e descritas.

Assim, sendo muito elevado o número de plantas, ressalta à vista a

necessidade de serem ordenadas em categorias a que se filiam os grupos

taxonômicos ou táxones. Assim, os termos categoria e táxon são

perfeitamente distintos, embora relacionados. As categorias sistemáticas

representam níveis hierárquicos, segundo critérios adotados nos diversos

sistemas de classificação, enquanto os táxones correspondem aos termos

aplicados aos agrupamentos considerados incluídos nessas categorias.

Aprofundaremos nesses termos em momento oportuno, neste momento

iniciaremos nosso estudo pela Anatomia vegetal, então vamos começar.

13

ANATOMIA VEGETAL

A Anatomia Vegetal estuda a estrutura interna das plantas; suas

células, tecidos e a organização dos tecidos nos diferentes órgãos. O estudo

da Anatomia Vegetal é de grande importância para todos que trabalham com

os vegetais sendo importante para compreensão dos processos fisiológicos

que ocorrem nas plantas, as relações filogenéticas entre os vários grupos

vegetais e como as plantas se adaptaram aos diferentes ambientes. Assim,

iniciamos nosso estudo pelo termo célula que do latim cellula, significa

pequena cela sendo designado em 1665 pelo físico inglês Robert Hooke,

inventor do microscópio, que, ao analisar a estrutura da cortiça, considerou-

a semelhante às celas ou clausuras dos conventos.

As células são consideradas as unidades estruturais e funcionais que

constituem os organismos vivos. Em 1838, o botânico Matthias Schleiden, a

partir de suas observações, afirmou que todos os tecidos vegetais eram

formados por células. Um ano depois, o zoólogo Theodor Swann ampliou a

observação de Schleiden para os animais, propondo a base da Teoria Celular,

pela qual todos os organismos vivos seriam formados por células. Já no século

XX, na década de 40, as observações feitas em cromossomos de sementes de

milho pela geneticista Barbara McClintock levaram à descoberta dos

elementos de transposição, ampliando os conceitos para os estudos genéticos

e possibilitando os avanços da engenharia genética vegetal.

Assim, a anatomia vegetal nasce juntamente com os primeiros estudos

da estrutura celular. Desta forma estudaremos a anatomia dos órgãos

vegetativos (raiz, caule e folha) e dos órgãos reprodutivos (flor, fruto e

semente). Nesta primeira parte daremos ênfase, principalmente, à estrutura

anatômica dos órgãos vegetativos. Um dos ramos da anatomia vegetal que

tem revelado informações importantes é a anatomia da madeira ou anatomia

do lenho. Essa parte da anatomia objetiva estudar a estrutura do xilema

secundário e é muito aplica em estudos de tecnologia da madeira e no

14

entendimento do fluxo da água no corpo da planta. Estudos de

dendrocronologia e paleobotânica valem-se do conhecimento da estrutura da

madeira e são utilizados em pesquisas de paleontologia. Atualmente estuda-

se anatomia vegetal de uma forma mais aplicada, ou seja, faz-se uma

anatomia funcional permitindo relacionar as diversas estruturas internas da

planta com suas funções e assim verificar possíveis tendências adaptativas da

planta aos diversos ambientes e entendendo a funcionalidade dos mecanismos

fisiológicos da planta. Outra aplicação importante da anatomia vegetal á a sua

utilização na verificação de possíveis semelhanças entre grupos com certo

grau de parentesco e auxiliando no posicionamento taxonômico.

A anatomia vegetal se divide em vários ramos, entre eles:

ANATOMIA DESCRITIVA – revela a estrutura dos tecidos vegetais e

sua distribuição no corpo da planta.

ANATOMIA ECOLÓGICA – ocupa-se em relacionar a estrutura interna

das plantas com as condições ambientais.

ANATOMIA FISIOLÓGICA – busca entender as funções dos diversos

tecidos vegetais e relacioná-los com as atividades fisiológicas da planta.

ANATOMIA ONTOGENÉTICA – estuda a formação e desenvolvimento

dos tecidos vegetais.

ANATOMIA APLICA À SISTEMÁTICA – procura identificar estruturas

que possam juntar ou separar grupos vegetais.

Assim, vamos começar a relembrar determinados conceitos e ficar

preparados para a prova.

15

CÉLULA VEGETAL

A célula vegetal é semelhante à célula animal, ou seja, muitas estruturas

são comuns a ambas, existindo, entretanto, algumas que são peculiares à

primeira. A parede da célula vegetal envolve a membrana plasmática, que

circunda o citoplasma, no qual está contido o núcleo. No citoplasma estão

presentes organelas, como vacúolo, plastídio, mitocôndria, microcorpo,

complexo de Golgi e retículo endoplasmático, bem como o citoesqueleto e os

ribossomos. São consideradas características típicas da célula vegetal: a

parede celular, os vacúolos e os plastídios. Ao conjunto de membranas que

incluem o retículo endoplasmático, a membrana do vacúolo, o complexo de

Golgi e o envoltório nuclear denomina-se sistema de endomembranas. Na

célula, as estruturas membranosas apresentam-se como um sistema

contínuo.

PAREDE CELULAR

As células vegetais e animais são eucarióticas e apresentam

semelhanças e diferenças entre si. Assim, as organelas como as mitocôndrias,

o complexo golgiense e o retículo endoplasmático são comuns a ambas as

células. Já os vacúolos, os plastídios e a parede celular celulósica são

considerados estruturas típicas da célula vegetal (Figura 1).

16

Figura 1. Célula vegetal com as principais organelas.

Fonte: www.wikipedia.org

1 - COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Biólogo

A parede celular típica é uma estrutura que envolve as células de muitos

seres vivos, conferindo rigidez, forma e proteção, porém, ela é ausente em

a) vegetais, algas e fungos.

b) animais, protozoários e espécies de Mycoplasma.

c) vegetais, algas e maioria das bactérias.

d) animais, fungos e maioria das bactérias.

e) protozoários, fungos e espécies de Mycoplasma.

SOLUÇÃO

A parede celular está ausente nas células animais e presente nas plantas,

algas, fungos e seres procariontes (exceto no micoplasma, que é uma bactéria

sem parede celular). São exemplos de seres vivos procariontes: Bactérias e

Cianobactérias (algas azuis)

RESPOSTA B

2 - SEE-DF - Professor Substituto – Biologia - Quadrix - 2017

No que se refere à parede e à membrana celular, julgue o item que se segue.

A parede celular é uma estrutura presente em plantas, fungos e

microrganismos celulares procariontes.

o Errado

o Certo

SOLUÇÃO

A parede celular está ausente nas células animais e presente nas

plantas, algas, fungos e seres procariontes (exceto no micoplasma, que é uma

bactéria sem parede celular).

17

RESPOSTA ERRADO

A parede celular resulta da atividade secretora do protoplasma e de

algumas enzimas como a glicose uridinadifosfato (GUDP). A parede celular

envolve a membrana plasmática e diferentemente do que se imagina, é parte

dinâmica da célula e passa por modificações durante o crescimento e

desenvolvimento celular. É responsável não só pela forma e rigidez da célula,

mas também pela restrição da expansão do protoplasto, pela defesa contra

bactérias e fungos e por impedir a ruptura da membrana pela entrada de H2O

no interior da célula.

Desta forma, a parede celular é formada durante a telófase, fase final

da mitose, momento no qual os grupos de cromossomos iniciam a separação

e migração para as regiões polares. Nesse momento, nota-se a formação de

um fuso de aspecto fibroso, o fragmoplasto (Figura 2) entre os grupos de

cromossomos. O fragmoplasto, na linha mediana, inicia a formação da placa

celular. Essa etapa é considerada a primeira evidência da parede celular que

se inicia como um disco suspenso no fragmoplasto.

Fig.: 2 – formação do fragmoplasto

Os fragmoplasto se originam do complexo de Golgi ou sistema

golgiense, que são desprovido de ribossomos, consiste de sáculos

membranosos, achatados e empilhados, de cuja periferia se originam

vesículas, por brotamento são responsáveis pela formação da lamela média

em células vegetais que é uma estrutura composta basicamente por

substâncias pécticas que se situa entre as paredes de células adjacentes.

18

Dessa forma, na divisão das células vegetais, o complexo de Golgi entra em

intensa atividade, formando materiais que se acumulam em vesículas que são,

posteriormente, depositadas entre os dois núcleos recém-formados,

alinhando-se para constituir a nova parede celular que irá separar as células

filhas. Essas vesículas alinhadas na nova parede são denominadas

fragmoplasto.

3 - CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA) - 2016

A citocinese é a divisão do citoplasma que tem início na anáfase e

término na telófase, com a separação completa da célula. Nas células que

possuem revestimento resistente, como nas plantas, forma‐se uma pequena

lamela, que cresce na parte central da célula até a mesma se separar. Essa

lamela conhecida por fragmoplasto é derivada de qual estrutura celular?

A) Lisossomos.

B) Mitocôndrias.

C) Complexo golgiense

D) Membrana plasmática.

E) Retículo endoplasmático.

SOLUÇÃO

Os fragmoplasto são originados do complexo de Golgi ou sistema

golgiense.

RESPOSTA C

Os dictiossomos e retículo endoplasmático são os responsáveis pela

liberação das vesículas que formam a placa celular que se estende

lateralmente até fundir-se com a parede da célula mãe. Depois de formada a

parede celular, o protoplasma libera o material para formação da lamela

média que irá unir células adjacentes.

19

Formada externamente à membrana plasmática, a parede celular

apresenta-se como primária e secundária. As primeiras camadas formam a

parede primária e as camadas depositadas posteriormente, conforme ocorre

o desenvolvimento celular, formam a parede secundária que fica localizada

internamente à parede primária e externamente à membrana plasmática,

ficando assim entre a membrana e parede primária (Figura 3). A parede

secundária pode apresentar até três camadas, S1, S2 e S3.

As paredes primárias e secundárias diferem muito em sua composição.

A parede primária possui arranjo molecular frouxo e um percentual de

aproximadamente 70% de água, os 30% restantes correspondem à matéria

seca que está representada em sua maioria por polissacarídeos (celulose,

hemicelulose e pectina). Estão presentes também, na parede primária,

algumas proteínas como a expansina e a extensina. Já a parede secundária

possui arranjo molecular firme, é composta principalmente por celulose (cerca

de 50 a 80% da matéria seca), porém, também estão presentes cerca de 5 a

30% de hemicelulose e 15 a 35% de lignina, já as pectinas e glicoproteínas

estão aparentemente ausentes. Devido à deposição de lignina (polímero

hidrofóbico), a parede secundária possui baixo teor de água, cerca de 20%

apenas. As células com paredes secundárias, geralmente, são células mortas,

logo, as mudanças que nela ocorrem são de caráter irreversível. A lignina é

um componente frequente nas paredes secundárias de tecidos como o xilema

e o esclerênquima. A lignina aparece incrustando a matriz da parede e a sua

produção se inicia na lamela mediana, progredindo até atingir a parede

secundária, onde está presente em maior intensidade. O incremento de lignina

na parede celular leva a lignificação da parede e aumenta sua resistência.

Entre as paredes primárias de duas células vizinhas encontra-se a lamela

média e tem como função preencher espaços entre as células e funciona como

uma espécie de cimento que irá unir células vizinhas. Fazendo a conexão entre

células vizinhas encontram-se os plasmodesmos, estes são formados por

20

pequenos canalículos e pelas projeções do retículo endoplasmático liso

(desmotúbulo) (Figura 3).

Figura 3. Parede celular. Observe a posição das paredes. Primária e secundária e a presença

dos plasmodesmas. Fonte: www.ualr.edu.botimages.html

Os plasmodesmos atravessam a parede primária e a lamela média de

células adjacentes permitindo a intercomunicação celular. Estas estruturas

formam os campos primários de pontoação, que correspondem às porções da

parede primária onde ocorre menor deposição de microfibrilas de celulose,

formando pequenas depressões. Geralmente, nenhum material de parede é

depositado durante a formação da parede secundária onde estão presentes os

campos primários de pontoação, originando as pontoações (fig.:4).

Figura 4 - Esquema de pontoações: A - pontoação simples; B - pontoação areolada;

C - pontoação areolada com toro; D - pontoação semi-areolada. Anatomia Vegetal,

2003. EUFV

21

As pontoações variam em tamanho e detalhes estruturais. Dentre os

vários tipos de pontoações os mais comuns são:

pontoação simples

pontoação areolada

A pontoação simples é apenas uma interrupção da parede secundária

sobre a parede primária, geralmente, sobre os campos de pontoação primário.

O espaço em que a parede primária não é recoberta pela secundária constitui

a chamada câmara da pontoação. Entre as paredes das duas células vizinhas

podem existir pontoações que se correspondem e constituem um par de

pontoações. Neste caso, além das cavidades de pontoação, existe a

membrana de pontoação, formada pelas paredes primárias de ambas as

células do par mais a lamela mediana entre elas.

A pontoação areolada recebe este nome porque em vista frontal se

mostra como uma aréola, ou seja, apresenta uma saliência de contorno

circular e no centro desta encontra-se uma abertura, também circular. Neste

tipo de pontoação, a parede secundária forma a aréola e a interrupção desta

parede corresponde à abertura da aréola. Como a parede secundária

apresenta-se bem separada da parede primária, delimita-se internamente

uma câmara de pontoação.

Pontoações areoladas são encontradas em células como as traqueídes

e os elementos de vaso do xilema. Nas paredes das traqueídes que são as

célula condutora do xilema das gimnospermas e de algumas angiospermas,

ocorre, na região central da membrana da pontoação areolada, um

espessamento especial denominado toro. Eventualmente, uma pontuação

pode ser simples de um lado e areolada de outro, formando a pontoação

semiareolada. Existem ainda as pontoações cegas, quando ela existe de um

lado e do outro a parede é completa.

Nas aberturas das pontoações podem ocorrer impregnações de parede

celular na forma de projeções, sendo definidas como pontoações guarnecidas.

Esse tipo de pontoação auxilia na redução da pressão sobre a membrana que

22

separa duas pontoações adjacentes, evitando a formação de embolias no

interior dos vasos, que é responsável pela interrupção do fluxo de água no

xilema. Esse tipo de pontoação é bastante comum em plantas de ambientes

com pouca disponibilidade hídrica, como no caso da caatinga.

FUNÇÃO DA PAREDE CELULAR

A parede celular é uma estrutura permeável à água e a várias substâncias.

Durante muito tempo foi considerada uma estrutura inerte, morta, cuja única

função era conter o protoplasto, conferindo forma e rigidez à célula.

Atualmente sabe-se que a parede celular desempenha também outras

funções, como prevenir a ruptura da membrana plasmática e a entrada de

água na célula, ser portadora de enzimas relacionadas a vários processos

metabólicos e atuar na defesa contra bactérias e fungos, levando à produção,

por exemplo, de fitoalexinas. A ruptura da parede possibilita a formação de

fragmentos de carboidratos, as oligossacarinas, eliciadoras de processos como

os envolvidos na produção de fitoalexinas. A parede celular é, desse modo,

parte dinâmica da célula vegetal e passa por modificações durante o

crescimento e desenvolvimento desta célula.

MEMBRANA PLASMÁTICA

A membrana plasmática está situada internamente à parede celular e

envolve o citoplasma. De acordo, com o modelo mosaico-fluido, proposto por

Singer e Nicolson na década de 70, a membrana plasmática e as demais

membranas celulares (sistema de endomembranas) são compostas por uma

bicamada lipídica fluida, na qual as proteínas estão inseridas, podendo-se

encontrar carboidratos e alguns lipídios ligados a estas proteínas. Em cada

camada lipídica, as moléculas se dispõem com a porção polar ("cabeça")

voltada para fora e a porção apoiar ("cauda") voltada para dentro. Em

microscopia eletrônica de transmissão, a unidade de membrana apresenta-se

como uma estrutura trilamelar com cerca de 7,5 nm de espessura, formada

23

por duas porções mais elétron-densas, separadas por uma porção mediana

menos elétron-densa. Isto se deve, em parte, à disposição das moléculas de

lipídios. A composição da membrana varia nas diferentes células, mas os

lipídios, geralmente, são encontrados em maior quantidade seguido pelos

esteróides, os quais dão estabilidade mecânica à membrana, tornando-a uma

barreira para a passagem da maioria de íons e moléculas hidrofílicas.

As proteínas podem ser divididas em integrantes ou periféricas. Quando

inseridas na bicamada de lipídios, são ditas integrantes; e as que ficam

depositadas sobre a bicamada são ditas periféricas. Podem ser enzimas,

receptoras ou transportadoras, participando em vários processos metabólicos

importantes da célula. Como proteínas integrantes, podem ser citadas as

aquaporinas, que são permeáveis e seletivas para a água, e a H+ ATPase

(bomba de prótons). Na face externa, voltada para a parede celular, os

carboidratos, geralmente de cadeia curta, dispõem-se como uma cadeia

lateral à proteína, formando as glicoproteínas, ou, mais raramente, ligam-se

a lipídios (glicolipídios).

Desta forma, a membrana plasmática desempenha importantes

funções, principalmente no que se refere ao controle da entrada e saída de

substâncias da célula, possibilitando a manutenção de sua integridade física e

funcional sendo semipermeável e seletiva. A entrada de substâncias na célula

pode ocorrer por transporte passivo, sem gasto de energia, ou ativo, com

gasto de energia. A entrada de água, oxigênio e dióxido de carbono na célula

dá-se por difusão simples, que depende do gradiente de concentração. Outras

substâncias entram por difusão facilitada, que necessita da presença de

proteínas carreadoras, ou de canal.

As aquaporinas são as proteínas de canal que facilitam a entrada dos

íons de potássio, sódio e cálcio na célula (fig.: 5). Quando houver gasto de

energia na entrada de substâncias, é necessária a presença de proteínas de

transporte; as bombas de prótons, no caso. Nas células vegetais, o sistema

de transporte ativo primário está representado pela H+ ATPase, enzima que,

24

por hidrólise do ATP, transporta H+ para fora da membrana e possibilita a

entrada de íons, aminoácidos e açúcares (sacarose) para o citoplasma.

Fig.: 5 – representação da aquaporina

A entrada e saída de grandes moléculas podem também ocorrer por

meio da formação de vesículas, envolvendo os processos chamados de

endocitose e exocitose. A endocitose pode ser de três tipos:

PINOCITOSE - quando substâncias líquidas são incorporadas;

fagocitose, quando estão presentes partículas sólidas;

ENDOCITOSE - mediada por receptor, quando as moléculas ou

íons a serem transportados se ligam a receptores específicos na

membrana e o conteúdo da vesícula é liberado no vacúolo.

Na exocitose, as vesículas são originadas no retículo endoplasmático ou

no trans-Golgi e o seu conteúdo é liberado para o meio externo. As vesículas

formadas na endocitose e exocitose apresentam-se envoltas por uma unidade

de membrana. Durante esses processos, porções das membranas plasmática,

do vacúolo e do complexo de Golgi são recicladas. A pinocitose é bastante

comum nas células vegetais; a entrada da bactéria Rhizobium a partir dos

filamentos de infecção nos pêlos radiculares exemplifica a fagocitose; a

endocitose mediada por receptor tem sido observada, atualmente, em

experimentos realizados com nitrato de chumbo em células da coifa de raízes

de milho. A liberação da substância mucilaginosa (polissacarídeos) pelas

células da coifa é um exemplo de exocitose.

25

Uma importante função da membrana plasmática é coordenar a síntese

da parede celular, em razão da presença da enzima celulose-sintase. Além

disso, pela ativação das proteínas receptoras da membrana plasmática,

transmite sinais hormonais e, ou, do meio ambiente, regulando o crescimento

e a diferenciação da célula.

VAMOS EXERCITAR!!

4 - (UFFS) - Biologia - (FEPESE) - 2012

A membrana celular exerce um papel importante, no que se diz respeito à

seletividade de substâncias.

Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.

A. O auxílio de proteínas de membrana, denominadas permeases, são comuns

no processo de osmose, que envolve gasto energético.

B. A difusão simples, difusão facilitada e osmose são tipos diferentes de

transporte celular passivo.

C. Na difusão facilitada se dá o transporte de substâncias permeáveis à

membrana. Estas, em solução, podem fluir de dentro para fora da célula ou

vice-versa, de forma espontânea.

D. Difusão simples é o processo de transporte celular que ocorre de uma

região com menor concentração de partículas para uma com concentrações

maiores. Trocas gasosas entre o sangue e tecidos é um exemplo desse tipo

de transporte.

E. Sais minerais, proteínas e determinados ácidos graxos são transportados

através de difusão simples.

SOLUÇÃO

26

Toda a célula é envolvida por uma delgada película, a membrana

celular ou plasmática. A membrana celular separa o meio intracelular do

extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída

de substâncias da célula. Além de conter o citoplasma, regula as trocas de

substâncias que acontecem entre a célula e o meio externo.

CITOPLASMA

O citoplasma na célula vegetal é a matriz fluida onde se encontram o

núcleo e as organelas, como cloroplastos e mitocôndrias; é delimitado pela

membrana plasmática (Figs.6).

FIG 6 – representação do citoplasma

O citoplasma na célula vegetal diferenciada apresenta-se, em geral,

reduzido, dispondo-se como uma fina camada junto à membrana plasmática.

O seu principal componente é a água, com uma grande variedade de

substâncias, dentre as quais: proteínas, carboidratos, lipídios, íons e

metabólitos secundários. Assim, podemos definir o citossol ou matriz

citoplasmática como a porção do citoplasma onde estão contidas as organelas,

como vacúolo(s), Golgi, retículo endoplasmático, mitocôndrias, plastídios e

microcorpos, bem como o citoesqueleto, os ribossomos e o núcleo. O

RESPOSTA B

27

citoplasma apresenta-se em movimento, conhecido como ciclose que é um

processo que tem gasto de energia e no qual estão envolvidos os

microfilamentos.

A energia para o movimento citoplasmático vem da quebra de moléculas

do ATP pela atividade ATPásica presente na "cabeça" da miosina, um tipo de

proteína motora que "caminha" sobre os microfilamentos. Aparentemente, as

organelas estão unidas à miosina, que então se desloca sobre os

microfilamentos, levando-as consigo. No citoplasma podem estar presentes

gotículas lipídicas (corpos lipídicos, esferossomos ou oleossomos), dando a ele

aspecto granuloso sendo produzidas pelo retículo endoplasmático e

cloroplastos.

O citoplasma desempenha diversas funções, como:

realizar as diferentes reações bioquímicas necessárias à vida da

célula;

facilitar a troca de substâncias dentro da própria célula, bem como

entre as células adjacentes;

acumular substâncias do metabolismo primário e secundário da

planta.

Os plasmodesmos possibilitam a comunicação entre células adjacentes,

pois moléculas pequenas como açúcares, aminoácidos e moléculas

sinalizadoras movem-se facilmente através destes. Tem sido demonstrado,

recentemente, que moléculas maiores, como proteínas e ácidos nucléicos,

também podem ser transportadas com gasto de energia por essa via. Os vírus,

por exemplo, produzem substâncias que alteram o tamanho dos canalículos e

a estrutura do desmotúbulo; dessa maneira, passam de uma célula para

outra, via plasmodesmos.

O citoplasma é, também, responsável pela formação do fragmossomo

na divisão de células em que o núcleo não ocupa posição central. Assim, antes

mesmo da duplicação dos cromossomos, o núcleo é direcionado para o centro

da célula por cordões citoplasmáticos, que se fundem e depois se dispõem

28

como uma lâmina, o fragmossomo, dividindo a célula em duas porções. A

formação do fragmossomo envolve microtúbulos e microfilamentos.

VACÚOLO

O vacúolo é uma estrutura característica da célula vegetal (Fig. 7). Em

virtude da pressão exercida por esta organela, a fina camada de citoplasma

mostra-se disposta junto à membrana plasmática. As células meristemáticas

em geral possuem numerosos vacúolos pequenos, fundindo-se para formar

um único vacúolo central na célula diferenciada. O vacúolo normalmente

ocupa considerável volume da célula, chegando a ser o seu maior

compartimento; em células parenquimáticas diferenciadas, por exemplo,

representa até 90% do espaço celular.

O vacúolo é delimitado por apenas uma membrana lipoprotéica

denominada tonoplasto. Sua estrutura assemelha-se à da membrana

plasmática, ou seja, é trilamelar, entretanto a porção mais interna pode ser

mais espessada.

Fig. 7 – representação do vacúolo

No tonoplasto, semelhantemente ao que ocorre na membrana

plasmática, são encontradas importantes proteínas, como as aquaporinas e

H+ ATPases. A bomba de prótons ativa assemelha-se à da membrana

plasmática, e prótons são levados do citoplasma para o interior do vacúolo,

29

criando uma força motora que direciona vários sistemas de transporte ativo

secundário, essenciais em muitos processos metabólicos. O conteúdo vacuolar

é constituído por água, substâncias inorgânicas (íons de cálcio, potássio, cloro,

sódio e fosfato etc.) e orgânicas (açúcares, ácidos orgânicos, proteínas,

pigmentos, alcalóides etc.). Muitas dessas substâncias encontram-se

dissolvidas na água. Dentre as enzimas distinguem-se as hidrolases ácidas,

como: nucleases, proteases, lipases, fosfatases, glicosidases, fosfolipases e

sulfatases. Há diferentes tipos de vacúolo, com diferentes especializações

coexistindo na mesma célula.

O vacúolo participa de vários processos metabólicos celulares, tendo

diferentes funções e propriedades, dependendo do tipo de célula em questão.

Osmoticamente ativo, desempenha papel dinâmico no crescimento e

desenvolvimento da planta. A perda de água pela célula na plasmólise leva a

uma diminuição do volume do vacúolo. Durante o alongamento celular,

compostos orgânicos e inorgânicos são acumulados no vacúolo, e estes

solutos originam um gradiente de potencial osmótico, responsável pela

pressão de turgor; esta é essencial para o alongamento celular.

O acúmulo de solutos pode dar-se por transporte ativo contra um

gradiente de concentração. O vacúolo participa da manutenção do pH da

célula, que é efetuada por meio de bombas H+ ATPase. Nas plantas suculentas,

que realizam fotossíntese CAM (do inglês "crassulacean acid metabolism", ou

seja, metabolismo ácido das crassuláceas), o vacúolo tem papel importante.

Nestas plantas, durante a noite ocorre a entrada de gás carbônico pela

abertura dos estômatos, resultando na formação de ácidos orgânicos, que são

armazenados no vacúolo. Durante o dia, os ácidos orgânicos são consumidos

na fotossíntese, e os vacúolos apresentam variações de pH 6,0, no período

diurno, e pH 3,5, no noturno. Os vacúolos são organelas responsáveis pela

autofagia sendo a digestão de outros componentes celulares. Nesse processo,

em determinados pontos, o tonoplasto sofre invaginações, "carregando"

porções do citoplasma onde podem estar presentes organelas como

30

mitocôndrias, plastídios, ribossomos.

Cada invaginação destaca-se do tonoplasto e forma uma vesícula, que

fica suspensa no interior do vacúolo. Numa fase final ocorre a lise dos

componentes celulares trazidos para dentro deste compartimento. As

hidrolases ácidas rompem as ligações de fosfato, ésteres e glicosídicas e

hidrolisam as proteínas e ácidos nucléicos. Geralmente, a autofagia ocorre em

vacúolos pequenos das células vegetais jovens; os vacúolos das células

maduras parecem não ter a função de degradar macromoléculas do

citoplasma.

A presença de enzimas semelhantes às dos lisossomos nos vacúolos faz

com que muitos pesquisadores os considerem parte relevante do sistema

lisossômico da célula vegetal. Os vacúolos também podem ser

compartimentos de armazenagem dinâmicos, no qual íons, proteínas e outros

metabólitos são acumulados e mobilizados posteriormente. Assim, as

proteínas acumuladas como forma de reserva geralmente apresentam-se em

concentração reduzida nos vacúolos de células maduras; entretanto, em

células do endosperma de leguminosas e de gramíneas seus níveis tendem a

aumentar. Em sementes de leguminosas, as proteínas sintetizadas no retículo

endoplasmático rugoso são "empacotadas" em corpos protéicos, sendo,

posteriormente, acumulados nos vacúolos.

Durante a germinação, uma protease transportada para o interior dos

vacúolos degrada essas proteínas de reserva sendo depositados alguns

produtos do metabolismo secundário, a exemplo das substâncias fenólicas. As

antocianinas e betalaínas, pigmentos hidrossolúveis, ocorrem em vacúolos de

pétalas de muitas flores. Os taninos também são acumulados nos vacúolos de

células dos diferentes órgãos. Outros produtos do metabolismo secundário,

como alcalóides, saponinas, glicosinolatos, glicosídios cianogênicos e

glicosídios cumáricos, são geralmente acumulados nos vacúolos. O alcalóide

nicotina é sintetizado nas células das raízes e transportado para as células do

caule, acumulando-se nos vacúolos destas.

31

Várias dessas substâncias do metabolismo secundário são tóxicas para

patógenos, parasitas, herbívoros e para a própria planta. Em muitos casos, o

vacúolo acumula inclusões na forma de cristais prismáticos, drusas, estilóides

e ráfides, de oxalato de cálcio ou outros compostos.

PLASTÍDIOS

Os plastídios ou plastos juntamente com a parede celular e os vacúolos,

são componentes característicos das células vegetais. Assim como as

mitocôndrias, os cloroplastos parecem ser remanescentes de organismos que

estabeleceram relações simbióticas com os ancestrais dos eucariotos atuais.

Os plastídios são organelas derivadas de cianobactérias (algas azuis), contêm

seu próprio genoma e se autoduplicam.

VAMOS EXERCITAR!!

6 - UFTM - 2016 - UFTM - Técnico de Laboratório - Biologia

As plantas apresentam grande diversidade biológica e capacidade

adaptativa, que pode ser explicada por diferentes escalas, desde o gene ao

corpo vegetal completo. Os principais elementos de uma célula vegetal

típica, que diferem da célula animal são:

a) Parede celular, plastos e vacúolo, que aumenta com a idade e diminui em

número

b) Cloroplastos, parede celular e vacúolo, que reduz com a idade e aumenta

em número

c) Centríolos, parede celular e vacúolo, que reduz com a idade e aumenta em

número

d) Cloroplastos, ausência de citoplasma e vacúolo, que aumenta com a idade

e diminui em número

SOLUÇÃO

Vamos fazer um quadro comparativo

32

RESPOSTA A

Os plastídios são organelas com formas e tamanhos diferentes.

Classificam-se de acordo com a presença ou ausência de pigmento ou com o

tipo de substância acumulada. Há três grandes grupos de plastídios:

CLOROPLASTOS

CROMOPLASTOS

LEUCOPLASTOS.

Os dois primeiros contêm pigmentos; nos leucoplastos estes estão

ausentes, sendo acumuladas outras substâncias. Os plastídios podem passar

de um grupo para o outro, pelo acúmulo de determinadas substâncias e

rearranjo de sua estrutura interna, apresentam um envoltório constituído por

duas membranas lipoprotéicas, contendo uma matriz denominada estroma,

onde se situa um sistema de membranas chamadas de tilacóides. Embora os

tilacóides sejam originados de invaginações da membrana interna, eles não

são contínuos a esta na maturidade. O grau de expressividade atingido pelo

sistema de tilacóides depende do tipo de plastídio. A matriz contém DNA, RNA,

ribossomos e enzimas para transcrição e tradução de proteínas.

Assim, o desenvolvimento dessa organela requer uma expressão

coordenada de seus próprios genes e dos genes do núcleo. As células têm

muitas cópias do DNA do plastídio, e o número de cópias depende do tipo de

célula e de seu estágio de diferenciação. Os plastídios dividem-se por fissão

33

binária, como as bactérias, mas na divisão celular são, geralmente,

distribuídos eqüitativamente para as células-filhas.

O proplastídio é o precursor de todos os plastídios sendo organelas

muito pequenas, sem cor, apresentando na matriz poucas membranas

internas. Podem, ainda, conter pequenos grãos de amido e, ou, lipídios em

forma de glóbulos, chamados de plastoglóbulos. Os proplastídios ocorrem na

oosfera e nos tecidos meristemáticos. A formação do cloroplasto a partir do

proplastídio, nas angiospermas, requer presença da luz; porém, nas

gimnospermas, o cloroplasto pode, pelo menos em parte, desenvolver-se no

escuro. As angiospermas devem ter selecionado um mecanismo que limita o

desenvolvimento do cloroplasto aos tecidos e células que recebem luz. No

caso de as plantas estarem no escuro, os proplastídios desenvolvem-se em

estioplastos. Estes contêm elaborado sistema de membranas tubulares, com

propriedades semicristalinas, conhecidas como corpos prolamelares. Não

apresentam a maioria das enzimas ativas na fotossíntese, sendo incapazes de

realizá-la, mas, quando expostos à luz, rapidamente se convertem a

cloroplastos. Assim, o estioplasto é considerado um estágio na diferenciação

do cloroplasto.

CLOROPLASTOS

Os cloroplastos contêm pigmentos do grupo das clorofilas, importantes

para a fotossíntese, além de outros pigmentos, como os carotenóides, que

são acessórios neste processo. Os cloroplastos são encontrados em todas as

partes verdes da planta, sendo mais numerosos e mais diferenciados em

folhas.

O cloroplasto típico é estruturalmente o mais complexo dentre os

plastídios apresentando formato discóide, com diâmetro de 3 a 10 um. As

membranas do envoltório têm 5 a 7,5 nm de espessura e são separadas pelo

espaço intermembranas (10 nm). O estroma é atravessado por um elaborado

sistema de membranas, os tilacóides, que se dispõem como sacos achatados,

34

e o espaço dentro destes é chamado de lume do tilacóide. Os tilacóides, em

alguns pontos, arranjam-se como uma pilha de moedas, formando a estrutura

denominada grânulo, ou granum. Ao conjunto destas estruturas dá-se o nome

de grânulos, ou grana (plural em latim de granum) formando os grânulos que

são denominados tilacóides dos grânulos, e os tilacóides que os interligam são

chamados de tilacóides do estroma ou tilacóides intergrânulos (intergrana, em

latim) formando uma verdadeira rede (fig.: 8).

Fig.:8 – representação do cloroplasto

As membranas dos tilacóides contêm clorofilas, carotenóides,

transportadores de elétrons e o complexo ATP-sintase, sendo, portanto, a

sede das reações fotoquímicas responsáveis pela captação e transformação

da energia luminosa em energia química. O lume do tilacóide é o sítio das

reações de oxidação da água, estando consequentemente envolvido na

liberação do oxigênio da fotossíntese. A composição do estroma é

basicamente protéica, contendo todas as enzimas responsáveis pela redução

do carbono na fotossíntese, incluindo a ribulose difosfato carboxilase/

oxigenase, conhecida como rubisco. Em condições de longa exposição à luz,

o cloroplasto forma e acumula amido (de assimilação). As dimensões desses

grãos de amido podem variar de acordo com o período do dia, à medida que

os açúcares são formados e, temporariamente, armazenados como amido.

Desta forma, estes grãos tendem a desaparecer no escuro e aumentar

35

na presença da luz. No estroma, local de ocorrência das reações envolvidas

na fixação do gás carbônico para a produção de carboidratos, realizam-se a

assimilação do nitrogênio e enxofre e a biossíntese de proteínas e ácidos

graxos. Nos cloroplastos podem estar presentes os plastoglóbulos ou glóbulos

de substâncias lipofílicas. Alguns cloroplastos, principalmente os das plantas

que realizam fotossíntese C4, contêm retículo periférico que é um sistema de

túbulos interligados proveniente da membrana interna. Admite-se que o

retículo periférico facilite as trocas entre a organela e o citoplasma.

CROMOPLASTOS

Os cromoplastos são plastídios portadores de pigmentos carotenóides e

usualmente não apresentam clorofila ou outros componentes da fotossíntese.

São encontrados, na maioria das vezes, nas células de pétalas e outras partes

coloridas de flores, em frutos e em algumas raízes. Os cromoplastos surgem,

em grande parte dos casos, de transformações dos cloroplastos, com

alterações que levam ao desarranjo dos tilacóides e mudanças no tipo de

pigmento acumulado, mas também podem ser derivados diretamente de

proplastídios e amiloplastos. Quando originado de um cloroplasto, o

cromoplasto mantém a capacidade de se reverter e voltar a ser um

cloroplasto. Assim, o cromoplasto sintetiza e acumula pigmentos, podendo a

sua pigmentação estar na forma de cristais, como ocorre em raízes de cenoura

(Daucus carota), ou em plastoglóbulos.

LEUCOPLASTOS

Os leucoplastos são plastídios que não possuem pigmentos, mas

armazenam substâncias. Os armazenadores de amido são chamados de

amiloplastos e se encontram em tecidos ou órgãos de reserva, como no

tubérculo da batata (Solanum tuberosum)e na raiz da mandioca (Manihot

esculentum). Os amiloplastos podem armazenar de um a vários grãos de

amido, e o seu sistema de tilacóides é pouco desenvolvido. Geralmente,

36

contêm poucas cópias do DNA, perdendo os pigmentos e enzimas da

fotossíntese; entretanto, quando expostos à luz, podem transformar-se em

cloroplastos, como no tubérculo da batata. Os leucoplastos armazenadores de

proteína, proteinoplastos, são encontrados nos elementos crivados de

monocotiledôneas e algumas dicotiledôneas, sendo conhecidos como

plastídios P (P de "protein", proteína em inglês).

A inclusão protéica geralmente é cônica e parcialmente cristalóide. Esse

tipo de inclusão também ocorre em plastídios de algumas gimnospermas. Nos

plastídios dos elementos crivados das dicotiledôneas predomina amido, sendo

denominados plastídios S (S de "starch", amido em inglês).

Assim, a função dos plastídios está envolvidos na realização da

fotossíntese, síntese de aminoácidos e ácidos graxos ocorrendo a assimilação

do nitrogênio e enxofre. Têm também a função de armazenar amido, proteínas

e lipídios. Nos plastídios estão presentes pigmentos, como as clorofilas e os

carotenóides. Em razão da presença deste último grupo de pigmentos, os

plastídios estão envolvidos na atração de polinizadores e dispersão dos

diásporos.

MICROCORPOS

Os microcorpos são organelas muito pequenas que, semelhantemente

às mitocôndrias, representam importantes sítios de utilização de oxigênio.

Supõe-se que eles sejam vestígio de uma organela ancestral que surgiu

quando o teor de oxigênio aumentou na atmosfera, tornando-se

possivelmente tóxico para a maioria das células, assim, com esta hipótese, o

aparecimento da mitocôndria, os microcorpos teriam se tornado "obsoletos",

pois, além de algumas funções comuns, a mitocôndria ainda produz ATP.

Entretanto, estas organelas desempenham funções importantes nos vegetais.

São conhecidos dois tipos de microcorpos: os peroxissomos e os glioxissomos.

Estas duas estruturas são chamadas genericamente, por alguns autores, de

peroxissomos.

37

7 - IPJB - Assistente Administrativo - NCE - 2002

Na célula vegetal, os plastídios podem ser classificados em cloroplastos e

leucoplastos. Estas estruturas são responsáveis, respectivamente, por:

A. fotossíntese e armazenamento de pigmentos;

B. fotossíntese e quimiossíntese;

C. fotossíntese e armazenamento de substâncias de reserva;

D. armazenamento de substâncias de reserva e fotossíntese;

E. armazenamento de substâncias de reserva e quimiossíntese.

SOLUÇÃO

Cloroplasto é a organela onde se realiza a fotossíntese.

Leucoplastos são plastídeos apigmentados, ou seja, incolores, cuja função

mais importante é armazenar substâncias de reserva

RESPOSTA C

Os microcorpos têm formato esférico a ovalado e tamanho variando de

0,5 a 1,7 μm. São constituídos por uma única membrana lipoprotéica, a qual

circunda um conteúdo granular protéico, que pode ou não estar na forma

cristalina caracterizando por apresentar enzimas que usam oxigênio para

retirar átomos de hidrogênio de substâncias orgânicas específicas, numa

reação que forma peróxido de hidrogênio (H2O2). Contêm também catalases,

que transformam o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Os

microcorpos não têm DNA nem ribossomos, devendo importar do citossol

todas as proteínas de que necessitam. Geralmente, estão associados com um

ou dois segmentos do retículo endoplasmático. Dividem-se por fissão binária.

Os peroxissomos estão presentes nas folhas e têm papel importante no

metabolismo das plantas, atuando na fotorrespiração, juntamente com

cloroplastos e mitocôndrias. Este processo inicia-se quando em determinadas

38

condições, no cloroplasto, a enzima rubisco (ribulose difosfato

carboxilase/oxigenase) se une ao oxigênio e atua como oxigenase, havendo

formação de glicolato, que é transportado para o peroxissomo. Nesta última

organela, o glicolato é metabolizado em glioxalato, formando oxigênio e

peróxido de hidrogênio. Por meio da catalase este último composto é

quebrado em oxigênio e água, impedindo a intoxicação da célula. Por

intermédio de várias reações envolvendo os cloroplastos, as mitocôndrias e

os peroxissomos, são finalmente produzidos gás carbônico e serina na

mitocôndria. Assim, durante a fotorrespiração, o oxigênio é consumido e o gás

carbônico é liberado com perda de aproximadamente 50% do carbono fixado

para a fotossíntese.

A principal função dos peroxissomos, organela citoplasmática das células, é a

A.digestão intracelular.

B.obtenção de energia.

C.oxidação de ácidos graxos.

D.conversão de lipídeos em açúcares.

SOLUÇÃO

A principal função do peroxissomos é digerir algumas substâncias. Isso porque

em seu interior estão armazenadas as enzimas oxidases. Essas enzimas

oxidam os ácidos graxos para a síntese de colesterol. E também são usados

como matéria-prima na respiração celular com o intuito de obter energia.

RESPOSTA C

Os glioxissomos são encontrados nas sementes oleaginosas e contêm

enzimas diferentes das dos peroxissomos. Os tipos mais especializados estão

presentes em leguminosas e em mamona (Ricinus communis). Embora os

8 - IPJB - Assistente Administrativo - NCE - 2002

39

lipídios façam parte das membranas e se apresentem como reserva em vários

tecidos, não são usados como fonte de carbono para a respiração, à exceção

dos encontrados como reservas em sementes. Neste caso, os lipídios são

acumulados como gotículas de óleo nos cotilédones ou no endosperma e, para

serem transportados, os triglicerídios são quebrados por lipases em ácidos

graxos livres e glicerol no citoplasma das células.

Os ácidos graxos vão para o glioxissomo, onde sofrem a β-oxidação, e

juntamente com reações que ocorrem na mitocôndria (ciclo do glioxilato) dão

origem ao malato, substância que vai para o citoplasma e, por meio de outras

reações, forma carboidratos (gliconeogênese). Os glioxissomos têm função

importante na germinação de sementes oleaginosas, como amendoim

(Arachis hipogea), girassol (Helianthus annus) e coco-da-baía (Cocos

nucifera). É importante salientar que o ciclo do glioxilato não ocorre em

animais, uma vez que, neles, não é possível a conversão de ácidos graxos em

carboidratos.

CITOESQUELETO

O citoesqueleto encontra-se em todas as células vegetais, formando

uma rede complexa de elementos protéicos, localizada, principalmente, no

citossol e também no núcleo. O citoesqueleto das plantas consiste de três

tipos de elementos:

MICROTÚBULOS.

MICROFILAMENTOS

FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS.

40

Os microtúbulos são estruturas protéicas cilíndricas, com cerca de 25

nm de diâmetro e comprimentos variáveis. Localizam-se, de modo geral, na

região cortical do citoplasma, junto à membrana plasmática. O microtúbulo

constitui-se de 11 a 13 protofilamentos alinhados paralelamente e arranjados

em um círculo ao redor de um eixo oco, sendo cada um deles formado por

uma proteína dimérica, composta pelas tubulina. O microtúbulo é uma

estrutura polar, com terminações positivas ou negativas, apresentando

proteínas associadas - as proteínas motoras -, como a dineína, que se desloca

da terminação negativa para a positiva, e a cinesina, que faz o inverso. Estas

proteínas têm atividade ATPásica.

Os microtúbulos atuam no crescimento e diferenciação das células. No

citoplasma, sob a membrana plasmática, controlam o alinhamento das

microfibrilas de celulose. Atuam também no direcionamento das vesículas

secretoras originadas da rede trans-Golgi, as quais contêm polissacarídeos

não-celulósicos para a formação da parede celular. Durante a mitose, na pré-

prófase, os microtúbulos organizam-se circundando o núcleo na região

equatorial da célula, formando a banda da pré-prófase, sendo responsáveis

pelo estabelecimento do plano da divisão celular. Nas angiospermas, os

microtúbulos dispõem-se ao redor do núcleo na prófase e não formam

centrossomos com centríolos, como na célula animal. Tem sido sugerido que

as plantas não têm centrossomos ou que estes são difusos. Os microtúbulos

41

participam da formação das fibras do fuso mitótico na metáfase e do

fragmoplasto na telófase.

Os microtúbulos são componentes dos flagelos dos gametas masculinos

móveis de briófitas, pteridófitas e algumas gimnospermas.

Os microfilamentos são estruturas protéicas filamentosas, com cerca de

5 a 7 nm de diâmetro, maiores que os microtúbulos, em comprimento.

Apresentam-se como dois cordões helicoidalmente enrolados, compostos por

duas subunidades protéicas: a actina globular (g-actina) e a actina fibrosa (f-

actina). Isso os leva a ser também conhecidos como filamentos de actina. De

maneira similar aos microtúbulos, são polares e apresentam proteínas

associadas, como a miosina. Nas células vegetais, os microfilamentos, que se

encontram isolados ou agrupados em feixes, localizam-se na região

subcortical do citoplasma (região mais interna), podendo também ser

encontrados mais perifericamente na região cortical.

Os microfilamentos são responsáveis pelo movimento de organelas

citoplasmáticas, e a força geradora vem da interação dos filamentos de actina

com a miosina, proteína motora que tem atividade ATPásica. Os

microfilamentos participam do crescimento e diferenciação das células e em

geral se orientam paralelamente ao plano de alongamento dela. Em células

do coleóptilo de cevada, por exemplo, é possível observar os microfilamentos

dispostos na mesma direção do alongamento celular. Também se nota a

presença de microfilamentos na parte terminal do tubo polínico de tabaco

(Nicotiana tabacum) em crescimento e no tricoma do caule de tomate

(Solanum lycopersicum).

Os microfilamentos parecem participar, juntamente com os

microtúbulos, da formação do fragmoplasto durante a divisão celular, na

telófase.

Os filamentos intermediários, embora pouco estudados em vegetais,

parecem ter, como nas células animais, importante papel na manutenção da

42

estrutura do núcleo e da célula. Estão envolvidos na reorganização do

envoltório nuclear durante a divisão celular. Em células de tabaco, por

exemplo, verificam-se filamentos intermediários conectando a superfície do

núcleo à periferia da célula e envolvendo os polos do fuso. Filamentos de

queratina foram observados em células do cotilédone de ervilha. As laminas,

componentes da lâmina nuclear têm sido detectadas em várias plantas, como

nas células epidérmicas de cebola.

COMPLEXO DE GOLGI

No citoplasma da célula vegetal há um conjunto de dictiossomos ou

corpos de Golgi (Fig.9), coletivamente referidos como complexo de Golgi.

Cada dictiossomo, ou corpo de Golgi (Fig. 9), é constituído por um conjunto

de sacos discóides e achatados, chamados de cisternas que são estruturas

membranosas, dispostas paralelamente de forma reta ou curvada. Quando

curvadas, mostram uma face côncava e outra convexa. Geralmente

apresentam uma rede complexa de túbulos em suas margens, a partir dos

quais se destacam as vesículas.

O corpo de Golgi é composto por subcompartimentos distintos: face cis,

contendo as cisternas mais novas, região mediana (medial), face trans e rede

trans-Golgi. Na parte cis, a membrana tem composição semelhante à do

retículo endoplasmático; já na região de maturação, ela se assemelha à

membrana plasmática. As novas cisternas são originadas no retículo

endoplasmático e se incorporam aos dictiossomos via vesículas de transição,

enquanto as vesículas derivadas da face trans constituem a rede trans-Golgi,

contribuindo para a formação da membrana plasmática.

Nas angiospermas, cada dictiossomo apresenta de quatro a oito

cisternas. Porém, esse número pode variar de acordo com a espécie, o tecido

e o estágio de diferenciação da célula. Assim, as células produtoras de néctar,

nas quais as vesículas são mais frequentes nas fases pré-secretoras. O

43

número de dictiossomos pode variar, também, nos diferentes tipos de célula;

nos tubos polínicos e nas células da coifa, por exemplo, eles são muito

numerosos. A mucilagem, constituída de polissacarídeos ácidos, é um

exemplo de secreção dependente da atividade do complexo de Golgi.

FIG.: 9 COMPLEXO DE GOLGI

FUNÇÃO DO COMPLEXO DE GOLGI

Nas células vegetais, a maioria dos complexos de Golgi está associada

à síntese dos compostos não-celulósicos da parede celular (pectinas e

hemiceluloses). Da rede trans-Golgi saem as vesículas secretoras, que

migram para a membrana plasmática e com ela se fundem descarregando o

seu conteúdo no meio extracelular, o qual irá compor a matriz da parede

celular. As diferentes regiões dos dictiossomos sintetizam os distintos

polissacarídeos.

Os dictiossomos também funcionam como centro de "empacotamento",

ou seja, envolvem as substâncias sintetizadas por outras estruturas. As

vesículas derivadas do complexo de Golgi podem ser incorporadas à

membrana plasmática ou ao tonoplasto. Assim, ocorre um processo de

reciclagem entre as membranas plasmática, do vacúolo e do complexo de

Golgi.

MITOCÔNDRIAS

44

As mitocôndrias são organelas derivadas de bactérias aeróbicas, que

estabeleceram relações simbióticas com os ancestrais dos eucariotos atuais.

São organelas que contêm seu próprio genoma e se autoduplicam. As

mitocôndrias são organelas menores que os plastídios, geralmente

apresentam forma ovalada, alongada ou filiforme, podendo, por vezes, ser

ramificadas. As mitocôndrias possuem envoltório formado por duas

membranas lipoprotéicas que delimitam a matriz mitocondrial. A membrana

externa é permeável a uma série de íons e contém proteínas especializadas,

chamadas de porinas, que permitem a passagem livre de várias moléculas. A

membrana interna forma projeções voltadas para a matriz, denominadas

cristas, que se apresentam como dobramentos ou túbulos que ampliam a

superfície dessa membrana.

A densidade das cristas, que varia de acordo com a planta ou o tecido

onde estas se encontram, parece estar relacionada com a atividade

metabólica da célula. A membrana interna é seletiva, permitindo a passagem

de moléculas como piruvato, ADP e ATP, e restritiva para outras moléculas e

íons, incluindo prótons de hidrogênio. Na membrana interna estão presentes

os complexos ATP-sintase e os componentes da cadeia transportadora de

elétrons. A matriz contém água, íons, fosfates, coenzimas e enzimas, RNA,

DNA e ribossomos para transcrição e tradução de algumas proteínas. As

enzimas envolvidas no ciclo de Krebs localizam-se na matriz, à exceção de

uma, que se encontra na membrana interna da mitocôndria.

45

As mitocôndrias contêm seu próprio genoma e se autoduplicam. O

genoma mitocondrial codifica algumas proteínas específicas da organela.

Entretanto, a maioria das proteínas é codificada por genes nucleares, e o

desenvolvimento dessa organela requer uma expressão coordenada dos

genomas, semelhante ao visto para os plastídios. Contêm uma ou mais cópias

idênticas de moléculas de DNA circular similar ao de bactérias, e o número de

cópias depende do tipo de célula e de seu estádio de diferenciação. O número

de mitocôndrias nas células pode variar muito, de dezenas a centenas,

dependendo da demanda de energia ou ATP nestas. Em células com elevada

atividade metabólica há grande número de mitocôndrias, como nas células-

guarda dos estômatos, células companheiras, células de transferência e

células ou tecidos secretores.

As mitocôndrias podem fundir-se e dividem-se por fissão binária, como

as bactérias. Porém, na divisão celular, geralmente são distribuídas

equitativamente para as células-filhas.

FUNÇÃO DAS MITOCÔNDRIAS

As mitocôndrias são os sítios da respiração aeróbica celular. A partir das

moléculas orgânicas de piruvato, oriundas da quebra da glicose no citoplasma,

obtém-se energia na forma de moléculas de ATP pelo processo quimiosmótico,

envolvendo a presença dos corpúsculos elementares. Nestes ocorre refluxo

dos prótons H+ através da membrana interna, cuja energia é usada

parcialmente (50%) para gerar ATP no complexo enzimático ATPsintase.

O ATP produzido na matriz é posteriormente utilizado em atividades da

célula que demandam energia. As mitocôndrias, juntamente com os

cloroplastos e peroxissomos, têm papel importante na fotorrespiração. Neste

processo, na mitocôndria, a partir de duas moléculas do aminoácido glicina, é

formado o aminoácido serina, sendo liberada uma molécula de gás carbônico.

Nas sementes oleaginosas, as mitocôndrias associadas aos glioxissomos

46

realizam parte do ciclo do glioxilato. Para isso, envolve reações que

possibilitam a obtenção de energia a partir de reservas lipídicas, culminando

com a formação de carboidratos no citoplasma (gliconeogênese).

VAMOS EXERCITAR!!

9 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

As mitocôndrias

A - têm função de produzir ATP durante o metabolismo anaeróbio.

B - estão presentes em grande número nas células procarióticas.

C - estão restritas às células animais.

D - são consideradas usinas de energia da célula, sendo formadas por duas

membranas, uma interna e outra externa, separadas por um espaço.

E são as menores organelas presentes nas células

SOLUÇÃO

A função das mitocôndrias está intimamente ligada com o fornecimento de

energia para a célula. Para facilitar a compreensão é possível fazer uma

analogia: Ao se pensar nas células como uma indústria, relaciona-se o núcleo

com a gerência ou administração, o complexo de Golgi com uma central de

processamento, distribuição e armazenamento entre outros exemplos. Nesse

sentido, podemos considerar as mitocôndrias como se fossem usinas de

energia para a “empresa”. Com relação a sua estrutura básica, a mitocôndria

é composta por duas membranas, uma interna e outra externa, e dois espaços

formados por elas, o hiato entre as membranas e o interior da membrana

interna. Ambas as membranas mitocondriais são formadas por uma bicamada

lipídica associada a proteínas, que exercem o controle de entrada e saída de

moléculas.

RESPOSTA D

47

RIBOSSOMOS

Os ribossomos estão presentes no citoplasma celular, podendo ou não

estar associados ao retículo endoplasmático. São também encontrados em

plastídios e mitocôndrias. Os ribossomos são pequenas partículas com cerca

de 17 a 23 nm de diâmetro. Compõem-se de proteína e RNA ribossômico

(RNAr) e são destituídos de membrana. Cada ribossomo é formado por duas

subunidades produzidas no núcleo, que se unem no citoplasma. A subunidade

maior contém três sítios, aos quais os RNAs transportadores (RNAt) se

acoplam; a subunidade menor tem um local para o RNA mensageiro (RNAm)

alojar-se.

Os ribossomos citoplasmáticos podem ser encontrados livres no citossol,

associados ao retículo endoplasmático ou unidos à membrana nuclear

externa. Em células que apresentam atividade metabólica elevada, os

ribossomos formam agrupamentos denominados polissomos ou

polirribossomos. Os ribossomos das mitocôndrias e dos plastídios são menores

quando comparados aos presentes no citoplasma da célula.

FUNÇÃO DOS RIBOSSOMOS

Os ribossomos contêm sítios onde são acoplados o RNAm e o RNAt que

transportam os aminoácidos, sendo responsáveis pela síntese proteica. Os

ribossomos livres ou associados às membranas são idênticos entre si,

diferindo apenas nas proteínas que estão produzindo em dado momento.

RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO

O retículo endoplasmático (RE) está incluso no citoplasma, próximo à

membrana plasmática, permeando toda a célula, e também junto ao núcleo.

Pode ou não se apresentar associado aos ribossomos (FIG.: 10).

Assim, o retículo endoplasmático é constituído por uma única membrana

lipoprotéica, que se dobra formando cisternas (sacos achatados) ou túbulos.

48

Apresenta uma cavidade que corresponde ao lume da cisterna ou do túbulo.

Quando o retículo endoplasmático - RE está associado aos ribossomos, é

denominado retículo endoplasmático rugoso (RER), retículo endoplasmático

granular (RER ou REG) ou retículo endoplasmático granuloso ou

ergastoplasma (do grego ergozomai, que significa "elaborar", "sintetizar"), é

formado por sistemas de vesículas achatadas com ribossomos aderidos à

membrana, o que lhe confere aspecto granular. Quando não está associado

aos ribossomos é chamado de retículo endoplasmático liso (REL). Geralmente,

o RER apresenta-se como cisternas e o REL, como túbulos (fig.: 10).

Na célula vegetal, forma-se uma extensa rede de RE com cisternas e

túbulos interligados. O RE mostra, ainda, continuidade à membrana externa

do núcleo. A forma e a quantidade de RE dependem do tipo, função e

desenvolvimento da célula.

Nos tricomas glandulares de Lúpulo (Humulus lupunus) e maconha

(Cannabis satiua), a exemplo do que ocorre em outros tricomas secretores,

há aumento do RE na fase secretora em relação à pré-secretora. O mesmo se

observa em nectários, sendo o RE considerado a organela mais frequente nas

células desta estrutura; os compostos originados no RE, neste caso, são

acumulados no vacúolo, que os elimina como novas vesículas, as quais se

fundem com a membrana plasmática.

O RE é também responsável pela síntese de proteínas para o vacúolo.

Estas, depois de sintetizadas, passam por glicosilação parcial, e são

transportadas para o complexo de Golgi, onde ocorre a glicosilação

complementar; só então são liberadas no vacúolo. Durante a formação da

placa celular, no final da divisão da célula, porções do RE mantêm-se na região

equatorial, formando os desmotúbulos nos plasmodesmos .

49

Fig.:10 – reticulo endoplasmático

FUNÇÃO DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO

O Retículo endoplasmático funciona como um sistema de comunicação

dentro da célula, possibilitando a distribuição das substâncias. Quando é

contínuo ao envoltório nuclear, torna-se importante via de troca de material

entre o núcleo e o citoplasma de células adjacentes. O RER, pela presença dos

ribossomos, tem papel importante na síntese protéica de exportação, e o REL,

na síntese lipídica. O acúmulo de íons de cálcio no lume regula o teor destes

no citossol, os quais se combinam com a proteína calmodulina. Esta, por sua

vez, atua em diversos processos fisiológicos e de desenvolvimento das células.

10 - SEDUC-CE - Professor – Biologia - CCV-UFC - 2012

Abundância de retículo endoplasmático granuloso (rugoso) e complexo

golgiense pode ser observada em células com função secretora. Essas

estruturas trabalham em conjunto e localizam-se próximas uma à outra. A

função do retículo endoplasmático granuloso nessa parceria é:

A) liberar proteínas digestivas em vesículas denominadas lisossomos, que

atuarão em conjunto com ostilacóides do complexo golgiense.

B) produzir fosfolipídios de membrana que serão processados no complexo

golgiense e liberados nocitoplasma para a formação de ribossomos.

50

C) sintetizar proteínas e as transferir para o complexo golgiense, que as

concentra e as libera em vesículas, que terão diferentes destinos na célula.

D) fundir-se ao complexo golgiense para formar o acrossomo dos

espermatozóides, responsável pela digestão da parede do óvulo e pela

penetração nesse.

E) acumular os polissacarídeos de parede celular, produzidos no complexo

golgiense, e os processar, antes de liberar as vesículas que se fundirão com a

membrana plasmática.

SOLUÇÃO

A proximidade com o núcleo torna a síntese de proteínas mais eficiente, uma

vez que o RER pode enviar rapidamente um sinal para o núcleo iniciar o

processo de transcrição do DNA, e ainda quando há proteínas deformadas ou

desdobradas (inativas), há um sinal específico para melhorar o processo, caso

contrário, será sinalizado que a célula deve ser encaminhada para uma morte

programada (apoptose). possui inúmeros ribossomos aderidos às suas

membranas, o que lhe confere um aspecto enrugado. Esses ribossomos

produzem proteínas que são envolvidas por membranas, formando “pacotes”

cheios de proteínas que são enviadas para o complexo de golgi para serem

mandadas para os locais, dentro e fora da célula, que necessitam delas

RESPOSTA C

NÚCLEO

O núcleo é uma das estruturas mais evidentes na célula vegetal,

encontrando-se imerso no citoplasma. Dentro dele está presente o nucléolo,

ou nucléolos (Fig.: 11). Por conter a maior parte da informação genética da

célula, desempenha papel fundamental na organização desta.

51

Fig.: 11 – representação do núcleo

As dimensões e o volume ocupados pelo núcleo variam de acordo com

o estádio de desenvolvimento da célula e a fase do ciclo celular. Nos tecidos

meristemáticos, durante a prófase, o núcleo pode ocupar até 75% do volume

celular; já em uma célula do parênquima paliçádico diferenciada, pode

representar apenas 5% do volume total da célula. O núcleo apresenta-se

envolvido por duas membranas lipoprotéicas denominadas, em conjunto,

envoltório nuclear. No seu interior está contida a matriz nuclear ou

nucleoplasma.

A membrana externa, que é separada da membrana interna pelo espaço

perinuclear, tem composição muito semelhante à do retículo endoplasmático

- RE, onde estão presentes os ribossomos, e a ele é contínua. Este envoltório

é considerado uma porção do RE diferenciada localmente. As proteínas

produzidas nesta região são transportadas para o espaço perinuclear. A

membrana interna contém proteínas específicas que servem de sítio de união

com a lâmina nuclear, a qual, constituída por filamentos intermediários e

proteínas, tem como função dar forma e estabilidade ao envoltório nuclear.

Este apresenta poros que permitem a passagem de algumas substâncias

(geralmente, moléculas maiores que 60.000 Daltons não atravessam os

poros). Cada poro é um canal de 30 a 100 nm de diâmetro e 15 nm de

comprimento, aproximadamente, apresentando uma estrutura elaborada

52

conhecida como complexo do poro nuclear, no qual estão presentes proteínas

com arranjo octogonal.

No nucleoplasma está presente a cromatina constituída por DNA, que

contém as informações genéticas e grandes quantidades de proteínas básicas

denominadas histonas. A cromatina tem aspecto filamentoso ou granular

antes da divisão e fica ligada à lâmina nuclear. Durante o processo da divisão

nuclear, a cromatina condensa-se, constituindo os cromossomos. Dentro do

nucleoplasma, numa célula que não está em divisão, é também discernível o

nucléolo, estrutura geralmente globulosa, onde estão presentes alças de DNA

que saem dos cromossomos e grande quantidade de RNA e proteínas. Essas

alças de DNA são as regiões organizadoras do nucléolo, onde se formam as

subunidades dos ribossomos.

Nos organismos diplóides, o núcleo tem dois nucléolos, um para cada

lote de cromossomos. Entretanto, os nucléolos podem fundir-se, constituindo

uma estrutura única maior. A quantidade e, ou, o tamanho dos nucléolos de

certo modo refletem a atividade celular, pois indicam que subunidades de

ribossomos estão sendo elaboradas para a síntese protéica.

As macromoléculas geralmente são transportadas com gasto de energia.

Do núcleo para o citossol passam RNAt, RNAm e as duas subunidades do RNA

ribossômico (RNAr). A célula apresenta, geralmente, um único núcleo, porém,

em alguns tipos celulares, como os encontrados em laticíferos, podem estar

presentes vários núcleos. Durante o desenvolvimento dos elementos

condutores há degeneração do núcleo. Dois tipos de degeneração são

reconhecidos: o picnótico e o cromatolítico. No picnótico resta material nuclear

e no cromatolítico não.

53

FUNÇÃO DO NÚCLEO

O núcleo controla todas as atividades da célula, pois determina quais

proteínas devem ser produzidas e quando isso deve acontecer, regulando

assim todo o metabolismo celular. É responsável pela formação de todos os

ribossomos da célula, à exceção dos presentes nos plastídios e mitocôndrias.

No núcleo está contido o genoma nuclear, que é responsável pela maior parte

da informação genética da célula. Embora os plastídios e as mitocôndrias

tenham seu próprio genoma, que codifica algumas de suas proteínas, as

demais são codificadas por genes nucleares; o desenvolvimento destas

organelas requer uma expressão coordenada dos dois compartimentos.

Essa é uma aula demonstrativa, espero encontra-lo na próxima aula.

Bons estudos

agronomiaconcursos

54

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

1 - COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Biólogo

A parede celular típica é uma estrutura que envolve as células de muitos

seres vivos, conferindo rigidez, forma e proteção, porém, ela é ausente em

a) vegetais, algas e fungos.

b) animais, protozoários e espécies de Mycoplasma.

c) vegetais, algas e maioria das bactérias.

d) animais, fungos e maioria das bactérias.

e) protozoários, fungos e espécies de Mycoplasma.

SOLUÇÃO

A parede celular está ausente nas células animais e presente nas plantas,

algas, fungos e seres procariontes (exceto no micoplasma, que é uma bactéria

sem parede celular). São exemplos de seres vivos procariontes: Bactérias e

Cianobactérias (algas azuis)

RESPOSTA B

2 - SEE-DF - Professor Substituto – Biologia - Quadrix - 2017

No que se refere à parede e à membrana celular, julgue o item que se

segue.

A parede celular é uma estrutura presente em plantas, fungos e

microrganismos celulares procariontes.

o Errado

o Certo

SOLUÇÃO

55

A parede celular está ausente nas células animais e presente nas

plantas, algas, fungos e seres procariontes (exceto no micoplasma, que é uma

bactéria sem parede celular).

RESPOSTA ERRADO

A citocinese é a divisão do citoplasma que tem início na anáfase e

término na telófase, com a separação completa da célula. Nas células que

possuem revestimento resistente, como nas plantas, forma‐se uma pequena

lamela, que cresce na parte central da célula até a mesma se separar. Essa

lamela conhecida por fragmoplasto é derivada de qual estrutura celular?

A) Lisossomos.

B) Mitocôndrias.

C) Complexo golgiense

D) Membrana plasmática.

E) Retículo endoplasmático.

SOLUÇÃO

Os fragmoplasto são originados do complexo de Golgi ou sistema golgiense.

A membrana celular exerce um papel importante, no que se diz respeito à

seletividade de substâncias.

Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.

A. O auxílio de proteínas de membrana, denominadas permeases, são comuns

no processo de osmose, que envolve gasto energético.

B. A difusão simples, difusão facilitada e osmose são tipos diferentes de

3 - CONSULPLAN - Soldado Bombeiro Militar (CBM PA) - 2016

RESPOSTA C

4 - (UFFS) - Biologia - (FEPESE) - 2012

56

transporte celular passivo.

C. Na difusão facilitada se dá o transporte de substâncias permeáveis à

membrana. Estas, em solução, podem fluir de dentro para fora da célula ou

vice-versa, de forma espontânea.

D. Difusão simples é o processo de transporte celular que ocorre de uma

região com menor concentração de partículas para uma com concentrações

maiores. Trocas gasosas entre o sangue e tecidos é um exemplo desse tipo

de transporte.

E. Sais minerais, proteínas e determinados ácidos graxos são transportados

através de difusão simples.

SOLUÇÃO

Toda a célula é envolvida por uma delgada película, a membrana

celular ou plasmática. A membrana celular separa o meio intracelular do

extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída

de substâncias da célula. Além de conter o citoplasma, regula as trocas de

substâncias que acontecem entre a célula e o meio externo.

5 - UFTM - 2016 - UFTM - Técnico de Laboratório - Biologia

As plantas apresentam grande diversidade biológica e capacidade

adaptativa, que pode ser explicada por diferentes escalas, desde o gene ao

corpo vegetal completo. Os principais elementos de uma célula vegetal

típica, que diferem da célula animal são:

a) Parede celular, plastos e vacúolo, que aumenta com a idade e diminui em

número

b) Cloroplastos, parede celular e vacúolo, que reduz com a idade e aumenta

em número

c) Centríolos, parede celular e vacúolo, que reduz com a idade e aumenta em

número

RESPOSTA B

57

d) Cloroplastos, ausência de citoplasma e vacúolo, que aumenta com a idade

e diminui em número

SOLUÇÃO

Vamos fazer um quadro comparativo

RESPOSTA A

6 - IPJB - Assistente Administrativo - NCE - 2002

Na célula vegetal, os plastídios podem ser classificados em cloroplastos e

leucoplastos. Estas estruturas são responsáveis, respectivamente, por:

A. fotossíntese e armazenamento de pigmentos;

B. fotossíntese e quimiossíntese;

C. fotossíntese e armazenamento de substâncias de reserva;

D. armazenamento de substâncias de reserva e fotossíntese;

E. armazenamento de substâncias de reserva e quimiossíntese.

SOLUÇÃO

Cloroplastos são organelas presentes nas células de vegetais e de outros

organismos que realizam fotossíntese como, por exemplo, as algas.

Leucoplastos são plastídeos apigmentados, ou seja, incolores, cuja função

mais importante é armazenar substâncias de reserva, das quais a mais

importante é o amido.

58

RESPOSTA C

A principal função dos peroxissomos, organela citoplasmática das células, é a

A.digestão intracelular.

B.obtenção de energia.

C.oxidação de ácidos graxos.

D.conversão de lipídeos em açúcares.

SOLUÇÃO

A principal função do peroxissomos é digerir algumas substâncias. Isso porque

em seu interior estão armazenadas as enzimas oxidases. Essas enzimas

oxidam os ácidos graxos para a síntese de colesterol. E também são usados

como matéria-prima na respiração celular com o intuito de obter energia.

RESPOSTA C

8 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010 As mitocôndrias

A - têm função de produzir ATP durante o metabolismo anaeróbio.

B - estão presentes em grande número nas células procarióticas.

C - estão restritas às células animais.

D - são consideradas usinas de energia da célula, sendo formadas por duas

membranas, uma interna e outra externa, separadas por um espaço.

E são as menores organelas presentes nas células

SOLUÇÃO

A função das mitocôndrias está intimamente ligada com o fornecimento de

energia para a célula. Para facilitar a compreensão é possível fazer uma

7 - SEAD/SEDUC - BIOLOGIA – 2008

59

analogia: Ao se pensar nas células como uma indústria, relaciona-se o núcleo

com a gerência ou administração, o complexo de Golgi com uma central de

processamento, distribuição e armazenamento entre outros exemplos. Nesse

sentido, podemos considerar as mitocôndrias como se fossem usinas de

energia para a “empresa”. Com relação a sua estrutura básica, a mitocôndria

é composta por duas membranas, uma interna e outra externa, e dois espaços

formados por elas, o hiato entre as membranas e o interior da membrana

interna. Ambas as membranas mitocondriais são formadas por uma bicamada

lipídica associada a proteínas, que exercem o controle de entrada e saída de

moléculas.

RESPOSTA D

9 - SEDUC-CE - Professor – Biologia - CCV-UFC - 2012

Abundância de retículo endoplasmático granuloso (rugoso) e complexo

golgiense pode ser observada em células com função secretora. Essas

estruturas trabalham em conjunto e localizam-se próximas uma à outra. A

função do retículo endoplasmático granuloso nessa parceria é:

A) liberar proteínas digestivas em vesículas denominadas lisossomos, que

atuarão em conjunto com ostilacóides do complexo golgiense.

B) produzir fosfolipídios de membrana que serão processados no complexo

golgiense e liberados nocitoplasma para a formação de ribossomos.

C) sintetizar proteínas e as transferir para o complexo golgiense, que as

concentra e as libera em vesículas, que terão diferentes destinos na célula.

D) fundir-se ao complexo golgiense para formar o acrossomo dos

espermatozóides, responsável pela digestão da parede do óvulo e pela

penetração nesse.

E) acumular os polissacarídeos de parede celular, produzidos no complexo

golgiense, e os processar, antes de liberar as vesículas que se fundirão com a

membrana plasmática.

60

SOLUÇÃO

A proximidade com o núcleo torna a síntese de proteínas mais eficiente, uma

vez que o RER pode enviar rapidamente um sinal para o núcleo iniciar o

processo de transcrição do DNA, e ainda quando há proteínas deformadas ou

desdobradas (inativas), há um sinal específico para melhorar o processo, caso

contrário, será sinalizado que a célula deve ser encaminhada para uma morte

programada (apoptose). possui inúmeros ribossomos aderidos às suas

membranas, o que lhe confere um aspecto enrugado. Esses ribossomos

produzem proteínas que são envolvidas por membranas, formando “pacotes”

cheios de proteínas que são enviadas para o complexo de golgi para serem

mandadas para os locais, dentro e fora da célula, que necessitam delas

RESPOSTA C

10 - UFTM - 2016 - UFTM - Técnico de Laboratório - Biologia

Os vegetais possuem um corpo complexo, que pode ser subdividido em órgãos

vegetativos e reprodutivos. Nesse contexto, assinale a alternativa correta.

A. Vegetativos (raiz, folha, flor) e reprodutivos (caule, semente, fruto)

B. Vegetativos (caule, folha, semente) e reprodutivos (flor, raiz, fruto)

C. Vegetativos (semente, raiz, caule) e reprodutivos (flor, folha, fruto)

D. Vegetativos (raiz, caule, folha) e reprodutivos (flor, semente, fruto)

SOLUÇÃO

Só para relembrar a anatomia dos órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e

dos órgãos reprodutivos (flor, fruto e semente).

RESPOSTA D

11 - Professor Substituto - Biologia Quadrix - 2017

No que se refere à parede e à membrana celular, julgue o item que se segue.

61

Uma das funções da parede celular é prevenir a ruptura da célula, evitando

que ocorra a plasmólise.

SOLUÇÃO

A parede celular tem como função evitar a ruptura da membrana plasmática

quando o protoplasto aumenta de tamanho devido a absorção de água,

delimitar o tamanho e a forma da célula, além de conferir a textura do tecido.

A plasmólise é a retração do volume das células vegetais por perda de água.

Este fenômeno dá-se quando a célula é colocada em meio hipertônico, ou

seja, quando o meio exterior é mais concentrado que o citoplasma e a célula

perde água, isto ocorre através de um processo chamado osmose.

Este fenômeno só ocorre em condições experimentais, uma vez que, na

natureza os organismos não só se adaptaram às condições do seu meio

ambiente, mas também pelo fato da membrana celular ser uma membrana

seletiva, no que respeita à troca de ions. Com exceção da condição de

alagamento das vias aéreas, como num afogamento, em que a troca de

líquidos do meio extra para o intracelular e vice-versa pode ocorrer. A

plasmólise também pode ser chamada de "Crenação".

O fenômeno contrário, a turgescência, pode ocorrer quando a célula se

encontra num meio hipotônico e absorve água por osmose, podendo levar à

lise (rebentamento) da célula. Este fênomeno acontece apenas nas células

animais, pois estas não possuem parede celular, que lhe conferiria

integridade.

RESPOSTA ERRADO

12 - Professor Substituto - Biologia Quadrix – 2017

No que se refere à parede e à membrana celular, julgue o item que se segue.

62

O conhecimento a respeito da composição química da parede celular permite

diferenciar os principais tipos de bactérias e estabelecer os locais de ação dos

antibióticos.

SOLUÇÃO

De uma maneira geral, podemos dizer que a parede celular das bactérias

é formada basicamente por peptidoglicano e garante a proteção desses

organismos, a divisão celular e a manutenção da forma das células. Algumas

propriedades da parede celular, no entanto, permitem que as classifiquemos

em dois grupos: gram-positivas e gram-negativas.

Para identificar se uma bactéria é gram-positiva ou gram-negativa,

utiliza-se a Coloração de Gram, uma técnica criada por Hans Christian Gram

que submete as bactérias a corantes e permite a coloração de sua

parede. Veja a seguir as características desse grupo de bactérias:

Gram-positivas: Na parede celular das bactérias gram-positivas, observa-se

uma maior quantidade de peptidoglicano, além da presença de ácidos

teicoicos. Essas bactérias, em coloração de Gram, coram-se de azul ou violeta.

Gram-negativas: A parede celular das bactérias gram-negativas apresenta

uma maior complexidade. Existe uma camada com menor quantidade de

peptidoglicano e outra membrana externa formada por lipopolissacarídeo.

Essas bactérias, em coloração de Gram, coram-se de vermelho.

Existe ainda um grupo de bactérias chamado de micoplasma, o qual não

possui parede celular. Assim sendo, elas não se coram com a coloração de

Gram.

RESPOSTA CERTO

13 - Professor Substituto - Biologia Quadrix - 2017

No que se refere à parede e à membrana celular, julgue o item que se segue.

63

Células eucarióticas, incluindo espécies de plantas, algas e fungos, são

constituídas de paredes celulares que diferem quimicamente da parede celular

presente nos procariotos.

SOLUÇÃO

A parede celular é uma estrutura resistente e flexível e às vezes muito

rígida que envolve externamente as células de alguns seres vivos, sendo que

sua composição química varia de acordo com o organismo estudado; por

exemplo, a parede celular das células vegetais são formadas por celulose

enquanto que as dos fungos possuem são composta por quitina. A parede

celular está ausente nas células animais e presente nas plantas, algas, fungos

e seres procariontes (exceto no micoplasma, que é uma bactéria sem parede

celular). As células procariontes são bastante simples e não possuem núcleo

verdadeiro. Bactérias e cianobactérias apresentam esse tipo celular. A parede

celular, pela sua rigidez, forma um estojo que estabiliza a forma característica

da célula, protegendo-a de agressões externas, nomeadamente das variações

de pressão osmótica.Com excepção das bactérias halófilas, metanogénicas ou

temoacidífilas (que se classificam como Arqueobactérias), o composto

principal da parede bacteriana é o peptidoglicano. O peptidoglicano constitui

assim o monómero de uma densa rede macromolecular. É composto, ele

próprio,pela N-acetilglucosamina e pelo ácido N-acetilmurâmico, associados a

aminoácidos em quantidades variáveis.

RESPOSTA CERTO

14 - (IFRN) - Bioquímica e Microbiologia - FUNCERN - 2012

A parede celular é uma estrutura externa à membrana plasmática e é

importante para os organismos microbianos. Cada grupo de organismos tem

peculiaridades na estrutura de sua parede celular. Assim, a opção que

64

apresenta, respectivamente, os componentes exclusivos de parede de

bactéria Grampositiva, Gram-negativa e de parede celular de fungo é

A. ácido teicóico, membrana externa fosfolipídica e peptídeoglicano.

B.ácido teicóico, membrana externa fosfolipídica e mananas.

C.peptideoglicano, mananas e membrana externa fosfolipídica.

D.ácido teicóico, mananas e membrana externa fosfolipídica

SOLUÇÃO

BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS

Células Gram-positivas possuem uma parede relativamente simples em

estrutura, composta por várias camadas de peptidoglicano ligado uns aos

outros por ligações cruzadas formando uma rede rígida e forte. Além disso,

eles possuem ligações químicas com ácidos teicóicos. Esses ácidos contêm um

grupo fosfato, o que torna a superfície da célula carregada negativamente.

BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS

Células Gram-negativas possuem uma quantidade muito menor de

peptidoglicano do que as Gram-positivas. Isso faz com que sua parede celular

não seja tão espessa e forte quanto a das outras supracitadas, mas sua

estrutura é mais complexa devido ao fato da existência de uma membrana de

lipoproteínas, polissacarídeos e fosfolipídios, que envolve sua parede celular.

A essa membrana dá-se o nome de membrana externa.

A parede celular é uma estrutura rígida, essencial para a sobrevivência dos

fungos, e o conhecimento de sua composição poderá ser útil para o

desenvolvimento de novas drogas antifúngicas. Os componentes principais da

parede celular são hexoses e hexoaminas, que formam mananas, ducanas e

galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina (N-acetil glicosamina),

outros possuem complexos polissacarídios e proteínas, com predominância de

cisteína.

65

RESPOSTA B

15 - (IFRN) - Bioquímica e Microbiologia - FUNCERN - 2012

A biomassa vegetal é formada, principalmente, por componentes

lignocelulósicos que são constituídos por três frações principais: celulose,

hemicelulose e lignina. A celulose, constituinte mais abundante da parede

celular vegetal, é um polissacarídeo constituído por

A) polímeros de D-glicose, ramificados, unidos através de ligações do tipo ß -

1,4.

B) polímeros de D-glicose, não ramificados, unidos através de ligações do tipo

ß -1,4.

C) polímeros de D-glicose, não ramificados, unidos através de ligações do tipo

-1,4.

D) polímeros de D-glicose, ramificados, unidos através de ligações do tipo -

1,4

SOLUÇÃO

A estrutura da celulose se forma pela união de moléculas de D-glucose,

(um açucar simples – monossacarídeo, hexose C₆H₁₂O₆) através de ligações

β-1,4-glicosídicas. Sua hidrólise completa produz glicose. A celulose é um

polímero de cadeia longa de peso molecular variável. A celulose tem uma

estrutura linear, fibrosa e húmida, na qual se estabelecem múltiplas ligações

de hidrogênio entre os grupos hidroxilas das distintas cadeias juntapostas de

glicose, fazendo-as impenetráveis a água e, portanto, insolúveis, originando

fibras compactas que constituem a parede celular dos vegetais.

RESPOSTA B

66

16 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

Com relação à estrutura do núcleo celular, julgue o item a seguir:

O núcleo é delimitado por um envelope nuclear, formado por uma membrana

concêntrica.

SOLUÇÃO

O núcleo é delimitado pelo envelope nuclear, formado por duas membranas

concêntricas

RESPOSTA ERRADO

17 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

Com relação à estrutura do núcleo celular, julgue o item a seguir:

Uma das características do núcleo celular é a ausência de poros em sua

membrana.

SOLUÇÃO

O núcleo é delimitado pelo envelope nuclear, formado por duas membranas

concêntricas. Estas membranas são atravessadas por complexos protéicos

formadores de poros, os poros nucleares.

RESPOSTA ERRADO

18 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

Com relação à estrutura do núcleo celular, julgue o item a seguir:

A membrana nuclear está conectada ao retículo endoplasmático.

SOLUÇÃO

O envelope esta diretamente conectado com as membranas do retículo

endoplasmático e apresenta íntima relação com filamentos intermediários.

67

RESPOSTA CERTO

19 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

Com relação à estrutura do núcleo celular, julgue o item a seguir:

No interior do núcleo celular, há filamentos de actina e de microtúbulos, os

quais são responsáveis por sua movimentação.

SOLUÇÃO

Os microtúbulos são estruturas rígidas que normalmente apresenta

uma das estremidades ancorada a um único centro organizador de

microtúbulos chamado centrossomo (uma estrutura geralmente localizada ao

lado do núcleo próximo do centro da célula) e a outra livre no citoplasma. Em

muitas células, os microtúbulos são estruturas altamente dinâmicas que

podem aumentar ou diminuir em comprimento pela adição ou perda de

subunidades de tubulina. Proteínas motoras se movem de uma direção a outra

ao longo dos microtúbulos carregando organelas específicas para os locais

pré-determinados dentro da célula. A determinação de polaridade intrínseca

de certas células está relacionada com a função mecânica dos microtúbulos.

Os microtúbulos são polímeros rígidos formados por moléculas de tubulina na

forma de filametos longos e ocos, possuindo diâmetro externo de 25nm e são

muito mais rígidos do que os filamentos de actina.

Os filamentos de actina (também chamados de microfilamentos). São

polímeros helicoidais de duas cadeias. São estruturas flexíveis, com diâmetro

de 5 a 9nm, organizados na forma de feixes lineares, redes bidimensionais e

géis tridimensionais. Embora os filamentos de actina estejam distribuídos por

toda a célula, eles estão mais concentrados no córtex logo abaixo da

membrana plasmática.Também são estruturas dinâmicas mas, ao contrário

dos microtúbulos que são filamentos isolados, se organiza em feixes ou redes.

O córtex celular, camada situada logo abaixo da membrana plasmática, é

68

formada por filamentos de actina e por uma variedade de proteínas que se

ligam à actina. Esta camada rica em actina controla a forma e os movimentos

de superfície da maioria das células animais.

RESPOSTA ERRADO

20 – INMETRO - UnB/CESPE - 2010

Com relação à estrutura do núcleo celular, julgue o item a seguir:

A membrana nuclear é formada por uma monocamada lipídica.

SOLUÇÃO

A membrana nuclear, também conhecido como Carioteca, invólucro nuclear,

envelope nuclear ou membrana nuclear (este termo não é muito apropriado,

pois é formado na verdade por duas membranas), é uma estrutura que

envolve o núcleo das células eucarióticas, responsável por separar o conteúdo

do núcleo celular (em particular o DNA) do citosol (citoplasma).

É formada por dois folhetos ou membranas (constituídos por

uma bicamada lipídica), um interno e um externo, com um espaço entre eles

de 20 a 100 nm de espessura. O folheto externo é contínuo com o retículo

endoplasmático rugoso.

RESPOSTA ERRADO

69

GABARITO

1 - B 2 -

ERRADO 3 - C 4 - B 5 - A

6 - C 7 - C 8 - D 9 - C 10 - D

11 -

ERRADO

12 -

CERTO

13 -

CERTO 14 - B 15 - B

16 -

ERRADO

17 -

ERRADO

18 -

CERTO 19 - ERRADO 20 - ERRADO

70

BIBLIOGRAFIA

APPEZZATO-da-GLORIA, B. & CARMELLO-GUERREIRO, S. M. (editoras)

Anatomia Vegetal. 2ª edição. Editora da Universidade Federal de Viçosa.

Viçosa-MG. 2006. BOLD, H.C. O reino vegetal. São Paulo, Editora Edigard Blucher Ltda. 1988.

BONA, C; BOEGER, M. R. & SANTOS, G. O. Guia Ilustrado de Anatomia

Vegetal. Editora Holos. Ribeirão Preto-SP. 2004.

BURGER, L.M. & RICHTER, H.G. Anatomia da Madeira. Ed. Nobel. São Paulo. 1991. CUTTER, E.G. Anatomia Vegetal; Parte I - Células e Tecidos. Liv.

ROCA Ltda. São Paulo. 1986.

CUTTER, E.G. Anatomia Vegetal; Parte II - Órgãos - Experimentos e

Interpretações. Liv. ROCA Ltda. São Paulo. 1987. CUTLER; D. F.; BOTHA; T.; STEVENSON, D. W. M. Anatomia Vegetal. 1ª ed.

Artmed. Porto Alegre. 2011.

DICKISON, W. C. Integrative Plant Anatomy. Academic Press. California.

2000.

ESAU, K. Anatomia das Plantas com Semente. Ed. Edgard Blucher Ltda. São Paulo. 1974.

CUNHA, E. Os sertões. Disponível em:

http://www.psbnacional.org.br/bib/b171.pdf. Acessado em 22

de junho de 2012. EVERT, R. Y. Esau´s Planta Anatomy: meristems, cells, and tisseus of the

plant body – their structure, function, and development. 3ª edition. Copyright

John Wiley & Sons. New Jersey. 2006.

FANH, A. Anatomia Vegetal. H. Blume Ediciones, Madrid. 1990. FERRI, M.G; MENEZES, N. L. & MONTEIRO, W. R. Glossário Ilustrado de

Botânica.Editora Nobel. São Paulo. 1992.

IAWA COMMITTEE. Multilingual glossary of terms used in wood anatomy.

Konkordia, Winterthur. 1964.

METCALFE, C. R. & L. CHALK. Anatomy of the Dicotyledons. volumes. I e II. Clarenton Press. Oxford.1950

NABORS, M. W. Introdução à Botânica. Editora ROCA Ltda. São Paulo. 2012

71

RAVEN,P.H.,EVERT,R.F. & EICHHORN,S.E. Biologia Vegetal. 7ª edição.

Editora

Guanabara/Koogan Rio de Janeiro. 2007. REFERÊNCIA NA INTERNET

http://www.jupisa.net/atlasveg

http://www.kuleuven.ac.be/bio/sys/iawa

72

73