mestre de obras_8_cobertura geral, tratamentos e esquadria_2

192
MESTRE DE OBRAS MÓDULO COBERTURA GERAL, TRATAMENTO E ESQUADRIA

Upload: alexandregdes3238

Post on 02-Jan-2016

155 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

MESTRE DE OBRAS MÓDULO

COBERTURA GERAL, TRATAMENTO E ESQUADRIA

Page 2: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

2

Diretor de Operações:

Evandro L. A dos Santos

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida,

Guardada pelo sistema “retrieval” ou transmitida,

sejam quais forem os meios empregados:

Eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou

quaisquer outros.

Todos os direitos reservados pela

Fokko Treinamentos – Solução em Qualificação Ltda.

LEI 5988 de 14/12/73 e atualizações.

Todas as marcas e imagens de

hardware, software e outros,

utilizados e/ou mencionados nesta

obra, são propriedades de seus

respectivos fabricantes e/ou

criadores.

Page 3: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

3

Apresentação

A sociedade moderna, seja sob o prisma econômico, cultural ou social, só alcançará novos degraus competitivos, se investirem na intangibilidade dos seus ativos. Uma das formas é acelerar rumo à conquista de patamares aceitáveis, inovadores e desafiadores de conhecimento.

É sobre esse trilho que está direcionada a bússola estratégica de nossa empresa, a Data Corporation – Solução em Qualificação Ltda. A nossa missão é “Contribuir na Formação de Profissionais Qualificados para o Mercado de Trabalho”, gostaria de

ressaltar que para nós será motivo de imensa alegria, contribuir com a sua qualificação profissional.

A Data Corporation – Solução em Qualificação Ltda - Departamento de Ensino,

direciona suas ações ao suporte técnico e mercadológico com intuito de colaborar com o desenvolvimento de novos profissionais.

Qualificação da mão de obra na construção civil A mão-de-obra é o fator mais importante em qualquer obra da construção civil, pois representa grande porcentagem do custo total, além de ser composta de pessoas que têm diversos tipos de necessidades a serem supridas. Cursos de aprendizagem, relacionamento e auto-estima, demonstrando como esses fatores podem influenciar na produtividade. Diversos estudos sobre o assunto apontam diretamente para a necessidade da qualificação da mão-de-obra devido ao grande índice de desperdícios de material, atraso no cronograma da obra e serviços de má qualidade. Para que isso não ocorra, são várias as formas que uma empresa tem de investir em seus funcionários. Uma delas é oferecendo-lhes cursos de capacitação e qualificação. O presente material dispõe de informações imprescindíveis aos participantes dos cursos Data Corporation elaborado através dos profissionais especializados.

Evandro L. A. dos Santos

Diretor de Operações.

Page 4: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

4

Sumário

1. TELHADOS

1.1 TERMINOLOGIA

2. ELEMENTOS E COMPONENTES

3. FORMA DOS TELHADOS

4. INCLINAÇÃO DOS TELHADOS

5. TRAÇADO DOS TELHADOS

6. ARMAÇÃO

6.1 CONSTRUÇÃO DAS TESOURAS

6.2 VIGAMENTO SECUNDÁRIO

6.3 DISPOSIÇÃO DA ARMAÇÃO DOS TELHADOS

7. COBERTURA

7.1PEDRAS NATURAIS

7.2 PEDRAS ARTIFICIAIS

7. 3 METAIS

7.4 VIDRO

7.5 FELTRO ASFALTADO

8. TELHADOS CURVOS

8.1 TELHADOS CILÍNDRICOS

8.2 CÚPULAS

9. AGULHAS

10. TERRAÇOS

11. CONDUTORES

11.1 GENERALIDADES

11.2 TELHADOS DE BEIRAL

12. TELHA ONDULADA DE CRFS ( CIMENTO REFORÇADO COM FIOS DE

SINTÉTICOS)

12.1 GENERALIDADES

12.2 MÉTODO EXECUTIVO

13. PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO (PES) – ESTRUTURA DO

TELHADO

14. MÉTODO EXECUTIVO

14.1 CONDIÇÕES PARA O INÍCIO

14.2 EXECUÇÕES DO SERVIÇO

15. PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO (PES) – TELHAMENTO

15.1. MÉTODO EXECUTIVO

Page 5: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

5

15.2. EXECUÇÃO DO SERVIÇO

16. IMPERMEABILIZAÇÃO

INTRODUÇÃO

17. TERMINOLOGIA

18. CONDIÇÕES GERAIS DE EXECUÇÃO

18. 1 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

19. TIPOS E ESCOLHA DE SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

19.1 IMPERMEABILIZAÇÃO RÍGIDA

19.2 IMPERMEABILIZAÇÃO FLEXÍVEL

19.3 COMPARAÇÃO DE SISTEMAS

20. MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES

20.1 MATERIAIS BÁSICOS

20.2 MATERIAIS ELABORADOS

20.3 MATERIAIS POLIMÉRICOS SINTÉTICOS

20.4 MATERIAIS PRÉ-FABRICADOS

20.5 MATERIAIS AUXILIARES

20.6 ARMADURAS TECIDAS

20.7 PRODUTOS PARA VEDAÇÃO DE JUNTAS

20.8 MATERIAIS COMPLEMENTARES

21. MANTAS SINTÉTICAS (ELASTOMÉRICAS E MANTA BUTÍLICA)

22. MANTAS ASFÁLTICAS

22.1 ASFALTO MODIFICADO COM POLÍMEROS

22.2 APLICAÇÃO COM ASFALTO QUENTE

23. EMULSÃO ASFÁLTICA

23.1 EMULSÃO POLIMÉRICA

24. ELASTÔMEROS SINTÉTICOS EM SOLUÇÃO

Page 6: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

6

25. QUANTIDADE MÉDIA DE MATERIAIS CONSUMIDOS NOS PRINCIPAIS

SISTEMAS

26. MEMBRANAS MOLDADAS NO LOCAL

26.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DE ÁREAS FRIAS

26.1.1 Impermeabilização de áreas frias com cristalizantes (passo a passo)

26.2 IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES

27. SISTEMA PRÉ-FABRICADO

27.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJE COM MANTA ASFÁLTICA

28. IMPERMEABILIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E PISCINAS

28.1 SISTEMA MOLDADO NO LOCAL PARA ESTRUTURAS ELEVADAS

28.1.1 Impermeabilização de piscina (passo a passo)

29. PISO PARA GARAGEM EM POLIURETANO

30. IMPERMEABILIZAÇÃO DE VIGA BALDRAME (procedimento de execução)

31. LONGEVIDADE DOS SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

31.1 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

31.2 QUALIDADE DE MATERIAIS E SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

31.3 QUALIDADE DA EXECUÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

31.4 QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO DA EDIFICAÇÃO

31.6 FISCALIZAÇÃO

31.7 PRESERVAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

31.8 A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS E DOS DETALHES DE

IMPERMEABILIZAÇÃO

31.9 DETALHES CONSTRUTIVOS

32. FALHAS RELACIONADAS COM UMIDADE

32.1 PRESSÃO HIDROSTÁTICA NEGATIVA

32.2 ÁGUA SOB PRESSÃO BILATERAL

Page 7: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

7

32.3 UMIDADE DO SOLO

32.4 ABSORÇÃO CAPILAR DE ÁGUA

32.5 ÁGUA DE INFILTRAÇÃO OU DE FLUXO SUPERFICIAL

32.6 FORMAÇÃO DE ÁGUA DE CONDENSAÇÃO

32.7 ABSORÇÃO HIGROSCÓPICA DE ÁGUA E CONDENSAÇÃO CAPILAR

32.8 ASPECTOS RELEVANTES DA FORMAÇÃO DE MOFO E BOLOR

32.9 SISTEMAS RECOMENDADOS

33. FALHAS MAIS COMUNS

33.1 FALHAS BÁSICAS:

33.2 FALHAS DE DETALHES

33.3 FALHAS NA QUALIDADE DOS MATERIAIS

33.4 FALHAS NA EXECUÇÃO

33.5 FALHAS DE UTILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO

34. PROTEÇÕES

34.1 PROTEÇÃO MECÂNICA

34.2 PINTURAS REFLETIVAS

34.3 PROTEÇÃO MECÂNICA SIMPLES

34.4 PROTEÇÃO MECÂNICA DO TIPO MATERIAL SOLTO

34.5 PROTEÇÃO MECÂNICA DO TIPO SOMBREAMENTO

35. PROTEÇÃO TERMICA E ACÚSTICA

35.1 PROTEÇÃO TÉRMICA

35.2 ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO

36. CONSIDERAÇÕES FINAIS

36.1 SUGESTÕES PARA O BOM DESEMPENHO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

37. ESQUADRIAS

Page 8: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

8

GENERALIDADES

38. ESQUADRIA EXTERNA

38.1 PORTAS DE MADEIRA

38.2 PORTAS DE FERRO

38.3 PORTÕES DE MADEIRA

38.4 PORTÕES DE FERRO

38.5 JANELAS DE MADEIRA

38.6 JANELAS DE FERRO

39. ESQUADRIA INTERNA

39.1 PORTAS

40. GRADEAMENTOS

41. FERRAGEM

41.1 GONZO

41.2 DOBRADIÇAS

41.3 FECHOS DE CORRER

41.5 TARJETAS

41.6 FECHOS DE BORBOLETA

41.7 CREMONAS

41.8 ALDRAVAS

41.9 FECHADURAS

42. CAIXA

43. MAÇANETAS

44. PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIAS DE MADEIRA

44.1 PORTAS

44.2 JANELAS

Page 9: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

9

45. PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIA DE ALUMÍNIO

45.1 PORTAS E JANELAS

46. PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIA DE VIDRO

46.1 PORTAS /JANELAS

47. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

Page 10: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

10

1. TELHADOS

1.1 TERMINOLOGIA

Os telhados são construções destinadas a proteger os edifícios da ação das

intempéries, constituindo também um arremate de sensível importância estética. A sua

forma e os materiais que compõe a cobertura devem merecer a maior atenção por parte

dos profissionais da construção civil.

2. ELEMENTOS E COMPONENTES

O telhado compõe-se da cobertura, da armação e dos condutores de águas pluviais. A

cobertura é verdadeiramente o elemento de proteção, servindo a armação de apoio e os

condutores para o afastamento conveniente das águas pluviais.

3. FORMA DOS TELHADOS

Os telhados são constituídos por uma ou mais superfícies que podem ser planas, curvas

ou mistas.

As superfícies planas são as mais comuns, encontrando-se as curvas nos telhados

cônicos, nas cúpulas e em alguns edifícios industriais e as mistas em certas construções

pitorescas.

Essas superfícies são denominadas águas e conforme o seu número, temos os telhados

de uma água, vulgarmente conhecidos por alpendres, os de duas, de três, de quatro e

mais águas.

Os telhados de uma água ou alpendres podem ser apoiados sobre paredes ou estar em

consolo.

Os alpendres sobre paredes foram usados no passado somente nas construções de

importância secundária e daí provavelmente a denominação de meia água que também

se lhes dá. Modernamente estão novamente em uso.

Os alpendres em consolo, também conhecidos por marquises, são muito utilizados para

abrigar entrada de edifícios e frentes de estabelecimentos comerciais, prestando-se as

mais variadas decorações.

Os telhados de duas águas, também conhecidos por telhados de chalés (figura 819),

apresentam duas superfícies inclinadas que se encontram segundo uma linha a b,

denominada cumeeira.

Page 11: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

11

As águas desses telhados apoiam geralmente sobre os lados maiores da construção. Os

lados menores tomam formas triangular na parte superior , conhecida pelo nome de

empena.

Esses telhados foram muito usados na antiguidade, encontrando-se nos templos gregos

e romanos, e as empenas convenientemente tratadas, constituíram os frontões.

Os telhados de três ou quatro águas são formados respectivamente por 3 ou 4

superfícies (figura 820), sendo as maiores A, de forma trapezoidal, denominadas águas

mestras e as menores B, de forma triangular, chamadas tacaniças.

As linhas a e, b e, c e e d f, arestas salientes dos diedros, são

denominadas espigões e as linhas e f, cumeeiras.

N

Os edifícios de planta quadrada as são todas tacaniças (figura 06). Esses telhados são

também denominados telhados em pavilhão. Nos edifícios com plantas complexas,

Figura 01 - 2 águas Figura 02 – 3 águas Figura 03 – 4 águas

Figura 04 – alpendres ou marquises

Fonte: Google imagens

Figura 05 – alpendres ou marquises

Fonte: Google imagens

Page 12: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

12

estas podem ser decompostas em retângulos, ou quadriláteros recebendo cada qual o

seu telhado. Os telhados desses diversos elementos são reunidos entre si mediante

intercessão de suas formas geométricas de modo a dar ao conjunto feição de unidade, o

que é mais estético e econômico, evitando calhas internas que são sempre um ponto

fraco da construção.

Só excepcionalmente, quando não há outro recurso é que se deve parcelar o telhado.

Figura 06 Figura 07

A reunião de diversos telhados elementares dá lugar à formação de ângulos diedros

reentrantes, aos quais se dá o nome de rincões.

Na figura 07 formada pela junção de dois telhados elementares A e B, a linha a b

constitui o rincão. Nas plantas com forma irregular (figura08), adotando declives

uniformes para todas as águas, como é usual, a cumeeira se torna inclinada, o que

causa má impressão. A cumeeira horizontal nesses telhados obriga ao emprego de

águas com inclinações diferentes, solução que se deve preferir.

Figura 08

Page 13: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

13

Além dos telhados, cujas formas já foram apreciadas, existem outros com formas

especiais, como o shed e a mansarda.

O shed é usado em fábricas quando não é possível obter luz lateral ou esta é deficiente

pela excessiva largura do corpo do edifício.

Este telhado tem a forma de dentes de serra (figura 09) alternando faces de pouca

inclinação com outras quase verticais. Essas últimas são envidraçadas. As faces menos

inclinadas tem declive compatível com a cobertura empregada.

(a)

(b)

(c) (d)

Figura 09 a, b,c,d

Google imagens

Page 14: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

14

As mansardas (figura.10), assim chamadas por terem sido idealizadas pelo arquiteto

fronçois Mansart, são formadas por duas águas quebradas, constituindo quatro planos

inclinados dois a dois. As mansardas permitem aproveitar o vão do telhado. As águas

superiores, com inclinação comum, formam o telhado propriamente dito e as inferiores,

quase verticais, constituem as paredes do sótão. Os telhados podem ser limitados por

paredes de pequena altura, denominados platibanda, ou avançar sobre os muros

perimetrais formando beirado.

Os telhados de beirado avantajam-se sobre os de platibanda pela maior proteção que

oferecem às paredes contra a ação das intempéries e por não exporem os edifícios a

serem invadidos pelas águas da chuva quando a obstrução das calhas e canos de

queda ou no caso de se verificarem defeitos. Ademais, o beirado constitui um remate

que empresta feição pitoresca às construções e que muito se recomenda para

habitações afastadas dos centros urbanos.

4. INCLINAÇÃO DOS TELHADOS

Chama-se inclinação do telhado ao ângulo que as duas águas formam com o horizonte.

Ele é geralmente uniforme em todo o telhado, podendo entretanto, podendo ser diverso

se a planta for de forma irregular.

A inclinação a dar aos telhados depende do gênero da cobertura, das condições

climáticas locais e de razões econômicas. A neve e o vento exigem declives mínimos,

aquela para o seu fácil escoamento e este para que a água da chuva seja represada

para o interior do prédio.

Figura 10 Fonte: Google Imagens

Page 15: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

15

O declive depende também do gênero da cobertura, pois alguns materiais devem ser

fixados além de determinado ângulo para evitar o seu escorregamento. A inclinação é

limitada ainda pela virtude de razões econômicas pois a medida que aumenta o ângulo

do telhado cresce o volume do vigamento e a superfície da cobertura.

A relação entre a altura e a largura do telhado chama-se ponto. Indica-se por uma fração

contendo tendo por numerador a unidade, equivalente á altura, e para denominador um

algarismo indicando o número de partes que em que foi dividido o vão para se obter

aquela altura. Assim o ponto 1/3 da largura do telhado.

É usual indicar o ponto também pela altura alcançada em cada metro de declive do

telhado. Assim um telhado com um ponto de 0,70 m para cada metro horizontal

corresponde a cada 0,70 m no sentido vertical.

As inclinações e usualmente empregadas são as seguintes:

Telhas planas: 0,70 a 0,80 m ou 1/3 + 10%.

Telhas curvas efeito betuminoso: 0,40 a 0,50 m ou 1/4 a 1/5.

Chapas metálicas: 0,20 a 0,40 m 1/5 a 1/10.

5. TRAÇADO DOS TELHADOS

O traçado de um telhado consiste no desenho de sua projeção sobre um plano

horizontal, de modo a conhecer a sua forma através das linhas de cumeeira, espigões e

rincões, a localização dos condutores e a cabeceira das calhas.

Examinando a planta de um edifício é sempre possível destacar uma forma elementar

principal ou fundamental A, à qual estão todas as demais ligadas por meio de

interseções (fig. 11). A essas secundárias é mesmo possível que se liguem ainda outras

menores.

Figura 11

Page 16: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

16

Começa-se traçando com linhas pontuadas o telhado dessa parte dominante A B C D,

para o que são tiradas as bissetrizes dos ângulos que constituíram os espigões. A união

dos pontos de encontro dessas linhas dar-nos-á a cumeeira a b (figs. 12a, b, c, d).

Figura 12

Em seguida passa-se a estudar o telhado das partes secundárias, tomando o retângulo

C E F G, e tirando as bissetrizes dos ângulos em G E F visto já termos a de C. Sejam

Ec, Gd e Fc as bissetrizes que se encontram e c e d.

A linha c d será a cumeeira dessa parte secundária.

Da mesma forma traçaremos o telhado da parte secundária, E J H I , e da outra parte, A

M K L.

Traçadas as projeções das cumeeiras, espigões e rincões, passa-se ao traçado

definitivo do telhado pois existem linhas que ão devem figurar por estarem no mesmo

plano (figura13).

Assim são definitivas as seguintes linhas:

Espigões: Bb, Db, ad, ag, Fc, ce, If, Hf, Kb, Mb.

Rincões: Gd, Lg, Je.

Cumeeiras: ab, cd, fe, gb.

Em seguida são fixados os canos de queda por meio de pequenos círculos e as

cabeceiras das calhas por meio de duas pequenas linhas paralelas.

Page 17: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

17

Figura 13

6. ARMAÇÃO

A armação do telhado é formada pelas vigas ou tesouras e pelo vigamento secundário.

6.1 TESOURAS

As tesouras são vigas de treliça, geralmente de forma triangular, destinadas a suportar a

cobertura e as sobrecargas do telhado por intermédio do vigamento secundário.

Os pesos da cobertura e da sobrecarga proveniente do vento, transmitem à tesoura por

meio do vigamento secundário, de preferencia por intermédio dos nós da treliça, pois

dessa forma, os esforços a que são submetidos os seus componentes são

simplesmente de compressão ou distensão. Evitam-se assim a flexão das peças em

contato com o vigamento secundário, o que permite o emprego de seções menores e

contribui para reduzir o custo da tesoura.

A forma das tesouras é geralmente a de um triângulo isósceles. Existem, porém, outras

tesouras especiais, como o alpendre e o shed de forma triangular assimétrica e a

mansarda.

6.1.1 Tesouras comuns

As tesouras comuns compreendem dois tipos, conforme tenham ou não pontaletes.

Essas últimas são conhecidas por tesouras Polonceau.

6.1.2 Tesouras com pontalete

As tesouras com pontalete compõe-se na sua forma mais simples (figura 14), de duas

pernas A B e B C, ligadas numa extremidade ao tensor A B e na outra ao

pendural ou pontalete C D.

Page 18: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

18

Figura 14 Figura 15

Os pesos da cobertura e das sobrecargas transmitem-se á tesoura por meio das terças,

que são vigas longitudinais apoiadas diretamente nos diversos nós.

Dessa forma, fixado o afastamento médio das terças, variável de 2 a 3 m conforme o

gênero de cobertura, marca-se sobre as pernas os pontos de carga que irão constituir os

nós. Em seguida, faz-se a triangulação, aplicando escoras e pontaletes secundários ou

montantes nos diversos nós.

Suponhamos por exemplo (figura 15), que se tenha de projetar uma tesoura para o vão

AB. Traça-se primeiramente a linha AB e fixa-se em seguida o ponto C tendo em vista a

inclinação que deverá ter o telhado, atendendo ao gênero de cobertura escolhida. Baixa-

se a perpendicular CD que constitui o pontalete. Desta forma obtém-se uma tesoura

simples que servirá para os casos em que o comprimento da perna AC seja tal que não

exija terças intermediárias a não ser as extremas colocadas em C e A que se

denominam respectivamente cumeeira e frechal.

Sendo a largura da água AC ou BC superior ao afastamento usual dado às terças,

divide-se em partes tais de modo a não exceder as dimensões máximas e desse forma

obtém-se os pontos de carga por onde o peso da neve e a pressão do vento, se

transmitem aos diversos membros da tesoura.

A operação daqui por diante consiste em formar nós nesses pontos mediante uma

triangulação conveniente.

Admitamos, por exemplo (figura 15), que se tenha um único ponto intermediário E e F.

Nesse caso basta unir estes pontos por meio de escoras ao ponto D e o sistema está

pronto.

Figura 16

Se houver duas terças (figura 16) nos pontos E, F, G, H aplica-se nesse caso em F os

montantes EI e FG e as escoras ED e FD. Os pontos Ge H ligam-se a I e J com as

escoras GI e HJ.

Page 19: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

19

Figura 17

Se houver três terças a marcha é idêntica, como se pode ver na figura 17. Para quatro

terças pode adotar-se o mesmo processo se a inclinação do telhado não exigir o

emprego de diagonais muito inclinadas.

Figura 18 Figura 19

A melhor solução, nesse caso, consiste no emprego de linhas secundárias com o que se

consegue remover o inconveniente (figura 18). Essas tesouras permitem o

aproveitamento do espaço abaixo do telhado para o sótão, mesmo nos vãos menores

(figura 19).Existem variantes das tesouras de pontalete nas quais a linha é alterada ou

inclinada a fim de atender a cerca das necessidades da construção. As figuras 20 e 21

nos mostram duas tesouras com a linha elevada e de nível e a figura 22 uma figura com

a linha inclinada.

Figura20 Figura 21

Figura 22

Page 20: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

20

6.1.3 Tesouras com tirantes e escoras

Essas tesouras são conhecidas também sob o nome de polonceau e admitem, conforme

o vão, um desenvolvimento idêntico ao das tesouras com pontalete (figuras 23 e 24).

Figura23 Figura 24

Elas são indicadas quando se quer um maior pé direito das peças ou então quando se

pretende dar ao teto a forma de curva, o que se consegue facilmente com o emprego de

cambotas que se fixam aos elementos inferiores de modo a obter o perfil desejado.

Entre as tesouras coloca-se o vigamento adequado ao tipo de teto a construir. Existem

também variantes do Polonceau, com a linha horizontal (figuras 25 e 26). As tesouras

Polonceau são totalmente de ferro ou mistas, empregando-se no tipo mais simples a

madeira em combinação com o ferro( figura 27)

6.1.4 Tesouras especiais

Além das tesouras do tipo triangular simétrico, existem também as formas assimétricas,

como as de alpendre e as shed, e as mansardas, com água quebrada, muito útil quando

se quer aproveitar a parte inferior da cobertura para sótão.

Figura 25 Figura 26

Figura 27

6.1.5 Tesouras de alpendre

Essas tesouras são para o telhado de uma única água. Podem ter ambas as

extremidades apoiadas ou uma engastada e a outra livre. A forma é geralmente de uma

Page 21: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

21

meia tesoura comum. Dependendo os esforços, em seus diversos elementos, das

condições de apoio. Assim a tesoura das figuras 28 a, b, é apoiada nas extremidades e

conforme o vão pode assumir formas mais complexas, como as das figuras 27 c, d. As

tesouras com extremidades livre tem a mesma forma que as apoiadas, distinguindo-se

apenas pelos esforços a que são submetidos os seus diferentes elementos o que

naturalmente exige dimensões também diferentes (figura 27).

6.1.6 Tesouras shed

As tesouras shed (figura 28) caracterizam-se em ter uma das águas mais inclinada que

a outra e serem dispostas transversalmente, o que exige apoios intermediários. Essas

tesouras permitem ter iluminação pela água mais inclinada, o que frequentemente é

necessário nas oficinas de grandes dimensões onde a iluminação lateral nem sempre é

satisfatória lado menor volta-se quando possível para norte ou leste e a sua inclinação

faz-se de 75 a 80º. Essas tesouras são constituídas por treliças com pontaletes ou

tensores simples, podendo ter escoras, conforme a amplitude do vão.

Figura 28 a Figura 28 b Figura 28 c

Figura 28 d Figura 28 e

Figura 29

Page 22: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

22

6.1.7 Tesouras mansarda

As tesouras mansarda são de quatro águas, sendo as inferiores mais inclinadas que as

superiores. O seu traçado obtém-se fazendo um semicírculo com o centro no meio do

vão e dividindo-o depois em 4 ou 5 partes (figuras 30 e 31), com o que se obtêm os

pontos 1, 2, 3, 4, 5, respectivamente.

Figura 30 Figura 31

Lingando depois os pontos A e B nos pontos 1, 2, 3, ou 1, 2, 3 e 5 obtém- se o contorno

da tesoura. Completa-se a tesoura traçando seus elementos internos constantes de

linhas secundárias, pendurais e escoras. Em lugar dos pendurais laterais empregam-se

também escoras ( figura 32), as quais, segundo o vão, podem estar ligadas a um dos

nós das águas (figura 33).

Figura 32 Figura 33

6.1.8 Tesouras com lanternim

As tesouras com lanternim são empregadas nos telhados de oficinas e de outros

edifícios em que há necessidade de se obter uma renovação constante de ar.

Figura 33 Figura 34

Page 23: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

23

Essas tesouras obedecem na sua forma geral a qualquer um dos tipos já estudados,

distinguindo-se apenas em ter o centro mais elevado para permitir a saída do ar viciado

pelas partes laterais, que podem estar completamente abertas ou dispor de venezianas.

As figuras 33 e 34 mostram-nos duas tesouras desse tipo. No esquema da figura 35,

temos os componentes da estrutura de madeira de um telhado em duas águas.

Figura 35

6.2. CONSTRUÇÃO DAS TESOURAS

Fazem-se tesouras de madeira, de ferro, de madeira e ferro ou de concreto armado.

6.2.1Tesouras de Madeira

As tesouras de madeira são as mais usadas na construção civil. Colocam-se à distancia

média de 3 m. A sua execução é feita com materiais comumente de bitola comercial.

Assim, para as pernas empregam-se peças de 8 x 12, 8 x 16, 10 x 20 e

excepcionalmente 10 x 30. As linhas são feitas com material idêntico ao das pernas ou

com guias geminadas. As escoras são feitas geralmente a mesma bitola que as pernas

da tesoura, sendo os secundários iguais ou constituídos por guias geminadas que se

parafusam nas pernas e na linha. As diversas peças são ligadas mediante entalhe

Page 24: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

24

simples, reforçado com parafusos e chapas conforme já foi visto anteriormente no

estudo das ligações de madeira. Para facilidade e melhor aparência dessas ligações

adotam-se para as peças maciças uma espessura uniforme. As figuras 36 e 37

mostram-nos diversos nós de tesouras de uso corrente.

Figura 36 Figura 37

Figura 38 Figura 39

Figura 40

Figura41 Figura 42

6.2.2 Tesouras de ferro

Page 25: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

25

As tesouras de ferro são usadas nas construções com grandes vãos e naquelas que

exigem a incombustibilidade do material. Embora se possam também usar tesouras de

madeira para vãos além de 25 m, as dimensões a dar as diversas peças e o reforço das

ligações são tais que economicamente desaconselham seu emprego. Nesse caso torna-

se mais vantajosa a estrutura de ferro que, além de incombustível é de aspecto mais

elegante pela delgadez de seus diversos componentes.

Empregam-se também para pequenos vãos quando se exigem qualidades que são

peculiares ao ferro. As tesouras são afastadas em média de 4 a 5 m. As pernas fazem-

se com cantoneiras geminadas, simples (figura 41) ou reforçadas com chapas (figura

42). Podem ser feitas também com vigas U geminadas (figura 43). Para as linhas

empregam-se cantoneiras geminadas (figura 41), podendo lançar-se mão de ferros

chatos ou redondos conforme as circunstâncias. Os ferros redondos são articulados nos

nós.

Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46

Os montantes e as diagonais, estando sujeitos a menores esforços que os demais

elementos, fazem-se com cantoneiras geminadas quando sujeitos à compressão (figura

45), com cantoneiras simples, ferros três, ou ferros chatos quando distendidos.

Figura 47

As diversas ligações nos nós são executadas por meio de escudos de ferro e rebites,

obedecendo à disposição já estudada nas ligações de ferro. As figuras 45 a 50 mostram-

nos diversos detalhes de nós.

Page 26: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

26

Figura 48 Figura 49 Figura 50

Figura 51

6.2.3 Tesouras mistas

As tesouras mistas são vigas de treliça nas quais as peças comprimidas são feitas de

madeira e as distendidas de ferro. Assim, na tesoura da figura 51 os pendurais

secundários são feitos de ferro redondo que atravessa os nós e é preso por meio de

parafusos. As figuras 52 e 53 nos dão dois detalhes dessas ligações.

Figura 52

Figura 53

Page 27: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

27

Atualmente pouco se emprega o ferro redondo, pois se alcança o mesmo resultado e por

menor custo, com a aplicação de guias de madeira devidamente parafusadas.

Figura 54 Figura 55

A tesoura da figura 54 é uma Polonceau mista na qual as pernas e as escoras são de

madeira, e as peças restantes de ferro redondo. As figuras 55 a 57 mostram-nos

detalhes dos diversos nós. As ligações são executadas com peças de ferro fundido ou

forjado. A figura 58 mostra-nos uma escora de ferro fundido.

6.2.4 Tesouras de concreto armado

As tesouras de concreto armado são pouco usadas na construção civil devido não

somente ao seu peso exagerado, comparado as de ferro ou madeira, como também ao

seu custo elevado. Encontram aplicação nas fábricas, oficinas, grandes armazéns e

entrepostos onde se exige incombustibilidade do material. As tesouras de concreto

armado imitam em grande parte as similares em madeira e ferro.

Figura 56 Figura 57

Figura 58

Page 28: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

28

Os diversos nós devem, porém ser reforçados convenientemente para atender aos

esforços oriundos da rigidez da ligação em contraposição com a hipótese de articulação

feita no cálculo. as figuras 59 a 64 mostram-nos alguns tipos de tesouras de uso

corrente e a figura 65 a disposição dos ferros em um dos nós.

Figura 59

Figura 60

Figura 61

Figura 62

Figura 63

Figura 64

Figura 65

Figura 66

Page 29: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

29

6.3. VIGAMENTO SECUNDÁRIO

O vigamento secundário serve para transmitir às tesouras o peso da cobertura e os

esforços externos que atuam sobre o telhado. Compõe-se de terças, caibros e ripas e

conforme a natureza da cobertura, emprega-se também no forro.

6.3.1 Tesouras de madeira

O vigamento secundário para as tesouras de madeira é feito totalmente desse material.

Terças

As terças são geralmente 8 x 16 e colocam-se em correspondência com os nós das

tesouras a uma distância média de 2 m. São presas às pernas por meio de chapuzes

trapezoidais (Figura. 67). As cumeeiras apóiam sobre um entalhe (Figura 68

Figura 67 Figura 68

O frechal pode assentar sobre a linha como mostra a figura 69 ou sobre a perna (figura

70), mediante um chapuz triangular.

Caibros – os caibros são de 5 x 8 ou 8 x 8, conforme o gênero de cobertura, e assentam

normalmente sobre as terças, ligando-se de chanfro em correspondência com a

cumeeira (fig. 68), e apoiando também em chanfro simples (figura 69) ou reforçado

(figura 70) sobre o frechal. Os caibros são pregados às terças e o seu afastamento é

geralmente de 50 cm de eixo a eixo para telhas francesas e de canal.

Figura 69 Figura70

Page 30: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

30

Ripas – as ripas são colocadas paralelamente á cumeeira. As suas dimensões e o

afastamento dependem do gênero de cobertura. Para telhas planas empregam-se ripas

de 1,5 x 3 cm afastadas de 31 a 33 cm e para telhas curvas usam-se ripas de 1,5 x 4

cm e com afastamento dependente das dimensões das telhas. Nas coberturas leves,

feitas de telhas onduladas de metal ou de fibrocimento, são presas a um ripado de

sarrafos de 2,5 x 5 cm, aplicado sobre o encaibramento ou diretamente sobre as pernas

das tesouras, e com o afastamento de 0,80 a 1,20 conforme as dimensões e a natureza

das telhas. O ripado quando aplicado diretamente às pernas das tesouras faz-se de

caibros de 5 x 8 ou 8 x 8 em virtude do maior vão, podendo mesmo lançar-se mão de

guias. Em certas coberturas, como acontece com as chapas planas de metal ou

fibrocimento e com os feltros, o ripado é colocado sobre um forro de madeira e

normalmente à direção das terças. As ripas nesse caso são trapezoidais e o seu

afastamento depende das dimensões do material de cobertura. São dispostas ma

direção da inclinação do telhado.

Forro de madeira- Entre os caibros e as ripas intercala-se muitas vezes um forro de

madeira, chamado guarda-pó, feito de tábuas brutas de 2,5 cm de espessura que se

pregam sobre os caibros. Esse guarda-pó serve de proteção ao próprio teto e as vezes o

substitui. Constitui também um elemento de proteção das coberturas contra a ação do

vento e para algumas, como chapas lisas e os feltros, é indispensável ao seu

assentamento.

6.3.2 Tesouras de ferro

O vigamento secundário das tesouras de ferro pode ser totalmente em madeira ou ferro

ou ainda misto.

Terça – As terças de madeira prendem-se as pernas das tesouras por meio de

cantoneiras (figuras 71 e 72) ou ferro chato convenientemente dobrado (figura 73). A

cumeeira é formada por uma ou duas peças fixadas como mostram as figuras 74 a, b.

As terças de ferro são geralmente de perfil duplo T, U, ou Z. Podem ser colocadas

verticalmente ou inclinadas em relação às pernas das tesouras.

Figura 71 Figura72

Page 31: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

31

Figura73

Figura74 a Figura74 b

Prendem-se por meio de cantoneiras, chapas e ferros chatos (figura 75 a 80).

Figura75 Figura76

Figura76 Figura77

Figura78 Figura79

Page 32: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

32

Caibros – os caibros podem ser feitos de madeira ou ferro. Os de madeira quando

apoiados sobre terças do mesmo material, são simplesmente pregados. As terças sendo

de ferro ligam-se por meio de grampos (figuras 80 a 82). Os caibros de ferros são

constituídos por perfis U ou duplo tê e empregam-se somente quando o ripado é do

mesmo material. Prendem-se por meio de grampos ou rebites (figuras 83 – 84).

Figura80 Figura 81

Figura82 Figura 83

Figura84 Figura 85

Ripas – As ripas quando de madeira obedecem á dimensões e disposições já apreciadas anteriormente. No caso de serem de ferro empregam-se cantoneiras, geralmente de 45 x 45 , e sua ligação é feita também por meio de cantoneiras (fig. 85). Havendo guarda-pó, esse é preso por meio de grampos (figura 86) ou é pregado em

sarrafos fixados no caibro (figura 87).

Figura 86 Figura 87

Page 33: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

33

6.3.3 Tesouras de concreto armado

Nessas tesouras o vigamento secundário é feito totalmente de madeira ou é misto, de

madeira e concreto. Nos vigamentos secundários de madeira as terças são presas por

meio de grampos, cantoneiras ou parafusos embutidos no concreto das tesouras (figuras

88-90).

Figura 88 Figura89 Figura 90

Os vigamentos secundários de concreto são constituídos por terças e lajes que formam

uma verdadeira coberta de concreto, pronta para receber a cobertura que se fixa em

ripas grampeadas na laje (figura 91). Nos vigamentos mistos as terças são de concreto e

dos demais elementos de madeira. As terças fundem-se juntamente com as tesouras

(figura 92) Os caibros assentam por meio de recortes e são presos em grampos

deixados previamente embutidos nas terças.

Figura 91 Figura 9

6.4. DISPOSIÇÃO DA ARMAÇÃO DOS TELHADOS

A disposição da armação dos telhados depende em grande parte da planta do edifício.

Nos telhados de duas águas, as paredes menores formam empena e as tesouras são

colocadas paralelamente a essas paredes (figura 93). A forma esconsa da planta não

prejudica a disposição que é sempre normal às paredes maiores (figura 94)

Page 34: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

34

Figura 93 Figura 94 Figura 95

Nos telhados com tacaniças impõe-se o emprego de tesouras auxiliares para formar os

espigões. Para isso, empregam-se meias tesouras tendo o pendural em comum com o

da tesoura em que estão ligadas ( figura 95 – 96). As linhas podem alcançar a da

tesoura (figura 97) ou ser limitadas por uma travessa ( figura 98).

Figura 96

Figura97 Figura 98

Page 35: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

35

Assim a meia tesoura a da figura 97 é igual a metade da tesoura b , sendo as pernas

parafusadas no pendural (figura 99) , que assim se torna comum. As linhas são fixadas

na tesoura (figura 100) por meio de ferros chatos e parafusados ou ligam-se a meia

madeira (figura 101-102) ou por meio de espiga (figura 103) numa travessa b.

Figura 99 Figura 100

Figura 101 Figura 102

Nos vãos maiores de 6 m empregam-se três meias tesouras, sendo uma central e duas

laterais em diagonal (figura 96), todas as pernas ligadas ao pendural da tesoura inteira.

A linha da meia tesoura em disposição normal, é ligada à tesoura inteira por meio de

duas cantoneiras e parafusos (figura 104).

Figura 103 Figura 104

Frequentemente, em lugar de meias tesouras, empregam-se diagonais formadas por

vigas comuns ligadas ao pendural e às exremidades das terças e que se faz apoiar no

ângulo de encontro dos frechais (figura 105). Esta disposição é muito usada atualmente.

Entretanto, para os vãos maiores, impõe-se a criação de apoios intermediários mais

sólidos, constituídos por pequenas tesouras colocadas em diagonal e cujo pendural

serve de apoio ao espigão.

Page 36: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

36

Figura 105 Figura 106

Em lugar dessa solução pode empregar-se uma viga trapezoidal (figura 107) a que os

nossos construtores denominam tesoura mocha e que serve nesse caso de apoio não

somente aos dois espigões como também à perna da meia tesoura do centro. Os

rincões são formados por dois caibros, covenientemente afastados que servem para

fixar a calha e contra os quais é pregado lateralmente o encaibramento. As tesouras,

para maior segurança da armação do telhado dever ser contraventadas. Esse

contraventamento nas armações de é constituido por escoras, feitas com caibros, presos

à cumeeira e ao pendural das tesouras (figura 108).

Figura 107

Figura 10 Podem contraventar-se todas as tesouras ou fazê-lo alternadamente. Nos telhados de

quatro águas e pouco extensos pode prescindir-se do contraventamento visto que as

águas menores são suficientes. Nos telhados com armação de ferro pode adotar-se a

mesma solução ou recorrer-se ao empreego de diagonais colocadas entre as tesouras e

terças segundo o plano das águas (figura 109).

Page 37: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

37

7. COBERTURA

Na cobertura dos edifícios empregam-se pedras naturais ou artificiais, metais, vidro e

feltro.

. Figura 109

7.1. PEDRAS NATURAIS

As pedras naturais usadas nas coberturas dos edifícios são as ardósias. O mármore

foiempregado nos edifícios da antiguidade. As ardósias recomendam-se pelo seu pouco

peso. A boa ardósia deve ter som metálico, cor uniforme, geralmente negro azulado ou

acinzentado, ssuperfície plana e lisa e espessura uniforme. As telhas medem

geralmente 0,30 a 0,50 m de comprimento por 0,15 a 0,25 de largura. A espessura é de

3 a 5 mm. São de forma retangular, semicircular, ogival ou poligonal (figura 110).

Figura 110 Assentam-se no telhado sobrepondo-as de 8 a 12 cm e desencontrando as juntas. São

presas ao ripado com pregos de cabeça chata, de zinco, cobre ou ferro; esses últimos

devem ser galvanizados para qua a ferrugem não ataque a pedra e alargue os furos

(figura 111 a ). Em lugar de pregos empregam-se ainda colchetes de cobre ou de ferro

galvanizado (figura 112 b,c).

Page 38: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

38

Figura 111 a Figura 112 b, c As cumeeiras é os espigões são feitos com chapas de zinco, ferro galvanizado ou cobre

ou ainda com telhas de argila, tipo cumeeira. A inclinação dos telhados faz-se de 30º a

45º.

7.2 PEDRAS ARTIFICIAIS

As pedras artificiais usadas na cobertura dos edifícios são as telhas de argila, curvas ou

planas , as telhas de cimento e de fibrocimento.

Telhas curvas - Essas telhas, também chamadas coloniais ou de canal, são ainda hoje

muito empregadas. Oferecem o inconveniente de serem muito pesadas, exigindo

armações reforçadas. As telhas têm a forma de um meio tronco de cone com os

diâmetros externos respectivamente de 0,14 e 0,18 m e o comprimento de 0,40 a 0,50. A

espessura varia de 1 a 1,5 cm e o peso de cada telha é em média de 1,8 kg, sendo 28

por m² (figura 113 a, b).

As telhas São Caetano medem 15 x 20 x 42 e pesam 1,9 Kg cada uma, são necessárias

27 telhas por metro quadrado de telhado. As telhas assentam-se de acordo com o

comprimento da telha, colocando-se geralmente transversalmente cada 30 ou 40 cm. As

ripas são de 1,5 x 4 cm. Assentam-se primeiramente os canais no sentido da inclinação

do telhado, colocando as telhas com a concavidade voltada para cima e a extremidade

mais larga do lado da cumeeira. As telhas sobrepõe-se cerca de 10 cm. Os canais, na

parte mais larga da telha são afaastados de cercade 5 cm de modo a serem cobertos

facilmente por outra série de telhas que se colocam com a convexidade voltada para

cima e que descansam com as arestas longitudinais dentro dos referidos canais.

Essas telhas de cobrir são colocadas com a extremidade mais estreita voltada para o

lado da cumeeira e sobrepõe-se umas às outras cerca de 10 cm. As telhas de canal são

assentes a seco e as de cobrir fixam-se a elas por meio de argamassa colocada nas

bocas. As beiradas da cobertura são arrematadas com argamassa. As cumeeiras e os

espigões são feitos com as mesmas telhas, colocadas com a convexidade para cima, e

os rincões por meio de telhas de canal.

Page 39: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

39

Figura 113 a Figura 113 b

As telhas assentam-se do beiral para a cumeeira e a extensão da sobreposição regula-

se por experiencia prévia de acordo com a largura da água do telhado. Nos telhados de

duas águas pode a cobertura avançar sobre o oitão até a cornija ou morrer sobre a

parede, que então se eleva acima da cobertura. Quando a cobertura avança sobre o

oitão remata-se a extremidade do telhado por meio de uma meia telha apoiada a cornija

e argamassa a cimento (figura 114 a, b). quando a parede do oitão se eleva sobre o

telhado, dispõe-se a cobertura de modo a ter um canal junto ao muro, que se remata

por meio de uma telha embutida e argamassa na alvenaria (figura 115).

As telhas que se encontram no comércio obedecem a dois tipos: o tradicional, feito de

argila grosseira, e o São Caetano, confeccionado com argilas tratadas e que se impoem

pela forma e pela beleza de seu colorido. Essas telhas são suscetíveis de serem presas

ao ripado para o que dispõem as cobertas de um olhar que permite amarrá-las por meio

de arame de ferro galvanizado ou cobre. As telhas de canal possuem uma pequena

reentrãncia que as prende ao ripado evitando o seu deslizamento. A inclinação das

coberturas curvas varia de 20 a 30º, podendo-se aumentá-la desde que as telhas sejam

amarradas. O peso dessa cobertura pode ser calculado à razão de 80 Kg por m².

Figura 114

Page 40: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

40

Figura 115

Telhas francesas As telhas francesas ou de marselha são uma das mais comuns

para a cobertura de telhados. São retangulares e assentam-se sobre ripas de 1,5 x 3

cm, afastadas de 31 a 33 cm. São necessárias 17 telhas/m². O peso de cada uma é de

cerca de 2,2 a 2,4 Kg e quando embebidas d’água pesam 3 kg, podendo calcular-se o

peso da cobertura à razão de 50 kg /m². Essas telhas possuem uma pequena Saliência

que serve para prendê-las ao ripado, evitando o seu escorregamento. Colocam-se a

partir do beirado e da esquerda para a direita. Não sendo a largura da água do telhado

múltipla do comprimento das telhas, reduz-se o afastamento das ripas junto ao beirado

colocando-se também duas sobrepostas, na extremidade para compensar a falta de

telha seguinte que aí não existe (figura 116).

Figura 116 As cumeeiras e os espigões são rematados por meio de telhas curvas ou então por meio

de telhas especiais, chamadas de cumeeira, que se argamasssam com 1 de cimento

para ¼ de cal por 4 de areia. O remate junto às paredes, como acontece no oitões, faz-

se mediante uma meia telha curva embutida (figura 117), ou com o emprego de uma

pequena calha cuja junção com o muro se proteje por meio de uma meia telha curva

embutida (figura 118) ou com uma tira de ferro galvanizado ou zinco embutida e

argamassada com asfalto (figura 119). Esta última solução, embora mais cara, é a

melhor.

Page 41: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

41

Figura 117 Figura 118 A pequena calha junto ao paramento da parede é usada também nos remates de

rapeiras , chaminés, etc. a cobertura de telhas planas emprega-se para declives entre 30

e 45º. Nos declives maiores ou quando se receia a ação do vento, prendem-se ao ripado

por meio de arame de ferro galvanizado, cobre ou latão para o que se usam telhas

especiais que possuem uma orelha furada para passagem do arame.

Figura 119 Figura 120

Encontram-se no comércio telhas francesas feitas de cimento e cujo assentamento é

idêntico às de barro.

Telhas planas de fibrocimento Essas telhas têm a mesma forma que as de ardósia e

o seu assentamento é idêntico.

Telhas onduladas de fibrocimento Essas telhas encontram-se no mercado com

largura uniforme de 0,95 m e o comprimento de 1,22 m, 1,53 m, 1,83 m, 2,13 m e 2,44 m

correspondentes respectivamente a 4 ,5 ,6 7 e 8 pés. A espessura normal é de 6 mm e o

seu peso normal é de 16,4 kg por m², incluindo os elementos de ligação e sobreposição,

pode calcular-se em 18 kg por m². Em virtude do seu pequeno peso distancia-se mais o

encaibramento e as ripas. Para as telhas de 2,44 m, 1, 83 m e 1,22 m, o afastamento

das ripas é de 2,30 m, 1,69 m e 1,08 m ou de 2,24 m, 1,63 m e 1,02 m conforme se

sobreponha, de 14 ou 20 cm. A inclinação mínima dessa cobertura é de 6º sendo que

até 17º há necessidade de vedar as juntas das telhas com um mastique especial,

Page 42: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

42

impermeável e elástico que as próprias fábricas fornecem. As telhas sobrepõem-se de

14 ou 20 cm conforme a inclinação seja superior ou inferior a 17º. Prendem ao ripado ou

mesmo às terças por meio de parafusos especiais (figura 120) ou de ganchos com

rosca( figura 121). Para os vigamentos de ferro existem ganchos especiais (figura 122-

123). Em lugar de ganchos podem ser empregados colchetes, que são apropriados para

os grandes telhados, sujeitos a sensíveis variações de temperatura, havendo para ferro

e para madeira (figura 124 a, b).

Figura 121 Figura 122 Figura 123

Figura 124 As cumeeiras são fornecidas pelo fabricantes e os seus bordos acompanham as

ondulações das chapas. São inteiriças ou formadas de duas peças que se articulam na

junção e que as tornam adaptáveis a qualquer inclinação do telhado. As cumeeiras

prendem-se ao ripado da mesma forma que as telhas. A junção junto aos muros dos

oitões é protegida por meio de tiras de zinco embutidas nas alvenaria. Pode simplificar-

se o vigamento secundário do telhado pregando as telhas diretamente sobre as terças o

que é possível em virtude do seu pequeno peso e da boa resistência que apresentam.

7. 3 METAIS

Os metais empregados na cobertura dos edifícios são o zinco, o alumínio, o ferro, o

cobre e o chumbo. Esses metais são empregados sob forma de chapas planas sendo

que o zinco, o alumínio e o ferro aplicam-se também sob as formas de chapas

onduladas. As coberturas metálicas avantajam-se pelo seu pouco peso, exigindo

Page 43: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

43

vigamentos de menores dimensões e por consequencia mais econômicos. Oferecem o

inconveniente de serem boas condutoras do calor, exigindo isolamentos térmicos, e de

necessitarem de uma conservação mais dispendiosa que as de pedra artificial, o que em

muitos caso anula as vantagens do peso.

7.3.1 Zinco e alumínio

O zinco emprega-se sob a forma de chapas onduladas ou planas, essas últimas lisas ou

com relevos, geralmente em escamas.

Chapas onduladas As chapas onduladas assentam-se sobre ripas de sarrafos de

assoalho de 2,5 x 5 cm, colocados no centro e nas extremidades das folhas.

Figura 125 As folhas pesam de 3 a 5 kg e sobrepõem-se na extremidade de 10 a 15 cm conforme

inclinação, e lateralmente no comprimento de uma onda. Fixam-se ás ripas por meio de

parafusos de ferro zincado ou de pregos de cabeça chumbada, colocados no alto da

onda (figura 125). Usando parafusos ou pregos comuns há necessidade de interpor um

pequena arruela de chumbo entre a cabeça dos mesmo ou na sua falta uma arruela de

couro, que também serve para vedar bem o furo. Os pregos chumbados dispensam

arruela. Além desses meios de fixação usam-se grampos (figura 126) ou colchetes de

ferro zincado ( figura 127) presos ao ripado. Sendo as ripas de ferro perfilado usam-

se grampos especiais cravados na folha (figura 128).

Figura 126 Figura 127 Figura 128

Page 44: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

44

Fequentemente, dado o seu pouco peso, fixa-se a cobertura diretamente nas terças, para o que se usam caibros de madeira ou ferro perfilado adequado, convenientemente afastados. As cumeeiras e os espigões fazem-se de chapas lisas do mesmo material e a sua fixação nas terças, junto à cumeeira, executa-se por meio de pregos ou parafusos (figura 129 a, b)

Figura 129 a

Figura 129 b Chapas lisas - Essas chapas aplicam-se sobre guarda-pó, no qual se pregam ripas

trapezoidais em sentido normal á cumeeira e afastadas de modo que a chapa que a

chapa possa ter uma dobra lateral de 3 cm. As ripas são de 3 x 4 cm e têmespessura de

3,5 cm. Cada 0,50 cm colocam-se colchetes especiais de zinco, com 10 cm de largura e

1,5 a 2 mm de espessura, pregados ao guarda-pó juntamente com as ripas (figura 130),

e que servem para prender transversalmente a chapa. Sobre a ripa assenta-se depois

uma cobrejunta com a forma de uma calha trapezoidal invertida e que é pregada ou

parafusada. A cabeça do elemento de fixação é protegida depois por uma calota de

zinco soldada à cobrejunta (figura 131).

Page 45: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

45

Figura 130 Figura 131

Figura 132 Podem também dobrar-se as chapas lateralmente, como mostram as figuras 132 a,

esse processo é mais econômico, embora não permita á folha dilatar-se tão livremente

quanto na disposição anterior. As chapas são fixadas no sentido longitudinal por meio

de colchetes de zinco de 4 cm de largura e 10 cm de comprimento, pregados ao guarda-

pó e com a extremidade curvada para engatar na dobra da folha (figura 133). Dessa

forma as folhas podem dilatar-se livremente. Nos telhados de pequena inclinação pode

escalonar-seo guarda-pó em correpondência com as extremidades das folhas, as quais

são presas por meio de colchetes e se recurvam como mostra a figura 134. As

cumeeiras e os espigões fazem com folha lisa, que se recorta convenientementeem

correspondência com as ripas. A folha de zinco geralmente usada é a de nº. 12,

empregando as de nº.14 a 16 para as cobrejuntas, as cumeeiras e os espigões.

Figura 133 Figura 134

Page 46: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

46

7.3. 2 Ferro

A chapa de ferro é usada da mesma forma que a de zinco devendo porém ser

galvanizada visto que a chapa comum, denominada preta, oxida-se facilmente. O seu

assentamento é idêntico ao das chapas de zinco.

7.3.3 Cobre

O cobre é um excelente material de cobertura resistindo muito bem à ação das

intempéries, mesmo em lâminasdelgadas, pois adquire com tempo uma camada dde

óxido, denominada patina, que o protege de ulteriores oxidações. Entretanto o preço

elevado tem limitado em muito o seu uso. Empregam-se chapas de 0,7 a 1mm de

espessura que se assentam sobre guarda-pó de madeira e de modo idêntico ao das

coberturas de de zinco e de ferro.

7.3.4 Chumbo

O chumbo é raramente empregado nas coberturas devido ao seu elevado custo e

peso e como apresenta uma baixa resistência exige grandes espessuras para que a

oxidação não o prejudique e possa dilatar-se e contrair-se sem possibilidade de

fendilhamento. Aplica-se da mesma forma que os demais metais laminados. A sua

duração é superior a do zinco e a colocação é mais fácil pois é favorecida pelo peso e

pela adaptabilidade. As chapas devem ser de pequenas dimensões em virtude do

elevado coeficiente de dilatação.

7.4. VIDRO

O vidro é empregado na cobertura de peças insuficientemente iluminadas pelas

janelas, como acontece nas oficinas e fábricas onde frequentemente a largura das salas

é exagerada e não há possibilidade de iluminação bilateral ou, a despeito dessa, o

centro se ressente de uma boa claridade. Aplica-se também para iluminação dos sótãos.

A extensão é geralmente muito limitada, empregando – se sob forma de telhas

francesas ou curvas e de chapas onduladas.

Figura 135

O assentamento das telhas , francesas ou de canal, é idêntico ao das telhas cerâmicas e

o das chapas onduladas faz-se por meio de grampos ou colchetes. O vidro aplica-se

Page 47: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

47

também sob a forma de chapa plana que se coloca nos caixilhos das clarabóias. O

assentamento é feito com massa de vidraceira, colocando-se primeiramente uma

camada sobre a aba do ferro perfilado para formar cama para o vidro, que depois é

posto no seu lugar e fixado também por meio de massa (figura 135). O seu

assentamento pode ser reforçado com pinos de ferro, colocados nos furos abertos para

esse fim na alma do perfil onde se prendem as pequenas calhas destinadas a receber a

água da condensação (figura 136 a,b, c).

Figura 136 a Figura 136 b

Figura 136 c

A chapa de vidro pode ser assente também por meio de cordões de borracha, usando-

se para isso ferros especiais. O vidro é colocado entre dois cordões de borracha e

apertado com um chapéu de ferro que se parafusa ao pinásio do caixilho (figuras 137 a,

b). as chapas se sobrepõe no sentido longitudinal, intercalando uma camada de 3 mm

de massa de vidraceiro ou de feltro, numa extensão de 10 a 15 cm. Alguns construtores

colocam também grampos de zinco ou cobre que tem a vantagem de evitar possíveis

deslizamentos, não prejudicando a iluminação. A água de condensação escorre, nesse

caso, através das frestas deixadas pelos grampos (figura 138 a, b, c)

Figura 137

Page 48: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

48

Na simples sobreposição por contato (Figura. 138 b) forma-se com o depósito do pó,

uma faixa escura de mau aspecto.

Figura 138

7.5 FELTRO ASFALTADO

Essa cobertura é usada em construções de caráter provisório ou como contra- cobertura

nos telhados que, pelo seu pouco caimento ou exposição desabrigada, estão sujeitos a

penetração da água da chuva com os ventos fortes. O feltro encontra-se no comércio em

rolos de 0,70 a 1 m de largura e com o comprimento de 12 a 30 m. o seu peso é muito

leve, cerca de 3 kg por m². Assenta-se sobre forro de madeira dispondo-o

paralelamente ou normalmente a cumeeira. No primeiro caso (figura 139), começa-se a

estendê-lo a partir da calha fixando-o com pregos de ferro zincado espaçados de 5 cm.

As diversas tiras se sobrepõem de 10 cm.

Figura 139 Dispondo o feltro normalmente à cumeeira, corta-se em comprimentos iguais ao declive

do telhado e coloca-se entre ripas triangulares de madeira com 6 m de base por 3 cm de

altura, de moso que as arestas das folhas se estendam em dobra até o cimo da ripa. As

ripas são cobertas por meio de cobrejuntas de feltro fixadas com pregos a cada 5 cm

(Figura. 140).

Page 49: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

49

Figura 140 Nas juntas interpõem-se uma camada de betume. O cartão é depois pintado com

betume quente, aplicando-se areia fina e quente, o que contribui para aumentar a

duração da cobertura. As cabeças dos pregos são previamente cobertas com uma

massa betuminosa. As cumeeirase espigõessão rematados com cobrejuntas mais largas

que se estendem de 15 a 20 m sobre o feltro.

8. TELHADOS CURVOS

Os telhados curvos são pouco empregados. Têm aplicação principalmente nos edifícios

monumentais, instalações insdustriais, armazéns, angares e pavilhões de exposições.

Compreendem duas formas essenciais: cilíndricas e esféricas, essas últimas também

conhecidas como cúpulas. Essses telhados compõe-se como os demais, de uma

estrutura e da cobertura. A estrutura é formada pelo vigamento principal: as tesouras; e

pelo vigamento secundário, dependente do tipo de cobertura empregado.

8.1 TELHADOS CILÍNDRICOS

As tesouras desses telhados são feitas de madeira, ferro ou concreto armado.

Figura 141

Tesouras de madeira Estas tesouras podem ser do tipo mansarda, tendo

aparafusadas cambotas, feitas de pranções, que lhe dão a forma desejada (figura 141),

ou ainda constituídos por diversos pranções curvos justapostos, devidamente

aparafusados. As extremidades dos arcos assim firmados dever ser ancorados por meio

de tirantes (figura 142)

Page 50: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

50

Figura 142 Para os grandes vãos dá-se preferencia aos arcos de treliça, frequentemente solidário

ao suporte e articulado nos apoios ou também no fecho. O arco é constituído por duas

mesas de tábuas justapostas e devidamente solidarizadas por meio de parafusos, sendo

os montantes e as diagonais de madeira. As tábuas também podem ser sobrepostas,

sendo neste caso os montantes de ferro redondo (figura 143). As articulações fazem-se

de ferro.

Figura 143

Tesouras de ferro As tesouras de ferro são geralmente usadas nos grandes vãos.

São constituídas por vigas de treliça que se apóiam sobre a parede (figuras 144 e 145)

ou são solidárias com os suportes (figura 146 e 147). Os perfis que se empregam nas

construções dessas vigas já foram apreciados anteriormente, bem como os detalhes de

apoio.

Tesouras de concreto armado Nos vãos até 25 m mais ou menos, é suficiente uma

laje curva, contrabalanceando-se os empuxos por meio de tirantes de ferro. Evita-se a

flexão desses tirantes por meio de suspensórios de ferro chato ou redondo, fixados na

laje a uma conveniente (figura 148).

Nos vãos maiores, empregam-se lajes vigadas sendo o arco constituído por uma viga

retangular, de altura variável com o esforço em cada seção, e solidária com a laje(figura

149). Esses arcos podem ser solidários com os suportes, engastados ou articulados no

apoios(figura 150).

Page 51: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

51

Figura 144 Figura 145

Figura 146 Figura 147

Figura 148

Figura149 Figura 150

8.2 CÚPULAS

As cúpulas podem ter a base quadrada, poligonal ou circular. As águas são sempre

curvas. São feias de madeira, ferro ou conceto armado.

Page 52: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

52

Cúpulas de madeira As cúpulas de madeira, quando circulares, são formados por uma

série de meridianos feitos de pranções curvos, cortados em pequenos segmentos,

sobrepostos, e com as juntas desencontradas. A base é constituída por um arco de

madeira ancorado na alvernaria da parede que lhe serve de apoio. Os meridianos se

encontram no vértice por meio de um montante circular ou um arco, quando há lanternim

(figura 151)

Figura 151 São ligados entre si por meio de terças curvas, fixadas lateralmente, que servem de

apoio à cobertura, podendo mesmo haver forro intermediário e ripamento. Os

meridianos, nos grandes vãos têm a forma de um arco de treliça. A sua construção é

idêntica á que já foi exposta anteriormente para os telhados cilindricos. Tambem se pode

formar o vigamento principal com meias tesouras do tipo mansarda, às quais se fixam

depois as cambotas que vão integrar os arcos meridianos. No caso de cúpulas com

base quadrada ou poligonal, forma-se o vigamento principal dispondo os meridianos

segundo os angulos do polígono. As terças são curvas e afastam-se conforme o gênero

de cobertura, podendo o conjunto ser forrado e mesmo ripado.

Cúpulas de ferro As cúpulas de ferro são formados de modo idêntico as de madeira,

mediante o emprego de merianos e paralelos, esses últimos constituídos pelas terças

(figura 152). A armação pode ser completada por um forro de madeira. Os meridianos de

perfis simples, convenientemente encurvados, de perfis curvados ou de treliças, são

feitos conforme a amplitude do vão e as cargas a serem suportadas.

Cúpulas de concreto armado Essass cúpulas são feitas com lajes simples ou vigadas

(figura 153)

Page 53: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

53

Figura 152 Figura 153 A primeira forma é própria das pequenas construções ou quando a cúpula tem mera

função decorativa. A espessura da laje é contante no mesmo paralelo e decresce para o

vértice da abóbada. As abóbadas, formadas por lajes vigadas, possuem as nervuras em

posição radial, quando circulares, e em correspondência com os vértices, quando

poligonais. As nervuras assentam sobre uma viga e convergem para o vértice onde pode

haver uma abertura circular para o suporte do lanternim. Essas cúpulas são geralmente

revestidas com chapas metálicas.

9. AGULHAS

As agulhas são telhados de ponto muito acentuado e de forma cônica ou piramidal.

Usam-se para o remate de torres de igrejas e torreões de edifícios. A estrutura faz-se de

alvenaria, madeira, ferrro ou concreto armado.

Agulhas de alvenaria Este item construtivo está hoje grandemente abandonado .

Emprega-se alvenaria de pedra ou tijolo. As fiadas podem ser horizontais ou inclinadas.

Adotando fiadas horizontais deve o paramento externo da pedra ser inclinado de acordo

com a agulha, podendo o internoser vertical ou inclinado. O tijolo recua-se ligeiramente,

ou se chanfra, salvo quando se dispõe de tijolo feito especialmente para esse fim (figura

154 a, b) as fiadas inclinadas não exigem modificações em forma comum da pedra ou

do tijolo, salvo no caso de agulhas cônicas, as quais são formadas de uma série de

cunhas dispostas em fiadas anelares que se sobrepõe até atingir o vértice (figura 154 c,

d)

Page 54: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

54

Figura 154 A construção deve ser feita com boa argamassa e a base deve ser ancorada, sendo

preferível que assente sobre uma cinta de concreto armado para evitar o trincamento da

agulha na possibilidade de pequenos recalques. O paramento pode ficar aparente ou ser

revestido.

Agulhas de madeira ou feltro A ossatura dessas agulhas compõe-se de uma série de

meridianos equidistantes, que, partindo da base, se encontram no vértice. Os meridianos

nas bases quadradas ou poligonais estão em correspondência com os ângulos (figura

155). Amarram-se por meio de vigas horizontais, obtendo-se assim uma série de

painéis. Quando os meridianos estão muito afastados pode-se empregar outros

secundários (]Figura 156). Os meridianos fixam-se a uma viga-base solidamente presa à

alvenaria por meio de âncoras de ferro. No vértice ligam-se entre si oou fixam-se a uma

peça comum, vertical, que pode servir de motivo decorativo. A estrutura de agilha recebe

um forro de madeira e ás vezes também um ripado, quando se trata de cobertura de

telhas planas de cerâmica.

Nas estruturas de ferro, em lugar do forro, pode-se recorrer ao emprego da alvenaria

leve, sob a forma de tijolos furados ou lajes, com que se preencham os painéis. O

acabamento é feito mediante revestimento de argamassa, ladrilhos ou tijoleiras.

Figura 155 Figura 156

Page 55: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

55

Agulhas de concreto armado São formadas com lajes simples ou vigadas conforme a

amplitude do vão (Figura 157). As vigas comumente denominadas nervuras são

colocadas em disposição radial, equidistantes e em correspondência com os ângulos

nas agulhas de base poligonal. O acabamento é idêntico às de alvenaria.

Figura 157

10 TERRAÇOS

Os terraços são pisos- coberturas que se constroem de tijolo ou concreto armado ou

com estrutura mista de ferro e alvenaria, da forma já indicada no estudo dos pisos. A

pavimentação é idêntica à usada para os pisos exteriores, empregando-se ladrilhos de

pedras naturais ou artificiais.

O pavimento faz-se com ligeiro declive de 1 a 2%, para escoamento fácil das águas da

chuva, que são encaminhadas para os ralos de captação. Deve ser completamente

plano, pois as depressões armazenam a água, facilitando asssim as infiltrações com o

seu contato demorado no pavimento. Esses pisos devem ser impermeabilizados e ter

isolamento térmico.

Figura 158

Page 56: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

56

Figura 159 Os impermeabilizantes usados são geralmente os feltros betuminosos ou substâncias

pastosas que se aplicam sobre a estrutura em camada de 3 a 5 mm de espessura.

Empregam-se também substâncias hidrófugas que se adicionam às argamassas como

para a impermeabilização dos rebocos. O isolamento térmico é feito com cortiça,

concreto celular, fibra de madeira ou tijolo furado que se interpõe entre a estrutura e o

impermeabilizante (figura 158). A tijoleira comum de barro, colocada em duas camadas

sobrepostas e contrafiadas, constitui também um excelente pavimento que se

recomenda pelas suas qualidades impermeáveis. A estrutura maciça do piso, depois de

devidamente desempenada e seca, recebe uma demão de substância betuminosa,

como o inertol ou outra semelhante. Coloca-se a primeira camada de de tijoleiras com a

argamassa de 1 de cimento por ¼ de cal por 4 de areia, devidamente rejuntada. Segue-

se uma camada de areia fina de 3 a 5 mm de espessura para permitir a livre dilatação

da estrutura e depois a última camada de tijoleira que se rejunta convenientemente com

argamassa de 1 de cimento por 1 de areia fina (figura 159).

Rodapé A ligação do pavimento com as paredes laterais deve ser feita com muito

cuidado para evitar infiltrações prejudiciais. Nos pavimentos de tijoleiras empregam-se

rodapés do mesmo material, colocados ligeiramente inclinados, que se argamassam

contra o pavimento e a parede com o mesmo traço de assentamento e se rejuntam com

cimento e areia fina. O reboco da parede faz-se morrer no dorso do rodapé (figura160)

nos pavimentos de ladrilho de cimento usa-se rodapé do mesmo material ou um simples

rodapé de cimento que se arredonda em sua ligação com o piso.

Figura 160 Figura 161

Page 57: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

57

Os pavimentos de cerâmica recebem rodapés do mesmo material ou de cimento.

Evitam-se as infiltrações laterais também mediante um chanfro de argamassa de

ciimento 1 x 3, assente sobre o pavimento e isolado da parede, e que se protege por

meio de uma tira de zinco ou de chumbo embutida no parapeito do terraço e fixada com

cimento ou argamassa betuminosa (figura 161). Dessa forma a livre dilatação do piso

não provoca trincas por onde se possam infiltrar as águas pluviais.

Juntas de dilatação Nos grandes terraços convém prever juntas de dilatação a cada

3 a 5 m e abrangendo toda a largura e espessura do piso. As juntas são fechadas com

uma tira de chumbo ou zinco dobrada em v e com as extremidades encurvadas (figura

162). Essas juntas são depois enchidas com asfalto. O pavimento deve ser construído

também de modo a permitir a livre dilatação da estrutura, o que se obtém intercalando

juntas auxiliares, usando impermeabilizante plástico ou uma camada de areia. Dessa

forma a dilatação da estrutura não afetará o pavimento, abrindo trincas por onde a água

da chuva possa penetrar e infiltrar-se, aparecerendo exteriormente ou na faze inferior do

piso sob a forma de manchas que são desagradáveis e podem comprometer a boa

reputação do construtor.

Figura 162

11 CONDUTORES

11.1 GENERALIDADES

Os telhados podem ser de platibanda ou de beirado. Em ambos os casos, aságuas da

chuva, que escorrem pela superfície, são recolhidas por meio de condutores constituídos

pelas calhas e rincões, que as coletam, e pelos canos de queda que as encaminham ao

solo, onde tomam destino conveniente.

11.2 TELHADOS DE PLATIBANDAS

Platibanda A platibanda é constituída por um muro de alvenaria, de altura e

espessura variável, que esconde a nascença do telhado (figura 163).

Page 58: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

58

Figura 163 Sendo a platibanda geralmente de menor espessura que os muros perimetrais e

atendendo também ás suas condições exposição quanto aos agentes naturais, deve

haver o maior cuidado em protegê-la na parte posterior, onde é ma.is castigada, bem

como na crista que arremata.

A face posterior deve ser rebocada com argamassa de 1 de cimento por 0,5 de cal e 4

de areia, com 1,5 a 2 cm de espessura, à qual se incorpora um impermeabilizante.

Pode-se também impermeabilizar o reboco aplicando-se uma ou duas demãos de um

dos produtos betuminosos que se encontram no comércio em estado líquido ou em

pasta. O revestimento com tijoleiras ou com folhas metálicas constitui também uma boa

solução, embora nem sempre se recomende economicamente. A crista pode ser

rebocada com argamassa forte de 1 de cimento x 3 de areia e 5% de cal em pasta, que

se alisa à colher. A inclinação deve ser acentuada para o escoamento rápido das águas

da chuva. Outro acabamento de grande eficiência é o revestimento com tijoleiras

inclinadas. Nas platibandas secundárias usam-se também telhas de canal ou telhas

francesas. Esses materais cerâmicos se assentam-se com argamassa de 1 de cimento

X ½ cal X 4 de areia. Pode-se lançar mão também de chapas de fibrocimento em forma

de cantoneria L ou U. A platibandda pode em algumas construções, reduzir-se as

dimensões mínimas, o suficiente para encobrir a calha.

Calhas As calhas dos telhados de platibanda são geralmente semicirculares

encontrando-se porém, também retangulares. Achando-se ocultas, procura-se dar-lhes a

forma que convém melhor á sua função. Fazem-se de zinco nº. 10 ou 12 de ferro

galvanizadonº. 24 ou 26 ou de cobre. Devem ter dispositivos que permitam sua livre

dilatação, evitando-se a fixação direta ao madeiramento, é dobrado para dentro e fixado

por meio de colchetes de ferro galvanizado (figura 164), o mesmo fazendo-se em

relação ao outro bordo que se prende àalvenaria com uma tira de zinco, dobrada na

exrtemidade livre e embutida na parede, onde é argamassada com asfalto. Dessa forma

a calha pode dilatar-se livremente e os movimentos do madeiramento do telhado não a

afetam.

A calha assenta livremente sobre uma guia de madeira e deve ser secionada cada 12 a

15 m. as extremidades das diversas seções são fechadas por meio de cabeceiras e

protegidas por uma cobrejunta feita do mesmo material que a calha (figura 165).

Page 59: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

59

Figura 164 É conveniente colocar pequenos canos na parte superior da calha a fim de evitar os

transbordamentos provenientes de entupimentos.

Figura 165 Esses canos tomam o nome de ladrão e quando há um entupimento qualquer a água

escorrer por eles e denuncia assim a existencia de qualquer obstácuulo à sua livre

vazão pela calha. Os ladrões possuem aunda a vantagem de dar vazão ao excesso das

águas da chuva no caso de precipitações anormais. Devem ser localizados de

preferência nas proximidades dos canos de queda. As calhas, em certos casos podem

ser feitas de alvenaria ou madeira revestida com zinco ou chumbo.

Figura 166 a, b, c, d

Page 60: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

60

As calhas de rincão (figura 166 a) são constituídas por uma folha ligeiramente curvada, pois a água que recolhem é muito pouca. Podem ser de zinco, ferro ou cobre (figura 166 a). São fixadas diretamente so madeiramento (figura 166 b) e sem inconveniente algum, pois são geralmente de extensão limitada. Ademais o seu declive sendo relativamente forte basta o emprego de uma ou mais juntas de sobreposição livre, e 10 a 15 cm para atender à dilatação no caso em que essa possa preocupar. A junção das calhas de rincão deve ser feita com muito cuidado para evitar que a água, que se precipita com o seu declive forte, possa refluir e penetrar no prédio. A calha do lado oposto ao da incidência do rincão recebe uma ligeira elevação (]figura 166 d). para maior precaução convém deslocar os canos de queda desse ponto, o que reduz a acumulação da água e afasta assim as possibilidades de extravasamento (figura 166 c).

Canos de queda Os canos de queda podem ser embutidos ou ser apostos às paredes dos edifícios. Os canos embutidos tem o incoveniente de expor as paredes á infiltração motivadas pela deteriorização, defeitos de construção ou entupimento. Ademais as reparações exigem a abertura da parede o que sempre deixa vestígios por melhor que seja executado o serviço. Os canos embutidos são geralmente de seção circular e podem ser de ferro fundido, zinco, cobre ou fibrocimento. Ligam-se às calhas por meio de uma curva reversa. Os canos externos fazem-se de zinco, ferro galvanizado, cobre ou fibrocimento e a seção pode ser circular, quadrada ou retangular, sendo essa última preferida. Os canos são presos à parede por meio de grampos de ferro (figura 167 a b), colocados cada 2 m e de modo que fiquem ligeiramente afastados para não reterem a água da chuva, tornando-se assim fontes de infiltrações

Figura 167 a, b A ligação com a calha pode ser feita por meio de uma curva reversa, aparecendo o

cotovelo na parte superior onde o cano emerge da parede. Esssa solução não é de

muito com efeito sendo preferível a colocação de um funil de forma tronco-piramidal

invertida, feito do mesmo material do cano (figura 168) e no qual deságua o cotovelo

proveniente da calha.. os canos de queda recebem na parte inferior um joelho. As águas

são recolhidas e, calhas abertas ou vão ter á rede pluvial por meio de condutores.

O cano de queda externo tem o incoveniente de estar exposto na parte inferior aos

choques e á ação das crianças, motivo pelo qual em muitos edifícios se embute a partir

de 2 a 3 metros do solo podendo a inserção ser decorada com um motivo ornamental.

Page 61: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

61

Figura 168 Outra solução pe o emprego de canos de material mais resistente, como o ferro fundido,

solidamente presos àlvenaria.

11.3 TELHADOS DE BEIRAL

Beirado O beirado dos telhados pode ser de alvenaria, de concreto armado, de

madeira ou ainda tela argamassada. O beirado de alvenaria é usado principalmente nas

coberturas com telhas curvas, as quais avançam apoiadas numa cornija. O beirado de

concreto armado é constituído frequentemente por uma laje saliente, apoiada na

alvenaria da parede e nela ancorada se houver necessidade. O beirado de madeira é

usado tanto nas construções de alvenaria como nas de madeira. Para isso colocam-se

sarrafos horizontais de 2 ou 2,5 x 5 a 7 cm com uma extremidade fixada aos caibros e

outra à parede. A face inferios é forrada e a extremidade do encaibramento recebe uma

aba (figura 169).

Em algumas construções não há sarrafiado e o forro acompanha a inclinação dos

caibros, onde é fixado (figura 170). Outras vezes prescinde-se do forro e mesmo da aba,

como galpões e outras. O beirado também pode ser estudado em sua totalidade ou

somente na face inferior. Neste caso pode-se empregar tafifes pregados nos sarrafos ou

então recorrer ao emprego da tela. Para isso pregam-se nos sarrafos transversais

Page 62: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

62

outros longitudinais de 2 x 4 cm, afastados de 30 a 40 cm no máximo, para a fixação da

tela, e depois faz-se o enchimento com argamassa de 1 de cimento x 4 a 5 deareia e 5%

de cal em pasta (figura 171). Este esqueleto recebe depos o reboco.

Figura 169 Figura 170

Figura 171 Nos beirados muito extensos convém atender ao trabalho da madeira afim de evitar o

aparecimento de trincas que são muito comuns quando não se tomam medidas

acauteladoras. Para isso secciona-se o beirado no sentido transversal e se isola da

parede. As juntas transversais são encobertas por pequenas mata juntas que servem

também como motivo decorativo. A junta longitudinal pode ficar aparente ou receber

uma meia-cana.

CALHA As calhas podem ser semicirculares ou retangulares, sendo comumente

molduradas. São feitas de ferro galvanizado nº. 24, de cobre ou fibrocimento e fixadas

ao beiral por meio de grampos de ferro (figuras 171 a, b) que se parafusam ou se

pregam. Esses grampos tem a forma do perfil da calha e colocam-se como o

afastamento de 0,5 m a 1,00 m. a calha pe rematada na beira por uma pequena dobra

denominada virola. Aqui também se torna concenie

Page 63: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

63

nte a sua divisão em seções com ccabeceiras de proteção. A parte externa da calha é

ligeiramente elevada na inserção dos rincões mediante um remate ornamental, para

evitar que a água transborde em virtude da rapidez com que se precipita.

Figura 171

Canos de queda os canos de queda são geralmente externos e a sua ligação com as

calhas faz-se por meio de uma curva reversa. Obdecem à mesma disposição já exposta

anteriormente.

12 TELHA ONDULADA DE CRFS ( CIMENTO REFORÇADO COM FIOS DE SINTÉTICOS)

12.1 GENERALIDADES

Depois das telhas de barro, as telhas de Fibrocimento são as mais conhecidas dos

brasileiros. Constituídas por fibras de amianto e cimento, estas telhas são fabricadas em

diversos modelos, tamanhos e espessuras.

As telhas de fibrocimento são muito versáteis e apresentam como diferencial a

possibilidade de vencer vãos consideráveis sem o uso de apoios intermediários. Com

isto, tem-se um ganho de espaço interno e redução de custos na estrutura de suporte do

telhado. Estas telhas são leves, resistentes e esteticamente agradáveis, sendo que

alguns fabricantes começam a oferecer estes componentes em diversas cores. Já é

alguma coisa, visto que as cores tendem a ganhar cada vez mais espaço nas

especificações de clientes e projetistas.

A cobertura é uma das partes mais importantes de uma construção, e seu custo

normalmente varia entre 8 a 12% do total da obra. Para definir o tipo de cobertura, deve-

se considerar não só o estilo desejado, mas também todos os aspectos climáticos da

região onde a edificação será erguida.

As telhas de fibrocimento devem adequar-se às disposições da NBR 7581 – “Telha

ondulada de fibrocimento - Especificação”, apresentando as superfícies das faces

regulares e uniformes, obedecendo também às especificações de dimensões,

resistência à flexão, impermeabilidade e absorção de água.

Material para fixação

Page 64: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

64

Exija de seu fornecedor os acessórios de acordo com a norma NBR 8055 da

ABNT.

Fixação

A fixação correta das telhas e indispensável para obter bom desempenho de uma

cobertura ou de um fechamento lateral.

A tabela abaixo mostra a aplicação correta de fixação para cada região da cobertura e

para cada condição de uso.

Parafusos de aço, com diâmetro de 8 mm (6/16’’).

São utilizados na fixação das telhas e peças de concordância em terças de

madeira, junto com o conjunto de vedação elástica.

Figura 171

12.2 MÉTODO EXECUTIVO

1. Como fixar as telhas e as cumeeiras?

A telha de Fibrocimento é fixada com pregos zincados e arruelas plásticas. O mesmo

vale para as cumeeiras. O apoio deve ser de madeira.

Page 65: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

65

Figura 172

2. Em que ondas fixas as telhas?

A fixação deve ser feita nas 2ª. e 5ª. ondas. Pregar no mínimo a 5cm da extremidade da

telha, diretamente no apoio de madeira. Não é preciso furar previamente, nem fazer

cortes de cantos.

Figura 173

3. O que é importante saber no projeto do telhado?

É importante saber qual será o vão livre entre apoios das telhas e se o telhado terá

beiral de todos os lados.

Vão livre:

Figura 174

Page 66: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

66

Figura 175

Recobrimentos

No comprimento:

Figura 176

Na largura:

Figura 177

Page 67: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

67

Beirais e Balanços:

Figura 178 Para telhas de 2,13m e 2,44m coloque um apoio intermediário. Não é necessário pregar

neste apoio.

4. Como fazer o arremate na cumeeira?

A cumeeira deve ser usada em telhados de 2 águas, adaptando-se perfeitamente a

várias inclinações entre 27% (15°) e 58% (30°).

Figura 179

Page 68: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

68

A cumeeira articulada é fornecida em duas peças, que deverão recobrir as telhas com

20 cm de sobreposição.

Figura 180

Figura 181 5. Qual a inclinação mínima do telhado?

Recomenda-se uma inclinação mínima de 27% (15°), ou seja, um caimento de 27 cm a cada metro.

Figura 182 6. Quantas telhas Fibrocimento são necessárias?

Para determinar a quantidade de telhas necessárias para cobrir um pano de telhado,

calcula-se:

Figura 183

Page 69: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

69

Comprimento do pano

Inclinação:

Ângulo A = 15° (27%) Multiplicador F= 1,04

Ângulo A = 20° (36%) Multiplicador F= 1,06

Ângulo A = 25° (47%) Multiplicador F= 1,10

Ângulo A = 30° (58%) Multiplicador F= 1,16

Número de telhas por fiada

Número total de telhas:

Nº total = No. de telhas por faixa X Nº de telhas por fiada.

Número de cumeeiras:

É igual ao número de faixas.

7. Qual a ordem de montagem das telhas?

A montagem começa sempre do beiral para a cumeeira. Em telhados de 2 águas os 2

panos devem ser montados ao mesmo tempo, alternadamente. Para o encontro das 2

águas use a cumeeira como gabarito, para um perfeito alinhamento.

Figura 184

Page 70: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

70

8. Como andar sobre o telhado?

Trabalhe sempre com o máximo de atenção. Nunca pise diretamente sobre as telhas.

Use tábuas apoiadas em pelo menos três terças. Se o telhado for muito inclinado,

amarre as tábuas.

Importante: Nunca deixe as telhas soltas sobre o telhado.

Figura 185

9. Como manusear e armazenar as telhas?

Para carregar: Até 3 telhas de Fibrocimento podem ser carregadas por apenas um

homem. Evite bater ou torcer a telha.

Figura 185

Page 71: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

71

Empilhamento horizontal:

Escolha local plano e firme e apóie sobre sarrafos de madeira no máximo 200 telhas.

Não coloque outros materiais ou telhas diferentes na pilha.

Figura 186 Empilhamento vertical:

Coloque no máximo 300 telhas em cada pilha. Oriente-se pelo esquema abaixo.

Figura 187

Page 72: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

72

13 PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO (PES) – ESTRUTURA DO TELHADO

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Projeto de arquitetura e estrutura do telhado (quando houver).

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Pregos;

Serrote;

Serra circular manual;

Trena metálica;

Caibros para Terças Intermediárias;

Linhas para Terças Principais;

Linha de nylon;

Martelo;

Esquadro;

Nível de bolha;

Mangueira de nível;

Ripas.

14 MÉTODO EXECUTIVO

14.1 CONDIÇÕES PARA O INÍCIO

As lajes devem estar concluídas e desobstruídas e com a caixa d'água posicionada no

local definitivo ou próximo deste. A alvenaria dos oitões, seu respaldo, os apoios das

terças e apoios intermediários (pilaretes) devem estar concluídos, quando houver. O

madeiramento a ser utilizado na estrutura deve estar protegido / tratado com pintura

fungicida e inseticida, caso esteja especificado no projeto.

14.2 EXECUÇÃO DO SERVIÇO

Os entalhes e os cortes das emendas, ligações e articulações, devem apresentar

superfície plana e com angulação correta, de modo que o ajuste das peças seja o mais

exato possível, sem folgas, frestas ou falhas.

Inicia-se a execução da estrutura pela colocação das terças laterais da laje de cobertura.

É importante manter o alinhamento destas terças em relação à alvenaria da lateral da

casa ou da torre e também o alinhamento entre as duas terças de extremidade, ou seja,

as duas terças de extremidade devem correr paralelas.

Em seguida, os topos dessas terças devem ser nivelados com mangueira de nível,

fazendo-se os ajustes com cunhas, se necessário, e então se deve fixar a terça na laje,

cintas, vigas ou na alvenaria, se for o caso.

Page 73: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

73

Figura 188

Fixadas as duas terças das laterais da edificação, deve-se posicionar, nivelar e

fixar a terça ou as terças da cumeeira. Coloca-se a terça central (cumeeira – ponto mais

alto) e define-se a altura da terça, colocando-se cunhas caso a altura do apoio seja

inferior a definida em projeto. A(s) terça(s) da cumeeira deve(m) estar paralela(s) e

centralizada(s) em relação as terças da extremidade lateral ou conforme o projeto.

Uma vez fixadas as terças das laterais do edifício e da cumeeira, deve-se iniciar o

posicionamento e fixação das terças intermediárias (quando houver). Esticar uma linha

de náilon entre o topo da terça da lateral e o topo da central (cumeeira) e posicionar a(s)

terça(s) intermediária(s) encostando o(s) topo(s) desta(s) na linha, podendo-se utilizar

cunhas de madeira para ajustes. A(s) terça(s) intermediárias também deve(m) estar

paralela(s) e centralizada(s) em relação as terças da extremidade lateral e a da

cumeeira.

Figura 189

Page 74: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

74

Figura 190

Durante a fixação da terças, atentar para o comprimento do beiral em todos os lados da

edificação, definido no projeto.

Os caibros devem ser posicionados, sobre as terças, paralelos à edificação, iniciando

pela extremidade, podendo-se utilizar uma ripa de madeira como gabarito, com

espaçamento entre elas conforme o projeto, caso houver.

Recomenda-se que os arremates das extremidades dos caibros, na parte superior

(cumeeira), sejam feitas antes da fixação destes enquanto que na extremidade inferior,

sejam executados somente após a fixação de todos os caibros, atentando para o

comprimento do beiral, conforme projeto. O alinhamento destes arremates pode ser

orientado por meio de uma linha de náilon.

Antes da fixação das ripas, deve-se identificar a galga das telhas. Um método prático é a

montagem de uma fiada de telhas próximo ao comprimento do telhado para aí

determinar um comprimento médio que será utilizado como galga, distância entre os

apoios da telha. Após a determinação da galga deve-se construir guias para ripamento.

Colocam-se as ripas partindo-se dos beirais em direção as cumeeiras, com o auxílio da

guia, atentando para o alinhamento das mesmas durante a colocação.

O primeiro apoio da primeira fiada de telhas (beiral) pode ser constituído por duas ripas

sobrepostas ou por testeiras, de forma a compensar a espessura das telhas e garantir o

plano do telhado. Também devem ser pregadas ripas duplas na última fiada (próxima da

cumeeira).

Page 75: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

75

Fig

ura 191

15 PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO (PES) – TELHAMENTO

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Projeto de arquitetura e estrutural do telhado (quando houver).

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Telhas cerâmicas;

Caibro ou guia metálica;

Prego;

Martelo;

Linha de náilon;

Escada.

15.1 MÉTODO EXECUTIVO

Condições para o início

A estrutura de madeira do telhado deve estar concluída.

15.2 EXECUÇÃO DO SERVIÇO

Page 76: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

76

Durante a execução do telhamento deve- se dispor pilhas de telhas sobre a trama, nos

cruzamentos dos caibros com as ripas, evitando que o montador caminhe com telhas na

mão sobre a parte já coberta. Deve-se iniciar a colocação da primeira fiada sempre

pelos cantos ou beiral e tendo como referência à ripa e/ou tabeira do madeiramento. O

alinhamento vertical pode ser obtido por meio de um caibro ou régua que deverá ser

utilizada como guia. É recomendável que as telhas sejam posicionadas simultaneamente

em todas as águas do telhado, para que o seu peso seja distribuído uniformemente

sobre a estrutura de madeira. A colocação das telhas deve ser feita por fiadas, iniciando-

se pelo beiral e prosseguindo-se em direção à cumeeira. A sequência de colocação das

telhas de encaixe em cada fiada varia de acordo com o seu desenho. Assim sendo, em

cada fiada as telhas podem ser colocadas da direita para a esquerda ou vice-versa. As

telhas da fiada seguinte são colocadas de forma a encaixarem-se perfeitamente

naquelas da fiada inferior. A aplicação das telhas de capa e canal (tipo colonial, paulista

e SODQ) deve ser iniciada pela colocação dos canais, posicionando-se com sua parte

mais larga voltada para cima. As capas são posicionadas sobre os canais com a parte

mais larga voltada para baixo. As capas e os canais devem apoiar-se nas fiadas

inferiores, observando-se recobrimento longitudinal mínimo. Cuidados devem ser

tomados durante a colocação das telhas, de forma a evitar quebras e evita acidentes.

Não se deve executar o telhado em dias de vento forte. É recomendável que as telhas

sejam posicionadas simultaneamente em todas as águas do telhado, para que o seu

peso seja distribuído de forma uniforme sobre a estrutura de madeira. O primeiro apoio

da primeira fiada de telhas deve ser constituído por duas ripas sobrepostas ou por

testeiras (tabeiras), de forma a compensar a espessura da telha e garantir o plano do

telhado. Em beirais desprotegidos, deve-se fixar as telhas à estrutura de madeira: as

telhas de encaixe devem ser amarradas às ripas; as telhas de capa e canal devem ter as

capas emboçadas e os canais fixados às ripas. As telhas não necessitarão ser fixadas à

estrutura de madeira, caso haja platibanda ou caso seja empregado forro do beiral. No

caso de beirais laterais, a proteção pode ser feita mediante o emboçamento de peças

cerâmicas apropriadas (cumeeiras ou capas de telhas do tipo capa e canal). A cumeeira

deve ser executada com peças cerâmicas específicas, que devem ser cuidadosamente

encaixadas e emboçadas com argamassa, obedecendo-se um sentido de colocação

contrário ao dos ventos dominantes, deve-se observar ainda um recobrimento

Page 77: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

77

longitudinal mínimo entre as peças subseqüentes. O Espigão (encontro inclinado de

duas águas) pode ser executado com peças de cumeeiras ou capas das telhas de capa

e canal, como as do tipo colonial. No espigão, as peças são colocadas do beiral em

direção à cumeeira, observando-se o recobrimento longitudinal mínimo. As peças devem

ser emboçadas com argamassa. O rincão é geralmente constituído por uma calha

metálica (chapa de aço galvanizado) fixada na estrutura de madeira do telhado. As

telhas, ao atingirem o rincão, devem ser cortadas na direção do rincão de tal forma que

recubram a calha metálica. A largura livre da calha deve ser de aproximadamente 100

mm, sendo que suas bordas devem ser viradas para cima para não permitir o

vazamento da água que ali se acumula. Os encontros do telhado com paredes paralelas

ou transversais ao comprimento das telhas devem ser executados empregando-se rufos

metálicos ou componentes cerâmicos, de forma a garantir a estanqueidade do telhado.

A argamassa a ser empregada no emboçamento das telhas e das peças

complementares (cumeeiras, espigão, arremates), deve ser de traço, em volume, 1:2:9

(cimento:cal:areia).

Figura 192

Page 78: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

78

ASPECTO DE EXECUÇÃO CERÂMICA FIBROCIMENTO

Inicia-se pelo beiral proseguindo-se até a Montagem no sentido contrário à

cumeeira direção dos ventos

Os canais devem ser colocados com a

parte mais larga voltada para a cumeeira

Na montagem, prever a execução de pas-

sarelas (evitar pisar sobre telhas)

Recomenda-se pingadeira com comprimen- Recomenda-se beiral com balanço

to maior que 6cm, em beirais desprotegi- entre 25 a 40cm (sem calha) e 10

dos, amarrar as telhas de encaixe e embo- a 25cm (com calha)

çar capa e canal. Beirais laterais com balanços má-

ximos de 10cm

Emprego de componentes cerâmicos ou

metálicos.

Não emboçar, com argamassa, encontros

com paredes (dilatação)

Manuseadas individualmente, com cuida- Podem ser empilhadas até 100 te-

do para evitar quebras. lhas ou, na vertical (5º), até 300

Armazenadas na posição vertical. telhas

Evitar submetê-las a esforços de

flexão

Cuidados com os cortes (amianto)

Sequência de execução -

telhamento

Execução de beirais

Execução de rufos

Manuseio e estocagem

das telhas em obra

ASPECTO PÓS-OCUPAÇÃO CERÂMICA FIBROCIMENTO

Bom desempenho (frestas; inércia térmica) Desempenho térmico ruim

Boa durabilidade Boa durabilidade, problemas: fissuras)

Programa de inspeção e limpeza das telhas

(algas, líquenes, musgos).

Desempenho térmico e

durabilidade

Manutenção

Figura193

IMPERMEABILIZAÇÃO

INTRODUÇÃO

De acordo com a Vedacit (2005), a umidade sempre foi uma preocupação para o homem

desde o tempo em que habitava as cavernas. O homem primitivo passou a se refugiar em

cavernas para proteger das chuvas, animais e o frio. Percebeu que a umidade ascendia

do solo e penetrava pelas paredes, o que tornava a vida dentro delas insalubre.

Os romanos e os incas já empregavam albumina (clara de ovo, sangue, óleos, etc.) para

impermeabilizar saunas e aquedutos. No Brasil, nas cidades históricas, existem igrejas e

pontes em perfeito estado de conservação, nas quais a argamassa de assentamento das

pedras foi aditivada com óleo de baleia, utilizado como plastificante, visando a obtenção

de estruturas menos permeáveis. Com tudo isso, o homem aprimorou seus métodos

construtivos isolando a sua habitação. A água, o calor e a abrasão foram e serão os mais

ponderáveis fatores de desgaste e depreciação das construções – a água em particular,

dado o seu extraordinário poder de penetração.

Atualmente, inúmeros produtos são desenvolvidos especialmente para evitar a ação

Page 79: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

79

indesejada da água. Com o auxílio de tais produtos, a impermeabilização representa uma

pequena fração do custo e do volume de uma obra, quando planejada anteriormente. O

ideal é incluí-la no projeto, prevendo seu peso, espessura, caimento e encaixes, além de

detalhar sua localização exata, em sintonia com os projetos hidráulicos e elétricos.

Executar a impermeabilização durante a obra é mais fácil e econômico do que executá-la

posteriormente, quando surgirem os inevitáveis problemas de umidade,tornando os

ambientes insalubres e com aspecto desagradável, apresentando eflorescências,

manchas, bolores, oxidação das armaduras, etc.

A umidade ainda é um desafio para a construção civil e o homem procura a cada dia

combatê-la. Sendo assim, a impermeabilização se faz uma das etapas mais importantes

da construção, propiciando conforto aos usuários finais da edificação, bem como a

eficiente proteção que deve ser oferecida aos diversos elementos de uma obra sujeitas

às ações das intempéries. O custo de uma impermeabilização na construção civil é

estimado em 1% a 3% do custo total de uma obra. No entanto, a não funcionalidade da

mesma poderá gerar custos de reimpermeabilização da ordem de 5% a 10% do custo da

obra envolvendo quebra de pisos cerâmicos, granitos, argamassas, etc., sem considerar

custos de consequências patológicas mais importantes e outros transtornos ocasionados,

depreciação de valor patrimonial, etc. Portanto, é de suma importância o estudo

adequado da impermeabilização de forma a ser verificado todos os recursos técnicos que

dispomos para executá-la da melhor forma possível.

Segundo Zanotti (2004), levam-se em conta que as estruturas nas edificações deverão

ser dimensionadas para suportar diversos tipos de movimentos e cargas, inerentes ao

meio em que vivemos, e de que este meio sofre mutações climáticas de acordo com a

umidade relativa, a temperatura, o vento, a chuva, o calor, faz-se necessário protegê-las

de infiltrações e do calor, para se obter maior vida útil dos materiais de construção, do

concreto e dos materiais plásticos, dando melhor desempenho e conforto às habitações.

Em consequência deste fato, são inúmeros os locais onde se faz necessário a

aplicação de impermeabilização, tais como:

Subsolos

• Playgrounds;

• Lajes internas de cozinhas, banheiros, áreas de serviço, varandas, etc.;

• Jardineiras;

• Lajes superiores a pisos das casas de máquinas;

• Lajes permanentes e rodapés de cobertura;

Page 80: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

80

• Caixas d’água e cisternas;

• Piscinas;

• Calhas;

• Banheiras;

• Terraços;

• Marquises;

• Box de banheiro que interligam ambientes de temperatura diferentes;

• Tabuleiros de viadutos, pontes;

• Em áreas frias (piso, banheiro, cozinha e área de serviço);

• Muros de arrimo; e

• Coberturas, terraços lajes planas, rampas.

1 TERMINOLOGIA

“conjunto de camadas aplicadas sobre uma superfície, com função de garantir o

desempenho do subsistema vedação horizontal e vertical quanto à estanqueidade.”

(Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

A NBR 10520 define um sistema de impermeabilização como: “Conjunto de materiais que

uma vez aplicados, conferem impermeabilidade às construções”. NBR 10520 (1988).

2 CONDIÇÕES GERAIS DE EXECUÇÃO

2. 1 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A principal função dos sistemas de impermeabilização é o de proteger as edificações dos

malefícios das infiltrações, eflorescências e vazamentos. Existem três etapas que

envolvem o processo de impermeabilizar uma edificação. São eles:

Ações anteriores a impermeabilização, tais como a preparação da regularização e

dos caimentos, bem como dos detalhes construtivos;

Processo de impermeabilização propriamente dito;

Page 81: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

81

Isolamento terminado, quando especificado e a proteção mecânica, quando

necessária.

Para definir o tipo de impermeabilização que pode ser empregado é necessária uma

avaliação dos seguintes aspectos:

2.1.1 Comportamento físico do elemento

Análise de susceptibilidade do componente de base à ocorrência de fissuras e

trincas tais como peças sujeitas a alterações dimensionadas resultantes de

aquecimento e resfriamento, recalques, lajes sobre vigas, marquises em balanço,

reservatórios superiores de água (devido ao diferencial térmico), influências do

entorno (edificações, vizinhança, trafego intenso), entre outros.

2.1.2 Água sobre o elemento

As situações mais encontradas no caso da atuação da água sobre o elemento

são: água de percolação, na qual ocorre livre escoamento do líquido, em casos de

terrenos, coberturas, empenas e fachadas; água com pressão tais como em

piscinas e caixas d’água, devido à força hidrostática sobre a impermeabilização;

umidade por capilaridade em materiais porosos no caso de elementos que estão

em contato com bases alagadas ou solo úmido.

Figura 01

Page 82: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

82

2.1.3 Método de execução

Os materiais podem ser pré–fabricados ou moldados no local, sendo que existem

materiais auxiliares, sob forma de telas, tecidos, filmes ou feltros, que são utilizados em

alguns sistemas de impermeabilização, tanto pré-fabricados como moldados no local.

Eles são inseridos dentro dos materiais impermeáveis e têm função de resistir aos

esforços de tração que venham a solicitar a manta ou a membrana impermeável, além de

evitar o escorrimento do material e garantir a homogeneidade da espessura. Esses

materiais são conhecidos como armaduras, reforços, estruturações ou armações.

Os sistemas pré–fabricados são constituídos de mantas que, estendidas e unidas na

obra, formam a impermeabilização e são descritas a seguir.

3. TIPOS E ESCOLHA DE SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Os sistemas de impermeabilização podem ser classificados em rígidos e flexíveis e estão

relacionados às partes construtivas sujeitas ou não, a fissuração.

3.1 IMPERMEABILIZAÇÃO RÍGIDA

A impermeabilização rígida é aquela que torna a área aplicada impermeável pela inclusão

de aditivos químicos, aliado à correta granulometria dos agregados e redução da

porosidade do elemento, entre outros. Os impermeabilizantes rígidos não trabalham junto

com a estrutura, o que leva a exclusão de áreas expostas a grandes variações de

temperatura. Este tipo de impermeabilização é indicado para locais que não estão

sujeitos a trincas ou fissuras, tais como:

Locais com carga estrutural estabilizada: poço de elevador, reservatório inferior de

água (enterrado);

Pequenas estruturas isostáticas expostas;

Condições de temperatura constantes: subsolos, galerias e piscinas enterradas,

galeria de barragens.

Page 83: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

83

Figura 02

3.2 IMPERMEABILIZAÇÃO FLEXÍVEL

Impermeabilização flexível compreende o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis

nas partes construtivas sujeitas à fissuração que podem ser divididos em dois tipos:

moldados no local, chamados de membranas e também os pré-fabricados, chamados de

mantas. Os materiais utilizados para impermeabilização flexível são compostos

geralmente por elastômeros e polímeros. Os sistemas pré-fabricados, como a manta

asfáltica, possuem espessuras definidas e controladas pelo processo industrial, podendo

ser aplicados normalmente em uma única camada.

O sistema moldado no local que pode ser aplicado a quente, como os asfaltos em bloco,

ou aplicado a frio, como as emulsões e soluções, possuem espessuras variadas. Exigem

aplicação em camadas superpostas, sendo observado para cada produto, um tempo de

secagem diferenciado.

O sistema flexível de impermeabilização é normalmente empregado em locais tais como:

Reservatórios de água superior;

Varandas, terraços e coberturas;

Lajes maciças, mistas ou pré-moldadas;

Piscinas suspensas e espelhos d’água;

Calhas de grandes dimensões;

Galerias de trens;

Page 84: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

84

Pisos frios (banheiros, cozinhas, áreas de serviço).

Onde devemos impermeabilizar?

Terraços e áreas descobertas;

Calhas de escoamento de águas pluviais;

Caixas d’água, piscinas e tubulações industriais;

Pisos molhados, tais como banheiros, cozinhas e áreas de serviço;

Paredes onde a água escorre e recebem chuva de vento;

Esquadrias e peitorais de janelas;

Soleiras de portas que abrem para fora;

Água contida no terreno, que sobre por capilaridade ou infiltra-se em solos abaixo

do nível freático, entre outros.

3.2.1 Classificação quanto à flexibilidade

Quando se trata à flexibilidade Rígida, nesse sistema encontram-se as argamassas e

concretos impermeáveis, os cimentos, e os cimentos cristalizantes descritos a seguir:

• Argamassa impermeável é o sistema de impermeabilização que aplicado em superfície

de alvenaria ou concreto, constituído de areia, cimento, aditivo impermeabilizante e água,

formando uma pasta que endurecida apresenta propriedades impermeabilizantes. Campo

de aplicação: é utilizado em pisos, baldrames, caixa d’água e em coberturas planas como

marquises, etc.;

• Concreto impermeável é o sistema de impermeabilização constituída por agregados,

cimento e água com adição de aditivos. Campo de aplicação: é utilizado mais

freqüentemente em obras enterradas, tais como galerias, subsolos, muros de arrimo,

túneis e estações de metrô, reservatórios de água, etc; e

• Cimento polimérico é a mistura de cimentos especiais e aditivos minerais, oferecendo a

característica de uma boa resistência mecânica e perfeita aderência, acompanhando

algumas movimentações estruturais.

Para sistemas flexíveis, os materiais são conhecidos também como elásticos,

constituídos de materiais asfálticos ou polímeros sintéticos; são indicados para a

cobertura de concreto e devem acompanhar os movimentos normais que lhe são

impostos, sem perder a continuidade pelo surgimento de fissuras, ranhuras, rompimentos

ou outras falhas.

Fazem parte desse sistema às membranas e mantas.

Page 85: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

85

3.3 COMPARAÇÃO DE SISTEMAS

Conforme Zanotti (2004), os sistemas são divididos em manta e membranas como

mostra a tabela 1:

Tabela comparativa de sistemas

MANTAS MEMBRANAS

Espessura constante Variação de espessura, podendo comprometer

a eficiência da impermeabilização

Fácil controle e fiscalização de

impermeabilização

Dificuldade de controle e fiscalização, quer pelo

consumo, número de demãos, adulteração do

produto, etc.

Aplicação do sistema em uma

única vez

Aplicação de várias camadas sujeitas às

intempéries e interferência

Não é necessário aguardar

secagem

Aguardar secagem entre camadas podendo

surgir bolhas, caso não cumprido o tempo de

secagem

existência de armadura em toda

a superfície uniformemente

Possibilidade de haver desalinhamento na

armadura, acarretando desempenho variável

Menor tempo de aplicação

(menor mão-de-obra)

Sensível gasto de tempo e M.O

acarretando maior custo

Menor suscetibilidade de erros de Maior ocorrência de erros de aplicação, devido

Page 86: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

86

aplicação às diversas variáveis e suas complexidades.

Adequa-se melhor ao

cronograma de obras, gerando

menos transtorno, liberação

rápida da área para utilização

Dificuldade na adaptação ao cronograma de

obras, ficando a área por mais tempo

interditada, podendo ocorrer danos por terceiros

Figura 03

4 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES

Para a Denver (2005), os sistemas de impermeabilização são obtidos através da

combinação de diversos materiais classificados como: básicos, elaborados, pré-

fabricados ou auxiliares. Os materiais básicos, através de processos industriais, dão

origem aos materiais pré-fabricados e elaborados: asfaltos e polímeros sintéticos e

aditivos impermeabilizantes (que dão origem a produtos elaborados utilizados em

impermeabilizações rígidas).

Os materiais elaborados são obtidos a partir dos materiais básicos através de

combinações entre si ou com solventes, água, cargas e agentes emulsionantes. Podem

ser utilizados de três formas: como matéria-prima para a obtenção de asfalto modificado

com polímeros utilizados na fabricação de emulsão asfáltica; como produto

impermeabilizante final, que dá origem à impermeabilização moldada no local; e como

matéria-prima para a obtenção de material pré-fabricado. Os materiais pré-fabricados são

os produtos finais, e em sua composição encontram-se os materiais básicos, elaborados

ou auxiliares.

Page 87: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

87

Segundo a Denver (2005) os materiais impermeabilizantes são:

4.1 MATERIAIS BÁSICOS

• Asfaltos de destilação direta;

• Polímeros sintéticos;

• Termoplásticos;

• Termofixos; e

• Elastômeros.

4.2 MATERIAIS ELABORADOS

• Asfaltos oxidados;

• Asfaltos oxidados catalíticos;

• Asfaltos modificados com polímeros sintéticos;

• Emulsões asfálticas;

• Emulsões asfálticas com cargas;

• Emulsões asfálticas com fibras de amianto;

• Emulsões asfálticas modificadas com polímeros;

• Soluções asfálticas; e

• Soluções asfálticas com cargas.

4.3 MATERIAIS POLIMÉRICOS SINTÉTICOS

• Soluções elastoméricas (neoprene, hipalon e outros);

• Emulsões termoplásticas (acrílica);

Page 88: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

88

• Soluções poliméricas; e

• Emulsões poliméricas.

4.4 MATERIAIS PRÉ-FABRICADOS

• Mantas de asfalto;

• Mantas poliméricas sintéticas;

• Mantas elastoméricas (butil e EPDM);

• Mantas termoplásticas (PVC);

4.5 MATERIAIS AUXILIARES

Armaduras não tecidas

• Orgânicas;

• De origem natural (feltro asfáltico);

• Sintéticas (mantas não tecidas de poliéster, filme de polietileno);

• Inorgânicas;

• Véu de fibra de vidro;

4.6 ARMADURAS TECIDAS

• Orgânicas;

• De origem natural (tecido de juta);

• Sintético (tecido de nylon ou poliéster);

• Inorgânicas;

• Tecido de fibra de vidro;

Page 89: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

89

4.7 PRODUTOS PARA VEDAÇÃO DE JUNTAS

• Mastiques;

• Mata-juntas;

4.8 MATERIAIS COMPLEMENTARES

• Materiais de imprimação;

• Adesivos;

• Catalisadores;

• Fitas para emendas de mantas;

• Pinturas refletivas;

5 MANTAS SINTÉTICAS (ELASTOMÉRICAS E MANTA BUTÍLICA)

São de dois tipos butil e EPDM, com espessura mínima de 0,8 mm com a utilização de

berço amortecedor ou acima de 1,0 mm sem utilização de berço amortecedor. Trata-se

de um sistema não armado, onde a manta é aplicada sobre um berço de amortecimento,

que pode ser um berço a quente, composto de cimento asfáltico com aditivos

elastoméricos, ou um berço a frio, constituído de emulsão asfáltica e borracha moída.

A manta sintética butílica exige proteção mecânica, sendo fundamental que exista uma

camada de amortecimento entre a manta e a proteção mecânica, podendo ser uma

camada de papel kraft ou feltro asfáltico.

Campo de aplicação: Se aplica em impermeabilizações em geral, especialmente em

coberturas pré-moldadas, lajes mistas, estruturas fissuráveis, calhas, baldrames, etc.

Page 90: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

90

Figura 05

6 MANTAS ASFÁLTICAS

As mantas asfálticas são normalmente estruturadas com não tecido de poliéster (que já é

um material impermeável), véu de fibra de vidro ou polietileno e são industrializadas com

asfalto oxidado ou modificadas com polímeros. A alma de polietileno (de 0.1mm) não é

considerada somente como uma armadura, pois propicia a emendas das mantas por

fusão do asfalto.

Essas mantas proporcionam uma impermeabilização de espessura e desempenho

comparáveis (às vezes até mesmo superiores) ao sistema moldado no local com feltro

asfáltico e asfalto, com economia de mão-de-obra e tempo, e a custo menor que as

mantas sintéticas.

Estas mantas possuem com acabamento polietileno/polietileno, areia/polietileno,

alumínio/polietileno ou grânulos minerais. As duas últimas são para ficarem expostas às

intempéries, pois já possuem como acabamento um elemento protetor, no caso os

grânulos minerais de várias cores ou a folha de alumínio que reflete os raios solares.

Campos de aplicação: o sistema de manta de asfalto é utilizado na impermeabilização de

coberturas, subsolos, jardins, reservatórios, canais de irrigação.

O sistema de impermeabilização que utiliza mantas asfálticas é um dos mais tradicionais

na construção civil, devido à grande confiabilidade que apresenta. Porém, como em

qualquer tipo de impermeabilização, deve-se atentar para uma boa preparação da

superfície a ser tratada.

Há quatro tipos diferentes de mantas asfálticas, assim classificadas em função de seu

desempenho frente às solicitações e responsabilidades envolvidas no trabalho de

impermeabilização. As espessuras também podem variar. Normalmente são encontradas

no mercado espessuras entre 3,0 e 5,0 mm.

Page 91: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

91

Para a perfeita execução dos serviços, o substrato deve estar seco e livre de sujidades,

regularizado com argamassa de cimento e areia, com caimento mínimo de 1% para os

ralos, e os cantos vivos e arestas devem ser convenientemente arredondados.

A aplicação do impermeabilizante pode ser feita, basicamente, de duas maneiras

distintas. A primeira prevê o lançamento de asfalto oxidado derretido por caldeira sobre a

camada de regularização e, subseqüentemente, com o asfalto ainda fluido e quente, a

aplicação da manta asfáltica, que será fixada ao substrato pela adesão gerada pela

presença do asfalto fluido. Outra forma de aplicar a manta asfáltica está descrita a seguir.

6.1 ASFALTO MODIFICADO COM POLÍMEROS

Sua modificação com polímeros tem como objetivo incorporar melhores características

físico-químicas ao asfalto. As principais características do asfalto polimérico são:

• Melhor resistência às tensões mecânicas;

• Redução da termo - sensibilidade;

• Maior coesão entre partículas;

• Excelente elasticidade/plasticidade;

• Sensível melhora à resistência à fadiga;

• Sensível melhora da resistência ao envelhecimento; e

• Dependendo dos polímeros utilizados, permitem que o asfalto resista aos raios

ultravioletas do sol.

O asfalto modificado pode ser aplicado a quente ou a frio (em emulsão ou solução), mas

sua maior aplicação é feita na industrialização de mantas asfálticas poliméricas com

armaduras. Os asfaltos modificados sem a adição de polímeros independente do

processo, devem atender a NBR-9910.

6.2 APLICAÇÃO COM ASFALTO QUENTE

Inicialmente, aplica-se uma demão de primer asfáltico, a fim de promover uma melhor

aderência entre o substrato e a impermeabilização.

Após a secagem da imprimação, iniciar a aplicação da manta asfáltica, fazendo o uso de

Page 92: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

92

maçarico de GLP. Adotar os corretos valores para sobreposição de cada camada e

executar o biselamento nas uniões.

A impermeabilização com mantas asfálticas exige, via de regra, a execução de uma

posterior camada de argamassa de cimento e areia, que servirá como proteção mecânica

do material contra agentes que possam danificar o revestimento impermeabilizante

(trânsito de veículos, de pessoas, queda de objetos, etc.) e contra o intemperismo

(especialmente ação dos raios UV).

Os fabricantes de mantas asfálticas oferecem um leque de variações em acabamentos

dos seus produtos. As mantas mais simples apresentam as duas faces revestidas com

filme de polietileno, ou podem apresentar uma das faces (ou ambas) revestidas com

areia de granulometria fina. Outros tipos deste material podem apresentar a face exposta

revestida por grânulos minerais (ardósia, quartzo colorido), por filme de alumínio refletivo,

e, até mesmo, por geotêxteis para a execução de pintura sobre a impermeabilização.

Figura 06

Figura 07

Page 93: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

93

Figura 08

7 EMULSÃO ASFÁLTICA

É um impermeabilizante produzido através da emulsificação do asfalto em água através

de um agente emulsificador. A combinação com cargas minerais melhora sua resistência

ao escorrimento em temperaturas mais elevadas. Apresenta baixa flexibilidade,

resistência à fadiga e durabilidade, restringindo sua utilização em situações de menor

exigência de desempenho.

7.1 EMULSÃO POLIMÉRICA

É produzida a partir da emulsificação de polímeros termoplásticos e sintéticos. As

emulsões acrílicas bem formuladas têm boa resistência aos raios ultravioletas do sol,

permitindo sua aplicação em impermeabilizações expostas. Possui absorção d’água

relativamente elevada, devendo, portanto, ser aplicada em lajes com inclinação. Não

devem ser usados em lajes com proteção mecânica ou com exigências de desempenho,

medias elevada, restringindo sua aplicação em lajes expostas, com acesso para uma

periódica conservação ou manutenção. É importante escolher boas emulsões acrílicas,

pois em nosso mercado existem algumas de formulação sofrível. As emulsões acrílicas,

também, são utilizadas em formulação apropriada, como pintura refletiva de

impermeabilização, como mantas pré -fabricadas, etc.

Page 94: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

94

8 ELASTÔMEROS SINTÉTICOS EM SOLUÇÃO

Essa impermeabilização é feita com emulsão asfáltica com elastômeros, isento de

cargas, formando membrana flexível, elástica e sem ementas, moldada no local (pintura).

Para fins desta especificação, são considerados aceitos os seguintes produtos,

independentemente de outros que venham comprovar qualidade através de testes

realizados por entidades reconhecidas: • Vedapren (Otto Baumgart); • Igolflex preto

(Sika); • Flexcote preto (Wolf Hacker); • Denverpren (Denver); e, • K 100 (Viapol).

Recomenda-se sua utilização na impermeabilização de lajes, jardineiras, marquises,

terraços, pisos, calhas, baldrames, tanques e outros locais. A superfície deve estar seca,

isenta de gorduras, óleos ou partículas soltas. Executar regularização da área, com

argamassa de cimento e areia (1:3), desempenada, com caimento mínimo de 1% para os

ralos ou condutores de água; espessura média igual a 2 cm; cantos arredondados.

Tubulações emergentes e ralos devem estar fixados. Aplicar uma demão de “primer”

constituído pela diluição do produto em água, na relação 1:1. Aplicar quatro demãos (no

mínimo) cruzadas, com escovão macio ou rodo de borracha.Cada camada somente deve

ser aplicada após a completa secagem da anterior (de seis a oito horas).Em superfícies

sujeitas a fissuras ou de grandes dimensões, devem ser aplicadas seis demãos do

produto,com reforço de véu de poliéster ou tela de náilon (malha 1x1mm). Em áreas até

com 100m², estruturá-lo entre a primeira e segunda demãos; acima de 100m², além deste

reforço, aplicar mais um entre a terceira e quarta demãos. Em áreas com trânsito de

pessoas, executar proteção mecânica após a impermeabilização; utilizar filme de

polietileno ou papel Kraft (gramatura 80) como camada separadora e executar a proteção

mecânica com argamassa de cimento e areia (1:3), com juntas principalmente nos

perímetros. Em áreas que não necessitem proteção mecânica, aplicar duas a três

demãos de pintura refletora com emulsão acrílica ou pintura alumínio; pode também ser

aplicada uma camada de pedregulho, argila expandida ou vermiculita, como isolante

térmico. A impermeabilização deve ser testada antes da entrega, de forma a não

apresentar falhas que prejudiquem sua função. Armazenar o produto por no máximo 6

meses a partir da data de fabricação, em local seco e ventilado,nas embalagens originais

e intactas

9 QUANTIDADE MÉDIA DE MATERIAIS CONSUMIDOS NOS PRINCIPAIS SISTEMAS

Embora haja uma variação de consumo para um mesmo material de fabricantes

diferentes, apresentamos a seguir uma tabela para servir de parâmetro quanto ao

consumo de alguns materiais.

Page 95: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

95

TABELA DE CONSUMO DE MATERIAL POR SISTEMA DE

IMPERMEABILIZAÇÃO

Membranas asfálticas moldadas a quente 1 kg/m²

Impermeabilizante para concretos e argamassas Vedacit ou

similar 0,6Kg/m²

Manta geotêxtil 200g/m2 (Bidim ou similar) 1,1m²/m²

Impermeabilização c/manta asfáltica 3 mm, classe 2,

estruturada c/reforço de não tecido de poliéster, inclusive

aplicação 1 demão de primer 1m²/m²

Impermeabilização c/manta asfáltica 4 mm, classe 2,

estruturada c/reforço de não tecido de poliéster, inclusive

aplicação de 1 demão de primer 1m²/m²

Tabela 01 – consumo de material por sistema

10 MEMBRANAS MOLDADAS NO LOCAL

Membrana é o conjunto impermeabilizante, moldado no local, com ou sem armadura.

Essas membranas podem ser aplicadas a frio ou a quente. Na aplicação das membranas

a frio, têm-se as emulsões e soluções asfálticas e os asfaltos elastoméricos. Nas

membranas asfálticas aplicadas a quente pode ser utilizado o asfalto oxidado e o asfalto

modificado. Devido à alta tecnologia desenvolvida na indústria de impermeabilização,

atualmente muitos asfaltos são modificados com adição de polímeros, aumentando o

ponto de amolecimento, diminuindo a penetração, aumentando a resistência à fadiga

mecânica, aumentando a resistência ao escorrimento e adquirindo flexibilidade a baixas

temperaturas. Como principais armaduras podemos incluir a tela de poliéster termo

estabilizado, o véu de fibra de vidro, o não tecido de poliéster, entre outros.

10.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DE ÁREAS FRIAS

Page 96: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

96

Figura 09

As membranas aplicadas a frio são utilizadas na impermeabilização de áreas como:

pequena laje horizontal ou abobadada, banheiro, cozinha, área de serviço, terraço,

sacadas, etc.

A aplicação destas membranas é feita seguindo os procedimentos de preparo da

superfície (conforme ABNT NBR 9575), em seguida deve ser aplicado o primer asfáltico.

Após a cura total do primer inicia-se com a aplicação de uma demão do produto

impermeabilizante (emulsão ou solução asfáltica) em forma de pintura e aguardar a

secagem. Entre a segunda e a terceira demão estender o estruturante, com sobreposição

mínima de 10 cm.

Continuar a aplicação até atingir o consumo pré-estabelecido em projeto, respeitando

sempre o tempo de secagem entre demãos.

Obs: Os tempos de secagem destes produtos podem variar em função do fabricante e

da temperatura ambiente.

10.1.1 Impermeabilização de áreas frias com cristalizantes (passo a

passo)

1 - PREPARAÇÃO DA SUPERFICIE PARA APLICAÇÃO

Page 97: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

97

O substrato para a aplicação deve ser preparado de modo a garantir uma perfeita

aderência da camada impermeabilizante e não deve possuir irregularidades. Para isso

recomendamos:

1.1 - Lavar e retirar todas as partículas soltas, restos de desmoldantes, natas de cimento,

ou qualquer material que possa prejudicar a aderência.

1.2 - Sobre a superfície levemente umedecida aplicar argamassa de regularização no

traço de 1:3 ( cimento : areia ) com espessura mínima de 2 cm e caimento 1% para

coletores . Adicionar na argamassa de regularização 100 gr fibra de polipropileno por

saco de cimento para diminuir fissuras de retração e aditivo impermeabilizante

hidrofugante na proporção de 4% em relação a massa de cimento.

1.3 - Nos rodapés fazer um corte na alvenaria em toda a extensão da parede com altura

de 20 cm e 3 cm de profundidade para subir com a impermeabilização.

1.4- Arredondar arestas e cantos vivos.

1.5 - Os tubos deverão ser fixados com Grout.

1.6 - Deve ser criada entre a parede da tubulação e a regularização um anel de vedação

de 1 cm x 1 cm ( largura x profundidade ) preenchido com resina epóxi.

1.7 - Na região dos ralos fazer rebaixo com 1 cm de profundidade ocupando área de 40 x

40 cm, conforme mostram as figuras.

Page 98: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

98

2 - APLICAÇÃO

2.1 - Aplicar argamassa polimérica entre 3 a 4 demãos alternadas e cruzadas, até atingir

o consumo de 4,0kg/m2. Aguardar sempre a secagem da demão anterior para aplicação

da posterior.

2.2 - Após 03 dias de cura da argamassa polimérica aplicar reforço de duas demãos de

asfalto elastomérico a frio nos cantos, ralos, tubos emergentes e demais interferências.

3 - PROTEÇÃO DA CAMADA IMPERMEABILIZANTE:

3.1 - Não é necessária a execução de proteção mecânica, podendo-se executar o

revestimento diretamente sobre a camada impermeabilizante.

4 - CONSUMOS

Page 99: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

99

5 - PROVIDÊNCIAS E MANUTENÇÃO

5.1 - Não deixar produtos químicos caírem diretamente sobre a camada

impermeabilizante.

5.2 - Respeitar as recomendações e normas de segurança no que diz respeito a

aplicações em ambientes fechados.

10.2 IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES

10.2.1 Aplicação (passo a passo)

Page 100: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

100

Regularização com caimento mínimo de 0,5% em direção as saídas de água.

Preparo da superfície.

Figura 10

Colocação de fita no alinhamento dos rodapés.

Aplicar 1 demão de nos rodapés.

Figura 11

Execução da regularização do piso do box com argamassa de cimento e areia traço 1:3

com caimento mín. 0,5% em direção as saídas de água.

Page 101: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

101

Figura 12

Após a completa secagem da regularização do box, iniciar a impermeabilização da área

do piso com a aplicação da camada de imprimação.

Figura 13

Na segunda demão instalar a tela de poliéster como estruturante, executando os

arremates na região de ralos, tubos emergentes e rodapés.

Figura 14

Page 102: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

102

Após a secagem ao toque (6 a 8 horas), aplicar as demãos subseqüentes, até atingir o

consumo recomendado em projeto.

Figura 15

Após a cura completa da impermeabilização, fechar as saídas de água e executar o teste

de estanqueidade (72 horas)

Figura 16

Executar a proteção mecânica sobre a impermeabilização.

11. SISTEMA PRÉ-FABRICADO

11.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJE COM MANTA ASFÁLTICA

a) A superfície deve estar seca, firme, sem trincas ou saliências, retirando todos os

elementos estranhos presentes na superfície a ser impermeabilizada, tais como:

madeira, ferros, graxa, óleos, resíduos de desmoldante, etc.

Page 103: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

103

Figura 17

b) Verificar todas as tubulações que ficarão entre a superfície e a impermeabilização.

Manter um recobrimento mínimo de 2 cm para tubulações embutidas e 10 cm de

afastamento mínimo entre tubulações.

c) Evitar emendas nas tubulações passantes;

d) Cuidados redobrados com conduítes plásticos ou tubulações de PVC, pois são frágeis

na presença do maçarico.

e) Nos rodapés, a manta ficará embutida na alvenaria ou concreto, para isso, o encaixe é

de no mínimo 3 cm, com altura mediante projeto, sendo os cantos arredondados (meia-

cana).

f) Caimento mínimo de 1% em direção aos coletores, os quais devem ser dimensionados

mediante projeto de hidráulica e visando o perfeito arremate da manta.

Aplicação da Manta Asfáltica:

a) Posicionar os rolos da manta de forma alinhada e obedecendo o requadramento da

área.

b) A colagem da manta deve ser iniciada pelos ralos e coletores de água, vindo no

sentido das extremidades, obedecendo o escoamento da água. (Verifique detalhe de

ralos).

Figura 19

Page 104: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

104

c) A aplicação da manta é feita aquecendo-se a superfície da manta e do substrato. Logo

que o plástico de polietileno (filme antiaderente) encolher e o asfalto brilhar, deve-se colar

a manta asfáltica. É importante certificar-se de que não há bolhas de ar embaixo da

manta.·.

d) A 2ª bobina da manta deve sobrepor a 1ª (transpasse) em 10 cm, no mínimo.

Figura 20 d, e, f

e) A fim de evitar qualquer infiltração, é necessário que seja feito, após a colagem das

mantas, o reaquecimento das emendas dando o acabamento. Este serviço “biselamento”,

aquece a colher de pedreiro e alisa as emendas, exercendo leve pressão sobre a

superfície da manta asfáltica.

f) Nas superfícies verticais, em 1º lugar, deve-se levar a manta do piso até cobrir parte da

meia-cana. Depois, colar outra manta, fazendo a parte do rodapé e descendo no piso 10

cm (transpasse). O trecho do rodapé fica com manta dupla. Nas paredes, estruturar a

argamassa com tela galvanizada ou plástica, malha 1/2 a 1”.

Figura 21

g) Fazer o teste com lâmina de água, no mínimo, 72 horas.

h) Colocar camada separadora: papel kraft.

Page 105: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

105

i) Lançar a argamassa para proteção mecânica, com espessura de no mínimo 3 cm ou

conforme especificação de projeto, visando intensidade de tráfego e demais solicitações

impostas à estrutura/impermeabilização. Prever juntas de trabalho.

j) Observar, atentamente, as regras de segurança do uso do maçarico. Contratar mão de

obra especializada.

Detalhe de Ralos:

1) Com o maçarico, aplicar a manta asfáltica descendo cerca de 10 cm na parte interna

do ralo e deixando cerca de 10 cm para fora, o qual será cortado com um estilete. As tiras

serão coladas sobre a imprimação.

2) Sobrepor um pedaço de manta em toda a extensão do ralo e cortar em forma de

“pizza” a área correspondente ao diâmetro do ralo, a qual será colada no interior do tubo.

Figura 22 g, 1

3) A grelha deve obrigatoriamente ser fixada na proteção mecânica.

Figura 23 Figura 24

Page 106: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

106

Figura 25

12. IMPERMEABILIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E PISCINAS

12.1 SISTEMA MOLDADO NO LOCAL PARA ESTRUTURAS ELEVADAS

Existem diferentes sistemas de impermeabilização para piscinas enterradas no solo com

acabamento cerâmico. Os mais comuns são as mantas asfálticas e as argamassas

poliméricas. As argamassas são compostas por resina acrílica (líquida) e por cimento

(pó). Para prepará-las, basta misturar os dois elementos manualmente ou com uma pá

mecânica. Dependendo do tipo e da proporção de resina na mistura, é possível obter

argamassas mais ou menos flexíveis. No passo a passo a seguir, a piscina será

impermeabilizada, primeiramente, com uma argamassa mais rígida e, em seguida, com

um tipo de argamassa mais flexível.

Segundo a engenheira Maria Amélia Silveira, da fabricante Viapol, a aplicação do

primeiro tipo de argamassa faz uma "pré-selagem" (estucamento) da superfície e impede

a entrada de água de fora para dentro da piscina. Em locais com forte pressão de água

do subsolo, é preciso aplicar até três demãos de argamassa para estucamento. Já a

argamassa polimérica flexível tem a função de "impermeabilizar a estrutura

acompanhando as movimentações no caso de piscinas feitas em blocos estruturais, mais

deformáveis do que o concreto", explica.

Page 107: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

107

12.1.1 Impermeabilização de piscina (passo a passo)

Passo 1

Figura 26 - Ferramentas e EPI’s

Passo 2

Figura 27

Page 108: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

108

Passo 3

Figura 28

Passo 4

Figura 29

Figura 30

Page 109: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

109

Figura 31

Passo 5

Figura 32

Passo 6

Figura 33

Passo 7

Page 110: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

110

Figura 34

Passo 8

Figura 35

Passo 9

Page 111: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

111

Figura 36- aplicação de argamassa polimérica

Passo 11

Figura 37- vedação ao redor dos dispositivos da

piscina

Passo 12

Page 112: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

112

Figura 38

12.1.2 Impermeabilização de reservatório elevado com argamassa

polimérica flexível (passo a passo)

a) PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE PARA APLICAÇÃO:

O substrato para a aplicação deve ser preparado de modo a garantir uma perfeita

aderência da camada impermeabilizante e não deve possuir irregularidades. Para isso

recomendamos:

b)- Lavar e retirar todas as partículas soltas, restos de desmoldantes, natas de cimento,

ou qualquer material que possa prejudicar a aderência.

c) - Se necessário preencher os furos utilizados para os tensores, falhas e nichos na

concretagem com Grout Tixotrópico.

d) - Executar meia cana estrutural com Grout Tixotrópico ou resina epóxi em todos os

cantos de parede e fundo com raio mínimo de 10 cm.

e) - Aplicar chapisco no traço de 1:2 (cimento: areia) aditivado com adesivo acrílico na

proporção de 1: 2 ( adesivo: água ).

f) Sobre o substrato levemente umedecido aplicar uma camada de regularização

definindo escoamento de água. Utilizar argamassa no traço 1:3 (cimento: areia)

adicionando 4% impermeabilizante de pega normal em relação à massa de cimento e

fibra de polipropileno, 100 gr por saco de cimento, para evitar trincas de retração

atingindo espessura de no mínimo 2cm e caimento de 1% para coletores.

g) - Ao redor dos dispositivos de aspiração, retorno deverá ser executada uma abertura

em forma de " U " com dimensão 5 mm x 5 mm a qual será preenchida com adesivo

epóxi.

Page 113: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

113

h) - Os tubos deverão ser fixados com Grout conforme mostram as figuras:

k)- Sobre a superfície levemente saturada aplicar argamassa polimérica semi-flexível que

funcionará como primer em 2 demãos alternadas e cruzadas até atingir consumo de 2

kg/m2. O intervalo entre uma demão e outra é 4 horas.

l) Não ultrapassar o período de 24 hs entre as aplicações da argamassa polimérica semi-

flexível e a flexível a fim de não provocar camadas de separações entre os sistemas.

m) Posteriormente aplicar argamassa polimérica flexível em 3 demãos alternadas e

cruzadas atingindo consumo de 3 kg/m2. Aguardar intervalo entre uma demão e outra de

4 horas.

n) Na região dos cantos, ralos e tubos emergentes proceder a colagem de tela de

poliéster para efeito de melhor estruturação da camada impermeabilizante.

o) PROTEÇÃO DA CAMADA IMPERMEABILIZANTE:

p) Se necessário executar proteção mecânica sobre a área vertical impermeabilizada,

utilizar tela galvanizada. Nesse caso, antes da cura do produto, aspergir areia média seca

sobre a superfície.

q) CONSUMOS:

Page 114: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

114

r) PROTEÇÃO E MANUTENÇÃO:

s) Não permitir que sejam apoiados, diretamente sobre a camada impermeabilizante

objetos que possam ferir a impermeabilização.

t) Respeitar as recomendações e normas de segurança no que diz respeito a aplicações

em locais fechados contidas no manual do produto

u) Aguardar cura do produto por 5 dias antes de encher o reservatório

v) DESENHO EXPLICATIVO:

Page 115: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

115

13 PISO PARA GARAGEM EM POLIURETANO

Decorrente da alta resistência e durabilidade do poliuretano, e também levando-se em

consideração a ótima estética que o piso oferece, o piso em poliuretano pode ser

aplicado em garagens e estacionamentos, assim como também pode ser aplicado em

áreas externas, pelo fato de se comportar muito bem em relação a intempéries, podendo

estar em contato com sol (raios ultravioletas), chuvas e etc. sem perder as suas

características.

Vale lembrar que se o piso para garagem em poliuretano for aplicado numa área externa,

o mesmo acaba funcionando otimamente como impermeabilizante.

14 IMPERMEABILIZAÇÃO DE VIGA BALDRAME (procedimento de execução)

1 - PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE PARA APLICAÇÃO:

O substrato para a aplicação deve ser preparado de modo a garantir uma perfeita

aderência da camada impermeabilizante e não deve possuir irregularidades. Para isso

recomendamos:

Page 116: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

116

1.1 - Lavar e retirar todas as partículas soltas, restos de desmoldantes, natas de cimento,

ou qualquer material que possa prejudicar a aderência.

2 - APLICAÇÃO:

2.1 - Aplicar a 1º de Emulsão Asfáltica diluída em 30% de água. Após 24 hs de secagem,

aplicar demãos subseqüentes diluindo 2º demão em 20% de água e as demais em 15%

sempre cruzadas e espaçadas em 4 horas, totalizando média de 5 demãos.

Obs: É recomendado, que as 6 primeiras fiadas, os tijolos sejam assentados com

argamassa no traço de 1:3 ( cimento e areia ), aditivada com impermeabilizante de pega

normal na proporção de 2 litros por saco de cimento.

3 - CONSUMOS:

15 LONGEVIDADE DOS SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A longevidade esta associada a vários fatores, dentre os quais podemos citar:

15.1 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

O projeto de impermeabilização deve fazer parte integrante dos projetos de uma

edificação, como hidráulica, elétrica, cálculo estrutural, arquitetura, paisagismo,

formas, etc., pois a impermeabilização necessita ser estudada e compatibilizada com

Page 117: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

117

todos os componentes de uma construção, de forma a não sofrer ou ocasionar

interferências.

15.1.1 Interferências

Para a viapol (2005), os projetos que causam interferências com a impermeabilização e

têm-se estudos separados:

• Projeto Estrutural:

Dependendo do projeto estrutural podemos ter estruturas com maior trabalho,

deformações e movimentações que podem indicar uma impermeabilização de

melhor desempenho para suportar os efeitos mecânicos;

• Projeto Hidráulico:

Tubulações de água quente deverão ser isoladas termicamente e embutidas em

outro tubo para o adequado arremate da impermeabilização.

Prever ralos em número suficiente para permitir o fácil e rápido escoamento da água. A

instalação dos ralos deve sempre estar afastada no mínimo 50 cm das paredes ou outros

parâmetros verticais. Havendo tubulações passando horizontalmente nas lajes, prever

sua execução a uma altura suficiente para permitir a aplicação das regularizações,

impermeabilização e proteção sob as mesmas;

Evitar a passagem de tubulações verticais ou horizontais junto à parede, que

dificultam a execução da impermeabilização;

• Projeto Elétrico:

Todas as instalações devem ser embutidas nas estruturas ou pelo lado interno.

As caixas de passagem e inspeção deverão ser previstas em cotas acima da altura de

arremate da impermeabilização;

• Projeto de Drenagem:

Os projetos de drenagem em jardineiras ou em lajes de subsolo deverão ser

dimensionados e compatibilizados com a impermeabilização;

• Projeto de Acabamento:

Os projetos de detalhamento e acabamento deverão ser estudados prevendo a

Page 118: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

118

execução da impermeabilização, tais como, não pode ser previsto concreto aparente a

partir do piso acabado (pilaretes, muros), pois são necessários arremates nas verticais da

impermeabilização e ainda, no box do banheiro a impermeabilização deverá subir no

mínimo 1.0 m nas paredes do box do banheiro para evitar a penetração da água pelas

alvenarias;

• Projeto de isolação:

Isolação térmica, de isolação acústica, de barreiras de vapor, projetos especiais;

• Condições econômicas:

A especificação de um sistema de impermeabilização deve ser analisado também dentro

dos custos dos materiais e mão-de-obra, durabilidade prevista para a impermeabilização,

riscos e segurança da edificação, verba disponível para execução da impermeabilização

compatível com o tipo de obra, possibilidade de manutenção e conservação.

15.2 QUALIDADE DE MATERIAIS E SISTEMA DE

IMPERMEABILIZAÇÃO

Existem no Brasil diversos produtos impermeabilizantes, de qualidade e desempenho

variáveis, de diversas origens e métodos de aplicação normalizados ou não, que deverão

ter suas características profundamente estudadas para se escolher um adequado

sistema de impermeabilização. Como exemplo, existem produtos cancerígenos utilizados

em impermeabilização de reservatórios, produtos que sofrem degradação química do

meio a que estão expostos, produtos de baixa resistência a água, baixa resistência a

cargas atuantes, não suportam baixas ou altas temperaturas, dificuldade ou

impossibilidade de aplicação em determinados locais ou situações, baixa resistência

mecânica, etc. Deve-se sempre procurar conhecer todos os parâmetros técnicos e

esforços mecânicos envolvidos para a escolha adequada do sistema impermeabilizante.

15.3 QUALIDADE DA EXECUÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

Por melhor que seja o material ou o sistema de impermeabilização, de nada adianta se o

mesmo e aplicado por pessoa não habilitada na execução da impermeabilização. Deve-

se sempre recorrer a equipes especializadas na aplicação dos materiais

impermeabilizantes. A mesma devera ter conhecimento do projeto de impermeabilização;

ser recomendado pelo fabricante do material; que possua equipe técnica e suporte

Page 119: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

119

financeiro compatível com o porte da obra; que ofereça garantia dos serviços executados,

etc.

15.4 QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO DA EDIFICAÇÃO

A impermeabilização deve sempre ser executada sobre um substrato adequado, de

forma a não sofrer interferências que comprometam seu desempenho, tais como:

Regularização mal executada, fissuração do substrato, utilização de materiais

inadequados na área impermeabilizada, (como tijolos furados, enchimentos com entulho,

passagem inadequada de tubulações elétricas e hidráulicas), falhas de

concretagem, cobrimento de armadura insuficiente, sujeira, resíduos de desmoldantes,

ralos e tubulações mal chumbadas, detalhes construtivos que dificultam a

impermeabilização.

15.6 FISCALIZAÇÃO

O rigoroso controle da execução da impermeabilização e fundamental para seu

desempenho, devendo esta fiscalização devendo ser feita não somente pela

empresa aplicadora, mas também responsável pela obra.

Deve-se sempre obedecer ao detalhamento do projeto de impermeabilização e

estudar os possíveis problemas durante o transcorrer da obra, verificando se a

preparação da estrutura para receber a impermeabilização está sendo bem

executada, se o material aplicado está dentro das especificações no que tange a

qualidade, características técnicas, espessura, consumo, tempo de secagem,

sobreposição, arremates, testes de estanqueidade, método de aplicação, etc.

15.7 PRESERVAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

Deve-se impedir que a impermeabilização aplicada seja danificada por terceiros,

Page 120: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

120

ainda que involuntariamente, por ocasião da colocação de pregos, luminárias, pára- raios,

antenas coletivas, playground, pisos e revestimentos, etc. Considerar, como precaução, a

possibilidade de ocorrência de tais problemas quando da execução do projeto. Caso isto

não seja possível, providenciar a compatibilização em época oportuna, evitando escolher

as soluções paliativas.

15.8 A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS E DOS DETALHES DE

IMPERMEABILIZAÇÃO

Para Ripper (1995), todos os itens (projetos, custos, métodos executivos, etc.) que

envolvem a impermeabilização, a ausência de projetos específicos parece ser o principal

problema.

A impermeabilização ocupa um espaço importante na medida em que influi e altera uma

estrutura, um gabarito de obra, um projeto elétrico e hidráulico, ou seja, interfere em

todas as fases da obra. O projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido

conjuntamente com o com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a serem

previstas as correspondentes especificações em termos de dimensões, cargas e

detalhes.

Porém, a realidade nas obras é bem diferente. Na maioria dos casos, não existe o projeto

de impermeabilização, e a empresa impermeabilizadora somente é chamada quando o

edifício já está quase concluído; em geral não foram previstos os caimentos, proteções,

rebaixos e outros detalhes, fundamentais para o bom funcionamento da

impermeabilização. Por vezes não foi sequer prevista, no cálculo da laje a sobrecarga,

geralmente significativa, proveniente dos enchimentos e proteções necessários.

A falta de um projeto específico de impermeabilização, especificando os detalhes

necessários, que tenha sido desenvolvido de maneira coordenada com o projeto do

edifício, prevendo-se as interações com a estrutura, instalações, etc., implica uma série

de improvisações na obra, que além de bastante onerosa leva geralmente a soluções que

não são satisfatórias. Além disso, a falta de uma especificação clara e precisa dos

materiais e serviços leva-nos a uma série de problemas na contratação e na definição

das responsabilidades das diversas partes envolvidas (projetistas, executor da obra,

executor da impermeabilização, outros empreiteiros, etc.). Os custos de um projeto de

impermeabilização são inúmeras vezes menores que os custos decorrentes de eventuais

desperdícios, reparos, danos a diversas partes da construção etc., que podem ser

ocasionados por falta desse mesmo projeto. Vantagens do projeto de impermeabilização:

• Unificação dos orçamentos;

Page 121: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

121

• Facilidade durante a fiscalização;

• Antecipação dos possíveis problemas que possam vir a ocorrer durante a

execução da impermeabilização;

• Definição de etapas de execução de serviços;

• Prevenção dos possíveis problemas patológicos ou escolha do sistema de

impermeabilização inadequada; e

• Compatibilidade entre todos os projetos inerentes de uma obra (estrutura,

arquitetura, hidráulica e elétrica, paisagismo, etc.).

15.9 DETALHES CONSTRUTIVOS

O sucesso de uma impermeabilização depende também de uma série de detalhes, que

garanta a estanqueidade dos pontos críticos, singularidades, etc. A maior parte dos

problemas de impermeabilização se dá nas bordas, encontros com ralos, juntas,

mudanças de planos, tubulações que atravessam a cobertura, rodapés, etc. Para um

bom desempenho de todo o sistema, é preciso estar atento aos detalhes.

Alguns procedimentos básicos são: camada de regularização, caimento mínimo de 1% e

cantos e arestas arredondados, para evitar danos às mantas, preocupação com a

isolação térmica e mecânica. A simples fissura causada pelo movimento de uma laje, por

exemplo, pode pôr a perder todo o trabalho executado se o material e o sistema de

impermeabilização não forem projetados para aquela situação. Por esta razão merecem

especial atenção, seja na fase do projeto, quanto na de execução, os detalhes da

impermeabilização.

16 FALHAS RELACIONADAS COM UMIDADE

16.1 PRESSÃO HIDROSTÁTICA NEGATIVA

Quando atua no sentido oposto ao da impermeabilização (ex: subsolo com influência de

lençol freático e impermeabilização efetuada pelo lado interno).

Page 122: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

122

6.2 ÁGUA SOB PRESSÃO BILATERAL

Ex: subsolo com parede de piscina sujeita a influência do lençol freático. Nestes casos, a

impermeabilização deve resistir tanto a influência de pressão hidrostática negativa do

lençol freático, quanto a pressão positiva da água armazenada no seu interior, atuando

concomitantemente, ou de forma independente.

16.3 UMIDADE DO SOLO

Atua sem influência de pressão, atuando por contato ou na forma de vapor, é o caso de

subsolo sem ação de lençol freático. Deve-se prestar atenção ao se especificar um

sistema de impermeabilização para umidade de solo ou água em forma de vapor, pois

alguns materiais são impermeáveis a água na forma líquida, mas tem alta permeabilidade

a passagem de água em forma de vapor. Ex: argamassa com hidrófugo

Page 123: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

123

16.4 ABSORÇÃO CAPILAR DE ÁGUA

Os materiais de construção absorvem água na forma capilar quando estão em contato

direto com a umidade. Isso ocorre geralmente nas fachadas e em regiões que se

encontram em contato com o terreno (úmido) e sem impermeabilização. A água é

conduzida através de canais capilares existentes no material, pela tensão superficial.

Caso a água seja absorvida permanentemente pelo material de construção em região

em contato direto com o terreno, e não seja eliminada por ventilação, será transportada

gradualmente para cima, pela capilaridade. Esse é o mecanismo típico de umidade

ascendente. O método mais eficaz de combater umidade em paredes é por meio de

impermeabilização horizontal (de difícil execução se a obra já estiver concluída).

Page 124: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

124

16.5 ÁGUA DE INFILTRAÇÃO OU DE FLUXO SUPERFICIAL

Se o local que está em contato com o terreno não tiver recebido impermeabilização

vertical eficaz, ocorrerá absorção de água (da terra úmida) pelo material de construção

absorvente (através de seus poros), que poderá se intensificar caso a umidade seja

submetida a certa pressão, como no caso de fluxo de água em piso com desnível. Nessa

circunstância, deverá ser adotada impermeabilização vertical e, se necessário,

drenagem.

16.6 FORMAÇÃO DE ÁGUA DE CONDENSAÇÃO

Em determinada temperatura, o ar não pode conter mais que certa quantidade de vapor

de água. Esse estado é caracterizado pelo grau higrotérmico, igual à relação entre o peso

de vapor contido no ar e o peso de vapor saturante. A 17ºC resulta grau térmico de

100%, ou seja, ar saturado. Caso a umidade do ar seja de 60% a 70%, nos setores com

temperatura de 12ºC obrigatoriamente ocorrerá condensação de água, devido à umidade

relativa do ar ser mais elevada por causa da redução da temperatura.

16.7 ABSORÇÃO HIGROSCÓPICA DE ÁGUA E CONDENSAÇÃO

CAPILAR

Na condensação capilar, a pressão de vapor de saturação da água diminui, ou seja,

ocorre umidade de condensação abaixo do ponto de orvalho (17ºC). Quanto menores

forem os poros do material de construção, mais alta será a quantidade de umidade

produzida por condensação capilar. Além das dimensões dos poros, o mecanismo

depende principalmente da umidade relativa do ar. Quanto maior for a umidade relativa,

Page 125: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

125

maiores serão os vazios dos poros do material de construção que poderão ser ocupados

pela condensação capilar. Um ambiente com umidade relativa do ar em torno de 70%

produz, nos materiais de construção, certa quantidade de umidade por condensação

capilar, cujo valor se denomina umidade de equilíbrio. Caso o material de construção

contenha sais, a umidade de equilíbrio pode variar consideravelmente. O mecanismo de

absorção higroscópica da umidade é desencadeado do ar, do grau e do tipo de

salinização. Naturalmente, a absorção higroscópica da umidade desempenha papel

especial nas partes da edificação que se apresentam salinizadas por umidade

ascendente. Os locais subterrâneos e o térreo são os mais atingidos por esse fenômeno.

16.8 ASPECTOS RELEVANTES DA FORMAÇÃO DE MOFO E BOLOR

Conforme ALUCCI & FLAUZINO & MILANO (1985), o desenvolvimento de bolor ou mofo

em edificações pode ser considerado como um grande problema com grandeza

econômica e ocorrência comum em regiões tropicais.

Essa patologia provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a

recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer revestimentos, gerando gastos

dispendiosos.

O crescimento de bolor está diretamente ligado, conforme os autores citados

acima, à existência de umidade (alto teor no elemento o qual estão ou no ar). É

comum o emboloramento em paredes umedecidas por infiltração de água ou

vazamento de tubulações.

O emboloramento nada mais é do que uma alteração que pode ser constatada

macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo conseqüência do

desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos. Assim, como

todos os organismos vivos, estes possuem seus desenvolvimentos afetados com as

condições ambientais, sendo a umidade um fator essencial. Os fungos precisam sempre

de um teor de umidade elevado no material onde se desenvolvem ou uma umidade

relativamente bastante elevada no ambiente. As formas dessa presença de água nos

componentes internos e externos da edificação já foram citadas nos itens anteriores, tais

como, por exemplo, umidade proveniente de vazamentos, da obra, do solo, etc.

Para se evitar que o bolor aconteça nas edificações, já na fase de projeto, medidas

devem ser tomadas. Essas medidas visam garantir uma ventilação, iluminação e

insolação adequada aos ambientes, assim como idealizar a diminuição de risco de

condensação nas superfícies internas dos componentes e também evitar riscos de

Page 126: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

126

infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos, ALUCCI & FLAUZINO &

MILANO (1985).

Caso não seja possível prevenir, e a patologia ocorra, a limpeza da superfície é

necessária, com emprego de soluções fungicidas podendo até ocorrer a troca de

materiais, que estavam contaminados por outros que resistam a ação de crescimento do

bolor.

16.9 SISTEMAS RECOMENDADOS

16.9.1 Cimentos modificados com polímeros

Sua principal aplicação é impermeabilização de reservatórios, subsolos, cortinas, poços

de elevadores e pisos frios, sujeitos a umidade do solo, pressão hidrostática positiva e

negativa (lençol freático).

16.9.2 Mantas asfálticas

Possuem flexibilidade e suportam as deformações previstas em estruturas de paredes de

subsolo, para aplicação do lado externo, sujeitas ou não à ação de lençol freático,

liberando a parte interna das paredes para fixação de equipamentos, prateleiras, obras

de arte, etc.

Page 127: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

127

17 FALHAS MAIS COMUNS

Os problemas mais freqüentes que resultam no insucesso da impermeabilização têm

origem nas falhas de execução que, na maioria das vezes, estão relacionadas à

umidade, descolamento, fissuração e na instalação. No Brasil, existe a opinião

generalizada de que a maior parte das falhas de impermeabilização ocorre em detalhes,

particularmente em ralos e rodapés. Por isso, é importante a fiscalização da

impermeabilização por parte das construtoras e empreiteiras que subcontratam os

serviços de empresas especializadas. Um primeiro passo é o perfeito conhecimento das

normas técnicas existentes. Conheça algumas dicas básicas para a fiscalização da

impermeabilização.

17.1 FALHAS BÁSICAS:

• Ausência de projeto;

Page 128: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

128

• Escolha inadequada de materiais ou sistemas;

• Dimensionamento;

• Detalhes;

17.2 FALHAS DE DETALHES

• Juntas;

• Não execução de rodapé de impermeabilização 20 cm acima do piso acabado;

• Não consideração da argamassa de regularização para a previsão da cota de

passagem de água por vigas invertidas;

• Falta de proteção da base de platibandas, permitindo a infiltração sob a

impermeabilização;

• Falta de proteção mecânica; e

• Erros de projeção em outras partes do edifício como rede pluvial mal projetada ou

executada, falta de desnível na soleira e outros que causam infiltrações, reputadas

depois à impermeabilização

17.3 FALHAS NA QUALIDADE DOS MATERIAIS

• Materiais não normalizados com propriedades inadequadas à utilização;

• Materiais adulterados: ausência de controle de qualidade; e

• Adulteração por parte do fornecedor ou do aplicador.

17.4 FALHAS NA EXECUÇÃO

• Falta de argamassa de regularização que ocasiona a perfuração da impermeabilização;

• Não arredondamento dos cantos e arestas;

• Execução da impermeabilização sobre base úmida que compromete a aderência,

Page 129: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

129

gerando bolhas que poderão ocasionar deslocamentos e rupturas das películas

impermeabilizantes;

• Execução da impermeabilização sobre base empoeirada, comprometendo a aderência;

• Juntas: travadas por tábuas ou pedras, com cantos cortantes que podem “mastigar” a

impermeabilização; arremate de aresta da junta executado com argamassa que pode

desprender-se pela ação do mástique;

• Falta de berço para a manta butílica;

• Uso de camadas grossas na aplicação da emulsão asfáltica para economia de tempo,

dificultando a cura da emulsão;

• Falhas em emendas; pouco transpasse e mau uso do maçarico de ar quente nas

mantas de PVC;

• Perfuração de mantas pela ação de sapatas com areia, carrinhos, etc.; e

• Não aplicação das últimas camadas de hypalon, deixando o neoprene exposto às

intempéries, ocasionando deterioração rápida.

17.5 FALHAS DE UTILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO

• Danos causados na obra pela colocação de peso excessivo (entulho, equipamentos)

sobre a impermeabilização, quando sobre esta existe apenas uma proteção provisória;

• Perfuração da impermeabilização sem qualquer reparo, após a instalação de antenas,

varais, etc.;

• Danos causados à impermeabilização por ocasião de troca de pisos;

• Instalação de floreiras na cobertura de modo a possibilitar a penetração de água por

cima do rodapé impermeabilizado;

• Colocação de camada de brita sobre a cobertura, com o intuito de efetuar uma

correção térmica, que pode ocasionar fissuras devido à sobrecarga da laje (caso isso

não tenha sido previsto).

Page 130: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

130

18 PROTEÇÕES

18.1 PROTEÇÃO MECÂNICA

A proteção é uma camada sobrejacente à impermeabilização, com a finalidade de

protegê-la da ação de agentes atmosféricos e mecânicos.

A maioria das impermeabilizações, de cor negra, não pode ficar exposta aos raios

solares, pois nesta situação chega a atingir temperaturas muito elevadas, devido ao

efeito da radiação. Além disso, muitos materiais utilizados em impermeabilização e em

isolamento térmico são rapidamente degradados pela ação da luz solar.

18.2 PINTURAS REFLETIVAS

São proteções somente contra a radiação solar, sendo utilizados apenas em situação em

que a proteção mecânica possa ser dispensada, como em coberturas inacessíveis, ou

onde haja trânsito ocasional de manutenção, por exemplo. As pinturas refletivas são

aplicadas sobre as mantas ou membranas, e geralmente são utilizadas à base de

alumínio;

18.3 PROTEÇÃO MECÂNICA SIMPLES

Constitui-se o piso final, sendo utilizadas em áreas acessíveis, podendo ser constituídas

de argamassa, concreto armado ou piso (cerâmica, pedra natural);

18.4 PROTEÇÃO MECÂNICA DO TIPO MATERIAL SOLTO

Constitui na colocação de materiais granulares soltos (brita, argila expandida), podendo

ser utilizada em coberturas inacessíveis e de pequena inclinação; e

18.5 PROTEÇÃO MECÂNICA DO TIPO SOMBREAMENTO

Utilizada em coberturas acessíveis aos pedestres, é constituída de placas, sobre

pilaretes, de forma a obter colchão de ar entre as placas e cobertura. Trata-se também de

um isolamento térmico.

A proteção mecânica não é aplicada diretamente sobre a impermeabilização. Inicialmente

sobre a impermeabilização aplica-se uma camada separadora (feltro asfáltico, papel

Page 131: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

131

kraft). Antes da execução da proteção mecânica ou piso acabado definitivo, recomenda-

se uma proteção primária com argamassa, funcionando como uma proteção provisória,

evitando danos devido ao trânsito de terceiros e às tarefas de execução da

impermeabilização final. Em coberturas acessíveis a veículos, esta camada é substituída

por uma camada de emulsão asfáltica e areia, conhecida como “camada de anti-

proteção”.

19 PROTEÇÃO TERMICA E ACÚSTICA

19.1 PROTEÇÃO TÉRMICA

19.1.1 Isolamento térmico

Segundo a Impermec (2005), o planejamento do isolamento térmico a ser utilizado após a

execução da impermeabilização constitui uma etapa importante na construção, visto que

ela atende a três funções básicas: o conforto, a economia de energia, e estabilidade da

estrutura, com conseqüente aumento da vida útil dos componentes da edificação,

ampliando sensivelmente a durabilidade da impermeabilização.

A economia de energia dá-se em função da diminuição ou até eliminação da necessidade

de meios mecânicos de refrigeração ou aquecimentos necessários à garantia das

condições de conforto nos ambientes. A estabilização da estrutura é muito importante,

pois a movimentação térmica excessiva da estrutura pode trazer, além de outros

problemas, o comprometimento da impermeabilização da cobertura.

Os materiais mais freqüentes usados como isolante térmico são fibras de madeira,

cortiça, lã de vidro, espuma rígida de poliuretano, concreto celular, entre outros. Os

isolantes térmicos apresentados sob a forma de placas são em geral colados com

emulsão asfáltica. A camada do isolamento térmico deve ser colocada sobre a

impermeabilização e essa disposição apresenta as seguintes vantagens: Possibilita um

controle da impermeabilização, pois no caso de falha na impermeabilização, fica mais

fácil desta falha ser localizada, pois o isolamento térmico não ficará encharcado; Protege

a impermeabilização termicamente, o que contribui sensivelmente para o aumento da sua

durabilidade.

19.2 ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO

O isolamento termo acústico é uma preocupação cada vez maior dos arquitetos,

projetistas e empreendedores da área imobiliária.

Sustentabilidade e aquecimento global são assuntos constantes e que alteram a forma de

pensar dos profissionais da construção civil no que se refere à maneira de realizar seus

projetos, sejam residenciais, de escritórios, serviços ou industriais.

Page 132: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

132

19.2.1 O EPS

O EPS vem conquistando no Brasil novas formas de aplicação a cada dia, a versatilidade

do material e a facilidade com que se trabalha o produto tornam seu campo de aplicação

ilimitado. O EPS na Construção Civil

Além de “aliviar” o peso desnecessário no caso das lajes, o isolamento com EPS irá

contribuir diretamente para a redução dos custos operacionais da obra.

Isolamento no telhado, painéis monolíticos para as paredes, painéis de fechamento e

lajes é o que há de mais avançado na construção civil no mundo. Este processo

construtivo é normal em países da Europa e nos Estados Unidos. Com obras que vão

desde mansões na Inglaterra até construções de baixo custo à população carente da

Uganda, por exemplo.

Além da contribuição ao meio ambiente, quando utilizado no isolamento de edifícios, o

EPS proporciona economia de energia contribuindo para reduzir as emissões de CO² e

SO².

19.2.2 Lajes Impermeabilizadas – proteção térmica

As placas devem ser aplicadas diretamente sobre a laje já impermeabilizada. Avaliar a

que tipo de esforços esta laje será submetido, pois sua proteção poderá ser executada

de várias maneiras. Necessidade de acesso, isolamento térmico, proteção pura e

simples da impermeabilização.

Proteção mecânica de argamassa

Pedra solta

Pavimentação

Concreto

Telhas variadas

De acordo com estas aplicações a densidade do EPS aplicado deverá ser superior a 30

kg/m³, entre 30 e 50 mm de espessura.

Paredes – construção nova (Painéis Monolíticos)

Painéis monolíticos – densidade e Kg/m³ de acordo com o projeto

Paredes – prontas (Externas)

O EPS é um dos materiais mais qualificados e também o mais eficiente no isolamento

de paredes externas, pois reduz os movimentos diferenciais de origem térmica das

Page 133: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

133

estruturas e aumenta a inércia térmica do prédio.

Paredes – prontas (Internas)

Nesse caso o EPS, como isolante na face interna, minimiza o consumo de energia no

caso da utilização de resfriamento mecânico e, na face externa protegerá a parede de

eventuais dilatações prejudiciais, além de criar uma inércia térmica desejável.

20 CONSIDERAÇÕES FINAIS

20.1 SUGESTÕES PARA O BOM DESEMPENHO DA

IMPERMEABILIZAÇÃO

Muitos problemas associados a impermeabilizações podem ser encontrados e eliminados

ao se planejar já nos primeiros estágios de desenvolvimento da construção. O projetista

de impermeabilização deve estar envolvido desde o início, sendo que o sistema executivo

da impermeabilização deve ser discutido com todos os envolvidos na obra, a fim de se

garantir a qualidade do trabalho. São importantes os seguintes passos:

• Planejar e coordenar a impermeabilização com outros elementos da

construção;

• Verificar a experiência com produtos e sistemas que apresentaram um bom

desempenho;

• Projetar os detalhes típicos representativos de todos os detalhes encontrados;

• Controlar a aplicação;

• Verificar a idoneidade do aplicador;

• Exigir metodologia de trabalho;

• Controlar a qualidade do sistema;

• Checar a adequação do sistema;

• Verificar dimensionamento; e

• Indagar sobre detalhes de aplicação.

Page 134: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

134

ESQUADRIAS

1 GENERALIDADES

Chama-se esquadria às construções que se empregam na vedação das aberturas dos

edifícios. Dividem-se em externas e internas. A esquadria externa é constituída pelas

portas e janelas e a interna geralmente pelas portas, embora se apliquem caixilhos

também nos interiores para melhora de iluminação de certas peças.

A esquadria pode ser feita de madeira ou ferro e compõe-se essencialmente de duas

partes, o marco e a folha ou caixilho, conforme se trate de porta ou janela. Os marcos

servem para prender as folhas ou caixilhos. As portas e janelas podem ainda dispor de

bandeirola sendo que as últimas recebem postigo, tampo ou veneziana.

2. ESQUADRIA EXTERNA

A esquadria externa é constituída pelas portas, portões e janelas.

2.1 PORTAS DE MADEIRA

Os marcos das portas externas fazem-se de madeira dura, resistente às intempéries.

No sul do Brasil emprega-se geralmente o louro, a cabriúva, o angico e outras

essências. O cedro está sendo muito usado

na atualidade em virtude da escassez e do alto preço das madeiras duras. O uso do

pinho está restrito as construções de madeira. Os marcos podem ser simples ou de

rodaquina. O marco simples tem cerca de 5,5 a 4 cm de espessura e a largura de 8 cm.

Sua forma é retangular e pela parte externa recebe uma (Fig. 01). A ligação da verga

com os dois umbrais é feita de chanfro ou a meia madeira (Fig. 02).

O emprego do marco simples exige que a abertura tenha gola para a sua fixação. Essa

é feita com tacos de madeira deixados previamente na gola e onde se prende o marco

por meio de pregos ou parafusos, ou ainda com o auxílio de escápulas. Os tacos são

afastados de 1,00 a 1,20 m em média e colocam-se somente nos umbrais do vão. São

retangulares e medem 5 X 6 X 8 cm sendo de conveniência a sua pintura prévia com

carbolíneo ou outro preservativo.

Nas aberturas que não dispõem de gola ou nas paredes de frontal, onde não é hábito

deixar essa saliência, empregam-se marcos de rodaquina. Esses marcos são feitos com

Page 135: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

135

tábuas de 3 cm de espessura e com 6 a 9cm de largura (Fig. 03). A tábua interna A é

ligada de chanfro (Fig. 04) e a externa B de topo podendo ser entalhada (Fig. 05).

Esse marco fixa-se de pregos ou parafusos em tacos previamente embutidos na parede,

e do lado interno.

Nas construções de madeira com parede simples usa-se marco simples, fixado por meio

de pregos no lado interno da parede e tendo no exterior uma guarnição moldurada de 5

a 6 cm de largura por 1 cm de espessura.

Figura 01- pequena guarnição moldurada

Figura 02- chanfro e meia madeira Figura 03- marcos com 3 e 6 cm

Figura 04- ligação de chanfro Figura 05- ligação entalhada

Page 136: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

136

A espessura total do marco e da parede deve ser igual à espessura da folha da porta.

Freqüentemente se prescinde do marco e isto quando a espessura da folha da porta é

igual à da parede, colocando-se apenas a guarnição externa.

Nas paredes duplas empregam-se marcos de caixão tendo a parte interna justamente a

espessura da folha (Fig. 06).

2.1.1 Folhas

As folhas fazem-se geralmente de louro, porém nas construções de menor importância

ou quando há razões de economia; encontram-se também de cedro ou de madeira

compensada. O pinho reserva-se para as construções de madeira. A sua durabilidade é

menor e possui o inconveniente de empenar facilmente, exigindo o emprego de

espessuras mais fortes.

Figura 06- marcos de caixão

Figura 07 - Folhas de calha

Page 137: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

137

A largura das folhas das portas varia de 0,55 m a 0,90 m. O número de folhas depende

da largura da porta e pode variar de uma a quatro. E As folhas são de calha ou de

almofada podendo essas últimas ser envidraçadas.

As folhas de calha fazem-se com tábuas de macho e fêmea, molduradas e presas pela

face interna por meio de travessas, simplesmente aplicadas ou embutidas e que se

entarugam ou parafusam (Fig. 07), ou ainda com duas travessas colocadas nas cabeças

das folhas e ligadas por macho e fêmea (fig.08).

As folhas conforme as dimensões são feitas com tábuas 2 X 2,5 cm de espessura. Nas

portas encabeçadas (fig. 08), podem reforçar-se as travessas fazendo-as com 3 cm,

para evitar que empenem.

As folhas de almofadas são formadas por um quadro de madeira composto de

montantes e travessas, externas e intermediárias (fig. 09).

Os montantes têm cerca de 11cm de largura e 3,5 a 4 cm de espessura e ligam-se às

travessas por meio de espiga e mecha. A travessa inferior é mais larga, tem cerca de 25

cm de altura e recebe um soco de 15 cm mais ou menos.

A almofada é feita de tábuas com 2 a 2,5 cm na parte mais espessa, que se encaixam

em ranhuras abertas na parte interna do quadro (Fig.10).

As almofadas são o ponto fraco dessas portas, pois, não só não oferecem segurança

como também racham facilmente. Devem sempre ser inteiriças e, no caso de não ser

possível obter almofadas com a largura desejada, convém dividir os painéis por meio de

montantes intermediários (Fig. 11).

Figura 08 Figura 09

Figura 10

Page 138: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

138

As portas quando de duas ou mais folhas, recebem réguas de batente molduradas com

cerca de 1 cm de espessura e 4 a 5 cm de largura. Essas réguas servem para vedar as

juntas das folhas e também para anteparo da É

outra folha (Fig. 12).

As réguas de batente, conforme a importância da porta, recebem um capitel de remate e

um soco convenientemente moldurado. Nas portas de maior importância empregam-se

duas réguas de batente, uma interna e outra externa, podendo-se mesmo, para maior

segurança na vedação da junta, cortar o dorso das folhas a meia madeira (Fig.- 12).

As portas de almofada podem também ser envidraçadas. Nesse caso os montantes e as

travessas recebem um rebaixo para a colocação dos vidros (Figs. 13 a, b), podendo o

vão ser subdividido por meio de pinázios ou cordões.

A parte envidraçada também pode ser constituída por um postigo A

móvel, convenientemente subdividido e ligado a um dos montantes da folha. Nesse caso

o vão é gradeado.

Figura 11 Figura 12

Figura 13 a Figura 13 b

Page 139: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

139

2.1.2 Bandeirola

Nos vãos muito altos reduz-se freqüentemente a altura mediante a colocação de um

caixilho na parte superior, denominado bandeirola, que serve para iluminação da peça e

a e às vezes também pari a sua ventilação. ' A bandeirola é formada por um quadro,

composto de montantes e travessas, subdividido por meio de cordões. Os seus

componentes têm as mesmas dimensões que os da folha. A bandeirola é separada das

folhas da porta por meio de uma travessa moldada e saliente que forma batente e serve

de amparo à bandeirola (Fig 14). Essa pode ser móvel, girando em torno da aresta

inferior ou de um pino central.

2.2 PORTAS DE FERRO

As portas de ferro são usadas somente nos edifícios luxuosos e nas instalações

industriais. Constam, da mesma forma que as de madeira, do marco e da folha.

2.2.1 Marco

Os marcos são feitos de ferro chato e possuem exteriormente uma cobrejunta (Fig. 15).

Figura 14

Page 140: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

140

Figura 15

Prendem-se à alvenaria por meio de pinos de fixação colocados na sua parte interna. Os

marcos podem ser feitos também com ferros T ou Z fixados à alvenaria, como mostram

as figuras 16 a, b.

2.2.2 Folhas

As. folhas são formadas por um quadro feito de cantoneiras subdividido em painéis por

meio de travessas de ferro T, sobre o qual são fixadas as chapas de vedação, com 3 a 7

mm de espessura.

A costura das emendas é coberta por meio de cobrejuntas lenticulares ou molduradas.

Nas portas envidraçadas, o vidro é assente num postigo feito de ferros e preso à

abertura da folha.

Além das portas de abrir existem ainda as de enrolar, feitas de chapa ondulada e muito

em uso nas casas comerciais. Constam de uma chapa com ondulações horizontais, que

desliza entre ferros U colocados lateralmente e enrola na parte superior num tambor que

se movimenta com o simples impulso dado à cortina.

Existem ainda portas de enrolar do tipo telado que permitem também a visão interna da

peça ou mostruário.

Figura 16 a

Figura 16 b

Page 141: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

141

2.3 PORTÕES DE MADEIRA

Os portões de madeira são empregados nos armazéns, garagens, depósitos, muros de

vedação e noutros fins. São de abrir ou de correr e fazem-se de calha (Fig. 17) ou de

almofada.

As almofadas podem ser de calha, dispostas vertical ou diagonalmente (figs. 18 a, b).

As folhas têm a espessura de 4 a 5 cm e são presas, nos marcos ou; diretamente na

alvenaria dos umbrais do vão, por meio de gonzos (Figura 19).

As folhas de abrir devem ser estreitas para não pesarem em demasia, forçando as

dobradiças. As folhas grandes exigem gonzos especiais que se fixam lá alvenaria. Nos

portões menores ou de pequenas folhas empregam-se marcos simples.

Os portões de correr são suspensos por meio de roldanas que deslizam sobre ferros

chatos. As folhas possuem na parte inferior pequenos roletes que se deslocam dentro de

um ferro U fixado no solo e que serve para manter a folha no seu lugar (Fig. 20).

Figura 17 Figura 18 a Figura 18 b

Figura 19

Page 142: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

142

Os portões dos muros de vedação das residências são feitos geralmente com peças de

madeira, verticais e horizontais ou também Existem as mais variadas formas, de

acordo com a feição do edifício. Os portões podem ser de uma ou duas folhas ou

mesma mais (Fig. 21). As diversas peças são fixadas com parafusos de cabeça

esférica. Não possuem marcos e movimentam-se por meio de gonzos fixados nos

pilares dos muros.

2.4 PORTÕES DE FERRO

Esses portões são totalmente de chapa ou de grade ou então possuem uma parte

chapeada e a outra gradeada. Não possuem marco. O quadro da folha é formado por

um montante de ferro quadrangular e um outro de ferro chato (Fig. 22 a). As travessas

também são de ferro Chato.

O montante de ferro quadrado é colocado junto ao pilar do muro. A parte inferior apóia

no orifício de uma peça de bronze ou ferro fundido por meio de um pino arredondado,

feito do mesmo material, e que serve para movimentá-lo (Fig. 22 b). Nas partes superior

e intermediária empregam-se gonzos fixados dos na alvenaria (Figs. 22 a, b, c).

O batente é feito com ferro chato ou cantoneiras fixadas ao montante do quadro (Figs.

24 a, b). Nos portões fechados usa-se chapa lisa ou ondulada, convenientemente

cravada.

Figura 20

Page 143: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

143

O portão recebe na parte superior uma travessa-batente, feita de cantoneiras ou ferro T,

que serve também para fixar o fecho. Essa travessa-batente é dispensável nos

pequenos portões de uma folha nos quais a régua de batente vertical é constituída por

uma cantoneira fixada à alvenaria(figs. 23 a, b, c).

2.5 JANELAS DE MADEIRA

As janelas compõem-se do marco e dos caixilhos, podendo ainda “ter tampos ou

venezianas, sendo raro o emprego simultâneo desses dois últimos. O caixilho pode ser

de abrir, de suspender, de correr ou de báscula.

Os caixilhos mais comuns são os de abrir. Atualmente estão voltando ao uso os

caixilhos de suspender, também chamados guilhotina, outrora tão em uso. A

preocupação de espaço e de não danificar as cortinas tem dado preferência a este tipo,

principalmente o de contrapeso que é de fácil manejo.

Figura 21

Page 144: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

144

2.5.1 Marcos

Os marcos fazem-se de madeira dura e resistente às intempéries, tais como: louro,

cabriúva, grápia, angico e outras.

Os marcos podem ser simples ou de rodaquina. São aplicados as golas ou às arestas

internas dos vãos. Os marcos das figuras 25 a 27 são para janelas com caixilhos de

abrir, o primeiro para vão com gola e tampo, e os demais para vãos sem gola e com

veneziana ou tampo.

Figura 22 a Figura 22 b

Figura 23 a, b, c

(b)

(a)

(c)

Figura 24 a, b

Page 145: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

145

Figura 25 a Figura 25 b

Figura 26 a Figura 26 b

Figura 27

Figura 28

Page 146: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

146

A travessa inferior do marco, chamada peitoril, é constituída por uma pingadeira e por

uma tábua de peito. Essa última pode faltar nas janelas das paredes de pequena

espessura. Nesse caso o peitoril avança para servir de amparo ao tampo ou recebe uma

tábua de guarnição (Fig. 28).

Junto do caixilho há um canalete para escoamento da água de condensação ou que

possa penetrar com o vento. Esse canalete comunica com o exterior por meio de um

furo existente no peitoril do marco.

A parte externa do peitoril é moldurada em forma de uma gola invertida e tem na parte

inferior uma pingadeira. A distância entre a folha da janela e o tampo ou a veneziana

faz-se, no mínimo, de 6 cm ou 4 cm, conforme se usem cremonas de cruzeta ou de

argola.

O caixilho, nas janelas de guilhotina, move-se através de uma ranhura deixada para

esse fim nos umbrais do marco. Esses são formados por uma peça retangular na qual

estão aplicados os sarrafos que formam as corrediças, sendo o externo constituído pela

própria guarnição do marco (fig. 29).

O peitoril é formado por uma peça inteiriça como mostra a figura 30, tendo na face

inferior uma pingadeira. Na face interna recebe uma guarnição para fixação dos tampos.

O marco, nas janelas com venezianas, mais largo e tem a forma constante da figura 31.

Figura 29 Figura 30

Figura 31 Figura 32

Page 147: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

147

Os caixilhos podem movimentar-se também por meio de uma peça metálica formada por

um pequeno espigão que se desloca dentro de uma corrediça de ferro fixada nos

umbrais do marco (Fig. 32).

Os marcos para caixilhos basculantes são simples ou de rodaquina. Os umbrais

recebem dois sarrafos que se estendem até meia altura, um' inferior e outro superior,

com afastamento igual à espessura do caixilho.

A parte superior do marco apresenta um rebaixo e o peitoril possui pingadeira (Fig. 33).

Nos caixilhos fixos, com partes móveis, a disposição é idêntica como se pode ver na

figura 34 onde a parte móvel é A. Os detalhes acham-se na figura 35. O caixilho recebe

lateralmente um pino metálico que embute num orifício, feito no umbral do marco, e

protegido por uma chapa de pino (Fig. 36). Os caixilhos móveis em torno de um eixo

vertical são idênticos.

2.5.2 Caixilhos

Figura 33 Figura 34

Figura 35 Figura 36

Page 148: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

148

Os caixilhos são formados por montantes e travessas ligados por meio de respigas e

mechas. São feitos geralmente de louro, cedro ou pinho, devendo dar-se preferência ao

louro pela sua maior durabilidade, embora razões de economia levem muitas vezes ao

emprego do cedro. O pinho é usado somente nas construções de madeira.

A travessa inferior do caixilho recebe uma moldura saliente, denominada pingadeira,

cuja finalidade é evitar que a água da chuva possa penetrar no interior do prédio, para o

que possui na face inferior uma pequena ranhura. A pingadeira e a travessa devem ser

feiras de uma peça única, evitando-se a sua justaposição por meio de pregos ou

parafusos (Fig. 37).

O caixilho é subdividido por meio de cordões ou pinázios, que são réguas estreitas,

simples ou molduradas, com 3 cm de altura e tendo na face externa, da mesma forma

que os montantes e as travessas, pequenos rebaixos para o assentamento dos vidros.

Os vidros são fixados no caixilho por meio de pequenos pregos sem cabeça que se

colocam a distância de 15 a 20 cm. Depois são emassados com massa especial feira de

gesso e óleo de linhaça, que se aplica com uma espátula.

A espessura das peças do caixilho varia ordinariamente de 3 a 5,5 cm conforme as suas

dimensões, podendo excepcionalmente alcançar 5 cm. A largura dos montantes e

travessas é geralmente de 7 cm.

2.5.3 Caixilhos fixos

Os caixilhos fixos empregam-se nas aberturas destinadas à iluminação das escadas,

em certos tetos de madeira, onde servem para ocultar as clarabóias, e nos interiores,

onde reforçam a iluminação das peças. Os caixilhos fixam-se ao vão da abertura da

mesma forma que os marcos, podendo-se pregá-los em tacos previamente embutidos

Page 149: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

149

ou recorrer às escápulas, que se cravam na alvenaria. Os caixilhos internos não

recebem pingadeira.

2.5.4 Caixilhos móveis

Compreendem os caixilhos de abrir e os de guilhotina.

2.5.5 Caixilhos de abrir

Os caixilhos de abrir recebem réguas de batente na junção de um com o outro, podendo

estas serem simples ou duplas. Pode proteger-se ainda a junta por meio de um rebaixo

feito em cada caixilho o que evita qualquer possibilidade de entrada do vento-e mesmo

da chuva, como já foi indicado para as portas na figura 12.

Os caixilhos de abrir fazem-se geralmente com 50 a 70 cm de largura, não convindo que

sejam maiores, pois constituem sempre uma saliência interna incômoda e prejudicial à

colocação de cortinas, principalmente nas peças pequenas onde freqüentemente

roubam bastante espaço.

Assim, conforme a largura do vão da janela, divide-se em certo número de folhas de

dimensões não excedentes de 50 a 60 cm. Têm-se assim as janelas de duas, três ou

quatro folhas.

As janelas de quatro folhas possuem caixilhos ligados entre si dois a dois. Muitas vezes,

para evitar que as dobradiças sejam danificadas com o peso das folhas, empregam-se

caixilhos laterais fixos ou então colocam-se montantes que dividem a abertura em dois

ou mais vãos (Fig. 38).

Os caixilhos, quando muito largos ou altos estão sujeitos a empenar. Evita-se o excesso

de largura aumentando o número de folhas e a altura demasiada por meio de

bandeirolas fixas ou móveis.

Page 150: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

150

As bandeirolas são idênticas aos caixilhos e quando fixas parafusam-se no marco, o

qual possui uma travessa intermediária moldurada que serve também de batente ao

caixilho (Fig. 39). As bandeirolas móveis são iguais aos caixilhos basculantes, tendo

pingadeira na travessa inferior (Fig. 40).

2.5.6 Caixilhos de guilhotinas

Os caixilhos das janelas de guilhotina não necessitam de pingadeira. As dimensões dos

diversos elementos são as mesmas que as dos caixilhos de abrir.

Figura 38

Page 151: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

151

Os caixilhos fazem-se com a largura de 75 a 90 cm, dividindo-se o vão por meio de

montantes quando excede àquelas dimensões.Os caixilhos de guilhotina quando de

dimensões exageradas tornam-se pesados e por conseguinte de difícil manejo.

Esse inconveniente pode ser removido mediante contrapesos que se movimentam

dentro dos umbrais do marco por meio de roldanas colocadas convenientemente.

2.5.6 Caixilho de báscula

Os caixilhos de báscula recebem pingadeira. As suas dimensões também são limitadas

para não se tornarem de difícil manejo e oferecerem possibilidades de empenamento. A

largura varia de 70 cm a l m conforme a altura. , São movimentados por meio de uma

corrente ligada a um fecho de mola ou então por meio de aparelhos especiais de

alavanca, dos quais existem diversos modelos. Podem girar em torno da aresta inferior

ou de um eixo central. No primeiro caso recebem dobradiças e no outro dispõem de

pinos especiais. Os pinos são sempre ligeiramente deslocados para cima a fim de

facilitar a queda da báscula.

2.5.7 Tampos e postigos

Tampo

Os tampos são feitos de calha ou almofada, e destinam-se a fechar os caixilhos,

evitando a entrada da luz e do frio.

Figura 39 Figura 40

Page 152: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

152

Oferecem os mesmos inconvenientes dos caixilhos de abrir e que se removem em parte

com a sua divisão em folhas de pouca largura que, dobradas umas sobre as outras,

ocupam pouco espaço.

As folhas têm a espessura de 2,5 a 3 cm, conforme as suas dimensões, e 30 a 40 cm de

largura. A junção é vedada por entalhes a meia madeira como mostra a figura 40 b.

Fixam-se numa guarnição, presa ao próprio marco (Fig. 40 a).

Postigos

Os postigos são tampos que se fixam ao próprio caixilho.

Usam-se nas janelas sem bandeirola e também nas portas envidraçadas.

Podem ser de almofada ou de calha, inteiriços ou de dobrar. A espessura varia de 2 a

2,5 cm.

Os tampos e os postigos fazem-se de cedro ou de pinho.

2.5.8 Venezianas

As venezianas constituem um outro meio de vedação dos caixilhos, apresentando porém

a vantagem de permitir a renovação constante do ar dos ambientes. Durante o dia

oferecem uma iluminação suave e constituem um meio bastante eficiente para manter

os compartimentos frescos.

As venezianas fazem-se com as mesmas madeiras já indicadas para os caixilhos. São

formadas por um quadro de montantes e travessas e, quando muito altas, recebem

também travessas intermediárias.

As travessas são chanfradas na face interna do quadro e os montantes recebem

entalhes para alojamento das palhetas, que têm os bordos arredondados (Fig. 41).

§ Os entalhes podem também se estender por toda a espessura da veneziana. Esse

processo não é tão bom quanto o primeiro podendo as palhetas se desprenderem com o

tempo (Fig. 42). As palhetas nesse caso são trapezoidais.

Figura 40

Page 153: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

153

Existem também venezianas com palhetas móveis que permitem graduar a iluminação,

facilitando assim a visão para o exterior. São manejadas por meio de uma peça

articulada a uma série delas.

2.5 JANELAS DE FERRO

As janelas de ferro são de abrir ou de báscula e possuem marco caixilho como as de

madeira.

2.5.1 Janelas de abrir

Marcos

Os marcos são formados com ferros I, T e Z (Figs.43 a, b,c), sendo o peitoril constituído

por uma chapa curva fixada à cantoneira e que funciona como pingadeira (Fig. 44). Os

marcos são fixados à alvenaria por meio de pequenos pinos.

Caixilhos

Figura 41 Figura 42

Fig. 43 a Fig. 43 b Fig. 43 c

Page 154: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

154

O quadro dos caixilhos é feito com ferro - cantoneiras e os cordões com ferro T (Figs.

45 a,b).

Os montantes do batente recebem uma régua feita de ferro chato ou lenticular. Podem

empregar-se também cantoneiras (Fig. 46), ou substituir um dos montantes por um ferro

Z (Fíg. 47).

Os vidros são emassados pelo lado interno. Outra solução é o emprego de ferros T

como mostram as figuras 1106 a,b,c. Nessa disposição, que é mais freqüente, O vidro é

emassado pelo lado externo.

A travessa inferior do caixilho recebe em ambas as soluções uma pequena chapa curva

que serve de pingadeira.

Figura 44

Figura45 Figura 45 b

Page 155: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

155

A travessa inferior do caixilho recebe em ambas as soluções uma pequena chapa curva

que serve de pingadeira.

O assentamento uniforme dos vidros sobre a aba do perfil é obtido mediante uma leve

camada de massa de vidraceiro, colocada previamente. Os vidros

são postos sobre essa pasta e, depois de presos por meio de pequenos pinos metálicos,

são emassados.

Figura 46 figura 47

Figura 48 a Figura 48 b

Figura 48 c

Page 156: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

156

2.5.2 Janela de báscula

Marcos

Os marcos dessas janelas são feitos com ferros L ou T e prendem-se ao vão por meio

de pinos.

Caixilhos

Os caixilhos são executados com ferros L e T como se faz para as janelas de abrir

(figura 49). A parte de abrir pode ser construída por um único caixilho móvel ou por

diversos pequenos caixilhos que se abrem simultaneamente pela ação de uma

alavanca. Essas últimas são chamadas janelas de escamas ou americanas (figura 50).

2.5.3 Caixilhos fixos

a- Os caixilhos

Os caixilhos fixos são constituídos por um quadro, feito de cantoneiras ou ferros T, que

se fixa á alvenaria por meio de pinos. Os pinázios são também de ferro T (figura 51). Na

parte posterior deixa- se um pequeno canalete, com saída para o exterior, afim de dar

escomento às águas de condensação.

b- Caixilhos de cimento

Modernamente os caixilhos fixos de cimento estão em uso no exterior dos edifícios.

Esses caixilhos são moldados conforme a figura 52 e possuem lateralmente pequenas

ranhuras para colocação de varões de ferro. O seu assentamento não oferece

dificuldade, de vez que são cimentados uns aos outros, formando os varões embutidos

numa trama metálica que os reforça.

Page 157: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

157

A colocação dos vidros P=Pé feita estendendo-se previamente uma camada de massa

de vidraceiro ou pasta de cimento. O vidro é posto em seguida e emassado com massa

comum e vidraceiro ou cimento.

Esses caixilhos recomendam-se pela sua durabilidade, não exigindo os mesmo cuidados

de conservação que são indispensáveis nos similares em madeira ou ferro. O aspecto é

agradável e os tornam recomendáveis para as grandes aberturas destinadas à

iluminação de escadas ou vestíbulos.

3 ESQUADRIA INTERNA

A esquadria interna é geralmente de madeira e constituída pelas portas e eventualmente

por caixilhos fixos.

3.1 PORTAS

As portas compõem-se dos marcos e das folhas.

Figura 49 Figura 50 Figura 51

Figura 52

Page 158: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

158

3.1.1 Marcos

Os marcos são geralmente de pinho, fazendo-se porém também de cedro nas

construções mais luxuosas. São de rodaquina ou de caixão.

3.1.2 Marco de rodaquina

Os marcos de rodaquina têm a forma de uma cantoneira e são constituídos pelo marco

propriamente dito e pela guarnição (Fig. 53).

Figura 53

O marco é retangular e tem 8 a 10 cm de largura e 2 cm de espessura. Prende-se à

alvenaria por meio de tacos previamente embutidos nos umbrais dos vãos.

A guarnição é formada por uma tábua, de 6 a 10 cm de largura e com 1 a 1,5 cm de

espessura, moldurada na face externa ou simplesmente é boleada na extremidade. Fixa-

se aos tacos depois de feito o reboco grosso. Os marcos de rodaquina usam-se nas

paredes muito espessas onde economicamente não convém o marco de caixão

Marco de caixão - Os marcos de caixão têm a forma de U e são constituídos pelo marco

propriamente dito, de largura igual à espessura ' da parede, e por duas guarnições

aplicadas em cada uma das faces da parede (Fig. 54).

Page 159: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

159

O marco propriamente dito quando aplicado em paredes de espessura até um tijolo faz-

se completamente liso e daí para cima com almofadas. A sua espessura é de 2 a 5 cm,

conforme a largura. Na extremidade em que fecha a folha da porta, recebe um 'rebaixo

de 1 cm de profundidade e com largura dependente da espessura da folha e da

guarnição.

Essa geralmente tem 1,5 cm de espessura e de 6 a 12 cm de largura, podendo ser

moldurada ou simplesmente boleada. Nesse último caso a face interna do marco é lisa.

As guarnições recebem um pequeno soco e pregam-se ao marco somente depois de

rebocadas as paredes. Nas paredes muito espessas empregam-se freqüentemente

marcos de rodaquina nas duas extremidades do vão, assumindo o conjunto a forma de

um marco de caixão do qual tenha sido eliminada a parte em almofada.

Essa solução, embora não apresente uma feição tão agradável quanto do caixão, tem

entretanto a vantagem de ser mais econômica (Fig. 56).

3.1.3 Folha

As portas, conforme a largura, podem ter uma a quatro folhas. As folhas fazem-se de

pinho ou cedro e são de abrir ou decorrer sendo aquelas as mais comuns.

Figura 54

Figura 55

Page 160: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

160

3.1.4 Folhas de abrir

As folhas de abrir têm 0,60 a 1,00 m de largura e 3 a 5 cm de espessura. A altura varia

comumente de 2,00 a 12,00 m e no caso de ser maior usam-se bandeirolas, que podem

ser móveis, auxiliando assim a renovação do ar das peças. Atualmente estão em uso,

nas construções correntes, as portas de uma folha, empregando-se duas somente nos

edifícios luxuosos ou de caráter monumental.

As folhas fazem-se de calha, de almofada ou inteiriças. As folhas de calha são iguais às

das portas externas e as de almofada são formadas por um quadro cujos montantes e

travessas têm em média 9 a 11 cm de largura, exceto a travessa inferior que mede

comumente 20 cm (Fig. 57).

As almofadas são embutidas nos entalhes existentes na face interna do quadro e são de

menor espessura. Devem ser inteiriças e, no caso de não se encontrarem com a largura

desejada, convém dividir o vão por meio de montantes secundários (Fig. 58).

A almofada pode ser feita ainda com tábuas molduradas de macho e fêmea, colocadas

verticalmente ou diagonalmente (Fig. 58), ou com madeira compensada com 1,5 cm de

espessura, fazendo-se o quadro sem subdivisão. A travessa inferior é geralmente mais

larga (Fig. 59).

As folhas inteiriças são feitas de madeira compensada e são suscetíveis

de serem lustradas. Estão muito em uso. As portas internas podem ser também

envidraçadas. O envidraçado pode estender-se por toda a folha ou abranger somente e

parte superior, sendo, nesse caso, a parte inferior de almofada (Figs.60 a, b).

Figura 56 Figura 57 Figura 58

Page 161: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

161

3.1.5 Folhas de correr

As folhas das portas, quando de grandes dimensões, são de correr para que não

ocupem muito espaço, encaixando-se dentro da parede por uma abertura existente no

marco (Fig.62)

As folhas são suspensas na parte superior por meio de roldanas que correm sobre

trilhos de ferro chato (Fig. 63). Na parte inferior possuem uma saliência metálica que se

desloca dentro de uma corrediça com forma de U, fixada no piso (Fig. 64).

Essas portas usam-se comumente entre a sala de jantar e a sala ou o salão de

recepção. As portas de dobrar têm o inconveniente de serem incômodas, ocupando não

só espaço como também causando má impressão quando abertas.

Figura 62

Figura 59 Figura 60 Figura 61

Page 162: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

162

3.1.6 caixilhos

Os caixilhos internos são feitos de madeira ou de ferro e são semelhantes aos extremos

dos quais em nada diferem, podendo ser totalmente fixos ou ter partes móveis.

4 GRADEAMENTOS

Os gradeamentos são formados por montantes e travessas. Os montantes são feitos de

1 ferro quadrado e afastam-se de 10 a 15 cm. As travessas são de ferro chato, colocado

horizontal ou verticalmente. As travessas colocam-se horizontalmente nos montantes de

ferro redondo (Fig. 65) e verticalmente nos demais perfis; nesse ultimo caso são duplas,

cravando-se uma em cada face dos ferros (Fig 66).

Figura 65 Figura 66

Empregam-se no mínimo duas travessas, uma em cima e outra embaixo, podendo

entretanto haver outras intermediaria conforme a feição da grade.

Os montantes podem terminar em ponta ou serem limitados pelas travessas como é o

caso dos parapeitos dos balcões e das guardas de escadas, onde são rematadas pelos

Figura 63 Figura64

Page 163: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

163

corrimãos. Alguns dos montantes são embutidos de 15 a 20 cm na alvenaria e os

demais ficam a pequena distância podendo também ser rematados por um ferro chato.

As travessas são embutidas de 6 a 8 cm nos umbrais das aberturas ou nos pilares. Nas

grades muito extensas (Fig. 67) colocam-se escoras intermediarias, em correspondência

com os montantes, afastadas de 1,5 a

2 m e mesmo mais, conforme as circunstancias (Fig. 68). Tanto os montantes como as

escoras recebem unhas nas extremidades embutidas a fim de reforçar a sua fixação a

alvenaria, que é feita com argamassa de 1 de cimento por 1 de areia.

Os montantes redondos têm geralmente o diâmetro de 3/8, 1/2 ou 5/8 polegadas e os

quadrados 10 a 25 mm de lado. As travessas são de 3 a 8mm de espessura por 25 a

40mm de largura. A decoração dos gradeamentos com feito com feição artística é feita

por meio de ferros chatos de 2 a 3 mm de espessura cravados ou soldados

eletricamente nos elementos estruturais da grade. Podem empregar-se também

elementos ornamentais de ferro fundido, chumbo ou bronze.

Figura 68

A tendência moderna é para simplificação dos gradeamentos, dispensando-se todos os

elementos assessórios e sem utilidade. Assim, os gradis modernos caracterizam-se pelo

emprego quase exclusive de montantes e travessas, sendo essas freqüentemente de

ferro redondo como nos parapeitos das sacadas ou nas guardas de escadas (Fig. 69).

Freqüentemente o gradeamento se reduz a um simples cano de ferro, com cerca de

11/2 polegadas de diâmetro, revestido com latão ou niquelado quando interno e preso á

alvenaria Fig 70. Por meio de pequenos montantes quadrados havendo às vezes

também uma travessa intermediária de ferro chato.

Figura 67

Figura 67

Page 164: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

164

5 FERRAGEM

As peças de ferro, usadas para movimentar e fixar as folhas e os caixilhos nos

respectivos marcos, são genericamente denominadas ferragens. O tipo e as dimensões

destas peças dependem da natureza da esquadria em que são aplicadas. As ferragens

destinadas a permitir o movimento dos caixilhos são os gonzos e as dobradiças e as que

se destinam a fixá-los são os fechos, as aldravas, as cremonas e as fechaduras.

5.1 GONZO

Os gonzos constam de duas partes, uma que é fixada ao marco ou alvenaria e outra que

é presa à folha da esquadria.

A parte que é fixada ao marco ou a alvenaria é constituída em sua forma mais simples

por um ferro chato com furos ou unhas numa extremidade e com um pino na outra.

A parte que é presa na folha da porta possui numa extremidade diversos furos e na

outra é recurvada, formando olhal (Fig. 71).

Figura 71

Os gonzos tiveram grande aplicação no passado, assumindo as mais variadas formas.

Atualmente, a não ser nos edifícios calcados em estilos tradicionais, as suas formas são

muito simples e o seu emprego está circunscrito aos portões. Frequentemente o gonzo

inferior é substituído por um espigão que apoia sobre uma espécie de cachimbo

embutido na alvenaria (Fig. 72)

Page 165: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

165

5.2 DOBRADIÇAS

As dobradiças dividem-se em externas e internas. Externas (Figs. 73 e 74 ), são

aplicadas na face e internas (Figs. 75 e 76),

Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76

As que são presas no dorso da folha da porta. Essas ultimas são estreitas e aquelas

largas. Tanto umas como as outras podem ser de charneira simples ou múltipla.

Os pinos das dobradiças da charneira simples são fixos e os das de charneira múltipla

são soltos.

As dobradiças internas dc pino fixo são também denominadas hamburguesas (Figs. 77 e

78) e as do pino solto, americanas (Fig. 79 ). As dobradiças são fixadas por meio de

parafusos. Quando empregadas nas portas e janelas, o seu afastamento é em média de

1,00 m. Encontram-se no comércio com diversos tamanhos, tendo por base a altura.

Nas portas que tem de ser abertas continuamente, mas que convém conservar

fechadas, empregam-se dobradiças de molas. Essas portas são conhecidas pelo nome

de vaivém.

5.3 FECHOS DE CORRER

Os fechos de correr são de aplicar ou de embutir; aqueles colocam-se na face interna

das portas e dos caixilhos e esses encaixam-se na junta das mesmas.

Figura 72

Page 166: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

166

Os fechos de aplicar constam de uma chapa, com orifícios para ser parafusada, e de um

ferrolho móvel dentro de guias e que encaixa na abertura feita na soleira ou num

grampo-parafusado.

O ferrolho pode ser de pendurar ou de mola, aquele mantendo- se suspenso por meio

de um braço (Fig. 80), e esse outro por meio de uma mola colocada entre ele e a chapa

(Fig. 81).

Os fechos de embutir são todos de mola e são colocados no dorso das portas mediante

entalhe aberto previamente (Fig. 82). Esses fechos oferecem maiores garantias que os

externos, pois não podem ser manejados quando a porta está fechada.

O ferrolho é circular e tem na extremidade uma pequena travessa ou uma alavanca para

ser acionado. Encontram-se com diversos comprimentos.

5.4.1 Fechos de mola

Esses fechos são empregados nas bandeirolas ou nos caixilhos de báscula. Possuem

interiormente uma mola que os mantém sempre fechados. São abertos por meio de uma

corrente ou cordel e voltam a sua posição primitiva quando abandonados (Fig 83).

Figura 80 Figura 81

Figura 79

Figura 77 Figura 78

Page 167: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

167

Figura 82 Figura 83

5.5 TARJETAS

As tarjetas são pequenos fechos para serem usados horizontalmente; uns são de correr

e outros de girar (Fig. 84)

5.6 FECHOS DE BORBOLETA

Os fechos de borboletas são usados nos postigos. Encontram-se de ferro fundido ou

forjado. Prendem-se ao caixilho ou a folha da porta por meio de um parafuso (Figs. 85 e

86).

Figura 84

Figura 84

Page 168: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

168

Encontram-se também com o pino fixo a uma pequena chapinha que se parafusa.

5.7 CREMONAS

As cremonas são fechos formados por duas hastes verticais de ferro de meia-cana,

articuladas em duas peças com cremalheira e que se movimentam dentro de uma caixa,

por meio de uma roda dentada é acionada pela maçaneta (Figs. 87 e 88)

As varas ou hastes de ferro deslocam-se dentro de guias de ferro fundido ou forjado,

presas ao caixilho ou á folha da porta. As extremidades embutem em pequenos

receptáculos denominados castanhas.

As caixas das cremonas são feitas de bronze ou de ferro, fundido ou niquelado. As

maçanetas podem ser de cruzeta ou de argola. Essas últimas são muito mais cômodas,

Figura 85 Figura 86

Figura 87 Figura 88

Page 169: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

169

pois ocupam pouco espaço, sendo aconselháveis nos casos em que o espaço entre os

tampos e o caixilho é muito reduzido.

5.8 ALDRAVAS

As aldravas servem para fixar as folhas das portas e janelas. São feitas geralmente de

arame de ferro e têm uma extremidade articulada e a outra com a forma de um gancho,

para ser enfiado num olhal com rosca (Fig. 89)

5.9 FECHADURAS

As fechaduras compõem-se da caixa, da maçaneta, do espelho e da chapa-testa.

6 CAIXA

A caixa contém os dispositivos necessários ao acionamento da fechadura que se

compõe de trinco e lingueta.

O trinco é acionado pela maçaneta e em algumas fechaduras também pela chave. A

lingueta é movimentada pela chave, que pode ser de macho ou fêmea, conforme seja

maciça ou cavada na extremidade.

As fechaduras são de uma ou duas voltas, de acordo com o número de voltas

necessárias para colocar a lingueta totalmente de fora. Nas fechaduras de duas voltas a

lingueta tem maior saliência.

A caixa da fechadura pode ser extrema ou interna. Essa é embutida na junta da porta

mediante entalhe feito na madeira e aquela é simplesmente aplicada ao tardoz, ficando

saliente. E também chamada fechadura de caixa.

Figura 89

Page 170: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

170

As fechaduras embutidas oferecem maior segurança pois, uma vez fechada a porta,

esta só pode ser aberta com a chave, o que não se verifica nas fechaduras externas.

As fechaduras, conforme as necessidades podem ser direitas ou esquerdas. Existem de

diversos tamanhos e tipos, próprias para portas internas e externas. Essas últimas são

mais resistentes e possuem melhor acabamento.

Algumas fechaduras possuem apenas lingueta, outras também maçaneta fixa ou trinco.

Encontram-se no comércio fechaduras especiais, com tambores, que oferecem grande

segurança e são usadas de preferência nas portas externas.

7 MAÇANETAS

As maçanetas são formadas por duas maçanetas, uma com espigão e a outra com

encaixe, tendo ambas furos que se correspondem e que servem para fixa-las por meio

de um pino.

As maçanetas podem ter a forma de L, que é a mais comum ( Fig.90), ou de T, podendo

também serem esféricas. Muitas vezes a maçaneta externa é esférica e fixa, servindo

apenas como puxador.

Existem maçanetas de diversos tamanhos e com as mais variadas formas, podendo ser

de bronze, de metal niquelado, de madeira ou de baquelite. Essas últimas foram

introduzidas há pouco no mercado e fabricam-se com diversas cores. Têm o

inconveniente de se romperem com facilidade. As maçanetas mais usadas são as de

metal niquelado.

Figura 90

Figura 90

Page 171: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

171

Os espelhos possuem a forma de uma chapa alongada com dois orifícios, um para

maçaneta e outro para chave, além dos pequenos orifícios destinados a sua fixação

(Fig. 91).

Os espelhos podem ser de ferro preto, metal niquelado, bronze, latão, ferro fundido ou

baquelite, conforme a importância da porta.

Encontram-se também espelhos formados de duas partes, uma para a maçaneta, de

forma quadrada ou circular (Fig. 92) e outra para a chave, de forma retangular ou oval

(Fig. 93).

As fechaduras de caixa possuem espelho somente na face externa.

As chapas-testas das fechaduras de embutir são formadas por uma simples chapa e as

das fechaduras de aplicar são constituídas por uma caixa ambas com aberturas para

entrada da lingueta e do trinco.

E As chapas-testas das fechaduras de embutir são parafusadas na parte interna do

marco, fazendo-se entalhes prévios em correspondência com as aberturas. Essas

chapas testas são embutidas mediante pequenos recortes feitos a madeira. As chapas

testas das fechaduras de aplicar são parafusadas ao tardoz do marco e tem numa das

faces uma saliência para ser fixada também na junta.

No comércio existe uma grande variedade em ferragens destinadas aos mais diversos

fins e que se destacam pelas suas inúmeras qualidades de luxo, simplicidade,

resistência e economia.

Figura 91

Figura 92

Figura 93

Page 172: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

172

O construtor deve precaver-se ao contratar a esquadria de um edifício, escolhendo de

antemão a ferragem que deseja, afim de evitar que seja aplicado material inferior ou que

não agrade, pois a variedade é enorme.

8 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIAS DE MADEIRA

8.1 PORTAS

8.1.1 Documentos de Referência

Projeto de contrapiso;

Projeto de arquitetura;

Projeto de alvenaria;

8.1.2 Materiais Necessários

Batentes e portas de madeira

Sarrafo 1” x 2” para travamento

Serra circular de bancada de marceneiro

Serra circular elétrica manual

Prumo de face

Régua de alumínio com nível de bolha acoplado

Plaina

Dobradiças

Fechaduras completas

Alisar

8.1.3 Serviços Preliminares

Recebimento:

As esquadrias são entregues nas dimensões do projeto com acabamento

superficial liso, aparelhadas e lixadas.

Inspecionadas quanto à qualidade, ao tipo, à quantidade total, ao acabamento, às

dimensões e ao funcionamento.

Page 173: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

173

Deverão receber uma demão de selador para madeira.

Os batentes serão fornecidos montados no esquadro, travejados com sarrafos de

madeira, inclusive com a respectiva esquadria, porta ou janela.

As portas são fornecidas nas dimensões padrão ou de acordo com as dimensões

do projeto.

Armazenamento:

Na posição vertical, sobre calços e em local isento de cal, cimentos, óleos, graxas

e barras de aço.

O local deve ser coberto e fechado, longe de umidade e respingos e as

esquadrias devem ficar longe de solo. Não é aconselhável misturar tipos

diferentes na mesma pilha e as esquadrias ficam sempre embaladas.

Peças do batente: na posição horizontal e apoiadas sobre caibros. O batente

montado, as janelas e portas prontas ficam na vertical apoiadas sobre caibros.

Folha da porta: na horizontal sobre uma chapa de compensado e apoiado sobre

caibros.

8.1.4 Passo a passo para a fixação da porta

A alvenaria deve estar concluída, com vãos prontos para o recebimento dos

caixilhos.

Posicionar a porta no prumo, mantendo-a centralizada no vão de modo que as

folgas fiquem igualmente espaçadas nas abas laterais.

Figura 94

Page 174: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

174

Furar a alvenaria com broca de vídea de 8 mm sobre o furo do batente e fixar buchas nestes furos.

Marcar as posições das dobradiças e da fechadura.

Cavilha

Batente

Bucha

Parede alvenaria

Marcar as posições das dobradiças e da fechadura.

Posicionar a porta corretamente no vão, parafusando as dobradiças no batente.

Figura 95

Figura 96

Page 175: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

175

8.2 JANELAS

8.2.1 Passo a passo para fixação de janela

A parede deve estar acabada.

Deixar 1cm de sobra de cada lado da parede.

O produto a ser instalado deve estar totalmente impermeabilizado, inclusive na

parte externa do batente.

Impermeabilizar a parte que ficará em contato com a janela

Nuca utilizar pregos e jamais instalar o produto direto na alvenaria

Colocar as cunhas entre a janela e a parede.

Verificar o nível esquadro e prumo. As cunhas devem estar bem justas e sem

muita pressão.

Figura 97 Figura 98

Page 176: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

176

Cuidados:

Cuidados com a pintura: escorrimentos de tinta por sobre as ferragens podem

danificá-las, prejudicando seu funcionamento.

Manutenção: lubrificação periódica de roldanas e dobradiça, além de uma revisão

geral.

Aplicar, antes da instalação, um produto impermeabilizante no lado do caixilho

para proteger a madeira contra possíveis ataques do cimento e da cal. Esta

impermeabilização é feita com tinta ou verniz sintético, adequados a

9 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIA DE ALUMÍNIO

9.1 PORTAS E JANELAS

9.1.1 Documentos de Referência

• Projeto de arquitetura;

• Projeto de esquadria de alumínio;

• Especificações técnicas dos fabricantes de contramarcos e caixilhos.

9.1.2 Materiais Necessários e Equipamentos

Figura 99 Figura 100

Page 177: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

177

• Contramarco e grapas e chumbamento;

• Argamassa de cimento e areia, traço 1:3 em volume;

• Sarrafo de 1” x 2”;

• Arame recozido nº 18;

• Cunhas de madeira;

• Martelo;

• Furadeira elétrica;

• Broca de vídea com diâmetro de 6mm;

• Barras de aço com diâmetro de 6,3mm;

• Marreta de 0,5kg;

• Máquina de solda;

• Eletrodos;

• Prumo de face;

• Nível de bolha;

• Nível alemão ou aparelho de nível a laser;

• Torquês;

• Régua de alumínio de 1” x 2” para reforço dos montantes;

• Régua de alumínio de 1” x 2” com 2m de comprimento para conferencia do

alinhamento;

• Colher de pedreiro;

• Caixa plástica para acondicionamento de argamassa;

• Trena metálica;

• Esquadro metálico;

• Selante para vedação;

• Caixilhos de alumínio completos;

• EPI’s: capacete, bota, luvas de raspa, mascara de proteção facial e cinto de

segurança para trabalhos pelo lado externo do edifício.

9.1.3 Serviços Preliminares

Armazenamento

Em local coberto, longe do solo, da umidade e de respingos.

Page 178: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

178

Na posição vertical sobre caibros ou conforme o indicado na embalagem.

Não misturar tipos diferentes na mesma pilha e sempre que possível manter as

esquadrias na embalagem.

9.1.4 Passo a passo de execução

O início dos trabalhos é precedido por uma inspeção conjunta com o fabricante

contratado, verificando:

Dimensões, prumo, nível e taliscas dos vãos.

Não ocorrência de trabalhos adjacentes.

Acabamentos perimetrais, soleiras,peitoris, rejuntamentos etc.

O chumbamento do contramarco. Toda superfície do perfil deve ser preenchida

com argamassa de areia e cimento, pois qualquer fresta ou falha será ponto de

infiltração.

A folga razoável que permite "chapar" a argamassa é de 30 mm entre o

contramarco e a alvenaria.

Page 179: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

179

Page 180: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

180

Page 181: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

181

Page 182: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

182

Terminada a instalação recomenda-se uma inspeção observando:

Page 183: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

183

As condições de aperto dos parafusos e rebitagens aparentes das esquadrias e

dos acessórios de movimentação e segurança.

Em todos os contornos, a aplicação e possível falta ou falhas de colocação , fitas

vedantes, silicones ou escovas de polipropileno, conforme o caso.

A aplicação correta de silicones nas juntas e interfaces com as paredes ou outros

elementos construtivos.

Que as partes em alumínio não possuam manchas ou riscos e que as partes em

alumínio não tenham manchas de silicone.

10 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DE ESQUADRIA DE VIDRO

10.1 PORTAS /JANELAS

10.1.1 Documentos de Referência

• Projeto de arquitetura;

• Projeto de esquadria de vidro;

• Especificações técnicas do fabricante ;

10.1.2 Passo a passo para instalação

1º O primeiro passo é tirar as medidas do vão em quatro pontos, sendo dois na

horizontal e dois na vertical. Em seguida, adquirir o kit-instalação na medida desejada,

os vidros temperados, o trinco e o puxador.

Page 184: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

184

2º Desembalar o kit, organizando todos os componentes para a instalação.

3º Medir o vão e cortar os excessos dos perfis guia e trilho superior.

4º Colocar a escova de vedação no perfil guia.

5º Instalar o perfil guia com parafusos. É importante fixar os parafusos do perfil guia na

canaleta destinada aos vidros fixos.

Page 185: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

185

6º Mede-se e corta-se o perfil U apoiado na guia até a altura total da janela. Esse

primeiro corte serve para permitir o alinhamento do trilho superior com a guia.

7º Com um nível manual, aprumar o perfil, para garantir que a janela ficará nivelada.

Observar qual será o alinhamento correto do trilho superior e fazer uma marca com

lápis. Esse procedimento deve ser utilizado para os dois lados da janela.

Page 186: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

186

8º Após verificado o prumo, afixar o trilho superior. Aparafusar no vão o trilho superior

com parafusos. Num vão com até 2 metros é possível executar-se essa tarefa sem

ajuda. Acima dessa medida é preciso um ajudante para segurar o perfil.

9º Depois do trilho superior instalado, mede-se e corta-se pela segunda vez o perfil U

lateral para ajustar esse perfil encaixado no trilho superior.

10º Faz-se a instalação dos perfis U nas laterais com dois furos e aparafusamento de

cada lado.

Page 187: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

187

11º Fixado o quadro, a segunda parte é o posicionamento dos vidros fixos. Colocar as

duas cunhas de regulagem embaixo do local de cada um dos dois vidros fixos, evitando

que o vidro seja posicionado diretamente na guia do alumínio.

12º Posicionar o vidro sobre as cunhas e empurrá-lo em direção ao perfil U. Nesse

momento, uma cunha fica embaixo do vidro e outra exposta. Com a ajuda de um

estilete, posicionar a segunda cunha embaixo do vidro até que este fique alinhado.

13º Depois dos dois vidros fixos encaixados, observa-se o paralelismo dos dois. Toma-

se as medidas inferior e superior para verificar-se o alinhamento e o prumo. Se for

necessário alterar o prumo, é quebrada a cunha para se fazer os ajustes na altura; se

não for suficiente, utilizar um calço de madeira. É importante que os vidros fixos fiquem

perfeitamente paralelos na parte central, pois na parte lateral o desnível é absorvido pelo

perfil U lateral, que possui 22 milímetros no caso do kit, exatamente para permitir esse

recurso.

14º Depois dos paralelismos observados e corrigidos, já se pode fazer a montagem dos

vidros de correr. Uma dica é no momento de se colocar as roldanas, deixá-las na

metade do furo, para poder ter alguma tolerância de ajuste.

Page 188: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

188

15º Antes de colocar a porta, é importante verificar se não ficou algum cavaco, sujeira ou

resíduo dentro da canaleta por onde a roldana vai correr.

16º. Encaixam-se as duas folhas e alinha-se seu posicionamento pela roldana, cuidando

para que, no transpasse, as folhas de vidro fiquem alinhadas em perfeito paralelismo.

17º Instalar, com uma furadeira e parafusos, os limitadores das roldanas nos cantos, que

irá delimitar a abertura máxima da janela.

18º Logo em seguida, medem-se as distâncias dos transpasses. Posicionar as folhas

móveis fechadas, de modo que a mesma distância do transpasse de uma deve ser igual

à de outra.

Page 189: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

189

19º Abre-se um dos vidros e padroniza-se, com o limitador da roldana, a parada da

porta. Depois afasta-se uma das portas e fixa-se o limitador por baixo do trilho com uma

furadeira e parafusos.

20º O perfil de transpasse (opcional) é encaixado no vidro fixo sob pressão.

21ºe 22º Depois disso, vem a instalação dos puxadores e do trinco.

23º Encaixe, em seguida, o perfil clique, para fechar a canaleta inferior e proporcionar

um melhor acabamento.

Page 190: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

190

24º Em seguida, encaixe a capa do perfil superior sob pressão. Para fixar a capa ao

trilho superior, nunca se deve bater o martelo de metal ou borracha diretamente na capa.

Usar sempre uma proteção, de preferência madeira revestida com pedaço de carpete.

Bater o martelo nessa madeira para que esta assente a capa sem amassá-la.

25º. Por último, é feita a vedação de silicone em todo o perímetro da janela, por dentro e

por fora.

Page 191: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

191

16. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023 – Referências – Elaboração. Rio de janeiro. 2002

BRASILIT. Ondulada Brasilit. [ S.l ]: Brasilit Saint Goban, 2010. Disponível em:<

www.brasilit.com.br/pdf/ondulada.pdf> acesso em: 24mar. 2012 CARDOSO, Francisco Ferreira. Coberturas em Telhados: notas de aula. São Paulo, 2000. Disponível em:< www.skynet.eng.br/projetos/dec/downloads/13188011789609.pdf>acesso em: 24 mar. 2012. NAHUM, Kelly. Cobertura telhas de fibrocimento. [2005]. 50 Slides PIANCA, João Baptista . Manual do construtor. Porto Alegre: Editora Globo,1955. 653 p.

RODRIGUES, Aline; SILVA, Fabiano. Cobertura em telhas cerâmicas e fibrocimento.

2004. 46 Slides

SANTOS, Peterson Rodrigo Vaz dos; SERAFIM, Romilson. Cobertura em

fibrocimento. 2006. Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na

Disciplina Tecnologia da Construção Civil II, Centro Tecnológico, Universidade Federal

do Pará, Belém, 2006. 18p.

______, ________________________; SERAFIM, Romilson. Cobertura em

fibrocimento. 2006. Trabalho de conclusão de curso - Centro Tecnológico,

Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.

MELLO, Luciano Soares Lucas de. Impermeabilização – Materiais, procedimentos e

desempenho. 2005. 43f. Trabalho de conclusão de curso (Tcc) – Curso de engenharia

Civil. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2005.

ABNT, Instituto Brasileiro de Impermeabilização, Universidade Católica de Pernambuco,

Universidade Federal de Santa Maria – RS e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo –

FAU/USP.

http://metalica.com.br/sistemas-de-impermeabilizacao-na-construcao-civil

http://www.athena.eng.br/impermeabilizacao/mantas-asfalticas

Page 192: Mestre de Obras_8_cobertura Geral, Tratamentos e Esquadria_2

Curso Mestre de Obras

Módulo de Cobertura Geral, Tratamento e Esquadria

_________________________________________________________________________________

192

http://pt.scribd.com/doc/60970069/313/Elastomeros-sinteticos-em-solucao

http://mundodaimpermeabilizacao.blogspot.com.br/2009/03/aplicando-manta-asfaltica-

passo-passo.html

http://www.casadoimpermeabilizante.com.br/problemas-e-solucoes

http://impermaster.net/tecnicas/289.html

http://impermaster.net/tecnicas/298.html

http://www.tecnocell.com.br/eps.php?epsID=1

GUIA revenda viapol. São Paulo, 2008. 22p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023 -Referências –

Elaboração. Rio de janeiro. 2002

ESQUADRIAS Primos Ltda. - Procedimentos para uma Boa Instalação de Esquadrias

de Madeira. Rio Grande do Sul. Disponível em: <

http://www.esquadriasprimos.com.br/instalacao.html. Acesso em: 30 mar. 2012.

PIANCA, João Baptista . Manual do construtor. Porto Alegre: Editora Globo,1955. p.

593-620 .