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MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2 Prof. Vinício Brígido

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Page 1: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

MENTORIA RESMULTIPsicologia - 2

Prof. Vinício Brígido

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Quem é Vinício Brígido?

- Doutorando no PPGP/FAFICH/UFMG (atual)- Estágio de doutorado em Birkbeck, University of London (2019/2020)- Mestre em Psicologia pela UFC (2014)- Graduado em Psicologia pela UFC (2010)

- Venho atuando ao longo dos anos na articulação entre Psicologia, Sociedade, Política, Gênero, Sexualidade, Trabalho e Saúde, especialmente em espaços de políticas públicas

- Atualmente me divido entre terminar a tese, participar do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT - NUH/UFMG e clínica psicológica

- Contatos: [email protected] / @viniciobrigidopsi (instagram)

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Sobre a residência:A Residência Multiprofissional em Saúde é uma Pós-Graduação LatoSensu como todo curso de especialização, só que voltada para aeducação em serviço e destinada às categorias que integram a área desaúde.

Duração de 2 anosDedicação exclusivaCarga Horária de 60h (período integral)Atividades teóricas e práticasVárias cidades

Entrada através de seleção

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Conteúdo programático - PsicologiaMENTORIA 1Psicologia do Desenvolvimento humano e saúde. Psicologia aplicada a Maternidade. Psicologia aplicada a Pediatria. Psicologia aplicada ao Hospital Geral e UTI (geral e especializada). Psicologia, ética e bioética. Psicossomática. Teorias e técnicas psicoterápicas.

MENTORIA 2Psicopatologia.Saúde mental.Políticas Públicas.Rede de Atenção Psicossocial.A morte e o morrer.Psicodiagnóstico.Psicologia e sua interlocução com a Atenção Básica.Psicologia e práticas interventivas grupais e territoriais.

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55 questões de múltipla escolha assim distribuídas: 01 a 15 > Saúde Coletiva16 a 55 > Conhec. Específicos

Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta.

O candidato dispõe de, no máximo, quatro horas para responder às questões de múltipla escolha e preencher a Folha de Respostas

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1) O trabalho de consultoria feito pelo profissional de saúde mental, definido como interconsulta , ocorre

quando o referido profissional é chamado para atender pacientes internados sob os cuidados de equipes de

saúde em hospital geral. Existem particularidades no processo de consultoria que devem ser levadas em

consideração pelo psicólogo ou psiquiatra responsável pelo atendimento. A esse respeito, analise as

afirmativas abaixo.

I O motivo da solicitação deve ser omitido do paciente, a fim de não expor a impressão que a equipe tem

sobre seu estado emocional, o que pode prejudicar a relação médico-paciente.

II Diante da negativa do paciente em se submeter ao atendimento, cabe ao profissional de saúde mental

persistir para que ele ocorra, pois existem demandas a serem trabalhadas na hospitalização.

III Diversas são as razões que motivam a solicitação de uma interconsulta, entre elas, podem ser citadas as

reações de ajustamento ao adoecer e à internação bem como os transtornos mentais orgânicos.

IV Faz-se necessário que o interconsultor acompanhe diariamente a situação objeto da solicitação, tendo em

vista que os fatos em hospital geral se sucedem de modo acelerado.

Das afirmativas, estão corretas

A) II e IV.

B) I e II.

C) I e III.

D) III e IV

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Segundo Rossi (2008), a interconsulta psicológica tem como objetivos auxiliar profissionais de outras áreas no

diagnóstico e tratamento de pacientes com problemas psiquiátricos ou psicossociais (situações emocionais

emergentes) e intermediar a relação entre os envolvidos na situação (equipe de saúde, pacientes e familiares),

facilitando a comunicação, a cooperação e a elaboração de conflitos.

Considerando as reais necessidades dos pacientes, incluindo atenção ao contexto em que estão inseridos e a

relação com a equipe que o atende, é importante que o psicólogo interconsultor possa, inicialmente, realizar uma

análise funcional do ambiente e das demandas impostas por paciente e equipe (Gorayeb, 2001). A partir de tais

avaliações e do entendimento sobre o funcionamento do paciente, da família e equipe, e sua inter-relação

contextualizada no ambiente hospitalar, as estratégias de intervenção podem ser traçadas e colocadas em

prática.

Diferentes motivos podem ser determinantes da solicitação de uma interconsulta psicológica pelos membros da

equipe. Alguns dos mais frequentemente encontrados em estudos realizados no Brasil (Botega, 2002; Smaira,

Kerr-Corrêa & Contel, 2003) são: colaboração para o diagnóstico diferencial de patologias orgânicas e

psicológicas, persistência de comportamento queixoso do paciente, comportamento de paciente que altera o

funcionamento da enfermaria, sensibilização da equipe pelas atitudes do paciente, dificuldade da equipe em lidar

com sentimentos e reações decorrentes do adoecer, risco e/ou tentativa de suicídio, pacientes com transtornos

psiquiátricos e desajustes na relação médico-paciente.

GAZOTTI, Thaís de Castro; PREBIANCHI, Helena Bazanelli. Caracterização da interconsulta psicológica em um hospital geral. Psicol. teor. prat.,

São Paulo , v. 16, n. 1, p. 18-30, abr. 2014 .

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2) A Nota Técnica nº 11/2019-CGMAD/DAPES/SAS/MS é responsável por esclarecer as mudanças na

Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. São ações dessa

normativa:

A) criação da modalidade de CAPS (IV AD) para funcionar 24 horas nas regiões de cracolândias, com

equipe completa, incluindo psiquiatras e equipe de enfermagem de plantão. Tal modalidade de serviço

está programada para atender pacientes em emergências psiquiátricas, encaminhá-los para abordagens

terapêuticas em outros serviços da rede ou absorvê-los no próprio CAPS-AD.

B) modificação da Resolução do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), que apresenta as

Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. Esse fato define as orientações para o tratamento e a

reinserção social de pacientes que apresentam dependência química e estão em seguimento na RAPS.

C) redução dos atendimentos de Ambulatórios por serem serviços que concorrem com os CAPS, na

medida em que fornecem assistência a pacientes com necessidades semelhantes e com outras situações

de risco.

D) determinação de que os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) não receberão pacientes com

transtornos mentais em outras situações de vulnerabilidade, como, por exemplo, aqueles que vivem nas

ruas e os que são egressos de unidades prisionais comuns.

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2.3 Definições gerais dos CAPS AD IV

Os CAPS AD IV são Pontos de Atenção Especializada, que integram a Rede de Atenção Psicossocial

(RAPS), e que se destinam a proporcionar atenção integral e continuada às pessoas com quadro de

dependência de substâncias psicoativas (relacionadas aos consumos de álcool, crack e outras drogas).

Devem funcionar 24 (vinte e quatro) horas por dia, todos os dias da semana, inclusive aos fins de semana

e feriados. Visam o atendimento de adultos ou crianças e adolescentes, conjunta ou separadamente,

sendo que, tratando-se destes dois últimos grupos populacionais, seu atendimento deverá adequar-se ao

previsto no Estatuto da Criança e do Nota Técnica 11 (7718127) SEI 25000.021223/2019-50 / pg. 9

Adolescente.

Estes novos Centros podem ser de dois tipos: CAPS AD IV Novo ou CAPS AD IV Reestruturado, resultado,

este último, da adaptação de um CAPS AD pré-existente. Poderão ser criados em todas as capitais

estaduais, bem como nos Municípios com população acima de 500.000 habitantes, devendo funcionar de

forma a prestar assistência às pessoas em cenas abertas de uso de drogas, as chamadas “cracolândias”.

Page 11: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

Sua implementação deverá ocorrer conforme o previsto no Plano de Ação Regional ou instrumento

equivalente. Para funcionar 24 horas nas regiões de cracolândias, o CAPS AD IV deverá contar

necessariamente com equipe completa, incluindo psiquiatras e equipe de enfermagem de plantão. Os

demais profissionais de Saúde Mental, que juntamente com psiquiatras e equipe de enfermagem que

comporão o Serviço, trabalharão em turno diurno.

Tal modalidade de Serviço está programada para atender pacientes em situações de emergência

psiquiátrica, encaminhálos para abordagens terapêuticas em outros Serviços da Rede ou absorvê-los no

próprio CAPSAD para tratamento de reabilitação psicossocial.

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b) erro: Ademais, a presente Nota Técnica apresenta também a Resolução do Conselho Nacional de Políticas sobre

Drogas (CONAD), que modificou as Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas, fato este que altera as orientações

para o tratamento e reinserção social de pacientes que apresentam dependência química e que estão em seguimento

na RAPS

c) erro: A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) passa a ser formada pelos seguintes pontos de atenção (Serviços):

CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), em suas diferentes modalidades Serviço Residencial Terapêutico (SRT)

Unidade de Acolhimento (adulto e infanto-juvenil) Enfermarias Especializadas em Hospital Geral Hospital Psiquiátrico

Hospital-Dia Atenção Básica Urgência e Emergência Comunidades Terapêuticas Ambulatório Multiprofissional de

Saúde Mental - Unidades Ambulatorias Especializadas Todos os Serviços, que compõem a RAPS, são igualmente

importantes e devem ser incentivados, ampliados e fortalecidos. O Ministério da Saúde não considera mais Serviços

como sendo Nota Técnica 11 (7718127) SEI 25000.021223/2019-50 / pg. 3 substitutos de outros, não fomentando mais

fechamento de unidades de qualquer natureza. A Rede deve ser harmônica e complementar. Assim, não há mais

porque se falar em “rede substitutiva”, já que nenhum Serviço substitui outro. O país necessita de mais e diversificados

tipos de Serviços para a oferta de tratamento adequado aos pacientes e seus familiares.

d) erro: Um dos pontos da Nova Política Nacional de Saúde Mental é a expansão dos Serviços Residenciais

Terapêuticos (SRTs), equipamentos voltados à reinserção social dos pacientes e fundamentais para a

desinstitucionalização dos que moram em hospitais psiquiátricos. Nas novas ações do Ministério da Saúde, as SRTs

também passam a acolher pacientes com transtornos metais em outras situações de vulnerabilidade, como por

exemplo, aqueles que vivem nas ruas e também os que são egressos de unidades prisionais comuns.

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3) Sobre a Unidade de Referência Especializada em Hospital Geral para atenção a pessoas com transtornos mentais e/ou

com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, a Nota Técnica nº 11/2019-

CGMAD/DAPES/SAS/MS estabelece que

A) para repasse integral do incentivo de custeio, passa a ser exigida a ocupação de 80% dos leitos. Os incentivos para

implantação devem ser solicitados isoladamente, por leito, e não mais de acordo com o tamanho da enfermaria (3 níveis).

Assim, os leitos antigos que não se encontram em enfermarias psiquiátricas de hospitais gerais passarão por processo de

transição para se adequarem às novas normativas do SUS.

B) para o cuidado de 21 a 30 leitos, a equipe técnica multiprofissional mínima será de: 5 técnicos ou auxiliares de

enfermagem por turno diurno e 4 técnicos ou auxiliares de enfermagem por turno noturno; 1 enfermeiro por turno; 2

profissionais de saúde mental de nível superior, totalizando carga-horária mínima de 90h por semana; 1 médico clínico

responsável pelas interconsultas; e 1 ou 2 médico(s) psiquiatra(s) responsável(is) pelos leitos, contabilizando carga horária

total de serviços de 30 horas por semana.

C) o Ministério da Saúde irá incentivar e habilitar somente unidades espe cializadas em saúde mental/psiquiatria em

hospitais gerais, com mínimo de 8 e máximo de 30 leitos por enfermaria, até 10% da capacidade total instalada, exigindo

equipe multiprofissional mínima completa composta de 2 técnicos ou auxiliares de enfermagem por turno, 2 profissionais

de saúde mental de nível superior e 1 médico clínico responsável pelos leitos.

D) essa unidade presta-se a “ampliar o acesso à assistência em saúde mental para pessoas de todas as faixas etárias com

transtornos mentais mais prevalentes, mas de gravidade moderada, como transtornos de humor, dependência química e

transtornos de ansiedade”, atendendo necessidades de complexidade intermediária entre a Atenção Básica e os CAPS.

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Item B está certíssimo - de acordo com a política

a) erro: - Mantém o incentivo de custeio anual por cada leito implantado em R$ 67.321,32, pago

integralmente se a ocupação for maior ou igual a 80%. - Fixa os incentivos de implantação em: .

Enfermaria de 8 a 10 leitos: R$ 33.000,00 . Enfermaria de 11 a 20 leitos: R$ 66.000,00 . Enfermaria

de 21 a 30 leitos: R$ 99.000,00 - Estipula, em seu Art. 6.º, que a configuração deste Serviço

Hospitalar de Referência deve obedecer às seguintes Normas de Transição:

c) erro: Fica estabelecido que o Ministério da Saúde irá incentivar e habilitar somente unidades

especializadas em saúde mental/psiquiatria em hospitais gerais, com mínimo de 8 e máximo de 30

leitos por enfermaria, até 20% da capacidade total instalada, exigindo equipe multiprofissional

mínima completa, incluindo psiquiatra responsável pela condução dos casos.

d) erro: se refere a Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental (AMENT)

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4) Elizabeth Kübler-Ross foi a pioneira em descrever as atitudes e reações emocionais suscitadas pela

aproximação da morte em pacientes terminais, deixando valiosas contribuições para a Psicologia na

compreensão do processo de morte e morrer. Seus trabalhos descrevem a identificação dos cinco

estágios que um paciente pode vivenciar durante sua terminalidade. Esses estágios são denominados de

A) negação, barganha, depressão, aceitação e despedida. Não seguem uma ordem, e, para viver todos

os estágios, o paciente precisa ter algum grau de religiosidade.

B) negação, raiva, culpa, depressão e despedida. Ocorrem exatamente nessa sequência, e o paciente

que pula um desses estágios não consegue vivenciar, de forma completa, seu processo de luto e

despedida.

C) negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Não seguem, necessariamente, uma ordem, e o

paciente pode vivenciar mais de uma dessas fases, concomitantemente, ou até mesmo não vivenciar

algumas delas.

D) negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Ocorrem, necessariamente, nessa ordem, e

observa-se que pular um dos estágios não permite a conclusão do processo de luto.

Page 16: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

Elizabeth Kübler-Ross foi a pioneira em descrever as atitudes e reações emocionais suscitadas

pela aproximação da morte em pacientes terminais, reações humanas que não dependem de um

aprendizado só cultural. Seus trabalhos descrevem a identificação dos cinco estágios que um

paciente pode vivenciar durante sua terminalidade, que são: negação, raiva, barganha, depressão e

aceitação.

Não há uma ordem para a ocorrência dessas manifestações, tão pouco uma cronologia, sendo que

o paciente pode vivenciar mais de uma destas fases, concomitantemente, num mesmo período ou

até mesmo não vivenciar algumas delas.

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5) A depressão citada por Kübler-Ross como um dos estágios de enfrentamento da terminalidade é

diferente do Estado Depressivo Maior (EDM), na forma como é definido pelo Manual Diagnóstico e

Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR). O próprio manual preocupa-se com essa questão

e estabelece as diferenças entre o processo de luto e o Estado Depressivo Maior. Sobre essas

diferenças, no luto,

A) a autoestima da pessoa enlutada é questionada, além de não elencar razões para continuar a

viver após a perda; no EDM, a autoestima é preservada e não há sentimento de desvalia.

B) há a presença de humor deprimido e a incapacidade de antecipar visões positivas do futuro; no

EDM, o humor deprimido é um traço de personalidade, que acompanha o sujeito por toda sua vida.

C) o humor deprimido é persistente, não melhora com o passar dos dias e das semanas; no EDM,

existem episódios depressivos que podem melhorar e retornar ao longo de toda a vida do sujeito.

D) há preservação da autoestima da pessoa enlutada, podendo ocorrer autodepreciação, mas em

relação a falhas com o falecido; no EDM, há o sentimento de desvalia e aversão a si mesmo.

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Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior (EDM), é útil considerar que, no luto, o afeto

predominante inclui sentimentos de vazio e perda, enquanto no EDM há humor deprimido persistente e

incapacidade de antecipar felicidade ou prazer.

A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas

como “dores do luto”. Essas ondas tendem a estar associadas a pensamentos ou lembranças do falecido.

O humor deprimido de um EDM é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações

específicos. A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos

da infelicidade e angústia generalizadas de um EDM.

O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente apresenta preocupação com pensamentos e

lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM. No luto, a

autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo

são comuns.

Se presente no luto, a ideação autodepreciativa tipicamente envolve a percepção de falhas em relação ao

falecido (p. ex., não ter feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um

indivíduo enlutado pensa em morte e em morrer, tais pensamentos costumam ter o foco no falecido e

possivelmente em “se unir” a ele, enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria

vida em razão dos sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor

da depressão.

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6) Até o século XVII, os ritos de morte eram aceitos e cumpridos com simplicidade, de modo

cerimonial, evidentemente, mas sem caráter dramático ou gestos de emoção excessivos. Essa

atitude frente à morte era habitual e foi denominada de “morte domada”. A partir do século XIX,

a sociedade passa a ter muitos recursos para proteger a vida, e a morte passa a ser

vergonhosa. A importância nesse século é dar a impressão de que, apesar da morte, nada

mudou, e as pessoas dão prosseguimento à sua vida normal. Essa concepção de morte, mais

atual, é denominada

A) morte idealizada.

C) morte interdita.

B) morte materializada.

D) morte selvagem.

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Ariès (1977), ao se referir à morte interdita, cita atributos como: vergonha, fracasso, erro

médico.

Esse tipo de morte constitui evento solitário, e a expressão do sofrimento deve ser minimizada,

sem rituais. A caricatura que melhor a representa é a do ser humano que não pode morrer, com

tubos em todos os orifícios do corpo, tendo por companhia ponteiros e ruídos de máquinas. O

ser humano fica, assim, expropriado de sua morte. O silêncio impera, tornando penosa a

atividade dos profissionais de saúde com pacientes gravemente enfermos. O prolongamento da

vida e do tempo da doença amplia o convívio entre pacientes, familiares e equipe de cuidados,

com aumento do estresse e risco de colapso.

Kovács, Maria JúliaInstituições de saúde e a morte: Do interdito à comunicação. Psicologia:

Ciência e Profissão [online]. 2011, v. 31, n. 3 [Acessado 4 Outubro 2021] , pp. 482-503.

Page 21: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

7) A psicologia hospitalar constitui um campo de atuação voltado às instituições de saúde nos

níveis secundário e terciário. O profissional dessa área deve intervir com vistas à promoção e à

recuperação da saúde física e mental e, para isso, deve avaliar e acompanhar as pessoas em

contexto de adoecimento. Sobre o diagnóstico em psicologia hospitalar, analise as afirmativas

abaixo.

I Esse diagnóstico assemelha-se ao psicodiagnóstico, na medida em que testes psicológicos são

utilizados para avaliar o paciente hospitalizado.

II Durante a entrevista, o psicólogo deve abordar o tema que parece mais acessível, sem

obrigatoriamente ser o adoecimento.

III Esse diagnóstico é expresso de modo abrangente, abordando processos que influenciam e são

influenciados pela doença.

IV Um dos objetivos desse diagnóstico é encaminhar o paciente à psicoterapia após sua saída do

hospital.

Das afirmativas, estão corretas

A) III e IV.

B) I e II.

C) II e III.

D) I e IV.

Page 22: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

Em psicologia hospitalar o diagnóstico é o

conhecimento da situação existencial e

subjetiva da pessoa adoentada em sua

relação com a doença. Sendo assim, a

psicologia hospitalar não diagnostica

doenças, mas o que acontece com as

pessoas relativamente à doença

(SIMONETTI, 2013).

Desse modo, o diagnóstico no contexto

hospitalar não é expresso em termos de

nomes de doenças, mas sim por uma

descrição abrangente de processos que

influenciam e são influenciados pela

doença. O psicólogo hospitalar não oferece

rótulos, e sim uma visão panorâmica

(SIMONETTI, 2013).

Page 23: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

8) O psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica que visa identificar e avaliar características

específicas. É um processo delimitado no tempo, com objetivos bem definidos, a fim de

confirmar ou informar hipóteses. Outro aspecto do psicodiagnóstico é o fato de

A) estabelecer, como primeiro passo, o contrato de trabalho, a fim de formalizar com o paciente

as responsabilidades de ambas as partes.

B) fazer uso de recursos diagnósticos, a exemplo do exame do estado mental da pessoa, que

isoladamente permite a classificação nosológica.

C) desconsiderar os fenômenos de transferência e contratransferência para que estes não

interfiram no processo de avaliação.

D) centrar a atenção na existência ou não de psicopatologia, por meio da identificação de forças

e fraquezas no funcionamento psicológico.

Page 24: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

Segundo Cunha (2000), há identificação de forças e fraquezas do funcionamento psicológico com um

foco na existência ou não de psicopatologia.

CUNHA, Jurema Alcides. Fundamentos do psicodiagnóstico. J. A. Cunha, Psicodiagnóstico (5. ed.,

Vol. 5, pp. 23-31). Porto Alegre, RS: Artmed, 2000.

Page 25: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

9) A Declaração de Alma-Ata apresentou uma perspectiva abrangente de cuidados

primários na atenção básica. Entre estes, destaca-se

A) a participação de vários setores, como agricultura, pecuária e produção de alimentos,

entre outros, a fim de promover melhores condições de vida para a população.

B) a participação de médicos especializados para que as pessoas pudessem ter mais

acesso e serem curadas mais rapidamente.

C) a inclusão de tecnologias para o diagnóstico, a cura e a prescrição correta de

medicamentos e exames.

D) a inclusão de ações eminentemente políticas para que as pessoas tivessem mais

acesso aos serviços e aos procedimentos médicos.

Page 26: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

VII) Os cuidados primários de saúde:

4 - Envolvem, além do setor saúde, todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitário, mormente a agricultura, a pecuária, a produção

de alimentos, a indústria, a educação, a habitação, as obras públicas, as comunicações e

outros setores.

Page 27: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

10) Dona Marina mora com sua filha, Vilma, de 22 anos, em um pequeno apartamento num

bairro da periferia de uma cidade de médio porte. Ela está preocupada com sua filha, que não

quer mais sair de casa para ir ao médico no ambulatório de psiquiatria. A filha junta lixo em casa,

às vezes não fala coisa com coisa e, quando a mãe tenta ajudar, ela fica agressiva. A única

pessoa que Vilma recebe em casa é a irmã, que mora perto, mas trabalha o dia todo. A agente

comunitária tentou fazer uma visita e, como sempre, dona Marina a recebeu na porta. A equipe

da Estratégia de Saúde da Família (ESF) nunca fez nada e acabou esquecendo essa família.

Quando Carla, psicóloga do CAPS, iniciou a prática de matriciamento, a enfermeira comentou o

caso e foram discutir em equipe. Com o matriciamento, a e quipe do ESF foi tecendo a rede,

criando possibilidades e trazendo qualidade de vida para essas pessoas.

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Levando em consideração o Apoio Matricial, como organizador, potencializador e facilitador da

rede assistencial, e a atuação da Psicóloga dentro de sua especialidade, analise as afirmativas

abaixo.

I Na verticalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de saúde se reestrutura

em dois tipos de equipes: equipe de referência representada pela ESF e equipe de apoio

matricial, nesse caso, a equipe de saúde mental.

II Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais

equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção

pedagógico-terapêutica.

III São ações de matriciamento: encaminhamento ao especialista; atendimento individual pelo

profissional de saúde mental e intervenção psicossocial coletiva, realizado apenas pelo

profissional de saúde mental.

IV De acordo com o modelo do Apoio Matricial, Carla não deve, em princípio, realizar

psicoterapia com Vilma. A Atenção Primária não é local para psicoterapia.

Estão corretas

A) II e IV. C) I e IV. B) I e III. D) II e III.

Page 29: MENTORIA RESMULTI Psicologia - 2

Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais

equipes, num processo de construção compartilhada criam uma proposta de intervenção

pedagógico-terapêutica. Essa proposta visa integrar os profissionais da equipe de saúde da

família com profissionais especialistas de forma que os primeiros tenham um suporte para a

discussão de casos e intervenções terapêuticas. O matriciamento visa transformar a lógica

tradicional dos sistemas de saúde: encaminhamentos, referências e contrarreferências,

protocolos e centros de regulação, por meio de ações mais horizontais que integrem os

componentes e seus saberes nos diferentes níveis de assistência (CHIAVERINI, 2011).

[...]no modelo do Apoio Matricial, o profissional de saúde mental que vai à atenção primária não

deve, a princípio, realizar psicoterapia. Eventualmente pode ser necessário para ele realizar

atendimentos de avaliação e aconselhamento e, para isso, poderá usar técnicas psicoterápicas

que aprendeu. Porém a APS não é local para psicoterapias.

Guia prático de matriciamento em saúde mental / Dulce Helena Chiaverini (Organizadora) ... [et

al.]. [Brasília, DF]: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011

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Vinício Brígido

[email protected]

@viniciobrigidopsi