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Modernidade e Envelhecimento 5º Semestre – Serviço Social Profª Maria Aparecida

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Modernidade e Envelhecimento 5º Semestre – Serviço Social

Profª Maria Aparecida

Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da população brasileira vem experimentando paulatinos declínios, intensificando-se juntamente com as quedas mais pronunciadas da fecundidade1. No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado “crescimento zero”.

A partir 2039 serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. Vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295 milhões de pessoas e não nos 189,6 milhões divulgados pelo IBGE.

No Censo passado, realizado há dez anos, o número de idosos era de 14,5 milhões (8% da população total). Hoje, o Brasil tem 18 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, o que já representa 12% da população brasileira. Apesar desse crescimento significativo de idosos, o dado mais relevante é que somos, pela primeira vez na história recente, uma nação cuja maior parcela da população é predominantemente adulta e em idade ativa, ou seja, um em cada cinco brasileiros tem entre 20 e 29 anos de idade, o que significa dizer que por duas décadas o país terá as condições propícias para se desenvolver já que estará no auge da sua força produtiva, enquanto as crianças e os idosos (ambos dependentes daqueles que trabalham) representarão um porcentual menor na população.

A expectativa de vida do brasileiro nascido em 2010 alcançou 73,4 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010). Ao ser comparada com os dados de 1960, quando a perspectiva era de que o cidadão vivesse 48 anos, a esperança de vida do brasileiro tem um aumento de 25,4 anos.

Os dados do IBGE também mostraram que o número

médio de filhos por mulher caiu de 6,3, em 1960, para 1,9, em 2010. Segundo o levantamento do instituto, isso indica que a população brasileira está mais envelhecida. A parcela de idosos (65 anos ou mais) passou de 2,7% (1960) para 7,4% (2010).

O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade, e é acompanhado por mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração. Estima-se que, atualmente, cerca de 1 milhão de pessoas cruza a barreira dos 60 anos de idade, a cada mês, em todo o mundo e que até 2025, a população idosa mundial crescerá 2,4% ao ano, contra 1,3% de crescimento anual da população terrestre em sua totalidade. Na América Latina, entre 1980 e 2025, aumento de 217% da população total, enquanto que o aumento da população acima de 60 anos deverá ser de 412%. No ano 2025 o Brasil terá a 6ª população de idosos em termos absolutos. Estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a representar quase 13% da população total

Em 2050, o Brasil terá 7 milhões de mulheres a mais do que os homens. Como conseqüência da sobremortalidade masculina, as razões de sexo vêm diminuindo paulatinamente no Brasil. Em 1980, para cada grupo de 100 mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observam 97 homens para cada 100 mulheres e, em 2050, espera-se que a razão de sexo da população fique por volta de 94%. Dessa forma, verificam-se elevações no excedente feminino na população total que, em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões.

Vida média do brasileiro chegará ao patamar de 81 anos em 2050

Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem no sentido de elevar a média de vida do brasileiro (expectativa de vida ao nascer) de 45,5 anos de idade, em 1940, para 72,7 anos, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Segundo a projeção do IBGE, o país continuará galgando anos na vida média de sua população, alcançando em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).

Segundo dados do SESC/SP e da Fundação Perseu Abramo/SP cerca de 50% da população idosa no Brasil, com idade acima de 60 anos, possui apenas o primeiro grau, ou seja, cursaram somente da 1ª a 8ª série. Com relação ao 2º grau, apenas 26% das pessoas idosas conseguiram completar. Por fim, somente 12% da população idosa no Brasil conseguiram concluir o ensino superior, ou seja, alcançaram o diploma universitário.

A baixa escolaridade limita o usufruto de bens e produtos culturais, impede uma boa carreira profissional, reduz os salários e limita também a defesa dos próprios direitos. Isso se constitui num dos principais fatores de exclusão social.

É importante que se garantam a todos os idosos, independentemente do grau de escolaridade, o acesso à educação ao longo de toda a velhice, aí incluídos o domínio de novas tecnologias e a participação, juntamente com as demais gerações, na produção e na difusão de bens culturais.

A problemática do idoso não representa apenas uma questão social para eles próprios, pois o aumento gradativo alto desse grupo e os efeitos do seu isolamento, são circunstâncias que afetam a Sociedade Brasileira e já mobilizam importantes setores na busca de construção e efetivação de políticas sociais que atendam a essa camada de população.

O crescimento de idosos numa população é altamente significativo para a elaboração de uma política social. A velhice, tem um custo social elevado na medida em que determina a manutenção do salário-aposentadoria, pensões e outras formas de auxílios financeiros e de assistência social e à saúde, por tempo mais prolongado.

A política social de atenção ao idoso deve mantê-los fora do ambiente institucionalizado, desde que tenha condições para isso, desenvolvendo ações que resgatem o nível econômico dos idosos, como também o aumento significativo da remuneração dos que estão aposentados no sentido de oferecer uma forma digna de vida ao idoso e aqueles vão envelhecer.

A sociedade se preocupa com o engajamento dos indivíduos nas atividades produtivas, porém não assumiu como sua responsabilidade a preparação para a inatividade. As sucessivas transformações sociais a que foram submetidas todas as sociedades, acabaram por conduzir os idosos, sobretudo os aposentados, a situações de absoluto desprestígio e isolamento. As consequências psicoemocionais desse isolamento são facilmente perceptíveis, fato diante do qual a sociedade se cala e se omite.

A nova concepção da terceira idade como etapa particular do ciclo de vida, sujeita a limites e possibilidades, exige políticas sociais específicas, com o objetivo de integrar o idoso ao meio. Trata-se de responsabilizar a todos os segmentos da sociedade para responsabilidade que tem de favorecer a independência dos idosos pela manutenção da sua autonomia, do limite máximo de suas responsabilidades, independente do grau de dificuldades particulares que possam apresentar.

Envelhecer com qualidade de vida será o principal desafio, com a redução das famílias, a probabilidade de as pessoas idosas terem com quem morar/ficar será cada vez menor.

É necessário compreender uma política para idoso em uma política social amplo de atendimento a outras idades, diminuindo a questão das desigualdades.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0512201020.htm

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,brasil-deve-se-preparar-para-envelhecimento-da-populacao

http://www.segs.com.br/censo-2010-envelhecimento-da-populacao

www.ibge.gov.br – Comunicação Social

MALTEMPI, Maria Ângela Cabanilha – Envelhecimento Populacional