medida indireta da pressão arterial · 2015-09-25 · 1930 grupos de trabalhos com especialistas...

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Medida Indireta da Pressão Arterial Simone de Godoy Setembro de 2015

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Medida Indireta da Pressão Arterial

Simone de Godoy

Setembro de 2015

Medida Indireta da Pressão Arterial

ASPECTOS HISTÓRICOS

Esfigmomanômetro foi introduzido em 1896 Riva-Rocci

Método auscultatório em 1905 por Nicolai Korotkoff

1930 grupos de trabalhos com especialistas passam a se reunir

para discutir questões relacionadas ao procedimento da medida

da pressão arterial, controle, tratamento da HA em diferentes

partes do mundo....

Arcuri, 2005.

Medida Indireta da Pressão Arterial

ASPECTOS HISTÓRICOS

Após mais de um século de pesquisas em esfigmomanometria,

o desafio imposto pela obtenção de uma medida livre de erros,

que garanta o diagnóstico preciso da HA continua sem ser

vencido...

Arcuri, 2005.

Medida Indireta da Pressão Arterial

ATUALMENTE

Apesar dos significativos avanços científicos na área da saúde,

o diagnóstico e o tratamento da hipertensão continuam a se

basear prioritariamente na medida não invasiva da PA

(DIERTELE, 2012).

Medida Indireta da Pressão Arterial

Constatar níveis tensionais permanentemente acima dos

limites de normalidade permite o diagnóstico de HAS

A PA deve ser verificada em pelo menos três dias

diferentes, em semanas distintas

A cada avaliação deverão ser realizadas no mínimo 3

medidas, com intervalo de um minuto entre elas, sendo

a média das duas últimas considerada a PA real

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010;

BRASIL, 2013)

Medida Indireta da Pressão Arterial

Deve ser realizada em toda avaliação por médicos de

qualquer especialidade e demais profissionais da saúde

devidamente treinados

2 técnicas:

Auscultatória = esfigmomanômetro aneroide ou de coluna de

mercúrio + estetoscópio

Oscilométrica = aparelhos semiautomáticos digitais de braço

validados

Medida Indireta da Pressão Arterial

Aparelhos aneroides: não são os de primeira escolha –

descalibram facilmente

Aparelhos oscilométricos de medida no punho e no dedo

não são recomendados, apesar de haver aparelhos de

punho validados

Tipos de Pressão

Pressão sistólica (PAS)

é o pico da pressão sanguínea obtida no interior da aorta e dos

vasos periféricos durante contração ventricular (sístole)

Pressão diastólica (PAD)

é o valor da pressão sanguínea final obtida com o relaxamento

do coração (diástole)

Como se “ouve” a pressão

A artéria é envolvida por uma câmara (bolsa) de borracha

inflável inserida em um manguito

A câmara de borracha é inflada até que a pressão no

manguito supere a da artéria

Quando a artéria é ocluída as ondas de pulso não são

palpáveis ou audíveis abaixo da oclusão

A medida que o manguito é desinflado os sons são gerados

pela passagem do sangue na artéria e sofrem modificações

na qualidade e intensidade

Sons de Korotkoff (5 fases)

Fase I : Surgimento da primeira batida audível (primeiro

som) de forma clara e repetitiva durante a desinsuflação do

manguito. Coincide com o reaparecimento da palpação do

pulso. Corresponde à pressão sistólica, tanto para adultos

quanto para crianças.

Fase II: Os sons apresentam intensidade mais suave e

prolongada, assemelhando-se a um murmúrio intermitente.

Sons de Korotkoff (5 fases)

Fase III: Os sons tornam-se mais agudos e altos.

Fase IV: Tornam-se mais abafados, menos distintos e

suaves. Algumas vezes é difícil identificar esta fase.

Fase V: Coincide com o último som audível, após o que os

sons desaparecem. Corresponde à pressão diastólica.

Condições Especiais

Ausência da Fase V (desaparecimento do som)

Em algumas situações (como em crianças, pacientes com

insuficiência da válvula aórtica ou com alto débito cardíaco, e em

pacientes com vasodilatação importante) os sons de Korotkoff

permanecem audíveis até a pressão no manguito cair próximo de

0mmHg. Nestas condições , a Fase IV, torna-se um índice mais

confiável de pressão arterial diastólica do que a Fase V. Nestes

casos, se os sons são audíveis no zero, ambas as fases IV e V

devem ser registradas (por exemplo, 148 x 72 x 0mmHg)

Hiato Auscultatório:

Em alguns pacientes, particularmente nos hipertensos, os sons

ouvidos sobre a artéria braquial, quando a pressão do manguito

está alta, desaparecem à medida que a pressão cai, e, então,

reaparecem em um nível mais baixo

Este desaparecimento precoce e temporário do som é chamado

de hiato auscultatório e ocorre durante a Fase II ou Fase III.

Como este intervalo pode permanecer por até 40mmHg, isto é,

não ser possível detecção dos sons de Korotkoff, é comum

subestimar a pressão sistólica ou superestimar a diastólica.

Condições Especiais

Medida Indireta da Pressão Arterial

É o elemento-chave para estabelecimento do

diagnóstico de “hipertensão arterial”

Deve ser realizada em toda avaliação de saúde

Na primeira avaliação, deve-se obter medidas nos dois braços

e, em caso de diferença, utiliza-se o braço com maior valor

Profissionais da área da saúde devidamente treinados

Medida Indireta da Pressão Arterial

Prática Clínica

nem sempre é realizada de forma adequada

Erros, podem ser evitados

Preparo apropriado do cliente;

Uso de técnica padronizada

Equipamento calibrado

Medida Indireta da Pressão Arterial

Prática Clínica

Método indireto

Técnica auscultatória com estetoscópio

Esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, aneróide

ou semi-automáticos

CALIBRADOS

ESTETOSCÓPIO

Receptores

Auriculares

TuboCampânula

Diafragma

Equipamentos

ESFIGMOMANÔMETROS / FITA MÉTRICA

COLUNA DE

MERCÚRIO

DIGITAL

Equipamentos

ESFIGMOMANÔMETRO ANERÓIDE

Manômetro

Bulbo

(pera)Manguito com bolsa inflável

Tubos

Equipamentos

KIT DE MANGUITOS

Recém-nascido, criança, adulto pequeno, adulto,

adulto grande, coxa.

Equipamentos

Procedimento

Preparo do paciente para a medida

Explicar o procedimento ao paciente;

Verificar/providenciar repouso de pelo menos 5 minutos em

ambiente calmo;

Verificar: bexiga cheia; se praticou exercícios físicos 60 a 90

minutos antes; ingestão de bebidas alcoólicas, café, alimentos

estimulantes e cigarro nos 30 minutos anteriores;

Procedimento

Pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso encostado na

cadeira;

Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito;

Procedimento

Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da

mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido;

Não conversar durante a medida;

Procedimento

Medir a circunferência do braço do paciente;

Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;

Acrômio

Olécrono

Ponto Médio

Procedimento

Largura do Manguito = CB x 0,4

Largura = 40% da Circunferência Braquial

Comprimento = 80% da CB

hipoestimação / hiperestimação

Procedimento

Localizar e palpar a artéria braquial;

Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria

braquial;

Colocar o manguito sem deixar

folgas acima da fossa antecubital,

cerca de 2 a 3 cm;

Procedimento

Palpar o pulso radial e inflar o

manguito até seu

desaparecimento, para a

estimativa do nível da pressão

sistólica; guardar o valor; desinflar

rapidamente e aguardar um

minuto antes de inflar novamente;

Procedimento

Posicionar preferencialmente a campânula do estetoscópio

suavemente sobre a artéria branquial na fossa antecubital,

evitando compressão excessiva;

Procedimento

Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar de 20 a

30 mmHg, o nível estimado da pressão sistólica;

Proceder a deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4

mmHg por segundo;

Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som de

Korotkoff (som fraco seguido de batidas regulares), após,

aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg para evitar congestão

venosa e desconforto para o paciente;

Procedimento

Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som

(fase V de Korotkoff);

Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para

confirmar seu desaparecimento e depois proceder a deflação

rápida e completa;

Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a

pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de

Korotkoff), anotar valores da sistólica/diastólica/zero;

Procedimento

Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas;

Informar os valores de pressão arterial obtidos para o paciente;

Registro:

• anotar valores PAS / PAD,

• posição do paciente,

• largura do manguito,

• membro em que foi realizada a medida,

• registrar valores segundo escala do esfigmomanômetro de

2/2 mmHg.

Procedimento

ERROS...

INSTRUMENTO

INDIVÍDUOOBSERVADOR

AMBIENTE

ESFIGMOMANÔMETRO

OBSERVAR CORRETO DESVIOS

MANÔMETROde mercúrio ou

ponteiro (aneróide)

estar no zero e ter

movimentos livres

mais ou menos

lento oscilação

MANGUITO

borracha, tubos e

conexões

braçadeira

fixadores

íntegros

íntegra

íntegros

com vazamento,

colabados, frouxos

estragada

soltos, ausentes ou

desgastados

PERA E

VÁLVULA

pera de borracha

válvula de metal

íntegra

íntegra

abre e fecha

livremente

com vazamento.

colabada ou frouxa

com vazamento,

dura, solta

ESTETOSCÓPIO

OBSERVAR CORRETO DESVIOS

OLIVASpresentes e

íntegras

ausentes, trincadas,

soltas ou sujas

TUBOS E

CONEXÕESíntegros

trincados, furados

ou desiguais

CABEÇOTEconexão e

diafragmaíntegras solta ou furada

PACIENTE

OBSERVAR CORRETO DESVIOS

POSIÇÃO deitado, sentado ou em pé conforto e repouso desconforto e stress

MEMBRO

superior ou inferior

diâmetro

posição do membro

despido e apoiado

manguito apropriado

nível do coração e afastado 45º do corpo

com roupas, sem apoio

manguito inadequado

abaixo ou acima do coração

COLOCAÇÃO DA

BRAÇADEIRA

distância da prega do cotovelo

parte inflável (manguito)

ajuste da braçadeira

tubos

2,5 cm acima

cobrir a face interna dobraço

estar bem ajustada

deixar livres

maior ou menor

cobrir apenas a face externa

frouxa ou apertada

presos, entrelaçados ou retorcidos

MANÔMETRO

visibilidade

posição

bem vísivel

coluna de mercúrio ao nível dos olhos

má iluminação

posição inadequada

Causas de Engano na Medida da PA

Causas de Engano na Medida da PA

É fundamental que os aparelhos empregados sejam validados de

acordo com as normas da British Hypertension Society e Association

for Advancement of Medical Instruments ou outros critérios aceitos

internacionalmente.

British Hypertension Society: http://www.bhsoc.org

Clicar em “BP monitors” escolher se é para uso clínico ou residencial

Causas de Engano na Medida da PA

Além disso, é importante que o equipamento tenha sua calibração

testada no mínimo uma vez por ano, de preferência nas

dependências dos órgãos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e

Qualidade, IPEMs – Institutos de Pesos e Medidas Estaduais ou local

designado pelo Inmetro (www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/esfigmo2.asp) /

dados de 1998.

Inmetro - Ribeirão Preto

Faz verificação de calibragem – NÃO faz manutenção, indica

Av. Maurílio Biagi, 2940 – City Ribeirão / Tel (16) 3916 2338

-Última 3ªf mês, 1 fiscal de plantão para verificação – fluxo

Horário: 8h30-11h30 e 13h00-16h00

Custo por aparelho menor que R$ 10,00

Causas de Engano na Medida da PA

Referências

Arcuri E. "From Riva Rocci, Recklinghausen and Korotkoff to

nowadays: the challenge of blood pressure measurement accuracy."

Online Brazilian Journal of Nursing [Online], 4.3 1 Dec 2005

Disponível: http://www.uff.br/objnursing/viewarticle.php?id=197.

DIETERLE, T. Blood pressure measurement--an overview. Swiss

Med Wkly. 2012 Jan 27;142:w13517. doi:

10.4414/smw.2012.13517.

Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Hipertensão e Nefrologia. VI

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2010. Cap.2.

http://vsites.unb.br/fs/enf/nipe/korotkoffsom.html