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USO DE PRONTUÁRIO ELETRÔNICO NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
PIRES, Juliano 1
MATA, Kellen Cristina Vieira da 2
RESUMO
Com os avanços na área da Técnologia e Informação (T.I.), o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) ganha destaque por surgir no anseio por um sistema que integrasse informações administrativas e clínicas do paciente, no âmbito da área da Saúde. Sendo o PEP uma ferramenta de trabalho na atualidade de grande importância, visto que a utilização facilita na rotina dos registros de informação do atendimento ao paciente, assim como os procedimentos ao qual foi submetido, ajudando significativamente no envio de dados para o setor de faturamento, e ainda construindo um Banco de Dados importante para consultas epidemiológicas. Realizou-se está pesquisa bibliográfica, com o objetivo de alertar quanto ao potencial do PEP estar contribuindo para a melhoria assistencial hospitalar, nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI), também para otimização no uso de recursos financeiros e recurso humanos. Conclui-se que o investimento é a principal dificuldade encontrada, assim como a falta de uma política pública voltada ao financiamento da implantaçao, manutenção, desenvolvimento do software de PEP, são dificuldades apresentada nesta pesquisa, assim como, poucos artigos encontratos nesta área de pesquisa.
Palavras-chave: Prontuário Eletrônico do Paciente, Sistemas de informações,
Banco de Dados, Faturamento, Segurança de informações.
1Graduação no Curso de Enfermagem pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT/2003); Pós-Graduação em Saúde Pública pela Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBEPEX/2005); e-mail: [email protected] orientador: Graduada no Curso de Enfermagem na Universidade Católica de Goiás (PUC-GO/2007); Pós-Graduação em Licenciatura Plena pela Universidade Católica de Goiás (PUC-GO/2007); Pós-Graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Católica de Goiás (PUC-GO/2008); Pós-Graduação em Educação Profissional na Área de Saúde (FIOCRUZ/2009); Pós-Graduação em Rede de Gestão ao Cuidado ao Paciente Crítico (Sírio-libanês/2010); Pós-Graduação em Auditoria em Sistemas de Saúde (PUC-GO/2011); Pós-Graduação em Metodologias e Gestão em Educação a Distância (Anhanguera Educacional/2013); Pós-Graduação em Aperfeiçoamento em Vigilância do Óbito Materno, Infantil, Fetal e Atuação Comitês de Mortalidade (FIOCRUZ/2014); Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho (Anhanguera Educacional/2017);
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Mestrado pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – São Paulo (SOBRATI-SP/2018); e-mail: [email protected]
With the advancements in the area of the Technology and Information (T.I), the Electronic Handbook of the Patient gained (PEP) stands out because of appearing in the longing for a system that was integrating administrative and clinical information of the patient, in the context of the area of the Health. When the PEP is a work tool in the present of great importance, since the use is careless in the routine of the registers of information of the service to a patient, as well as the proceedings to which it was subjected, helping meaningfully in sending data for the turnover sector, and still building an important Bank of Data for consultations epidemiological it carried out that bibliographical inquiry is, with the objective to alert as for the potential of the PEP to be contributing to the improvement care hospital, in the Unities of Intensive Therapies (ICU), also for optimization in the use of financial resources and resource human. It ends that the investment is the main considered difficulty, as well as the lack of a public politics turned to a financing of the introduction, maintenance, development of the software of PEP, there are difficulties when it was presented in this search as well as, few articles found in this research area.
Keywords: Electronic Patient Chart, Information Systems, Database, Revenues, Information Security.
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INTRODUÇÃO
A informática é um recurso tecnológico atual em constante expansão,
apresentando-se como uma área inovadora que facilita o acesso às informações.
(LIMA et al., 2011 apud OLIVEIRA, 2005).
Na busca por um modelo assistencial que utilize a informação com
características fundamentais para a organização, surge o prontuário eletrônico do
paciente (PEP), uma estrutura computacional que tem como proposta agrupar os
diversos dados que são produzidos durante o atendimento ao cliente por diferentes
profissionais da equipe de saúde. (LIMA et al., 2011 apud MORAES, 1994)
Em 1991, o Institute of Medicine dos Estados Unidos, encomendou um estudo
com o objetivo de definir o PEP, além de propor medidas para a sua melhoria. O
resultado desse estudo, publicado no livro “The Computer-based Patient Record - An
Essential Technology for Health care”, trouxe novos conceitos, direcionou ações e
definiu metas para a melhoria dos prontuários. (LIMA et.al., 2011 apud DICK,
STEEN e DETMER, 1997)
Ainda segundo Lima et al. (2011), devemos entendê-lo como uma estrutura
eletrônica, onde há o armazenamento de informações sobre a condição de saúde da
pessoa ao longo da vida, além dos tratamentos e cuidados prescritos e recebidos na
instituição.
Segundo o Conselho Federal de Medicina Brasileiro (BRASÍLIA, 2003, p.184),
o prontuário pode ser entendido como:“Um documento único, constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.
Segundo Cintra et al. (2012), conforme citado por Carvalho (1997), o setor
público, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é o principal financiador das
internações hospitalares no Brasil. As informações geradas em decorrência das
internações vão constituir o Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIH/SUS). A alimentação dos dados provém dos formulários de Autorização de
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Internação Hospitalar (AIH) e após processamento são disponibilizadas em nível
nacional.
É por meio da AIH que os hospitais realizam o faturamento da produção, a
qual é apurada de acordo com o valor e o código da tabela SUS, compondo assim
os valores que serão recebidos pelos procedimentos realizados. (CINTRA et al.,
2012)O setor público, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é o principal financiador das internações hospitalares no Brasil. As informações geradas em decorrência das internações vão constituir o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). A alimentação dos dados provém dos formulários de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e após processamento são disponibilizadas em nível nacional. (CINTRA et.al., 2011 apud CARVALHO, 1997, p.3044).
Embora seja possível observar iniciativas por parte do Ministério da Saúde
(MS) visando à disponibilização dos bancos de dados para que sejam realizadas
consultas, no prazo de dois meses, em média, da sua execução. Em virtude deste
lapso temporal, a informação pode se tornar inócua e desatualizada,
comprometendo a decisão do gestor. Além disso, os sistemas carecem de
integração e compatibilização dos dados, pois as informações contidas tanto no
sistema ambulatorial, quanto no hospitalar, não podem ser cruzadas porque não há
um único cadastro. (CINTRA et al., 2012)
Ainda segundo Cintra et al. (2012), no Brasil, a temática relativa ao PEP
(Prontuário Eletrónico do Paciente) ganhou força no meio universitário em meados
da década de 1990, culminando em algumas iniciativas isoladas. Em 1999, por ação
do Ministério da Saúde, um conjunto mínimo de informações que devem constar
num prontuário eletrônico é proposto, visando permitir a integração dos diversos
sistemas e fortalecer sua implementação.
Alguns anos mais tarde, em 2002, o Conselho Federal de Medicina reconhece
o prontuário eletrônico como uma forma legítima de armazenamento de dados
relativos aos pacientes. Na realidade, inclusive hodiernamente, a informatização de
ações administrativas, como marcação de consultas, cadastro de pacientes e
reembolso de despesas, já é observada em diversas instituições; entretanto, a
substituição integral do prontuário de papel ainda não constitui uma proposta
palpável em nível nacional, observando-se, na maioria das vezes, uma
implementação parcial (PEGO; WEREBE, 2010).
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Em 2007, por meio de sua Resolução 1.821, o CFM:“Aborda as normas técnicas acerca da digitalização dos prontuários e o uso de sistemas informatizados, assim como autoriza, mediante alguns critérios, a eliminação do papel. Segundo esta resolução, os prontuários digitalizados devem ser controlados por um sistema especializado de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) e devem obedecer aos requisitos do NGS2 (Nível de Garantia de Segurança 2) do Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde (S-RES) da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), só podendo ser eliminados os prontuários de papel após análise pela Comissão de Revisão de Prontuários. Na realidade, somente os sistemas de documentação eletrônica em conformidade com o NGS2 atendem a tais especificações, de modo a não necessitar da impressão do prontuário em papel. Há também o estabelecimento da guarda permanente dos prontuários arquivados eletronicamente, ao passo que os prontuários de papel que não foram digitalizados possuem guarda mínima de 20 anos.” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFORMÁTICA, 2013, p.9)
Na literatura, há autores que alertam para a deficiência de pesquisas mais
robustas no que diz respeito aos riscos e ao custo-benefício da implementação
destes sistemas (ALMEIDA et al., 2016).
Este estudo teve como objetivo alertar quanto ao potencial que os sistemas de
informações e o uso prontuário eletrônico do paciente estão contribuindo para a
melhoria assistencial e também para otimização de recursos financeiros e humanos,
identificando os problemas relacionados a implantação e implementações do uso do
prontuário eletrónico nas unidades de terapias intensivas na rede pública de saúde
e assim contribuir para uma discussão quanto aos recursos financeiros investidos
em infraestrutura de rede de informática e implantação do prontuário eletrônico do
paciente nas unidades de terapias intensivas.
1.OBJETIVOS
1.1 Objetivo Geral
Analisar o uso do prontuário eletronico, enfatizando os sistemas de informação e
otimização dos recursos finaceiros e humanos nas unidades de terapaia Intensiva
nas redes publicas de saúde.
1.2 Objetivos Específicos
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Discutir sobre os investimentos em tecnologia da informação na
infraestrutura de rede, Hardware e no desenvolvimento e manutenção de Software;
Identificar os problemas relacionados a implantação e implementações do
uso do prontuário eletrónico;
Descrever a importância da segurança e confidencialidade do PEP.
2. MATERIAIS E MÉTODO
2.1 Tipo de Estudo
O presente estudo foi realizado através de revisão bibliográfica, com
abordagem descritiva exploratória. Esse tipo de pesquisa tem por finalidade
investigar as diferentes contribuições cientificas sobre determinado tema, de forma
que o pesquisador possa utilizá-la para confirmar, confrontar ou enriquecer suas
proposições. (SILVA, 2012)
2.2 Campo de estudo
Foi realizada uma análise e seleção criteriosa sobre o assunto, através da
busca de publicações e materiais científicos.
Foi realizada uma busca com as seguintes palavras-chaves: Prontuário
Eletrônico Paciente, Sistemas de informações, Banco de Dados, Faturamento,
Segurança de informações.
2.3 Amostra População
Os objetos de nossa pesquisa são os artigos, publicados em periódicos
nacionais, internacionais. O presente estudo foi realizado com base em literaturas,
como sites revistas e artigos científicos.
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2.4 Coleta de dados
O presente estudo foi realizado nos portais: LILACS, BIREME, SCIELO e
MEDLINE. Os dados foram coletados durante dois meses.
2.5 Critérios de inclusão
Como critério de inclusão foram utilizados nesta pesquisa somente artigos
entre os anos 2008 e 2018.
2.6 Critérios de exclusão
Os critérios de exclusão adotados foram de artigos anteriores ao ano de 2008.
2.7 Análises dos dados
A análise das informações que serão descritas neste trabalho, segundo
Minayo (1996), possui finalidades, como as do tipo: estabelecer uma compreensão
dos dados coletados; confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder
às questões formuladas; ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado,
articulando-o ao contexto cultural do qual faz parte.
Em seguida serão analisados de forma descritiva, como base para uma
análise crítica.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Prontuário Eletrônico
De acordo com o Institute of Medicine, divisão da United States National
Academies, o PEP pode ser definido como “um registro eletrônico de paciente que
reside em um sistema especificamente projetado para dar apoio aos usuários
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através da disponibilidade de dados completos e corretos, lembretes e alertas aos
médicos, sistemas de apoio à decisão, links para bases de conhecimento médico, e
outros auxílios”. (ALMEIDA et al., 2016)
No Brasil, a informatização hospitalar acompanhou a evolução do modelo
empresarial, à medida que os custos relacionados à computação reduziam, outros
sistemas foram desenvolvidos. Somente na década de 90 houve a implantação de
sistemas de informação voltados para a assistência aos pacientes (JENAL; ÉVORA,
2012).Na realidade os primeiros sistemas informatizados de informação hospitalar ainda não apresentavam grande importância clínica, mas, sim, administrativa. Com a evolução desta ferramenta, partes do prontuário passam a ser integradas neste sistema, constituindo um esboço inicial de uma finalidade clínica. Na década 1970, nos Estados Unidos, surgem os primeiros sistemas de Prontuários Eletrônicos do Paciente (PEP)” (ALMEIDA et al.,2016,p.522).
Diferentes autores citam desvantagens, tanto lógicas quanto práticas, dos
prontuários de papel em relação ao eletrônico. Ilegibilidade, ambiguidade, perda
frequente da informação, multiplicidade de pastas, dificuldade de pesquisa coletiva,
falta de padronização, dificuldade de acesso e fragilidade do material são algumas
delas (ALMEIDA et al., 2016,p.522).”Em seu artigo promove uma discussão sobre o PEP. A autora realiza uma retrospectiva sobre o inicio histórico da implantação e desenvolvimento do PEP, fundamentada nas resoluções do CFM. Apresenta também as vantagens e desvantagens advindas do seu uso.Como vantagem refere-se ao acesso mais veloz às informações, o uso simultâneo, legibilidade, eliminação da redundância de dados e pedidos de exames, eliminação da redigitação de informações, organização mais sistemática, melhoria da efetividade do cuidado e melhores resultados dos tratamentos. Como desvantagem a autora cita a necessidade de grandes investimentos de hardware, software e treinamento, resistência dos profissionais de saúde ao uso de sistemas informatizados e ocorrência de falhas que podem deixar o sistema inoperante”.
Uma das grandes vantagens da utilização do registro eletrônico aliado ao
PEP estudados pelo HCRP é o fato de ser possível a eliminação de impressão de
documentos médicos em papel (PELLISON et al., 2015).
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3.2 SEGURANÇA
Segurança e confidencialidade são pontos críticos que envolvem a adoção do
PEP. Apesar disso, os avanços na segurança de transações na internet, necessários
também ao mercado financeiro, conferem certa confiança aos sistemas eletrônicos.
Porém, neste contexto, a inexistência de uma legislação específica que determine os
requisitos básicos de segurança, assim como as penalidades para infrações
dificultam o desenvolvimento desta tecnologia. A padronização dos sistemas
operacionais e da terminologia utilizada, importante para o intercâmbio e a
comunicação eficazes, também representa um grande desafio a ser solucionado
(COSTA apud ALMEIDA et al., 2016).
Almeida et al., 2016, para Costa apud (2001, p.173), “é muito mais fácil se
entrar no Serviço de Arquivamento Médico (Same) de um hospital, ler um prontuário,
ou mesmo roubá-lo, do que invadir um prontuário eletrônico que possua um sistema
de segurança razoável”.“Os limites de acesso a essa informação ainda são questionáveis e complexos, como discutido sobre a questão da segurança; pensar que o setor administrativo de um hospital não deva ter acesso a informações médicas de um paciente parece algo razoável e possivelmente seria a opinião compartilhada pela maioria (embora isto ainda não seja uma realidade em muitos hospitais); todavia, quais seriam os limites do acesso à informação quando se trata de médicos, médicos residentes, estudantes da área da saúde, equipe de enfermagem? Quais seriam as fronteiras sobre aquilo a que apenas o médico assistente teria acesso e aquilo a que os demais profissionais de saúde teriam? Essas questões ficam ainda mais difíceis de responder se pensarmos nas instituições de ensino, nas quais o acesso aos registros é ainda menos regulamentado”.
Quanto à segurança dos softwares utilizados, um ponto relevante ocorre no
estabelecimento de um selo de qualidade, expedido pelo CFM e pela SBIS. A
certificação SBIS-CFM, projeto iniciado em 2002, objetiva aumentar a segurança da
informação armazenada, um dos principais pontos da certificação, e criar
regulamentos e normas, além de melhorar a qualidade dos sistemas de informação
em saúde, mediante a verificação da conformidade do software aos requisitos
obrigatórios predefinidos. Além disso, reforçou-se a obrigatoriedade do uso de
certificação digital, ou assinatura eletrônica, para a validade ética e jurídica de um
PEP/RES (ALMEIDA et al., 2016).
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Com o PEP integrado a um leitor de código de barras ao pé do leito, é
possível assegurar que a medicação correta seja administrada ao paciente correto,
na dose correta e no horário correto. Mais ainda, os sistemas PEP podem alertar os
médicos quanto a alergias de pacientes, posologia de fármacos e duplicidade
(FUMIS et al., 2014).“Os erros podem ocorrer em qualquer estágio do processo de medicação, desde a ordem médica para administrar os medicamentos. Assim, qualquer profssional de saúde envolvido na medicação do paciente pode ser o responsável. O prontuário eletrônico do paciente (PEP) reduz em mais de 50% a incidência dos erros de medicação, especialmente quando se utiliza tecnologia de código de barras para verifcação de que a medicação correta seja administrada ao paciente correto. O PEP também permite que as informações sejam apresentadas em uma forma estruturada (dose, via de administração e intervalo) e que sejam legível e eletronicamente acessíveis a todos os membros da equipe. Além disso, os profssionais de saúde podem facilmente verifcar as ordens médicas quanto a interações medicamentosas, erros posológicos, efeitos colaterais e reações alérgicas” (FUMIS et al., 2014, p. 2).
O benefício imediato do PEP é a precisão da prescrição, melhorando a
segurança do paciente, além de poupar a enfermagem e os farmacêuticos da
necessidade de decifrar a letra difícil de determinados médicos (FUMIS et al., 2014).
3.3 INVESTIMENTO
Além dos investimentos citados em hardware e software, tem-se o “impacto
orçamentário causado pela implantação de assinatura digital”, conforme Pellison et
al., (2015) um estudo desenvolvido no hospital das clinicas de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, um dos poucos artigos que citam a certificação digital e
assinatura digital do prontuário eletrônico do paciente.
“O Certificado Digital é uma assinatura digital com validade jurídica, ou seja, é um arquivo de computador que identifica uma pessoa física ou jurídica no mundo digital, que garante proteção às transações eletrônicas e outros serviços via internet, permitindo que pessoas e empresas se identifiquem e assinem digitalmente de qualquer lugar do mundo com mais segurança e agilidade. Segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), o certificado digital é um documento eletrônico que contém o nome, um número público exclusivo denominado chave pública e muitos outros dados que mostram quem somos para as pessoas e para os sistemas de
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informação. A chave pública serve para validar uma assinatura realizada em documentos eletrônicos” (Pellison, et al. 2015, p.59).
De acordo com a licitação realizada pelo Hospital (HCFMRP/USP), temos os
seguintes custos para o certificado digital. (Tabela 2) (PELLISSON et al., 2015)
Tabela 2: Quantidades e custos para a aquisição e renovação dos Certificados Digitais.
Número total de Certificados Comprados: 5.036
Custo total (em R$) dos Certificados comprados Custo (em R$) de cada Certificado Número de Certificados Utilizados
Custo (em R$) dos Certificados Utilizados Custo de renovação de 1 certificado
R$ 247.006,68R$ 49,05
4300R$ 210.907,21
R$ 49,05Fonte: Análise do Impacto orçamentário causado pela implantação de assinatura digital no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Elaboração própria.
Em relação às desvantagens nomeiam os grandes investimentos financeiros
e de treinamento, a possibilidade do usuário não se acostumar com o uso da
informática, demora na verificação dos reais resultados referentes à implantação e
dificuldades quando há inoperância temporária do sistema. (JENAL; ÉVORA, 2012)
3.4 FATURAMENTO
Faturamento é o “conjunto dos recebimentos expressos em unidades
monetárias, obtidos por uma empresa com a venda de bens ou serviços em
determinado período” (ZUNTA; CASTILHO, 2011).
O pagamento da assistência de enfermagem, dentro das instituições
hospitalares, encontra-se incluído nas diárias ou em taxas de procedimentos
(ZUNTA; CASTILHO, 2011).“Os procedimentos realizados pela enfermagem foram responsáveis por 15,1% do faturamento total da UTI, sendo, em média, 11,3% oriundo do faturamento da prescrição de enfermagem e 3,8% da prescrição médica. Demonstrar o quanto a enfermagem contribui para o faturamento dos hospitais é informação essencial para os gestores de enfermagem, pois é argumento importante para a obtenção de recursos e garantia de cuidado seguro” (ZUNTA; CASTILHO, 2011, p.1).
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A AIH é composta por um conjunto de variáveis: identificação do paciente,
caracterização do hospital, recursos pagos pela internação, natureza do evento,
tempo de internação e o destino do paciente ou motivo saída (CINTRA et al., 2012).
“Assim, conclui-se que o Sistema de Informação Hospitalar (SIH) é uma ferramenta potencial, à medida que se façam ajustes, para que os dados possam ser usados de forma regular e contínua, permitindo, como consequência, melhor avaliação e controle das informações prestadas. Afinal, as informações produzidas pelo setor de faturamento são de fundamental importância, pois demonstram a produção realizada na instituição, facilitando tanto a verificação de pontos de estrangulamento, como a detecção de desperdícios e a correção de procedimentos que prejudiquem as ações e os serviços de saúde, os quais são voltados à melhoria devida da população” (CINTRA et al., 2012, p.3052).
Embora se aponte que enfermagem apresente contribuição importante para o
aumento do faturamento hospitalar, não há, no entanto, nenhum estudo que mostre
o percentual desse faturamento numa organização hospitalar, tanto na literatura
nacional como internacional (ZUNTA; CASTILHO, 2011).
3.5 BANCOS DE DADOS
Ao analisar os Sistemas de Informações em Saúde (SIS), observa-se que o
sujeito está fragmentado dentre as diversas bases de dados em saúde existentes,
tornando-os desconexos (CINTRA et al., 2012).
O desenvolvimento de bases de dados de alta qualidade é amplamente
reconhecido como uma necessidade atual na terapia intensiva, com a fnalidade
de avaliar os desfechos e os processos dos cuidados prestados aos pacientes
críticos (ZAMPIERI et al., 2017).“Nos anos recentes, o desenvolvimento e o crescimento da base de dados Epimed Monitor ICU Database®, que é um sistema de gestão de UTI baseado na nuvem, combinou os dados de mais de 1.300.000 admissões à UTI desde 2009 e, atualmente, cobre cerca de 30% de todos os leitos de UTI para adultos no Brasil. Isto representa um grande potencial para gerar estudos clínicos importantes, que podem contribuir para melhorar o conhecimento a respeito da epidemiologia da doença crítica no Brasil, assim como colaborar para a avaliação de fatores de risco específcos para desfechos indesejáveis. Além de ser uma ferramenta para gestão da UTI,
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estas bases de dados estão em uma posição singular para permitir melhor compreensão das tendências seculares, assim como de certas doenças” (por exemplo, diagnósticos raros, pandemias, entre outras” (ZAMPIERI et al., 2017, p. 419).
A distribuição geográfica das UTIs participantes até o fnal de 2016 (598
unidades em 318 hospitais, totalizando 8.160 leitos de UTI) é apresentada na figura
1. As cinco regiões brasileiras estavam representadas na base de dados, sendo que
as unidades se concentravam principalmente na Região Sudeste (ZAMPIERI et al.,
2017).
Figura 1 - Cidades com Epimed Monitor ICU Database® no Brasil. Trata-se de um gráfico estatístico em duas dimensões aplicado sobre o mapa do país. (ZAMPIERI et al., 2017)
A avaliação dos resultados salienta diversos pontos importantes nas
tendências da doença crítica no Brasil, como a diminuição nas admissões por
causas cardiovasculares e o aumento nas admissões por sepse (ZAMPIERI et al.,
2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) sendo uma realidade na
assistência em saúde, não há evidências de estudos voltados de sua ampla
utilização nos Hospitais que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS), pois há
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evidência comprovadas de utilização de Sistemas de Informações sem a integração
ao PEP. Enquanto na maioria da rede privada de saúde há maior utilização do PEP
com importante formação de Bancos de Dados dos seus pacientes.
Comprova-se que há ainda muitas dificuldades quanto aos investimentos
necessários para implantação do PEP nos Hopitais Públicos e suas respectivas UTI.
Visto que não há nenhuma política pública voltada para realizar investimentos em
Software e Hardware nos setores da Tecnologia da Informação (T.I.) em hospitais
públicos, assim como a manutenção do PEP e sua infraestrutura de funcionamento
e desenvolvimento.
As informações dos Bancos de Dados apresentados na pesquisa são de
informações geradas tanto na rede privada quanto a rede pública de saúde, sendo
na maioria formada pela rede privada.
O PEP é uma ferramenta de trabalho facilitadora juntos aos profissionais que
atuam nas UTI’s, o estudo realizado comprova que mesmo com as dificuldades de
implantação e desenvolvimento dos software de PEP, em muitos hospitais públicos
quando está em pleno funcionamento são aprovados pela suas equipes de trabalho.
O desevolvimento de vários software de PEP, e falta de padronização dos
mesmos serão uma dificuldade na formação e na migração de dados para um único
Banco de Dados Nacional do Ministério da Saúde.
Com o uso cada vez maior da Tecnologia da Informação e PEP, sendo
comumente disseminados mundialmente, os Bancos de Dados que se formam são
inúmeros, pois não estão interligados entre si, pesquisas relatam que há tendências
de padronização das informações, porém já existem Banco de Dados de instituições
e planos de saúde privados como boas fontes de pesquisa.
Há poucos estudos que apresentam o tema Faturamento do Sistema Único
de Saúde relacionado com uso de PEP, devido esta dificuldade apresentada não foi
possível aprofundar e destacar o quanto o sistema de informação pode contribuir
para melhorias de receitas financeiras, principalmente na conjuntura de crise
econômica do Sistema de Saúde Público, conforme um estudo de caso no Hospital
Universitário da Grande Dourados, e outros benefícios que seriam gerados junto as
receitas orçamentárias das instituições Hospitalares e suas respectivas Unidades de
Terapias Intensivas, o que também não foi destacado nos artigos.
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Ressalto a dificuldade encontrada para realização da pesquisa foi o déficit de
literatura na área, destacando a relevância deste trabalho.
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