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1 Relatório Despesa fiscal 2014

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  • 1

    Relatrio

    Despesa fiscal

    2014

  • 2

    ndice

    SUMRIO ............................................................................................................................................................... 4

    1. Conceito de despesa fiscal .......................................................................................................................... 4

    2. Metodologia de quantificao e estimativa da despesa fiscal .................................................................... 5

    3. Reduo da despesa fiscal (2011-2014) ...................................................................................................... 6

    I. INTRODUO ............................................................................................................................................... 9

    II. CONCEITO DE DESPESA FISCAL .................................................................................................................... 10

    II.1. Definio de despesa fiscal .................................................................................................................. 10

    II.2. Sistema de tributao-regra ................................................................................................................ 11

    II.2.1. Impostos sobre o rendimento ......................................................................................................... 12

    II.2.2. Impostos sobre o consumo ............................................................................................................. 13

    II.2.3. Impostos sobre o patrimnio .......................................................................................................... 14

    II.3. Objetivos do sistema fiscal ................................................................................................................... 15

    II.3.1. Objetivos gerais ............................................................................................................................... 15

    II.3.2. Objetivos extrafiscais ...................................................................................................................... 16

    II.4. Interligao entre a despesa fiscal e os objetivos do sistema fiscal ..................................................... 17

    II.5. Beneficirios da despesa fiscal ............................................................................................................. 18

    III. CLASSIFICAO DA DESPESA FISCAL ........................................................................................................... 19

    III.1. Tipo de despesa fiscal .......................................................................................................................... 19

    III.2. Funo da despesa fiscal ...................................................................................................................... 21

    IV. METODOLOGIA DE QUANTIFICAO E ESTIMATIVA DA DESPESA FISCAL .................................................... 22

    IV.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ................................................................. 24

    IV.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) .................................................................. 25

    IV.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) .......................................................................................... 26

    IV.4. Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC) .......................................................................................... 26

    IV.5. Imposto do Selo (IS) ............................................................................................................................. 27

    IV.6. Imposto nico de Circulao (IUC) ...................................................................................................... 27

    IV.7. Imposto Municipal sobre Imveis (IMI) ............................................................................................... 27

    IV.8. Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de Imveis (IMT) ............................................... 28

    V. EVOLUO DA DESPESA FISCAL DAS ADMINISTRAES PBLICAS .............................................................. 29

    V.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ................................................................. 31

    V.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) .................................................................. 32

    V.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) .......................................................................................... 36

    V.4. Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC) .......................................................................................... 37

    V.5. Imposto do Selo (IS) ............................................................................................................................. 39

    V.6. Imposto nico de Circulao (IUC) ...................................................................................................... 40

    V.7. Impostos sobre o Patrimnio (IP) ........................................................................................................ 41

    VI. REFERNCIAS .............................................................................................................................................. 43

    A. ANEXO ESTATSTICO .................................................................................................................................. 44

  • 3

    ndice de Quadros

    QUADRO 1: DESPESA FISCAL DAS ADMINISTRAES PBLICAS, POR IMPOSTO ............................................................... 6

    QUADRO 2: CLASSIFICAR DOS BENEFCIOS FISCAIS, POR TIPO ................................................................................... 19

    QUADRO 3: CLASSIFICADOR DOS BENEFCIOS FISCAIS, POR FUNO .......................................................................... 21

    QUADRO 4: DESPESA FISCAL DAS ADMINISTRAES PBLICAS, POR IMPOSTO ............................................................. 29

    ndice de Grficos

    GRFICO 1: DESPESA FISCAL, EM PERCENTAGEM DO PIB NOMINAL ............................................................................. 7

    GRFICO 2: DESPESA FISCAL, POR FUNO ................................................................................................. 8

    GRFICO 3: DESPESA FISCAL, POR TIPO ................................................................................................................ 8

    GRFICO 4: DESPESA FISCAL, EM PERCENTAGEM DO PIB NOMINAL ........................................................................... 30

    GRFICO 5: DESPESA FISCAL, POR FUNO ................................................................................................ 31

    GRFICO 6: DESPESA FISCAL, POR TIPO .............................................................................................................. 31

    GRFICO 7: DESPESA FISCAL EM IRS, POR FUNO ..................................................................................... 31

    GRFICO 8: DESPESA FISCAL EM IRS, POR TIPO ................................................................................................... 31

    GRFICO 9: DESPESA FISCAL EM IRC, POR FUNO ..................................................................................... 32

    GRFICO 10: DESPESA FISCAL EM IRC, POR TIPO ................................................................................................ 32

    GRFICO 11: DECOMPOSIO DA VARIAO DO PIB EM VOLUME NO 4 TRIMESTRE DE 2013, EM CADEIA ....................... 34

    GRFICO 13: DESPESA FISCAL EM IVA, POR FUNO ................................................................................... 36

    GRFICO 14: DESPESA FISCAL EM IVA, POR TIPO ................................................................................................ 36

    GRFICO 15: DESPESA FISCAL EM IEC, POR FUNO ..................................................................................... 37

    GRFICO 16: DESPESA FISCAL EM IEC, POR TIPO ................................................................................................ 37

    GRFICO 17: DESPESA FISCAL EM IS, POR FUNO ..................................................................................... 39

    GRFICO 18: DESPESA FISCAL EM IS, POR TIPO ................................................................................................... 39

    GRFICO 19: DESPESA FISCAL EM IUC, POR FUNO ..................................................................................... 40

    GRFICO 20: DESPESA FISCAL EM IUC, POR TIPO ................................................................................................ 40

    GRFICO 21: DESPESA FISCAL EM IP, POR FUNO ..................................................................................... 41

    GRFICO 22: DESPESA FISCAL EM IP, POR TIPO ................................................................................................... 41

  • 4

    Sumrio

    1. Conceito de despesa fiscal

    O sistema fiscal assenta nos princpios da generalidade, da igualdade, da legalidade e

    da justia material. No entanto, a tributao deve ter em considerao a situao

    familiar, deve proteger os bens e consumos de primeira necessidade e deve favorecer

    o emprego, a competitividade e a internacionalizao da economia portuguesa.

    Nestes termos, ao longo dos anos, foram introduzidas no sistema fiscal um conjunto

    de medidas que configuram a atribuio de benefcios fiscais. Estas medidas,

    vulgarmente designadas por despesas fiscais, visam a prossecuo de objetivos

    estratgicos, de natureza extrafiscal. Esses objetivos materializam-se nos planos

    econmico, social, cultural, entre outros, procurando incentivar determinados

    comportamentos ou atividades econmicas.

  • 5

    2. Metodologia de quantificao e estimativa da despesa fiscal

    No presente documento, e em complemento informao apresentada por referncia

    ao Estado no Relatrio da Proposta de Oramento do Estado para 2014, discrimina-se

    a despesa fiscal global com origem nos impostos cujo sujeito ativo so as

    Administraes Pblicas.

    Assim, enquanto que a despesa fiscal apresentada no Relatrio da Proposta de

    Oramento do Estado para 2014 correspondia apenas ao sector Estado, a despesa

    fiscal detalhada no presente documento mais abrangente, englobando a totalidade

    das Administraes Pblicas e, bem assim, no apenas o Estado central, mas tambm a

    Administrao Regional e a Administrao Local.

    O processo de quantificao e estimativa da despesa fiscal das Administraes Pblicas

    envolveu os seguintes trmites:

    i. Identificao da despesa fiscal: definiu-se a estrutura comum de cada imposto,

    seguindo os critrios utilizados internacionalmente para esse efeito. O critrio

    aplicado tomou como referncia a estrutura estabelecida pelo prprio regime

    legal do imposto, considerando como despesa fiscal todas as situaes que se

    afastam do que se encontra estatudo com carcter geral pela respetiva

    legislao;

    ii. Aplicao do mtodo da receita cessante: procedeu-se ao clculo da diferena

    entre a receita fiscal obtida no presente enquadramento legal e a receita fiscal

    arrecadada hipoteticamente caso no se verificasse a ocorrncia do facto

    tributrio que consubstancia a despesa fiscal;

    iii. Utilizao do princpio da especializao do exerccio: alocou-se a despesa

    fiscal ao ano ao qual se encontra associada a origem de uma obrigao fiscal

    equivalente e no quele em que o pagamento final do imposto seria realizado.

  • 6

    3. Reduo da despesa fiscal (2011-2014)

    Entre 2011 e 2014, regista-se uma reduo significativa de 35,0% da despesa fiscal das

    Administraes Pblicas, em resultado da poltica vigente de reviso dos benefcios

    fiscais, em cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado

    portugus no mbito do Programa de Ajustamento Econmico e Financeiro (PAEF).

    Neste perodo, a despesa fiscal das Administraes Pblicas apresenta uma diminuio

    expressiva de 4.809,6 milhes de euros. Para 2014, em particular, prev-se uma

    reduo adicional de 640,1 milhes de euros, o que corresponde a uma diminuio de

    6,7%, face a 2013.12

    Quadro 1: Despesa fiscal das Administraes Pblicas, por imposto

    2011 2012 2013(p) 2014(p) 2012/2011 2013/2012(p) 2014/2013(p)

    Despesa fiscal 13.750,5 9.249,0 9.581,0 8.941,0 -32,7 3,6 -6,7

    Impostos sobre o rendimento, riqueza, etc. 6.148,3 3.891,2 3.867,6 3.390,1 -36,7 -0,6 -12,3

    Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) 3.743,3 2.964,4 2.728,2 2.728,2 -20,8 -8,0 0,0

    Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) 2.405,0 926,8 1.139,4 662,0 -61,5 22,9 -41,9

    Impostos sobre a produo e importaes 7.602,2 5.357,8 5.713,4 5.550,8 -29,5 6,6 -2,8

    Imposto sobre os Produtos Petrolferos e Energticos (ISP) 730,6 480,4 440,9 453,2 -34,2 -8,2 2,8

    Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 5.811,7 3.633,8 3.769,7 3.778,6 -37,5 3,7 0,2

    Imposto sobre Veculos (ISV) 124,6 134,6 114,3 114,3 8,0 -15,0 0,0

    Imposto sobre o Tabaco (IT) 60,7 25,9 16,4 16,4 -57,4 -36,5 0,0

    Imposto sobre o lcool e as Bebidas Alcolicas (IABA) 108,7 116,5 104,2 104,2 7,2 -10,5 0,0

    Imposto do Selo (IS) 15,4 30,0 56,4 57,51 94,9 87,6 2,0

    Imposto nico de Circulao (IUC) 7,6 9,1 11,2 15,6 19,8 22,6 39,6

    Imposto Municipal sobre Imveis (IMI) 481,6 671,7 892,5 717,72 39,5 32,9 19,6

    Imposto Municipal sobre a Transmisso Onerosa de Imveis (IMT) 261,4 255,8 307,7 293,3 -2,2 20,3 -4,7

    Imposto

    Despesa fiscalVH (%)

    em valor absoluto (milhes de euros)

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Nestes termos, a despesa fiscal global das Administraes Pblicas reduz-se de 8,0%

    do PIB em 2011, para 5,4% do PIB em 2014, numa reduo total de 2,7 p.p..

    O IRC foi o imposto em que a reduo da despesa fiscal das Administraes Pblicas foi

    mais expressiva, reduzindo-se em cerca de 70% entre 2011 e 2014, para um valor de

    662,0 milhes de euros neste ltimo ano.

    1 A despesa fiscal em sede de IS encontra-se influenciada pelo impacto do processo de avaliao geral de prdios urbanos

    conduzido entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial dos imveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributao. Retirando este efeito, em 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IS situar-se-ia em 32,5 milhes de euros, ou seja, em menos 25,0 milhes do que o valor total.

    2 A despesa fiscal em sede de IMI encontra-se influenciada pelo impacto do processo de avaliao geral de prdios urbanos conduzido entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial dos imveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributao. Retirando este efeito, em 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IMI situar-se-ia em 321,4 milhes de euros, ou seja, em menos 396,3 milhes do que o valor total.

  • 7

    Grfico 1: Despesa fiscal, em percentagem do PIB nominal

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    No obstante a reduo significativa da despesa fiscal a partir de 2012, em

    cumprimento das obrigaes assumidas no PAEF, o Governo salvaguardou a despesa

    fiscal associada ao esforo de proteo social, respeitando o princpio da equidade

    social na austeridade, em detrimento da despesa fiscal relacionada com os assuntos

    econmicos.

    Assim, no que toca evoluo da despesa fiscal associada aos assuntos econmicos,

    observa-se que, entre os anos de 2011 e 2014, se verifica um decrscimo de 44,8%,

    com especial enfse para o ano de 2012, em que a reduo verificada foi de 43,2%.

    Esta reduo compara com uma diminuio de apenas 5,3% na despesa fiscal que

    tem como funo a proteo social, no perodo decorrido entre 2011 e 2014, no qual

    se inclui, o incremento de cerca de 11,6% verificado em 2012.

    Por sua vez, analisando a evoluo dos trs principais tipos de despesa fiscal entre

    2011 e 2014, releva-se as redues de 34,0% da despesa fiscal com origem na

    aplicao de taxas preferenciais, de 44,6% da despesa fiscal resultante de isenes e

    de 26,9% referente despesa fiscal associada s dedues coleta.

    8,0

    0,0

    0,60,4

    1,4

    2,2

    3,4

    5,4

    0,00,4

    0,60,4

    1,6

    2,3

    Outros impostos Total Despesa Fiscal

    IEC Impostos sobre o Patrimnio (IMI e IMT)

    IRC IRS IVA

    -0,5 p.p.

    +0,2 p.p. -0,2 p.p.

    0,0 p.p.

    -2,7 p.p.

    -1,0 p.p.

    -1,1 p.p.

    2011

    2014(P)

  • 8

    Grfico 2: Despesa fiscal, por funo Grfico 3: Despesa fiscal, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    5.939

    3.782 3.912 3.922

    3.736

    2.971 2.932 2.732

    3.974

    2.383 2.623 2.200

    87113

    114

    101

    -35,0%

    2014(P)

    8.941

    2013(P)

    9.581

    2012

    9.249

    2011

    13.751

    Taxa preferencial

    Dedues coleta

    Iseno tributria

    Outros tipos

    9.256

    5.255 5.601 5.109

    2.357

    2.630 2.3362.232

    675643

    656 950952

    404448461

    819

    245245246

    -35,0%

    2014(P)

    8.941

    2013(P)

    9.581

    2012

    9.249

    2011

    13.751

    Proteo social

    Assuntos econmicos

    Servios de habitao e desenvolvimento coletivo

    Sade

    Outras funes

  • 9

    I. Introduo

    O sistema fiscal assenta nos princpios da generalidade, da igualdade, da legalidade e

    da justia material. No entanto, a tributao deve ter em considerao a situao

    familiar, deve proteger os bens e consumos de primeira necessidade e deve favorecer

    o emprego, a competitividade e a internacionalizao da economia portuguesa. Assim,

    o sistema fiscal serve diversos propsitos, sendo utilizado para perseguir certos

    objetivos nos planos econmico, social, cultural ou de outra natureza. Por exemplo, o

    sistema fiscal delineado de forma a proteger as famlias de menores rendimentos, a

    apoiar o desenvolvimento econmico ou a incentivar a recapitalizao das empresas.

    Na prossecuo desses objetivos extrafiscais, foram introduzidas no sistema fiscal

    medidas que, procurando incentivar determinados comportamentos ou atividades

    econmicas, constituem uma potencial perda de receita fiscal, comummente

    denominada por despesa fiscal.

    De facto, as despesas fiscais traduzem-se numa reduo ou diferimento de impostos

    devidos pelos sujeitos passivos. As mesmas podem assumir diferentes formas, entre as

    quais se destacam as isenes fiscais, as dedues matria coletvel ou coleta e as

    taxas preferenciais.

    O presente documento d continuidade aos esforos desenvolvidos pelo Governo no

    sentido da quantificao precisa da despesa fiscal em Portugal, abrangendo todos os

    impostos do sistema fiscal portugus, na globalidade das Administraes Pblicas e

    respetivos sectores.

  • 10

    II. Conceito de despesa fiscal

    II.1. Definio de despesa fiscal

    O sistema fiscal assenta nos princpios da generalidade, da igualdade, da legalidade e

    da justia material. Todavia, a tributao deve tomar em ateno a situao familiar

    dos sujeitos passivos, proteger os bens e consumos de primeira necessidade e

    favorecer o emprego, a competitividade e a internacionalizao da economia

    portuguesa. Atentos tais princpios, o sistema fiscal visa, genericamente, originar um

    nvel de receita que permita o financiamento dos gastos das Administraes Pblicas,

    nomeadamente, aqueles que se prendem especificamente com os servios de sade, a

    educao, as prestaes sociais e a segurana dos cidados.

    Contudo, ao longo dos anos, foram introduzidas no sistema fiscal diversas medidas a

    fim de incentivar determinados comportamentos ou atividades econmicas. Estas

    medidas, vulgarmente designadas por despesas fiscais, visam a prossecuo de

    objetivos estratgicos, de natureza extrafiscal. Esses objetivos materializam-se nos

    planos social, econmico, cultural, entre outros, podendo assumir diferentes formas,

    designadamente, as isenes fiscais, as dedues matria coletvel ou coleta e as

    taxas preferenciais.

    O conceito de despesa fiscal remete-nos, assim, para situaes em que, em nome do

    cumprimento das funes pblicas, perante as imposies constitucionais ou a estrita

    observncia de opes extrafiscais definidas, se reduz ou difere uma parte da receita

    fiscal.

  • 11

    II.2. Sistema de tributao-regra

    As despesas fiscais consistem em disposies da lei fiscal, regulamentaes ou

    prticas que configurem uma reduo ou um diferimento do imposto devido por um

    grupo especfico de sujeitos passivos, face ao sistema de tributao-regra3.

    As despesas fiscais constituem, portanto, excees norma ou a uma referncia

    estatuda com carter geral pelo regime legal de cada imposto. Essa referncia, a qual

    define a estrutura comum de cada imposto, denominada de sistema de tributao-

    regra. Assim, de forma a determinar se uma certa disposio da lei fiscal deve ser

    considerada despesa fiscal ou, em alternativa, um elemento estrutural do sistema

    fiscal, necessrio estabelecer primeiramente a estrutura comum de cada imposto, e

    bem assim, definir o sistema de tributao-regra.

    O sistema de tributao-regra assenta sobre o conjunto de caractersticas estruturais

    em que se baseia o sistema fiscal, ex ante a aplicao de quaisquer medidas de carter

    preferencial. O sistema de tributao-regra inclui, assim, os elementos estruturantes

    do sistema fiscal, os quais devero respeitar os princpios da universalidade e da

    equidade fiscal.

    Embora a obteno de um consenso seja facilmente atingvel no que concerne

    classificao da maioria dos elementos que constituem o sistema de tributao-regra,

    existem, porm, medidas de poltica fiscal que podero ser objeto de interpretaes

    diversas, pelo que a definio da estrutura comum de cada imposto reveste-se,

    necessariamente, de um carter subjetivo.

    No presente documento, atendendo s recomendaes de diversos organismos

    internacionais e, em particular, s da Organizao para a Cooperao e

    Desenvolvimento Econmico (OCDE), a qual se tem debruado de forma aprofundada

    sobre esta matria, optou-se pela definio do sistema de tributao-regra em sentido

    estrito, adotando-se, assim, um conceito amplo e abrangente de despesa fiscal.

    3 Tax expenditures in OECD countries; Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE); 2010.

  • 12

    Os elementos-chave que so tradicionalmente utilizados para a delimitao da

    estrutura comum de cada imposto so:

    A base tributvel, a qual rene os factos, as atividades ou as transaes

    sujeitas a tributao;

    A taxa aplicvel;

    A unidade de tributao;

    O perodo de tributao.

    De seguida, descreve-se a estrutura comum de cada imposto, estabelecendo, desta

    forma, o sistema de tributao-regra em Portugal. Nestes termos, foram consideradas

    como despesas fiscais todas as situaes que se afastam do sistema de tributao-

    regra assim definido.

    II.2.1. Impostos sobre o rendimento

    A estrutura comum deste grupo de impostos caracterizada da seguinte forma:

    Base tributvel - engloba a generalidade dos rendimentos auferidos pelos

    indivduos ou pelas empresas, incluindo os rendimentos provenientes do

    trabalho, rendimentos profissionais e empresariais, prediais, de capitais,

    inter alia;

    Estrutura de taxas aplicvel - encontra-se definida nos respetivos cdigos

    tributrios, sendo progressiva de acordo com os escales de rendimento;

    Unidade de tributao - corresponde ao sujeito passivo do imposto, tal

    como definido nos respetivos cdigos tributrios;

    Perodo de tributao - os perodos de tributao para os indivduos e para

    as empresas so, respetivamente, os anos civil e econmico. No entanto, no

    caso da tributao sobre as empresas (bem como no caso de rendimentos

    empresariais de contribuintes individuais), o reporte de prejuzos fiscais, e

    bem assim, a sua deduo base tributvel, so considerados como

    elementos estruturantes, integrando-se no sistema de tributao-regra. Com

  • 13

    efeito, comummente aceite que, para efeitos fiscais, a base tributvel das

    empresas deve considerar um horizonte temporal mais alargado, de forma a

    refletir a natureza cclica e plurianual deste tipo de rendimento.

    Em detalhe, no caso do Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares (IRS), e

    semelhana do princpio adotado no Relatrio Despesa Fiscal 2013, o conceito de

    despesa fiscal agora em vigor permitiu a quantificao do impacto oramental de um

    conjunto alargado de elementos integrantes do sistema fiscal portugus. Assim, foram

    consideradas como despesas fiscais as dedues coleta, nomeadamente, a deduo

    de despesas de sade, de encargos com imveis e lares e, por fim, as dedues

    pessoais dos sujeitos passivos, seus dependentes e ascendentes e as despesas

    relacionadas com pessoas com deficincia. Adicionalmente, foram tambm tomadas

    em considerao as taxas preferenciais de imposto em vigor quer na Regio Autnoma

    da Madeira at ao ano de 2011, quer aplicveis ainda na Regio Autnoma dos Aores.

    Por sua vez, no que respeita ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

    (IRC), foi quantificada a despesa fiscal que decorre de diversos regimes previstos no

    respetivo cdigo tributrio, bem como no Estatuto dos Benefcios Fiscais (EBF). Nestes

    termos, os dados prospetivos para 2014 refletem o impacto esperado das medidas de

    alargamento da base tributvel e da reavaliao dos benefcios fiscais conduzida pelo

    Governo no mbito da Reforma do IRC.

    II.2.2. Impostos sobre o consumo

    No caso do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), dever-se-o aplicar os princpios

    consagrados na Diretiva 2006/112/CE e no Cdigo do IVA. Nestes termos, a base

    tributvel corresponde despesa de aquisio incorrida pelos sujeitos passivos em

    bens e servios. Acresce que nas transaes entre Estados Membros da EU, ou nas

    transaes com pases terceiros, o IVA aplicado de acordo com o princpio do

    destino, segundo o qual o imposto devido no local da aquisio dos bens ou da

    prestao dos servios.

  • 14

    Por conseguinte: i) as importaes de bens e servios encontram-se sujeitas a

    tributao e, ii) as exportaes de bens e servios encontram-se excludas de

    tributao em territrio nacional.

    No presente documento, foram consideradas como despesas fiscais as isenes de IVA

    institudas por um conjunto variado de disposies legais. Adicionalmente,

    considerando que o artigo 98. da Diretiva 2006/112/CE, ao estabelecer a

    possibilidade de os Estados-Membros utilizarem uma ou duas taxas reduzidas, f-lo

    com carter excecional, restringindo a sua aplicao s transmisses de bens e

    prestaes de servios elencadas nos seus anexos, definiram-se como despesas fiscais

    as taxas reduzida e intermdia aplicveis no Continente, bem como as taxas

    preferenciais em vigor nas Regies Autnomas da Madeira e dos Aores.

    De igual forma, as definies das estruturas comuns dos diversos impostos especiais

    sobre o consumo introduzidos no enquadramento fiscal portugus, atravs da

    transposio de Diretivas Europeias que os regulam, foram remetidas para essas

    Diretivas e para os respetivos cdigos tributrios. Deste modo, foram identificadas

    diversas disposies legais que, ao configurarem uma iseno tributria ou uma

    reduo da taxa aplicvel, circunscreveram a despesa fiscal associada a este tipo de

    impostos. Em particular, no que concerne ao Imposto sobre Veculos (ISV), refira-se a

    adoo da recomendao do Tribunal de Contas relativa insero, no sistema de

    tributao-regra, das isenes atribudas a veculos ligeiros de mercadorias e a veculos

    usados com matrcula definitiva de outro Estado-Membro da Unio Europeia4.

    II.2.3. Impostos sobre o patrimnio

    No mbito dos impostos sobre o patrimnio, nomeadamente, do Imposto Municipal

    sobre Imveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de

    Imveis, a base tributvel cinge-se, no caso do primeiro, ao valor patrimonial tributrio

    4 Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2012; Tribunal de Contas.

  • 15

    dos imveis e, no do segundo, ao valor constante do ato ou do contrato ou ao valor

    patrimonial tributrio dos imveis, consoante o que for mais elevado.

    Tanto no caso do IMI, como no do IMT, foram consideradas como despesas fiscais e,

    por conseguinte, excludas da estrutura comum daqueles impostos, todas as isenes

    temporrias e permanentes inscritas nos respetivos cdigos tributrios. Ademais, no

    clculo da despesa fiscal associada a estes impostos, tomou-se como taxa de

    referncia a taxa mxima nacional, em detrimento das taxas de tributao estipuladas

    pelos diversos municpios, de acordo com o intervalo de taxas aplicvel.

    II.3. Objetivos do sistema fiscal

    O sistema fiscal, visando a obteno da receita necessria para o financiamento das

    despesas oramentais, deve atender situao familiar dos sujeitos passivos, proteger

    os bens e consumos de primeira necessidade e incentivar o emprego, a

    competitividade e a internacionalizao da economia portuguesa. Nestes termos, a

    poltica fiscal pode e deve prosseguir outros objetivos estratgicos, de natureza

    extrafiscal, nos planos social e econmico.

    Esses objetivos extrafiscais agrupam-se em duas categorias: os objetivos gerais, os

    quais configuram princpios estruturantes observados universalmente pelo sistema

    fiscal, e os objetivos especficos ou extrafiscais.

    II.3.1. Objetivos gerais

    Os objetivos gerais so:

    A equidade vertical, a qual determina que sujeitos passivos com maior

    capacidade contributiva estejam sujeitos a uma tributao mais elevada;

    A equidade horizontal, a qual determina que sujeitos passivos em iguais

    circunstncias suportem uma tributao equivalente;

  • 16

    A neutralidade, a qual implica que se d igual tratamento fiscal a atividades

    econmicas semelhantes ou que satisfaam a mesma necessidade dos

    consumidores, de modo a evitar alteraes de comportamento por parte

    dos agentes econmicos ou distores no mercado; e,

    A simplicidade, segundo a qual o sistema fiscal deve ser de fcil

    compreenso, agilizando a sua administrao e a sua observncia por parte

    dos sujeitos passivos.

    II.3.2. Objetivos extrafiscais

    Nas ltimas dcadas, as alteraes registadas nos planos social e econmico tm

    influenciado a conduo da poltica fiscal em Portugal. Com efeito, a globalizao dos

    mercados financeiros, a liberalizao do comrcio, a evoluo demogrfica e a

    orientao das polticas social e econmica tm-se refletido tambm na organizao

    do sistema fiscal.

    Essas alteraes conduziram identificao de novos objetivos, de modo a assegurar

    que o sistema fiscal:

    Tome em considerao as circunstncias especficas dos sujeitos passivos,

    entre as quais se destacam, por exemplo, as das famlias, dos idosos, das

    pessoas com deficincia e dos indivduos com menores rendimentos;

    Seja competitivo, a fim de salvaguardar a atratividade de Portugal como

    destino para o investimento e a fixao dos agentes econmicos.

    Assim, deve-se, na prossecuo de objetivos extrafiscais atravs da despesa fiscal,

    atender:

    s caractersticas especficas dos sujeitos passivos (por exemplo, a sua

    situao familiar, a sua idade, o seu nvel de rendimento ou o respetivo

    volume de negcios, no caso de empresrios em nome individual);

  • 17

    origem do rendimento (por exemplo, os rendimentos provenientes do

    trabalho dependente, de penses de reforma ou aposentao, ou

    rendimentos empresariais);

    aplicao do rendimento (por exemplo, em doaes, em investigao e

    desenvolvimento ou em regimes de poupana).

    II.4. Interligao entre a despesa fiscal e os objetivos do sistema fiscal

    A despesa fiscal utilizada a fim de potencializar certos objetivos do sistema fiscal,

    constituindo uma caracterstica estruturante da proteo social e do modelo

    econmico de Portugal.

    A despesa fiscal influi no apenas na receita arrecadada pelas Administraes Pblicas,

    mas tambm na equidade do sistema fiscal. Com efeito, a despesa fiscal tem impacto

    na distribuio equitativa dos esforos pelos contribuintes, nomeadamente atravs da

    progressividade do sistema fiscal.

    Por outro lado, uma vez que a despesa fiscal incentiva determinados comportamentos

    ou atividades econmicas, a mesma susceptvel de influenciar, em certa medida, as

    decises tomadas pelos indivduos e pelas empresas, nomeadamente, no que respeita

    ao consumo, ao investimento e procura e oferta de trabalho. Assim, a prossecuo

    de objetivos extrafiscais pode repercutir-se diretamente na neutralidade do sistema

    fiscal.

    Por fim, a despesa fiscal pode traduzir-se num maior grau de complexidade do sistema

    fiscal, em detrimento da simplicidade pretendida, incrementando, para os indivduos e

    para as empresas, os custos associados ao cumprimento fiscal e, para as autoridades

    tributrias, os custos relacionados com administrao de cada imposto.

  • 18

    II.5. Beneficirios da despesa fiscal

    A despesa fiscal abrange um conjunto amplo de sujeitos passivos. Em particular,

    saliente-se:

    No caso das pessoas singulares - os indivduos com menores rendimentos,

    as famlias, com especial destaque para as famlias com filhos, os mais idosos

    e as pessoas com deficincia;

    No caso das pessoas coletivas - as micro, pequenas ou mdias empresas, as

    empresas criadoras de emprego ou que invistam na atividade produtiva.

    Todavia, necessrio prudncia na determinao da abrangncia de uma medida

    geradora de despesa fiscal.

    Em primeiro lugar, h que distinguir entre o objetivo subjacente introduo de uma

    determinada medida de poltica fiscal, os meios utilizados e os sujeitos passivos

    beneficirios. Com efeito, algumas medidas de poltica fiscal destinam-se a uma

    categoria especfica de sujeitos passivos. o caso, por exemplo, da deduo coleta

    de encargos com lares, a qual opera em sede de IRS. Outras medidas de poltica fiscal,

    porm, caracterizam-se por uma maior abrangncia. Esse o caso das dedues

    coleta de todos os sujeitos passivos em sede de IRS. Por sua vez, em sede de IRC,

    saliente-se neste mbito as medidas de incentivo ao investimento produtivo, as quais

    beneficiam empresas independentemente do sector da sua atividade.

    Em segundo lugar, a introduo de medidas geradoras de despesa fiscal requer

    igualmente uma avaliao da real incidncia do imposto, e bem assim, do seu impacto

    a nvel econmico. Por exemplo, no que concerne despesa fiscal em sede de IRC,

    outros agentes econmicos que no apenas as empresas podero afigurar-se os

    verdadeiros beneficirios da despesa fiscal. De facto, no caso de uma empresa, a

    reduo dos custos que resulta da introduo da despesa fiscal susceptvel de se

    poder traduzir numa reduo dos preos aplicados aos consumidores ou num aumento

    salarial dos seus trabalhadores.

  • 19

    III. Classificao da despesa fiscal

    Em 2007, no quadro das alteraes introduzidas em Portugal de forma a alcanar uma

    maior simplicidade e transparncia no enquadramento oramental da despesa fiscal,

    foi criado e aprovado um Classificador de Benefcios Fiscais. Este instrumento

    permite identificar e classificar todos os possveis benefcios fiscais concedidos aos

    indivduos e s empresas, facilitando o controlo da despesa fiscal.

    Este classificador permite ainda uma harmonizao do conceito de despesa fiscal a

    nvel comunitrio e internacional, assegurando a comparabilidade dos dados oriundos

    de diversos pases.

    O classificador apresenta as seguintes estruturas de reporte da despesa fiscal:

    Identificador da despesa fiscal;

    Tipo de despesa fiscal;

    Funo da despesa fiscal.

    III.1. Tipo de despesa fiscal

    A despesa fiscal caraterizada pelas seguintes modalidades:

    Quadro 2: Classificar dos Benefcios Fiscais, por tipo

    Nvel Cdigo/Designao

    1 CT.1 - Iseno tributria

    1 CT.2 - Deduo matria coletvel

    1 CT.3 - Deduo coleta

    1 CT.4 - Diferimento da tributao

    1 CT.5 - Taxa preferencial

    1 CT.9 Outros

  • 20

    As modalidades apresentadas distinguem-se de acordo com dois critrios: a cronologia

    e o contedo do facto tributrio.

    Iseno tributria: a sua verificao impede total ou parcialmente a

    produo dos efeitos do facto constitutivo da obrigao de imposto;

    Deduo matria coletvel: representa uma minorao sobre o quantum

    tributrio sujeito a tributao;

    Deduo coleta: esta deduo representa uma minorao de carcter

    geral ao prprio imposto, ou seja, efetuada aps o clculo do imposto

    resultante da mera aplicao das taxas de tributao, visando, assim,

    beneficiar fiscalmente certa categoria de sujeitos passivos e operaes;

    Diferimento de tributao: esta rbrica consiste num benefcio que assume

    a forma de diferimento do pagamento do imposto sem, no entanto, colocar

    em causa a respetiva cobrana;

    Taxa preferencial: esta rbrica consiste na minorao de taxas de tributao

    de carcter heterogneo face s taxas normais aplicadas com carter geral,

    garantindo, por esta via, um menor nvel de tributao.

  • 21

    III.2. Funo da despesa fiscal

    Em alternativa tipologia de despesa fiscal, a classificao por funo permite uma

    desagregao em sentido lato, demonstrando a interao entre o sistema fiscal e os

    objetivos extrafiscais associados aos planos econmico, social, cultural, proteo do

    ambiente, inter alia.

    Quadro 3: Classificador dos Benefcios Fiscais, por funo

    Nvel Cdigo/Designao

    1 CF.01 - Servios gerais da Administrao Pblica

    1 CF.02 Defesa

    1 CF.03 - Segurana e ordem pblica

    1 CF.04 - Assuntos econmicos

    2 CF.04.A Investimento

    2 CF.04.B Poupana

    2 CF.04.C - Reestruturao empresarial

    2 CF.04.D - Criao de emprego

    2 CF.04.E - Investigao e desenvolvimento empresarial

    2 CF.04.F - Turismo

    2 CF.04.G - Promoo regional

    2 CF.04.H - Indstria

    2 CF.04.Z - Outros

    1 CF.05 - Proteo do ambiente

    1 CF.06 - Servios de habitao e desenvolvimento coletivo

    1 CF.07 Sade

    1 CF.08 - Servios recreativos, culturais e religiosos

    1 CF.09 - Educao

    1 CF.10 - Proteo social

    1 CF.11 - Relaes internacionais

    1 CF.12 - Criao artstica

    1 CF.13 - Outras

    Deste modo, pretende-se que todas as rbricas que originem despesa fiscal sejam,

    respetivamente, classificadas tambm de acordo com a estrutura apresentada.

  • 22

    IV. Metodologia de quantificao e estimativa da despesa fiscal

    O presente relatrio discrimina, semelhana do observado no Relatrio Despesa

    Fiscal 2013, a despesa fiscal global das Administraes Pblicas. Por conseguinte, o

    mesmo vem complementar a informao j prestada por referncia estrita ao sector

    Estado, no Relatrio da Proposta de Oramento do Estado para 2014.

    Deste modo, enquanto que a despesa fiscal apresentada no Relatrio da Proposta de

    Oramento do Estado para 2014 correspondia apenas ao sector Estado, a despesa

    fiscal detalhada no presente documento mais abrangente, englobando a totalidade

    das Administraes Pblicas e, bem assim, no apenas o Estado central, mas tambm a

    Administrao Regional e a Administrao Local.

    A quantificao e a estimativa da despesa fiscal apresentada neste documento

    corroboram a determinao expressa e a atuao concreta do Governo no sentido de

    melhorar a informao anual sobre a despesa fiscal e aplicar as boas prticas

    internacionais.

    Nestes termos, refira-se que o Relatrio Despesa Fiscal 2013 configurou uma

    alterao de paradigma face prtica de anos anteriores, a qual procurou atender

    tanto s recomendaes realizadas pelo Tribunal de Contas, como aos pressupostos e

    metodologias consensualizados pelo Governo com as trs instituies internacionais

    no mbito do PAEF.

    O processo de quantificao e estimativa da despesa fiscal tem por base a informao

    prestada pelos sujeitos passivos em sede de cada imposto, nas respetivas declaraes

    fiscais. Assim, no caso da despesa fiscal em sede de IRS, a quantificao apresentada

    reflete a informao constante das Declaraes de Rendimentos Modelo 3 entretanto

    liquidadas. Em sede de IRC, a aferio da despesa fiscal tomou em considerao os

    dados coligidos atravs da submisso da Declarao de Rendimentos Modelo 22, com

    especial aplicabilidade no que respeita informao prestada no seu Anexo D. Por sua

    vez, a despesa fiscal em sede de IVA foi apurada de acordo com os dados fornecidos

    pela Autoridade Tributria e Aduaneira (AT), os quais incluem, entre outras fontes, a

  • 23

    informao que consta das declaraes peridicas referentes ao horizonte temporal

    em anlise. Nos casos do Imposto sobre os Produtos Petrolferos e Energticos (ISP),

    do Imposto sobre o Tabaco (IT) e o Imposto sobre o lcool e as Bebidas Alcolicas

    (IABA), os dados relativos s introdues no consumo foram obtidos atravs do

    Sistema de Controlo da Introduo no Consumo de Produtos Sujeitos a Impostos

    Especiais de Consumo (SIC-IC), o qual permite o registo informtico das Declaraes de

    Introduo no Consumo (DIC). J no caso do ISV, em particular, a quantificao da

    respetiva despesa fiscal teve como fonte de informao primordial o Sistema de

    Fiscalidade Automvel, o qual regista informaticamente o movimento declarativo de

    regularizao fiscal automvel atravs da Declarao Aduaneira de Veculo (DAV). Por

    fim, a despesa fiscal associada aos restantes impostos foi quantificada com base nos

    dados fornecidos pela AT, obtidos a partir do sistema de liquidao, com base nos

    cdigos de benefcio fiscal e respetiva base tributvel.

    Adicionalmente, no processo de estimativa da despesa fiscal associada aos anos de

    2013 e 2014, foi considerado o cenrio macroeconmico que consta do Relatrio da

    Proposta de Oramento do Estado para 2014.

    Do ponto de vista econmico, o apuramento quantitativo do impacto oramental da

    despesa fiscal depende do mtodo de clculo adoptado. Tradicionalmente, a despesa

    fiscal quantificada segundo um dos seguintes possveis mtodos de clculo:

    Mtodo da receita cessante, o qual opera ex post e mede o montante da

    receita fiscal objeto de reduo em resultado de uma proviso geradora de

    despesa fiscal;

    Mtodo da receita potencial, o qual opera ex ante e avalia o montante

    esperado de aumento da receita fiscal em resultado da abolio ou reduo,

    total ou parcial, de um benefcio fiscal;

    Mtodo da despesa equivalente, o qual mede o custo da atribuio do

    mesmo benefcio monetrio adveniente da despesa fiscal atravs de um

    programa de despesa oramental.

  • 24

    Os mtodos da receita cessante e da despesa equivalente so mtodos estticos, uma

    vez que os comportamentos dos sujeitos passivos permanecem inalterveis na sua

    anlise. J o mtodo da receita potencial dinmico, por considerar uma alterao de

    comportamento por parte dos agentes econmicos, em face do incremento da sua

    tributao efetiva.

    Seguindo a prtica generalizada entre os Estados-Membros da OCDE, o mtodo de

    quantificao e estimativa da despesa fiscal adoptado no presente relatrio o da

    receita cessante. Assim, procedeu-se comparao entre a receita fiscal obtida no

    presente enquadramento legal, ou seja, na vigncia de uma situao de exceo

    tributria, com a receita fiscal arrecadada hipoteticamente caso no se verificasse a

    ocorrncia do facto tributrio que consubstancia a despesa fiscal.

    Tambm no seguimento das boas prticas internacionais, a quantificao da despesa

    fiscal remete-se a um ano econmico, isto , ao perodo de abrangncia total das

    medidas do Oramento do Estado para o ano respetivo. Adicionalmente, refira-se que

    a despesa fiscal foi alocada temporalmente ao ano ao qual se encontra associada a

    origem de uma obrigao fiscal equivalente e no quele em que o pagamento final do

    imposto seria realizado, invocando-se deste modo o princpio da especializao do

    exerccio.

    Por fim, esclarea-se que a quantificao apresentada tomou em considerao a

    informao disponvel data da execuo da Proposta de Oramento do Estado para

    2014.

    IV.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)

    A metodologia utilizada na quantificao da despesa em IRS divergiu consoante o tipo

    de benefcios fiscais identificados em sede deste imposto. Estes agrupam-se em trs

    grupos distintos:

  • 25

    Dedues coleta;

    Isenes, entre as quais poderemos distinguir as isenes parciais, com

    natureza integral, visto que os rendimentos no so considerados para

    efeitos de determinao das taxas a aplicar aos restantes rendimentos (v.g.

    pessoas com deficincia) e isenes totais, com natureza de iseno com

    progressividade, pois o seu montante considerado para efeitos de

    determinao das taxas a aplicar aos restantes rendimentos (isentos sujeitos

    a englobamento); e,

    Taxas preferenciais.

    Assim, no que se refere aos benefcios que consubstanciam dedues coleta de IRS, a

    despesa fiscal apurada correspondeu ao valor liquidado e efetivamente deduzido. No

    que concerne aos segundo e terceiro grupos, o montante da despesa fiscal

    correspondeu diferena entre o valor do imposto resultante da reliquidao das

    declaraes desconsiderando estes benefcios (isenes e redues de taxas) e o

    montante do imposto efetivamente liquidado.

    IV.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

    A despesa fiscal em sede de IRC foi apurada com base na informao prestada pelos

    sujeitos passivos nas respetivas declaraes fiscais. A informao contida na base de

    dados das declaraes fiscais submetidas apresenta os contribuintes de acordo com a

    natureza do benefcio que usufruem, permitindo a alocao dos sujeitos passivos pelos

    seguintes grupos:

    Dedues matria coletvel;

    Dedues coleta;

    Isenes;

    Taxas preferenciais.

    O cruzamento da informao constante das referidas declaraes fiscais permitiu

    identificar o montante e o tipo de benefcio de que cada sujeito passivo beneficia. No

  • 26

    caso das dedues matria coletvel, das isenes e das taxas preferenciais, a

    despesa fiscal foi apurada com base no diferencial entre coleta que seria devida caso a

    empresa no usufrusse do benefcio e o quantitativo da coleta efetivamente

    liquidada. No que respeita s dedues coleta, o montante da despesa fiscal

    associada correspondeu ao valor efetivamente deduzido.

    IV.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

    A metodologia utilizada na quantificao e estimativa da despesa fiscal em sede de IVA

    divergiu conforme a mesma tenha sido gerada por isenes ou pela aplicao de taxas

    preferenciais:

    Isenes - apuraram-se os valores das restituies emitidas durante os anos

    em anlise;

    Taxas preferenciais - foram determinadas as bases tributveis relevantes

    associadas s taxas reduzida e intermdia, tendo sido calculado o diferencial

    entre o IVA a entregar ao Estado caso se aplicasse a taxa normal e aquele

    efetivamente pago.

    IV.4. Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC)

    No caso deste grupo de impostos (ISP, ISV, IABA e IT), os benefcios fiscais so, por

    regra, declarados. Por conseguinte, a estimativa da despesa fiscal baseou-se no

    seguinte procedimento:

    i. Identificao e contabilizao das introdues no consumo que inclussem

    benefcios fiscais;

    ii. Aplicao das taxas em vigor para o ano em causa;

    iii. Recurso a modelos de previso da evoluo do consumo, tendo subjacente a

    evoluo prevista das bases macroeconmicas associadas a cada imposto,

  • 27

    com base no cenrio macroeconmico descrito na Relatrio da Proposta de

    Oramento do Estado para 2014

    IV.5. Imposto do Selo (IS)

    O processo de quantificao e estimativa do IS recorreu ao cruzamento de dados de

    valores globais de transaes por benefcio, os quais foram apurados na liquidao do

    imposto referente a anos anteriores e, tendo em conta as previses que constam do

    cenrio macroeconmico inscrito no Relatrio da Proposta de Oramento do Estado

    para 2014.

    IV.6. Imposto nico de Circulao (IUC)

    A quantificao da despesa fiscal em sede deste imposto assentou sobre o seguinte

    procedimento:

    i. Identificao dos benefcios fiscais e das viaturas que foram sujeitas a

    tributao durante o horizonte temporal em anlise;

    ii. Cruzamento do ponto anterior com a base de dados nacional referente ao

    cadastro automvel;

    iii. Aplicao das taxas mdias (em vigor), em funo da natureza do benefcio

    fiscal, s viaturas apuradas em ii.;

    iv. Afetao da evoluo das variveis macroeconmicas, tal como inscrito no

    Relatrio da Proposta de Oramento do Estado para 2014.

    IV.7. Imposto Municipal sobre Imveis (IMI)

    Para a quantificao da despesa fiscal em IMI, foi considerada a aplicao das taxas

    mximas do intervalo a estipular pelas Assembleias Municipais ao valor patrimonial

  • 28

    tributrio dos imveis total ou parcialmente isentos de tributao. A quantificao da

    despesa fiscal em sede deste imposto reflete j a finalizao do processo de avaliao

    geral conduzido nos anos de 2012 e 2013. Por conseguinte, a despesa fiscal associada a

    isenes permanentes ou temporrias no mbito do Cdigo da Contribuio Predial e

    do Imposto sobre a Indstria Agrcola (CCPIIA) considerada como nula, integrando

    desta feita a despesa fiscal associada aos imveis avaliados segundo o Cdigo do

    Imposto Municipal sobre Imveis (CIMI).

    IV.8. Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de Imveis (IMT)

    Na quantificao da despesa fiscal em sede de IMT foi considerada a aplicao

    generalizada das taxas previstas no cdigo deste imposto. Sendo um imposto

    dinmico, de obrigao nica, em que, por regra, a liquidao precede o ato ou facto

    translativo, o mesmo objeto de um controlo direto e imediato.

  • 29

    V. Evoluo da despesa fiscal das Administraes Pblicas

    Entre 2011 e 2014, regista-se uma reduo significativa de 35,0% da despesa fiscal das

    Administraes Pblicas, em resultado da vigente poltica de reviso dos benefcios

    fiscais, em cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado

    portugus no mbito do PAEF. Neste perodo, a despesa fiscal das Administraes

    Pblicas apresenta uma diminuio expressiva de 4.809,6 milhes de euros. Para 2014,

    em particular, prev-se uma reduo adicional de 640,1 milhes de euros, o que

    corresponde a uma diminuio de 6,7%, face a 2013.

    Quadro 4: Despesa fiscal das Administraes Pblicas, por imposto

    2011 2012 2013(p) 2014(p) 2012/2011 2013/2012(p) 2014/2013(p)

    Despesa fiscal 13.750,5 9.249,0 9.581,0 8.941,0 -32,7 3,6 -6,7

    Impostos sobre o rendimento, riqueza, etc. 6.148,3 3.891,2 3.867,6 3.390,1 -36,7 -0,6 -12,3

    Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) 3.743,3 2.964,4 2.728,2 2.728,2 -20,8 -8,0 0,0

    Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) 2.405,0 926,8 1.139,4 662,0 -61,5 22,9 -41,9

    Impostos sobre a produo e importaes 7.602,2 5.357,8 5.713,4 5.550,8 -29,5 6,6 -2,8

    Imposto sobre os Produtos Petrolferos e Energticos (ISP) 730,6 480,4 440,9 453,2 -34,2 -8,2 2,8

    Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 5.811,7 3.633,8 3.769,7 3.778,6 -37,5 3,7 0,2

    Imposto sobre Veculos (ISV) 124,6 134,6 114,3 114,3 8,0 -15,0 0,0

    Imposto sobre o Tabaco (IT) 60,7 25,9 16,4 16,4 -57,4 -36,5 0,0

    Imposto sobre o lcool e as Bebidas Alcolicas (IABA) 108,7 116,5 104,2 104,2 7,2 -10,5 0,0

    Imposto do Selo (IS) 15,4 30,0 56,4 57,55 94,9 87,6 2,1

    Imposto nico de Circulao (IUC) 7,6 9,1 11,2 15,6 19,8 22,6 39,6

    Imposto Municipal sobre Imveis (IMI) 481,6 671,7 892,5 717,76 39,5 32,9 19,6

    Imposto Municipal sobre a Transmisso Onerosa de Imveis (IMT) 261,4 255,8 307,7 293,3 -2,2 20,3 -4,7

    Imposto

    Despesa fiscalVH (%)

    em valor absoluto (milhes de euros)

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Nestes termos, a despesa fiscal global das Administraes Pblicas reduz-se de 8,0%

    do PIB em 2011, para 5,4% do PIB em 2014, numa reduo total de 2,7 p.p..56

    O IRC foi o imposto em que a reduo da despesa fiscal das Administraes Pblicas foi

    mais expressiva, tendo-se reduzido em cerca de 70% entre 2011 e 2014, para um valor

    de 662,0 milhes de euros neste ltimo ano.

    5 A despesa fiscal em sede de IS encontra-se influenciada pelo impacto do processo de avaliao geral de prdios urbanos

    conduzido entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial dos imveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributao. Retirando este efeito, em 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IS situar-se-ia em 32,5 milhes de euros, ou seja, em menos 25,0 milhes do que o valor total.

    6 A despesa fiscal em sede de IMI encontra-se influenciada pelo impacto do processo de avaliao geral de prdios urbanos conduzido entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial dos imveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributao. Retirando este efeito, em 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IMI situar-se-ia em 321,4 milhes de euros, ou seja, em menos 396,3 milhes do que o valor total.

  • 30

    Grfico 4: Despesa fiscal, em percentagem do PIB nominal

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    No obstante a reduo significativa da despesa fiscal a partir de 2012, em

    cumprimento das obrigaes assumidas no PAEF, o Governo salvaguardou a despesa

    fiscal associada ao esforo de proteo social, respeitando o princpio da equidade

    social na austeridade, em detrimento da despesa fiscal relacionada com os assuntos

    econmicos.

    Assim, no que toca evoluo da despesa fiscal associada aos assuntos econmicos,

    observa-se que, entre os anos de 2011 e 2014, se verifica um decrscimo de 44,8%,

    com especial enfse para o ano de 2012, em que a reduo verificada foi de 43,2%.

    Esta reduo compara com uma diminuio de apenas 5,3% na despesa fiscal que

    tem como funo a proteo social no perodo decorrido entre 2011 e 2014 (por

    exemplo, deduo de dependentes, deduo de ascendentes, encargos com lares,

    iseno e dedues relativas a pessoas com deficincia), no qual se inclui, o

    incremento de cerca de 11,6% verificado em 2012.

    Por sua vez, analisando a evoluo dos trs principais tipos de despesa fiscal entre

    2011 e 2014, releva-se as redues de 34,0% da despesa fiscal com origem na

    aplicao de taxas preferenciais, de 44,6% da despesa fiscal resultante de isenes e

    de 26,9% referente despesa fiscal associada s dedues coleta.

    8,0

    0,0

    0,60,4

    1,4

    2,2

    3,4

    5,4

    0,00,4

    0,60,4

    1,6

    2,3

    Outros impostos Total Despesa Fiscal

    IEC Impostos sobre o Patrimnio (IMI e IMT)

    IRC IRS IVA

    -0,5 p.p.

    +0,2 p.p. -0,2 p.p.

    0,0 p.p.

    -2,7 p.p.

    -1,0 p.p.

    -1,1 p.p.

    2011

    2014(P)

  • 31

    Grfico 5: Despesa fiscal, por funo Grfico 6: Despesa fiscal, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    V.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)

    Grfico 7: Despesa fiscal em IRS, por funo Grfico 8: Despesa fiscal em IRS, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    5.939

    3.782 3.912 3.922

    3.736

    2.971 2.932 2.732

    3.974

    2.383 2.623 2.200

    87113

    114

    101

    -35,0%

    2014(P)

    8.941

    2013(P)

    9.581

    2012

    9.249

    2011

    13.751

    Taxa preferencial

    Dedues coleta

    Iseno tributria

    Outros tipos

    9.256

    5.255 5.601 5.109

    2.357

    2.630 2.3362.232

    675643

    656 950952

    404448461

    819

    245245246

    -35,0%

    2014(P)

    8.941

    2013(P)

    9.581

    2012

    9.249

    2011

    13.751

    Proteo social

    Assuntos econmicos

    Servios de habitao e desenvolvimento coletivo

    Sade

    Outras funes

    91

    93 93

    9376

    7070

    67

    -27,1%

    2014(P)

    2.728

    2.566

    2013(P)

    2.728

    2.566

    2012

    2.964

    2.807

    2011

    3.743

    3.575

    Dedues coleta

    Iseno tributria

    Taxa preferencial

    2.052 2.108 1.893 1.893

    645220

    212 212

    302

    276

    270 270

    591

    230

    226226127127

    130

    152

    -27,1%

    2014(P)

    2.728

    2013(P)

    2.728

    2012

    2.964

    2011

    3.743

    Proteo Social

    Sade

    Educao

    Servios de habitao e desenvolvimento coletivo

    Outras funes

  • 32

    Entre 2011 e 2014, prev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede

    de IRS se tenha reduzido em 27,1%, em resultado do cumprimento dos compromissos

    assumidos no PAEF, tendo a principal diminuio, em cerca de 20,8%, ocorrido no ano

    de 2012. Todavia, no sentido de promover uma repartio mais equitativa do esforo

    adicional de consolidao oramental, a limitao dos benefcios fiscais em sede de IRS

    foi conduzida de forma a salvaguardar a prossecuo das polticas sociais do Governo,

    respeitando o princpio da equidade social na austeridade. Com efeito, a despesa fiscal

    associada proteo social foi reduzida apenas em 5,3% no perodo decorrido entre

    2011 e 2014.

    Por conseguinte, em 2014, prev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas

    em sede de IRS ascenda a 2.728,2 milhes de euros, em linha com o montante

    estimado para 2013. Esta evoluo evidencia a ausncia de alteraes legislativas em

    sede de Oramento do Estado que visem uma reduo adicional da despesa fiscal em

    IRS no ano de 2014.

    V.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

    Grfico 9: Despesa fiscal em IRC, por funo Grfico 10: Despesa fiscal em IRC, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    2.026

    464 483232

    161

    164367

    167

    117

    184

    176

    176

    101

    114

    113

    87

    -72,5%

    2014(P)

    662

    2013(P)

    1.139

    2012

    927

    2011

    2.405

    Iseno tributria

    Dedues coleta

    Taxa preferencial

    Outros tipos

    2.252

    670893

    416

    161

    163

    163

    97

    83

    83

    95

    56

    -72,5%

    2014(P)

    662

    2013(P)

    1.139

    2012

    927

    2011

    2.405

    Assuntos econmicos

    Proteo social

    Outras funes

  • 33

    A despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IRC apresenta a maior

    diminuio relativa entre 2011 e 2014, estimando-se que nesse perodo esta se tenha

    reduzido em 72,5%.

    Porm, em 2013, com o objetivo de potenciar os primeiros sinais de recuperao

    econmica e projetar as bases do relanamento da economia portuguesa, o Governo

    introduziu o Crdito Fiscal Extraordinrio ao Investimento (CFEI), com o objetivo de

    produzir um forte impacto no nvel de investimento empresarial.

    Este crdito fiscal permitiu que as empresas que investiram em 2013 beneficiassem de

    uma taxa efetiva de IRC que poderia chegar a 7,5%, isto , uma das taxas mais baixas e

    competitivas da Unio Europeia. Esta foi uma situao indita em Portugal e uma

    oportunidade nica para as empresas realizarem os seus investimentos durante 2013

    e, assim, ajudarem o pas a voltar a crescer e a criar novos postos de trabalho.

    Tratando-se de uma medida transversal a todos os sectores de atividade, e focada no

    investimento em mquinas e equipamentos novos, este crdito fiscal foi desenhado

    para funcionar como catalisador do investimento. Desta forma, criaram-se condies

    para que as empresas reponderassem os seus planos de investimento e antecipassem

    ou reforassem os seus investimentos durante o ano de 2013, de modo a beneficiarem

    de uma taxa efetiva de IRC muito atrativa.

    Este benefcio, cujo perodo de vigncia correspondeu ao 3 e 4 trimestres de 2013,

    visou assim estimular propositadamente o investimento produtivo e inverter a

    tendncia de quebra no investimento verificada nos ltimos anos.

    O CFEI cumpriu plenamente os seus objetivos, tendo superado as expectativas iniciais

    do Governo. Com efeito, a evoluo da conjuntura macroeconmica ao longo de 2013

    suporta a estratgia seguida pelo Governo.

    O investimento foi a componente do PIB que mais contribuiu para o crescimento

    observado no 4 trimestre de 2013, face ao trimestre anterior. De facto, no ltimo

    trimestre de 2013, o investimento contribuiu em 0,5 p.p. para o crescimento de 0,6%

  • 34

    do PIB, em cadeia, constituindo a nica componente da procura interna a apresentar

    uma variao positiva.

    Grfico 11: Decomposio da variao do PIB em volume no 4 trimestre de 2013, em cadeia

    Fonte: INE.

    Assim, no 4 trimestre de 2013, o investimento destacou-se como o motor da

    recuperao da economia portuguesa, sendo que o investimento abrangido pelo CFEI

    ou seja, o investimento em Outras Mquinas e Equipamentos - apresentou um

    crescimento de 9,7%, em termos homlogos, superando o aumento de 6,1%,

    verificado no trimestre anterior.

    0,4 p.p.

    0,2 p.p. 0,2 p.p.

    0,4 p.p.

    PIB

    0,6%

    Exportaes Procura Externa Importaes Procura Interna

    0,1 p.p.

    Investimento

    0,5 p.p.

    Consumo

  • 35

    Grfico 12: Evoluo trimestral da Formao Bruta de Capital Fixo em Outras Mquinas e Equipamentos em volume

    Fonte: INE.

    O crescimento de 9,7% do investimento em Outras Mquinas e Equipamentos no 4

    trimestre de 2013 representou o 5 crescimento mais elevado nos ltimos 14 anos, e

    correspondeu ao crescimento mais expressivo desde o 3 trimestre de 2008.

    Este forte crescimento do investimento em Outras Mquinas e Equipamentos nos 3 e

    4 trimestres de 2013 permitiu que este tipo de investimento registasse um

    crescimento anual de 2,5%, face a 2012. Esta evoluo correspondeu a uma melhoria

    de 9,1 p.p. face variao apresentada pelo investimento em Outras Mquinas e

    Equipamentos no ano de 2012, em que se registou um decrscimo de 6,6%. Nestes

    termos, a forte recuperao do investimento no 3 e 4 trimestres de 2013, perodo de

    vigncia deste benefcio, permitiu inverter a tendncia de contrao do investimento

    produtivo registada no 1 e 2 trimestres daquele ano.

    Deste modo, em 2013, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IRC

    dever-se- situar 22,9% acima do verificado em 2012. Por sua vez, em 2014,

    atendendo ao carcter extraordinrio do CFEI e s medidas de alargamento da base

    tributvel subjacentes reavaliao dos benefcios fiscais no mbito da Reforma do

    +9,7%

    -20%

    -15%

    -10%

    -5%

    0%

    5%

    10%

    2010 3T

    2010 4T

    2011 1T

    2011 2T

    2011 3T

    2011 4T

    2013 3T

    2013 4T

    2012 1T

    2012 2T

    2012 3T

    2012 4T

    2013 1T

    2013 2T

    2009 1T

    2009 2T

    2009 3T

    2009 4T

    2010 1T

    2010 2T

    Taxa de variao, em termos homlogos

  • 36

    IRC, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IRC dever atingir 0,4%

    do PIB, o que representa uma reduo significativa face a 2013.

    V.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

    Grfico 13: Despesa fiscal em IVA, por funo Grfico 14: Despesa fiscal em IVA, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Entre 2011 e 2014, prev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede

    de IVA se reduza em 35,0%. Esta evoluo resulta, essencialmente, do efeito da

    reestruturao das taxas reduzida e intermdia, prevista no Oramento do Estado para

    2012 (concretizada por via da reorganizao das listas I e II do Cdigo do IVA). Saliente-

    se porm que, no quadro desta reestruturao, os bens e servios que integravam o

    cabaz essencial continuaram sujeitos taxa reduzida. Com efeito, os bens alimentares

    de primeira necessidade, o abastecimento pblico de gua, medicamentos, produtos

    farmacuticos e transportes permaneceram sujeitos taxa reduzida de 6%, de forma a

    proteger os grupos sociais mais vulnerveis. Em simultneo, no mbito da reduo do

    conjunto dos bens sujeitos taxa intermdia, assegurou-se a manuteno de um

    conjunto de bens cruciais para sectores de produo nacional, como a vinicultura, a

    agricultura e as pescas.

    3.503 3.647 3.657

    122122131

    145

    -35,0%

    2014(P)

    3.779

    2013(P)

    3.770

    2012

    3.634

    2011

    5.812

    5.667

    Taxa preferencial

    Iseno tributria

    646474

    68

    646463

    87

    2014(P)

    3.779

    3.651

    -35,0%

    2013(P)

    3.770

    3.642

    2012

    3.634

    3.497

    2011

    5.812

    5.656

    Assuntos econmicos

    Outras funes

    Proteo social

  • 37

    Neste contexto, foram igualmente salvaguardados os benefcios fiscais que se

    prendem com a prossecuo de outros objetivos extrafiscais relevantes para o

    Governo, entre os quais, a proteo das pessoas com deficincia e o apoio a

    instituies particulares de segurana social e solidariedade.

    Em 2014, prev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IVA se

    situe em 3.778,6 milhes de euros, o que representa um crescimento de 0,2%, face a

    2013. Esta evoluo reflete, por um lado, a recuperao da procura interna prevista

    para 2014, compensada parcialmente pela elevao das taxas de imposto em vigor na

    Regio Autnoma dos Aores.

    V.4. Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC)

    Grfico 15: Despesa fiscal em IEC, por funo Grfico 16: Despesa fiscal em IEC, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Entre 2011 e 2014, estima-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em

    sede de IEC registe uma diminuio de 32,8%, para 688,2 milhes de euros.

    Em detalhe, no que concerne ao ISP, estima-se que, entre 2011 e 2014, a despesa

    fiscal das Administraes Pblicas associada a este imposto se reduza em 38,0%,

    965

    733661 673

    60

    1515

    25

    -32,8%

    2014(P)

    688

    2013(P)

    676

    2012

    757

    2011

    1.025

    Iseno tributria

    Taxa preferencial

    42

    31

    25 25

    30

    27

    33 3310

    10

    9

    20

    932

    1.025

    2011

    -32,8%

    2014(P)

    688

    620

    2013(P)

    676

    608

    2012

    757

    691

    Outras funes

    Proteo social

    Sade

    Assuntos econmicos

  • 38

    destacando-se a diminuio de 34,2% ocorrida no ano de 2012. Em particular, para

    2014, antev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de ISP

    ascenda a 453,2 milhes de euros, o que representa um aumento de 2,8%, em termos

    homlogos, refletindo o impacto do perfil de recuperao econmica previsto para

    esse ano na introduo no consumo de produtos petrolferos e energticos.

    Por sua vez, no caso do ISV, a despesa fiscal das Administraes Pblicas ter, entre

    2011 e 2014, diminudo 8,2%, refletindo a evoluo das vendas de veculos observada

    naqueles anos. Para 2014, num cenrio de manuteno do atual enquadramento

    fiscal, estima-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede desse

    imposto se situe em linha com o montante previsto para 2013, ascendendo a 114,3

    milhes de euros.

    Em IT, a despesa fiscal das Administraes Pblicas dever-se- reduzir em 73,0%, entre

    2011 e 2014. Subjacente a esta evoluo encontrou-se a aplicao das novas taxas de

    imposto na Regio Autnoma da Madeira, no decurso de 2012. Para 2014, tomando

    em considerao a evoluo esperada dos nveis de introduo no consumo, prev-se

    que despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IT permanea em 16,4

    milhes de euros, situando-se em linha com o montante estimado para 2013.

    Por fim, no que respeita ao IABA, a despesa fiscal das Administraes Pblicas dever-

    se- reduzir em 4,1%, entre 2011 e 2014, refletindo, em parte, a evoluo da

    introduo no consumo. Em 2014, considerando a evoluo prevista para os nveis de

    introduo no consumo, antev-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas

    em sede de IABA permanea em 104,2 milhes de euros.~

  • 39

    V.5. Imposto do Selo (IS)

    Grfico 17: Despesa fiscal em IS, por funo Grfico 18: Despesa fiscal em IS, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    No trinio de 2011 a 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IS

    dever apresentar um crescimento expressivo. Porm, esta evoluo explicada,

    sobretudo, pelo impacto do processo de avaliao geral de prdios urbanos conduzido

    entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial dos

    imveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributao.

    Adicionalmente, esta evoluo consubstancia a prossecuo de objetivos extrafiscais,

    em especial, atravs da salvaguarda de excees tributrias a instituies particulares

    de solidariedade social e a empresas em situao de insolvncia, atendendo ao

    princpio da neutralidade fiscal, com o objetivo de revitalizar o tecido empresarial

    portugus e salvaguardar o emprego.

    Em 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IS dever-se- situar

    em 57,5 milhes de euros, evidenciando um crescimento ligeiro de 2,0%. No entanto,

    retirando o impacto decorrente do processo de avaliao dos prdios urbanos no valor

    patrimonial dos imveis detidos pelo Estado, em 2014, a despesa fiscal das

    14

    11

    1

    +272,9%

    2014(P)

    57

    57

    2013(P)

    56

    56

    2012

    30

    30

    0

    2011

    15

    Iseno tributria

    Taxa preferencial

    1013

    18 19

    5

    7 7

    3

    9

    24 25

    3

    6 6

    2

    015

    30

    2011

    +272,9%

    2014(P)

    57

    2013(P)

    56

    2012

    Outras funes

    Assuntos econmicos

    Servios recreativos, culturais e religiosos

    Servios gerais da Administrao Pblica

  • 40

    Administraes Pblicas em sede de IS situar-se-ia em 32,5 milhes de euros, ou seja,

    em menos 25,0 milhes do que o valor total.

    V.6. Imposto nico de Circulao (IUC)

    Grfico 19: Despesa fiscal em IUC, por funo Grfico 20: Despesa fiscal em IUC, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de IUC

    dever registar um crescimento significativo. Esta evoluo resulta, designadamente,

    da exceo tributria inscrita no n. 2 do artigo 5. do cdigo deste imposto, a qual

    consagra a apoio s pessoas com deficincia, promovendo-se assim a equidade social.

    Adicionalmente, a estimativa apresentada traduz a tendncia de crescimento da

    receita lquida deste imposto, entre 2011 e 2014.

    Para 2014, prev-se que a despesa fiscal em IUC registe um aumento de 4,4 milhes de

    euros, face a 2013, traduzindo o maior potencial de receita associado aos automveis

    isentos, nomeadamente em virtude da alterao da tributao sobre veculos movidos

    a gasleo.

    67

    9

    122

    2

    3

    3

    8

    +105,1%

    16

    2012

    11

    2013(P) 2014(P) 2011

    9

    Taxa preferencial

    Iseno tributria

    45

    6

    92

    3

    3

    4

    2

    2

    2

    2

    2012 2011 2013(P) 2014(P)

    8

    9

    11

    16

    +105,1%

    Outras funes

    Assuntos econmicos

    Proteo social

  • 41

    V.7. Impostos sobre o Patrimnio (IP)

    Grfico 21: Despesa fiscal em IP, por funo Grfico 22: Despesa fiscal em IP, por tipo

    Fonte: Ministrio das Finanas.

    No trinio de 2011 a 2014, estima-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas

    em sede de impostos sobre o patrimnio registe um crescimento significativo. Todavia,

    esta evoluo deve-se, essencialmente, ao impacto resultante do processo de

    avaliao geral de prdios urbanos conduzido entre 2012 e 2013, o qual se traduziu

    num incremento do valor patrimonial dos imveis detidos pelo Estado e, desta feita,

    isentos de tributao.

    Em particular, estima-se que a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de

    IMI atinja, em 2014, o valor de 717,4 milhes de euros, crescendo de forma

    expressiva, face a 2011. Esta evoluo reflete, por um lado, o acrscimo na despesa

    fiscal resultante do processo de avaliao geral dos prdios urbanos, j referido. Com

    efeito, retirando este efeito, a despesa fiscal das Administraes Pblicas em sede de

    IMI situar-se-ia em 321,4 milhes de euros, ou seja, em menos 396,3 milhes do que

    o valor total. Por outro lado, e, tendo em conta o mtodo adotado no presente

    exerccio de quantificao da despesa fiscal (segundo o qual se invocou o princpio da

    especializao do exerccio), a estimativa da despesa fiscal das Administraes

    481

    672

    892

    717

    261

    256

    308

    293

    0

    0

    0

    0 743

    2011

    927

    2012 2013(P)

    1.200

    +36,1%

    2014(P)

    1.011

    Iseno tributria (IMI)

    Iseno tributria (IMT)

    Taxa preferencial

    134 125

    419 420279 281

    335 297219 223

    214170

    73

    261

    180

    73

    52

    52

    38

    38

    +36,1%

    2012 2013(P)

    1.200

    2014(P)

    1.011

    927

    2011

    743

    Proteo social

    Outras funes

    Assuntos econmicos

    Servios gerais da Administrao Pblica

    Servios de habitao e desenvolvimento coletivo

  • 42

    Pblicas em sede de IMI, tal como apresentada neste relatrio, traduz o impacto da

    aplicao da clusula de salvaguarda geral, a qual visou minimizar o efeito do

    aumento generalizado do valor patrimonial tributvel dos prdios urbanos sobre as

    famlias de menores rendimentos, bem como o das restantes clusulas de

    salvaguarda especficas. Adicionalmente, a evoluo apresentada reflete ainda a

    reduo em 50% da iseno tributria concedida a fundos de penses e de

    investimento imobilirio abertos ou fechados de subscrio pblica estabelecida pela

    Lei do Oramento do Estado para 2014.

    Por seu lado, no que respeita ao IMT, estima-se que a despesa fiscal das

    Administraes Pblicas se situe em 293,3 milhes de euros, tendo implcita uma

    reduo de 4,7%, em termos homlogos. Esta evoluo traduz, sobretudo, a reduo

    em 50% da iseno tributria concedida a fundos de penses e de investimento

    imobilirio abertos ou fechados de subscrio pblica inscrita na Lei do Oramento

    do Estado para 2014.

  • 43

    VI. Referncias

    Tax Expenditures in OECD Countries; OCDE; 2010.

    Reavaliao dos Benefcios Fiscais, Relatrio do Grupo de Trabalho criado por

    Despacho de 1 de Maio de 2005 do Ministro de Estado e Finanas; Cadernos de

    Cincia e Tcnica Fiscal; Centro de Estudos Fiscais, Direo-Geral dos Impostos,

    Ministrio das Finanas; Lisboa; 2005.

    Soares, Cludia Dias; A Avaliao Ex Ante e Ex Post da Despesa Fiscal, Estudos

    Jurdicos e Econmicos em homenagem ao Prof. Doutor Antnio de Sousa

    Franco; Volume I; Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Coimbra

    Editora; 2006.

    dOliveira Martins, Guilherme Waldemar; A Despesa Fiscal e o Oramento do

    Estado no Ordenamento Jurdico Portugus; Almedina; Coimbra; 2004.

    Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2012; Tribunal de Contas.

    Contas Nacionais Trimestrais; Instituto Nacional de Estatstica.

  • 44

    A. Anexo Estatstico

  • 45

    ndice

    A. ANEXO ESTATSTICO ................................................................................................................... 44

    A.1. DESPESA FISCAL DO ESTADO ....................................................................................................... 48

    A.1.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ..................................................... 50

    A.1.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ....................................................... 51

    A.1.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado ............................................................................... 52

    A.1.4. Impostos Especiais sobre o Consumo .............................................................................. 52

    A.1.5. Imposto do Selo ............................................................................................................... 55

    A.1.6. Imposto nico de Circulao............................................................................................ 56

    A.2. DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL ........................................................................ 57

    A.2.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ..................................................... 59

    A.2.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ....................................................... 60

    A.2.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado ............................................................................... 61

    A.2.4. Impostos Especiais sobre o Consumo .............................................................................. 62

    A.2.5. Imposto do Selo ............................................................................................................... 64

    A.2.6. Imposto nico de Circulao............................................................................................ 65

    A.3. DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO LOCAL .............................................................................. 66

    A.3.1. Imposto nico de Circulao............................................................................................ 67

    A.3.2. Imposto Municipal sobre Imveis .................................................................................... 68

    A.3.3. Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de Imveis .................................... 69

    A.4. DESPESA FISCAL DAS ADMINISTRAES PBLICAS ...................................................................... 70

    A.4.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ..................................................... 73

    A.4.2. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ....................................................... 74

    A.4.3. Imposto sobre o Valor Acrescentado ............................................................................... 75

    A.4.4. Impostos Especiais sobre o Consumo .............................................................................. 76

    A.4.5. Imposto do Selo ............................................................................................................... 79

    A.4.6. Imposto nico de Circulao............................................................................................ 80

    A.4.7. Imposto Municipal sobre Imveis .................................................................................... 81

    A.4.8. Imposto Municipal sobre as Transmisses Onerosas de Imveis .................................... 82

  • 46

    ndice de Quadros

    QUADRO A-1: DESPESA FISCAL DO ESTADO, POR FUNO ....................................................................................... 48

    QUADRO A-2: DESPESA FISCAL DO ESTADO, POR TIPO ............................................................................................ 49

    QUADRO A-3: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IRS, POR FUNO ................................................................. 50

    QUADRO A-4: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IRS, POR TIPO ...................................................................... 50

    QUADRO A-5: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IRC, POR FUNO ................................................................ 51

    QUADRO A-6: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IRC, POR TIPO ..................................................................... 51

    QUADRO A-7: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IVA, POR FUNO ................................................................ 52

    QUADRO A-8: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IVA, POR TIPO ..................................................................... 52

    QUADRO A-9: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE ISP, POR FUNO ................................................................. 52

    QUADRO A-10: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE ISP, POR TIPO .................................................................... 53

    QUADRO A-11: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IT, POR FUNO ................................................................. 53

    QUADRO A-12: DESPESA FISCAL EM SEDE DE IT, POR TIPO ...................................................................................... 53

    QUADRO A-13: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE ISV, POR FUNO............................................................... 54

    QUADRO A-14: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE ISV, POR TIPO .................................................................... 54

    QUADRO A-15: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IABA, POR FUNO ............................................................ 54

    QUADRO A-16: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IABA, POR TIPO ................................................................. 55

    QUADRO A-17: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IS, POR FUNO ................................................................. 55

    QUADRO A-18: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IS, POR TIPO ...................................................................... 55

    QUADRO A-19: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IUC, POR FUNO .............................................................. 56

    QUADRO A-20: DESPESA FISCAL DO ESTADO EM SEDE DE IUC, POR TIPO ................................................................... 56

    QUADRO A-21: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL, POR FUNO........................................................... 57

    QUADRO A-22: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL, POR TIPO ................................................................ 58

    QUADRO A-23: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IRS, POR FUNO .................................... 59

    QUADRO A-24: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IRS, POR TIPO ......................................... 59

    QUADRO A-25: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IRC, POR FUNO .................................... 60

    QUADRO A-26: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IRC, POR TIPO ......................................... 60

    QUADRO A-27: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IVA, POR FUNO .................................... 61

    QUADRO A-28: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IVA, POR TIPO ......................................... 61

    QUADRO A-29: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE ISP, POR FUNO .................................... 62

    QUADRO A-30: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE ISP, POR TIPO .......................................... 62

    QUADRO A-31: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IT, POR FUNO ...................................... 62

    QUADRO A-32: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IT, POR TIPO ........................................... 63

    QUADRO A-33: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE ISV, POR FUNO .................................... 63

    QUADRO A-34: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE ISV, POR TIPO ......................................... 63

    QUADRO A-35: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IABA, POR FUNO .................................. 64

    QUADRO A-36: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IABA, POR TIPO ....................................... 64

    QUADRO A-37: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IS, POR FUNO....................................... 64

    QUADRO A-38: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IS, POR TIPO ............................................ 65

    QUADRO A-39: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IUC, POR FUNO .................................... 65

    QUADRO A-40: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO REGIONAL EM SEDE DE IUC, POR TIPO ......................................... 65

    QUADRO A-41: DESPESA FISCAL DA ADMINISTRAO LOCAL, POR FUNO ................................................................ 66

    QUADRO A-42: DESPESA FISC