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Figura 1. Localização das 20 cartas na Serra Gaúcha atributos armazenados em tabelas a eles associadas. Por último, a partir dos elementos da topografia, gerou-se um Modelo Numérico do Terreno (MNT) da região (Figura 4). Após a conclusão dos trabalhos de campo e da base cartográfica, procedeu-se à digitalizacao e edição das unidades de mapeamento. As cartas plastificadas contendo os limites das unidades de mapeamento foram escaneadas, georreferenciadas e vetorizadas em tela. A vetorização foi realizada de forma contínua, sem as divisões das cartas, garantindo-se a consistência e a Figura 2. Delimitação das unidades de solos sobre as cartas. contiguidade de polígonos entre cartas vizinhas. Os atributos dos polígonos de solos foram armazenados em tabelas a eles associadas, produzindo-se um arquivo digital de solos com a cobertura contínua das 20 cartas, estruturado para uso em SIG (Figura 5). Figura 3. Base cartográfica digital das 20 cartas na Serra Gaúcha. Figura 4. Modelo Numérico do Terreno (MNT) das 20 cartas na Serra Gaúcha. Na preparação do material para impressão, extraiu-se do conjunto de dados das 20 cartas a janela de informação gráfica correspondente a cada uma das folhas. A editoração envolveu a fusão do mapa dos polígonos de solos com um sombreamento analítico do MNT, utilizando as cores do sistema brasileiro de levantamento e classificação de solos (Figura 6). Figura 5. Detalhe da vetorização das unidades de solos de uma carta e mapa contínuo de solos das 20 cartas na Serra Gaúcha. Figura 6. Detalhe da fusão dos polígonos de solos com o sombreamento analítico do MNT, gerando mapa de unidades de solos sombreado.. Resultados e discussão A integração de informações de campo com dados derivados de bases cartográficas possibilitou a obtenção de um mapa digital de solos georreferenciado e contínuo para toda a região, cobrindo uma superfície equivalente a 20 cartas na escala 1:50.000. Este produto está livre das inconsistências comuns nas articulações de cartas, possuindo vinculação com tabelas que contém os principais atributos das unidades de mapeamento, além de evidenciar as formas de relevo através do efeito de sombras. Essas características permitem seu uso para inúmeras finalidades, como zoneamentos, diagnósticos, avaliações de aptidão e outras aplicações. Torna-se possível realizar consultas sobre as caracteristicas físico-químicas de um local ou selecionar locais que apresentem características de interesse, bem como quantificar as respectivas superfícies, além de cruzar as informações de solos com outros dados georreferenciados da região. METODOLOGIA CARTOGRÁFICA DE SOLOS PARA O ZONEAMENTO VITÍCOLA DO RIO GRANDE DO SUL Eliseu Weber ; Heinrich Hasenack ; Carlos Alberto Flores ; Reinaldo Oscar Pötter ; Pedro Jorge Fasolo 1 1 2 3 3 1 2 3 UFRGS, Centro de Ecologia, CP. 15007, CEP 91501-970, Porto Alegre, RS. E-mail: ; Embrapa Clima Temperado, BR 392 KM 78, CP. 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS. E-mail: Embrapa Florestas, Estrada da Ribeira KM 11, CP. 319, CEP 83411-000, Colombo, PR Patrocínio: I B R A V I N, recursos do FUNDOVITIS, Governo do Estado do Rio Grande do Sul [email protected] [email protected] [email protected] Introdução Material utilizado Os levantamentos de solos são realizados de acordo com metodologia específica que busca enquadrar as unidades de mapeamento em um sistema de classificação e obter produtos finais para a impressão, como cartas ou mapas. As geotecnologias podem contribuir significativamente para o aprimoramento da qualidade e consistência dos levantamentos, bem como potencializar os usos e aplicações dos resultados. 20 cartas em escala 1:50.000 da DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército) da Serra Gaúcha (Figura 1) Software de edição vetorial Cartalinx Softwares de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) Idrisi Kilimanjaro e Arcview Software de editoração eletrônica Corel Draw Receptores GPS de navegação Microcomputadores e periféricos Os zoneamentos agrícolas são realizados com base em dados predominantemente climáticos, enfocando as potencialidades e restrições de uma região para determinadas culturas. No caso da viticultura, sabe-se que a qualidade da uva e do vinho está intimamente associada ao clima, mas também depende fortemente do solo, da cultivar, do sistema de cultivo, dos tratos culturais e do processo de vinificação. Dessa forma, um zoneamento que objetive a indicação de locais adequados ao cultivo de uvas para um determinado tipo de vinho deve levar em consideração essas variáveis. O objetivo deste trabalho foi integrar elementos de bases cartográficas com levantamentos de solos na Serra Gaúcha, visando o desenvolvimento de metodologia para obtenção de mapeamentos contínuos a partir do mapeamento sistemático brasileiro. ! ! ! ! ! ! Métodos O levantamento de solos foi baseado na metodologia para levantamento semidetalhado de solos do sistema brasileiro de levantamento e classificação de solos revisado. O trabalho de campo para a descrição dos perfis e coleta de amostras para análise físico-quimica foi realizado com o auxílio de receptores GPS e de cartas em escala 1:50.000 plastificadas. Através dos receptores GPS efetuou-se a localização geográfica dos perfis e das amostras e, sobre as cartas plastificadas, traçou-se os limites das unidades de mapeamento observadas em campo (Figura 2). As amostras coletadas foram enviadas para análise no laboratório de solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Paralelamente aos levantamentos de campo foi realizada a estruturação de uma topografia, hidrografia, sistema viário e áreas urbanizadas) base cartográfica digital em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG), através da vetorização das cartas 1:50.000. As cartas em papel foram escaneadas em de grande formato, georreferenciadas com base na grade de coordenadas UTM e suas principais informações temáticas ( foram vetorizadas em tela (Figura 3). Os layers dessas informações foram topologicamente estruturados e seus scanner

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Figura 1. Localização das 20 cartas na Serra Gaúcha

atributos armazenados em tabelas a eles associadas. Por último, a partir dos elementos datopografia, gerou-se um Modelo Numérico do Terreno (MNT) da região (Figura 4).

Após a conclusão dos trabalhos de campo e da base cartográfica, procedeu-se à digitalizacao eedição das unidades de mapeamento. As cartas plastificadas contendo os limites das unidadesde mapeamento foram escaneadas, georreferenciadas e vetorizadas em tela. A vetorização foirealizada de forma contínua, sem as divisões das cartas, garantindo-se a consistência e a

Figura 2. Delimitação das unidades de solossobre as cartas.

contiguidade de polígonos entre cartas vizinhas. Os atributos dos polígonos de solos foramarmazenados em tabelas a eles associadas, produzindo-se um arquivo digital de solos com acobertura contínua das 20 cartas, estruturado para uso em SIG (Figura 5).

Figura 3. Base cartográfica digital das 20cartas na Serra Gaúcha.

Figura 4. Modelo Numérico do Terreno(MNT) das 20 cartas na Serra Gaúcha.

Na preparação do material para impressão, extraiu-se do conjunto de dados das 20 cartas ajanela de informação gráfica correspondente a cada uma das folhas. A editoração envolveu afusão do mapa dos polígonos de solos com um sombreamento analítico do MNT, utilizandoas cores do sistema brasileiro de levantamento e classificação de solos (Figura 6).

Figura 5. Detalhe da vetorização das unidades de solos de uma carta e mapa contínuo de solosdas 20 cartas na Serra Gaúcha.

Figura 6. Detalhe da fusão dos polígonos de solos com o sombreamento analítico do MNT,gerando mapa de unidades de solos sombreado..

Resultados e discussãoA integração de informações de campo com dados derivados de bases cartográficaspossibilitou a obtenção de um mapa digital de solos georreferenciado e contínuo para toda aregião, cobrindo uma superfície equivalente a 20 cartas na escala 1:50.000. Este produto estálivre das inconsistências comuns nas articulações de cartas, possuindo vinculação com tabelasque contém os principais atributos das unidades de mapeamento, além de evidenciar asformas de relevo através do efeito de sombras.

Essas características permitem seu uso para inúmeras finalidades,como zoneamentos, diagnósticos, avaliações de aptidão e outras aplicações.

Torna-se possível realizar consultas sobre as caracteristicas físico-químicas de um local ouselecionar locais que apresentem características de interesse, bem como quantificar asrespectivas superfícies, além de cruzar as informações de solos com outros dadosgeorreferenciados da região.

METODOLOGIA CARTOGRÁFICA DE SOLOS PARA OZONEAMENTO VITÍCOLA DO RIO GRANDE DO SUL

Eliseu Weber ; Heinrich Hasenack ; Carlos Alberto Flores ; Reinaldo Oscar Pötter ; Pedro Jorge Fasolo1 1 2 3 3

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UFRGS, Centro de Ecologia, CP. 15007, CEP 91501-970, Porto Alegre, RS. E-mail: ;Embrapa Clima Temperado, BR 392 KM 78, CP. 403, CEP 96001-970, Pelotas, RS. E-mail:Embrapa Florestas, Estrada da Ribeira KM 11, CP. 319, CEP 83411-000, Colombo, PR

Patrocínio: I B R A V I N, recursos do FUNDOVITIS, Governo do Estado do Rio Grande do Sul

[email protected]@cpact.embrapa.br

[email protected]

Introdução

Material utilizado

Os levantamentos de solos são realizados de acordo com metodologia específica que buscaenquadrar as unidades de mapeamento em um sistema de classificação e obter produtos finaispara a impressão, como cartas ou mapas. As geotecnologias podem contribuir significativamentepara o aprimoramento da qualidade e consistência dos levantamentos, bem como potencializar osusos e aplicações dos resultados.

20 cartas em escala 1:50.000 da DSG (Diretoria de Serviço Geográfico do Exército) da SerraGaúcha (Figura 1)

Software de edição vetorial CartalinxSoftwares de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) Idrisi Kilimanjaro e ArcviewSoftware de editoração eletrônica Corel DrawReceptores GPS de navegaçãoMicrocomputadores e periféricos

Os zoneamentos agrícolas são realizados com base em dados predominantemente climáticos,

enfocando as potencialidades e restrições de uma região para determinadas culturas. No caso da

viticultura, sabe-se que a qualidade da uva e do vinho está intimamente associada ao clima, mas

também depende fortemente do solo, da cultivar, do sistema de cultivo, dos tratos culturais e do

processo de vinificação. Dessa forma, um zoneamento que objetive a indicação de locais

adequados ao cultivo de uvas para um determinado tipo de vinho deve levar em consideração

essas variáveis.

O objetivo deste trabalho foi integrar elementos de bases cartográficas com levantamentos desolos na Serra Gaúcha, visando o desenvolvimento de metodologia para obtenção demapeamentos contínuos a partir do mapeamento sistemático brasileiro.

MétodosO levantamento de solos foibaseado na metodologia paralevantamento semidetalhado desolos do sistema brasileiro delevantamento e classificação desolos revisado. O trabalho decampo para a descrição dos perfise coleta de amostras para análisefísico-quimica foi realizado com oauxílio de receptores GPS e decartas em escala 1:50.000plastificadas. Através dosreceptores GPS efetuou-se alocalização geográfica dos perfis edas amostras e, sobre as cartasplastificadas, traçou-se os limitesdas unidades de mapeamentoobservadas em campo (Figura 2).

As amostras coletadas foram enviadas paraanálise no laboratório de solos da Faculdadede Agronomia da UFRGS.Paralelamente aos levantamentos de campofoi realizada a estruturação de uma

topografia,hidrografia, sistema viário e áreasurbanizadas)

basecartográfica digital em ambiente de Sistemade Informação Geográfica (SIG), através davetorização das cartas 1:50.000. As cartas empapel foram escaneadas em de grandeformato, georreferenciadas com base nagrade de coordenadas UTM e suas principaisinformações temáticas (

foram vetorizadas em tela(Figura 3). Os layers dessas informaçõesforam topologicamente estruturados e seus

scanner