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NATHÁLIA PRADO ROSOLÉM APLICAÇÃO DE METODOLOGIA CARTOGRÁFICA NO ESTUDO E VIZUALIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE LONDRINA-PR LONDRINA 2009

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NATHÁLIA PRADO ROSOLÉM

APLICAÇÃO DE METODOLOGIA CARTOGRÁFICA NO ESTUDO E VIZUALIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE

LONDRINA-PR

LONDRINA

2009

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NATHÁLIA PRADO ROSOLÉM

APLICAÇÃO DE METODOLOGIA CARTOGRÁFICA NO ESTUDO E VIZUALIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE

LONDRINA-PR

Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Bacharelado. Orientadora: Profa. Dra. Rosely Sampaio Archela

LONDRINA 2009

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NATHÁLIA PRADO ROSOLÉM

APLICAÇÃO DE METODOLOGIA CARTOGRÁFICA NO ESTUDO E VIZUALIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE

LONDRINA-PR

Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Bacharelado.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Profa. Dra. Rosely Sampaio Archela

Orientadora

____________________________________ Profa. Dra. Mirian Vizintim Fernandes Barros

____________________________________ Profa. Dra. Eloiza Cristiane Torres

Londrina, 10 de novembro de 2009.

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ROSOLÉM, NATHÁLIA PRADO. Aplicação de metodologia cartográfica no estudo e vizualização da área central de Londrina-PR. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso de Geografia (Bacharelado) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009.

RESUMO Tem por base a proposta metodológica de cartografia ambiental desenvolvida por André Journaux (1985) para estudo da dinâmica do ambiente. Por meio desta metodologia chega à representação do ambiente e de sua dinâmica no bairro Centro Histórico da cidade de Londrina (Paraná). Os mapas analíticos representam os elementos naturais (água, ar, vegetação, relevo, condições climáticas e solo) que, juntamente com a ação antrópica, degradam, alteram as relações ambientais, e provocam modificações do meio natural para um meio artificial. Finaliza-se a pesquisa com a elaboração de um mapa de síntese que retrata a qualidade ambiental da área de estudo. Palavras-chave: Cartografia Ambiental; Leitura de Mapas; Representação Cartográfica; Dinâmica do Meio Ambiente; Visualização Cartográfica.

ABSTRACT

Used as a methodological proposal based environmental’s cartography developed by André Journaux (1985) to study the environment’s dynamic. Through this methodology it comes to the environment’s representation and its environment’s dynamic in district Historical city of Londrina (Paraná).The analytical maps represent the natural elements (water, air, vegetation, topography, climate and soil) that, together with the human action, degrade, alter the environmental relationships, and resulting changes in the natural environment for an artificial environment. Ends in the search with the preparation of a summary map depicting the environmental quality of the study area. Keywords: Environmental’s cartography; Analysis of maps; Cartographic representation; Environment’s Dynamics; View cartographic

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, que sempre me deu força e saúde para seguir a vida

acadêmica, sem ter grandes obstáculos, para chegar a concretização de um sonho.

Aos meus pais, Célia e Sérgio, que sempre me apoiaram, direta ou

indiretamente, proporcionando que tudo fosse feito da melhor maneira possível,

incentivando financeiramente e emocionalmente, este trabalho é mais uma vez

dedicado a vocês.

As minhas irmãs, Érika, Carla e Ligia, que me aguentaram sempre, e que de

alguma forma auxiliaram para minha formação acadêmica.

Família vocês são o que tenho de mais precioso, Amo Vocês!

À minha amiga e orientadora, Rosely Sampaio Archela, pelo apoio sempre, pelos

ensinamentos prestados, por me ajudar a crescer academicamente, pela paciência,

espero tê-la como mestre por um bom tempo!

Ao Marcel, que sempre esteve ao meu lado, aguentando os meus chiliques, o

meu stress, que com sua paciência me suportou nos momentos mais críticos da

caminhada acadêmica, ajudando nos trabalhos, nas pesquisas, sendo além de um

grande namorado, também fisicamente, mas um grande e precioso amigo. Obrigada por

tudo! Amo você!

Aos meus amigos, Leonardo e Pedro, que sempre foram companheiros em todos

os momentos da faculdade, fazendo os trabalhos, estudando para as provas, curtindo a

vida social, porque ninguém é de ferro. Foi bom compartilhar todos esses momentos, e

seremos sempre o quarteto fantástico da geografia, desejo todo sucesso pra vocês.

Aos pais do Marcel, Rita e Juvenal, que sempre me incentivaram com suas

doces palavras e com as suas fortes orações! Tenho muito carinho por vocês, obrigada

por tudo que fizeram e fazem por mim!

A banca, Mirian e Eloiza, pessoas mais que especiais, obrigada por aceitar o

convite, é uma honra tê-las como banca examinadora da minha primeira defesa, que

seja assim, a primeira de outras que virão.

A IC-UEL e PIBIC-CNPq, pelas bolsas oferecidas no decorrer da graduação.

A todos os professores e funcionários do Departamento de Geociências.

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DEDICATÓRIA À Deus, a minha família, a minha Vó Maria (in memória), a meu padrinho Elias (in memória), com muitas saudades.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................9

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................13

2.1 PERIODIZAÇÃO DA CARTOGRAFIA NO CONTEXTO GEOGRÁFICO......................................13

2.1.1 Cartografia Ambiental..........................................................................................16

2.2 LEITURA DE MAPAS.....................................................................................................18

2.3 PROPOSTA METODOLÓGICA DE ANDRÉ JOURNAUX PARA A CARTOGRAFIA AMBIENTAL....20

3 ÁREA CENTRAL DE LONDRINA: ASPECTOS GEOECOLÓGICOS........................23

3.1 SURGIMENTO DO BAIRRO CENTRO HISTÓRICO...............................................................23

3.2 ADAPTAÇÃO DA LEGENDA............................................................................................29

3.3 MAPAS ANALÍTICOS E DE CORRELAÇÃO........................................................................33

4 ANÁLISE GEOGRÁFICA DO BAIRRO CENTRO HISTÓRICO DE LONDRINA........46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................54

BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................56

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LISTA DE MAPAS Mapa 1 – Localização da Área de Estudo.......................................................................10

Mapa 2 – Sistema Viário da Área Central de Londrina-PR.............................................11

Mapa 3 – Planta da Cidade de Londrina – 1935.............................................................24

Mapa 4 – Representação do Bairro Centro Histórico......................................................27

Mapa 5 – Toponímia e Topografia do Bairro Centro Histórico........................................34

Mapa 6 – Hidrografia do Bairro Centro Histórico............................................................36

Mapa 7 – Ar e Direção dos Ventos do Bairro Centro Histórico.......................................37

Mapa 8 – Espaços Construídos do Bairro Centro Histórico............................................39

Mapa 9 – Espaços Verdes do Bairro Centro Histórico....................................................40

Mapa 10 – Dados do Meio Ambiente do Bairro Centro Histórico....................................42

Mapa 11 – Degradação do Solo do Bairro Centro Histórico...........................................43

Mapa 12 – Poluição do Ar do Bairro Centro Histórico.....................................................44

Mapa 13 – Dinâmica do Meio Ambiente do Bairro Centro Histórico...............................45

Mapa 14 – Unidades de Paisagem do Bairro Centro Histórico.......................................47

Mapa 15 – Qualidade Ambiental da Área Central de Londrina.......................................52

Apêndice – Dinâmica Ambiental do Bairro Centro Histórico de Londrina - PR

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1 INTRODUÇÃO

Londrina está situada na região sul do Brasil. É a segunda maior cidade do

estado do Paraná com aproximadamente 500 mil habitantes. A cidade originou-se a

partir da chegada dos ingleses ao norte do Paraná, na década de 1920. Para o

loteamento das terras, utilizaram como atrativo o solo fértil aqui encontrado, conhecido

como terra roxa, um bom solo para o cultivo da cultura em expansão na época, que era

o café. A primeira região colonizada foi a que chamamos hoje popularmente de área

central ou bairro Centro Histórico (Mapa 1).

Os ingleses trouxeram consigo os conhecimentos da construção de inúmeras

cidades européias e de seus problemas urbanos como os conhecimentos sobre as

enchentes. Essa experiência fez com que a cidade de Londrina fosse construída na

região alta do terreno, em forma de tabuleiro de xadrez, com ruas largas e quarteirões

bem definidos para uma população de aproximadamente 20 mil habitantes. Essa região

se apresenta como nossa principal área de estudo. Um pedaço da cidade, que com o

processo de urbanização e do grande crescimento populacional contribuiu para que a

cidade se expandisse em torno da região central, fazendo com que essa também

sofresse os danos ambientais urbanos.

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Mapa 1 – Localização da área de estudo

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A área central é delimitada por grandes avenidas da cidade de Londrina. Tem ao

norte a Avenida Dom Geraldo Fernandes, popularmente conhecida como “Leste-

Oeste”, por contar a cidade nesses dois sentidos. A oeste, e em direção ao sul tem-se a

Avenida Juscelino Kubitschek, ao extremo noroeste, em pequena extensão, se

encontra a Avenida Rio Branco. Já a leste da região central se localiza a Avenida Dez

de Dezembro, mais conhecida como “Via Expressa” (Mapa 2).

Mapa 2 – Sistema viário da área central de Londrina-PR

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O objetivo desta pesquisa foi adotar uma metodologia de representação

cartográfica para a construção de mapas que possibilitassem a visualização da

dinâmica ambiental da área central da cidade de Londrina, e obter um mapa de síntese

que representasse a qualidade ambiental desse bairro, com base nas variáveis

estudadas.

Para atingir este objetivo, foi necessário realizar um levantamento bibliográfico;

adotar uma metodologia de cartografia ambiental para a representação do mapa

ambiental da área central da cidade de Londrina; levantar os dados existentes sobre o

meio ambiente; investigar as características ambientais da área central da cidade de

Londrina; adaptar a legenda proposta por André Journaux (1985) para o caso

específico dessa região; construir mapas ambientais utilizando a legenda desenvolvida.

Estudar as variáveis em conjunto para chegar ao mapa de síntese.

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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 PERIODIZAÇÃO DA CARTOGRAFIA NO CONTEXTO GEOGRÁFICO

Diferente do que é produzido hoje, a geografia até o século XIX tinha a maior

parte do seu desenvolvimento relacionado com a descoberta e a descrição de lugares,

com objetivo de reconhecer e registrar o diferente, o desconhecido.

A partir desta premissa, o mapa foi utilizado como um importante meio para a

representação destes espaços, sendo que descreve a superfície terrestre e sua

diversidade, no qual compreende suas relações e interações dos diferentes lugares

encontrados.

Com base em ARCHELA (2000), no período da Geografia Clássica, fase que vai

até o século XIX, a cartografia é entendida como a própria essência de expressão da

geografia. A partir das grandes expedições, se buscou novas informações sobre

diferentes lugares, principalmente no contexto de expansão capitalista exercida pelos

europeus, procurava-se conhecer lugares que não haviam sido ainda descritos ou

visitados por estas civilizações, em que se obteve nestas viagens um levantamento

maior de informações e dados que auxiliavam na exploração das colônias, como tática

política e de ação sobre esses territórios.

A diversidade de produções cartográficas deste período esteve associada à

viajantes e militares que, financiados pelo poderio europeu, contribuiu para a descrição

cartográfica das terras descobertas, por meio do uso da cartografia como instrumento

de conquista colonial.

A geografia, ao se consolidar como ciência e disciplina acadêmica, passa a ter

progresso autônomo frente às outras ciências, e se torna independente, mas deixa sua

característica de função eminentemente estrategista de lado.

Todo o material coletado neste período, acúmulo de dados, descrições,

informações, representações cartográficas, serviram como base significativa para o

desenvolvimento dos estudos da Terra, e proporcionou um grande avanço dentro da

ciência geográfica, que com sua sistematização e implantação acadêmica, se

distanciou da cartografia e da produção de mapas, que passa a se especializar cada

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vez mais. No momento em que já se conhecia a Terra em seus aspectos básicos de

contorno e localização, e que começava a se produzir os atlas nacionais, foram criadas

as condições para o aparecimento dos primeiros mapas temáticos e para as discussões

em torno da cartografia, a fim de torná-la uma ciência independente, desvinculada da

geografia.

No entanto, a cartografia mesmo com viés de sua especialidade, se estabelece

com ciência, servindo também de instrumento para outras ciências que apresenta como

objeto de estudo em sua pesquisa a representação do espaço.

No século XX, um dos primeiros autores a fazer referência à desvinculação da

cartografia e da geografia foi o pesquisador alemão M. Eckert (apud ARCHELA, 2000),

considerando a cartografia como uma fusão de ciência e arte, ciência por se preocupar

com a precisão segundo as leis da matemática e da geometria, e arte pela preocupação

estética e visual do mapa.

A partir de eventos ocorridos na primeira metade do século XX, a descoberta

tecnológica e os períodos das duas Grandes Guerras, fizeram com que a cartografia

sofresse importantes transformações, pois estes diversos eventos utilizavam o mapa

com um instrumento de representação do conhecimento do território.

O Conselho Brasileiro de Geografia, criado em 1937, e transformado em Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 1967 teve um papel fundamental na

disseminação da cartografia no Brasil. Por meio de cursos de aperfeiçoamento para

professores do ensino médio e superior, investiu no preparo destes profissionais e na

instrumentalização para a leitura e interpretação de mapas.

Com o final da Segunda Guerra Mundial, as ciências tomam objetivos diferentes,

com o desenvolvimento tecnológico e dos instrumentos de trabalho, acarretam

mudanças também na cartografia e na geografia. A Nova Geografia chega ao Brasil

em meados dos anos de 1970 por meio de pesquisadores do IBGE, da UFRJ e UNESP

de Rio Claro, de forma essencialmente regional. Ela advém do resultado de grandes

discussões e conflitos filosóficos e metodológicos que ocorriam dentro da geografia,

entrando assim em sua fase quantitativa.

O desenvolvimento da Nova Geografia também refletiu na representação

cartográfica. Segundo ARCHELA (2000), neste período da geografia surgem correntes

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cartográficas: a Modelização Cartográfica e Cartografia e Cognição originárias dos

Estados Unidos; Comunicação da Informação da Ex-União Soviética, e a Semiologia

Gráfica da França

Já em 1980, em oposição ao movimento quantitativo da Nova Geografia, surge

um movimento denominado de Geografia Crítica. Seus autores pensavam a análise

geográfica como um instrumento de libertação do homem e buscavam realizar a

avaliação profunda das razões da crise política, econômica e social brasileira, como

também da própria geografia.

Sob essa geografia de postura crítica, não se verificou um progresso significativo

da cartografia, pois o que importava era conhecer e analisar o todo, sem a preocupação

em cartografar os processos. Dessa forma, os estudos cartográficos nos cursos de

geografia passa-se para segundo plano.

No século XXI, as tendências cartográficas foram reunidas em busca da melhor

forma de comunicar a informação por meio de mapas úteis que atendam às

necessidades do usuário.

A Semiologia Gráfica, por exemplo, uma das correntes mencionadas

anteriormente, constitui-se atualmente na gramática da cartografia, uma vez que

recomenda princípios que não devem ser ignorados para que o processo de

comunicação se estabeleça entre o cartógrafo e o usuário. O aprendizado dessa

gramática envolve o uso adequado das variáveis visuais e o seu resultado permite a

correta percepção dos fenômenos representados. A Semiologia Gráfica foi

desenvolvida na França por Jacques Bertin na década de 1960, e contribuiu

significativamente para o desenvolvimento da cartografia teórica. BERTIN (1973)

sistematizou a linguagem gráfica como um sistema de símbolos gráficos com

significado e significante. Considerou como significado as relações entre os dados a

serem representados, que podem ser de similaridade/diversidade, ordem ou de

proporcionalidade. As relações entre os dados deverão ser transcritas no mapa através

de variáveis visuais que representem exatamente as mesmas relações entre os dados

que serão representados.

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2.1.1 Cartografia Ambiental

Em meados da década de 1970 devido à grande preocupação com o meio

ambiente os pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento científico estavam em

busca de um método cartográfico que integrasse os elementos da natureza e o homem.

Surge então, a cartografia ambiental que vem expor de maneira expressiva e

representativa a ação e influência do homem na natureza, como também, os problemas

ambientais, por conta da utilização e privatização dos recursos naturais.

Nesse sentido, pesquisadores como JOURNAUX (1979); MARTINELLI (1994);

ROSS (1995); ALONSO (2002); ARCHELA et al (2002) escrevem que a cartografia

ambiental deve incorporar todas as relações, mediações e contradições entre os

elementos físico, humano e econômico, não tendo somente uma função ilustrativa, mas

também a de ser uma forma de representação da pesquisa e de suas informações,

socializando e desmistificando o mapa e dando a função social que a ciência

cartográfica necessita.

Com o avanço e desenvolvimento de novas tecnologias a partir dos anos de

1990, a cartografia é apontada, em muitos casos, como instrumento fundamental para a

pesquisa.

O mapa, por sua vez, é um instrumento importante para a representação

simbólica dos espaços estudados em geografia. Segundo MARTINELLI (2003), o mapa

é uma representação gráfica que em seu contexto insere o objetivo da comunicação

visual. Envolve uma linguagem gráfica bidimensional e atemporal que demanda apenas

um instante da percepção visual. Embora a gravura a fotografia e o mapa sejam

considerados imagem, a imagem do mapa se diferencia das demais, porque ela possui

um único significado, classificada assim como monossêmica. As demais imagens

possuem características polissêmicas.

O mapa é utilizado para representar uma determinada área geográfica ou parte

da superfície da terra em uma superfície plana. A representação em uma determinada

escala apresenta informações com diferentes possibilidades de análise da realidade, de

acordo com o nível de conhecimento e conteúdos que o leitor traz consigo.

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Como a geografia possui uma preocupação intrínseca com a organização do

espaço, utiliza-se do mapa com cunho investigativo como também, para realizar

constatações dos dados representados. A interpretação do mapa compreende a

distribuição e organização da informação nos espaços representados transmitindo

assim, a informação necessária para se ter uma visão do todo, pois é através do mapa

em que se tem a leitura do espaço estudado.

DUARTE (1986) escreve que embora cartografia e geografia sejam ciências

independentes, existe um forte grau de relacionamento entre ambas, principalmente,

quando se trata da leitura e interpretação de mapas; quando se busca conhecimentos

preliminares e se levanta hipóteses; durante a pesquisa, quando se correlaciona as

mais diversas situações e se confronta as hipóteses; e no final, quando se apresenta os

resultados.

Além de ser um importante aliado da geografia, o mapa também é utilizado em

pesquisas de várias ciências, em planejamentos territoriais e também na vida cotidiana

das pessoas. Hoje se observa a presença deste instrumento em guias para turistas, em

jornais diários como, por exemplo, na representação de uma região que está em

conflito ou simplesmente em um mapa para apresentar as condições do tempo daquele

dia. Encontramos também, o mapa em jornais e programas na televisão, porém, em

muitos casos, estes não passam de mapas de localização e comunicam pouco. Servem

mais como ilustração. No entanto, ARCHELA e THÉRY (2008) corroboram que a

função de um mapa quando disponível ao público é a de comunicar o conhecimento de

poucos para muitos, por isso ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicar

algo.

Há uma diversidade de tipos de mapas, alguns servem para indicar a localização

dos elementos naturais como os mapas topográficos, geológicos, geomorfológicos; os

que revelam as estruturas espaciais como mapas de redes rodoviárias, comerciais,

industriais; os que representam classificações e temáticas diversas e também os

movimentos de fluxo de mercadorias, movimentos migratórios, climáticos entre outros,

porém todos esses são mapas analíticos.

No entanto, para se produzir uma cartografia ambiental é importante passar para

outras etapas do método cartográfico, passar para os mapas de correlação para se

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chegar ao mapa de síntese, representar melhor os componentes do ambiente e

representar a sua dinâmica.

Como um modelo de comunicação visual, o mapa é uma representação

codificada de um determinado espaço real por meio de uma linguagem cartográfica. De

acordo com ALMEIDA e PASSINI (1989) a leitura e a representação do mapa de

diferentes temáticas naturais, políticas, culturais, entre outras é realizada por meio de

uma simbologia diversificada que auxilia na simplificação no processo de comunicação.

O termo “mapa” e “carta” muitas vezes são confundidos ou são classificadas

como sinônimos, mas possuem diferenças entre si. DUARTE (1986) faz uma

diferenciação dizendo que a “carta” se apresenta como sendo uma representação dos

elementos naturais e artificiais da Terra que permite a avaliação precisa da distância,

das direções e da localização dos pontos de uma determinada área e seus detalhes. É

uma representação plana, geralmente em média ou grande escala subdividida em

folhas numeradas obedecendo a um plano nacional ou internacional. Já o “mapa”

segundo este autor, é uma representação gráfica, que representa características

naturais ou artificiais terrestres ou subterrâneas, ou mesmo de outro planeta. A

representação é feita dentro de uma rigorosa localização relacionada a um sistema de

referência de coordenadas geográficas.

Contudo, uma maneira prática de conceituar um mapa, diferenciando-o de uma

carta, consiste na delimitação. Enquanto a “carta” possui sua delimitação por

coordenadas geográficas, como por exemplo, a carta topográfica em suas diferentes

escalas, ou mesmo, cartas de uma bacia hidrográfica; o mapa possui limites

administrativos como mapa-múndi, mapa do Brasil, do estado, do município ou de uma

região.

2.2 LEITURA DE MAPAS

Num sentido geral, a leitura é uma forma de decodificar, ou seja, de encontrar

algum sentido para algo que está oculto do que é aparente. Ler é perceber o que está

acontecendo, tentando assim organizar se situando no espaço. Ler segundo MORAN

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(1993) é perceber, sentir, entender e compreender o mundo que se desvela diante de

nós.

O processo da leitura sempre se renova e se aprofunda a partir de novos dados,

descobertas e interações, pelo conhecimento da própria realidade e de sua

interpretação, passando de uma consciência fragmentada para uma visão crítica

variando de pessoa para pessoa.

A grande maioria das pessoas tem acesso aos mapas seja para utilização em

uma pesquisa na escola, nas aulas de geografia, seja no metrô e ônibus para

localização na cidade, entre outros usos. No entanto, nem todas as pessoas recebem a

preparação necessária para realizar uma leitura correta do mapa.

Para se obter uma boa leitura do mapa é importante que se tenha conhecimento

sobre cartografia e geografia, pois assim, o mapa não passará somente de um

amontoado de linhas, cores, símbolos e nomes, e o trabalho cartográfico não será feito

em vão. O objetivo de quem elabora o mapa não é somente comunicar o leitor, mas sim

informá-lo e às vezes, formá-lo.

DUARTE (1986) faz uma diferenciação entre leitura e interpretação de mapas.

Classifica a leitura como um procedimento através do qual extraímos os elementos

visuais do mapa, é a verbalização do mapa, ou seja, a sua tradução em palavras. Já a

interpretação é o processo que no qual se deduz o que não é visto no mapa, sendo

mais difícil do que a leitura, pois requer conhecimentos e habilidades além da legenda.

Leitura e interpretação de mapas devem ser exercícios constantes na formação

geográfica porque desenvolve o sentido da observação, descrição, correlação e

explicação dos fatos geográficos. Ambas se complementam, porém, a leitura se

caracteriza pela descrição dos elementos mapeados como os aspectos morfológicos e

sua localização. Nesta etapa procura-se fazer registros importantes que possam

orientar a interpretação. Quanto à interpretação, podemos dizer que embora se trate de

um processo de síntese, esta tem por base as observações analíticas.

Ler um mapa segundo GUERRA (1964) significa fazer a descrição dos diferentes

elementos, resultando assim em uma descrição explicativa. Para interpretar é

importante se ter um conhecimento prévio dos elementos que foram descritos no mapa.

A interpretação de fatores humanos, econômicos, históricos e políticos, assuntos

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pertinentes para o ensino de geografia, necessitam de um respaldo bibliográfico maior

para que se interprete de forma correta o que está contido no mapa.

O processo de leitura de mapas começa primeiramente com a decodificação da

informação, que segundo ALMEIDA e PASSINI (1989), envolve algumas etapas

metodológicas que auxiliam na leitura. O ponto de partida é a leitura do título, pois a

partir deste se tem conhecimento sobre qual o espaço representado, sua limitação e

informações gerais. O segundo momento envolve a leitura da legenda. Fazer a relação

entre os signos e seus significados, correlacionando com a legenda do mapa e refletir

sobre a distribuição dos dados fazendo a leitura dos símbolos encontrados no mapa. O

terceiro é a observação da escala. A partir da escala, se obtém o cálculo das distâncias

que serão utilizadas para estabelecer comparações e interpretações sobre o mapa.

GUERRA (1964) propõe etapas para a realização da leitura de mapas. A

primeira consiste em realizar a leitura da orientação, da escala, da documentação e do

sistema de projeção do mapa. Na segunda etapa pode-se fazer a descrição dos

elementos, interpretação e conclusões parciais do que está sendo apresentado no

mapa. Na terceira etapa, propõe o estabelecimento de relações entre as partes e

levantamento das conclusões parciais com a bibliografia e os trabalhos de campo.

Podemos destacar a partir destas propostas de leitura, que a simples

visualização do mapa não é suficiente para que haja realmente uma compreensão. O

mapa também é um instrumento de pesquisa por isso é importante que se realize uma

leitura detalhada das informações representadas, bem como a sua interpretação

procurando observar além do que está projetado. Consiste em visualizar o todo, ou

seja, a realidade geográfica.

2.3 PROPOSTA METODOLÓGICA DE ANDRÉ JOURNAUX PARA A CARTOGRAFIA AMBIENTAL

Falar de uma metodologia específica para a Cartografia Ambiental é difícil, pois

esta apresenta várias propostas metodológicas discutidas por vários autores que

utilizam mapas analíticos, de correlação e de síntese para melhor representar os

componentes do meio ambiente. São os mapas de síntese os que mais se identificam

com a proposta da Cartografia Ambiental, pois esses são representados pela fusão de

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todas as características dos mapas analíticos, que vão representar a dinâmica do meio

ambiente que é o foco desta cartografia. (ARCHELA; ROSOLÉM, 2009)

A metodologia adotada neste trabalho, tem como orientação metodológica a

proposta do geógrafo francês André Journaux (1979;1984), professor da Faculdade de

Caen. Suas experiências levaram a criação de uma legenda geral que pode ser

adaptada para diferentes espaços geográficos. O resultado de sua aplicação é o mapa

de síntese que deve ser acompanhado por um memorial descritivo. Conjuntamente,

representam a estrutura e a dinâmica do meio ambiente (tanto do meio natural quanto

do meio transformado pela ação do homem) e envolve as interrelações entre seus

elementos (ar, água e solo); os desequilíbrios do ambiente; e as iniciativas de sua

recuperação.

Sua proposta teve grande repercussão em alguns países como o Brasil, mas, foi

adotada na França (pela Comissão Nacional de Cartografia do Meio Ambiente e de sua

Dinâmica e pelo Comitê Nacional Francês de Geografia) como padrão para mapear

todas as regiões desse país em escala 1:50.000, sendo utilizadas posteriormente para

trabalhos de planejamento do uso e ocupação do solo.

Esta metodologia cartográfica possibilita a elaboração de três tipos principais de

cartas: análise, sistemas e síntese. A carta de análise é caracterizada pela

representação de temas como as formações geológicas, distribuições fitológicas,

espaços agrícolas, construções urbanas, entre outros, vista com a cartografia de

elementos mais simples. A carta de sistemas (ou de correlação) apresenta como

objetivo a construção de cartas relacionadas às associações de elementos ou

processos para a definição de sistemas, que tem como exemplo, cartas agrárias,

ecológicas, as quais proporcionam a visualização da degradação de meio ambiente. O

autor inclui nesta classificação as cartas geotécnicas, que expressam os riscos naturais,

como por exemplo, as avalanches, desastres causados por tempestades ou

inundações, além das cartas de planejamento.

A carta de síntese é recomendada por JOURNAUX (1985) como uma carta de

sensibilização de problemas ambientais e têm como objetivo auxiliar o poder público

para as ações e decisões do planejamento territorial, além da conscientização política

para problemas ambientais.

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A legenda é dividida em duas partes. A primeira parte é relacionada aos dados

do meio ambiente. A cor cinza é utilizada para representar a toponímia e a topografia

como cotas de atitudes, curvas de nível, nomenclaturas e etc; a cor azul para

representar hidrografia e hidrologia; o branco para representar direções de ventos e

outros elementos relacionados ao clima; o laranja para representar os espaços

construídos, residenciais, comerciais e industriais, ressaltando as modificações ao

longo de um período (geralmente de 20 anos); o marrom representa os espaços

agrícolas e suas diferentes culturas; e o verde representa as formações vegetais e sua

modificação ao longo de um período (geralmente de 20 anos).

A segunda parte da legenda é relacionada à dinâmica do meio ambiente e

ressalta as modificações, degradações e trabalhos de proteção do meio ambiente. A

cor vermelha é utilizada para representar modificações naturais e antrópicas; a cor lilás

indica as formas de poluição das águas e também incluem usinas, pedreiras, utilização

de agrotóxicos como fontes de poluição; a cor roxa é utilizada para representar as

formas de poluição do ar conforme a direção do vento e incluem-se neste item poeiras,

fumaça, odores, barulho, assim como as fontes de poluição do ar: indústrias, depósitos

de lixo, concentrações urbanas e etc, por fim a cor preta é utilizada para representar os

trabalhos de recuperação do meio ambiente.

O que se destaca nessa metodologia é o uso de cores fortes e intensas e como

são utilizadas para representar a dinâmica ambiental de maneira expressiva,

caracterizada por uma legenda diferenciada com vários signos, além do memorial

descritivo e da possibilidade de elaboração de uma coleção de mapas que acompanha

o mapa principal.

Como um exemplo de aplicação dessa metodologia no Brasil, dentre vários

mapas realizados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, elaborados sob a

coordenação do professor Journaux, cita-se aqui a Carta do Meio Ambiente e de sua

Dinâmica da Baixada Santista (CETESB, 1985). Este trabalho fazia parte de um projeto

que deveria realizar um diagnóstico global e integrado das condições ambientais do

estado de São Paulo. Como um trabalho piloto, o documento cartográfico elaborado,

representa por meio de cores e símbolos os elementos físicos e antrópicos do meio,

qualificados quanto o nível de degradação e em sua dinâmica, no tempo e no espaço.

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3 ÁREA CENTRAL DE LONDRINA: ASPECTOS GEOECOLÓGICOS 3.1 SURGIMENTO DO BAIRRO CENTRO HISTÓRICO

Com o avanço da cultura cafeeira impulsionado por fatores climáticos e pela

qualidade do solo, o processo de colonização do Norte do Paraná ocorreu de maneira

constante e intensa em meados do século XIX. A inserção do café nesta região foi

realizada inicialmente pelos fazendeiros paulistas, atraídos segundo MÜLLER (2007)

pelas “manchas de terra roxa”, criando assim, os primeiros núcleos de povoamento.

A instalação de estradas de ferro foram um dos principais alavancadores para

que a colonização do Norte do Paraná se intensificasse, a partir do desbravamento da

região das Cinzas, com o descobrimento do planalto arenito-basáltico, seguiu na

ocupação posterior dos rios Itararé, Tibagi e Paranapanema.

A colonização intensa do Norte do Paraná inicia-se em 1929, com a obtenção de

terras da região do planalto arenito-basáltico pela Companhia de Terras Norte do

Paraná (CTNP), fundada por ingleses, que, juntamente com a instalação de ferrovias no

espigão entre as bacias do rio Ivaí e Paranapanema, foram segundo MÜLLER (2007),

“a espinha dorsal da penetração de vias de circulação desta região”.

Algumas áreas foram reservadas para comportar os principais núcleos urbanos e

em seu entorno houve o loteamento e construção de estradas que ‘engrenavam’ o

sistema de circulação entre as propriedades, cidades e vilas (MÜLLER, 2007). A

progressão das estradas de ferro atingiu juntamente os municípios de Jataizinho

(1931), Londrina (1935), Apucarana (1937) e posteriormente Maringá.

Os principais municípios da região foram estruturados geograficamente em um

espigão, à margem da ferrovia e de uma estrada principal, em distâncias regulares

entre si, pontos estratégicos para que desempenhassem o papel de pequenas capitais

regionais e áreas de povoamento, no qual se desenvolveram mais economicamente,

tornando também municípios de influência, as cidades, Londrina, Apucarana e Maringá.

Os centros urbanos criados pela Companhia de Terras Norte do Paraná

apresentam formas variadas de desenhos geométricos em suas plantas que se

mantiveram mesmo com a evolução de seu tamanho original, uma característica de

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planejamento, classificada por MÜLLER (2007) como “cidades criadas”, como pode ser

visto na planta da cidade de 1935, destacada no mapa 3.

Mapa 3 – Planta da cidade de Londrina - 1935 Fonte: PRANDINI, 2007, p. 90.

Londrina foi escolhida para ser a primeira cidade criada pela CTNP, projetada em

um plano quadrangular, inspirada no traçado de um “tabuleiro de xadrez”, para abrigar

uma população de até 20 mil habitantes. Sua sede se localizou em um suave divisor de

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águas, não atingindo nenhuma nascente ou curso d’água, local mais favorável a sua

instalação, no qual auxiliava no escoamento da água da chuva e também no

abastecimento de água para os habitantes da cidade, prevenindo esses de doenças

temidas na época, como a malária.

Segundo PRANDINI (2007) é notável que a planta foi pré-estabelecida pela

CTNP, devido a análise da artificialidade da forma que é representada, por seu traçado

simétrico das ruas, articuladas com o sistema viário e ferroviário, que mesmo antes de

serem implantados já apresentavam seu lugar específico projetado com hierarquia de

cidades ao longo dos espigões.

No entorno da sede urbana a CTNP realizou um loteamento de propriedades

destinadas à comercialização e ocupação, sítios de 5 a 10 alqueires paulistas, e

também chácaras localizadas nos fundos de vales, um cinturão verde, que abastecia de

alimentos a população da cidade. (VASCONCELOS; YAMAKI, 2003)

A cidade cresceu ao longo da Avenida Paraná, via importante que atravessava o

município, sendo a continuação da estrada de rodagem que seguia até a cidade de

Jataizinho. Ao norte localizava-se a estrada de ferro, instalada em 1935, continuação da

linha São Paulo-Paraná, que ligava Londrina a Ourinhos, no qual garantia a circulação

de pessoas, mercadorias e escoamento da produção.

Londrina era o local em que atendia grande parte das necessidades

demandadas dos produtores rurais, oferecia uma gama de serviços em termos de

comércio, prestações de serviços - bancários, farmacêutico, médico-hospitalares -

pequenas indústrias indispensáveis aos trabalhos realizados nas lavouras, e também

indústrias madeireiras e serrarias. A cidade era o centro no qual se tinha como função

essencial o abastecimento e a exportação, com intenso fluxo de pessoas e

mercadorias, que segundo MONBEIG (2007), eram causados pelo “raio da ação da via-

férrea”.

Com a elevação à condição de sede municipal em 1934, seguido pela chegada

da ferrovia e com toda a inicial estrutura instalada na cidade contribui para que esta se

tornasse a capital do norte paranaense, surgindo, a partir de 1936, algumas vilas ao

redor do perímetro urbano, como a Vila Agari, Vila Casoni, Vila Nova e Vila Conceição.

Porém, é a partir de 1944, com a valorização do café, que o crescimento da cidade

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toma impulso, ultrapassando os limites de delimitação da planta urbana original, com as

plantações de café ao redor cortados, dando lugar aos loteamentos e as construções,

crescimento não previsto pela CTNP. Ao mesmo tempo em que a cidade ia se

espalhando, eram encontrados um grande número de terrenos vazios na região

essencialmente urbana, mas pela sua alta valorização, fez com que a população se

instalasse em lotes em seus arredores. (PRANDINI, 2007)

Segundo PRANDINI (2007), a prefeitura por não conseguir conter o crescimento

acelerado da cidade, instaurou o decreto de 2 de janeiro de 1948, em que proibia a

criação de loteamentos nas adjacências da região já habitada, até que fosse

estabelecido um novo plano urbanístico, com objetivo de não haverem surpresas

futuras naquele devido momento. Contendo assim o processo de crescimento naquele

período, que logo é retomado, pelo grande atração populacional na cidade.

Paralelamente, a circulação de pessoas em trânsito diário ocasionou a abertura

de grandes comércios como hotéis, pensões, restaurantes e casas comerciais variadas

que atendia a toda a população em que por ela passava e morava, suprindo suas

diferentes necessidades.

Atualmente, Londrina abriga uma população de cerca de 500 mil habitantes,

distribuídos em uma extensão de 1.650, 809 km², sendo a área urbana 164,33 Km², que

mesmo com ações do poder público, sofrem de alguma maneira com os danos

ambientais causados pelo seu crescimento acelerado.

Desde o dia 21 de agosto de 1929, data que a primeira caravana chegou a

cidade de Londrina, demarcando o chamado “Marco Zero” símbolo de sua fundação, se

iniciou o plano de colonização da história da cidade, que com a realização da primeira

planta da cidade pelo Engenheiro Alexandre Rasgulaeff, se projetou em partes a

estrutura e base para delimitação do Centro Histórico atualmente designado.

Com o processo de expansão da cidade que se iniciou a partir da década de

1950, agregaram algumas vilas ao entorno da área central de Londrina, que hoje

ajudam a constituir o atual bairro centro histórico da cidade, como a Vila Agari e Jardim

Canadá, como se observa no mapa 4.

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Mapa 4 – Representação do Bairro Centro Histórico

A área que denominamos como bairro Centro Histórico, se constituía como o

centro comercial, industrial e também residencial, era o local no qual se encontravam

toda diversidade de prestações de serviços, bancos, barbearias, lojas de roupas,

pequenas indústrias. Além disso, houve a delimitação do que designa de Central

Business District (CDB), no qual se instaurou a centralidade com a construção de

arranha-céus voltados ao uso comercial que deram a cidade de Londrina o signo de

status, poder e modernidade. (CASARIL, 2009)

Uma evidente característica da paisagem da região central são as edificações,

que não vieram com o intuito de suprir a necessidade de habitações na época, mas sim

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para passar a imagem de uma cidade moderna, atendendo também aos caprichos dos

habitantes poderosos que nela residiam. Este processo precoce de verticalização

também serviu para atrair e reter gastos do que se produzia com o café, em que se

desenvolveram os setores da construção civil, do comércio e de prestação de serviços.

Já em meados das décadas de 1960 e 1970, a área central estruturalmente e

fisicamente se apresentava como o que se encontra atualmente, com a estrutura viária

definida, e com todo aparato de estrutura urbana, no qual dotava dos melhores

equipamentos que a cidade possuía.

Com a instauração do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de

Londrina), o Plano Diretor de 1968, a partir da Lei nº 1.444/1968, propõe várias

mudanças na região central, que vão ser implantadas no final da década de 1970,

como: a definição de um macro-zoneamento, estabelecendo zonas residências,

comerciais e indústrias; a descentralização das indústrias sendo instaladas na região

norte do centro, especificamente na BR-369; o zoneamento comercial, que além da

região central, são instituídas mais duas zonas, uma no limite da área urbana (BR-369),

e outra caracterizada como comércio local dos bairros residenciais; transferência da

rodoviária; revitalização do bosque; construção do terminal urbano na região central;

construção do centro cívico. (LONDRINA, 1968)

A partir da instauração do Plano Diretor de 1968, a características do uso de

alguns prédios da região central se modificaram como o prédio das instalações

Prefeitura e do Fórum, que foram transferidos para a região leste da cidade, localizados

na Avenida Duque de Caxias e a Rodoviária que hoje se encontra na Avenida Dez de

Dezembro. Já o terminal urbano foi construído na região central para atender a

demanda de ônibus na cidade e centralizar este serviço à população.

O traçado da região central da cidade de Londrina manteve fielmente aos que

foram projetados pela Companhia de Terras Norte do Paraná, no qual sofreu somente

algumas modificações em seu sistema viário e também nas funções de alguns prédios

ali localizados, que com a descentralização e a expansão da cidade fizeram com que a

paisagem e o uso se modificassem.

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3.2 ADAPTAÇÃO DA LEGENDA

A “Legenda Geral do Mapa Ambiental da área central de Londrina” foi elaborada

a partir de estudos realizados sobre a cidade de Londrina, na qual adaptou-se a

legenda produzida pelo professor Journaux para a representação dos dados e da

realidade do meio ambiente e de sua dinâmica na área central de Londrina.

A legenda foi adaptada para a realidade encontrada na área de estudo, no qual

se diferencia dos elementos utilizados para representar a França.

Contudo, conservou-se o uso de algumas simbologias que são propostas na

legenda original (Figura 1 e 2), outras recriadas em que se manteve as cores propostas

pela metodologia, mas ajustada para a representação dos dados disponíveis na

pesquisa.

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Figura 1: Legenda Geral para uma cartografia integrada do meio ambiente e sua dinâmica. Dados do meio ambiente. (JOURNAUX, 1985)

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Figura 2: Legenda Geral para uma cartografia integrada do meio ambiente e sua dinâmica. Dinâmica do Meio Ambiente. (JOURNAUX, 1985)

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3.3 MAPAS ANALÍTICOS E DE CORRELAÇÃO

Os mapas analíticos (Mapas 5, 6, 7, 8, 9, 11 e 12) e de correlação (Mapas 10 e

13) foram apresentados separadamente para facilitar a visualização de cada variável e

de cada classe de variável visual obtendo assim uma melhor expressão da informação.

Após a apresentação de todos os mapas será apresentado um mapa de síntese que

tem por objetivo apontar as áreas de risco ambiental em contraposição às áreas de

melhor qualidade ambiental.

No mapa de toponímia e topografia (Mapa 5) podemos fazer um destaque na

amostragem do relevo, sendo uma das regiões mais elevadas da cidade de Londrina,

apresentando um divisor de águas que corta a região central praticamente pela metade.

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Mapa 5 – Toponímia e Topografia do Bairro Centro Histórico

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O Centro Histórico está localizado exatamente sobre o divisor de águas de duas

bacias hidrográficas importantes: a bacia do ribeirão Lindóia ao norte e a bacia do

ribeirão Cambé ao sul (Mapa 6) .

No extremo sudeste podemos destacar a montante do córrego das Pombas, que

deságua no ribeirão Cambé ao sul do bairro Centro Histórico.

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Mapa 6 – Hidrografia do Bairro Centro Histórico

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No mapa do Ar e direção dos ventos (Mapa 7) podemos observar em destaque a

presença de ilhas de calor na porção noroeste de nossa área de estudo, onde

predominam ventos em direção norte-sul e nordeste-sudoeste.

Mapa 7 – Ar e Direção dos Ventos do Bairro Centro Histórico

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No mapa dos espaços construídos (Mapa 8) podemos observar uma grande

quantidade de símbolos que representam: igrejas, escolas, instituições de ensino

superior, monumentos históricos, caixa d’água, subestação de energia e cemitérios e

em vetorial a malha urbana da cidade.

Quanto à presença de instituições de ensino superior no bairro, foram indicadas

as extensões da Universidade Estadual de Londrina como a Clínica Odontológica e o

Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos. Há ainda a sede do Centro Universitário

Filadélfia cujas extensões encontram-se em outros bairros da cidade.

Com relação às escolas foram destacadas somente as de ensino fundamental e

médio, estaduais e particulares.

Os monumentos históricos encontrados são o Museu Histórico da cidade, antiga

estação ferroviária, o museu de arte que antes abrigou a primeira rodoviária, a Praça

Tomi Nakagawa, inaugurada em 2008, em comemoração aos 100 anos da imigração

japonesa e a catedral, Paróquia Sagrado Coração de Jesus, localizada ao sul da área

de estudo.

Analisando o mapa, podemos observar a malha urbana, em forma de um

tabuleiro de xadrez, com quarteirões de tamanhos iguais, tendo ao centro a catedral e

as praças. As principais avenidas recortam e delimitam todo o bairro Centro Histórico.

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Mapa 8 – Espaços Construídos do Bairro Centro Histórico

O mapa de espaços verdes (Mapa 9) representa as praças públicas e o bosque,

utilizados pela população para o lazer, como apresentam uma exuberante vegetação

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possuem um significado importante na valorização desse espaço central como também

ajudam a suavizar o calor e a poluição encontrada nesta região.

Mapa 9 – Espaços Verdes do Bairro Centro Histórico

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O mapa “Dados do Meio Ambiente” (Mapa 10) apresenta uma sobreposição dos

mapas analíticos apresentados e elaborados anteriormente, que sobrepostos, formam

este mapa de correlação.

Nele podemos observar a concentração dos espaços construídos principalmente

na região mais elevada da cidade e consequentemente, a presença de ilhas de calor.

Na região central do bairro há a presença de praças, voltadas para o lazer, assim

como se destacam os monumentos históricos como a catedral, o museu de arte de

Londrina e o museu histórico.

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Mapa 10 – Dados do Meio Ambiente do Bairro Centro Histórico

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Já no mapa da degradação do solo (Mapa 11), podemos observar o grande

comprometimento ambiental desta região, onde a maioria do bairro encontra-se

impermeabilizado exceto as regiões em branco que representam as praças e o bosque.

Mapa 11 – Degradação do Solo do Bairro Centro Histórico

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A presença de ruído causado por veículos em cruzamentos nas principais

avenidas é um dos maiores problemas ambientais sonoros encontrados na região

central da cidade (Mapa 12), com destaque para o terminal urbano que devido a grande

movimentação de ônibus ocasiona uma maior poluição por fumaça e também por

barulho.

Mapa 12 – Poluição do Ar do Bairro Centro Histórico

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O mapa “II. Dinâmica do Meio Ambiente” (Mapa 13), também apresenta a

sobreposição dos dois mapas analíticos anteriores formando um mapa de correlação,

que representa os dados de poluição sonora e degradação do solo por meio do

processo de impermeabilização.

Mapa 13 – Dinâmica do Meio Ambiente do Bairro Centro Histórico

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4 ANÁLISE GEOGRÁFICA DO BAIRRO CENTRO HISTÓRICO DE LONDRINA

Para analisar os elementos e as variáveis ambientais do bairro Centro Histórico,

dividiu-se a área de estudo em unidades de paisagem, de acordo com as

características predominantes quanto ao uso do solo, relevo, características naturais e

de sua dinâmica ambiental (Mapa 14).

As unidades de paisagem segundo Martinelli e Pedrotti (2001) são reconhecidas

como resultante da junção de diferentes fatores físicos, biológicos e antrópicos em uma

determinada evolução histórica, representada por conjuntos espaciais com identidade

peculiar marcante. A cartografia das unidades de paisagem cabe a uma cartografia de

síntese, no qual se individualiza um determinado agrupamento para fins de análise, que

se articula com as demais unidades do entorno.

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Mapa 14 – Unidades de paisagem do Bairro Centro Histórico

Unidade 1: Localizada à noroeste do bairro. Possui predominância de

residências de baixa densidade com construções mais antigas e algumas em madeira;

uso residencial, comercial e industrial. Tem como principais vias comerciais a Rua

Quintino Bocaiúva, parte da Avenida Juscelino Kubitschek, Avenida Rio Branco e

Avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes. A altitude do relevo nesta unidade varia de

580 a 600 metros, a nível de vegetação predomina-se somente arborização viária e

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pequenas praças. A impermeabilização do solo é um problema evidente nesta

localidade pela falta de vegetação, e pela concentração de moradias. Outra variável

também encontrada nas vias do entorno é a poluição do ar causado pelo ruído urbano

que tem como gerador o grande fluxo de veículos, principalmente ônibus interurbano e

intermunicipal.

Unidade 2: Localizada na porção oeste e centro-sul, tem como característica

predominante a grande concentração de verticalização com residências de grande

densidade destinadas à moradia. Essa região abrange grande parte da área central.

Possui também diferentes usos, comercial e residencial e menor concentração

industrial. O relevo nesta unidade oscila de 570 a 600 metros de altitude, pela área ser

um pouco maior que as outras delimitadas, há uma grande variabilidade da altura do

terreno. A arborização viária é a única característica da vegetação, em que com a

grande concentração de verticalização, o nível de impermeabilização do solo é muito

alto, sendo um dos principais problemas ambientais urbanos desta localidade. A

poluição do ar também é uma variável nítida na unidade 2, pela concentração de fluxos

de veículos nas principais vias de acesso ao centro da cidade.

Unidade 3: A área central do bairro possui uma grande concentração de

pessoas que circulam principalmente em horário comercial. É o local de concentração

de empresas de prestação de serviços, como bancos, escritórios, cartórios, sede das

principais lojas, shopping center, galerias, hospitais, biblioteca, museus, escolas,

catedral, bosque e praças. O uso residencial de caráter vertical também é encontrado

nesta região. O relevo aqui é o mais alto da nossa área de estudo, varia de 570 a 600

metros, foi nesta unidade que iniciou a cidade de Londrina e o seu desenvolvimento

econômico. Além da arborização viária encontram-se praças importantes e o bosque,

que ainda mantém um pequeno resquício de mata nativa. A impermeabilização do solo

aqui também é destacada como problema ambiental, mas pela presença de uma

quantidade maior de vegetação do que as demais unidades, o risco se torna menor. A

variável destacada é a poluição do ar ocasionada pelo terminal urbano de Londrina, e

por ser a centralidade dos ônibus interurbanos e ponto de ônibus intermunicipais,

auxilia no aumento dos ruídos urbanos, tanto neste específico local e no seu entorno,

nas vias em que estes circulam.

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Unidade 4: Localizada à nordeste do bairro possui características de uso

residencial, comercial e industrial, com presença de supermercados, postos de

combustíveis, residências verticais de grande concentração de pessoas e comércio

localizados nas principais ruas e avenidas como Rua Benjamin Constant, Rua Sergipe,

Rua Maranhão, Rua Santa Catarina, Avenida Duque de Caxias, Avenida Celso Garcia

Cid e Rua Brasil. Nesta região encontramos também o antigo presídio da cidade que

abriga hoje a Delegacia da Polícia Civil de Londrina - 1º Distrito, que auxilia para que

essa região seja pouco valorizada em termos econômicos, quando comparado a outras

áreas do bairro. O relevo nesta unidade oscila de 580 a 570 metros de altitude, que tem

como característica na variável vegetação somente a arborização viária, que auxilia

para o comprometimento ambiental desta região, ocasionado pela impermeabilização

do solo. A poluição do ar por ruídos urbanos aqui também é destacado em ruas como

Avenida Dez de Dezembro e vias de acesso a Avenida Leste Oeste e Celso Garcia Cid.

Unidade 5: Localizada a sudoeste do ponto central, possui alta incidência de

moradias de baixa densidade populacional, residências com população de médio e alto

poder aquisitivo e com pouquíssimas residências verticais. O uso comercial se

concentra nas vias do entorno, Avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópolis. Há nesta

região a presença de parte de uma universidade particular da cidade, a UNIFIL (Centro

Universitário Filadélfia). A altitude do relevo nesta unidade é de 570 metros, local com

vegetação em destaque a arborização viária e uma praça localizada ao lado da

universidade. Por ser uma área com pouquíssimo adensamento de prédios, o

comprometimento ambiental quanto a impermeabilização do solo é menor. A poluição

do ar ocasionado pelos ruídos urbanos se concentram somente na via do entorno, a

Avenida Juscelino Kubitscheck.

Unidade 6: Cemitério São Pedro, o primeiro cemitério da cidade, encontra-se

isolado ao sul do bairro. O relevo desta unidade varia de 580 a 590 metros de altitude.

A vegetação encontrada é a arborização viária do entorno e algumas árvores e

arbustos encontrados no interior do cemitério. A impermeabilização é um problema

nítido deste local, pois é todo coberto por concreto e por grande adensamento de

túmulos. Este cemitério causa risco diretamente à população, se a contaminação deste

atingir o lençol freático, pode acarretar grande risco a saúde das pessoas que utilizam

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água captada de poços rasos próximos ou que tem conectividade com o lençol ali

encontrado.

Unidade 7: Esta unidade localiza-se na parte sudeste do bairro Centro Histórico.

Possui grande concentração de residências de baixa densidade de população com

presença de casas de madeira e pouca verticalização. O uso se mantém em

residencial, industrial e comercial. O comércio se concentra nas principais avenidas

como a Juscelino Kubitschek e Duque de Caxias. O relevo aqui é o mais baixo da

região estudada, em que varia de 570 a 550 metros de altitude, pela localização do

Vale do córrego das Pombas, único curso hídrico da área central, que é canalizado e

apresenta pouco mata ciliar. A vegetação desta unidade se delimita a arborização viária

e algumas praças. O comprometimento ambiental quanto a impermeabilização do solo

é alta, mas menor comparado a unidade 2, 4 e 6. O ruído urbano, poluição do ar em

destaque, é encontrado nos principais cruzamentos e vias do entorno, Avenida Dez de

Dezembro e Juscelino Kubitscheck, e em ruas de acesso para a Avenida Leste Oeste e

Celso Garcia Cid, como a rua Brasil.

Esta análise tem por objetivo estabelecer áreas do bairro que apresentam melhor

qualidade ambiental, utilizando para isso a metodologia taxonômica de classificação

das áreas proposta por MELLO, N. A. et al (2009). De acordo com esta metodologia as

áreas de melhor qualidade ambiental são as que possuem baixo risco ambiental.

Segundo GUIMARÃES (2005), a qualidade ambiental é um conceito amplo que

tem como objeto de análise o meio ambiente, em que considera suas dimensões

materiais e imateriais, que se tem como parâmetro todas as formas vitais encontradas

em um determinado substrato, no qual permite todos os processos de vida, das

relações ecológicas, da evolução dos ecossistemas naturais e construídos, contendo

assim a evolução das paisagens e sua visibilidade no espaço.

Com base em MELLO, N. A. et al (2009) elaborou-se um quadro com as

diferentes variáveis pesquisadas que são avaliadas em uma classificação conforme o

risco de comprometimento ambiental encontrado.

Os percentuais mais baixos indicam menor risco ambiental e, portanto, melhor

qualidade ambiental. Da seguinte forma: Risco 1: muito baixo 0 – 20%; Risco 2: baixo

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20 – 40%; Risco 3: médio 40 – 60%; Risco 4: alto 60 – 80%; Risco 5: muito alto 80 –

100%.

Unidades de Paisagem Dados do ambiente

Hidrografia Ilha de Calor Espaços Construídos

Espaços Verdes

1 - 3 3 3 2 - 4 5 4 3 - 4 5 3 4 - 1 2 3 5 - 1 2 2 6 - 5 5 5 7 3 1 2 2

Org.: Nathália Prado Rosolém, 2009.

Unidades de Paisagem Dinâmica do Meio Ambiente

Impermeabilização por Asfaltamento Ruído Urbano Qualidade

Ambiental 1 4 4 3 2 5 4 4 3 3 5 4 4 4 4 3 5 4 3 2 6 5 4 5 7 3 3 2

Org.: Nathália Prado Rosolém, 2009.

A Qualidade Ambiental é calculada a partir da média de todas as variáveis

analisadas, quanto mais baixo for o risco, melhor será a qualidade ambiental. O produto

final resultante desta relação é um mapa de síntese (Mapa 15) com legendas que

variam em tons de lilás, quanto mais intensa a cor maior risco ambiental na unidade de

paisagem representada, que proporciona assim uma alerta para ação poder público

para a recuperação e revitalização destas áreas.

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Mapa 15 – Mapa da Qualidade Ambiental da área central de Londrina

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A unidade que mais representa a extremidade de risco, e que requer maior

atenção do poder público, como se pode observar no mapa é a região 6, que

representa o cemitério da cidade, com Risco 5, classificado como risco muito alto, que

vai de 80% a 100%, apresentando uma qualidade ambiental muito baixa.

As unidades que destacam alto risco, que vai 60 a 80%, classificado como Risco

4, encontram-se as unidades 2 e 3, as regiões de maior concentração de residências

verticais de grande adensamento populacional e local onde se reúnem o maior fluxo de

pessoas e veículos, que proporcionam uma baixa qualidade ambiental.

No Risco 3, nível médio que vai de 40 a 60%, se destacam as regiões 1 e 4,

adjacentes aos de maiores riscos delimitados, com característica mista de residências

de baixa densidade e também de pouca verticalização.

Por fim, as de Risco 2, que considera um risco baixo, de 20 a 40%, destacam-se

as unidades 5 e 7, que das regiões destacadas, apresentam um caráter mais

residencial, apresentando poucas características de verticalização, com isso oferecem a

maior qualidade ambiental referente ao todo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cartografia é um instrumento de representação do espaço utilizado em

geografia para representar os temas discutidos por esta ciência, no qual tem como

resultado a representação da materialidade do espaço, de sua realidade, revelando

assim sua complexidade em busca da compreensão do todo.

A partir das representações do presente trabalho pode-se demonstrar o que se

encontra atualmente expressado em um passado, que com a ação histórica da

sociedade na área central da cidade de Londrina – Paraná, faz com que se revele a

dinâmica do processo espacial ocorrida, bem como a dinâmica ambiental e histórica do

bairro.

A proposta metodológica teve como produto a elaboração de um mapa de

síntese, compondo as variáveis de diferentes unidades em um só mapa. No qual

revelam a dinâmica da natureza, os movimentos das atividades humanas

representando assim, a funcionalidade exposta do território.

O que se resulta são mapas do meio ambiente do bairro centro histórico da

cidade de Londrina, que são primeiramente compostos de mapas analíticos,

acompanhados de textos explicativos, posteriormente de mapas de correlação e de

síntese, que compõem todas as variáveis analisadas em um único mapa.

A proposta do professor André Journaux (1985) recomenda a utilização de uma

carta de síntese para sensibilizar sobre os problemas ambientais e servir como

instrumento de planejamento e intervenção do poder público para que se possa efetivar

uma conscientização dos problemas ambientais existentes.

A partir das representações aqui exibidas pode-se compreender na prática a

proposta metodológica de Journaux, no qual apresenta uma diversidade de cores para

destacar a dinâmica de uma maneira mais expressiva, uma legenda diferenciada com

simbologia específica, um memorial descritivo com uma diversidade de mapas que

acompanham o mapa principal.

Com a metodologia elaborada por Journaux teve-se dificuldades para se chegar

a um real mapa de síntese, que somente com a sobreposição dos dados não auxiliam

na leitura e compreensão do que está sendo representado no mapa. Propõe-se assim a

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utilização de uma metodologia taxonômica aplicada no Atlas Urbano de Londrina (2009)

para melhor sintetizar os resultados.

Contudo, a aplicação desta metodologia cartográfica resultou na elaboração de

uma coleção de sete mapas analíticos: “Toponímia e Topografia; Hidrografia; Ar e

Direção dos Ventos; Espaços Construídos; Espaços Verdes; Degradação do Solo;

Poluição do Ar” dois mapas de correlação: “I. Dados do Meio Ambiente” e “II. Dinâmica

do Meio Ambiente”, elaborados com a junção dos dados de cada grupo e finalmente o

mapa de síntese, desenvolvido a partir da metodologia proposta por Mello, N. A. et al

(2009), “Mapa da Qualidade Ambiental da Área Central de Londrina”.

Este trabalho tem como resultado a proposta de um memorial descritivo,

representado em tamanho A3 (Apêndice) contendo todos os mapas apresentados

nesta pesquisa disposto em uma coleção de mapas, que serve para auxiliar na melhor

leitura do mapa final, o que certamente, contribuirá para uma visualização mais geral da

dinâmica ambiental apresentada na área central de Londrina.

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