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MONITORAMENTO

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MONITORAMENTO

A tomada de decisão do

controle químico deve ser feita

quando a população da praga

atinge o NC (nível de controle)

Crescimento populacional

Curva do potencial de reprodução

Curva de crescimento populacional

RESISTÊNCIA DO AMBIENTE

Condições climáticas inadequadas: temperatura, umidade,

radiação solar, chuva, etc...

Falta de alimento

Ocorrência de inimigos naturais: predadores, parasitóides,

microorganismos patogênicos (fungos, bactérias, virus)

Competição por alimento e abrigo com outras espécies

Densidade populacional de uma determinada praga em função do tempo em uma

cultura. (Fonte: adaptado de NAKANO, 2011)

NDE

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL

• Nível de Equilíbrio (NE) --> densidade média da

população do inseto durante longo período de tempo, na

ausência de mudanças permanentes do ambiente.

• Nível de Controle (NC) --> densidade populacional na

qual medidas de controle devem ser tomadas para evitar

prejuízos econômicos.

• Nível de Dano Econômico (NDE) --> é a menor

densidade populacional capaz de causar perdas significativas

ao agricultor, compensando a adoção de medidas de controle.

Cálculo do

nível de dano econômico (NDE)

Damage level of the two-spotted spider mite Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) in soybeans. Suekane et al. Rev. Ceres, Viçosa, v. 59, n.1, p. 77-81, 2012

Tratamentos: cinco níveis de sintomas de clorose:

0, 25, 50, 75 e 100%.

Resultados: número de sementes por planta, peso

de sementes por parcela, peso de 1000 sementes

foram significativamente influenciados pelos

diferentes níveis de sintomas de clorose.

Com 0% de folhas cloróticas a produção foi de 60 sacas/ha x U$ 11.00 (2006/2007) = U$ 660.00/ha

60 sacas/ha 660.00/ha

X 16.00/ha

O custo de controle do ácaro rajado em soja (2006/2007) = U$ 16.00/ha

X= 1,45 sacas/ha Quando a perda de produtividade

for igual a 1,45 sacas/ha, valerá a

pena realizar o tratamento

Produção sem ácaros = 60 sacas. Subtraindo a perda de 1,45 sacas/ha, temos 58,55 sacas/ha.

Preciso saber qual a % de folhas cloróticas que permitirá a colheita de 58,55 sacas/ha

Produtividade= 66,639 - 0,5137x Com Produtividade de 58,55 a % (x) será:

X= 58,55 – 66,639

-0,5137 X= 15,7%

Portanto, na safra 2006/2007 o nível de dano econômico do ácaro rajado em soja foi de 15,7%

de folhas cloróticas.

O nível de controle pode ser 75% do NDE, portanto, 11,7% de folhas cloróticas

Para determinar se uma população

de ácaros está no NC (nível de

controle) é necessário realizar

uma amostragem populacional.

É impossível fazer a contagem de todos os ácaros presentes na área agrícola.

Por isso para a avaliação do nível populacional são coletadas amostras da população.

Planos de amostragem devem ser definidos com base em pesquisa científica e os resultados devem ser representativos da realidade da área.

MONITORAMENTO DE

ÁCAROS NA CULTURA DO

MAMOEIRO

TRÊS ÁCAROS PRINCIPAIS

ÁCARO RAJADO Tetranychus urticae Koch

ÁCARO BRANCO Polyphagotarsonemus latus (Banks)

ÁCARO VERMELHO: Tetranychus desertorum Banks

Tetranychus mexicanus (McGregor)

http://elhocino-adra.blogspot.com/2010/09/aranas-blancas-y-moscas-blancas.html

O ÁCARO BRANCO

TEM ESTILETES CURTOS E

DELICADOS E POR ISSO

SE ALIMENTA DAS CÉLULAS

SUPERFICIAIS DE TECIDOS JOVENS

E TENROS

Tetranychus urticae – ácaro rajado

Raymond A. Cloyd - Kansas State University

FAMÍLIA TETRANYCHIDAE

APRESENTA UM GNATOSSOMA GRANDE,

FORTE, ROBUSTO, QUE PERMITE A

ALIMENTAÇÃO EM TECIDO VEGETAL

MADURO, FOTOSSINTETICAMENTE

ATIVO

Sintomas de ataque do ácaro rajado - mamoeiro

Amadeu Leite de Oliveira

© O.P. Sharma, NCIPM, New Delhi. India, Bugwood.org

ÁCARO VERMELHO - Tetranychus desertorum

Tetranychus desertorum: sintomas

Folha de Mamoeiro

em detalhe

Ataque em toda

a folha, não se

limitando apenas

às nervuras.

Tetranychus desertorum: sintomas

CONTROLE QUÍMICO

SANTOS FILHO et al. Identificação e

monitoramento de pragas regulamentadas e seus

inimigos naturais na cultura do mamoeiro. Cruz

das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tropical, 2009. Documentos 179.

AMOSTRAGEM

3 plantas por hectare

Para o ácaro-rajado e ácaros- vermelhos:

Em cada planta amostrar a primeira folha de coloração verde a partir da base da planta.

Metodologia

Amadeu Leite de Oliveira

Na página inferior, com uma lupa de 10X, observar 3 pontos distintos próximos à nervura central e somar o número de ácaros encontrados nos 3 pontos

1

2

3

Qualquer número de ácaros acima de 10 deve ser anotado como 10.

Adaptado de: Gravena, S. Manual do

pragueiro

Decisão de Controle:

Nível 1 – até 5 ácaros (nível baixo)

Nível 2 – de 6 a 10 ácaros (nível médio)

Nível 3 – acima de 10 ácaros (nível alto)

Nível de controle – Nível 2 (médio)

Em experimentos realizados na Bahia houve redução de 50% na aplicação de acaricidas para o ácaro rajado, de 8 para 4 aplicações.

Média do número de ácaros por planta

Retirar uma folha do ápice da planta

(folha pequena de coloração verde-claro)

com até 5 cm de comprimento

Examinar com lupa de 10 X um ponto da página

inferior da folha anotando a localização da

planta com a presença de pelo menos 1 ácaro.

O controle deve ser feito nas reboleiras

PARA O ÁCARO BRANCO

MONITORAMENTO DE PRAGAS EM MAMOEIRO

PROPOSTO PELA FMC

Talhão de no máximo 10 ha

Amostrar 03 pontos por ha

Total: 30 pontos/10 ha

Cada ponto: 3 plantas

De cada planta

examinar três folhas,

uma em cada terço da

planta: inferior, médio e

superior.

Local das visadas (FMC) para o ácaro-rajado e ácaros vermelhos.

1

2

3

Folha infestada: 5 ou mais ácaros

Para o ácaro-branco Examinar 1 folha nova por ponteiro

(folha pequena de coloração verde-claro)

com até 5 cm de comprimento

Folha infestada: com pelo menos 1 ácaro

Nível de controle: 10% de infestação para ácaro branco, ácaro-rajado e ácaros vermelhos.

Monitoramento de ácaros na cultura dos citros

Phyllocoptruta oleivora

Ácaro da falsa ferrugem de citros

Sintomas do ataque de Phyllocoptruta oleivora

Diane Alba

Brevipalpus phoenicis

ÁCARO DA LEPROSE DE CITROS

Brevipalpus chilensis CON HUEVOS Renato Ripa S.

Polyphagotarsonemus latus – ácaro branco

Ácaro branco em frutos de limoeiro

GRAVENA, S. Manual prático de manejo ecológico de pragas dos

citros. Jaboticabal: S. Gravena, 2005. 372p.

PRAGAS-POTENCIAIS

ÁCAROS DE CITROS

Panonychus citri

Ácaro-purpúreo-dos-citros

http://www1.montpellier.inra.fr/CBGP/spmweb/index.php

Parra, Oliveira, Pinto (2003)

Heraldo Negri de Oliveira

David R. Haviland

Eutetranychus banksi

Ácaro texano

Sintomas de E.banksi em folha de laranjeira

Folha normal

Folha atacada

Parra, Oliveira, Pinto (2003)

Tetraniquideos

Adaptado de:

1. FREQÜÊNCIA: SEMANAL OU QUINZENAL

2. ÁREA:

-TALHÃO DE 2000 (ou 3000) PLANTAS

-AMOSTRAR 1% DAS PLANTAS

-TALHÕES COM MENOS DE 1000 PLANTAS:

AMOSTRAR PELO MENOS 10 PLANTAS

AMOSTRAGEM DE ÁCAROS DE CITROS

3. Phyllocoptruta oleivora

3.1. Examinar de cada planta:

*

* UMA VISADA COM LUPA DE 10X: nos frutos, na porção mediana,

evitando-se a parte mais exposta ao sol e a mais sombria; nas folhas, na

parte basal da página inferior.

* 3 FRUTOS (com + de 1,5 cm de diâmetro e antes de assumir a cor

amarelada) OU 3 FOLHAS

* DA PARTE MAIS EXTERNA DA PLANTA

Amostragem

Adaptado de: Gravena, S. Manual do pragueiro

3.2. Nível de ação para P. oleivora

A) Anotar o número de frutos ou folhas em que for

encontrado um ou mais ácaros:

* Para o mercado de frutas frescas: 20% de

infestação

* Para a indústria: 30% de infestação

Considerar como órgão infestado aquele que

apresentar:

* 20 ou + ácaros /cm2 - mercado de fruta fresca

* 30 ou + ácaros/cm2 - indústria

O controle será feito quando 10% dos frutos ou folhas

estiverem infestados

B) Contar o número de ácaros no órgão infestado

± 70 ácaros/cm2 ± 30 ácaros/cm2 ± 20 ácaros/cm2

Amostragem de Phyllocoptruta oleivora

Adaptado de: Gravena, S. Manual do pragueiro

4. Brevipalpus phoenicis 4.1. Examinar de cada planta:

* 3 FRUTOS (com + de 1,5 cm de diâmetro e com

verrugose) OU 3 RAMOS (bifurcações)

* DA PARTE INTERNA DA PLANTA

* AVALIAÇÃO COM LUPA DE 10X EM TODA A

SUPERFÍCIE

Nível de ação

2 a 10% de infestação (5% na média)

LESÕES DE VERRUGOSE

GRAVENA, S. Manual prático de manejo ecológico de pragas dos

citros. Jaboticabal: S. Gravena, 2005. 372p.

Amostragem de ácaro branco

No início da frutificação

Amostragem de ácaro branco

Amostragem de ácaro branco

Examinar 3 frutos por planta que tenham no

máximo o tamanho de uma bola de “pingue-

pongue”.

Uma visada na região sombreada, próxima ao

pecíolo

Nível de ação:

10% de frutos infestados

Amostragens para tetraniquídeos

Em cada planta examinar toda a

superfície de três folhas desenvolvidas.

Considerar infestada a folha com oito

ou mais ácaros

Nível de controle: 10% de infestação

INSPETORES devem ser bem treinados para não

confundirem as pragas;

DEVE HAVER AGILIDADE na entrega dos

relatórios de campo para a tomada de decisão, a

compra de produtos e a execução do controle.

Monitoramento de ácaros na cultura do feijoeiro

Ácaro-branco e ácaro-rajado

Até 5 ha, 4 pontos de amostragem

Até 10 ha, 5 pontos

Até 30 ha, 6 pontos

Até 50 ha, 8 pontos

Até 100 ha, 10 pontos

Áreas maiores dividir em talhões

Monitoramento de pragas

QUINTELA, E. D. Manejo integrado das pragas do feijoeiro. Santo

Antonio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2001. 28p. (Circular

Técnica 46)

Em cada ponto amostrado (2m de linha):

Verificar a presença de sintomas iniciais da

infestação.

Para o ácaro-branco, a presença de folhas

novas com ondulação das margens e

para o ácaro-rajado, pontuações claras

distribuídas pelo limbo, principalmente

próximo às nervuras.

Ácaro-branco

Ácaro-rajado

Essas folhas devem ser vistoriadas

com auxílio de uma lupa de 10

aumentos ou mais.

Nível de controle:

Seis plantas com sintomas e ácaros

por ponto amostrado (2m de linha).

Monitoramento de ácaros na cultura da seringueira

Foto: Cristiane Milan de Sousa

Microácaro Calacarus heveae

Foto: Cristiane Milan de Sousa

Necrose decorrente da alimentação dos

ácaros

Ácaro-plano-vermelho Tenuipalpus heveae

(Família Tenuipalpidae)

ovos

exúvias

MONITORAMENTO DO SERINGAL

AMOSTRAGENS PERIÓDICAS Fotos: Gustavo

M. Martins

FREQUÊNCIA DA AMOSTRAGEM

DEVE SER SEMANAL

OU PELO MENOS

QUINZENAL

ÁREA DIVIDIDA EM TALHÕES HOMOGÊNEOS

INSPEÇÃO DE 2% DAS PLANTAS

DE CADA PLANTA COLETAR 7 FOLÍOLOS DE

PONTOS DIFERENTES DA COPA. CADA FOLHA

DE SERINGUEIRA TEM 3 FOLÍOLOS

MARTINS (2012)

AMOSTRAGEM

2

1 3

LUPA DE BOLSO

Para o micro-ácaro Calacarus heveae: n° de ácaros em duas áreas de 1 cm2 página superior dos folíolos uma de cada lado da nervura principal, na metade superior do folíolo.

CONTAGEM: COM LUPA DE 20X

1 2

CONTAGEM: com lupa de 20X

Ácaro-vermelho, Tenuipalpus heveae:

n° de ácaros em duas áreas de 1cm2

na página inferior dos folíolos

sobre a nervura central

2 1

NÍVEL DE CONTROLE

Para o micro-ácaro Calacarus heveae:

0,5 ÁCARO/CM2

Para o ácaro-vermelho Tenuipalpus heveae:

1,0 ÁCARO/CM2

Definidos com base no desfolhamento

Não se deve fazer pulverização preventiva.

Pulverizações devem sempre ser feitas após a

constatação da presença da praga.

Algumas variações:

Brevipalpus sp. em cafeeiro

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

Mancha-anular-do-cafeeiro

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

Mancha-anular-do-cafeeiro

Em cafeeiro Brevipalpus sp. está associado à doença

denominada mancha-anular-do-cafeeiro, causada pelo

Coffee ringspot virus – CoRSV.

Recomendação de controle:

Se no momento da colheita for detectada a presença dos

sintomas da virose, fazer uma pulverização com acaricida

(no talhão) após o final da colheita, para eliminar os

ácaros presentes.

Fazer uma segunda aplicação (no talhão) no início da

próxima frutificação (fase de chumbinho).

Calacarus heveae em seringueira

A seringueira perde totalmente suas folhas em julho.

Em agosto-setembro há um reenfolhamento total da planta.

Calacarus heveae infesta as plantas de seringueira a

partir de dezembro-janeiro.

Abamectina (Vertimec) é um acaricida com ação

translaminar: penetra na folha em que foi

pulverizado, mas não é sistêmico, não circula na

planta.

A penetração da abamectina é melhor quando a

pulverização é feita em folhas novas. Ela irá

retardar o ataque dos ácaros nas folhas

pulverizadas. Eles serão detectados provavelmente

a partir do final de fevereiro.

Recomendação de controle:

Aplicação de abamectina no momento do

reenfolhamento das plantas em agosto-setembro.

Aplicação complementar de um acaricida de

contato quando for constatada a presença dos

ácaros (provavelmente no final de fevereiro)

Problema que pode ocorrer:

Se houver uma infestação de oidio (doença fúngica) nas folhas novas poderá haver um grande desfolhamento e as plantas reenfolharão novamente.

Neste caso a pulverização com abamectina será perdida.

O clone PB 235 é muito suscetível a oidio e portanto o uso da abamectina não é recomendável.