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Mercados informação global Cuba Ficha de Mercado Outubro 2017

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informação global

Cuba Ficha de Mercado Outubro 2017

aicep Portugal Global

Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

2

Índice

1. Dados Gerais 3

2. Economia 5

2.1. Situação Económica e Perspetivas 5

2.2. Comércio Internacional 9

2.3. Investimento 13

2.4. Turismo 14

3. Relações Económicas com Portugal 15

3.1. Comércio 15

3.2. Serviços 19

3.3. Investimento 19

3.4. Turismo 19

4. Condições Legais de Acesso ao Mercado 19

4.1. Regime Geral de Importação 19

4.2. Regime de Investimento Estrangeiro 23

5. Informações Úteis 26

6. Contactos Úteis 28

7. Endereços de Internet 31

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

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1. Dados Gerais

Mapa:

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Área: 109 884,01 km2 (ONEI – Oficina Nacional de Estadísticas e Información de Cuba)

População: 11,5 milhões de habitantes (Previsão 2017)

Densidade populacional: 107 hab/km2 (World Population Review)

Designação oficial: República de Cuba

Chefe de Estado: Raúl Castro Ruz (assumiu o cargo do irmão, Fidel, em 24 de fevereiro de 2008)

Primeiro Vice-Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez

Data da atual Constituição: 24 de fevereiro 1976 (última revisão em junho 2002)

Principais Partidos Políticos: O Partido Comunista de Cuba (PCC) é o único partido político legal. As últimas

eleições para as assembleias provinciais e nacional tiveram lugar em fevereiro de

2013 e as próximas estão previstas para fevereiro de 2018

Capital: Havana (2,1 milhões de habitantes – ONEI 2015)

Outras cidades importantes: Santiago de Cuba, Holguín, Cienfuegos, Camagüey, Santa Clara e Guantánamo

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Religião: País laico com liberdade de culto. Cerca de 80% da população é cristã,

predominantemente católica; 16% sem religião e 4% de outras religiões (Censo

2011)

Língua oficial: Castelhano

Unidade monetária: Peso Cubano – CUP (moeda local; salários, pensões e bens produzidos localmente

são pagos nesta moeda); também circula o Peso Cubano Convertible – CUC (moeda

usada só internamente nos pagamentos em outlets, para bens importados e pelos

turistas)

1 CUC = 24 CUP

1 CUC = 1 USD (só no mercado interno, já que o CUC não é cotado no exterior)

1 EUR = 1,1787 CUP (Banco de Portugal-BdP, final de setembro 2017)

Risco país: Risco político – CCC (AAA = risco menor; D = risco maior)

Risco de estrutura económica – CCC

Risco país – CCC

(The Economic Intelligence Unit, EIU – junho 2017)

Risco de crédito: Operações de Curto prazo – Limite total por operação (1 M€) enquadrável na Linha

de Seguro de Créditos de Curto Prazo. Limite total de responsabilidades (10 M€).

Médio/Longo prazo – Fora de cobertura.

(COSEC - setembro 2017)

Principais relações internacionais e regionais:

Apesar de possuir peculiaridades dificilmente compatíveis com a vivência

internacional multilateral, Cuba integra algumas organizações internacionais, sendo,

desde logo, membro fundador do GATT, atual Organização Mundial do Comércio

(World Trade Organization – WTO), mas com um desempenho pouco ativo, e

membro da Organização das Nações Unidas (United Nations – UN) e suas agências

especializadas (Funds, Programmes, Specialized Agencies and Others). Não há

qualquer participação por parte de Cuba nas instituições financeiras internacionais

mais relevantes, não sendo, assim, membro do Banco Mundial, do Fundo Monetário

Internacional ou de quaisquer outros bancos regionais. A nível regional integra a

Associação Latino-americana de Integração (Asociación Latinoamericana de

Integración – ALADI), o Sistema Económico Latino-americano e do Caribe (Sistema

Económico Latino-americano y del Caribe – SELA) e a Associação de Estados do

Caribe (Asociación de Estados del Caribe – AEC). Na vertente bilateral, Cuba tem

relações políticas e económicas estratégicas com a Venezuela, com quem celebrou

um importante acordo petrolífero em condições preferenciais, estabeleceu parcerias

técnico-económicas no âmbito da Alternativa Boliviana para os Povos da Nossa

América (Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América – ALBA),

mantém intercâmbios privilegiados com a China e o Vietname (realce para a

vertente do investimento) e boas relações com o Brasil e a Argentina. Relativamente

ao relacionamento dos EUA para com Cuba os interessados podem consultar as

FAQ related to Cuba, do US Department of the Treasury, atualizadas em janeiro de

2017, sendo que o relacionamento comercial entre os dois países é abordado no

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5

ponto VI (pág. 18), bem como o site Sección Especial Cuba-EEUU, do Ministerio de

Relaciones Exteriores de Cuba e o documento Informe de Cuba Sobre la resolución

71/5 de la Asamblea General de las Naciones Unidas, titulada "Necesidad de poner

fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de

América contra Cuba", de junho de 2017, disponível no site CubavsBloqueo

(também disponível em português, ver ponto 1.3. Novas medidas de

recrudescimento do bloqueio do atual Governo dos Estados Unidos, pág. 8).

Relacionamento com a União Europeia (UE):

No que respeita ao relacionamento com a União Europeia, Cuba não celebrou

qualquer Acordo de natureza económica ou comercial, contudo, em abril de 2014, as

partes iniciaram negociações para a celebração de um futuro acordo bilateral de

cooperação e de diálogo político que inclui um capítulo relativo à cooperação

económica e comercial. Na sexta ronda de negociações, ocorrida em dezembro de

2015, as partes chegaram a um acordo final sobre o referido capítulo, tendo

encerrado as negociações em março de 2016. Assinado pelas partes a 12 de

dezembro de 2016, a maior parte do disposto no Acordo será aplicado

provisoriamente a partir de 1 de novembro de 2017 (partes do Acordo aplicadas

provisoriamente), sendo de destacar que, em termos de comércio de mercadorias,

este Acordo assume a natureza de acordo não preferencial, ou seja, não implica

redução/isenção de direitos aduaneiros no comércio entre as partes. Mais

informação sobre o relacionamento bilateral entre a UE e Cuba pode ser consultada

no Portal European External Action Service (EEAS) - Relations between Cuba and

the European Union.

Ambiente de Negócios:

Competitividade (Rank no Global Competitiveness Index 2017/18) * Facilidade de Negócios (Rank no Doing Business Rep. 2016) *

Transparência (Rank no Corruption Perceptions Index 2016) 60º Ranking Global (EIU, entre 82 mercados) 80º

Nota: (*) País não considerado nos respetivos rankings

2. Economia

2.1. Situação Económica e Perspetivas

A República de Cuba é um arquipélago, constituído pelas ilhas de Cuba e da Juventude e por 1 500

cayos1 e ilhotas, com uma área total de 109 884 km

2. Cuba é a maior das ilhas das Caraíbas e goza de

uma importante posição estratégica - dista 150 Km dos EUA (Florida), a norte; 77 Km do Haiti, a leste;

140 Km da Jamaica, a sul; e a 210 Km do México (Yucatán), a ocidente.

A economia cubana é sustentada por recursos naturais, sendo um dos maiores produtores de níquel,

para além de possuir depósitos consideráveis de ferro, cobre e cobalto, havendo também explorações de

1 Pequenas ilhas rasas, arenosas, formadas na superfície de um recife de coral. Frequentemente alagadiças apresentam-se cobertas de mangue na sua maior parte, e as praias são de baixa profundidade.

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ouro, prata e crómio. O petróleo, explorado desde 1916, e o gás natural têm também destaque2. A cana-

de-açúcar, café e tabaco têm, igualmente, um peso importante na economia do país, a par do setor do

turismo. O capital humano é um dos principais pilares da economia de Cuba, que regista a maior taxa de

alfabetização, esperança de vida e cobertura de saúde3 de toda a região das Caraíbas.

Cuba apresenta uma estrutura económica mista, caracterizada por alguns sectores tipicamente de país

em desenvolvimento e outros de país desenvolvido, registando relativos atrasos em matéria de

infraestruturas, indústria e serviços4.

De um modo geral, pode dizer-se que o sector agropecuário é pouco produtivo, a indústria extrativa, o

sector energético e a indústria pesada necessitam de modernização, enquanto a indústria ligeira

apresenta algumas áreas muito desenvolvidas, como a biotecnologia, informática e eletrónica. No sector

dos serviços, distinguem-se, pelos seus elevados padrões de desenvolvimento, os sectores da saúde,

educação, cultura e desporto, sendo de destacar também o turismo que apresenta grandes

potencialidades. O comércio tem ainda um nível de desenvolvimento deficiente, apesar das medidas

para a sua modernização. Em junho de 2016 abriu, em Havana, o primeiro armazém grossista de bens

de consumo (sobretudo bens alimentares e de limpeza), denominado Zona+, podendo ser aí abertos

outros e nas capitais de província. O Estado, o único importador, espera, assim, melhorar a oferta interna

de bens de consumo e limitar o mercado paralelo, dinamizando o mercado retalhista a preços mais

baixos. Esta gradual liberalização da economia, ainda muito estatizada, potencia os negócios privados

(pequenas empresas e cooperativas) atraindo também o investimento estrangeiro para o setor, embora

sob vigilância atenta do governo. De referir, que a mão-de-obra é bastante qualificada, o que constitui

um ativo económico5. Todavia, o país continua no fim da lista do ranking “Ambiente de Negócios”, tendo

descido duas posições, da 78ª (período 2016-20) para a 80ª (2017-21), a que não são alheios fatores

como a falta de infraestruturas, o sistema dual de taxa de câmbio e as sanções americanas, que se

traduzem na diminuta integração internacional da economia cubana, a maior barreira ao crescimento

económico do país.

A The Economist Intelligence Unit (EIU) estima que, em 2016, a participação do sector primário no

produto interno bruto (PIB) foi de 3,7%, enquanto os setores secundário e terciário representaram,

respetivamente, 22% e 74,3%.

Em termos de emprego, o setor dos serviços é o que mais emprego absorve, com 72% do total, seguido

da agricultura (18%) e da indústria (10%) (Central Intelligence Agency - CIA Factbook, 2013).

A chegada ao poder de Raul Castro, em 20066, deu início a um programa de reformas estruturais, quer

para uma transição política, quer para uma reorientação da economia, esta através de diversas medidas

2 Recentemente foram encontradas reservas na costa norte da ilha, perto de Varadero, a uma profundidade entre 2 e 3,5 km, no

bloco 9 (há 59 blocos no país) 3 Comparáveis com as dos países desenvolvido (EIU).

4 O governo controla ainda uma percentagem significativa da economia. 5 Atualmente, 1/5 da população tem mais de 60 anos, o que a prazo pode colocar alguns problemas económicos.

6 Provisoriamente, quando o seu irmão Fidel renunciou por doença. Em 2008, foi formalmente ratificado como Presidente.

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para a liberalização e abertura à iniciativa privada, com o objetivo de captar investimento e injetar

liquidez na economia7. Entre as reformas encetadas destacam-se: a limitação dos mandatos políticos, a

nova política migratória, a abertura da economia à iniciativa privada e às cooperativas, a redução de

empresas estatais, a eliminação de algumas proibições como compra e venda de casas e de veículos

entre particulares, e aprovação de um plano de entrega de terras estatais baldias para usufruto de

agricultores privados, com vista a fomentar a produção nacional8.

Como fatores incentivadores do desenvolvimento figuram, assim, a promoção da iniciativa privada e a

liberalização gradual do sistema económico, a criação de um ambiente mais favorável ao investimento

estrangeiro, a crescente integração regional e internacional, a maior diversificação da economia e a

revisão das estratégias de exportação. O levantamento do embargo económico imposto a Cuba, pelos

EUA, e que dura há mais de meio século (apesar do restabelecimento das relações diplomáticas entre

os dois países), contribuiria também para um mais rápido desenvolvimento económico, mas não se

afigura que tal suceda durante a administração de Donald Trump (até 2021).

Em linhas gerais, o Governo tem vindo, embora a um ritmo lento, a ampliar as modalidades de produção

não estatal, a conceder mais autonomia de gestão às empresas públicas e a apostar numa maior

descentralização do processo decisório de investimento e de produção. Com estas medidas e mudanças

na política económica, as autoridades cubanas procuram melhorar a produtividade e a competitividade

da economia, introduzindo maior racionalidade no sistema público e ampliando o papel do setor não

estatal.

Segundo dados da EIU, o PIB cubano registou uma taxa de crescimento de 4,4% em 2015, impulsionado

pelo consumo interno e pelo investimento, que foi muito superior à taxa de crescimento do PIB mundial e

da América Latina, nesse ano (respetivamente de 2,4% e de 0,1%). Estima, no entanto, uma forte

diminuição do crescimento económico, devendo o PIB registar uma contração de 0,9%em 2016,

prevendo-se que haja uma recuperação gradual em 2017, 2018 e 2019, podendo o PIB crescer,

respetivamente, 1,4%, 1,8% e 2,1%.

Esta desaceleração, em 2016, deve-se aos preços internacionais desfavoráveis do níquel, petróleo e

açúcar, assim como à redução da ajuda da Venezuela (até recentemente o seu maior parceiro

económico), refletida em menores subsídios à compra de petróleo e no atraso nos pagamentos de

serviços médicos, pese embora Cuba tenha adotado medidas de austeridade como racionamento de

eletricidade e cortes nas importações. A recuperação prevista do PIB, em 2017, 2018 e 2019, ainda que

a taxas baixas, ficar-se-á a dever à melhoria dos preços internacionais das commodities e à

consolidação das reformas económicas - ganhos de eficiência através da racionalização do setor

público, do desenvolvimento de novas atividades no setor não estatal e da implementação de um novo

sistema financeiro; acesso a investimento estrangeiro; e diversificação dos parceiros de comércio

externo.

7 Este plano foi aprovado pelo Congresso do PCC, em abril de 2011.

8 Cuba importa à volta de 70% dos alimentos consumidos.

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Entre 2017 e 2021, a política económica seguirá as diretrizes aprovadas, em abril de 2016, pelo

congresso do Partido Comunista Cubanos / PCC (que se realiza de 5 em 5 anos) e que pouco diferem

das aprovadas pelo congresso em 20119. O novo Plano aprovado dará enfâse à execução e afinamento

das reformas aprovadas em 2011, ao invés de introduzir maiores mudanças, promovendo a emergência

do setor privado e uma maior abertura ao investimento estrangeiro, de forma gradual. Os setores do

turismo, da construção, dos transportes e das comunicações devem continuar a liderar a economia.

Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2014a

2015a

2016b

2017c 2018

c 2019

c

População Milhões 11,4 11,5 11,5 11,5 11,5 11,5

PIB a preços de mercado1 10

6 CUP 80 656 87 133 89 689 96 448 103 343 110 118

PIB a preços de mercado1 10

6 USD 80 656 87 133 89 689 96 448 103 343 110 118

PIB per capita USD 7 050 7 600b 7 820 8 400 8 990 9 570

Crescimento real do PIB Var. % 1,0 4,4 -0,9 1,4 1,8 2,1

Consumo privado2 Var. % 4,6 7,4 3,0 2,5 3,0 3,5

Consumo público2 Var. % -1,0 0,0 -2,0 1,5 1,9 -3,9

Formação bruta de capital fixo2 Var. % -4,9 18,3 2,0 5,1 4,2 3,5

Taxa de desemprego – média % 2,7 2,4 2,0 2,2 2,4 2,7

Taxa de inflação - média % 5,3b 4,6

b 4,5 4,8 5,0 5,1

Dívida pública % do PIB 37,7b 38,8

b 32,1 35,8 37,5 37,4

Saldo do sector público % do PIB -1,6 -5,5 -6,3 -8,5 -5,5 -4,3

Balança corrente 106

USD 3 112b 1 941

b 2 007 985 669 566

Balança corrente % do PIB 3,9 2,2 2,2 1,0 0,6 0,5

Dívida externa 109 USD 29,5

b 29,5

b 20,6

c 20,5 20,8 19,9

Dívida externa % do PIB 36,6b 33,9

b 23,0

c 21,3 20,1 18,1

Taxa de câmbio – média (oficial) 1USD=CUC (d) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Taxa de câmbio – média (oficial) 1EUR=CUC 1,33 1,11 1,11a 1,13 1,16 1,15

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Notas: (a) Valores atuais; (b) Estimativas; (c) Previsões

(d) O Peso Cubano Oficial (CUP): O Peso Cubano Convertible tem uma taxa de convertibilidade fixa em 1 USD:1 CUC; as transações

pessoais e do setor privado são regidas por uma taxa “não-oficial”

(1) Preços correntes; (2) Preços constantes

Estima-se que a taxa de inflação tenha sido 4,5% em 2016, devendo aumentar para 4,8% em 2017,

5,0% em 2018 e 5,1% em 2019. Para tal concorrerá a pressão da procura do setor turístico, sobretudo

em Havana, a subida dos salários, a maior liberalização dos preços (supressão gradual de produtos da

caderneta de racionamento e processo de eliminação, iniciado em 2013, do fosso cambial entre as taxas

9 Fontes oficiais admitem que apenas 21% das medidas do Plano de 2011 foram concretizadas até 2016.

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“não oficial” (mas legal) e oficial, como parte de uma estratégia de unificação das duas moedas10

) e a

subida relativa do preço internacional do petróleo. É graças ao facto de as autoridades competentes

disporem de fortes instrumentos de controlo direto e indireto da inflação, desde o controlo de preços e

salários e regulação de áreas de atividade de mercado livre até à emissão monetária, que ela não é mais

elevada. Mas, a prazo, a inflação tenderá a aumentar, devido a uma maior concorrência e crescimento

da produção.

Estima-se que a taxa média de desemprego se situe em 2,0% em 2016 e 2,2% em 2017. Prevê-se que

sofra um ligeiro agravamento em 2018 e 2019, respetivamente, para 2,4% e 2,7%, dada a transferência

de trabalhadores do sector estatal para o não estatal. De salientar que o salário médio, em 2016, ter-se-á

fixado em 740 CUP (em 2007 era de 408 CUP), embora haja uma diferença considerável entre o nível de

salários pagos, por exemplo, na indústria açucareira (1 246 CUP) e os pagos na administração pública,

defesa e segurança social (510 CUP)11

.

Quanto ao défice do setor público, as estimativas apontam para um agravamento considerável em 2016

e 2017, respetivamente, 6,3% e 8,5% do PIB, em linha com maiores níveis de financiamento da atividade

empresarial para respaldar a substituição de importações. Prevê-se uma diminuição gradual deste

indicador a curto/médio prazo, situando-se, em 2018, em 5,5% do PIB e, em 2019, em 4,3% do PIB.

Estima-se que o saldo da balança corrente, em 2016, se situe em 2,2% do PIB, valor que se prevê

diminuirá para 1,0% do PIB em 2017, 0,6% do PIB em 2018 e 0,5% do PIB em 2019, devido, sobretudo,

ao défice comercial, dado as importações crescerem mais depressa que as exportações. Tal será reflexo

da relativa recuperação do preço do petróleo, do aumento do investimento estrangeiro e do

abrandamento dos constrangimentos financeiros. Estima-se que, no final de 2016, o nível de reservas do

país se cifrava em 12,3 mil milhões de USD (cobrindo as importações para 12,4 meses).

No médio prazo, a economia cubana depara-se com três desafios: (i) se as reformas em curso criarão

condições para uma segunda nova fase de maior liberalização económica que a anterior (como na China

e no Vietname); (ii) se o sistema político de partido único se irá manter; (iii) e quando cessará o embargo

económico norte-americano.

Espera-se que haja uma transição política suave, após as eleições em fevereiro de 2018, com a saída de

Raúl Castro da liderança do governo, mas permanecendo, na retaguarda, como líder do PCC e

provavelmente das Forças Armadas. Neste quadro, as reformas económicas prosseguirão, estimulando

o crescimento firme do PIB e a diversificação dos parceiros comerciais e de investimento (dadas as

dificuldades que a Venezuela atravessa).

2.2. Comércio Internacional

O comércio externo tem tido um peso considerável na economia cubana. Em 1990, as exportações de

10

As autoridades têm vindo a avançar com um conjunto de medidas visando a unificação monetária, embora ainda não esteja definida uma data em que o CUP (peso cubano) será a única moeda em Cuba.

11 Fonte: Relatório do Instituto Nacional de Estatísticas e Informação de Cuba.

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bens e serviços representavam cerca de 30% do PIB e as importações (de bens e serviços) 40% do PIB.

Com a queda do bloco soviético, no início dos anos 90, aqueles rácios caíram, respetivamente, para

12% e 15%. Entre 2011-2015, no quadro de uma gradual recuperação do peso do comércio externo

cubano na economia, as receitas de exportação de bens e serviços contribuíram, em média, com 23%

para o crescimento do PIB e as respetivas importações com 20%. A dependência tradicional de Cuba do

açúcar deverá estar a chegar ao fim, passando as exportações de bens a serem dominadas pelo tabaco,

derivados de petróleo, níquel e produtos farmacêuticos, e as de serviços pelo turismo e serviços

médicos.

Todavia, no contexto das relações comerciais internacionais, Cuba assume um papel pouco relevante,

posicionando-se, em 2016, no 120º lugar no ranking de exportadores, com uma quota de mercado de

0,02%, e no 91º lugar na tabela de importadores, com uma quota de mercado de 0,06% (World Trade

Organization).

A balança comercial cubana é estruturalmente deficitária, com uma taxa de cobertura das importações

pelas exportações de 28,0%, em 2016, a que correspondeu um défice de cerca de 7,7 mil milhões de

USD. As exportações têm revelado um desempenho negativo desde 2012, enquanto as importações,

depois de um pico em 2013, têm também vindo a diminuir, atingindo quase 10,4 mil milhões de USD, em

2016. De facto, as oscilações dos preços internacionais dos produtos de base (commodities),

particularmente do níquel e do açúcar do lado das exportações, e dos cereais e do petróleo do lado das

importações, figuram como fatores determinantes dos resultados da balança comercial cubana.

As estimativas da EIU, para 2017, apontam para uma retoma das exportações (+13,8% face ao ano

anterior), devendo as importações apresentar também uma trajetória semelhante, mas menos acentuada

(+5,4%), o que se traduzirá num défice da ordem de 8 mil milhões de USD.

Evolução da Balança Comercial

(106

USD) 2012

2013

2014

2015

2016

Exportação fob 5 900 5 283 4 857 3 350 2 900

Importação fob 13 869 14 707 13 037 11 702 10 350

Saldo -7 970 -9 207 -7 952 - 8 173 -7 744

Coeficiente de cobertura (%) 42,5 35,9 37,3 28,6 28,0

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 106ª 108ª 114ª 118ª 120ª

Como importador 86ª 86ª 89ª 89ª 91ª

Fonte: WTO - World Trade Organization

Dados do Anuario Estadístico de Cuba 2015, Sector Externo, Edición 2016, da Oficina Nacional de

Estadísticas e Información (ONEI), revelam que o Continente Americano é o principal parceiro do país,

representando 59,5% das exportações e 45,8% das importações, em 2015 (últimos dados disponíveis).

No grupo dos 5 primeiros clientes, e depois da Venezuela (42,9% do total exportado), seguem-se o

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

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Canadá (10,8%), a China (8%), os Países Baixos (6,6%) e a Espanha (4,4%), que somam 72,7% das

exportações cubanas, nesse ano.

Principais Clientes

Mercado 2013 2014 2015

Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição

Venezuela 42,9 1ª 42,6 1ª 42,9 1ª

Canadá 8,8 2ª 10,8 2ª 10,8 2ª

China 6,5 4ª 6,2 4ª 8,0 3ª

Países Baixos 8,6 3ª 9,6 3ª 6,6 4ª

Espanha 3,2 5ª 2,9 6ª 4,4 5ª

Portugalª 1,43 15ª 0,93 21ª 1,61 15ª

Fonte: Anuario Estadístico de Cuba 2015, Sector Externo, Edición 2016, da Oficina Nacional de Estadísticas e Información (ONEI)

Nota: (a) ITC – International Trade Centre (mirror satistics: informação obtida a partir dos dados reportados pelos parceiros)

No período 2013-2015, a Venezuela e Canadá foram os principais destinos das exportações de Cuba,

enquanto a China e os Países Baixos alternaram entre a 3ª e a 4ª posição, tendo a Espanha sido o 5º

destino das vendas de Cuba ao exterior, exceto em 2014, em que passou para o 6º lugar, depois da

Bélgica.

Em termos de importações, em 2015, a Venezuela ocupa também o 1º lugar (23,9% do total importado),

seguindo-se a China (19,9%), a Espanha (10,1%), o Brasil (5,5%) e o México (3,9%), totalizando 63,3%.

Principais Fornecedores

Mercado 2013 2014 2015

Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição

Venezuela 32,7 1ª 39,8 1ª 23,9 1ª

China 10,4 2ª 10,2 2ª 19,9 2ª

Espanha 8,3 3ª 7,9 3ª 10,1 3ª

Brasil 4,2 4ª 4,5 4ª 5,5 4ª

México 3,5 5ª 3,4 5ª 3,9 5ª

Portugalª 0,63 21ª 0,71 19ª 0,71 21ª

Fonte: Anuario Estadístico de Cuba 2015, Sector Externo, Edición 2016, da Oficina Nacional de Estadísticas e Información (ONEI)

Nota: (a) ITC – International Trade Centre (mirror satistics: informação obtida a partir dos dados reportados pelos parceiros)

É de realçar a posição, claramente dominante, da Venezuela na balança comercial cubana, ainda que

perdendo quota enquanto fornecedor, no período em análise, o que revela a grande dependência da

economia cubana daquele mercado. A Venezuela figura como seu principal fornecedor de combustíveis

e derivados, em condições preferenciais. Cuba, por sua vez, recorre à prestação de serviços como forma

de pagamento de parte daqueles fornecimentos, destacando-se a presença de um número expressivo de

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12

profissionais das áreas da saúde e educação na Venezuela.

Refira-se, ainda, que as trocas comerciais com os EUA se encontram praticamente restringidas às

importações de produtos agrícolas e alimentares, continuando as exportações cubanas para o mercado

norte-americano a serem proibidas (residuais). No entanto, estima-se que o peso dos produtos

americanos, no mercado, seja superior ao registado pelas autoridades oficiais cubanas, se tomadas em

consideração as mercadorias que acedem a Cuba via terceiros países, permitindo, desta forma, aos

agentes económicos contornarem as sanções económicas em vigor.

Relativamente à estrutura das transações comerciais de Cuba, com base nos dados do International

Trade Centre (ITC), reportados pelos parceiros comerciais (mirror data)12

, constata-se que os principais

produtos exportados, em 2016, foram os seguintes: açúcares e produtos de confeitaria (27,5% do total

exportado); códigos especiais de classificação/reagrupamento (18,7%); tabaco e seus sucedâneos

manufaturados (17,3%); bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (7,0%) e produtos farmacêuticos (5,8%).

No que se refere às importações, e segundo a mesma fonte, destacam-se as máquinas e equipamentos

mecânicos (15,3% do total, em 2016); as máquinas, equipamentos e materiais elétricos (9,0%); os

veículos automóveis e suas partes (8,5%); os cereais (6,0%) e os combustíveis e óleos minerais (3,8%).

Principais Produtos Transacionados – 2016

% Importações / Sector %

Açúcares e produtos de confeitaria 27,5 Máquinas e equipamentos mecânicos 15,3

Códigos espec. classific. ou reagrupamento 18,7 Máquinas, equipamentos e materiais elétricos 9,0

Tabaco e seus sucedâneos manufaturados 17,3 Veículos automóveis e suas partes 8,5

Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 7,0 Cereais 6,0

Produtos farmacêuticos 5,8 Combustíveis e óleos minerais 3,8

Fonte: International Trade Centre (ITC)

Nota: Valores reportados pelos parceiros comerciais (mirror data)

No entanto, de acordo com o Centro para la Promoción del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera

de Cuba13

, as principais exportações dizem respeito a produtos minerais (níquel), açúcar, tabaco, e, em

menor proporção, produtos da pesca e produtos agropecuários. As importações centram-se,

basicamente, em produtos prioritários para o país, como combustíveis e lubrificantes, máquinas e

equipamentos, bens alimentares e produtos manufaturados.

Entre os produtos não tradicionais, de exportação, merecem destaque os da área farmacêutica, sendo o

reflexo de investimentos efetuados no sector, no início da década de 90, e de acordos estabelecidos

entre entidades cubanas e parceiros externos.

12

Estes dados não abrangem a totalidade das exportações cubanas, já que nem todos os parceiros os reportam. Por outro lado, a Oficina Nacional de Estadísticas e Información de Cuba não apresenta todos os produtos exportados, mas apenas alguns grupos selecionados.

13

Anuario Estadístico de Cuba 2015, Sector Externo, Edición 2016, da Oficina Nacional de Estadísticas e Información (ONEI).

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13

Com base na combinação dos dados obtidos, nas fontes acima identificadas, é possível relevar os

seguintes aspetos sobre as transações comerciais de Cuba:

As exportações caracterizam-se pelo predomínio dos produtos de baixa e média-baixa intensidade

tecnológica (minérios, produtos alimentares, bebidas e tabaco);

As commodities (níquel, açúcar e tabaco) influenciam, determinantemente, as exportações,

repercutindo diretamente as oscilações conjunturais dos seus preços internacionais, sendo de

realçar que as jazidas de níquel representam 1/3 das reservas mundiais, figurando Cuba como o

10º maior produtor mundial deste mineral em 2016, segundo a Investing News Network;

Os produtos de média-alta e alta intensidade tecnológica (produtos farmacêuticos, maquinaria, etc.)

respondem apenas por cerca de 23,1% do valor global das exportações;

Ao nível das importações, existe um peso significativo dos produtos de média-baixa e baixa

intensidade tecnológica (produtos alimentares, artigos manufaturados, combustíveis, etc.), que

representaram cerca de 39,0% do total em 2016, refletindo uma estrutura económica ainda pouco

sofisticada e uma população com baixo poder de compra;

As importações de produtos de alta e média-alta intensidade tecnológica (maquinaria, veículos

automóveis, produtos químicos, etc.), cerca de 35% do total em 2016, superam o rácio registado

nas exportações, apontando, sem dúvida, para um esforço de reestruturação e modernização da

economia cubana; e,

O padrão importador, por grandes categorias económicas, sofreu, no entanto, alterações

significativas nos últimos anos, com o peso dos bens intermédios, no total importado, a aumentar,

em detrimento do peso dos bens de consumo e dos bens de capita, e que tem baixado. Esta

mudança poderá refletir os esforços da política de substituição de importações, em curso.

2.3. Investimento

O investimento estrangeiro em Cuba tem vindo a ser impulsionado, desde meados da década de 90. Em

2014, mais um passo importante foi dado com a entrada em vigor da nova Lei do Investimento

Estrangeiro14

, que permite a realização de investimentos em todos os sectores de atividade com exceção

dos da saúde, educação e defesa, e introduz vários incentivos fiscais.

O sucesso das iniciativas que têm vindo a ser tomadas é determinante para desenvolver a economia do

país, existindo, também, muitas expectativas relativamente à Zona Especial de Desarrollo Mariel, a

primeira área de desenvolvimento especial criada em Cuba. Esta Zona Especial conta com condições

geográficas e logísticas muito favoráveis, graças ao investimento levado a cabo no porto de águas

profundas de Mariel.

14

Lei nº 118, aprovada em março de 2014, entrou em vigor no final do mês de junho. Tem em vista diversificar a estrutura de produção, o desenvolvimento tecnológico e a integração da economia cubana nas cadeias globais de valor.

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14

O investimento direto estrangeiro (IDE) que se pretende atrair permitirá a Cuba potenciar as

exportações, substituir importações (nomeadamente no setor agroalimentar) e revitalizar a economia,

através de projetos, em sectores e regiões considerados prioritários, em complementaridade dos

esforços nacionais. Entre os setores considerados prioritários, em termos de captação de IDE, surgem o

agrícola e florestal, indústria alimentar, energia e minas, indústria açucareira, indústria mecânica ligeira,

química e eletrónica, indústria farmacêutica e biotecnologia, comércio, saúde, construção, turismo e

transportes.

Por enquanto, os números sobre o investimento direto estrangeiro, em Cuba, são pouco significativos,

apontando as estimativas, da EIU, para 600 milhões de USD em 2016, longe dos objetivos das

autoridades cubanas (2 500 milhões de USD/ano).

Investimento Direto

(106

USD) 2012a 2013

a 2014

a 2015

a 2016

a

Investimento estrangeiro em Cuba 780 750 400 400 600

Investimento de Cuba no estrangeiro n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

Posição no “ranking” mundial

Como recetor n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

Como emissor n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Notas: (a) Estimativas (valores líquidos); n.d. – não disponível

De acordo com a CEPAL – Comisión Económica para América Latina y el Caribe, Cuba já elaborou três

carteiras de investimentos estrangeiro (ao abrigo da Lei do Investimento Estrangeiro), em 2014, 2015 e

2016, a última das quais incluiu 395 projetos, 24 instalados na Zona Especial de Desarrollo Mariel e 371

no resto do país.

Ao abrigo da Lei do Investimento Estrangeiro, funcionavam, em Cuba, no final de 2016, cerca de 250

empresas associadas ao Estado, quer mistas ou com contratos de administração hoteleira. O capital

estrangeiro está também presente, ainda que em pequena escala, no setor extrativo (exploração de

petróleo e níquel), no das bebidas e produtos alimentares e no do tabaco, entre outros. Os principais

países investidores são Bélgica, Espanha, França, Países Baixos, Brasil, México, Coreia do Sul,

Singapura e Vietname.

2.4. Turismo

Na década de 90, o turismo tornou-se o setor mais dinâmico da economia cubana. Os importantes

investimentos efetuados, durante esse período, foram realizados pelos três principais grupos estatais

(Cubanacán, Gaviota e Gran Caribe), enquanto a exploração contou com a colaboração de entidades

estrangeiras, através de empresas mistas ou contratos de gestão. O turismo continua a ser uma das

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15

mais importantes fontes de divisas para o país, que conta com uma ampla rede de hotéis, na sua maioria

de 4 e 5 estrelas15

.

Segundo dados da WTO (World Tourism Organization), o número de turistas entrados em Cuba

aumentou, de forma contínua, ao longo dos últimos anos, tendo passado de cerca de 2,8 milhões em

2012, para quase 4 milhões em 2016 (+41%). No 1º semestre de 2017, entraram no país, cerca de 3,3

milhões de turistas, esperando-se que até ao final do ano aquele número chegue a 4,2 milhões de

turistas, o que representará mais 5% do que em 2016. No que se refere às receitas, estas cresceram

25% entre 2012 e 2016, passando, respetivamente, de 2,3 mil milhões de USD para 2,9 mil milhões de

USD em 2016.

Como principais países emissores de turistas, em 2015 (último ano disponível, WTO), destacam-se o

Canadá com 36,9% do total, seguido, a larga distância, pela Alemanha (5,0%), EUA (4,6%), Reino Unido

(4,4%), França (3,9%), Itália (3,9%), Espanha (3,0%) e México (3,0%).

Indicadores do Turismo

2012 2013 2014 2015 2016*

Turistas (103) 2 815 2 829 2 970 3 491 3 968

Receitasa (10

6 USD) 2 326 2 325 2 367 2 601 2 907

Fonte: World Tourism Organization (WTO)

(a) Não inclui as receitas de transporte; (*) Dados provisórios

É expectável que o setor do turismo, em Cuba, possa registar um importante impulso a médio prazo,

dado ser uma área de aposta do Governo em termos de atração de investimento direto estrangeiro para

o desenvolvimento da atividade hoteleira, através de novas construções ou da reconstrução de

instalações e infraestruturas; para a promoção do imobiliário associado, nomeadamente a campos de

golfe e parques temáticos; e para a diversificação da administração e comercialização por cadeias

estrangeiras reconhecidas16

.

3. Relações Económicas com Portugal

3.1. Comércio

Apesar de ocupar uma posição modesta na estrutura do comércio internacional português, Cuba tem

vindo a subir no ranking de clientes de Portugal, posicionando-se em 53º lugar em 2016 (subida de 3

posições face a 2012), com uma quota de 0,1% das exportações portuguesas de bens. Como

fornecedor, o seu posicionamento é pouco significativo, não indo além do 63º lugar em 2016,

representando 0,08% das importações portuguesas de bens.

15

Segundo o Ministério do Turismo de Cuba, em 2015, havia cerca de 358 hotéis, com uma capacidade total de alojamento de 63 000 quartos.

16

Segundo o Ministério do Turismo prevê-se que a oferta de quartos atinja 85 000 unidades em 2020.

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16

De acordo com dados do ITC (International Trade Centre, mirror statistics), a quota de mercado de

Portugal no contexto das importações de Cuba, fixou-se em 0,85% em 2016, ocupando o 15º lugar

enquanto fornecedor, contra a 21ª em 2015. Por outro lado, Portugal representou 3,48% no total das

exportações de Cuba, posicionando-se em 6º lugar no ranking de clientes, subindo 9 posições face a

2015. Portugal está, pois, melhor colocado na balança comercial cubana, tanto no que respeita a

rankings como a quotas, do que Cuba na balança comercial portuguesa, o que se pode explicar, em

parte, pela disparidade dimensional de mercados a favor de Portugal.

Posição e Quota de Cuba no Comércio Internacional Português de Bens

2012

2013 2014 2015 2016 2017

jan/ago

Cuba como cliente de Portugal Posição 56ª 63ª 61ª 55ª 53ª 62ª

% Export. 0,10 0,07 0,07 0,09 0,10 0,06

Cuba como fornecedor de Portugal Posição 66ª 68ª 87ª 74ª 63ª 78ª

% Import. 0,06 0,06 0,03 0,04 0,08 0,04

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

A balança comercial tem sido favorável a Portugal, com o coeficiente de cobertura das importações pelas

exportações a atingir 106,3% em 2016, a que correspondeu um saldo da balança comercial de 3,0

milhões de euros, revelando uma deterioração face a 2015, ano em que aqueles indicadores atingiram,

respetivamente 171,1% e 19,1 milhões de euros.

Balança Comercial de Bens de Portugal com Cuba

(106 EUR)

2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12

a

2016 jan/ago

2017 jan/ago

Var % 76/16

b

Exportações 44,4 34,9 33,6 45,9 49,8 5,0 29,2 23,4 -19,9

Importações 32,3 32,6 15,6 26,8 46,9 24,0 36,8 17,2 -53,2

Saldo 12,1 2,3 18,0 19,1 3,0 -- -7,6 -6,2 --

Coef. Cobertura 137,5 106,9 215,6 171,1 106,3 -- 79,3 135,8 --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas:(a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016; (b) Taxa de variação homóloga 2016-2017

(2012 a 2015: resultados definitivos; 2016: resultados provisórios; 2017: resultados preliminares)

No período 2012-2016, as exportações portuguesas para Cuba registaram um crescimento médio anual

de 5%, apesar de terem diminuído em 2013 (face a 2012) e em 2014 (face a 2013). Em 2015 e em 2016,

as nossas exportações voltaram a aumentar, tendo atingido 49,8 milhões de euros no ano transato

(+8,5% face a 2015).

As importações, por sua vez, registaram um crescimento médio anual de 24%, ao longo do período

2012-2016, tendo atingido quase 47 milhões de euros em 2016 (+75% face a 2015).

As exportações portuguesas para Cuba refletem um certo grau de concentração, uma vez que apenas

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17

um único grupo de produtos – plásticos e borracha - representava 18,4% do valor exportado para aquele

mercado em 2016, patenteando os cinco primeiros produtos exportados (minerais e minérios, máquinas

e aparelhos, metais comuns e produtos agrícolas, para além de plásticos e borracha) cerca de 74% das

exportações globais, em 2016.

Dos restantes grupos de produtos, destacaram-se, ainda as pastas celulósicas e papel (6,2% do total

exportado em 2016), os produtos químicos (5,7%) e os combustíveis minerais (3,4%).

Exportações de Portugal para Cuba por Grupos de Produtos

(106EUR) 2012

% Tot 12

2015 % Tot

15 2016 % Tot 16

Var % 16/15

Plásticos e borracha 17,4 39,1 12,9 28,1 9,2 18,4 -28,8

Minerais e minérios 2,9 6,6 4,9 10,7 8,7 17,5 78,5

Máquinas e aparelhos 8,3 18,7 7,8 17,0 8,3 16,6 6,0

Metais comuns 3,8 8,5 5,2 11,4 7,3 14,6 39,7

Agrícolas 1,5 3,4 1,8 3,8 3,4 6,9 95,0

Pastas celulósicas e papel 1,1 2,5 3,6 7,8 3,1 6,2 -13,9

Químicos 3,8 8,6 4,0 8,7 2,8 5,7 -29,7

Combustíveis minerais 4,7 10,6 0,0 0,0 1,7 3,4 §

Veículos e outro mat. transporte 0,4 0,9 2,4 5,2 1,3 2,6 -46,7

Instrumentos de ótica e precisão 0,1 0,2 0,7 1,6 0,5 1,0 -31,8

Matérias têxteis 0,1 0,2 0,1 0,2 0,3 0,5 284,9

Alimentares 0,1 0,3 0,9 2,0 0,1 0,2 -91,2

Madeira e cortiça 0,0 0,0 0,3 0,8 0,0 0,1 -87,8

Vestuário 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 §

Peles e couros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 720,3

Calçado 0,0 0,0 0,0 0,0 §

Outros produtos (a) 0,2 0,4 1,3 2,8 3,2 6,3 145,5

Total 44,4 100,0 45,9 100,0 49,8 28,1 8,6

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: (a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas

§ - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2015

Numa análise mais desagregada, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), a estrutura das

exportações era, em 2016, caracterizada por garrafões, garrafas, frascos, boiões de vidro, rolhas,

tampas de vidro (13,7% do total exportado), polímeros de etileno, em formas primárias (6%), polímeros

de cloreto de vinilo ou out. olefinas halogenadas, em formas primárias (5,6%), medicamentos em doses

ou acondicionados para venda a retalho (5,4%) e papel e cartão, não revestidos, tipo usados para escrita

ou outros fins gráficos (4,5%), contabilizando estes cinco produtos 35,2% das nossas vendas a Cuba.

Entre janeiro e agosto de 2017, continuou a verificar-se, nas exportações para o mercado cubano, o

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18

domínio dos plásticos e borracha (30,6% do total), dos minerais e minérios (24,1%), das máquinas e

aparelhos (15,1%), dos metais comuns (11%) e dos produtos químicos (5,5%). À exceção dos plásticos

e borracha, cujas exportações tiveram um crescimento de 39,1%, os demais grupos de produtos tiveram

quebras, respetivamente, de 3,1%, de 44,3%, de 36,3% face ao período homólogo de 2016. As

exportações dos produtos agrícolas e das pastas celulósicas e papel também diminuíram, no período em

análise, respetivamente 57% e 66,6%.

De acordo com os dados do INE, o número de empresas portuguesas que têm vindo a exportar produtos

para Cuba nos últimos anos, oscilou entre 72, em 2012 e 84 em 2016, o número mais elevado no

período 2012-2016.

No que se refere às importações provenientes de Cuba, é de salientar o seu elevado grau de

concentração, uma vez que 88,5% do valor global das aquisições, em 2016, dizia respeito aos produtos

alimentares. Dos restantes grupos de produtos, cabe apenas referir que a madeira e cortiça ocupa,

normalmente, a segunda posição no ranking das importações, tendo representado 8,5% do total nesse

ano. Estes dois produtos totalizaram 97% das nossas compras a Cuba, nesse ano.

Importações de Portuga Provenientes de Cuba por Grupos de Produtos

(106EUR)

2012 % Tot 12

2015 % Tot 15

2016 % Tot 16

Var % 16/15

Alimentares 26,2 81,1 20,9 77,9 41,5 88,5 98,8

Madeira e cortiça 4,2 12,9 5,0 18,6 4,0 8,5 -20,1

Agrícolas 0,3 0,7 §

Calçado 0,0 0,0 0,3 0,6 §

Pastas celulósicas e papel 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -50,3

Químicos 0,0 0,0 0,0 0,2 -100,0

Máquinas e aparelhos 0,1 0,5 0,0 0,0 -100,0

Plásticos e borracha 0,1 0,2 §

Matérias têxteis 0,0 0,0 §

Metais comuns 0,0 0,0 §

Instrumentos de ótica e precisão 0,0 0,0 §

Outros produtos (a) 1,7 5,3 0,9 3,3 0,8 1,6 -14,8

Total 32,3 100,0 26,8 100,0 46,9 100,0 74,8

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: (a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas

§ - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2015

Numa análise mais desagregada, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), a estrutura das

importações era constituída, em 2016, pelos seguintes produtos: açúcares de cana ou de beterraba e

sacarose (88,5% do valor total), carvão vegetal, mesmo aglomerado (8,5%) e charutos, cigarrilhas e

cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos (1,6%).

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19

Entre janeiro e agosto de 2017, continuou a verificar-se o domínio dos açúcares de cana ou de beterraba

e sacarose (67,3% das importações totais), seguidos pelo carvão vegetal, mesmo aglomerado (23,9%) e

pelos charutos, cigarrilhas e cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos (5,3%). Destes produtos, face

ao período homólogo de 2016, os açúcares registaram uma quebra de 65%, enquanto o carvão vegetal e

os charutos, cigarrilhas e cigarros cresceram, respetivamente, + 64,1% e +63,4%.

3.2. Serviços

Não existem dados disponíveis sobre os fluxos bilaterais da área dos serviços.

3.3. Investimento

Na sequência da revisão do manual metodológico sobre estatísticas da balança de pagamentos e da

posição de investimento internacional, o Banco de Portugal descontinuou em outubro de 2014 as séries

estatísticas anteriormente divulgadas.

De entre as várias alterações, no que respeita especificamente às estatísticas da Balança Financeira,

que inclui os dados de investimento direto de Portugal com o exterior, o Banco de Portugal passou a

divulgar informação apenas para um conjunto limitado de mercados, onde não consta Cuba.

Por esta razão, não é possível apresentar informação respeitante às relações bilaterais de investimento

direto com este mercado.

3.4. Turismo

Não existem dados disponíveis sobre os fluxos bilaterais da área do turismo.

4. Condições Legais de Acesso ao Mercado

4.1. Regime Geral de Importação

O regime de importação cubano é restrito e limitado, nomeadamente por via da criação do sistema de

licenciamento do comércio externo (quer de entidades, quer de produtos), controlado pelo Estado,

através de orientações governamentais.

Assim, as operações de importação ou exportação são realizadas, de forma exclusiva, por empresas e

entidades cubanas autorizadas para o efeito (empresas estatais e mistas, entendendo-se como

empresas mistas as joint-ventures com participação estrangeira) inscritas no Ministério responsável pelo

comércio externo (Ministerio del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera – MINCEX) e,

posteriormente, registadas no Registo de Importadores e Exportadores junto da Câmara de Comércio

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

20

(Empresas cubanas con facultades de importación y exportación 2016) e na Aduana General de la

República.

Nos anos 90 foram criados vários Comités de Compras para alguns produtos considerados sensíveis,

sendo que estes Comités, para além de deterem a competência exclusiva para a compra dos produtos

em questão, regulavam os preços das importações, entre outras matérias. Atualmente ainda persistem

alguns desses Comités.

Quanto aos produtos em particular, a importação está vedada para alguns bens, como, por exemplo,

explosivos, vacinas humanas, literatura suscetível de ameaçar a ordem interna e segurança do país e

artigos e objetos pornográficos (Market Access Database – MADB, selecionar Country: Cuba / Country

Overview / Prohibited Imports).

Por outro lado, e com o objetivo de proteger a saúde pública, os direitos dos consumidores e o meio

ambiente, existe um conjunto de mercadorias cuja importação está sujeita a licença ou autorização

prévia por parte das autoridades locais competentes (ex.: alguns equipamentos de telecomunicações,

armas e munições, veículos a motor, animais vivos e produtos de origem animal, plantas vivas e

produtos alimentares de origem vegetal, etc - MADB, selecionar Country: Cuba / Country Overview /

Preliminary Authorisation / Live Animals and Animal Products / Plants and Plant Products/ etc).

Neste contexto, importa ainda referir que existe um sistema de controlo e registo sanitário de vários

produtos destinados ao consumo e uso humano, bem como dos respetivos importadores, junto do

Instituto Nacional de Higiene, Epidemiología y Microbiología (INHEM) (Del Registro Sanitario) que

abrange, por exemplo, os produtos alimentares, os aditivos alimentares, os cosméticos e produtos de

higiene, os brinquedos e os produtos do tabaco (MADB, selecionar Country: Cuba / Country Overview /

Sanitary Registration).

No que se refere à exportação de produtos de origem animal (ex.: carnes; lacticínios; ovos) e de

produtos de origem vegetal (ex.: plantas; frutas; sementes; e legumes), as empresas portuguesas devem

previamente inquirir, respetivamente, junto da Divisão de Internacionalização e Mercados e Direção de

Serviços de Sanidade Vegetal, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) em Portugal,

sobre a possibilidade de realizar a exportação dos seus produtos para Cuba.

Com efeito, pode não ser possível, desde logo, exportar produtos de origem animal ou vegetal para este

mercado pelo facto de Portugal não se encontrar habilitado para a exportação (necessidade de acordo

entre os serviços veterinários/fitossanitários de Portugal e país de destino no que se refere ao

procedimento e/ou modelo de certificado sanitário/fitossanitário).

As barreiras não tarifárias às exportações do setor agroalimentar podem ser consultadas no Portal

GlobalAgriMar, do GPP – Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), tutelado

pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e Ministério do Mar (ver tema

“Facilitação da Exportação” e, depois, “Constrangimentos” / “Constrangimentos à Exportação”). O facto

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

21

de determinados produtos não constarem na lista de constragimentos à exportação não significa que

Portugal esteja habilitado a exportar para o mercado. Eventualmente, pode nunca ter existido qualquer

intenção de exportação por parte de empresas portuguesas, condição indispensável para a DGAV iniciar

o processo de habilitação (Formulário de Exportação).

Para melhor entendimento das várias fases destes processos, consultar, no referido Portal, a

apresentação esquemática sobre os processos de habilitação para a exportação de:

• Animais, Produtos Animais e Produtos/Subprodutos de Origem Animal;

• Vegetais e Produtos Vegetais com Risco Fitossanitário.

A lista das empresas portuguesas já habilitadas a exportar para Cuba pode ser consultada no site da

DGAV: Habilitação para Exportação - Cuba.

No que respeita a regras de rotulagem, importa referir que todos os produtos importados devem conter

instruções de utilização (quando necessário) e apresentar os rótulos em castelhano; o inglês e o francês

também podem ser utilizados adicionalmente. Por sua vez, os bens alimentares estão sujeitos ao

cumprimento de normas técnicas que obriga a mencionar na rotulagem a seguinte informação: lista de

ingredientes; informação nutricional; data de validade; país de origem; e quantidade líquida (NC108:2012

Norma general para el etiquetado de los alimentos preenvasados) - MADB, selecionar Country: Cuba /

Country Overview / Labelling Requirements. Para mais informação sobre rotulagem consultar a

publicação Registro Sanitario de alimentos, cosméticos, juguetes y otros productos de interés sanitario:

Regulaciones e Indicadores.

Ao nível do pagamento das importações também é necessário algumas cautelas, nomeadamente, sobre

a disponibilidade de divisas por parte do importador cubano (Estado e empresas mistas). Com efeito,

desde 2009 que existe um mecanismo de distribuição de divisas através do qual um Comité (formado

pelo Banco Central de Cuba e o Ministerio de Economía y Planificación) atribui a cada um dos

Ministérios e organismos setoriais determinado montante de divisas (Capacidad de Liquidez – CL) para a

realização de importações. Estes organismos, por sua vez, distribuem estas divisas pelas suas

empresas em função da prioridade de projetos específicos que estas detenham.

De realçar que os direitos alfandegários possuem uma importância secundária no processo de

importação cubano, devido ao facto das empresas importadoras (na sua maioria) serem estatais, pelo

que, aspetos como o custo do frete e do seguro são, na prática, mais relevantes que os direitos

aduaneiros em si mesmos.

A pauta aduaneira baseia-se na Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação

das Mercadorias e apresenta uma estrutura que inclui uma Tarifa geral, aplicável aos países não

membros da Organização Mundial do Comércio e àqueles com quem Cuba não estabeleceu acordos

preferenciais, e uma Tarifa “nação mais favorecida” (MNF – Most Favoured Nation), aplicável aos

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

22

restantes países e ao abrigo da qual se processa a grande maioria das importações, nomeadamente as

provenientes da União Europeia.

Por sua vez, podem ainda existir outras tarifas preferenciais (para além da resultante da clausula da

“nação mais favorecida”), aplicáveis aos países com os quais Cuba estabeleceu acordos preferenciais,

designadamente no âmbito da Asociación Latinoamericana de Integración – ALADI. A União Europeia

não tem qualquer acordo preferencial com Cuba.

Os encargos aduaneiros aplicados na importação dos produtos em Cuba podem ser consultados no site

da MADB (apenas acessível para quem está localizado na União Europeia), no tema Tariffs,

selecionando o mercado e o produto/código pautal17

(consultar a coluna MNF – Most Favoured Nation).

Clicando no código pautal específico do produto (classificação mais desagregada), os interessados têm

acesso a outras informações fiscais para além dos direitos de importação (no entanto, no caso de Cuba,

para além dos direitos de importação, não são cobrados outros impostos indiretos como, por exemplo,

IVA ou impostos especiais sobre o consumo, uma vez que não existem neste país). Quanto à

documentação (geral/específica) exigida para a importação das mercadorias, os interessados podem

obter informação acedendo ao tema Procedures and Formalities no já referido site da MADB18

. É

possível clicar nos itens aí referidos para obter informação pormenorizada sobre cada uma das

formalidades/documentos, chamando-se especial atenção para a coluna Country Overview, na qual

podem ser consultadas variadíssimas matérias, de entre as quais se destacam as importações

proibidas, as importações de produtos de origem animal e vegetal, as regras de rotulagem e embalagem

e a regulamentação técnica de produtos.

Para mais informações sobre o regime de importação em Cuba os interessados podem consultar o

Capitulo IV Acceso Al Mercado (págs. 21 a 25), da publicação Perfil de Cuba – Mayo 2015, da autoria do

Centro para la Promoción del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera de Cuba ou o ponto 4

Importación (págs. 21 a 25), da publicação Guia de Negócios – Cuba, atualizada em abril de 2017, da

autoria da Oficina Económica y Comercial de España em Havana.

Cumpre, ainda, destacar que no final de 2013, Cuba criou a primeira Zona Económica Especial

designada por Zona Especial de Desarrollo Mariel (ZEDM), situada a 45 km a oeste da capital, Havana,

onde, aos operadores que se instalem nesta zona, são concedidos benefícios de natureza fiscal e

aduaneira, nomeadamente, isenção de direitos aduaneiros em casos concretos (ex, bens de

equipamento).

Relativamente ao relacionamento dos EUA para com Cuba, os interessados podem consultar as FAQ

related to Cuba, do US Department of the Treasury, atualizadas em janeiro de 2017, sendo que o

relacionamento comercial entre os dois países é abordado no ponto VI (pág. 18), bem como o site

Sección Especial Cuba-EEUU, do Ministerio de Relaciones Exteriores de Cuba, e o documento Informe

17

Os critérios de pesquisa são os seguintes: selecionar o mercado – Country / Cuba; introduzir as posições pautais dos produtos – Product Code - a 4 ou 6 dígitos e clicar em Search.

18

Os critérios de pesquisa são os mesmos utilizados para obter os direitos aduaneiros e outras taxas.

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

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de Cuba Sobre la resolución 71/5 de la Asamblea General de las Naciones Unidas, titulada "Necesidad

de poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América

contra Cuba", de junho de 2017, disponível no site CubavsBloqueo (também disponível em português,

ver ponto 1.3. Novas medidas de recrudescimento do bloqueio do atual Governo dos Estados Unidos,

pág. 8).

4.2. Regime de Investimento Estrangeiro

Cuba publicou em 2014 uma nova Lei de Investimento Estrangeiro e respetiva regulamentação (Ley n.º

118 e Decreto n.º 325, ambos publicados na Gaceta Oficial de 16 de abril de 2014).

Tal como sucede com o comércio externo, a política de investimento estrangeiro cubana é, também,

definida e controlada pelo Estado através de procedimentos administrativos próprios,

independentemente do quadro legal que aprova o regime de investimento estrangeiro apresentar algum

pendor liberal:

• Os setores de reserva exclusiva do Estado são apenas a serviços de saúde e de educação à

população e defesa e segurança interna, não se aplicando esta reserva aos sistemas empresariais

destes setores (cfr. artigo 11.1 da Ley n.º 118/2014);

• Transferência, em moeda livremente convertível, sem a sujeição a qualquer pagamento relacionado

com esta operação, dos lucros ou dividendos obtidos com a exploração do investimento (cfr. artigo

9.1 da Ley n.º 118/2014);

• Possibilidade de vender ou transferir para o Estado ou para terceiro (sob autorização

governamental) a sua participação total ou parcial, recebendo o preço em moeda livremente

convertível (cfr. artigo 7 da Ley n.º 118/2014);

• Proteção e segurança aos investimentos (não podem ser alvo de expropriação, salvo se por razões

de utilidade pública ou do interesse social, declarados pelo Governo, e sempre com direito a prévia

indemnização – cfr. artigo 4.1 da Ley n.º 118/2014).

Na prática, no entanto, as autoridades estatais competentes seguem uma política restritiva, que passa

pelo tratamento casuístico e individualizado de cada situação, selecionando, de acordo com os seus

interesses e de forma criteriosa, os projetos a aprovar. Este cenário implica riscos ao nível político

(insegurança nas decisões), jurídico (falta de transparência e arbitrariedade), administrativo

(procedimentos burocráticos muitas vezes indeterminados) e laboral (controlo governamental sobre a

mão-de-obra estrangeira) o que dificulta a concretização de projetos, com envolvimento externo, no país.

Por outro lado, apesar do investimento estrangeiro poder ser autorizado praticamente em todos os

setores (com exceção dos acima referidos), cabe aos Governo cubano aprovar as oportunidades de

investimento estrangeiro a promover, bem como as políticas gerais e setoriais, as quais são publicadas

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

24

pelo Ministerio del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera (MINCEX) no Leque de Oportunidades do

Investimento Estrangeiro (cfr. artigo 11.2 da Ley n.º 118/2014). Entre outros setores prioritários para o

investimento estrangeiro está o agrícola e florestal; o açucareiro; o agroalimentar; a indústria como a

eletrónica, informática, automatização e telecomunicações, têxtil e calçado, química, etc; o farmacêutico

e biotecnológico; o comércio por grosso (podendo estender-se excecionalmente ao comércio a retalho);

o audiovisual; a construção; a energia; as minas; o transporte; o turismo; e a saúde. Para mais

pormenores sobre cada um dos setores prioritários consultar o documento Cartera de Oportunidades de

Inversión Extranjera 2016-2017, disponível no site da Cámara de Comercio de la República de Cuba.

Relativamente à anterior Lei do Investimento Estrangeiro (Ley n.º 77, de 5 de setembro de 1995), a nova

lei não apresenta grandes novidades (com exceção dos benefícios fiscais, que não se aplicam às

empresas 100% de capital estrangeiro).

As operações consideradas de investimento estrangeiro são as seguintes (cfr. artigo 12 da Ley n.º

118/2014):

• Os investimentos diretos nos quais o promotor externo participa de forma efetiva na gestão de uma

empresa mista ou de capital totalmente estrangeiro e as que se constituem por Contrato de

Associação Económica Internacional;

• Os investimentos em ações ou em outros títulos/valores, públicos ou privados, que não satisfaçam a

condição de investimento direto estrangeiro.

Quanto à forma, as operações de investimento estrangeiro podem adotar uma das seguintes

modalidades (cfr. artigos 13 a 16 da Ley n.º 118/2014):

• Empresa mista – joint-venture – Assume a forma de sociedade anónima de direito cubano com

participação estrangeira, onde as proporções do capital social das partes são acordadas e

estabelecidas na autorização para a realização do investimento. Apesar da lei não limitar a

participação estrangeira, na prática, apenas têm sido autorizadas participações até 49%.

• Contrato de Associação Económica Internacional – Não implica a criação de uma nova entidade

jurídica diferente da dos contratantes, classificando-se como contratos de associação económica

internacional, entre outros, os contratos de risco para exploração de recursos naturais não

renováveis, para a construção, a produção agrícola, a administração hoteleira, produtiva ou de

serviços e os contratos para a prestação de serviços profissionais.

• Empresa de capital totalmente estrangeiro (pouco frequente) – Neste caso o investidor pode

estabelecer-se dentro do território cubano como pessoa singular, como filial de entidade estrangeira

sob a forma de sociedade anónima de direito cubano ou como sucursal de entidade estrangeira.

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

25

Com exceção desta última, nas restantes formas o sócio cubano pode ser o Estado, através de uma das

suas empresas, ou uma cooperativa, já que, por definição legal, o investidor nacional é qualquer pessoa

jurídica de nacionalidade cubana, com residência no território nacional [cfr. alínea m) do artigo 2 da Ley

n.º 118/2014]. Contudo, na prática, a realidade cooperativa fora do setor agrícola é relativamente recente

(Decreto-Ley n.º 305/2012, publicado na Gaceta Oficial de 11 de dezembro de 2012) e, em grande parte

dos casos, tem na sua base antigas empresas estatais.

No que respeita às formalidades, importa mencionar que todas as modalidades de investimento

estrangeiro necessitam de autorização (cfr. artigo 21 da Ley n.º 118/2014); esta autorização é concedida

por um determinado período de tempo, prorrogável (cfr. artigo 6 da Ley n.º 118/2014); o pedido de

autorização do investimento deve ser apresentado junto do Ministro del Comercio Exterior y la Inversión

Extranjera, que depois encaminha para a entidade decisora competente, ou seja, Conselho de Estado,

Conselho de Ministro ou outro organismo da Administração Central do Estado autorizado para tal (cfr.

artigo 22.1 da Ley n.º 118/2014) e que os procedimentos de negociação podem ser lentos e demorados,

pelo que é importante obter, desde o início, confirmação do interesse por parte das entidades

responsáveis pela negociação dos projetos. Para além da necessidade de obter ajuda especializada, o

sócio cubano pode ter um papel de intermediário relevante no processo.

Em termos de incentivos fiscais disponíveis, a Ley n.º 118/2014 (artigos 34 a 47) prevê alguns incentivos

como isenções fiscais e aduaneiras temporárias, aplicando-se os mesmos, por regra, apenas às

empresas mistas e aos investidores nacionais e estrangeiros que sejam partes em contratos de

associação económica internacional, exceto contratos que tenham como objetivo a administração

hoteleira, produtiva ou de serviços e a prestação de serviços profissionais. Para estes últimos, bem como

no caso das empresas de capital totalmente estrangeiro, a aprovação de ajudas é, normalmente, pontual

e casuística, dependendo, sempre, das necessidades do país e de negociação entre as partes.

No que se refere aos trabalhadores das empresas mistas e empresas de capital totalmente estrangeiro,

a nova lei continua a exigir contratação da força trabalho através de agência estatal, sendo que nos

contratos de associação económica internacional os trabalhadores são contratados pela parte cubana

(cfr. artigos 30 e 31 da Ley n.º 118/2014). Para além das restrições previstas na Lei do Investimento

Estrangeiro, ao trabalhador cubano ou estrangeiro residente em Cuba é aplicável o novo Código del

Trabajo, bem como a sua regulamentação, publicado na Gaceta Oficial a 17 de junho de 2014 (Ley n.º

116/2013 e Decreto n.º 326/2014).

Assim, importa reter que, quer se trate de comércio externo, quer de operações de investimento, há que

ter em conta a “tutela” do Estado cubano e a consequente dependência das várias decisões económicas

empresariais às instâncias políticas.

Quanto aos trabalhadores “por conta própria” / independentes já são mais de 180 as atividades

económicas autorizadas pelo Estado que podem ser exercidas no setor privado (exemplo: transformação

e comercialização de alimentos, transporte, arrendamentos, etc).

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

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Os interessados podem obter mais informação sobre o novo enquadramento legal para o investimento

estrangeiro em Cuba na notícia Conozca más de la Ley de Inversión Extranjera en Cuba.

Ainda no âmbito do regime de investimento estrangeiro e medidas adotadas por Cuba para o seu

incremento, é de realçar que, no final de 2013, foi criada a primeira Zona Económica Especial designada

por Zona Especial de Desarrollo Mariel (ZEDM), situada a 45 km a oeste da capital Havana, onde as

operações de investimento estrangeiro destinadas à produção podem beneficiar de condições especiais

(processo de tramitação mais célere, benefícios de natureza fiscal e aduaneira específicos, etc). Não é

uma Zona Franca pois o que é produzido em Mariel é considerado produto nacional e pode ser vendido

a pessoas jurídicas cubanas situadas em outras zonas do território nacional (a venda a pessoas

singulares cubanas é proibida).

O site da Oficina Económica y Comercial de España em Havana disponibiliza um Guia de Negócios –

Cuba, atualizado em abril de 2017, com informações relevantes para o investidor estrangeiro em Cuba,

tais como, constituição de sociedades, propriedade industrial, sistema fiscal, sistema laboral, entre

outras. Os interessados também podem consultar o Guia del Inversionista 2016, disponível no site da

Cámara de Comercio de la República de Cuba.

Por último, de forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre

Portugal e Cuba, foram assinados dois importantes instrutrumentos: a Convenção para Evitar a Dupla

Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento e o Acordo de

Promoção e Protecção Recíprocas de Investimentos, ambos em vigor.

Para mais informação sobre mercado consulte o site da aicep Portugal Global.

5. Informações Úteis

Formalidades na Entrada

Para entrada em Cuba, é exigido visto, que pode ser obtido na Embaixada de Cuba em Lisboa (ver

ponto 6 – Contactos Úteis).

Hora Local

Em Cuba a diferença horária relativamente a Portugal é de -5h GMT (abril/outubro -4h GMT).

Horários de Funcionamento

Os horários de funcionamento variam um pouco, consoante o tipo de serviço.

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Serviços Públicos:

Horário padrão (outubro-junho): Das 8h30 às 16h00

Horário de verão (julho, agosto e setembro): Das 8h30 às 13h00

Bancos:

Horário padrão (outubro-junho): Das 8h30 às 15h00, encerrando, na última sexta-feira útil do mês, às

13h00

Horário de verão (julho, agosto e setembro): Das 8h30 às 13h00

Comércio Tradicional:

Estatal:

Das 9h00 às 18h00, de segunda a sábado, podendo encontrar-se lojas abertas até às 19h00 ou 21h00;

aos domingos das 9h00 às 13h00.

Privado:

A grande maioria segue o horário das 9h às 18h, havendo exceções.

Correios:

Das 8h00 às 18h00

Feriados

Feriados fixos

01 de janeiro – Triunfo da Revolução

01 de maio – Dia do Trabalhador

25 de julho – Dia anterior ao Assalto ao Quartel Moncada

26 de julho – Comemoração do Assalto ao Quartel Moncada

27 de julho – Dia posterior ao Assalto ao Quartel Moncada

10 de outubro – Dia da Independência

25 de dezembro – Natal

31 de dezembro – Véspera de Ano Novo

Feriados, que coincidam com um fim de semana, transitam para a segunda-feira seguinte.

Nota: normalmente o período de férias incide nos meses de julho e agosto, registando-se uma

diminuição da atividade laboral.

Corrente Elétrica

110/120 Volts, 60Hz, com fichas em padrão americano (dois pinos chatos paralelos e um pino redondo).

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Muitas cadeias hoteleiras têm fichas com o padrão europeu à 220/230 volts, 60hz.

Pesos e Medidas

Cuba utiliza oficialmente o Sistema Métrico Internacional, mas com frequência é também utilizado o

sistema inglês.

6. Contactos Úteis

Em Portugal

Embaixada de Cuba em Lisboa

Rua Pero da Covilhã, 14

1400-297 Lisboa

Tel.: (+351) 213 041 860/4 | Fax: (+351) 213 011 895

E-mail: [email protected] | http://www.emba.cubaminrex.cu/portugal

aicep Portugal Global

Rua Júlio Dinis, 748, 8º Dtº

4050-012 Porto

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

aicep Portugal Global

Av. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo Portugal-Cuba (CCIST PC)

Av. de Montevideu, 282

4150-416 Porto

Tel./Fax: 223 231 639

E-mail: [email protected] | http://www.portugalcuba.com

COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA

Direção Internacional

Av. da República, 58

1069-057 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 913 821 | Fax: (+351) 217 913 839

E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt

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Em Cuba

Embaixada de Portugal em Havana

Avenida 7ª, nº 2207, esquina com 24, Miramar - Playa

Habana – Cuba

Tel.: (+53) 7 204 2871 / (+53) 7 204 0149 (Chancelaria) / (+53) 7 204 7995 (Secção Consular)

E-mail: [email protected] | https://www.havana.embaixadaportugal.mne.pt/pt

aicep Portugal Global

Avenida 7ª.n.º 2207, esquina com 24, Miramar - Playa

Habana - Cuba

E-mail: [email protected]

Cámara de Comercio de Cuba

Calle 21 nº 661 e/Paseo y A, El Vedado

Habana – Cuba

Tel.: (+53) 7 838 1321 / 22 / 24 | Fax: (+53) 7 832 6819

E-mail: [email protected] | http://www.camaracuba.cu

Departamento de Promoción Comercial y Desarrollo Industrial de Cuba

Calle 21 No. 661 e/ A y Paseo, El Vedado,

Habana – Cuba

Tel.: (+53) 7 832 2693

E-mail: [email protected] | http://www.camaracuba.cu

ProCuba – Centro para la Promoción del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera

Calle 10 No. 512 e/ 31 y 5ta Ave, Playa

Habana – Cuba

Tel.: (+53) 7 214 4340

E-mail: [email protected] | http://www.cepec.cu

Oficina de la Zona de Desarrollo Mariel

Centro de Negocios “Pelicano” 3er piso, Sector A Zona Especial de Desarrollo Mariel

Artemisa – Cuba

Tel.: (+53) 47 390241 / (+53) 47 397360 / (+53) 47 397361 / (+53) 47 397362 / (+53) 47 397363

E-mail: [email protected] | http://www.zedmariel.com

Ministerio de Turismo - Mintur

Calle 3ra #6 e/F y G, El Vedado

Habana – Cuba

Tel.: (+53) 7 832 7535 / (+53) 7 832 7536 / (+53) 7 832 7537 / (+53) 7 832 7538 / (+53) 7 832 75369

E-mail: cubatravel@infotur,tur,cu | www.cubatravel.cu

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Direção de Negócios do Mintur

Directora de Negocios, Yuslenia Saumell Gómez,

E-mail: [email protected]

Tel.: +53 78312743

Especialista Responsável por Portugal, Lic. Katy Sonia Baez Leyva

Tel.: +53 78312743 x 452

E-mail: [email protected]

Serviços Jurídicos (Bufetes Internacionales):

Bufete de Servicios Especializados (BES)

Rua 23, nº 501, El Vedado

Habana, Cuba

Tel: +53 7 832 6813; +53 7 832 6024; Fax: +53 7 833 2159

E-mail: [email protected] | [email protected]

Bufete Internacional S.A.

Consultores de Marcas e Patentes

Quinta Avenida, nº4002, Esquina com 40

Miramar – Playa,

Habana - Cuba

Tel: +53 7204 5126; +53 7 204 5736

E-mail: [email protected] | [email protected]

CLAIM S.A.-

Consultores de Marcas y Patentes

Rua: Lamparilla, nº2

Edifício Lonja del Comercio, Rés-do-chão, Escritório: G

La Habana Vieja – 10100, Habana - Cuba

Tel: +53 7 801 1443; +53 7 801 1443; Fax: +53 7 866 0746

E-mail: [email protected] | [email protected] | [email protected]

Sítio: http://www.claim-sa.com

LEX S.A.

Bufete Cubano de Propriedad Industrial

Agentes de propriedade Industrial, Assessoria Legal e Tramites de Marcas, Patentes, Domínios, Direitos

de Autor e Licenças Sanitárias – Membros da ASIPI e AIPPI

Primeira Avenida, nº 1001 esquina com 10, Miramar – Playa

Habana - Cuba

Tel: +53 7204 9093, Fax: +53 7204 9533

E-mail: [email protected] | http://www.lex-sa.com

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Consultoría Jurídica Internacional (CJI)

Rua 16, nº314, Miramar – Playa

Havana - Cuba

Tel: +53 7204 2490; Fax: +53 7204 2303

E-mail: [email protected]

7. Endereços de Internet

A informação online aicep Portugal Global pode ser consultada no site da Agência, nomeadamente, nas

seguintes páginas:

• Guia do Exportador

• Guia de Internacionalização

• Temas de Comércio Internacional

• Mercados Externos (Cuba)

• Livraria Digital

Outros endereços:

• Aduana General de la República

• Agencia Cubana de Noticias (ACN)

• Agencia de Medio Ambiente

• Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA)

• Asociación Latinoamericana de Integración (ALADI)

• Asociación de Estados del Caribe (AEC)

• Autentica Cuba (Ministerio de Turismo)

• Banco Central de Cuba

• Cámara de Comercio de la República de Cuba

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• Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo Portugal-Cuba (CCIST PC)

• Centro para el Control Estatal de los Medicamentos, Equipos e Dispositivos Médicos (CECMED)

• Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL)

• Cubatravel (Portal Oficial del Turismo de Cuba)

• Cuba Industria (Portal de la Industria Cubana)

• Delegación de la Unión Europea en Cuba

• Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) / Direções de Serviços de Alimentação e

Veterinária Regionais (DSAVR) / Habilitação para Exportação – Cuba – estabelecimentos

portugueses autorizados

• Directorio Turístico de Cuba

• El Portal del Medioambiente en Cuba

• Embaixada de Cuba em Portugal

• Embaixada de Portugal em Cuba

• Embargo US-Cuba: FAQ related to Cuba (US Department of the Treasury) / Sección Especial

Cuba-EEUU (Ministerio de Relaciones Exteriores de Cuba) / Informe de Cuba Sobre la

resolución 71/5 de la Asamblea General de las Naciones Unidas, titulada "Necesidad de poner

fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América

contra Cuba" (CubavsBloqueo, também disponível em português)

• European External Action Service (EEAS) - Relations between Cuba and the European Union

• Guia de Negócios – Cuba, abril 2017 (Oficina Económica y Comercial de España em Havana)

• Guia del Inversionista 2016 (Cámara de Comercio de la República de Cuba)

• Guia Prático – Destacamento de Trabalhadores de Portugal para Outros Países (Instituto da

Segurança Social)

• Instituto de Medicina Veterinária

• Instituto Nacional de Higiene, Epidemiología y Microbiología (INHEM)

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• Legislation Cuba (Lexadin)

• Market Access Database – MADB (Tariffs; Procedures and Formalities; Trade Barriers)

• Ministerio de Finanzas y Precios (MFP)

• Ministerio de Relaciones Exteriores de Cuba (MINREX)

• Ministerio de Trabajo y Seguridad Social (MTSS)

• Novo Quadro de Apoio Portugal 2020 / Programa Operacional Competitividade e

Internacionalização (Compete 2020)

• Oficina Cubana de la Propiedad Industrial (OCPI)

• Oficina Nacional de Estadísticas e Información (ONEI)

• Oficina Nacional de Normalización / Normas Cubanas Online

• Portal Cuba

• Portal das Comunidades Portuguesas (Ministério dos Negócios Estrangeiros) / Trabalhar no

Estrangeiro / Trabalhar no Estrangeiro - Folheto Genérico / Brochura Trabalhar no Estrangeiro

2015 / Conselhos aos Viajantes (Cuba)

• Portal GlobalAgriMar (Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral - GPP) /

Constrangimentos, Formulário de Exportação, Fichas de Internacionalização (produto e

mercado) / Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural / Ministério do Mar

• Segurança Social (Destacamento de Trabalhadores para Países com os quais não foram

celebrados Acordos Bilaterais / Convenções, como é o caso de Cuba)

• Seguro de Investimento Português no Estrangeiro da COSEC / Formas de Realização de

Investimento / Riscos e Coberturas / Contactos

• Sistema Económico Latino-americano y del Caribe (SELA)

• Sitio del Gobierno de la República de Cuba

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Cuba – Ficha de Mercado (outubro 2017)

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• United Nations (UN) / Funds, Programmes, Specialized Agencies and Others

• World Trade Organization (WTO)

• Zona Especial de Desarrollo Mariel (ZEDM)

Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt

Capital Social – 114 927 980 Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120