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  • # Contabilidade Pblica p/ TCE-PE 2017 #Auditor/Analista de Controle Externo Aula 01

    Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 119

    sobretudo ao que se refere a sua transparncia e ao seu controle pelo PoderLegislativo e demais instituies da sociedade....

    Mesmo reconhecendo a importncia dos Princpios oramentrios naformulao dos oramentos, no h uma aprovao absoluta e unnimedesses. Segundo SILVA (1962),

    Esses princpios no tm carter absoluto ou dogmtico, antes constituemcategorias histricas e, como tais, esto sujeitos a transformaes emodificaes em seu conceito e significao.

    Observa-se atualmente que os princpios oramentrios no conseguematender a todas as variaes da atividade financeira do Estado, existindo,assim, inmeras excees. E, como j sabemos, essas excees so amenina dos olhos dos examinadores, pois representam um campo frtil para elaborao de questes muitas vezes maldosas. Mas, nosso objetivoaqui acabar com a maldade da banca, pois veremos os detalhes que soexigidos em se tratando do assunto princpios oramentrios.

    Pessoal, ultimamente as provas de concursos top esto exigindo questes sobre princpios oramentrios em um nvel de profundidade alto. Nobasta mais sabermos as premissas bsicas de cada princpio e suasexcees. As questes esto exigindo conhecimentos sobre a finalidadeprtica dos princpios no contexto das atividades da administraooramentria e financeira, alm da aplicabilidade dentro do contextohistrico das finanas pblicas.

    Sendo assim, para que no sejamos surpreendidos, preparamos umverdadeiro dossi sobre os princpios oramentrios. Ao final, encontra-se um resumo-esquemtico para futuras revises de vspera de prova.

    Bem... feita essa breve contextualizao do assunto, vamos luta, poisvida de concurseiro(a) assim mesmo... leia com bastante ateno esseassunto, pois certamente ser alvo de cobrana no seu concurso (seja nadisciplina de AFO ou em Contabilidade Pblica).

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    PRINCPIO DA UNIDADE

    Premissa: O oramento deve ser uno, ou seja, deve existir apenasum oramento para dado exerccio financeiro.

    Quanto s receitas, correlaciona-se com o princpio da unidade de caixa(art. 164, 3, CF/88).

    Fundamento Legal: Art. 2, Lei n 4.320/64 e 5 do art. 165 da CF/88.

    Finalidade: evitar a existncia de oramentos paralelos eextraordinrios, bem como a proliferao de caixas ou fundos especiaiscom a finalidade de financiamento especfico de determinadas despesaspblicas.

    Aplicabilidade: Apesar de estar previsto desde 1964, no estava na prticasendo cumprido.

    Perodo 1964-1988:

    Convvio simultneo com trs oramentos distintos:

    O oramento fiscal, o oramento monetrio e o oramento das estatais. No ocorria nenhuma consolidao entre os mesmos.

    Existncia de oramentos paralelos

    Perodo ps-88:

    Surgimento do PRINCPIO DA TOTALIDADE;

    Trata-se de uma reconceituao, do princpio da unidade;

    Possibilita a coexistncia de mltiplos oramentos que, entretanto,devem sofrer consolidao.

    Excees: Entidades da administrao indireta dotadas de autonomiafinanceira.

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    Exemplo: Caixa Econmica Federal (empresa pblica) e Petrobrs(sociedade de economia mista) Apenas os seus investimentos devemconstar da Lei Oramentria Anual. O Plano de Dispndios Globais (PDG),ato infralegal, constitui o oramento das empresas estatais abrangendotambm as despesas correntes (de custeio).

    Observaes:a) O princpio da unidade no significa que deve existir apenas umoramento aplicvel para todos os entes federados. Todos os Estados eMunicpios possuem o seu respectivo oramento;

    b) Modernamente, admite-se a coexistncia de diversos oramentos quedevero ser consolidados a fim de que o governo possua uma viso globaldas finanas pblicas. Segundo o Prof. Giacomoni,

    Esse modelo, em linhas gerais, segue a concepo da totalidadeoramentria, isto , mltiplos oramentos so elaborados de formaindependente, sofrendo, entretanto, a consolidao que possibilita oconhecimento do desempenho global das finanas pblicas.

    Sendo assim, temos que o princpio da totalidade umdesdobramento do princpio da unidade.

    PRINCPIO DA UNIVERSALIDADE

    Premissa: o oramento deve conter todas as receitas e todas asdespesas do Estado.

    Fundamento Legal: Art. 2, 3, 4 e 6, Lei n 4.320/64; e Art. 165, 5,CF/88.

    Finalidade: controle parlamentar sobre as finanas pblicas.

    Aplicabilidade:

    Perodo 1969-1988:

    Tratamento flexvel do princpio gerava distores no mbito dasfinanas pblicas;

    Ausncia de controles sobre o montante dos encargos, compromissos edficit pblico.

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    Perodo ps-88:

    Avano importante; Cunho abrangente ao contedo do oramento fiscal; Exigncia de incluso na LOA do oramento de investimento das

    empresas estatais; Exigncia de incluso na LOA do oramento de investimento das

    entidades previdencirias.

    Excees: As seguintes excees so citadas na doutrina:

    i. Cobrana de tributo se houver sido cobrado aps o oramento, mas antesdo incio do respectivo exerccio financeiro (Smula 66 do STF);

    ii. Receitas e despesas operacionais das empresas pblicas e sociedades deeconomia mistas, consideradas estatais independentes;

    iii. Ingressos Extraoramentrios do art. 3 da Lei n 4.320/64: ARO,emisses de papel-moeda e entradas compensatrias no ativo e passivofinanceiro.

    As excees ao princpio da universalidade so no tocante sprevises de receitas, no em relao s fixaes de despesas.

    Isso j foi alvo de cobrana em concursos. A FCC, por exemplo, exigiu issoem duas oportunidades. Observe uma das questes, a qual adaptamos parao nosso propsito:

    1. (FCC/Contador/DNOCS/2010/Adaptada) Em relao aos princpiosoramentrios adotados no Brasil, correto afirmar que o princpio dauniversalidade admite excees no tocante fixao das despesas.

    As excees ao princpio da universalidade so no tocante s previses dereceitas, no em relao s fixaes de despesas.

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    Gabarito: Errado

    PRINCPIO DO ORAMENTO BRUTO

    Premissa: Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecerno oramento em seus valores brutos, sem qualquer tipo dededuo.

    Fundamento Legal: Art. 6, Lei n 4.320/64. Surgiu junto ao daUniversalidade, visando ao mesmo objetivo.

    Finalidade: veda que as receitas e despesas sejam includas no oramentonos seus montantes lquidos.

    Aplicabilidade:

    Perodo 1964-1981:

    No era cumprido totalmente.

    Perodo ps-81:

    O princpio passou a ser observado.

    PRINCPIO DA ANUALIDADE OU DA PERIODICIDADE

    Premissa: O oramento pblico deve ser elaborado e autorizado paraum perodo determinado, geralmente um ano.

    Fundamento Legal: Art. 2 e 34 da Lei 4.320/64 e Art. 166, 3, art. 165, 5 e 8 e o art. 167, I, CF/88.

    Sua origem mais remota est na regra da anualidade do imposto, quevigorou na Inglaterra, antes mesmo do surgimento do oramento. NoBrasil, a anualidade do oramento sempre foi consagrada, inclusive nosdispositivos constitucionais. Desde a Lei 4.320/64, passou-se a exigir queos oramentos anuais fossem complementados com projees plurianuaisno mbito dos investimentos.

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    Finalidade: evitar a perpetuidade ou a permanncia da autorizao para agesto oramentria e financeira.

    Aplicabilidade: Segundo Giacomoni, no Brasil, a anualidade sempre foiconsagrada, inclusive nos dispositivos constitucionais.

    Excees: Crditos ESPECIAIS e EXTRAORDINRIOS com vignciaplurianual.

    PRINCPIO DA NO AFETAO DAS RECEITAS

    Premissa: todas as receitas oramentrias devem ser recolhidas aoCaixa nico do Tesouro, sem qualquer vinculao em termos dedestinao.

    Nenhuma parcela da receita geral poder ser reservada ou comprometidapara atender a certos e determinados gastos - Sant'Anna e Silva

    Fundamento Legal: Art. 167, CF/88.

    Finalidade: reservar ao oramento espao discricionrio para determinaodos gastos com os investimentos e as polticas pblicas.

    Segundo esse princpio, a receita oramentria de impostos no pode servinculada a rgos ou fundos, nos termos do art. 167 da ConstituioFederal. Alm disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal preceitua que osrecursos legalmente vinculados finalidade especfica sero utilizadosexclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que emexerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

    Aplicabilidade: A observao do princpio sempre foi problemtica. Nombito da Unio, a dificuldade no cumprimento do princpio estrepresentada especialmente nas contribuies sociais, econmicas e deinterveno no domnio econmico. Por sua prpria natureza, ascontribuies so vinculadas.

    Excees: A Constituio Federal estabelece como excees ao princpioda no-afetao as seguintes receitas vinculadas: Fundo de Participaodos Municpios (FPM), Fundo de Participao dos Estados (FPE), recursosdestinados Sade, FUNDEF, administrao tributria, prestao degarantia s operaes de crdito por antecipao da receita

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    oramentria (ARO), prestao de contragarantia Unio, pagamentode dbitos para com a Unio. Alm disso, o texto constitucional prevque a receita de tributos pode ser vinculada quando os recursos sejamdestinados ao programa de apoio incluso e promoo social (somenteEstados e Distrito Federal), ao fundo estadual de fomento cultura(somente Estados e Distrito Federal), seguridade social (contribuiessociais), prestao de garantia ARO, prestao de contragarantia Unio e ao pagamento de dbitos para com a Unio.

    PRINCPIO DA DISCRIMINAO OU ESPECIALIZAO

    Premissa: A LOA no consignar dotaes globais destinadas aatender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviosde terceiros, transferncias ou quaisquer outras.

    Fundamento Legal: Art. 5 e 15, 1 Lei 4.320/64 e Art. 167, I, II e VI,CF.

    Finalidade: apoiar o trabalho fiscalizador dos parlamentos sobre as finanasexecutivas. Inibir autorizaes genricas evitando o arbtrio naprogramao da despesa.

    Excees:

    - Lei n 4.320/64 (art. 20) = investimentos em regime de execuoespecial;

    - DL n 200/67 (art. 91) e LRF (art. 5, III) = reserva de contingncia.

    PRINCPIO DA EXCLUSIVIDADE

    Premissa: A LOA no pode conter dispositivo estranho fixao dasdespesas e previso das receitas.

    Fundamento Legal: Art. 165, 8, CF/88 e art. 7, Lei n 4.320/64.

    Finalidade: impedir que a LOA, em funo da natural celeridade de suatramitao no Legislativo, fosse utilizada como meio de aprovao dematrias outras que nada tinham a ver com questes financeiras(Giacomoni, 2010, p. 79). Essas matrias foram denominadas de caudas oramentrias, comuns na poca da 1 repblica.

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    Excees:

    a) autorizao para a abertura de crditos suplementares;

    b) autorizao para a realizao de operaes de crdito, ainda que porantecipao de receita oramentria.

    PRINCPIO DO EQUILBRIO

    Premissa: A LOA dever manter o equilbrio, do ponto de vistacontbil, entre os valores de receita e de despesa.

    Fundamento Legal: Art. 4, I, alnea "a" e art. 9, LRF

    No Brasil, no existe nenhuma norma legal que determina o equilbrio noplanejamento oramentrio, ou seja, na PREVISO DA RECEITA E FIXAODA DESPESA. Destaca-se, ainda, que a CF de 1967 trazia previsoexpressa. J a atual CF trata a questo de forma indireta, atacando ochamado dficit das operaes correntes. a regra de ouro prevista no art. 167, III, CF/88.

    Finalidade: limitar o crescimento dos gastos pblicos e da dvida pblica(instrumento de controle), alm de evitar o comprometimento das metasfiscais.

    Destaca-se que o equilbrio apenas didtico. O Legislativo pode alterar aproposta inicial e aprovar a LOA em desequilbrio.

    Outro ponto discutido pela doutrina que a partir da LRF surge um novoconceito relacionado ao princpio do equilbrio: o EQUILBRIO FISCAL.Nesse sentido, exige-se mais que o equilbrio, exige-se um supervit(fiscal), ou seja, a receita (primria) deve superar a despesa (primria) deforma que o saldo possa ser utilizado para pagamento do servio da dvidapblica.

    PRINCPIO DA PROGRAMAO

    Premissa: Utilizao do oramento como auxiliar efetivo daadministrao, especialmente como tcnica de ligao entre asfunes de planejamento e gerncia.

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    Fundamento: Doutrina

    Finalidade: Segundo Giacomoni (2010),

    Para representar os elementos do planejamento, o oramento vemsofrendo mudanas profundas em sua linguagem, buscando veicular aprogramao de trabalho de governo, isto , os objetivos e metasperseguidos, bem como os meios necessrios para tal.

    OUTROS PRINCPIOS TRADICIONAIS

    Princpio da Clareza

    Premissa: A LOA deve ser apresentada em linguagem clara ecompreensvel a todas as pessoas que necessitam manipul-la.

    Fundamento: Doutrina

    Finalidade: facilitar a compreenso pela sociedade e, por conseguinte, ocontrole social.

    Segundo Sanches (2004),

    Princpio oramentrio clssico segundo o qual a Lei Oramentria deve serestruturada por meio de categorias e elementos que facilitem suacompreenso at mesmo por pessoas de limitado conhecimento tcnico nocampo das finanas pblicas.

    Observe que o princpio da clareza est estritamente ligado transparncia.Com efeito, pode-se afirmar que a transparncia abarca tambm o princpioda clareza, no sentido de que a atividade financeira deve se desenvolver segundo os ditames da clareza, abertura e simplicidade(TORRES, 2001, p.1 e 2), pois o poder de comunicao do documento ter influncia em suamelhor e mais ampla utilizao e sua difuso ser tanto mais abrangentequanto maior for a clareza que refletir (KOHAMA, 2009, p. 42 e 43). Agora observe o interessante posicionamento a seguir:

    Transparncia na democracia fundamental e vai alm de publicidade, que um dos princpios bsicos da administrao pblica. Desde o fim doregime autoritrio, j se avanou no sentido de tornar pblicos os atos do

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    governo, mantidos obscurecidos durante o perodo da ditadura. Darpublicidade aos atos de gesto fundamental, mas transparncia algomais. Tornar pblica a gesto no garante o acesso informao. Teracesso informao deve ser entendido em sentido amplo, ouseja, entender e compreender o que est sendo publicado. (MAWAD,2002, p. 527 e 528, grifo nosso).

    Perceba que para existir transparncia temos que ter publicidade e, almdisso, clareza! Por isso que esses princpios (transparncia, publicidade eclareza) geram confuso e uma certa variedade de opinies na doutrinaespecializada.

    Princpio da Legalidade

    Premissa: A arrecadao de receitas e a execuo de despesaspblicas deve ser precedida de expressa autorizao do PoderLegislativo.

    Fundamento Legal: Art. 166, CF/88

    Finalidade: garantir que todos os atos relacionados aos interesses dasociedade devem passar pelo exame e pela aprovao do parlamento.

    Princpio da Transparncia

    Premissa: Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico(MCASP) - Parte I, o princpio da transparncia aplica-se tambm aooramento pblico, pelas disposies contidas nos arts. 48, 48-A e49 da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, que determinam aogoverno, por exemplo: divulgar o oramento pblico de forma ampla sociedade; publicar relatrios sobre a execuo oramentria e a gestofiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informaes sobre aarrecadao da receita e a execuo da despesa.

    Fundamento Legal: Arts. 48, 48-A e 49 da LRF.

    Princpio da Publicidade

    Premissa: Justifica-se pelo fato de o oramento ser fixado em lei, eesta, para criar, modificar, extinguir, ou condicionar direitos edeveres, obrigando a todos, h que ser publicada. Jos Afonso Silva

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    Finalidade: dar validade aos dispositivos contidos na Lei OramentriaAnual

    Princpio da Sinceridade/Exatido

    Premissa: As leis oramentrias devem apresentar de maneirasincera (exata) o conjunto dos recursos e dos encargos do Estado.

    As contas do Estado devem ser regulares, sinceras, e dar uma imagem fieldo seu patrimnio e de sua situao financeira (Art. 32, Lei Orgnica n 2001-692 - Frana - Bouvier, M. e outros - Finances Publiques, 7 Ed., pg 273, Paris, 2004).

    "A elaborao do oramento h de fundamentar-se num diagnstico bsicoque d exata dimenso (tanto quanto possvel) da situao existente eindique a soluo dos problemas identificados, em base realstica,determinando os recursos necessrios sem otimismo, sem superestimar osrecursos nem subavaliar os gastos necessrios para atingir os objetivosfixados" Jos Afonso da Silva

    Segundo Giacomoni (2010), "a difundida prtica de superdimensionamentoda solicitao de recursos baseada na inevitabilidade dos cortes configuraclara violncia ao princpio da exatido, artificializando a elaborao dooramento".

    CLASSIFICAO DOS PRINCPIOS ORAMENTRIOS

    A classificao dos princpios oramentrios atualmente possui divergnciadoutrinria. Em que pese o assunto muitas vezes no vir expresso no edital,acontece de ser exigido, conforme veremos a seguir. Sendo assim,devemos estar preparados!

    Segundo Sanches (2004), os princpios oramentrios podem seragrupados em clssicos (ou tradicionais) e complementares. Naspalavras do autor,

    Devem ser entendidos como Clssicos aqueles que foram consolidados aolongo do desenvolvimento histrico do oramento, desde a Idade Mdia atmeados do sculo XX e, como Complementares, aqueles delineados na eramoderna, em que o Oramento Pblico passou a ser caracterizado almde instrumento poltico-legal tambm como instrumento deplanejamento/programao e de gerncia/administrao.

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    Segundo o autor, os Princpios Oramentrios Clssicos seriam:

    Anualidade (ou Periodicidade) Clareza Especificao (ou Discriminao) Exclusividade No-Vinculao (ou No-Afetao) de receitas Prvia Autorizao (ou Legalidade) Publicidade Unidade Universalidade

    Os Princpios Oramentrios Complementares seriam:

    Equilbrio Exatido Flexibilidade Programao Regionalizao

    Para o Prof. Ilvo Debus,

    De acordo com a sua finalidade, costuma-se dividir os princpiosoramentrios em duas categorias. A primeira, a dos princpiosfundamentais e j tornados clssicos, que so comumente observados pelagrande maioria dos pases. A segunda, que rene os princpios funcionaisou operacionais, os quais visam a tornar o processo oramentrio maisracional e eficiente.

    Para esse autor, a classificao seria:

    Princpios Oramentrios Fundamentais

    Legalidade Anualidade (periodicidade) Exclusividade Unidade Universalidade

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    Princpios Oramentrios Funcionais ou Operacionais

    Equilbrio Especificao Oramento Bruto Publicidade No-afetao das receitas Tipicidade

    Observe que os princpios da no-afetao e da publicidade aparecemclassificados como fundamentais (classificao de Sanches) e comoOperacionais (classificao de Ilvo Debus). Agora fica a questo, qual dasduas devemos seguir? Para responder essa questo, pesquisamos algumasquestes que exigiram o assunto. Vejamos duas questes consideradascorretas pelo CESPE:

    (Cespe/Analista Administrativo/ANA/2006) So princpios oramentriosfundamentais os da legalidade, da periodicidade, da exclusividade, daunidade e da universalidade.

    (Cespe/Auditor Contbil/Dataprev/2006) O equilbrio, a especificao e apublicidade so considerados princpios oramentrios funcionais ouoperacionais.

    Observe que o CESPE segue a classificao proposta pelo Prof. Ilvo Debus,pois coloca o princpio da Publicidade como sendo Funcional ou Operacional.Sendo assim, elaboramos o quadro abaixo, conforme a classificaoproposta pelo referido professor e adotada pelo CESPE, utilizando tambma nomenclatura de Sanches (clssico e complementar).

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    RECEITA ORAMENTRIA

    Pessoal, antes de passarmos ao estudo da receita oramentriapropriamente dita, vamos estudar um pouco sobre as receitas pblicas(grupo mais amplo).

    Quem j estudou Contabilidade sabe que receita , grosso modo, algo queaumenta o patrimnio lquido (PL) da entidade e que despesa algo quediminui o PL.

    Logo, para a CASP, cujo objeto o Patrimnio Pblico, vamos seguir essemesmo raciocnio:

    Receita aumenta o PLDespesa diminui o PL

    Porm, na disciplina da AFO, cujo objeto o oramento pblico, quandonos referimos a receitas e despesas estamos tratando das receitas edespesas oramentrias. Logo, em AFO consideramos receita e despesaaquilo que impacta o oramento!

    Logo, para AFO, cujo objeto o oramento pblico, vamos seguir esseraciocnio:

    Receita aumenta o oramentoDespesa diminui o oramento

    Nesse sentido, quando voc estudar receita e despesa deve sempre ter emmente qual o enfoque a ser aplicado:

    Enfoque patrimonial CASP aumento ou diminuio do PLEnfoque oramentrio AFO aumento ou diminuio do oramento

    Porm, o MCASP utiliza outra denominao que deixa bem mais claro essasituao.

    Para acabar com essa dvida, a STN (responsvel pela elaborao doMCASP) denomina as receitas e despesas sob o enfoque patrimonial

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    Receitas Oramentrias

    Nos termos do MCASP, as receitas oramentrias so disponibilidades derecursos financeiros que ingressam durante o exerccio oramentrio econstituem elemento novo para o patrimnio pblico.

    As receitas oramentrias so fontes de recursos utilizadas pelo Estado emprogramas e aes cuja finalidade precpua atender s necessidadespblicas e demandas da sociedade. Trata-se, portanto, de um instrumentopor meio do qual se viabiliza a execuo das polticas pblicas.

    As receitas oramentrias possuem as seguintes caractersticas:

    Representam disponibilidades de recursos; So utilizados para cobertura de despesas; Pertencem ao Estado; Transitam pelo patrimnio; Aumentam o saldo financeiro; Em regra, esto previstas na LOA (Princpio da Universalidade).

    O MCASP destaca que embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar apreviso de arrecadao, a mera ausncia formal do registro dessapreviso, no citado documento legal, no lhes retira o carter deoramentrias, haja vista o disposto no art. 57 da Lei n 4.320/1964:

    Sero classificadas como receita oramentria, sob as rubricas prprias,todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operaesde crdito, ainda que no previstas no Oramento.

    Conforme comentamos, as receitas so previstas no oramento. Logo, noh como o governo ter certeza de quanto arrecadar de impostos, porexemplo. Assim, ele estima a receita. Imagine que o governo previuarrecadar R$ 100.000.000,00 de imposto de importao. Porm, emdecorrncia de uma valorizao cambial do real frente ao dlar, as pessoaspassaram a importar mais bens... consequentemente haver maiorarrecadao de impostos de importao, no mesmo? Digamos quehouve uma arrecadao de R$ 120.000.000,00, 20% a mais do que oinicialmente previsto. Pergunta... esses 20 milhes arrecadados a maissero considerados como receitas oramentrias ou como receitasextraoramentria. A resposta est no art. 57 que acabamos de estudar.Nesse caso, a receita ser oramentria, pois todas as receitas

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    arrecadadas, ainda que no previstas no oramento so consideradasoramentrias. Veja que a rubrica impostos de importao consta no oramento. Apenas o montante arrecadado que altera em decorrnciadas variveis econmicas a que est submetida as finanas pblicas comoum todo. Logo, se houve a entrada de mais recursos do que previstoobviamente que devemos classificar como oramentrio.

    Como excees a essa regra (art. 57), temos as operaes de crdito porantecipao da receita (ARO), as emisses de papel-moeda e outrasentradas compensatrias que, conforme estudaremos a seguir, soconsiderados ingressos extraoramentrios (receitas extraoramentria).

    Ingressos Extraoramentrios

    Nos termos do MCASP, ingressos extraoramentrios so recursosfinanceiros de carter temporrio, do qual o Estado mero agentedepositrio. Sua devoluo no se sujeita a autorizao legislativa,portanto, no integram a Lei Oramentria Anual (LOA).

    Por serem constitudos por ativos e passivos exigveis, os ingressosextraoramentrios em geral no tm reflexos no Patrimnio Lquido daEntidade, ou seja, no impactam a situao lquida da entidade.

    Segundo o art. 3 da Lei n 4.320/64,

    Art. 3 A Lei de Oramentos compreender todas as receitas, inclusive asde operaes de crdito autorizadas em lei.

    Pargrafo nico. No se consideram para os fins deste artigo as operaesde credito por antecipao da receita, as emisses de papel-moeda e outrasentradas compensatrias, no ativo e passivo financeiros.

    Veja que o pargrafo nico acima nos traz exemplos do que consideradoreceita extraoramentria: as operaes de crdito por antecipao de receita oramentria

    (ARO); a emisso de moeda; e outras entradas compensatrias no ativo e passivo financeiros.

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    Veja que o critrio considerado pela Lei decorre da seguinte interpretao:se for entrada compensatria consideramos como receita extraoramentria.

    Porm, os especialistas ensinam que esse critrio muito frgil. Veja queas operaes de crdito (as normais, no as AROs) tambm so entradascompensatrias. Como assim, professor?

    Ns vamos estudar isso quando chegarmos nos procedimentos contbeispatrimoniais, porm antecipando um pouco para voc entender, asoperaes de crdito so fatos permutativos em que no h alteraoquantitativa do patrimnio, apenas alterao qualitativa nos elementospatrimoniais (ativo, passivo e PL). Assim, em uma operao de crdito huma entrada de recursos no caixa (aumento de ativo) e, em contrapartida(em compensao) h o reconhecimento de uma obrigao no passivo.Trata-se, portanto, de uma entrada compensatria (o aumento do ativo foicompensado pelo aumento no passivo). A eu pergunto... se h umaentrada compensatria estamos diante de uma receita extraoramentria,no mesmo? Pois , amigos e amigas, aqui que reside o problemadiscutido pelos especialistas... embora seja uma entrada compensatria asoperaes de crdito (normais) so consideradas receitas oramentrias! o que est no caput do art. 3 da Lei 4.320/64 acima descrito.

    Do exposto, percebe-se que o critrio adotado pela Lei muito frgil, poiscomporta excees. Trata-se de um critrio jurdico, ou seja, receitaextraoramentria o que consta na Lei.

    Portanto, para fins de prova, vale sabermos esses exemplos citados pelaLei. Alm desses exemplos, o MCASP cita, ainda, os depsitos emcauo, figura clssica e presena forte nas provas, as fianas e asconsignaes.

    Quando um fornecedor efetua um depsito em cauo como garantiapara participar de um processo licitatrio, por exemplo, no h impacto nopatrimnio lquido da entidade, pois trata-se de um recurso que nopertence ao Poder Pblico, sendo passvel de devoluo caso o fornecedorcumpra as disposies contratuais. Veja que o depsito em cauo umclssico exemplo de entrada compensatria.

    As fianas, por sua vez, no so to comuns no setor pblico. Mas, quemj precisou alugar um imvel sabe bem da necessidade do fiador. E, como

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    difcil conseguir um fiador, existem vrias opes no mercado... umadelas dar um valor em garantia antecipadamente (a tal da fiana). Essevalor devolvido ao final do contrato (com alguma atualizao) caso olocatrio cumpra com todos os pagamentos. Perceba que para quem estrecebendo a fiana h uma obrigao de devolver o valor (mesma ideia dodepsito em cauo, no mesmo...). Est a, portanto, mais um exemplode entrada compensatria.

    Por fim, as consignaes consistem na reteno pelo setor pblico devalores a serem repassados a terceiros. Quem nunca ouviu falar dofamigerado emprstimo consignado? Pois ... em regra, esse tipo deemprstimo possui taxas mais atrativas (menos onerosas para quem estcaptando o emprstimo). Mas, voc sabe o porqu disso? Ocorre que nessamodalidade de emprstimo o valor descontado diretamente docontracheque do cidado... logo, a inadimplncia (o calote rsrsr) bem menor. Assim, por exemplo, voc futuro servidor pblico (se ainda j no...) quando efetuar um emprstimo consignado, o seu patro (setorpblico) ir reter o valor da sua remunerao mensal... essa reteno nadamais do que um recurso consignado, ou seja, apesar de entrar nos cofrespblicos o valor, ele dever ser repassado para a instituio financeira naqual voc efetuou o emprstimo. Eis que surge mais um exemplo deentrada compensatria...

    Pessoal, na prtica, para acertar as questes de prova, voc deve saberesses exemplos que estudamos acima de receitas extraoramentria.Sabendo isso resolvemos 99% das questes!

    Exemplos de receitas extraoramentrias Operaes de crdito por antecipao de receita oramentria(ARO); Emisso de moeda; Outras entradas compensatrias no ativo e passivo financeiros(exemplos: depsitos em cauo, fianas e consignaes)

    O quadro abaixo resume tudo o que vimos at o momento.

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    Segundo a doutrina, as contas oramentrias devem ser classificadas,dentre outras finalidades:

    A fim de contribuir para a efetiva e regular execuo do oramento;

    Permitir que o oramento sirva ao objetivo da prestao de contas;

    Possibilitar a anlise dos efeitos econmicos e sociais das atividadesgovernamentais;

    Facilitar a formulao dos programas elaborados pelo governo.

    Passemos ao estudo pormenorizado das classificaes da receita, segundoo MCASP, destacando, ainda, as classificaes previstas na doutrina (nooficiais), tendo em vista que ambas so exigidas em concursos.

    CLASSIFICAO SEGUNDO O MCASP

    O detalhamento das classificaes oramentrias da receita, no mbito daUnio, normatizado por meio de portaria da Secretaria de OramentoFederal (SOF), rgo do atual Ministrio do Planejamento,Desenvolvimento e Gesto (MP).

    As receitas oramentrias so classificadas segundo os seguintes critrios:a. Natureza;b. Fonte/Destinao de Recursos; ec. Indicador de Resultado Primrio.

    1. Classificao por natureza de receita

    Pessoal, nesse ponto o MCASP est desatualizado! isso mesmo! Logo,vamos seguir o que dispe o Manual Tcnico do Oramento (MTO) quealterou essa classificao para o ano de 2016.

    Segundo o MTO, essa classificao visa identificar a origem do recursosegundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso dareceita nos cofres pblicos.

    Assim, a natureza da receita representa o menor nvel dedetalhamento das informaes oramentrias sobre as receitaspblicas.

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    Nesse sentido, o MTO destaca que a nova proposta estrutura os cdigos deforma a proporcionar extrao de informaes imediatas, a fim de proverceleridade, simplicidade e transparncia, sem a necessidade de qualquerprocedimento paralelo para concatenar dados.

    Vejamos cada um dos nveis acima descritos.

    CATEGORIA ECONMICA

    Os 1 e 2 do art. 11 da Lei n 4.320/64, classificam as receitasoramentrias em Receitas Correntes e Receitas de Capital.

    As Receitas Oramentrias Correntes so arrecadadas dentro doexerccio financeiro, aumentam as disponibilidades financeiras doEstado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimnio Lquido econstituem instrumento para financiar os objetivos definidos nosprogramas e aes oramentrios, com vistas a satisfazer finalidadespblicas.

    De acordo com o 1 do art. 11 da Lei n 4.320/64, classificam-se comoCorrentes as receitas provenientes de tributos; de contribuies; daexplorao do patrimnio estatal (Patrimonial); da explorao deatividades econmicas (Agropecuria, Industrial e de Servios); derecursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito pblico ouprivado, quando destinadas a atender despesas classificveis em DespesasCorrentes (Transferncias Correntes); por fim, demais receitas que nose enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

    As Receitas Oramentrias de Capital, por sua vez, tambm aumentamas disponibilidades financeiras do Estado e so instrumentos definanciamento dos programas e aes oramentrios, a fim de se atingiremas finalidades pblicas. Porm, de forma diversa das Receitas Correntes, asReceitas de Capital em geral no provocam efeito sobre oPatrimnio Lquido.

    De acordo com o 2 do art. 11 da Lei n 4.320/64, Receitas de Capital soas provenientes tanto da realizao de recursos financeiros oriundos daconstituio de dvidas e da converso, em espcie, de bens e direitos,quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito pblico ou

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    privado e destinados a atender despesas classificveis em Despesas deCapital e, ainda, o supervit do oramento corrente.

    ORIGEM

    Nos termos do MTO, a origem o detalhamento das categoriaseconmicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas aidentificar a procedncia das receitas no momento em que ingressamnos cofres pblicos.

    Os cdigos da origem para as Receitas Correntes e de Capital, de acordocom o 4 do art. 11 da Lei n 4.320/64, so:

    Esquema da classificao e cdigos das receitas pblicas, incorporando-secategoria econmica e origem:

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    O quadro a seguir sintetiza as categorias econmicas da receita e suasorigens, destacando um mnemnico.

    Correntes Tributa Com PAIS Trans OuDe Capital Opera Ali Amor Trans Ou

    Veja como o assunto exigido em provas!

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    3. (CESPE/Analista Judicirio/TRT8/2016) Com relao s receitascorrentes e s receitas de capital, assinale a opo correta.a) As receitas de capital so classificadas em patrimonial e industrial.b) So receitas correntes as provenientes de emprstimo e definanciamento destinados a investimentos.c) As receitas tributrias e de contribuies classificam-se como receitascorrentes.d) As operaes de crdito so classificadas como receitas correntes.e) So receitas correntes aquelas destinadas inverso financeira.

    Vamos analisar as assertivas.

    a. Errado. As receitas de capital so classificadas em: operaes decrdito, alienaes de bens, amortizao de emprstimos, transfernciasde capital e outras receitas de capital.

    b. Errado. O item se refere a receitas de capital. As receitas correntes soarrecadadas dentro do exerccio financeiro, aumentam as disponibilidadesfinanceiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o PatrimnioLquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nosprogramas e aes oramentrios, com vistas a satisfazer finalidadespblicas.

    c. Certo. As receitas correntes so classificadas em: tributrias,contribuies, patrimoniais, agropecurias, industriais, de servios e outrasreceitas correntes.

    d. Errado. As operaes de crdito so classificadas como receitas decapital.

    e. Errado. Inverso financeira uma despesa de capital.

    Gabarito: C

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    Alguns pontos que devemos estar atentos, pois so alvo de cobrana:

    1. Taxa x Preo Pblico

    Segundo a Smula n 545 do STF,

    Preos de servios pblicos e taxas no se confundem, porque estas,diferentemente daqueles, so compulsrias e tm sua cobranacondicionada prvia autorizao oramentria, em relao lei quea instituiu.

    O MCASP descreve maiores informaes sobre as diferenas entre essesinstitutos.

    2. Outras Receitas Correntes

    Dentro desse grupo destacam-se as receitas de multas e as receitas dadvida ativa (a seguir temos maiores detalhes). Outra rubrica que podepegar os menos preparados ( claro que voc no se inclui nesse cl) aalienao de bens apreendidos que tambm faz parte de Outras Receitas Correntes.

    3. Dvida Ativa

    Segundo o MTO, a dvida ativa o crdito da Fazenda Pblica, de naturezatributria ou no tributria, exigveis em virtude do transcurso do prazopara pagamento. O crdito cobrado por meio da emisso de certido dedvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, inscrita na forma da lei, com

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    validade de ttulo executivo. Isso confere certido da dvida ativa carterlquido e certo, embora se admita prova em contrrio.

    Nesse ponto voc deve saber o teor do Art. 39 da Lei n 4.320/64:

    Art. 39. Os crditos da Fazenda Pblica, de natureza tributria ou notributria, sero escriturados como receita do exerccio em queforem arrecadados, nas respectivas rubricas oramentrias.

    1 - Os crditos de que trata este artigo, exigveis pelo transcurso doprazo para pagamento, sero inscritos, na forma da legislao prpria,como Dvida Ativa, em registro prprio, aps apurada a sua liquidez ecerteza, e a respectiva receita ser escriturada a esse ttulo.

    Perceba que temos dois tipos de dvida ativa: a tributria e a no tributria.Isso costuma ser alvo de cobrana, portanto, vamos aos conceitos:

    Dvida Ativa Tributria o crdito da Fazenda Pblica dessa natureza, proveniente de obrigaolegal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas.

    Dvida Ativa no TributriaSo os demais crditos da Fazenda Pblica, tais como os provenientes deemprstimos compulsrios, contribuies estabelecidas em lei, multa dequalquer origem ou natureza, exceto as tributrias, foros, laudmios,aluguis ou taxas de ocupao, custas processuais, preos de serviosprestados por estabelecimentos pblicos, indenizaes, reposies,restituies, alcances dos responsveis definitivamente julgados, bemassim os crditos decorrentes de obrigaes em moeda estrangeira, desubrogao de hipoteca, fiana, aval ou outra garantia, de contratos emgeral ou de outras obrigaes legais.

    Por fim, vale destacar que dvida ativa um direito da entidade, ouseja, trata-se de um ativo. No confunda com a dvida pblica (passiva),a qual corresponde a uma obrigao da entidade, ou seja, a um passivo.

    4. Supervit do Oramento Corrente

    Trata-se de um peguinha clssico de concursos, portanto, no podemos cair nessa. Fique atento para o seguinte:

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    O supervit do oramento corrente (SOC), apesar de trazer corrente em sua denominao uma receita de capital!

    Ele considerado uma receita de capital porque usado para financiar asdespesas de capital.

    Vamos ver o que dispes a Lei n 4.320/64:

    Art. 11, 3 O supervit do Oramento Corrente resultante dobalanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado nademonstrao a que se refere o Anexo no 1, no constituir item dereceita oramentria.

    Agora, pessoal, a pergunta que paira no ar a seguinte: uma receitaextraoramentria ou uma receita oramentria?

    Aqui existe uma divergncia doutrinria grande, porm particularmente euconsidero mais seguro adotarmos a linha de que o supervit do oramentocorrente uma receita extraoramentria. Vamos abordar a seguir asduas correntes.

    SOC = receita oramentria

    Segundo essa linha de interpretao, a qual considero mais temerria, poisenvolve interpretao de termo existente na Lei n 4.320/64, o que podefragilizar um possvel argumento em recursos.

    Bem... ocorre o seguinte. Segundo essa interpretao, o termo item dodispositivo acima citado so as origens das receitas. Conforme estudamosas origens das receitas so:

    Receitas Correntes receita tributria, de contribuies, patrimonial,agropecuria, industrial, de servios, transferncias correntes e outrasreceitas correntes

    Receitas de Capital Operaes de Crdito, Alienao de Bens,Amortizaes, Transferncias de Capital e Outras Receitas de Capital.

    Veja que o SOC no consta como origem (item) da receita oramentria.

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    Portanto, segundo essa linha de pensamento, o SOC uma receitaoramentria, apenas no um item especfico, uma origem da receitaoramentria.

    SOC = Receita Extraoramentria

    Nessa interpretao no tem essa histria de que o termo item considerado origem. O SOC no constitui item da receita oramentria, logo uma receita extraoramentria!

    Isso ocorre para evitar a dupla contagem, porque ela j foi consideradano oramento corrente. Evita-se, assim, um total de recursos inexistente.

    Minha orientao para que voc siga esse entendimento.

    O supervit do oramento corrente receita de capital, porm no receita oramentria.

    5. Receitas de Contribuies

    So oriundas das contribuies sociais, de interveno no domnioeconmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas,conforme preceitua o art. 149 da CF.

    Muitas questes tentam confundir o candidato com as contribuies demelhoria que so espcies de receita tributria, portanto, fique alerta.

    6. Amortizao de emprstimos x juros

    Embora a amortizao do emprstimo seja origem da categoria econmicaReceitas de Capital, os juros recebidos associados ao emprstimo soclassificados em Receitas Correntes/ de Servios/ Servios Financeiros,pois os juros representam a remunerao do capital.

    7. Outras Receitas de Capital

    Registram-se nesta origem receitas cuja caracterstica no permita oenquadramento nas demais classificaes da receita de capital, tais

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    como: Resultado do Banco Central, Remunerao dasDisponibilidades do Tesouro Nacional, Integralizao do CapitalSocial, entre outras.

    8. Alienao de bens

    O art. 44 da LRF veda a aplicao da receita de capital decorrente daalienao de bens e direitos que integrem o patrimnio pblico parafinanciar despesas correntes, salvo as destinadas por lei ao RGPS ou aoregime prprio do servidor pblico.

    ESPCIE

    Segundo o MTO, a espcie permite qualificar com maior detalhe o fatogerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem Receita Tributria,identificam-se as espcies Impostos, Taxas e Contribuio de Melhoria

    DESDOBRAMENTOS PARA IDENTIFICAO DE PECULIARIDADESDA RECEITA

    Segundo o MTO, foram reservados 4 dgitos para desdobramentos com afinalidade de identificar peculiaridades de cada receita, caso sejanecessrio. Desse modo, esses dgitos podem ou no ser utilizadosconforme a necessidade de especificao do recurso.

    No caso de receitas exclusivas de Estados e Municpios, o quarto dgitoutilizar o nmero 8 (Ex.: 1.9.0.8.xx.x.x Outras Receitas Correntesexclusivas de Estados e Municpios).

    TIPO

    Nos termos do MTO, o tipo, correspondente ao ltimo dgito na natureza dereceita, tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadao a que serefere aquela natureza, sendo:

    - 0, quando se tratar de natureza de receita no valorizvel ou agregadora;- 1, quando se tratar da arrecadao Principal da receita;- 2, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita;- 3, quando se tratar de Dvida Ativa da respectiva receita; e

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    - 4, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dvida Ativa da respectiva receita.

    Assim, todo cdigo de natureza de receita ser finalizado com um dosdgitos mencionados, e as arrecadaes de cada recurso sejam elas dareceita propriamente dita ou de seus acrscimos legais ficaro agrupadassob um mesmo cdigo, sendo diferenciadas apenas no ltimo dgito,conforme detalhamento a seguir:

    O MTO destaca que que a Portaria SOF n 45, de 26 de agosto de 2015,que disps sobre o desdobramento da classificao por natureza de receitapara aplicao no mbito da Unio, publicou apenas as naturezasagregadoras, ficando criadas automaticamente, para todos os fins, asnaturezas valorizveis, terminadas em 1, 2, 3 e 4.

    2. Classificao por indicador de resultado primrio

    Segundo o MCASP, esta classificao oramentria da receita no temcarter obrigatrio para todos os entes e foi instituda para a Uniocom o objetivo de identificar quais so as receitas e as despesas quecompem o resultado primrio do Governo Federal, que representadopela diferena entre as receitas primrias e as despesas primrias.

    Nesta classificao, as receitas do Governo Federal podem ser divididasem:

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    a) Primrias (P): quando seus valores so includos no clculo doresultado primrio; e

    As receitas primrias referem-se, predominantemente, s receitascorrentes que advm dos tributos, das contribuies sociais, dasconcesses, dos dividendos recebidos pela Unio, da cota-parte dascompensaes financeiras, das decorrentes do prprio esforo dearrecadao das Unidades Oramentrias, das provenientes de doaes econvnios e outras tambm consideradas primrias.

    b) Financeiras (F): quando no so includas no citado clculo.

    As receitas financeiras so aquelas que no contribuem para o resultadoprimrio ou no alteram o endividamento lquido do Governo (setorpblico no financeiro) no exerccio financeiro correspondente, uma vezque criam uma obrigao ou extinguem um direito, ambos de naturezafinanceira, junto ao setor privado interno e/ou externo. So adquiridasjunto ao mercado financeiro, decorrentes da emisso de ttulos, dacontratao de operaes de crdito por organismos oficiais, das receitasde aplicaes financeiras da Unio (juros recebidos, por exemplo),das privatizaes e outras.

    Destaca-se que alguns doutrinadores preferem denominar essaclassificao quanto ao resultado fiscal, porm a ideia a mesma.

    3. Classificao por fonte/destinao de recursos

    Nos termos do MCASP, trata-se de um instrumento criado paraassegurar que receitas vinculadas por lei finalidade especficasejam exclusivamente aplicadas em programas e aes que visema consecuo de despesas ou polticas pblicas associadas a esseobjetivo legal, as fontes/destinaes de recursos agrupam determinadasnaturezas de receita conforme haja necessidade de mapeamento dessasaplicaes de recursos no oramento pblico, segundo diretrizesestabelecidas pela Secretaria do Oramento Federal (SOF).

    Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o cdigo defonte/destinao de recursos exerce duplo papel no processo oramentrio:na receita, indica o destino de recursos para o financiamento de

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    vistas a identificar a procedncia das receitas no momento em queingressam nos cofres pblicos.

    d. Errada. Conforme estudamos, segundo o MCASP, esta classificaooramentria da receita no tem carter obrigatrio para todos osentes e foi instituda para a Unio com o objetivo de identificar quais soas receitas e as despesas que compem o resultado primrio do GovernoFederal, que representado pela diferena entre as receitas primrias e asdespesas primrias.

    e. Errada. Diferentemente da Contabilidade Societria em que as receitasso reconhecidas no momento do fato gerador, as receitas oramentriasso reconhecidas no momento da arrecadao. Conforme destaca oMCASP,

    O reconhecimento da receita oramentria ocorre no momento daarrecadao, conforme art. 35 da Lei n 4.320/1964 e decorre do enfoqueoramentrio dessa Lei, tendo por objetivo evitar que a execuo dasdespesas oramentrias ultrapasse a arrecadao efetiva.

    Gabarito: C

    Recursos Financeiros que no devem ser reconhecidos comoReceita Oramentria

    Segundo o MCASP, no devem ser reconhecidos como receita oramentriaos recursos financeiros oriundos de:

    a. Supervit Financeiro a diferena positiva entre o ativo financeiro eo passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos crditosadicionais transferidos e as operaes de crditos neles vinculadas.Portanto, trata-se de saldo financeiro e no de nova receita a serregistrada. O supervit financeiro pode ser utilizado como fonte paraabertura de crditos suplementares e especiais;

    b. Cancelamento de Despesas Inscritas em Restos a Pagar consistena baixa da obrigao constituda em exerccios anteriores, portanto, trata-se de restabelecimento de saldo de disponibilidade comprometida,originria de receitas arrecadadas em exerccios anteriores e no de umanova receita a ser registrada. O cancelamento de restos a pagar no seconfunde com o recebimento de recursos provenientes do ressarcimento

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    ou da restituio de despesas pagas em exerccios anteriores que devemser reconhecidos como receita oramentria do exerccio.

    Regimes da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico(relacionamento do regime oramentrio com o regime contbil)

    Nos termos do MCASP, alm do registro dos fatos ligados execuooramentria, deve-se proceder evidenciao dos fatos ligados administrao financeira e patrimonial, de maneira que os fatosmodificativos sejam levados conta de resultado e que as informaescontbeis permitam o conhecimento da composio patrimonial e dosresultados econmicos e financeiros de determinado exerccio.

    Nesse sentido, a contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatosligados administrao oramentria, financeira e patrimonial, gerandoinformaes que permitam o conhecimento da composio patrimonial edos resultados econmicos e financeiros.

    Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimnio, deve havero registro da variao patrimonial aumentativa, independentemente daexecuo oramentria, em funo do fato gerador, observando-se osprincpios contbeis da competncia e da oportunidade.

    Assim, temos dois regimes aplicveis: regime oramentrio e regimecontbil (patrimonial).

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    Estgios da Receita So estgios da receita, o planejamento (previso), a execuo(lanamento, arrecadao e recolhimento) e controle e avaliao.

    Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos dereceitas oramentrias. Pode ocorrer arrecadao de receitas noprevistas e tambm das que no foram lanadas, como o caso de umadoao em espcie recebida pelos entes pblicos.

    1) PLANEJAMENTO (previso)

    Nos termos do MCASP, a previso implica planejar e estimar aarrecadao das receitas oramentrias que constaro na propostaoramentria. Nesse ponto, vale destacar o art. 12 da Lei deResponsabilidade Fiscal:

    Art. 12. As previses de receita observaro as normas tcnicas e legais,consideraro os efeitos das alteraes na legislao, da variao do ndicede preos, do crescimento econmico ou de qualquer outro fator relevantee sero acompanhadas de demonstrativo de sua evoluo nos ltimos trsanos, da projeo para os dois seguintes quele a que se referirem, e dametodologia de clculo e premissas utilizadas.

    Cabe destacar que existem receitas que, embora arrecadadas, podem noter sido previstas.

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    2) LANAMENTO

    Aqui devemos saber os seguintes conceitos:

    Ato da repartio competente, que verifica a procedncia do crditofiscal e a pessoa que lhe devedora e inscreve o dbito desta. [Art.53, Lei n 4.320/64]

    Lanamento o procedimento administrativo que verifica a ocorrnciado fato gerador da obrigao correspondente, determina a matriatributvel, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivoe, sendo o caso, prope a aplicao da penalidade cabvel. [Art. 142, CdigoTributrio Nacional]

    Ateno! Existem receitas que no percorrem o estgio do lanamento.Observe os seguintes dispositivos previstos na legislao:

    A etapa de lanamento situa-se no contexto de constituio do crditotributrio, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuies demelhoria. [Arts. 142 a 150, Cdigo Tributrio Nacional]

    So objeto de lanamento as rendas com vencimento determinado em lei,regulamento ou contrato. [Art. 53, Lei n 4.320/64]

    Como exemplo de receita que no passa pelo lanamento uma doao.Destaca-se que uma doao no passa tambm pela previso.

    1. Modos de Lanamento

    Existem trs modos de se proceder ao lanamento, quais sejam:lanamento de ofcio, por declarao e por homologao.

    Vejamos cada um deles.

    - Lanamento de ofcio (direto): ocorre quando o contribuinte noparticipa do lanamento. Nesse modo de lanamento, cabe ao governoverificar a ocorrncia do fato gerador, a identificao do sujeito passivo, oclculo dos valores devidos, a formalizao do crdito e, por fim, anotificao do contribuinte para que este efetue o pagamento. Comoexemplos temos o IPVA e o IPTU.

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    - Lanamento por declarao (misto): ocorre quando o contribuintepresta declaraes sobre os fatos pertinentes imposiotributria. Nesse modo de lanamento, cabe ao governo, de posse dasinformaes do contribuinte, verificar a ocorrncia do fato gerador,identificar o contribuinte (sujeito passivo), realizar o clculo do montantedevido, formalizar o crdito e notificar o contribuinte para pagamento.Como exemplo temos o ITR e, em determinados Estados, o Imposto deTransmisso Causa Mortis.

    Segundo o CTN,

    Art. 147. O lanamento efetuado com base na declarao do sujeitopassivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislaotributria, presta autoridade administrativa informaes sobre matria defato, indispensveis sua efetivao.

    - Lanamento por homologao (indireto): ocorre quandoo contribuinte tem que verificar a ocorrncia do fato gerador,calcular o montante devido e efetuar o pagamento no prazo. Nessemodo de lanamento, cabe ao governo apenas a conferncia da apuraoe do pagamento realizados, ou seja, no h prvio exame pelaautoridade administrativa. Destaca-se, por fim, que nesse modo delanamento o recolhimento exigido do contribuinte independentementede prvia manifestao do governo, ou seja, sem que este necessite lanarpara tornar exigvel a prestao tributria.Como exemplo temos: IR, ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS.

    Segundo o CTN,

    Art. 150. O lanamento por homologao, que ocorre quanto aostributos cuja legislao atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar opagamento sem prvio exame da autoridade administrativa, opera-se peloato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividadeassim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

    3) ARRECADAO

    Nos termos do MCASP, corresponde entrega dos recursos devidos aoTesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dosagentes arrecadadores ou instituies financeiras autorizadas pelo ente.

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    No momento que voc vai at o banco e paga o IPVA do seu carro ouquando efetua o pagamento da Guia de Recolhimento da Unio (GRU)referente inscrio do seu concurso (se for o caso), por exemplo, estamosno estgio da arrecadao. Ilustrando a situao, teramos:

    4) RECOLHIMENTO

    Nos termos do MCASP, consiste na transferncia dos valoresarrecadados conta especfica do Tesouro Nacional, responsvel pelaadministrao e controle da arrecadao e pela programao financeira,observando-se o princpio da unidade de tesouraria ou de caixa,conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito:

    Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se- em estrita observnciaao princpio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentao paracriao de caixas especiais.

    Completando a nossa ilustrao...

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    Procedimentos Contbeis referentes Receita Oramentria

    Dedues da Receita Oramentria

    De acordo com o MCASP, no mbito da administrao pblica, a deduode receita oramentria utilizada nas seguintes situaes, entreoutras:

    - Recursos que o ente tenha a competncia de arrecadar, mas quepertencem a outro ente, de acordo com a lei vigente (se no houver apreviso como despesa); e

    - Restituio de tributos recebidos a maior ou indevidamente; e

    - Renncia de Receitas.

    5. (FUNDATEC/Auditor do Estado/CAGE/2014/Adaptada) Recursos que umente tenha a competncia de arrecadar, mas que pertenam a outro ente,so registrados, no primeiro ente, como deduo da receita, e no comodespesa pblica.

    Para fixar! No mbito da administrao pblica, a deduo de receitaoramentria utilizada nas seguintes situaes, entre outras:

    - Recursos que o ente tenha a competncia de arrecadar, mas quepertencem a outro ente, de acordo com a lei vigente (se no houver apreviso como despesa); e

    - Restituio de tributos recebidos a maior ou indevidamente; e

    - Renncia de Receitas.

    Gabarito: Certo

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    1) Restituies de Receitas Oramentrias

    Segundo o MCASP, o processo de restituio consiste na devoluo totalou parcial de receitas oramentrias que foram recolhidas a maior ouindevidamente, as quais, em observncia aos princpios constitucionais dacapacidade contributiva e da vedao ao confisco, devem ser devolvidas.

    No h necessidade de autorizao oramentria para suadevoluo.

    Na Unio, a restituio tratada como deduo de receita. Se fosseregistrada como despesa oramentria, a receita corrente lquida ficariacom um montante maior que o real, pois no seria deduzido o efeito dessaarrecadao imprpria.

    O MCASP traz alguns procedimentos a serem observados no casode devoluo de saldos de convnios, contratos e congneres. Essesprocedimentos j foram alvo de cobrana em provas. Portanto, vamosestud-los!

    Caso 1 Se a restituio ocorrer no mesmo exerccio em queforam recebidas transferncias do convnio, contrato oucongnere, deve-se contabilizar como deduo de receita at olimite de valor das transferncias recebidas no exerccio;

    Exemplo 1 Regra Geral:

    Exerccio X1 receita R$ 100,00, restituio a ser efetuada no mesmoexerccio: R$ 20,00:

    Contabilizao como deduo de receita, no valor de R$ 20,00.

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    Caso 2 Se o valor da restituio ultrapassar o valor dastransferncias recebidas no exerccio, o montante que ultrapassaresse valor deve ser registrado como despesa oramentria.

    Exemplo 2 Regra Geral

    Exerccio X1 receita R$ 60,00;Exerccio X2 receita R$ 40,00 e restituio referente a receitas doexerccio anterior: R$50,00.

    Contabilizao como deduo de receita, no valor de R$ 40,00 (limite dovalor das transferncias recebidas) e contabilizao como despesaoramentria no valor de R$ 10,00 (montante que ultrapassou).

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    Caso 3 Se a restituio for feita em exerccio em que no houvetransferncia do respectivo convnio/contrato, deve ser contabilizadacomo despesa oramentria.

    Exemplo 3 Receitas Extintas

    Exerccio X1 receita R$ 100,00;Exerccio X2 no houve receita (extinta). Restituio a ser efetuada: R$30,00.

    Contabilizao como despesa oramentria no valor de R$ 30,00.

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    Esquematicamente, temos:

    Vamos ver como essa parada j foi exigida em prova?

    6. (CESPE/Oficial Tcnico de Inteligncia/Cincias Contbeis/2010) Arespeito da execuo da receita e da despesa oramentrias, e dos crditosque alteram o oramento e suas movimentaes, julgue o item que sesegue.

    No caso de devoluo de saldos de convnios, se a restituio ocorrer nomesmo exerccio em que forem recebidas as transferncias pelo convnio,a referida restituio ser contabilizada como deduo de receita at olimite dos valores recebidos.

    Trata-se de exigncia do caso 1 que estudamos acima. Segundo o MCASP,se a restituio ocorrer no mesmo exerccio em que foram recebidastransferncias do convnio, contrato ou congnere, deve-se contabilizarcomo deduo de receita at o limite de valor das transfernciasrecebidas no exerccio.

    Gabarito: Certo

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    7. (CESPE/Analista Administrativo/ANAC/2009) No que concerne consolidao das contas pblicas e a seus reflexos, julgue o itemsubsequente.

    Em rendas extintas, o fato gerador da receita no representa mais situaoque gere arrecadaes para o ente. Em casos de devoluo de saldos deconvnios e de contratos, quando o valor da restituio ultrapassar o valordas transferncias recebidas no exerccio, deve-se registrar esse valorcomo despesa oramentria.

    Trata-se de exigncia do caso 2 que estudamos acima. Segundo o MCASP,se o valor da restituio ultrapassar o valor das transfernciasrecebidas no exerccio, o montante que ultrapassar esse valor deve serregistrado como despesa oramentria.

    Gabarito: Certo

    8. (CESPE/Contador/IPAJM-ES/2010/Adaptada) No caso de devoluo desaldos de convnios, se a restituio ocorrer no mesmo exerccio em queforem recebidas transferncias do convnio, esta no poder sercontabilizada como deduo de receita.

    Mais uma vez a banca exige conhecimento do caso 1 que estudamos acima.Conforme estudamos, se a restituio ocorrer no mesmo exerccio emque foram recebidas transferncias do convnio, contrato ou congnere,deve-se contabilizar como deduo de receita at o limite de valor dastransferncias recebidas no exerccio.

    Gabarito: Errado

    2) Recursos cuja tributao e arrecadao competem a um ente dafederao, mas so atribudos a outros entes

    Nesse ponto, o MCASP traz dois casos que devemos ter o entendimento.

    Caso 1 No caso em que se configure em oramento apenas o valorpertencente ao ente arrecadador, dever ser registrado o valortotal arrecadado, incluindo os recursos de terceiros. Aps isso, estesltimos sero registrados como deduo da receita e serreconhecida uma obrigao para com o beneficirio desses valores.

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    Exemplo: Estado X arrecada R$ 100,00 de IPVA. Desse valor, 25% deveser repassado aos municpios por pertencerem a estes. Sendo assim, R$75,00 pertence ao Estado e R$ 25,00 aos municpios.

    Portanto, aplicando o procedimento acima exposto, na LOA do Estado Xteremos como previso de receitas de IPVA o valor de R$ 75,00. Nomomento da execuo, teramos:

    Caso 2 Alguns entes podem optar pela incluso dessa receita nooramento, e nesse caso o recebimento ser integralmentecomputado como receita, sendo efetuada uma despesa quando daentrega ao beneficirio.

    Exemplo: Estado X arrecada R$ 100,00 de IPVA. Desse valor, 25% deveser repassado aos municpios por pertencerem a estes. Sendo assim, R$75,00 pertence ao Estado e R$ 25,00 aos municpios.

    Portanto, aplicando o procedimento acima exposto, na LOA do Estado Xteremos como previso de receitas de IPVA o valor de R$ 100,00.No momento da execuo, teramos:

    Destaca-se que esses procedimentos so aplicveis apenas pararecursos que no pertenam ao ente arrecadador.

    3) Renncia de Receitas

    Pessoal, o assunto renncias de receitas bastante exigido em concursos.Devemos saber todos os detalhes previstos no art. 14 da LRF. Referidoartigo trata especialmente da renncia de receita, estabelecendo medidasa serem observadas pelos entes pblicos que decidirem pela concesso ouampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorrarenncia de receita.

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    Sendo assim, a seguir destrinchamos tudo o que voc deve saber sobre oassunto para detonarmos qualquer questo!

    Como forma introdutria ao assunto, cabe destacar que a renncia dereceita um problema de maior evidncia nos municpios de pequenoporte, os quais muitas vezes deixam de arrecadar os tributos de suacompetncia tendo em vista motivos polticos. Nesse sentido, Carvalho(2009) assevera que muito comum, principalmente nos municpios, adenominada poltica eleitoreira de renncia de receita. Essa prticageralmente ocorre em final de ano ou de mandato quando a prefeitura estcom insuficincia de caixa para honrar os compromissos assumidos.

    Sendo assim, com o objetivo de eliminar essa prtica, a LRF estabeleceualguns mecanismos, alm de sanes, para que o gestor pblico tenhamaior responsabilidade no gerenciamento das receitas pblicas,especialmente no que se refere s renncias de receitas.

    Vejamos, ento, o conceito de renncia de receitas. Nesse sentido, aLRF facilitou a nossa vida, pois o 1 do art. 14 nos traz essa definio,seno vejamos:

    1o A renncia compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido,concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota oumodificao de base de clculo que implique reduo discriminada detributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam atratamento diferenciado.

    O pargrafo 3 da LRF retira o carter de renncia das alteraes dealquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 daConstituio, quais sejam: impostos de importao (II), de exportao(IE), sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operaes de crdito,cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF), almdos cancelamentos de dbito cujo montante seja inferior aos custos decobrana. A seguir descrevemos referido pargrafo para fixao:

    3o O disposto neste artigo no se aplica:I - s alteraes das alquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IVe V do art. 153 da Constituio, na forma do seu 1;II - ao cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dosrespectivos custos de cobrana.

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    Pessoal, as excees do 3 so muito exigidas... trata-se de umaexigncia clssica do assunto. Observe a questo a seguir que ilustra essaexigncia:

    9. (CESPE/Auditor de Controle Externo/TCE-ES/2012) Nos termos da Lei deResponsabilidade Fiscal, a concesso de benefcio tributrio do qual decorrarenncia de receita do IPI deve estar acompanhada de estimativa doimpacto oramentrio-financeiro e da correspondente compensao.

    Conforme estudamos, em se tratando de Imposto de Importao,Imposto de Exportao, IPI e IOF, NO H NECESSIDADE dascompensaes previstas na LRF. Perceba que todos os impostosprevistos na exceo so extrafiscais. Se liga, pois j est se tornando umapegadinha clssica a exigncia dessas excees!!

    Gabarito: Errado

    Beleza, professor... j estou alerta sobre as excees, mas afinal o que anistia, remisso e crdito presumido citado no conceito?

    Bem... essa resposta pode ser encontrada no Manual de ContabilidadeAplicada ao Setor Pblico (MCASP):

    A anistia o perdo da multa, que visa excluir o crdito tributrio na parterelativa multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infraescometidas por este anteriormente vigncia da lei que a concedeu. Aanistia no abrange o crdito tributrio j em cobrana, em dbito paracom a Fazenda, cuja incidncia tambm j havia ocorrido.

    A remisso o perdo da dvida, que se d em determinadascircunstncias previstas na lei, tais como valor diminuto da dvida, situaodifcil que torna impossvel ao sujeito passivo solver o dbito,inconvenincia do processamento da cobrana dado o alto custo nocompensvel com a quantia em cobrana, probabilidade de no receber,erro ou ignorncia escusveis do sujeito passivo, equidade, etc. No implicaem perdoar a conduta ilcita, concretizada na infrao penal, nem emperdoar a sano aplicada ao contribuinte. Contudo, no se considerarenncia de receita o cancelamento de dbito cujo montante sejainferior ao dos respectivos custos de cobrana.

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    Fique atento a essas excees!

    O crdito presumido aquele que representa o montante do impostocobrado na operao anterior e objetiva neutralizar o efeito de recuperaodos impostos no cumulativos, pelo qual o Estado se apropria do valor daiseno nas etapas subsequentes da circulao da mercadoria. o caso doscrditos referentes a mercadorias e servios que venham a ser objeto deoperaes e prestaes destinadas ao exterior.

    Todavia, no considerada renncia de receita o crdito real outributrio do ICMS previsto na legislao instituidora do tributo.

    A iseno a espcie mais usual de renncia e define-se como a dispensalegal, pelo Estado, do dbito tributrio devido.

    A modificao de base de clculo que implique reduodiscriminada de tributos ou contribuies o incentivo fiscal por meiodo qual a lei modifica para menos sua base tributvel pela excluso dequaisquer de seus elementos constitutivos. Pode ocorrer isoladamente ouassociada a uma reduo de alquota, expressa na aplicao de umpercentual de reduo.

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    O conceito de renncia de receita da LRF exemplificativo, abarcandotambm, alm dos instrumentos mencionados expressamente, quaisqueroutros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado.

    A fim de tentar conter as propostas de renncias de receitas irresponsveisdo ponto de vista fiscal, a LRF estabeleceu um mecanismo em quecondiciona a concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio tributrioque produza renncia de receita demonstrao da estimativa do impactooramentrio-financeiro no exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nosdois seguintes, ao atendimento da Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) ea pelo menos uma das seguintes condies (veja que no so as duassimultaneamente!):

    demonstrao pelo proponente de que a renncia foi consideradana estimativa de receita da lei oramentria e de que no afetaras metas de resultados fiscais previstas no anexo prprio da lei dediretrizes oramentrias;

    estar acompanhada de medidas de compensao, no perodomencionado, por meio do aumento de receita, proveniente daelevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao oucriao de tributo ou contribuio.

    Pessoal, essas medidas so taxativas, ou seja, qualquer outra medidacitada na questo, por exemplo, diminuio de despesas, aumento dafiscalizao contra sonegao, invalidar a assertiva, pois no estoprevistas na LRF. As medidas so as duas acima citadas e ponto!

    Vale destacar que segundo o art. 5 da LRF, o projeto de lei oramentriaanual, elaborado de forma compatvel com o plano plurianual e com a leide diretrizes oramentrias ser acompanhado do demonstrativoregionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente deisenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira,tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a rennciasde receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado.

    Destaca-se, ainda, que, de acordo com o 6 do art. 150 da CF/1988,qualquer subsdio ou iseno, reduo de base de clculo, concesso decrdito presumido, anistia ou remisso, relativos a impostos, taxas ou

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    Redutor Financeiro FPM

    Segundo o MCASP, o Fundo de Participao dos Municpios (FPM) transfernciaconstitucional composta por 22,5% da arrecadao dos impostos sobre a rendae proventos de qualquer natureza e sobre os produtos industrializados, deacordo com art. 159 da Constituio Federal.

    A Lei Complementar n 91/97, alterada pela Lei Complementar n 106/01,estabelece que os coeficientes do FPM, exceto para as capitais estaduais, serocalculados com base no nmero de habitantes de cada municpio e revistosanualmente. Entretanto, ficam mantidos, a partir do exerccio de 1998, oscoeficientes do FPM atribudos, a partir de 1997, aos municpios queapresentaram reduo de seus coeficientes pela aplicao do disposto no art. 1da Lei Complementar n 91/97. Os ganhos adicionais em cada exercciodecorrentes da manuteno dos coeficientes atribudos em 1997 tm aplicaode redutor financeiro, o qual ser redistribudo aos demais participantes do FPM.

    O redutor financeiro entendido como valor resultado do percentual incidentesobre a diferena positiva apurada entre o valor do FPM, utilizando o coeficienteatribudo em 1997, e o valor caso fosse utilizado o coeficiente do ano dedistribuio do recurso.

    Nesse sentido, para melhor evidenciar os fatos contbeis envolvidos, a receitade transferncia do FPM ser contabilizada pelo valor bruto e o redutorfinanceiro ser registrado como deduo da receita em questo.

    Transferncias de Recursos Intergovernamentais

    Segundo o MCASP, as Transferncias Intergovernamentais compreendem aentrega de recursos, correntes ou de capital, de um ente (chamadotransferidor) a outro (chamado beneficirio, ou recebedor). Podem ser voluntrias, nesse caso destinadas cooperao, auxlio ou assistncia, oudecorrentes de determinao constitucional ou legal.

    Ainda sobre o conceito de transferncia intergovernamental, o MCASP destacaque, como seu prprio nome indica, essas transferncias ocorrem entre esferasdistintas de governo, no guardando relao, portanto, com as operaesintraoramentrias ocorridas no mbito do oramento de cada ente.

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    utiliza o mecanismo da destinao de recursos, faz-se necessrio desdobrar anatureza de receita 1325.00.00 Remunerao de Depsitos Bancrios.

    O MCASP salienta que se a legislao obriga a vinculao da remunerao dosdepsitos bancrios a determinada finalidade, a contabilidade deve evidenciaras diferentes vinculaes dessas remuneraes. A forma de se evidenciar deescolha do ente pblico.

    Receita Oramentria por Baixa de Dvida Ativa Inscrita

    Segundo o MCASP, o recebimento de dvida ativa corresponde a uma receita,pela tica oramentria, com simultnea baixa contbil do crdito registradoanteriormente no ativo, sob a tica patrimonial.

    As formas de recebimento da dvida ativa so definidas em lei, destacando-se orecebimento em espcie e o recebimento na forma de bens, tanto pelaadjudicao quanto pela dao em pagamento, sendo que o recebimento naforma de bens tambm poder corresponder a uma receita oramentria nomomento do recebimento do bem, efetuando-se o registro da execuooramentria da despesa com a sua aquisio, mesmo que no tenha havidofluxo financeiro. Esse procedimento permite a observncia da legislao quanto destinao dos recursos recebidos de dvida ativa.

    O MCASP destaca que mesmo que no se efetue a execuo oramentria dareceita e da despesa decorrente desse procedimento, a administrao devepropiciar os meios para que a destinao dos recursos recebidos em dvida ativa,mesmo que na forma de bens, seja garantida.

    Esquematicamente, temos:

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    Observao: no se preocupe se no entendeu os lanamentos nesse momento do curso.Estudaremos com os devidos detalhes os registros contbeis oportunamente.

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    Art. 167.[...]

    5 A transposio, o remanejamento ou a transferncia de recursos deuma categoria de programao para outra podero ser admitidos, nombito das atividades de cincia, tecnologia e inovao, com o objetivo deviabilizar os resultados de projetos restritos a essas funes, mediante atodo Poder Executivo, sem necessidade da prvia autorizao legislativaprevista no inciso VI deste artigo.

    Gabarito: A

    11. (CESPE/Analista Judicirio/TRT8/Contabilidade/2016) De acordo com aConstituio Federal de 1988, a lei oramentria anual deve compreendero oramento fiscal, o qual conter receitas e despesas referentes a todasas entidades da administrao direta e indireta; o oramento deinvestimento das empresas estatais; e o oramento da seguridade social.Esse mandamento constitucional relaciona-se aos princpios oramentriosdaa) uniformidade e da unidade.b) universalidade e da especificao.c) universalidade e da unidade.d) unidade e da especificao.e) universalidade e da programao.

    Conforme estudamos, o princpio da universalidade preceitua que ooramento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado.

    Alm disso, vimos que o princpio da unidade estabelece que o oramentodeve ser uno, ou seja, deve existir apenas um oramento para dadoexerccio financeiro. Cabe destacar que o fato de a lei oramentria sereditada por meio de trs oramentos distintos no fere o princpio daunidade/totalidade, pois esses oramentos so elaborados de formaindependente sofrendo, contudo, consolidao que possibilita oconhecimento do desempenho global das finanas pblicas.

    Gabarito: C

    12. (CESPE/Auditor/TCE-PR/2016) Assinale a opo correta a respeito dosprincpios oramentrios.

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    a) O PPA segue o princpio da periodicidade e seu oramento definidobienalmente.b) Dado o princpio da exclusividade, cada ente da Federao dever ter oseu prprio oramento.c) O princpio da unidade visa evitar mltiplos oramentos dentro damesma pessoa poltica.d) De acordo com o princpio do oramento bruto, as receitas devemconstar no oramento pelos seus totais, deduzindo-se destes somente osimpostos.e) Dado o princpio da totalidade, o oramento de cada estado deverconter todas as receitas e despesas de seus rgos mantidos pelo poderpblico.

    Vamos analisar as assertivas.

    a. Errado. De fato, o PPA possui periodicidade definida (o que at podemoschamar de um princpio), porm, conforme estudamos na disciplina de AFO,o PPA elaborada a cada 4 anos e no bienalmente conforme informa oitem.

    b. Errado. Apesar de cada Ente realmente possuir seu prprio oramento,isso no decorrncia do princpio da exclusividade. Referido princpioestabelece que o oramento no conter dispositivo estranho previso dareceita e fixao da despesa.

    c. Certo. O princpio da Unidade ou Totalidade previsto, de forma expressa,pelo caput do art. 2 da Lei n 4.320, de 1964, determina existncia deoramento nico para cada um dos entes federados Unio, Estados,Distrito Federal e Municpios com a finalidade de se evitaremmltiplos oramentos paralelos dentro da mesma pessoa poltica.Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cadaexerccio financeiro, devem integrar um nico documento legal dentro decada esfera federativa: a Lei Oramentria Anual LOA

    d. Errado. Pelo princpio do oramento bruto todas as receitas e despesasconstaro da Lei Oramentria pelos seus totais, vedadas quaisquerdedues.

    e. Errado. O item se refere ao princpio da universalidade e no ao princpioda totalidade (unidade).

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    Gabarito: C

    13. (CESPE/Agente Administrativo/DPU/2016) Com relao ao oramentopblico no Brasil, julgue o prximo item, considerando o que estestabelecido na Constituio Federal de 1988 (CF).

    No Brasil, para determinado perodo do ano civil, cada ente da Federaodeve possuir um oramento para as receitas e um oramento para asdespesas.

    Negativo! O item est totalmente contra o que dispe o princpio daunidade. Referido princpio estabelece que o oramento deve ser uno, ouseja, deve existir apenas um oramento para dado exerccio financeiro.

    Gabarito: Errado

    14. (CESPE/Contador/DPU/2016) A respeito do oramento pblico e dasreceitas e despesas pblicas, julgue o item que se segue.

    De acordo com o princpio da universalidade oramentria, cada unidadeoramentria deve possuir apenas um oramento.

    Corrigindo o item, temos:

    De acordo com o princpio da universalidade oramentria unidade, cadaunidade oramentria deve possuir apenas um oramento.

    Gabarito: Errado

    15. (CESPE/Tcnico Administrativo/ANCINE/2012) Consoante o princpioda periodicidade, o exerccio financeiro corresponde ao perodo de tempoao qual se referem a previso das receitas e a fixao das despesas.

    O princpio da periodicidade ou anualidade, estipulado, de forma literal,pelo caput do art. 2 da Lei n 4.320/64, delimita o exerccio financeirooramentrio: perodo de tempo ao qual a previso das receitas e a fixaodas despesas registradas na Lei Oramentria Anual (LOA) iro se referir.

    Segundo o art. 34 da Lei n 4.320/64, o exerccio financeiro coincidir como ano civil, ou seja, de 1 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

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    Como a LOA fixa as despesas e prev as receitas para o perodo de umexerccio financeiro, ou seja, um ano, o item est correto.

    Gabarito: Certo

    16. (CESPE/Analista Judicirio/Engenharia Civil/CNJ/2013) De acordo como princpio da periodicidade, o exerccio financeiro dever conter o perodode tempo de mandato do presidente da Repblica para garantir agovernabilidade e atender Lei de Responsabilidade Fiscal.

    O princpio da anualidade ou periodicidade, estabelecido, de forma literal,pelo caput do art. 2 da Lei n 4.320/64, delimita o exerccio financeirooramentrio: perodo de tempo ao qual a previso das receitas e a fixaodas despesas registradas na LOA iro se referir.

    Segundo o art. 34 da Lei n 4.320/64, o exerccio financeiro coincidir como ano civil, ou seja, de 1 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

    Gabarito: Errado

    17. (CESPE/Analista Judicirio/Administrativa/CNJ/2013) O princpio doequilbrio oramentrio, segundo algumas escolas de pensamento, deve serignorado em situaes de crise, devendo o governo intervir ativamente naeconomia para estimular a demanda. No Brasil, os debates sobre equilbriooramentrio restringem-se a discusses genricas no PPA.

    A primeira parte da questo est certa. Em situaes de crise o Estado devepautar sua conduta tendo como ltimo fim o bem-estar da sociedade,abrindo mo do equilbrio oramentrio para fazer frente necessriaalocao de recursos mitigando-se os potenciais efeitos da crise. claroque para isso o Estado agir de acordo com os dispositivos legais existentesno ordenamento jurdico ptrio como, por exemplo, os crditosextraordinrios que independem da disponibilidade de recursos.

    No entanto, a questo erra ao afirmar que os debates sobre equilbriooramentrio restringem-se a discusses genricas no PPA. Como exemplo,pode-se citar a previso contida na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)abaixo transcrita:

    Art. 4o A lei de diretrizes oramentrias atender o disposto no 2 doart. 165 da Constituio e:

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    I - dispor tambm sobre:

    a) equilbrio entre receitas e despesas;

    Gabarito: Errado

    18. (CESPE/Analista Judicirio/Administrativa/CNJ/2013) Caso umaprefeitura crie, por meio da vinculao de receitas de impostos, umagarantia de recursos para a colocao de asfalto em todas as viasmunicipais, ela violar o princpio da no afetao de receitas.

    A questo exige conhecimentos do princpio da no-afetao das receitas.Referido princpio est previsto no inciso IV do art. 167 da CF/88, vedandoa vinculao da receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, salvoexcees estabelecidas pela prpria Constituio Federal, in verbis:

    Art. 167. So vedados:[...]IV - a vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa,ressalvadas a repartio do produto da arrecadao dos impostos a que sereferem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para as aes eservios pblicos de sade, para manuteno e desenvolvimento do ensinoe para realizao de atividades da administrao tributria, comodeterminado, respectivamente, pelos arts. 198, 2, 212 e 37, XXII,e a prestao de garantias s operaes de crdito por antecipaode receita, previstas no art. 165, 8, bem como o disposto no 4 desteartigo;[...]4 permitida a vinculao de receitas prprias geradas pelosimpostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos deque tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestao degarantia ou contragarantia Unio e para pagamento de dbitos paracom esta.

    As ressalvas so estabelecidas pela prpria Constituio e estorelacionadas repartio do produto da arrecadao dos impostos (Fundosde Participao dos Estados (FPE) e Fundos de Participao dosMunicpios (FPM) e Fundos de Desenvolvimento das Regies Norte(FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO) destinao de recursospara as reas de sade e educao, alm do oferecimento de garantiass operaes de crdito por antecipao de receitas.

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    Do exposto, percebe-se que o caso apresentado na questo (vinculao dereceitas de impostos para colocao de asfalto em vias) viola o princpio dano-afet