medidas cautelares reais - segunda prova

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Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga1 Medidas CautelaresReais Segunda Prova Por: Gabriela Queiroga Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga2 Aula do dia 25 de maio Arresto Tnhamos visto duas medidas at agora. O patrimnio ilcito poderia ser tomado por meio do sequestro do bem. H a especializao da hipoteca legal que pode atingir todo o patrimnio do sujeito, inclusive o lcito.Se temos uma medida que atinge o patrimnio ilcito e outra que atinge o lcito. Isso parece que engloba quase tudo, porque temos medidas para bens ilcitos e lcitos. Mas isso no verdade, porque vimosqueahipotecarecaisobrebensimveisespodeserdecretadasomentedepoisdeiniciadaa ao penal.Porcontadessasduasparticularidades,apareceumaterceiramedidaprevistanoCdigo, chamadadearresto.Assim,nossocdigotentaabrangerdiversosbensdeorigensdiferentesem momentos diferentes.Em relao ao arresto, havia um problema terminolgico. At dezembro de 2006, essa terceira figuraprevistatambmsechamavasequestroelevavacomqueessepequenocaptulodocdigose tornasseininteligvel.Essaleidefinaldedezembrode2006,mudaessaterminologiaparadara nomenclatura correta para esclarecer a confuso que havia nos dispositivos. Os dispositivos que tratam do arresto so dois. A primeira delas visa a questo da ao penal, o cdigo vai ter o arresto prvio porque ainda no existem as condies de determinao da hipoteca - existncia de ao penal-, recaindo sobre bens imveis.Asegundaformadearrestoprevistaochamadoarrestosubsidirio,quedialogacoma caractersticadahipotecaderecairsobrebensmveis,assimseosujeitonotiverbensimveis hipotecveisoubensmoveisinsuficientesparareparaododano,ocdigopermiteoarresto subsidirio dos bens mveis.No art. 136, temos que pode ser proposto no final do inqurito policial: Art. 136. O arresto do imvel poder ser decretado de incio, revogando-se, porm, se no prazo de 15 (quinze) dias no for promovido o processo de inscrio da hipoteca legal. No art. 137, temos: Art. 137. Se o responsvel no possuir bens imveis ou os possuir de valor insuficiente, podero serarrestadosbensmveissuscetveisdepenhora,nostermosemquefacultadaahipoteca legal dos imveis. 1 Se esses bens forem coisas fungveis e facilmente deteriorveis, proceder-se- na forma do 5 do art. 120. 2Dasrendasdosbensmveispoderoserfornecidosrecursosarbitradospelojuiz,paraa manuteno do indiciado e de sua famlia. Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga3 Crticas Oarrestoprviopodeserdecretado,aparentemente,jnocursodoinqurito.Jemrelaoao subsidirioexisteumadvida,porqueapartefinaldoart.137falaem"termosemquefacultadaahipoteca legal dos imveis", ou seja, quando j h uma ao penal. Isso leva, se fizssemos um quadro, que talvez haja um fundo na disciplina do cdigo. Bens mveis de origem lcita no existe previso de decretao restritiva no curso do inqurito policial.Noexisterelaoaoarrestodeumamaiordebilitaodopericuluminmora,quedadopelalei,no existe a ideia de que o sujeito possa estar dilapidando o patrimnio. Essa outra crtica que se faz em relao a disciplina do arresto. Legitimados Outro ponto importante sobre os legitimados. O CPP estabelece em relao ao arresto no art. 142 que teria uma legitimidade para alm do ofendido tambm o MP. Nas duas hipteses de legitimao do MP parecem estar superadas. Muito j se discute desde a constituio que existe j uma procuradoria da fazenda que defende osinteressesdafazendaeagoracomonovoCPCessalegitimidadeemfavordafazendaficaafastada.Na possibilidade da vitima ser pobre deveria ser superada em razo do surgimento da Defensoria, parece que deveria haver uma inconstitucionalidade progressiva para que o MP deixasse de ter essa atribuio. Depsito O CPPremete a questo ao CPC. A lei de lavagem tem mais detalhes sobre isso. No art. 139, caput do CPP, temos que: Art.139.Odepsitoeaadministraodosbensarrestadosficarosujeitosaoregimedo processo civil. Vimosqueemrelaoaosequestro,obemsequestradolevadoaoleiloperanteoprpriojuiz criminal,porqueexisteaquestodailicitudedobemenopermitiroenriquecimentocomaprticadocrime. Em relao dos bens arrestados, os bens so remetidos para o juiz civil. Mas existe uma hiptese num dispositivo sobrebensarrestadosquepermiteemduassituaesqueessesbenssejamvendidosantecipadamente,noart. 137, 1. Essedispositivocuidadarestituiodascoisasapreendidas.Sefacilmentedeteriorveis,solevadasa leilopublico,eentregueaterceiroqueasdetinhaseforidneo.Assim,sefossearrestadoumbemfungvele deteriorado,poderiaservendidoantecipadamenteparapreservarovalordacoisaparareparao.Esse dispositivo em relao ao arresto hoje se generalizou perante parte da analise dessa situao.Vamos esquematizar o que existe de medida cautelar real e o que nelas ocorrem: Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga4 Medidas Cautelares ReaisIlcito Licito SequestroSim/ IP e APNo Hipoteca NoSim imvel/AP Arresto prvioNoSim imvel/ IP e AP Arresto subsidirio NoSim mvel/AP Essa reforma de 2006 mudou o nomeniuris da figura. E a reforma de 2012 inseriu um novo dispositivo nessecaptulo,art.144-A.Essedispositivovematenderumademandacrescentequevinhaacontecendocom essasmedidasrelacionadascomaideiadequenosepoderiaesperarofimdoprocessoparasedesfazerdos bens, a ideia de venda antecipada dos bens.Isso apareceu primeiro em 99 na lei de drogas, e as leis seguintes previram de novo a questo da venda antecipada de bens sob medida cautelar. Depois, a lei de lavagem previu isso mais recentemente. Por fim, o CPP recebe essa ideia no art. 144-A, que falho e tem vrios buraco. A caracterstica da medida cautelar ser instrumental ao efeito automtico da sentena condenatria. E como cautelar essa medida tem uma caracterstica muito prpria de ser reversvel, caso contrario seria definitiva.Assim,temqueserreversvel,temquepoderserrevogada,porqueelanoefeitodepenaesim providencia tomada no curso do processo. Essa ideia de que trabalhamos com restrio que viola presuno de inocncia e de usufruir o patrimnio temos que ler o art. 144-A. Segundo ele, temos: Art. 144-A. O juiz determinar a alienao antecipada para preservaodovalordosbenssemprequeestiverem sujeitos a qualquer grau de deteriorao ou depreciao, ou quando houver dificuldade para sua manuteno. 1Oleilofar-se-preferencialmentepormeio eletrnico. 2Osbensdeveroservendidospelovalorfixadona avaliaojudicialouporvalormaior.Noalcanadoo valorestipuladopelaadministraojudicial,serrealizado novo leilo, em at 10 (dez) dias contados da realizao do primeiro,podendoosbensseralienadosporvalorno inferiora80%(oitentaporcento)doestipuladona avaliao judicial. 3Oprodutodaalienaoficardepositadoemconta vinculadaaojuzoatadecisofinaldoprocesso, procedendo-sesuaconversoemrendaparaaUnio, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenao, ou, no caso de absolvio, sua devoluo ao acusado.4Quandoaindisponibilidaderecairsobredinheiro, inclusive moeda estrangeira, ttulos, valores mobilirios ou chequesemitidoscomoordemdepagamento,ojuzo determinaraconversodonumerrioapreendidoem moeda nacional corrente e o depsito das correspondentes quantias em conta judicial.5Nocasodaalienaodeveculos,embarcaesou aeronaves,ojuizordenarautoridadedetrnsitoouao equivalentergoderegistroecontroleaexpediode certificadoderegistroelicenciamentoemfavordo arrematante,ficandoestelivredopagamentodemultas, encargosetributosanteriores,semprejuzodeexecuo fiscal em relao ao antigo proprietrio.6Ovalordosttulosdadvidapblica,dasaesdas sociedadesedosttulosdecrditonegociveisembolsa serodacotaooficialdodia,provadaporcertidoou publicao no rgo oficial. Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 5 Afinalidadeapreservaodovalordobemeprevashiptesesemquetenholegitimadaavenda antecipada do bem. Qualquer grau de deteriorao, conforme houver dificuldade para a manuteno, visando a preservao do valor. Temos problemas em relao as ideias ligadas essas hipteses que permitem. A ideia de deteriorao tem a ver com perder suas caractersticas originais, estragar, tornar-se pior, leva a quequasetudosejapassveladeterioraocomasimplespassagemdotempo.OCPPestabeleceavenda antecipada a qualquer grau de deteriorao, ou seja, pode ser nfimo at. Para Marta, isso problemtico, porque a venda antecipada abre mo da caracterstica de reversibilidade da medida cautelar.Outropontoaquestodadepreciao,diminuiodovalor,dopreo.Issotambmpareceuma questomuitoampla.Nissoaoacrescentarqualquergrau,pareceoreverso,porqueparapreservarovalordo bem, o bem tem uma certa depreciao, assim deve ser uma grande depreciao e no nfima. A terceira possibilidade que traz esse artigo a questo da manuteno. A leitura da dificuldade deve ser concebidaaluzdafinalidade,porquedifcilmantereseeunomantiverdemaneirainadequada,terei comprometido a preservao do valor. Assim, a ideia de finalidade deve permear a interpretao restritiva. Temosaquestodosbensinfungveis,masqueoCPPignora.Serqueparaelesessesrequisitosso suficientes ou precisaria de algo mais? Essa ideia de interpretao restritiva deve nos guiar na leitura desse dispositivo. Assim, os trs requisitos devem ser lidos de maneira restritiva. Sempre pensamos na venda como algo que vem em desfavor do acusado. Mas no raro que o prprio acusado pea a venda antecipada.Existe uma normativa da policial federal que permite que os policiais utilizem os veculos apreendidos, coisa que leva os rus a ficarem muito bravos e pedirem a venda antecipada. Legitimados Essa disciplina que o CPP d nos pargrafos do sobredito artigo falho. Assim, nos utilizamos da lei de lavagemparaentendermosmelhor.Naleidelavagemtambmtemosaquestodalegitimidade,sendooMP parteinteressada.Podeseroacusado,avitima,podeserterceirolegitimadosparapediravendaantecipadado bem. Momento Quando pode haver a venda antecipada? O CPP silente. Mas, se olharmos a lei de drogas, estabelece que deve haver denncia recebida. Marta considera isso o mnimo. Contedo do requerimento Noestabeleceoquetemqueternorequerimento.Aleidelavagemdizqueprecisaterdescriodo bem. A ideia trazer uma interpretao restritiva, no se admite fazer mera referncia. Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 6 Laudo de avaliao OCPPnoestabeleceoprocedimentosobreolaudodeavaliaodobem.Istoimportanteporque pode querer impugnar o valor avaliado. Isso importante para se por em contraditrio. Alis, mais at que haver ocontraditriosobreolaudo,deveriahaverumaintimaosobreaprpriaalegaodevendaantecipada, preciso que se escute o interessado nisso, para se manifestar sobre o pedido.Deveria ser previsto uma espcie de contraditrio, avalia, intima as partes, se impugnarem, faz-se outro laudo. O laudo homologado, o juiz fixa o valor do primeiro leilo. O segundo leilo pode ser vendido a valor no inferior a 80% e isso ignorado pelo CPP. Crticas muitocuriosocomooCPPtratoucomdesleixooqueacontecedepoisdoleilo.Aparentementeo CPP se preocupou com o sequestro, em que h como objetivo assegurar a perda do produto do crime em favor do estado e nada disso para o particular. No sequestro, no art. 133, quando o CPP fala do leilo, fala-se primeiro emrepararodanodavitimaeoquesobra,osaldovertidoemfavordaUnio.Jnavendaantecipada,fica depositado ate o final e depois tem a perda em favor do estado, isso uma falha do sistema. A hipoteca no tem nada a ver com a perda, ela atinge o patrimnio licito e visa unicamente a reparao do dano. A venda antecipada do bem hipotecado no tem que levar a perda do valor em favor do estado, ou seja, um completo descaso em relao ao ofendido. Nocasodeabsolvio,hadevoluoparaoacusado.Seobemtivesseumaterceirapessoaconsigo registrado? De novo uma falha de no se atentar ao terceiro.Outraquestoquealeisfaladecondenaoeabsolvio,sendosilenteacasodeextinoda punibilidade,demodoquetemosqueentenderquedeveseraplicadaasoluodaabsolvio.Nosequestro, quando h oposio de embargos s se julgam depois do transito em julgado da sentena condenatria. Houve a condenaoeoleiloeaoanalisarosembargos,percebe-sequenotinhamotivoparalevaraosequestro.O CPPnopensounessasituao.Nessashiptesesdeveriapreveradevoluo.Senohouvesseavenda antecipada, haveria a devoluo, mas se j foi vendido, seria o caso de entregar a pessoa o valor apurado com a venda do bem. Estamos falando de uma reforma recente e que mostra que essa disciplina um elefante branco. Mais do queisso,antesdemodificaregeneralizaravendaantecipada,haviaumaoutraideiaaindapior.Existeno ministriodajustiaaestratgianacionaldecombatealavagemdedinheiro,aqualgostariaquefosse apresentado projeto que vingasse a ideia de ao civil de extino de domnio, para decretar a perda de um bem em uma situao muito peculiar (exemplo de um avio encontrado na floresta cheio de droga).Issoatingiriaobemelevariaavendaantecipada,sendoquejatemmedidacautelarsobreele.A professora critica isso enfaticamente. Para ela, a venda antecipada mostra que essa ideia foi utilizada, para vender de forma antecipada sob qualquer argumento. Para ela poderia haver a venda antecipada em situao delimitada porque fere de morte a caracterstica principal da cautelar de ser reversvel.Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 7 A professora fala de venda antecipada de bem que ganhou valor durante o processo, isso foi resolvido por meio de Mandado de Segurana. Aula do dia 8 de junho Lei de lavagem VimosadisciplinanoCPP.Aleidelavagemantesdareformaquesofreuem2008previaja possibilidadededecretaodemedidasassecuratriaserecortavaadisciplinautilizadaparaissooquepreviao CPP.Em2008,aleipassouporumareformaeseimaginavaqueelateriachancedepromoverumamudana diferentee,aindamaisfalandodeumcrimeeconmicoamedidatemposioimportante,foraqueoBrasil signatriodetratadosnessesentido,falandosempredemedidasassecuratriaseseimaginavaqueeranaleide lavagem que haveria as mudanas mais importantes no tocante s medidas assecuratrias. Isso no aparece da forma mais avanada que isso poderia acontecer. Na lei de lavagem, o art. 4 e art. 4-A trata das medidas assecuratrias. O art. 4 tem de diferente em relao ao antigo artigo 4 porque fala em indcios suficientes da infrao penal. No CPP h outra indicao de indcios, ao se falar em suficientes, num grau de certeza, a lei de lavagem se contentacomalgomenor.Tambmfalaquenaantigaleidelavagemojuizpoderiadecretarosequestrooua apreenso.Aleidelavagemabandonanessanovaredaoanomenclaturaespecficaefalaemmedidas assecuratrias sem especificar e automaticamente usamos o repertorio do CPP -sequestro, hipoteca e arresto em suas duas modalidades-. Tambmacrescentaaquiqueosbensquepodemsofrermedidassejamprodutoouproveito,mas tambmosinstrumentoseesseultimoaleiantiganofalava.Amaiornovidadetalvezsejaapossibilidadede decretao de medidas que sejam do acusado mas em nome de interpostas pessoas, no fala s do terceiro, mas em interpostas pessoas, ou seja, o famoso laranja e tambm fala, abandonando a nomenclatura de bens moveis e imveis, em bens direitos e valores, adequando a nomenclatura para o nosso tempo. Aleinodeixaclaroomomentodedecretaodessasmedidas.NoCPPissoumapreocupao. TalvezaleinofaleporquesevaledasmedidasassecuratriasdoCPP,assimosequestropodedurantetodo persecuo penal, hipoteca na ao penal, porque assim posso fazer de acordo com o CPP. Assim, se silenciou por se valer da disciplina prevista no CPP. EmrelaoaoslegitimadosfalaemrequerimentodoMPepedidoerepresentaodoDelegadode Polcia,ouvidooMP,eaindaemofciopelojuiz.Seimaginavaaessaalturaqueessapossibilidadedojuiz decretar de oficio no se mantivesse, mas a lei manteve. Aleinofalaqueelaspossamserdecretadasapedidodavitima.Talvezaquiexistaumproblemaem relao a lei de lavagem. H duvida de qual o bem tutelado pela lavagem de direito, se administrao da justia ou do bem jurdico do crime antecedente, assim talvez a vitima do crime antecedente pudesse requerer a decretao de alguma dessas medidas. Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 8 Em relao da finalidade, pensando nisso, soa que a lei de lavagem tutela um interesse publico, talvez a perda do bem, proveito ou instrumento. Mas a lei de lavagem tem o dispositivo no 4 do art. 4. Art.4o Ojuiz,deofcio,arequerimentodoMinistrioPblicoou medianterepresentaododelegadodepolcia,ouvidooMinistrio Pblicoem24(vinteequatro)horas,havendoindciossuficientesde infraopenal,poderdecretarmedidasassecuratriasdebens,direitos ouvaloresdoinvestigadoouacusado,ouexistentesemnomede interpostaspessoas,quesejaminstrumento,produtoouproveitodos crimes previstos nesta Lei ou das infraes penais antecedentes. 1oProceder-se- alienao antecipada para preservao do valor dos benssemprequeestiveremsujeitosaqualquergraudedeterioraoou depreciao, ou quando houver dificuldade para sua manuteno. 2o Ojuizdeterminaraliberaototalouparcialdosbens,direitose valoresquandocomprovadaalicitudedesuaorigem,mantendo-sea constriodosbens,direitosevaloresnecessriosesuficientes reparao dos danos e ao pagamento de prestaes pecunirias, multas e custas decorrentes da infrao penal. 3o Nenhumpedidodeliberaoserconhecidosemo comparecimentopessoaldoacusadooudeinterpostapessoaaquese refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prtica de atos necessriosconservaodebens,direitosouvalores,semprejuzodo disposto no 1o.. 4o Poderoserdecretadasmedidasassecuratriassobrebens,direitos ouvaloresparareparaododanodecorrentedainfraopenal antecedenteoudaprevistanestaLeiouparapagamentodeprestao pecuniria, multa e custas. Art.4o-A. Aalienaoantecipadaparapreservaodevalorde benssobconstrioserdecretadapelojuiz,deofcio,a requerimentodoMinistrioPblicoouporsolicitaodaparte interessada,mediantepetioautnoma,queserautuadaem apartado e cujos autos tero tramitao em separado em relao ao processo principal. 1o Orequerimentodealienaodeverconterarelaode todos os demais bens, com a descrio e a especificao de cada umdeles,einformaessobrequemosdetmelocalondese encontram. 2o Ojuizdeterminaraavaliaodosbens,nos autos apartados, e intimar o Ministrio Pblico. 3oFeita a avaliao e dirimidas eventuais divergncias sobre o respectivolaudo,ojuiz,porsentena,homologarovalor atribudoaosbensedeterminarsejamalienadosemleiloou prego,preferencialmenteeletrnico,porvalornoinferiora 75% (setenta e cinco por cento) da avaliao. 4o Realizadooleilo,aquantiaapuradaserdepositadaem conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:I - nos processos de competncia da Justia Federal e da Justia do Distrito Federal: a) os depsitos sero efetuados na Caixa Econmica Federal ou em instituio financeira pblica, mediante documento adequado para essa finalidade; b) os depsitos sero repassados pela Caixa Econmica Federal ou por outra instituio financeira pblica para a Conta nica do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e c)osvaloresdevolvidospelaCaixaEconmicaFederaloupor instituiofinanceirapblicaserodebitadosContanicado Tesouro Nacional, em subconta de restituio; II - nos processos de competncia da Justia dos Estados: a)osdepsitosseroefetuadoseminstituiofinanceira designadaemlei,preferencialmentepblica,decadaEstadoou, na sua ausncia, em instituio financeira pblica da Unio; b)osdepsitosserorepassadosparaacontanicadecada Estado, na forma da respectiva legislao. 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do depsito, aps o trnsito em julgado da sentena proferida na ao penal, ser:I-emcasodesentenacondenatria,nosprocessosde competnciadaJustiaFederaledaJustiadoDistritoFederal, incorporadodefinitivamenteaopatrimniodaUnio,e,nos processosdecompetnciadaJustiaEstadual,incorporadoao patrimnio do Estado respectivo; II-emcasodesentenaabsolutriaextintivadepunibilidade, colocadodisposiodorupelainstituiofinanceira, acrescido da remunerao da conta judicial.6o Ainstituiofinanceiradepositriamantercontroledos valores depositados ou devolvidos.7o Serodeduzidosdaquantiaapuradanoleilotodosos tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuzo deiniciativasque,nombitodacompetnciadecadaenteda Federao,venhamadesonerarbenssobconstriojudicial daqueles nus. 8oFeito o depsito a que se refere o 4o deste artigo, os autos da alienao sero apensados aos do processo principal.9o Teroapenasefeitodevolutivoosrecursosinterpostos contra as decises proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 9 10. Sobrevindootrnsitoemjulgadodesentenapenal condenatria,ojuizdecretar,emfavor,conformeocaso,da Unio ou do Estado:I-aperdadosvaloresdepositadosnacontaremuneradaeda fiana;II - a perda dos bens no alienados antecipadamente e daqueles aos quais no foi dada destinao prvia; e III - a perda dos bens no reclamados no prazo de 90 (noventa) diasapsotrnsitoemjulgadodasentenacondenatria, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-f. 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do 10 deste artigoseroadjudicadosoulevadosaleilo,depositando-seo saldo na conta nica do respectivo ente.12. Ojuizdeterminaraoregistropblicocompetenteque emitadocumentodehabilitaocirculaoeutilizaodos benscolocadossobousoecustdiadasentidadesaquese refere o caput deste artigo. 13. Osrecursosdecorrentesdaalienaoantecipadadebens, direitos e valores oriundos do crime de trfico ilcito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulao e ocultao nos termos destaLeipermanecemsubmetidosdisciplinadefinidaemlei especfica. Aprestaopecuniriaecustastemoscomopera.Areparaododanotemoscomofinalidadeda medida. Isso resolve o problema da antiga lei de lavagem a qual dizia expressamente sobre sequestro e apreenso esilenciavasobreasoutras,jqueahipotecaeoarrestovisamareparaododano.Assimemrazodesse paragrafopodemosfalarserpossvelutilizarmedidasassecuratriasporquehafinalidadeexpressanaleide lavagem de reparao do dano do crime antecedente. Outrasituaoqueboapartedadoutrinadizquealeidelavagemprovocoufoi:paradecretaodas medidasocaputdoart.4falaemindciossuficientesdainfraopenaleparaaliberaodosbensquepor ventura tenham sofrido medidas assecuratrias, se diz necessria a comprovao da licitude da origem daqueles bens. Muita gente diz que a lei de lavagem promoveu uma inverso do nus da prova em desfavor do acusado, ou seja, h uma injusta inverso do nus da prova. Para Badar, no h diferena entre a lei de lavagem e o CPP, porque nos embargos ao sequestro do CPP tambm o sujeito para ter sucesso nos embargos tem que comprovar queobemnoteveorigemilcita,assimseriaumaquestodenomenclaturamasostandardprobatrioo mesmo. Mas muita gente sustenta que uma inverso do nus e a exposio de motivos da lei tambm diz isso. (perdi um pouco) Aleiprevavendaantecipada.Emrelaoaliberaodosbens,aleidelavagemfalaquequandoo sujeitoconseguecomprovaralicitudedobem,aindasimojuizpodedeterminaranoliberaototaldobem, isto porque a lei diz que o juiz pode manter sob medida assecuratria o bem necessrio para a reparao do dano ainda que tenha origem lcita.Paraaliberao,aleidelavagemprevqueosujeitotenhaquesefazerpresentenoprocessopara requereraliberao.Issoquerdizerqueosujeitotemquecomparecerpararequereraliberaodosbens,isto faz parte de diplomas internacionais do que o brasil signatrio, criando ate um nus para o sujeito. Existetambmumadiferenanaleidelavagemquandonosequestronoinquritodeveriatero levantamentosenotivesseaopenalem60dias,aleidelavagemtinhaumprazomaior,de120dias,para eficcia da medida. Agora, depois da mudana da lei no existe nenhuma regra prevista na lei de lavagem, o que nos faz utilizar por analogia o prprio CPP. Aleinofalaemembargosmasfalaempedidodeliberao,aMartaacreditaqueelespodemser usados, como tambm pode-se usar dos embargos.Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 10 Aleitambmprev,diferentedoquedizoCPP,afiguradoadministradordosbens,pessoaquefica encarregada de administrar os bens que sofreram medidas assecuratrias. A lei perdeu uma chance de disciplinar melhoressamatria,vemnummomentoqueasmedidasjsomaisutilizadaseaindaassimelanovembem posta, e inclusive foge da questo utilizando termos genricos. Propostas recentes AprofessoramencionaumestudofeitopelaFGV-RJ.OMinistriodaJustiatemumasecretariade assuntoslegislativos,interlocuocomolegislativo,emproduonormativa.Oqueacontece?ASALOtenta auxiliarolegislativo,elanouumprojetochamadopensandodireito,assimtodoanoasecretariadeassuntos legislativos lana temas variados mas sempre com pesquisa em penal com assuntos recorrentes na discusso mas que precisariam de pesquisa emprica de acadmicos. J houve variadas pesquisas no tema de penal, por exemplo a respeito da pena mnima em direito penal. E uma das pesquisas foi sobre medidas assecuratrias pela FGV-RJ envolvendo pesquisa jurisprudencial e questionrios aos juzes de primeiro grau. O resultado foi surpreendente: nohvalormnimoparareparao;alegislaoconfusa;poderdecautelacomtipicidade.Areparaodo dano estranho ao processo penal, utilizando apenas assim medidas assecuratrias que visem o perdimento do bem, deixando a reparao do dano para o cvel.Paransqueestudamosamatriaentenderamosqueelesficariamscomosequestro.Maseles chamaramdeindisponibilidade.Nofinaldapesquisafoielaboradoanteprojetodeleiversandosobre indisponibilidadedebemquevisaoperdimentoenoareparao.Elesachamqueessamedidadeveriaser decretada na ao penal e um periculum in mora, possibilidade de disperso ou depauperamento, acrescentado. Outroprojetodeleiaquelequecolocaasmedidasassecuratriasjuntocomasmedidascautelares pessoais.Issopositivoporquehojeelasnoestonamesmapartegeralqueaspessoais,assimcautelar cautelar, seja pessoal ou patrimonial, devendo obedecer proporcionalidade, contraditrio prvio e presuno de inocncia. Mas o projeto em si uma confuso.OCdigoprojetadotem4medidas,asquejtnhamoseaindisponibilidade.Sepensarmos,a indisponibilidadeehumaconsequnciadasmedidas,eassimsecomplicaaindamais.Aindisponibilidade aconteceria quando no se sabe o que decretar, o problema eh que ela pode ser total sobre os bens do acusado. Essamedidapodeatingirpatrimniodeterceiro,atemesmoPJ,quandoosbenstambmtenhamsido abandonados -como falamos das aeronaves- e quando estiver em posse do acusado e no for possvel identificar oproprietrio.Aindisponibilidadescabvelquandonotemelementosparadistinguirosbensilcitosdos lcitos. Existe um dispositivo que prev que se o sujeito tentar vender algum bem tendo tido a indisponibilidade total dos bens, isso motivo de priso preventiva. Isso eh muito estranho porque se isso leva a priso preventiva, podemos questionar se isso no seria uma forma de priso por divida.Depoisdetratardisso,elevoltaparaadisciplinadosequestro,arrestoehipoteca.Assimoqueexiste hoje no CPP eh que todo mundo v que ele defasado e que tem uma disciplina que precisa ser melhorada, mas Medidas Cautelares Reais - Prof. Marta Saad Gabriela Queiroga 11 poucagenteentendeoqueprecisaserfeitoeaprofessoraacreditaquecriarumaquartamedidanoresolve nada.TalvezsedeixasseclaroqueoarrestopossaserdecretadoduranteoIPnoserianecessriaumaquarta medida. Almdisso,amultiplicidadedemedidasalgomuitopositivoaosistema.Assimouhaveriauma propostamaisclaraouseabandonariaareparaododanoprevendoumasmediada(comopensadopela FGV-RJ),masoqueexistehojecondensadonoprojetonoresolve.Esseprojetooprimeiroafalardas medidas assecuratrias. Boa Prova! !