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123 MIGRAÇÃO INTRA-REGIONAL E IDENTIDADE: UMA ANÁLISE SOBRE JOVENS UNIVERSITÁRIOS Intra-Regional Migration And Identity: One Analysis Of University Young Pe- ople Andreza Gonçalves de Sousa¹ Jennifer Rafaela Silva Siqueira² Viviane Bernadeth Gandra Brandão³ ¹Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI E-mail: [email protected] ²Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Saúde Ibituruna-FASI E-mail:[email protected] ³Doutoranda em Educação pela Puc Minas, Assistente Social e professora da Universida- de Estadual de Montes Claros-Unimontes e FASI. E-mail: [email protected] RESUMO A migração se caracteriza em sua totalidade pela mudança de uma região para outra do mesmo estado ou estado diferentes propiciando rupturas e ocasionando enfrentamento de riscos e um ambiente desconhecido. Atualmente o número de jovens que migram de sua cidade para Mon- tes Claros tem crescido devido à oferta de várias instituições de ensino médio e superior. Esse processo também se caracteriza por mudanças que impulsionam a construção da identidade, uma vez que esta também é constituída socialmente. Desse modo, o presente trabalho consiste em analisar a relação existente entre o processo de migração intra-regional e identidade no contexto estudantil através da percepção de jovens universitários. A pesquisa foi desenvolvida a partir de abordagem qualitativa, com análise crítica e olhar reflexivo das respostas dadas nas entrevistas, interpretando as subjetividades presentes e o significado das falas, como universo tivemos acadêmicos de oitos cursos da Faculdade de Saúde Ibituruna em Montes Claros-MG que vivenciam o processo de migração intra-regional. A partir da realização desta pesquisa constatou-se que os jovens migrantes universitários enfrentam questões que perpassam o âmbi- to cultural, social e identitário devido a um amadurecimento e crescimento proporcionado pelos desafios do processo. Palavras-Chave: Migração. Cultura. Juventude.

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MIGRAÇÃO INTRA-REGIONAL E IDENTIDADE: UMAANÁLISE SOBRE JOVENS UNIVERSITÁRIOS

Intra-Regional Migration And Identity: One Analysis Of University Young Pe-ople

Andreza Gonçalves de Sousa¹Jennifer Rafaela Silva Siqueira²

Viviane Bernadeth Gandra Brandão³

¹Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Saúde Ibituruna-FASIE-mail: [email protected]

²Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Saúde Ibituruna-FASIE-mail:[email protected]

³Doutoranda em Educação pela Puc Minas, Assistente Social e professora da Universida-de Estadual de Montes Claros-Unimontes e FASI.

E-mail: [email protected]

RESUMOA migração se caracteriza em sua totalidade pela mudança de uma região para outra do mesmo estado ou estado diferentes propiciando rupturas e ocasionando enfrentamento de riscos e um ambiente desconhecido. Atualmente o número de jovens que migram de sua cidade para Mon-tes Claros tem crescido devido à oferta de várias instituições de ensino médio e superior. Esse processo também se caracteriza por mudanças que impulsionam a construção da identidade, uma vez que esta também é constituída socialmente. Desse modo, o presente trabalho consiste em analisar a relação existente entre o processo de migração intra-regional e identidade no contexto estudantil através da percepção de jovens universitários. A pesquisa foi desenvolvida a partir de abordagem qualitativa, com análise crítica e olhar refl exivo das respostas dadas nas entrevistas, interpretando as subjetividades presentes e o signifi cado das falas, como universo tivemos acadêmicos de oitos cursos da Faculdade de Saúde Ibituruna em Montes Claros-MG que vivenciam o processo de migração intra-regional. A partir da realização desta pesquisa constatou-se que os jovens migrantes universitários enfrentam questões que perpassam o âmbi-to cultural, social e identitário devido a um amadurecimento e crescimento proporcionado pelos desafi os do processo.

Palavras-Chave: Migração. Cultura. Juventude.

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INTRODUÇÃO

O processo de migração é constante na história da humanidade se caracterizando tanto pela mudança de uma região para outra do mesmo estado e estado diferente ou do país de origem para outro. A defi nição de Migração no Dicionário, Ferreira (2016) diz do ato ou efeito de migrar-se, passar de um país ou de uma região para outro.Isso é um fato incontestável em diversas regiões do mundo ao longo da história humana. “A migração, além de uma estratégia adotada por muitos e diante de inúmeros riscos, pode ser um transformador social do indivíduo, assim como, um catalisador de como a estrutura social é também alterada a partir da migração.” (CUNHA T, 2014,p.14 ). O ato de migrar-se para outras regiões pode ou não ser decorrente de um fator forçado ou devido a situações que envolva as relações sociais, econômicas e históricas de um indivíduo. De acordo com Cunha (2014):

a migração se refere a mudança de pessoas de uma região para outra, podendo ser internas ou externas. As migrações internas acontecem dentro dos limites do país, ocorre de uma região para outra, de um estado para outro ou até de uma cidade para outra. As migrações externas ou internacionais são aquelas que ocorrem de um país para outro, cruzando uma ou mais fronteiras. (p.42).

O conceito migração é entendido também como um processo social de deslocamento de uma determinada população partilhando de um contexto histórico especifi co, caracterizando-se como fl uxo migratório (DE CARVALHO, R.; RIGOTTI, J,2015). Existem três termos que estão relacionados entre si, mas possuem diferenciações em seus signifi cados, que são: migração, imigração e emigração. Segundo o dicionário português, Ferreira (2016) o termo emigração pode ser entendida como conjunto de pessoas que deixa o seu país ou a sua região para se estabelecerem noutro. Já o conceito imigração signifi ca o conjunto de pessoas que se estabelece noutro país ou noutra região diferente da sua.

As migrações provocam mudanças de pessoas de uma região para outra, os migrantes enfrentam riscos e o desconhecido, esse processo envolve rupturas espaciais e temporais, que abalam os estruturantes laços com sua terra natal e sua cultura (DE CARVALHO, R.; RIGOTTI, J,2015). As migrações internas, entre áreas ou regiões do Brasil, vêm ocorrendo desde a época colonial, embora se tenha intensifi cado a partir do início do século XX, notadamente após a Primeira Guerra Mundial. (VESENTINE,2013). “As mais numerosas migrações inter-regionais de nossa história foram as de populações nordestinas e mineiras para as grandes cidades do Centro-Sul”. (VESENTINE,2013, p.278) Essas migrações confi guradas desde os séculos passados se perdura até os dias atuais devido as necessidades ou não dos sujeitos que decidem migrar-se de sua região de origem para outra maior ou mais desenvolvida.

Os fatores de processo migratório da área urbana para urbana, ou seja, de uma cidade para outra segundo Vesentine (2013, p.280) “trata-se, na prática, de migrações inter-regionais ou, então de uma continuação do êxodo rural, dado que a pessoa do campo, muitas vezes, vai primeiro para uma cidade pequena e só depois migra para uma metrópole”. Esse processo migratório tem o principal curso das cidades menores ou menos desenvolvidas para as metrópoles ou regiões mais desenvolvidas que as de origem, porém pode também não se

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confi gurar somente desta forma. (VESENTINE, 2013).As trajetórias escolares são objeto de estudos sociológicos desde os anos 60 do século XX. Eram, naquele momento, entendidas a partir das relações entre os percursos dos indiví duos no sistema ofi cial de ensino e a origem social. (SANTOS, 2016,p.358)

A compreensão da trajetória escolar como parte de um projeto de escolarização, no qual os deslocamentos intra e intermunicipais, estaduais, nacionais e internacionais, são estratégias para a sua concretização, nos permite falar em trajetória Escolar Migrante. (SANTOS, 2016,p.359)

A migração estudantil abordada neste projeto especifi camente, diz de um processo que se confi gura a partir da mudança de um indivíduo de sua cidade ou região de origem para inserir no ensino superior. Para Esteban,D; Lira, J.Circos(2015), a entrada na universidade implica uma série de transformações nas redes de amizade e de apoio social dos jovens estudantes.

As rotas de escolarização referem-se à movimentação espacial (fí sica e simbólica), em ní vel de modalidade de ensino; turno de estudo; organização curricular; dependê ncia administrativa da instituição; inter e intramunicí pio, Território de Identidade, Estado, região, paí s. As rotas auxiliam a percepção da Trajetória Escolar Nômade e os seus deslocamentos. (SANTOS, 2016,p.364-365)

Vale ressaltar que a migração estudantil ocorre em busca de melhorias na formação educacional desses jovens. O direito à educação está previsto no capitulo III do titulo VII da constituição da república do Brasil de 1988. O referido capítulo trata da educação, da cultura e do desporto. A educação é abordada nos artigos 205 a 214. O art.205 da constituição federal dispõe que “a educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida incentivada com a colaboração da sociedade,visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho”. (BRASIL,1988,art.205)

A educação é de suma importância, pois possibilita o sujeito a buscar sua autonomia e emancipação, logo “incentivar a relação escola/ comunidade no intuito de proporcionar maior interação da população com a educação, fazendo com que o espaço escolar passe a ser fator de integração comunitária” (BRASIL, 1988, P.61)

A educação escolar ou não escolar permite aos indivíduos obterem consciência crítica, liberdade e ampliação de seus horizontes, uma vez que estes se reconhecem detentores de direitos, que merecem respeito e dignidade e assim, organizam-se e passam a lutar pelos próprios interesses. Segundo Freire (1987) essa educação deve ser despida da roupagem alienada e alienante, mas que fortaleça as mudanças e a liberdade. Uma educação problematizadora e emancipadora que se faça num esforço permanente na qual, as pessoas vão se percebendo criticamente e sejam capazes de pensar, questionar, refl etir e atuar na sua realidade.

Nesse caso, os jovens que migram das suas cidades de origem para outras com objetivo de estudar, têm seus sonhos e crenças de uma ascensão social. No entanto, é um processo delicado, porque ele rompe com os seus costumes, suas tradições e acabam por acrescentar aspectos culturais do novo local para sua vivencia. Assim, uma pesquisa tendo como foco os

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jovens universitários, é interessante trazer uma refl exão sobre o conceito de juventude que não é fácil, pois no cenário contemporâneo o termo se apresenta com grande polissemia.

Desse modo, é necessário tratar a existência da juventude no plural, como Abramo (2016) enfatiza que se faz necessário falar “de juventudes, no plural, e não de juventudes, no singular, para não esquecer as diferenças e desigualdades que atravessam esta condição” (p.43-44). Observar que difi culdades parecidas implicam-se em consequências divergentes na vida dos jovens, pois este segmento social é por si só heterogêneo e dinâmico.

Com base legal, no Brasil, o Estatuto da Juventude(2013), determina que jovem é a pessoa com idade entre 15 a 29 anos. Este período da vida quando analisado nas particularidades de cada indivíduo, revela que a defi nição de juventude, considerando somente a faixa etária, pode ser insufi ciente para conceituar este seguimento. Pois este, pode se expressar de várias maneiras conforme o contexto histórico de cada sujeito.

Torna-se improvável a caracterização deste determinado grupo a partir do estereótipo ou defi nição acrítica que ainda hoje são acometidos através do senso comum uma vez que temos que levar em considerações aspectos como a subjetividade, e identidade desses jovens.

De acordo com Rabello, E. T.; Passos, J. S (2017).

A subjetividade é entendida nas mais diversas formas: como intrapsicológica, como referente ao mundo privado, por confi gurações subjetivas, intersubjetividade, como resultante de cruzamento de fl uxos linguísticos e agenciamentos sociais – portanto, está submissa ou sobreposta às condições sociais, históricas, linguísticas e psicológicas. (p.32)

O tema subjetividade nos leva a colocar o individuo e a sociedade numa relação indivisível, em que ambos aparecem como momento da subjetividade social e da subjetividade individual. (REY, 2014,p.11).Erick Erikson foi o primeiro a trazer literatura a respeito do conceito de identidade para a psicologia, segundo ele existe fases durante a vida, a fase denominada por ele como “identidade x confusão de identidade” ocorre durante a adolescência.

Uma identidade é construída a partir de um sistema relacional que, muitas vezes, depende de algo que está fora dela. Como expressão da existência, ela se diferencia daquilo que não é e passa a ser uma expressividade de seu sentido. As experiências, as subjetividades e os confl itos são os elementos discursivos que constroem seu signifi cado. (NASCIMENTO,2013,p.21)

Assim para Rabello, E. T.; Passos, J. S (2017) o adolescente tem preocupações ao procurar um local na sociedade que o leva à confusão de identidade iniciada pelos seus questionamentos sobre si e o mundo que o cerca, tudo isso junto das transformações sofridas em seu corpo. Conforme Rabello, E. T.; Passos, J. S (2017) é de extrema importância analisarmos o contexto que o indivíduo se encontra, pois, a identidade sofre infl uência do social.

Neste contexto, esta pesquisa perpassou pela seguinte problemática de tentar identifi car quais são as infl uências da migração intra-regional do jovem universitário para a cidade de Montes Claros-MG, no que tange o seu processo de construção de identidade

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MATERIAIS E METODOS

A escolha pelo tema deste estudo surgiu mediante motivação pessoal e curiosidade sobre o assunto relacionado ao processo de migração intra-regional estudantil, visto que duas das autoras vivenciam esta experiência. Haja vista, que atualmente o fato de muitas pessoas se deslocarem de seu local de origem para os grandes centros urbanos em busca de melhores condições de vida através do estudo é um tema bastante pertinente e instigante.

Conforme dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística – IBGE de 2016, a cidade de Montes Claros, localizada no norte de Minas Gerais é a 6º maior em população do Estado. Com isso, aumenta o processo de migração rural-urbana na cidade, proporcionando muitos jovens o acesso ao ensino superior, visto que em Montes Claros conta hoje com a presença da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, do Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, e treze faculdades particulares, tornando-se pólo estudantil.

O objetivo da presente pesquisa constituiu em analisar a relação entre o processo de migração intra-regional e identidade no contexto estudantil através da percepção dos jovens universitários, com acadêmicos do período matutino das Faculdades de Saúde Ibituruna – FASI, acrescentando dados e informações aos professores e pesquisadores interessados nessa temática.

Na primeira etapa deste estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfi ca. Segundo Fonseca (2002) a pesquisa bibliográfi ca surge do levantamento de referencial teórico já analisado e encontrado, em meios eletrônicos e escrito, como páginas de web, sites, artigos científi cos, livros. Sendo que, todo trabalho científi co é iniciado com uma pesquisa bibliográfi ca, permitindo ao pesquisador conhecer o que já foi estudado sobre o tema.

Posteriormente, foi realizada a pesquisa de campo com abordagem qualitativanas Faculdades de Saúde Ibiuruna (FASI), localizada na cidade de Montes Claros- MG.Nas Ciências Humanas, nas da Saúde e, em especial, na da Educação, a modalidade da pesquisa qualitativa tem prevalecido, isso porque sempre se buscam contextualizar ofenômeno investigado, a problemática levantada ou, ainda, a ocorrência de acontecimentos. (BICUDO,2014, p.7). A partir da relevância observada, esta pesquisa utilizou-se do método qualitativo para a coleta e levantamento de dados. Vale ressaltar que, considera a subjetividade dos entrevistados podendo se apresentar no momento das entrevistas.

Para realização da pesquisa, as pesquisadoras fi zeram uso da entrevista semi estruturada. De acordo com Severino(2013), são aquelas em que as questões são direcionadas e previamente estabelecidas, com determinadas articulação interna. Aproxima-se mais do questionário, embora sem a impessoalidade deste. Com questões bem diretivas, obtém, do universo de sujeitos, resposta também mais facilmente categorizáveis, sendo assim muito útil para o desenvolvimento de levantamentos sociais.

O instrumento de coleta utilizado, perpassou-se por meio de entrevistas semiestruturadas com questões sobre condições socioeconômicas, idade, sexo, trabalho, religião e cidade de origem. Sendo assim foram entrevistados acadêmicos dos cursos de Biomedicina, Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia,Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia da

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FASI dos períodos noturno e matutino, que vivenciam o processo migratório. A coleta dos dados consistiu a partir da entrevista realizada com 16 (dezesseis)

acadêmicos sendo 02 (dois) de cada curso no período noturno e matutino sendo feito de forma aleatória a escolha. O referido estudo contou com um roteiro de entrevistas com 04 (quatro) perguntas sendo todas as 04 (quatro) questões abertas. As pesquisadoras deixaram livre a escolha de participar da pesquisa sendo que as mesmas se empenharam em ir nos cursos da faculdade citados para utilização da pesquisa em busca de voluntários a contribuir para o estudo. Os roteiros das entrevistas semiestruturadas foram elaborados pelas pesquisadoras e aplicados pessoalmente, em locais disponíveis na própria instituição em março de 2018.

Os entrevistados assinaram o termo de compromisso, consentindo em colaborar com esse estudo, sendo assegurado aos participantes da pesquisa o anonimato. Assim, foram utilizados as letras “AM” referindo-se aos acadêmicos entrevistados, sendo enumeradossucessivamente de acordo com a ordem das entrevistas como AM1, AM2, AM3, AM 4, AM 5, AM 6, AM7, AM8, AM9, AM10, AM11, AM12,AM13,AM14,AM15 E AM 16.

Por se tratar de uma pesquisa que envolve seres humanos, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética das Faculdades Integradas do Norte de Minas - FUNORTE e aprovado sob o parecer nº 2.465.743com data da relatoria 11 de Janeiro de 2018.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como foi abordado na introdução deste artigo o conceito migração implicaráem uma mobilidade do sujeito, de seu deslocamento domiciliar saindo da sua cidade ou local de origem menos desenvolvidos para um lugar mais desenvolvido caracterizando uma migração intra-regional, esse descolamento pode ser temporário ou defi nitivo. São diversas as motivações ou incentivos que propiciam essas migrações. De maneira Geral as principais motivações baseiam-se na tentativa de melhora de vida, emprego e estudos entre outros. (AVILA,2017).Assim como citado pelo autor acima o processo migratório intra-regional é comum desde a antiguidade até os dias atuais, é grande o número de jovens que se mudam de sua cidade de origem em busca de uma formação profi ssional a partir do egresso no ensino superior. Muitos são os motivos que impulsionam os jovens a migrar de sua cidade, a falta muitas vezes de oportunidades de trabalho e estudo reforça essa mudança, como observados em algumas falas dos acadêmicos entrevistados que confi rmam os motivos desse processo migratório:

“Eu vim pra estudar e trabalhar” (A1)“A necessidade de estudar, pois na cidade lá não tem, ter tem faculdade, mas não são todos os cursos”. (AM2)

“Minha cidade de coração de Jesus é uma cidade muito pequena, lá tem menos que trinta mil habitantes, e é uma cidade que quase não tem oportunidade, tanto de escolaridade quanto de emprego, então eu vim buscar aqui, e é bem perto também...ai vim morar aqui”. (AM3).

“primeiro foi para estudar, pq na verdade la tem a opção de estudar a noite e vir de ônibus né, mas também é complicado pq tem essa questão de segurança de ir e voltar

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todo os dias, procurar melhores oportunidade porque lá é uma cidade pequena e não tem condições, basicamente isso.”(AM6).“Primeiro que lá não tem trabalho, não tem possibilidade de continuar os estudos.. esses foram os principais”. (AM9).

“Os motivos que me fi zeram vir de Patis pra Montes Claros foi pra fazer faculdade, minha cidade é pequena não tem faculdade e o lugar mais perto que tinha e mais acessível pra mim era Montes Claros, então um dos motivos maiores é meu crescimento estudantil, era concluir a faculdade”.(AM11).

Mediante as falas dos acadêmicos migrantes é possível observar algumas motivações intrínsecas e extrínsecas que servem como impulso para a tentativa de deixar sua cidade, hábitos, amigos e família para buscar novas oportunidades de emprego e a tentativa de egresso no ensino superior, pois em alguns dos casos a cidade de origem não tem suporte para atender as expectativas desses.

A escolha pela cidade depende muitas das vezes da proximidade da sua de origem para a nova cidade. Em outros casos é pelo vestibular onde os acadêmicos se mudam para a cidade pela qual conseguiram a chance de egresso no curso desejado. As migrações provocam mudanças de pessoas de uma região para outra, os migrantes enfrentam riscos e o desconhecido, esse processo envolve rupturas espaciais e temporais, que abalam os estruturantes laços com sua terra natal e sua cultura (DE CARVALHO, R.; RIGOTTI, J,2015).Toda mudança envolve riscos, esses riscos se permeiam pelo novo e desconhecido que muitas vezes são inevitáveis devido às necessidades e escolhas necessárias a serem feitas. A migração está cercada desses riscos, os jovens que saem de sua cidade de origem se deparam com questões de ordens políticas, sociais, econômicas, culturais, etc. Estar em uma cidade maior que a sua cidade de origem requer um processo de adaptação devido ao ritmo da própria cidade, do espaço e da maneira como as coisas acontecem no dia a dia. As mudanças culturais envolvem mudanças e adaptações no que tange a alimentação, lazer, costumes e até mesmo as crenças.

Os jovens que migram das suas cidades de origem para outras com objetivo de estudar, têm seus sonhos e crenças de uma ascensão social. No entanto, é um processo delicado, porque ele rompe com os seus costumes, suas tradições e acabam por acrescentar aspectos culturais do novo local para sua vivencia. Segundo Skinner (1983), a cultura está diretamente vinculada com o comportamento do sujeito que ao chegar a um novo ambiente o modifi ca e é ao mesmo tempo modifi cado por ele, ao acrescentar novas formas de se comportar ao seu repertorio.

A partir das respostas foi notado que o jovem sente a necessidade da construção de sua identidade e busca pela independência fi nanceira e maturidade. Migrar-se vem carregado de mudanças que muitas vezes podem abalar estruturas físicas e emocionais, porém como confi rmado pelas falas de alguns entrevistados essa independência e maturidade por muitas vezes foram alcançadas devido a esse ‘‘distanciamento” espacial de sua cidade de origem e de suas famílias promovendo situações em que exige algumas ações/reações independentes e maduras. Para (ZANELLI E FERNANDES, 2006) a construção da identidade é muito importante para o indivíduo, e ela ocorre a medida em que o sujeito vai se distanciando e se igualando aos grupos sociais a que fez ou começa a fazer parte.

Assim, são diversas as mudanças sentidas por esses jovens que vivenciam o processo

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migratório, sejam mudanças, independência, maturidade, emocionais, físicas e psíquicas. O tamanho da cidade comparado a sua de origem foi um dos grandes contrastes como confi rmam pelos entrevistados nas falas a seguir:

“Onde eu morava a cidade é pequena ao contrário de Montes Claros que é uma cidade grande, com grandes desafi os e difi culdades também principalmente sem a presença dos meus pais. Diante esses desafi os eu pude crescer pessoalmente tendo uma cabeça mais aberta e profi ssionalmente eu também cresci”. (AM1)

“Me vejo como uma pessoa mais experiente diante das difi culdades enfrentadas, a distância da família me ajudou de certa forma porque eu era super apegada aos meus pais, não andava só na rua mesmo a cidade sendo pequena, e aqui não tem pra onde fugir. Montes Claros é uma cidade maior, com mais opções de cursos, empregos, bares, restaurantes, lazer também. Enfi m acho que oferece mais oportunidades as pessoas que vem de outra cidade pra cá pra encontrar algo melhor com mais chances de crescer”.( AM1)

“Com essa mudança de cidade eu fi quei mais organizada, passei ter que organizar mais meu tempo, mais focada também”. (AM3).

A falta da presença da família fez com que muitos dos entrevistados passassem a resolver por si questões antes dividida com familiares o que fez com que possibilitasse o desenvolvimento de autonomia e independência.

“As principais mudanças? Eu fi quei mais sozinha, mais madura, adquiri mais experiências, mais responsabilidade.Pois pelo fato de morar sozinha, e não ter família em montes claros”. (AM5)“Sozinha, mais triste. Porque não tenho família nenhuma em Montes Claros”. (AM5).

“Eu percebi com a vinda para cá, que eu tive mais independência, a pesar de problemas familiares fi cando longe da família, mas como crescimento pessoal acho que foi esse o ponto principal para eu crescer como pessoa também”.( AM7)

“Crescimento pessoal, hoje eu sou mais independente em relação a algumas coisas a pesar de que minha mãe ainda me sustenta, mas me sinto mais segura de mim mesma”. (AM7).

Alguns entrevistados relataram que com a mudança de cidade passaram a ter hábitos alimentares diferentes dos que possuíam em sua cidade de origem, a correria do dia-a-dia em alguns casos difi culta a boa alimentação fazendo com que ocorresse uma alteração de peso como mostra o relato abaixo:

“A mudança é que eu engordei, como besteira demais”. (AM8)“O emagrecimento, a gente morando sozinha as vezes não come direito, ai não tem horário para comer, come a hora que quer”. (AM9)

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Diante das entrevistas podemos perceber que vários dos entrevistados relataram pontos em comum como; a independência, a maturidade e o sentimento de solidão diante de um novo lugar que já não tinha as mesmas pessoas de costume o que requer adaptação. Para (Ittelson, 1974) essa adaptação ocorre a partir do momento em que o homem molda e é moldado pelo ambiente novo em que se encontra. Essa adaptação fi ca claro na seguinte frase:

“As principais diferenças que eu senti é que lá é uma cidade pequena, e eu estava acostumada com cidade pequena e chegando aqui é uma outra rotina totalmente diferente, meus horários são totalmente diferentes ate por causa da faculdade e eu atribuiu isso a faculdade”.(AM3)

A permanência do migrante na região em que o mesmo escolheu vai depender de fatores como; adaptação e oportunidades de trabalho. Algumas regiões, entretanto, são mais escolhidas devido a fatores que os migrantes consideram como atrativos, diante das entrevistas podemos perceber que a quantidade de instituições de ensinos presentes em Montes Claros, foram fatores atrativos para que os jovens migrassem de suas cidades de origem. Quando questionados sobre o possível retorno a cidade de origem, com exceção de um entrevistado que relatou já ter parentes envolvidos em trabalhos ao qual facilitaria sua entrada no ambiente profi ssional de sua cidade, todos disseram da difi culdade em encontrar emprego, chegando a fazer referência as ligações políticas para que isso ocorresse.

“..eu sei que na minha cidade não vai abrigar mais de um profi ssional devido a tantos que já tenha lá, mesmo que isso vai mais do profi ssional se destacar entre os outros, mas normalmente cidade pequena costuma funcionar mais com apadrinhamento político né, então por isso que eu não tenho vontade de voltar.” (AM3)

“Só volto pra minha cidade de origem se eu conseguir um emprego lá, se eu não conseguir eu não volto porque a cidade é pequena então pro meu crescimento profi ssional não seria legal “. (AM2)

“ Não por que eu quero estudar mais fazer uma pós-graduação”. (AM6)

“Não, porque lá não vai proporcionar aquilo que eu quero para mim enquanto profi ssional, e eu penso que por ser uma cidade pequena e aqui ser uma cidade muito maior eu penso em daqui para frente”. (AM8)

Para muitos dos entrevistados, morar em grandes centros urbanos como Montes Claros precisam enfrentar situações como aglomerado de pessoas, transito, criminalidade, distância entre outros. Esses pontos citados são característicos de cidades desenvolvidas, para migrantes de cidades menos desenvolvidas onde a característica muitas vezes é contraria, as cidades são mais pacatas, fi ca um pouco mais difícil adaptar-se transformando em um desafi o. Outro fator a ser considerado são as oportunidades limitas de trabalho que as cidades menos desenvolvidas possuem difi cultando o retorno de muitos jovens que saem para estudar e adquirir uma profi ssão, as vezes existe o desejo de retorno, porem essas questões muitas vezes impede esse retorno.

“Tenho pretensão de volta sim, porque lá é bem tranquilo sossegado coisa que aqui

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não tem”. (AM1)

“Pretendo voltar, porque tenho um apego muito grande á minha família. Gosto do clima de paz da cidade pequena, porém há pouca oportunidade de trabalho na minha cidade, então é um plano que talvez não seja alcançado” (AM11)

Segundo Oliveira e Jannuzzi (2004) os jovens de vinte e poucos anos estão mais sujeitos a mudança devido a relação de entrada no mercado de trabalho, e possui uma maior adaptação a novas situações que surgem devido uma maior facilidade em deixar o ambiente de origem.

“Não, vou viver de que? é mais questão trabalhistas porque meus pais estão lá, então com certeza se la tivesse estrutura com certeza eu estaria lá, acho que todo mundo vai embora nessa” (AM5)

“Eu queria arrumar um trabalho na minha área, e se eu tiver que voltar tudo bem, mas eu queria fi car aqui ou ir para outra cidade para arrumar, porque lá é uma cidade pequena com poucos habitantes e aqui é uma cidade maior com mais oportunidades” (AM7).

Entretanto retomar a sua cidade de origem é encontrar uma realidade na maioria das vezes com falta de emprego, infra-estrutura, défi cit em saúde e educação. O que contribui com que muitos dos jovens permaneçam nos grandes centros urbanos.

CONCLUSÃO

O presente estudo teve como principal objetivo abordar o tema migração intra-regional de jovens universitários na cidade de Montes Claros- MG diante do número crescente de jovens que saem de sua cidade de origem em busca de oportunidades de egresso no ensino superior. Outro fator relevante para realização da pesquisa foi a vivência das pesquisadoras no processo migratório que impulsionou a pesquisa diante interesse e motivação intrínseca.

É importante salientar sobre a relevância de estudos que abordam assuntos atuais vivenciadas pelos jovens envolvendo questões culturais e construção da própria identidade a partir dessas vivencias. A Psicologia juntamente com esse olhar social contribui de forma singular para melhor esclarecimento sobre a vivencia real da sociedade contemporânea sem desconsiderar a historicidade do processo migratório que existe desde os tempos antigos.

A pesquisa realizada com jovens universitários migrantes revelou as questões vivenciadas por cada entrevistado a partir dessa mudança, questões essas que envolvem o sentimento apontados por alguns como a “solidão” mediante o distanciamento físico de seus familiares e amigos. Outra questão relevante que se apresentou a partir da fala dos jovens foi a difi culdade no processo de adaptar-se a uma cidade desenvolvida visto que sua cidade de origem na maioria das vezes é menos desenvolvida.

Os pontos positivos apontados pelos entrevistados relevam a obtenção de maturidade e independência devido as mudanças e adaptações que perpassam a migração intra-regional, possibilitando segundo eles crescimento pessoal. Outra questão importante da pesquisa foi a

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difi culdade dos entrevistados em regressar para suas cidades de origem devido a questões como a falta de oportunidade no mercado de trabalho em cidades de pequeno porte.

Diante dos resultados obtidos, o presente artigo serve como aparato teórico e cientifi co no que tange as descobertas e difi culdades enfrentadas por jovens migrantes intra-regionais e a importância desse processo na construção da identidade.

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