metodologia unip interativa

16
pg. 1 INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP Pós Graduação - Lato Sensu - EAD Curso: Formação de Professores para o Ensino Superior Módulo II INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO UNIDADE II Metodologia de Estudo: Instrumentos para a Produção da Ciência MAIO, 2008 Prof. Diogenes Nielsen Júnior, M.Sc. Profa. Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, Dra.

Upload: rodrigo-silverio

Post on 25-Jul-2015

360 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Metodologia Unip Interativa

pg. 1

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

Pós Graduação - Lato Sensu - EAD Curso: Formação de Professores para o Ensino Superior

Módulo II

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO:

O TRABALHO MONOGRÁFICO

UNIDADE II

Metodologia de Estudo: Instrumentos para a Produção da Ciência

MAIO, 2008

Prof. Diogenes Nielsen Júnior, M.Sc.

Profa. Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, Dra.

Page 2: Metodologia Unip Interativa

pg. 2

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Metodologia de Estudo: Instrumentos para a Produção da Ciência

INTRODUÇÃO

A metodologia de estudo pressupõe o mínimo de organização, uma vez

que o tempo dispensado aos estudos é reduzido e, portanto, é necessário organizar

o tempo disponível para um bom aproveitamento dos estudos. É necessário criar um

ritmo de estudo e seguir rigorosamente o horário de estudo. O processo de

aprendizagem parte do geral para o particular. É indicado que primeiramente sejam

consultadas as obras de assuntos genéricos e gradativamente passar para a leitura

de trabalhos específicos sobre o tema escolhido. Atenção especial deve ser dada à

forma de armazenamento do material coletado que será utilizado na redação do

trabalho. Outro elemento essencial, para complementação dos dados a serem

utilizados além do bibliográfico, é a coleta e seleção de dados a partir da realidade a

ser estudada e problematizada. Em ambos os casos, seja organização sistemática

da leitura seja a organização sistemática dos dados coletados, não se deve confiar

na memória, deve-se registrar tudo que leu, ouviu e descobriu. A seguir, vamos

apresentar algumas possibilidades de registro e alguns instrumentos possíveis de

serem aplicados na produção do conhecimento científico, ou seja, da Ciência.

LEITURA E PROCESSO DE LEITURA

“Quem não sabe ler cientificamente as obras escritas tampouco saberá tomar boas anotações” (Cervo, Bervian, 2002, p. 96).

Para Luckesi (1987, p. 136), o texto “mediatiza leitor e mundo. Ele serve

de intermediário elucidativo entre leitor e realidade. Se um texto não nos auxiliar a

entender a melhor o mundo, ele nada fez; não cumpriu o seu papel”.

A produção do conhecimento científico deve partir da premissa de que o

pesquisador tem conhecimento do que foi produzido e do que a Ciência produziu em

relação ao objeto escolhido para a pesquisa. Desta forma, um dos principais

instrumentos para se ter este conhecimento é a leitura. Esta leitura deve ser feita a

partir de um levantamento bibliográfico sobre o objeto em questão. O pesquisador

Page 3: Metodologia Unip Interativa

pg. 3

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

deve buscar um levantamento bibliográfico temático e localizar fontes de

informações sobre o tema a ser pesquisado. Após uma seleção prévia, deve iniciar o

processo de leitura.

A pesquisa bibliografia abrange toda bibliografia já

tornada pública em relação ao tema do estudo,

desde publicações avulsas, boletins, jornais,

revistas, livros, monografias e tese até meios de

comunicação como rádio e gravações audiovisuais.

A finalidade é colocar o pesquisador em contato

direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado

sobre determinado assunto inclusive conferências

seguidas de debates que tenham sidos transcritos

por alguma forma, quer publicadas ou gravadas

(Lakatos, 2002).

Fonte: Microsoft Media Gallery

Segundo Fachin (2006), as fontes primárias são constituídas pela

bibliografia que propicia o embasamento teórico do assunto pesquisado, ou seja, é a

bibliografia básica para aquele assunto. As fontes secundárias, por sua vez,

compreendem a bibliografia complementar, ou seja, aquela que serve de apoio para

o assunto estudado.

Todo tipo de estudo deve, primeiramente, ter o apoio e o respaldo da

pesquisa bibliográfica, mesmo que o estudo se baseie em outro tipo de pesquisa,

seja de campo, documental ou outra, pois a pesquisa bibliográfica tanto pode

conduzir um estudo em si mesmo quanto constituir-se em uma pesquisa preparatória

para outro tipo de pesquisa (Cervo & Bervian, 2002).

Uma das etapas da pesquisa bibliográfica é o levantamento dos livros,

periódicos, em geral, revistas. Artigos de periódicos que abordam temários da

atualidade são considerados de suma importância para um grupo de leitores, pela

natureza das informações.

Page 4: Metodologia Unip Interativa

pg. 4

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Segundo Cervo e Bervian (2002), a leitura pode ser

feita para formar-se, distrair-se ou para informar-se.

Desta forma, podemos classificar a leitura em:

formativa, de distração e informativa. Iremos nos

aprofundar na leitura informativa que nos fornece

dados ou informações que são utilizadas na

produção de trabalhos que visam responder

Fonte: Microsoft Media Gallery questões específicas. Importante lembrar: para que

ela seja, de fato, informativa deve-se ter em mente os objetivos da pesquisa. A

leitura informativa é composta por 4 fases que serão apresentadas a seguir:

PRÉ-LEITURA: A pré-leitura tem como objetivos: auxiliar o pesquisador na seleção

de documentos que contêm dados que poderão ser utilizados na fundamentação do

trabalho a ser realizado e fornecer uma visão global do assunto focalizado.

Quando se trata de livro, deve-se percorrer o capítulo introdutório e o final;

quando se trata de um capítulo de livro, deve-se ler o primeiro e o último parágrafo.

Em se tratando de revistas semanais ou jornais, geralmente as idéias principais se

encontram no titulo do artigo e das partes, mas quando se trata de artigos científicos

deve-se ler o artigo na integra para uma boa compreensão do assunto (Cervo,

Bervian, 2002).

LEITURA SELETIVA: Selecionar é eliminar o dispensável para fixar-se no que

realmente é interessante. Para que se possam selecionar os dados e informações é

indispensável definir os critérios de seleção, no caso, os objetivos do estudo.

LEITURA CRÍTICA OU REFLEXIVA: É a fase de estudo, a fase de reflexão que

envolve análise, comparação, diferenciação, síntese, julgamento e apropriação das

informações lidas e selecionadas.

LEITURA INTERPRETATIVA: Nesta fase, o pesquisador deve extrair as afirmações

e conclusões do autor e relacioná-las com os propósitos do estudo do pesquisador.

É realizada, então, a integração racional dos dados.

Page 5: Metodologia Unip Interativa

pg. 5

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Severino (2002) sugere o seguinte esquema para uma boa leitura, análise

e interpretação de textos:

Preparação do texto

Visão de conjunto

Busca de esclarecimento

Análise Textual Vocabulário

Doutrina

Fatos

Autores

Esquematização do texto

Compreensão da mensagem do autor

Tema

Análise Temática Problema

Tese

Raciocínio

Idéias secundárias

Interpretação da mensagem do autor

Situação filosófica e influências

Análise Interpretativa Pressupostos

Associação de idéias

Crítica

Levantamento e discussão de problemas

Problematização relacionados com a mensagem do autor

Reelaboração da mensagem com base

Síntese na reflexão pessoal

Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 61.

Page 6: Metodologia Unip Interativa

pg. 6

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

INSTRUMENTOS APLICADOS À LEITURA INTERPRETATIVA

APONTAMENTOS E ANOTAÇÕES

É importante que o pesquisador anote as principais idéias,

dados, informações e afirmações dos documentos

estudados. Esses procedimentos, conhecidos como

apontamentos e anotações serão utilizados na

fundamentação científica do trabalho e, também, para

fazer as citações. A principal diferença entre o

Fonte: Microsoft Media Gallery apontamento e a anotação é que o apontamento refere-se

à transcrição das palavras textuais extraídas de um documento e a anotação refere-

se às reflexões e idéias, que o pesquisador tem durante a leitura. Esses

procedimentos irão facilitar na redação do trabalho (Cervo, Bervian, 2002).

FICHAMENTO

É um procedimento prático que sintetiza o conteúdo dos

documentos estudados durante a pesquisa bibliográfica.

Baseia-se na organização das idéias do autor de forma

resumida e sistematizada. O fichário tem como finalidade

facilitar a vida do pesquisador no momento de redigir o

Fonte: Microsoft Media Gallery seu trabalho. Os tipos de fichamento mais conhecidos são:

bibliográfico, de leitura, temático e biográfico.

FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Esse tipo de fichamento facilita a localização de uma determinada obra e

deve conter os seguintes itens: sobrenome e nome do autor; título, subtítulo (se

houver); edição; local de publicação; editora; data de publicação. As fichas devem

ser arquivadas em ordem alfabética. Segue um exemplo de ficha bibliográfica:

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. 2. ed. São Paulo:

Saraiva, 2000.

NADÓLSKIS, Hêndricas. Normas de comunicação em língua portuguesa. 23. ed. São Paulo: Saraiva,

2002. 150 p.

Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 130.

Page 7: Metodologia Unip Interativa

pg. 7

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

FICHAMENTO DE LEITURA Também conhecido como fichamento de resumo, esse tipo de fichamento

deve conter o resumo sucinto e preciso das obras. As fichas podem ser iniciadas

pela bibliografia do autor ou pelo assunto referente à pesquisa. Seguem dois

exemplos:

BUENO, Ângelo (Org.). Cultura brasileira. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. 112 p.

Estudo da identidade nacional. Está profundamente ligada à reinterpretação da cultura

popular brasileira que, por sua vez, está relacionada a grupos sociais e à própria construção do

Estado brasileiro. Baseia-se no fato da ausência de uma identidade autêntica e na existência de uma

pluralidade de identidades culturais, construídas por diferentes grupos sociais em diferentes

momentos históricos.

Os autores abordam a cultura brasileira da identidade nacional, assunto que segundo eles

tem sua origem no Brasil antigo e permanece até os dias de hoje. Os elementos são mencionados

como “raça e meio” e são fundamentos do conhecimento intelectual do povo brasileiro,

imprescindíveis para a construção e preservação da identidade cultural.

Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 132. O desenvolvimento do setor álcool açucareiro COSTA, José Carlos da. A cana-de-açúcar no Brasil. São Paulo: Moderna, 1992. 430 p.

A cana-de-açúcar, no Brasil, é cultivada na forma de monocultura, em grandes propriedades,

onde o máximo rendimento é condição primordial. Os cortes de cana são organizados por safras que obedecem a um prazo estipulado, mediante épocas de maturação da planta, e também por fatores relativos à produção.

No setor álcool-açucareiro houve grande desenvolvimento do controle de pragas, por meio de exaustivas e contínuas experiências na área de inseticidas naturais e de máximo aproveitamento da planta com o uso de novos tipos de adubos, proporcionando vantagens como maior porte e maior produção de açúcar e álcool. Apresenta ainda avançado desenvolvimento tecnológico no que tange às novas técnicas de colheita.

O plantio, objetivando o máximo rendimento, é controlado com eficiência, por meio da utilização da informática; sua atuação se dá no controle de mudas, área de corte, práticas da lavoura etc. Há um contínuo intercâmbio entre usineiros, governo e até funcionários, o que proporciona melhorias na produção, garante um relacionamento entre empresa-fabricantes-governo e, conseqüentemente, aprimoramento nesta atividade de monocultura. A grande arrecadação de impostos e o número de mão-de-obra que absorve são de vital importância no cenário econômico nacional.

Fonte: FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006, 133.

FICHAMENTO TEMÁTICO

Page 8: Metodologia Unip Interativa

pg. 8

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

São as fichas mais importantes, pois contêm os apontamentos das obras

estudadas na forma de citações diretas e indiretas que poderão ser utilizadas na

redação final do seu trabalho. Segue exemplo:

EPISTEMOLOGIA

Conceituação

Segundo Lalande, trata-se de uma filosofia das ciências, mas de modo especial, enquanto “é

essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências,

destinado a determinar sua origem lógica (não psicológica), seu valor e seu alcance objetivo”. Para

Lalande, ela se distingue, portanto, da teoria do conhecimento, da qual serve, contudo, como

introdução e auxiliar indispensável.

LALANDE, Voc. Tecn., 293.

“Por epistemologia, no sentido bem amplo do termo, podemos considerar pó estudo metódico e

reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu

funcionamento e de seus produtos intelectuais.”

JAPIASSU, Intr., 16.

Japiassu distingue três tipos de Epistemologia:

1. a Epistemologia global ou geral que trata do saber globalmente considerado, coma

virtualidade e os problemas do conjunto de sua organização, quer sejam especulativos, quer

científicos;

2. a Epistemologia particular que trata de levar em consideração um campo particular do saber,

quer seja especulativo, quer científico;

3. a Epistemologia específica que trata de levar em conta uma disciplina intelectualmente

constituída em unidade bem definida do saber e de estudá-la de modo próximo, detalhado e

técnico, mostrando sua organização, seu funcionamento e as possíveis relações que ela

mantém com as demais disciplinas.

Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 43.

FICHAMENTO BIOGRÁFICO

Page 9: Metodologia Unip Interativa

pg. 9

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

São fichas que contêm as informações sobre determinado autor no que

diz respeito à sua formação e área de atuação. Segue exemplo:

JAPIASSU

Hilton Ferreira Japiassu

1934-

Licenciou-se em Filosofia pela PUC do Rio de Janeiro, em 1969; formou-se em Teologia, pelo

Studium Generale Santo Tomás de Aquino, de São Paulo. Fez o mestrado em Filosofia, na área

de Epistemologia, na Université des Sciences Sociales, de Grenoble, na França, em 1970; nessa

mesma Universidade, doutorou-se em Filosofia, em 1973. Fez pós-doutorado em Strasbourg, no

período 84/85, também na área de Epistemologia.

Atualmente é docente de Epistemologia e de História das Ciências e de Filosofia da Ciência,

nos cursos de pós-graduação em Filosofia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Desenvolve suas pesquisas nas áreas de epistemologia, investigando as relações entre

ciência e sociedade, o sentido da interdisciplinaridade e o estatuto epistemológico das Ciências

Humanas em geral, e da Psicologia em particular.

Além da tradução de vários textos filosóficos e da publicação de muitos artigos, Japiassu já

lançou os seguintes livros: Introdução ao pensamento epistemológico, 1975; O mito da

neutralidade científica, 1975; Interdisciplinaridade e patologia do saber, 1976; Para ler Bachelard,

1976; Nascimento e morte das ciências humanas, 1978; Introdução à epistemologia da

Psicologia, 1978; A Psicologia dos psicólogos, 1979; Questões epistemológicas, 1981; A

pedagogia da incerteza, 1983; A revolução científica moderna, 1985; As paixões da ciência, 1991;

Francis Bacon: o profeta da ciência moderna, 1995.

Fonte: SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002, 45.

DEFINIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Page 10: Metodologia Unip Interativa

pg. 10

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Após a escolha e delimitação do assunto, revisão bibliográfica, definição

dos objetivos, formulação do problema e das hipóteses e a identificação das

variáveis, deve-se definir quais os instrumentos serão utilizados na pesquisa para

coleta de dados.

A elaboração e organização dos instrumentos de

investigação é uma etapa importante no planejamento da

pesquisa. Normalmente, as obras sobre pesquisa

científica fornecem esboços que sevem de orientação na

elaboração de questionários, formulários, roteiros de fonte:

http://office.microsoft.com entrevistas entre outros instrumentos de pesquisa

(Marconi & Lakatos, 2002).

Nesta etapa, deve ser feita a adequação metodológica conforme as

características da pesquisa a ser realizada.

Os instrumentos de pesquisa mais utilizados são: a entrevista, o

formulário e o questionário.

A ENTREVISTA deve ser uma conversa orientada

que forneça dados importantes para a pesquisa.

Nos últimos anos, tornou-se um dos instrumentos

mais utilizados por pesquisadores em ciências

sociais. fonte: http://office.microsoft.com

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO E REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA

Page 11: Metodologia Unip Interativa

pg. 11

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Cervo & Bervian (2002) apresentam uma lista de critérios para tornar a

entrevista mais produtiva:

a) planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcançado;

b) obter conhecimento prévio acerca do entrevistado, sempre que possível;

c) marcar o local e o horário para a entrevista com antecedência;

d) criar condições apropriadas para a entrevista, pois é mais fácil obter

informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que de

um grupo;

e) escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade com o assunto

escolhido;

f) fazer uma lista de questões destacando-se as mais importantes;

g) assegurar um número suficiente de entrevistados;

h) antecipar as principais perguntas ao entrevistado, a fim de garantir os dados

mais relevantes da pesquisa;

o entrevistador não deve confiar

Observação importante demasiadamente em sua memória, deve

registrar todos os dados fornecidos durante

e após a entrevista.

O QUESTIONÁRIO é o instrumento mais utilizado

para coletar dados, pois possibilita medir com

melhor precisão o que se deseja. Todo questionário

deve ter natureza impessoal para assegurar

uniformidade na avaliação de uma situação para

outra. A vantagem do questionário em relação à

entrevista é que devido ao anonimato os

fonte:http://office.microsoft.com respondentes se sentem mais confiantes, o que

possibilita coletar informações e respostas mais

reais.

Page 12: Metodologia Unip Interativa

pg. 12

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Os questionários podem ser compostos por perguntas fechadas ou

abertas. As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, codificação e

análise. As perguntas abertas embora possibilitem coletar dados mais ricos e

variados apresentam maior dificuldade para sua codificação e análise. Cervo &

Bervian (2002).

O FORMULÁRIO é uma lista informal destinado a

coleta de dados resultantes de observações ou

interrogações que é preenchido pelo próprio

investigador. Destaca-se sua importância pela

possibilidade de comportar perguntas mais

complexas, apresentar garantia de uniformidade na

interpretação dos dados e dos critérios. Após a

fonte: http://office.microsoft.com coleta dados por meio de técnicas de observação

controla, passa-se à codificação e à tabulação dos

mesmos (gráficos, mapas e quadros estatísticos). Cervo & Bervian (2002).

A INTERNET COMO FERRAMENTA DE PESQUISA

Os documentos eletrônicos, principalmente os extraídos da Internet, são

um recurso técnico com pouco tempo de existência no cenário da sociedade

moderna. Sabe-se que as informações eletrônicas não são duradouras, não ficam

disponíveis por muito tempo, assim podem se apresentar fragmentadas ou limitadas

diante da realidade. São questões que devem ser analisadas pelo pesquisador,

principalmente quando se trata de um trabalho de cunho cientifico.

BASE DE DADOS NA INTERNET

Page 13: Metodologia Unip Interativa

pg. 13

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Alguns exemplos para pesquisa:

Arquivo Público do Estado de São Paulo www.arquivoestado.sp.gov.br

Biblioteca das Universidades Públicas Paulistas http://biliotecas-cruesp.usp.br

Biblioteca do Senado Federal www.senado.gov.br/sf/biblioteca

Biblioteca Nacional www.bn.br

Biblioteca Nacional Digital www.bdn.bn.pt

Biblioteca Virtual em Saúde www.bireme.br

CAPES www.capes.gov.br

CNPq www.cnpq.br

Domínio Público www.dominiopublico.gov.br

Ebook Brasil www.ebooksbrasil.org

FAPESP www.fapesp.br

GT Bibliotecas Virtuais http://cgi.br/gt/gtbv/bibliotecas

Revista Brasileira de Pós Graduação www2.capes.gov.br/rbpg

Scientific Eletronic Library Online – Scielo www.scielo.org

Universidades

Universidade Paulista – UNIP www.unip.br

Universidade de São Paulo – USP www.usp.br

Universidade Estadual Paulista – UNESP www.unesp.br

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP www.unicamp.br

Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR www.ufscar.br

Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP www.unifesp.br

A Internet também pode auxiliar o pesquisador na delimitação do seu

tema de pesquisa assim como no acesso à produção científica. Um dos exemplos

para esse auxílio é o abaixo no que se refere à utilização de conceitos e de

identificação de produção sobre determinado tema:

Page 14: Metodologia Unip Interativa

pg. 14

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Tesauro Segundo o Dicionário Houaiss, tesauro significa “repertório alfabético

de termos utilizados em indexação e na classificação de documentos”

ou “vocabulário de um ramo do saber que descreve sem ambigüidade

os conceitos a ele atinentes”. Fonte: http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=tesauro

O tesauro pode ser um aliado na delimitação do assunto.

Exemplo: Tesauro (assunto) de educação (tema)

Consulte no site: www.inep.gov.br/pesquisa/thesaurus/

COLETA E SELEÇÃO DE DADOS

Esta é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos

elaborados e das técnicas selecionadas a fim de efetuar a coleta de dados.

Geralmente é a fase que toma mais tempo e é mais cansativa; exige do

pesquisador: paciência, perseverança e esforço pessoal, além dos registros dos

dados que devem ser realizados cuidadosamente.

Segundo Marconi & Lakatos (2002), para a realização da coleta de dados

existem vários procedimentos que podem variar de acordo com o tipo de

investigação. Em geral, as técnicas de pesquisa são:

Coleta documental: instrumento de pesquisa que obtém os dados a partir de fontes

primárias, ou seja, os documentos que servirão para posterior elaboração de

informações. Ex: fotografias, cartas, documentos oficiais, artigos.

Observação: deve-se ter conhecimento prévio do que será observado; preparar-se

para situações inesperadas; registrar as informações através de fotos e/ou vídeos;

confeccionar o relatório assim que terminar a observação (não confie na memória)

Entrevista: identificar quem deve ser entrevistado; elaborar um plano para a

entrevista; elaborar as questões previamente; realizar um pré-teste para correção de

possíveis erros; diante do entrevistado estabeleça uma relação amigável; procure

ser objetivo e anote tudo na hora (não confie na memória)

Page 15: Metodologia Unip Interativa

pg. 15

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Questionário: importante instrumento de coleta de dados; a linguagem deve ser a

mais simples e direta possível; deve conter: carta de explicação (proposta da

pesquisa); itens de identificação, itens sobre as questões.

Formulário: é um misto entre o questionário e a entrevista. Geralmente as respostas

são mais complexas

Medidas de opiniões e de atitudes: técnica de pesquisa que se caracteriza pela

mensuração das respostas por meio de escalas. Ex: classificação por pontos,

classificação direta, classificação por intensidade etc.

Técnicas mercadológicas: técnica de pesquisa utilizada em sistemas econômicos

e sociais, por empresas comerciais com e sem fins lucrativos. Muito utilizada em

campanhas governamentais. Ex: vacinação e eleição.

Testes: tipo de exame para verificação de veracidade através de provas ou listas de

perguntas escritas ou orais. Existem vários tipos de testes: de personalidade, de

inteligência, de aptidão, de diagnóstico.

Sociometria: técnica de pesquisa que tem como finalidade a observação e a análise

das relações interpessoais e sócio-afetivas de diferentes grupos (grupo de alunos,

por exemplo). Apesar e sua eficácia não é um instrumento muito utilizado

atualmente.

Análise de conteúdo: Identifique o local da coleta e registre os documentos da

forma mais apropriada: fotografias, vídeos, reproduções xerográficas (quando

autorizado); e finalmente estabeleça critérios para a organização dos documentos

coletados.

História de vida: instrumento de pesquisa qualitativa que tem como princípio a

análise da vida de uma personalidade e sua intersecção no contexto social e

compreensão de uma dada realidade. São fatores relevantes para a história de vida:

valores, atitudes, crenças, opiniões, representações etc.

Page 16: Metodologia Unip Interativa

pg. 16

INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: O TRABALHO MONOGRÁFICO

Após a finalização da coleta de dados, o pesquisador deve realizar uma

verificação crítica para detectar possíveis falhas ou erros, evitando informações

confusas, incompletas que possam prejudicar o resultado da pesquisa.

A análise e a interpretação dos dados

são atividades distintas, porém

estreitamente relacionadas. A análise

procura evidenciar as relações

existentes entre o fenômeno estudado

e outros fatores. A interpretação

dos dados busca dar um

significado mais amplo às respostas,

fonte: http://office.microsoft.com associando-as a outros

conhecimentos. A interpretação significa, em geral, a exposição do verdadeiro

significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos.

REFERÊNCIAS CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. D´ÓNOFRIO, Salvatore. Metodologia do Trabalho Intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. FACHIN, Odilia. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001. LUCKESI, C. C. Fazer universidade uma proposta metodológica. São Paulo: Editora Cortez, 1987. MARCONI, Marina de A. & LAKATOS, Eva M. Técnicas de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2002.