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Ações estratégicas Meio Ambiente

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Ações estratégicasMeio Ambiente

Mudanças climáticas..............................................................................................04

Desmatamento......................................................................................................06

ZEE..........................................................................................................................10

PAS...........................................................................................................................14

Pactos setoriais......................................................................................................16

Extrativismo ...........................................................................................................18

Ecoturismo..............................................................................................................20

O Brasil tornou-se um dos protagonistas mundiais na luta contra o aquecimento global ao empreender grande esforço no combate ao desmatamento e lançar, na Polônia, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima. O plano prevê a redução dos índices de desmatamento em70% até 2018, o que significa deixar de emitir para a atmosfera 4,8 bilhões de toneladas de CO2

A progressiva queda nos índices de desmatamento é consequência de ações que vêm sendo implementadas pelo MMA, que investiu mais recursos na fiscalização e repressão de crimes ambientais e estimulou o desenvolvimento sustentável.

O Zoneamento Ecológico-Econômico é um instrumento privilegiado para fazer a transição do velho modelo de desenvolvimento predatório para o modelo sustentável. Por meio de suas informações será possível a convivência harmônica do homem com o ambiente que o cerca. O ZEE da Amazônia Legal vem sendo realizado por meio de um grande esforço de cooperação técnica

Para que as atividades econômicas, em base sustentável, tenham retorno financeiro, é preciso colocar em prática ações estruturantes como a recuperação de áreas degradadas, o extrativismo madeireiro e infraestrutura. Estes são os desafios imediatos do Plano Amazônia Sustentável (PAS).MMA criou força tarefa para agilizar as ações

2008 foi o ano da realização dos acordos para reduzir o desmatamento na Amazônia. O trabalho do MMA para o envolvimento da sociedade na luta pela manutenção da floresta em pé atraiu ONGs ambientais e representantes de cadeias produtivas da madeira, soja, pecuária bovina., Foram assinados também acordos com os setores da mineração e bancos.

Após mais de dez anos de espera, cerca de 5, 2 milhões de extrativistas de todo o País conseguem o benefício de ter dez produtos extrativistas na lista de preço mínimo do governo, garantindo segurança de comercialização para itens como andiroba, babaçu, açai e pequi . Os povos tradicionais também serão beneficiários do programa da reforma agrária

A exploração do turismo sustentável se insere no rol de atividades que têm por objetivo proporcionar à população da Amazônia acesso a negócios que conciliem desenvolvimento econômico e social com respeito ao meio ambiente.

Sumário

Recursos hídricos..................................................................................................22

Nordeste.................................................................................................................24

Mata Atlântica.........................................................................................................26

Agenda 21................................................................................................................28

O Brasil é referência internacional na gestão da água. O Plano Nacional de Recursos Hídricos vai nortear o uso da água até 2020. A revitalização das bacias hidrográficas é estratégica para a gestão eficiente desses recursos. Encontram-se em curso as revitalizações dos Rio São Francisco, Tocantins/Araguaia e Rio Parnaíba.

Na agenda prioritária do Governo Federal para o bioma, destacam-se a preservação da caatinga e o combate à desertificação. O Ministério do Meio Ambiente comandou a derrubada de fornos nos estados da Bahia e de Pernambuco como forma de evitar o desmatamento ilegal na região. O MMA pretende aumentar a unidades de conservação no bioma, passando dos atuais 800 mil hectares para 1 milhão de hectares de áreas protegidas.

Conquistas históricas: Em 2008, o governo assinou decreto que regulamentou a Lei da Mata Atlântica, há 14 anos esperando aprovação, e lançou o Mapa da Área de Aplicação da Lei Nº 11.428. Com a lei e o decreto, estados e municípios vão poder garantir o desmatamento zero e recuperar a Mata Atlântica.

Instrumento de planejamento participativo, adotado pelo MMA, para o desenvolvimento do País. Garante que os planos e projetos socioambientais tenham o controle social. A Agenda 21 pode ser construída e implementada em municípios, regiões metropolitanas ou consórcios.

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Mudanças climáticas

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1) Identificar, planejar e coordenar as ações para mitigar as emissões de gases de efeito estufa geradas no Brasil, bem como àquelas necessárias à adaptação da sociedade aos impactos que ocorram devido à mudança do clima;

2) Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante de melhores práticas;

3) Buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando a posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional;

4) Fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis sustentáveis;

5) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero;

6) Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015;

7) Fortalecer ações intersetoriais voltadas para a redução das vulnerabilidades das populações;

8) Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os custos socioeconômicos de adaptação do País.

Principais objetivos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima

As mudanças climáticas em curso no planeta afetam a economia global, obrigando governos a criar estratégias de adaptação e mitigação para seus efeitos. Nos últimos anos, o Brasil tem realizado um grande esforço no combate ao desmatamento – problema ambiental que, atualmente, representa 75% das emissões nacionais de gases-estufa e coloca o País como o quarto maior emissor mundial.

Em 2008, o Brasil deu mais um passo no enfrentamento dos problemas causados pelas alterações climáticas, ao apresentar ao mundo um plano elaborado especialmente para esse fim. Em Poznan, na Polônia, os representantes de mais de 190 países que participaram da 14ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-14) da ONU conheceram o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), um novo e ambicioso compromisso do governo brasileiro.

Lançado pelo presidente Lula em 1º de dezembro de 2008, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima prevê a redução dos índices de desmatamento em 70% até 2018, o que equivale a deixar de emitir para a atmosfera 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO ).2

Elaborado por 17 ministérios, com forte participação popular, o documento traz, pela primeira vez, metas voluntárias nacionais para redução de emissões de gás carbônico provocadas pelo desmatamento. As metas de redução têm como base a média de desmatamento na Amazônia entre 1996 e 2005, que é de 19 mil km². Estas metas só puderam ser estabelecidas graças a uma mudança no governo e na percepção da sociedade e de outros segmentos sobre o tema.

O plano – a ser avaliado anualmente – também aponta o aumento no número de árvores plantadas; o estímulo a políticas de incentivo para uso de energias limpas como a solar; e o incentivo ao uso de automóveis que emitam menos gases-estufa e gastem menos combustível e à reciclagem, além de metas importantes para redução do desperdício de energia. O passo seguinte será a definição de metas setoriais com compromissos por setor e por região.

O esforço brasileiro de evitar a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de carbono representa mais do que o esforço total previsto na primeira fase do Protocolo de Kyoto para as nações desenvolvidas. A nova posição do Brasil, apresentada na Polônia, representou um marco, por apresentar metas de redução de gases-estufa de um país em desenvolvimento.

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Desmatamento

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O Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) é importante não só para o Ministério do Meio Ambiente, mas para outros 12 ministérios. Afinal, o desmatamento é um tema que preocupa, cada vez mais, um número maior de pessoas, entidades e instituições. E a responsabilidade pela preservação do meio ambiente não é exclusividade do governo, mas da sociedade como um todo.

No último semestre de 2008, o desmatamento na Amazônia foi 25% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado é consequência de uma série de ações do MMA, que investiu mais recursos na fiscalização e repressão de crimes ambientais e estimulou o desenvolvimento sustentável, de forma a conter a expansão do desmatamento na Floresta Amazônica.

Em julho do mesmo ano, o presidente Lula assinou o decreto que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais, que dá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) poderes para destinar os produtos apreendidos em operações de combate ao crime ambiental sem a necessidade de autorização judicial e reduziu o número de instâncias para recursos de multas.

Essa iniciativa facilitou as operações do Ibama, principalmente em Unidades de Conservação onde foram apreendidos produtos como soja, madeira e boi pirata, além de destruídos fornos de carvão. Todo o material recolhido acabou leiloado e o dinheiro destinado a reparos do dano ambiental.

Em Paragominas (PA), madeireiros destruíram, no final de 2008, a sede e os equipamentos do Ibama local, e ainda tentaram invadir o hotel onde os fiscais do Instituto estavam hospedados. Em parceria com o Ibama e a Polícia Militar, o MMA participou da ação que resultou na apreensão da madeira extraída em terra indígena. Também foram expedidos mandados de prisão contra os responsáveis que participaram do ato violento, e houve a interdição de serrarias.

O Ministério do Meio Ambiente também se posicionou de maneira firme no debate sobre a alteração do Código Florestal. Junto a ONGs e à Frente Ambientalista, o MMA se contrapôs às tentativas dos ruralistas de derrubarem o mecanismo de defesa das Áreas de Proteção Permanente (APP). Um dos pontos de maior embate foi a tentativa de reduzir a distância necessária entre as plantações e as encostas de morros e margens de rios. A bancada ruralista também tentou diminuir o percentual de proteção de reserva legal da Amazônia, mas os ambientalistas não recuaram neste ponto.

Em parceria com o Instituto Chico Mendes, o MMA encomendou 49 planos de manejo para as Unidades de Conservação. A iniciativa conta com recurso de R$ 7,9 milhões e vai alcançar cerca de 40 mil famílias. Depois de um ano de espera, foi implantado o processo de licitação de áreas para o manejo florestal, considerado a melhor forma de combater a madeira ilegal e alternativa para ampliação da oferta deste produto.

Também foram promovidas reuniões com os nove governadores da Amazônia com o objetivo de reverter a pressão e manter a resolução do Banco Central, que corta o crédito aos proprietários que estejam na ilegalidade fundiária ou ambiental. O Governo Federal entrou na Justiça contra empresas e fazendeiros que desmataram áreas da Amazônia Legal, totalizando 81 ações civis públicas, o equivalente a 104 processos.

DesmatamentoDesmatamento

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O Fundo de Preservação e Conservação da Amazônia – o Fundo Amazônia – foi criado com o objetivo de captar recursos, nos mercados interno e internacional, para aplicá-los em programas de desenvolvimento sustentável, em pesquisa e inovação tecnológica e na conservação da biodiversidade da Amazônia.

Com a aplicação dos recursos do Fundo, espera-se garantir vida digna para 15 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, que poderão desenvolver atividades sustentáveis sem destruir o ecossistema e o bioma.

Poucos meses após sua criação, em agosto de 2008, o Fundo Amazônia recebeu promessa de doação de US$ 1 bilhão do governo norueguês até 2015, com a contrapartida de o governo brasileiro manter os esforços para conter o desmatamento na região.

Fundo Amazônia

A repressão ao desmatamento se fortaleceu ainda por meio de ações do MMA com o serviço de planejamento do Ibama, o serviço de inteligência da Polícia Federal, convênios com o Exército e a Aeronáutica, ações com a Marinha e controle dos entroncamentos rodoviários. Destaca-se ainda o uso da tecnologia de satélites do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do governo japonês, que fornecem dados e identificam áreas comprometidas ainda no primeiro nível de desmatamento.

O Brasil deu um passo à frente em relação aos outros países ao assumir uma postura de protagonista na área ambiental. Em 1º de dezembro de 2008, o presidente Lula assinou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que, pela primeira vez, definiu metas de redução de desmatamento na região amazônica.

O plano estipula a redução de 70% do desflorestamento nessa área até 2018, e para isso pretende aliar políticas públicas, fiscalização e fortalecer o Fundo Amazônia, criado com o objetivo de arrecadar fundos e doações, tanto no País quanto no exterior, para a execução de projetos que garantam a conservação da Floresta Amazônica.

A região amazônica vai ganhar reforço na fiscalização, a partir de 2009. Mais de três mil fiscais serão contratados, por meio de concurso público, para atuarem no combate aos crimes ambientais na Amazônia. Este total de vagas será distribuído entre o Ibama, o Instituto Chico Mendes e a Polícia Federal.

Esses projetos precisam se articular com as estratégias do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e com os objetivos do Plano Amazônia Sustentável (PAS).

Parcerias

09Jefferson Rudy

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Araquém

Alcantra

ZEEEncontra-se em curso atualmente na Amazônia um processo de transição do velho – e persistente – modelo de desenvolvimento predatório para um novo modelo de desenvolvimento sustentável, em que os habitantes da região passam a ser orientados, dos pontos de vista econômico, ecológico, social e cultural, a conviver em harmonia com o ambiente que os cerca.

As bases para este novo modelo de desenvolvimento estão fixadas nas diretrizes do Plano Amazônia Sustentável (PAS), que tem como um de seus objetivos assegurar o atendimento às necessidades da sociedade mediante o uso sustentável dos recursos naturais.

Um exemplo dessa nova prática é o incentivo da manutenção da floresta em pé ao invés do desmatamento puro e simples. Nesse sentido, o governo aprovou a garantia de preços mínimos para dez produtos extrativistas. Com isso, as pessoas passam a ter condições de sobreviver do que recolhem na floresta, ao obter renda mínima na venda de produtos como a castanha, a seringa, o pequi, a piaçava e o babaçu, entre outros, preservando a mata.

No entanto, para formular as estratégias desse novo modelo de desenvolvimento, será necessário construir uma compreensão abrangente dos sistemas ecológicos e sociais presentes na região e de suas ocorrências em termos de espaço.

Para alcançar esse objetivo, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) é um instrumento privilegiado. A partir das realidades socioeconômicas, ambientais e territoriais, o ZEE define, para cada uma delas, um conjunto de indicações e recomendações de atividades que podem e não podem ser implementadas, tendo como finalidade conciliar os objetivos do desenvolvimento com os da preservação ambiental.

O ZEE da Amazônia Legal brasileira vem sendo realizado por meio de um grande esforço de cooperação técnica e financeira entre a União e os nove estados da região. Alguns estados já concluíram todas suas etapas, como é o caso de Rondônia e Acre. Amazonas, Roraima e Mato Grosso encaminharam seus respectivos zoneamentos às assembléias legislativas, que estão promovendo amplo debate com a sociedade. O estado do Pará elaborou um macrozoneamento, passando a detalhá-lo em áreas prioritárias, a exemplo da BR-163 (este já concluído e aprovado em lei). Por sua vez, Amapá, Tocantins e Maranhão possuem partes de seus territórios zoneados e estão se empenhando para completar seus ZEEs na totalidade de seus estados.

Simultaneamente aos ZEEs estaduais, o Governo Federal elabora, em parceria com os estados, o Macrozoneamento da Amazônia Legal. Um produto concreto dessa iniciativa é a elaboração do Mapa de Integração dos zoneamentos ecológicos-econômicos dos estados da Amazônia Legal. Com ele, é possível padronizar a nomenclatura das categorias de uso. O mapa apresenta também a situação atual do ZEE na região, indicando o estágio de elaboração em cada um dos estados e os domínios de cada zona sobre o território regional.

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A meta do Ministério do Meio Ambiente é concluir os zoneamentos estaduais, o macrozoneamento e o zoneamento da Amazônia até o final de 2009. À medida que esse instru-mento vai se consolidando, o desafio passa a ser a vinculação entre as políticas públicas e os processos de decisão dos agentes públicos e privados. Um passo importante neste sentido foi a decisão do Conselho Monetário Nacional que, em 2008, vinculou a concessão de crédito rural à observância do ZEE e do zoneamento agrícola. Também o Ministério da Agricultura vem adotando a prática de somente realizar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático das culturas nas áreas indicadas pelo ZEE para fins agrícolas.

O ZEE vem ocupando papel central na agenda do desenvolvimento da Amazônia. Sua efetiva contribuição para a transformação do atual modelo predatório

para o sustentável vai depender da capacidade técnica e política do poder público em executá-lo e vinculá-lo aos demais instrumentos de planejamento e gestão ambiental territorial. Sua maior força reside em sua legitimidade social, por isso, é necessário que ele seja a tradução dos projetos e aspirações de desenvolvimento da sociedade.

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PAS

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Saiba maisA Amazônia Legal compreende 60% do território nacional, com 4,55 milhões de quilômetros quadrados,

distribuídos por sete estados brasileiros. A região abriga um terço das florestas tropicais úmidas do planeta e

pelas águas de sua bacia hidrográfica fluem cerca de 20% da água doce do País. Na região estão concentrados cerca

de 30% de toda a água doce do Brasil e estão concentrados 30% de toda a biodiversidade mundial. A Amazônia

Legal apresenta um imenso potencial energético e um subsolo com gigantescas reservas minerais. Cerca de 17

milhões de hectares da Amazônia Legal constituem-se de áreas protegidas ou de destinação específica, como as

unidades de conservação, terras indígenas, de quilombolas e áreas militares.

O extrativismo madeireiro realizado em bases sustentáveis é uma das principais alternativas para que a população da Amazônia tenha oportunidade de retorno financeiro em suas atividades econômicas. O incentivo a esta atividade é também uma das diretrizes do Plano Amazônia Sustentável. Outras referem-se à recuperação das áreas degradadas e às questões relativas à infraestrutura da região compreendida como Amazônia Legal.

Implementar no mais curto prazo essas ações setoriais é estratégico para a inserção da economia amazônica na economia do País e do mundo.

Recentemente, para colocar em prática, o mais rápido possível, essas três ações estruturantes para o pleno desenvolvimento do PAS e permitir uma rápida valorização das atividades econômicas da região, o Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria para Assuntos Estratégicos criaram uma força tarefa para trabalhar intensamente na solução dos problemas específicos das três áreas.

A iniciativa, além de incentivar a econômica local, é também uma estratégia mais barata, mais factível e mais viável contra o desmatamento ilegal, pois valoriza a floresta em pé, com os planos de manejo e a recuperação de áreas degradadas, tornando-as aptas para a agricultura perene como a plantação de dendê e do babaçu, entre outros.

O novo cenário vai possibilitar o aumento da produtividade, a geração de emprego e renda e a consequente diminuição da pressão sobre florestas remanescentes.

As ações prioritárias para a implementação do PAS preveem o incentivo ainda de alternativas de investimento na geração e distribuição de energia, dentro da perspectiva do uso de matriz energética limpa e renovável, como as hidrelétricas, o gás natural, a biomassa, a energia solar e a eólica, entre outras.

Colocar em prática essas ações é de fundamental importância para a aplicação dos recursos do Fundo Amazônia, que já nos meses de março e abril de 2009 começam a financiar projetos na Amazônia Legal, numa parceria entre os governadores da região e os ministérios que compõem a coordenação do PAS.

A questão fundiária, base prioritária para a solução dos problemas da Amazônia, continua a ser trabalhada pela coordenação do PAS, que já obteve vitórias, como, por exemplo, a simplificação do direito à terra e a cooperação entre Governo Federal, estados e municípios.

O Plano Amazônia Sustentável tem por objetivo promover um modelo de desenvolvimento para a região amazônica, valorizando a diversidade sociocultural e a redução das desigualdades regionais.

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Pactos setoriais

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Com sua política de promover acordos multissetoriais com o objetivo de proteger a Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente assinou, no segundo semestre de 2008, diversos acordos envolvendo ONGs ambientais e representantes das cadeias produtivas de madeira, soja e pecuária bovina.

Dentre os compromissos mais importantes, empresários se comprometeram a comercializar apenas produtos que, em seus processos de fabricação, tenham garantidos o cumprimento de direitos sociais e a preservação dos recursos naturais.

Outros pactos foram ainda assinados com setores da mineração e bancos para comprometer estas cadeias produtivas e comerciais a trabalharem com práticas sustentáveis.

O pacto empresarial determina que as empresas participantes devem adotar um conjunto de condutas, como informar na nota fiscal ou documento oficial – que acompanha o produto – a fonte da matéria-prima utilizada. Devem também mobilizar e articular novas adesões ao acordo, além de apresentar, a comitê de acompanhamento, relato das ações realizadas para o cumprimento dos compromissos firmados.

Quanto à produção de soja, o Governo assinou compromisso com a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e suas empresas associadas para que não comercializem soja oriunda de áreas desflorestadas dentro do Bioma Amazônico. Este acordo foi chamado de moratória da soja.

Como contrapartida, o Governo se obriga a realizar o cadastro e o licenciamento ambiental das propriedades rurais nas regiões em questão, bem como o Zoneamento Ecológico-Econômico nas áreas prioritárias para a produção de soja.

Em relação à pecuária bovina, o MMA adotou medidas preventivas como, por exemplo, no Estado do Pará, onde houve a apreensão de 3.100 cabeças de gado criadas ilegalmente numa área de preservação, a Estação Ecológica Terra do Meio. Batizada de Boi Pirata, a ação foi realizada com o intuito de provocar um efeito de demonstração e forçar o cumprimento dos embargos em outras áreas.

Outro acordo voluntário estabelecido com os setores industrial e de produtores florestais, o Pacto pela Madeira Legal e Sustentável, foi assinado para assegurar o consumo responsável e as bases para os investimentos em negócios sustentáveis, especialmente no Pará.

Entidades empresariais assumiram a responsabilidade de só adquirir produtos de origem florestal de fontes legais e sustentáveis, verificando a fonte de suprimento dos fornecedores. Os produtos adquiridos devem vir de fontes legalizadas pelos órgãos ambientais competentes, acompanhados do Guia Florestal ou do Documento de Origem Florestal (Dorf).

O pacto prevê ainda a necessidade de ampliação do manejo florestal, que também terá como instrumento de sustentação a Lei de Gestão de Florestas Públicas. Por esse acordo, o Ministério do Meio Ambiente e o Governo do Pará se comprometem a estabelecer como meta a realização de quatro milhões de hectares de concessões florestais, em florestas públicas federais ou estaduais, até o final de 2009.

Responsabilizam-se também pelo desenvolvimento de esforços e articulações relacionados com a regularização ambiental e de gerenciamento dos assentamentos e das áreas de várzea, para viabilizar o manejo florestal comunitário, tendo como objetivo a produção de madeira sustentável. Ficou estabelecido ainda entre as partes o compromisso de apresentar a regulamentação para a exploração de florestas plantadas nas áreas de reserva legal das propriedades situadas na Amazônia.

As entidades não-governamentais e instituições de pesquisa participarão do acordo, auxiliando no seu cumprimento por meio de atividades de monitoramento e de apoio às iniciativas de manejo florestal sustentável ou de reflorestamento.

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ção

Extrativismo

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Uma demanda histórica foi consolidada em 2008 pelo Ministério do Meio Ambiente. Trata-se da Política de Garantias de Preço Mínimo para dez produtos extrativistas, uma luta de mais de dez anos de seringueiros e extrativistas. A partir de agora, produtos como a castanha, a piaçava, o pequi, o babaçu, a seringa, o açaí, a andiroba e outros serão oficialmente cotados no mercado, como acontece, por exemplo, com a soja, o algodão e o milho. A cotação será operada pela Conab/MAPA, e subvencionada pelo Governo Federal.

A fixação do preço mínimo é apenas uma das ações que o Ministério do Meio Ambiente está preparando para melhorar a capacidade produtiva e de auto-sustentação dos Povos e Comunidades Tradicionais. Como iniciativa concreta dessa nova realidade, representantes das comunidades extrativistas estiveram em São Paulo para se reunir com representantes de entidades empresariais comprometidas com as questões ambientais e sociais. Participaram do encontro o Instituto Ethos e o Conselho Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável.

Dentre as discussões, a criação de novas cadeias produtivas e o fortalecimento das cadeias já existentes de produtos extrativistas. O propósito é o de agregar valor, consolidar mercados e garantir o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem do extrativismo, uma população estimada em 5,2 milhões de pessoas em todo o País.

Além da inclusão dos produtos oriundos da sociobiodiversidade na garantia de preços mínimos, os povos indígenas, povos e comunidades tradicionais serão beneficiados com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), aberto à aquisição de outros produtos alimentares, ampliando a cesta de alimentos ofertados pelo programa.

Do ponto de vista social, essa conquista dará oportunidade de uma vida com mais dignidade para milhares de trabalhadores e a possibilidade real de renda. As conquistas atendem à reivindicação histórica dos movimentos sociais ligadas ao extrativismo e instituem políticas estruturantes específicas para esses produtos.

Os povos e as comunidades tradicionais também serão beneficiários do programa da reforma agrária. Isso significa que terão assegurados direitos à habitação e à assistência técnica gratuita, pondo fim a uma luta de oito anos.

As políticas voltadas para o benefício dessas populações vêm sendo desenvolvidas pelo Departamento de Extrativismo do MMA, em parceria com ONGs e outros órgãos do Governo Federal. O objetivo final é incluir social e produtivamente essas comunidades para a promoção do desenvolvimento sustentável em seus territórios.

Representantes de povos e comunidades tradicionais, como quilombolas, pescadores, geraizeiros (habitantes do

sertão), pantaneiros, indígenas, fundos de pasto, faxinais (cuja formação social se caracteriza principalmente pelo

uso comum da terra e dos recursos florestais e hídricos disponibilizados na forma de criadouro comunitário).E

ainda as comunidades que desenvolvem atividades agroextrativistas, tais como extração de castanha e de babaçu,

viveiros de mudas, produção de artesanato, produção de mel de abelha sem ferrão (abelha nativa), entre outras.

Comunidades beneficiadas

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Ecoturismo

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A Amazônia também é turismo. Turismo sustentável como fonte de renda e emprego. A possibilidade de aproveitamento do potencial da região para a exploração sustentável do turismo inspirou a criação do Proecotur Amazônia, programa do MMA. Ele se insere no rol de atividades que têm por objetivo proporcionar à população local acesso a negócios que conciliem desenvolvimento econômico e social com respeito ao meio ambiente.

O programa atua em 15 pólos de ecoturismo na Amazônia, abrangendo 152 municípios dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A iniciativa é um exemplo do sucesso de gestão participativa envolvendo vários setores sociais e governamentais, em parceria com as esferas federal, estadual e municipal, instituições não-governamentais e setor privado.

O principal produto do programa é a Estratégia para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável na Amazônia, que define diretrizes para implementação de projetos para o setor, subsidiando os governos na tomada de decisão sobre os investimentos em turismo sustentável.

O Estudo de Mercado do Turismo Sustentável para a Amazônia, elaborado a partir de pesquisas realizadas no Brasil e em 11 países da Europa, América e Ásia, traz informações sobre a demanda turística dos mercados analisados, o perfil dos consumidores e o potencial de mercado para o turismo na Amazônia brasileira.

Em sua segunda fase, o programa será coordenado pelo Ministério do Turismo e executado pelos estados da região. Ao Ministério do Meio Ambiente caberá o apoio à implementação das diretrizes ambientais a serem observadas nessa nova etapa. O cumprimento das diretrizes estabelecidas pelo MMA contribuirá para a melhoria dos indicadores econômicos, sociais e ambientais da região, conciliando desenvolvimento com a conservação da maior floresta tropical do planeta.

�Planejamento ecoturístico local e regional por meio da elaboração de Estratégias Regionais e Planos de Desenvolvimento do Ecoturismo para os 15 pólos do Programa. Estes documentos definem as diretrizes para implantação dos pólos, a partir dos atrativos turísticos efetivos e potenciais e propõem estratégias para a comercialização turística.

�Implementação de pequenas obras de infra-estrutura com objetivo de preservar os atrativos naturais e melhorar as áreas de recepção turística, como Centros de Atendimento ao Turista, Terminais Fluviais Turísticos e trilhas interpretativas.

Principais resultados

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Araquém

Alcantra

Recursos hídricos

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Com três bacias hidrográficas que contêm o maior volume de água doce do mundo, o Brasil tem, necessariamente, que de dar exemplos sobre eficácia na gestão de seus recursos hídricos. No Ministério do Meio Ambiente, os recursos hídricos e sua correta utilização, como bem comum da humanidade, são assuntos prioritários.

Para disciplinar o uso dessas águas, o MMA criou o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que vai nortear o uso da água no Brasil até 2020. Além do uso racional da água, o plano ajudará o País a se tornar uma grande potência energética e ambiental. A proposta é transformar o Brasil no maior fornecedor de energia renovável do mundo.

A elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos tem como marco a participação popular. Durante mais de dois anos, cerca de sete mil pessoas de todo o País estiveram envolvidas nas discussões do plano. Dentre os vários segmentos, houve a participação decisiva de representantes da indústria, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais, além de pessoas que lidam com a água como fonte de vida, de desenvolvimento e de inclusão social.

O plano tem como base a divisão hidrográfica brasileira, e a elaboração dos diagnósticos da situação ambiental das regiões servirá de base para a definição de metas e programas de investimentos.

O plano estabelece ações nas bacias, definindo prioridades, como o programa de capacitação no uso da terra e no manejo da água, para que não haja desperdício e para que a água traga benefícios e não problemas de erosão, assoreamento e degradação.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos é o primeiro da América Latina a estabelecer diretrizes e políticas públicas para o uso racional da água, uma das Metas do Milênio da ONU. Além de indicar o caminho correto para a utilização da água, o estudo também aponta os principais vetores da degradação dos recursos hídricos: a falta de saneamento básico e o uso inadequado da água na agricultura.

O Brasil possui três grandes unidades hidrográficas: Amazonas, São Francisco e Paraná. O conhecimento das variações de clima, espaço de chuvas, descargas dos rios, fatores ambientais, socioculturais, condições de uso e conservação dos recursos naturais possibilita ao País planejar, evitar e atenuar o efeitos do excesso ou da falta de água.

Em paralelo ao plano de gestão do uso da água, o MMA desenvolve programas de revitalização de bacias hidrográficas. O principal deles é o Programa de Revitalização do Rio São Francisco, que tem por finalidade promover a articulação e integração sistêmicas e constantes de políticas públicas formuladas pelo MMA para a região.

Outro objetivo é o de coordenar as ações para a implementação do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas em situação de vulnerabilidade e degradação ambiental.

A revitalização do São Francisco representa um esforço comum de articulação e integração entre os vários órgãos de governos em todas as esferas, em que se coloca o conhecimento da realidade e a participação dos múltiplos segmentos governamentais e da sociedade como instrumentos para a promoção da revitalização e do desenvolvimento sustentável na bacia.

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PAD

Nordeste

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O Nordeste brasileiro é uma das prioridades do Ministério do Meio Ambiente. As ações mais recentes do governo na região se referem, principalmente, a dois temas interligados: a preservação da Caatinga e o combate à desertificação, um processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas e que, no Brasil, atinge basicamente a Região Nordeste.

Isso porque 62% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por Caatinga. Hoje, ao lado da Floresta Amazônica, o bioma é o mais impactado pelo fenômeno das mudanças climáticas, de acordo com estudos encomendados pelo MMA.

Em 2008, diversas ações de combate ao desmatamento no bioma foram empreendidas pelo MMA. Dentre elas, a derrubada de fornos de carvão no interior dos estados da Bahia e de Pernambuco.

O Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil), coordenado pelo MMA, vem realizando acordos de cooperação técnica com os estados do Nordeste – além do Espírito Santo e de Minas Gerais – para a elaboração de planos estaduais de combate à desertificação.

Outra iniciativa relevante que vem sendo desenvolvida no Nordeste brasileiro é o Programa Água Doce, fruto de uma parceria entre o MMA e a Fundação Banco do Brasil. O programa combina ações integradas e de forte impacto social. Além de produzir água potável para as comunidades atendidas, proporciona o aproveitamento produtivo dos efluentes resultantes do processo de dessalinização, promovendo melhoria na qualidade de vida da população e redução do impacto ambiental.

Na Caatinga, além do combate ao desmatamento, um dos grandes esforços do MMA tem sido no sentido de aumentar as unidades de conservação (UCs) no bioma. Atualmente, cerca de 4% dos 800 mil hectares de Caatinga são protegidos por unidades de conservação federais, mas o governo estuda a criação de UCs no bioma até se atingir a meta de 1 milhão de hectares, nos próximos dois anos.

A Caatinga ocupa 11% do País. A região que abriga o bioma é considerada por especialistas a mais rica em biodiversidade das regiões semiáridas do mundo: os dados mais atuais indicam 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves, sendo que muitas ocorrem somente naquele bioma.

Esses recursos naturais, no entanto, são hoje intensamente utilizados para a subsistência de grande parte da população carente que reside em áreas de Caatinga. O dado se torna mais preocupante se somado ao fato de que 27 milhões de pessoas vivem hoje na área original do bioma, que já teve 80% de seus ecossistemas alterados, principalmente por desmatamentos e queimadas, em um processo de ocupação iniciado no Brasil colônia.

A conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, além de proteger a rica biodiversidade do bioma, podem impulsionar o desenvolvimento da região. Com esse objetivo, o Núcleo do Bioma Caatinga (NBC) do MMA trabalha para divulgar e valorizar o bioma no contexto nacional, desenvolver marcos legais para sua conservação, aumentar a área de unidades de conservação na Caatinga, melhorar a implementação dessas unidades, monitorar o desmatamento e a regeneração da Caatinga e promover o uso sustentável da sua biodiversidade.

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Divulgação

O ano de 2008 consagrou uma grande vitória para os defensores da Mata Atlântica, Patrimônio Nacional que alcança 17 estados brasileiros e já perdeu mais de 80% da área de cobertura original: em 21 de novembro, o presidente Lula assinou um aguardado decreto para garantir que o pouco que resta desse bioma seja ampliado, protegido e preservado para gerações futuras.

O Decreto nº 6.660/2008 regulamenta a Lei da Mata Atlântica (nº 11.428/2006), que levou 14 anos para ser aprovada pelo Congresso Nacional e há dois aguardava regularização. A recente iniciativa foi fundamental para consolidar a legislação sobre conservação, proteção, regeneração e utilização sustentável da vegetação nativa desse bioma que ainda guarda um dos maiores índices de diversidade de plantas e animais do planeta.

Com o decreto e a lei, estados e municípios estão unidos na tarefa de atingir uma meta comum: garantir o desmatamento ilegal zero e recuperar a Mata Atlântica ao longo de 20 anos, passando dos atuais 7% de cobertura vegetal original para 27%.

Em 2008, foi lançado também o Mapa da Área de Aplicação da Lei 11.428, de 2006. Elaborado pelo MMA em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e disponível em versão impressa e nos sítios eletrônicos das duas instituições –, o mapa define as áreas de abrangência da Mata Atlântica e delimita as formações florestais e os ecossistemas associados que integram o bioma e são protegidos pela Lei da Mata Atlântica.

Ao estabelecer por quem, como e onde pode haver intervenção no bioma, o decreto permitirá que se concilie desenvolvimento socioeconômico e conservação, garantindo que novos empreendimentos na região sejam preferencialmente implementados em áreas já degradadas.

Dessa forma, a determinação legal define procedimentos simplificados para o uso sustentável da vegetação nativa da Mata Atlântica por pequenos produtores rurais e populações tradicionais, enumerando requisitos básicos à coleta de subprodutos como folhas, frutos e sementes, por exemplo; estimula o plantio de espécies nativas para recuperação de áreas já desmatadas ou para a produção de matéria-prima florestal com fins econômicos; e indica os requisitos mínimos para a elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, com o objetivo de envolver os municípios na conservação e recuperação daquele bioma.

Vale lembrar, no entanto, que lei e decreto se aplicam apenas aos remanescentes de vegetação nativa, não interferindo em áreas já ocupadas legalmente com agricultura, cidades, pastagens e florestas plantadas ou outras áreas desprovidas de vegetação nativa.

Além da grande diversidade de animais e plantas que dependem da Mata Atlântica para sobreviver, a qualidade de vida de aproximadamente 110 milhões de habitantes está ligada aos serviços ambientais prestados pelos remanescentes do bioma – na proteção e manutenção de nascentes e fontes de água que abastecem as cidades e comunidades; na regulação do clima, da temperatura, da umidade e das chuvas; e na preservação da fertilidade do solo, garantindo a produtividade de lavouras e protegendo escarpas e encostas de morros dos processos erosivos e deslizamentos.

Mata Atlântica

Uso sustentável

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Agenda 21

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A Agenda 21 é um plano de ação a ser realizado e adotado global, nacional e localmente, por governos e sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Com base na construção e promoção de ações que equacionem justiça social, eficiência econômica e conservação ambiental, constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar as sociedades para a adoção de novo padrão de desenvolvimento no século 21.

A Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do País, resultado de uma vasta consulta à população brasileira. Construído a partir das diretrizes da Agenda 21 Global, foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS), tendo sido entregue à sociedade em 2002.

A Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são também definidos os meios de implementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.

Para construir a Agenda 21 Local, o Programa Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente publicou o Passo-a-Passo da Agenda 21 Local, que propõe um roteiro organizado em seis etapas: mobilizar para sensibilizar governo e sociedade; criar um Fórum de Agenda 21 Local; elaborar um diagnóstico participativo; e elaborar, implementar, monitorar e avaliar um plano local de desenvolvimento sustentável.

Além disso, para que o público possa saber mais sobre as experiências de Agenda 21 Local no Brasil, o MMA criou o Sistema Agenda 21 – um banco de dados de gestão descentralizada que permite o compartilhamento de informações.

A Agenda 21 Local pode ser construída e implementada em municípios ou em quaisquer outros arranjos territoriais, como bacias hidrográficas, regiões metropolitanas e consórcios intermunicipais.

O processo de atualização da Agenda 21 Brasileira, proposto pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e aprovado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21, refere-se, sobretudo, a um diálogo entre o documento da Agenda 21 Brasileira e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com o objetivo da construção de sinergias e potencialização das ações.

O propósito da criação da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais é o de facilitar a troca de informações sobre

experiências de implantação e funcionamento de Agenda 21 Local e estimular o surgimento de novos processos

pelo País. Sua concepção foi resultado de diálogos entre a Coordenação da Agenda 21 do Ministério do Meio

Ambiente e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento

(FBOMS). Seu marco inicial foi o lançamento da Carta de Princípios da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais,

lançado em 2005 no 5º Fórum Social Mundial.

Rede Brasileira de Agendas 21 Locais

Ministério do Meio Ambiente

Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 5º andarCEP: 70068-900 Brasília - DF

www.mma.gov.br

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Vice-presidente da RepúblicaJosé Alencar

Ministro de Estado do Meio AmbienteCarlos Minc

Secretária-ExecutivaIzabella Mônica Teixeira

Secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Suzana Kahn Ribeiro

Secretária de Biodiversidade e Florestas Maria Cecília Wey de Brito

Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente UrbanoVicente Andreu Guillo

Secretária de Articulação Institucional e Cidadania AmbientalSamyra Brollo de Serpa Crespo

Produção e ediçãoAssessoria de Comunicação

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