meditação primeiro sab marco 2015

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1 Apostolado do Oratório Meditação dos Primeiros Sábados 4º Mistério Luminoso Março 2015 Transfiguração de Nosso Senhor Introdução: Vamos dar início à meditação reparadora dos primeiros sábados, que nos foi indicada por Nossa Senhora, quando apareceu em Fátima em 1917. Pedia Ela que comungássemos, rezássemos um terço, fizéssemos meditação dos mistérios do Rosário e confessássemos em reparação ao seu Sapiencial e Imaculado Coração. Para os que praticassem esta devoção, Ela prometia graças especiais de salvação eterna. A liturgia do último domingo nos convidou a contemplar o belíssimo episódio da Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo, tema oportuno para a meditação de hoje.

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Meditação Primeiro Sab Marco 2015

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    Apostolado do Oratrio Meditao dos Primeiros

    Sbados

    4 Mistrio Luminoso Maro 2015

    Transfigurao de Nosso

    Senhor

    Introduo:

    Vamos dar incio meditao reparadora dos primeiros sbados, que nos foi

    indicada por Nossa Senhora, quando apareceu em Ftima em 1917. Pedia Ela que

    comungssemos, rezssemos um tero, fizssemos meditao dos mistrios do Rosrio e

    confessssemos em reparao ao seu Sapiencial e Imaculado Corao. Para os que

    praticassem esta devoo, Ela prometia graas especiais de salvao eterna.

    A liturgia do ltimo domingo nos convidou a contemplar o belssimo episdio da

    Transfigurao de Nosso Senhor Jesus Cristo, tema oportuno para a meditao de hoje.

  • 2

    Composio de lugar:

    Como composio de lugar, devemos nos imaginar entre os presentes, no Tabor,

    ou seja os Apstolos Pedro, Joo e Tiago, que diante dos quais Nosso Senhor vai se

    transfigurar.

    Orao preparatria:

    Graas Vos dou, Padre Eterno, por me haverdes dado vosso Filho; e porque me O

    destes todo a mim, eu, criatura miservel, me dou todo a Vs! Por amor desse mesmo

    Filho, aceitai-me e prendei-me com laos de amor ao meu Redentor; mas prendei-me de

    tal maneira que eu tambm possa dizer: Quem me separar do amor de Cristo?(1)

    Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo So Lucas (9, 28b-36).

    Naquele tempo, 28b Jesus levou consigo Pedro, Joo e Tiago, e subiu

    montanha para rezar. 29 Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparncia e sua roupa

    ficou muito branca e brilhante. 30 Eis que dois homens estavam conversando com

    Jesus: eram Moiss e Elias. 31 Eles apareceram revestidos de glria e conversavam

    sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalm. 32 Pedro e os companheiros estavam

    com muito sono. Ao despertarem, viram a glria de Jesus e os dois homens que

    estavam com ele. 33 E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus:

    Mestre, bom estarmos aqui. Vamos fazer trs tendas: uma para Ti, outra para Moiss e outra para Elias. Pedro no sabia o que estava dizendo. 34 Ele estava ainda

    falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discpulos

    ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. 35 Da nuvem, porm, saiu uma voz

    que dizia: Este o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que Ele diz! 36 Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-Se sozinho. Os discpulos ficaram calados e naqueles dias

    no contaram a ningum nada do que tinham visto (Lc 9, 28b-36).

    I Promessa, F e luta

    Ao longo de todo o perodo da vida pblica de Nosso Senhor transcorrido at o

    episdio narrado neste Evangelho, os Apstolos estavam acostumados a v-Lo realizar os

    mais estrondosos milagres. Tais prodgios atestavam, de forma clara, a sua divindade, (2)

    e sua onipotncia seria manifestada ainda com maior esplendor na instituio da

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    Eucaristia. Ao mesmo tempo, Ele acabava de revelar sua prxima Paixo, que traria uma

    terrvel prova. Chegara tambm o momento no qual Nosso senhor iria se entregar

    morte, sendo ento preso, julgado, flagelado, coroado de espinhos e crucificado. Dura

    prova para a pouca F dos Apstolos! Que, tbios como eram, no tinham acreditado nas

    profecias que trs vezes Nosso Senhor fizera, anunciando a sua Paixo, morte e

    Ressurreio.

    1 Jesus revela no Corpo a glria de sua Alma

    Tendo em vista prepar-los para esses acontecimentos, Nosso Senhor chamou os

    trs Apstolos com quem tinha maior familiaridade e os levou ao Monte Tabor. Eles,

    depois, deveriam fortalecer os outros, consolando-os com a perspectiva da Ressurreio.

    Embora a orao ocupe um lugar primordial na vida do Mestre, esta no foi seu

    nico objetivo com a subida montanha. Mais do que isso, pretendia mostrar quem

    realmente era, conforme ressalta Maldonado: Cristo costumava subir aos montes para orar, onde a solido maior e mais livre a contemplao do Cu. No se deve concluir

    das palavras de Lucas, entretanto, que Cristo subiu s com o propsito de orar, mas que,

    conforme seu costume de rezar nos assuntos rduos quis faz-lo desta vez antes de

    manifestar a sua glria. [] No nos esqueamos, tambm, que na maior parte das vezes a glria de Deus se manifesta nos montes, que esto mais prximos do Cu e mais

    afastados da Terra, e no nos vales.(3)

    2 Moiss e Elias ratificam a Paixo

    Participando da glria de Cristo estavam dois expoentes do povo eleito: Moiss e

    Elias, os mximos representantes da Lei e dos profetas. Eles foram os escolhidos porque

    nem a Lei pode existir sem o Verbo, nem profeta algum poderia ter predito algo que no se referisse ao Filho de Deus.(4) Ambos no somente confirmaram que Jesus o Messias, mas do o peso de seu testemunho tambm ao anncio da Paixo. A conversa

    que empreenderam com Ele diz respeito sua morte e, todavia, os trs se encontravam

    envoltos na glria, a qual revela o fim ltimo: ressurreio e corpo glorioso. A conversa de Jesus com Moiss e Elias versa exatamente sobre os tormentos que Cristo vai padecer

    logo em Jerusalm. A Transfigurao, portanto, a consagrao de Jesus para a Cruz e

    para a morte.(5) Numa harmoniosa juno, concebvel apenas pela inteligncia do prprio Deus, unem-se neste episdio dor e glria, conforme recorda So Leo Magno:

    Era necessrio que os Apstolos tivessem no corao uma noo clara dessa vigorosa e bem-aventurada fortaleza, e que no tremessem perante a rudeza da cruz que teriam de

    carregar; seria preciso que no se envergonhassem do suplcio de Cristo, nem

    considerassem humilhante para Ele a pacincia com que deveria padecer os rigores de

    sua Paixo, sem perder a glria de seu poder.(6)

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    3 O Pai tambm conclama luta

    De dentro da nuvem ouve-se a voz do Pai, que manda escutar seu Filho bem-

    amado. O que determina que ouvissem? Aquelas predies que tanto desejavam

    esquecer. Nosso Senhor havia declarado que seria entregue nas mos dos sacerdotes, dos

    escribas, dos fariseus, que ia padecer e ser morto para depois ressuscitar ao terceiro dia

    (cf. Mt 16, 21; Lc 9, 22). Eles tinham medo de pensar nisso, condicionados por uma

    viso meramente humana de Cristo. Nesse sentido ressalta Romano Guardini: Ao lermos os Evangelhos, colhemos a impresso de que os discpulos no compreenderam

    durante a vida do seu Mestre aquilo que estava em causa. Jesus no tinha neles um

    grupo de homens que verdadeiramente O compreendesse; que vissem quem Ele era e

    entendessem o que Ele queria. Surgem continuamente situaes que nos mostram como

    permanecia s no meio deles. [] Vemo-los por tal maneira imersos nas representaes messinicas da poca que, no ltimo momento anterior Ascenso [], perguntam ainda se por esta altura que Ele vai restaurar a realeza de Israel! (At 1, 6).(7) O Pai, ao ordenar que escutassem o Filho em tudo, incita-os a considerar a rdua realidade

    da Cruz; a seguir seu Escolhido de acordo com o que era, e no com o que gostariam que

    fosse.

    Concluda a portentosa viso, Jesus desceu do monte acompanhado pelos trs

    Apstolos. O silncio guardado no percurso de volta denota o grande impacto causado

    pela Transfigurao, pois qualquer comentrio a propsito do que tinham visto seria

    inexpressivo.

    Orao Final:

    Que bem terrestre ser ainda capaz de separar-me do meu Jesus? E Vs, meu

    Salvador, se sois todo meu, sabei que eu tambm sou todo vosso. Disponde de mim e de

    tudo o que meu, como quiserdes. Ser possvel que eu recuse alguma coisa a um Deus

    que no me recusou seu sangue e sua vida?

    Maria, minha Me, guardai-me debaixo da vossa proteo. No quero mais ser

    meu, quero ser todo do meu Senhor. Cuidai em fazer-me fiel; em vs confio.(1)

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    Notas bibliogrficas:

    1) CRISTINI, Thiago Maria, SSR. Meditaes para todos os dias do ano. Obras ascticas

    de Santo Afonso Maria de Ligrio, t.I, p.57-58.

    2) Cf. SO TOMS DE AQUINO. Suma Teolgica. III, q.43, a.4.

    3) MALDONADO, SJ, Juan de. Comentarios a los Cuatro Evangelios. Evangelio de San

    Mateo. Madrid: BAC, 1950, v.I, p.607-608.

    4) SANTO AMBRSIO. Tratado sobre el Evangelio de San Lucas. L.VII, n.10. In:

    Obras. Madrid: BAC, 1966, v.I, p.350.

    5) FILLION, Louis-Claude. Vida de Nuestro Seor Jesucristo. Vida pblica. Madrid:

    Rialp, 2000, v.II, p.286.

    6) SO LEO MAGNO. Hom. Sabb. ante II Dom. Quadr. Sur la Transfiguration,

    hom.38 [LI], n.2. In: Sermons. Paris: Du Cerf, 1961, v.III, p.16.

    7) GUARDINI, Romano. O Senhor. Lisboa: Agir, 1964, p.70-71.

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