reprodução e taxonomia dos fungos - ufjf.br§ão-e-taxonomia-dos-fungos.pdf · além disso, tanto...
TRANSCRIPT
Reprodução e Taxonomia dos Fungos
Alessandra P. Sant’Anna Salimena
Maio/2018
Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia
Essa característica de mudança de tipo de reprodução reflete-se em características morfológicas diferentes e o mesmo fungo recebe denominações diferentes
Teleomórfica
ou Perfeita Anamórfica
ou Imperfeita
Os fungos filamentosos podem reproduzir-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas
Além disso, tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada ocorrem pela formação de esporos
Os fungos são normalmente identificados pelo tipo de esporo
Após um fungo filamentosos formar um esporo, este se separa da célula parental e germina originando um novo
fungo filamentoso
Esporos assexuais: são formados pelas hifas de um organismo. Quando esses esporos germinam, tornam-se
organismos geneticamente idênticos ao parental
Esporos sexuais: resultam da fusão de núcleos de tipos opostos de cruzamento de uma mesma espécie de fungo. Estes organismos que
crescem a partir de esporos sexuais apresentarão características de ambas linhagens parentais
Reprodução Assexuada
Estruturas reprodutivas Esporangióforo: estrutura reprodutiva cuja porção terminal é em forma de uma vesícula ou saco esporângio - dentro do qual encontram-se os esporos esporangiósporos
Estrutura Reprodutiva
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Estrutura reprodutiva a partir da qual os esporos emergem livres Fundamental na dispersão
Conidiósporo ou conídio: esporo unicelular ou pluri que não é fechado em uma bolsa. Os conídios são produzidos em cadeia na extremidade
do conidióforo
Aspergillus
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios
Conidióforo em forma de cabeça Aspergillus
Hialinos ou pigmentados, geralmente escuros
Diferentes formas – esféricos, fusiformes, cilíndricos, piriformes
Macroconídios: são esporos (conídios) Fundamental na dispersão Forma mais comum de esporo assexuado
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios
Artroconídio ou Artrósporo: formado pela fragmentação de uma hifa septada em células únicas, pequenas e levemente espessas
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios
Blastoconídio ou blastósporos: consiste de um broto originado de
uma célula parental
São comuns nas leveduras e
originam-se por brotamento da
célula mãe Em condições
determinadas, os blastoconídios permanecem
ligados na célula mãe em cadeia, formando uma
estrutura denominada
pseudo-hifa, cujo conjunto é o
pseudomicélio
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios
Clamidoconídios ou Clamidósporo: esporo com paredes espessas, formado por um arredondamento e alargamento
no interior de um segmento de hifa
São células geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quais se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode
ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas (escassez de nutrientes, água e
temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico)
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios
Função resistência
São produzidos pela dilatação da célula (hifa ou célula da levedura)
Reprodução Assexuada: Estruturas reprodutivas
Conídios – Clamidósporos ou Clamidoconídios
Ascósporos: após a meiose, formam-se quatro a oito esporos no interior de uma célula especializada, denominada asco
Reprodução Sexuada
Estruturas reprodutivas – Esporos sexuais
Cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas unidas, contendo um número indeterminado de ascos, cada um geralmente com oito ascósporos
em seu interior
Peritécio é uma estrutura
piriforme com um poro por onde são
eliminados os ascos
Apotécio é um ascocarpo aberto em
forma de cálice
Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio
Reprodução Sexuada: Estruturas reprodutivas
Ascocarpos
Cleistotécio Peritécio
Reprodução Sexuada: Estruturas reprodutivas
Ascocarpos
Estrutura piriforme com um poro por onde são eliminados os ascos
Estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas unidas, contendo um
número indeterminado de ascos, cada um geralmente com oito ascósporos em seu
interior
Basidiósporos: são os esporos sexuados externos e originam-se no ápice de uma célula fértil chamada basídio. Ex.: cogumelos (fungos macroscópicos)
Basídia com basidiósporos
Reprodução Sexuada: Estruturas reprodutivas
Reprodução
Assexuada – Fungos filamentosos
Produção de esporos assexuais Germinação da hifas
Formação tubo germinativo
Micélio Reprodutivo
Tipo mais comum de reprodução
assexuada em fungos Esporulação verdadeira
Assexuada - Leveduras
Cissiparidade, fissão ou divisão binária simples
Os esporos assexuados não são formados a partir de uma estrutura de reprodução (a partir da hifa ou da célula leveduriforme)
Blastósporos ou blastoconídios: resultante do processo de brotamento ou gemulação (forma mais usual)
Reprodução
Reprodução Assexuada: Leveduras
A célula mãe origina uma gêmula, o blastoconídio que cresce recebe um núcleo após a divisão do núcleo da célula mãe
A célula mãe se divide em duas células de tamanho iguais
Reprodução
Sexuada - Leveduras
Ascósporos
Algumas leveduras podem originar esporos sexuados, após duas células sofrerem fusão celular e nuclear, seguida de meiose
Reprodução
Sexuada
Importância dos esporos
sexuados
Possibilita a recombinação
Classificação/Taxonomia
Adaptação aperfeiçoamento
da espécie
Diversidade genética
(variedade)
Núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da receptora
Núcleos fusionados forma um núcleo zigoto diplóide
Meiose: o núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporo sexual)
Reprodução Sexuada: Fungos Filamentosos
Zigósporos em determinados zigomicetos, as extremidades de hifas próximas fundem-se, ocorre meiose, e desenvolvem-se grandes zigósporos com paredes espessas
Reprodução
Parassexualidade
Consiste em fusão de hifas e formação do heterocário que contém núcleos haplóides As vezes, esses núcleos fundem-se e originam núcleos diplóides, heterozigóticos, cujos cromossomos homólogos sofrem recombinação durante a mitose Apesar de ser raro, esse ciclo é importante na evolução de alguns fungos
Anastomose (A), Heterocariose (B) e cariogamia (C) Presentes no ciclo Parassexual em fungos
Filos
Sequências do gene de rRNA 18S, retrata as relações entre os principais grupos (filos) de fungos Quitridiomicetos sejam filogeneticamente basais a todos os demais grupos fúngicos e que os grupos mais derivados de fungos sejam os Basidiomicetos e Ascomicetos
Célula fúngica
Pluricelular, formando hifas (paredes celulares tubulares que envolvem a membrana
citoplasmática)
Hifas fúngicas septadas (apocíticas) ou asseptadas (cenocítica)
Quitina, em suas paredes celulares
Polissacarídeos (80-90%), como mananas,
galactosanas, quitosanas, proteínas,
lipídeos
O entendimento da química da parede celular fúngica é importante, devido ao extenso emprego biotecnológico dos fungos. Além disso, a química da parede
celular fúngica foi utilizada na classificação deles com finalidades de pesquisa e industriais
Taxonomia dos fungos Dificuldade na identificação / classificação de fungos: taxonomia baseadas
em aspectos morfológicos
Dificuldades: definir espécie ou gênero
Fases sexuadas (telomórficas) e assexuadas (anamórficas) de um mesmo organismo são classificadas com espécies distintas
Técnicas moleculares Relações filogenéticas entre as diferentes espécies de fungos Desenvolvimento de métodos de diagnóstico e epidemiologia
Deuteromycota
Fungos anamórficos Reprodução assexuada por conídios
Fase sexuada é desconhecida, perdida ou ausente; Classificados corretamente por análises moleculares
Atualmente inexistente Reagrupados em Ascomycota ou Basidiomycota
Compreende apenas uma classe O grupo é considerado o mais primitivo dentro dos fungos Microscópicos e de morfologia simples 100 gêneros, 1000 espécies (1-2% das espécies de fungos) Hábitat: maioria aquáticas, presente em águas doces e trato digestivo de mamíferos herbívoros
Chytridiomycota
Patógeno de anfíbios Ex.: Batrachochytrium dendrobatidis
Causa a quitridiomicose em sapos, uma condição em que o organismo infecta a epiderme do sapo, interferindo em sua capacidade de respirar pela pele
Chytridiomycota
Estes fungos foram implicados na mortandade intensa de anfíbios
aumento da temperatura ambiental associado ao aquecimento global
Esporo flagelado (móvel) Zoósporo com um flagelo Posterior do tipo chicote
Chytridiomycota
Micélio contínuo (cenocítico) ausente ou pouco desenvolvido Estrutura de reprodução assexuada: zoosporângio
possível remanescente de sua adaptação a
ambientes aquáticos,
principalmente água doce e solos úmidos
Inclui fungos de micélio cenocítico Sexuada pela formação de zigósporos Assexuada produção de esporangiósporos, no interior dos esporângios Ex.: Rhizopus stolonifer (mofo preto do pão - deterioração de alimentos)
Zigomycota
Zigomycota Assexuada os micélios formam esporângios, no interior dos quais os esporos haploides são produzidos. Quando liberados, esporos geneticamente idênticos são dispersos e germinam, originando micélios de crescimento vegetativo
Sexual há micélios com tipos de acasalamento de compatibilidades diferentes. Quando hifas de diferentes tipos de acasalamento encontram-se bastante próximas, elas formam extensões de hifas que contêm vários núcleos.
Caracterizam-se por formar associação com raízes da maioria das famílias de plantas (endomicorrizas – micorrizas arbusculares)
A maioria dos representantes desse filo formam associação simbiótica
obrigatória com vegetais, auxiliando os mesmos na absorção de nutrientes
Glomeromycota
Reproduzem assexuadamente formando glomerósporos
Glomeromycota
Estrutura reprodutiva assexuada formada por Fungos Micorrízicos
Arbusculares (FMA)
Acredita-se que os glomeromicetos, na forma de simbiontes de plantas, desempenharam importante papel na capacidade de plantas vasculares primitivas colonizarem o solo. Até o momento, nenhum foi cultivado independentemente de uma planta. Esses organismos têm apenas reprodução assexuada.
Cogumelos, Orelhas de pau, ferrugens, leveduras e outros Compreende fungos de hifas septadas (apocíticas) Caracterizam pela produção de esporos sexuados basidiósporos
Basidiomycota
Basidiomycota
Os micélios de tipos de acasalamentos haploides positivo e negativo fundem-se e o crescimento mais rápido do micélio dicariótico (dois núcleos por célula). O micélio dicariótico desenvolve-se em um basidiocarpo, ou corpo de frutificação, iniciando como uma massa de micélios que se diferencia originando o basidiocarpo totalmente desenvolvido que observamos acima do solo cogumelo
Os dois ciclos de divisão meiótica originam quatro núcleos haploides nos basídios e cada núcleo torna-se um basidiósporo. Os basidiósporos geneticamente distintos podem, então, ser dispersos pelo vento a novos habitats, iniciando-se novamente o ciclo, germinando em condições favoráveis e desenvolvendo-se como micélios haploides
Basidiomycota
Os basídios dicarióticos, que são formados na face interior do basidiocarpo, em regiões achatadas denominadas lamelas, que se
encontram ligadas ao píleo do cogumelo, realizam então uma fusão dos dois núcleos, formando basídios com núcleos diploides
Basídia com basidiósporos
Agrupa fungos de hifas septadas e fungos unicelulares – leveduras Conídios ou propágulos assexuados são também encontrados
Ascomycota
O papel ecológico dos ascomicetos consiste principalmente na decomposição de matéria vegetal morta, porém várias espécies de ascomicetos foram
ectomicorrizas com árvores florestais, assim como um grande número participa de simbioses em líquens, juntamente com cianobactérias ou algas verdes
Tipos de acasalamento
distintos, unem-se e fundem-se,
formando um núcleo
diploide, o qual sofre
meiose, originando ascósporos haploides
Produção de conídios que
se formam por mitose nas
extremidades de hifas
especializadas Conidióforo
Ascomycota