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Sessão temática Cidade - 589 MEMÓRIA E CIDADE: O PROCESSO DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO EDIFICADO EM CIDADE DE IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL E ARGENTINA O CASO DE LA PLATA E CAXIAS DO SUL Marcelo Caon 1 RESUMO Em decorrência do projeto da modernidade, que imprimiu novas formas de organização que se deram inicialmente através da atividade racional, científica, tecnológica, intelectualização na ruptura com o finalismo da religiosidade, e ainda a destruição dos laços sociais tradicionais produzindo novas mediações sobre o conhecimento humano, as cidades se tornaram resultados das projeções do ser humano na busca da realização das suas potencialidades. Entretanto, dentro da descoberta dos limites desse projeto, os movimentos preservacionistas criaram-se, primeiramente, na busca da identificação nacional e, mais tarde, na salvaguarda da memória como fator de oposição frente à aceleração hipermoderna da última metade do século XX. Palavras-chave: Cidade. Memória. Patrimônio Histórico. Diante do desenvolvimento industrial implantado, em alguns países europeus desde o século XVIII, sob o estandarte do progresso intenso, houve uma dissociação do projeto da cidade moderna. Aquilo que Habermas 2 destacou como as patologias dos tempos modernos, era a distinção entre os processos de modernização e a modernidade cultural. Em relação ao primeiro, seus atores eram o Estado e a economia, nos quais a linguagem é secundária e se relaciona com o mundo por meio da reprodução material, do trabalho, do lucro e dos mecanismos autorreguladores (dinheiro e poder) que são regidos pela racionalidade instrumental. Quanto ao segundo, trata-se de um campo da razão comunicativa, lugar onde o “mundo vivido” enfatiza a autonomização no seu 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Mestre e Doutorando PPGH-PUCRS, [email protected] Orientador: Prof. Doutor Charles Monteiro. 2 FREITAG, Bárbara. Dialogando com Jürguen Habermas. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 2005.

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Sessão temática Cidade - 589

MEMÓRIA E CIDADE: O PROCESSO DE PRESERVAÇÃO DO

PATRIMÔNIO EDIFICADO EM CIDADE DE IMIGRAÇÃO

ITALIANA NO BRASIL E ARGENTINA – O CASO DE LA PLATA

E CAXIAS DO SUL

Marcelo Caon1

RESUMO

Em decorrência do projeto da modernidade, que imprimiu novas formas de

organização que se deram inicialmente através da atividade racional, científica,

tecnológica, intelectualização na ruptura com o finalismo da religiosidade, e ainda a

destruição dos laços sociais tradicionais produzindo novas mediações sobre o

conhecimento humano, as cidades se tornaram resultados das projeções do ser humano

na busca da realização das suas potencialidades. Entretanto, dentro da descoberta dos

limites desse projeto, os movimentos preservacionistas criaram-se, primeiramente, na

busca da identificação nacional e, mais tarde, na salvaguarda da memória como fator de

oposição frente à aceleração hipermoderna da última metade do século XX.

Palavras-chave: Cidade. Memória. Patrimônio Histórico.

Diante do desenvolvimento industrial implantado, em alguns países europeus

desde o século XVIII, sob o estandarte do progresso intenso, houve uma dissociação do

projeto da cidade moderna. Aquilo que Habermas2 destacou como as patologias dos

tempos modernos, era a distinção entre os processos de modernização e a modernidade

cultural. Em relação ao primeiro, seus atores eram o Estado e a economia, nos quais a

linguagem é secundária e se relaciona com o mundo por meio da reprodução material,

do trabalho, do lucro e dos mecanismos autorreguladores (dinheiro e poder) que são

regidos pela racionalidade instrumental. Quanto ao segundo, trata-se de um campo da

razão comunicativa, lugar onde o “mundo vivido” enfatiza a autonomização no seu

1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Mestre e Doutorando PPGH-PUCRS,

[email protected] – Orientador: Prof. Doutor Charles Monteiro. 2 FREITAG, Bárbara. Dialogando com Jürguen Habermas. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 2005.

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interior e onde a língua e as tradições podem ser modificados, dependendo dos

questionamentos destas certezas e regulados à medida que são aceitos através do

discurso prático. O conflito se dá quando o processo de diferenciação e autonomização

(concepções da cultura) entram em crise, ou seja, a modernidade cultural reduz seu

campo de atuação devido a uma contaminação pela razão instrumental ou

racionalização, principal característica da modernização societária. A colonização do

“mundo vivido” pelo “sistema” influencia as instituições culturais que deixam de

funcionar segundo sua expressividade e passam a funcionar em decorrência apenas do

lucro ou como forma de poder.

Vale então observar como essa “modernidade” dá lugar à outra que está sob o

impacto da racionalidade instrumental, modificando os conceitos de valores, patrimônio

e preservação. Nesse quadro, a nova modernidade afasta o ser definitivamente, onde os

homens perdem pontos de referência, ficando à deriva no infinito mar do devir,

conforme esclarece Baumer3. Já em pleno século XX, será multiplicada a potencialidade

desta sociedade em que Lipovetsky passou a denominar de hipermoderna. Assim, a

cidade e o patrimônio daqueles países que ainda estão sob a sombra de um

desenvolvimento industrial, de certa forma recente, como é o caso de Brasil e

Argentina, já recebem os efeitos de destruição e reconstrução de seu núcleo urbano e

rural. Se antes a beleza arquitetônica é a expressão sensível do poder4, a partir da

segunda metade do século XX, a arquitetura, como linguagem do poder, poderia ser

traduzida na aceleração da produção arquitetônica como fator obliterador de quaisquer

resquícios de memória. Entretanto, nem todos ficam submetidos ao silêncio do respeito,

da veneração ou do terror. A destruição gera seu oposto como forma de ressignificação

e permanência de pontos de convergência que, voltam a ser associados a práticas de

Estado, mesmo que a apropriação do espaço seja movida pela especulação imobiliária.

Hoje, em uma sociedade em busca de valores, a arte de transformar em patrimônio e

preservá-lo corresponde à mesma manifestação de poder e resistência

O escopo que orienta esse trabalho se constituiu durante o processo de pesquisa

histórica sobre o mundo urbano onde observou-se a capacidade que a sociedade

contemporânea possui de alimentar um conjunto de representações tanto utópicas

3 BAUMER, Franklin. A História do Pensamento Moderno Europeu. Lisboa: Ed. 70, 2000.

4 FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. São Paulo, Graal, 2003.

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quanto conservadoras, cada vez mais elaboradas, e geradas da convicção de um

progresso permanente. A meta do progresso ou avanço como empreendimento humano

parece cada vez mais utilizada como um estilo do homem ao lidar com os problemas

apresentados pela natureza ou pelo próprio esforço humano. Secular ou religiosa,

decadente ou ciclicamente recorrente, este tema está posto sobre a cidade e em suas

formas, cabendo a este estudo um desenvolvimento mais acurado sobre de que forma

isto é revelado no urbano, no patrimônio cultural, nas edificações.

Primeiramente, embora as cidades pesquisadas fizessem parte de países

fronteiriços, cabe ressaltar que a partir do século XIX houve aspecto identitário em

torno das populações de imigrantes, pois estava em curso um novo arranjo de formação

da ideia de nação, na construção dos respectivos Estados Nacionais bem como a

legitimação daqueles Estados.

A cidade de La Plata (1882-1884) estava inserida no processo de reorganização

política da Argentina que culminou na federalização da cidade de Buenos Aires

funcionando como capital federal da república e capital da província. Uma cidade feita

por imigrantes.

Por outro lado, embora o espaço urbano de Caxias do Sul (1875) não tivesse

sido criado para substituir a capital da província do Rio Grande do Sul, ele estava

inserido em um pacto entre os Estados Nacionais para a utilização da mão de obra mais

variada em atividades produtivas, incluindo o povoamento das terras do Império,

localizadas na região nordeste da província. Um núcleo urbano para imigrantes.

Diante da constituição da ideia de nação da Argentina e Brasil, houve

semelhanças, tais como um esforço das elites locais (SÁ, 2013, p. 14)5 que,

confrontadas com uma variedade de culturas, de interesse regionais e com a diversidade

étnica, inventaram a ideia de nação como o único argumento capaz de ordenar a

sociedade e garantir seu controle sobre ela. Em boa medida, se converteu em

legitimação política do Estado contemporâneo a manutenção de símbolos, aqui

monumentos históricos que pudessem ordenar a um modelo única de identidade: a

nacional.

5 SÁ, Maria Elisa Noronha de. Civilização e barbárie: a construção da ideia de nação: Brasil e

Argentina. Rio de Janeiro: Garamond, 2013, p.14.

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Passado um século os países do Ocidente europeu bem como os países da

América Latina, tiveram em sua organização político-econômica alterações substanciais

que levaram a mudança considerável entre a década de 1970 e início de 1980 após um

relativo arrefecimento dos poderes nacionais, constituídos nas ditaduras militares que

veio somar-se aos debates culturais originados pela Unesco durante o mesmo período.

Foi necessário pensar como, após um século da formação urbana, os vestígios

foram preservados e se, em caso positivo, quais suportes ideológicos são utilizados para

mantê-los preservados ou destruídos. Assim, surgem Caxias do Sul e La Plata, que

serviram como metonímias comparativas entre Brasil e a Argentina, verificando se as

políticas e as práticas de preservação se dão da mesma forma, se se contrapõem ou se se

complementam de alguma maneira.

Frente a uma nova forma de pensar o antigo projeto da modernidade, conhecido

como “hipermodernidade”6, o patrimônio edificado, lido através das preleções sobre a

morfologia urbana, revela novo embates sob a mercantilização da etnia, prática da

indústria cultural, ou o consumo ou a homogeneização da alteridade.

Entretanto, através de uma pesquisa relativamente minuciosa, conseguiu-se

suporte documental que dá conta de afirmar como esse originou-se esse embate. A partir

de tal estreitamento com as publicações comemorativas, leis, relatórios municipais de

ambas as cidades foi possível contrapor documentos que iam contra a corrente do

“desenvolvimento a qualquer custo”. Sobre elas foi possível propor importantes

perguntas tais como: quais formam os princípios e conceitos metodológicos que, no

final do século XX, orientaram as gestões sobre a preservação do patrimônio histórico

edificado dos centros urbanos formados a partir da imigração italiana no sul do Brasil e

Argentina; Como mais detalhadamente o patrimônio nestas cidades foi tratado pela

própria comunidade diante da mudança destas paisagens históricas e que valores foram

operados por estes grupos preservacionistas para configurar seu “sentimento de

pertença”; Como se estabeleceu, final do século XX, a relação entre as políticas oficiais

de preservação e os interesses de ordem econômica?

6 O pensamento dominante durante o período moderno era o de que o homem era o que ele fazia, e,

portanto, quanto melhor a produção condicionada pela ciência, à tecnologia ou à administração, melhor

seria a organização da sociedade, pois regulada pela lei transforma a vida que passa a ser animada pelo

interesse de se libertar de todas as opressões. consumista como organização do presenteísmo, cujos

efeitos são tão carregados de perigos, quanto de promessas.

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Boa parte das publicações comemorativas centenárias das respectivas cidades

apontam para a formação patrimonial significativa. Em muitos casos, a produção da

imagem cria um contexto no qual as cidades são exibidas como produto da

engenhosidade dos seus habitantes acompanhado do crescimento contínuo. Essa

proposição se associa ao desenvolvimento produtivo, comercial e industrial,

apresentado como sinônimo da modernidade e vetor de transformações urbanas e

arquitetônicas.

De igual maneira, o poder público municipal, em ambas as cidades, propunha a

elaboração de estudo sobre a morfologia urbana e sua respectiva representação nas

edificações urbanas o que não apenas serve de apontamento como análise econômica e

política do fenômeno urbano, como também faz pensar que as cidades estão desprovidas

de referências simbólicas.

A partir de então houve uma reformulação dos imaginários e das identidades

locais, resistentes ao processo de globalização: a preservação do patrimônio não busca

perpetuar o passado, mas segundo Segundo Poulot7, a preservação representa um

patamar de referência, um conjunto de permanências por meio das quais as sociedades

se reconhecem, se identificam, constroem e reconstroem os seus valores e sua trajetória

(POULOT, 2009. p. 19).

Nesse campo de preservação é possível perceber as atividades classificatórias

como modo de manter protegido um sentimento de pertença, e até de resistência, diante

de um mundo que não seduz mais e que evidencia uma fase de esgotamento de seu

projeto moderno.

Para isso o ano de 1975 serve como ponto de partida para compreender como se

deu o processo inicial de preservação no município de Caxias do Sul, na medida em que

a data tornava-se um marco do centenário da chegada dos imigrantes italianos e,

portanto, foi utilizada ideologicamente na organização na valorização excessiva da

cultura italiana regional.

Já em 1982, ocorreu o centenário da cidade de La Plata, quando, com a

finalização do processo ditatorial, surgiu em toda a Argentina uma ampla investigação

de conservação cultural das mais distintas etnias na formação da cultura do país bem

7 POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente, séculos XVIII-XXI: do monumento aos

valores. São Paulo: Estação Liberdade, 2009, p.19.

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como um aprofundamento sobre o quesito patrimonial, pois poucas edificações de

distintas etnias haviam sido preservadas. Nesse momento, a Universidade Nacional de

La Plata inicia uma diversidade de intercâmbios e estudos sobre a história da própria

cidade em diferentes campos: arquitetônico, político, econômico.

Quanto aos anos de 1990, ambas as cidades produziram novos inventários, com

inúmeras alterações em relação aos primeiros levantamentos, inserindo o patrimônio em

uma nova classe internacional que levava os territórios ao status de cidades culturais.

No caso platense, ocorreu um sério debate sobre a possibilidade da cidade se

tornar patrimônio mundial pela UNESCO o que preparou um novo inventário para

servir de base para a postulação da cidade como patrimônio da humanidade. Além

disso, a Faculdade de Bellas Artes da Universidade Nacional de La Plata lançou um

projeto com novas abordagens valorativas sobre o patrimônio traduzidas pela

recuperação sensível das edificações para sua proteção legal.

As abordagens visuais apresentadas nas publicações comemorativas do

centenário e/ou comemorações subsequentes das cidades tiveram funções distintivas dos

levantamentos inventariais. No primeiro caso, trata-se de veículos de informação que

tem o objetivo de produzir em seu receptor a elaboração de uma cidade em expansão,

sem contradições, ordenada, com novos espaços de sociabilidade. Entretanto, um novo

tipo de prática de leitura, mais rápida e dinâmica, foi criada. Segundo Monteiro (2007,

p. 174), as imagens parecem dizer “foi assim que aconteceu”, permitindo gerir novos

significados do processo de modernização que, embora sejam mais rápidos, são mais

superficiais e menos reflexivos8.

No segundo elemento, o inventário traz consigo um outro tipo de forma de

leitura, compreendendo a ampla necessidade de reconhecer os bens culturais e as ações

necessárias para a salvaguarda do patrimônio, os acirramentos e os valores gerados por

percepções de mundos baseadas em conceito de progresso completamente dispares.

Daí a necessidade de comparar a documentação desvelando os diversos sentidos

de progresso atribuídos ao campo das formas urbanas.

Na observação da documentação é possível pensar uma comparação, tal como

propunha Marc Bloch, onde utilizamos a “história-problema comparada” na medida em

8 MONTEIRO, Charles. Imagens sedutoras da modernidade urbana: reflexões sobre a construção de um

novo padrão de visualidade urbana nas revistas ilustradas na década de 1950. In.: Revista brasileira de

História – ANPUH, vol. 27, n°53, jan.-jun.,2007, p.174.

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que o problema afeta dois recortes espaciais que se inserem em uma mesma

temporalidade9. Pode-se dizer que sob efeitos da globalização e da hipermodernidade do

final do século XX, os administradores públicos transformavam incessantemente a

morfologia urbana indicando problemáticas mais profundas na identidade da cidade.

Surgem, nesse ínterim, Caxias do Sul e La Plata, unidos por um problema em comum

pois, a partir de um mesmo recorte temporal, tendo em vista suas especificidades em

dois recortes espaciais, é possível pensar uma terceira dimensão sobre o patamar de

referências representadas pela preservação do patrimônio.

Assim, grupos ligados às áreas de preservação de ambas cidades estiveram

envolvidos com projetos de exaltação nacional relativos ao seu aspecto cultural: La

Plata, em 2004, postulou, perante a UNESCO, a possibilidade de tornar-se patrimônio

mundial, enquanto no ano de 2007 Caxias tornou-se a capital da cultura nacional da

cultura segundo o Ministério da Cultura. No caso de ambos, a prática demonstrava-se

diversa, daí a necessidade de desvelar significados, produzir inferências a partir de uma

abordagem interdisciplinar.

A fim de organizar essa abordagem utilizou-se metodologia para auxiliar,

investigar sobre o próprio texto que é conhecida por alguns como “análise de conteúdo

ou análise textual qualitativa” e que produz, dentre seu conjunto técnico, algumas

indagações respeitáveis sobre nosso corpus, tais como: como e por que foi produzido?

Para quem foi enviado? Qual o efeito causado por ocasião da publicação? Enfim, sendo

uma construção social e expressão da existência humana, o texto elabora e desenvolve

representações em determinados momentos históricos10

·.

O objetivo é utilizar a imagem como forma de pensar a relação do homem no

seu cotidiano e no uso social que faz da própria imagem: na contemporaneidade, a

noção da imagem como documento é de suma relevância na medida em que ela se

entrelaça ao texto escrito para produzir determinada influência e legitimação sobre um

público.

Dessa maneira, o impasse apresentado pela concepção de Progresso, ligado a

Modernidade e Hipermodernidade decorrem da singular e incomoda circunstância

devido a qual a atual sociedade pós-industrial, ao contrário de outros macrossistemas

9 BARROS, José D’Assunção Barros. História Comparada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.p.49.

10 BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo, Ed.70, 2011, p.42.

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que a antecederam, não nasceu a partir de um modelo preexistente, de um paradigma já

elaborado e compartilhado, mas sim, de agregações sucessivas de ideias parciais,

tecnologias surpreendentes, produtos supérfluos, ritos afligidos, comportamentos

insanos, antes mesmo que alguém a teorizasse definisse as suas características, a

planejasse, a protegesse e lhe desse um rumo.

Le Corbusier chama de ëstilo Positanos “a urbanística resultante de agregação

sucessiva, acidental, de casas, praças e ruas num determinado habitat”. Fugindo da

prática realizada e esquadrinhando um pouco de referência poética, ilustra-se com

Sergio Buarque de Holanda que, na América Latina, distinguia-se por sua vez as

cidades espanholas, minuciosamente planejadas pelos colonizadores espanhóis, que se

portavam como ladrilhadores, das cidades lusas, amontoadas de qualquer maneira pelos

colonizadores portugueses, que se comportavam como semeadores, espalhando as

sementes ao vento. Embora isso não seja realmente o que ocorrera, podemos inferir ao

mundo composto pelas ideias que refletem-se nas ações sobre as edificações. Positano e

as cidades brasileiras (exceto Brasília) podem ser consideradas metáforas da nossa

sociedade pós-industrial, que nos desnorteia devido à falta de um modelo geométrico

capaz de aliviar a nossa perturbação. Possivelmente a tentativa de controlar esse espaço

também já não obtenha sucesso na organização cultural da urbe, o que caracteriza a

falha do projeto moderno.

Por fim, embora La Plata e Caxias do Sul sejam oriundas da colonização

espanhola e portuguesa uma problemática as aproxima no final do século: o estilo

Positano do patrimônio, pois no mundo hipermoderno, onde a ruína é corrompida pelo

tempo e vilipendiada pela incúria público-privada, tornando-se um empecilho para o

“aqui-e-agora” presenteísta, é necessário avaliar o que motiva sua rápida substituição.

Quando isto não se concretiza, subexistindo o vestígio, as ações logo tornam tais

edificações produtos de consumo. Sobre os patrimônios edificados, ergue-se a

possibilidade de revitalização, que por vezes oculta a forma pela qual estes sinais

podem ser “empacotados para a venda”. Entretanto, para efetuar a negociação é

necessário um invólucro que deve envolver o artigo de maneira a afagar o comprador.

Dessa forma, modifica-se a embalagem para dar contornos modernos, higienizáveis,

assépticos, minimalistas. Mesmo assim, haverá os que não gostam deste novo exemplo

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de recipiente, tão pouco se importam com o conteúdo. É nesta etapa, então, que se é

colocada sobre o produto uma fita em forma de laço. Sua função é dupla: colorir o

produto e, além de seu alcance físico, transmitir uma mensagem que crie em seu

consumidor uma espécie de identidade. Para garantir o adepto, ainda traz no ardil uma

espécie de transferência afetiva hereditária, que muitas vezes sequer existe. Logo,

depois do processo, o bem é comprado e consumido. Promete em seu signo um estímulo

e, por vezes, a exclusividade. Apesar disso, seu teor nada mais é que a ininterrupta

repetição do mesmo. O patrimônio histórico hipermoderno significaria essa metáfora. O

conceito criado para sua preservação se vincula a um tipo de “identidade”. Esta fita,

criada sob a fantasia da distinção, liga e traz o sujeito, moldado pela ética do capital,

para perto de si seduzindo-o a consumir a alegoria. Contudo, o produto em si nada mais

é que um modelo “artístico” padronizado que encobre o vestígio. Logo, apagado este

resquício dá lugar a outro objeto que foi redefinido através de um passado fantasioso.

Quanto ao consumidor, pensa estar levado algo enraizado e paradoxalmente

legitimamente novo. Cabe a esse estudo, realizado como tese de doutoramento, desvelar

como isso sucedeu ou de que forma cidades distintas geograficamente, mas próximas

culturalmente, estiveram inseridas nessa trama que ocupa as agendas de grupos de

pesquisas sobre a cidade.

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