minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

44
1 PAULO RÊGO MOACYR MINIMIZAÇÃO DO EFLUENTE LÍQUIDO DA PLANTA DE PRODUÇÃO DE ÓXIDO DE PROPENO DA DOW BRASIL SALVADOR 2008

Upload: doantuong

Post on 09-Jan-2017

217 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

1

PAULO RÊGO MOACYR

MINIMIZAÇÃO DO EFLUENTE LÍQUIDO DA PLANTA DE PRODUÇÃO DE ÓXIDO DE PROPENO DA DOW BRASIL

SALVADOR 2008

Page 2: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

2

UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA

CEP: 40.210-630 Tels: (71) 3235-4436 / 3283-9798

Fax: (71) 3283-9892 E-mail: [email protected]

Home page: http://www.teclim.ufba.br

Page 3: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

3

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS 4 LISTA DE FIGURAS 4

1. INTRODUÇÃO 5

2. PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ÓXIDO DE PROPENO 9

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO 11

4. REVISÃO DA LITERATURA 12

4.1. TECNOLOGIA DE PURIFICAÇÃO DE EFLUENTES 13

4.1.1. Ozonização 14

4.1.2. Carvão Ativado 16

4.1.3. “Stripping” 18

4.1.4. Filtração 19

4.1.5. Precipitação Química 20

4.1.6. Abrandamento 21

4.1.7. Troca Iônica 21

4.1.8. Filtração com Membranas 23

4.1.9. Osmose Reversa 25

5. METODOLOGIA 30

5.1. METODOLOGIA DE RECICLO DO EFLUENTE 32

6. CONCLUSÃO 37

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

ANEXOS 42

Page 4: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

4

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Composição do Efluente Antes do Tratamento 8

Tabela 2 - Fluxograma do Processo de Produção de PO 10

Tabela 3 - Análise Qualitativa de Entradas e Saídas do Processo 11

Tabela 4 - Composição das Correntes do Efluente Líquido do Processo 12

Tabela 5 - Processos de Filtração com Membranas 25

Tabela 6 - Compostos Orgânicos/Inorgânicos do Efluente Líquido - Planta de PO 32

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Desenho Esquemático dos Filtros de Carvão Ativado 17

Figura 2 - Processo de Filtração com Membrana 24

Figura 3 - Desenho Esquemático de uma Unidade de Osmose Reversa 30

Figura 4 - Fluxograma Processo de Purificação Corrente de Efluentes Líquidos 36

Figura 5 - Foto da Planta de Óxido de Propeno 43

Figura 6 - Fluxograma Processo de Produção de Óxido de Propeno 44

Page 5: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

5

1. INTRODUÇÃO

A produção mais limpa é uma estratégia ambiental preventiva

aplicada a processos, produtos e serviços para minimizar os impactos sobre o meio

ambiente (KIPERSTOK e outros, 2002). É a aplicação contínua de uma estratégia

ambiental de prevenção da poluição na empresa, visando não gerar ou minimizar

resíduos, reduzindo os riscos ambientais para os seres vivos e trazendo benefícios

econômicos para a empresa (SEBRAE, 2007).

Dentre as vantagens de se adotar a produção mais limpa está:

1) Aumento da eficiência ecológica da empresa (procedimento livre de resíduos

e emissões);

2) Redução da quantidade de materiais e energia – potencial para soluções

econômicas, melhoria da imagem - vantagens comerciais;

3) Indução ao processo de inovação dentro da empresa;

4) Caminho em direção a um desenvolvimento econômico mais sustentado

(CARDOSO, 2007).

Dependendo de como a empresa atua em relação aos problemas

ambientais decorrentes das suas atividades, ela pode desenvolver três diferentes

abordagens, denominadas: controle da poluição, prevenção da poluição e

incorporação dessas questões na estratégia ambiental (BARBIERE, 2004).

De acordo com esta filosofia, este projeto tem como objetivo geral

detectar oportunidades de minimização de efluentes líquidos dentro da Unidade

Industrial de Produção de Óxido de Propeno da Dow Brasil - Aratu, visando analisar

oportunidades de melhoria no processo a partir da tecnologia com a utilização das

matérias-primas cloro e propeno, objetivando o gerenciamento mais sustentável e

minimização dos efluentes líquidos, tendo-se como premissa básica que a Dow

Brasil - Aratu não investirá em mudanças de tecnologia ou matéria-prima nesta

unidade de produção.

É importante ressaltar que a Dow vem buscando inovar em termos

de tecnologias limpas para a produção de óxido de propeno em outras unidades do

mundo, tais como, nas novas plantas petroquímicas da Tailândia e Bélgica. Esta

tecnologia resume-se à proposta de uma política integrada de produto, através da

produção de óxido de propeno (PO) a partir do peróxido de hidrogênio (H2O2), cuja

Page 6: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

6

matéria-prima está alinhada com a filosofia da produção limpa, ou seja, com a

geração de resíduos tendendo a zero.

A Dow iniciou suas atividades na Bahia em 1968, em um escritório

de vendas, no bairro da Pituba em Salvador. Com a venda de mapas da Petrobrás

que indicavam a localização de jazidas de salgema e visando colocar em prática seu

projeto no Brasil, a Dow passou a negociar a compra desses mapas, conseguindo

adquirir o direito de fazer uma sondagem na Ilha de Matarandiba. Iniciando assim, a

implantação do projeto na Zona de Indústrias Pesadas do Centro Industrial de Aratu,

localizado no município de Candeias a 50 km de Salvador.

Em 1977, o Complexo Industrial de Aratu foi inaugurado, e a

empresa começou a produzir cloro, soda cáustica, óxido de propeno e propileno

glicol. Estes produtos passaram a ser obtidos a partir do salgema trazido da Ilha de

Matarandiba por meio de um "salmouroduto" de 51 km, que foi construído em grande

parte sob as águas da Baía de Todos os Santos. As principais matérias-primas eram

compradas de fornecedores locais como a Petrobrás, White Martins e Copene (atual

Braskem).

Em 1978, iniciavam-se as operações na unidade de solventes

clorados. A Dow assinou contrato com a Petrobrás Distribuidora S/A, visando o

suprimento de matérias-primas e utilidades. O contrato firmado contemplava a

armazenagem e o manuseio de propeno na Base de Mataripe (BAMAT), de

propriedade da Petrobrás.

No ano seguinte, foi instalada a fábrica 2,4-D (ácido

diclorofenoxiacético). Em outubro de 1989, foi inaugurado um propenoduto, ligando

a Dow à refinaria Landulpho Alves em Mataripe. Com o objetivo de diminuir o tráfego

de produtos potencialmente perigosos nas estradas, o propenoduto foi concebido

com capacidade para transportar até 144 mil toneladas anuais de propeno, o que

gerou a redução de um tráfego de 5.700 caminhões/ano.

A Dow é uma companhia que produz um diversificado portfólio de

produtos químicos através de seus princípios de inovação, ciência e tecnologia com

o objetivo de constantemente melhorar o progresso da vida humana. A Dow é uma

empresa petroquímica com faturamento anual superior a US$ 50 bilhões, contando

para isto com mais de 43.000 colaboradores ao redor do mundo. Em 2005, após ter

atingido as metas traçadas para o período 1994-2005, elaborou novas metas de

sustentabilidade para 2015, baseadas nos princípios de Atuação Responsável e,

Page 7: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

7

dentre as quais, pode-se mencionar a proteção da saúde humana e do meio

ambiente, segurança do produto através da sustentabilidade química, novos

“designs” de produtos para resolver desafios globais, conservação e eficiência

energética e endereçamento das mudanças climáticas globais.

Dentre as cinco fábricas localizadas na Bahia, a Unidade de

Produção de Óxido de Propeno, situada no Complexo Industrial de Aratu, tem

capacidade nominal de 250.000 toneladas por ano de produção e fornece este

produto para os mercados de espumas de poliuretano, estofados, colchões,

isolantes térmicos, tintas, resinas, propileno glicol, intermediários químicos,

retardantes de chamas, lubrificantes sintéticos, perfuradores de solo para petróleo e

sulfactantes têxteis.

Como estudo de caso, foi escolhido a Unidade de Produção de

Óxido de Propeno da Dow Brasil S.A., localizada no Centro Industrial de Aratu, por

ser uma das principais geradoras de efluentes líquidos da empresa e por tal

iniciativa estar em perfeito alinhamento com uma de suas metas de sustentabilidade

a serem cumpridas até o ano de 2015.

De acordo com os conceitos de tecnologias limpas e minimização

de resíduos, podem-se estabelecer critérios e princípios para a melhoria contínua

dos diversos processos produtivos, visando-se atingir o fator 10 de consumo a partir

de filosofias cada vez mais sustentáveis. A Planta de Óxido de Propeno da Dow

Brasil S/A apresenta um elevado consumo de água para absorção de energia

proveniente da reação entre cloro e propeno, porém este recurso natural não agrega

nenhum valor ao produto final destinado aos diversos clientes espalhados ao redor

do mundo. Toda a água que é alimentada à unidade é descartada para a Baía de

Aratu como efluente líquido através de um emissário submarino, após tratamento

para atender à licença de operação e os parâmetros ambientais.

A partir de avaliações e estudos, podem-se estabelecer

tecnologias para reduzir a transferência do efluente líquido da Planta de Óxido de

Propeno para o mar e, portanto, atingir total alinhamento com os critérios de

prevenção da poluição. A oportunidade da redução deste efluente traz consigo a

possibilidade da reutilização da água após o seu completo tratamento. O reuso da

água é fundamental para minimizar o consumo de energia e dos recursos naturais.

Este efluente líquido contém componentes orgânicos e

inorgânicos, representando uma vazão anual de aproximadamente 10 milhões de

Page 8: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

8

toneladas. Antes de passar pela Estação de Tratamento de Efluentes do “Site”, este

efluente apresenta a composição representada pela Tabela 1 através de dados

referentes ao ano de 2006. A destinação desta corrente tem um custo de tratamento

para a Dow Brasil Aratu de aproximadamente R$ 5 milhões por ano, tendo impacto

direto no fluxo de caixa da empresa e nos seus indicadores financeiros.

Além dos ganhos econômicos com a redução da geração de

efluentes, existem os ganhos intangíveis como a melhoria na imagem da empresa

perante os “stakeholders” (comunidades circunvizinhas, clientes e órgãos de

controle ambiental), bem como favorece a obtenção de selos verdes e certificações

ambientais (MUSTAFA, 1998).

Tabela 1 – Composição do Efluente Antes do Tratamento

Componente Químico Média Anual (ppm)H 2 O    96,02%PO - Óxido de Propeno 2,9207 PA - Aldeído Propiônico 2,7244 Acetona 9,0824 PDC - Dicloropropano 0,2786 EPI - Epicloridrina 2,2597 DCIPE - Dicloroisopropil Éter 1,1346 MCA - Monocloroacetona 3,2672 PCH21 - Propilenocloridrina 0,0756 DCH23 - Dicloropropanol 1,0248 Acetol 2,1606 Glicidol 11,4711 MPG - Monopropileno Glicol 138,6415 Glicerina 126,9381 TOC - Carbono Orgânico Total  145,7832 Ca(OH)2     1,62%CaCO 3     0,50%CaCl 2     1,84%NaOH  97,7230 NaCl     282,1318

Page 9: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

9

2. PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ÓXIDO DE PROPENO

O processo de produção de óxido de propeno (PO) consiste de

duas etapas de reação, uma etapa de condensação, uma etapa de acabamento e

posterior estocagem.

A primeira etapa de reação é a hipocloração. Neste estágio é

produzido o intermediário Propileno Cloridrina (PCH), que posteriormente reagirá

formando PO. Este produto apresenta-se na forma de dois isômeros, PCH1 (95%) e

PCH2 (5%), sendo que ambas as formas ao reagirem, formarão PO. Nesta etapa

também há a formação de vários compostos orgânicos, sendo o Dicloro Propano

(PDC) o de maior importância.

A hipocloração é uma reação exotérmica entre cloro e propeno,

tendo-se água como elemento absorvedor de calor desta reação. A alimentação do

reator é efetuada da seguinte maneira: cloro gasoso mais água, mistura-se com

propeno gasoso mais água, de tal forma que, na realidade, o cloro em água forma

ácido hipocloroso (HClO) e este é quem reage com o propeno, para obter-se o PCH.

O PCH formado reagirá com uma solução de hidróxido de cálcio a

20% em peso produzindo o PO. Esta última reação ocorre nos "TRAINS" de hidrólise

da Planta. Há a opção de promover esta reação com soda cáustica (NaOH) a 8%

em peso, em substituição ao “Lime” (Ca(OH)2).

O PO crú formado no hidrolisador é enviado para a área de

condensação através do topo do equipamento, enquanto a corrente de fundo é

utilizada para recuperação de energia na Planta e, posteriormente é transferida para

a estação de tratamento de efluentes. Após o processo de condensação do PO, este

produto é enviado para a área de purificação ou acabamento constituído de três

colunas de destilação. A primeira coluna é responsável pela remoção dos

contaminantes leves, tais como, cloretos orgânicos, acetonas e aldeídos. Já na

segunda coluna ocorre a separação do dicloro propano (PDC), o qual é utilizado

como matéria-prima da Planta de solventes clorados do “Site”. A terceira e última

coluna é responsável por especificar o PO, removendo a água que é um dos

contaminantes do produto final.

Page 10: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

10

A Tabela 2 mostra o fluxograma do processo de produção de óxido de

propeno (PO).

Entradas Operações – Etapas Saídas Cloro (Cl2), Propeno (C3H6), Água

(H2O), Gás Natural, Nitrogênio (N2), Energia Elétrica

→HIPOCLORAÇÃO

→PCH, Vents para Queima no Oxidador Térmico (THROX)

↓ PCH, Hidróxido de Cálcio

(Ca(OH)2), Soda Cáustica (NaOH), Gás Natural, Nitrogênio (N2), Energia

Elétrica

→ EPOXIDAÇÃO → Óxido de Propeno (PO)

Gás Natural, Nitrogênio (N2), Energia Elétrica → RECICLO DE CARBONATO →

Clarificado (Clears), Resíduos Líquidos, Resíduos Sólidos,

Vents para Queima no THROX ↓

Nitrogênio (N2), Energia Elétrica → CLARIFICAÇÃO → Clarificado (Clears) ↓

Nitrogênio (N2), Energia Elétrica →RECUPERAÇÃO DE

ENERGIA → Clarificado (Clears)

Nitrogênio (N2), Energia Elétrica → QUEIMA DE VENTS →Vents Gasosos para Queima no

THROX ↓

PO, Gás Natural, Nitrogênio (N2), Energia Elétrica → CONDENSAÇÃO DE PO →

Vents Gasosos para Queima no THROX

↓ PO, Gás Natural, Nitrogênio (N2),

Energia Elétrica → ACABAMENTO DE PO → PO acabado, PDC

↓ PDC, Gás Natural, Nitrogênio (N2),

Energia Elétrica → ACABAMENTO DE PDC → PDC

↓ PDC, Nitrogênio (N2), Energia

Elétrica →QUEIMA DE RESÍDUOS

LÍQUIDOS → PDC Resíduo para THROX

PO, Nitrogênio (N2), Energia Elétrica → ESTOCAGEM DE PO →PO acabado, Vents Gasosos

para Queima no THROX ↓

Nitrogênio (N2), Energia Elétrica →ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

→ Resíduos Líquidos

Tabela 2 – Fluxograma do Processo de Produção de PO

Page 11: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

11

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO

• Matérias-Primas, Insumos, Produtos e Efluentes

A Planta de Óxido de Propeno da Dow Brasil de Aratu apresenta as

seguintes entradas e saídas de acordo com a Tabela 3, na qual não foram

considerados os resíduos sólidos da unidade, pois estes não serão tratados neste

trabalho.

Tabela 3 – Análise Qualitativa de Entradas e Saídas do Processo (Kg/ano)

• Análise Quantitativo-Qualitativa do Efluente Líquido do Processo

Corrente de fundo dos espessadores

Vazão = 3800 t/dia

Composição

ENTRADAS SAÍDAS

Matérias-Primas, Insumos e Utilidades Produtos, Efluentes Líquidos e GasososPropeno Óxido de Propeno Cloro PDC Acabado Lime PDC Resíduo Água Vents PO Gás Natural Vents do “Scrubber” de PO Vapor Total Vents Propano Nitrogênio Efluente Líquido Efluente de CélulaEnergia PO

Fração Mássica %H 2O 96,038839PO 3,52E -04 PA 2,61E-04 ACET 9,16E- 04 PDC 2,54E- 05EPI 2,66E-04 DCIPE 1,26E-04MCA 3,40E-04PCH 21 8,18E- 05DCH23 1,31E- 04 MPG 3,34E-03CACO 3 6,16E- 01CA(OH) 2 1,078765CACL 2 2,131745NACL 0,130002

Page 12: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

12

Corrente de Clarificado (Clears)

Vazão = 27000 t/dia

Composição

Tabela 4 – Composição das Correntes do Efluente Líquido do Processo

4. REVISÃO DA LITERATURA

Existem diversas tecnologias para eliminar componentes orgânicos

de correntes líquidas com um alto percentual de água. Após alguns estudos

técnicos, ficou evidenciado que a aplicação de processos com a utilização de

tecnologia de filtração com membranas é bastante efetivo para a remoção dos

orgânicos e posterior envio da corrente residual deste efluente para o oxidador

térmico da Planta de Óxido de Propeno com o objetivo de gerar vapor e produzir

ácido clorídrico, porém outros processos de purificação do efluente também são

muito importantes e podem ser aplicados em conjunto, tais como, carvão ativado,

ozonização, “stripping”, dentre outros. Recentemente, os trabalhos de investigação

Fração Mássica %H 2 O 95,916114PO 3,61E-04PA 2,97E-04ACET 9,28E-04PDC 2,84E-05EPI 2,70E-04DCIPE 1,49E-04MCA 3,45E-04PCH21 7,95E-06DCH23 1,33E-04Acetol 2,89E-04Glicidol 1,18E-03MPG 2,39E-02Glicerina 0,0171556CA(OH) 2 2,7174051CACL 2 1,1674743NAOH 0,0122857NACL 0,1425439

Page 13: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

13

em curso e as aplicações industriais apresentam um crescimento exponencial, quer

pelo desenvolvimento de novas membranas mais resistentes e com uma maior

seletividade e fluxo, quer pelo decréscimo no custo das membranas e respectivos

módulos. Uma nova vertente da investigação centra-se na modificação de

membranas de forma a diminuir o “fouling”, permitindo assim um acréscimo da

performance desta tecnologia (FREIRE, 2000).

Já os componentes inorgânicos presentes na corrente de efluentes

líquidos poderão ser eliminados através de um sistema de osmose reversa

associado a processos de precipitação química, abrandamento e troca iônica. São

atribuídas ao predomínio da osmose reversa a simplicidade e robustez do

equipamento, aos baixos custos de instalação e operação, incluindo o consumo de

energia e de mão-de-obra na operação, a elevada taxa de recuperação, a

continuidade do processo e a excelente qualidade da água tratada.

4.1. TECNOLOGIA DE PURIFICAÇÃO DE EFLUENTES

Numa era em que o desenvolvimento sustentável é a palavra de

ordem, a implantação de tecnologias mais limpas e o tratamento das águas

residuais tornou-se um dos problemas mais prementes da indústria. O projeto de

sistemas de reciclagem e tratamento de efluentes líquidos de uma unidade industrial

tem como pressuposto o conhecimento dos níveis de qualidade da água para cada

processo e as normas a que deve obedecer a descarga final de águas residuais em

meios aquáticos ou no solo. A primeira etapa é a análise quantitativa e qualitativa da

água consumida e rejeitada, seguida da definição dos balanços de massa dos

diversos processos. Este passo deve permitir definir melhores regras de operação,

identificar medidas internas que minimizem o consumo de água e a carga poluente

rejeitada, assim como avaliar as conseqüências tecnológicas e econômicas

resultantes da adoção de novas tecnologias no processo de produção.

A fase seguinte incide na abordagem das medidas externas

necessárias para a unidade industrial cumprir as normas de rejeição do efluente

final, a concepção do sistema de tratamento. Atualmente, quando da hierarquização

e avaliação das diversas soluções propostas para efetuar a reciclagem e o

tratamento de efluentes, a técnica de separação com membranas é proposta como

Page 14: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

14

uma das soluções tecnológicas mais adequadas. A aplicação destes processos na

indústria química iniciou-se nos anos setenta nos EUA, sendo pioneiro o trabalho

desenvolvido na Universidade de Clemson, NC, nomeadamente pelo professor J. F.

Porter. No final dessa década a aplicação das membranas na recuperação de

produtos começa a generalizar-se.

Dentre as tecnologias de purificação de efluentes mais

importantes, destacam-se as membranas de osmose reversa que possuem taxas de

rejeição específicas para os compostos orgânicos e inorgânicos. As substâncias

inorgânicas, na sua grande maioria, composta por sais apresentam taxas de rejeição

que dependem do tamanho das moléculas, do raio dos íons, da carga elétrica dos

íons e das forças de interação entre íons e o solvente. Já as substâncias orgânicas

dependem do peso molecular e do tamanho das moléculas.

A grande vantagem da utilização de membranas como tecnologia

de purificação de efluentes está associada aos seguintes fatores: processo contínuo

através de uma operação ininterrupta e automática, baixo consumo de energia sem

mudança de fase e variação de temperatura, “design” modular sem limitação de

espaço, baixo requerimento de manutenção, nenhum efeito na forma e composição

química dos contaminantes, não necessidade de adição de produtos no processo.

4.1.1. Ozonização

A ozonização caracteriza-se pela parcial ou completa conversão de

compostos orgânicos em dióxido de carbono e água. No caso da conversão parcial,

o composto orgânico original deve ser convertido em substâncias que são mais

biodegradáveis, tais como álcool, aldeído, cetona e ácido carboxílico. Os principais

compostos oxidantes são cloro, peróxido de hidrogênio, ar, água supercrítica,

permanganato de potássio e principalmente, o ozônio que possui uma eficiência

maior que 80 %.

Na última década, o estudo dos processos de oxidação avançados

para tratamento de efluentes líquidos vem crescendo substancialmente. Dentre

estes, a aplicação do ozônio (ozonização) tem requerido especial atenção devido ao

seu alto poder de oxidação quando comparado a outros agentes oxidantes, como

por exemplo, o peróxido de hidrogênio.

Page 15: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

15

O ozônio é um gás oxidante extremamente potente, reativo e

instável. Estas características permitem tratar a água – oxidação, precipitação e

sanitização – sem nenhum resíduo de ozônio após sua aplicação.

Além disso, possibilita outras aplicações visando o meio ambiente:

redução dos metais às suas formas insolúveis (normalização), quebra da cadeia dos

hidrocarbonetos (dissociação) e solidificação dos compostos orgânicos dissolvidos,

causando sua coagulação e precipitação (mineralização).

O ozônio reage rapidamente com a maioria dos compostos

orgânicos tipicamente presentes em efluentes industrias. Os subprodutos formados

nessas reações de oxidação são geralmente compostos oxigenados de massa

molecular reduzida (como ácidos orgânicos, cetonas e aldeídos), mais polar,

hidrofílico e biodegradável que seus precursores. A ozonização catalítica

(homogênea ou heterogênea) tem sido apontada, na literatura especializada, como

sendo uma tecnologia de oxidação bastante promissora, aplicada à remoção de

compostos orgânicos usualmente refratários aos tradicionais processos de oxidação.

De acordo com Collins et al. (1989, citados por DI MATTEO,1992),

a ozonização pode ser empregada para os seguintes fins: desinfecção bactericida e

inativação viral; remoção de substâncias orgânicas, tais como materiais húmicos,

pesticidas, detergentes e fenóis; remoção de precursores de trihalometanos; auxiliar

de coagulação; remoção de cor, sabor e odor; oxidação de ferro e manganês

solúveis; rompimentos de ligações organometálicas, permitindo que metais, como

por exemplo, Fe(III) e o Mn (IV) reajam como coagulantes dos compostos orgânicos

remanescentes, levando a uma melhor precipitação; destruição de algas; oxidação

de cianeto para cianato e eventualmente, para dióxido de carbono e água e outros

compostos.

A ozonização de efluentes na presença de Fe (II), Mn (II), Ni (II) e

Co (II), que são utilizados como catalisadores, resultou num aumento da eficiência

de remoção de carbono orgânico total, em comparação ao processo de ozonização

convencional. A eficiência dos processos é avaliada pela razão de degradação do

contaminante e remoção de carga orgânica (carbono orgânico total - TOC) em

função do consumo de ozônio.

Page 16: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

16

4.1.2. Carvão Ativado

O carvão ativado é uma forma de carbono puro de grande

porosidade, que contém micro-poros que adsorvem moléculas, contudo sem

modificar a composição química do produto tratado.

O carvão ativado tem a capacidade de adsorver seletivamente

gases, líquidos ou impurezas no interior dos seus poros, apresentando um excelente

poder de clarificação, desodorização e purificação de líquidos ou gases.

O método consiste em adsorver esses constituintes dentro do poro

do carvão tanto por processo físico como químico de acúmulo de substâncias em

uma interface entre as fases líquida e sólida, ocasionando assim uma purificação do

efluente e melhorando significativamente sua qualidade.

Este tipo de carvão é obtido a partir da queima controlada com

baixo teor de oxigênio de certas madeiras e outras substâncias a base de carbono, a

uma temperatura de 800°C a 1000°C, tomando-se o cuidado de evitar que ocorra a

queima total do material de forma a manter sua porosidade.

Os usos mais comuns para o carvão ativado são a adsorção de

gases no tratamento de águas e efluentes, onde o carvão se destaca por reter nos

seus poros impurezas e elementos poluentes. É utilizado em diversos ramos das

indústrias química, alimentícia e farmacêutica, da medicina e em sistemas de

filtragem, bem como no tratamento de efluentes e gases tóxicos resultantes de

processos industriais.

O Carvão ativado é fundamental para adsorver impurezas que

tenham carbono como base (substâncias químicas orgânicas), como também

substâncias como o cloro. Muitas outras substâncias químicas não são “atraídas”

pelo carbono (sódio, nitratos, etc.) passando direto por ele. Isso significa que um

filtro de carbono ativado vai remover certas impurezas, mas vai ignorar outras. Isso

também significa que, uma vez que todos os locais de ligação estejam preenchidos,

um filtro de carvão ativado pára de funcionar. Nesse ponto deve-se substituir ou

regenerar o filtro.

O carvão ativado é um dos melhores e mais econômicos agentes

da purificação sustentável, principalmente pela utilização de fontes renováveis

(matéria-prima), tais como madeiras leves (produzem um carvão ativado muito

Page 17: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

17

poroso), e cascas de nozes (ex.: coco, que produzem um carvão ativado com poros

de menor diâmetro), entre outras.

A relação a seguir apresenta a capacidade de adsorção do carvão

ativado em relação a diversas substâncias:

Alta a muito boa:

Antimônio, arsênico, bismuto, branqueadores, cloraminas, cloretos, cloro, cromo,

corantes, ouro, peróxido de hidrogênio, inseticidas, monocloramina, odores,

pesticidas, fenóis, tanino, tri-halometanos, compostos orgânicos (aromáticos, éteres,

cetonas, glicóis, halogenados, ésteres, aldeídos, aminas), gases em geral.

Boa a moderada:

Ácido acético, cobalto, detergentes, sulfeto de hidrogênio, mercúrio, ozônio,

permanganato de potássio, prata, sabão, solventes, vinagre, zircônio.

Fraca:

Cobre (complexos), ferro (Fe3+), chumbo, níquel, titânio, vanádio.

Baixa a nenhuma:

Amônia, bário, berilo, cádmio, dióxido de carbono, cobre, ferro (Fe2+), manganês,

molibdênio, nitratos, selênio, tungstênio, zinco.

Figura 1 – Desenho Esquemático dos Filtros de Carvão Ativado

Page 18: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

18

4.1.3. “Stripping”

Uma das mais importantes operações unitárias para a remoção de

compostos orgânicos dos efluentes industriais baseia-se no borbulhamento com gás,

também chamado de “stripping”, que é empregado para transferir para a fase

gasosa um componente volátil presente, inicialmente, numa mistura líquida,

podendo ser ar, nitrogênio, gás natural ou vapor empregados para este fim. Tanto

quanto os parâmetros físicos, a taxa de remoção dos compostos voláteis da mistura

líquida para a fase gasosa é governada pela temperatura e pelas propriedades

químicas e físicas das fases e dos componentes a serem removidos.

Vários recursos podem ser utilizados para aumentar a área de

contato gás/líquido. As colunas recheadas têm sido amplamente aplicadas em

indústrias petroquímicas e no tratamento de águas produzidas e de efluentes

industriais. Neste processo, o gás é introduzido na base da coluna e os dois fluidos

entram em contato em contra-corrente. O gás contaminado é, então, resfriado para

que seja promovida a condensação dos compostos orgânicos. A partir deste

processo, é possível remover, principalmente os compostos aromáticos e os

compostos alifáticos.

O processo de “stripping” é dividido em estágios e opera

continuamente com as correntes de líquido e vapor fluindo, no seu interior, de forma

contra-corrente. As seguintes hipóteses são assumidas: I) contato entre a fase

líquida e a fase de vapor dentro da coluna é perfeito; II) o vapor que sai de cada

estágio está em equilíbrio com o líquido de saída; III) o vapor d'água é considerado o

inerte no processo; IV) o vapor d'água usado dentro da coluna não se condensa; e

V) não existem perdas de calor para o meio ambiente.

A eficiência do processo de “stripping” é baseada primariamente na

relação de equilíbrio entre uma corrente de efluente com um determinado

contaminante e uma corrente de ar ou vapor, além das características e altura do

recheio da coluna e da temperatura das correntes de alimentação. Algumas

avaliações deste tipo de processo de separação apresentam resultados superiores a

99 % de eficiência, o que classifica o “stripping” com uma viabilidade técnica

bastante vantajosa. É fundamental que simulações em plantas-piloto sejam

realizadas para ratificar o desempenho deste processo para o tratamento de

efluentes líquidos com contaminantes orgânicos.

Page 19: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

19

4.1.4. Filtração

Uma operação de filtração consiste essencialmente em fazer

passar um fluido (líquido ou gás), por um dispositivo (filtro) formado por uma ou mais

camadas de materiais diversos, conhecidos conjuntamente como o “meio filtrante”.

Essa operação visa obter como produto, o fluido introduzido em estado de maior

“pureza”, ou seja, mais livre de eventuais agentes “poluentes” (físicos, químicos e

biológicos).

A heterogênea composição do material particulado a ser filtrado, a

presença de substâncias orgânicas biodegradáveis e as flutuações sazonais de

quantidade e da qualidade das águas, exige que os sistemas de filtração sejam

cuidadosamente adaptados às características das águas residuais. Nos últimos

anos, o desenvolvimento de muitos tipos de novos filtros e melhorias nos sistemas

de retro-lavagem, que são facilmente operados, tem ajudado a reduzir os custos de

instalação. Vários novos padrões para sólidos em suspensão, parâmetros higiênicos

para água potável, material particulado e fósforo para águas residuais, resultaram

em inovativas fases na tecnologia da filtração, e levaram à aplicação de sistemas

compactos de tratamento, adaptados às características das correntes a serem

tratadas.

A performance de um filtro é determinada pela suspensão a ser

filtrada, pelas características do material particulado e é influenciada por produtos do

particulado, além da construção, manutenção e operação do filtro. Outro fator

fundamental para o desempenho do processo de filtração está relacionado com o

tipo do filtro, que poderá ser automático ou de cartucho. Os filtros automáticos

possuem elementos filtrantes metálicos com limpeza própria, em processo contínuo

ou controlado pela perda de carga. Geralmente aplicam-se na filtração de grandes

correntes e retenção de contaminantes sólidos, não deformáveis, em que o

elemento de filtro poderá ser do tipo: tambor rotativo, cartuchos metálicos e discos

metálicos. Os filtros de cartuchos filtrantes dividem-se de um modo geral, em filtros

de profundidade, superfície (membrana) e metálicos, consoante a natureza e

diversidade de dimensões dos contaminantes. Além da natureza da contaminação, a

escolha de um filtro deverá ter ainda em consideração a ação pretendida para o

filtro, clarificar ou classificar. Os cartuchos filtrantes poderão ser constituídos por

Page 20: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

20

diversos materiais, fibras de celulose ou de acrílico aglutinadas por uma resina

melamínica ou fenólica, manta e cordão de algodão ou polipropileno, poliéster, nylon

N66, polipropileno, PTFE, poliestersulfona, carvão ativado, fibras de celulose e

adjuvantes de filtração com uma resina catiônica que lhe confere uma carga eletro

cinética positiva e aço inoxidável.

4.1.5. Precipitação Química

A precipitação química é um processo em que o equilíbrio químico

de uma solução é alterado para que ocorra a redução da solubilidade dos

componentes contaminantes. Estes compostos dissolvidos são convertidos em

precipitados insolúveis, os quais são formados através da adição de substâncias que

modificam a solubilidade com a mudança de temperatura da solução.

A precipitação é a formação de um sólido durante a reação

química. O sólido formado na reação química é chamado de precipitado. Isso pode

ocorrer quando a substância insolúvel, o precipitado, é formado na solução devido a

reação química ou quando a solução foi supersaturada por um composto. A

formação do precipitado é um sinal de mudança química. Na maioria das vezes, o

sólido formado se deposita no fundo da solução, porém ele irá flutuar se ele for

menos denso do que o solvente, ou formar uma suspensão.

A adição de reagente ocorre de modo a criar condições para que

os elementos (íons) em solução sejam removidos após a formação de compostos

insolúveis. Tais compostos insolúveis, representados pelos produtos da reação de

precipitação química, são partículas sólidas em suspensão, destinadas a remoção

da água pelo processo de clarificação.

Um estágio importante do processo de precipitação é o começo da

nucleação. A criação de uma hipotética partícula sólida inclui a formação de uma

superfície, o que necessita de energia baseado na relação energia de superfície do

sólido e da solução. Se essa energia não estiver disponível, e nenhuma superfície

de nucleação adequada estiver disponível, ocorre supersaturação.

Page 21: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

21

4.1.6. Abrandamento

O processo de abrandamento é utilizado para remoção dos sais

catiônicos, de cálcio e magnésio determinantes da “dureza” da água. A água “dura”

passa por leito de resina catiônica e os íons de Ca2+ e Mg2+ são permutados por íons

Na+, ou seja, o abrandamento permite a obtenção de uma água inteiramente livre de

sua dureza, através do princípio de transformação dos sais de cálcio e magnésio,

em seus correspondentes de sódio.

O sistema possui um vaso de pressão que é construído em chapa

de aço carbono com revestimento adequado. É provido de um módulo de coletores

tipo “manifold” ou do tipo fundo falso com coletores que dispensam camada suporte.

A regeneração da unidade é efetuada por salmoura aplicada por injetor, ou seja, a

resina é reativada, via de regra, com solução de cloreto de sódio. O tanque de

regenerante é construído em aço com sistema para filtração da salmoura.

Para o melhor dimensionamento de um sistema de abrandadores

são necessários dados de vazão, pressão de alimentação, origem e dureza da água

a tratar, temperatura e finalidade de uso da água abrandada.

Dados específicos de cada caso de tratamento são necessários para possibilitar a

indicação da melhor solução técnica e econômica.

No abrandamento por troca iônica a eficiência é tão elevada que a

dureza chega a praticamente zero. Seu processo é bastante simples que consiste

em passar a água a ser abrandada por um leito de resinas trocadoras de cátions na

forma de sódio. Dessa forma os íons Cálcio e Magnésio ficam retidos e o Sódio é

liberado.

4.1.7. Troca Iônica

Processo de remoção praticamente total dos íons presentes em

água, através de resinas catiônicas e aniônicas. Como a desmineralização da água

consiste na remoção dos íons nela presente, o processo é também chamado de

deionização. Consegue-se a desmineralização de uma água ao passá-la por colunas

de resinas catiônicas na forma H+ e aniônicas na forma OH-, separadamente, ou

então em uma só coluna que contenha estes dois tipos de resinas (leito misto). No

primeiro caso deve-se passar a água inicialmente pelas resinas catiônicas, pois

Page 22: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

22

estas são mais resistentes que as aniônicas tanto química quanto fisicamente. Deste

modo as resinas catiônicas podem proteger as aniônicas, funcionando como um

filtro aparando certos constituintes danosos às resinas aniônicas.

As resinas seqüestram os sais dissolvidos na água por meio de

uma reação química, acumulando-se dentro de si mesma. Por este motivo,

periodicamente, as resinas precisam ser regeneradas com ácido e soda cáustica

(reação química reversa) para remover os sais incorporados, permitindo o emprego

das resinas em um novo ciclo de produção, e assim sucessivamente por anos.

Geralmente, as resinas de troca iônica são de material sintético,

tendo a estrutura química baseada em uma molécula de polímero tridimensional, na

qual grupos funcionais, tais como, ácido sulfônico e amônia quaternária são

introduzidos. Este material é composto de copolímeros de estireno e divinilbenzeno

que são partículas esféricas de 1180 – 300 µm, portanto nas resinas de troca iônica

ocorrem reações químicas no interior da matriz destes copolímeros.

O sistema de desmineralização, que utiliza resinas de troca iônica,

está presente em mais de mil unidades no Brasil, e gera a produção de cerca de

1000 m3 por ano de resina. A oferta de resina no mercado nacional está em sua

maior parte concentrada com as empresas Rohm and Hass, Bayer, Dow e Purolite,

que investem em estudos e tecnologias, visando a melhoria de seu produto, de

modo a minimizar problemas como o de entupimento dos coletores dos trocadores

iônicos.

A capacidade de troca iônica é representada pela quantidade de

íons que uma resina pode trocar em determinadas condições experimentais,

depende do tipo do sitio ativo. É expresso em equivalente/litro de resina ou grama

de resina. Já a capacidade especifica teórica é o número máximo de sítios ativos da

resina por grama. Este valor pode ser maior que a capacidade de troca, já que nem

todos os sítios ativos são acessíveis aos íons em dissolução. Alguns parâmetros são

importantes para que se possa determinar a real capacidade de troca iônica, tais

como, concentração de sólidos totais dissolvidos, carga e altura dos leitos,

concentração de sólidos suspensos, seletividade quanto a compostos orgânicos, pH

e temperatura da corrente de alimentação.

A seletividade é a propriedade da resina de mostrar maior

afinidade por um íon que por outro, a resina preferirá os íons com os que forme um

enlace mais forte. O diâmetro das colunas de troca iônica varia de um centímetro

Page 23: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

23

(laboratório) até 5 metros e a altura da resina de 10 cm – 3,5 metros. Os tipos de

resinas de troca iônica são as descritas a seguir: resinas catiônicas, aniônicas,

mistas, seletivas, adsorventes e porosas.

As resinas catiônicas são aplicadas para a remoção de íons

positivos, tais como, Na+ e Ca2+ e são classificadas como resinas fortemente e

fracamente ácidas, em que as primeiras possuem grupos de ácido sulfônico como

grupos de troca e as outras possuem grupos de carboxila. As resinas aniônicas

removem íons negativos, tais como, Cl- e SO42- e são classificadas como resinas

fortemente e fracamente básicas, em que as primeiras possuem grupos de amônia

quaternária como grupos de troca e as outras possuem grupos de aminas primárias

– terciárias. As resinas mistas possuem maior poder de flexibilidade e, portanto,

podem remover cátions e ânions ao mesmo tempo.

Todo sistema de troca iônica possui um determinado tempo de vida

útil, o qual depende do tempo de operação e de saturação das resinas. Quando

ocorre esta saturação é necessário que se realize um processo chamado

regeneração, que pode ser classificada em co-corrente, ou seja, a água a ser tratada

e o fluido regenerante são introduzidos no equipamento através da mesma direção e

em contracorrente, em que esta operação ocorre através de direções opostas com

uma eficiência bem maior e um custo não muito mais elevado de que no processo

co-corrente.

As resinas trocadoras iônica têm sido cada vez mais utilizadas nas

indústrias em geral com o objetivo de reduzir os resíduos líquidos gerados nos

processos químicos e também possibilitar o reuso da água industrial para fins mais

nobres e, sobretudo, para minimizar o consumo deste recurso natural indispensável

para o equilíbrio do meio ambiente. A melhoria da qualidade dos efluentes para

descarte ou reuso é conseguida com o uso de resinas seletivas, normalmente do

tipo do ácido iminodiacético, que remove seletivamente metais pesados de soluções

com alto conteúdo de sódio e de cálcio.

4.1.8. Filtração com Membranas

A tecnologia de membranas é utilizada em diferentes ramos da

indústria para separação seletiva de diferentes compostos de um efluente. O filtrado

Page 24: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

24

obtido é cristalino sem o uso de produtos químicos. Podem envolver gradiente de

temperatura e pressão.

Membranas apresentam grande variedade de textura: densas ou

porosas; origens: naturais ou artificiais; composições: orgânicas ou inorgânicas;

estruturas: homogêneas ou assimétricas; formas: plana, tubular, espiral. As

vantagens da separação por membranas (MANCUSO, 2003) são as seguintes:

processo geralmente realizado à temperatura ambiente, preservando os compostos

de alterações ou degradações; fracionamento sem mudança de fase, muito

econômica energeticamente; processo físico, não há necessidade de aditivos

químicos; permite instalação modulável.

O processo de filtração com membranas pode ser representado

pela Figura 2.

Figura 2 – Processo de Filtração com Membrana

O processo de filtração com membranas basicamente é

caracterizado pela pressurização da corrente de alimentação que flui paralelamente

à superfície de uma membrana. As partículas rejeitadas não se acumulam, pelo

contrário, são levadas pelo fluxo que constitui o concentrado. Portanto, o fluxo de

Page 25: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

25

alimentação é dividido em dois fluxos de saída: o líquido permeado (produto),

através da superfície da membrana e a corrente concentrada em sólidos em

suspensão.

A tecnologia de filtração através de membranas é uma técnica

relativamente nova e está sendo utilizada com muito sucesso na produção de água

ultrapura e no tratamento de efluentes líquidos. A depender do diâmetro dos poros

da membrana, ela pode ser classificada em: Microfiltração, Ultrafiltração e

Nanofiltração.

A microfiltração é utilizada para a remoção de bactérias, materiais

floculados e sólidos em suspensão. A ultrafiltração tem fundamental importância na

remoção de colóides, proteínas, contaminantes microbiológicos e grandes moléculas

orgânicas. Já a nanofiltração é utilizada para a remoção de sais dissolvidos, tais

como, cloreto de sódio, cloreto de cálcio e sulfato de magnésio, bem como na

remoção de cor, dureza, sólidos totais dissolvidos e carbono orgânico total (TOC).

Na Tabela 5 podem-se observar as principais diferenças entre

estes três processos.

Tabela 5 – Processos de Filtração com Membranas

4.1.9. Osmose Reversa

A osmose reversa foi desenvolvida a partir da descoberta, há mais

de 200 anos, de que materiais naturais como parede celular de vegetais,

apresentam permeabilidade à água, mas não permitem passagem de materiais nela

dissolvidos.

Page 26: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

26

Inicialmente a osmose reversa foi empregada com o objetivo de

dessanilizar água do mar. Entre os anos 60 e 70 esta tecnologia começou a ser

usada na indústria de alimentos, sendo a indústria leiteira a pioneira.

Através de um processo que usa uma pressão superior à pressão osmótica, a água

atravessa uma membrana semipermeável, passando de uma solução de baixa

concentração de sal, esta membrana é uma barreira semipermeável composta de

polímeros, por exemplo, acetato de celulose ou poliamida.

Com o aumento da demanda na área industrial, a osmose reversa

vem sendo utilizada com o objetivo de conservação de água, redução do consumo

de energia, controle da poluição e recuperação, bem como reutilização de material

presente nas correntes de efluentes das diversas unidades industriais. A osmose

reversa e o desenvolvimento de membranas de separação apresentam viabilidade

econômica, principalmente porque oferecem um ganho energético bem maior,

quando comparadas com processos de destilação, por exemplo.

A osmose é o fluxo natural de transporte de um solvente através

de uma membrana semipermeável, passando da solução diluída para a

concentrada. A força motriz dessa transferência de massa é a diferença dos

potenciais químicos entre os dois lados da membrana. Assim, o fluxo osmótico

ocorre até atingir um novo equilíbrio, ou seja, quando estes potenciais químicos se

igualam. Neste ponto haverá uma diferença de pressão entre os dois lados,

denominada de pressão osmótica. Na realidade, esta grandeza é a força total

necessária para finalizar o escoamento espontâneo do solvente através da

membrana.

A osmose reversa é aplicada basicamente para reduzir salinidade

da água, porém pode também remover sílica e material orgânico coloidal com alto

peso molecular. Sistemas de osmose reversa produzem água tratada para as mais

diversas aplicações. A capacidade destes sistemas pode alcançar a vazão

volumétrica de até milhões de litros por hora.

O processo de osmose reversa ocorre quando uma solução diluída

é colocada em contato com uma solução concentrada e ocorre a movimentação dos

íons em direção à solução diluída e a movimentação de água pura em direção à

solução mais concentrada. A este fenômeno se dá o nome de difusão. Quando a

difusão se processa por meio de uma membrana semipermeável, que deixa passar

Page 27: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

27

a água, mas não os solutos, chama-se de osmose a saída da água pura em direção

à água concentrada.

A osmose reversa é um processo de fracionamento completo,

utilizado para tratamento de água que permite remover a maioria dos contaminantes

orgânicos e até 99% de todos os íons. Remove ainda, até 99,9%, os vírus, as

bactérias e colóides, usando uma pressão superior à pressão osmótica para forçar a

passagem de água através da membrana semipermeável no sentido inverso ao da

osmose natural. A pressão osmótica é a diferença de pressão e de energia do

potencial que existe entre duas soluções, em outro lado de uma membrana

semipermeável, devido à tendência da água a fluir por osmose.

A membrana de osmose reversa deve possuir características tais

que a passagem de água seja preferencial à passagem do soluto, isto é, o

coeficiente de solução-difusão da água na membrana deve ser maior que do soluto.

Assim sendo, haverá menor troca de energia para a passagem de água do que para

a passagem de íons, que, além de possuírem carga elétrica, tem moléculas de água

fortemente associadas.

Alguns parâmetros influenciam a performance dos processos de

osmose reversa, dentre os quais pressão, temperatura, poder de recuperação e

concentração de soluto na água de alimentação estão entre os mais importantes.

Cada um destes parâmetros recebe a influência dos outros, portanto deve-se

procurar atingir um equilíbrio entre eles para que a eficiência do sistema de osmose

reversa seja alta.

O fluxo através de uma membrana particular é determinado pelas

suas características físicas, tais como, espessura, composição química, porosidade

e pelas condições de temperatura, pressão diferencial, concentração e velocidade

de alimentação do sistema. Na verdade, como as propriedades da membrana e

soluções são relativamente constantes, então o fluxo de água torna-se uma simples

função da pressão, conforme equação a seguir: FH2O = A * Palimentação, em que A é um

coeficiente de permeação por unidade de área da membrana.

A qualidade do produto em uma membrana semi-permeável é

medida pela quantidade de soluto ou sal no produto. Isto depende da seletividade da

membrana e de suas imperfeições. O fluxo de sal que passa através de uma

membrana é função do coeficiente de permeabilidade e da diferença entre a

concentração de sal na alimentação e no produto.

Page 28: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

28

A performance das membranas de osmose reversa é afetada pelas

condições operacionais e parâmetros de qualidade da água de alimentação.

Pressões hidráulicas mais altas correspondem a uma maior produtividade de água e

remoção de contaminantes. O desempenho de membranas de osmose reversa é

também influenciado pelos parâmetros de qualidade da água de alimentação tais

como concentração, composição e pH. “Fouling” de materiais inorgânicos

precipitados, macromoléculas orgânicas e microorganismos resultam em

deterioração da performance das membranas e possível falha da planta. A prática

de microfiltração para a carga e condicionamento químico, bem como unidade de

limpeza periódica minimiza os problemas de “fouling” (KUNZ, 2002).

Considerando-se o mecanismo de retenção de partículas de

soluto preferivelmente às moléculas de água, o processo é regido por um fenômeno

de superfície, em que a natureza química desta em contato com a solução a ser

purificada, assim como a existência de poros de dimensão apropriada na superfície

do filme constituem os dois requisitos indispensáveis ao sucesso deste processo de

separação. O processo de osmose reversa ao contrário da filtração convencional,

em que os contaminantes ficam retidos dentro ou na superfície do filtro, o soluto e os

sólidos são eliminados pelo fluxo transversal do rejeito. A porcentagem de água de

alimentação que é permeada recebe denominação de taxa de recuperação, que

dependerá do sistema utilizado.

É um processo já bastante utilizado para reciclagem e recuperação

de água; desmineralização e deionização; potabilização e dessalinização (águas

salobras); preparação de água de processo; preparação de água ultrapura;

tratamento de efluentes; fracionamento de soro de fabricação de queijo, além de

outras aplicações.

Quando dois fluidos de diferentes concentrações iônicas são

separados por uma membrana semipermeável que permite a água, mas não os íons

a passar, a água escoa da solução diluída para o interior da solução concentrada,

equalizando a concentração iônica. Quando o equilíbrio é alcançado, a diferença de

pressão entre as duas câmaras separadas pela membrana é chamada de pressão

osmótica. Caso uma pressão hidráulica, superior à pressão osmótica, seja aplicada

sobre a solução concentrada, então o fluxo é invertido e a água escoa da solução

concentrada para a diluída. Os solutos são assim separados dos seus solventes.

Page 29: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

29

As unidades de osmose reversa consistem de uma bomba de alta

pressão, um vaso de pressão e um sistema de elementos de membrana, em que a

corrente que passa é chamada de permeado e a corrente que é rejeitada é chamada

de concentrado. Existem unidades em que os módulos de elementos de membrana

são encontrados na forma espiral e apresentam uma elevada eficiência de

separação. Este modelo é constituído por uma matriz de fibra de vidro e resina

plástica, a qual é ligada a um tubo perfurado que está numa extremidade da

envoltória da membrana. Outros modelos são mais comuns, tais como, os tubulares

que são feixes paralelos de tubos de paredes rígidas, porosos ou perfurados e

aqueles em forma de plano em quadro que são constituídos de placas delgadas

recobertas em ambas as faces pela membrana.

Normalmente uma unidade de filtragem por osmose reversa, é

composta por um pré-filtro de partículas finas (para proteção de membrana) e pode

ainda ter um terceiro corpo com um cartucho de carvão ativado para retenção de

ozônio e cloro.

Um dos materiais mais utilizados como membrana nos processos

de osmose reversa é o acetato de celulose, que é um filme com uma camada fina e

densa, a qual é empacotada compactamente e organizada em cadeias. As

moléculas de água formam pontes de hidrogênio com os grupos acetila no polímero

e, portanto os vazios entre as cadeias são preenchidos com moléculas de água,

evitando-se desta forma a passagem de íons presentes na solução. As membranas

de acetato de celulose pertencem ao grupo de membranas assimétricas, geralmente

possuem baixo custo de produção e têm alta resistência ao ataque por cloro livre na

água de alimentação.

Outro material de membrana muito utilizado é a poliamida que

dependendo do procedimento de fabricação, resulta em fluxo específico de água

mais alto e passagem de sal mais baixa, além de ser mais estável em operações

com um range de temperatura e pH mais elevados, porém apresenta maior

vulnerabilidade para oxidação devido a presença de cloro livre.

Page 30: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

30

Figura 3 – Desenho Esquemático de uma Unidade de Osmose Reversa

5. METODOLOGIA

A estratégia de redução ou eliminação de resíduos ou poluentes

consiste no desenvolvimento de ações que promovam a redução de desperdícios, a

conservação de recursos naturais, a redução ou eliminação de substâncias tóxicas

(presentes em efluentes ou produtos auxiliares), a redução da quantidade de

resíduos gerados por processos e produtos, e conseqüentemente, a redução de

poluentes lançados para o ar, solo e águas.

Novas Plantas Industriais têm sido projetadas considerando-se o

conceito de zero descarga de efluentes e resíduos, visando o cumprimento das

novas legislações e a satisfação das diversas comunidades, porém em Plantas mais

antigas com a utilização da tecnologia existente, é factível adotar-se o reuso da

corrente de efluentes para que seja viável a minimização do consumo de água e dos

custos de disposição e tratamento. Alguns fatores são bastante relevantes para

fortalecer a reutilização de efluentes, tais como, custos de tratamento de água,

custos de tratamento de efluentes para que sejam atingidos os limites da licença dos

órgãos ambientais, disponibilidade de água, legislações ambientais cada vez mais

rigorosas e relações com a comunidade.

Diversos termos, tais como: Produção Mais Limpa (Cleaner

Production), Prevenção à Poluição (Pollution Prevention), Tecnologias Limpas

(Clean Technologies), Redução na Fonte (Source Reduction) e Minimização de

Page 31: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

31

Resíduos (Waste Minimization) têm sido utilizados, ao redor do mundo, para definir

este conceito. Algumas vezes, estes termos são considerados sinônimos, e, às

vezes, complementares, requerendo uma análise aprofundada das ações e das

propostas inseridas dentro de cada contexto.

Conceitos importantes para a aplicação desta metodologia

• Resíduo: material inútil, indesejável ou descartado, na forma sólida, líquida ou

gasosa, de origem domiciliar, industrial, agrícola, comercial, de serviços ou de

serviços de saúde (farmácias, clínicas, hospitais, etc.);

• Minimização: técnica, processo ou atividade que serve para evitar, eliminar, ou

reduzir o resíduo na fonte, ou permitir o reuso ou a reciclagem;

• Reciclagem: é a obtenção de materiais a partir de resíduos introduzindo-os

novamente no ciclo e reutilização. (Glossário de Saneamento e Ecologia, 1981).

É qualquer técnica ou tecnologia que permite o reaproveitamento de um

resíduo, após ter sido submetido a um tratamento físico ou químico;

• Reutilização / Reuso: implica dar nova função ao material ou utilizá-lo novamente

para armazenar o mesmo produto. É qualquer prática ou técnica que permite a

reutilização de um resíduo, sem que este seja submetido a um tratamento prévio;

• Tratamento: os métodos de tratamento dividem-se em operações e processos

unitários, e a integração destes compõe os sistemas de tratamento. Operações

físicas unitárias: métodos de tratamento no qual predomina aplicação de forças

físicas; processos químicos unitários: métodos de tratamento nos quais a

remoção ou conversão de contaminantes ocorre pela adição de produtos

químicos ou devido a reações químicas; processos biológicos unitários: métodos

de tratamento nos quais a remoção de contaminantes ocorre por meio da

atividade biológica;

• Tecnologia Limpa: refere-se a uma medida de redução na fonte aplicada para

eliminar ou reduzir significativamente a geração de resíduos.

Na impossibilidade de implementar ações de Prevenção da

Poluição outras medidas de minimização de resíduos, tais como reciclagem e reuso

fora do processo, devem ser consideradas, pois promovem a conservação de

recursos naturais e reduzem os impactos ambientais causados pelo

armazenamento, tratamento e disposição final de resíduos.

Page 32: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

32

Finalmente, medidas adequadas de controle ambiental devem ser

consideradas para o tratamento e disposição final ambientalmente segura dos

resíduos e/ou poluentes remanescentes.

5.1 METODOLOGIA DE RECICLO DO EFLUENTE

A metodologia apresentada neste tópico é baseada no estudo e

coleta de dados teóricos e práticos, no qual o efluente líquido da Planta de Óxido de

Propeno da Dow Brasil de Aratu é avaliado com o objetivo de reduzir-se a

quantidade de compostos orgânicos e inorgânicos presentes no mesmo para a

reutilização desta corrente no processo.

O problema está baseado no balanço de massa (transferência

mássica) que produziria o mínimo de efluente, assumindo-se a possibilidade de

reciclo da água tratada através das tecnologias mencionadas anteriormente. Após a

redução dos contaminantes destacados na Tabela 6 pode-se alcançar os resultados

esperados e atingir o objetivo final.

COMPOSTOS ORGÂNICOS COMPOSTOS INORGÂNICOS

Tabela 6 – Compostos Orgânicos/Inorgânicos do Efluente Líquido - Planta de PO

PO – Óxido de Propeno

PA – Aldeído Propiônico

Acetona

PDC – Dicloro Propano

EPI – Epicloridrina

DCIPE – Dicloroisopropeno

MCA - Monocloroacetona

PCH21 - Propilenocloridrina

DCH23 - Dicloroetileno

Acetol

Glicidol

MPG – Monopropileno Glicol

Glicerina

Ca(OH)2

CaCO3

NaCl

CaCl2

Page 33: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

33

A partir das diversas avaliações e conhecimento teórico adquirido

através do estudo das técnicas de separação e purificação de efluentes, pode-se

estabelecer o processo descrito a seguir para que se torne viável a reutilização da

corrente tratada de efluentes líquidos da Planta de Óxido de Propeno e a total

minimização do consumo de água de processo nos reatores onde ocorre a reação

entre cloro e propeno.

A corrente de efluente líquido deverá ser bombeada para um

sistema de filtração, no qual ocorrerá a remoção de aproximadamente 80 % dos

componentes insolúveis, tais como, o carbonato de cálcio (CaCO3). Os filtros

automáticos do tipo cesta autolimpantes por retrolavagem são os mais adequados

para que se adquira uma boa performance de separação destes sólidos insolúveis

em água. As principais características deste tipo de filtro são a sua construção

soldada que permite alterações das orientações dos bocais para atender ao lay-out

da instalação; a entrada pela parte inferior permite que partículas maiores se

decantem no fundo do filtro, devido à diminuição da velocidade da água na entrada

do filtro; a limpeza é feita automaticamente sem interrupção do fluxo, utilizando a

própria pressão do sistema (2,0 kgf/cm2-min), e sem necessidade de injeção de

água limpa; são projetados e fabricados de acordo com a norma ASME VIII, div.1. O

fluxo de produto através do elemento filtrante é de dentro para fora e, desta forma,

as partículas ficam retidas nos recessos do lado interno do elemento filtrante. O

acúmulo de partículas restringe a passagem da água, aumentando a perda de carga

através do elemento filtrante. Quando esta perda de carga atinge um valor pré-

determinado é acionado o sistema de retrolavagem através de bocais de sucção

presentes na parte interna do elemento filtrante. Estes bocais giram internamente

ao elemento filtrante acionados por um moto-redutor. Simultaneamente a válvula de

retro-lavagem se abre para a atmosfera, criando uma reversão do fluxo na região

onde se encontra o bocal de sucção, retirando assim as partículas retidas.

Após esta etapa, deve-se enviar a corrente de efluentes para um

sistema de microfiltração com membranas, as quais deverão ser especiais e

resistentes à ação de compostos orgânicos presentes neste efluente. Estas

membranas serão responsáveis pela remoção quase que total dos sólidos insolúveis

remanescentes. A microfiltração é caracterizada por um tamanho de poro da

membrana entre 0,05 e 2 μm e opera a pressões menores do que 2 bar. É usada

Page 34: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

34

para separar partículas sólidas com tamanho reduzido. Os materiais insolúveis

residuais destes dois processos de filtração poderão ser comercializados e vendidos

para companhias das áreas de agricultura para o tratamento do solo ou para

companhias voltadas para a construção civil, na utilização de complementos de

argamassa, cimento, mármore, etc.

A corrente de efluente isenta de partículas sólidas insolúveis

deverá ser bombeada para uma coluna de “stripping” com recheios do tipo “pall

rings” em aço inox 304 com o objetivo de remoção de aproximadamente 99 % dos

contaminantes orgânicos, os quais deverão ser condensados no topo desta coluna e

bombeados para o oxidador térmico (THROX) presente na Planta de PO e descrito

no próximo parágrafo. A separação dos orgânicos através da “stripping” será

promovida pela injeção de gás nitrogênio no fundo da coluna, o qual agirá como

força motriz para a atomização da corrente de efluentes, pois após o borbulhamento

no interior do equipamento ocorrerá o arraste dos compostos orgânicos, que são os

mais leves com exceção dos glicóis, para o topo e posterior condensação destes.

Quando na fase líquida, os orgânicos serão acumulados em um pote e bombeados

para o oxidador térmico da Planta. Os glicóis deverão ser separados através de um

processo com carvão ativado, cujo sistema deverá ser instalado à jusante da

“stripper”. O carvão ativado é um complexo de carbono puro de grande porosidade,

que contém micro-poros e adsorvem moléculas, contudo sem modificar a

composição química do produto tratado. O carvão ativado é fundamental para

aprisionar impurezas que tenham carbono como base, que é o caso dos glicóis.

Muitas outras substâncias químicas não são atraídas pelo carbono (sódio, cálcio,

etc.) passando direto por ele. Isso significa que um filtro de carbono ativado vai

remover certas impurezas, mas vai ignorar outras, tais como os sais dissolvidos na

água da corrente a ser tratada. Isso também significa que, uma vez que todos os

locais de ligação estejam preenchidos, um filtro de carvão ativado pára de funcionar

e, portanto, nesse ponto deve-se substituir ou regenerar o filtro. A partir do momento

em que os glicóis sejam separados pelo sistema de carvão ativado, pode-se

recuperar também este produto enviando-o de volta para a Planta de Propileno

Glicol a uma taxa de aproximadamente 30 t/h, melhorando o rendimento e

recuperando os custos desta unidade, pois esta corrente de glicóis poderá ser

bombeada para a coluna do terceiro efeito de evaporação e ser posteriormente

convertido em produto acabado.

Page 35: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

35

O THROX tem como objetivo a incineração e produção de ácido

clorídrico e vapor a partir de resíduos, tais como, subprodutos líquidos e vents de

processo provenientes das unidades industriais do complexo de Aratu. O processo

de oxidação térmica usa temperaturas acima de 1000 ⁰C para converter

organoclorados em ácido clorídrico (HCl), o qual é absorvido em água numa etapa

posterior, gerando uma solução aquosa a 18%. Vapor saturado a 220 psig é

produzido a partir do resfriamento dos gases de combustão numa caldeira flamo

tubular. O gás natural é o combustível suporte de queima do THROX, o qual é

utilizado para estabilizar a chama e prover uma temperatura mínima necessária para

a combustão completa dos subprodutos líquidos e “vents” de processo.

Os principais produtos incinerados no THROX são o PDC resíduo,

os “vents” da etapa de hipocloração constituídos principalmente por propano e os

“vents” dos tanques de diversos produtos presentes na Planta. A recuperação

destes compostos na unidade do THROX é fundamental para a criação de valor

através da conversão em novos produtos, tais como, o ácido clorídrico, além da

geração de energia na forma de vapor a ser utilizado como fluído de aquecimento

em diversas áreas da Planta de PO.

Encontra-se abaixo a Equação Geral da Combustão

n C H Cl + pO2 + 3,78 p N2 + m H2O --> 3,78p N2 + (m+n/2) H2O +

+ a CO2+ (b-n) HCl + (p-a-n/4) O2 + (n+c-b)/2 Cl2 + Q Kcal

As principais reações de combustão que temos no THROX serão:

C3H6Cl2 + 4 O2 --> 3 CO2 + 2 H2O + 2 HCl (H=6408,4BTU/h)

PDC

C3H5ClO + 7/2 O2 --> 3 CO2 + 2 H2O + HCl (H=7456,84BTU/h)

EPI

C6H12Cl2O + 8 O2 --> 6 CO2 + 5 H2O + 2 HCl (H=8655,0 BTU/h)

DCIPE

A corrente de saída do processo de carvão ativado deverá ser

enviada para um sistema de osmose reversa para a remoção dos sólidos solúveis

em água, tais como, cloretos de cálcio e cloreto de sódio. As unidades a serem

aplicadas neste caso são aquelas em que os módulos de elementos de membrana

são encontrados na forma espiral e apresentam uma elevada eficiência de

separação, além de serem constituídos por uma matriz de fibra de vidro e resina

Page 36: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

36

plástica, a qual é ligada a um tubo perfurado que está numa extremidade da

envoltória da membrana. O material de membrana a ser utilizado neste caso é a

poliamida que dependendo do procedimento de fabricação, resulta em fluxo

específico de água mais alto e passagem de sal mais baixa, além de ser mais

estável em operações com um range de temperatura e pH mais elevados. A unidade

de osmose reversa deverá possuir uma bomba de alta pressão, um vaso de pressão

e um sistema de elementos de membrana, em que a corrente que passa é chamada

de permeado e a corrente que é rejeitada é chamada de concentrado. Logo, a

corrente de permeado com praticamente 100 % de composição de água deverá ser

bombeada de volta para os reatores de cloro e propeno e a corrente de concentrado

poderá ser utilizada como matéria-prima de outros processos industriais e, portanto,

neste momento conseguimos atingir o objetivo final do conceito de resíduo líquido

“zero” na Planta de Óxido de Propeno da Dow Brasil Aratu.

Podemos verificar na Figura 2 o fluxograma do processo de

purificação da corrente de efluentes líquidos para a sua completa reutilização.

Figura 4 - Fluxograma Processo de Purificação Corrente de Efluentes Líquidos

Page 37: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

37

6. CONCLUSÃO O principal ponto de partida para se conhecer os contaminantes da

corrente de efluentes líquidos da Planta de Óxido de Propeno da Dow Brasil Aratu é

saber como estimá-los de forma consistente através de métodos analíticos. A partir

da definição destes parâmetros pode-se estabelecer as melhores tecnologias de

purificação deste efluente e remoção dos contaminantes orgânicos e inorgânicos

presentes. Diversas empresas do setor petroquímico de muitos países

desenvolvidos têm feito uso intenso desta metodologia, para que possam tomar

decisões importantes no que se refere a investimentos em tecnologias de controle e

recuperação de efluentes líquidos visando uma maior sustentabilidade ambiental.

A seleção das tecnologias a serem adotadas para que se possa

obter a minimização do consumo de água, cada vez mais escassa no Planeta Terra,

requer conhecimento profundo do processo e uma análise técnico-econômica. O

escopo deste trabalho está baseado em estudos teóricos que deverão ser

aprofundados, avaliados e validados para que se estabeleça a minimização dos

impactos ao meio ambiente, atendendo às exigências legais dos órgãos ambientais,

que estão cada vez mais rígidas.

Page 38: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

38

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIRTON OENNING JUNIOR E URIVALD PAWLOWSKY. Avaliação de tecnologias avançadas para o reuso de água em indústria metal mecânica, Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2007, Vol.: 12 n.3. ALMEIDA, ALBERTO OLIVEIRA DE. Recuperação de compostos orgânicos voláteis (COVs) emitidos no processo de produção de tubos fotorreceptores orgânicos. SALVADOR – BAHIA, 2005. AMORIM, M. T. PESSOA DE. Processos de separação com membranas Na reciclagem e tratamento de efluentes da indústria. Natal, Set-2004. BARBIERE, J.C. Gestão Ambiental Empresarial. In: Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004.

COLLINS, A. G.; GRASSO, D.; FARVARDIN, M. R. Evaluating preozonationas an aid to coagulation-flocculation processes. Proceedings of Ninth Ozone World Congress, june 3-89, New York, USA. C. S. SLATER, R. C. AHLERT AND C. G. UCHRIN. Applications of Reverse Osmosis to Complex Industrial Wastewater Treatment, Amsterdam, 1983.

DE MELO FILHO, LUIZ CARLOS. Avaliação da ozonização como pré ou pós tratamento à filtração direta descendente na remoção de cianobactérias e saxitoxinas. Tese Curso de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, Set- 2006. DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento da água, Vol. 1, Rio De Janeiro, ABES, 496 p. 1993. ENGLANDE, A. J., SMITH, J. K. AND ENGLISH, J. N. Potable Water Quality of Advanced Wastewater Treatment Plant Effluents, South Africa, 1977.

FERNANDES, M.C.Z. Métodos químicos utilizados no combate à poluição marinha por petróleo. Rio de Janeiro : PETROBRAS. CENPES. DIPLOT. SETRAF, 1995. 64 f. Comunicação técnica SETRAF 002/95.

Page 39: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

39

FREIRE, RENATO SANCHES, PELEGRINI, RONALDO, KUBOTA, LAURO T. ET AL.. New trends for treatment of industrial effluents containing organochloride species. Química Nova, jul./ago. 2000, vol.23, no.4, p.504-511. ISSN 0100-4042.

GLENN A. ZINCUS AND WILLIAM W. DOERR, Identify Appropriate Water Reclamation Technologies, Chemical Engineering Progress, May, 1998. GONÇALVES, NÁDLA M. FREIRE. Programa de Minimização de Efluentes Líquidos na Indústria – Estudo de Caso Polibrasil. Monografia Teclim, Salvador, 1999. HANSEN, B.R., DAVIES, S.R.H. Review of potential technologies for the removal of dissolved components from produced water. Transactions of the Institution of Chemical Engineers, London, v. 72, p. 176-188. 1994.

JULIANA BORTOLI R. MEES. Tecnologia em Gerenciamento Ambiental. MEDIANEIRA – PARANÁ, 2004.

KIPERSTOK, A., COELHO, A., TORRES, E.A., MEIRA, C.C., BRADLEY, S.P., ROSEN, M. Prevenção da poluição, CNI, SENAI, Brasília, 2002.

KUNZ, AIRTON, PERALTA-ZAMORA, PATRÍCIO, MORAES, SANDRA GOMES DE ET AL. New tendencies on textile effluent treatment. Química Nova, Jan./Feb. 2002, vol.25, no.1, p.78-82. ISSN 0100-4042.

LIMA, ERLON; KOLLNBERGER, GERHARD. Recuperação de efluentes para reuso como água - Cases e resultados. Meio Ambiente Industrial, São Paulo, n. 47, p.68-73, mar. 2004.

MANN, JAMES G.; LIU, Y. A.. Introduction to Industrial Water Reuse and Wastewater Minimization. In: MANN, JAMES G.; LIU, Y. A.. Industrial Water Reuse and Wastewater Minimization. United States of America:

McGraw-Hill, 1999. Cap. 1, p. 13-28.

Page 40: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

40

MEYERS, PETER; HENLEY, MIKE; SRIKANTH, BAKTHISARAN AND HELSEN, DAVID. Ultrapure Water, July-August, 1998-1999.

MUSTAFA, GEORGE DE SOUZA. Reutilização de Efluentes Líquidos em Indústria Petroquímica. 1998. 115 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Engenharia Química, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1998.

PAWLOWSKI, URIVALD. Reaproveitamento de resíduos industriais: Controle de poluição, meio ambiente e ecologia. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 12, 1983, Balneário Camboriu. Anais... Curitiba, 1983. p. 25-27.

PEREIRA, JACIANE ANDRADE. Estado da Arte das Metodologias para Uso Racional de Água e Minimização de Efluentes Líquidos na Indústria.

2007. 71 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em

Engenharia de Processamento Petroquímico, Departamento de Engenharia

Química, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007.

R. W. HARTUNG AND D. MARTURANA. Water Treatment: Invest in a Quality Program, Chemical Engineering Magazine, January, 1992.

SOARES, TALES M., SILVA, IRAN J. O. DA, DUARTE, SERGIO N. ET AL.

Disposal of wastewater from desalination process by reverse osmosis. Rev. bras.eng. agríc. ambient., July/Sept. 2006, vol.10, no.3, p.730-737. ISSN

1415- 4366.

TCHOBANOGLOUS, GEORGE; BURTON, FRANKLIN L.; STENSEL, H.

DAVID. Constituents in Wastewater. In: TCHOBANOGLOUS, GEORGE;

BURTON, FRANKLIN L.; STENSEL, H. DAVID. Wastewater Engineering: Treatment and Reuse. 4ª New York: Metcalf & Eddy, 2003. Cap. 2, p. 42-76.

(McGraw-Hill).

Ullmann’s Encyclopedia of Industrial Chemistry “Ion Exchangers” 2001, sixth edition.

Page 41: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

41

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Guia da Produção mais limpa, SEBRAE. Material disponibilizado como referências no curso de Tecnologias limpas. Filmtec Membranes, Technical Manual, Dow Europe Separation Systems. Manuais e Relatórios da Dow Brasil Aratu, Planta de Óxido de Propeno e Propileno Glicol.

Mitsubishi Chemical Corporation, DIAION – Manual of Ion Exchange Resins

and Synthetic Adsorbent, Vol. I & II, Tokyo, Junho, 1995.

Química Nova vol.29 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2006.

Revista Meio Ambiente Industrial, ano V, ed. 30, no 29, Março/Abril de 2001.

Seminário Sobre a Tecnologia de Osmose Reversa, Petrobrás (ABTCP), Hydranautics, Agosto, 1997.

Page 42: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

42

ANEXOS

Page 43: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

43

Figura 5 – Foto da Planta de Óxido de Propeno

Page 44: minimização do efluente líquido da planta de produção de óxido de

44

Figura 6 – Fluxograma Processo de Produção de Óxido de Propeno