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Antonio Eduardo Ramires Santoro Natália Lucero Frias Tavares 2ª edição revista, atualizada e ampliada do livro Impeachment de 2016

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Page 1: MIOLO lawfare brasileiro 13082019 leda - Moovin · 2019. 8. 24. · UCP, Jovem Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ e Coordenador do Grupo de Pesquisa “O Sistema Penal sob Olhar

Antonio Eduardo Ramires SantoroNatália Lucero Frias Tavares

2ª edição revista, atualizada

e ampliada do livro Impeachment de 2016

LAW

FAR

E B

RA

SILE

IRO

2ED

ANTONIO EDUARDO RAMIRES SANTORO

Professor Titular de Direito Processual Penal do IBMEC/RJ, Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Di-reito da Faculdade Nacional de Direito - PPGD/UFRJ, Professor Adjunto do Pro-grama de Pós-Graduação da Univer-sidade Católica de Petrópolis - PPGD/UCP, Jovem Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ e Coordenador do Grupo de Pesquisa “O Sistema Penal sob Olhar Crítico” na UFRJ e na UCP. Possui Pós--Doutorado em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra em Portugal, Pós-Doutorado em Direito Penal e Garantias Fundamentais pela Universidad Nacional de La Matanza na Argentina, Doutorado e Mestrado em Filosofia pela UFRJ, Mestrado em Direi-to Penal Internacional pela Universidad de Granada na Espanha, Especializa-ção em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra em Portugal, Especialização em Direito da Economia pela FGV/RJ, Bacharelado em Direito pela UERJ. É licenciando em História pela UNIRIO. É Advogado criminalista.

NATÁLIA LUCERO FRIAS TAVARES

Professora da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro - FND/UFRJ e Professora da Academia Brasileira de Direito Consti-tucional - ABDConst. É Doutoranda em Direito pelo Programa de Pós-Gradua-ção em Direito da Faculdade Nacional de Direito - PPGD/UFRJ. Possui Mestra-do em Direito pela Universidade Católi-ca de Petrópolis - PPGD/UCP (onde foi Bolsista Prosup-CAPES), Pós-Graduação em Criminologia, Direito e Processo Pe-nal pela Universidade Cândido Mendes e Bacharelado em Direito pela Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. É Pesquisadora membro do Grupo de Pesquisa “O Sistema Penal sob Olhar Crí-tico” na UFRJ. É Advogada Criminalista.

São capítulos bem diferentes que se articulam de tal forma que a leitura é leve

e bastante instrutiva. A solidez do texto dá ao autor a ideia firme de ser uma coisa

definitiva!”Sérgio Salomão Sheccaira

Professor Titular da USP

Nesse momento delicado da vida brasileira, o livro do Professor Santoro e da Professora

Natália é imprescindível.”Geraldo Prado

Professor de Direito Processual Penal da UFRJ

Bom e atualizadíssimo livro. Recomendo a leitura do livro intitulado “Impeachment

de 2016. Uma estratégia de lawfare político instrumental.”

Afrânio Silva JardimProfessor de Direito Processual Penal da UERJ

Trata-se de um livro muitíssimo atual, extremamente bem escrito, corajoso e,

portanto, de leitura obrigatória. Recomendo!”Rômulo de Andrade Moreira

Procurador de Justiça e Professor da UNIFACS

Como se constata da leitura dessa obra estamos diante de um livro de história, crítico aliando o sistema penal, que mesmo sendo o protagonista, acaba ficando como pano de fundo de uma estratégia de lawfare.” Carolina CyrilloProfessora de Direito Constitucional da UFRJ e da UBA

O livro demonstra o uso da noção de Lawfare no Brasil em caso específico. Consegue comprovar que o jogo era outro; quem não entende de lawfare é ingênuo ou está de má-fé. Recomendo fortemente.”Alexandre Morais da RosaJuiz de Direito e Professor da UFSC

O livro de Antônio Santoro e Natalia Tavares é fruto de pesquisa séria e traz a leitura acadêmica do lawfare no Brasil, a partir da análise de um processo que mudou os rumos do país. É leitura fundamental para quem deseja sair das informações rasas de jornal e compreender como a contaminação entre direito, política e mídia pode gerar arbitrariedades e violações não só ao devido processo legal, mas ao próprio Estado Democrático de Direito.”Maíra FernandesAdvogada

ISBN 978-65-80444-73-1

Antonio Eduardo Ramires Santoro

Natália Lucero Frias Tavares

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Antonio Eduardo Ramires SantoroNatália Lucero Frias Tavares

2ª edição revista, atualizada

e ampliada do livro Impeachment de 2016

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Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

SOBRENOME, Nome.Lawfare Brasileiro -- 2 ed. -- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.220p.

ISBN: 978-65-80444-73-1

1. Direito. 2. Direito Penal. I. Título.

CDD341.5 CDU343

Copyright © 2019, D’Plácido Editora.Copyright © 2019, Antonio Eduardo Ramires SantoroCopyright © 2019, Natália Lucero Frias Tavares.

Editor ChefePlácido Arraes

EditorTales Leon de Marco

Produtora EditorialBárbara Rodrigues

Capa, projeto gráficoLetícia Robini

DiagramaçãoLeda Érica Câmara

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

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Dedico esse livro ao meu pai, Francisco João Santoro (in me-moriam), meu exemplo, e minha querida amiga que nos deixou

muito antes da hora, Cecilia Caballero Lois.

Antonio Eduardo Ramires Santoro

Dedico esta obra a Giceli e Mario, em agradecimento por todo o apoio e carinho que me foi dispensado ao longo da vida.

Natália Lucero Frias Tavares

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O agradecimento ao Plácido e à sua editora é sincero e muito neces-sário. Em tempos muito difíceis como estes que vivemos em que direitos são eliminados, verbas de pesquisa são cortadas, o ensino é desprezado e o conhecimento é reduzido a treinamento, torna-se obrigatório registrar que a Editora D’Plácido, na contramão do padrão, mas no rumo certo, coloca à disposição de acadêmicos seu selo para publicação de livros que sejam resul-tados de pesquisa, estudos, discussões, ainda que sujeitos à crítica ou mesmo que sabidamente polêmicos. É um imenso prazer trabalhar com essa editora.

AGRADECIMENTO

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PREFÁCIO À 2ª EDIÇÃO 15

PREFÁCIO À 1ª EDIÇÃO 19

INTRODUÇÃO 25

1. O USO DO SISTEMA PENAL COMO LAWFARE POLÍTICO 29

1.1. Introdução 291.2. Origens do Lawfare 321.3. Definições de Lawfare: para uma compreensão

de Lawfare político 331.4. Tipologia de Lawfare e uso de instrumentos

legais do Lawfare político 371.5. Conclusão 46

2. MAXIPROCESSOS E DEMOCRACIA CONSTITUCIONAL: A OPERAÇÃO LAVA JATO E A PECULIAR PREMONIÇÃO VOLUNTÁRIA 49

2.1. Os maxiprocessos de Luigi Ferrajoli e sua relação com o Lawfare Político 49

2.2. Os maxiprocessos e a negação do processo penal democrático 53

2.3. A premonição de Sérgio Moro 552.4. A Operação Lava Jato e seu desenho maximizado 57

Sumár io

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3. DENÚNCIAS DO PROCESSO DE IMPEACHMENT DE 2016 E O ATO DE RECEBIMENTO: UMA ANÁLISE TÉCNICO-PROCESSUAL DA SUA ADMISSIBILIDADE 59

3.1. Introdução 593.2. Requisitos para o recebimento de uma denúncia 62

3.2.1. Requisitos necessários para considerar uma denúncia apta 623.2.2. Os pressupostos processuais e condições para o regular

exercício do poder de ação penal: o estado da arte 653.2.3 Justa causa para o exercício da ação penal 713.2.4. A compreensão dos autores e os elementos

a serem considerados na análise das denúncias de impeachment 74

3.3. A denúncia do dia 31 de agosto de 2015 763.3.1. Conteúdo e elementos de convicção 763.3.2. Análise crítica 78

3.4. O aditamento à denúncia do dia 16 de setembro de 2015 793.4.1. Conteúdo e elementos de convicção 793.4.2. Análise crítica 81

3.5. A denúncia substitutiva do dia 21 de outubro de 2015 823.5.1. Conteúdo e elementos de convicção 823.5.2. Análise crítica 86

3.6. O recebimento da denúncia de 21 de outubro de 2015 90

3.7. O recebimento parcial sem ressalvas e desfigurador da denúncia 91

3.8. Conclusão 92

4. SIGILO DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS E O USO POLÍTICO DO CASO LAVA JATO: A PERDA DA BASE PARLAMENTAR GOVERNISTA NO PROCESSO DE IMPEACHMENT 95

4.1. Introdução 954.2. A decisão de afastamento do sigilo dos diálogos decorrentes

das conversas telefônicas interceptadas proferida pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba 98

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4.3. A decisão de suspensão e remessa ao supremo tribunal federal do Pedido de Quebra de Sigilo de Dados e/ou Telefônico e procedimentos relacionados proferida pelo ministro Teori Zavascki 100

4.4. O Ofício-resposta à determinação do Ministro Teori Zavascki com um pseudo pedido de resposta do Juiz Sérgio Moro 101

4.5. Análise dos fundamentos da decisão de levantamento do sigilo e o uso indevido da ponderação 104

4.6. O entendimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a ilicitude da divulgação das conversas telefônicas: o Caso Escher vs. Brasil 108

4.7. Conclusão 110

5. IMPEACHMENT DE 2016: DEVIDO PROCESSO LEGAL OU AUTORITARISMO PROCESSUAL PENAL 113

5.1. Introdução 1135.2. O rito procedimental da Lei nº 1.079/50 para o

processo e julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade 115

5.3. A adoção pelo Brasil de um modelo garantista de processo penal 1175.3.1. A necessidade de observância do devido

processo penal no impeachment 1175.3.2 A previsão constitucional dos parâmetros

axiomáticos processuais garantistas 1185.3.3 Adesão dos tratados internacionais sobre direitos

humanos ao ordenamento brasileiro: corolário quanto à imparcialidade 121

5.4. As violações básicas do princípio da imparcialidade, do princípio acusatório, da presunção de inocência e do direito de defesa 1225.4.1. Imparcialidade 1235.4.2. Princípio acusatório 1255.4.3. Presunção de inocência 1265.4.4. Direito de defesa 127

5.5. A posição de Luigi Ferrajoli em relação ao impeachment e sua instrumentalização autoritária 129

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5.6. Conclusão 131

6. OCASO LULA: A EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA NO CONTEXTO DO ATIVISMO JUDICIAL 133

6.1. Introdução – O caso do Triplex em seus principais eventos processuais 133

6.2. Histórico sobre a prisão antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória 1386.2.1. A situação da prisão antes do trânsito em

julgado antes da constituição de 1988 1386.2.2. A prisão decorrente de sentença condenatória

recorrível logo após a constituição de 1988 1396.2.3. A Reforma de 2008 do CPP e o impacto sobre a prisão

decorrente de sentença condenatória recorrível 1416.2.4. A mudança de entendimento do STF com o

julgamento do HC 84.078 em 2009 1426.2.5. A Lei 12.403 de 2011 que reformou a

regulamentação sobre prisões processuais 1436.2.6. A proposta de Emenda à Constituição 15/2011 e o

Projeto de Lei do Senado 402 de 2015 1446.2.7. A estranha mudança de entendimento do

STF em fevereiro de 2016 no julgamento do HC 126.292 146

6.2.8. As ADCs 43 e 44 e a decisão liminar em outubro de 2016 147

6.2.8.1. Os fundamentos dos votos que negaram a cautelar 148

6.2.8.2 Os fundamentos dos votos pela concessão da cautelar 149

6.3. O Caso Lula: admissão do HC 152.752 e concessão da liminar na sessão de julgamento do dia 22 de março 1506.3.1. O julgamento do mérito do HC 152.752 1516.3.2. A máxima expressão do Lawfare no julgamento

do HC 5025614-40.2018.4.04.0000 1526.4. Conclusão: a incompatibilidade da execução provisória da

pena com a proteção de direitos humanos e os motivos políticos que podem estar determinando a posição atual 156

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7. A ELEIÇÃO DE 2018: A VITÓRIA AUTOPROCLAMADA 161

7.1. Introdução – o cenário eleitoral à Presidência da República após a prisão de Lula 161

7.2. O indeferimento do pedido de registro da candidatura de Lula 163

7.3. O Protocolo aditivo ao Pacto dos Direitos Civis Políticos no contexto da jurisprudência dominante do STF quanto à aplicação dos Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos 1657.3.1. A positivação dos direitos humanos e os

sistemas constitucionais nacionais em perspectiva comparada 167

7.3.2. A posição da jurisprudência dos tribunais superiores no Brasil 172

7.3.3. O debate sobre a obrigatoriedade do cumprimento das recomendações do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas 181

7.4. Conclusão: o fechamento do ciclo 186

8. CONCLUSÃO: AINDA HÁ DEMOCRACIA? 193

9. POSTSCRIPTUM: A CORRUPÇÃO DA LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO 197

9.1. Introdução 1979.2. A motivação política da atuação dos órgãos de persecução oficial da

Operação Lava Jato 1999.3. A interferência ilegal, não democrática e não republicana

do então juiz Sergio Moro na estratégia de atuação da Força Tarefa da Lava Jato e da Polícia Federal 200

9.4. Conclusão – quais as consequências dessas revelações? 207

REFERÊNCIAS 209

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Recebi com surpresa e enorme deferência o convite para escrever o prefácio da 2ª edição revista, atualizada e ampliada do livro Impeachment de 2016: uma estra-tégia de lawfare político instrumental, de cuidadosa edição feita pela Editora D’Plácido.

Nessa 2ª edição o livro recebeu novas primorosas contribuições feitas pelos autores que com sapiência aproveitaram o desenrolar da história e conseguiram cunhar e identificar o conceito e o uso do Lawfare Brasileiro. Obviamente essa percepção e identificação feita pelos autores é fruto da pers-picácia e vocação de ambos para pesquisa de impacto na área da dogmática processual penal, com um forte aporte de teoria do direito aplicada.

O Antonio Eduardo Ramires Santoro é desses presentes inusitados e ines-perados que a vida acadêmica nos dá. Meu primeiro contato com ele foi na sala dos professores da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde eu o encontrava sempre rodeado de outros professores e alunos debatendo temas fundamentais do processo penal. Depois foi meu braço direito, esquerdo e as pernas na chefia do Departamento de Direito do Estado da mesma Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, culminando a sua importante passagem na minha trajetória acadêmica como meu professor do doutorado. Antonio é dos mais curiosos, ativos e competentes professores da área, foi uma honra ter sido sua aluna, além de colega. Antonio forma com dedicação, uma nova geração de operadores de direito na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ e na Universidade Católica de Petrópolis – UCP. Antônio é um advogado que alia história, filosofia e prática jurídica como poucos de sua (nossa) geração. Sua contribuição para o estudo do Lawfare Brasileiro é prova dessa minha percepção.

A Natália Lucero Frias Tavares eu conheci no dia do lançamento da primeira edição desse livro, quando ainda se tratava do lawfare na esfera do impeachment. No ano seguinte, já mestre em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis – UCP, foi contratada para ser professora de prática e processo penal na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, depois de uma disputada seleção com outros brilhantes candidatos. Tive a satisfação de acompanhar seu

PREFÁCIO À 2ª EDIÇÃO

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contrato na UFRJ e conviver com uma advogada, professora e pesquisadora que sempre me mostrou coisas inovadoras. Uma mente inquieta por vocação, produz um enorme leque de pesquisas que vão desde o uso político do direito até a profunda reflexão sobre os bancos genéticos e sua relação com a política criminal. Natália produz e pesquisa muito. Sem dúvidas uma das grandes vozes femininas do processo penal e política criminal, que também pode ser ouvida nos cursos de pós-graduação da Academia Brasileira de Direito Constitucional – ABDConst. Seu olhar apurado e preciso aparece entremeado no estudo do Lawfare Brasileiro, como poderão todos conferir na leitura desse livro.

E para falar em Lawfare Brasileiro, dessa obra que a Editora D’Plácido dis-ponibiliza no mercado editorial num momento tão crítico do pensamento livre e independente, é preciso recordar um pouco do passado e das estratégias anteriores de controle dos movimentos políticos através de práticas doutrinárias reiteradas.

Como se constata da leitura dessa obra estamos diante de um livro de história, crítico aliando o sistema penal, que mesmo sendo o protagonista, acaba ficando como pano de fundo de uma estratégia de lawfare. Durante toda leitura atenta e da máxima conceituação do lawfare como “o Direito como arma de guerra, às disputas entre grupos políticos no âmbito interno dos Estados soberanos” o leitor é instigado a mergulhar na história e lembrar do passado recente e da estratégia de dominação da América Latina, no período das ditaduras militares da região, na segunda metade do século XX, em plena guerra fria.

Dentro deste contexto de ditaduras militares e ancorada pela Doutrina de Segurança Nacional e suas normas, foi criada a chamada Operação Condor, uma espécie de organização supranacional do terror de Estado que propunha acordo de inteligência militar entre os países da América do Sul, entre eles Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru e Equador.

Este “acordo” de flexibilização da soberania dos Estados envolvidos se deu com objetivo de garantir as fronteiras ideológicas e não as territoriais1, tal qual indicava a Doutrina da Segurança Nacional2 que buscava num inimigo comum, o suposto “comunismo”, a sustentação de sua base política e estratégica. Essa fronteira ideológica que se pretendia integrar a região pode ser considerada um campo3, onde se utilizou do monopólio da autoridade científica, abarcando a capacidade técnica e o poder social, e também a competência científica para estruturar centros de conhecimento e saber, que poderiam dar sustentáculo teórico e ideológico para a Doutrina. No Brasil isso ocorreu através da Escola Superior de Guerra.

1 CHAVES, João Guilherme Pereira e MIRANDA João Irineu de Resende. Terror de Estado e Soberania: Um Relato sobre a Operação Condor, in Passagens. Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica Rio de Janeiro: vol. 7, no .3, setembro-dezembro, 2015.

2 PADRÓS, Enrique Serra. Repressão e violência: segurança nacional e terror de Estado nas ditaduras latinoamericanas. In: ARAUJO, Maria Paula Nascimento; FERREIRA, Marieta de Moraes; FICO, Carlos; QUADRAT, Samantha Viz (orgs.). Ditadura e Democracia na América Latina. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

3 BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.

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Com efeito, a Operação Condor representou uma verdadeira distorção do Estado de Direito, pois, as mais altas autoridades de vários países concordaram em cooperar no empreendimento do terrorismo de Estado, que consistiu precisamente na total ausência de proteção dos direitos humanos de seus próprios cidadãos, pois, tais autoridades conspiraram para violar as normas internacionais de proteção, tais com o direito de asilo, a proteção aos refugiados, o habeas corpus, além de empreenderem esforços para procedimentos de extradição dos que enfrentavam acusações por crimes cometidos em um país e eram presos em outros.

Como um tratado secreto4 a Condor elevou os crimes contra os direitos humanos ao mais alto nível de política de Estado, sob o controle direto de mandatários e ministros. A Operação Condor era um verdadeiro “Mercosul do terror”5 articulado pelas autoridades governantes dos países da América do Sul.

A Operação Condor foi um passo muito maior que a simples coor-denação e troca de informações policias. A Condor dispunha de banco de dados e sequestros além das fronteiras. A Condor era operacional. Cada país membro permitia que as agências de inteligência dos outros países operassem dentro das suas fronteiras, capturando exilados, interrogando e torturando prisioneiros. Essa foi a integração indesejada dos estados da América do Sul, principalmente nas décadas de 60 e 70 do século XX.

Mas se a Operação Condor é passado, por que sentimos a presença dela ao lermos a conjunção do relato entre determinados processos penais e perdas de garantias que nos trazem Antônio e Natália nesse livro?

Diferente de um tratado secreto de terror de Estado, de uma integração indesejada, a prática de lawfare acontece escancarada na televisão. As violações dos direitos e garantias fundamentais constitucionais e convencionais são manifestadas e corriqueiras. São praticadas pelas instituições que deveriam zelar pela democracia e pelo Estado de Direito, daquelas que Luigi Ferrajoli chamaria de instituições de garantias6.

Portanto, o convite é para ler e refletir sobre o que consta nas próximas páginas e com o futuro que ainda está por vir ....

UBA Outono de 2019.

Carolina Cyrillo7

4 DINGES. John. Os Anos do Condor - Uma Década de Terrorismo Internacional no Cone Sul. São Paulo: Cia. das Letras, 2004.

5 QUADRAT, Samantha Viz. Operação Condor: o ‘Mercosul’ do terror. In: Estudos Ibero--Americanos. PUCRS, v. XXVIII, n. 1, jun. 2002.

6 FERRAJOLI, Luigi. Para um Ministério Público como instituição de garantia. Revista do Ministério Público 153: janeiro a março de 2018.

7 Professora de Direito Constitucional e Administrativo da Faculdade Nacional de Direito - UFRJ Docente de Elementos de Derecho Constitucional de la Facultad de Derecho -

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Perguntaram-me certa vez o que tinha eu achado da atuação do Minis-tério Público e do Poder Judiciário em 2016. Foi uma pergunta difícil de ser respondida. No Ministério Público há muitos Promotores e Procuradores. No Judiciário, muitos Magistrados. De uma tal maneira que alguma resposta, por mais cautelosa que seja, sempre esbarraria no perigo da generalização, no risco da afirmação temerária.

Mas, inegavelmente, o Ministério Público e o Judiciário são corporações e, neste sentido, os seus integrantes estão todos nelas incorporados, sejam onerados ou bonificados. Então, assim respondi: o saldo é muito negativo naquele ano de 2016.

Negativo porque o Ministério Público foi um parceiro fundamental em todas as arbitrariedades (do ponto de vista do Processo Penal constitucional) cometidas na chamada Operação Lava Jato. Mais do que parceiro, na verdade, foi um instigador quando, por exemplo, repetidamente, solicitou a prisão preventiva de investigados sem que houvesse nenhum fundamento legal para a decretação da medida cautelar (razão pela qual, milagrosamente - eu que não creio -, alguns dos pedidos foram negados e outros tantos, nada obstante terem sido deferidos, restaram, mais tarde, revogados).

Também na Lava Jato, o Ministério Público protagonizou cenas bizarras, como o caso do power point ou da denúncia em que foram confundidos Engels e Hegel. Patrocinou umas tais medidas anticorrupção, absurdamente inconstitucionais (quase todas!), manipulando a opinião pública e angarian-do assinaturas em templos religiosos, praças públicas, etc., clamando por combatentes do bem, como se alguém, entre os incautos, fosse a favor da corrupção. Aproveitou-se, igualmente, da possibilidade da delação premiada (utilizando-se de um meio mais fácil, sem dúvidas), ao contrário de se valer de uma investigação criminal efetivamente científica e sem coação física e moral aos investigados. Degenerou-se, assim, a delação premiada, tornando

PREFÁCIO À 1ª EDIÇÃO

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o que seria uma fonte de prova excepcional em estratégia investigatória e, pior, em requisito (ilegal) para a prisão provisória. Neste caso, priorizou-se o fim em detrimento dos meios. A propósito, já vimos isso e os seus resultados. Os heróis de ontem, hoje são meras caveiras da História (às vezes, até fezes).

E o que dizer do Ministério Público no processo de impeachment da Presidente da República? Ao contrário de defender a ordem constitucional, a República e a Democracia brasileiras, sucumbiu a uma omissão imperdoável e a uma leniência absurda. Aqui, o Procurador-Geral da República nada fez para impedir os desmandos do Parlamento, muito pelo avesso.

Quanto ao Judiciário, e fazendo a ressalva primeira (em relação à vulgariza-ção), o saldo também foi bem negativo. Vejamos, por exemplo, a Operação Lava Jato e o seu timoneiro. Aqui foram subscritas as mais absurdas decisões contra a lei e contra a Constituição Federal. O Juiz que está à frente das investigações e do processo decidiu à sua maneira, em um solipsismo inaceitável, como se dissesse: decido porque assim quero e assim será. E isso, nenhum Juiz pode fazê-lo, ainda que se ache um Deus! Aliás, quem se acha Deus, um dia haverá de descobrir quão humano é (e não me refiro, evidentemente, a ida ao vaso sanitário).

Bem, mas porque suas decisões foram referendadas (nem todas, vejam!) pelos tribunais? Até um pedido (cínico) de desculpas foi expressado por ele ao Supremo Tribunal Federal, sem que nada tenha sido feito pelo Conselho Nacional de Justiça. Eis o busílis: é o medo de ser contramajoritário. O temor da opinião pública (ou seria da opinião publicada?).

No âmbito da Operação Lava Jato institucionalizou-se a prisão provisória para delatar, as conduções coercitivas de investigados, a exposição midiática do Juiz e dos Procuradores, o vazamento de trechos das delações premiadas e das interceptações telefônicas, seletivamente escolhidos.

E o Supremo Tribunal Federal? Assistiu a tudo calado, com uma mansidão própria dos poltrões e dos tímidos. Não que sejamos a favor do ativismo judicial, que também assistimos horrorizados neste ano de 2016 (razão pela qual decisões da Suprema Corte foram solenemente descumpridas, desmoralizando-a). Mas, obviamente, uma Corte Constitucional não poderia silenciar-se diante de uma ruptura institucional que estava por vir (e que hoje se vê às claras!).

Bem, então, 2016 foi muito ruim, para falarmos apenas do Ministério Público e do Judiciário. No mais, foi muito pior, obviamente! Em seguida, perguntaram-me: e o que esperar de 2017? Disse eu: é difícil algum otimismo neste momento em que se encontra o País. Não acreditava em melhoras – e não acredito ainda hoje, muito pelo contrário. A tensão aumentará. O cárcere ficará ainda mais lotado por desgraçados (graças, inclusive, ao Juiz de Curitiba, cujas decisões repercutem, por óbvio). Os excluídos serão em maior número (graças à política neoliberal). E a classe média seguirá, como diria Jessé de Souza, tola, acreditando em duendes como Deltans, Moros, Trumps, impeachment, etc.

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Pois bem.Agora, e muito a propósito, a Editora D´Plácido lança mais uma obra

digna de grandes autores, engrandecendo o seu já prestigiado catálogo. Sem dúvidas, na crise em que vive o País, a Editora D´Plácido vem se destacando no mercado editorial de livros jurídicos de uma maneira impressionantemente reconfortante. Não são apenas obras jurídicas, mas livros com conteúdo científico de indiscutível qualidade, razão pela qual não me surpreendeu mais este título.

É bem verdade que não seria mesmo surpresa para mim a excelência do livro, tratando-se de um trabalho escrito pelos autores Antonio Eduardo Ramires Santoro e Natália Lucero Frias Tavares. Ele, Professor de Direito Processual Penal e Prática Penal da FND/UFRJ e do IBMEC/RJ e do Pro-grama de Pós-Graduação em Direito da UCP – Universidade Católica de Petrópolis. Pós-doutor pela Universidad Nacional de La Matanza – Argen-tina. Doutor e Mestre em Filosofia pela UFRJ. Mestre pela Universidad de Granada – Espanha, além de Especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra - Portugal.

Ela, Natália Lucero Frias Tavares, é Mestranda do Programa de em Direito da Universidade Católica de Petrópolis – UCP - Bolsista CAPES e pós-graduada em Direito e Processo Penal e Criminologia pela Universidade Cândido Mendes – UCAM.

Ambos levam muito a sério a atividade acadêmica e o que escrevem são sempre, e invariavelmente, de uma sofisticação científica ímpar. Se não bastassem tais predicados, os autores debruçaram-se sobre um tema atualíssimo e de dolorosa lembrança: o impeachment de 2016 que, tal como um golpe de Estado, derrubou uma Presidenta democraticamente eleita.

Indiscutivelmente, um golpe parlamentar que, a cada dia que passa, torna-se mais claro, seja nos seus mecanismos iniciais, seja nas consequências desastrosas para o País e, especialmente, para o povo brasileiro.

Com incrível percuciência, os autores tratam o impeachment da Pre-sidenta Dilma como uma verdadeira “estratégia de lawfare político institucional.”

A obra inicia-se a partir do pressuposto de que o sistema penal pode – e foi – usado verdadeiramente como lawfare político, analisando-se, então, “a aplicabilidade da teoria norteamericana do Lawfare, que entende o Direito como arma de guerra, às disputas entre grupos políticos no âmbito interno dos Estados soberanos.”

A partir desta análise, questiona-se se “o sistema penal está sendo usado como instrumento de condução política no Brasil e se a agenda da mídia afeta as ações jurídicas.”

Em seguida, mais detidamente, faz-se um estudo cronológico acerca das “denúncias do processo de impeachment de 2016 e o ato de recebimento”, fazendo-se “uma análise técnico-processual da sua admissibilidade”, a partir do estudo das “de-núncias por crime de responsabilidade em face de Dilma Rousseff, o ato de recebimento e sua adequação técnico-processual”, enfrentando-se a questão central: tais “atos podem ser qualificados como instrumentos de Lawfare político”? A conclusão parece-me ser

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absolutamente correta: “o processo de impeachment se iniciou a partir de denúncia que tinha por objetivo instrumentalizar-se para alcançar objetivos políticos.”

No capítulo seguinte, o terceiro, trata-se do “sigilo das interceptações tele-fônicas e o uso político do caso Lava Jato: a perda da base parlamentar governista no processo de impeachment.”

Os autores, então, relembram o triste episódio, que manchará para sempre a história do Poder Judiciário brasileiro, quando o Juiz Sérgio Moro, deliberada e irresponsavelmente, “divulgou gravações contendo conversas de Lula ao argumento de que nos casos de investigação de crimes contra a Administração Pú-blica deve prevalecer a publicidade constitucional dos atos processuais em detrimento da intimidade e do interesse social”, decisão – cujo conteúdo é muito bem, ana-lisado, evidentemente, como afirmam os autores, incorreta “à luz dos direitos fundamentais”, pois violou frontalmente “o direito ao sigilo das comunicações e a intimidade.” Aqui, faz-se uma comparação bastante apropriada com o caso Escher vs. Brasil, julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Já no último capítulo – “Impeachment de 2016: devido processo legal ou autori-tarismo processual penal?” -, os autores, após notarem que “o processo de impeachment de 2016 foi constantemente apontado como adequado à garantia do devido processo legal”, discutem se houve, efetivamente, “a prática ou não de crime de responsabilidade.”

Outrossim, questionam, com razão, “se a previsão legal, bem como o respeito aos prazos e ao rito são suficientes para, à luz da Teoria do Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli, considerar se o processo que condenou Dilma Rousseff à perda do cargo de Presidente da República foi constitucionalmente adequado ou se apresentou como um processo autoritário.”

Por fim, e à guisa de conclusão, lançam um epitáfio em movimento, efetivamente, “porque as peças ainda se movem no tabuleiro jurídico-político em que se transformou o país.”

Com muita propriedade e coragem, afirmam que “o juiz Sérgio Moro, ain-da midiatizado e agora secundado por outros colegas de magistratura e por membros do ministério público federal, continua comandando a espetacularizada operação que ganhou ares cinematográficos e vem condenando antigos e atuais protagonistas da política brasileira.”

Digo eu: o Juiz Sérgio Moro deslumbrou-se! Muito difícil para um jovem não sucumbir a tantos holofotes e ao assédio da grande mídia e de parte da população, especialmente da classe média, da qual ele faz parte. Mas, isso não o isenta e a História não o perdoará, ao contrário do que ele e muitos acreditam. Assim, ficou difícil impedi-lo de tais abusos. Tudo que ele faz, todas as suas decisões têm uma presunção de legalidade e de justeza, o que é um equívoco, obviamente. Como frear um “salvador da pátria”, o redentor! E é óbvio que assim o sendo, a tendência é que as decisões do Juiz Sérgio Moro sejam confirmadas pelos demais órgãos do Poder Judiciário que, muitas vezes, não ousam ser contra majoritá-rios, como tinham que ser em uma República e em um Estado Democrático de Direito. O Magistrado, ao contrário do que já se disse, não tem que decidir conforme “a voz das ruas” ou para atender ao clamor popular. Magistrado tem

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que ter compromisso, exclusivamente, com a Constituição Federal, isso é o que o legitima, já que ele não tem a legitimidade popular. Os Juízes brasileiros têm que ter essa consciência: como eles não são votados, a sua legitimidade decorre da fundamentação de suas decisões e tal fundamentação, por sua vez, decorre da observância das leis e das regras e dos princípios constitucionais. Passar em um concurso público, marcando um “x” e discorrendo sobre a doutrina do jurista “A” ou “B” ou sobre o entendimento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal sobre tal ou qual matéria, não lhes dá nenhuma, absolutamente nenhuma, legitimidade constitucional para exercer a sua jurisdição. Neste sentido, considero que, ao ratificarem as decisões do Juiz Sérgio Moro, todas as demais instâncias do Poder Judiciário brasileiro, inclusive o Supremo Tribunal Federal, cometem abusos. E, repito: a História não os perdoará!

Claro que a prática de um delito exige a punição pelo Estado (até que se encontre algo mais humano para se fazer com quem o fez e se procure entender porquê o fez), mas não se pode punir a qualquer custo. Há regras a serem observadas. Regras e princípios constitucionais. E no Brasil, hoje, isso não ocorre. E a Operação Lava Jato é um exemplo muito claro disso. Vivemos um verdadeiro período de exceção. Hoje, não há Estado Demo-crático de Direito. Isso é balela! Conduz-se coercitivamente que não pode sê-lo. Invade-se domicílio que não pode ser invadido. Determina-se inter-ceptações telefônicas de quem não pode ser interceptado. Prende-se quem tem imunidade constitucional. Aqui faz o que o Judiciário quer ou o que o Ministério Público pede. Dane-se a Constituição Federal! Estamos vivendo dias verdadeiramente sombrios. A nossa única esperança, que era o Supremo Tribunal Federal, virou uma desesperança. Apelar mais para quem? Isso sem falar na pauta conservadora que assola o País.

Recordemos a Operação Mãos Limpas, na Itália. Lá, como aqui, pre-tendeu-se acabar com a corrupção e, tal como na Itália (um dos Países mais corruptos do mundo, que o diga Berlusconi, filhote da Operação Mãos Limpas), a Operação Lava-Jato não vai acabar com a corrupção, muito pelo contrário. Se ela vai acabar com alguma coisa é com algumas das maiores empresas brasileiras (e, consequentemente, com o emprego de nossos trabalhadores – o que vai per-mitir que as empresas estrangeiras voltem ao Brasil com os seus empregados ou pagando uma miséria à nossa mão de obra) e com os direitos e garantias indivi-duais arduamente conquistados com a redemocratização. Há outra semelhança: pretende-se acabar também com um partido político, como ocorreu na Itália (Partido Socialista Italiano). A corrupção, ao contrário do que muitos pensam, não é um problema do Sistema Jurídico, mas do Sistema Político e do Sistema Econômico, daí porque serem fundamentais reformas políticas e econômicas. O neoliberalismo é perverso e o nosso modelo político favorece a corrupção.

Finalmente, os ilustres Professores concluem, com acerto, “que os autores do impeachment efetivamente alcançaram seu objetivo de manejar o Direito, especialmente

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o sistema penal, para destruir o adversário político. Uma estratégia de Lawfare político instrumental: instauração de persecução criminais (denúncia por crime de responsabilidade dando origem ao processo de impeachment) para alcançar objetivos políticos e com isso jurisdicionalizaram discussões essencialmente reservadas ao campo político, reinterpretando de forma criativa o ordenamento para afastar as garantias processuais do processo de im-peachment. Isso tudo com o auxílio luxuoso da operação Lava Jato e suas divulgações de persecuções criminais com a afetação de imagens pessoais para alcançar objetivos políticos.”

Pois é! Chegamos, definitivamente, ao fundo do poço. Tudo é possível. Infelizmente, a razão está com Giorgio Agamben (Estado de Exceção, São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p. 13) quando afirma que “o totalitarismo moderno pode ser definido, nesse sentido, como a instauração, por meio do estado de exceção, de uma guerra civil legal que permite a eliminação física não só dos adversá-rios políticos, mas também de categorias inteiras de cidadãos que, por qualquer razão, pareçam não integráveis ao sistema político. Desde então, a criação voluntária de um estado de emergência permanente (ainda que, eventualmente, não declarado no sentido técnico) tornou-se uma das práticas essenciais dos Estados contemporâneos, inclusive dos chamados democráticos. (...) O estado de exceção apresenta-se, nessa perspectiva, como um patamar de indeterminação entre democracia e absolutismo.”

Trata-se, como se vê, de um livro muitíssimo atual, extremamente bem escrito, corajoso e, portanto, de leitura obrigatório. Recomendo! Parabéns aos autores e à Editora D´Plácido.

Salvador, setembro de 2017.

Rômulo de Andrade Moreira

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O lawfare, além de colocar em sério risco a democracia dos países, geralmente é utilizado para minar os processos políticos emergentes e propor violações sistemáticas dos direitos sociais.

Para garantir a qualidade institucional dos Estados é fundamen-tal detectar e neutralizar esse tipo de práticas que resultam da imprópria atividade judicial em combinação com operações

multimidiáticas paralelas

Papa Francisco8

No dia 28 de outubro de 2018, Jair Messias Bolsonaro foi eleito presidente da República após disputar a eleição em segundo turno com Fernando Haddad, em uma eleição marcada pela polarização entre discursos inflamados. Sua eleição só foi possível porque Lula, que liderava as intenções de voto nas pesquisas de opinião, foi condenado, preso e considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Pouco mais de dois anos antes, no dia 31 de agosto de 2016, o plenário do senado federal, por 61 votos contra 21, julgou procedente a acusação de prática de crime de responsabilidade no segundo processo de impeachment da História do Brasil a terminar com a aplicação da pena de perda do mandato de presidenta da República, o segundo no curto período democrático que o país viveu a partir da reabertura pós ditadura civil-militar.

Não é demais frisar que de quatro presidentes diretamente eleitos a partir de 1989, apenas dois terminaram seu mandato, conotando certa instabilidade do nosso sistema político.

8 Declaração feita na Cúpula Pan-Americana de Juízes, em 04 de junho de 2019, promovida pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais no Vaticano, sobre o tema “Direitos sociais e doutrina franciscana”.

INTRODUÇÃO

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Depois de 13 anos de exercício do poder pelo partido dos trabalhadores, chegava precipitadamente ao fim o governo de Dilma Rousseff, que foi substituída pelo seu vice-presidente, o qual já ocupava o cargo interinamente e, de articulador da base governista, passou a um dos principais algozes de sua companheira de chapa.

A relação entre a eleição de Bolsonaro e o impeachment só pode ser compreendida a partir de uma detida análise do complexo processo jurídico--político em que se transformou o Brasil a partir da primeira metade do ano de 2014, que imbricou as investigações daquela que ficou conhecida como Operação Lava Jato e o impeachment, iniciado a partir da ruptura vivida pelo país na eleição presidencial daquele mesmo ano.

Afinal, desde protestos que pediam a saída da presidenta da república eleita diretamente pelo voto popular, passando por estapafúrdios pedidos de intervenção militar até as acusações de que o impeachment seria um golpe de estado parlamentar apoiado na espetacularização do processo penal pro-tagonizado pelo poder judiciário, até a condenação e inelegibilidade de Lula, passamos pela História viva e que ainda precisa ser contada.

O problema que se pretende enfrentar neste trabalho é se a eleição de Jair Bolsonaro é a consequência de um complexo de atos de Lawfare político.

Para responder a essa indagação realizamos sete estudos que ora oferecemos ao leitor. É importante dizer que embora os sete estudos se completem, todos foram elaborados de maneira que possam ser lidos separadamente, com estru-tura autônoma, problematização específica, metodologia e referências próprias.

Nenhum destes estudos enfrenta, propositalmente, as questões de mérito dos processos criminais a que se referem. O único objetivo foi proceder a estudos de natureza processual e política sobre o impeachment e a Operação Lava Jato.

O primeiro, terceiro, quarto e quinto capítulo integravam a primeira edição deste livro, que se intitulava “Impeachment de 2016: uma estratégia de Lawfare político instrumental”. Naquele momento a análise impeachment como um instrumento de Lawfare político era a tônica do livro. Todavia, como a própria conclusão prenunciava, “as peças ainda se movem no tabuleiro jurídico-político em que se transformou o país”, por isso dissemos “impea-chment chegou ao fim. Ou não”.

O curso dos acontecimentos mostrou que as peças se moviam e que a Operação Lava Jato, que decisiva influência havia tido sobre o impeachment de 2016, determinaria os rumos políticos do país e, bem assim, o próprio resultado das eleições de 2018.

Daí porque a segunda edição não apenas teve o acréscimo de mais três capítulos (o atual segundo, o sexto e o sétimo), como mudou de título, afinal restou claro que não apenas a Operação Lava Jato foi instrumentalizada para o resultado do impeachment, como este também foi mais um instrumento de uma nova configuração política, o que conduz a um novo título mais representativo da segunda edição e condizente com o desenrolar dos fatos e da análise empreendida: Lawfare Brasileiro, que assim está estruturado:

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O primeiro capítulo, intitulado “O uso do sistema penal como Lawfare político” tem o objetivo de analisar a teoria norte-americana do Lawfare, que entende o Direito como arma de guerra, e o aplica às disputas entre grupos políticos para verificar se o sistema penal no Brasil vem sendo usado como um instrumento de Lawfare político.

O segundo capítulo, “Maxiprocessos e democracia constitucional: a Operação Lava e a peculiar premonição voluntária”, tem por finalidade expor quais seriam as características dos maxiprocesso, sua relação com o Lawfare, enquanto um de seus instrumentos, bem como identificar se a Operação Lava Jato é um maxiprocesso.

O terceiro capítulo, que denominamos “As denúncias do processo de impeachment de 2016 e o ato de recebimento: uma análise técnico-proces-sual da sua admissibilidade” tem a pretensão de cotejar as peças processuais acusatórias e o ato de recebimento praticado pelo então presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, com os requisitos técnico-processuais de admissibilidade da denúncia, bem como verificar que a acusação instrumen-talizou o Direito como Lawfare político.

No quarto capítulo realizamos uma análise do fato mais midiatizado da já espetacularizada Operação Lava Jato, a divulgação autorizada pelo juiz Sérgio Moro da gravação da conversa entre o Lula e Dilma obtido por interceptação telefônica. O “Sigilo das interceptações telefônicas e o uso político do caso Lava Jato: a perda da base parlamentar governista no processo de impeach-ment” expõe os motivos explícitos e implícitos que levaram o magistrado a realizar aquele ato, que terminou por alavancar o processo de impeachment.

O quinto capítulo, “Impeachment de 2016: devido processo legal ou autoritarismo processual penal?” tem o objetivo de responder à indagação do próprio título, à luz da Teoria do Garantismo Penal de Luigi Ferrajoli, bem como de sua palestra sobre a operação Lava Jato e o impeachment ministrada no parlamento italiano no dia 11 de abril de 2017.

No sexto capítulo, nominado “Ocaso Lula: a execução antecipada da pena no contexto do ativismo judicial”, realizamos uma análise do processo criminal a que Lula foi submetido, dando especial relevo para a execução antecipada da pena dentro de um contexto de ativismo judicial.

No sétimo capítulo, “A eleição de 2018: a vitória autoproclamada”, analisamos a eleição de 2018, o contexto da vitória de Jair Bolsonaro, a im-portância da inelegibilidade decorrente da condenação de Lula, a despeito da recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU, e, por fim, fizemos uma abordagem sobre a Teoria dos Jogos aplicada ao processo penal, especialmente as estratégias, táticas e recompensas dos jogadores.

Na conclusão, com base nos fatos ocorridos entre 2014 e 2018, realizamos uma abordagem da situação política atual do Brasil para incentivar o leitor a realizar uma reflexão sobre a existência ou não de democracia no Brasil, bem como para que lugar estamos caminhando.

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Antonio Eduardo Ramires SantoroNatália Lucero Frias Tavares

2ª edição revista, atualizada

e ampliada do livro Impeachment de 2016

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ANTONIO EDUARDO RAMIRES SANTORO

Professor Titular de Direito Processual Penal do IBMEC/RJ, Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Di-reito da Faculdade Nacional de Direito - PPGD/UFRJ, Professor Adjunto do Pro-grama de Pós-Graduação da Univer-sidade Católica de Petrópolis - PPGD/UCP, Jovem Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ e Coordenador do Grupo de Pesquisa “O Sistema Penal sob Olhar Crítico” na UFRJ e na UCP. Possui Pós--Doutorado em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra em Portugal, Pós-Doutorado em Direito Penal e Garantias Fundamentais pela Universidad Nacional de La Matanza na Argentina, Doutorado e Mestrado em Filosofia pela UFRJ, Mestrado em Direi-to Penal Internacional pela Universidad de Granada na Espanha, Especializa-ção em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra em Portugal, Especialização em Direito da Economia pela FGV/RJ, Bacharelado em Direito pela UERJ. É licenciando em História pela UNIRIO. É Advogado criminalista.

NATÁLIA LUCERO FRIAS TAVARES

Professora da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro - FND/UFRJ e Professora da Academia Brasileira de Direito Consti-tucional - ABDConst. É Doutoranda em Direito pelo Programa de Pós-Gradua-ção em Direito da Faculdade Nacional de Direito - PPGD/UFRJ. Possui Mestra-do em Direito pela Universidade Católi-ca de Petrópolis - PPGD/UCP (onde foi Bolsista Prosup-CAPES), Pós-Graduação em Criminologia, Direito e Processo Pe-nal pela Universidade Cândido Mendes e Bacharelado em Direito pela Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. É Pesquisadora membro do Grupo de Pesquisa “O Sistema Penal sob Olhar Crí-tico” na UFRJ. É Advogada Criminalista.

São capítulos bem diferentes que se articulam de tal forma que a leitura é leve

e bastante instrutiva. A solidez do texto dá ao autor a ideia firme de ser uma coisa

definitiva!”Sérgio Salomão Sheccaira

Professor Titular da USP

Nesse momento delicado da vida brasileira, o livro do Professor Santoro e da Professora

Natália é imprescindível.”Geraldo Prado

Professor de Direito Processual Penal da UFRJ

Bom e atualizadíssimo livro. Recomendo a leitura do livro intitulado “Impeachment

de 2016. Uma estratégia de lawfare político instrumental.”

Afrânio Silva JardimProfessor de Direito Processual Penal da UERJ

Trata-se de um livro muitíssimo atual, extremamente bem escrito, corajoso e,

portanto, de leitura obrigatória. Recomendo!”Rômulo de Andrade Moreira

Procurador de Justiça e Professor da UNIFACS

Como se constata da leitura dessa obra estamos diante de um livro de história, crítico aliando o sistema penal, que mesmo sendo o protagonista, acaba ficando como pano de fundo de uma estratégia de lawfare.” Carolina CyrilloProfessora de Direito Constitucional da UFRJ e da UBA

O livro demonstra o uso da noção de Lawfare no Brasil em caso específico. Consegue comprovar que o jogo era outro; quem não entende de lawfare é ingênuo ou está de má-fé. Recomendo fortemente.”Alexandre Morais da RosaJuiz de Direito e Professor da UFSC

O livro de Antônio Santoro e Natalia Tavares é fruto de pesquisa séria e traz a leitura acadêmica do lawfare no Brasil, a partir da análise de um processo que mudou os rumos do país. É leitura fundamental para quem deseja sair das informações rasas de jornal e compreender como a contaminação entre direito, política e mídia pode gerar arbitrariedades e violações não só ao devido processo legal, mas ao próprio Estado Democrático de Direito.”Maíra FernandesAdvogada

ISBN 978-65-80444-73-1

Antonio Eduardo Ramires Santoro

Natália Lucero Frias Tavares