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Novembro de 2016 TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015 VI-1 VI EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DA DESPESA 6.1 Enquadramento Legal A despesa pública é definida no n.º 1 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), como sendo todo o dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à sua reposição. São condições para a assunção e realização da despesa, que ela seja legal, se encontre devidamente inscrita no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia, segundo prescreve o n.º 2 do artigo acima indicado. Pelo disposto no artigo 11 da lei supracitada, compete aos órgãos e instituições que integram o Subsistema do Orçamento do Estado, dentre outras responsabilidades, preparar e propor os elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado e avaliar os processos de execução orçamental e financeira. A execução do Orçamento do Estado de 2015 rege-se pelas regras estabelecidas na Lei n.º 2/2015, de 7 de Maio, que aprova o Orçamento do ano, na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, na Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro, concernente à Organização, Funcionamento e Processo da Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo, na Lei n.º 6/2012, de 8 de Fevereiro, que aprova o Regime Jurídico das Empresas Públicas, Regulamentos do SISTAFE, da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado e Regulamento das Empresas Públicas, aprovados, respectivamente, pelos Decretos n.º 23/2004, de 20 de Agosto, n.º 15/2010, de 24 de Maio e n.º 84/2013, de 31 de Dezembro; pelas Circulares n.º 04/GAB-MF/2015, de 8 de Julho e n.º 05/GAB-MF/2015, de 28 de Outubro, ambas do Ministro da Economia e Finanças, referentes à Administração e Execução do Orçamento e ao Encerramento do Exercício, respectivamente, Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças; Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, emitidas pela Direcção Nacional da Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000 e nas Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de Dezembro de 2008. Relativamente à responsabilidade financeira dos gestores públicos, o n.º 5 do artigo 66 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, estabelece que “O Estado tem direito de regresso sobre todo o funcionário público que cause, por seu acto ou omissão, prejuízos ao Estado”. 6.2 - Considerações Gerais Neste capítulo, são apresentadas as principais constatações da análise efectuada à informação sobre as despesas, constante da Conta Geral do Estado, e das auditorias realizadas a 366 projectos de investimentos executados por diversas entidades de âmbito Central e Provincial. Nessas auditorias, foram apurados projectos de investimentos inscritos no Orçamento do Estado contemplando despesas que, pela sua natureza, são de Funcionamento, o que constitui uma violação das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos, conforme o

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  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-1

    VI – EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DA DESPESA

    6.1 – Enquadramento Legal

    A despesa pública é definida no n.º 1 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que

    cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), como sendo todo o

    dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência

    ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à sua

    reposição.

    São condições para a assunção e realização da despesa, que ela seja legal, se encontre

    devidamente inscrita no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente

    verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia, segundo

    prescreve o n.º 2 do artigo acima indicado.

    Pelo disposto no artigo 11 da lei supracitada, compete aos órgãos e instituições que integram o

    Subsistema do Orçamento do Estado, dentre outras responsabilidades, preparar e propor os

    elementos necessários para a elaboração do Orçamento do Estado e avaliar os processos de

    execução orçamental e financeira.

    A execução do Orçamento do Estado de 2015 rege-se pelas regras estabelecidas na Lei n.º

    2/2015, de 7 de Maio, que aprova o Orçamento do ano, na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro,

    que cria o SISTAFE, na Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º

    8/2015, de 6 de Outubro, concernente à Organização, Funcionamento e Processo da Secção de

    Contas Públicas do Tribunal Administrativo, na Lei n.º 6/2012, de 8 de Fevereiro, que aprova o

    Regime Jurídico das Empresas Públicas, Regulamentos do SISTAFE, da Contratação de

    Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado e

    Regulamento das Empresas Públicas, aprovados, respectivamente, pelos Decretos n.º 23/2004,

    de 20 de Agosto, n.º 15/2010, de 24 de Maio e n.º 84/2013, de 31 de Dezembro; pelas Circulares

    n.º 04/GAB-MF/2015, de 8 de Julho e n.º 05/GAB-MF/2015, de 28 de Outubro, ambas do

    Ministro da Economia e Finanças, referentes à Administração e Execução do Orçamento e ao

    Encerramento do Exercício, respectivamente, Manual de Administração Financeira e

    Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14

    de Outubro, do Ministro das Finanças; Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado,

    emitidas pela Direcção Nacional da Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000 e nas

    Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de Dezembro de 2008.

    Relativamente à responsabilidade financeira dos gestores públicos, o n.º 5 do artigo 66 da Lei

    n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, estabelece que “O Estado tem direito de regresso sobre todo o

    funcionário público que cause, por seu acto ou omissão, prejuízos ao Estado”.

    6.2 - Considerações Gerais

    Neste capítulo, são apresentadas as principais constatações da análise efectuada à informação

    sobre as despesas, constante da Conta Geral do Estado, e das auditorias realizadas a 366

    projectos de investimentos executados por diversas entidades de âmbito Central e Provincial.

    Nessas auditorias, foram apurados projectos de investimentos inscritos no Orçamento do

    Estado contemplando despesas que, pela sua natureza, são de Funcionamento, o que constitui

    uma violação das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, bem como da

    assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos, conforme o

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-2

    disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e

    republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro.

    Verificou-se, igualmente, o uso de fundos de projectos de investimentos no pagamento de

    despesas fora dos objectivos para os quais tais projectos foram inscritos no Orçamento do

    Estado.

    Este facto configura desvio de aplicação, nos termos do estabelecido no n.º 1 do artigo 78 do

    Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado

    pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças.

    Em alguns processos dos projectos executados, há registo de pagamentos de despesas de anos

    anteriores sem que, no Orçamento de 2015, esteja inscrita a verba Despesas por Pagar de

    Exercícios Anteriores ou Despesas por Pagar, para suportá-las.

    Nos termos do n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, as despesas só podem

    ser assumidas durante o ano económico para o qual tiverem sido orçamentadas. As referentes a

    anos anteriores devem ser contabilizadas em rubrica específica no Orçamento do Estado,

    segundo dispõe o n.º 1 do artigo 83, do Título I do Manual de Administração Financeira e

    Procedimentos Contabilísticos (MAF).

    Das entidades auditadas, 4 não facultaram os Planos de Actividades, as Memórias Descritivas

    que detalham os objectivos e as actividades a serem desenvolvolvidas no âmbito dos projectos

    de investimentos executados, contrariando o estabelecido no n.º 1 do artigo 4 da Lei n.º

    14/2014, de 14 de Agosto, todas as entidades públicas, são obrigadas a fornercer, com toda

    urgência e de preferência a qualquer outro serviço as informações e processos que lhes forem

    pedidos.

    Não foram submetidos ao Ministério da Economia e Finanças os Contratos-Programa das

    empresas Transportes Públicos da Beira E.P., Empresa Municipal de Transportes de Maputo

    E.P., Imprensa Nacional de Moçambique E.P., Regadio do Baixo Limpopo E.P., Empresa de

    Desenvolvimento Maputo Sul E.P., Rádio Moçambique E.P., Hidráulica do Chókwè E.P.,

    Empresa Nacional de Parques de Ciência e Tecnologia E.P., e Televisão de Moçambique E.P;.

    Na celebração de contratos de pessoal, empreitada de obras, fornecimento de bens, prestação

    de serviços, consultoria e arrendamento, nem sempre se obedeceu às normas e procedimentos

    legalmente instituídos no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,

    Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 15/2010,

    de 24 de Maio, e demais legislação aplicável.

    Em alguns projectos auditados, apuraram-se despesas acima dos montantes dos respectivos

    contratos, sem que se tivesse elaborado qualquer adenda, contrariando-se o preceituado na

    alínea b) do n.º 1 do artigo 54 do Regulamento atrás aludido, segundo o qual a alteração do

    valor contratual deve ser fundamentada e celebrada a respectiva apostila.

    Nos termos do estipulado no n.º 1 do artigo 78, Título I do Manual de Administração

    Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013,

    de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças, configura desvio de aplicação, aquela despesa

    que não observar o correcto enquadramento em um ou mais dos classificadores da célula

    orçamental.

    Por outro lado, nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo

    legal, se encontre inscrita, devidamente, no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento

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    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-3

    na correspondente verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e

    eficácia, à luz do disposto no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 Fevereiro.

    6.3 – Análise Global da Evolução da Execução Orçamental da Despesa

    A evolução da execução orçamental da Despesa, de 2011 a 2015, com base na informação

    colhida das Contas Gerais do Estado desses anos, é apresentada no quadro e gráfico seguintes.

    Quadro n.º VI.1 – Evolução da Execução do Orçamento da Despesa

    Valor Peso % Valor Peso % Valor Peso % Valor Peso % Valor Peso %

    Funcionamento 70.989 55,5 83.805 57,7 95.655 52,5 118.470 52,2 117.836 58,7 -0,5 66,0

    Investimento 51.012 39,9 53.457 36,8 72.301 39,7 87.036 38,3 64.078 32,0 -26,4 25,6

    Operações Financeiras 5.935 4,6 7.983 5,5 14.235 7,8 21.543 9,5 18.577 9,3 -13,8 213,0

    Despesa Total 127.935 100,0 145.245 100,0 182.191 100,0 227.049 100,0 200.491 100,0 -11,7 56,7

    PIB 365.334 407.903 470.472 526.495 589.294

    Índice de Inflação 1,0209 1,0420 1,0256 1,0350

    Crescimento Anual da

    Despesa (%)13,5 25,4 24,6 -11,7

    Crescimento da Despesa

    no Período (%) 13,5 42,4 77,5 56,7

    Crescimento anual do PIB11,7 15,3 11,9 11,9

    Despesa/PIB (%) 35,0 35,6 38,7 43,1 34,0

    Var. %

    15/14

    (Em milhões de Meticais)

    Fonte: Mapas III, IV e V da CGE (2011-2015).

    Var. %

    15/11

    2015

    Taxa de inflação média acumulada entre 2012 e 2015 {(1,0209*1,042*1,0256*1,0350) -1}*100 = 47,3%.

    Execução do Orçamento

    da Despesa

    20122011 20142013

    De 2011 a 2015, a despesa total executada, registou taxas de crescimento anuais de 13,5%, em

    2012, 25,4%, em 2013, 24,6%, em 2014 e uma diminuição de -11,7%, em 2015. Neste último

    ano, houve uma diminuição de 36,31 pontos percentuais, relativamente a 2014.

    Gráfico n.º VI.1 – Evolução da Execução do Orçamento da Despesa

    Fonte: Mapa III, IV e V da CGE (2011-2015) e Quadro 7 da CGE de 2015.

    1 (-11,7)-(+24,6)=-36,3

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-4

    No exercício económico de 2015, as Despesas de Funcionamento reduziram 0,5% e as de

    Investimento, 26,4%, relativamente ao ano de 2014.

    Sobre a evolução da execução da despesa, pode-se assinalar que:

    a) A proporção da despesa em relação ao PIB teve uma tendência crescente de 2011 a 2014, com taxas de 35,0%, 35,6%, 38,7%, e 43,1%, respectivamente.

    Em 2015 a relação foi de 34,0%, a menor do quinquénio, representando uma redução

    de 9,1 pontos percentuais, relativamente a 2014;

    b) As Operações Financeiras, em 2015, registaram uma redução de 13,8%;

    c) As Despesas de Funcionamento tiveram sempre, ao longo do quinquénio, um peso superior ao das Despesas de Investimento, sendo que, em 2015, a diferença foi de 26,7

    pontos percentuais (p.p.), superior à de 2014, que foi de 13,9%;

    d) De 2011 a 2015, o crescimento das Despesas de Funcionamento foi de 66,0%, das de Investimento, 25,6% e das Operações Financeiras, 213,0%;

    e) O crescimento acumulado da Despesa Total, em termos nominais, foi de 56,7%. Considerando a taxa de inflação média acumulada, no período, de 47,3%, apura-se um

    crescimento real de 6,5%2.

    6.4 – Execução Global do Orçamento da Despesa Segundo a Classificação Funcional

    A execução da Despesa, por funções, com destaque para os sectores económicos e sociais, é

    apresentada no Quadro n.º VI.2. Nele, são indicadas as principais sub-funções dos

    Sectores/Instituições prioritários, comparando-se as respectivas dotações orçamentais com a

    sua execução, incluindo as Operações Financeiras.

    2 Taxa de crescimento real da despesa no quinquénio: {(1,567/1,472)-1} *100=6,5%

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-5

    Quadro n.º VI.2 – Execução do Orçamento da Despesa, Segundo a Classificação

    Funcional

    Valor % Peso %

    Educação 45.563 41.815 91,8 24,0

    Ensino Geral 14.394 12.997 90,3 7,5

    Ensino Superior 8.820 6.648 75,4 3,8

    Serviços Distritais - SDEJT 22.349 22.171 99,2 12,7

    Saúde 21.560 18.399 85,3 10,6

    Sistema de Saúde 18.298 15.151 82,8 8,7

    HIV/SIDA 96 96 100,0 0,1

    Serviços Distritais - SDSMAS 3.165 3.152 99,6 1,8

    Infra-estruturas 28.743 21.592 75,1 12,4

    Energia e Recursos Minerais 2.421 1.967 81,2 1,1

    Estradas 20.319 15.044 74,0 8,6

    Águas 3.748 2.560 68,3 1,5

    Obras Públicas 2.255 2.022 89,7 1,2

    Agricultura e Desenvolvimento Rural 13.193 11.366 86,1 6,5

    Agricultura 6.023 5.112 84,9 2,9

    Mar e Pescas 1.808 1.123 62,1 0,6

    Serviços Distritais 5.232 5.050 96,5 2,9

    Acções para o Desenvolvimento Rural

    (MIC e MAE)130 81 61,9 0,0

    Sistema Judicial 4.609 4.238 92,0 2,4

    Sistema Judicial 4.609 4.238 92,0 2,4

    Outros Sectores Prioritários 6.130 5.035 82,1 2,9

    Acção Social 5.348 4.273 79,9 2,5

    Trabalho e Emprego 782 762 97,4 0,4

    Total Sectores Económicos e Sociais 119.799 102.446 85,5 58,8

    Restantes Sectores 73.851 71.846 97,3 41,2

    Despesa sem Encargos da Dívida e Operações

    Financeiras193.650 174.292 90,0 100,0

    Encargos da Dívida 7.622 7.622 100,0

    Operações Financeiras 25.154 18.577 73,9

    Despesa Total 226.425 200.491 88,5

    (Em milhões de Meticais)

    Sectores Económicos e Sociais Dotação ActualizadaExecução

    Fonte: Mapa I-1-2 da CGE de 2015. Mapa III.

    Observa-se, neste quadro, que o nível de execução dos sectores económicos e sociais, em

    termos globais, foi de 85,5% e o dos Restantes Sectores, de 97,3%. A execução da despesa

    total fixou-se em 88,5%, com as Operações Financeiras a registarem uma execução de 73,9%

    e os Encargos da Dívida, 100,0%.

    Relativamente ao peso, na Despesa Total, sem Encargos da Dívida, verifica-se, ainda, no

    mesmo quadro, que o Sector da Educação é o que apresenta maior expressão, com 24,0%,

    seguido dos sectores das Infra-estruturas e da Saúde, com 12,4%, e 10,6%, respectivamente.

    Os Serviços Distritais-SDEJT, no sector da Educação, constituem 12,7% e, nas Infra-

    estruturas, as Estradas, representam 8,6%.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-6

    As instituições indicadas no Quadro n.º VI.3, a seguir, registaram baixas taxas de execução, na

    Componente Investimento Interno.

    Quadro n.º VI.3 – Instituições com Baixas Taxas de Execução

    50A003741 Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa 4.202 2.319 55,2

    37A000841 Fundo de Fomento Pesqueiro 38.786 19.867 51,2

    37A001141 Instituto Nacional de Inspecção do Pescado 25.040 10.313 41,2

    41A002041 Instituto Nacional de Normalização e Qualidade 39.192 1.898 4,8

    41A002141 Instituto para a promoção da Pequenas e Médias Empresas 11.561 2.359 20,4

    41A001741 Instituto para a promoção de Exportações 0 0 0,0

    118.781 36.756 30,9

    Fonte: Mapa I-1-2 CGE de 2015.

    (Em mil Meticais)

    Despesas de Investimento Interno

    Código Entidade

    Total

    Dotação

    ActualizadaRealização %

    Como se pode ver, o grau de execução das despesas variou de 4,8% a 55,2%. Ao Instituto para

    a Promoção das Exportações não foi alocado qualquer valor.

    Relativamente a este assunto, no Relatório do Governo sobre os Resultados da Execução

    Orçamental da CGE em análise, não consta qualquer comentário.

    Porém, já em sede de Pedido de Esclarecimentos, o Governo afirmou que são (…) “despesas

    realizadas com recurso à Receitas Consignadas e Próprias, a execução revelou-se baixa pelo

    facto de a sua cobrança durante o exercício económico não ter sido suficiente e, por outro

    lado, ter havido atraso no lançamento de concursos, onde muitos só foram aprovados em

    Dezembro”.

    Este facto devia ter sido corrigido no âmbito das alterações orçamentais ocorridas durante o

    exercício económico em apreciação, à luz do Decreto n.º 11/2015, de 10 de Junho, que atribui

    aos titulares dos órgãos e instituições do Estado competências para proceder a alterações das

    dotações orçamentais.

    Por outro lado, uma melhor planificação evitaria tais constrangimentos, sendo que na

    orçamentação e execução, deve-se ter em atenção os princípios de anualidade e de equilíbrio

    previstos nas alíneas a) e g), respectivamente, do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

    Fevereiro.

    Neste caso, está-se perante a violação das normas sobre a elaboração e execução dos

    orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou

    compromissos, como vem preceituado na alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014,

    de 14 de Agosto.

    6.5 – Execução Global da Componente Funcionamento do Orçamento

    Na Componente Funcionamento, foram despendidos 117.835.943 mil Meticais, dos quais,

    52.782.641 mil Meticais (44,8%) correspondem às despesas de Âmbito Central, 34.198.606

    mil Meticais (29,0%), do Provincial, 28.847.263 mil Meticais (24,5%), do Distrital, e

    2.007.433 mil Meticais (1,7%), do Autárquico.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-7

    Quadro n.º VI.4 – Distribuição das Despesas de Funcionamento por Âmbito

    Do total executado nesta componente, 99,7% foi em Despesas Correntes, assumindo as

    Despesas de Capital uma participação de apenas 0,3%.

    No Quadro n.º VI.5, que se segue, é apresentada a dotação e execução da Componente

    Funcionamento e das Operações Financeiras. A realização das despesas de Funcionamento foi

    de 99,8%, com as Despesas Correntes e as de Capital a registarem níveis de realização de

    99,8% e 97,7%, respectivamente.

    Quadro n.º VI.5 – Execução Global da Componente Funcionamento e Operações

    Financeiras

    Valor %Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 117.682.066 117.435.619 99,8 99,7

    11 Despesas com o Pessoal 64.397.371 64.299.301 99,8 54,6

    12 Bens e Serviços 22.585.403 22.512.012 99,7 19,1

    13 Encargos da Dívida 7.621.940 7.621.940 100,0 6,5

    14 Transferências Correntes 19.919.514 19.860.054 99,7 16,9

    15 Subsídios 2.213.391 2.213.391 100,0 1,9

    16 Exercícios Findos 162.694 158.118 97,2 0,1

    17 Demais Despesas Correntes 781.752 770.803 98,6 0,7

    2 Despesas de Capital 409.884 400.324 97,7 0,3

    21 Bens de Capital 409.884 400.324 97,7 0,3

    118.091.950 117.835.943 99,8 100,0

    24 Operações Financeiras 25.153.574 18.577.050 73,9 100,0

    241 Operações Activas 10.306.200 3.729.676 36,2 20,1

    242 Operações Passivas 14.847.374 14.847.374 100,0 79,9

    Fonte: Mapas III e V da CGE de 2015.

    CED Designação

    (Em mil Meticais)

    Execução

    Total Componente Funcionamento sem

    Operações Financeiras

    Dotação

    Orçamental

    Nas Despesas Correntes, as Despesas com o Pessoal têm o peso de 54,6%, os Bens e Serviços,

    de 19,1% e as Transferências Correntes, de 16,9%.

    As Operações Financeiras foram realizadas em 73,9%, com as Operações Activas a situarem-

    se em 36,2% e as Passivas na totalidade.

    CorrentesPeso

    (%)Capital

    Peso

    (%)

    Central 52.566.462 44,8 216.178 54,0 52.782.641 44,8

    Provincial 34.078.780 29,0 119.826 29,9 34.198.606 29,0

    Distrital 28.782.944 24,5 64.319 16,1 28.847.263 24,5

    Autárquico 2.007.433 1,7 0 0,0 2.007.433 1,7

    Total 117.435.619 100 400.324 100 117.835.943 100,0

    Peso 99,7 0,3 100,0

    Fonte : Mapa III da CGE de 2015.

    (Em mil Meticais)

    Âmbito

    Despesas

    TotalPeso

    (%)

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-8

    6.5.1 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito Central

    As despesas da Componente Funcionamento, de Âmbito Central, nos últimos cinco anos, são

    apresentadas no quadro e gráfico a seguir.

    Quadro n.º VI.6 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito

    Central

    Designação 2011 2012 2013 2014 2015Var. %

    15/11

    Despesas com o Pessoal 13.711.535 15.425.163 18.268.767 21.989.952 20.230.509 47,5

    Crescimento anual (%) - 12,5 18,4 20,4 -8,0

    Restantes Despesas 24.553.471 28.877.779 29.359.434 36.824.891 32.552.132 32,6

    Crescimento anual (%) - 17,6 1,7 25,4 -11,6

    Total 38.265.007 44.302.941 47.628.202 58.814.843 52.782.642

    Crescimento do Período (%) - 15,8 24,5 53,7 37,9

    (Em mil Meticais)

    Fonte: Mapa III da CGE (2011-2015).

    Em relação ao ano de 2011, a despesa executada no exercício económico de 2015 apresenta

    um crescimento de 37,9%, tendo as despesas de 2012, 2013 e 2014, registado taxas de

    crescimento de 15,8%, 24,5% e 53,7%, respectivamente.

    As Despesas com o Pessoal cresceram 47,5% e as Restantes Despesas, 32,6%, em 2015.

    Gráfico n.º VI.2 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito

    Central

    Fonte: Mapa III da CGE (2011-2015).

    A execução de uma amostra de 70,0% das despesas de funcionamento de organismos de

    Âmbito Central, seleccionada com base no volume do orçamento alocado a cada entidade, é

    apresentada no Quadro VI.7, a seguir.

    13.711.535 15.425.16318.268.767 21.989.952 20.230.509

    24.553.47128.877.779

    29.359.434

    36.824.89132.552.132

    -10.000.000

    0

    10.000.000

    20.000.000

    30.000.000

    40.000.000

    50.000.000

    60.000.000

    70.000.000

    2011 2012 2013 2014 2015

    Em

    mil

    Me

    tica

    is

    Restantes Despesas

    Crescimento anual (%)

    Despesas com o Pessoal

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-9

    Quadro n.º VI.7 – Execução das Despesas de Funcionamento – Âmbito Central

    Ordem Designação 2011Peso

    (%)2012

    Var. (%)

    12/11

    Peso

    (%)2013

    Var. (%)

    13/12

    Peso

    (%)2014

    Var. (%)

    14/13

    Peso

    (%)2015

    Var. (%)

    15/14

    Peso

    (%)

    Var.( %)

    15/11

    1 Presidência da República 1.025.681 2,7 1.156.798 12,8 2,6 1.343.318 16,1 2,8 1.610.362 19,9 2,7 1.437.470 -10,7 2,7 40,1

    2Forças Armadas de Defesa de

    Moçambique2.753.952 7,2 2.931.606 6,5 6,6 3.715.555 26,7 7,8 4.966.130 33,7 8,4 3.621.454 -27,1 6,9 31,5

    3 Ministério do Interior 3.689.261 9,6 4.115.712 11,6 9,3 5.548.999 34,8 11,7 7.011.296 26,4 11,9 5.957.910 -15,0 11,3 61,5

    4Serviço de Informações e

    Segurança do Estado867.118 2,3 964.365 11,2 2,2 1.276.733 32,4 2,7 1.620.499 26,9 2,8 1.197.786 -26,1 2,3 38,1

    5Embaixadas e Outras

    Representações Diplomáticas1.071.645 2,8 907.640 -15,3 2,0 1.029.091 13,4 2,2 1.219.370 18,5 2,1 1.323.793 8,6 2,5 23,5

    6Autoridade Tributária de

    Moçambique2.329.210 6,1 3.049.497 30,9 6,9 3.236.828 6,1 6,8 3.752.537 15,9 6,4 3.794.538 1,1 7,2 62,9

    7 Direcção Geral de Impostos 3.462.209 7,3 5.127.702 48,1 8,7 454.638 -91,1 0,9 -

    8 Universidade Eduardo Mondlane 1.379.516 3,6 1.416.630 2,7 3,2 1.764.238 24,5 3,7 1.974.872 11,9 3,4 2.006.975 1,6 3,8 45,5

    9 Ministério da Saúde 1.071.503 2,8 2.232.898 108,4 5,0 2.531.463 13,4 5,3 3.976.306 57,1 6,8 4.073.781 2,5 7,7 280,2

    10 Encargos da Dívida - Central 3.501.045 9,1 4.125.408 17,8 9,3 3.969.731 -3,8 8,3 5.192.930 30,8 8,8 7.621.940 46,8 14,4 117,7

    11Transferências às Famílias -

    Central2.506.695 6,6 3.771.941 50,5 8,5 2.867.207 -24,0 6,0 4.054.918 41,4 6,9 3.226.855 -20,4 6,1 28,7

    12 Subsídios - Central 5.237.980 13,7 5.240.235 0,0 11,8 3.371.331 -35,7 7,1 2.671.334 -20,8 4,5 2.213.391 -17,1 4,2 -57,7

    25.433.605 66,5 29.914.742 17,6 67,5 34.116.702 14,0 71,6 43.178.255 26,6 73,4 36.930.532 -14,5 70,0 45,2

    38.265.007 100 44.302.941 15,8 100 47.628.201 7,5 100 58.814.843 23 100,0 52.782.641 -10 100,0 37,9

    66,5 67,5 71,6 73,4 70,0

    (Em mil Meticais)

    Amostra

    Total

    Amostra (%)

    Fonte: CGE (2011-2015) - Mapas III-5-1.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-10

    No exercício económico de 2015, os Encargos da Dívida Central tiveram um peso de 14,4%, o

    Ministério do Interior, 11,3%, o Ministério da Saúde, 7,7%, a Autoridade Tributária de

    Moçambique, 7,2%, as Forças Armadas de Defesa de Moçabique, 6,9% e as Transferências às

    Famílias, 6,1%, do total das despesas de funcionamento. As outras instituições apresentam uma

    percentagem inferior a 6,0%.

    As despesas de funcionamento de Âmbito Central cresceram 37,9%. Nas instituições da amostra

    seleccionada, a taxa média situou-se em 45,2% e por instituições, são de destacar os

    incrementos verificados no Sector da Saúde (280,2%) e os Encargos da Dívida Central

    (117,7%). Relativamente a 2014, verifica-se uma redução nos valores executados pelo Sector da

    Direcçao Geral dos Impostos (91,1), das Forças Armadas de Moçambique (27,1%), dos Serviço

    de Informações e Segurança do Estado (26,1%), as Transferências às Famílias (20,4%), dos

    Subsídios-Central (17,1%) e do Ministério do Interior (15,0%), enquanto os Encargos da

    Dívida-Central, as Embaixadas e Outras Representações Diplomáticas, o Ministério da Saúde,

    Universidade Eduardo Mondlane e Autoridade Tributária de Moçambique registaram

    acréscimos de 46,8%, 8,6%, 2,5%, 1,6% e 1,1%, respectivamente.

    A Direcção Geral de Impostos a que, em 2011 e 2012, não foi alocada qualquer dotação, nos

    anos de 2013 e 2014, registou uma execução crescente, tendo, em 2015, observado uma redução

    bastante expressiva, em relação ao ano anterior (91,1%).

    6.5.2 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito Provincial

    As despesas da Componente Funcionamento de Âmbito Provincial, segundo a classificação

    económica, constam do Quadro n.º VI.8, bem como a comparação entre os valores da dotação

    actualizada e os da respectiva execução.

    Quadro n.º VI.8 – Execução da Componente Funcionamento de Âmbito Provincial

    Valor (%)

    Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 34.187.817 34.078.780 99,7 99,6

    11 Despesas com o Pessoal 17.906.453 17.869.987 99,8 52,3

    12 Bens e Serviços 5.038.300 5.025.626 99,7 14,7

    14 Transferências Correntes 10.977.885 10.929.230 99,6 32,0

    16 Exercícios Findos 98.091 97.636 99,5 0,3

    17 Demais Despesas Correntes 167.087 156.300 93,5 0,5

    2 Despesas de Capital 122.329 119.826 98,0 0,4

    21 Bens de Capital 122.329 119.826 98,0 0,4

    34.310.146 34.198.606 99,7 100,0

    (Em mil Meticais)

    Total

    Execução

    Fonte: Mapa III da CGE de 2015.

    CED DesignaçãoDotação

    Orçamental

    A realização da despesa foi de 34.198.606 mil Meticais, o equivalente a 99,7%, da dotação de

    34.310.146 mil Meticais.

    Quanto ao peso, no conjunto, as Despesas com o Pessoal representam 52,3% e as

    Transferências Correntes, 32,0%.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-11

    6.5.3 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito Distrital

    As despesas da componente funcionamento de Âmbito Distrital, segundo a classificação

    económica, são apresentadas no Quadro n.º VI.9, a seguir.

    Quadro n.º VI.9 – Execução da Componente Funcionamento do Orçamento de Âmbito

    Distrital

    ValorTaxa

    (%)

    Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 28.839.748 28.782.944 99,8 99,8

    11 Despesas com o Pessoal 26.244.001 26.198.805 99,8 90,8

    12 Bens e Serviços 2.359.940 2.353.076 99,7 8,2

    14 Transferências Correntes 191.536 190.620 99,5 0,7

    16 Exercícios Findos 44.272 40.444 91,4 0,1

    2 Despesas de Capital 66.024 64.319 97,4 0,2

    21 Bens de Capital 66.024 64.319 97,4 0,2

    28.905.772 28.847.263 99,8 100

    (Em mil Meticais)

    Total

    Fonte: Mapa III da CGE de 2015.

    Execução

    CED DesignaçãoDotação

    Orçamental

    A taxa de execução destas despesas foi de 99,8%, sendo que, as Despesas Correntes situaram-se

    no mesmo nível de execução (99,8%) e as de Capital, 97,4%.

    As Despesas com o Pessoal representam 90,8%, os Bens e Serviços, 8,2%, as Transferência

    Correntes, 0,7%, os Bens de Capital, 0,2% e os Exercícios Findos, 0,1%.

    6.5.4 – Fundo de Compensação Autárquica

    Pelo disposto no número 1 do artigo 43 da Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro, que define o

    Regime Financeiro, Orçamental e Patrimonial das Autarquias Locais e o Sistema Tributário

    Autárquico, o Fundo de Compensação Autárquica é destinado a complementar os recursos

    orçamentais das autarquias. O montante do Fundo de Compensação Autárquica é objecto de

    uma dotação própria e é constituído por 1,5% das receitas fiscais previstas no ano económico,

    nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.

    O Orçamento do Estado de 2015 fixou o limite de 2.013.478 mil Meticais, para o Fundo de

    Compensação Autárquica, na Componente Funcionamento. Desta dotação, foram transferidos

    2.007.432 mil Meticais, correspondente a 99,7%

    Do montante transferido, destacam-se, pelo seu peso de 18,6%, 9,1%, 8,8% e 6,5%, as

    Autarquias da Cidade de Maputo, da Beira, da Matola e de Nampula, respectivamente.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-12

    Quadro n.º VI.10 – Execução do Fundo de Compensação Autárquica

    Dotação

    Orçamental

    Lei n.º 2/2015,

    de 07 de MaioValor %

    Peso

    (%)

    90B000141 Lichinga 43.316 43.316 100,0 2,2

    90B000241 Cuamba 26.776 26.776 100,0 1,3

    90B000341 Metangula 8.250 8.250 100,0 0,4

    90B000441 Marrupa 15.744 15.744 100,0 0,8

    90B000541 Mandimba 9.611 9.611 100,0 0,5

    103.697 103.697 100,0 5,2

    90C000141 Pemba 38.939 38.939 100,0 1,9

    90C000241 Montepuez 22.307 22.307 100,0 1,1

    90C000341 Mocímboa da Praia 17.687 17.687 100,0 0,9

    90C000441 Mueda 12.140 12.140 100,0 0,6

    90C000541 Chiúre 17.523 17.523 100,0 0,9

    108.596 108.596 100,0 5,4

    90D000141 Nampula 131.430 131.430 100,0 6,5

    90D000241 Angoche 31.306 31.306 100,0 1,6

    90D000341 Ilha de Moçambique 21.194 21.194 100,0 1,1

    90D000441 Nacala 68.853 68.852 100,0 3,4

    90D000541 Monapo 18.002 18.002 100,0 0,9

    90D000641 Ribáuè 23.744 23.744 100,0 1,2

    90D000741 Malema 20.357 20.357 100,0 1,0

    314.885 314.884 100,0 15,7

    90E000141 Quelimane 61.270 61.270 100,0 3,1

    90E000241 Gúruè 29.724 29.724 100,0 1,5

    90E000341 Mocuba 24.434 24.434 100,0 1,2

    90E000441 Milange 15.982 15.982 100,0 0,8

    90E000541 Alto Molócuè 14.371 14.371 100,0 0,7

    90E000641 Maganja da Costa 8.330 8.330 100,0 0,4

    154.111 154.111 100,0 7,7

    90F000141 Tete 50.922 50.922 100,0 2,5

    90F000241 Moatize 11.977 11.977 100,0 0,6

    90F000341 Ulónguè 8.376 8.376 100,0 0,4

    90F000441 Nhamayábuè 5.580 5.580 100,0 0,3

    76.855 76.855 100,0 3,8

    90G000141 Chimoio 70.800 70.800 100,0 3,5

    90G000241 Manica 16.926 16.926 100,0 0,8

    90G000341 Catandica 8.568 8.568 100,0 0,4

    90G000441 Gondola 13.793 13.793 100,0 0,7

    90G000541 Sussundenga 21.120 21.120 100,0 1,1

    131.206 131.206 100,0 6,5

    90H000141 Beira 188.055 183.427 97,5 9,1

    90H000241 Dondo 33.745 33.745 100,0 1,7

    90H000341 Marromeu 11.300 11.300 100,0 0,6

    90H000441 Gorongosa 17.135 17.135 100,0 0,9

    90H000541 Nhamatanda 12.830 12.830 100,0 0,6

    263.064 258.436 98,2 12,9

    90I000141 Inhambane 45.155 45.155 100,0 2,2

    90I000241 Maxixe 45.173 45.173 100,0 2,3

    90I000341 Vilankulo 18.593 18.593 100,0 0,9

    90I000441 Massinga 11.608 11.608 100,0 0,6

    90I000541 Quissico 7.258 7.258 100,0 0,4

    127.787 127.787 100,0 6,4

    90J000141 Xai-Xai 49.675 49.675 100,0 2,5

    90J000241 Chibuto 29.684 29.684 100,0 1,5

    90J000341 Chókwè 21.245 21.245 100,0 1,1

    90J000441 Manjacaze 8.803 8.803 100,0 0,4

    90J000541 Macia 13.960 13.960 100,0 0,7

    90J000641 Bilene 5.147 5.147 100,0 0,3

    128.514 128.514 100,0 6,4

    90K000141 Matola 176.714 176.714 100,0 8,8

    90K000241 Manhiça 23.029 23.029 100,0 1,1

    90K000341 Namaacha 19.316 17.900 92,7 0,9

    90K000441 Boane 11.718 11.718 100,0 0,6

    230.777 229.361 99,4 11,4CIDADE DE

    MAPUTO90L000141 Maputo 373.987 373.987

    100,018,6

    2.013.478 2.007.432 99,7 100,0

    Sub-total

    Fonte: Mapa L da Lei n.º 2/2015, de 07 de Maio, e Mapa III - 3 da CGE de 2015.

    Sub-total

    Sub-total

    Sub-total

    Sub-total

    MAPUTO

    Sub-total

    Sub-total

    MANICA

    (Em mil Meticais)

    PROVÍNCIA Código Autarquia

    Transferência

    Sub-total

    NIASSA

    Total

    CABO

    DELGADO

    GAZA

    TETE

    INHAMBANE

    Sub-total

    Sub-total

    ZAMBÉZIA

    NAMPULA

    SOFALA

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-13

    6.5.5 – Concessão de Subsídios

    No âmbito do Relatório e do Parecer sobre a Conta Geral do Estado, o TA aprecia, dentre outras

    matérias, “as subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

    concedidos, directa ou indirectamente”, segundo dispõe a alínea d) do n.º 2 do artigo 14 da Lei

    n.º 14/2014, de 14 de Agosto.

    Apresenta-se, a seguir, a evolução da execução dos subsídios concedidos.

    Quadro n.º VI.11 – Execução dos Subsídios

    Subsídios 2011 2012 Var. (%) 2013 Var. (%) 2014 Var. (%) 2015 Var. (%)Peso

    (%)

    A Empresas: 435.522 593.073 36,2 761.023 28,3 1.015.116 33,4 1.013.624 -0,1 45,8

    Televisão de Moçambique E.P. 179.211 258.345 44,2 286.782 11,0 354.905 23,8 338.147 -4,7 15,3

    Rádio Moçambique E.P. 236.337 266.831 12,9 342.383 28,3 441.312 28,9 434.554 -1,5 19,6

    Hidráulica do Chókwè E.P. 19.974 28.168 41,0 57.729 104,9 62.413 8,1 73.748 18,2 3,3

    Imprensa Nacional de Moçambique 8.213 8.967 9,2 10.363 15,6 31.577 204,7 16.337 -48,3 0,7

    Regadio do Baixo Limpopo E.P.1.450 23.276 1.505,8 45.195 94,2 50.921 12,7 70.281 38,0 3,2

    Empresa de Desenvolvimento de

    Maputo Sul E.P.60.000 7.486 -87,5 18.571 148,1 41.443 123,2 45.122 8,9 2,0

    Parque Nacional de Ciência e

    Tecnologias de Maluana- - - - - 32.545 - 35.434 - 1,6

    Aos Preços: 4.634.860 4.647.163 0,3 2.610.309 -43,8 1.656.217 -36,6 1.199.767 -27,6 54,2

    Empresa Municipal de Transportes

    de Maputo132.131 449.708 240,3 176.856 -60,7 230.879 30,5 251.376 8,9 11,4

    Transportes Públicos da Beira 50.790 137.492 170,7 61.519 -55,3 88.167 43,3 82.623 -6,3 3,7

    Associação Moçambicana de

    Panificadores358.818 64.673 -82,0 602.224 831,2 403.136 -33,1 597.688 48,3 27,0

    Combustíveis 4.093.121 3.747.053 -8,5 1.549.590 -58,6 723.300 -53,3 58.308 -91,9 2,6

    Federação Moçambicana dos

    Transportadores Rodoviários97.936 248.237 153,5 220.120 -11,3 210.735 -4,3 209.772 -0,5 9,5

    Total 5.070.381 5.240.236 103,3 3.371.332 64,3 2.671.333 -20,8 2.213.391 -17,1 100

    Crescimento da Despesa face ao ano

    base (%)3,3 (33,5) (47,3) (56,3)

    Taxa de Inflação Anual 10,4 2,1 4,2 2,6 3,5

    Fonte: Anexo Informativo 4 da CGE (2011-2015).

    (Em mil Meticais)

    Taxa de inflação média acumulada entre 2012 e 2015 {(1,0209*1,042*1,0256*1,0350) -1}*100 = 47,28%.

    Mostra-se, no quadro, que foram gastos 2.213.391 mil Meticais em Subsídios, no ano em

    apreço, tendo sido alocados 1.013.624 mil Meticais (45,8%), a Empresas e 1.199.767 mil

    Meticais (54,2%), aos Preços.

    No que respeita à evolução dos subsídios, registou-se um crescimento de 3,3%, em 2012

    seguido de diminuições de 33,5%, em 2013, 47,3%, em 2014 e 56,3%, em 2015.

    Esta última variação foi influenciada pela queda de 27,6% dos subsídios aos preços,

    particularmente de 91,9% nos combustíveis.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-14

    Das empresas beneficiárias dos subsídios, em 2015, a Rádio Moçambique E.P., a Hidráulica de

    Chókwè E.P., o Regadio do Baixo Limpopo e a Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul,

    E.P. apresentam prejuízos. A empresa Transportes Públicos da Beira E.P. teve lucros, no

    mesmo exercício, mas a sua situação líquida final é negativa, pelo facto de o agregado da

    situação inicial e dos proveitos ser inferior à totalidade dos custos.

    Quadro n.º VI.12 – Resultado Líquido das Empresas Subsidiadas

    EmpresaSituação Liq.

    Inicial Proveitos Custos

    Situação Liq.

    Final

    1 2 3 4 5=(3-4)+2

    Rádio Moçambique E.P. (811.668,39) 643.686,11 709.736,69 (877.718,97)

    Hidráulica do Chókwè E.P. (88.940,00) 15.726,00 146.894,00 (220.108,00)

    Regadio do Baixo Limpopo E.P. (530,30) 163.086,44 165.136,54 (2.580,40)

    Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul E.P. (693.777,21) 123.935,89 8.911.040,52 (9.480.881,84)

    Transportes Públicos da Beira (86.031,00) 151.223,00 136.909,00 (71.717,00)

    Televisão de Moçambique 75,54 539.685,36 575.366,38 (35.605,48)

    Fonte: Anexo Informativo 3 da CGE-Apuramento definitivo de resultados

    (Em Mil Meticais)

    6.6 - Execução da Componente Investimento do Orçamento

    Na Componente Investimento, foram gastos 64.077.888 mil Meticais, dos quais 49.328.952 mil

    Meticais (77,0%) correspondem a despesas de Âmbito Central, 9.124.695 mil Meticais (14,2%),

    do Provincial, 4.442.284 mil Meticais (6,9%), do Distrital e 1.181.957 mil Meticais (1,8%), do

    Autárquico.

    Quadro n.º VI.13 – Despesas de Investimento por Âmbito e Tipo de Financiamento

    InternoPeso

    (%)Externo

    Peso

    (%)

    Central 31.949.369 74,9 17.379.583 81,2 49.328.952 77,0

    Provincial 5.739.084 13,4 3.385.612 15,8 9.124.695 14,2

    Distrital 3.806.988 8,9 635.296 3,0 4.442.284 6,9

    Autárquico 1.181.957 2,8 0 0,0 1.181.957 1,8

    Total 42.677.398 100,0 21.400.490 100,0 64.077.888 100,0

    66,6 33,4

    Fonte: Mapas IV-1 a IV-4 da CGE de 2015.

    Âmbito

    Financiamento

    TotalPeso

    (%)

    (Em mil Meticais)

    Peso (%)

    Do investimento de financiamento interno, foram executadas despesas, no valor de 42.677.398

    mil Meticais, dos quais, 31.949.369 mil Meticais, no Âmbito Central (74,9%), tendo o

    remanescente sido distribuído pelas províncias, distritos e autarquias.

    Relativamente ao financiamento externo, do valor de 21.400.490 mil Meticais, foram

    despendidos 17.379.583 mil Meticais, a nível Central (81,2%), e o remanescente foi executado

    pelas províncias e distritos.

    A evolução das Despesas de Investimento financiadas com fundos internos e externos, no

    quinquénio, é apresentada no quadro que se segue.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-15

    Quadro n.º VI.14 - Evolução das Despesas de Investimento

    ValorPeso

    (%)Valor

    Peso

    (%)Valor

    Peso

    (%)Valor

    Peso

    (%)Valor

    Peso

    (%)

    Interno 20.411 40,0 24.927 46,6 34.013 47,0 45.374 52,1 42.678 66,6 109,1

    Externo 30.600 60,0 28.530 53,4 38.288 53,0 41.662 47,9 21.400 33,4 -30,1

    Donativos 18.429 36,1 21.537 40,3 25.482 35,3 12.449 14,3 10.462 16,3 -43,2

    Empréstimos 12.171 23,9 6.993 13,1 12.806 17,7 29.213 33,6 10.938 17,1 -10,1

    Total 51.012 100,0 53.457 100,0 72.301 100,0 87.036 100,0 64.078 100,0 25,6

    Crescimento Anual da Despesa

    Total

    (%)4,8 35,2 20,4 -26,4

    Crescimento Anual das

    Despesas Financiadas com

    Empréstimos Externos (%)-42,5 83,1 128,1 -62,6

    Crescimento Anual das

    Despesas Financiadas com

    Donativos Externos (%) 16,9 18,3 -51,1 -16,0

    Fonte: CGE Mapa-I-1 (2011-2015).

    (Em milhões de Meticais)

    Financiamento

    2011 2012 2013 2014 2015Var. (%)

    15/11

    No total, as Despesas de Investimento cresceram 25,6%, no quinquénio em apreço, tendo a

    comparticipação do interno evoluído 109,1% e a do externo reduzido 30,1%.

    Mostra-se, ainda, que o investimento variou negativamente, de 87.036 milhões de Meticais, em

    2014, para 64.078 milhões de Meticais, em 2015, o que representou um decréscimo anual de

    26,4%, o único do período.

    Exceptuando-se os anos de 2012 e 2015, em que o seu peso no investimento aumentou 4,2 e 2,0

    pontos percentuais, respectivamente, os Donativos tiveram, ao longo do quinquénio, uma

    tendência decrescente, ao reduzir 5,1 pontos percentuais, em 2013, e 20,9 pontos percentuais,

    em 2014.

    A quebra verificada nos Donativos, de 2011 a 2015, foi compensada pelos Empréstimos que,

    com a excepção do ano 2012 e 2015, em que registaram uma redução de 42,5% e 62,6%

    respectivamente, mantiveram um crescimento, passando de 83,1%, em 2013, para 128,1%, em

    2014.

    6.6.1 – Execução do Investimento, Segundo a Classificação Económica-Âmbito Central

    No Quadro n.º VI.15 mais adiante, são indicados os dados relativos à execução da Componente

    Investimento do Orçamento, referentes ao ano de 2015. Nele pode-se constatar que as taxas de

    execução das despesas financiadas com os fundos internos e externos foram de 93,8% e 54,5%,

    respectivamente.

    A taxa de execução das Despesas Correntes financiadas com fundos interno, foi de 94,9%,

    tendo as Despesas de Capital atingido 93,1%.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-16

    Quadro n.º VI.15 – Despesas de Investimento - Âmbito Central

    Do valor de 17.379.583 mil Meticais das Despesas de Investimento realizadas com

    financiamento externo, as Despesas Correntes e as de Capital tiveram taxas de execução de

    64,4% e 42,8%, respectivamente.

    A execução em Bens de Capital e em Bens e Serviços, representa 48,9% e 31,8%,

    respectivamente, destacam-se, pelo seu peso em relação ao total das despesas, em 2015.

    Do montante de 6.057.770 mil Meticais gasto nas Despesas com o Pessoal, no financiamento

    interno, 92,93 % foi destinado ao pagamento de Salários e Remunerações.

    6.6.2 – Execução das Despesas de Investimento, Segundo a Classificação Orgânica -

    Âmbito Central

    A evolução das Despesas de Investimento de Âmbito Central, no período 2012-2015, é

    apresentada mais adiante, no Quadro n.º VI.16, com base numa amostra de entidades que,

    relativamente ao total das Despesas de Investimento, representa 70,8%, em 2012, 77,1%, em

    2013, 53,1%, em 2014 e 85,8%, em 2015.

    As despesas das instituições indicadas no quadro cresceram 38,6%, no quadriénio 2012-2015.

    Relativamente ao executado em 2014, as despesas respeitantes ao ano de 2015 registaram uma

    queda de 39,7%.

    3Salários e Remunerações = 5.626.783,42 Meticais (Mapa IV-1da CGE de 2015)

    5.626.783,42/6.057.770,43*100 = 92.9%

    Dotação Final Execução %Dotação

    FinalExecução % Dotação Final Execução %

    Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 13.169.439 12.497.304 94,9 17.205.909 11.086.866 64,4 30.375.348 23.584.170 77,6 47,8

    11 Despesas com o Pessoal 6.516.129 6.057.770 93,0 2.017.193 1.067.806 52,9 8.533.322 7.125.576 83,5 14,4

    12 Bens e Serviços 5.927.608 5.714.802 96,4 14.933.929 9.957.782 66,7 20.861.537 15.672.583 75,1 31,8

    13 Encargos da Dívida 0,0 0,0 0 0

    14 Transferências Correntes 725.702 724.732 99,9 254.788 61.278 24,1 980.490 786.010 80,2 1,6

    2 Despesas de Capital 20.894.541 19.452.065 93,1 14.693.730 6.292.717 42,8 35.588.271 25.744.782 72,3 52,2

    21 Bens de Capital 19.431.880 17.998.149 92,6 14.303.105 6.104.128 42,7 33.734.985 24.102.277 71,4 48,9

    22 Transferências de Capital 1.462.661 1.453.915 99,4 379.563 188.590 49,7 1.842.224 1.642.505 89,2 3,3

    24Demais Despesas de

    Capital0 0 11.062 0 0,0 11.062 0 0 0,0

    34.063.980 31.949.369 93,8 31.899.639 17.379.583 54,5 65.963.620 49.328.952 74,8 100

    (Em mil Meticais)

    Fonte : Mapa IV-1 da CGE de 2015.

    Total

    CED Designação

    Financiamento Interno Financiamento Externo

    Total

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-17

    Quadro n.º VI.16 – Execução das Despesas de Investimento Segundo a Classificação Orgânica – Âmbito Central

    Interno Externo Total Interno Externo Total Interno Externo Total Interno Externo Total

    2501Ministério da Administração Estatal e Função

    Pública68.875,0 68.875,0 137.750 0,3 116.729,9 258.920,8 375.651 172,7 0,6 132.896,9 206.448,9 339.345,8 -9,7 0,5 99.904,6 413.325,5 513.230,1 51,2 1,0 272,6

    1501 Ministério da Defesa Nacional 577.385,7 0,0 577.386 1,3 707.074,4 0,0 707.074 22,5 1,2 598.990,7 15.600.000,0 16.198.990,7 2.191,0 22,8 354.940,7 354.940,7 709.881,4 -95,6 1,4 22,9

    3501Ministério da Agricultura e Segurança

    Alimentar804.931,7 259.044,2 1.063.976 2,5 1.194.254,4 1.202.894,9 2.397.149 125,3 4,0 889.063,2 907.158,5 1.796.221,7 -25,1 2,5 695.365,6 728.285,3 1.423.650,9 -20,7 2,9 33,8

    4001 Ministério dos Recursos Minerais e Energia 309.870,0 67.527,4 377.397 0,9 245.999,1 246.673,2 492.672 30,5 0,8 221.322,9 247.909,5 469.232,4 -4,8 0,7 337.516,5 345.288,4 682.804,9 45,5 1,4 80,9

    4701Ministério das Obras Públicas, Habitação e

    Recursos Hídricos313.844,5 2.254.844,4 2.568.689 6,0 10.618,2 111.711,1 122.329 -95,2 0,2 12.897,6 97.582,4 110.480,0 -9,7 0,2 175.848,0 502.103,0 677.951,1 513,6 1,4 -73,6

    4751 Fundo de Estradas 6.433.171,1 5.537.783,9 11.970.955 27,8 8.348.514,7 14.867.836,4 23.216.351 93,9 39,1 11.232.994,7 21.381.507,5 32.614.502,3 40,5 46,0 7.970.719,7 15.043.693,7 23.014.413,3 -29,4 46,7 92,3

    4756 Administração Regional de Águas do Sul 182.184,4 250.546,5 432.731 1,0 115.448,7 470.740,6 586.189 35,5 1,0 265.220,9 757.052,1 1.022.273,0 74,4 1,4 358.180,0 455.213,8 813.393,8 -20,4 1,6 88,0

    4763Fundo de Investimento e Património do

    Abastecimento de Água66.936,8 1.172.572,8 1.239.510 2,9 89.267,1 918.565,4 1.007.833 -18,7 1,7 407.679,0 1.226.908,6 1.634.587,6 62,2 2,3 315.997,2 1.315.257,3 1.631.254,5 -0,2 3,3 31,6

    5001Ministério da Educação e Desenvolvimento

    Humano366.742,5 2.910.431,1 3.277.174 7,6 238.624,1 3.625.902,1 3.864.526 17,9 6,5 400.463,0 2.835.956,7 3.236.419,7 -16,3 4,6 166.145,0 2.101.160,0 2.267.305,0 -29,9 4,6 -30,8

    5801 Ministério da Saúde 246.326,5 6.677.543,3 6.923.870 16,1 670.687,8 10.815.907,7 11.486.595 65,9 19,3 2.287.099,5 3.942.689,2 6.229.788,7 -45,8 8,8 1.856.966,3 4.057.751,2 5.914.717,5 -5,1 12,0 -14,6

    58 03 Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA 69.567,0 27.856,8 97.424 0,2 87.628,8 140.651,2 228.280 134,3 0,4 0,0 0,0 0,0 -100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -100,0

    65A000941Encargos Gerais do Estado 1.867.431,3 0,0 1.867.431 4,3 1.321.729,9 0,0 1.321.730 -29,2 2,2 3.245.543,8 3.245.543,8 6.491.087,6 391,1 9,2 2.334.587,9 2.334.587,9 4.669.175,8 -28,1 9,5 150,0

    11.307.267 19.227.025 30.534.292 70,8 13.146.577 32.659.803 45.806.380 50,0 77,1 19.694.172 50.448.757 70.142.929 53,1 98,9 14.666.171 27.651.607 42.317.778 -39,7 85,8 38,6

    17.813.502 25.286.758 43.100.260 100 24.312.529 35.085.861 59.398.391 37,8 100 33.723.677 37.176.479 70.900.156 19,4 100 31.949.369 17.379.583 49.328.952 -30 100 14,5

    Peso

    (%)

    Var. (%)

    15/14Peso (%)

    Financiamento

    Fonte: CGE de 2012-2015 - Mapa IV - 5.

    Var.

    (%)

    15/12

    Peso

    (%)

    Financiamento

    2015

    Total Investimento/Central

    2014

    FinanciamentoVar. (%)

    11/09

    Amostra

    (Em mil Meticais)

    Financiamento

    2013

    Var.

    (%)

    12/11

    2012

    Peso (%) COD Instituições/Sectores

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-18

    Com se pode verificar no Quadro n.º VI.16, dos sectores que registaram níveis de crescimento mais

    elevados, no período 2012-2015, destacam-se o Ministério da Administração Estatal e Função

    Pública, 272,6%, os Encargos Gerais do Estado, 150,0%, o Fundo de Estradas, 92,3%, a

    Administração Regional de Águas do Sul, 88,0%, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia,

    80,9%, o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, 33,8%, o Fundo de Investimento e

    Património de Abastecimento de Água, 31,6% e o Ministério da Defesa Nacional, 22,9%.

    Quanto ao peso, em 2015, o Fundo de Estradas corresponde a 46,7%, o Ministério da Saúde 12,0%,

    os Encargos Gerais do Estado, 9,5%, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, 4,6% e

    o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água, 3,3%. As outras entidades que

    integram a amostra representam um peso inferior a 3,0%.

    No exercício de 2015, apresentaram crescimentos anuais mais significativos, o Ministério das Obras

    Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, com 513,6%, e o Ministério da Administração Estatal e

    Função Pública, com 51,2%.

    No sentido inverso, o Ministério da Defesa, o Fundo de Estradas, a Administração Regional de

    Águas do Sul, o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água e os Encargos

    Gerais do Estado, reduziram a sua despesa, relativamente ao ano anterior.

    Em 2015, não foi consignado qualquer valor para as despesas de investimento, ao Conselho

    Nacional de Combate ao HIV/SIDA, tal como tinha ocorrido em 2014.

    6.6.3 - Execução da Componente Investimento, Segundo a Classificação Económica – Âmbito

    Provincial

    A execução das Despesas da Componente Investimento de Âmbito Provincial é apresentada no

    quadro que se segue.

    Quadro n.º VI.17 – Despesas de Investimento – Âmbito Provincial

    Do Investimento financiado com recursos internos, foram executadas despesas no montante de

    5.739.084 mil Meticais e, do financiamento externo, de 3.385.612 mil Meticais, representando,

    98,8% e 62,1% das respectivas Dotações Finais.

    As Despesas Correntes e as de Capital registaram níveis de execução de 70,6% e 90,6%,

    respectivamente.

    Globalmente, as Despesas de Capital representam 58,3% e as Despesas Correntes, 41,7%.

    Dotação

    FinalExecução %

    Dotação

    FinalExecução %

    Dotação

    FinalExecução %

    Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 1.126.330 1.109.095 98,5 4.268.970 2.698.433 63,2 5.395.300 3.807.528 70,6 41,7

    11 Despesas com o Pessoal 217.507 205.657 94,6 1.797.972 1.435.749 79,9 2.015.479 1.641.406 81,4 18,0

    12 Bens e Serviços 903.893 898.508 99,4 1.600.015 1.147.463 71,7 2.503.908 2.045.971 81,7 22,4

    14 Transferências Correntes 4.930 4.930 100,0 870.983 115.221 13,2 875.913 120.151 13,7 1,3

    2 Despesas de Capital 4.683.844 4.629.988 98,9 1.186.964 687.179 57,9 5.870.809 5.317.167 90,6 58,3

    21 Bens de Capital 4.624.914 4.571.086 98,8 1.170.074 687.179 58,7 5.794.987 5.258.265 90,7 57,6

    22 Transferências de Capital 58.931 58.903 100,0 16.891 0,0 75.821 58.903 77,7 0,6

    5.810.175 5.739.084 98,8 5.455.934 3.385.612 62,1 11.266.109 9.124.695 81,0 100,0

    Fonte : Mapa IV-2 da CGE de 2015.

    Total

    (Em mil Meticais)

    CED Designação

    Financiamento Interno Financiamento Externo

    Total

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-19

    Na verba das Despesas de Capital, os Bens de Capital equivalem a 57,6% do total do valor

    despendido neste exercício.

    6.6.4 - Execução da Componente Investimento - Âmbito Distrital

    As Despesas da Componente Investimento de Âmbito Distrital, segundo a classificação económica,

    registaram uma taxa de execução de 93,2%, com as Despesas Correntes e de Capital a situarem-se

    em 82,4% e 95,5%, respectivamente, como se observa no Quadro VI.18, a seguir.

    Quadro n.º VI.18 - Despesas de Investimento – Âmbito Distrital (Em mil Meticais)

    CED DesignaçãoDotação

    FinalExecução %

    Peso

    (%)

    1 Despesas Correntes 847.190 697.837 82,4 15,7

    11 Despesas com o Pessoal 126.203 112.212 88,9 2,5

    12 Bens e Serviços 720.988 585.625 81,2 13,2

    2 Despesas de Capital 3.920.689 3.744.584 95,5 84,3

    21 Bens de Capital 2.518.457 2.352.376 93,4 53,0

    22 Transferências de Capital 1.402.232 1.392.208 99,3 31,3

    4.767.880 4.442.421 93,2 100,0Total

    Fonte : Mapa IV-3 da CGE de 2015.

    No que respeita ao peso, as Despesas de Capital e as Despesas Correntes situaram-se,

    respectivamente, em 84,3% e 15,7%.

    6.6.5 – Execução do Fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica

    A dotação orçamental do Fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica, fixada pela Lei n.º

    2/2015, de 7 de Maio, na Componente Investimento, foi de 1.137.569 mil Meticais, tendo sido

    actualizada, na CGE, para 1.181.957 mil Meticais, montante que foi transferido na totalidade,

    conforme o Quadro n.º VI.19, que se segue,

    É de referir que o Governo, no seu Relatório sobre os Resultados da Execução Orçamental, não

    esclarece a diferença de 44.388 mil Meticais, existente entre o valor da dotação orçamental

    (1.137.569 mil Meticais), fixada pela Lei n.º 2/2015, de 7 de Maio, e o registado na CGE, como o

    efectivamente transferido para as autarquias (1.181.957 mil Meticais).

    Quanto a este assunto, o Governo, em sede do Contraditório, afirmou que se tratava do valor

    transferido para as autarquias, no âmbito de um reforço de 44.388 mil Meticais que resultam da

    descentralização do projecto “MAE-2011-0004-Infra-estruturas e Apetrechamento de Novos

    Municípios” sob tutela do Ministério de Administração Estatal e Função Pública, visando criar

    condições para a instalação dos novos municípios. Porém, não indica nem especifica os municípios

    que beneficiaram deste valor.

    Relativamente à execução distinguem-se os municípios da Cidade de Maputo, com 13,1%, da

    Matola, com 8,3%, da Beira, com 7,9%, e de Nampula, com 5,9%.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-20

    Quadro n.º VI.19 – Transferência do Fundo de Investimento de Iniciativa Autárquica

    Valor % Peso (%)

    90B00014 Lichinga 36.040 36.040 36.040 100,0 3,0

    90B00024 Cuamba 14.489 14.489 14.489 100,0 1,2

    90B00034 Metangula 5.680 5.680 5.680 100,0 0,5

    90B00044 Marrupa 8.479 8.479 8.479 100,0 0,7

    90B00054 Mandimba 4.805 9.805 9.805 100,0 0,8

    69.494 74.494 74.494 100,0 6,3

    90C00014 Pemba 28.752 28.752 28.752 100,0 2,4

    90C00024 Montepuez 11.510 11.510 11.510 100,0 1,0

    90C00034 Mocímboa da Praia 7.859 7.859 7.859 100,0 0,7

    90C00044 Mueda 8.093 13.093 13.093 100,0 1,1

    90C00054 Chiúre 8.762 8.762 8.762 100,0 0,7

    64.976 69.976 69.976 100,0 5,9

    90D00014 Nampula 69.794 69.794 69.794 100,0 5,9

    90D00024 Angoche 21.991 21.991 21.991 100,0 1,9

    90D00034 Ilha de Moçambique 10.768 10.768 10.768 100,0 0,9

    90D00044 Nacala 38.561 38.561 38.561 100,0 3,3

    90D00054 Monapo 12.977 12.977 12.977 100,0 1,1

    90D00064 Ribáuè 9.107 14.107 14.107 100,0 1,2

    90D00074 Malema 10.179 10.179 10.179 100,0 0,9

    173.377 178.377 178.377 100,0 15,1

    90E00014 Quelimane 40.421 40.421 40.421 100,0 3,4

    90E00024 Gúruè 19.230 19.230 19.230 100,0 1,6

    90E00034 Mocuba 14.483 14.483 14.483 100,0 1,2

    90E00044 Milange 7.276 7.276 7.276 100,0 0,6

    90E00054 Alto Molócuè 7.901 7.901 7.901 100,0 0,7

    90E00064 Maganja da Costa 4.165 8.565 8.565 100,0 0,7

    93.476 97.876 97.876 100,0 8,3

    90F00014 Tete 38.412 38.412 38.412 100,0 3,2

    90F00024 Moatize 12.108 12.108 12.108 100,0 1,0

    90F00034 Ulónguè 5.584 10.584 10.584 100,0 0,9

    90F00044 Nhamayábuè 2.790 2.790 2.790 100,0 0,2

    58.894 63.894 63.894 100,0 5,4

    90G00014 Chimoio 42.754 42.754 42.754 100,0 3,6

    90G00024 Manica 10.742 10.742 10.742 100,0 0,9

    90G00034 Catandica 4.591 4.591 4.591 100,0 0,4

    90G00044 Gondola 9.195 14.195 14.195 100,0 1,2

    90G00054 Sussundenga 10.560 15.560 15.560 100,0 1,3

    77.842 87.842 87.842 100,0 7,4

    90H00014 Beira 92.883 92.883 92.883 100,0 7,9

    90H00024 Dondo 28.429 28.429 28.429 100,0 2,4

    90H00034 Marromeu 9.052 9.052 9.052 100,0 0,8

    90H00044 Gorongosa 10.583 10.583 10.583 100,0 0,9

    90H00054 Nhamatanda 6.415 6.415 6.415 100,0 0,5

    147.361 147.361 147.361 100,0 12,5

    90I000141 Inhambane 41.791 41.791 41.791 100,0 3,5

    90I000241 Maxixe 25.073 25.073 25.073 100,0 2,1

    90I000341 Vilankulo 9.905 9.905 9.905 100,0 0,8

    90I000441 Massinga 7.738 7.738 7.738 100,0 0,7

    90I000541 Quissico 3.629 3.629 3.629 100,0 0,3

    88.137 88.137 88.137 100,0 7,5

    90J000141 Xai-Xai 33.499 33.499 33.499 100,0 2,8

    90J000142 Chibuto 13.194 13.193 13.193 100,0 1,1

    90J000341 Chókwè 13.083 13.083 13.083 100,0 1,1

    90J000441 Manjacaze 6.160 6.160 6.160 100,0 0,5

    90J000541 Macia 9.087 9.087 9.087 100,0 0,8

    90J000641 Bilene 2.574 7.562 7.562 100,0 0,6

    77.596 82.585 82.585 100,0 7,0

    90K00014 Matola 97.527 97.527 97.527 100,0 8,3

    90K00024 Manhiça 18.714 18.714 18.714 100,0 1,6

    90K00034 Namaacha 10.010 10.010 10.010 100,0 0,8

    90K00044 Boane 5.859 10.859 10.859 100,0 0,9

    132.110 137.110 137.110 100,0 11,6

    CIDADE DE

    MAPUTO

    90L00014Maputo 154.306 154.306 154.306 100,0 13,1

    1.137.569 1.181.957 1.181.957 100,0 100,0

    Fonte: Lei n.º 2/2015 de 07 de Maio e Mapa IV-4 da CGE de 2015.

    Total

    Sub-total

    Sub-total

    Sub-total

    INHAMBANE

    GAZA

    MAPUTO

    Sub-total

    Sub-total

    Sub-total

    TETE

    MANICA

    SOFALA

    Sub-total

    Sub-total

    Sub-total

    CABO

    DELGADO

    NAMPULA

    ZAMBÉZIA

    Sub-total

    (Em mil Meticais)

    TransferênciaDotação FinalAutarquiasCódigoPROVÍNCIA Lei n.º 2/2015

    NIASSA

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-21

    6.7- Resultado das Auditorias

    No quadro da aferição dos dados da Conta Geral do Estado de 2015, o Tribunal Administrativo

    auditou 366 projectos de investimentos de âmbito Central e Provincial, sendo 137 do sector de Saúde,

    60 do sector da Educação, 40 de Água e Saneamento, 36 das Finanças, 31 de Infra-estructuras, 25 de

    Obras Públicas, 19 da Agricultura, 18 dos Restantes Sectores e 4 Empresas Públicas (Subsídios),

    numa amostra de 16.460.717.553,34 Meticais, correspondentes a 25,7% da execução total daqueles

    sectores, no montante de 64.078.025.910,00 Meticais. No Quadro n.º VI.20, é resumida, por sectores,

    a informação da sua execução.

    Quadro n.º VI.20 – Amostra dos Sectores Auditados

    AmostraQuantidade de

    ProjectosAmostra

    Quantidade de

    ProjectosAmostra

    Quantidade de

    Projectos

    1 Educação 1.207.747.319,31 8 275.650.386,20 52 1.483.397.705,51 60

    2 Saúde 2.727.668.563,66 103 318.392.797,16 34 3.046.061.360,82 137

    3 Infra-estructura (F.E). 7.648.399.150,14 31 0,00 0 7.648.399.150,14 31

    4 Obras Públicas 443.189.345,14 18 26.001.134,50 7 469.190.479,64 25

    5 Água e Saneamento 2.063.021.312,65 40 0,00 0 2.063.021.312,65 40

    6 Agricultura 463.876.189,89 19 0,00 0 463.876.189,89 19

    7 Finanças 0,00 118.558.754,03 36 118.558.754,03 36

    8 Restantes Sectores 485.725.006,68 17 21.281.161,30 1 507.006.167,98 18

    9 Empresas Públicas 434.554.246,82 - 226.652.185,86 - 661.206.432,68 0

    15.474.181.134,29 236 986.536.419,05 130 16.460.717.553,34 366

    Total Executado 31.949.369.050,00 9.124.695.280,00 64.078.025.910,00

    Representatividade 48,4 10,8 25,7

    Fonte:Relatorios de Auditoria do TA.

    (Em Meticais)

    Âmbito Central Âmbito Provincial Total

    Total Amostra

    N.º de

    OrdemSector

    6.7.1 – Aspectos Gerais

    Em linhas gerais, são de destacar, das auditorias acima relativas à CGE de 2015, os seguintes

    aspectos:

    a) Do valor de 86.386.195,38 Meticais de despesas reportadas como não justificadas, em sede do Contraditório, o Governo apresentou justificativos no montante de 36.647.683,85

    Meticais, ficando por justificar 49.738.511,53 Meticais, que representam 0,3% da amostra de

    16.460.717.553,34 Meticais. Relativamente ao remanescente, segundo o mesmo documento

    do Contraditório, o Governo afirmou que continuará a trabalhar, com vista a localização

    integral dos respectivos justificativos.

    É de referir que a solicitação da disponibilização dos justificativos aos auditados é feita

    normalmente mediante a apresentação dos ofícios de anúncio da realização das auditorias,

    com antecedência e, durante a execução destas, através da entrega, aos gestores, de Notas de

    Pedido.

    Assim, os comprovativos que o Executivo remeteu ao TA, no exercício do direito do

    Contraditório do presente Relatório, não foram facultados, no decorrer das auditorias, nem

    na fase do contraditório aos relatórios das respectivas auditorias.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-22

    Sublinha-se, a este propósito, que a falta de justificativos consubstancia alcance, nos termos

    do artigo 99, da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, já citada.

    Quadro n.º VI.21 – Despesas sem Justificativos

    AmostraDespesas sem

    JustificativosAmostra

    Despesas sem

    JustificativosAmostra

    Despesas sem

    Justificativos

    1 Saúde 2.727.668.563,66 0,00 318.392.797,16 2.086.319,00 3.046.061.360,82 2.086.319,00

    2Água e

    Saneamento2.063.021.312,65 47.652.192,53 0,00 0,00 2.063.021.312,65 47.652.192,53

    15.474.181.134,29 47.652.192,53 986.536.419,05 2.086.319,00 16.460.717.553,34 49.738.511,53

    Representatividade 0,3 0,2 0,3

    (Em Meticais)

    Fonte: Relatórios de Auditoria do TA.

    Âmbito Central Âmbito Provincial Total

    Amostra Global

    N.º de

    OrdemSector

    Ao abrigo do disposto na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a Execução do Orçamento

    do Estado, emanadas da Direcção Nacional da Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de

    2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001), nenhum registo poderá ser efectuado sem

    a existência de documentos comprovativos, que deverão ser arquivados por verbas e anos, de

    forma a ser possível a sua identificação.

    b) Foram registadas despesas não elegíveis, no montante de 129.556.721,81 Meticais, em diversos projectos de investimento, de que se dá conta no Quadro n.º VI. 22, a seguir.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-23

    Quadro n.º VI.22 – Despesas Realizadas Fora do Âmbito dos Respectivos Projectos

    Executada Não Elegível Observação

    MEC04 - 01 -

    MEC - 2010 –

    0013

    Construção e

    Reabilitação de Escolas

    Secundárias

    238.684.945,00 3.236.493,22

    Fornecimento de diverso mobiliário e serviços

    relacionados, para o armazém do MINEDH.

    7.953.807,21

    Pagamento da montagem e configuração de

    equipamento para a sala do servidor do

    MINEDH.

    4.911.075,95Pagamento parcial da aquisição de 7 viaturas.

    3.750.000,00 Aquisição de 30 motorizadas Honda XL 125

    LK.

    5.526.178,82

    Pagamento da 10.ª situação de obras de

    conclusão da Escola Secundária de Dombe,

    Província de Manica.

    2.338.262,44

    Pagamento de encargos aduaneiros na

    importação de 4 máquinas de correcção de

    exames.

    7.222.253,22

    Pagamento de 70,0% do valor do contrato de

    aquisição de mobiliário diverso para 60 casas

    de professores nas Províncias de Gaza,

    Zambézia e Cabo Delgado.

    108.301,00

    272.463,75

    65.200,00 Reparação de Viatura.

    100.000,00

    500.368,93

    264.977,45 Manutenção e Reparação da rede de internet.

    15.889,00 Cópias, encadernação, reparação e montagem

    da impressora.

    232.452,01 Construção de um monumento.

    150.000,00

    Recuperação e limpeza de furo de

    abastecimento de água no parque da DPEDHN.

    MEC02-02-

    MEC-2013-

    0019

    Aquisição e Distribuição

    de Carteiras6.297.900,00 550.000,00 Aquisição de mobiliário para a casa protocolar.

    MEC02-01-

    MAN-2014-

    0001

    Construção Acelerada de

    salas de Aulas16.610.478,93 730.831,14

    Aquisição de equipamento informático e de

    escritório.

    57.333,33Fiscalização de obra de construção da Escola

    Secundária Geral de Bairro 5 de Manica.

    300.500,00Aquisição de mobiliário e material de

    escritório.

    168.000,00Fiscalização das obras de construção da escola

    Secundária de Guro.

    1.031.318.746,01 38.454.387,47

    MEC01- 02-

    MAN- 2012 -

    0022

    Fundo de Apoio a

    Supervisão Provincial6.052.122,46

    (Em Meticais)

    Instituição Código Designação Despesa

    Ministério da

    Educação e

    Desenvolvimento

    HumanoMEC05 - 01 -

    MEC - 2010 -

    0014

    Construção e

    Reabilitação de Escolas

    Técnicas

    751.076.051,18

    Formação.

    Electricidade.

    Subtotal

    Direcção Provincial

    da Educação e

    Desenvolvimento

    Humano de Manica

    MEC02-01-

    MEC-2006-

    0001

    Construção de Salas de

    Aulas12.597.248,44

    (…Continua…)

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-24

    Quadro n.º VI.22 – Despesas Realizadas fora do Âmbito dos Respectivos Projectos

    (Continuação)

    Executada Não Elegível Observação

    SAU02-04-SAU-

    2012-0026

    Aquisição de Equipamento

    Médico-Cirúrgico e

    Hospitalar - Oi - Pros - DNAM

    425.835.153,16 3.817.488,73

    Fornecimento de equipamento Informático e

    instalação de rede de dados ao MISAU, para

    Hospital Provincial da Matola.

    SAU05-02-SAU-

    2014-0003

    Construção do Hospital

    Distrital de Machaze6.228.526,74 6.228.526,74

    Pagamento da construção de Hospital Distrital de

    Chihaquelane.

    2.167.425,00

    Pagamento pelo fornecimento de equipamento para

    o programa nacional de transfusão de sangue.

    2.001.636,00

    Aquisição de equipamento informático e instalação

    de rede de dados no Hospital Provincial de Maputo -

    Matola.

    6.150.303,43Aquisição de mobiliário hospitalar para 7 hospitais

    distritais

    8.304.985,00Aquisição de equipamento de radiologia e

    imagiologia

    1.903.992,00Aquisição de equipamento hospitalar para consultas

    médicas.

    4.959.675,73Aquisição de equipamento e materiais de

    otorrinolaringologia,

    SAUU01-02-SAL-

    2012-0053

    Aquisição de Equipamento

    Médico-Hospitalar74.724.995,50 41.375.401,32 Várias despesas da Componente Funcionamento.

    88.624,00 Passagens dentro do País.

    901.099,00 Rendas de casa.

    1.977.500,00Aquisição de 200 motorizadas de 50 cm3 de

    cilindrada.

    81.900,00 Aquisição de duas máquinas de lavar roupa

    1.379.050,00Aquisição de duas viaturas de marca Nissan Hard

    body Cabine Dupla 2.5TDI.

    598.450,00Aquisição de duas viaturas de marca Nissan Hard

    Body Cabine Dupla 2.5TDI.

    1.542.650,81Aquisição de uma viatura de marca Toyota, modelo

    Land Cruiser de 13 lugares Hard Top .

    1.542.650,81Aquisição de uma viatura de marca Toyota Land

    Cruiser, Hard Top.

    13.000,00 Aquisição de duas cadeiras giratórias.

    135.000,00 Aquisição de 3 motorizadas de marca Bancoms,

    para a instituição.

    21.598,38 Aquisição de peças para viatura.

    38.549,55

    37.381,14

    16.380,00 Aquisição de 300 postais para as festas .

    24.500,00 Pagamento da pintura e manutenção do gerador.

    30.981,62Pagamento de despesas de manutenção de uma

    viatura de marca Ford Ranger.

    400.000,00 Aquisição de combustível.

    130.001,04 Construção de maciço de betão.

    19.040,00

    35.662,46

    703.011.983,53 85.923.452,76

    Instituição Código Designação Despesa

    Ministério da Saúde

    132.639.915,96Desenvolvimento das Infra-

    estruturas de Nível III

    SAU05-03-SAU-

    2009-0035

    Hospital Central de

    MaputoSAU05-04-SAU-

    2013-0001

    HCM-Apoio ao Serviço de

    Manutenção da Unidade 989.723,00

    Direcção Provincial da

    Saúde de Nampula

    NAM05-01-NAM-

    2015-0062 Construções e Reabilitações 52.568.310,00

    MEC05-01-NAM-

    2015-0062

    Construções de Centros de

    Saúde Rurais3.289.846,67

    Fonte: Relatórios de Auditória do TA.

    Pagamento de consumo de energia no Hospital

    Psiquiátrico.

    MEC04-01-NAM-

    2015-0024

    Apoio à Pulverização Intra-

    domiciliária6.735.512,50

    Aquisição de passagem aéreas.

    Subtotal

    cm

    (…Continua…)

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-25

    Quadro n.º VI.22 – Despesas Realizadas fora do Âmbito dos Respectivos Projectos

    (Continuação)

    Executada Não Elegível Observação

    47.250,00Elaboração de um plano de lavra para a exploração de pedra

    em Massingir.

    97.209,45 Aquisição de material de escritório.

    31.816,41Revisão da viatura de marca Land Cruser MMQ -53-12.

    13.687,01Revisão da viatura com a chapa de inscrição AEC 587 MP.

    858.119,83Construção de muro de vedação dos futuros escritórios

    101.019,44 Aquisição de uniforme para o pessoal de apoio.

    97.384,95 Aquisição de material de escritório.

    15.327,00Abertura e fornecimento de novas chaves para o cofre.

    89.627,85 Produção de material gráfico.

    43.545,00Aquisição de 50 lâmpadas para o acampamento dos Pequenos

    Libombos.

    754.681,59 Aquisição de material de escritório para ARA-Sul.

    61.600,05Montagem de placas de indicação da Barragem dos Pequenos

    Libombos

    109.744,84 Aquisição de uniformes para o pessoal.

    46.835,23 Revisão geral da viatura

    54.733,50 Revisão geral da viatura

    540.000,00Reserva anual de espaços para o estacionamento das viaturas

    99.526,20 Revisão geral da viatura Toyota Hiace MMX 04-71.

    123.100,00 Reserva de espaços para estacinamento de viaturas.

    124.577,86 Fornecimento de material de escritórios e consumíveis.

    39.780,00 Aquisição e produção de material gráfico.

    367.876,08 Consultoria para a elaboração do plano estratégico.

    243.758,00Formação em curso executivo sobre alinhamento estratégico.

    196.606,01 Reabilitação da rede de dados e voz.

    45.191,00 Aquisição e produção de material gráfico.

    87.048,00 Aquisição de 2 computadores.

    329.089,00 Pagamento de serviços de Consultoria.

    43.570,12Fornecimento de produtos alimentares, higiene e limpeza.

    298.167,63 Manutenção e reparação da viatura.

    177.071,23 Fornecimento de material de escritório.

    16.258.056,17 5.137.943,28

    2.110.292.648,03 129.556.721,81

    Fonte:Relatórios de Auditoria doTA.

    Despesa

    ARA Sul

    MOP09-03-MOP-

    2000-0002

    Reabilitação da

    Barragem de

    Macarretane

    5.943.379,49

    MOP09-03-MOP-

    2000-0003

    Reabilitação de Infra-

    Estruturas da UGBI -

    Corumana

    8.710.160,44

    MOP09-03-MOP-

    2005-0001

    Expansão das

    Instalações da SEDE

    da ARA - Sul

    1.604.516,24

    Subtotal

    Total

    Instituição Código Designação

    As despesas não elegíveis nos projectos executados naquelas entidades representam 6,1 %4

    do montante total executado;

    No que concerne a este assunto, o Governo, no exercício do direito do Contraditório,

    reconhece o facto e compromete-se a responsabilizar os respectivos autores.

    4 129.556.943,28/ 2.110.292.648,03*100 = 6,1%.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-26

    Esta situação configura desvio de aplicação, nos termos do estabelecido no n.º 1 do artigo 78

    do Título I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos,

    aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das

    Finanças.

    A utilização de dinheiros públicos em finalidades diferentes das legalmente previstas é

    infracção financeira nos termos do estabelecido na alínea n) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º

    14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro,

    concernente à Organização, Funcionamento e Processo da Secção de Contas Públicas do

    Tribunal Administrativo.

    Nos casos acima mencionados, houve, igualmente, violação das normas sobre a elaboração e

    execução dos orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas

    públicas ou compromissos, como preceituado na alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º

    14/2014, de 14 de Agosto, que temos vindo a citar;

    c) No Quadro n.º VI.23, a seguir, são arroladas as entidades que realizaram classificações incorrectas, na contabilização de despesas, no montante de 119.079.203,87 Meticais, que

    representam 2,4% da respectiva amostra (4.924.777.782,62 Meticais).

    Quadro n.º VI.23 – Classificação Económica Incorrecta de Despesas Realizadas

    Amostra Classificação

    Incorrecta %

    1 Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 1.770.124.523,28 5.052.212,78 0,3

    2 Ministério da Saúde 1.832.791.448,93 3.967.041,62 0,2

    3 Hospital Central de Maputo 186.405.389,38 43.561.475,94 23,4

    4 Administração Regional de Águas do Sul 427.910.183,05 2.355.967,58 0,6

    5 Fundo do Investimento e Património do Abastecimento de Águas 304.969.521,88 48.901.310,22 16,0

    6 Direcção Provincial de Economia e Finanças de Manica 38.055.976,03 157.793,00 0,4

    7 Direcção Provincial da Economia e Finanças de Nampula 39.839.400,00 5.100.000,00 12,8

    8

    Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de Cabo

    Delgado 157.100.843,95 260.905,41 0,2

    9Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de Manica

    99.802.701,20 1.563.297,15 1,6

    10 Direcção Provincial da Saúde de Manica 27.938.394,92 7.873.762,17 28,2

    11 Direcção Provincial da Saúde de Nampula 39.839.400,00 285.438,00 0,7

    4.924.777.782,62 119.079.203,87 2,4

    (Em Meticais)

    Valor

    Fonte:Relatórios de Auditoria do TA.

    Total

    EntidadesN.º de

    Ordem

    O Governo, em sede do Contraditório, reconhece esta irregularidade e adita que medidas

    correctivas serão adoptadas.

    A realização da despesa pública, fora das verbas apropriadas, contraria o Classificador

    Económico de Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 221/2013, de 12 de Junho, do

    Ministro das Finanças.

    Este facto consubstancia violação das normas sobre a elaboração e execução dos

    orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou

    compromissos, como prescrito na alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014, de 14 de

    Agosto, supra referida;

  • Novembro de 2016

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    VI-27

    d) As entidades que se apresentam no Quadro VI.24 a seguir, não disponibilizaram as Memórias Descritivas de 58 projectos, que são documentos orientadores da sua execução, o

    que impossibilitou o Tribunal de realizar, cabalmente, o seu trabalho de fiscalização.

    Quadro n.º VI.24 – Entidades que não Disponibilizaram as Memórias Descritivas

    N.º de

    OrdemEntidade

    N.º de

    Projectos

    1 Ministério da Saúde- MISAU 39

    2 Hospital Central de Maputo - HCM 9

    3 Direcção Provincial de Saúde de Manica 8

    4 Direcção Provincial de Saúde de Nampula 2

    58

    Fonte: Relatórios de Auditoria do TA.

    Total

    A sonegação ou deficiente prestação de informação ao Tribunal competente constitui

    infracção financeira, nos termos da alínea e) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014, de 14

    de Agosto, atrás referida;

    e) No Quadro n.º VI.25 adiante, são mencionadas as entidades que efectuaram pagamentos de despesas de anos anteriores com as dotações do exercício económico de 2015, as quais

    deveriam ter sido inscritas e pagas pela verba Exercícios Findos/Despesas por Pagar.

    Quadro n.º VI.25 – Despesas de Anos Anteriores Pagas em 2015

    N.° de

    OrdemEntidade Valor

    1 Ministério da Saúde 42.857.170,00

    2 Administração Regional de Àguas do Sul 4322289,10

    3 Direcção Provincial da Saúde de Manica 445.541,85

    4 Direcção Provincial da Saúde de Nampula 444.625,41

    5

    Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de

    Cabo Delgado 96.517,49

    6 Direcção Provincial de Economia e Finanças de Manica 582.660,00

    7 Direcção Provincial de Economia e Finanças de Sofala 12.000,00

    8

    Direcção Provincial de Obras Públicas, Habitação e Recursos

    Hídricos de Sofala12.275.695,00

    61.036.498,85Total

    (Em Meticais)

    Fonte:Relatórios de Auditoria do TA.

    Há a referir, a este respeito, que o n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 Fevereiro, que

    cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, estabelece que “Nenhuma despesa

    pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se encontre inscrita

    devidamente no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba

    orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia”.

    Ainda segundo dispõe o n.º 3 do artigo 15 da mesma lei, as despesas só podem ser

    assumidas no ano económico em que tiverem sido orçamentadas. As referentes a anos

    anteriores devem ser contabilizadas em rubrica específica no Orçamento do Estado, de

    acordo com o preceituado no n.º 1 do artigo 83 do Título I do Manual de Administração

    Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º

    181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das Finanças.

    Em relação aos assuntos reportados acima, foram infringidas as normas sobre a elaboração e

    execução dos orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas

    públicas ou compromissos, nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014,

    de 14 de Agosto, que temos vindo a referir;

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    VI-28

    f) Com recurso aos fundos dos projectos arrolados no quadro a seguir, foram pagos 364.895,29 Meticais, às empresas Devisy Construções Saíde e JNS & Filhos, Lda., a título de devolução

    de garantias emitidas aquando da assinatura de contratos de execução de obras.

    Quadro n.º VI.26 – Retenções Indevidas

    Ordem Entidade Valor Pago Contracto Beneficiário Objecto Projecto

    1

    Direcção Provincial da

    Educação e Desenvolvimento

    Humano de Cabo Delegado

    122.398,27 40/UGEA/DEPC/2013 Devisy Construções Saíde

    Reabilitação parcial

    da Escola Secundária

    de Nangade

    MEC01-01-CAB-2013-

    00034 - Reabilitação da

    Escola Secundária de

    Nangade

    2

    Direcção Provincial da

    Educação e Desenvolvimento

    Humano de Manica

    242.497,02 37/UGEA/DEPC/2013 JSN & Filhos, Lda.

    Conclusão da

    construção de salas de

    aulas

    MEC02-01-MEC-2006-

    0001 - Construção de salas

    de aulas

    Total 364.895,29

    Fonte: Relatórios de Auditorias do TA.

    (Em Meticais)

    Em sede do contraditório do Relatório Preliminar de Auditoria, os gestores da DPEDH de

    Manica informaram que o valor em causa corresponde à devolução dos 5,0% de boa

    execução que foi retido na fonte ao longo dos pagamentos efectuados ao empreiteiro.

    É de referir que o procedimento adoptado pelas entidades viola o previsto no n.º 1 e 2 do

    artigo 46 do Regulamento de Contratação Pública, aprovado pelo Decreto n.º 15/2010, de 24

    de Maio, que dispõe que a entidade Contratante deve exigir que a contratada preste a

    garantia definitiva adequada ao bom e pontual cumprimento das suas obrigações.

    Houve, igualmente, violação das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos,

    bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos,

    como preceituado na alínea b) do n.º 3 do artigo 98 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, que

    temos vindo a citar.

    g) As empresas públicas Transportes Públicos da Beira E.P., Empresa Municipal de Transportes de Maputo E.P., Imprensa Nacional de Moçambique E.P., Regadio do Baixo

    Limpopo E.P., Empresa de Desenvolvimento Maputo Sul E.P., Rádio Moçambique E.P.,

    Hidráulica do Chókwè E.P., Empresa Nacional de Parques de Ciência e Tecnologia E.P., e

    Televisão de Moçambique E.P., apesar de não terem os respectivos Contratos-Programa

    aprovados, beneficiaram de subsídios no montante total de 912.582 mil Meticais

    Relativamente a este assunto, no contraditório do Relatório de Auditoria, a DNCP afirmou

    que aquelas empresas remeteram ao Governo as propostas de Contratos-Programa, mas os

    mesmos não foram assinados devido a restrições orçamentais, pois, nas propostas,

    apresentavam necessidades em recursos financeiros para fazer face ao funcionamento e

    projectos de investimento acima dos limites fixados pelo Orçamento de Estado, tendo em

    conta os cenários fiscais dos períodos subsequentes.

    Há a referir que o Contrato-Programa é um instrumento de gestão de fundos alocados às

    empresas públicas e estabelece os principais objectivos a atingir, bem como as medidas a

    levar a cabo para assegurar a implementação dos respectivos programas, além de definir as

    responsabilidades das partes.

  • Novembro de 2016

    TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2015

    VI-29

    Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 44 do Regulamento da Lei das Empresas Públicas,

    aprovado pelo Decreto n.º 84/2013, de 31 de Dezembro, a elaboração da proposta de

    Contrato-Programa é da competência da empresa pública, devendo ser submetida à

    apreciação e assinatura das entidades que exercem o poder tutelar e ao Ministério que

    superintende a área das Finanças, até noventa dias a contar da data do início das actividades

    da empresa ou sessenta dias antes da cessação da gerência anterior.

    f) As empresas públicas indicadas no quadro mais adiante pagaram 720.841.071,43 Meticais de despesas com o pessoal, montante que está 236,2% acima do limite de 30,0% dos custos

    operacionais, que foram de 305.200.609,25 Meticais. Neste contexto, destacam-se os

    excessos verificados nas empresas Rádio Moçambique, E.P. e Transportes Públicos da

    Beira, com 566,3% e 85,2%, respectivamente.

    Quadro n.º VI.27 – Custos com Pessoal versus Custos Operacionais

    Custos

    Transportes

    Públicos da Beira

    E.P.

    Regadio do

    Baixo Limpopo

    E.P.

    Radio Moçambique

    E.P.

    Hidráulica do

    Chokwe E.P.Total

    Com o Pessoal 74.091.073,55 36.375.288,00 657.423.170,20 44.511.722,45 812.401.2