metodos hipoteticos

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Método hipotético-dedutivo 1-considerações gerais Indutivo = primeiro vem à observação dos fatos particulares e depois as hipóteses a confirmar. X Dedutivo = defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema e da conjectura (nova teoria), que serão testados pela observação e experimentação. 0bs: há uma inversão de procedimentos Empirismo X Racionalismo fontes de conhecimento (ponto de partida) São os sentidos, a verdade da natureza, livro aberto em que todos podem ler A veracidade de Deus, que não pode enganar e que deu ao homem a intuição e a razão. Ponto de chegada Formulação de leis ou sistemas de leis para descrever, explicar. e prever a realidade. Idem Popper pôs em duvida o indutismo e lançou as bases do método hipotético-dedutivo e do critério de falseabilidade. 2- A posição de Popper a Indução e o método científico

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Método hipotético-dedutivo

1-considerações gerais

Indutivo = primeiro vem à observação dos fatos particulares e depois as hipóteses a confirmar.

X

Dedutivo = defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema e da conjectura (nova teoria), que serão testados pela observação e experimentação.

0bs: há uma inversão de procedimentos

Empirismo X Racionalismo

fontes de conhecimento(ponto de partida)

São os sentidos, a verdade da natureza, livro aberto em que todos podem ler

A veracidade de Deus, que não pode enganar e que deu ao homem a intuição e a razão.

Ponto de chegada Formulação de leis ou sistemas de leis para descrever, explicar. e prever a realidade.

Idem

Popper pôs em duvida o indutismo e lançou as bases do método hipotético-dedutivo e do critério de falseabilidade.

2- A posição de Popper a Indução e o método científico

“A ciência consiste em opiniões(conjecturas) controladas pela discussão critica, assim como pela techne experimental.”

A ciência é hipotética e provisória e não um conhecimento definitivo.

Indução = para Popper não se justifica, pois leva à volta ao infinito, na procura de fatos que a confirmem, ou ao apriorismo, que consiste em admiti-la como algo dado simplesmente aceito, sem necessidade de ser demonstrada, justificada.

Para Popper, o único método científico é o método hipotético-dedutivo: toda pesquisa trem sua origem num problema para o qual se procura uma solução, por meio de tentativas (hipóteses,

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teorias, conjecturas) e eliminação de erros.

Rudolff Flesch = a verdade é inatingível. É mais fácil negar, falsear hipóteses do que confirmá-las.

Popper = toda discussão científica parte de um problema ( P1), ao qual oferece uma solução provisória, uma teoria tentativa ( TT), depois passa a criticar a solução, com a eliminação do erro ( EE) e, tal como na dialética, esse processo se renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas ( P2).

P1 → TT → EE → P2

“A ciência começa e termina com Problemas”

3- Etapas do Método hipotético-dedutivo segundo Popper

Expectativas ou conhecimento prévio

Problema Conjectura Falseamento

Conjectura precede a observação, temos expectativas inatas, que hão de ser ativadas por estímulos aos quais reagimos.

“Todo aprendizado é uma modificação de algum conhecimento anterior”

A observação não é o ponto de partida da pesquisa e sim um problema.

a- Problema

Nosso conhecimento consiste em um conjunto de expectativas. A quebra desta provoca uma dificuldade: o problema que vai desencadear a pesquisa.

b- Conjectura

É uma solução proposta em forma de proposição passível de teste, direto ou indireto, em suas consequências, sempre dedutivamente: “Se”(antecedente)... “Então”(consequente). Se o antecedente é verdadeiro o consequente também é. O antecedente consiste em uma lei geral e o consequente é deduzido dela.A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa curiosidade intelectual ou dificuldade.

c- Tentativa de Falseamento

É uma tentativa de eliminação de erros através da observação e da experimentação.Quanto mais falseável for uma conjectura, mais científica será, e será mais falseável quanto ais informativa, maior conteúdo empírico tiver.“ É verificando a falsidade da conjectura que de fato estamos entrando em contato com a realidade.”Procura evidências empíricas para torná-las falsas.

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Se a conjectura resistir a teste severos, estará corroborada e não confirmada, como querem os indutivistas.Toda hipótese é valida conquanto não se recuse a submeter-se ao teste empírico e intersubjetivo do falseamento. Objetividade não existe.

4- Críticas ao método hipotético-dedutivo

O critério de falseabilidade concentra a maioria das criticas, por afirmar que as hipóteses, jamais podem ser consideradas verdadeiras, apesar de conclusivamente falseadas.

Método Dedutivo

1- Histórico

Hegel compreendeu que no universo nada esta isolado, tudo é movimento e mudança, tudo depende de tudo.Os contrários são o verso e o anverso de uma mesma realidade; portanto ao mesmo tempo em que se antagonizam também se identificam.A dialética é a lógica do conflito, do movimento, da vida.A tese (ser) e a Antítese(nada) não passam de abstrações ou momentos de um processo em que ambos são absorvidos ou separados pela síntese.

Passou por quatro fases:

a- Filósofos jônicos, principalmente Heráclito,= dialética da sucessão.

b- Aristóteles, dialética da coexistência, negação da primeira.

Hegel, dialética-histórica-idealista, reuniu as duas primeiras de forma idealista.

d- Marx e Engels, dialética materialista, a importância primeira é dada à matéria: o pensamento e o universo estão em perpetua mudança, mas não são as mudanças das ideias que determinam as coisas.

2- As Leis da Dialética

a- Ação recíproca

As coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas sim em movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em via de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é

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sempre o começo de outro.

As coisas não existem isoladas, destacadas umas das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente.

Todos os aspectos da realidade( natureza, sociedade) prendem-se por laços necessário e recíprocos.

b- Mudança Dialética

Todo movimento, transformação ou desenvolvimento se opera por meio das contradições ou mediante negação de uma coisa- essa negação se refere à negação das coisas.

Mudança dialética é a negação da negação.

Dupla negação resulta numa nova coisa e não no reestabelecimento da afirmação primitiva.

O ponto de partida é a tese, proposição positiva; essa proposição se nega ou se transforma em sua contraria – a proposição que nega primeira é a antítese e constitui a segunda fase do processo; quando a antítese é negada obtêm-se a síntese, que é a negação da tese e da antítese, que foi obtida pó meio de dupla negação.

Para a dialética não há nada de definitivo, absoluto, nada existe além do processo ininterrupto e transitório.

c- Passagem da quantidade à qualidade

“Em certos graus de mudança quantitativa, produz, subitamente, uma conversão qualitativa.”

Ex: Ao elevar a temperatura da água, quantitatividade, de 29º para 99ºC, a mudança é continua. NO entanto, se elevar de 99° para 100° ocorre uma mudança brusca, qualitativa. A água transforma-se em vapor.

d- Interpretação dos contrários

Qual o motor da mudança e da transformação da quantitatividade em qualidade ou de qualidade para outra nova? Ocorre através da luto dos contrários.

I- A contradição é interna- gera o movimento e o desenvolvimento das coisas. Se a realidade muda, é por ser, em essência, ela e algo diferente dela.

II- A contradição é inovadora – é uma luta entre o velho e o novo, entre o que nasce e o que morre.

III- Unidade dos contrários – encerra dois termos que se opõem: para isso, é preciso que seja uma unidade, a unidade dos contrários. Ligação recíproca entre contrários assume um sentido particularmente importante quando, em dado momento do processo, os contrários se convertem um

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no outro(noite em dia).

3- Criticas ao método dialético

a- A interpretação dos contrários

Aos contrários velho e novo, que se acham em unidade e interconexão dialética, pode-se argumentar que o velho e o novo, de fato, não coexistem e, não coexistindo, não podem ser os contrários da dialética.b- mudança dialética

A teoria é incapaz de explicar a atividade ou o movimento persente em cada um dos contrários, ao passo qual a fonte externa seria capaz de conferir movimento ou atividade aos contrários.

c-Passagem da quantidade à qualidade

Na mudança de qualidade, produzida por alterações quantitativas, ela deixa de ser o que é e passa a ser coisa diferente. Retomando o exemplo da água, ao mudar de estado ela não deixa de ser água.

Métodos específicos da ciência sociais

1- O método e os métodos

O método caracteriza-se põe uma abordagem mais ampla dos fenômenos da natureza e da sociedade

Temos como método de abordagem:

Método indutivo Método dedutivo Método hipotético-dedutivo Método dialético

X

Métodos de procedimento seriam etapas concretas da investigação, com finalidade, mas restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e menos abstratos.Podem ser utilizados concomitantemente.

2- Método histórico

Consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influencia na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual por meio de

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alterações suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto particular de cada época.

Exemplo: para descobrir as causas da decadência da aristocracia cafeeira, investigam-se os fatores socioeconômicos do passado.

3- Método comparativo

Empregado por Tylor.

Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades ou povos contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano, este método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências.

Exemplo: modo de vida rural e urbano no Estado de São Paulo

4- Método monográfico

Consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações.

Exemplo: estudo de delinquentes juvenis; de idosos na sociedade.

5- Método estatístico

QueteletSignifica a redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos, etc. A termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.

Exemplo: verificar a correlação entre o nível de escolaridade e o numero de filhos.

6- Método tipológico

Max Weber

Apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos sócias complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da analise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para analise e compreensão de casos concretos, realmente existentes.

Exemplo: estudo de todos os tipos de governo democrático, do presente e do passado, para estabelecer as características típicas ideais da democracia.

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7- Método funcionalista

Malinowski

A sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, inter-relacionadas e interdependentes, satisfazendo cada uma das funções essenciais da vida social, e que as partes são mais bem entendidas compreendendo-se as funções que desempenham no todo, este método estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades.

Exemplo: analise das principais diferenciações de funções que devem existir num pequeno grupo isolado, para que o mesmo sobreviva.

8- Método estruturalista

Lévi-Strauss

O método parte da investigação de um fenômeno concreto eleva-se ao nível abstrato, por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo, retornando por fim, ao concreto, dessa vez com uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social.

O método estruturalista caminha do concreto para o abstrato, e vice-versa, dispondo, na segunda etapa, de um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenômenos.Exemplos: estudo das relações sociais e a posição que estas determinam para os indivíduos e os grupos, com a finalidade de construir um modelo que passa a retratar a estrutura social em que ocorrem tais relações.