monografia da pos
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FILEMOM ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIAInstituto de Teologia
Pós-Graduação em Psicologia Pastoral
VIDA E OBRA DE UM ICONE: LUTERO
Uberaba/MG2012
WAGNER DOS SANTOS NASCIMENTO
VIDA E OBRA DE UM ICONE: LUTERO
Monografia apresentada como requisito de conclusão no curso de pós-graduação em Psicologia Pastoral do Instituto de Teologia da Filemom Escola Superior de Teologia.
Uberaba/MG2012
2
WAGNER DOS SANTOS NASCIMENTO
VIDA E OBRA DE UM ICONE: LUTERO
Monografia apresentada como requisito de conclusão no curso de pós-graduação em Psicologia Pastoral do Instituto de Teologia da Filemom Escola Superior de Teologia.
APROVADA em ___/___/___
Professor Pr Mateus Duarte
Uberaba/MG2012
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu
Deus e as minhas “perolas”
Cíntia (esposa) , Samarah e
Larissa (filhas) que foram à
força para todas minhas
vitórias.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram em minha vida espiritual e na minha trajetória
Acadêmica. Em especial à minha amada igreja, Batista Porta Formosa em Araruama, por terem
sido paciente e muito gentil, acreditando na realização desse trabalho, principalmente pela
deferência que conduziu nossa parceria em Cristo.
Também sou muito grato aos Amores da minha vida Pra. Cíntia (esposa e
incentivadora), uma coisa é verdade que com certeza se formou comigo, à Samarah e a Larissa
(filhas), o curso não seria igual sem vocês.
Não posso deixar de agradecer aos meus amigos e ao professor Pastor Rogério J. Silva
um dos principais incentivadores ao meu sucesso. Gostaria de agradecer a todos que
contribuíram em minha trajetória nessa pós-graduação.
Agradeço profundamente aos meus pais e sogros (João e Onelia, José Renato e Solange)
pelo amor incondicional. Aos meus irmãos e sobrinhos muito obrigado.
Não posso jamais esquecer que tudo que sou e que tenho é fruto do Senhor Jesus Cristo
em minha vida por isso quero louvá-lo por esse momento mágico em minha vida...
5
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Romanos 1 : 16)”
Apóstolo Paulo
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SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................... 8
Capítulo 1 - Questões históricas do Século XVI e a Reforma Protestante.... 9
Capitulo 2 – Lutero, Vida e Obra................................................................ 16
Considerações Finais....................................................................................33
Bibliografia...................................................................................................34
7
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de analisar a vida e obra de um dos maiores nomes da
Reforma Protestante Martinho Lutero, e o contexto social e histórico que permeava esse grande
homem, apontando as reflexões pessoais de seu trabalho.
O período das trevas ou idade media foi um marco nas mudanças tanto no meio cultural
quanto no religioso é que abordaremos nesse trabalho.
No primeiro capitulo, tentamos analisar as questões históricas e sociais do período pré-
reforma, atentando também para eventos de suma importância para esse ponto marcante da
historia das religiões onde cito alguns autores tais como PIERRE BOURDIEU, JEAN
DELUMEAU, entre outros.
No segundo capitulo consideramos que a vida e obras de Martinho Lutero foram
norteadoras para a reforma e seus resultados tanto no contexto social como no religioso.
A intenção e conhecermos um pouco mais esse celebre ícone das religiões do mundo e
analisar a discussão do relato religioso desse Grande pensador do século XVI, Martinho Lutero.
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CAPÍTULO 1 - Questões históricas do Século XVI e a Reforma Protestante
O século XVI teve como uma de suas manifestações mais profundas o processo de
reformas religiosas, responsáveis por quebrar o monopólio exercido pela Igreja Católica na
Europa e pelo advento de uma série de novas religiões que, embora cristãs, fugiam aos dogmas
e ao poder imposto por Roma, as chamadas religiões protestantes.
Mais do que apenas um movimento religioso, as reformas protestantes inseriram-se no
contexto mais amplo que marcou a Europa a partir da Baixa Idade Média, expressando a
superação da estrutura feudal tanto em termos da fé como também em seus aspectos sociais e
políticos.
Da mesma forma, não se pode considerar as reformas religiosas como um processo que
se iniciou no século XVI. Ao contrário, elas representaram o transbordamento de uma crise que
já vinha se manifestando na Europa desde o início da Baixa Idade Média, fruto da inadequação
da Igreja à nova realidade, marcada pelo declínio do mundo feudal, pelo crescimento do
comércio e da vida urbana, pela centralização do poder político nas mãos dos reis e pelo
advento de uma nova camada social, a burguesia.
Também não se pode deixar de lado a influência do Renascimento Cultural, no sentido
de romper com o monopólio cultural exercido pela Igreja Católica na Idade Média. O
Renascimento teve o efeito de possibilitar a aceitação de conceitos e de visões de mundo
diferentes daqueles impostos pela Igreja Católica, ao quebrar o quase monopólio intelectual que
a Igreja exercia na Idade Média. Sob a estética do relato histórico correram águas teóricas cujas
correntezas eram ora turvas ora límpidas. Bourdieu emprestou as noções de campo religioso e
de habitus (BOURDIEU, 1989). Auxiliaram nas perspectivas metodológicas de se trabalhar as
crenças. Michel de Certeau (1994) ajudou-me olhar para os detalhes e para os heróis
9
ordinários, para a preocupação com a escrita da história e auxiliou na noção de representação no
campo de estudo da religião. David Morgan (1996; 1998), Jean Delumeau (2003) e Peter
Burke (2004) ajudaram a trabalhar imagens como fonte histórica ou como testemunhos
históricos. Em geral, estes foram os autores de diálogo direto e aberto. Outros ficaram
escondidos, implícitos.
Num certo aspecto, as Reformas Protestantes são filhas do Renascimento, e
representaram, como este, uma adequação de valores e de concepções espirituais às
transformações pelas quais a Europa passava - nos campos econômico, social e cultural.
As contestações ao poder e aos dogmas da Igreja não eram um fenômeno desconhecido
na Europa do século XVI. O próprio crescimento do pensamento humanista, absorvido pela
Igreja através das universidades, e uma nova visão teológica, representada pelo tomismo, podem
ser vistos como uma abertura da Igreja ao racionalismo e a uma visão de mundo mais
humanística, se comparada ao forte teocentrismo1 que prevalecera até ali. As universidades
foram canais por onde pôde penetrar a influência do pensamento racional, ao mesmo tempo em
que o tomismo fundia a fé com elementos do racionalismo greco-romano.
Ao mesmo tempo, há que se levar em conta o desvirtuamento da Igreja e sua
incapacidade de dar resposta aos anseios espirituais dos fiéis. Essa questão tem origem no papel
que a Igreja passou a ocupar a partir da Idade Média. O fato de ser ela a principal possuidora de
terras na Europa, bem como a instituição mais poderosa politicamente, colocava-a ao lado da
nobreza como uma instituição beneficiária da estrutura feudal e, também, responsável por sua
manutenção.
Na verdade, o vínculo orgânico entre a Igreja e a nobreza criava, necessariamente,
distorções. A tendência é que as nomeações para cargos na alta hierarquia da Igreja (o termo
correto para essas nomeações é investidura) obedecessem a critérios que passavam muito longe
da vocação ou formação religiosa do postulante. Essas investiduras eram feitas levando-se em
consideração o grau de riqueza, de poder e as benesses que a aliança com esta ou aquela família
pudesse trazer para a Igreja.
1 Deus como centro do universo
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A prática das chamadas investiduras leigas acabou acarretando graves problemas para a
Igreja medieval. Em primeiro lugar, os problemas políticos, decorrentes da constante disputa
com os poderes temporais para a ocupação de cargos e terras.
Mais grave que isso, entretanto, foi o fato de gerar um clero inadequado às suas funções
religiosas, incapaz de dar resposta às necessidades espirituais dos fiéis. O desregramento do
clero evidenciava-se numa atitude conhecida usualmente como nicolaísmo2, termo usado para
designar o desregramento que passara a marcar o comportamento do clero.
Mais que isso, a constante busca por um aumento da renda que sustentava o imenso luxo
em que vivia o clero, levou a Igreja a intensificar, durante a Idade Média, práticas como a venda
de relíquias sagradas ou de cargos eclesiásticos (práticas conhecidas como simonia3) e a venda
de indulgências (absolvição dos pecados cometidos).
"Segundo a definição dos estóicos, a sabedoria consiste em ter a razão por
guia; a loucura, pelo contrário, consiste em obedecer às paixões; mas para que
a vida dos homens não seja triste e aborrecida Júpiter deu-lhe mais paixão que
razão." (ROTERDÃ, 1997, p.134)
Assim, cresciam manifestações intelectuais de críticas ao comportamento da Igreja.
Nomes como Erasmo de Roterdã ou Thomas Morus propunham uma reforma interna da Igreja,
com um retorno à pureza original do cristianismo. Por trás dessas propostas havia, por certo,
uma crítica ao excessivo apego da Igreja aos bens materiais e ao poder.
Tais críticas já haviam atingido níveis mais preocupantes para Roma desde o final do
século 14. Na Inglaterra, John Wycliff pregava o confisco dos bens da Igreja, o voto de pobreza
por parte dos membros do clero e uma retomada das Sagradas Escrituras como única fonte da
fé.
2 é uma heresia cristã cujos aderentes são chamados de Nicolaítas. A característica pela qual são mais lembrados é a sua posição em relação ao casamento. Segundo alguns autores, eles defendiam a poligamia (ou ter esposas em comum). Também é conhecido como Nicolaíta aquele que defende o casamento do clero.3 é a venda de favores divinos, bênçãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, objetos ungidos, etc. em troca de dinheiro. É o ato de pagar por sacramentos e conseqüentemente por cargos eclesiásticos ou posições na hierarquia da igreja.
11
No reino da Boêmia, então pertencente ao Sacro Império, John Huss, tendo por base as
idéias de Wycliff, viu suas pregações constituírem-se na base do sentimento nacionalista da
região contra o domínio do Império e da Igreja de Roma. A prisão, seguida da condenação e
execução de Huss, não conseguiu apagar a chama nacionalista, o que mostrava um lado intenso
da crise vivida pela Igreja, qual seja, o seu domínio sendo alvo de reações nacionalistas.
Há outra forma de reação a esse desvirtuamento do papel da Igreja e ela fica evidente ao
observarmos o crescimento das heresias. O termo era empregado para designar todas as
manifestações de pensamento religioso discordante dos dogmas impostos pela Igreja Católica.
Durante a Baixa Idade Média, e particularmente no século XIII (considerado o grande século
das heresias), cresceram de modo significativo o número de seitas heréticas e o número de
adeptos a essas seitas. Vejamos o relato do apostolo Pedro sobre esse tema:
“Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos
mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando
até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesma repentina destruição.”
(II Pedro cap. 2, vers.1-ARA)
Ao contrário de uma primeira impressão, as heresias constituem-se numa prova de fé e
não de falta de fé. Evidenciam a existência de uma população imbuída de uma profunda
religiosidade não contemplada pelos dogmas e pelo materialismo da Igreja. Esta, por sua vez,
jamais foi capaz de compreender o real significado das heresias. Ao contrário, a Igreja apenas
viu nelas o que representavam em termos de ameaça ao seu poder baseado na unidade da fé.
Assim, a reação da Igreja Católica às heresias concentrou-se na repressão. Não foi outra a
função da criação do Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição, justamente no século XIII.
Há outros elementos decisivos nesse processo. A questão política passa a ganhar um
peso significativo a partir do início do processo de centralização do poder. Naturalmente, os
reis, ao buscarem se fortalecer politicamente e entraram em choque com o poder da Igreja. Em
muitos casos romper com a Igreja Católica e criar uma nova Igreja sob seu comando foi a forma
encontrada pelos reis para se libertar do poder político do papado.
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Além disso, num quadro de crescimento do comércio, os dogmas da Igreja, de
condenação à usura e ao lucro excessivo, representavam um forte obstáculo para a burguesia.
Assim, também essa nova camada ascendente vai ter interesse em romper com os entraves
impostos pelo catolicismo e adotar uma nova religião, para a qual suas práticas não se
constituíssem em pecados e fossem consideradas como dignificantes do homem.
O grande rompimento religioso que ficou conhecido como Reforma protestante teve
inicio, sobretudo na Alemanha, duas classes sofriam com a crise econômica surgida após a
descoberta da América: os cavaleiros e os camponeses. Os primeiros tinham perdido seu antigo
poder e procuravam o meio para recuperá-lo: assim, a posse dos bens da Igreja poderia oferecer-
lhes uma cômoda e fácil oportunidade. Entre os camponeses, ainda na condição de escravos, há
muito estava incubado o fermento revolucionário, que já havia explodido com violência em
revoltas que, periodicamente, sacudiam a Alemanha, desde o final do século XV. Eles
esperavam a hora da própria libertação e essa veio pela exposição da verdade da palavra de
Deus que ate então era priorizada aos lideres e as altas patentes eclesiásticas.
Todo esse conjunto de fatores religiosos, culturais, políticos e sociais constituía um
imenso material explosivo. Bastava uma centelha para fazê-lo estourar. Lutero foi o estopim,
com sua personalidade forte e inspirada. Onde o texto bíblico da carta de Paulo aos Romanos,
capitulo 1 e no versículo 17 o acendeu um outubro de 1517:
“Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está
escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm.1.17)
A data exata do começo desse processo foi estabelecida a partir das 95 teses de Lutero,
publicadas em novembro de 1517 (e não fixadas no dia 31 de outubro nas portas da Igreja de
Wittenberg, como tradicionalmente se pensava).
Com efeito, ao testemunho da Bíblia para interpretar os acontecimentos vividos pelo
povo de Deus ao longo do tempo, mas procurando fugir de um perigo: o de pensar que
precisamos entender tudo o que está na Bíblia ao pé da letra, como se ela fosse um código
definitivamente fixo e imutável. Uma palavra, uma frase e certas comparações podem ter, agora,
alguns milhares de anos depois, um significado diferente do que tinham quando foram escritas.
13
É preciso buscar o verdadeiro significado do que se encontra na Bíblia para entender o que o
autor quis dizer quando escreveu um determinado texto.
É assim que Lutero entendia que a Bíblia devia ser interpretada. Algumas seitas, que se
chamam cristãs e que vieram muito tempo depois da Reforma, tendem a interpretar cada palavra
da Bíblia ao pé da letra: é uma atitude perigosa que pode levar ao fundamentalismo e ao
radicalismo.
Por isso, o movimento da Reforma introduziu o princípio do estudo da Palavra de Deus à
luz da pesquisa crítica, histórica, lingüística e teológica.
Lutero não aceitou a Tradição. Numa atitude de ousadia contra a Igreja católica,
considerou a Bíblia como único critério sobre o qual se baseia nossa fé. Por exemplo,
analisando os sete sacramentos a partir das bases bíblicas, ele chegou à conclusão de que só o
Batismo e a Ceia (Eucaristia4) estão em conformidade com a Escritura e que todos os outros
foram instituídos pela Igreja.
A justificação pela fé. A doutrina da justificação pela fé, uma das causas da ruptura de
Roma com Lutero e de Lutero com Roma, segundo interpretação dos reformadores, decorre
essencialmente do pensamento de são Paulo, sobretudo na Carta aos Romanos. Lutero quis
realçar o fato de que a salvação não seria fruto da conquista do homem mediante suas obras,
mas dom do amor de Deus. Isso poderia levar à conclusão de que não adianta esforçar-se para
fazer o bem e conseguir a salvação eterna, pois a sorte de cada um já estaria determinada por
Deus, independentemente do fato de a pessoa agir bem ou mal nesta vida.
Basta aceitar, diz Lutero, Cristo como Salvador, isto é, basta crer com confiança que
Deus Pai, em vista dos méritos de Jesus, não leva em conta os pecados do indivíduo: assim, a fé
confiante faz com que Deus nos recubra com o manto dos méritos de Cristo, declarando-nos
justos. A doutrina da justificação pela fé não nega que as boas obras tenham seu valor, mas nega
que influam na salvação, pois não passam de sinal da fé e de ato de culto que o homem presta a
Deus. Não podemos esquecer o fato de que a intuição reformadora da justificação pela fé surgiu
de uma experiência pessoal de Lutero que, em sua crise espiritual, buscava um Deus
4 (do grego εὐχαριστία, cujo significado é "reconhecimento", "ação de graças") é uma celebração em memória da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Também é denominada "comunhão", "ceia do Senhor", "primeira comunhão", "santa ceia", "refeição noturna do Senhor"
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misericordioso que salva apenas por um ato de sua bondade infinita. Logo surge o
protestantismo.
A palavra “protestante”, de acordo com a definição do dicionário se refere a “um
membro de uma das igrejas cristãs que terminaram se separando da Igreja católica Romana
desde o século XVI; batistas, presbiterianos, congregacionais, e alguns outros; ou se refere a
‘uma pessoa que protesta’”. O termo “protestante” não é um termo pejorativo. A palavra é
derivada do latim, da preposição PRO, que significa “para”, e o infinitivo TESTARE,
“testemunho”. Um protestante é, então, uma testemunha – um protestante é uma testemunha de
Jesus Cristo e da Palavra de Deus. O protestantismo não é meramente o protesto contra a
corrupção eclesiástica e o falso ensino; é o renascimento da fé bíblica, um renascer do
cristianismo do Novo Testamento, com uma ênfase positiva nas doutrinas das Escrituras.
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CAPÍTULO 2 - Lutero, Vida e Obra
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha. Foi
criado em Mansfeld. Na sua fase estudantil, foi enviado às escolas de latim de Magdeburg
(1497) e Eisenach (1498-1501). Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de
bacharel em artes (1502) e de mestre em artes (1505).
Seu pai, um aldeão bem sucedido pertencente a classe média, queria que fosse advogado.
Tendo iniciado seus estudos, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas
agostinianos em Erfurt. É um fato estranho na sua vida, segundo seus biógrafos. Alguns
historiadores dizem que este fato aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de
Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quase foi atingido por um raio. Foi derrubado
por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Foi consagrado
padre em 1507.
Entre 1508 e 1512, fez preleções de filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde
também ensinou as Escrituras, especializando-se nas Sentenças de Pedro Lombardo. Em 1512
formou-se Doutor em Teologia.
Fazia conferências sobre Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e Hebreus. Foi
durante este período que a teologia paulina o influenciou, percebendo os erros que a Igreja
Romana ensinava à luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo dos quais Santo
Agostinho era um norteador das suas conferências e com certeza influenciadora de suas
decisões posteriores:
“Tem coragem e conserva a fé naquilo que crês. Nada é mais
recomendável do que crer, até no caso de estar oculta a razão de por que isso
ser assim e não de outro modo. Com efeito, conceber de Deus a opinião mais
16
excelente possível é o começo mais autêntico da piedade. E ninguém terá de
Deus um alto conceito, se não crer que ele é todo-poderoso e que não possui
parte alguma de sua natureza submissa a qualquer mudança. Crer ainda que ele
é o Criador de todos os bens, aos quais é infinitamente superior; assim como
ser ele aquele que governa com perfeita justiça tudo quanto criou, sem sentir
necessidade de criar qualquer ser que seja, como se não fosse auto-suficiente."
(Santo Agostinho, 1995, p.29) “
Lutero era homem de envergadura intelectual e habilidades pessoais. Em 1515, foi
nomeado vigário, responsável por onze mosteiros. Viu-se envolvido em controvérsias com
respeito à venda de indulgências.
Em suas lutas pessoais Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava
muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava
envolvido em questões pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica5 e intelectual
não fornecia resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações.
Seus estudos paulinos deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da
afirmação "o justo viverá pela fé", Romanos 1:17. Percebia-o que a Lei e o cumprimento das
normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que nesta
direção não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma. Cito em concordância
disso a segunda carta de Paulo aos Coríntios capitulo 2, versículo 17:
“Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos
outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio
Deus que, em Cristo, falamos.” (II Co.2.17 ARA)
Martinho Lutero estava trabalhando em "repensar o evangelho". Sendo monge
agostiniano, fortemente influenciado pela teologia desta ordem monástica, paulina quanto aos
seus pontos de vista, Lutero estava chegando a uma nova fé, que enfatizava a graça de Deus e a
justificação pela fé.
5 Estilo de vida dos padres e abades em relação a igreja.
17
Esta nova fé tornou-se o ponto fundamental de suas preleções. No seu desenvolvimento
começou a criticar o domínio da filosofia Tomista6 sobre a teologia romana. Ele estudava os
escritos de Agostinho, Anselmo e Bernardo de Claraval, descobrindo nestes, a fé que começava
a proclamar. Staupitz orientou-o para que estudasse os místicos, em cujos escritos se consolou.
Em 1516, publicou o devocionário de um místico desconhecido, "Theologia Deutsch".
Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, e tornou-se um pregador popular, proclamando a sua
nova fé. Opunha-se a venda de indulgências comandada por João Tetzel..
Em 1517 o Papa Leão X ofereceu indulgências para aqueles que dessem esmolas para
reconstruir a Basílica de São Pedro em Roma. Porém distúrbios posteriores seriam contestadas
na Reforma Protestante. Em 1517 o Papa Leão X ofereceu indulgências para aqueles que
dessem esmolas para reconstruir a Basílica de São Pedro em Roma. O agressivo marketing de
Johann Tetzel em promover esta causa provocou Martinho Lutero a escrever suas 95 Teses,
onde se opunha a venda de indulgências comandada por João Tetzel. (Tetzel seria inclusive
punido por Leão X por seus sermões, que ia muito além ensinamentos reais sobre as
indulgências). Embora Lutero não negasse o direito do Papa ou da Igreja de conceder perdões e
penitências, ele não acreditava que dar esmolas seria uma boa ação, mas um ato semelhante à
compra das indulgências e o perdão das penas temporais.
As noventa e cinco teses inspirado por vários motivos, particularmente a venda de
indulgências, em uma noite de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses
acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as
indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos
fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das
mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições
temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero
afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a
vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal.
Essas são as 95 teses expostas por escrito pelo Martinho Lutero:
6 é a doutrina ou filosofia escolástica de São Tomás de Aquino (1225-1274), adotada oficialmente pela Igreja Católica, e que se caracteriza, sobretudo pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo. Procurando assim integrar o pensamento aristotélico e neoplatônico, aos textos das Sagradas Escrituras, gerando uma filosofia do Ser, inspirada na fé, com a teologia científica.
18
“Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas
em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de
Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não
puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito.”
“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
“Amém.”
Segue abaixo as teses:
1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis
que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da
confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência
interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a
verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs
por decisão própria ou dos cânones.
6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela
foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele
deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em
tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones,
nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos,
sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos
moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido
semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
19
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição,
como verificação da verdadeira contrição.
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis
canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor,
e tanto mais quanto menor for o amor.
15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para
produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi-
desespero e a segurança.
17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à
medida que o amor crescesse.
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da
Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de
sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena
certeza disso.
20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente
todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é
absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo
os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é
dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa
magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e
cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
20
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele
não tem), mas por meio de intercessão.
27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na
caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a
intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na
história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver
conseguido plena remissão.
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as
indulgências, ou seja, é raríssimo.
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se
julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa
aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação
sacramental, determinadas por seres humanos.
35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência,
estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena
como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de
Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse
– é uma declaração da remissão divina.
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente
perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição.
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das
indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto.
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41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo
não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de
indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado,
procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao
passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com
indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem
conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com
indulgência.
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui
obrigação.
48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo
(assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se
está pronto a pagar.
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam
sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa
delas.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de
indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e
os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar
do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem
ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o
comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
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53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de
indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais
tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos
importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho
(que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e
cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são
suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos
pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem
o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no
entanto, a palavra como era usada em sua época.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas
pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa
por si só é suficiente.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de
Deus.
63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os
últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz
dos últimos os primeiros.
65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam
homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a
riqueza dos homens.
23
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças
realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça
de Deus e a piedade da cruz.
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários
de indulgências apostólicas.
70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com
ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do
que lhes foi incumbidos pelo papa.
71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências
apostólicas.
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das
palavras de um pregador de indulgências.
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram
defraudar o comércio de indulgências,
74. Muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram
fraudar a santa caridade e verdade.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem
absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é
loucura.
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o
menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia
conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.
78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que
essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está
escrito em I Coríntios XII.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insígnia erguida, equivale à cruz
de Cristo.
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80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes
sermões sejam difundidos entre o povo.
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os
homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida arguta,
dos leigos.
82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor
e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime
um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica –
que é uma causa tão insignificante?
83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e
por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles,
visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do
dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a
redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?
85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito
revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências,
como se ainda estivessem em pleno vigor?
86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais
crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao
invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição
perfeita, têm direito à plena remissão e participação?
88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o
papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e
participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o
dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente
eficazes?
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90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem
refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer
os cristãos infelizes.
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a
opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam
surgido.
92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem
que haja paz!
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem
que haja cruz!
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça,
através das penas, da morte e do inferno.
95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio
da confiança da paz.
[1517 A.D.]7
Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em
Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada
Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar
presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito.
Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.
Em decorrência a esses fato João Eck8 denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu
para que o mesmo fosse condenado e excluído da Igreja Romana. Silvester Mazzolini, padre
confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o
monge agostiniano.
Esta tese tem dois alvos: em âmbito geral, a elite nobre e não-nobre alemã que
desperdiçava recursos em encomendas de missas ou patrocínio de igrejas à custa da miséria ou
7 Data , ano da publicação 8 foi um teólogo católico, vice-chanceler da Universidade de Ingolstadt. Defensor do catolicismo e adversário de Martinho Lutero refutou as suas teses na obra Obelisci e com ele debateu por tres semanas na célebre disputa de Leipzig
26
exação de seus subordinados; em âmbito particular, o Cardeal Alberto de Brandeburgo (1490-
1545). Para ter sua confirmação para o Arcebispado de Mayence em 1514, Alberto tinha que
conseguir uma soma considerável e enviá-la para Roma. Para tanto, ele fez um empréstimo e o
assentou, com autorização papal, sobre a arrecadação das indulgências vinculadas à construção
da Basílica de São Pedro em Roma. Segundo o acordo entre Alberto e o Papado, metade do
arrecadado iria para a construção da basílica e a outra metade para Alberto quitar suas dívidas
provenientes da investidura no arcebispado. No final das contas, o Papa teria o conjunto das
rendas de Brandeburgo vinculadas às indulgências. (Vide Teses 46, 47, 48, 50, 51, 52, 55, 56,
59, 65, 66, 82, 83, 85, 86, 88)
Em 1518. Lutero escreveu "Resolutiones", defendendo seus pontos de vista contra as
indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Entretanto, o livro não alterou o ponto de
vista papal a respeito de Lutero. Muitas pessoas influentes se declararam favoráveis a Martinho
Lutero, tornando-se este então polemista popular e bem sucedido. Num debate teológico em
Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idéias.
A reação Papal se tornou emergente em 7 de agosto de 1518, Lutero foi convocado a
Roma, onde seria julgado como herege9. Mas apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu
julgamento foi realizado em território alemão em 12/14 de outubro de 1518, perante o Cardeal
Cajetano, em Augsburg. Recusou-se a retratar-se de suas idéias, tendo rejeitado a autoridade
papal, abandonando a Igreja Romana, o que ficou confirmado num debate em Leipzig com João
Eck, entre 4 e 8 de julho de 1519.
A partir de então Lutero declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, publica
vários escritos, dentre os quais se destaca "Carta Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã
Sobre a Reforma do Estado Cristão". Procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar
o sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, e a
autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Em sua obra
"Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo10 da Igreja. Dizia que
pelas Escrituras só podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor.
9 Quem se opõe as doutrinas católicas.10 Qualidade ou caráter do que é sacramental ou do Sacramento (significa, para a grande maioria das confissões cristãs, como um sinal ou um gesto divino instituído por Jesus Cristo.)
27
Opunha-se à alegada repetida morte sacrificial de Cristo, por ocasião da missa. Em outro livro,
"Sobre a Liberdade Cristã", ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.
Lutero obteve grande popularidade entre o povo, e também considerável influência no
clero.
Em 15 de julho de 1520, num profundo desespero a Igreja Romana expediu a bula
Exsurge Domine, que ameaçava Lutero de ser excomungado11, a menos que se retratasse
publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública como um ato de resposta as represálias
do papado. Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de
Lutero em praça pública. Isso não parou os sonhos de Lutero, como escreve Cury:
"A vida sem sonhos é como um céu sem estrelas. Alguns sonham em
ter filhos, em rolar no tapete com eles, em ser seus grandes amigos. Outros
sonham em ser cientistas, em explorar o desconhecido e descobrir os mistérios
do mundo. Outros sonham em ser úteis socialmente, em aliviar a dor das
pessoas. Alguns sonham com uma excelente profissão, em ter grande futuro,
em possuir uma casa na praia. Outros sonham em viajar pelo mundo, conhecer
novos povos, novas culturas e se aventurar por ares nunca antes percorridos.
Sem sonhos, a vida é como uma manhã sem orvalho, seca e árida" (CURY,
2003, p32)
O grande Lutero nunca deixou de sonhar em meio as suas crises e afrontas compareceu a
Dieta de Worms, de 17 a 19 de abril de 1521. Recusou-se a retratação, dizendo que a sua
consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria seguro nem correto.
Dizem os historiadores que concluiu a sua defesa com estas palavras : "Aqui estou; não posso
fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Respondendo a Dieta em 25 de maio de 1521,
formalizou a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma nascente também foi condenada.
Mas ele reafirma sua postura na sua obra A Escravidão da Vontade, publicada inicialmente em
1525.
11 é uma punição religiosa utilizada para se retirar ou suspender um crente de uma filiação ou comunidade religiosa. A palavra significa literalmente colocar [alguém] fora da comunhão. Em algumas religiões, excomunhão inclui condenação espiritual do membro ou grupo. Excomunhão estigmatiza e sanções, que incluem banimento do crente.
28
"Além do mais, notemos o que Paulo escreveu imediatamente
antes dessas palavras. No versículo 16, Paulo declara que o evangelho é
"o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê". Isso significa
que, não fosse o poder de Deus conferido através do evangelho,
ninguém teria forças, em si mesmo, para voltar-se para Deus. Paulo
prossegue, asseverando que isso tem aplicação tanto aos judeus quanto
aos gentios. Os judeus conheciam as leis di¬vinas em seus mínimos
detalhes, mas isso não os poupou de estarem debaixo da ira de Deus. Os
gentios desfrutavam de admiráveis benefícios culturais, mas esses não os
aproximaram em nada de Deus. Havia judeus e gentios que muito se
esforçavam por acertar a sua situação diante de Deus, mas, apesar de
todas as suas vantagens e de seu "livre--arbítrio", eles fracassaram
totalmente. Paulo não hesitou em condenar a todos eles."(LUTERO,
2001, p11)12
Em decorrência as influência Política e Social A conversão de qualquer pessoa acontece
quando Deus vem até ela e vence-lhe a ignorância ao revelar-lhe a verdade do evangelho. Sem
isso, ninguém jamais poderia ser salvo. Ninguém, durante toda a história humana, concebeu por
si mesmo a realidade da ira de Deus, conforme ela nos é en¬sinada nas Escrituras. Ninguém
jamais sonhou em estabelecer a paz com Deus por intermédio da vida e da obra de um Salvador
singular, o Deus-Homem, Jesus Cristo. De fato, o que ocorre é que os rejeitaram os ensinos
luteranos e a Cristo, apesar de todo o ensino que lhes foi ministrado. Parece que a justiça própria
alcançada por alguns levou-os a deixarem de buscar a justiça Divina através da fé, para fazerem
as coisas à sua própria maneira. Portanto, quanto mais o "livre-arbítrio" se esforça, tanto piores
tornam-se as coisas e por medidas de precaução, Lutero ainda recluso no castelo de Frederico, o
Sábio, cerca de 10 meses. Teve tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento para a
12 Uma versão condensada e de fácil leitura do clássico de Martinho Lutero, A Escravidão da Vontade, publicada inicialmente em 1525. EDITORA FIEL da MISSÃO EVANGÉLICA LITERÁRIA NASCIDO ESCRAVO. Traduzido do original em inglês: BORN SLAVES. Copyright © 1984 Grace. Publications Trust. Segunda edição em português — 2001
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língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros, a Bíblia
inteira foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Finalmente, essa tradução unificou os
vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.
Tem-se dito que Lutero foi o verdadeiro líder da Alemanha, de 1521 até 1525. Houve a
Guerra dos Aldeões em 1525, das classes pobres contra os seus líderes. Lutero tentou estancar o
derramamento de sangue, mas, quando os aldeões se recusaram a ouvi-lo, ele apelou para os
príncipes a fim de restabelecerem a paz e a ordem.
Fato notável foi o casamento de Lutero, com Catarina Von Bora, filha de família nobre,
ex-freira cisterciana. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros
filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido
adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Houve controvérsia entre Lutero e Erasmo de Roterdã, que nunca deixou a Igreja
Romana, por causa do livre-arbítrio defendido por este. Apesar de admitir que o livre-arbítrio
seja uma realidade quanto a coisas triviais, Lutero negava que fosse eficaz no tocante à salvação
da alma. Em 1528 e 1529, Lutero publicou o pequeno e o grande catecismo, que se tornaram
manuais doutrinários dos protestantes, nome dado aqueles que decidiram abandonar a Igreja
Romana, na Dieta de Speyer, em 1529. Juntamente com Melancton e outros, produziu a
confissão de Augsburg, que sumaria a fé luterana em vinte e oito artigos.
Em 1537, a pedido de João Frederico, da Saxônia, compôs os Artigos de Schmalkald,
que resumem seus ensinamentos. Como monge agostiniano, Lutero dava preferência a certos
estudos, dentre os quais se destacam a soberania de Deus, dando uma abordagem mais bíblica às
questões religiosas e às doutrinas cristãs. Alguns pontos defendidos por Lutero são:
1. Nem o papa nem o padre têm o poder de remover os castigos temporais de um
pecador.
2. A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.
3. Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo,
o que depende única e exclusivamente de Cristo.
4. Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo.
5. Não há autoridade especial no papa.
6. As decisões dos concílios não são infalíveis.
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7. A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão.
8. A justificação é somente pela fé.
9. A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano.
10. Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação.
11. Há apenas dois sacramentos: o batismo e a ceia do Senhor.
12. Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da
missa e das penitências e ao uso de relíquias.
13. Contrário ao celibato clerical.
14. Defendia a separação entre igreja e estado.
15. Ensinava a total depravação da natureza humana.
16. Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.
17. Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas.
18. Repudiava a hierarquia eclesiástica.
Os últimos dias de Lutero tornaram-se difíceis devido a problemas de saúde. Com
freqüência tinha acesso de melancolia profunda. Apesar disso era capaz de trabalhar
tenazmente. Em 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben, teve um ataque do coração, vindo a
falecer.
A morte é uma despedida deste mundo e de todas as suas ocupações.
Por isso é necessário que o ser humano organize claramente seus bens
temporais: a forma como estes devem ficar ou como ele quer pô-los em ordem.
Ele deve fazer isso para que, após sua morte, não haja motivo para briga,
desentendimento ou alguma outra confusão entre seus parentes. E uma
despedida corporal ou exterior deste mundo. O ser humano abandona e se
despede de seus bens. (LUTERO, 2000, p.8)13
As guerras religiosas persistiram após a morte de Lutero e só foram parcialmente
resolvidas em 1555, pela Paz em Augsburgo, que estabeleceu o principio de que cada
governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos, “Cada
13 Consolo no Sofrimento (Um sermão sobre a preparação para a morte e um sermão sobre a contemplação do santo sofrimento de Cristo). Martinho Lutero. COLEÇÃO LUTERO PARA HOJE. Editora Sinodal/Editora Concórdia. Ano 2000. Adaptação do texto: Rui J. Bender.
31
Príncipe com sua Religião”. Ate hoje esse homem nos deixou grandes perspectiva para analisar
as escrituras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho destinou-se a esboçar o modo como se pensou sobre a igreja e os
movimentos teológicos, e a proposta bíblica que influenciou Lutero e o mundo. O mais
importante desses processos foram as norteadores para expansão econômica e religiosa da Idade
Media e com o Renascimento a Reforma protestante foram os pontos da inauguração da idade
32
moderna e da nova mentalidade da humanidade. Desde o início do processo da reforma, e
depois dela definimos que o mundo religioso nunca mais foi o mesmo após Lutero, as funções
que lhes foram destinadas pelas revelações de Deus a esse homem foi a mais pura realidade do
plano de salvação e da visão das escrituras sagradas.
Na tentativa de evidenciar as suas idéias Lutero enfrentou a maior entidade da Idade
Media a Igreja católica e a classe dominante, isso promoveu a substituição uma espécie de
“higienização” da sociedade religiosa. Estudo sobre a vida e obra do grande reformador
protestante, Matinho Lutero. Ele rompeu com o poderio da Igreja Católica em seu apogeu,
sendo levado à presença do tribunal católico, entretanto permaneceu firme em suas convicções.
Discorre sobre as questões das indulgências bem como as suas noventa e cinco teses o
projeto de Martinho Lutero para uma reforma acadêmica havia se transformado em um
programa de reforma eclesiástica e social. O fórum de atuação de Martinho Lutero não era mais
o mundo acadêmico das idéias; agora, ele era considerado o líder de um movimento reformista
de caráter religioso, social e político que, aos olhos de alguns observadores contemporâneos,
parecia abrir espaço para uma nova ordem social e religiosa na Europa. Lutero dava preferência
aos estudos, que destacam a soberania de Deus, a abordagem bíblica para as questões religiosas
e para as cristãs, e com isso as vendas dos olhos foram tiradas e povo pode ter acesso a um Deus
que estava distante e agora tão perto e muito mais vivo.
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