mielinizaÇÃo, desmielinizaÇÃo e …snc são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha...

6
MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E REMIELINIZAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DOMINGUITA LÜHERS GRAÇA * RESUMO — As bainhas de mielina que envolvem axônios no SNC são feitas e mantidas por oligodendrócitos. Estas células gliais formam um número variável de segmentos de mielina (internódulos) : entre 1 e 200, de modo que quando uma célula é lesada junto com ela podem ser destruídos numerosos internódulos, constituindo um processo desmieli-¬ nizante. Como conseqüência da destruição da célula-bainha e internódulos relacionados uma resposta celular rápida e abundante. Esta resposta é feita por fagócitos residentes (microglia) e hematógenos. Ambas as células fagocitam os detritos celulares e de. mielina, deixando os axônios desmielinizados. Estes axônios podem permanecer desprovidos de suas bainhas e aglutinados, podem ser separados por processos de astrócitos ou podem ser remielinizados. A ocorrência do processo de remielinização depende da intensidade e tempo de exposição ao agente desmielinizante. A remielinização, com total restabeleci- mento da condução, pode ser realizada por oligodendrócito ou por célula de Schwann que invade o SNC sempre que os astrócitos são destruídos. Myelination, demyelination and remyelination in the central nervous system. SUMMARY — The myelin sheaths that surround axons in the CNS are made and maintained by oligodendrocytes. These glial cells can form variable numbers of myelin segments (internodules) : from 1 to 200 so that when one oligodendrocyte is destroyed with preservation of the axon, many internodules can be lost, constituting a demyelinating process. As a consequence of the destruction of myelin and sheath cells a rapid and abundant cell response takes place. The response is made up by resident (microglia) and haematogenous phagocytes which phagocytose myelin and cellular debris leaving the axons demyelinated. Demyelinated axons may either stay demyelinated and clumped together or they may be separated by astrocytic processes, yet they can be remyelinated. The occurrence of remyelination depends upon the intensity and time of exposition to the demyelinating agent. Remyelination in the CNS with complete restoration of conduction may be made by oligodendrocytes or Schwann cells which invade the CNS when astrocytes are destroyed. A bainha de mielina, estrutura lipoproteica depositada ao redor de axônios selecionados em internódulos, interrompidos periodicamente pelos nódulos de Ranvier (Fig. 1), permite a condução saltatoria, rápida e eficaz no sistema nervoso dos verte- brados. As células que constróem a mielina são o oligodendrócito no sistema nervoso central (SNC) e a célula de Schwann no sistema nervoso periférico (SNP). Um oligodendrócito mieliniza um ou vários axônios, até 200 43 , enquanto a célula de Schwann forma sempre um único internódulo de mielina. Assim, conclui-se que sempre é mais grave uma lesão que atinja um oligodendrócito que a causada pela destruição de urna célula de Schwann 27-39. Departamento de Patologia da Universidade Federal de Santa Maria: * Professor Adjunto, DMV, PhD. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria - 91110 Santa Maria RS - Brasil.

Upload: others

Post on 19-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E REMIELINIZAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

DOMINGUITA LÜHERS GRAÇA *

R E S U M O — A s bainhas de miel ina que envo lvem axôn ios no SNC são feitas e mant idas

po r o l i godendróc i to s . Es tas células gl iais f o rmam um número variável de segmentos de

miel ina ( in te rnódulos ) : entre 1 e 200, de m o d o que quando uma célula é lesada jun to

c o m ela p o d e m ser des t ru ídos numerosos in te rnódulos , cons t i tu indo um processo desmiel i -¬

nizante. C o m o conseqüênc ia da des t ru ição da célula-bainha e in te rnódulos re lac ionados há

uma resposta celular ráp ida e abundante . Es ta respos ta é feita po r fagóc i tos res identes

(mic rog l i a ) e hematógenos . A m b a s as células f agoc i t am os detr i tos celulares e de. mielina,

de ixando os axôn ios desmie l in izados . Estes a x ô n i o s p o d e m permanecer desp rov idos de

suas bainhas e aglu t inados , p o d e m ser separados p o r p r o c e s s o s de as t róc i tos ou p o d e m

ser remiel in izados . A ocor rênc ia d o p r o c e s s o de remiel in ização depende da intensidade e

tempo de expos i ção ao agen te desmiel inizante . A remiel in ização, c o m total res tabeleci ­

mento da condução , p o d e ser real izada p o r o l i g o d e n d r ó c i t o o u por célula de Schwann que

invade o SNC sempre q u e os as t róc i tos s ão des t ru ídos .

Myelination, demyelination and remyelination in the central nervous system.

S U M M A R Y — T h e m y e l i n sheaths that su r round axons in the CNS are made and

maintained b y o l i g o d e n d r o c y t e s . These glial cel ls can f o r m var iable number s of mye l in

segments ( in te rnodules ) : f rom 1 to 200 so that w h e n one o l i g o d e n d r o c y t e is des t royed

wi th preservat ion of the axon , m a n y in ternodules can b e lost, cons t i tu t ing a demyel ina t ing

process . A s a consequence o f the des t ruct ion of mye l in and sheath cel ls a rapid and

abundant cell r e sponse takes place . T h e response is m a d e up b y res ident (mic rog l i a ) and

haematogenous p h a g o c y t e s w h i c h p h a g o c y t o s e mye l in and cellular debr i s leaving the a x o n s

demyel ina ted . Demye l ina t ed axons m a y either s tay demyel ina ted and c lumped toge ther o r

they m a y be separated b y as t rocy t i c processes , y e t they can be remyel ina ted . T h e occur rence

o f remyel ina t ion depends upon the intensi ty and t ime of expos i t ion to the demyel ina t ing

agent . R e m y e l i n a t i o n in the CNS wi th comple te res tora t ion o f conduc t ion m a y be made

b y o l i g o d e n d r o c y t e s o r Schwann cel ls wh ich invade the CNS when as t rocytes are des t royed .

A bainha de mielina, estrutura lipoproteica depositada ao redor de axônios selecionados em internódulos, interrompidos periodicamente pelos nódulos de Ranvier (Fig. 1), permite a condução saltatoria, rápida e eficaz no sistema nervoso dos verte­brados. As células que constróem a mielina são o oligodendrócito no sistema nervoso central (SNC) e a célula de Schwann no sistema nervoso periférico (SNP) . Um oligodendrócito mieliniza um ou vários axônios, até 2 0 0 4 3 , enquanto a célula de Schwann forma sempre um único internódulo de mielina. Assim, conclui-se que sempre é mais grave uma lesão que atinja um oligodendrócito que a causada pela destruição de urna célula de Schwann 27-39.

Depar tamento de P a t o l o g i a da Univers idade Federa l de Santa M a r i a : * P ro fe s so r

Adjun to , D M V , P h D .

Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria - 91110 Santa Maria RS -Brasil.

Page 2: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

Mielinização, desmielinização e remielinização 293

Processo de mielinização — A mielinização envolve estreitas e complexas inte­rações entre os axônios e suas células-bainha. A interação começa com um sinal do axônio que age no recrutamento de populações celulares potencialmente mielini-zantes, na sua diferenciação e proliferação e na iniciação da síntese e manutenção das moléculas específicas da mielina 1.8,33.

Além dos fatores axônio e célula-bainha, existe a exigência de um terceiro fator para a estabilização das relações entre ambos; no SNP esse terceiro fator é consistido de fibras colágenas preformadas 10,11. Foi sugerido que no SNC tal função estabilizadora seja realizada pelo elemento estrutural mais importante do tecido, o astrócito fibroso tipo 2 5 ,n ,35. Hoje está comprovada a especialização da linhagem oligodendrócito-astrócito tipo 2 para mielinização no S N C H

Formação da bainha de mielina — O processo de mielinização se inicia quando uma projeção da célula-bainha envolve o axônio e forma espiral frouxa ao seu redor. Com o tempo as camadas formadas se compactam pela expulsão do citoplasma e formam estrutura lamelar com bandas eletrodensas espessas — derivadas da aposi­ção das fases citoplasmáticas das membranas — e menos eletrodensas — derivadas da aposição das fases externas das membranas. Ambas as bandas recebem a deno­minação de linha densa principal (LDP) e linha intraperiódica (LI) respectivamen­te 23,24,36,39 (Fig. 1).

Desmielinização — No processo de desmielinização há dano segmentar à mie­lina sem lesão axonal 6,7,27,45, sendo assim distinguido da degeneração walleriana, processo no qual ocorre degradação da mielina como consequência da degeneração axonal. A desmielinização é observada em muitas doenças espontâneas do homem e de animais. O processo pode ocorrer como principal componente da doença tal como na esclerose múltipla no homem 2 , e cinomose nos cães 42,48 f 0 u como alteração secun­dária a reações inflamatórias ou imunomediadas 7,44,47. Com a finalidade de escla­recer esses processos, têm sido desenvolvidos modelos experimentais de desmieliniza­ção pelo uso de técnicas tais como: inoculação de vírus que lisam oligodentrócitos, como por exemplo o da hepatite do camundongo (JHM) 17.37; indução de reações imunológicas contra células que expressam antígenos virais 25 ; indução de reações imunológicas in vivo pela inoculação intradérmica de cérebro emulsionado 27,29 e in vitro pela adição de soro mielinotóxico a culturas de células gliais 26,40; injeção local ou sistêmica de agentes mielinotóxicos 8,18-20; pelo uso de pressão sobre a mieli­na 12,13,15,16,22. Após a exposição da substância branca a agentes lesivos, a mielina sofre degradação associada a infiltração macrofágica na área. As bainhas podem sofrer alterações antes de ser fagocitadas, tais como vesiculação e formação de favas46, micropinocitose vermiforme 38,41 e desnudamento, associado a profusa infil­tração macrofágica 28. Os axônios desmielinizados podem ser remielinizados (veja a seguir) ou permanecer desprovidos de suas bainhas, separados por processos de astrócitos (Fig. 2 ) . Nos casos em que os astrócitos estão ausentes da área da lesão, os axônios se aglutinam 20.

Remielinização — O termo remielinização significa reconstrução das bainhas perdidas. Como na esclerose múltipla, a doença desmielinizante mais importante do homem, há falha na remielinização, por muito tempo foi pensado que este pro­cesso não tinha lugar no SNC. A remielinização no SNC foi descrita pela primeira vez por Bunge et al 9 após induzir desmielinização no gato por barbotagem do líqui-céfalo-raquidiano. Embora o processo de remielinização seja possível, ele depende de fatores tais como a intensidade e o tempo de exposição ao agente desmielinizante, como ficou provado no modelo do cuprizone 3,31,32. A remielinização no SNC pode ser efetivada pelo oligodendrócito ou pela célula de Schwann desde que os astrócitos também tenham desaparecido da área da lesão 18. Os internódulos reconstruídos no SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34. A distinção entre um internó-dulo reconstruído por um oligodendrócito ou por uma célula de Schwann se faz pela periodicidade das lamelas de mielina — que é maior no SNP — e pela presença de membrana basal ao redor da célula de Schwann. Quando o processo de remieli­nização é feito pelas duas células-bainha, os oligodendrócitos se localizam adjacen­tes à substância branca normal enquanto as células de Schwann se distribuem^ nas áreas perivasculares e subpiais (Fig 3 ) . Em conclusão, sabe-se hoje que a substância branca do SNC tem capacidade de reparação, a partir de oligodendrócitos e/ou células de Schwann que invadem o SNC sempre que os astrócitos são destruídos. Este fato não representa desvantagem para o tecido desde que a condução se resta­belece apropriadamente, seja através de uma bainha central ou de uma periférica.

Page 3: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

SNC

Fig. l — N o alto, internódulos de mielina nos sistemas nervosos central (SNC) e perifé­

rico (SNP): a, axônio; S, densidades subaxolemais; A, processos de astrócitos; N, nódulo

de Ranvierj P, região pamnodal; I, vnternódulo; b, membrana basal da célula de Schwann.

Em b a i x o , mielinização pelo oligodendrócito no SNC: N, núcleo; C, citoplasma; P, mem­

brana citoplasmática; nR, nódulo de Ranvier; Bm, bainha de mielina; I, mternóãulo;

Li, Ivnha intraperiódica; LDP, linha densa principal (30) .

Page 4: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

Mielinização, desmielinvzaçao e remtelimsação 295

Page 5: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

R E F E R Ê N C I A S

1. A g u a y o A J , B r a y G M — Developmenta l d i so rde r s of myel ina t ion in m o u s e mutants . In

Sears T A ( e d ) : Neuronal-Gl ia l Cell In terre la t ionships . Spr inger , Berl in, 1982, p g 57.

2. Al len I V — T h e p a t h o l o g y o f mul t iple sc leros is : fact, f ic t ion and hypothes i s . Neuropa tho l

A p p l Neu rob io l 7 : 169, 1981.

3. B lakemore W F — Remye l ina t i on o f the super ior cerebe l la r pedunc le in the m o u s e f o l l o w i n g

demye l ina t ion induced b y feed ing cupr izone . J Neuro l Sci 20 : 73, 1973.

4. B l akemore W F — Pa t t e rn of demyel ina t ion in the CNS. Nature 249 : 577, 1974.

5. B l a k e m o r e W F — Observa t ions on remyel ina t ion in the r abb i t spinal cord f o l l o w i n g demyel ina t ion induced b y lysoleci th in . Neuropa tho l A p p l Neu rob io l 4 : 47, 1978.

6. B l akemore W F — Myel ina t ion , demyel ina t ion and remyel ina t ion in the central nervous

sys tem. In Phi l ipson A F , Hal l L W , Pr i t chard W R ( e d s ) : Scient if ic Founda t ions o f

Veter inary Medic ine . Heineman, L o n d o n , 1980, p g 61.

7. B lakemore W F — Myel ina t ion , demye l ina t ion and remyel ina t ion in the CNS. In Cavanagh

JB , Smith W T ( e d s ) : R e c e n t A d v a n c e s in N e u r o p a t h o l o g y . Churchi l l L iv ings tone ,

Ed inburgh , 1982, p g 53.

8. B l akemore W F , Crang A J , Evans R J — T h e effec t o f chemica l in ju ry on o l i g o d e n d r o c y t e s .

In M i m s CA, Cuzner M L , K e l l y R E (eds ) : V i ruse s and Demye i ina t i ng Diseases .

A c a d e m i c Press , L o n d o n , 1983, p g 167.

9. B u n g e M B , B u n g e R P , R i s H — Ultrastructural s tudy of remyel ina t ion in an exper imenta l

les ion in adul t cat spinal co rd . J B i o p h y s B i o c h e m Cyto l 10 : 67, 1961.

10. B u n g e R P , B u n g e M B — Ev idence that con tac t wi th connec t ive t issue ma t r ix i s requi red

for normal in teract ion be tween Schwann cel ls and nerve f ibres . J Cell B io l 78 : 943, 1978.

11. B u n g e R P , B u n g e M B , Cochran M — Some factors inf luencing the prol i fera t ion and

different ia t ion of m y e l i n - f o r m i n g cel ls . N e u r o l o g y 28 :59, 1978.

12. C l i f fo rd-Jones R E , L a n d o n DN, M c D o n a l d W I — Remye l ina t i on du r ing op t i c nerve

compress ion . J Neuro l Sci 46 : 239, 1980.

13. Cl i f ford-Jones R E , M c D o n a l d W I , L a n d o n D N — Chron ic op t ic nerve c o m p r e s s i o n :

an exper imenta l s tudy. Bra in 108 : 241, 1985.

14. French-Cons tan t C, R a f f M C — T h e o l i g o d e n d r o c y t e - t y p e - 2 a s t rocy te cel l l ineage is

special ized f o r myel ina t ion . Na ture 323 : 335, 1986.

15. F i sh CJ — Part ia l demye l ina t ion in the. spinal co rd . Tese . Univers i ty o f Cambr idge , 1984.

16. F i sh CJ, B l a k e m o r e W F — A m o d e l of ch ron ic spinal c o r d compress ion in the cat.

Neuropa tho l A p p l Neu rob io l 9 : 109, 1983.

17. F leury , H J A , Sheppard R D , Borns te in M B , R a i n e CS — Fur the r ul trastructural observa t ions

of v i rus m o r p h o g e n e s i s and mye l in p a t h o l o g y in J H M virus encepha lomyel i t i s . N e u r o ­

pathol A p p l N e u r o b i o l 6 :165, 1980.

18. Graça D L — Inves t iga t ion in to e th id ium b r o m i d e induced demye l ina t ion in the central

ne rvous sys tem. Tese . Univers i ty of Cambr idge , 1986.

19. Graça D L , B l akemore W F — The format ion o f in t racy top lasmic «sc ro l l s» fo l l owin local

in jec t ions of e th id ium b romide . Neuropa tho l A p p l Neurob io l 11 : 73, 1985.

20. Graça D L , B l a k e m o r e W F — Delayed remyel ina t ion in rat spinal co rd f o l l o w i n g e th idium

b r o m i d e inject ion. Neuropa tho l A p p l Neu rob io l 12 : 593, 1986.

21. Har r i son B M — Remye l ina t ion in the central nervous sys tem. In Ha l lp ike JF , A d a m s

C W M , Tour te l lo t t e W W ( e d s ) : Mul t ip le Sc le ros i s : P a t h o l o g y , D iagnos i s and Trea tment .

Chapman, L o n d o n , 1983, p g 461.

22. Har r i son B M , M c D o n a l d W I — Remye l ina t i on after t ransient exper imenta l compress ion

o f the spinal co rd . A n n Neuro l 1 : 542, 1977.

23. Hi rano A, Dembi t ze r H M — A structural analysis of the mye l in sheath in the central

nervous sys tem. J Cell Bio l 34 : 555, 1967.

24. Hi rano A, D e m b i t z e r H M — M o r p h o l o g y o f normal central myel ina ted axons . In W a x m a n

SG ( e d ) : P h y s i o l o g y and P a t h o b i o l o g y o f A x o n s . Raven , N e w Y o r k , 1978, p g 65.

25. K e l l y W R , B lakemore W F , Jage lman S, W e b b H E — Demye l ina t ion induced in mice

b y avirulent Semliki Fo re s t V i r u s : I I . A n ultrastructural s tudy o f focal demyel ina t ion

in the brain. Neuropa tho l App l Neu rob io l 8 : 43, 1982.

Page 6: MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E …SNC são reconhecidos principalmente pela espessura da bainha de mielina, que é mais fina que o normal para o diâmetro do axônio 4,21,34

26. Kusaka H, H i rano A, Borns te in M B , Ra ine CS — Fine s t ructure of a s t rocy te p rocesses dur ing se rum- induced demyel ina t ion in v i t ro . J Neuro l Sci 69 : 255, 1985.

27. L a m p e r t P W — A u t o i m m u n e and v i rus - induced demye l ina t ing d iseases : a rev iew. A m J Pa tho l 91 :176, 1978.

28. L a m p e r t P W — Fine s t ructure o f the demye l ina t ing process . In Ha l lp ike JF , A d a m s C W M , Tour te l lo t te W W (eds ) : Mul t ip le Sc l e ros i s : P a t h o l o g y , Diagnos i s and Mana­gement . Chapman, L o n d o n , 1983, p g 29.

29. Lamper t P W , Carpenter S — Elec t ron m i c r o s c o p i c s tudies on the vascular pe rmeabi l i ty and the mechan i sm o f demyel ina t ion in exper imenta l a l l e rg ic encephalomyel i t i s . J Neuropa tho l E x p Neuro l 24 : 11, 1965.

30. L e i b o w i t z S, H u g h e s R A C — I m m u n o l o g y of the Nervous Sys tem. E d w a r d A r n o l d , L o n d o n , 1983.

31. L u d w i n S K — Central nervous sys tem demyel ina t ion and remyel ina t ion in the mouse : an ul trastructural s tudy o f cupr i zone tox ic i ty . L a b Inves t 39 : 597, 1978.

32. L u d w i n S K — Chron ic demye l ina t ion inh ib i t s remyel ina t ion in the central ne rvous s y s t e m : an analys is o f con t r ibu t ing fac tors . L a b Inves t 43 : 382, 1980.

33. Mi r sky R , W i n t e r J, A b n e y E R , P r u s s R M , Gavr i lov ic J, R a f f M C — Myel in - spec i f i c pro te ins and g l y c o l i p i d s in rat Schwann cel ls and o l i g o d e n d r o c y t e s in cul ture . J Cell B io l 84 : 483, 1980.

34. M c D o n a l d W I — Remye l ina t i on in re la t ion t o c l inical les ions in the central nervous sys tem. B r M e d Bul l 30 : 186, 1974.

35. Nagash ima K — Ultrastructural s tudy of mye l ina t ing cel ls and sub-pia l as t rocytes in deve lop ing rat spinal co rd . J Neuro l Sci 44 :1, 1979.

36. Pe te r s A, P a l a y SL, W e b s t e r H d e F — T h e F ine Structure of the N e r v o u s Sys t em: the Neurons and Suppor t ing Glia. W B Saunders , Phi ladelphia , 1976.

37. P o w e l l H C , L a m p e r t P W — O l i g o d e n d r o c y t e s and their mye l in -p lasma membrane c o n n e c ­t ions in J H M m o u s e hepati t is v i rus encephalomyel i t i s . L a b Inves t 33 : 440, 1975.

38. Pr ineas J W , R a i n e CS — Mechan i sm of mye l in b r e a k d o w n in mul t ip le sclerosis . J Neuropa tho l E x p Neuro l 38 : 336, 1979.

39. Ra ine CS — M o r p h o l o g y o f mye l in and myel ina t ion . In More l l P ( e d ) : Myel in . E d 2. P l enum, N e w Y o r k , 1984, p g 1.

40. R a i n e CS, H u m m e l g a r d A, Swanson E, Borns te in M B — Mul t ip le s c l e ros i s : se rum-induced demyel ina t ion in v i t ro . A l ight and e lec t ron m i c r o s c o p i c s tudy. J Neuro l Sci 20 : 127, 1973.

41. T o r o I, R u z s a P, R o h l i c h P — Ultras t ructure o f ear ly p h a g o c y t i c s tages in s inus endothel ia l and K u p f f e r cel ls of the l iver. E x p Cell R e s 26 : 601, 1962.

42. V a n d e v e l d e M, Z u r b r i g g e n A , H i g g i n s R J , P a l m e r D — Spread and d is t r ibut ion of viral ant igen in nervous sys tem canine d is temper . Ac t a Neuropa tho l (Ber l in ) 67 : 211, 1985.

43. W a x m a n SG — Conduc t ion in normal and demyel ina ted axons . In Pear lman A L , Col l ins R C (eds ) : Neuro log ica l P a t h o p h y s i o l o g y . O x f o r d Univ Press , 1984, p g 13.

44. W e l l e r R O — Exper imenta l demye l ina t ing diseases and their re levance t o the s tudy of mul t ip le sc lerosis . In Mat thew W B (ed ) : McAlpine ' s Mul t ip le Sclerosis . Churchi l l L iv ings tone , Ed inburgh , 1985, p g 344.

45. W h i t a k e r J N — Demye l ina t i ng diseases . In Pear lman A L , Col l ins R C ( eds ) : Neuro log ica l P a t h o p h y s i o l o g y . O x f o r d Univ Press , 1984, p g 274.

46. W i s n i e w s k i H , Ra ine CS — A n ul trastructural s tudy of exper imenta l demyel ina t ion and remye l ina t ion : V. Central and per ipheral nervous sys t em les ions caused b y d iphther ia tox in . L a b Inves t 25 :73, 1971.

47. W i s n i e w s k i H , B l o o m B R — P r i m a r y demye l ina t ion as a non-spec i f i c consequence of a ce l l -media ted immune react ion. J E x p Med 141 : 346, 1975.

48. W i s n i e w s k i H , Ra ine CS, K a y W J — Observa t ions on viral demye l ina t ing encepha lo­m y e l i t i s : can ine d is temper . L a b Inves t 26 : 589, 1972.