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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS MOBILIDADE ACADÊMICA EXTERNA 2009 EDITAL N.º 02/2009 ÁREA IV: CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II 29 de novembro de 2009 BOLETIM DE QUESTÕES LEIA COM MUITA ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES SEGUINTES. 1 Este BOLETIM DE QUESTÕES contém a proposta de redação e 40 questões objetivas (8 de Língua Portuguesa, 8 de História, 8 de Geografia, 8 de Filosofia e 8 de Sociologia). Para cada questão objetiva, são apresentadas cinco opções de resposta, identificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E). Apenas uma responde adequadamente à questão. 2 Esta prova está redigida conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). Para a redação, serão aceitas como corretas ambas as ortografias, isto é, a forma de grafar e acentuar as palavras vigente até 31 de dezembro de 2008 e a que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009. 3 Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA destinado à marcação das respostas das questões objetivas e o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO para elaboração do texto definitivo da redação proposta. 4 Confira se a prova está completa e sem falhas, bem como se o seu nome e seu número de inscrição conferem com os contidos no CARTÃO-RESPOSTA e no FORMULÁRIO DE REDAÇÃO. Em caso de divergência, notifique imediatamente o fiscal de sala. Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA. 5 A marcação do CARTÃO-RESPOSTA e a transcrição do texto definitivo da redação no FORMULÁRIO DE REDAÇÃO devem ser feitas com caneta esferográfica de tinta preta ou azul. 6 Não dobre, não amasse, não rasure nem manche o CARTÃO-RESPOSTA ou o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO, bem como não faça qualquer registro fora dos espaços destinados à marcação das respostas e ao texto definitivo da redação. O cartão e/ou o formulário só poderão ser substituídos se contiverem falha de impressão. 7 Quando terminar a prova, entregue ao fiscal de sala este BOLETIM DE QUESTÕES, o CARTÃO-RESPOSTA e o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO e assine a LISTA DE PRESENÇA. Sua assinatura deve corresponder àquela que consta no seu documento de identificação. 8 O tempo disponível para esta prova, incluído o de elaboração da redação, é de cinco horas. Recomenda-se que você não ultrapasse o período de uma hora e meia para elaborar sua redação. Se você for pessoa com deficiência, disporá de 1 (uma) hora a mais para fazer a prova, desde que tenha comunicado previamente a sua deficiência ao CEPS. 9 Reserve os 30 minutos finais destinados à prova para a marcação do CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no BOLETIM DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. __________________________________________________ ______________________ NOME DO(A) CANDIDATO(A) N.º DE INSCRIÇÃO MOBA Externa Edital N.º 02/2009

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS

MOBILIDADE ACADÊMICA EXTERNA 2009 EDITAL N.º 02/2009

ÁREA IV: CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II

29 de novembro de 2009

BOLETIM DE QUESTÕES

LEIA COM MUITA ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES SEGUINTES.

1 Este BOLETIM DE QUESTÕES contém a proposta de redação e 40 questões objetivas (8 de Língua Portuguesa, 8 de História, 8 de Geografia, 8 de Filosofia e 8 de Sociologia). Para cada questão objetiva, são apresentadas cinco opções de resposta, identificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E). Apenas uma responde adequadamente à questão.

2 Esta prova está redigida conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). Para a redação, serão aceitas como corretas ambas as ortografias, isto é, a forma de grafar e acentuar as palavras vigente até 31 de dezembro de 2008 e a que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009.

3 Confira se, além deste BOLETIM DE QUESTÕES, você recebeu o CARTÃO-RESPOSTA destinado à marcação das respostas

das questões objetivas e o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO para elaboração do texto definitivo da redação proposta.

4 Confira se a prova está completa e sem falhas, bem como se o seu nome e seu número de inscrição conferem com os contidos no CARTÃO-RESPOSTA e no FORMULÁRIO DE REDAÇÃO. Em caso de divergência, notifique imediatamente o fiscal de sala. Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do CARTÃO-RESPOSTA.

5 A marcação do CARTÃO-RESPOSTA e a transcrição do texto definitivo da redação no FORMULÁRIO DE REDAÇÃO devem ser feitas com caneta esferográfica de tinta preta ou azul .

6 Não dobre, não amasse, não rasure nem manche o CARTÃO-RESPOSTA ou o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO, bem como não faça qualquer registro fora dos espaços destina dos à marcação das respostas e ao texto definitivo da redação . O cartão e/ou o formulário só poderão ser substituídos se contiverem falha de impressão.

7 Quando terminar a prova, entregue ao fiscal de sala este BOLETIM DE QUESTÕES, o CARTÃO-RESPOSTA e o FORMULÁRIO DE REDAÇÃO e assine a LISTA DE PRESENÇA. Sua assinatura deve corresponder àquela que consta no seu documento de identificação.

8 O tempo disponível para esta prova, incluído o de elaboração da redação, é de cinco horas. Recomenda-se que você não ultrapasse o período de uma hora e meia para elaborar sua redação. Se você for pessoa com deficiência, disporá de 1 (uma) hora a mais para fazer a prova, desde que tenha comunicado previamente a sua deficiência ao CEPS.

9 Reserve os 30 minutos finais destinados à prova para a marcação do CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no BOLETIM DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.

__________________________________________________ ______________________ NOME DO(A) CANDIDATO(A) N.º DE INSCRIÇÃO

MOBA Externa Edital N.º 02/2009

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EDITAL N.º 02/2009

MOBA Externa 2009 2 Humanidades II

LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 8.

ASCENSÃO SEM COTAS A universalização do ensino e o crescimento da econ omia reduziram a desigualdade entre negros e branco s

01 02 03 04 05 06 07 08 09

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28 29 30

O fosso que separa negros e brancos declarados no Brasil se estreitou em um ritmo sem precedentes desde meados da década passada. A diminuição dessa desigualdade pode ser constatada quando se verificam as estatísticas de aumento da renda e de escolaridade, que foi bem mais intenso no caso dos negros do que no dos brancos. A diferença de salários entre eles, ainda grande, encolheu 14% desde 1995. No campo da educação, os resultados são ainda mais expressivos. Antes, apenas dois em cada 100 negros concluíam a faculdade. Agora, sete em 100 obtêm diploma de curso superior – um crescimento de 250%. A proporção de brancos formados cresceu menos: 115%. A redução do analfabetismo também foi maior entre os negros: 74%, contra 60% entre os brancos. A diferença no número de anos que os dois grupos frequentam a escola, vantajosa para os brancos, também diminuiu.

A redução da iniquidade não tem nenhuma relação com a criação de cotas para negros em universidades ou no serviço público. Deve-se a outros fatores, como a universalização da educação fundamental e a melhoria da qualidade do ensino médio oficial. Essas conquistas foram obtidas quando o governo passou a dar prioridade ao ensino básico, o que ocorreu a partir de 1995. A mudança de orientação favoreceu os estratos mais pobres, que concentram a maior proporção de negros. "No Brasil, a pobreza é predominantemente negra. Por isso, quando a distância entre pobres e ricos se estreita, eles são os mais beneficiados", diz Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os aumentos do salário mínimo, que superaram a inflação em 120% desde 1995, contribuíram para elevar a renda de quem está na base da pirâmide social – entre eles, os negros. O crescimento do mercado de trabalho, fruto da extraordinária expansão da economia desde a implantação do real, proporcionou também a ascensão dos negros. Mais educados, eles passaram a ter acesso a empregos antes reservados aos brancos.

Uma pesquisa do Instituto Ethos mostra que, em 2003, os negros ocupavam 8,8% das gerências das maiores empresas do país. Em 2007, essa proporção já alcançava 17%. Nos postos executivos, a participação dos negros passou de 1,8% para 3,5%. A paulistana Íris Barbosa, de 42 anos, integra esse último contingente. Filha de um pequeno comerciante e de uma empregada doméstica, Íris sempre estudou em escolas públicas. Ingressou no McDonald’s para ajudar a mãe nas contas de casa e pagar a faculdade de pedagogia. Terminado o curso, ela conseguiu que a empresa pagasse sua pós-graduação em administração. Há três anos, é a diretora de treinamento do McDonald’s na América Latina. "Meu problema nunca foi ser negra. Foi ser pobre", diz Íris. A frase expressa a verdadeira questão social brasileira.

Raquel Salgado

Veja/2 de setembro de 2009/página 94.

MARQUE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA NAS QUESTÕES DE 1 A 40.

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EDITAL N.º 02/2009

MOBA Externa 2009 3 Humanidades II

1 Segundo o texto, o fosso que separa negros e brancos no Brasil se estreitou e isso se deve (A) ao crescimento da economia e à criação de cotas

para negros em universidades.

(B) à melhoria do ensino médio e ao aumento da proporção de brancos formados.

(C) à criação de cotas para negros em universidades e à redução do analfabetismo entre eles.

(D) ao aumento de renda e de escolaridade, bem mais acentuado no caso dos negros do que no dos brancos.

(E) à equiparação do número de anos em que brancos e negros passam na escola.

2 A ideia de estreitamento da desigualdade entre negros e brancos , explicitada no primeiro período do primeiro parágrafo, é retomada no decorrer do texto por meio das seguintes expressões:

(A) as estatísticas de aumento de escolaridade e de

renda; a diferença de salário.

(B) a diferença de salário; a redução do analfabetismo.

(C) a diminuição dessa desigualdade; a redução da iniquidade.

(D) a criação de cotas; a universalização da educação.

(E) a mudança de orientação; a ascensão dos negros.

3 Levando-se em consideração os argumentos utilizados no texto, pode-se dizer que

(A) a desigualdade entre brancos e negros decorre da

diferença racial.

(B) a desigualdade entre brancos e negros é de natureza social e econômica.

(C) não há desigualdade entre brancos e negros, visto que no Brasil vigora uma democracia racial.

(D) a desigualdade entre brancos e negros aumentou consideravelmente nos últimos anos.

(E) o crescimento econômico favoreceu a população branca em detrimento da negra.

4 No texto, a autora cita as palavras de Marcelo Paixão: “No Brasil, a pobreza é predominantemente negra” (linhas 14 e15), para ressaltar que

(A) a classe pobre é majoritariamente constituída de

negros.

(B) no Brasil existem mais negros do que brancos.

(C) não há negros ricos.

(D) os brancos são majoritariamente ricos.

(E) no Brasil há mais pobres do que ricos.

5 No período: “Deve-se a outros fatores, como a universalização da educação fundamental e a melhoria da qualidade do ensino médio oficial” (linhas 11 e 12), o verbo destacado encontra-se no singular porque seu sujeito é

(A) a redução da iniquidade. (linha 10)

(B) a criação de cotas. (linha 10)

(C) outros fatores. (linha 11)

(D) a universalização da educação fundamental. (linhas 11 e 12)

(E) a melhoria da qualidade do ensino médio oficial. (linha 12)

6 Em “‘Meu problema nunca foi ser negra. Foi ser pobre’, diz Íris. A frase expressa a verdadeira questão social brasileira.” (linhas 29 e 30) , pode-se entender que a verdadeira questão social brasileira é

(A) a existência de uma democracia racial em

nosso país.

(B) que “a pobreza é predominantemente negra”.

(C) o “fosso que separa negros e brancos”.

(D) a distância entre pobres e ricos.

(E) a falta de educação dos negros e dos brancos.

7 Pode-se afirmar que a seguinte citação: “Meu problema nunca foi ser negra. Foi ser pobre” (linha 29), é, no texto, um recurso para

(A) apresentar o ponto de vista estritamente

pessoal de uma mulher negra, apenas.

(B) argumentar que a desigualdade entre negros e brancos decorre da diferença racial.

(C) fortalecer a ideia de que a desigualdade entre brancos e negros decorre de diferenças socioeconômicas.

(D) diversificar as formas de expressão do texto somente.

(E) mostrar que o racismo é coisa de pobre.

8 Pode-se concluir que Raquel Salgado

(A) defende o sistema de cotas para negros.

(B) afirma que o crescimento econômico do país favoreceu apenas os negros.

(C) acredita que os negros podem ascender socialmente sem o sistema de cotas.

(D) argumenta, exclusivamente, em favor da diferença entre negros e brancos.

(E) acredita que, só quando os negros ocuparem os empregos antes reservados aos brancos, teremos igualdade racial.

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EDITAL N.º 02/2009

MOBA Externa 2009 4 Humanidades II

REDAÇÃO

O texto “Ascensão sem cotas”, de Raquel Salgado, suscita uma reflexão sobre a desigualdade existente

entre brasileiros, determinada por fatores de natureza socioeconômica e racial. Sabe-se que, em vista dessa

desigualdade, o Governo Federal instituiu a política de cotas nas universidades públicas federais, criando-se, então,

cotas raciais, reserva de vagas destinadas a negros e índios, e cotas sociais com reserva de vagas para estudantes

de escola pública.

Considerando essa medida do Governo, escreva um texto, em prosa, em que você se posicione sobre

a política de cotas raciais nas universidades brasi leiras.

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MOBA Externa 2009 5 Humanidades II

HISTÓRIA

9 Em relação à Escola dos Annales, Peter Burke assim se refere:

“Essa escola é, amiúde, vista como um grupo monolítico, com uma prática histórica uniforme, quantitativa no que concerne ao método, determinista em suas concepções, hostil ou, pelo menos, indiferente à política e aos eventos. Esse estereótipo dos Annales ignora tanto as divergências individuais entre seus membros quanto seu desenvolvimento no tempo. Talvez seja preferível falar num movimento do Annales, não numa ‘escola’”.

Peter Burke, A escola dos Annales. As considerações feitas pelo autor referido suscitam um questionamento: diante da diversidade de propostas reunidas sob denominação de Escola dos Annales, o que caracterizaria a produção reconhecida como pertencente à ‘escola’? A opção em que se apresentam as características daquela produção é: (A) Preocupação com uma síntese global do social;

diálogo constante com outras disciplinas, das quais se tomam de empréstimo pressupostos, metodologias e abordagens; preferência pelos aspectos coletivos; ampliação da concepção de fonte histórica; assunção da existência de diversos níveis de temporalidade; preocupação com o espaço; formulação de problemas.

(B) Preocupação com sínteses econômicas; diálogo com outras disciplinas, no qual a história se posiciona como disciplina-mestra; preferência pelos aspectos políticos e econômicos sobre o cultural; consideração da iconografia como fonte histórica; assunção da existência de diversos níveis de temporalidade; preocupação com o espaço; formulação de problemas.

(C) Preocupação em sintetizar o espaço geográfico, mantendo diálogo com disciplinas como a geografia e a biologia; metodologias e abordagens de cunho interdisciplinar; ampliação da concepção de fonte histórica e inclusão da cultura material; assunção da existência de níveis de temporalidade sobrepostos; jogos de escala com cunho cronológico e evolutivo.

(D) Preocupação com uma história micro; diálogo constante com outras disciplinas, das quais se tomam de empréstimo pressupostos, metodologias e abordagens; preferência por questões relativas ao poder do Estado Capitalista e suas manifestações; assunção da existência do nível de temporalidade econômica sobre o político; preocupação com o espaço; preferência pela história analítica economicista.

(E) Preocupação com uma história do cotidiano; diálogo com outras disciplinas, em especial com a psicologia e as ciências sociais; ampliação da concepção de fonte histórica com a introdução da história vista de baixo; assunção da existência da sobreposição da temporalidade mental sobre a econômica.

10 Sobre as relações de trabalho e poder no mundo feudal, considere esta passagem de texto:

“[Gerardo, bispo de Cambrai,] demonstrou que, desde a origem, o gênero humano se dividiu em três: as gentes de oração (oratoribus), os agricultores (agricultoribus) e as gentes de guerra (pugnatoribus); fornece evidente prova de que cada um é objecto, por parte dos outros dois, de um recíproco cuidado.”

(DUBY, Georges. As três ordens ou o imaginário do feudalismo. Lisboa: Editorial Estampa, 1982, p. 16-17)

Como se observa no trecho acima, para homens da Idade Média européia, como o Bispo Gerardo, a sociedade era tripartida. Sabendo que as formas pelas quais as sociedades compreendem a si mesmas refletem as relações sociais estabelecidas, indique a opção que apresenta, de forma correta, as relações de trabalho e poder presentes no mundo feudal. (A) Os grupos da sociedade medieval (o povo

normando-germânico) uniam-se de modo a defender-se de inimigos externos. A representação da sociedade como uma sociedade de ordens, nas quais uma complementava a outra, buscava expressar as relações sociais vividas.

(B) A representação da sociedade como uma sociedade de três ordens, nas quais uma complementava a outra, buscava falsear as reais relações de poder e trabalho, nas quais os camponeses e religiosos eram submetidos ao poder dos cavaleiros.

(C) As relações entre camponeses e as demais ordens eram de dois tipos: por um lado, eram relações complementares, uma vez que as três ordens se viam como necessárias umas as outras – no plano terreno e no plano divino; por outro lado, eram relações de conflito, posto que os interesses imediatos de cada uma delas se contrapunham.

(D) As relações entre camponeses e as demais ordens eram relações de conflito. Surgida do conturbado período de invasões e da consequente fragmentação do poder entre as diversas casas senhoriais, a sociedade feudal reproduzia os conflitos herdados das invasões bárbaras e mouriscas

(E) As relações entre camponeses e as demais ordens eram relações ambíguas de conflito e harmonia. Surgida do conturbado período de invasões romanas e da consequente fragmentação do poder entre as diversas casas senhoriais, a sociedade feudal lidava com conflitos que contrapunham todas as ordens.

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11 As populações indígenas constituíram a principal fonte de braços para as atividades laborais exercidas durante o período colonial na Amazônia. Mesmo após a decretação da Liberdade dos Índios, em 1755, estas populações permaneceram como atores importantes do universo econômico. A alternativa em que indica corretamente a forma de organização do trabalho indígena, nas povoações edificadas sob a administração pombalina, é: (A) Trabalho livre: as populações indígenas

gozavam de total autonomia no mundo do trabalho, regendo o tempo e o processo que desejavam fazer.

(B) Trabalho escravo: a despeito do que dizia a legislação, as populações indígenas permaneceram sendo escravizadas.

(C) Trabalho temporário: as populações indígenas conquistaram o direito de trabalhar apenas uma parte do ano.

(D) Trabalho compulsório: apesar de libertas, as populações indígenas permaneceram obrigadas ao desempenho de atividades sazonais.

(E) Trabalho braçal: as populações indígenas desempenharam, exclusivamente, atividades que envolviam o uso da força. Eram chamados “corpos de trabalhadores”.

12 As décadas de 1970 e 1980, no Brasil, foram marcadas pelo processo de Abertura política. A opção em que se aponta um dos eventos que redimensionaram a ação política dos movimentos sociais que se opunham ao regime militar, é: (A) O Movimento Fora Collor. O movimento cívico

capitaneado pelos jovens caras-pintadas engendrou enorme adesão popular e dimensionou a insatisfação com a corrupção dos militares.

(B) A campanha pelas Diretas Já, em 1970. O movimento cívico capitaneado pela oposição ao regime militar engendrou enorme adesão popular e dimensionou a insatisfação com o regime militar.

(C) A Guerrilha do Araguaia. A ação de grupos para-militares engendrou uma série de ações de caráter semelhante que fragilizaram o regime e obrigaram a ampliação dos agentes políticos e a Abertura, nos anos de 1970.

(D) A greve do Sindicato dos Metalúrgicos em 1978. A rejeição ao acordo salarial proposto pela justiça eleitoral engendrou uma greve que demarcou a afirmação da classe trabalhadora como liderança política importante.

(E) O atentado a bomba no Rio-Centro. A ação de grupos para-militares engendrou uma série de ações de caráter semelhante que fragilizaram o regime e obrigaram a ampliação dos agentes políticos.

13 A Conquista e a Colonização européia da

América, nos séculos XIV-XIX, conheceram conformações diversas. Não obstante, as formas de exploração da natureza, o trato com as populações nativas e elaborações de estruturas administrativas implantadas pelas metrópoles apresentam semelhanças. Tendo isso em vista, é correto afirmar que as formas de exploração do trabalho introduzidas pelos europeus ocasionaram (A) enorme impacto entre as populações nativas

do Novo Mundo, visto que eram desconhecidas. Como não praticavam formas de trabalho compulsório e não conheciam estratégias de transferências de riquezas de uma comunidade para outra, a experiência da Conquista foi um fato inédito para elas.

(B) pouco impacto entre algumas das populações nativas do Novo Mundo. Uma vez que aquelas populações viviam processos históricos distintos e particulares, algumas delas praticavam formas de trabalho compulsório e de submissão idênticas às introduzidas pelos europeus.

(C) impacto relativo entre as populações nativas do Novo Mundo, posto que eram de todo conhecidas. A despeito das singularidades que as distinguiam, todas praticavam alguma forma de trabalho compulsório e de exploração do trabalho de outrem.

(D) enorme impacto entre as populações nativas do Novo Mundo. Ainda que algumas delas praticassem formas de trabalho compulsório e de exploração do trabalho similares a que os europeus praticaram, no decorrer do processo de Conquista, as formas de exploração do trabalho assumiram, sob o domínio europeu, um significado novo, frequentemente associado ao desmantelamento das formas tradicionais de vida e ao desaparecimento daquelas populações.

(E) algum impacto entre as populações nativas do Novo Mundo. Todas aquelas populações conheciam formas de trabalho compulsório e de exploração do trabalho, posto que suas estruturas econômicas e sociais baseavam-se na transferência de riqueza de uma comunidade a outra, por meio da submissão compulsória.

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14 Historiadores, economistas e cientistas sociais,

entre outros analistas dos processos sociais e históricos, analisaram a primazia da Inglaterra no processo de industrialização e as condições que permitem falar de uma Revolução Industrial Inglesa, no século XVIII. Em que pesem as diferenças entre os autores, considera-se que a Inglaterra reunia condições singulares e propícias à emergência de novas formas de produção. A opção que explica corretamente o pioneirismo inglês na Revolução Industrial, é: (A) aumento do comércio internacional; métodos de

produção artesanais renovados; oferta de mão-de-obra desqualificada, porém barata; oferta de capital; planejamento governamental mínimo; falta de regulação das relações de trabalho.

(B) aumento do comércio internacional; novos métodos de produção; oferta de mão-de-obra qualificada; oferta de capital; atraso econômico dos países concorrentes; legislação favorável aos industriais.

(C) aumento do comércio internacional; introdução de modernos métodos de produção; oferta de mão-de-obra qualificada; oferta de capital; ausência de planejamento governamental; falta de regulação das relações de trabalho.

(D) aumento do comércio internacional; novos métodos de produção; oferta de mão-de-obra proveniente dos campos; atraso econômico dos países concorrentes; grande regulação das relações de trabalho.

(E) aumento do comércio internacional; reinvenção dos tradicionais métodos de produção; oferta de mão-de-obra qualificada; oferta de capital; atraso econômico dos países concorrentes; muita regulação nas relações de trabalho.

15 A Queda do Muro de Berlim demarca um dos momentos cruciais do processo de desmantelamento do Bloco Socialista e do fim da Guerra Fria. Um mundo marcado por tensões bilaterais é substituído por uma nova ordem, na qual os Estados Unidos da América do Norte figuram como liderança quase solitária. Não obstante, a derrocada da ordem antiga não fomentou apenas a hegemonia norte-americana. Países que antes ocupavam uma posição secundária nos debates internacionais assumiram posição de destaque e cumprem importante agenda internacional. A emergência de novos atores é concomitante ao surgimento de novas questões e novos posicionamentos, como os expressos em fóruns alternativos aos de países líderes. Indique a seguir a alternativa que relaciona os fatores que caracterizam o contexto histórico, no qual esses novos atores atuam, estão relacionados na alternativa

(A) emergência de mercados alternativos aos formados pelas economias desenvolvidas; formação de blocos políticos de orientação ideológica; preocupação com o desenvolvimento sustentável, de modo a desenvolver uma economia auto-suficiente.

(B) emergência de mercados alternativos aos formados pelas economias desenvolvidas; formação de blocos políticos, cujo eixo aglutinador varia da proximidade geográfica aos interesses econômicos ou políticos comuns; preocupação com o desenvolvimento sustentável, de modo desenvolver uma economia auto-suficiente.

(C) emergência de mercados alternativos aos formados pelas economias desenvolvidas; formação de blocos políticos de orientação ideológica; preocupação com o desenvolvimento sustentável, diante dos perigos que as mudanças climáticas apresentam para as economias periféricas.

(D) emergência de mercados atrelados aos formados pelas economias desenvolvidas; formação de blocos políticos de orientação ideológica; preocupação com o desenvolvimento sustentável, diante dos perigos que as mudanças climáticas apresentam para as economias periféricas.

(E) emergência de mercados alternativos aos formados pelas economias desenvolvidas; formação de blocos políticos, cujo eixo aglutinador varia da proximidade geográfica aos interesses econômicos ou políticos comuns; preocupação com o desenvolvimento sustentável, diante dos perigos que as mudanças climáticas apresentam para as economias periféricas.

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16 O fim da escravidão africana, no Brasil do Oitocentos, foi uma questão candente. Envolveu um conjunto significativo de agentes sociais, dispostos a dar fim ao regime de trabalho escravista. Considerando a historiografia sobre a composição social e étnica dos abolicionistas, a opção que caracteriza corretamente esses grupos é: (A) Grupos sociais ligados, predominantemente, às

atividades urbanas. O vínculo com a ordem agrária, no entanto, era frequente e, não raro, preponderante. A variedade de elementos sociais correspondia a uma variedade étnica, compreendendo elementos brancos, mestiços e negros.

(B) Grupos sociais ligados, predominantemente, às atividades urbanas. O vínculo com a ordem agrária era raro. A variedade de elementos sociais correspondia a uma variedade étnica, compreendendo elementos brancos, mestiços e negros.

(C) Grupos sociais ligados às atividades urbanas e sem vínculos com a ordem agrária. A uniformidade de elementos sociais correspondia a uma uniformidade étnica, compreendendo elementos brancos.

(D) Grupos sociais ligados, predominantemente, às atividades rurais. O vínculo com a ordem urbana, no entanto, era frequente e, não raro, preponderante. A variedade de elementos sociais não se via correspondida em uma variedade étnica, compreendendo exclusivamente elementos mestiços e negros.

(E) Grupos sociais ligados, predominantemente, às atividades agrárias e sem vínculos com a ordem urbana. A variedade de elementos sociais correspondia a uma variedade étnica, compreendendo elementos brancos, mestiços e negros.

GEOGRAFIA

17 Bertha Becker, no seu livro Amazônia: Geopolítica na virada do III milênio (2004), acentua que os cenários que se configuram para o desenvolvimento da Amazônia estão fundamentados em três componentes principais. A alternativa que corresponde a um desses componentes é:

(A) A dinâmica regional e local da década de 1990, indicativa de tendências resultantes de políticas pregressas, de políticas atuais e de processos espontâneos de grupos sociais.

(B) O impacto regional da crise do planejamento expressa nos planos plurianuais de investimentos, forte indutor de mudanças por meio do Programa Brasil em Ação (1996), seguido pelo Avança Brasil (2000-2003).

(C) O papel das transformações regionais na virada do milênio, decorrentes das novas tecnologias de produção e gestão, e das redes de informação e circulação.

(D) O papel desempenhado pela crise ambiental regional e local. O mercado mundial exerce papel definitivo ao associar a produção de mercadorias com a conservação dos recursos naturais.

(E) A dinâmica nacional concernente às necessidade de apropriação e uso dos recursos regionais. A pecuária se impõe como atividade preponderante quanto ao consumo de outras regiões do país.

18 Em sua obra Para Onde Vai o Pensamento Geográfico? (2007), Ruy Moreira analisa e critica a concepção clássica de “homem” presente nas obras de geografia no capitulo “população”. Considerando a visão do autor, é correto afirmar que a geografia da população

(A) foi alicerçada em uma concepção estatística:

tamanho, estrutura, crescimento e distribuição da população encerravam a interpretação geográfica.

(B) foi alicerçada em uma interpretação sociológica: a sociedade em suas diversas contradições constituía o objeto central de análise.

(C) interpretou o homem concebido no seio da demografia: a dinâmica das populações sobre a superfície e ao longo do tempo histórico constituía objeto de análise.

(D) foi alicerçada em uma interpretação econômica: o trabalho em suas diversas manifestações constituía o objeto central de análise.

(E) foi alicerçada em uma concepção médica: condições de vida e modos e gêneros de vida constituíam capítulos dos estudos geográficos de população.

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EDITAL N.º 02/2009

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FUNDAÇÃO VALE SUDESTE DO PARÁ – USO S E CONF LITOS

U so Agr o pe cuá rio /

Ur b an o/ Ind u st ria l

U so C on s er va çã o

Us o A gro p ecu ár io

em a sse nt am en to s

U s o

M in er açã o

U so

U rb an o

19 Na Amazônia o uso do território tem-se transformado profundamente nas três últimas décadas em função da introdução e ampliação das atividades econômicas. A figura abaixo identifica, na região Sudeste do Pará, a diversidade das atividades e os conflitos de usos.

Fonte:A Responsabilidade de atuação da Fundação. Fundação Vale, 2008.

Sobre o uso do território na referida região, é correto afirmar.

(A) A pecuária tem-se estabelecido como atividade dominante em número de cabeças e crescido pouco em área,

tanto nos assentamentos quanto nas fazendas existentes na região.

(B) A mineração do ferro e do cobre é atividade essencialmente da empresa VALE, presente principalmente nos municípios de Marabá e Eldorado dos Carajás.

(C) Apesar do uso agropecuário e da mineração, unidades de conservação e terras indígenas que compõem o mosaico de áreas protegidas são pouco expressivas espacialmente.

(D) Na região do Sudeste do Pará, há diversidade de usos em conflito. Assentados e pecuaristas, Indígenas e Empresas de mineração, pecuaristas e indígenas são exemplos de conflitos e disputas contínuas por espaços e suas destinações de usos.

(E) Os conflitos motivados pelo acesso à terra ocorrem em função das incursões dos movimentos sociais tão somente. Há passividade presente nos demais atores sociais presentes na região.

20 Ruy Moreira, na obra Para Onde Vai o Pensamento Geográfico? (2007), aborda, de forma didática e crítica a história, a epistemologia e a metodologia do pensamento geográfico. Conforme esclarece o autor, a história do pensamento geográfico seguiu, em linhas gerais, três períodos bem característicos. A alternativa em que se identifica um desses períodos é:

(A) a ultramodernidade do século XIX e a tendência populista atual.

(B) a baixa modernidade e o holismo iluminista dos séculos XVIII e XIX.

(C) a baixa modernidade e a geografia fragmentária dos séculos XIX e XX.

(D) a modernidade agrária e a geografia fragmentária dos séculos XIX e XX.

(E) a alta modernidade e o positivismo do século XIX.

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21 Considere o gráfico a seguir.

Evolução da população rural e urbana residente no E stado do Pará entre 1970 e 2007

Com base na leitura e interpretação do gráfico acima, é correto afirmar: (A) Em termos de distribuição interna, a maioria da população do Estado do Pará, em 2007, vive no campo, nas

áreas rurais.

(B) Desde 1996 ocorreu uma inversão na distribuição da população: a população urbana foi superada em número pela população rural.

(C) Entre 1996 e 2007, a população do Estado do Pará apresentou crescimento significativo. Fato relevante, nesse período, foi o elevado crescimento da população urbana.

(D) Segundo a contagem populacional do IBGE (2007), o Estado do Pará conta com aproximadamente 5 milhões de habitantes. Em sua maioria, essa população vive em cidades, representando cerca de 70,05% do total.

(E) Em 1970, a população urbana era superior à população rural em tamanho. A partir de 1991, ocorreu uma inversão: a população rural ultrapassa a urbana, influenciando na redistribuição da população pelo território do Estado do Pará.

22 Milton Santos, na obra Por uma Geografia Nova (1978), revisa o pensamento geográfico e propõe uma nova interpretação e leitura da realidade pela Geografia. Um dos conceitos elaborados pelo autor são as rugosidades espaciais. Acerca desse conceito, é correto afirmar:

(A) As rugosidades espaciais referem-se a uma noção geomorfológica presente nos estudos costeiros. São

ondulações fruto de ações de dinâmicas de ondas.

(B) A noção de rugosidades desconstrói a concepção de que a produção do espaço é, somente, ao mesmo tempo, construção e destruição de formas e funções sociais dos lugares.

(C) A (des)construção do espaço refere-se à destruição e à construção de objetos fixos. As rugosidades são marcas presentes na paisagem, simples obstáculos ou barreiras espaciais sem funcionalidade.

(D) Expresso de diferentes modos desde o século XX por Marx, Hegel, Engels e outros autores, o conceito de rugosidades espaciais foi revisado, por Milton Santos, com o objetivo de fundamentar o importante papel das heranças espaciais nos diferentes períodos da história.

(E) As rugosidades espaciais são testemunhos de formas espaciais existentes no passado. A sua sobrevivência se associa a novas funcionalidades no presente. O espaço, portanto, é um testemunho; ele testemunha um momento de um modo de produção, pela memória, do espaço construído, das coisas fixadas na paisagem criada.

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 (Habitantes)

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23 Bertha Becker, no seu livro Amazônia: Geopolítica na virada do III milênio (2004), propõe uma regionalização da Amazônia, diferenciando três macrorregiões caracterizadas segundo as suas tendências demográficas, as alterações no padrão de uso da terra, os centros dinâmicos de economia e a proteção ambiental. Identifica-se, corretamente, uma dessas macrorregiões na alternativa

(A) o arco de povoamento consolidado, com os melhores índices de renda per capita e de desenvolvimento humano, cerne da economia regional e locus dos núcleos urbanos e da atividade agropecuária, integrada ao tecido produtivo nacional.

(B) a Amazônia Oriental, que se estende do centro do Pará e extremo norte de Goiás à estrada Porto Carajás-Porto Itaqui e à hidrovia do Madeira, na qual se apresentam ainda frentes de fronteira aberta e também grandes áreas florestais, UCs e Terras Indígenas.

(C) a Amazônia Central, que corresponde aos estados do Amazonas e Rondônia e à maior parte do Mato Grosso, com imensas áreas florestais, disponibilidade de águas e de recursos minerais.

(D) o arco de povoamento adensado, com os piores índices de renda per capita, centro da economia regional e locus dos núcleos urbanos de baixo nível de desenvolvimento e da atividade industrial, integrada ao tecido produtivo nacional.

(E) a Amazônia Setentrional, que corresponde aos estados do Amazonas e Roraima e à maior parte do Mato Grosso, com imensas áreas florestais, disponibilidade de águas e de recursos minerais.

24 Considerando-se os fatores que asseguram a especificidade das Company Towns em relação ao padrão de urbanização da Amazônia, é correto afirmar:

(A) Esses núcleos urbanos denotam pelas suas características e funções básicas, pouca ou nenhuma relação com o empreendimento a que servem de suporte urbano.

(B) O caráter planejado desses núcleos, que já nascem dotados dos equipamentos urbanos (rede de água, esgotos, serviços e centro comercial e de serviços), diferencia-os do padrão regional de urbanização.

(C) Esses núcleos urbanos nutrem-se de uma certa autonomia econômica e política em relação ao empreendimento ao qual originalmente estão vinculados. Normalmente dispõem de poucos recursos financeiros e concentram a menor parte do pessoal qualificado.

(D) Esses núcleos expressam uma concepção urbanística aberta, integrada a rede urbana regional e às atividades econômicas regionais.

(E) Trata-se de núcleos urbanos funcionais aos empreendimentos hidrelétricos e minerais somente durante a fase de operação da obra.

FILOSOFIA

25 Com a expressão “ruptura epistemológica”, o filósofo Gaston Bachelard entendia uma mudança na maneira de formular novas teorias científicas. Segundo o filósofo, é lícito afirmar que a referida ruptura caracteriza-se por

(A) rompimento de uma cadeia de argumentação

indutiva em virtude do desconhecimento de um novo fenômeno a ser explicado.

(B) refutação de várias teorias por outra no interior de um mesmo âmbito epistemológico.

(C) desqualificação da razão como instância legisladora do campo epistemológico por outro órgão de cognição.

(D) reconhecimento da mudança dos juízos epistemológicos por novos juízos de valor.

(E) uma descontinuidade e uma diferença temporal entre as teorias científicas.

26 Hegel contrapõe o termo eticidade à moralidade, uma vez que esta se funda na subjetividade. A Filosofia do Direito, no entanto, unifica a subjetividade da liberdade com a objetividade da instituição substancial. Considere entre os itens abaixo os que explicitam essa unificação.

I. a unificação da objetividade da vontade geral

com a subjetividade do poder estatal.

II. a libertação do cidadão pela liberdade substancial.

III. a vinculação da subjetividade da eticidade com a objetividade da moralidade.

IV. a supressão da subjetividade e da objetividade graças ao poder da instituição substancial do Estado.

V. o reconhecimento do Estado como a instância instituidora de leis de validade universal.

Estão corretos os itens

(A) I e II.

(B) I e IV.

(C) II e V.

(D) I, II e III.

(E) III, IV e V.

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27 Tanto o subjetivismo quanto o relativismo não consideram o conhecimento como universalmente válido.

A distinção entre ambos se deve ao fato de o

(A) subjetivismo julgar o conhecimento como produto

de fatores concernentes às circunstâncias da história dos homens, e o relativismo, como produto de fatores psíquicos.

(B) relativismo derivar da teoria da relatividade, e o subjetivismo da mutabilidade do próprio conhecimento.

(C) subjetivismo conceber o conhecimento como produto do espírito do tempo, e o relativismo, como produto da cultura dos povos.

(D) subjetivismo fazer depender o conhecimento de fatores inerentes ao sujeito cognoscente, e o relativismo, de fatores externos.

(E) relativismo basear-se na idiossincrasia do sujeito, e o subjetivismo, nas condições espaço-temporais.

28 Segundo Kant, os imperativos categóricos, entendidos como regras da razão prática, distinguem-se dos imperativos hipotéticos. Acerca do que Kant entende por imperativos categóricos, considere os enunciados a seguir:

I. regras da razão prática sem ponto externo de

referência.

II. regras cujo fundamento se encontra na positividade das leis.

III. regras a que a vontade se submete incondicionalmente.

IV. regras baseadas nas categorias a priori do entendimento.

V. regras que o sujeito moral identifica como produtos da razão pura.

Conforme esse filósofo, os imperativos categóricos se definem como (A) I e II.

(B) I e III.

(C) II e IV.

(D) I, III e V.

(E) III, IV e V.

29 Entendida como um sistema ordenado e coerente de leis universais que encerram um valor prospectivo, a teoria científica permite

(A) conceber novos conhecimentos a priori

baseados nas teorias já constituídas.

(B) prever a ocorrência de fenômenos submetidos às leis científicas sob idênticas condições.

(C) projetar novos enunciados baseados nas leis científicas estabelecidas por princípios a priori.

(D) julgar a ocorrência de fenômenos em quaisquer condições empiricamente observáveis.

(E) estabelecer a priori novas leis baseadas nos princípios já consolidados teoricamente.

30 Aristóteles, ao tratar da concepção de beleza, afirma que

“um ser ou uma coisa composta de partes diversas só pode ter beleza na medida em que as partes componentes são dispostas em determinada ordem e possuem, além disso, uma dimensão que não pode ser arbitrária, pois o belo consiste na ordem e na grandeza.”

(ARISTÓTELES, Arte Poética, apud HUISMAN, D. A estética, São Paulo: Difel, 1961, p 23/24)

Avalie as alternativas abaixo, considerando a concepção aristotélica de beleza.

I. A beleza é composta de partes diversas

distribuídas conforme a grandeza da ordem concebida pelo artista.

II. A disposição das partes maiores deve obedecer à ordem natural da dimensão das coisas.

III. A dimensão das partes constitutivas deve ser integrada segundo um ordenamento gradual da beleza estética.

IV. O belo será, pois, a ordem estrutural de um mundo encarado sob seu melhor aspecto.

V. A beleza deve ser analisada segundo os critérios de simetria e de unidade.

Estão corretas as afirmativas (A) I e II.

(B) III e IV.

(C) IV e V.

(D) III e V.

(E) I, II e III.

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31 Sobre a forma de expressão da arte, considere o que afirma Schiller:

“Numa forma de arte verdadeiramente bela, o conteúdo não deve ser nada, a forma tudo: só por meio da forma atuamos sobre o homem como totalidade, através do conteúdo só atuamos sobre as forças dele separadas.”

(SCHILLER. Cartas sobre a educação estética, apud HUISMAN, D. A estética, São Paulo: Difel, 1961, p. 40-41)

Sobre o significado desse comentário, é correto afirmar que

(A) o grande artista deve desprezar todo teor

material da obra de arte em favor da forma.

(B) somente o músico e o poeta são dignos de serem considerados verdadeiros artistas, já que não tratam de conteúdos materiais.

(C) o segredo da verdadeira arte consiste na total abstração do seu conteúdo em benefício da pura forma.

(D) o homem só pode ser representado artisticamente na sua totalidade por meio de uma técnica capaz de reproduzi-lo em todos os seus detalhes.

(E) o verdadeiro segredo do grande artista consiste na destruição da matéria por meio da forma.

32 Sobre a relação entre forma e conteúdo, Hegel considera que “a beleza é a manifestação sensível da ideia, o conteúdo da arte é a ideia; sua forma, a configuração sensível e imaginativa”. (HUISMAN, D. A estética, São Paulo: Difel, 1961, p. 43)

Para que os dois aspectos da arte se interpenetrem, é preciso que

(A) forma e conteúdo sejam imaginados

simultaneamente para se atingir o ideal.

(B) a ideia seja captada de seu conteúdo sensível por meio de um processo de abstração.

(C) o conteúdo constitutivo da arte se revela capaz de transformar-se em pura racionalidade interna do real.

(D) o artista opere um ajuste da ideia ao conteúdo empírico racionalmente dado.

(E) o sensível seja previamente imaginado em sua idealidade empírica.

SOCIOLOGIA

33 Podemos dizer que o marxismo de Karl Marx é uma teoria geral do mundo que critica

I. a Filosofia Dialética da História de Hegel.

II. a Economia Política de Adam Smith e John Locke.

III. o Socialismo Francês de Saint-Simon, Fourier e Proudhon.

IV. o Positivismo de Augusto Comte.

V. a Teoria Política do Contrato Social de Thomas Hobbes.

A(s) afirmativa(s) correta(s) está(ão) referida(s) na alternativa (A) II, somente.

(B) I, IV.

(C) I, III.

(D) II, V.

(E) IV, V.

34 Segundo Émile Durkheim, na obra A Divisão Social do Trabalho, o direito repressivo predomina na consciência coletiva da

(A) sociedade de solidariedade orgânica.

(B) sociedade estamental.

(C) sociedade burocrática.

(D) sociedade de solidariedade mecânica.

(E) sociedade de classe.

35 Ainda sobre a teoria sociológica de Durkheim, é correto afirmar que, na obra A Divisão Social do Trabalho, ele concebe que no mundo moderno a liberdade individual é decorrente do(a)

(A) anomia social.

(B) luta pela vida.

(C) diferenciação social.

(D) contrato social.

(E) direito restitutivo.

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36 Para Max Weber, a validade universal do conhecimento científico consiste na

(A) formulação clara e definitiva das leis históricas e

sociológicas.

(B) busca da ausência de projeção de valores dos cientistas no tocante ao seu objeto de estudo.

(C) edificação de um sistema completo de leis sociais.

(D) prioridade da sociedade sobre os fenômenos sociais.

(E) consideração dos fatos sociais como coisas.

37 Para Max Weber, como a atividade social pode ser determinada?

I. pela infraestrutura e pela superestrutura

II. de forma racional em valor

III. de forma emocional

IV. de forma tradicional

V. de forma racional em finalidade

A resposta correta está na alternativa

(A) I, II.

(B) I, III, V.

(C) IV, V.

(D) II, III, IV, V.

(E) I, somente.

38 Qual pensador político concebe o homem como uma máquina natural, movida pelo desejo inesgotável de poder e glória?

(A) Aristóteles

(B) Thomas Hobbes

(C) Karl Marx

(D) Maquiavel

(E) Max Weber

39 A respeito do pensamento político de Aristóteles, considere as afirmativas seguintes

I. A clássica concepção política grega da Polis

é contestável.

II. O homem realiza a sua virtude na Polis.

III. A política só pode se fundar num conhecimento exato e perfeito sobre a ordem das coisas.

IV. A lei é a expressão política da ordem natural, a qual leva em conta a situação da cidade, sua história e composição social.

V. O regime moderado é o melhor dos regimes políticos.

Corresponde ao pensamento de Aristóteles o que está expresso em

(A) II, IV, V

(B) I, III

(C) II, V

(D) III, IV, V

(E) I, II, III, IV, V

40 Qual dos antropólogos abaixo citados não se relaciona à escola culturalista?

(A) Ruth Benedict

(B) Margareth Mead

(C) Marcel Mauss

(D) Franz Boas

(E) Clifford Geertz