modelo cautelar

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE PETRÓPOLIS/RJ GRERJ ELETRONICA MALUCA COMERCIO DE ROUPAS LTDA EPP, empresa inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0009-10, com endereço na Rua Coronel Venusiano Magalhaes, nº 934, Castelo, CEP: 25000-006 – Petrópolis - RJ, por seus advogados ao final assinado, constituído de conformidade com o instrumento de mandato (doc. anexo), com escritório profissional na Rua Prof. nº75., na Cidade de Petrópolis - RJ, onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente à presença de V. Exa, nos termos dos artigos 796 e seguintes do CPC, propor a presente 1

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MEDIDA CAUTELAR INOMINADA CONTRA A TELEMAR PARA REPARO EM LINHA TELEFONICA

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DA COMARCA DE PETRPOLIS/RJ

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CVEL DA COMARCA DE PETRPOLIS/RJ

GRERJ ELETRONICAMALUCA COMERCIO DE ROUPAS LTDA EPP, empresa inscrita no CNPJ sob o n 12.345.678/0009-10, com endereo na Rua Coronel Venusiano Magalhaes, n 934, Castelo, CEP: 25000-006 Petrpolis - RJ, por seus advogados ao final assinado, constitudo de conformidade com o instrumento de mandato (doc. anexo), com escritrio profissional na Rua Prof. n75., na Cidade de Petrpolis - RJ, onde recebe intimaes e notificaes, vem, respeitosamente presena de V. Exa, nos termos dos artigos 796 e seguintes do CPC, propor a presenteMEDIDA CAUTELAR INOMINADA COM PEDIDO DE CONCESSO DE LIMINARem face de TELEMAR TELECOMUNICAES DO RIO DE JANEIRO, empresa com sede na Rua Marechal Deodoro, n 39 Centro, Petrpolis RJ ,CEP.: 25.620-150, pelas razes de fato e de direito que passa a expor:

1. DO OBJETO

Pretende a Autora, em sede de concesso de liminar: que a R seja compelida a reparar defeito na linha telefnica fixa no endereo da Autora, em caso de no promover o reparo, obrigada ao pagamento de multa diria, uma vez que a prestao de tal servio essencial realizao do trabalho da Autora.

Aps breve relato do objeto, passa-se aos fatos.

2. DOS FATOS

Em 10/03/2015 a Autora entrou em contato com a R, (protocolo), informando defeito na linha telefnica (no fazia, nem recebia ligao e no podia usar maquina de carto de crdito) em ponto comercial na na Rua Coronel Venusiano Magalhaes, n 934, e que para o sucesso do seu negocio necessitava de reparo na linha telefnica fixa (24) 2221-1208.Registre-se que as reclamaes foram feitas reiteradas vezes, inclusive com a gerao dos seguintes protocolos: O registro das reclamaes tambm podem demonstradas atravs de gravao de udio, onde se verifica que a R promete enviar tcnicos ao local, e at a presente data a linha encontra-se com defeito, sem qualquer justificativa.

Como se sabe as vendas efetuadas atravs do dinheiro de plstico (cartes de dbito/crdito), representa parte significativa das vendas no comercio em geral.

Dito isto, vejamos a importncia dos comerciantes terem em suas lojas as maquinas que faturam as vendas no carto de crdito/dbito junto ao mercado de cartes brasileiro.

Nos ltimos 9 meses, as transaes com carto de crdito cresceram 21,5%, enquanto o volume total de operaes de crdito para pessoas fsicas cresceu cerca de 12% o crescimento de transaes movimentadas com os cartes foi quase 4 vezes maior do que a evoluo no perodo do cheque especial, o ano de 2003 foi fechado com 47,5 milhes nmero de cartes,1.285 milhes de nmero de transaes, movimentando R$87,74 bilhes em valor de transaes

O principal motivo para a linha telefnica ser obrigatoriamente a convencional fixa que somente atravs deste tipo de ligao que se conectam loja e operadora de cartes, ou seja, sem esse tipo de linha fica impossvel faturar vendas por carto de crdito/dbito.

Vale expor, sem as vendas realizadas pelo carto de crdito a loja da Autora est fadada falncia, vez que a maior parte das vendas do comercio concretizada por esse meio eletrnico.

No obstante, as diversas reclamaes, at a presente data a Autora encontra-se sem a linha telefnica, consequentemente impedida de realizar seu trabalho com eficincia.

Certo , a R no cumpre com suas obrigaes e o nico prejudicado at a presente data a Autora.

2 DO DIREITO

2.1 PRESTADORES DE SERVIOS PBLICOS SOB REGIME DE CONCESSO

A ttulo de intrito vejamos o que diz a doutrina relacionada aos servios pblicos:

Com o incio da fase ps-industrial, caracterizada pela era digital onde a tecnologia proporciona mais qualidade de vida para o ser humano, vislumbra-se que o servio pblico colocado disposio do usurio, por mais bsico que seja, cada vez mais importante e essencial para uma existncia digna

A Constituio Federal dispe, em seu artigo 175, que a prestao de servios pblicos incumbncia do Poder Pblico, de forma direta ou sob regime de concesso ou permisso, devendo ser observada a obrigao de manter servio adequado.

Tal artigo deve ser conjugado ao 170 do mesmo diploma legal, que reza, em seus incisos V e VII, o seguinte:

Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios:

V - defesa do consumidor;

VII - reduo das desigualdades regionais e sociais;

Logo, a ordem econmica deve assegurar aa Autora, o efetivo respeito aos seus direitos como consumidor.

O nmero de linhas com defeito no maior endereo comercial de Petrpolis revela desrespeito no s a Autora, como tambm a vrios outros comerciantes que neste momento necessitarem de um telefone instalado em suas lojas.

Assim Preceitua o artigo 6 do Cdigo de Defesa do Consumidor:

Art. 6 So direitos bsicos do consumidor:

X - a adequada e eficaz prestao dos servios pblicos em geral.

Determina, ainda, em seu artigo 22, que os rgos pblicos, por si ou por suas empresas concessionrias, como o caso da TELEMAR TELECOMUNICAES DO RIO DE JANEIRO, so obrigados a fornecer os seus servios, de forma adequada, eficiente, segura e contnua, no caso dos essenciais.

Para o professor Rodrigo Conceio a falha nos servios essenciais afronta os direitos fundamentais, seno vejamos:

muitos doutrinadores consideram todo servio pblico essencial, vez que, pelo simples fato de ser pblico, j carrega consigo o carter da essencialidade. Sendo pblico e essencial, em outras palavras, possui carter real e concreto de urgncia, isto , necessidade concreta e efetiva de sua prestao . A falta ou m prestao dessa espcie de servios, acaba por ir de encontro concretizao da terceira gerao de Direitos Fundamentais, qual seja a dos Direitos de Solidariedade.

J o artigo 2 da Lei n 9.472/97 dita ao Poder Pblico deveres a serem observados na prestao dos servios de telecomunicaes, destacando-se o dever de garantir o acesso e de estimular expanso dos servios, in verbis :

Art. 2 O Poder Pblico tem o dever de: I - garantir, a toda a populao, o acesso s telecomunicaes, a tarifas e preos razoveis, em condies adequadas;

II - estimular a expanso do uso de redes e servios de telecomunicaes pelos servios de interesse pblico em benefcio da populao brasileira;

A seu turno, o inciso I do artigo 3 da Lei n 9.472/97 garante ao usurio o acesso aos servios de telecomunicaes com padres de qualidade e regularidade, em qualquer ponto do territrio nacional.

Por fim, o artigo 63 da Lei n 9.472/97 atribui concessionria, in casu , a TELEMAR TELECOMUNICAES DO RIO DE JANEIRO, a obrigao de universalizao, a qual deve ser regulada pela ANATEL.

A anlise da legislao que dispe sobre a organizao dos servios de telecomunicaes, merece transcrio do artigo 80 da Lei n 9.472/97.

Art. 80. As obrigaes de universalizao sero objeto de metas peridicas, conforme plano especfico elaborado pela Agncia e aprovado pelo Poder Executivo, que dever referir-se, entre outros aspectos, disponibilidade de instalaes de uso coletivo ou individual, ao atendimento de deficientes fsicos, de instituies de carter pblico ou social, b em como de reas rurais ou de urbanizao precria e de regies remotas.

inadmissvel que, na atual conjuntura social do pas, em que a populao em sua absoluta maioria pobre e carente, uma empresa concessionria, a qual tem por obrigao legal de fazer s vezes do Estado em busca do bem-estar social, imponha aos seus usurios-consumidores tamanho entrave na simples aquisio de uma linha telefnica, a Autora v-se forado ao descaso por ser um micro empresrio.

cedio que a reparao cabvel quando o servio prestado defeituoso.O servio considerado defeituoso quando o resultado no corresponde quilo que o consumidor possa esperar, conforme preceitua o 1 do artigo 14 do CDC.

O artigo 14, caput, do CDC, especifica a responsabilidade dos fornecedores de servios em relao aos consumidores, observe-se:

O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos. Original sem grifos

Verifica-se que houve defeito no servio por parte da R, na medida em que a solicitao da Autora no foi atendida, gerando-lhe danos e morais.

3. CONCESSO DE LIMINARJustifica-se a concesso de liminar requerida o fato da empresa-R no ter atendido a solicitao da Autora A fumaa do bom direito se comprova de forma cristalina pelos documentos que se anexa, ou seja, o ltimo protocolo de solicitao da linha telefnica, certo que ningum pode negar que h verossimilhana nas alegaes.

Quanto ao perigo da demora, de percepo clara que a Autora, primeiro, no pode ser privado do servio contratado com base na justificativa de no existir espao na caixa distribuidora, segundo que sem as vendas no carto de crdito/dbito a Autora est fadado a falncia. Pelo exposto, no resta Requerente outra alternativa a no ser recorrer ao Judicirio, atravs da presente medida a fim de ver liminarmente para determinar que a R que promova o reparar o defeito na linha telefnica fixa (24) 2221-1208 no endereo da Autora para o bom funcionamento de seu negocio, sob pena de multa diria a ser arbitrada pelo Juzo da causa.4. DOS PEDIDOS

Face ao exposto, nos termos da Lei n 9.099/95, requer-se sejam:

4.1Confirmados os efeitos da concesso de liminar, determinando a R reparar o defeito na linha telefnica fixa (24) 2221-1208 no endereo da Autora para o bom funcionamento de seu negocio, sob pena de multa diria a ser arbitrada pelo Juzo da causa.4.2Citada a Ru para comparecer em juzo e apresentar contestao a presente ao, sob pena de revelia e confisso.

4.3Declarar por sentena a procedncia da medida cautelar , que desde j se requer, condenando-se a Requerida s cominaes de praxe, tudo, como medida da mais ldima e salutar JUSTIA.

4.4 Determinado a inverso do nus da prova, nos termos do art. 6, inc. VIII do Cdigo de Defesa do Consumidor.

Indica, para fins do artigo 39, I, do C.P.C., o endereo da Rua Professor, n 75, Quarteiro, Petrpolis RJ, requerendo ainda que seja observado pelo Cartrio que todas as publicaes sejam realizadas em nome de NETO, advogado inscrito na OAB/RJ sob o n 18.381.

Protesta pela produo de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental e testemunhal.

D causa o valor de R$ 1.000,00 (Mil Reais).Nestes termos,

Pede deferimento.

Petrpolis, 12 de maro de 2015.

(Fonte: Abecs Associao Brasileira das Empresas de Carto de Crdito e Servios).

CONCEIO, Rodrigo. Dos direitos e garantias fundamentais e a continuidade do servio pblico essencial . Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 146, 29 nov. 2003. Disponvel em: