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MEDICINA REVISTA FUNDADA PELO CENTRO ACADÊMICO ROCHA LIMA, DOS ALUNOS DA

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM 1961

VOLUME 46 SUPLEMENTO 4 OUTUBRO 2013 Reitor da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. JOÃO GRANDINO RODAS

Vice-Reitor

Prof.Dr. HÉLIO NOGUEIRA DA CRUZ

Diretor da F.M.R.P.

Prof. Dr. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR

Superintendente do H.C.R.P.

Prof. Dr. MARCOS FELIPE SILVA DE SÁ

Editor

Prof.Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR

Comissão de Publicação:

Prof. Dr. JOSÉ ANTONIO BADDINI MARTINEZ

Prof. Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR

Profª Drª TEREZILA MACHADO COIMBRA

Secretaria

MARLENE CANDIDA DE FARIA

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

Medicina, Ribeirão Preto Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Hospital das Clínicas da FMRP-USP

VOLUME 46 SUPLEMENTO 4 Outubro 2013 Sumário

Apresentação ......................................................................................................................................................... 1

Comissões .............................................................................................................................................................. 2

Programação .......................................................................................................................................................... 3

Resumo das palestras ........................................................................................................................................... 4

1. ASPECTS OF TOURISM AND AGEING – SKIING IN OLD

Martin Pallauf.............................................................................................................................................................4

2. IMPLICATIONS OF POPULATION AGEING FOR ECONOMIC GROWTH

Professor Norbert Meiners. .....................................................................................................................................4

3. ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO: DESAFIOS PROFISSIONAIS E CIENTÍFICOS

Carlos Roberto Bueno Júnior ..................................................................................................................................5

4. IMPORTANCE OF CULTURE IN THE COURSE OF LIFE OF ELDERLY PEOPLE

Bernd Seeberger .......................................................................................................................................................6

5. LONG TERM CARE IN TURKEY

Suzan Yazici ..............................................................................................................................................................7

6. CAN WE COPE WITH ALL THIS DYING? A RETURN TO THE DEMOGRAPHY OF DEATH

George W Leeson .....................................................................................................................................................9

7. CAREGIVING FOR DEPENDED OLDER PEOPLE IN CONTEXTS OF POVERTY IN SUB-SAHARAN AFRICA: DISCOURSES AND REALITIES

Jacobus Hoffman ....................................................................................................................................................10

8. CUIDADOS PALIATIVOS NÃO-ONCOLÓGICOS EM GERIATRIA

Nereida Kilza da Costa Lima .................................................................................................................................10

9. DELIQUENT BEHAVIOR IN OLD AGE – A GERONTOLOGICAL APPROACH

Dennis Roth .............................................................................................................................................................11

10. LONG TERM CARE POLICIES IN TURKEY

Nilufer Korkmaz Yaylagul-Aslı Gozde Akis .........................................................................................................12

11. OS DIREITOS DO IDOSO NO BRASIL

Luciana Lopes Canavez ........................................................................................................................................13

12. PROMISE EXTINGUISHED OR FLUID STATE: CONTINUITIES AND DISCONTINUITIES OF SENIORS TODAY

Alejandro Klein ........................................................................................................................................................15

13. O PANORAMA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA O IDOSO NO BRASIL

Valéria Meirelles Carril Elui ...................................................................................................................................15

14. NOVAS TECNOLOGIAS NO CUIDADO AO IDOSO

Carla da Silva Santana ............................................................................................................................ 18

15. PROBLEMAS OCULARES DO IDOSO Maria de Lourdes Veronese Rodrigues.....................................................................................................19

16. NEGOTIATING THE CARE IN THE FAMILY Marta Ortega Gaspar.................................................................................................................................19

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

Resumo dos pôsteres ......................................................................................................................................... 21

1. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS DO IDOSO COM DÉFICIT COGNITIVO

Aiolfi, CR; Alvarenga, MRM .......................................................................................................... 21

2. ANÁLISE DO GRAU DE CIFOSE TORÁCICA E FUNÇÃO PULMONAR DE IDOSAS SEDENTÁRIAS E ATIVAS

Almeida, JR; Patrizzi, LJ; Ruas, G Shimano; SGN Resende, CGN ................................................... 21

3. O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO (AT) COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPIs): RELATO DE EXPERIÊNCIA

Arroyo, LH; Rezende, G; Pitiá, CA; Marques MR ............................................................................ 21

4. FATORES DETERMINANTES DO DESEMPENHO FUNCIONAL AUTORRELATADO: DADOS DO PROJETO FIBRA - PÓLO UNICAMP

Arroyo NC, Neri AL, Yassuda, MS ................................................................................................. 22

5. GRUPO DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMÊNCIA

Assis AS, Novelli MMPC, Santos AR, Souza AB, Sakumoto L.Y ...................................................... 23

6. CUIDADORAS FAMILIARES IDOSAS DE PACIENTES COM DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E FARDO

Augusto, ND*; Cunha, CS*: Loiola, AF*; Viana, LG**; Arrais, AR** ................................................... 23

7. SAÚDE MENTAL NA TERCEIRA IDADE: RELAÇÃO ENTRE O USO DE PSICOFÁRMACOS E PRÁTICA DE ATIVIDADES DE LAZER

Bento PF, Souza NR, Matumoto S ................................................................................................ 24

8. O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE VIDA NA VELHICE

Bernardes, MS; Santana, CS ........................................................................................................ 24

9. UM ESTUDO SOBRE AS DIFICULDADES DOS IDOSOS E SUAS ESTRATÉGIAS NA UTILIZAÇÃO DE COMPUTADORES

Bernardi, FA; Victorassi, M; Martins, JPP, MS; Rodrigues, GS; Marques, MR; Santana, CS. .............. 25

10. IDOSOS LONGEVOS E AS PRÁTICAS CULTURAIS DE CUIDADO COM A SAÚDE

Betiolli SE, Lenardt MH, Willig MH, Ribeiro DKMN .......................................................................... 25

11. ARRANJO DOMICILIAR DE IDOSOS E PREDITORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE: UM ESTUDO LONGITUDINAL

Bolina AF, Tavares DMS ............................................................................................................. 26

12. ARRANJO DOMICILIAR E A EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS: UM ESTUDO LONGITUDINAL

Bolina, AF*; Tavares, DMS ........................................................................................................... 26

13. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FUNCIONAIS DE IDOSOS COM DEMÊNCIA

Borges EM, Cação JC, Bianchin MA, Paula PMS ........................................................................... 27

14. GESTUREMAPS: PERSPECTIVAS PARA A DESORIENTAÇÃO ESPACIAL

Brandão, AF*; Brasil, GJC; Dias, DRC e Trevelin, LC. ..................................................................... 27

15. ENVELHECIMENTO E APARÊNCIA: A EXPERIÊNCIA DE INDIANOS IMIGRANTES DA CIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL

Caio, C.B; Fabre, B.G.C.P; Araújo, J.R.C; Lopes, A. ....................................................................... 28

16. OFERTA DE DISCIPLINAS VOLTADAS AO IDOSO E ENVELHECIMENTO HUMANO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA DE UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS

Campos KMD, Shigaki G, Macedo LL, Freitas RR, Cabrera MAS, Teixeira DC .................................. 28

17. MÉTODO INTERMED APLICADO DURANTE A GESTÃO DE CASOS EM CUIDADORES DE PESSOAS IDOSAS HOSPITALIZADAS

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

Castão NO, Gutierrez BAO ........................................................................................................... 29

18. ENVELHECIMENTO E DEFICIENCIA INTELECTUAL: ETNOGRAFIA SOBRE SERVIÇOS DE ATENÇÃO AO LONGO DA VIDA NA CIDADE DE SÃO PAULO

Cipolla, M. A.1, Lopes, A.2 ........................................................................................................... 29

19. ENFERMAGEM NA SAÚDE DO IDOSO E AS METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Costa, ACB*; Silva, PSC .............................................................................................................. 30

20. FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS COM DOR CRÔNICA NO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS

Costa, FN.; Gramani-Say, K., ....................................................................................................... 30

21. A PSICOTERAPIA BREVE COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO ATENDIMENTO A IDOSOS DEPRIMIDOS: UM ESTUDO DE CASO

Costa, L. R. S.*; Santos, M. A. ...................................................................................................... 31

22. BENEFÍCIOS E ÔNUS DA TAREFA DE CUIDAR

Dahdah DF, Carvalho AMP .......................................................................................................... 31

23. OS PAPÉIS OCUPACIONAIS DE CUIDADORES DE IDOSOS

Dahdah DF, Carvalho AMP .......................................................................................................... 32

24. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE IDOSOS SEGUNDO STATUS DE FRAGILIDADE

Dias, FA*; Pegorari, MS; Tavares, DMS ......................................................................................... 32

25. ANÁLISE DO DESEMPENHO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS EM ITENS DE AVALIAÇÃO DOS TESTES MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) E MONTREAL COGNITVE ASSESSMENT (MOCA)

Ducatti, M.; Schmidt, A. ................................................................................................................ 33

26. A RELIGIÃO TEM EFEITO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO ATIVO? ESTUDO TRANSVERSAL

Faria SM, Castro PC .................................................................................................................... 33

27. AVALIAÇÃO DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA EM IDOSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Fernandes ,MA1, Melo, DM2, Bastos , LA3 .................................................................................... 34

28. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE IDOSOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE ..........................................................................................................................................

Fernandes MA1, Melo DM2, Bastos LA3 ....................................................................................... 34

29. QUALIDADE DE VIDA NA PERCEPÇÃO DE IDOSOS DO PROGRAMA AGITA - ASSIS

Fernandes C, Bravo DS, Almeida CL ............................................................................................ 35

30. ACOLHIMENTO CONTINUADO

Ferreira JP, Melhado VR, Rigo TC.............................................................................................. 35

31. MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL DE IDOSOS COM E SEM DECLÍNIO COGNITIVO NA ZONA RURAL

Ferreira PCS, Tavares DMS, Dias FA, Souza LM, Gonçalves JRL, Rodrigues LR.............................. 36

32. CAIDORES E NÃO CAIDORES: O EFEITO DA DUPLA-TAREFA NAS VARIÁVEIS ESPACIAIS DA MARCHA EM IDOSOS

Ferreira PS, Nascimento MM, Tanaka EH, Santiago PRP, de Abreu DCC ....................................... 37

33. VIOLÊNCIA FAMILIAR E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS QUE MORAM NA COMUNIDADE

Fhon JRS, Del Rio SAD, Motta HSN, Fabricio-Wehbe SCC, Diniz MA, Rodrigues RAP ...................... 37

34. ESTADO COGNITIVO E RISCO DE QUEDAS DE IDOSOS DE DOIS CENTROS DIA

Fhon JRS, Porras RMM, Guevara MGA, Canales RRI, Carhuapoma CME, Rodrigues RAP ............... 37

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

35. OFICINA DE MEMÓRIA: DESCRIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE BAIXO CUSTO

Fonseca ALF, Soares ACC, Borelli AC, Fernandes ACG, Jorge TM ................................................. 38

36. ESTRATÉGIA FISIOTERAPÊUTICA DE ATENDIMENTO PARA CUIDADO COM IDOSOS POLIQUEIXOSOS

Garcia RR, Oliveira PS, Nascimento RG, Afonso VLM, Nascimento VS ............................................ 38

37. GASTO ENERGÉTICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA ...........................................................................................................................................

Garcia JM, Peccin MS, Lombardi Jr I ............................................................................................. 39

38. VIVÊNCIA EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA: OPINIÃO DOS IDOSOS

Gonçalves JRL, Santos EC, Gonçalves AR, Ferreira PCS, Gonçalves AP ........................................ 39

39. PERCEPÇÃO DE USUÁRIOS IDOSOS E FAMILIARES QUANTO AO CUIDADO PRESTADO EM HOSPITAL

Gutierrez BAO, Castão NO, Dorea E, Curi AP ................................................................................ 40

40. ASPECTOS SOCIAIS E SISTEMAS DE SAÚDE DE IDOSOS HOSPITALIZADOS

Gutierrez BAO, Castão NO, Silva HS, Shimizu HE .......................................................................... 40

41. MÉTODO INTERMED: COMPLEXIDADE ASSISTENCIAL E A RELAÇÃO COM DECLÍNIO COGNITIVO, HUMOR E INDEPENDÊNCIA DO IDOSO

Gutierrez BAO, Silva HS, Silveira MH ............................................................................................ 41

42. CONSTRUÇÃO DA ESCALA AVALIATIVA DO RISCO DE QUEDAS (EARQUE) PARA PESSOAS IDOSAS QUE VIVEM NA COMUNIDADE

Jonas LT, Silva JV, Mendes MA, Nunes AA, Martinez EM ............................................................... 41

43. AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE DE IDOSOS CADASTRADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA SOCIAL

Júnior, F.B.A.; Zazzetta, M.S.; Morais, D.C.C.; Machado, I.T.J.; Orlandi, F.S.; Varoto, V.A.G. ............. 42

44. QUALIDADE DE VIDA E HATHA YOGA: UM ESTUDO COM IDOSAS PRATICANTES

Justel M, Say KG, Guimaraes MA, Orlandi FS ................................................................................ 42

45. ALTERAÇÕES DA DENSITOMETRIA ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR, MASSA MUSCULAR E FUNCIONALIDADE EM UM FOLLOW UP DE 3 ANOS EM MULHERES ADULTAS PÓS MENOPAUSA

Kochi, MN; Costa GC; Reis JG; de Paula, FJA; de Abreu DCC ........................................................ 43

46. GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES INGRESSANTES

Lanzotti RB, Say KG, Machado ITJ, Inouye K, Pavarini SCI ............................................................. 43

47. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE STRESS DO IDOSO MUITO VELHO NO MUNICÍPIO DE ARACAJU-SE

Lima WR, Ciosak SY, Gois CFL, Silva LASM, Teles CRRL .............................................................. 44

48. ANÁLISE COMPARATIVA DOS TIPOS DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS SOFRIDOS PELOS IDOSOS DO GÊNERO MASCULINO ATENDIDOS NO CREAS DE POÇOS DE CALDAS

Lima FT, Silva LR, Betti MR, Medina DM, Saraiva KMP ................................................................... 44

49. DISSOLUÇÃO CONJUGAL NA SENILIDADE: EVIDÊNCIAS BRASILEIRAS, 2002-2011

Linhares BN, Gomes L ................................................................................................................. 45

50. INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM COM IDOSOS ASSISTIDOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA COM PROBLEMAS DE ADESÃO NO USO DE MEDICAMENTOS

Lisboa JR, Alvarenga MRM .......................................................................................................... 45

51. EMPREGANDO AS CLASSIFICAÇÕES DE ENFERMAGEM PARA UMA PESSOA IDOSA EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Lourenço DS, Mendes RA, Morais Ribeiro JH, Barreto MN, Mendes MA ........................................... 46

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

52. CUIDADORES DE IDOSOS FRÁGEIS: ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS

Machado, ITJ; Zazzetta, MS; Júnior, FBA; Orlandi, FS; Pavarini, SCI; Varoto, VAG ........................... 46

53. ASPECTOS SOCIAIS ENVOLVIDOS NO USO DE APARELHOS ELETRÔNICOS POR IDOSOS

Marques MR, Raymundo TM, Bernardes MS, Campos BPS, Santana CS ......................................... 47

54. QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM E SEM DIABETES MELLITUS

Marquez FA, Viana DA, Rodriguez LR, Santos AS .......................................................................... 47

55. RELAÇÃO ENTRE SEDENTARISMO E OCORRÊNCIA DE QUEDA EM IDOSOS DA COMUNIDADE

Mazzer LP, Silva NSM, Lopes AR, Trelha CS ................................................................................. 48

56. PREVALÊNCIA DE OSTEOPOROSE POR SEXO NAS PESSOAS IDOSAS ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERENCIA À SAÚDE DO IDOSO DE BELO HORIZONTE

Melo LS, Nogueira LM, Azevedo RS.............................................................................................. 48

57. PREVALÊNCIA DO ESTILO DE VIDA SEDENTÁRIO NAS PESSOAS IDOSAS ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERENCIA À SAÚDE DO IDOSO DE BELO HORIZONTE

Melo LS, Nogueira LM, Azevedo RS.............................................................................................. 49

58. PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS BRASILEIROS ENTRE 2006 E 2010

Mendes, GS; Moraes, CF; Gomes, L ............................................................................................. 49

59. O CUIDAR DO CORPO NA TERCEIRA IDADE: PROJETOS PESSOAIS NA VELHICE

Molina ABMT; Souza FDR; Santana CS ........................................................................................ 50

60. POLÍTICAS PÚBLICAS HABITACIONAIS: UM ESTUDO SOBRE OS CONDOMÍNIOS EXCLUSIVOS PARA IDOSOS

Monteiro LC ................................................................................................................................ 50

61. OPINIÃO DOS IDOSOS SOBRE OS SERVIÇOS DISPONÍVEIS, SERVIÇOS PRESTADOS, ORIENTAÇÃO FAMILIAR E ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA: UMA AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Morais Ribeiro JH, Pereira ML, Filipini CB, Monteiro LA, Silva AS, Goyatá SLT ................................. 51

62. AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: A ÓTICA DOS IDOSOS SOBRE A ACESSIBILIDADE, LONGITUDINALIDADE, UTILIZAÇÃO E GRAU DE AFILIAÇÃO

Morais Ribeiro JH, Pereira ML, Filipini CB, Monteiro LA, Silva AS, Goyatá SLT ................................. 51

63. PERFIL DO TRAUMA EM IDOSOS INTERNADOS POR ATROPELAMENTO EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA

Morais JR, Silva RMC, Santos AMR, Rodrigues RAP ...................................................................... 52

64. COMEMORANDO O DIA DOS AVÓS NO SERVIÇO DE SAÚDE: OPORTUNIDADE DE AÇÃO INTERGERACIONAL – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Nascimento RG, Garcia RR, Santos MCB, Afonso VLM, Nascimento VS, Souza VL .......................... 52

65. IDOSO, POETA E VOLUNTÁRIO: RETRATOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ENVELHECIMENTO ATIVO

Nascimento RG, Garcia RR, Afonso VLM, Nascimento VS, Oliveira TA, Souza VL ............................ 53

66. KARATÊ–DÔ “CAMINHO DAS MÃOS VAZIAS”

Ogido AM, Garcia RR, Berardi G, Machado NT .............................................................................. 53

67. A PESSOA IDOSA NO CONTEXTO DO SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO

Oliveira F, Morais Ribeiro JH, Goyatá SLT, Mendes MA ................................................................. 54

68. UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS DE UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO INTERIOR MINEIRO: UM OLHAR SOBRE A POLIFARMÁCIA

Oliveira REM, Nascimento MMG, Pereira ML ................................................................................. 54

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

69. ESPERANÇA DE VIDA DE ADULTOS E IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM ESTÁGIO AVANÇADO

Ottaviani AC, Pavarini SI, Orlandi FS ............................................................................................. 55

70. ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE OS PROCESSOS DE ENVELHECIMENTO: CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Pedro WJA, Coelho WF, Orlandi BDM, Padula GO, Castro PC, Silva MC ......................................... 55

71. FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME DE FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA

Pegorari MS, Tavares DMS .......................................................................................................... 56

72. SÍNDROME DE FRAGILIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA

Pegorari MS, Tavares DMS .......................................................................................................... 56

73. ATENDIMENTO NUTRICIONAL EM AMBULATÓRIO DE IDOSO

Pereira EMS, Prado LC, Silva KF .................................................................................................. 57

74. ESTUDO COMPARATIVO DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM REPOUSO DE IDOSOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS

Pletsch AHM, Silveira NJF, Osorio RAL ......................................................................................... 57

75. DOR EM ADULTOS A PARTIR DE 55 ANOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL

Pradal LA, Dellaroza MSG, Cabrera MAS, Prado SF, Dip RM .......................................................... 58

76. IMPORTÂNCIA DE VISITAS DOMICILIARES A IDOSOS PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Prado LC, Pereira EMS, Ribeiro MC, Lopes MJM ........................................................................... 58

77. CICLO ERGÔMETRO ASSOCIADO A UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS PARA IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO PILOTO

Rampazo MK, D’Elboux MJ .......................................................................................................... 59

78. A INFLUÊNCIA DO GÊNERO NAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR IDOSOS PARA RESOLUÇÃO DAS DIFICULDADES NO USO DO APARELHO CELULAR

Raymundo TM, Marques MR, Bernardes MS, Campos BPS, Santana CS ......................................... 59

79. MORBIDADES E INCAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE 75 ANOS E MAIS: ESTUDO LONGITUDINAL

Reis NA, Dias FA, Tavares DMS ................................................................................................... 60

80. QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DIABETES UTILIZANDO O INSTRUMENTO DIABETES 39 (D-39)

Zulian LR; Santos MA; Veras VS; Arrelias CCA; Rodrigues, FFL; Zanetti ML .................................... 60

81. UM OLHAR GERONTOLÓGICO PARA O PLANEJAMENTO URBANO:UMA CIDADE ACESSÍVEL PARA TODAS AS IDADES

Rossetti ES, Monteiro LCA ........................................................................................................... 61

82. ATIVIDADES MUSICAIS E LÚDICAS – UMA PROPOSTA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E BEM-ESTAR PARA IDOSOS ATIVOS

Santos EA, Gonçalves JRL, Soares PPB ....................................................................................... 61

83. UNINDO AS DUAS EXTREMIDADES DA VIDA: A INFÂNCIA (RE)CONTADA PELO FIO DAS MEMÓRIAS DE HOMENS SEPTUAGENÁRIOS

Santos MA .................................................................................................................................. 62

84. PSICOLOGIA E ENVELHECIMENTO: A REALIDADE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO NO BRASIL

Shigaki GS, Ribeiro ABA, Pinto MEB, Bortoli CS, Shiki LA............................................................... 63

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85. ENVELHECIMENTO, COMUNICAÇÃO E PRESBIFONIA: PRAGMATISMO EM AÇÃO

Silva, BG1*; Mendonça, RE2; Wolf, AE3 ........................................................................................ 63

86. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE IDOSOS COM E SEM INDICATIVO DE DEPRESSÃO

Silva LMA, Rodrigues LR, Tavares DMS ........................................................................................ 64

87. DEPENDÊNCIA PARA ATIVIDADES BÁSICAS E INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA NOS MAIS IDOSOS

Silva SPZ, Marin MJS, Rodrigues MR............................................................................................ 64

88. RELATO DE EXPERIÊNCIA: CUIDANDO DO CUIDADOR - A EXPERIÊNCIA DE QUEM CUIDA

Silva FCS, Buso ALZ, Fernandes AB, Souza LA, Melo KMF, Farinelli MR ......................................... 65

89. CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES IDOSOS EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DE LONDRINA NO ANO DE 2011

Silva LS, Tamayose VM, Macedo LL, Genovesi FF, Galatti G, Martins EAP ...................................... 65

90. A ABORDAGEM DO ENVELHECIMENTO HUMANO E A SAÚDE DO IDOSO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS DO BRASIL

Silva NSM, Trelha CS, Melo FC, Mazzer LP, Freitas DS, Garcia IF ................................................. 66

91. RASTREAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON

Silva PCS, Fernandes ACBC, Terra FS ......................................................................................... 66

92. VELHICE, IMAGEM E APARÊNCIA: PERCEPÇÕES E EFEITOS EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA UNATI DA CIDADE DE SÃO PAULO

Silva, N. P.2, Cachioni, M.3, Lopes, A.4 ......................................................................................... 66

93. OFICINA DE RESIGNIFICAÇÃO DA VIDA EM IDOSOS BASEADA NA PERSPECTIVA DE VIKTOR FRANKL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Silveira DCT, Marques MR, Freitas P, Mendonça TC, Silveira MS .................................................... 67

94. DECLÍNIO COGNITIVO E DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS

Soares E, Carlomanho AFC, Carvalho SMR, Ferreira LAK, Dantas LCV ........................................... 68

95. INDICADORES DE DEPRESSÃO E DE DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS EM MARÍLIA-SP

Soares E, Carvalho SMR, Ferreira LAK, Dantas LCV, Demartini SM ................................................ 68

96. TÉCNICA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INTERVENÇÃO EM IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO

Soares PPB, Gonçalves JRL, Santos EA, Campos EC, Santos AS .................................................. 69

97. FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E PRÉ-FRAGILIDADE EM IDOSOS LONGEVOS DA COMUNIDADE

Sousa JR, Grden CRB, Sousa JAV, Carneiro NHK, Betiolli SE, Lenardt MH ..................................... 69

98. IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM INFORMATIZADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO E AS DIFICULDADES PARA A ENFERMAGEM - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Souza Junior DI, Ribeiro JHM, Mendes MA, Lima KVN ................................................................... 69

99. PLANO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FUNDAMENTADO NAS CLASSIFICAÇÕES DE ENFERMAGEM NANDA –I NOC E NIC PARA UMA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA POR FRATURA DE FÊMUR

Souza Junior DI, Rocha LD, Nascimento MGG, Ribeiro JHM, Mendes MA, Lima KVN ....................... 70

100. ACOLHIMENTO DO IDOSO NA UNIVERSIDADE ABERTA PARA MATURIDADE: NECESSIDADES DE ACÕES INTERDISCIPLINARES

Souza NR, Bernardes EH, Liporoni AARC, Melo MG, Bento PF, Queiroz NC ................................... 70

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101. ENVELHECIMENTO E FEMINIZAÇÃO DA POPULAÇÃO: NOVOS DESAFIOS E POTENCIAIS

Souza FRD, Silva CS ................................................................................................................... 71

102. ANALISE DOS ÓBITOS OCORRIDOS ENTRE OS IDOSOS COM CRITÉRIO DE FRAGILIDADE AVALIADOS EM UM AMBULÁTORIO DE GERIATRIA

Souza L, Silva VA, D’Elboux MJD ................................................................................................. 72

103. CONTEÚDOS ABORDADOS PELA UNIVERSIDADE SEGUNDO A VISÃO DOS DISCENTES DO ÚLTIMO ANO EM ENFERMAGEM QUANTO AO EMBASAMENTO TEÓRICO E PRÁTICO QUE A FACULDADE LHES FORNECEU PARA PRESTAR ASSISTÊNCIA DE QUALIDADE AO IDOSO

Tamayose VM, Silva LS, Macedo LL, Genovesi FF, Dellaroza MSG, Silva DK .................................. 72

104. ANÁLISE DO CONTROLE POSTURAL ENTRE CAIDORES E NÃO CAIDORES DA COMUNIDADE POR MEIO DA POSTUROGRAFIA EM DIVERSAS POSIÇÕES: A POSIÇÃO DE ROMBERG É SENSÍVEL À QUEDAS?

Tanaka EH, Ferreira PS, Silva MF, Gomes MM, Moraes R, de Abreu DCC ....................................... 73

105. PROBLEMAS CARDÍACOS E QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS URBANOS E RURAIS

Tavares DMS, Arduini GO, Martins NPF, Dias FA, Ferreira LA......................................................... 73

106. QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE IDOSOS COM CÂNCER EM TRATAMENTO ADJUVANTE

Toneti, BF; Paula, JM; Nicolussi, AC; Saraiva, DA; Santos, CLT; Sawada, NO .................................. 74

107. O SENTIMENTO DO PACIENTE RENAL CRÔNICO SOB INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS DURANTE O TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

Vitolo F, Orlandi SF, Duarte JG, Moraes BIP .................................................................................. 74

108. AS HISTÓRIAS DE VIDA DOS IDOSOS LONGEVOS DE UMA COMUNIDADE

Willig MH, Lenardt MH ................................................................................................................. 75

109. RELAÇÃO ENTRE PERFIL DE PESSOAS COM DEPENDÊNCIA E APOIO SOCIAL PERCEBIDO POR CUIDADORES FAMILIARES

Yamashita CH, Amendola F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC ........................................................... 75

110. ASPECTOS COGNITIVOS E SINTOMAS DEPRESSIVOS DE IDOSOS DIABÉTICOS DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Yassuda MS, Vianna-Paulo DL ..................................................................................................... 76

111. COMO MELHORAR AS PRÁTICAS DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES QUE PRESTAM SERVIÇOS AO PÚBLICO SÊNIOR? UM OLHAR ATRAVÉS DAS CONFIGURAÇÕES ESTRUTURAIS DE MINTZBERG

Zanon CJZ, Santos FCA, Fogaça DR ............................................................................................ 76

112. PROGRAMA DE APRIMORAMENTO MULTIPROFISSIONAL EM HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA

Zanotti PS, Guimarães CF, Uchôa-Figueiredo LR ........................................................................ 777

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Apresentação

A iniciativa de propor a realização do IV International Colloquium of Gerontology no campus da USP de Ribeirão Preto foi uma feliz e bem sucedida proposta envolvendo o Instituto de Estudos Avançados do Pólo Ribeirão Preto e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Esta proposição nasceu na 3ª versão deste colóquio realizado no Oxford Institute of Population Ageing – OIA da Universidade de Oxford no ano de 2012. Outras versões deste evento foram realizadas na UMIT – Faculdade de Saúde e Ciências da Vida na University Hall/Tyrol na Áustria em Maio de 2011 (2ª versão) e Akdeniz University em Antalya na Turquia em novembro de 2010 (1ª versão).

O Colóquio de Gerontologia é um espaço ímpar para a discussão sobre a temática do envelhecimento da população mundial, especificamente nesta versão, tem foco na população brasileira e na discussão sobre a organização da sociedade para o cuidado e desenvolvimento de políticas voltadas ao segmento idoso. Trata-se de um evento multidisciplinar que envolve representantes pesquisadores internacionais da Universidade de Oxford, UMIT University Hall, Akdeniz University, Universidade de Málaga, Universidad Guanajuato-León e pesquisadores nacionais envolvendo a Faculdade de Medicina de Ribeirão, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Escola de Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto e Universidade Estadual Paulista – UNESP campus de Franca.

Trata-se de um colóquio, que por sua definição privilegia o debate entre a academia e sociedade, estudantes e profissionais, e também se destina a apresentar trabalhos científicos. A ideia é compartilhar saberes, experiências no âmbito das temáticas da transição demográfica e do envelhecimento populacional, das políticas de atenção à saúde e assistência social para o idoso, da preparação para o cuidado daquele que envelhece pensando nas ações da equipe multidisciplinar de saúde; da função da tecnologia e adaptação ambiental para permitir que o idoso permaneça por mais tempo em sua casa; a economia do envelhecimento, o marketing e o desenvolvimento de produtos para este segmento. Serão abordados ainda temáticas relativas à cultura, a organização da família e negociação do cuidado, a criminalidade envolvendo o idoso dentre outros temas.

O apoio do Instituto de Estudos Avançados - Pólo de Ribeirão Preto e das agências de fomento à pesquisa e difusão do conhecimento foram essenciais para a organização e custeio deste evento. Somos gratos à Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, à A Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FAEPA), Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária-PRCEU, Pró-Reitoria de Pesquisa – PRP e demais parceiros apoiadores do evento. Sem estes auxílios seria impossível fazer um evento deste porte gratuito ao público.

Esse evento é extremamente oportuno para o Brasil, país que vive o chamado bônus demográfico, mas que em futuro não muito distante terá que lidar com uma população de idosos maior e por isso é necessário começar estudar agora como fazer face a mais esse desafio. O IV International Colloquium of Gerontology obteve 600 pessoas inscritas e mais de 140 trabalhos científicos submetidos para apresentação. Tal relevância confirma o interesse da sociedade nos temas que envolvem a gerontologia e a urgência no debate e interlocução dos diferentes atores envolvidos na produção do conhecimento que perpassa o ser humano nas diferentes fases do seu ciclo de vida.

Profa Dra Carla da Silva Santana Prof. Dr. Oswaldo Baffa Filho

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Comissões

Comissão Organizadora

Profa Dra. Carla da Silva Santana - Presidente Prof. Dr. Oswaldo Baffa Filho Prof. Dr André Lucirton Costa

Prof. Dr Jair Lício Ferreira Prof. Dr. Eduardo Ferriolli Filho

Prof. Dr. Norbert Meiners João Henrique Rafael Jr.

José Rafael Sica Gisele Patrícia Duarte

Taiuani Marquine Raymundo Mariana Ribeiro Marques

Joab Jefferson da Silva Xavier José Marcelo de Castro

Comissão Científica

Profa Dra. Carla da Silva Santana Prof. Dr. André Lucirton

Prof. Dr. Jair Lício Ferreira Prof. Dr. Eduardo Ferriolli Filho

Profa Dra. Daniela Cristina Leite de Carvalho Profa. Dra. Thaís Cristina Chaves

Profa. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui Prof. Dr. Leonardo M. Kebbe

Prof. Ms José Marcelo de Castro

Organização

Patrocínio e Apoio

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Programação

Dia 18 Sala 1 09:00 ABERTURA Prof. Oswaldo Baffa /

Prof. Carlos Gilberto Carlotti 09:30 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Prof. Jair Lício Ferreira 10:10 COFFEE BREAK 10:30 PODEMOS LIDAR COM TUDO ISSO QUE ESTÁ MORRENDO?

UM RETORNO À DEMOGRAFIA DA MORTE Prof. George Leeson 11:10 POLÍTICAS DE CUIDADOS A PESSOAS IDOSAS COM DOENÇAS

CRÔNICAS NO BRASIL Profª Sueli Marques 11:50 IMPLICAÇÕES DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO Prof. Norbert Meiner 12:30 ALMOÇO 14:00 ASPECTOS DO TURISMO E DO ENVELHECIMENTO Prof. Martin Pallauf 14:40 POLÍTICAS DE LONGO PRAZO NA TURQUIA Profª Nilufer Korkmaiz 15:20 COFFEE BREAK 15:40 DEPENDÊNCIA E CUIDADOS DE LONGO PRAZO Profª Suzan Yazici 16:20 NEGOCIAÇÃO DO CUIDADO NA FAMÍLIA Profª Marta Ortega Gaspar

Sala 2 14:00 SÍNDROMES GERIÁTRICAS RELACIONADAS COM A

FRAGILIDADE, DEMÊNCIAS E DIABETE MELLITUS: ESTAS SÍNDROMES GERIÁTRICAS ESTÃO RELACIONADAS Prof. Eduardo Ferriolli /

Prof. Julio Moriguti 15:20 COFFEE BREAK 15:40 ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO: DESAFIOS PROFISSIONAIS E CIENTÍFICOS Prof. Carlos Roberto Bueno Jr. 16:20 MELHORA DA FUNCIONALIDADE COMO DESFECHO

PRINCIPAL NA ABORDAGEM AO IDOSO Profª Daniela C. L. de Carvalho

Abreu Dia 19 09:00 CUIDADO DE PESSOAS EM CONTEXTO DE

POBREZA NA ÁFRICA DO SUL Prof. Jacobs Hoffmann 09:40 CUIDADO AO IDOSO NA FAMÍLIA: AS ESPECIFICIDADES

DO BRASIL Prof. Gutemberg de Melo Rocha 10:30 COFFEE BREAK 10:50 NOVAS TECNOLOGIAS NO CUIDADO AO IDOSO Prof.ª Carla da Silva Santana 11:20 PANORAMA SOBRE A TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA

O IDOSO NO BRASIL Profª Valéria Meirelles C. Elui 11:50 PROBLEMAS OCULARES DO IDOSO Profª Maria de Lourdes 12:20 ALMOÇO 13:50 O SIGNIFICADO DA CULTURA DURANTE O

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Prof. Bernd Seeberger 14:30 PROMESSA EXTINTA OU ESTADO FLUIDO: CONTINUIDADE

E DESCONTINUIDADES DE IDOSOS HOJE Prof. Alejandro Klein 15:10 COFFEE BREAK 15:30 DIREITO DO IDOSO NO BRASIL Profª Luciana Lopes 16:10 CRIMINALIDADE NA VELHICE Prof. Dennis Roth 16:50 CUIDADOS PALIATIVOS NÃO ONCOLÓGICOS

EM GERIATRIA Profª Nereida K. C. Lima 17:30 ENCERRAMENTO Profª Carla da Silva Santana

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Resumo das palestras

1. ASPECTS OF TOURISM AND AGEING – SKIING IN OLD

Martin Pallauf UMIT – The Health & Life Sciences University, Eduard Wallnöfer-Zentrum 1, A-6060 Hall in Tirol, Austria

Winter sports, and more specifically alpine skiing, represent a variety of important aspects for elderly people. The main motivation is usually provided by the health benefits. However, up to now this topic has not been subjected to gerontological review. The study at hand will analyze the motivations of elderly people for alpine skiing. Additionally, the conditions necessary for keeping the elderly interested in skiing will be explored.

The study was conducted according to a qualitative research method. The authors employed the methods of structured everyday conversations and expert interviews. The results show that elderly people gave a variety of motives. These are above all physical activity, nature experience, as well as health and social motives. The conditions that need to be adapted are manifold and range from changes to the infrastructure up to modifying materials. During the discussion, the distinctive features of the older target group were emphasized, such as greater flexibility in available free time and financial resources. Also, the positive health aspects of skiing in old age were discussed.

2. IMPLICATIONS OF POPULATION AGEING FOR ECONOMIC GROWTH Norbert Meiners FHWT – Private University of Applied Sciences, Rombergstraße 40, D-49377 Vechta (GERMANY) Background of the study: After decades of being pushed aside, the topic of "demographic change" has

now not only entered politics and economics, but is also causing a frenzy of activity (Weber 2010). It is currently undergoing a certain change in perspectives (Eitner et al. 2011). A few years ago, the demographic development was still almost exclusively viewed as a threat and a burden for the sustainability of the society and the economy (Lee/Mason 2010). This view is slowly changing, however, and the deficiency hypothesis that had been dominant for decades must now compete with the emphasis on competences and potentials in old age. Academics have for a while pointed out not just the problems and risks, but also explicitly the potentials and opportunities of an ageing society (Goeldner/Munn 1964). Politics and the economy also appear increasingly to have understood that the interests of older people relating to consumption can be a good basis for generating demand in the market with specific products and services, as well as for securing and increasing turnover, profits and employment (Pepper Institute on Aging & Public Policy 2007; Sherman/Forman 1988).

Research question: The central aim of this presentation is therefore to present the latest findings on the

economical potential of ageing and compare them primarily from a consumables perspective. The relevant question relating to this presentation is: What impact does the demographic development have regarding the private demand on products and services by the elderly?

Results: a.) State of research: In the USA and Japan, the economic potentials of the demographic

development were already identified a number of years ago, triggering a search for ways to combine the two objectives of improving the quality of life of older people and opening up new market and employment potentials (Ogawa et al. 2011; Murata 2011; Enomoto 2011; Suzman 2010; Clark et al. 2004; Clark/Spengler 1980; Clark et al. 1978). In the USA, a lot of research institutes and centres carry out university-based age research, e.g. Johns Hopkins University, University of California Berkeley or Harvard University (Schoeni/Ofstedal 2010; Schneider 2006). The age research in the USA is 15 to 20 years ahead of that in Europe. In Europe, primarily the following research institutes carry out university-based research for the topics of Age, Ageing and Older People: Oxford Institute of Population Ageing (OIA), London School of Economics, etc. (Schneider 2006).

b. Sectors of Economics of Ageing: Demographic change is altering demand and consumption (Leventhal 1997). In many industries, it will not only change the rules, but update market structures and shift market shares. Heinze et al. (2011) list nine sectors belonging to Economics of Ageing in general and the specifically the silver economy: Retail, Financial services, Housing, Technology/(New) Media, Crafts, Tourism, Health, Care and Social services. Other authors add further sectors and typical senior growth markets to this list, such as travel, beauty/wellness, education, entertainment and automotive economics.

c. Economic potential of older consumers: Scientific studies show that today's seniors enjoy above-average income and assets, even though Fachinger (2012, 611) bemoans the fact "[…] that asset distribution demonstrates a drastic inequality, with a concentration of very high assets belonging to a low number of private households and relatively low assets being split among the majority of private households." 55- to 65-year-olds have twice the financial reserves and spend twice as much money on goods and consumables for everyday needs than their 25- to 44-year-old fellow citizens. They request higher-quality products, travel more often, spend more money on literature, are more interested in financial investments and mainly buy new and luxury cars (Stroud 2005; Hurd 1990). Antony et al. (2011, 346) confirm "[…] that the elderly make excellent prospects for luxury goods, travel-related products and services, and financial services." This makes older people one of the most important groups of buyers of the next decades and a success driver in many commercial sectors (Tempest et al. 2011).

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d. Change in perspectives in the economy: Given the financial resources and enormous market potential, it is not surprising that the senior target group is becoming more and more interesting for companies (Fachinger 2012). Irrespective of this, a study shows that around a third of all companies view the societal ageing process with pessimism in light of their own business development. Only eleven percent believes the demographic change to be positive and identifies economic impulses due to societal ageing (Capgemini 2005). The situation in the advertising industry is similarly deflating: Only every third advertising agency intensely deals with the senior generation (PwC 2006). By now, companies are however increasingly identifying the need to integrate seniors into marketing and to offer goods specifically for older consumers (Eitner et al. 2011). This is because: "People aged 60 or above have different needs and behaviors than young individuals. […] Those aged 80 or over also have different needs" (Bloom et al. 2011, 8). Kohlbacher et al. (2011, 3) therefore emphasize: "The accelerated aging of many populations and the demographic shift are expected to have major implications for innovation management and new product development across all industries."

Palavras-chave: Population Ageing, Demographic Change, Economics of Ageing, Gerontology, Age

3. ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO: DESAFIOS PROFISSIONAIS E CIENTÍFICOS Carlos Roberto Bueno Júnior Docente da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EEFERP-USP)

A população de idosos em todo o mundo tem crescido de forma considerável. No Brasil, por exemplo, esta população aumentou de 14,5 milhões (8% da população, Censo 2000) para 18 milhões (12% da população, Censo 2010) em uma década.

Esta mudança demográfica mencionada justifica a adoção de uma série de ações para entender e promover qualidade de vida na população idosa, além de gerar envelhecimento bem-sucedido, que pode ser caracterizado por menor sofrimento físico e mental associado a menores custos financeiros e sociais. E a busca destes objetivos tem relação com saúde física, cognitiva, emocional e social, ou seja, aprimoramento das funções físicas e cognitivas, engajamento pleno nas atividades vitais e participação em atividades produtivas e relações interpessoais (Fried, 2004).

Dentre os declínios característicos do processo de envelhecimento, podem ser destacados aqueles relacionados às capacidades funcionais para realização das tarefas do cotidiano e às capacidades físicas (como força e potência musculares, capacidade aeróbia e agilidade), os quais resultam em prejuízos na mobilidade, na qualidade de vida, na incidência de quedas, na expectativa de vida, no nível de independência e na incidência/prognóstico de doenças - e a prática regular de atividade física é fundamental para retardar tais declínios (Sun et al., 2013).

Também é válido ressaltar que a sarcopenia, caracterizada como perda progressiva e generalizada da força e da massa muscular, resulta em prejuízo no "status" funcional, menor mobilidade física, maior risco de quedas e maior índice de mortalidade. Além disso, é conhecido que diferentes fatores são responsáveis por este declínio de massa e força musculares associado ao envelhecimento e à inatividade física - e vários tratamentos têm sido propostos para seu tratamento, mas não há dúvida que o treinamento físico representa a mais importante abordagem para prevenir e tratar a sarcopenia (Montero-Fernández e Serra-Rexach, 2013).

Como já foi citado, a atividade física também reduz a incidência de quedas. Isso é importante se considerarmos que à medida que a pessoa envelhece, uma série de fatores aumenta a probabilidade destas quedas, como déficits de equilíbrio e na visão, além de demência. E a cada ano mais de 30% dos idosos caem, uma em cada cinco quedas requer atenção médica e cerca de uma em cada dez resulta em fratura (Gillespie et al., 2012).

Além disso, estudos epidemiológicos demonstram que a prática regular de atividade física reduz a incidência e melhora o prognóstico de doenças, e que a inatividade aumenta substancialmente a incidência relativa de doença arterial coronariana (45%), infarto (60%), hipertensão (30%), câncer de cólon (41%), câncer de mama (31%), diabetes tipo II (50%) e osteoporose (59%) (Katzmarzyk e Janssen, 2004). E a inatividade física causa quase 30% de todas as mortes por doença cardíaca, câncer do cólon e diabetes, além de ser independentemente associada à mortalidade, obesidade, piora na qualidade do sono e debilidade física, dislipidemia, depressão, demência, ansiedade e alterações de humor. Portanto, pode-se afirmar que o sedentarismo é um dos grandes problemas de saúde pública na sociedade moderna, sobretudo quando considerado que cerca de 70% da população não atinge os níveis mínimos recomendados de atividade física (Gualano e Tinucci, 2011).

Como foi demonstrado acima, é consenso que a prática regular de atividade física resulta em uma série de benefícios para o idoso. No entanto, há vários desafios científicos e profissionais nesta área:

- Ainda é pouco conhecido porque alguns indivíduos têm mais adaptações a um mesmo programa de treinamento físico do que outros. Também é pouco conhecido que fatores explicam os declínios do envelhecimento ocorrerem de forma diferente em diferentes indivíduos que apresentam contextos de vida similares. Fatores genéticos podem ajudar, e muito, nas respostas a estas questões e podem apresentar duas implicações importantes para a prática profissional: possibilitar a predição das variáveis de saúde que cada idoso apresentará os maiores declínios antes deles acontecerem e possibilitar a escolha das características do treinamento físico mais eficiente para cada idoso com base no seu DNA - trata-se da prescrição geneticamente personalizada (Izquierdo et al., 1999);

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- Em relação ao treinamento aeróbio, a maioria dos profissionais recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física em intensidade moderada por semana (ACSM, 2010). No entanto, estas recomendações parecem ser difíceis de serem alcançadas pela maioria das pessoas. Além disso, não há estudos que demonstram que este tipo de treinamento físico é o que gera mais benefícios em seus praticantes e maior nível de adesão (Trost et al., 2001). Há suposições, por exemplo, que programas de treinamento físico que envolvam intensidades altas, comparados aos de intensidade moderada, potencialmente possam até ser mais eficientes para melhorar o consumo máximo de oxigênio e a função cardíaca e endotelial do que programas de exercício físico isocalóricos de intensidade moderada em indivíduos saudáveis (Helgerud et al., 2007; Hazell et al., 2010; Metcalfe et al., 2012), pacientes com infarto do miocárdio (Wisloff et al., 2007), doença da artéria coronariana (Rognmo et al., 2004), claudicação intermitente (Slordahl et al., 2005) e indivíduos com sobrepeso e obesidade (Schjerve et al., 2008);

- Uma série de estudos recentes também tem apontado que o aspecto mais importante para a qualidade de vida, prevenção de doenças e expectativa de vida não é o tempo de prática semanal de atividade física, mas a magnitude de adaptações geradas por esta prática - efeitos no consumo máximo de oxigênio, níveis de força e massa muscular, por exemplo. Em outras palavras, a qualidade da prática de atividade física é fundamental para a obtenção de seus efeitos (Lee et al., 2011);

- Idoso deve realizar triagem de saúde, exame médico e/ou teste ergométrico máximo com eletrocardiograma antes de começar o programa de atividade física? Na cidade de São Paulo, por exemplo, há uma lei vigente que desobriga indivíduos de 15 a 69 anos de idade do exame médico. O principal argumento é que ele não tem sensibilidade para detectar doenças responsáveis por morte súbita durante exercício (miocardiopatia hipertrófica obstrutiva, origem aberrante das coronárias, prolapso da válvula mitral e aneurismas cerebrais). O que muitos estudiosos da área recomendam é realizar a triagem de saúde e o teste ergométrico em todos os idosos ou naqueles que apresentam doenças cardiovasculares e/ou sintomas e outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, além do envelhecimento, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes ou tabagismo. Se por um lado agudamente a prática de atividade física aumenta o risco cardiovascular, por outro devemos considerar que quanto maior o número de exigências, menor será a porcentagem de idosos fisicamente ativos. Além disso, esse risco é extremamente baixo - foi estimado pela American Heart Association que ocorre uma morte a cada 800.000 horas de exercício físico em indivíduos com doença cardiovascular. Além disso, como já foi citado, uma série de estudos aponta que cronicamente o treinamento físico reduz a chance de morte por causa cardiovascular;

- É consenso que uma aula de Educação Física para idosos deve conter atividades aeróbias e de força. Por outro lado, não há consenso que outros tipos de atividades apresentem benefícios que justifiquem sua inclusão, como Pilates, yoga, tai chi e alongamento. Em relação ao alongamento, por exemplo, tem sido demonstrado que ele deve ser utilizado apenas se o idoso apresenta desvios posturais, encurtamento muscular, perda de flexibilidade que prejudica o dia a dia e/ou se ele pratica alguma modalidade esportiva e o ganho de flexibilidade resulta em melhora no desempenho. O profissional diferenciado é aquele que não age com base em "achismos", mas sim de acordo com a maioria dos artigos científicos e com os resultados de suas avaliações realizadas de forma sistemática com seus alunos;

- Outro desafio da prática profissional é buscar atividades físicas que gerem prazer e benefícios na força e na capacidade aeróbia dos idosos. Não é um bom profissional nem aquele que apenas faz os idosos "sorrirem" nem aquele que coloca os idosos para caminhar na esteira e fazer musculação quando os indivíduos não se sentem motivados a realizar tais práticas. Além disso, um programa sério de Educação Física para idosos envolve, necessariamente, o planejamento e a execução de testes e avaliações tanto quantitativas como qualitativas;

- E há uma série de outras questões ainda não respondidas de forma satisfatória pela ciência em relação ao treinamento físico para idosos: qual a melhor ordem das diferentes capacidades físicas na mesma sessão de treinamento? Qual o melhor intervalo entre as séries e entre diferentes atividades físicas? Qual o tipo de periodização do treinamento físico mais eficiente para idosos? Certamente uns dos erros mais comuns da prática profissional é o idoso realizar os exercícios físicos, principalmente os de força, com uma carga muito menor do que a ideal para gerar as maiores adaptações.

Um aspecto que favorece a dificuldade para a resolução desses desafios profissionais e científicos é justamente a grande distância entre ciência e prática profissional - este é um convite à aproximação.

4. IMPORTANCE OF CULTURE IN THE COURSE OF LIFE OF ELDERLY PEOPLE Bernd Seeberger

UMIT - University for Health Sciences, Medical computer science and technology center Wallnoefer Edward I, (Austria) Ageing is a process of change that is also culturally influenced. The importance of culture in the process

of ageing remains largely unexplored up to now. We only know little about how our regional language, our religious convictions, our ideas of the beyond, cultural rituals and individual attitudes and myths influence our ageing process. For societal ageing we still lack in a culture of ageing. The existing approaches of cultural gerontology have so far referred to cultural media and literature, but not to individual ageing processes. Our European societies are only at the beginning of a learning process about ageing.

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In gerontology, we pose the question: Do we stay the same person throughout our lives? Of course, we are subject to changes, already our bodies and looks are external indicators for that.

Each society has a cultural memory, a collective term and stock of texts, images, rituals and collective stories and interpretations. They serve as an awareness of unity and originality for a group of people. The cultural memory is neither timeless nor context-independent. In fact, it builds up group stories and traditions, always against the background of the current needs and circumstances of this group. Examples to this will be presented.

5. LONG TERM CARE IN TURKEY

Suzan Yazici Akdeniz University, Dept. of Gerontology, Antalya, Turkey

Introduction: Chronic illness and care dependency related to chronic illness is one of the leading health

problems in developed countries. The demographic developments experienced in the last decade lead to an increase in the number of elderly population worldwide. Old age is related to a higher frequency of chronic illness, mortality and morbidity. The most prevalent chronic illnesses among elderly are hypertension, type 2 diabetes, stroke, osteoarthritis, heart diseases.

All these illnesses affect the functional capacity of the patients negatively. This might result with an increasing need of help for the daily activities. Different than the young people with chronic illness, the elderly do often suffer from many interrelated illness which complicates the treatment and rehabilitation process. This might result in deterioration in health and in a permanent need for care.

Infrastructure of Care for the Elderly in Turkey: The Turkish Ministry of Family and Social Politics has

defined care dependency as “the permanent need of care for personal hygiene, nutrition and home management resulted from the hindrance of physical movements of a person or the restriction of mental abilities”. Care for the elderly at home or in elderly care centers is under the responsibility of the Turkish Ministry of Family and Social Politics in Turkey. The care of the care dependent elderly, their rehabilitation, the responsibility of the elderly to live in the community without any isolation, to develop social care models for the elderly are under their duty which is included in the law nr. 2828.

The care burden is basically on the shoulders of women which are mainly wives, daughters or daughters in laws. In a study done by Dramalı(1998), 89.9 % of the caregiver were found to be women and 84% of the caregiver had no formal training for care. The number of possible caregiver is declining due to the decreased number of children and due to time restrictions as many women enter the workforce. The lack of an adequate training for care causes complications which might affect the health conditions negatively (Subasi&Ötzek, 2006).

However home care has many advantages for the person in need of care, there are situations where this is not an option and the person in care has to have institutional care. There might be no caregiver available or the patient might need a comprehensive care that cannot be managed easily at home.

According to the Turkish Ministry of Family and Social Politics, there are 19.414 elderly persons who are living in care centers dated 18.06.2012.

Number of

institutions

Capacity Current elderly

A Ministry owned care centers 106 11678 10638

B Care Centers owned by other ministry 2 566 566

C Care Centers of Municipalities 20 2013 1409

D Care Centers of Associations 34 2820 1974

E Care Centers of Minorities 7 961 673

F Private care centers 122 5934 4154

TOTAL 291 23972 19414

Figure 1: Number of institutions for care for the elderly, capacity and places

According to a study done at Sıvas (Şahbaz 2006) on 3000 persons over the age of 65 living in the

community, 6.3% were fully depended for activities of daily living (ADL’s), and 8.4% were fully dependent for instrumental daily activities (IADL’s), 15.7% were partly dependent for ADL’s and 25.3% for IADL’s. We can assume that among 3000 community dwelling elderly, about 200 are depended for their family members for their care. Another study where the home care need of the elderly were evaluated, 6.5% needed help for bathing, 2.8% for dressing, 1.4% for toilet, %35.9 for shopping and 44% for cooking (Gölgeçen 1998).

Urbanization, migration, a shift towards a nuclear family, a higher number of women in workforce, smaller living environments in urban cities are some reasons for the increasing need for institutional care services in Turkey similarly as they are in other developed countries ( Karahan 2002). The number of current institutional

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care facilities is far less than the actual need for it. That the care of the elderly is the duty of the family and not being able to care for the family and to send them to an elderly care center is still seen as a shame widely in Turkey.

Medical Causes of Care in Turkey: In a study where 377 patient receiving home care have been

categorized regarding their diagnosis which lead to care 23.3% have been found having cardiovascular disease and hemiplegia, 9.5 % have been found as having just hemiplegia, 8% diabetes and cardiovascular disease, 7.2% neurologic disease, diabetes and cardiovascular disease, 6.6% hypertension, 6.1% Alzheimer’s, 4.2% Hip Fracture, 4.2% Alzheimer’s and hypertension, 4.1% each hypertension and osteoporosis (Yörük, Çalışkan&Gündüoğdu, 2012).

Nationwide Studies about prevalent illnesses will be discussed in this paper: Cardiovascular

diseases are the first cause of mortality among both men and women. They are responsible from about 48% of all the non-communicable deaths worldwide (WHO,2010). Cardiovascular risk factors in Turkey have been evaluated and factors such advanced age, high blood pressure, diabetes and high lipid levels have been found as the main risk factors. (Abacı 2011)

EURIKA study (Epidemiological study of European Cardiovascular Risk patients: Disease prevention and management in usual daily practice), has investigated primary prevention and the management of cardiovascular risk factors in 17 different European countries. The most encountered risk factor in Turkey was high blood pressure with 66.5%. The European average was 71.9%. The effective treatment of controlled blood pressure proportion was only 40.3%. (Banegas et al. 2011)

The same study found that high cholesterol level at 34.5%, much lower than the European average which is 57.7%. Turkey has been found having the lowest rate among all countries participated in the research. The Turkish Heart Study found high LDL levels for 37% among male and 28% among women. (Mahley, 1995) High cholesterol is another important risk factor for cerebrovascular and cardiovascular illness. It can be treated effectively to reduce the level of cholesterol and the related risk. TEKHARF study has started at 1990 and 9 waves are already done. Results found out that the treatment rate of high blood pressure increased from 33% at 1995 to 48% at 2003 which is an improvement but still an important issue to work on (Onat A et al. 2002). This study found that the triglyceride level has been increased in a 10 year time, from 1990 to 2000 at the rate of 4mgr for men and 12.8mgr for women.

Heart failure is another illness resulting in care dependence. Its prevalence and predictors in Turkey have been researched in HAPPY study, where 4650 adults have been examined. The prevalence of heart failure has been found as 2.9% and the prevalence of atherosclerotic vascular disease as 4.8%. However the population is younger in Turkey compared to developed countries, the prevalence of heart failure has been found higher than the western countries. (Degertekin et al 2012)

Diabetes is a disease where the plasma blood level increases above the normal levels. Fasting glucose level, higher than 125mg/dl or a random glucose sample higher than 200mg/dl suggest diabetes. The incidence of diabetes is increasing worldwide as it does in Turkey. Obesity, sedentary lifestyle and an increased life expectation are main reasons for that. Important data about the incidence of diabetes are gathered from TURDEP study (Satman I et al. 2002). The first wave was done at 1997-1998 with 24.788 people and the incidence of diabetes has been found as 7.2%. This rate was higher than many other countries participated in this research. The second wave of the TURDEP study has been done at 2010 on 26.499 people and the incidence of diabetes has been found increased to 13.7%. Diabetes does also start at almost five year earlier age than 12 years ago. The rate of increase is frightening and much higher than many other countries. The same study found the obesity rate as 22% on the first wave and 32% on the second. Another study called METSAR has found the obesity rate as 20.6% among man and 39.9% among women (METSAR). The treatment of diabetes is not possible before treating obesity. HbA1c is a reliable blood test showing the control of blood glucose at the last 3 months. In a primary prevention study, EURIKA, (Banegas et al. 2011) the control rate of HbA1c was only 29.5% in Turkey where the European average was 40.4%. EUROASPIRE III study found a similar rate 23.8% (EUROSAPHIRE III)

Osteoporosis (OP) is one of the main risk factors for fractures after a fall. It is a disease characterized by low bone density and the degeneration of the structure of the bone. The tendency of fractures causes an increase in mortality and morbidity in osteoporotic patients (CDC 1987). The World Health Organization defines Osteoporosis as having the bone density less than 2.5 of the standard deviation of healthy adults from the same background. WHO predicts the number of hip fractures to raise three fold, from 1.7 million in 1990 to 6.3 million by 2050.(WHO 2013). The prevalence of osteoporosis over the age of 50 has been found at the FRACTURK Study as 12.9% for women and 7.5% for men in Turkey (Tuzun , 2012). Osteoporotic fractures are mostly seen on hips, vertebras and radius bone. As hips are one of the leading location of fractures they cause most of the dependency among the elderly. A study done at Balıkesir (Erden , 2000) with 50 patients with a hip fracture found that the average hospital stay after an hip operation as 13 days, and the average physiotherapy section number as 9.45. 38% of the patients needed some kind of support before the accident for their mobility. Only 62% were fully independent. After the discharge the functional dependency found to be decreased statistically significant. 8% were receiving some kind of help at home while the rest was cared by family members. As this study also shows the recovery after a hip fracture might take long or might cause to an infinite care dependency.

Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is defined as a group of diseases characterized by chronic airway obstruction with reversible and irreversible components. COPD ranks among the 10 leading causes of death in the world and second cause of Social Security-compensated disability in the US. (Merck Manual of Geriatrics 2000). COPD has been found as the third cause of mortality in Turkey with 26.000 yearly deaths.(UHY-ME Turkiye) Smoking is the most common risk factor for COPD. A chronic cough, increasing sputum production, dyspnea and wheezing are the main symptoms. Dyspnea is the most disabling symptom and

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progresses with advanced age. External oxygen requirement might cause care dependency. The incidence of COPD increases with age. The burden of disease will increase from number 11 at 2002 to 7 worldwide at 2030 (Mathers 2006). BOLD Study has found out that %19.6 of the population had COPD. (Kocabas 2006) There are a lot of cases where COPD remained undiagnosed. The National Health and Nutrition Examination Study (NHANES III) found out that 70 % of the adults with airway obstruction didn’t get any diagnose of COPD. In a study conducted in Bursa, 261 community dwelling voluntary people with no previously known respiratory illness were examined and %15.1 have been found to have restrictive pulmonary disease. (Göçmen 2008)

Ostheoarthritis is the most common joint disease and the leading cause of physical disability in persons over the age of 65. It is characterized by joint pain, movement difficulties, joint deformity and mobility problems. Obesity, trauma and congenital abnormalities can be seen as some of the predisposing factors. Knee, lumbar spine, interphalangeal joints, hips and toes are the mostly affected joints. WHO estimates that 25% of the 65+ population suffers from Osteoarthritis (OA). OA is the 7.th cause of disease burden with 2.9%. (Türkiye Hastalık Yükü Çalışması 2004) In a study done with 50+ of age in 655 persons, 22.5% of women and 8% of men have been found to have symptomatic OA (Kaçar 2005).

Cancer is predicted to be an important cause of mortality and mortality in the next decades worldwide. (WHO 2010) The Turkish Association for Cancer Research and Control found out that the official cancer statistics to be much lower than estimated. Cancer incidence was found as 36.7 in 100.000. New projects are done to get a more accurate number (Turkkanser.org). If we look to the Turkish Cancer Statistics; lung, prostate and urinary tract cancer are the first three leading ones for male and breast, thyroid and kolorectal cancers for women (Turkish Ministry of Health, Cancer Department 2009).

Conclusion: Worldwide, 63% of all deaths occurred from non-communicable diseases (NCD), most of

them are mentioned here (WHO,2010). As the number is expected to rise, many efforts are taken to decrease the burden of NCD’s. The Turkish Ministry of Health targeted in the Strategic Plan of Action 2010-2014 “ to decrease the incidence of non-communicable diseases and death rate of 25% until the year of 2014, by reducing the risk factors. Health promotion and disease prevention activities are the most important initiatives in order to reach the aim. The need of care dependency as well will decrease as NCD’s decrease. Even though this target is met, there will be still many care dependent elderly. Social care services and efforts to decrease the care burden of the family are needed in order to give a better care.

6. CAN WE COPE WITH ALL THIS DYING? A RETURN TO THE DEMOGRAPHY OF DEATH George W Leeson Senior Research Fellow in Demography, Co-Director, Oxford Institute of Population Ageing, University of Oxford

The world is ageing both at an individual and population level (Leeson 2009) – and population ageing,

which was once regarded as an issue for the developed economies of Europe and North America is truly a global phenomenon now reaching Latin America (Leeson 2011), the only notable region of exception being sub-Saharan Africa, which remains relatively young in demographic terms (United Nations 2011).

At an individual level, life expectancies at birth have increased at the global level from 47.7 years in the mid 20th century to around 69 years today, and are expected to rise to 76 years by the mid 21st century. At the population level, the proportion of the world’s population aged 60 years and over has increased from 8 per cent in the mid 20th century to 11 per cent, and by 2050, it is expected to reach 22 per cent, equating to more than 2 billion people (United Nations 2011).

In Europe, ageing has continued albeit at a slower rate, but with other elements, namely supercentenarians and a new demography of death. England & Wales has become demographically mature (Harper 2006) with more people in mid-2011 aged 60 years and over (12.2 million) than aged under 15 years (9.9 million) (Office for National Statistics 2012).

For most of the 20th century, Latin America had youthful populations, and it was not until the 1980s that the proportion of the population aged under 15 years dropped below 40 per cent. By 2010, less than 30 per cent of the population was aged under 15 years, while the proportion aged 65 years and over stood at around 7 per cent, having been at most 5 per cent for most of the century. In Brazil and Mexico, this proportion was around 3 per cent.

However, the next 40 years are predicted to witness a veritable explosion in the number and proportion of older people in the region with only Guatemala still having less than 10 per cent of its population aged 65 years and over in 2050 (United Nations 2009).

The scale of ageing – both at the population and individual level – across the globe is thus by any measure truly dramatic and must surely be regarded as one of the success stories of humankind as more and more people live long, relatively healthy lives. However, this success does not come without some concerns, perhaps, and challenges, most certainly.

With the success of ageing populations has come a return to a demography of death, albeit in a new form. In the mid 19th century, European populations were young and short-lived with high levels of infant mortality. More than half of the almost 370,000 deaths in England and Wales in 1850 would have occurred among people aged less than 60 years. By the early 21st century, these same populations have become old and long-lived, and almost 90 per cent of the deaths in England and Wales now occur among people aged over 60 years.

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This paper will outline the new demography of death that the 21st century is predicted to bring, and in doing so looks at the development in the number of centenarians, and in particular the number of supercentenarians – a result of radical life extension and a dramatic witness to this new demography.

7. CAREGIVING FOR DEPENDED OLDER PEOPLE IN CONTEXTS OF POVERTY IN SUB-SAHARAN AFRICA: DISCOURSES AND REALITIES

Jacobus Hoffman Oxford Institute of Population Ageing, University of Oxford, UK / AUTHeR, North-West University, South Africa

Background: In Africa, most social and health care is provided for by families, typically against the

backdrop of entrenched poverty and infrastructural constraints (Lopez, Begg and Bos, 2006; Aboderin and Ferreira, 2009). A fairly substantial corpus of literature exists on the economic and social costs of care provided by older to younger generations, in particular in context of HIV/AIDS (Ferreira, Keikelame and Mosaval, 2001; Barrientos, Ferreira, Gorman, Heslop, Legido-Quigley, Lloyd-Sherlock, Møller, Saboia and Werneck, 2003; Ardington, Case, Islam, Lam, Leibbrandt, Menendez and Olgiatia, 2010). Yet, debate on the experience of caregiving for older persons and its implications for policy and programming in the region is sparse.

A key reason for the lack of such an inquiry and debate is an overriding official discourse, which declares the centrality of the family in the care for older persons as an unassailable African value and model vis-à-vis those in the developed ‘West’ (Makgoba, 1997: United Nations, 2002; African Union /HelpAge International (AU/HAI), 2003; Aboderin and Ferreira, 2009). At the same time – and as is the case in other parts of the world − there are concerns in Africa about the ability of families to sustain support to its older and younger members within contexts of poverty, rural-urban and international migration and social strain, including pandemics and conflict (Murray, 1981; Crush, 2000; Bhorat, Leibbrandt, Maziya, Van der Berg and Woolard, 2001; Ziehl, 2001; Barnett and Whiteside, 2002; Makiwane, Schneider and Gopane, 2004). Indeed, there is a remarkable disconnect between such discourses and the actual experiences of care.

Therefore, a small corpus of research has recently emerged – most prominently the Ibadan Study of Ageing (ISA) in Nigeria and the WHO Study of Ageing and Adult health (SAGE) in Ghana and South Africa – highlighting the prevalence of functional impairment in older populations in sub-Saharan Africa (SSA) (Gureje, Kola and Afolabi, 2006; Phaswana-Mafuya, Peltzer, Chirinda, Kose, Hoosain, Ramlagan, Tabane and Davids, 2012). A handful of small-scale surveys and qualitative explorations in South Africa, Kenya, Nigeria and Tanzania also focus attention on the overwhelming role of informal care provided by family members of all ages (but often in middle- and old age), the provision / lack of care for community based older persons as well as broad types of care provided, the existence of caregiver strain and older care recipients’ well-being (Aboderin and Hoffman, 2012; Cassim, Rauff, McIntyre, Van der Pas and Deeg, 2012).

With a view to tease out the key implications for policy and further research, this paper critically examines the orientation and findings of this body of work towards an understanding of the policy-reality lacuna.

Method: Through a systematic review this paper draws on a content analysis of key regional- and

selected national-level policy documents on ageing or families in Africa as well as on existing empirical research on long-term care for older people in SSA − particularly on two qualitative studies conducted in respectively Nigeria (n=53 two-generational sample of older persons and adult children) and South Africa (n=58 three generational sample of older person-children-grandchildren triads).

Results: Empirical evidence shows acute inadequacies in care provision, major economic, mental, and

physical caregiver strain and a clearly emerging demand for formal care services. However, the official African policy discourses, which remain uncontested, continue to underline ‘traditional’ family care as part of a broader emphasis on development based on customary African values. There is indeed a disconnect between the realities of long-term care for older people in contexts of poverty and the ‘ideal’, as represented by dominant African normative and policy discourses, of such care.

Conclusion: Whilst the official normative discourse about ‘traditional’ family care remains

predetermined, there is mounting evidence that actual care structures and arrangements are beginning to change as a need for ‘formal’ care provision is increasingly expressed. This paper argues that the emerging research on care for dependent older persons must explicitly engage with and critically reflect on the existing discourses towards reorienting it to fit with current realities. To do this, research must explicitly be informed by and speak to key theoretical perspectives on family solidarity and intergenerational ambivalence. In so doing, such research will be able to draw on, and at the same time advance and contribute to comparative perspectives and research on more formalized long term care globally, more specifically the global South (Aboderin and Hoffman, 2012).

8. CUIDADOS PALIATIVOS NÃO-ONCOLÓGICOS EM GERIATRIA Nereida Kilza da Costa Lima Divisão de Clínica Médica Geral e Geriatria – Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

O aumento da sobrevida dos indivíduos é associado a maior número de doenças crônicas, sendo que a

maior parte da população idosa morre por uma ou mais destas condições. A nova agenda mundial de prioridades

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inclui a inserção da saúde como eixo das políticas públicas, a promoção da saúde, o resgate do espiritual e a integração de práticas culturais. Estes aspectos estão presentes no cuidado do idoso em fase de doença crônica grave. Apesar de apenas cerca de 20% dos idosos falecerem por câncer, pouca atenção tem sido dada aos cuidados paliativos nas doenças não-oncológicas. Sabemos que o sofrimento progride com a proximidade da morte e que os profissionais não recebem formação adequada para reconhecer a necessidade destes cuidados e para implementá-los.

O termo “cuidados paliativos” vem do latim palliare, que significa cobrir, blindar ou proteger. A Organização Mundial da Saúde, em 2002, definiu cuidados paliativos como: “É uma abordagem que incrementa a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, enfrentando o problema associado a doença grave, através da prevenção e alívio do sofrimento, o que significa uma identificação precoce e avaliação impecável para tratamento da dor e dos problemas físico, psicossocial e espiritual”. Foram descritos vários princípios dos cuidados paliativos, que incluem1:

1. Reafirmam a vida e consideram a morte um processo natural. 2. Não postergam, nem aceleram a morte: não se acelera a morte (eutanásia, nem se posterga a morte

a custa de sofrimento (distanásia). 3. Aliviam sintomas desagradáveis: este aspecto é abordado como prioridade no atendimento. 4. Integram aspectos psicológicos e espirituais. 5. Ajudam o paciente a ter uma vida o mais ativa possível até a morte. 6. Oferece suporte aos familiares: a família adoece em conjunto com o paciente e é importante oferecer

assistência durante o processo da doença e de luto. 7. Melhora a qualidade de vida e pode influenciar positivamente no curso da doença. O estudo SUPPORT2 mostrou que 50% dos pacientes com doenças não- oncológicas estavam

sofrendo com dor moderada à intensa nos últimos três dias de vida. Apesar de 41% dos pacientes terem conversado com seus médicos sobre prognóstico ou ressuscitação cardiovascular, em 81% dos casos os médicos haviam compreendido mal a preferência dos pacientes. Lynn et al3 encontraram, ao estudarem pacientes não oncológicos em fase final de vida, que 50% estavam conscientes. Deste, 80% apresentavam queixa de fadiga, 40% estavam com dor intensa e 50% com dispneia. Dezessete por cento dos familiares sentiram-se abandonados neste período e 10% dos pacientes receberam tratamentos contra sua vontade. Sonnenblick et al4 avaliaram os pacientes de um hospital em Israel por três meses e encontraram que 10% deles foram considerados para a não ressuscitação. No entanto, a maioria deles foi submetida a cuidados intensivos e procedimentos diagnósticos. Apenas 30% das famílias foram envolvidas no processo de decisão.

Portanto, podemos observar a deficiente abordagem que vem sendo realizada em pacientes não oncológicos em fase final de vida, com baixa detecção e controle dos sintomas, falta de apoio à família e falta de respeito às decisões tomadas previamente.

A situação é ainda mais deficiente quando abordamos os pacientes idosos com demência. A dificuldade na detecção de sintomas aumenta na fase avançada da doença, devido a grande dificuldade de comunicação. O prognóstico de vida fica difícil de avaliar, mas, em geral, médicos e familiares esperam maior sobrevida do que as estatísticas têm demonstrado. Os cuidadores não entendem bem o processo da doença e não são preparados para a fase de terminalidade. As decisões de final de vida, quando não discutidas ao longo do processo da doença, são mais difíceis de serem tomadas pela família e pela equipe. Entre todos os subgrupos de pacientes que poderiam beneficiar-se dos cuidados paliativos, os dementados são os menos referenciados para este tipo de atenção, recebem menor prescrição de medicamentos paliativos e menor participação dos cuidadores nos processos de decisões.

O foco do atendimento deve ser sempre o conforto do paciente e da família. Há muitas discussões sobre qual seria a melhor conduta na demência avançada quanto à alimentação, uso de antibióticos, uso de antipsicóticos e de outras medicações5,6.

Precisamos aumentar o conhecimento e o treinamento dos profissionais de saúde na área dos cuidados paliativos não-oncológicos, além de promover mais estudos que possam responder às muitas questões ainda sem resposta.

9. DELIQUENT BEHAVIOR IN OLD AGE – A GERONTOLOGICAL APPROACH Dennis Roth UMIT - University for Health Sciences, Medical computer science and technology center Wallnoefer Edward I, (Austria)

Background: The dissertation was a research project relating to the sociological impact of delinquent

behaviour carried out by the elderly over the age of 60. Demographic development, judiciary and police statistics are pointing to an increase of the phenomenon `old age delinquency´.

Aims and questions: The aim was to approach this phenomenon of `old age delinquency´ by asking the

following question paying particular attention to first offenders over 60yrs: What is typical of delinquent behaviour carried out by people over 60yrs?

Method: The heuristic research project was divided into five qualitative-empirical research parts;

orientated according to the basic approach of the `Grounded Theory´. The first part dealed with qualitative interviews carried out by experts who work close to elderly criminals. The second part portrayed a document analysis of judicial files on crime carried out by the elderly. The third part concentrated on qualitative interviews

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with detectives relating specifically to shop lifting. The fourth part was again a descriptive organizational analysis of a prison provided for the elderly. The fifth and last part contained qualitative interviews with elderly prisoners.

Results: It becomes quite clear that a whole range of social, developmental psychological and financial

factors primarily motivate delinquent behaviour. Insult, slight injury, road traffic offenses, theft and deceit are often the result. The confining environment of the prison has very particular effects on the elderly delinquent. A lengthy prison sentence for the elderly delinquent means to them basically a shorter life after jail. Social integration plays a primary role when elderly delinquents are released.

Discussion: The results from these five parts of the research project shall be discussed taking into

account demographic and age-related cultural aspects. Furthermore, a reference shall be established in respect of the quest for meaning in old age and integrity in old age.

10. LONG TERM CARE POLICIES IN TURKEY Nilufer Korkmaz Yaylagul-Aslı Gozde Akis Akdeniz University Department of Gerontology

Introduction: Samir Amin indicates that the development of capitalism and globalization is associated

with the increase in the world population initially. The increase in the growth rate of the world’s population from %23 in 1800’s to %36 in a century is recognized as an indicator of the development. The increase of the polarization of wealth in the world also coincide with this development (Amin, 2004). Similarly, the change in the population structure and the decrease in the birth and death rates are recognized as a development measure based on modernization theory. At the present time, the elderly are labeled as a problem and the increase in the elderly population is considered as a global wide crisis (Vincent, 1995, p. 3-10; Walker & Deacon, 2003). After the report of the World Bank, named Averting the Old Age Crisis, which it’s most important consequence is the commoditization of retirement, many countries put the issue on the agenda and reviewed their social security systems and social policies. While aging causes troubles on these systems in some countries, most countries took aging into account recognizing it as a problem for themselves likely in the future as well, and started to search for solutions. And those solutions are directly related to the restriction of privatization and the policy implementations for public interest (Neilson, 2009). Though the implementation of these precautions seems inevitable, the fact is that the circumstances in the developed countries and underdeveloped countries are obviously different. Liberation and commoditization of labour revealed the relation between government and citizens (Buğra, 2008). Social policies, in this context, intend to minimize the disadvantages of the citizens who are in disadventageous situation. To eliminate the disadvantages due to old age is a right based on citizenship and is a part of social policies.

In the West, those policies which are expanded by the welfare state implementations aim to solve older people’s problems about health, caring, social security and housing. Especially, the care insurance in Europe is the most important application which reduces care related risks of the elderly. In Germany, Austria, Denmark, the UK and such Western European countries, the assurance of long-term care for elderly citizens has been implemented during the era of welfare state, and is widely practiced even though it has been changed by neoliberal policies (Oğlak, 2007, p. 87-93).

The progress is different in less developed countries, where the liberation of labor happened later and so the relation between government and citizens is not like in the West,. The consequences of the capitalist model of production, accordingly industrialization and the liberation of labor emerged later in the less developed countries. The most important consequences related to our topic are economic advances and besides the advances in health and social security services and other social policies. This situation, at the same time, has led to difference in the phenomenon of the old age in less developed countries.

AGING AND LONG TERM CARE IN TURKEY: Even though the population is young in Turkey, it is

expected that the rate of the elderly in the population will rapidly increase in the future. In Turkey, while the percentage of 65 year-olds and older in the population was 3.9% in 1935, 4.3% in 1990, the rate was increased to 7.1%. The progress is different in 2012, and is expected to reach to 10.2% (8.6 million) in 2023, 20.8% (19.5 million) in 2050 and 27.7% (24.7 million) in 2075. Due to this expected increase, it is predicted that the elderly dependency ratio, which is 11.3% recently, will reach to 32.9% in 2050 (TUIK, 2012).

In Turkey, approx. 40% of the population of 65 year-olds and older receives retirement pension, approx. 22% receives old-age allowance, the rest receives no retirement income (Candaş, 2010). As seen from the rates, a significant proportion of the elderly population lack of social security, and these rates will increase parallel with the increase in the elderly population in the future. The ratio of age-related expenditures in GNP in Turkey is 5.8%, while this ratio is 7.3% in OECD countries. (OECD, 2012).

The percentage of the people who are retired through the retirement systems based on premium payments is 40%. Another application that provides income to 65 year-old and older citizens who have no income is old-age allowance. Because of the low rate of the retirement pensions, older people need to work to raise their income. However, to raise the retirement age and obligatorily to make the working retired person pay his/her premium through the neoliberal policies, prevents the elderly from working. On the other hand, there is an extremely large population which is outside the scope of the retirement system. One of the most important reason for the problem is the high rate of informal employment in Turkey, whereas the employment rate is low. It could be considered that old-age pension might relieve this group of people. However, the amount of the old-age pension is not even close to meet independent life’s needs. That is why, the poverty of the elderly reinforce the poverty problem in Turkey.

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In Turkey, the elderly and the disabled people in need of care are protected constitutionally. When it comes to the application of this protection, it can be said that care institutions are highly narrow and insufficient to meet the needs of people who are in need of care. Even though the modern capitalist way of social life is adopted, the transformation of family structure and cultural values is not the same as in the Western countries. At this point, due to the cultural values, the younger generations play an important role to care older generations in the future (Attias-Donfut et al., 2012). Corporatist approach to social policy in Turkey, on the other hand, has been family-oriented (Mr. Grant, 2008). In the social policy literature, family has an important place in economic and social aspects (Millar, 2011, p. 223). Family, also, fulfills the economic and social functions regarding the care of the elderly (Aytaç, 2007, p. 14). Regarding the care of children and the elderly, primarily women come to mind in Turkey, as well as in the World. However, the modern urban life in Turkey has led to some social transformations –women are more involved in public areas, transformation of family structure, etc.- and caring is not the duty which is provided by women anymore.

Care services for the elderly in Turkey includes institutional care and home care services like nursing homes, elderly rehabilitation centers, day care centers, and the Ministry of Family and Social Policy is responsible for these services. Currently, there are 297 nursing homes (private and affiliated with foundations and the government), 79 care homes, 6 day care centers (MFSP, 2012). It is obviously seen that these numbers are extremely low in a country where ratio of elderly population is over 7%. The housing and the care needs of the elderly are provided by public and private institutions. However, it is considered that institutional care is expensive and insufficient to support the elderly in psycho-social aspect. It is an important fact that, home care services are less costly than institutional care. For all these reasons, home care services for the elderly have been adopted as a care model in Turkey in recent years.

The care allowances in European countries have been developed for children, disabled and older people, and the people who are in need of care. These allowances are carried out through social security benefits, pension benefits or taxes (Glendinning & Kemp, 2006, p. 3). The allowances regarding the care are not provided by any care insurance system in Turkey. How and to whom these payments are made was determined by a regulation in 2006, and these payment are made according to the situation of poverty and disability. Therefore, it is rather a social support, than being an inclusive right for the high percentage of the population as the care insurance is. As in the “cash for care” system, the people who are in need of care are not paid, the people who provide care are paid. The elderly who are in need of care are not the person who decides which person will provide care, and this leads them to a passive role in their lives. Not all citizens are supported, just the people who can prove their disability and poverty are supported if deemed appropriate. This application is not even close to a care insurance which can eliminate the possible care risks of older citizens.

Result: According to Ungerson (1997), paid care has changed the size and the quality of unpaid informal

family care, and in her expression, because the care has become paid, caring has been commodified. Social policies have critical importance for the elderly in such countries where traditional social structure has been transformed and the phenomenon of aging has gained importance, like Turkey. Because the social policies regarding the long-term elderly care in Turkey have recently taken into account, this issue is also academically new and far from a social policy which is based on citizenship. However, the efforts to the implementation of care insurance are gradually increasing. But the critical point is to choose between the liberal policy implementations commodifying the caring or the implementation which is based on welfare state which guarantees the future of the elderly.

11. OS DIREITOS DO IDOSO NO BRASIL

Luciana Lopes Canavez Mestre e doutora em Direito. Docente do Departamento de Direito Privado da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus Franca/SP.

“Quando o idoso começou a perder o respeito de seus familiares e a consideração por parte da

sociedade, a transformação foi assinalada pelo descompasso entre o seu relevo como ser humano e o tratamento recebido nas esferas individual e coletiva”. (MARTINEZ, 1997, p. 17).

O presente trabalho tem por objetivo analisar as normas legais acerca dos direitos do idoso na ordem interna, refletindo sobre os dispositivos previstos na Constituição Federal de 1988, no Estatuto do Idoso, Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, bem como a Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, regulamentada pelo Decreto 1948, de 1996, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e do Conselho Nacional do Idoso, visando compreender a aplicabilidade dos institutos assistenciais e dos institutos processuais relacionados com as tutelas de urgência para a efetivação dos direitos.

Os direitos do idoso no Brasil tem como fundamento o princípio da dignidade da pessoa humana disposto no texto constitucional, art. 1º, III, que o tem como fundamento do próprio Estado Democrático de Direito, assegurando a todos uma vida de qualidade, sem qualquer espécie de discriminação por motivo de sexo, cor ou idade.

A CF/88 menciona os idosos em dois dispositivos legais específicos, sendo que o art. 229, dispõe sobre o dever dos filhos maiores em ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade, e o art. 230, que prevê como dever da família, da sociedade e do Estado em amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhes o direito à vida, assim

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como a execução dos programas de amparo aos idosos preferencialmente em seus lares, além da gratuidade dos transportes coletivos urbanos aos maiores de sessenta e cinco anos.

A evolução das normas garantidoras dos direitos do idoso no Brasil passaram a ter maior relevância com a edição da Constituição Federal de 1988, com o fortalecimento da democracia e com a ampliação dos debates sobre os direitos humanos. Anteriormente ao texto constitucional, várias disposições foram inseridas em leis, como em 1968, através da criação do amparo previdenciário para os maiores de setenta anos de idade, o que se deu em virtude da expansão das práticas assistenciais pelo Estado, sendo que em 1979, os idosos que não eram segurados previdenciários também passaram a contar com tal benefício. (SNDH, DOCUMENTOS LEGAIS, p. 5).

Em 1982, a Organização das Nações Unidas – ONU - organizou uma Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento visando dar início a um plano internacional para garantir a seguridade econômica e social das pessoas idosas, através do estabelecimento de políticas públicas, que resultou no denominado “Plano de Ação de Viena”, não tendo muito efeito prático sobre a legislação brasileira. (SNDH, DOCUMENTOS LEGAIS, p. 5-7).

Em 1990 foi editada a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, criando o Sistema Único de Saúde – SUS- para garantia da saúde como direito fundamental do homem e dever do Estado. Em 1992 foram editados durante uma Assembleia Geral da ONU, princípios para o favorecimento dos idosos: independência, participação, cuidados, autorrealização e dignidade, que repercutiram na legislação brasileira através da criação da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, que passou a assegurar importantes benefícios como a Prestação Continuada (SNDH, DOCUMENTOS LEGAIS, p. 7-8).

Porém, considera-se como marco histórico dos direitos do idoso no Brasil a edição da Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, com a criação do Conselho Nacional do Idoso e da Política Nacional do Idoso, objetivando assegurar seus direitos sociais, sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A lei referida foi regulamentada em 1996, através da edição do Decreto 1.948, de 3 de julho. (SNDH, DOCUMENTOS LEGAIS, p. 8-9).

Com relação à saúde, foi aprovada em 1999, a Portaria 1395/GM, de 10 de dezembro, instituindo a Política de Saúde do Idoso. (SNDH, DOCUMENTOS LEGAIS, p. 9).

E finalmente em 2003, foi editada a Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, o denominado Estatuto do Idoso, dispondo sobre os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

Quanto ao estatuto do idoso, os direitos conferidos devem ser garantidos nos âmbitos familiar, comunitário e do Poder Público, visando assegurar os direitos fundamentais da pessoa humana, bem como a preservação de sua saúde física e mental, e do aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, art. 2º, prevendo ainda a prioridade na efetivação do direto à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária, art. 3º.

O Estatuto do Idoso prevê ainda a possibilidade de criação de varas especializadas e exclusivas do idoso, bem como a utilização, de forma subsidiária, do rito sumário previsto no Código de Processo Civil – CPC.

A prioridade na tramitação processual é outra garantia conferida à pessoa idosa com idade igual ou superior a sessenta anos, como medida de garantia do acesso à justiça e que não cessa com a morte do beneficiado, estendendo-se ao cônjuge ou companheiro com mais de sessenta anos. A garantia referida foi ampliada aos processos e procedimentos com a Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, Defensorias Publicas e em relação aos serviços de Assistência Judiciária.

A lei garante o benefício da assistência judiciária gratuita às instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos, que prestem serviços ao idoso, visando garantir o acesso à justiça e a efetivação dos direitos.

Segundo o art. 78 e seguintes do Estatuto do idoso, estão inseridas na proteção judicial dos interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis e homogêneos, as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, no que tange à omissão ou oferecimento insatisfatório de ações e serviços de saúde e de assistência social, sem exclusão de outros direitos dessa natureza.

Na esfera Previdenciária, o idoso conta com algumas garantias, como o direito de requerer a aposentadoria por idade, mesmo que não possua mais a qualidade de segurado, uma vez preenchido o requisito tempo de contribuição pelo período de carência que a lei estabelecer, além dos demais tipos estabelecidos na lei, como as aposentadorias por tempo de contribuição, invalidez, especial, e dos auxílios: doença, acidente, reclusão e pensão por morte.

Com relação aos benefícios de natureza assistencial, o idoso com mais de sessenta e cinco anos poderá ser beneficiado com um salário mínimo mensal, desde que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e nem de tê-la provida por sua própria família, considerando-se como núcleo familiar o requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. Para a concessão do benefício a renda familiar per capita deve ser inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Trata-se de benefício assistencial previsto na LOAS.

No que tange ao plano processual, para a efetivação dos direitos dos idosos é possível dispor de tutelas de urgência, como as liminares, tutela antecipada, mandado de segurança, mandado de injunção, ação civil pública e tutela das obrigações de fazer ou não fazer.

Estudos sobre o envelhecimento apontam que uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e que em 2050, pela primeira vez, haverá mais idosos que crianças menores de 15 anos. (SNDH, Dados sobre envelhecimento no Brasil, p. 1).

Em 2012, 810 milhões de pessoas tinham 60 anos ou mais, constituindo 11,5% da população global. Estudos demonstram que número alcançará 1 bilhão em menos de dez anos e mais que duplicar em 2050,

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alcançando 2 bilhões de pessoas ou 22% da população global. (SNDH, Dados sobre envelhecimento no Brasil, p. 1).

Portanto, observa-se que o tema em questão alcança grande importância em virtude dos dados apresentados, merecendo atenção por parte da sociedade como um todo e do Poder Público, de forma que haja uma efetiva preparação para o acolhimento dessa população de forma digna e com a garantia de que todos os seus direitos sejam efetivados.

Do exposto, conclui-se que no plano legal há normas suficientes para a proteção dos direitos do idoso, porém não dispomos de recursos materiais, humanos, bem como de soluções advindas da esfera pública que sejam suficientes para garanti-los.

Apesar de existirem políticas públicas nesse sentido, faltam meios de efetivar plenamente as garantias estabelecidas na lei, de forma que o idoso não venha necessitar no futuro, em recorrer às vias judiciais para a satisfação de seus direitos.

Na esfera prática, o idoso ainda encontra muitas dificuldades para a efetivação dos seus direitos, incluindo nessa órbita a própria família, que em muitos casos o relega ao plano da senilidade e do absenteísmo, exercendo comportamentos totalmente discriminatórios e de maus tratos.

No entanto, com o aumento da expectativa de vida e do aumento do número de pessoas idosas, a realidade terá obrigatoriamente de alterar-se, visando garantir uma vida digna a estas pessoas, que tanto contribuíram para o desenvolvimento social e familiar.

Palavras-chave: Idoso; Direitos; Brasil; Tutelas de urgência; Efetividade.

12. PROMISE EXTINGUISHED OR FLUID STATE: CONTINUITIES AND DISCONTINUITIES OF SENIORS TODAY

Alejandro Klein Coordinador del Larna, Universidad de Oxford, División de Ciencias Sociales y Humanidades, Campus León, Universidad de Guanajuato, Blvd. Puente Milenio 1001, León, Guanajuato, México

This moment, represents an opportunity to establish a fruitful dialogue between Oxford and research institutions in Latin America to promote a better understanding of the rapidly changing and complex population trends in the region. This requires an interdisciplinary approach to enable a broad view of the processes involved. Thanks to its members, LARNA has been able to broaden its scope beyond gerontology exclusively, and offers a more enriching perspective in relation to issues of citizenship, empowerment, family, education, and community networks, among others.

Latin America has two overlapping features. While nations share common roots with traditions that crossover between them, they also present a huge heterogeneous mosaic of rich variety and experiences.

Thirteen countries make up this part of Latin America, dominated by Brazil with 184 million people. It is expected that population growth in the short and medium term will increase by 44% between 2005 and 2050. Overall, the population will be around 467 million in 2025 and 536 in 2050.

At the same time, the number of older people is increasing on the continent - an irreversible process – and it is now possible to study and compare demographic changes in Europe with Latin America. This "window of opportunity" allows us to conduct robust research, predict what will happen, and develop appropriate social policies.

In Mexico, for example, between 1990 and 2010 the number of old people increased from 5 to 10.1 million, representing an increase in the proportion of the total population from 6.2 to 9 % (INEGI, 2011). These data clearly indicate that Mexico is becoming an "ageing population" (INEGI, 2005).

In 2010, people aged 65 had a life expectancy of around 15 years. This is an expected trend that could show a further increase in the coming years (Villagómez Ornelas,2009). The gradual transformation of the age structure of the population changes social demands and affects the potential of a society to generate welfare conditions. Thus, public policies on population and development must adjust their emphasis according to demographic levels and trends.

To a greater or lesser extent, all Latin American countries will go through a similar process, perhaps with the exception of Chile and Uruguay – both long term "older countries". For all countries, the challenges are great, and the need for relevant research and appropriate action is a necessity.

LARNA aims to address these and other challenges. Working hand in hand with academics, researchers, civil society and government agencies, LARNA hopes to contribute to developing the population ageing research agenda and public policies in the region.

13. O PANORAMA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA O IDOSO NO BRASIL Valéria Meirelles Carril Elui Docente do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Curso de Terapia Ocupacional da

FMRP-USP

No Brasil existe uma necessidade reprimida de recursos e/ou serviços de tecnologia assistiva para os

indivíduos, sejam idosos e/ou portadores de algum tipo de deficiência. Um dos fatores se relaciona à falta de

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conhecimento do que é esse recurso/serviço e para o que este se destina, tanto da população em geral que se beneficiaria quanto do profissional, de saúde e das ciências exatas.

A pesquisa/publicação brasileira é ainda incipiente nesta área de conhecimento tão importante que visa propiciar funcionalidade, autonomia e independência a quem apresenta algum tipo de necessidade, tanto no auxílio à própria pessoa idosa, aos seus familiares e/ou cuidadores quanto para a comunidade.

Além do pouco conhecimento sobre esse recurso no Brasil, agrega-se também a dificuldade de aquisição de tais recursos/serviços, tanto pela falta de recursos/serviços brasileiros de qualidade, quanto pela dificuldade financeira de aquisição da população, elevado principalmente pela necessidade de importação..

Existe um esforço de nossos governantes tanto em relação ao fomento para a pesquisa, através do incentivo do Ministério da Tecnologia e da Saúde, bem como na dispensação de alguns desses recursos (OPM – órtese, prótese e materiais especiais) através do Ministério da Saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que ainda são limitados e na prática encontra-se problemas quanto à sua dispensação. (Portaria GM/MS nº. 321 de 08/02/2007; Portaria GM/MS nº. 2.848 de 06/11/2007 da tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do SUS).

Então o que é Tecnologia Assistiva: O termo Assistive Technology, traduzido para o português como

Tecnologia Assistiva, foi criado em 1988 como um elemento jurídico dentro da legislação norteamericana conhecida como Public Law 100-407, compondo com outras leis, o ADA - American with Disabilities Act. Este conjunto de leis regulamenta os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover uma base legal dos fundos públicos para a compra desses recursos para os que deles necessitam.

Assim como a documentação e legislação norte-americana, os documentos do Consórcio EUSTAT (Empowering Users Through Assistive Technology) (EUSTAT, 1999) igualmente percebem e conceituam a Tecnologia Assistiva ou Tecnologia de Apoio, como produtos e também serviços. O termo Tecnologia de Apoio, objetiva esclarecer o sentido dos termos: Tecnologia não indica apenas objectos físicos, como dispositivos ou equipamento, mas antes se refere mais genericamente a produtos, contextos organizacionais ou modos de agir que encerram uma série de princípios e componentes técnicos. O termo apoio é aplicado a uma tecnologia, quando utilizada para compensar uma limitação funcional, facilitar um modo de vida independente e ajudar os idosos e pessoas com deficiência a concretizarem todas as suas potencialidades.

No Brasil, a Tecnologia Assistiva adquire novas denominações polissêmicas e engloba os Equipamentos Adaptados, Recursos Tecnológicos Adaptados, Atividade Motora Adaptada, Adaptações, Ajudas Técnicas, Tecnologia de Apoio, Tecnologia Adaptativa, na maioria das vezes como sinônimos e alguns autores consideram que as expressões "Tecnologia Assistiva" ou "Tecnologia de Apoio" se refiram a um conceito mais abrangente (tanto dispositivos quanto os serviços), enquanto que a expressão "Ajudas Técnicas" se referiria aos recursos (dispositivos) de "Tecnologia Assistiva (GALVÃO FILHO, 2009).

A Tecnologia Assistiva (TA) é um termo relativamente novo no Brasil sendo utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que visam contribuir, proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, limitação na realização de uma atividade e na participação social e conseqüentemente auxiliar na promoção de uma Vida Independente e maior inclusão Social.

Tanto o ambiente quanto os recursos e serviços devem minimizar ou facilitar possíveis limitações do indivíduo e potencializar suas habilidades; sendo a TA o ramo da ciência que pesquisa, desenvolve e aplica instrumentos, recursos, aparelhos ou procedimentos, que ampliam ou restauram a funcionalidade, sendo definida também como: Qualquer item, peça de equipamento ou sistema de produtos quando adquiridos comercialmente, modificados, ou feito sob medida, que são utilizados para aumentar, manter ou melhorar as habilidades funcionais do indivíduo com limitações funcionais (MELLO, 1997).

Segundo Cook e Polgar (2007) recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob-medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência; os serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente essa pessoa a selecionar, comprar e/ou usar os recursos acima definidos.

Os recursos podem variar de uma simples bengala ou talher engrossado a um complexo sistema computadorizado ou sensores ambientais. Estão incluídos equipamentos para atividades de vida diária, computadores, softwares e hardwares especiais, questões de acessibilidade, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais e auditivos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente. Já os serviços são aqueles prestados profissionalmente à pessoa que necessita visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva adequado à atual condição do usuário. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.

Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diferentes formações, tanto área de exatas como biológicas: como por exemplo: terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, engenheiros mecânicos, elétricos, mecatrônicos, de materiais, matemáticos, arquitetos, químicos, físicos, serviço social, médicos, dentre outros.

Uma das bases para a tecnologia asssiitva é o conceito de Desenho Universal, ou "Universal Design", ou, também chamado, "Desenho para todos", que é estudado a partir de sete princípios: Equiparação nas possibilidades de uso; Flexibilidade no uso; Uso Simples e intuitivo; Captação da informação; Tolerância ao erro; Mínimo esforço físico e Dimensão e espaço para uso e interação (Resolução ResAP, 2001)

A partir desses princípios são confeccionados vários recursos de TA que possibilitam ou facilitam a realização de atividades pelo idoso de maneira independente, como por exemplo: talheres engrossados, facas com diferentes curvaturas (facilitar o corte), utilização de lupas e sensores, recursos de mobilidade, recursos de

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segurança (barras e apoios), livros falados ou utilização de recursos computacionais para melhor contraste, aumento da letra, etc.

Os desafios da utilização da TA são grandes, mas gostaria de focar essa discussão no controle ambiental e mais especificamente nos benefícios da automação residencial, que utiliza a tecnologia para facilitar a realização das atividades pelo ou ser completada automaticamente, necessitando de pouca ou nenhuma intervenção do mesmo. Às vezes a chamada "rede domiciliar (casa inteligente)" permite que um indivíduo possa ter maior independência e segurança, seja através de recursos como sensores ou controle remoto. O objetivo da automação residencial é ajudar a criar uma casa que é mais fácil, mais agradável e segura para se viver e permitindo ficar no ambiente domiciliar por mais tempo, preservando assim seu ambiente familiar.

Rede domiciliar, também conhecida como Domótica, é uma tecnologia recente que permite gerenciamento automatizado parcial ou total de uma residência, fornecendo “Domotique", que é a junção de duas palavras: domus (casa) e Imotique (controle automático).

Essa nova tecnologia possibilita criar uma rede, não só entre os computadores de uma residência, mas também entre os dispositivos eletrônicos, permitindo assim que esses interajam entre si e com uma central de controle.

Utilizando sensores, atuadores e coletando dados de outros equipamentos e hardwares, podemos monitorar e modificar as atividades dos aparelhos domésticos, proporcionando comodidade e economia, uma vez que esse monitoramento poderá gerenciar de uma forma mais adequada o tempo de funcionamento e ociosidade desses dispositivos. Para tronar tudo isto possível os projetos são realizados envolvendo circuitos de fontes de tensão, sensores (infravermelho, ultrassom, movimento, magnéticos, elétricos etc).

Domótica para o envelhecimento na residência ou no local pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente quando combinada com outros tipos de tecnologia. Os objetivos das soluções atuais são bastante amplos e, a tecnologia que suporta essas atividades está mudando rapidamente. Automação residencial pode ajudar a realizar muitas tarefas, inclusive relacionadas à saúde, e com certeza só vai melhorar nos próximos anos.

“Envelhecimento no lugar” é um movimento crescente que se concentra em manter os idosos em suas casas à medida que envelhecem, evitando com isto a permanência em instituições, mas os mesmos princípios podem ser utilizados para facilitar o trabalho da equipe nas instituições. Através da combinação de automação residencial com a idade, os idosos podem desfrutar de uma experiência mais confortável em sua casa, bem como aumentar a segurança ou podendo ter outros objetivos segundo a necessidade do morador, mas principalmente estar em seu ambiente próprio e com qualidade de vida.

Citaremos algumas situações em que a automação pode auxiliar. Entretenimento: O vídeo e áudio podem estar presentes em vários ambientes, na forma de filmes

armazenados, vídeos caseiros, fotos com sua história de vida, etc. Assistência médica: Através de(o) monitoramento remoto; lembretes de medicação; exames médicos

diário; consulta médica remota; coordenação dos cuidados médicos; cuidados de longa distância; coordenação de cuidado familiar; comunicação; relacionamentos; combate solidão ou depressão; segurança em casa; prevenção de quedas; segurança; iluminação, dentre outros.

Conectividade: dispositivos habilitados para Internet também pode ser colocado na rede doméstica, como dispositivos para email, televisores, mídia players e outros.

Internet: Para os idosos que gostam de estar on-line, há também uma série de atividades na Internet para que apreciem a partir de computadores, laptops, tablets ou celulares , tais como jogos online , redes sociais ou outros sites da web.

Alguns exemplos do que pode fazer a automação residencial: Automação residencial pode ajudar os idosos com as tarefas diárias, mas também ajudá-los como

indivíduos no declínio natural das capacidades. Memória: Todos nós esquecer as coisas de vez em quando e, à medida que envelhecemos, muitas

pessoas experimentam um maior grau. Este "esquecimento" pode levar a problemas graves de segurança, que é por isso que ter uma boa maneira de lembrar sobre as coisas importantes é crucial.

Avisar sobre o fogo esquecido ligado, o café que ficou pronto, os passos para fazer as atividades; lembretes de medicação; portas (externas ou internas) sendo deixado fechaduras para abertura/fechamento e automático; monitoramento de medicação; Sistemas de Resposta de Emergência Pessoal (PERS): Simplesmente, um botão de emergência que notifique imediatamente a família, amigos ou autoridades de emergência.

Visão e Audição: alarmes sonoros e visuais nas portas, campainha, telefone, incêndio ou detectores de fumaça ou aparelhos.

Monitoramento de quedas: As quedas resultam em lesões e representam um grande perigo dentro de casa.

Temperatura: controlar a temperatura de casa. Alarmes/notificação se intervalos temporários ou configurações alteradas.

Monitoramento de vídeo: Para proteção e segurança, dentro e fora de casa pode ser monitorado, incluindo visualização remota (aqui verificar como a pessoa se sente).

Para ser indicado e realizada a domótica, a avaliação do domicilio e da condição do idoso e de seu familiares devem ser levadas em conta, sendo que algumas áreas do domicilio devem ser priorizadas como: as áreas de locomoção, iluminação, quarto de dormir, banheiro, cozinha e escada.

Iremos discutir a importância e o desafio da utilização da TA e como implantar ou facilitar a utilização desses recursos no Brasil.

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14. NOVAS TECNOLOGIAS NO CUIDADO AO IDOSO Carla da Silva Santana Docente do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Curso de Terapia Ocupacional da FMRP-USP

As novas tecnologias tem sido uma realidade no cenário mundial e podem, em vários aspectos, facilitar

a vida independente do idoso no domicílio, e nos cuidados prestados pelo familiar, cuidador ou profissional da saúde. Os idosos que vivem sozinhos podem se beneficiar enormemente destes recursos que vão desde a utilização de telefones fixos programados com discagem rápida para a família ou serviços de urgência até dispositivos do tipo pedômetro que funciona como um contador de passos durante uma caminhada.

O manejo das tecnologias existentes e das novas tecnologias pode permitir a permanência do idoso por mais tempo em sua casa e com mais segurança; favorece o contato e a manutenção das relações familiares e com amigos e isto pode ser um importante aliado na diminuição do isolamento e da solidão. Pode ainda permitir a realização de atividades instrumentais da vida diária mesmo quando a capacidade funcional estiver debilitada permitindo alguma independência, autonomia e participação social. O uso de tecnologias permite o cuidado no domicílio frente às condições crônicas como o diabetes, a hipertensão arterial entre outras. O manejo eficaz destes equipamentos reduz a dependência dos idosos, melhora a autoconfiança e a autoestima, além de facilitar o cuidado da família e dos cuidadores. (Mitzner et al, 2010) O sucesso na adoção de uma tecnologia começa a ser um visto como um importante preditor de funcionalidade. (Czaja et al, 2006)

Compreende-se por novas tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) as tecnologias e métodos para comunicar surgidas no contexto da Revolução Informacional, desenvolvidas a da segunda metade da década de 1970 até os anos 1990. As NTIC se caracterizam por agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem estática, vídeo e som). Considera-se que o advento destas novas tecnologias possibilitou o surgimento da "sociedade da informação ou sociedade do conhecimento”. São consideradas NTIC, os computadores pessoais, as câmeras de vídeo e foto para computador ou webcams, CDs e DVDs, disquetes, discos rígidos ou hds, cartões de memória, pendrives, zipdrives; telefonia móvel, (telemóveis ou telefones celulares), TV por assinatura, email, o vídeo digital, a câmera digital, etc.

Em se tratando de novas tecnologias, o acesso e a frequência de uso ainda é muito escasso aos idosos brasileiros, principalmente devido ao elevado custo, pouca habilidade para utilizar estes equipamentos, falta do reconhecimento da necessidade de uso ou mesmo pelo desconhecimento sobre estes recursos. No entanto, este panorama tem se modificado gradativamente quando observamos o maior acesso da população a equipamentos como computadores, telefones celulares, tablets ou equipamentos de monitoramento às condições de saúde como o aparelho de pressão arterial, os monitores de glicemia, o frequencímetro do tipo Polar entre outros.

Os programas de instrumentalização e de treinamento de habilidades para o uso das novas tecnologias tem sido oferecidos aos idosos nos formatos de Programa de Inclusão Digital de Idosos, muito embora ainda sejam poucos em relação à demanda, sendo esta oferta concentrada nas grandes cidades das regiões mais desenvolvidas do país, e ainda sem a adequada formação e preparo dos professores e monitores para as especificidades da aprendizagem dos idosos.

Pesquisas descrevem que as barreiras encontradas pelos sujeitos ao usar a tecnologia podem estar associadas ao design do equipamento principalmente relativo ao tamanho das teclas, idioma em inglês no qual estes equipamentos geralmente são oferecidos, imagens gráficas de baixo contraste ou confusas visualmente, diferentes sons para diferentes funções o que também pode ser confuso, e excesso de recursos num único aparelho (multitarefas). Tais características encontram um sujeito com alterações sensoriais próprias do processo de envelhecimento tais como os déficits visuais e auditivos, e pode influenciar a desmotivação dos adultos de meia idade na usabilidade destes dispositivos e serviços. Assim, as pessoas mais velhas são mais propensos a aceitar as tecnologias que são fáceis de entender e que possuam um design simples. (Mallenius; Rossi; Tuunainen (2007); Mitzner e colaboradores (2010); Conci; Pianesi; Zancanaro (2009); Ezer; Fisk; Rogers (2009); Kubik (2009); Oppenauer (2009)

Outros fatores conhecidos que impedem idosos de adotar estes dispositivos estão associados aos declínios naturais nas habilidades cognitivas associadas à memória, concentração, habilidades espaciais, raciocínio e velocidade de processamento, declínios nas habilidades físicas, na aceitação e na relutância em aprender a utilizar novas tecnologias (UMEMURO, 2002; VAN DER WARDT; BANDELOW; HOGERVORST, 2012). E todas estas especificidade devem ser levadas em conta no ensino e na adoção das novas tecnologias pelos idosos.

Os estudos na temática que envolva a gerontecnologia, especificamente o uso das novas tecnologias no Brasil são extremamente importantes e necessários, principalmente dado ao processo de envelhecimento que a nossa população atravessa, às mudanças na sociedade tecnológica e na incorporação de sistemas digitais cada vez mais frequentes nos serviços que podem favorecer o processo de exclusão digital.

Estudos que envolvam questões de habilidades do idoso para uso de tecnologias, gênero, população rural e urbana, ocupação prévia, escolaridade e renda, entre outros podem auxiliar na produção de conhecimento importante sobre a população brasileira.

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15. PROBLEMAS OCULARES DO IDOSO Maria de Lourdes Veronese Rodrigues Docente do Departamento de Oftalmologia, Otorrionlaringologia e Cirurgia da Cabeça e do Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

Alguns problemas oculares como a Catarata são conhecidos como importantes causas de perdas

visuais em idosos, em diferentes regiões do mundo, independentemente do nível de desenvolvimento. No entanto, o perfil da deficiência visual varia com uma série de fatores, incluindo os que prolongaram a expectativa de vida (melhora das condições de habitação e saneamento básico, evolução da qualidade dos serviços de saúde, etc). O aumento da população de idosos teve como conseqüência maior freqüência de doenças crônico-degenerativas (1,2) e aumento do número de cegos e deficientes visuais (3).

Estudos realizados na América Latina e no Brasil apontam como principais causas de deficiência visual cataratas, glaucomas, seqüelas de traumatismos, retinopatia diabética e degeneração macular relacionada com a idade (1, 2, 4, 5, 6). E, no Brasil, estudo multicêntrico recente confirmou a importância dessas doenças, predominando em idosos a Catarata, Doenças da Retina, Glaucomas e Doenças da Córnea. (7)

A visão é um sentido importante para uma adequada comunicação com o mundo, para a execução das tarefas da vida diária e para muitas outras atividades, incluindo as necessárias para algumas formas de tratamento, como a Terapia Ocupacional. Isto motivou a introdução do ensino de noções de oftalmologia para os diversos profissionais da saúde.

Nesta palestra serão feitos comentários sobre essas doenças mais prevalentes em nosso meio, incluindo aspectos que permitam a suspeita diagnóstica por profissionais da saúde. Serão mencionadas formas de tratamento e enfatizados alguns aspectos de prevenção da cegueira.

16. NEGOTIATING THE CARE IN THE FAMILY Marta Ortega Gaspar

Assistant profesor of the University of Málaga Spain Introduction

The family has different social functions. One of the most important social functions of the family is to satisfy the care needs of its dependent members.

All over the world, the family, and specially the woman, has been the main responsible of the care. Modern society has experienced different sociodemographic changes (the growth of the expectancy of

life, the increase of the life expectancy with quality of life, reduction of the birth rate, delay in the age of procreation) changes in the labour market (increase of the female activity rate) and new social demands either on the labour or on the family context.

The new social context leads us to new types of conflicts. Among these new conflicts we can highlight the conflict that it is perceived due to the difficulties to reconcile work and family (Crompton and Lyonette 2006; Lyonette et al. 2007; Ortega 2011; Ortega 2013). The difficulties to conciliate work and family generate important implications, ones are clearly obvious (the incident in the professional promotion of the carers) and others are still under covered but not for this reason these are less important. For example, Spanish women perceived a higher level of conflict than Spanish men due, among other reasons, to the way they negotiate the care in this country.

Antecedents and Theorical framework

Rogero (2000:236) proves that the distribution of the care is unequal between the members of the household.

Nancy Folbre (2004), in a critical review of the neoclassical economic theory, defends the idea that the members of the household choose between spend their time in a paid work or in an unpaid one and that this is correlated with the remuneration they received at work and the utility they perceived in the private context. As Rogero (2010) has noted this perspective assumes that the household is a socioeconomic unit where its members are organized to obtain the highest utility of their time and tasks. The neoclassical theory defends the idea of the specialization because it is understood that the most efficient households are those where its members are all specialized (Becker, 1981).

Sarasa and Mestre (2007) added that the decision of spending time in care is not only related to the specialization of its members but as well to the capacity of being able to take other alternatives (by the market, the state or/and the personal of family networks).

In Spain, the division of roles (inside and outside the households) is correlated with sex. Women are most likely to be joined to an unpaid work and men to a paid one. (Durán 2003; Durán y Rogero 2004). The way in which they divided the care has different consequences. The contribution to the study about these consequences is diverse and implies different aspects.

Among the studies that have contributed to the knowledge and the explanation of the consequences in the health we can cite those of: Fast 1999; Montoro Rodríguez 1999; Bazo 1992; Peinado Portero and Garcés de los Fayos Ruiz 1998. The consequences observed by these authors are negative and emotional. The health consequences could also be physical.

The objective

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There are two main objectives in this analysis. The first one consists on showing how the care is distributed among the members of the household and the second one, on offering a reflection on the consequences related to the care (the informal care).

The different studies about caregivers have analysed specific aspect either of the care of the youngest members in the family or the care of the disables or even the care of dependent. We try to offer a global vision of the consequences of caring.

In this sense, care is understood as a social function that is done by the members of a family to satisfy the needs of those members that require a special attention (the youngest ones, the adults and the elderly, 65 years old or more) because they have no capacities to do by their own the daily living activities.

According to the dictionary of the Royal Spanish language, dependence is the situation of a person who can not fend for itself.

As indicated by Rogero (2010), this definition served as the basis for the conceptualization of the dependence on the dependency Act (Ley 39/2006, de 14 de Diciembre).

The dual task and its process of negotiating the care in Spain.

In Spain, almost a 70% of the carers are women. The average age of the women that care are 60 years old and the men that care are 62 years old.

The members of the family that don’t care are about 20 years younger than the carer members (Rogero 2010).

Older caregivers are those who normally take care of others with more needs. These caregivers need more help than the rest.

In Spain, the differences between men and women regarding their presence in the workplace have mellowed. In this new context, to combine work and care turns out to be a difficult task. The survey of Informal support to elders in Spain 2004, shows than one of every four caregivers believes that they can’t consider work outside the home. A 12% had to stop working; a 11% had been forced to reduce their working hours; another 11% had problems to meet schedules and 7% considered that his working life has suffered.

The consequences of this complex situation make draw nothing-rosy future for such caregivers. Some of the consequences include the reduction of pensions and the decrease of the capacity to face old age and own care in the future (Walker et al., 1995).

Rogero (2009) highlighted the fact that while labour market strengthen the uninterrupted occupational careers, many women are doomed to remove years of their career for reasons of care. When they finish the time of care this is considered not working time: without benefits and generally without entitled to recover the work.

This system based on the informal support generates a dysfunctional consequence because it would promote a future neglected situation for elderly people (Pazos Morán, 2007). From the point of view of public expenditure planning, delegate care in the family can reduce public spending in the short term, but it would increase it in the long run due to the deterioration in the health of informal caregivers (Sarasa and Mestres, 2007).

Conclusion and discussion

In Spain, the informal care plays a relevant role but the present way of organization could generate negative consequences for the future elderly, the one that are now caregivers. It must be assume that the state, the family and the market need to work together.

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Resumo dos pôsteres

1. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS DO IDOSO COM DÉFICIT COGNITIVO

Aiolfi, CR; Alvarenga, MRM Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Estratégias de Saúde da Família, Dourados, MS.

Introdução: A ênfase deste estudo se aplicou a avaliar à adesão ao tratamento farmacológico do idoso

hipertenso e com déficit cognitivo. Objetivos: identificar o perfil dos idosos hipertensos assistidos pela Estratégia de Saúde da Família;

descrever o tipo de adesão ao uso de medicamentos destes idosos; comparar o grau de adesão ao tratamento farmacológico entre os idosos com déficit e os sem déficit cognitivo; e avaliar se o déficit cognitivo interfere na adesão ao tratamento farmacológico.

Método: estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado em oito equipes da Estratégia

Saúde da Família (ESF) do município de Dourados, MS, com amostra de 128 indivíduos com 60 anos ou mais de idade; de ambos os sexos; portadores de hipertensão arterial; assistidos pela ESF.

Resultados: Predomínio de idosos do sexo feminino, baixa escolaridade, com pouco rendimento e

residem acompanhados. São independentes, autoavaliam a saúde como regular e predomínio de adesão moderada ao medicamento. As variáveis sóciodemograficas não apresentaram diferença estatisticamente significativa, exceto pela faixa etária (p=0,002) em que a alta adesão é significativamente maior entre os idosos mais velhos. Setenta e nove (62,2%) idosos possuem algum grau de déficit cognitivo e destes, 30 (37,9%) apresentaram alta adesão ao tratamento farmacológico.

Conclusão: os idosos com déficit cognitivo aderiram mais ao tratamento farmacológico, mas esta

diferença não foi estatisticamente significativa. Não é possível afirmar que o déficit cognitivo interfere na adesão ao tratamento farmacológico. Ressalta-se a influência dos membros familiares na adesão ao tratamento farmacológico, principalmente se o idoso apresentar distúrbios das funções cognitivas.

Palavras-chave: Saúde do idoso; adesão à medicação; cognição.

2. ANÁLISE DO GRAU DE CIFOSE TORÁCICA E FUNÇÃO PULMONAR DE IDOSAS SEDENTÁRIAS E

ATIVAS Almeida, JR; Patrizzi, LJ; Ruas, G Shimano; SGN Resende, CGN Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Departamento de Fisioterapia Aplicada, Uberaba- MG

Introdução: Com o processo de envelhecimento alterações fisiológicas podem comprometer a

funcionalidade dos idosos. A exemplo disso, citamos o aumento da curvatura torácica, que pode favorecer a redução da capacidade pulmonar, interferindo na função e força muscular respiratória. Idosos que realizam atividade física podem apresentar fatores que contribuem para uma menor curvatura torácica, demonstrando a importância da inclusão do idoso em programas de atividade física regular, assim a sua prática pode retardar declínios da função pulmonar relacionada com o envelhecimento.

Objetivo: Analisar o grau de cifose torácica, função pulmonar e força muscular respiratória de idosas

sedentárias e ativas. Método: Pesquisa delineada como estudo quantitativo, de corte transversal, e comparativo. Foram

avaliadas 18 idosas distribuídas em dois grupos constituídos GS (9 sedentárias) e GA (9 ativas). Os instrumentos de avaliação utilizados foram: Biofotogrametria computadorizada - para analise da cifose torácica, Espirometria – para avaliação da função pulmonar e Manovacometria - para mensuração da força muscular respiratória. Procedeu-se a análise estatística com o teste de Shapiro Wilk, Teste t de Student não pareado, Teste t de Student pareado e o teste coeficiente de correlação de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05).

Resultados: Não houve diferença estatística quanto ao peso, altura, IMC e cifose torácica. Os valores

espirométricos apresentaram diferenças, porém os valores de CVF e VEF1 foram os mais expressivos (p=0,03). Quanto a força muscular respiratória mostram diferença significativa entre os grupos avaliados (p=0,01). Não foi observado correlação expressiva entre cifose torácica, força muscular respiratória e função pulmonar.

Conclusão: O nível de atividade física não influenciou na angulação de cifose torácica em um grupo

que prática atividade física global sugerindo a importância de um programa de exercícios direcionados para modificações nesta curvatura. As idosas que praticam atividade física apresentaram pressões respiratórias (PI e PE máx), CVF e VEF1 mais elevadas quando comparadas às sedentárias.

Palavras-chave: Cifose, Atividade física, Espirometria

3. O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO (AT) COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPIs): RELATO DE EXPERIÊNCIA

Arroyo, LH; Rezende, G; Pitiá, CA; Marques MR Comviver – Ribeirão Preto/SP, Comunidade Ombro Amigo – COMAM – Ribeirão Preto/SP

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Introdução: Em face ao envelhecimento populacional eleva-se o número de idosos dependentes e

consequentemente muitas vezes sua institucionalização.1 Assim, o idoso vê-se excluído do seu contexto familiar e social.2 Justificativa: A partir disso, faz-se necessário intervenções que promovam a inclusão social e qualidade de vida destes sujeitos nestas instituições, como por exemplo o atendimento em Acompanhamento Terapêutico (AT).

Objetivo: o presente trabalho pretende relatar a importância da inserção do Acompanhamento

Terapêutico (AT) em instituição3 para idosos. As intervenções tiveram como objetivos a inclusão de um idoso estigmatizado e em situação de isolamento.

Metodologia: Relato de experiência exploratório-descritivo, utilizando-se de observação e diário de

campo. As intervenções foram realizadas por uma Terapeuta Ocupacional (TO) e um fisioterapeuta, acompanhantes terapêuticos (at) e uma TO da equipe multiprofissional, uma vez por semana, durante duas horas. Foi realizada uma escuta qualificada e posteriores atendimentos.

Resultados: G.C., diagnóstico de Esquizofrenia, 75 anos, apresentava-se agressivo, ocioso e em

isolamento social, sendo excluído e estigmatizado por moradores e profissionais, rasgava roupas pessoais e de cama, não aceitava banho e relatava insatisfação com a equipe. Através da escuta qualificada pelo trabalho no AT, com a compreensão de suas atitudes, cultura e história de vida, e a partir da criação de vínculo, o idoso mostrou-se mais calmo, comunicativo, inseriu-se em atividades de leitura, palavras-cruzadas, exercícios físicos e uso de computador. Em conversas com a equipe, através da TO, alcançou-se o maior entendimento de sua história de vida, respeitando sua autonomia e cultura, principalmente nas tarefas de escolha da refeição e higiene (banho) duas vezes por semana, a partir de sua vivência anterior. Assim, verificou-se o AT como aliado às intervenções de Terapia Ocupacional como diferencial na ILPI, possibilitando diálogo entre equipe e idoso, promovendo a aproximação com profissionais e moradores além do envolvimento em atividades de interesse.

Conclusão: Mesmo institucionalizado o idoso pode retomar suas potencialidades e autonomia, como

também aumentar sua participação social e desempenho de atividades significativas. Sugerem-se novos estudos para ampliar a base teórica na atuação do AT aliada as intervenções dos demais profissionais da saúde e sua importância na fase do envelhecimento.

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Instituição de Longa Permanência para Idosos.

4. FATORES DETERMINANTES DO DESEMPENHO FUNCIONAL AUTORRELATADO: DADOS DO PROJETO FIBRA - PÓLO UNICAMP

Arroyo NC, Neri AL, Yassuda, MS Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Pesquisa desenvolvida no Departamento de Clínica Médica, pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia.

Introdução: A funcionalidade, determinada por múltiplos fatores, é o novo paradigma de saúde entre os

idosos. As atividades instrumentais de vida diária (AIVD), que fazem parte da funcionalidade, são importante indicador de saúde considerando-se que são as primeiras atividades a serem comprometidas em caso de declínio funcional e comprometimento cognitivo em fase inicial, além de assegurarem a integração do idoso em seu contexto social.

Objetivo: Identificar dentre os aspectos sociodemográficos, variáveis de saúde autorrelatadas e

Síndrome da Fragilidade, quais fatores são independente e conjuntamente associados às dificuldades observadas na realização das AIVD.

Métodos: Estudo de caráter transversal, descritivo e quantitativo. Foi conduzido com 2282 idosos que

fazem parte da pesquisa “Estudo da fragilidade em idosos brasileiros”, desenvolvida pela Rede FIBRA – Fragilidade em idosos brasileiros, pólo UNICAMP. As AIVD foram abordadas pela Escala de Lawton; a Síndrome da Fragilidade pelos critérios propostos por Linda P. Fried e os aspectos sociodemográficos e variáveis de saúde autorrelatadas foram retiradas do protocolo de coleta de dados do Estudo FIBRA - pólo UNICAMP. Para análise dos dados foram feitas análise descritiva, teste Qui-Quadrado ou exato de Fisher, teste de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, correlação de Spearman e análise de regressão logística univariada e multivariada com critério Stepwise de seleção de variáveis. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados: Os idosos da amostra apresentaram idade média de 72 anos, foram predominantemente

mulheres, com baixa renda e baixa escolaridade. Conforme análise de regressão multivariada as variáveis fragilidade (O.R. 3.73), renda familiar (O.R. 2,44) e idade (O.R. 2,09) associaram-se independentemente às AIVD. Ao incluir na análise de regressão sintomas depressivos como variável de controle, fragilidade (O.R. 3,12), renda familiar (O.R. 2,28) e idade (O.R. 2,22) ainda se mantiveram associados às AIVD porém com menor correlação. Sintomas depressivos se correlacionaram significativamente (O.R. 1,7).

Conclusão: Idosos com maior idade, baixa renda, frágeis e com sintomas depressivos apresentam

mais dificuldades para a realização das AIVD. Os sintomas depressivos interferem diretamente na relação da dificuldade de realização das AIVD com os outros aspectos, de saúde e sóciodemográficos.

Palavras-chave: idoso frágil, atividades cotidianas, incapacidade.

Apoio financeiro: Esta pesquisa foi financiada pela CAPES e CNPq.

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5. GRUPO DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMÊNCIA

Assis AS, Novelli MMPC, Santos AR, Souza AB, Sakumoto L.Y Universidade Federal de São Paulo Departamento Gestão e Cuidados em Saúde Santos-SP

Introdução e/ou Fundamentos: O crescimento da população idosa ocorreu de forma rápida e não foi

acompanhado de políticas públicas que privilegiassem a qualidade de vida. No Brasil, a família ainda se constitui como principal centro de apoio social ao idoso, e é nesse contexto que surgem os cuidadores informais. É muito relevante para cuidadores/familiares a ampliação de ações que os coloquem como sujeito principal, trazendo benefícios para quem cuida e quem é cuidado (MOREIRA, CALDAS, 2007).

Objetivos: Oferecer um grupo de suporte e orientação para cuidadores de idosos com demência,

possibilitando a formação de uma rede de suporte que visa redução na sobrecarga de cuidado e melhoria na relação e qualidade de vida.

Métodos: As ações são voltadas aos cuidadores de idosos com alterações cognitivas ou com o

diagnóstico de síndromes demenciais. A proposta consiste em oito encontros quinzenais de aproximadamente 90 min., nos quais são abordadas de forma dialogada as temáticas referentes às demandas relacionadas ao cuidado do idoso com demência. A proposta atual em andamento consiste no estabelecimento de uma metodologia de ação e a avaliação do efeito da intervenção em grupo. Para a coleta dos dados são utilizados os instrumentos: DASS-21; Escala de Sobrecarga de Zarit; Escala de Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer, e ainda o autorrelato dos participantes ao final das atividades.

Resultados: O resultado obtido a partir do autorrelato dos cuidadores de idosos atendidos tem

demonstrado a eficácia em relação ao aprendizado e desenvolvimento de habilidades para o cuidado e enfrentamento, e ainda, a constituição de uma rede de troca de saberes e experiências entre estes. A partir dos instrumentos de avaliação utilizados foi possível verificar após a intervenção, melhorias nos domínios de ansiedade, estresse e sobrecarga dos cuidadores que foram alvo da intervenção.

Conclusões e/ou Considerações Finais: A partir do estudo e da prática, acredita-se na importância da

proposição de um método estruturado e eficaz para a promoção de saúde nos cuidadores, baseado em uma proposta socioeducativa. A partir do autorrelato dos cuidadores participantes foi possível verificar a possibilidade de momentos de troca de experiências e constituição de uma rede de suporte entre os cuidadores, favorecida por este tipo de atendimento.

Palavras chave: Cuidadores/familiares, Idosos, Intervenção.

6. CUIDADORAS FAMILIARES IDOSAS DE PACIENTES COM DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E FARDO

Augusto, ND*; Cunha, CS*: Loiola, AF*; Viana, LG**; Arrais, AR** *Mestrandas do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília. DF; ** Professoras Drªs do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília. DF

Introdução: A população mundial está envelhecendo, com o consequente aumento de doenças

crônico-degenerativas, como a demência de Alzheimer (DA). À medida que a DA progride, aumenta a demanda de cuidados ao paciente acometido. Os cuidadores informais (familiares) idosos estão expostos a situações negativas, que levam ao fardo, estresse, depressão e ansiedade, resultando em desgaste físico e psicológico, o qual interfere em sua qualidade de vida (QV).

Objetivo: Correlacionar depressão, ansiedade e fardo com a QV de cuidadoras idosas familiares de

pacientes com DA. Métodos: Trata-se de pesquisa descritiva, transversal, exploratória, quantitativa, realizada em Brasília,

DF, com 10 cuidadoras familiares idosas de pacientes com DA. Aplicados os seguintes instrumentos: questionário de características sócio-demográficas e grau de parentesco, WHOQOL-BREF, Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Escala de Sobrecarga de Zarit e Inventário de Depressão de Beck (BDI).

Resultados: Entre 34 cuidadores pesquisados, 10 (29,4%) são idosos, com idade ≥ 60 anos. Nestes:

80% têm baixo nível de escolaridade; 7 (70%) são casadas; 60% são esposas e 10% filhas, nenhuma delas trabalhando fora do domicílio. Com relação aos domínios e ao escore total do WHOQOL-BREF, no domínio Físico foi obtida a maior pontuação média (15,2), enquanto no domínio Meio Ambiente surgiu a menor pontuação média (12,8). No escore total, o resultado médio foi inferior (13,9) ao dos domínios Físico (15,2) e Psicológico (14,1). O BAI apresentou coeficiente de correlação significativo com o domínio Psicológico (-0,649). No BDI surgiu coeficiente de correlação significativo com o domínio Relações Sociais (-0,695). O domínio Psicológico foi o que melhor se correlacionou com o escore total do BAI, sendo o domínio Relações Sociais o que melhor se correlacionou com o escore total do BDI.

Conclusões: A sobrecarga nessas cuidadoras produziu maior frequência de depressão. As cuidadoras

investigadas não manifestaram maiores níveis de sobrecarga. A QV decresceu à medida que aumentaram os níveis de ansiedade, depressão e fardo. Os resultados não foram mais significativos em função do número da amostra. Faz-se necessário novos estudos e ações em prol da melhoria da QV dessas cuidadoras familiares idosas.

Palavras-chave: cuidadores idosos, qualidade de vida, fardo

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7. SAÚDE MENTAL NA TERCEIRA IDADE: RELAÇÃO ENTRE O USO DE PSICOFÁRMACOS E PRÁTICA

DE ATIVIDADES DE LAZER Bento PF, Souza NR, Matumoto S Universidade do Estado de Minas Gerais – (Passos/MG)

Introdução: O acelerado processo de envelhecimento é um fenômeno observado em todo o mundo.

Com o aumento da idade cronológica, várias causas de fragilidade ou risco para os indivíduos podem aparecer. Um dos problemas de saúde mais comuns entre os idosos são os transtornos mentais, sejam quadros psiquiátricos próprios desta faixa etária ou transtornos iniciados ainda na juventude. Todos implicam em prejuízo, tanto do ponto de vista funcional, como da qualidade de vida. Um dos tratamentos nestas situações é o uso de substância psicoativa, sendo que na população idosa exige cuidados redobrados, uma vez que as alterações fisiológicas, comuns na velhice, acentuam os riscos de reações adversas. Assim, considerando o lazer como um fator de proteção da saúde mental acredita-se que este possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida do idoso e minimizar os sofrimentos advindos do envelhecimento.

Objetivo: Identificar entre idosos cadastrados em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família a

relação entre o uso de psicofármacos e a prática de atividades de lazer. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, realizado no município de Passos-MG no qual

participaram 490 sujeitos selecionados por amostragem probabilística (amostragem por área e, posteriormente, a aleatória simples). Os dados foram coletados em visitas domiciliares utilizando formulário específico. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FESP.

Resultados: Dentre os 490 sujeitos, 25,10% usam psicofármacos, sendo 5,30% homens e 19,80%

mulheres. Quanto ao lazer 57,35% dos idosos praticam alguma atividade de lazer e destes 17,80% usam psicofarmacos, enquanto dos 42,65% que não praticam atividades de lazer 34,93% usam psicofármacos. Estes dados corroboram com outros achados na literatura científica que afirmam que idosos fisicamente ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais do que os não-ativos. O lazer é uma atividade escolhida livre e espontaneamente, que dê prazer e contribua para realização plena do indivíduo. Características como sensação de satisfação, autodeterminação e apoio social fazem com que o lazer impacte positivamente na saúde.

Considerações Finais: Com vistas à atenção integral em saúde do idoso e considerando a importância

do lazer como fator de proteção da saúde mental urge a necessidade de políticas públicas que priorizem ações e estimulem os idosos a esta prática e, assim, promovam a cidadania e melhor qualidade de vida na terceira idade.

Palavras-chave: Saúde do idoso, Lazer, Saúde mental

Agradecimentos: PIBIC UEMG pelo financiamento da pesquisa.

8. O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE VIDA NA VELHICE Bernardes, MS; Santana, CS Universidade de São Paulo - Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – Ribeirão Preto, São Paulo

Introdução: A projeção do futuro visa a transformação e o gerenciamento do cotidiano através da

correlação das experiências passadas com o presente. Objetivo: Identificar os projetos de vida de idosos, as estratégias para alcançá-los e a percepção de

importância dada a estes. Método: Estudo qualitativo, exploratório e transversal. Casuística: 100 idosos, média de 69 anos,

maioria do sexo feminino (77%), casados (49%), com 8a de estudo (31%), aposentados (78%), sem alterações cognitivas. Coleta de dados: Mini Exame do Estado Mental (MEEM); Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional (QPAF); Questionário Socioeconômico; Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais; Entrevista estruturada com perguntas abertas e fechadas sobre projetos de vida a curto, médio e longo prazo e as estratégias utilizadas para alcançá-los. Análise dos dados: por meio da análise de conteúdo do tipo temática e freqüêncial a partir da formação de categorias.

Resultados: Nota-se que uma parcela importante dos entrevistados não projeta o futuro. Para os que

os fazem (85%), destacam-se em curto prazo os projetos relacionados a viagens, lazer e educação, sendo a economia financeira e a busca por cursos direcionados à população idosa as estratégias mais utilizadas. Em médio prazo, os projetos são relacionados ao lazer, família e aquisição/reforma de imóveis, sendo o planejamento financeiro a principal estratégia utilizada. Em longo prazo, destacam-se os projetos relacionados ao bem-estar, bem como continuar ativo e independente, sendo que as estratégias são voltadas para uma alimentação saudável e prática de atividade física regular. Nota-se uma mudança no foco dos projetos ao longo do tempo de acordo com as prioridades do sujeito. Dentre as pessoas envolvidas nos projetos do idoso, destacam-se os que constituem a família primária – cônjuge (46%)e filhos (58%). Quanto à percepção de importância dada, os idosos referiram que os projetos de vida servem como motivação para buscar o melhor e a realização pessoal futura, além de propiciar melhor organização e previsão de futuro, o que os fazem sentir mais seguros.

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Conclusão: Os projetos de vida são formas de resgatar a potencialidade humana na busca de

encontrar o caminho para a satisfação pessoal que se estende ao campo cultural, social e psicológico, além de recriar novos espaços e oportunidades de atuação, desempenho e ressignificação no cotidiano, bem como nos papéis e ocupações do idoso.

Palavras-chave: Envelhecimento; Idoso; Projeto de vida

9. UM ESTUDO SOBRE AS DIFICULDADES DOS IDOSOS E SUAS ESTRATÉGIAS NA UTILIZAÇÃO DE

COMPUTADORES Bernardi, FA; Victorassi, M; Martins, JPP, MS; Rodrigues, GS; Marques, MR; Santana, CS. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Departamento de Neurociência e Ciências do Comportamento – Ribeirão Preto/SP

Introdução: Os constantes avanços na área de tecnologia têm contribuído para a sociedade, por outro

lado tais dispositivos trazem consigo desafios de adaptação e aprendizagem.¹ Os idosos podem apresentar diversas dificuldades e desenvolvem estratégias de soluções para se adaptar às tecnologias.

Objetivo: Realizar um levantamento sobre as dificuldades no uso de computador e as estratégias

utilizadas por idosos na solução destas. Materiais e métodos: Estudo exploratório, descritivo e transversal. A amostra de conveniência foi

selecionada com os participantes de um projeto de inclusão digital. Coleta de dados: a) questionário socioeconômico; b) questionário sobre o uso de computador, as dificuldades para o uso e estratégias utilizadas para resolvê-las. A análise de dados foi do tipo temática.

Resultados: Participaram do estudo 51 idosos, sendo 76,5% mulheres e 23,5% homens. Em relação à

escolaridade, 33,7% tinham ensino superior completo, 25,4% ensino médio completo e 21,5% fundamental incompleto. Quanto à renda em 33,3% a renda variava de R$1301,00 a R$2600,00. Do total de participantes, 60,7% relataram possuir computador, 33,3% disseram não possuir e 5,8% não responderam ou não souberam responder. Em relação às dificuldades no uso, 13,8% relataram problemas para mudar a configuração do computador, 33,3% para procurar arquivos e 52,7% para usar a internet. Quanto às estratégias de solução, 42,2% pedem ajuda a outra pessoa, 28,8% utilizam tentativa e erro, 8,8% leem o manual e seguem as instruções, 4,4% responderam utilizar outra estratégia que não foi especificada e 15% não responderam ou não souberam responder.

Conclusão: Muitos idosos tem medo e criam resistência em aprender a usar a informática por

acreditarem que vão manusear o computador erroneamente ou danificá-lo, é comum também, o medo de perdas de arquivos e a inabilidade de resolver os problemas referentes aos vírus.² As maiores dificuldades dos idosos deste estudo estão na procura por arquivos e uso da internet, sendo que a maioria procura solucioná-las pedindo ajuda à outras pessoas. Isto demonstra que ainda apresentam receio no uso do computador, muitas vezes preferindo procurar ajuda ao explorar o equipamento. A partir disso, vê-se a importância da aquisição de habilidades para o uso do computador para aumento da segurança e independência nesta tarefa.

Palavras-chave: Idoso. Tecnologia. Solução de problemas.

10. IDOSOS LONGEVOS E AS PRÁTICAS CULTURAIS DE CUIDADO COM A SAÚDE

Betiolli SE, Lenardt MH, Willig MH, Ribeiro DKMN Universidade Federal do Paraná – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem - Curitiba - PR

Introdução e/ou fundamentos: o envelhecimento populacional é um relevante fenômeno mundial e

ressalta-se o expressivo incremento da população com idade superior a 80 anos, também denominada longeva, mais velha, mais idosa. O olhar atento para os modos como esses idosos se cuidam foi eleito como fator determinante dentro da estrutura para compreender o envelhecimento.

Objetivo: descrever as práticas, crenças e valores de cuidado com a saúde dos idosos longevos. Métodos: trata-se de estudo qualitativo descritivo de abordagem cultural. O cenário focalizado

correspondeu ao domicílio dos idosos longevos, em um bairro de Curitiba-PR. Foram critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 80 anos; ser usuário da Unidade Básica de Saúde do bairro; e apresentar capacidade cognitiva para manter diálogo efetivo, avaliada segundo escores no Miniexame do Estado Mental (MEEM)(1) e pontos de corte(2). Os critérios de exclusão foram: não aceitar a participação e desejar interromper a participação no estudo. Desse modo, participaram 34 informantes gerais e 12 informantes-chaves. A coleta e análise das informações foram alicerçadas em um referencial teórico-metodológico de abordagem cultural(3-4), entre fevereiro e setembro de 2012, por meio do modelo O-P-R (observação-participação-reflexão) e entrevistas etnográficas. Resultados: Emergiram três domínios culturais: 1) suporte para o cuidado da saúde dos mais velhos; 2) maneiras dos longevos cuidarem da sua saúde; e 3) passagens ao longo do curso de vida que refletiram no cuidado dos mais idosos. Do conjunto dos domínios e taxonomias resultou o seguinte tema cultural “O sagrado e o afeto: âncora dos longevos para os cuidados à saúde”.

Conclusões e/ou Considerações finais: o sagrado e o afeto foram considerados os elementos mais

significativos nas práticas de cuidados à saúde dos mais idosos. O afeto esteve relacionado à necessidade de amor e pertencimento, e é com os membros familiares que os longevos encontram a afetividade que sustenta a vida. O sagrado se manifesta por meio da religiosidade e essa se constitui um atributo do cuidado de si.

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Desfrutar da convivência harmônica com Deus está entre os principais cuidados com a saúde dos mais idosos, numa mistura de sagrado e profano, de ritos e mitos, num verdadeiro sincretismo religioso. Uma das contribuições do estudo se refere à consideração do ponto de vista dos longevos. O respeito pela palavra do outro deve servir de inspiração para as práticas profissionais.

Palavras-chave: Enfermagem Geriátrica; Idosos de 80 Anos ou Mais; Cultura. Agradecimentos: À Coordenação do Programa de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo

apoio financeiro por meio de bolsa de mestrado, que propiciou maior dedicação ao trabalho.

11. ARRANJO DOMICILIAR DE IDOSOS E PREDITORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE: UM

ESTUDO LONGITUDINAL Bolina AF, Tavares DMS Universidade Federal do Triângulo Mineiro/Uberaba-MG Instituto de Ciências da Saúde Introdução: O tipo de arranjo domiciliar tem diversas implicações nas condições de saúde dos idosos,

sendo importante a compreenção dos seus determinantes (BORSCH-SUPAN; MCFADDEN; SCHNABE, 1996). Destaca-se que não foi encontrado estudo de delineamento longitudinal que objetivou verificar os determinantes do arranjo domiciliar na populção idosa brasileira, reforçando a necessidade de desenvolver investigações sobre a temática.

Objetivo: Verificar os preditores do arranjo domiciliar de idosos. Delineamento e métodos: Esta pesquisa faz parte de um estudo longitudinal realizado no município de

Uberaba nos anos 2005, 2008 e 2012. Participaram da presente investigação 623 idosos entrevistados nos três períodos. Utilizou-se o instrumento semiestrutrurado O Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionaire (BOMFAQ) (RAMOS et al., 1993). Foi realizada análise estatística descritiva por meio de distribuição de frequências absolutas e percentuais; para verificar os preditores do arranjo domiciliar recorreu-se a análise multivariada através de regressão logística multinomia (p<0,05). Os projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Resultados: Dos 623 idosos entrevistados durante o seguimento: 34 (5,5%) permaneceram sozinhos,

475 (76,2%) moravam acompanhados e 114 (18,3%) apresentaram mudança do arranjo domiciliar durante o seguimento. Obteve-se que idosos do sexo masculino apresentaram aproximadamente 75% menos chances de morar sozinhos (p=0,007) e 61% menos chances de mudar o arranjo domiciliar em relação às mulheres (p=0,005). Outro preditor da mudança do arranjo domiciliar foi à faixa de renda. Ter menos de um salário mínimo diminui cerca de 72% as chances de mudança do arranjo domiciliar em relação aos indivíduos com mais de três salários mínimos (p=0,034). O número de morbidade e a capacidade funcional não estiveram associados ao arranjo domiciliar.

Conclusão: Os resultados evidenciaram que o sexo e a renda foram preditores do arranjo domiciliar de

idosos, já as características de saúde não associaram a morar sozinho e mudar o arranjo domiciliar durante o seguimento.

Palavras-chave: Idoso. Família. Envelhecimento Financiamento: FAPEMIG/CNPq

12. ARRANJO DOMICILIAR E A EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS: UM ESTUDO LONGITUDINAL

Bolina, AF*; Tavares, DMS Universidade Federal do Triângulo Mineiro/Uberaba-MG Instituto de Ciências da Saúde Introdução: O arranjo domiciliar pode afetar a incidência de declínio funcional em idosos (WANG et al,

2009), porém os resultados dos estudos são divergentes e ainda pouco se sabe qual o tipo de arranjo domiciliar mais favorece as condições de saúde de idosos.

Objetivo: Comparar a evolução da capacidade funcional entre os grupos de idosos que moram sós,

acompanhados e com mudanças do arranjo domiciliar durante o seguimento; ajustado para: idade, sexo, renda, estado conjugal, escolaridade e número de morbidades.

Delineamento e métodos: Esta pesquisa faz parte de um estudo longitudinal realizado no município de

Uberaba nos anos 2005, 2008 e 2012. Participaram da presente investigação 623 idosos entrevistados nos três períodos. Utilizou-se o instrumento O Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionaire (BOMFAQ) (RAMOS et al., 1993) para caracterização dos dados sociodemográficos e econômicos, morbidades e capacidade funcional. Foi realizada análise estatística descritiva por meio de distribuição de frequências absolutas e percentuais; na comparação da evolução dos escores de capacidade funcional e os grupos segundo a dinâmica do arranjo domiciliar recorreu-se a análise de modelos mistos (mixed models), sendo esta utilizada também para o ajuste (p<0,05). Os projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

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Resultados: Dos idosos entrevistados: 34 (5,5%) permaneceram sozinhos, 475 (76,2%) moravam

acompanhados e 114 (18,3%) apresentaram mudança do arranjo domiciliar durante o seguimento. Os idosos que permaneceram sozinhos apresentaram os melhores escores de capacidade funcional ao longo do seguimento. Contudo, embora sem diferença significativa, esse grupo teve o maior declínio funcional em relação aos idosos acompanhados (p=0,075) e com mudaram do arranjo domiciliar (p=0,381). Verificou-se que as variáveis explicativas da diminuição da média dos escores de capacidade funcional foram o aumento da idade (p<0,001) e o maior número de morbidades (p<0,001).

Conclusão: O arranjo domiciliar não influenciou na evolução da capacidade funcional de idosos, sendo

os preditores do declínio funcional o aumento da idade e o maior número de doenças. Palavras-chave: Idoso. Família. Atividades cotidianas

Financiamento: FAPEMIG/CNPq

13. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FUNCIONAIS DE IDOSOS COM DEMÊNCIA Borges EM, Cação JC, Bianchin MA, Paula PMS Faculdade de Medicina de São José do Rio (FAMERP) - São José do Rio Preto-SP

Introdução: Demência é uma doença neurodegenerativa que se caracteriza pela presença de déficits

cognitivos ou comportamentais que afetam no mínimo dois domínios: memória, função executiva, habilidades visuais-espaciais, linguagem e comportamento. Esses déficits devem ter intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo, produzindo incapacidade e dependência1.

Objetivos: Avaliar o nível de dependência em AVDS (atividades de vida diária) e AIVDS (atividades

instrumentais de vida diária) de idosos com demência, divididos pela gravidade da demência. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal, qualitativa e quantitativa, realizada em 2012 no

ambulatório de Neurologia Geriátrica de um hospital no interior paulista, em que participaram 40 idosos com demência e seus cuidadores. Estes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam a ficha de identificação do idoso, a Escala de AVD de Katz, a Escala de AIVD de Lawton e a Escala Clínica de Demência (CDR). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética através do parecer de número 40917/2012.

Resultados:Foram avaliados 40 idosos com predomínio de mulheres (60%), sendo 47,5% viúvos, 45%

analfabetos e a demência mais prevalente foi Alzheimer (65%). Os pacientes foram separados em dois grupos através da CDR, sendo que 37,5% dos pacientes apresentaram demência muito leve ou leve (grupo 1) e 62,5% apresentaram demência moderada ou grave (grupo 2). Os resultados da Escala Katz no grupo 1, verificou-se que 27% são independentes, 66% parcialmente dependentes e 7% dependentes. No grupo 2, verificou-se que 8% são independentes, 36% parcialmente dependentes e 56% dependentes. Esses resultados apontam que a maioria dos idosos com grau de dependência total apresenta demência moderada ou grave, confirmando que o comprometimento cognitivo provoca maior grau de dependência. Na Escala de Lawton, nenhum dos dois grupos apresentou independência. No grupo 1, 87% são parcialmente dependentes e 13% dependentes, e no grupo 2, 24% são parcialmente dependentes e 76% dependentes. Esses resultados apontam que os idosos apresentam dependência funcional significativamente maior à medida que o processo demencial se acentua.

Conclusão: Deste modo, a identificação precoce das alterações funcionais apresentadas pelos idosos

e a sua distinção entre as perdas normais do envelhecimento são essenciais para o início da intervenção imediata do Terapeuta Ocupacional.

Palavras-chave: Demência, Funcionalidade, Terapia Ocupacional

14. GESTUREMAPS: PERSPECTIVAS PARA A DESORIENTAÇÃO ESPACIAL

Brandão, AF*; Brasil, GJC; Dias, DRC e Trevelin, LC. Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) / Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia – Departamento de Computação, São Carlos / SP.

Introdução: Desorientação espacial é um estado confusional caracterizado, segundo Pitta (2001), por

diminuição do grau da clareza de consciência, prejuízo da concentração, lentidão da compreensão, dificuldade de percepção e elaboração das impressões sensoriais, com prevalência em hospitais gerais que varia entre 10% e 30% dos pacientes idosos. Classificado na forma clínica de delirium, o estado confusional é classificado pela sigla CID – 10 como Transtornos Mentais e do Comportamento. Tal transtorno causa perplexidade do paciente em relação ao ambiente e as pessoas do convívio familiar, ocasionando lentidão das respostas solicitadas, e está associado a alterações de memória, com diminuição do registro de novas informações, aprendizados e consequentemente com o ato de recordar. Ocorre prejuízo global das funções psíquicas e predomínio da perturbação da consciência com presença de hiperatividade ou lentidão psicomotora.

Objetivo: Desenvolver um aplicativo computacional para pacientes idosos que apresentam

desorientação espacial e proporciona-los uma interação virtual com rotas urbanas típicas da sua rotina. Método: A programação do aplicativo denominado GestureMaps foi realizada a partir das bibliotecas de

desenvolvimento OpenNI® e NITE®, com rastreamento do esqueleto do usuário por meio do sensor de movimento Kinect®, o qual permite sua interação com o ambiente virtual. Tal recurso computacional permite ao

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usuário explorar a vizinhança de sua casa por meio de gestos motores que reproduzem os movimentos da caminhada. Este recurso pode ser utilizado em períodos noturnos uma vez que, frequentemente, ocorre mudanças no ciclo sono-vigília deste paciente; esta ação pode proporcionar segurança ao paciente para explorar virtualmente os locais mais visitados por ele a partir de um computador convencional instalado em seu próprio quarto.

Resultados: Os usuários do Laboratório de Visualização Imersiva, Interativa e Colaborativa (LaVIIC) da

UFSCar avaliaram a fidedignidade dos movimentos em relação ao controle gestual do aplicativo GestureMaps e propõem sua utilização com pacientes que apresentam desorientação espacial. Conclusões: Espera-se reduzir a desorientação espacial, diminuindo a dificuldade do paciente em reconhecer o ambiente, e proporcionar incremento de atividade física diária por meio de interação com ambientes de realidade virtual.

Financiamento: Capes

15. ENVELHECIMENTO E APARÊNCIA: A EXPERIÊNCIA DE INDIANOS IMIGRANTES DA CIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL

Caio, C.B; Fabre, B.G.C.P; Araújo, J.R.C; Lopes, A.

O processo do envelhecimento é construído inclusive por influências socioculturais. A imigração pode representar inúmeras mudanças no curso de vida e, especialmente, na construção da aparência na velhice, cada vez mais marcada por um padrão juvenil e universal de apresentação social. Atualmente, são quase inexistentes estudos que considerem a aparência uma variável relevante em Gerontologia.

Objetivo: Caracterizar a construção da aparência ao longo do processo de envelhecimento de indianos

que imigraram para o Brasil na juventude. Método: estudo qualitativo e etnográfico, com uso das técnicas: entrevista em profundidade;

observação livre e participante. Seleção de oito imigrantes indianos, com idades a partir de 56 anos, por meio do método bola de neve. O ponto de saturação foi alcançado. Os participantes assinaram o termo de consentimento.

Resultados: Os dados apontam para duas categorias de análise principais: Imigração e Adaptação; e,

Contato Intercultural. A segunda organiza-se em três subcategorias: Significado de Aparência, Constrangimento e Segurança. O conjunto dessas categorias mostra a necessidade de adaptação dos imigrantes às regras de aparência local, consequência do contato/choque intercultural. A percepção dos imigrantes indianos no Brasil com relação a sua própria aparência tem semelhanças e discrepâncias em relação a indianos imigrantes de outros países, conforme relatado em outros estudos. Uma das discrepâncias relevantes é a dificuldade dos imigrantes indianos no Brasil em manter a aparência do país de origem, por constrangimento público e insegurança. Tais experiências interculturais causam conflitos identitários ao longo da vida. A aparência étnica de origem mantem-se preservada no espaço privado, apesar do sentimento de adaptação cultural alcançado na velhice no âmbito do espaço público. Entendeu-se que a variável aparência no grupo investigado tem características biopsicossociais e presença marcante na construção do processo de envelhecimento.

Conclusão: Envelhecer e imigrar são aspectos que alteram a construção da aparência e vice-versa. O

estudo da variável aparência pode trazer importantes informações em termos de gestão do envelhecimento, especialmente considerando-se o aumento dos fluxos imigratórios na atualidade.

Palavras-chave: Envelhecimento, Aparência, Imigração.

16. OFERTA DE DISCIPLINAS VOLTADAS AO IDOSO E ENVELHECIMENTO HUMANO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA DE UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS

Campos KMD, Shigaki G, Macedo LL, Freitas RR, Cabrera MAS, Teixeira DC Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Educação Física – Londrina - PR

Introdução: O crescente reconhecimento da saúde e da funcionalidade física como condições

fundamentais para o bem-estar na velhice tornou os serviços da Educação Física indispensável nesse contexto. Sendo assim é necessário que os cursos graduação contemplem em suas grades curriculares disciplinas voltadas à formação do profissional que irá atuar nesse campo de trabalho.

Objetivo: Identificar na grade curricular dos cursos de graduação em Educação Física - Bacharelado de

universidades públicas brasileiras a existência de disciplinas voltadas às temáticas idoso e processo de envelhecimento.

Método: Foi realizada uma pesquisa descritiva observacional com abordagem quali/quantitativa em que

foram levantadas informações sobre as características de 68 cursos de graduação em Educação Física – Bacharelado de instituições públicas de todas as regiões do país (27 federais e 41 estaduais). As informações sobre as disciplinas ofertadas e suas ementas, número de vagas e duração do curso foram obtidas através das páginas eletrônicas de cada curso. A identificação das disciplinas relacionadas ao processo de envelhecimento humano foi feita pela análise qualitativa observando-se o título e a presença de conteúdos relacionados ao envelhecimento em suas ementas.

Resultados: Os resultados indicaram que dos 68 cursos analisados, nove (13%) apresentaram

disciplinas específicas voltadas ao idoso e ao processo de envelhecimento. Dentre essas, cinco pertencentes a

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cursos da Região Sul do país, três da região Nordeste e uma da região Sudeste. Sete das disciplinas identificadas fazem parte da matriz curricular dos cursos, portanto são obrigatórias e duas são eletivas. Todos os cursos possuem quatro anos de duração, sendo que cinco deles ofertam as disciplinas no quarto ano, três no terceiro e somente um no segundo ano do curso.

Conclusão: Poucos cursos de Educação Física em universidades públicas brasileiras oferecem

disciplinas específicas relacionadas aos conteúdos voltados ao idoso e ao processo de envelhecimento. Apesar do envelhecimento populacional ser uma realidade e exigir mudanças na formação profissional de diversas áreas, sobretudo na Educação Física que já tem atuado consistentemente com essa população, a maior parte dos cursos de graduação do país não demonstram estarem sensíveis a essa necessidade

Palavras-chave: Educação Física, Envelhecimento, Idoso, Formação Profissional

17. MÉTODO INTERMED APLICADO DURANTE A GESTÃO DE CASOS EM CUIDADORES DE PESSOAS

IDOSAS HOSPITALIZADAS Castão NO, Gutierrez BAO Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, Hospital Universitário da USP-SP

Introdução: O envelhecimento populacional traz vulnerabilidades que acarretam prejuízos no processo

de saúde/doença em pacientes clinicamente mais complexos, exigindo um melhor plano assistencial visando à neutralização dos riscos e promovendo um cuidado de custo/ benefício¹.

Objetivos: Avaliar a confiabilidade do método INTERMED respondido pelos cuidadores principais de

pessoas idosas hospitalizadas; levantar os aspectos biopsicossociais e classificar a complexidade assistencial destas pessoas.

Métodos: Este estudo é de caráter quantitativo, transversal e exploratório realizado com cuidadores

principais de pacientes com 60 anos ou mais com dificuldade de comunicação, internados na clínica médica e cirúrgica do Hospital Universitário da USP após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta dos dados foi obtida por meio de instrumentos de rastreio que analisam dados sociodemográficos, capacidade funcional (Escala de Katz), a rede de suporte social (Mapa Mínimo de Relações dos Idosos) e os aspectos biológicos, sociais, psicológicos e de sistema de saúde levantados por meio do método INTERMED1. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição. A análise estatística foi norteada por meio dos Programas Excel e SPSS.

Resultados: A amostra contou com 25 cuidadores principais de pessoas idosas. Os diagnósticos de

alta prevalentes relacionam-se às doenças cardiovasculares. A maioria da amostra é do sexo feminino, com idade média de 81 anos, da cor branca, com ensino fundamental incompleto, casada, aposentada e com rendimento mensal menor que três salários mínimos. Os participantes possuem algum grau de dependência e a média de permanência hospitalar foi 18 dias. A rede de suporte social é escassa e pequena, formada principalmente por familiares. Os dados do INTERMED mostram que o domínio biológico é o de maior complexidade e mais da metade destas pessoas se enquadram no nível de complexidade alta. A confiabilidade do método INTERMED a partir do coeficiente alfa de Cronbach variou de moderada a alta.

Conclusão: A maioria das pessoas idosas possui um nível considerável de complexidade que exige

atenção da equipe multiprofissional visando à integralidade do cuidado. Apesar da amostra ser pequena, observamos que o método INTERMED é uma ferramenta que pode ser aplicada durante a gestão de casos, em cuidadores principais de pessoas idosas, que possuem alguma deficiência de comunicação.Palavras-chave: idoso, cuidador, hospital.

18. ENVELHECIMENTO E DEFICIENCIA INTELECTUAL: ETNOGRAFIA SOBRE

SERVIÇOS DE ATENÇÃO AO LONGO DA VIDA NA CIDADE DE SÃO PAULO Cipolla, M. A.1, Lopes, A.2 1 - Gerontóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gerontologia da EACH USP, 2 - Antropóloga, docente do curso de Graduação em Gerontologia, Coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gerontologia, ambos da EACH USP. Orientadora da pesquisa.

Introdução: Estudos internacionais e nacionais identificam um aumento significativo da expectativa de

vida das pessoas com deficiência intelectual a partir do século XX, especialmente devido a avanços nos atendimentos em saúde, medicina diagnóstica e engajamento sócio-familiar. Porém, ainda são poucas as instituições brasileiras que atendem essa população e, especialmente, pessoas longevas com deficiência intelectual.

Objetivo: caracterizar e registrar 11 serviços de atenção a deficientes intelectuais ao longo da vida

oferecidos por uma organização não-governamental do município de São Paulo, inclusive um serviço de atendimento aos longevos, pioneiro no país.

Método: estudo qualitativo e etnográfico, sendo utilizadas as técnicas: entrevista em profundidade;

observação livre e participante nos serviços; levantamento documental. Os entrevistados foram os coordenadores e outros profissionais dos serviços investigados. Houve autorização institucional e individual.

Resultados: a instituição possui ampla gama de serviços para diferentes idades e demandas, buscando

atuar de maneira integrada e ancorada em equipes multiprofissionais, atendimento interdisciplinar e

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personalizado. As frentes de atuação são: pesquisa e capacitação; voluntariado; promoção e defesa da cidadania; testes laboratoriais de referência nacional; ambulatório; orientação nutricional; estimulação e habilitação; atendimento educacional especializado; oficinas de socioeducação; qualificação e inclusão profissional; e, o serviço de Apoio ao Envelhecimento. Os dados apontam que os serviços promovem o desenvolvimento saudável e engajamento ao longo da vida, melhorias na qualidade de vida, na autonomia, na inclusão social e na luta pelos direitos. Identificou-se uma mudança de mentalidade institucional que atualmente busca cada vez mais trabalhar as potencialidades, autonomia, necessidades e desejos dos usuários. Há forte investimento na família, comunidade e promoção da longevidade.

Conclusão: a instituição representa um modelo institucional que pode ser replicado em outros locais do

país. Organiza-se para atender diferentes fases e demandas do processo de envelhecimento dessa população. Mesmo assim, a pesquisa de campo e literária apontam que novos e diversificados investimentos devem ser feitos com relação a essa população em termos de atendimento institucional e pesquisa, especialmente junto aos longevos e suas redes de suporte, que diminuem com o avançar da idade.

Palavras-chave: Envelhecimento, Deficiência Intelectual, Atendimento Institucional.

19. ENFERMAGEM NA SAÚDE DO IDOSO E AS METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM Costa, ACB*; Silva, PSC Universidade José do Rosário Vellano. Departamento de Enermagem. Alenas-MG

Introdução: O grande desafio deste início de século está na perspectiva de se desenvolver a

autonomia individual, proporcionando a interdependência e a transdisciplinaridade. Entretanto temos um modelo organizacional fragmentado que forma sujeitos cada vez mais dicotomizado e despreparado para o mercado de trabalho. Existem fatores limitantes nesses modelos, onde não é estimulada a reflexão, a criatividade, a construção do saber.

Objetivo: Descrever a experiência de duas docentes quanto à metodologia ativa de ensino. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de duas docentes de uma universidade privada

localizada no sul de Minas Gerais, das disciplinas enfermagem na saúde do idoso e enfermagem em centro cirúrgico, onde será relatada a experiência da utilização das metodologias ativas como estratégia de ensino-aprendizagem.

Resultados: Na disciplina enfermagem na saúde do idoso os alunos discutiram sobre o envelhecimento

da população brasileira, a política de atenção ao idoso e os cuidados aos idosos institucionalizados, levantaram os pontos-chave, buscaram artigos científicos sobre a temática, e sistematizaram uma atividade sócio-educativa para um grupo de idosos. Ao término da disciplina os alunos foram avaliados em relação à atividade que foi desenvolvida junto aos idosos. Na disciplina de enfermagem em centro cirúrgico os alunos realizavam uma atividade integradora, onde era selecionado um tema único trabalhado em uma das disciplinas do período. Desse tema eram trabalhados vários aspectos incluindo os cuidados de enfermagem abrangendo todas as disciplinas de mesmo período. Havia uma interdisciplinaridade que estimulava o aluno a integrar os cuidados de enfermagem em todos os aspectos além de desenvolver o gerenciamento e o trabalho em grupo. Esse trabalho foi desenvolvido por mais de um ano e os alunos desempenhavam muito bem as atividades delegadas sendo assim aprimoravam seus conhecimentos, além de saber desenvolver o trabalho em equipe.

Conclusão: Concluí-se que a reflexão coletiva, o diálogo, o reconhecimento do contexto e de novas

perspectivas são a base para a reconstrução de novos caminhos, na busca pela integralidade Somente por meio de uma prática reflexiva, crítica e comprometida pode-se promover a autonomia, a liberdade, o diálogo e o enfrentamento de resistência e de conflitos.

Palavras-chave: Metodologias de ensino; Idoso; Enfermagem

20. FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS COM DOR CRÔNICA NO MUNICÍPIO DE SÃO

CARLOS Costa, FN.; Gramani-Say, K., Departamento de Gerontologia, UFScar.SÃO CARLOS-SP

Introdução: A dor crônica é um dos problemas que dificultam a independência dos idosos bem como a

realização de suas atividades de vida diárias (AVDs), o que pode ocasionar redução na sua qualidade de vida. Trata-se de um estudo caso e controle.

Objetivo: O objetivo do estudo foi verificar a funcionalidade e a qualidade de vida da população idosa

usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) e discutir a importância de políticas públicas na assistência à dor e manutenção da funcionalidade dos idosos.

Metodologia: Foram avaliados voluntários, com 60 anos ou mais, de ambos os sexos e que são

atendidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF). Ao relatar dor, em qualquer região do corpo, há mais de seis meses o idoso foi incluído no grupo de idosos com dor crônica (GIDC) e ao não relatar dor há mais de um ou três meses foi incluso no grupo de idosos sem dor crônica (GISD). Os voluntários formaram dois grupos: o GIDC com 10 idosos (71,7±9,27 anos) e GISD com 10 participantes (66,1±4,91 anos). Foi realizada uma avaliação básica com a finalidade de captar dados pessoais, antropométricos, históricos pregressos, familiares e da moléstia atual e posteriormente foram aplicados os

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questionários: Medida de Independência Funcional (MIF) e World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL), sendo que este último foi aplicado na versão abreviada (WHOQOL-BREF).

Resultados: O MIF Motor não apresentou diferença entre o GIDC (74,5±19,9) e o GISD (86±4,47)

(p=0,40), mas o MIF Cognitivo apresentou diferença estatística, sendo o GIDC (26,5±9,8) e o GISD (34,1±1,45) (p=0,02), já o MIF total também não houve diferença entre o GIDC (101±29,4) e O GISD (120,4±4,74) (p=0,10). Com relação ao WHOQOL houve diferença estatística no domínio físico, sendo o GIDC (49,65±20,2) e o GISD (73,21±15,09) (p=0,010), no domínio psicológico, sendo o GIDC (44,18±19,0) e o GISD (70,41±13,55) (p=0,005) e no domínio ambiental, sendo o GIDC (45,95±22,1) e o GISD (69,07±14,54) (p=0,03) e somente no domínio social não houve diferença entre o GIDC (42,51±26,8) e o GISD (65,84±18,2) (p=0,06), na qualidade de vida houve diferença estatística, sendo o GIDC (45,56±18,1) e o GISD (69,62±14,39) (p=0,008).

Conclusão: Dessa forma, indica-se que os idosos que possuem dor crônica sofrem alterações no

domínio físico, psicológico e ambiental, além de sofrerem alterações na qualidade de vida e no domínio cognitivo, portanto necessitam de acompanhamento psicológico e social, sendo necessário maior acompanhamento multidisciplinar para a prevenção de dores crônicas desde a atenção básica.

Palavras-chave: Dor crônica, qualidade de vida, funcionalidade. Fonte financiadora: FAPESP (processo 2012/16985-3)

21. A PSICOTERAPIA BREVE COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO ATENDIMENTO A IDOSOS

DEPRIMIDOS: UM ESTUDO DE CASO Costa, L. R. S.*; Santos, M. A. Departamento de Psicologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP)

Introdução: A depressão aparece como a doença psiquiátrica mais frequente nos idosos. Na maioria

dos casos, não é diagnosticada e permanece sem tratamento. Quando é realizado o tratamento, muitas vezes a intervenção se limita ao acompanhamento medicamentoso.

Motivo da comunicação: É imprescindível contar com conhecimentos específicos para melhor

estruturar intervenções psicológicas que resultem em benefícios na redução dos sintomas depressivos em idosos. No Centro de Psicologia Aplicada da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (CPA-FFCLRP-USP), um dos recursos adotados é a oferta de psicoterapia breve, estratégia de ajuda pontual, voltada ao atendimento de demandas específicas.

O presente estudo apresentará o atendimento clínico de uma paciente idosa atendida em psicoterapia breve de orientação psicanalítica, com diagnóstico de depressão. Relato do caso: A participante, Rita (65 anos, nome fictício), foi atendida por um período de sete meses, com frequência semanal, totalizando 20 sessões. Rita buscou atendimento com a queixa de que estaria se sentindo sozinha. A participante já estava em tratamento psiquiátrico e fazia uso de antidepressivos. Casada, mãe de dois filhos, Rita relatou que o marido, com diagnóstico de esquizofrenia, quase não lhe fazia companhia.

A participante trabalhava como diarista, mas acreditava que não estava disposta a trabalhar como antes. Ao longo do atendimento, percebeu-se que o contato com a terapeuta foi visto como uma possibilidade de ser ouvida, contribuindo para amenizar o sentimento de solidão. No início, Rita permanecia mais calada e reservada. Além do oferecimento de acolhimento, uma das estratégias encontradas foi, junto com a paciente, pensar em possibilidades que poderiam ajudá-la a aumentar seu bem-estar. Junto à escuta atenta de seus relatos sobre o quanto se sentia sobrecarregada com a doença do marido e do luto pelo corpo que já não era forte como antes, a paciente foi incentivada a realizar atividades que ela pareciam lhe agradar, como a socialização na comunidade religiosa a que pertencia e a realização de caminhada. Rita passou a mostrar uma postura mais ativa na busca pelo seu bem-estar. Nas últimas sessões, ela se apresentava mais falante e dizia estar mais “animada”.

Discussão: Observou-se que a psicoterapia breve pode ser um excelente recurso terapêutico em

pacientes idosos, um espaço de potencialização de capacidades que, ativadas, permitem melhor aproveitamento dos recursos internos.

Palavras-chave: Serviços de Saúde para Idosos, psicoterapia breve, depressão.

22. BENEFÍCIOS E ÔNUS DA TAREFA DE CUIDAR Dahdah DF, Carvalho AMP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – EERP/USP Ribeirão Preto/SP

Ao assumir o cuidado de um idoso dependente, o familiar assume também o papel ocupacional de

cuidador. Este, historicamente é visto como oneroso. Essa perspectiva perdura até os dias atuais, não sendo incomum encontrar estudos que retratam somente os prejuízos da tarefa de cuidar. Vários estudos contemporâneos focam-se nos problemas para a saúde do cuidador e apontam que o papel traz consigo estresse, desamparo, perda de controle, falta de domínio, vergonha, exclusão, incômodo, risco de adoecer, acúmulo de trabalho em casa e uma sobrecarga nos diversos domínios da vida.

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No entanto, a partir do final da década de 80, os resultados positivos e aspectos que podem ser considerados como benefícios de exercer o cuidado começaram a chamar a atenção, pelo fato de terem consideradas as diferenças individuais entre os cuidadores (atitudes e as habilidades de enfrentamento). Este trabalho teve como objetivo identificar os benefícios e o ônus na tarefa de cuidar. Tratou-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo e com delineamento transversal. A casuística do estudo foi composta por 20 mulheres responsáveis pelos cuidados de familiares idosos. Utilizou-se com instrumento o Inventário de ônus e benefícios do cuidar que identifica situações consideradas como benéficas ou onerosas, sendo composta por 48 itens distribuídos pelos domínios psicológico, social e físico.

Como resultado encontrou-se que o domínio psicológico positivo foi o mais citado, afirmando que existe à percepção de crescimento pessoal, fortalecimento, ressignificação da vida e prazer pelo desempenho da tarefa de cuidar. Foi seguido pelo domínio social negativo que se refere ao afastamento de atividades sociais, conflito com a carreira profissional e piora nas relações familiares. Paralelamente, está o domínio físico que inclui a percepção de cansaço, falta de tempo para descanso, piora na saúde e insônia. Foi seguido pelo domínio social positivo, que enfoca percepção de melhora nas relações familiares e na imagem que representa para a sociedade e, por fim, pelo domínio psicológico negativo, que se refere à percepção de sofrimento, tristeza, ansiedade, culpa e desprazer. Assim, a tarefa de cuidar deve ser vista como um emaranhado complexo de ações e emoções que se vinculam, de forma não excludente. A percepção de benefícios está vinculada e intrinsecamente ligada à percepção de ônus.

Palavras chaves: cuidadores, idosos, avaliação

23. OS PAPÉIS OCUPACIONAIS DE CUIDADORES DE IDOSOS

Dahdah DF, Carvalho AMP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – EERP/USP Ribeirão Preto/SP

Em todo o mundo, o cuidado com o idoso é valorizado profundamente. De um lado há o alto valor moral

da tarefa e, de outro, a realização de tal tarefa em si. Isso porque realizar o cuidado onera física e psicologicamente os familiares que respondem por ele. Tal sobrecarga interfere diretamente no equilíbrio dos papéis ocupacionais desempenhados por essa pessoa que assumiu os cuidados. A interferência nos papéis ocupacionais contribui para um desequilíbrio em todos os níveis da vida do sujeito que cuida. Isso porque o desempenho de papéis ocupacionais é um componente essencial para a vida produtiva e independente.

O trabalho teve como objetivo identificar possíveis alterações nos papéis ocupacionais de cuidadores de idosos com graus variados de dependência. Tratou-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo e com delineamento transversal. A casuística do estudo foi composta por 20 mulheres responsáveis pelos cuidados de familiares idosos. Foi utilizada a Lista de identificação de papéis ocupacionais que permite extrair informações a respeito dos papéis ocupacionais de uma pessoa, tais como a participação do indivíduo em papéis ao longo de sua vida e o grau de importância atribuído a cada um.

Os resultados apontam para uma queda nos papéis ocupacionais quando comparados o passado e o presente afirmando o desequilíbrio no desempenho destes pelas cuidadoras quando assumem a tarefa de cuidar. Quando comparados o presente e o futuro aparecem o desejo desempenhar novos papéis ocupacionais ou retomar aqueles que estão deficitários. De uma forma geral, notou-se que as cuidadoras desejam incorporar, retomar ou manter o desempenho ocupacional de oito dos papéis avaliados pelo instrumento. No entanto, dois papéis ocupacionais, e talvez os mais ligados às questões do cuidado, tiveram queda na intenção futura de ser desempenhado.

A identificação dos papéis ocupacionais possibilitou a identificação de alterações no desempenho ocupacional, enfatizando a necessidade de encontrar, junto à cuidadoras e a família, estratégias que minimizem tal impacto, potencializando os efeitos benéficos e reduzindo o ônus encontrado na tarefa de cuidar. Nesse sentido, o terapeuta ocupacional deve estar atento as demandas desta população a fim de ofereçam serviços de suporte, instrumental e/ou emocional, para acolher as demandas dessas cuidadoras frente ao universo do cuidado.

Palavras-chave: idosos, cuidadores, desempenho de papéis

24. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE IDOSOS SEGUNDO STATUS DE FRAGILIDADE

Dias, FA*; Pegorari, MS; Tavares, DMS Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Instituto de Ciências da Saúde

Introdução: A fragilidade entre idosos se constitui como estado dinâmico multifatorial e

multidimensional, com a interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais e ambientais ao longo do curso de vida. Deste modo a influência da diversidade regional a partir do contexto populacional observado por meio de aspectos políticos, culturais, socioeconômicos e ambientais pode influenciar no desenvolvimento desta síndrome 1,2. Isto denota a necessidade de investigação da condição de fragilidade em idosos a partir da distribuição geoespacial.

Objetivo: Identificar a distribuição espacial de idosos segundo status de fragilidade. Métodos: Inquérito quantitativo, descritivo e transversal desenvolvido com 859 idosos em 2012, no

município de Uberaba-MG. Utilizaram-se os instrumentos: estruturado construído pelo Grupo de Pesquisa em

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Saúde Coletiva e Fenótipo de Fragilidade 3 sendo os indivíduos categorizados em não frágil, pré-frágil e frágil. Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0, por meio de frequências absolutas e percentuais. Para a análise espacial utilizaram-se os programas MapInfo Professional versão 9.5 e Terraview versão 3.3.1. A intensidade dos eventos foi estimada pelo Kernel estimation com raio adaptativo da função quártica. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, protocolo nº 2265.

Resultados: O maior percentual eram pré-frágeis (54%) seguido pelos não-frágeis (32,8%) e frágeis

(13,2%). Nos três grupos prevaleceram as mulheres (73,5%, 64,9% e 61,3%) com 4├8 anos de estudo (35,4%, 35,6% e 33,3%). Entre os frágeis o maior percentual tinha 80 anos e mais (41,6%) e para pré-frágeis (56,7%) e não-frágeis (47,9%), 70├80 anos. Referente ao estado conjugal, os frágeis (45,1%) e não-frágeis (47,9%) eram casados; os pré-frágeis, viúvos (47,2%). Concernente à análise espacial, observou-se maiores aglomerados de idosos frágeis nas regiões periféricas à nordeste e sudeste do município; os pré-frágeis na região sudeste. Os frágeis estiveram mais concentrados na periferia da região sudeste e sul.

Conclusão: O mapeamento com foco nas áreas de maior concentração de idosos segundo status de

fragilidade pode contribuir para ações em saúde direcionadas às especificidades espaciais do município. Palavras-chave: idoso fragilizado; sistemas de informação geográfica; atenção à saúde. Fontes financiadoras: FAPEMIG e CNPq

25. ANÁLISE DO DESEMPENHO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS EM ITENS DE AVALIAÇÃO DOS TESTES MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) E MONTREAL COGNITVE ASSESSMENT (MOCA)

Ducatti, M.; Schmidt, A. Universidade de São Paulo. Departamento de Psicologia, Ribeirão Preto - SP

O processo de envelhecimento pode acarretar o comprometimento cognitivo, que tem como principal

característica o prejuízo cognitivo e de memória. Para rastrear tal comprometimento, são utilizados instrumentos como o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA).

O objetivo deste trabalho foi comparar o desempenho de idosos institucionalizados e não institucionalizados nos diferentes itens de avaliação dos testes MEEM. Este trabalho trata-se de um estudo quantitativo.

Participaram da pesquisa 10 idosos (2 homens e 8 mulheres) não institucionalizados (grupo NI), com idade média de 75 anos e escolaridade média de 4 anos para metade do grupo e 13 anos para a outra metade e 10 idosas, residentes em uma mesma instituição de longa permanência para idosos (grupo ILPI), com idade média de 79 anos e escolaridade média de quatro anos. Nenhum dos idosos NI tinha diagnóstico médico de demência ou de declínio cognitivo. O grupo NI foi selecionado a partir das características gerais do grupo ILPI. Os 20 idosos foram convidados a participar de forma voluntária. Foram aplicados em todos os participantes o teste MEEM seguido do teste MoCA. O procedimento teve duração aproximada de 30 minutos. O MEEM avaliou orientação, repetição, cálculo, memorização e linguagem.

O MoCA avaliou capacidade visuoespacial e executiva, nomeação, atenção, linguagem, abstração, evocação tardia e orientação. No MEEM os idosos dos dois grupos acertaram mais de 90% nas questões de repetição, porém o grupo NI demonstrou um desempenho superior ao grupo ILPI em todas as demais questões (e.g., linguagem, grupo NI 93,3% de acertos contra 5,8% no grupo ILPI). No MoCA, os dois grupos mostraram baixo desempenho nas avaliações visuoespacial e executiva e evocação tardia. Nas demais questões, o grupo NI apresentou desempenho superior (e.g., orientação, grupo NI obteve 93,3% de acertos e o grupo ILPI 45%).

No MEEM, nove das idosas do grupo ILPI e quatro idosos do grupo NI apresentaram comprometimento cognitivo leve (CCL). Porém, segundo o MOCA, os 20 idosos demonstram CCL. As questões de avaliação do MoCA apresentam um grau de dificuldade superior em relação ao MEEM, o que pode indicar baixa sensibilidade do MEEM para detectar CCL, enquanto o MoCA, por ser compostos por questões mais complexas, não. Por outro lado, a complexidade do MoCA pode indicar CCL em um grupo maior de idosos, sem que seja possível avaliar condições ambientais que podem afetar os resultados do teste.

Agência Financiadora: CAPES

26. A RELIGIÃO TEM EFEITO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO ATIVO? ESTUDO TRANSVERSAL

Faria SM, Castro PC Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Gerontologia – Dgero –São Carlos – SP

Introdução: Pouco é conhecido sobre as relações entre qualidade de vida e a religiosidade em

senescentes não portadores de doenças terminais. Os estudos encontrados na literatura têm resultados diferentes entre si e não é claro se há influência da religiosidade sobre a Qualidade de Vida no início do envelhecimento. Objetivo: comparar a Qualidade de Vida de senescentes ativos que frequentam e que não frequentam grupos religiosos.

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Método: Trata-se de um estudo transversal e observacional, no qual foi realizada uma seleção

completa de indivíduos que participam como grupo controle de outro estudo sobre qualidade de vida no envelhecimento na população da Universidade Aberta da Terceira Idade de São Carlos. Os critérios de inclusão foram: possuir idade igual ou superior a 50 anos e exercer algum papel ocupacional como hobby, grupo de cidadania ou trabalho. O instrumento WHOQOL- Brevefoi aplicado juntamente com a questão aberta “Você frequenta algum grupo religioso?” pelo mesmo avaliador em um único encontro. Para comparação da qualidade de vida entre os grupos foi utilizado o teste Mann-Whitney U, pois a distribuição não era normal para análise dos dados estatísticos. Este estudo foi aprovado pelo CEP-UFSCar e todos os voluntários assinaram o TCLE.

Resultados: da população total de 50 indivíduos, a amostra final ficou composta por 20 indivíduos que

aceitaram participar do estudo, com média de idade de 65,70 (±8,3) anos, todos eutróficos (IMC 28,65±4,8); sendo 65% do sexo feminino. Depois de responderem à pergunta; se participam ou não de um grupo religioso, os participantes formaram dois subgrupos para comparação da qualidade de vida: o grupo Religioso com 5 indivíduos e o e o Não Religioso com 15. Não houve diferença significativa (p> 0,05) entre os grupos Religioso e Não Religioso tanto para a Qualidade de Vida Global quanto para cada faceta desse –instrumento: Domínios Físico, Psicológico, Meio Ambiente e Relações Sociais.

Conclusão: Não foi encontrada diferença significativa de qualidade de vida entre indivíduos

senescentes ativos que frequentavam um grupo religioso e que não frequentavam. Vale ressaltar que ambos os grupos foram compostos por indivíduos socialmente ativos, que já praticavam atividades que podem contribuir para a qualidade de vida. Estudos futuros podem melhor esclarecer sobre o papel da participação em grupos religiosos e fomentar se haverá diferentes resultados para outras amostras e subgrupos de diferentes grupos religiosos.

Palavras chave: Religião; Qualidade de vida; Idoso.

27. AVALIAÇÃO DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA EM IDOSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Fernandes ,MA1, Melo, DM2, Bastos , LA3 1-Professora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, Piauí. 2-Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí - UFPI; Graduando do Curso de Tecnólogo em Radiologia pelo Instituto Federal do Piauí - IFPI. 3-Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí - UFPI.

Introdução: A escala de depressão geriátrica GDS foi construída em 1983 por Yesavage e seus

colaboradores com o objetivo de rastrear os transtornos de humor em idosos. Para elaboração da GDS foi projetado primeiramente um questionário de 100 questões das quais as 30 questões mais prevalentes eram relacionadas aos escores depressivos e foram reaplicadas a um novo grupo de idosos os quais mediante suas respostas foram classificados como: normal, depressão leve e depressão grave , com base nos critérios diagnósticos de pesquisa para a depressão. Existem duas versões da GDS, a versão completa com 30 questões e a versão reduzida com apenas 15 questões, sendo que estudos apontam que a versão completa é mais sensível e coerente com o diagnóstico clínico.

Objetivos: Relatar a experiência com a aplicação da escala GDS em idosos de uma Unidade Básica

de Saúde de Teresina-PI. Materiais e métodos: Estudo descritivo com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados nos meses de abril a junho de 2012, tendo sido aplicado como instrumento a escala GDS-30 a 130 idosos na faixa etária de 60 a 78 anos, assistidos por uma Unidade Básica de Saúde-UBS.

Critérios de inclusão: idosos com condições mentais para compreender e responder ao instrumento, e

o de exclusão, aqueles com incapacidades mentais que impedisse ou prejudicasse a aplicação da escala. O instrumento foi aplicado mediante a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa . A Resolução 196\96 foi devidamente respeitada.

Resultados e Discussão: A experiência revelou que a GDS-30 é um instrumento bastante preciso,

possui tempo relativamente pequeno, sendo de fácil entendimento e aplicação. Com base nisso, pode-se afirmar que não é descartada a possibilidade de se implantar a aplicação da GDS-30 nos Serviços de Atenção Primária com a finalidade de identificar aqueles que têm um risco aumentado de desenvolver a depressão em virtude da proximidade dos mesmos com a clientela. Tal fato contribuiria para o correto encaminhamento desses pacientes para o serviço especializado mais adequado que por sua vez iria proporcionar um diagnóstico e um tratamento precoce da depressão.

Conclusão: Conclui-se que é de extrema relevância a avaliação dos aspectos psicoemocionais dos

idosos na atenção primária, de forma que se fazem necessários estudos mais aprofundados acerca desta questão, além de proporcionar treinamentos específicos aos profissionais de saúde.

Palavras-chave: depressão, idosos, atenção básica.

28. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE IDOSOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Fernandes MA1, Melo DM2, Bastos LA3 1-Professora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, Piauí; 2-Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí - UFPI; Graduando do Curso de Tecnólogo em Radiologia pelo Instituto Federal do Piauí – IFPI; 3-Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí - UFPI.

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Introdução: O Brasil é um país em desenvolvimento que há anos passa por uma transição demográfica

evidenciada pelas mudanças sofridas na pirâmide etária. Tal fato decorre do aumento da expectativa de vida somado à redução das taxas de mortalidade, o que proporciona um aumento no número de idosos. Esta população possui particularidades em virtude da redução natural das suas funções fisiológicas, tornando-se mais vulnerável a determinadas patologias e/ou agravos de saúde.

Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico e sociodemográfico dos idosos assistidos por uma

Unidade Básica de Saúde-UBS. Método: Estudo descritivo com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados após aprovação do

Comitê de Ética em Pesquisa e ocorreu nos meses de abril a junho de 2012 por meio da aplicação de um questionário específico. A amostra foi de 130 idosos com idade igual ou superior a 60 anos. A Resolução 196\96 foi devidamente respeitada .Os dados foram catalogados no Microsoft Office Excel 2010 e posteriormente processados pelo programa SPSS 17.0. Os critérios de inclusão foram idosos que possuíam condições mentais para compreender e responder ao instrumento, e como critério de exclusão, aqueles que apresentassem incapacidades mentais que impedisse ou prejudicasse a aplicação do questionário.

Resultados: Constatou-se a média de idade foi de 68,98anos; a maior incidência foi do sexo feminino

com 60%; a faixa etária mais prevalente foi de 60 a 69anos com 59,23%; 53,08% eram casados e 51,54% moravam com seus conjugues. Com relação à profissão se destacaram os que não possuíam trabalho com 35,38%; 62,31% eram aposentados; 80,77% não possuíam nenhuma ocupação; 70,77% pertenciam à religião católica; 63,08% possuíam algum tipo de lazer e, por fim, 79,46% possuíam uma ou mais doenças crônicas com maior prevalência de hipertensão com 34,6% e diabetes com 14,6%.

Conclusões: Concluiu-se que o setor de saúde carece de uma política individualizada e voltada para a

saúde dos idosos, sendo importante o conhecimento do perfil sociodemográfico e epidemiológico com vistas ao atendimento interdisciplinar integral. Os métodos de busca ativa também devem estimular os idosos a procurarem mais os serviços da atenção primária, como forma de cuidarem melhor das suas condições de saúde, pois se percebeu um elevado número faltas às consultas de rotina.

Palavras-chave: Idosos, Atenção Básica, Epidemiologia.

29. QUALIDADE DE VIDA NA PERCEPÇÃO DE IDOSOS DO PROGRAMA AGITA - ASSIS Fernandes C, Bravo DS, Almeida CL Fundação Educacional do Município de Assis – Assis-SP.

Introdução: A população brasileira está envelhecendo de forma rápida, fatores como a redução da

mortalidade geral, em especial, a mortalidade infantil, a diminuição do índice da fecundidade e o aumento da expectativa de vida, estreitam progressivamente a base da pirâmide populacional. Atentar como estes idosos estão envelhecendo e como percebem esta etapa é relevante. O termo ‘’qualidade de vida ‘’ engloba o conceito amplo de bem-estar, o que depende do auto-julgamento do indivíduo, ou seja, o quanto ele está ou não satisfeito com a qualidade subjetiva de sua vida. Percebe-se que a participação dos idosos em programas sociais que busquem sua inclusão na sociedade é relevante na prevenção de doenças e no processo de envelhecimento.

Objetivo: Identificar qual a percepção dos participantes do programa Agita Assis sobre a qualidade de

vida. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de natureza qualitativa, realizada na

Unidade Saúde da Família Parque Universitário no Município de Assis-SP. Os sujeitos de pesquisa foram idosos que participavam de atividades propostas pelo programa Agita Assis, implantado através Secretaria Municipal de Saúde de Assis no ano de 2002 cujo objetivo é combater o sedentarismo, e estimular a prática da atividade física. Como critérios de inclusão poderão participar da pesquisa, idosos que estivessem a mais de um mês participando do projeto. Foram entrevistados quinze idosos, as entrevistas cessaram, quando houve a saturação das falas. Foi realizada entrevista semi-estruturada, com a questão norteadora: O que é qualidade de vida para o(a) senhor/senhora? A pesquisa foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa protocolo n° 120/11.

Resultado: Houve maior prevalência de mulheres, sendo 67% (10) de mulheres, e 33% (5) dos

homens. Quando questionado sobre o que é qualidade de vida os idosos julgaram que qualidade de vida é a prática de exercícios físicos, relatando esse hábito como melhora de vida.

Considerações finais: Após ser analisado o material da pesquisa, pôde-se perceber que os programas

sociais, como Agita Assis auxilia na auto-estima do indivíduo, estimula a população a ter hábitos saudáveis e a aprender a conviver em comunidade, melhorando a disposição para realizar suas atividades e promovendo um envelhecimento com qualidade.

Palavras-chave: Envelhecimento, Qualidade de Vida.

30. ACOLHIMENTO CONTINUADO Ferreira JP, Melhado VR, Rigo TC Universidade Federal de São Carlos -Departamento de Gerontologia - São Carlos - SP

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Introdução: Inspirado pelo Manchester Triage System (MST), o acolhimento social começou a ser

implementado no Brasil em 2004 pelo Ministério da Saúde estabelecendo-se como “Acolhimento com Classificação de Risco”. Engendrado às demandas contemporâneas e historicamente contingentes de transição demográfica e epidemiológica, vê-se, notadamente, uma (re) configuração dos contextos hospitalares e de necessidades em saúde – níveis de complexidade, especialidades, atendimento, emergências e fatores de morbidade/mortalidade – que contemplem dimensões psicossociais do viver/envelhecer.

Objetivo: realizar escuta qualificada em indivíduos idosos (60 anos e mais). Método: através de uma ficha de coleta de dados própria deste plano de trabalho – protocolo a ser

legitimado pelo estudo –, onde o indivíduo será avaliado a partir de sua entrada na Instituição por questões que concernem ao apoio/suporte social, indicadores mínimos de renda e suporte financeiro, acesso à informação/serviços e categorização das patologias de base, sendo, esse período de coleta, circunscrito em seis meses. O projeto é de natureza qualitativa, observacional, prospectivo, projetado para ser analisado na perspectiva de estudo de caso – a partir de análises individuais e não generalizáveis, que corroborem e integrem, ao final, um protocolo de acolhimento social que se pretende construir. Investigar-se-á, por intermédio do protocolo, o acesso a alimentação integral, obtenção de cesta básica para idosos de baixa renda e acesso a medicamentos de alto custo, além das demais variáveis supracitadas. É prevista, ainda, a retroalimentação do plano através de um novo contato com todos os indivíduos participantes, em que será aplicado outro protocolo para saber dos desdobramentos das análises/direcionamentos primários e reverberar à própria eficácia do instrumento.

Resultados: a saber, a construção de um protocolo eficaz e eficiente de investigação clínica, o trabalho

integrado à equipe do Hospital, uma análise multilateral e interdisciplinar das questões biopsicossociais, promover/garantir seguridade social e articular saberes num contexto de troca e de (re) construção do trabalho.

Conclusões: sobretudo, criar mecanismos facilitadores de acesso aos benefícios sociais e humanos

intrínsecos, atenção humanizada – escuta qualificada – e conhecimento ampliado dos indivíduos em seus diferentes contextos.

Palavras-chave: Acolhimento; Classificação de Risco; Estatuto do Idoso; Assistência.

31. MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL DE IDOSOS COM E SEM DECLÍNIO COGNITIVO NA ZONA RURAL Ferreira PCS, Tavares DMS, Dias FA, Souza LM, Gonçalves JRL, Rodrigues LR Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Departamento de Enfermagem em Educação e Saúde Comunitária.

Uberaba-MG.

Introdução: O envelhecimento pode ser acompanhado pelo declínio da capacidade cognitiva (1)

,

podendo acarretar na perda de autonomia, maior dependência e diminuição da adaptabilidade social(2)

. Considerando esses aspectos, pesquisadores têm investigado o desempenho relacionado aos itens do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), entre idosos. Entretanto, esses estudos são escassos na literatura científica

(3), requerendo maiores pesquisas nessa área.

Objetivos: Comparar idosos com e sem declínio cognitivo segundo variáveis sociodemográficas e

descrever o percentual de erros nos itens do MEEM desses idosos, conforme o nível de escolaridade. Métodos: Inquérito domiciliar, quantitativo, transversal e observacional. A população foi composta por

955 idosos da zona rural de um município de Minas Gerais, cadastrados nas Equipes de Saúde da Família, as quais cobrem 100% da população. Aplicaram-se os instrumentos estruturado e MEEM

(4). Para a comparação das

variáveis aplicou-se o teste qui-quadrado (p<0,05). Para descrever a média de erros em cada item do MEEM, segundo a presença de declínio cognitivo e o nível de escolaridade, formaram-se seis grupos: idosos com declínio cognitivo e analfabetos (n=26); com declínio cognitivo e 1├12 anos de estudo (n=71); com declínio cognitivo e 12 anos ou mais de estudo (n=8); sem declínio cognitivo e analfabetos (n=209); sem declínio cognitivo e 1├12 anos de estudo (n=625) e sem declínio cognitivo e 12 anos ou mais de estudo (n=17). As médias foram multiplicadas por 100 para se obter o percentual médio de erros em cada item. Utilizou-se o software Statiscal Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (Parecer n°1477).

Resultados: A presença de declínio cognitivo associou-se à maior faixa etária (p<0,001), menor nível educacional (p<0,001) e à viuvez (p<0,001). Os itens mais impactados no MEEM foram atenção e cálculo, capacidade construtiva visual e memória de evocação para a maior parte dos grupos, com maiores percentuais médios de erro entre os idosos com declínio cognitivo e baixa escolaridade. Entre idosos com declínio cognitivo e 12 anos ou mais de estudo houve maior impacto no item memória de evocação.

Conclusões: Sugere-se o desenvolvimento de ações que favoreçam a cognição, principalmente nas

áreas de atenção e cálculo, capacidade construtiva visual e memória de evocação. Palavras-chave: Saúde do idoso; Cognição; População rural.

Fontes Financiadoras: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e

Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (FUNEPU).

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32. CAIDORES E NÃO CAIDORES: O EFEITO DA DUPLA-TAREFA NAS VARIÁVEIS ESPACIAIS DA MARCHA EM IDOSOS

Ferreira PS, Nascimento MM, Tanaka EH, Santiago PRP, de Abreu DCC Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Departamento de Medicina, Biomecânica e

Reabilitação do Aparelho Locomotor.

Introdução: As quedas em idosos são 55% provenientes de alterações na marcha e 32% de alterações

no equilíbrio, ainda 50% dos idosos que caem se tornam caidores recorrentes (KINKWOOD et al., 2006). Adicionalmente, o aumento da demanda atencional nos idosos para a execução das duplas-tarefas potencializa o risco de quedas (BEAUCHET et al., 2009).

Objetivo: Analisar a influência da dupla-tarefa cognitiva em duas variáveis espaciais da marcha

(velocidade e cadência) em idosos caidores e não caidores. Método: Estudo quantitativo, experimental, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas HCRP Nº

5372/10. Participaram do estudo 24 idosos da comunidade, divididos em 2 grupos: Não caidores (n=12) e Caidores com mais de 1 queda (n=12). Os participantes foram paramentados com 4 marcadores esféricos, sendo 2 em cada podálico (um marcador na região dos artelhos e outro posterior ao calcâneo) (COLLINS et al., 2009). Utilizado um sistema de análise cinemática 3D, com 8 câmeras infravermelho Qualisys Oqus 300® e uma passarela de 6m de comprimento. Foi solicitado que os participantes realizassem em 3 tentativas a marcha habitual e a dupla-tarefa cognitiva, que consistia em repetir os dias da semana em ordem inversa (MORRIS et al., 1996). Para análise estatística, foram aplicados testes de Shapiro-Wilk e t student adotando nível de

significância de 5% (p0,05), ainda foi utilizado teste Cohen’s d (Tamanho do Efeito (ES) 0,4 aponta relevância clínica) (ARMIJO-OLIVO et al., 2011).

Resultados: Para a marcha habitual, houve diferença significativa (<0,05) na velocidade entre caidores

e não caidores, apresentando os caidores menor velocidade e cadência sobre os não caidores. Para dupla-tarefa cognitiva, foi encontrada diferença estatística (p=0001) na cadência entre caidores e não caidores e, a cadência foi menor na marcha dos caidores. Ainda, na dupla-tarefa cognitiva não houve diferença significativa (p=0,6) para a velocidade entre caidores e não caidores, porém, o teste de Cohen’s d apontou grande relevância clínica (ES=2,35) na velocidade entre caidores e não caidores.

Conclusão: O padrão de marcha se mostrou alterado, sendo pior nos caidores em comparação aos

não caidores durante a marcha habitual e a dupla-tarefa cognitiva, entretanto, a velocidade da marcha na dupla-tarefa cognitiva apresentou grande significância clínica entre caidores e não caidores e não apresentou significância estatística.

Palavras-chave: Envelhecimento; cinemática; quedas.

33. VIOLÊNCIA FAMILIAR E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS QUE MORAM NA COMUNIDADE Fhon JRS, Del Rio SAD, Motta HSN, Fabricio-Wehbe SCC, Diniz MA, Rodrigues RAP Universidad Privada Norbert Wiener – Escuela Académico Profesional de Enfermería; Lima, Peru.

Introdução: O envelhecimento é um processo natural e dinâmico que precisa ser valorizado pela

sociedade. A violência contra o idoso é um tema que merece destaque frente às consequências que pode causar, dentre delas o surgimento de sintomas depressivos.

Objetivo: Determinar a associação entre violência familiar e sintomas depressivos no idoso que mora

na comunidade. Método: Estudo quantitativo, observacional e transversal, cuja amostra foi de 369 idosos, de 60 anos e

mais, de ambos os sexos e que moram nos setores do Centro de Saúde de Breña na cidade de Lima – Peru. Utilizaram-se os instrumentos de perfil social, Escala de Depressão Geriatrica e o Canadian Task Force on the Periodic Health Examination. Na análise utilizou-se a estatística descritiva e o qui quadrado com nível de significância adotado 0,05.

Resultados: Dentre os participantes encontrou-se maior prevalência do sexo feminino 55,8% e de

idosos mais jovens (60 – 79 anos) 79,9%. Sintomas depressivos forma referidos por 51,8% e violência familiar por 78,2%, ambas mais prevalentes no sexo feminino. O tipo de violência familiar mais citada foi “fica sozinho em casa”44,7%; “pegar as coisas sem autorização” 43,1% e “não receber ajuda” 30,1%. Foi encontrada significância entre violência familiar e apresentar sintomas depressivos (p = 0,001)

Conclusões/ Considerações finais: É necessário capacitar aos profissionais de saúde para trabalhar

com as famílias e conhecer o processo de envelhecimento buscando sensibilizá-los e evitar qualquer tipo de violência familiar.

Palavras-chave: Idoso; Violência domestica; Depressão.

34. ESTADO COGNITIVO E RISCO DE QUEDAS DE IDOSOS DE DOIS CENTROS DIA Fhon JRS, Porras RMM, Guevara MGA, Canales RRI, Carhuapoma CME, Rodrigues RAP Universidad Privada Norbert Wiener – Escuela Académico Profesional de Enfermería; Lima, Peru.

Introdução: Durante o processo de envelhecimento é possível observar ocorrência de mudanças

biológicas, psicológicas e sociais, que muitas vezes podem estar associadas à diminuição da capacidade do

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idoso. desta forma, nesta etapa da vida, o risco de queda, bem como déficit do estado cognitivo, podem estar aumentados e por isso merecem atenção especial da família, sociedade e políticas públicas.

Objetivo: Determinar o estado cognitivo e risco de queda de idosos que frequentam dois Centros Dia. Método: Estudo quantitativo, observacional e transversal. A amostra foi de 150 idosos, com 60 anos e

mais, de ambos os sexos e que frequentam dois Centros Dia na cidade de Lima, Peru. Utilizou-se o instrumento de perfil social, Mini-Exame do Estado Mental e Escala de Tinetti. Na análise dos dados usou-se a estatística descritiva e o qui quadrado com nível de significância adotado de 0,05.

Resultados: Dentre os entrevistados foi verificado maior prevalência do sexo feminino 75,3% e de

idosos mais velhos (mais de 80 anos) 33,3%. Destes, 24,7% apresentaram alto risco de queda, 36,7% apresentaram risco de queda e 21,3% tiveram déficit cognitivo, sendo mais prevalente no sexo feminino; daqueles que apresentaram déficit cognitivo 59,3% apresentaram risco de sofrer queda.

Conclusões/ Considerações finais: Conclui-se que a maioria dos idosos com algum déficit cognitivo

possuíam risco de queda, o que sugere que o déficit cognitivo deve ser um aspecto a ser investigado quando a proposta é realizar prevenção de quedas. Assim, é necessário realizar programas educativos para família, cuidador e ao próprio idoso para prevenção destes fatores em busca do envelhecimento saudável e com qualidade de vida.

Palavra-chave: Idoso; Estado cognitivo; Risco de queda.

35. OFICINA DE MEMÓRIA: DESCRIÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE BAIXO CUSTO

Fonseca ALF, Soares ACC, Borelli AC, Fernandes ACG, Jorge TM Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão

Preto/SP

Introdução: Na população idosa, são comuns queixas relacionadas ao esquecimento. Considerando

que as funções mentais superiores podem ser estimuladas, ou mesmo, recuperadas, os treinamentos de memória podem repercutir positivamente na vida diária dos idosos. O treinamento da memória pode ocorrer a partir de diferentes tecnologias, sendo que as de baixo custo podem ser facilmente aplicadas nos serviços públicos de saúde.

Objetivo: Este estudo tem por objetivo descrever estratégias de estimulação de memória de trabalho,

de baixo custo, aplicadas em idosos de uma Oficina de Memória em Ribeirão Preto. Métodos: Este trabalho baseia-se em relato de experiência. As estratégias foram planejadas e

executadas por alunos, com supervisão docente, do curso de Fonoaudiologia de uma Instituição Superior de Ensino de Ribeirão Preto/SP, durante estágio curricular numa Unidade de Saúde da Família. Nessa Unidade ocorre, semanalmente, Oficinas de Memória com um grupo de idosos da área adstrita.

Resultados: As estratégias de baixo custo estabelecidas foram: 1) Seqüência de estímulos ‘áspero x

macio’: foram apresentadas aos participantes, de forma individual, sequências de estímulos táteis contendo texturas ásperas e macias. Os participantes permaneceram de olhos fechados e foram instruídos a memorizar as seqüências de texturas apresentadas. Em seguida, foram questionados sobre a ordem de apresentação das texturas. 2) Seqüência de cheiros: para trabalhar a memória de curto prazo utilizando o canal olfativo, foram apresentadas aos participantes, de forma individual, sequências de estímulos olfativos contendo cheiros comuns ao cotidiano dos participantes, como cravo, café, sabonete. Os participantes permaneceram de olhos fechados e foram instruídos a memorizar as seqüências dos estímulos olfativos. Após um tempo, foram questionados sobre a ordem de apresentação dos cheiros. 3) Memória auditiva: para estimulação da memória de curto prazo auditiva, foi utilizada a estratégia “vou a uma ilha deserta e levarei ...” e “fazendo uma vitamina”. Os participantes eram orientados a memorizar uma seqüência criada por eles mesmos a partir do tema proposto. Os outros participantes repetiam a seqüência formada pelo grupo e acrescentavam mais um elemento.

Conclusão: As estratégias descritas, por serem de baixo custo, simples e de fácil execução podem ser

empregadas em diversos locais e na ausência de recursos tecnológicos, contribuindo para a estimulação da memória de curto prazo da população.

Palavras-chave: Memória de curto prazo; Idoso; Estratégias

36. ESTRATÉGIA FISIOTERAPÊUTICA DE ATENDIMENTO PARA CUIDADO COM IDOSOS POLIQUEIXOSOS

Garcia RR, Oliveira PS, Nascimento RG, Afonso VLM, Nascimento VS Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” – São Paulo/SP

Introdução: o atendimento ao idoso poliqueixoso necessita sempre de abordagens alternativas e que

interfiram de forma multifatorial na vida destes indivíduos. Objetivo: caracterizar o perfil funcional de idosos do grupo fisioterapêutico de conscientização corporal. Método: relato de experiência das atividades em grupo de Conscientização Corporal, de frequência

semanal, iniciado em 2011, formado por 11 idosos, submetidos à avaliação inicial e índice de Katz. Resultados: este grupo foi criado como medida de cuidado fisioterapêutico para pacientes

poliqueixosos em decorrência de doenças oateoarticulares crônico degenerativas, além de dificuldades socioafetivas, como histórico de luto na família e por sobrecarga gerada pela responsabilidade do cuidado aos

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seus entes. As intervenções convencionais individuais, realizadas anteriormente à criação do grupo, demonstraram melhora pouco expressiva na funcionalidade. O grupo realiza exercícios funcionais com musica, conversas educativas sobre envelhecimento e relatos pessoais sobre desafios. Os idosos tem media de idade de 76 anos, sendo 73% do gênero feminine. Segundo o índice de Katz, 5 idosos (45%) são independentes, 5 (45%) são independentes para cinco atividades, menos banho e 1 (10%) é dependente para outras funções que não banho. Os idosos referiram que após a participação semanal no grupo sentem bem estar, melhoraram a capacidade funcional para o auto cuidado e diminuíram queixas álgicas. Também relataram que são encorajados a manter autonomia frente às tarefas diárias, com melhora no desempenho. Notou-se que aderiram às orientações, se esforçaram em mudar habitos inadequados e são assíduos nas sessões.

Conclusão: o grupo de conscientização corporal se preocupa com a saúde e orientação em busca da

melhor qualidade de vida. Em alguns casos, o tratamento em grupo pode favorecer a melhora de aspectos funcionais e emocionais em relação ao atendimento individual. Ressalta-se a importância da valorização deste modelo de cuidado ao idoso, como recurso diferenciado para melhora da funcionalidade, assegurando a redução das queixas, a participação em grupos de atividade física, prevenção e convívio social como ferramentas de promoção à saúde.

Palavras Chave: Fisioterapia, Funcionalidade, Saúde do idoso

37. GASTO ENERGÉTICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA

Garcia JM, Peccin MS, Lombardi Jr I Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista, UNIFESP.

Introdução: Artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória sistêmica, crônica e progressiva

caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial das articulações periféricas, cuja prevalência é de 5% da população mundial e afeta 3 vezes mais mulheres na faixa etária de 30-50 anos. A AR pode gerar danos reversíveis-processos inflamatórios e irreversíveis-danos à estrutura corpórea. O aumento do fluxo sanguíneo na articulação causa calor, vermelhidão, inchaço, dor, perda muscular, fadiga e rigidez matinal. Estudos mostram que pacientes atendidos por equipe multidisciplinar apresentam melhora clínica e funcional em comparação com atendimento padrão. O gasto energético diário (GE) corresponde ao consumo de oxigênio basal, consumo de repouso, influência do efeito térmico dos alimentos e o consumo na atividade física/atividades cotidianas de oxigênio (O2). O método escolhido para determinar o GE, é a técnica de calorimetria indireta, que analisa o O2 utilizado por uma pessoa através do Espirômetro K4®. Nos últimos anos as adoções de medidas educativa e medicamentosa passaram a ser fundamentais, orientações de proteção articular, treino das Atividades de Vida Diária (AVD's) e manejo da fadiga muscular, podem favorecer o bom prognostico da doença. A aferição de GE dos pacientes com doença crônica é uma técnica eficaz na reabilitação de doenças crônicas.

Objetivo: O presente estudo busca contribuir para a melhora de qualidade de vida dos pacientes com

AR, analisando a correlação de gasto energético e déficit funcional. Método: Este estudo é quantitativo, observacional do tipo de corte transversal. Participam 56 indivíduos

adultos de ambos os gêneros, sendo 28 com AR e 28 sem AR, no qual os voluntários são classificados segundo critérios do American College of Rheumatology, tem entre 25-50 anos de idades, com no mínimo 3 anos de tempo da doença, pelo menos 3 meses de medicação estabilizada e ter acompanhamento reumatologico. É usado o instrumento Health Assessment Questionnaire (HAQ), que tem como finalidade avaliar déficit funcional, Mini exame do estado mental (Mini-Mental), que avalia as funções cognitivas, o Espirômetro K4® que mesura o consumo de O2. O participante realiza 4 AVD’s: levantar e deitar da cama, guardar utensílios domésticos em prateleiras altas e baixas, colocar os calçados e varrer a casa, com o aparelho K4® acoplado na boca.

Resultados: Como resultados parciais, avaliou-se 10 voluntário (5 AR e 5 controle) e média de idade de

42,5 anos (25-65 anos), verificando que pessoas com AR, tem um menor consome de O2 nas atividades de tirar e colocar os sapatos e ao pegar objetos de diferentes alturas, porém consomem mais O2 ao levantar e deitar da cama e varrendo a casa.

Conclusões: Sugerimos que pessoas com AR apresentam um menor preparo físico, isso se explica um

menor consumo de O2, gerando assim uma maior fadiga muscular e desgaste articular, tornando-se necessários tratamentos que visem um menor gasto energético.

Palavras-chave: Artrite reumatoide, Gasto energético e Atividades da vida diária.

38. VIVÊNCIA EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA: OPINIÃO DOS IDOSOS

Gonçalves JRL, Santos EC, Gonçalves AR, Ferreira PCS, Gonçalves AP Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Departamento de Enfermagem em Educação e Saúde Comunitária. Uberaba-MG/ Centro Universitário de Araraquara – UNIARA. Araraquara-SP

Introdução: A institucionalização pode favorecer o isolamento, a inatividade física e mental, podendo

redundar em consequências negativas à qualidade de vida do indivíduo idoso. Objetivo: Conhecer o perfil dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência e sua

opinião sobre esta vivência.

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Método: Estudo descritivo, transversal. Realizou-se levantamento de dados secundários nos 141

prontuários, dos idosos residentes na instituição, os quais foram registrados em um questionário estruturado. Selecionou-se uma amostra por conveniência de cinco idosos para a entrevista semi-estruturada a partir da questão norteadora: gostaria que o Sr(a) contasse como é viver aqui no asilo” as respostas foram gravadas em MP4. Para a análise dos dados calcularam-se as frequências absolutas e percentual. Os depoimentos foram analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo temático proposta por Minayo

2, realizada em 3 fases:

Ordenação dos dados; Classificação dos dados; Análise final. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário de Araraquara- UNIARA, (Protocolo 733).

Resultados: Entre os 141 idosos houve predomínio do sexo feminino, com média de idade de 77,5

anos, 75 (53,2%) sujeitos são solteiros ou divorciados e 77 (55%) que se encontravam institucionalizados por vontade dos familiares. Após leitura das entrevistas e análise da convergência dos depoimentos dos entrevistados, foram identificadas e obtidas as seguintes categorias: 1-Insatisfação; 2-Sensação de incômodo para família; 3-Solidão e Isolamento; 4-Desamparo versus Fragilidade.

Conclusão: É possível que o distanciamento progressivo entre o idoso institucionalizado e sua família

possa contribuir para o aparecimento de alterações emocionais. Embora o ambiente físico seja importante, as relações humanas podem ser muito mais significativas, já que é interessante saber o que o idoso pensa e sente, para estabelecer estratégias intervencionais condizentes com suas necessidades.

Palavras-chave: Idoso; Instituição de longa permanência para idosos; Emoções; Enfermagem geriátrica.

39. PERCEPÇÃO DE USUÁRIOS IDOSOS E FAMILIARES QUANTO AO CUIDADO PRESTADO EM HOSPITAL

Gutierrez BAO, Castão NO, Dorea E, Curi AP Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP - Hospital Universitário da USP.

Introdução: O alcance do envelhecimento ativo impõe a necessidade dos gestores dos hospitais

implementarem programas de melhoria da qualidade dos serviços prestados em hospitais. Objetivos: conhecer a percepção de idosos usuários de hospital sobre a assistência prestada e

levantar propostas de melhorias no atendimento. Método: Essa pesquisa é do tipo qualitativa realizada no Hospital Universitário da Universidade de São

Paulo após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Participaram desse estudo: familiares e idosos assistidos no Ambulatório e na Clínica Médica. A coleta de dados ocorreu por meio de grupo focal. Foram realizados quatro encontros com duração média de 1h30m foram gravados e as questões norteadoras foram abertas e semi-estruturadas. Os dados foram analisados segundo a análise temática proposta por Minayo (2010) e norteadas pelos determinantes do princípio ativo: saúde, segurança, participação e educação, advindos da Política do Envelhecimento Ativo (OMS, 2004).

Resultados: A amostra contou com 27 participantes, sendo 23 idosos com idade de 60 a 84 anos e

quatro acompanhantes familiares. Os relatos relacionados ao cuidado prestado no hospital foram classificados em quatro categorias: Saúde, Segurança, Participação e Educação e ramificadas em satisfação e insatisfação. Na categoria Saúde a satisfação relaciona-se ao atendimento prestado nas unidades de internações e no ambulatório e a insatisfação com o atendimento prestado na recepção do hospital, a demora no atendimento e as consultas superficiais na triagem. Na categoria Segurança satisfação com a limpeza e a pulseira de identificação sinalizando risco de quedas e a insatisfação. se refere às cadeiras desconfortáveis, acessibilidade inadequada; camas altas, ausência de vagas específicas para idosos no estacionamento e estrutura inadequada para acompanhantes. Na categoria Participação satisfação se relaciona à participação no grupo focal e à pesquisa de satisfação e a insatisfação quanto à falta de divulgação do acesso ao serviço de ouvidoria. Na categoria Educação satisfação se refere à orientação quanto ao tratamento e a insatisfação se refere à falta de programas educativos.

Considerações finais: Os discursos possibilitam uma melhor visualização da estrutura, processo e

resultado dos serviços oferecidos no hospital. . Consideramos que a motivação da equipe multiprofissional em busca do selo de certificação de qualidade intitulado “Hospital Amigo do Idoso” proporcionará um cuidado de excelência prestado ao idoso, família e profissionais da instituição.

Palavras-chave: Idoso, hospital, controle de qualidade.

40. ASPECTOS SOCIAIS E SISTEMAS DE SAÚDE DE IDOSOS HOSPITALIZADOS Gutierrez BAO, Castão NO, Silva HS, Shimizu HE Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP - Hospital Universitário da USP.

Introdução: O cuidado integral é fundamental para a qualidade assistencial individual e coletiva

assegurada aos usuários do sistema de saúde e requer o compromisso com o contínuo aprendizado e com a prática interprofissional, principalmente se o indivíduo for idoso e estiver hospitalizado.

Objetivos: Identificar os aspectos biopsicossocias e sistemas de saúde de idosos hospitalizados;

avaliar e comparar a complexidade assistencial entre idosos clínicos e cirúrgicos. Métodos: Pesquisa quantitativa de caráter exploratório, transversal, realizada na Clínica Médica (CM) e

Clínica Cirúrgica (CC) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, após aprovação do Comitê de

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Ética em Pesquisa da instituição. A amostra contou com idosos a partir de 60 anos. Para a coleta de dados utilizou-se instrumento com dados sociodemográficos, escalas de rastreio: Autopercepção do estado de saúde; Mini Exame do Estado Mental, Escala de Depressão Geriátrica, Escala de Katz e o Método INTERMED (domínio biológico, psicológico, social e sistema de saúde)

1. A análise de dados foi realizada por meio do Programa SPSS

versão 19 e análise estatística descritiva. Resultados: Participaram da pesquisa 382 idosos, sendo 279 internados na clínica médica com idade

média de 72,4 anos e 103 na clínica cirúrgica com idade média de 71,3 anos. A maioria dos participantes era do sexo feminino, casado, referiu ser da cor branca, com ensino fundamental incompleto e possuir religiosidade. A média de permanência hospitalar variou de 17,2 dias na CM e 13,2 dias na CC. 51,4% dos idosos da CM referem alteração no estado de saúde. Os pacientes clínicos possuem maior déficit de cognição e de incapacidade funcional e os cirúrgicos apresentam mais sintomas depressivos. A média do domínio biológico possui maior pontuação. A maioria dos pacientes possui alguma relevância na complexidade assistencial considerando que o escore total a partir de 15 pontos desencadeia necessidade de maior atenção da equipe profissional.

Conclusão: O uso do INTERMED mostra possibilidades favoráveis na prática clínica, sinalizando a

necessidade de maior atenção da equipe multiprofissional e coordenação sistematizada da assistência. O sucesso na utilização dessa ferramenta está diretamente relacionado à comunicação entre os profissionais da equipe/paciente/família, pois o resultado da avaliação do método depende dos dados objetivos e subjetivos que podem emergir dessa interação e propiciar a qualidade assistencial.

Palavras-chave: Idoso, hospital, assistência.

41. MÉTODO INTERMED: COMPLEXIDADE ASSISTENCIAL E A RELAÇÃO COM DECLÍNIO COGNITIVO,

HUMOR E INDEPENDÊNCIA DO IDOSO Gutierrez BAO, Silva HS, Silveira MH Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP - Hospital Universitário da USP.

Introdução: A gestão da atenção ao idoso tem sido alvo de discussões entre profissionais, gestores e

pesquisadores na área do envelhecimento. A literatura indica que os idosos, em especial os mais longevos e dependentes, necessitam de cuidados de longa duração e da avaliação das necessidades biopsicossociais a curto, médio e longo prazo, prevenindo desfechos adversos em saúde (hospitalizações recorrentes, óbito, institucionalizações, quedas, insuficiência de cuidados e incapacidades) (Rebelatto et al. 2006).

Objetivo: Avaliar a associação entre declínio cognitivo, sintomas depressivos e o grau de complexidade

assistencial biopsicossocial e no sistema de saúde de idosos hospitalizados. Método: Este estudo foi quantitativo, descritivo, exploratório e transversal, com amostra de 202

hospitalizados na Clínica Médica do Hospital Universitário (HU). Foi aplicado o método INTERMED, que classifica a complexidade assistencial considerando domínios biopsicossociais e de sistema de saúde. Aplicou-se a escala Katz para classificar o idoso como independente, semi-dependente ou dependente. A avaliação de humor foi realizada por meio da Escala de Depressão Geriátrica (EDG), com ponto de corte > 6 pontos. O rastreio cognitivo foi realizado com o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) utilizando pontuação equivalente a um desvio padrão abaixo das medianas propostas por Brucki et al (2003).

Resultados: 85,1% dos entrevistados apresentaram alguma relevância na complexidade assistencial,

demandando uma rede de cuidados em saúde. Elevada pontuação na EDG (p.0,00) e menor pontuação no MEEM (p.0,00) foram associadas à maior complexidade assistencial. Menor complexidade e pontuação no INTERMED foram evidenciadas em idosos independentes. Houve diferenças entre o desempenho no MEEM e o grau de dependência, diferenciando-se entre independentes, semidependentes e dependentes.

Conclusão: O método INTERMED apresentou elevada associação com o estado cognitivo global, grau

de independência e humor, indicando possibilidades favoráveis de sua utilização na prática com idosos hospitalizados.

Palavras chave – Idoso, Hospital, Assistência.

42. CONSTRUÇÃO DA ESCALA AVALIATIVA DO RISCO DE QUEDAS (EARQUE) PARA PESSOAS

IDOSAS QUE VIVEM NA COMUNIDADE Jonas LT, Silva JV, Mendes MA, Nunes AA, Martinez EM Programa de Pós-Graduação em Saúde na Comunidade, FMRP/USP, Ribeirão Preto-SP

Introdução: o envelhecimento mundial traz à tona a discussão a respeito dos eventos incapacitantes,

dentre eles a ocorrência de quedas no domicílio, as quais podem comprometer a saúde e qualidade de vida da pessoa idosa.

Objetivo: este estudo teve como objetivo construir uma escala avaliativa dos fatores de risco para

quedas em pessoas idosas não institucionalizadas. Métodos: para tanto, foi realizado um estudo do tipo metodológico, empregando os procedimentos

teóricos da Psicometria para a construção de instrumentos de medida. Assim sendo, elaborou-se uma miniteoria sobre o construto “risco de quedas”, com o estabelecimento da definição de quedas, do risco de quedas e, da

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definição operacional de cada fator de risco; o que norteou a elaboração dos itens na construção dos instrumentos.

Resultados: foram identificados 56 principais fatores de risco para quedas em pessoas idosas, sendo

31 biológicos, 13 comportamentais, quatro socioeconômicos e, oito fatores ambientais relacionados com a parte interna do domicílio. Tais fatores constituíram a Escala Avaliativa do Risco de Quedas (EARQUE), por sua vez organizada em duas seções, sendo a seção A com 32 itens e a B com 23, totalizando 55 itens. Assim, a EARQUE é constituída de sentenças simples e diretas, sem a necessidade do emprego de recursos dispendiosos. Poderá ser aplicada, tanto por enfermeiros quanto por outros profissionais de saúde, devidamente treinados, a fim de estimar o risco de quedas em pessoas idosas não institucionalizadas.

Conclusão: a EARQUE se caracteriza como instrumento avaliativo inédito destinado a estimar o risco

de quedas na pessoa idosa não institucionalizada e; poderá se converter em ferramenta útil para a aplicação na prática clínica e, da mesma forma, na pesquisa. Contudo, há ainda um longo caminho a percorrer, visto que tal Escala requer processos de validação para estimar sua confiabilidade e validade, ou seja, a realização dos procedimentos metodológicos de análise semântica e de juízes, além dos empíricos e analíticos.

Palavras-chave: Idoso. Acidentes por quedas. Fatores de risco.

43. AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE DE IDOSOS CADASTRADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA SOCIAL

Júnior, F.B.A.; Zazzetta, M.S.; Morais, D.C.C.; Machado, I.T.J.; Orlandi, F.S.; Varoto, V.A.G. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Departamento de Gerontologia, São Carlos-SP

A Fragilidade tem sido definida como uma síndrome multidimensional caracterizada pela diminuição das

reservas fisiológicas e por um aumento da vulnerabilidade a estressores, que pode trazer como consequências desde uma incapacidade funcional, até mesmo à morte (FRIED, 2004;LACAS, ROCKWOOD, 2012; STERNBERG, 2011). Frequentemente percebe-se que muitas famílias não possuem condições e não encontram um suporte para oferecer o cuidado demandado por seu familiar idoso em situação de fragilidade.

Sendo assim, este estudo tem por objetivo identificar a fragilidade dos idosos cadastrados em um Centro de Referência de Assistência Social do município de São Carlos-SP, levando em consideração sua multidimensionalidade, analisando as estruturas familiares e identificando as possibilidades e necessidades de cuidado. Este é um estudo exploratório e analítico, de natureza descritiva com a utilização do método quali-quantitativo de investigação, utilizando como técnicas a observação, entrevista semi-estruturada e análise documental.

Foram entrevistados 48 indivíduos com 60 anos ou mais cadastrados no serviço mencionado, durante uma visita domiciliar, utilizando-se uma Avaliação Básica; o Montreal Cognitive Assessment (MoCA®); a Escala de Fragilidade de Edmonton, o WHOQOL bref e Old; o Genograma e Ecomapa. Nas entrevistas com 11 cuidadores utilizou-se um questionário aberto com questões sobre o cuidado oferecido ao idoso, além do Inventário de Sobrecarga de Zarit. Apenas 33,33% dos idosos foram considerados “não-frágeis”, enquanto os demais já apresentavam uma vulnerabilidade aparente ou algum estágio de fragilidade. Ressalta-se que pouco mais de 10% estavam em estágio de fragilidade severa. Com base no rastreamento da situação cognitiva, todos os idosos apresentam indícios de déficit cognitivo, já que nenhum atingiu a nota de corte do instrumento utilizado. Dos cuidadores, todos apresentavam sobrecarga de leve a moderada.

Tais dados evidenciam que a fragilidade não tem sido identificada, e tampouco as famílias contam com um suporte social eficaz. A situação requer que os serviços de atenção básica se preparem para atender adequadamente as novas demandas apresentadas pela população idosa frágil, através de intervenções sistematizadas, a fim de oferecer novas possibilidades de melhoria da qualidade de vida dessa população.

Palavras-chave: Gerontologia; Fragilidade; Idoso.

44. QUALIDADE DE VIDA E HATHA YOGA: UM ESTUDO COM IDOSAS PRATICANTES Justel M, Say KG, Guimaraes MA, Orlandi FS Instituição: UFSCar – Departamento de Gerontologia - São Carlos-SP

INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento gera limitações que caracterizam quadros de

incapacidades, por isso, a melhoria da Qualidade de Vida torna-se indispensável e técnicas de prevenção, intervenção e promoção para a mesma são buscadas. Então, associada às atividades físicas, aconselha-se a prática de Yoga, que possui como finalidade o desenvolvimento da harmonia espiritual do indivíduo, por meio do controle da mente e do corpo

.

OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres idosas praticantes de Hatha

Yoga. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, que foi

realizado em dois serviços que oferecem a prática de Hatha Yoga em duas cidades do interior paulista. Foram sujeitos deste estudo, idosos praticantes de Hatha Yoga, que não praticavam outra atividade física nos últimos seis meses anteriores a coleta. Os idosos que apresentaram os critérios de inclusão definidos, foram entrevistados com a aplicação de um instrumento de caracterização e o questionário de qualidade de vida

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relacionada à saúde (QVRS) (SF-36). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (Parecer n. 181.479).

RESULTADOS: dos 23 sujeitos avaliados a maioria era de étnica branca (95,6%), casados (65,2%),

católicos (73,9%) e com ensino superior completo (52,2%). A idade média dos participantes foi de 68,17 (± 6,38) anos. Quanto à qualidade de vida, avaliada pelo SF-36, obteve-se a pontuação média por dimensão de: Capacidade Funcional (77±15), Aspectos Físicos (88±30), Dor (51±11), Estado Geral de Saúde (81±13), Vitalidade (65±10), Aspectos Sociais (83±22), Aspectos Emocionais (80±36) e Saúde Mental (72±11).

CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que as mulheres idosas praticantes de Hatha Yoga obtiveram

elevados escores médios de QVRS, com exceção das dimensões Dor e Vitalidade. Palavras-Chave: Yoga; Qualidade de Vida; Atividade Motora

Fonte financiadora: CNPQ

45. ALTERAÇÕES DA DENSITOMETRIA ÓSSEA, FORÇA MUSCULAR, MASSA MUSCULAR E

FUNCIONALIDADE EM UM FOLLOW UP DE 3 ANOS EM MULHERES ADULTAS PÓS MENOPAUSA Kochi, MN; Costa GC; Reis JG; de Paula, FJA; de Abreu DCC Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP / Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor / RIBEIRÃO PRETO-SP

Introdução e/ou Fundamentos: Dentre as alterações associadas ao processo de envelhecimento

muitos estudos destacam-se as alterações da força muscular e fução muscular, fator de risco para quedas que, associados à osteoporose aumentam as chances de fraturas e demais comorbidades em indivíduos com mias de 65 anos de idade (Janssen et al. 2000). Estudos anteriores mostram uma relação entre diminuição da massa óssea com o envelhecimento e o aumento de fraturas, nesse contexto, a chance de uma mulher ter alguma fratura entre os 50-60 anos de idade é de 9,8% (Holroyd et al., 2008). A melhor compreensão das alterações na população adulta pós-menopausa pode futuramente auxiliar na elaboração de medidas preventivas para diminuir as quedas e suas conseqüências, aumentando as chances de chegar a terceira idade com melhor nível funcional (Pinheiro et al., 2010).

Objetivos: Analisar as alterações ósseas, musculares e funcionais em um período médio de 3 anos de

mulheres adultas pós menopausa. Métodos: Estudo quantitativo observacional com aprovação do comitê de ética: 174.828. O estudo

avaliou 14 mulheres pós menopausa (máximo de 8 anos após menopausa) da comunidade de Ribeirão Preto/SP com até 60 anos de idade (idade média da primeira avaliação 52±3,55 e segunda avaliação 55,64±3,56). As voluntarias foram avaliadas pelo sisema DEXA (Dual Energy X-ray Absorptiometry), no equipamento Hologic QDR-4500W® Discovey do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, nos seguintes sítios esqueléticos: colo femural e corpo total, o que permitiu o calculo do Índice de Massa Muscular Esquelética (IMME). Para a avaliação da força muscular realizou se o teste de preensão palmar no Dinamômetro Jamar, para a funcionalidade realizou se o Timed up and go (TUG) e o teste de sentar e levantar 5 vezes (TSL5).

Resultados: Observou-se alterações ósseas, musculares e funcionais na amostra avaliada. Pela

Densidade Mineral Óssea (DMO) na primeira avaliação 57% das mulheres tinham DMO normal e 43% eram osteopênicas, após 3 anos, 36% tinha DMO normal, 50% osteopenia e 14% osteoporose. No IMME obteve-se 6,53±0,6 e 6,22±0,68, no teste de preensão palmar obteve se 24,39±4,14 e 23,09±4,74, no TUG 6,21±0,59 e 7,25±0,87 e no TSL5 11,14±1,75 e 14,04±2,03 na primeira e segunda avaliação respectivamente.

Considerações finais: A população brasileira entre 50-65 anos é de 17.181.003, representando cerca

de 10% da população (Morales-Torres & Gutiérrez-Ureña, 2004). Estudos anteriores mostram uma prevalencia de 20,3% de osteoporose entre 50-60 anos (Faisal-Cury & Zacchello, 2007). Sabendo-se a alta prevalencia de osteoporose e autos custos relacionados com as fraturas na terceira idade, a identificação precoce das alterações fisiológicas e dos fatores de risco as comorbidade, são de fundamental importância para o manuseio desses indivíduos e para a introdução de estratégias efetivas de prevenção diagnóstico e tratamento. Nesse contexto, o presente estudo apresenta que as alterações musculares, ósseas e funcionais já estão presentes mesmo antes de serem classificados como idosos e que, todas as participantes apresentaram piora em todos os critérios avaliados em um período curto de apenas 3 anos.

Palavras-chave: Densitometria mineral óssea, Força Muscular, Funcionalidade

46. GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES

INGRESSANTES Lanzotti RB, Say KG, Machado ITJ, Inouye K, Pavarini SCI Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Gerontologia – São Carlos – SP

Introdução: A entrada do estudante na Universidade, muitas vezes, exige adaptações a uma nova

realidade, tanto a nível pessoal, social, quanto acadêmico. Estas adaptações podem influenciar na Qualidade de Vida (QV) desses, tornando premente a avaliação desse constructo.

Objetivo: Avaliar a QV de estudantes do primeiro ano do curso de Graduação em Gerontologia da

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no início e fim do primeiro semestre de 2013.

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Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, de corte transversal, com abordagem quantitativa,

realizada com 32 graduandos do primeiro ano do curso de Gerontologia da UFSCar. Os sujeitos que aceitaram participar do estudo, com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam a dois questionários: instrumento de caracterização e instrumento de avaliação da QV WHOQOL-bref. Todos os preceitos éticos foram respeitados (Parecer n. 196248).

Resultados: Dos 32 estudantes avaliados, 28,1% eram procedentes de São Carlos, 59,4% residiam

com 3 a 4 pessoas, sendo que 50% possuíam casa própria. Além disso, 75% eram de etnia branca, 59,4% católicos, 71,9% provenientes de escola pública. A idade média dos respondentes foi de 20,1 (± 8,9) anos. Quanto à QV, avaliada por meio do WHOQOL-bref no início do semestre, obteve-se o escore médio de 80,3 (± 14,9) no domínio Relações Sociais, 74,8 (± 10,4) no domínio Físico, 74,2 (± 10,7) no domínio Psicológico e 67,6 (± 9,8) no domínio Meio Ambiente. Quanto ao final do semestre, obteve-se o escore médio de 76 (± 15,9) no domínio Relações Sociais, 75 (± 10,4) no domínio Físico, 72 (± 10,5) no domínio Psicológico e 64 (± 14,4) no domínio Meio Ambiente.

Conclusões: Conclui-se que, de forma geral, a QV dos estudantes do primeiro ano do Curso de

Graduação em Gerontologia da UFSCar está satisfatória no início e fim do primeiro semestre de 2013, já que as pontuações médias alcançaram pontuações médias acima de 70, exceto o domínio Meio Ambiente. Espera-se que este estudo sirva de motivação para outras investigações acerca da avaliação da QV de estudantes universitários, em diferentes períodos do curso.

Palavras-chave: Estudantes; Percepção; Qualidade de vida.

47. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE STRESS DO IDOSO MUITO VELHO NO MUNICÍPIO DE ARACAJU-SE Lima WR, Ciosak SY, Gois CFL, Silva LASM, Teles CRRL

Universidade Federal de Sergipe - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

Introdução: O stress é um dos fatores indicativos para um estilo de vida saudável. É preciso manter o

equilíbrio físico, social e psicológico nas situações vivenciadas no dia-a-dia. O idoso, com sua experiência de vida, procura manter nos seus relacionamentos sociais um nível de tensão favorável ao seu bem estar.

Objetivo: Descrever nível de stress e indicadores socioeconômicos, demográficos e de saúde do Idoso

muito velho de Aracaju-Se. Metodologia: Estudo descritivo quantitativo, realizado com idosos muito velhos (com 80 anos ou mais)

cadastrados em Unidades de Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju-SE em junho/agosto de 2012. Dos 2369 idosos, 601 participaram da pesquisa. Os dados foram coletados no domicílio.

Resultados: Dos 601 idosos, a maioria 422 (70,2 %) pertenciam ao gênero feminino. A idade variou de

80 a 110 anos, predominou a faixa etária de 80-89 anos, com 481 (80,1%) idosos; quanto a escolaridade, 247(41,1%) frequentaram escola de 1 a 3 anos, uma pequena parte 61 (10,1%) atingiu o nível escolar acima de 7 anos, e 185 (30,8%) são analfabetos. Foi aplicado o Mini-Exame do Estado Mental, com ponto de corte 19. Dos 601 idosos, 524 apresentaram condições cognitivas para continuar na pesquisa. Com relação à moradia, ressalta-se que 514 (98,09%) idosos residem em casa própria; o arranjo familiar se configura com 421(80,34) idosos morando com filhos. Em relação a medicamento, 452 (86,4%) dos idosos utilizam de 1 a 2 medicamentos diários. Quanto às morbidades referidas, 359(68,6%) idosos apresentaram HAS. As morbidades DPOC, Depressão, Parkinson, Alzheimer, Infecção Urinária. Hipertireoidismo tiveram percentuais abaixo de 5,0% cada uma. Convém destacar que o Câncer aparece com 36 (6,9%) nos idosos entrevistados. O componente controle do stress um dos determinantes do Pentáculo do Bem Estar obteve índice positivo com uma média de 2,72 pontos para o idoso nessa faixa etária em detrimento para os demais determinantes.

Conclusão: Considerando a pontuação positiva dos idosos em relação ao controle do stress e da

maioria dos indicadores socioeconômicos, demográficos e de saúde Conclui-se que estes apresentam um nível de stress satisfatório para um estilo de vida saudável.

Palavras-chave: Idoso, Envelhecimento, Stress

48. ANÁLISE COMPARATIVA DOS TIPOS DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS SOFRIDOS PELOS IDOSOS DO GÊNERO MASCULINO ATENDIDOS NO CREAS DE POÇOS DE CALDAS

Lima FT, Silva LR, Betti MR, Medina DM, Saraiva KMP Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Campus Poços de Caldas

Introdução: O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas

Famílias é executado no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), do município de Poços de Caldas, que atende pessoas que sofreram violação de seus direitos e que são divididas em duas categorias: 1) negligência/abandono e 2) violência intrafamiliar. Os casos chegam até o serviço são encaminhados através de: denúncias do Ministério Público; Disque Direitos Humanos, demanda espontânea e através de encaminhamentos de outros serviços da rede.

Objetivos: O presente trabalho trata-se de um estudo preliminar de caráter exploratório cujo o objetivo

foi investigar os tipos de violência que mais acometem idosos e dentre eles qual a maior incidência de violência que ocorre com os homens idosos.

Métodos: A coleta de dados foi obtida através dos relatórios mensais entre o período de Janeiro de

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2012 a Junho de 2013 perfazendo um total de 199 casos atendidos no serviço. Resultados: O levantamento dos dados quantitativos mostrou que do total de casos, 123 são de

mulheres, sendo que 52% delas sofrem de violência intrafamiliar e 48% negligência/abandono. No que se refere aos idosos do sexo masculino somaram 76 casos, dos quais 67% tem seus direitos violados em decorrência de negligência/abandono, e 38% sofrem de violência intrafamiliar.

Considerações Finais: A análise de dados comparativa entre os tipos de violação de direitos que

acometem os idosos do gênero masculino atendidos pelo CREAS evidenciou que o maior índice de violência contra idosos do sexo masculino foi em decorrência de negligência/abandono, que compreende a falta de cuidados, descaso, agressões físicas e morais e tudo que compromete a integridade física e emocional destes, por aqueles que possuem estreita relação com o idoso em estado de dependência (ARAUJO, LOBO FILHO, 2009). Essa negação de cuidados apareceu também pelo completo afastamento do grupo familiar, desamparo e exposição de vulneráveis a várias formas de perigo (FALEIROS, 2007). Como se trata de um estudo preliminar e de caráter exploratório e quantitativo faz-se necessária a continuidade da investigação, pois é preciso conhecer como ocorre a violência para que o serviço do CREAS possa atuar de maneira mais efetiva e promover bem-estar dos idosos assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e garantindo-lhes o direito à vida (BORN, 2008) na medida em que interrompe o ciclo de violência.

Palavras-chave: Idoso; Masculino; Violação de Direitos

49. DISSOLUÇÃO CONJUGAL NA SENILIDADE: EVIDÊNCIAS BRASILEIRAS, 2002-2011

Linhares BN, Gomes L Universidade Católica de Brasília (Brasília-DF)

Introdução: Nos últimos anos, o número de dissoluções de casamentos tem aumentado no Brasil.

Como o país está em processo acelerado de envelhecimento populacional e existe precário número de estudos abrangendo esta temática, foi realizado o trabalho atual.

Objetivo: analisar a prevalência de separações e divórcios na população idosa brasileira, na década de

2002 a 2011, segundo: natureza das dissoluções, se consensual ou não-consensual, fundamento da ação e taxa de dissoluções.

Métodos: Trata-se de estudo observacional transversal, de caráter exploratório, quantitativo,

retrospectivo, utilizando os dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2002 a 2011.

Resultados: Em indivíduos idosos, observou-se que o número de separações nos anos 2002 e 2011

sofreu um decréscimo de 4.381 para 476 casos. Neste mesmo período, o número de divórcios entre idosos subiu de 15.345 para 45.802. Assim, o número de dissoluções de casamentos em indivíduos idosos aumentou 136,1% nessa década, sendo que neste mesmo período, a taxa de crescimento da população idosa brasileira foi de 61%. Analisando-se a natureza das dissoluções dos casamentos em idosos, foi observado que 60,9% dos casos em 2002 e 59,0% em 2011 caracterizaram-se por divórcios concedidos em primeira instância sem recursos, por caráter consensual. Entretanto, as separações judiciais concedidas em primeira instância sem recursos, de caráter não-consensual, foram responsáveis por 21,2% dos casos em 2002 e 53,5% em 2011, com aumento de 152,3%. Nos anos de 2002 e 2011, o fundamento das separações judiciais com cônjuge idoso, por conduta desonrosa ou grave violação dos deveres do casamento, foi 60,1% e 42% dos casos, respectivamente.

Conclusão: O aumento das dissoluções de casamentos com cônjuge idoso cresceu em ritmo mais

acelerado que o envelhecimento demográfico brasileiro, sendo que a natureza da grande maioria das dissoluções ocorreu de modo consensual.

Palavras chave: Idoso, Divórcio, Brasil

Agradecimento/Fontes Financiadoras: Pesquisa realizada com o apoio do CNPQ (Iniciação

Científica) e da Universidade Católica de Brasília.

50. INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM COM IDOSOS ASSISTIDOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA COM PROBLEMAS DE ADESÃO NO USO DE MEDICAMENTOS

Lisboa JR, Alvarenga MRM Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), Estratégias de Saúde da Família (ESF), Dourados, MS

Introdução: As pessoas idosas tendem a ter mais doenças crônico-degenerativos, fazendo com que a

farmacoterapia represente o principal recurso terapêutico, por eles tomarem vários medicamentos por dia induz o aumento da complexidade farmacológica dificultando a adesão ao tratamento.

Objetivo: verificar a eficácia da intervenção de enfermagem na adesão ao tratamento farmacológico de

idosos com alto grau de complexidade da farmacoterapia e assistidos pela Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Estudo longitudinal e de intervenção para comparar os resultados de dois grupos

(intervenção e controle). Foram identificados 101 idosos hipertensos em seis equipes da Estratégia Saúde da Família designadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Dourados. Estes idosos foram divididos em dois grupos (metade constituiu o grupo controle e metade o grupo para a intervenção de enfermagem). Foram utilizados os seguintes instrumentos para coleta de dados: questionário socioeconômico, Medida de

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Independência Funcional (MIF) para avaliar o grau de dependência do idoso para o autocuidado, Mini-Exame de Estado Mental (MEEM) é um teste de rastreio para detectar a alteração cognitiva, Índice de Complexidade da Farmacoterapia (ICFT) para avaliar a complexidade do esquema terapêutico e o Autorrelato de adesão ao medicamento anti-hipertensivo de Morisk adaptado e traduzido para o português por Strelec et al. (2003) para verificar a adesão ao tratamento medicamentoso.

Resultados: foram entrevistados 101 idosos sendo 67,3 % do sexo feminino, predomínio de idade entre

70 a 79 anos. 100% idosos referiram ser hipertensos, 38,6% com diabetes mellitus, 20,8% relataram osteoartrose e 55,4% outras doenças. Dos 101 idosos entrevistados e que responderam a escala de adesão de Morisky, 19 foram identificados com baixa adesão ao tratamento medicamentoso e alta complexidade farmacológica. Destes, 10 foram submetidos à intervenção de enfermagem que consistiu em duas estratégias: educacional e comportamental e 9 idosos submetidos ao Grupo controle. Após a intervenção de enfermagem sete idosos obtiveram a pontuação máxima na adesão ao tratamento medicamentoso, enquanto os idosos do Grupo controle se mantiveram com o mesmo resultado.

Conclusão: Essa pesquisa mostrou a importância da intervenção da enfermagem em apoiar e ensinar

o paciente a aderir ao esquema terapêutico. Educação em saúde, acompanhamento terapêutico, promoção do uso racional de medicamentos, são medidas que devem ser estimuladas.

Palavras-chaves: Adesão à Medicação, Assistência a Idosos, Saúde Coletiva.

Agradecimentos: CNPq/AAF, FUNDECT, Secretaria de Saúde

51. EMPREGANDO AS CLASSIFICAÇÕES DE ENFERMAGEM PARA UMA PESSOA IDOSA EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Lourenço DS, Mendes RA, Morais Ribeiro JH, Barreto MN, Mendes MA Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG

Introdução: Câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais frequente na população feminina.

Seu diagnóstico e tratamento associam-se a consideráveis repercussões psicológicas, dentre elas; depressão, ansiedade, insônia e medo, contribuindo para uma percepção negativa da qualidade de vida.

Objetivo: Planejar a assistência de enfermagem para Jade, seu nome fictício, a qual tem 64 anos e o

diagnóstico médico de câncer de mama. Metodologia: Trata-se de um estudo clínico empregando o raciocínio diagnóstico de Gordon e as

Classificações NANDA I, NOC e NIC. A avaliação clínica de Jade foi realizada durante as atividades prática da disciplina de Fundamentos de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas.

Resultados: Os diagnósticos de enfermagem (DE) mais acurados para o plano assistencial de Jade

foram: Medo relacionado à quimioterapia e alopecia; Constipação relacionada ao uso de medicamentos e à baixa ingestão de fibras e Risco de Queda atribuído ao uso de aparelho auxiliar para deambulação. Os resultados esperados para Jade constituíram em Autocontrole do Medo, Eliminação Intestinal e Controle do Risco. Por fim, as intervenções tratavam do enfrentamento frente à patologia, estímulo à alimentação por meio da preferencia alimentar e ambiente agradável para as refeições, além de medidas protetoras para quedas.

Conclusão: A implementação de uma metodologia assistencial na prática de enfermagem pode

favorecer a assistência ao paciente, considerando suas respostas individuais ao processo saúde doença e à etapa do ciclo vital, bem como construir uma ferramenta útil para um novo fazer na profissão.

Palavras-chave: Processos de Enfermagem; Plano de Cuidados de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem.

52. CUIDADORES DE IDOSOS FRÁGEIS: ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS Machado, ITJ; Zazzetta, MS; Júnior, FBA; Orlandi, FS; Pavarini, SCI; Varoto, VAG Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Gerontologia São Carlos – SP

Fundamentos/Introdução: A fragilidade é um estado de maior vulnerabilidade à manutenção da

homeostase após um evento estressor, o qual aumenta o risco de efeitos adversos, incluindo quedas, delírio e perda de funções. Desse modo, o aumento da expectativa de vida pode ocasionar impactos nas Políticas Públicas de Assistência Social, como também nos cuidadores de idosos, tornando premente a avaliação dessa população.

Objetivo: Avaliar o perfil sociodemográfico de cuidadores de idosos frágeis, cadastrados no Centro de

Referência de Assistência Social (CRAS). Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, de caráter quanti-

qualitativo. A partir de 2622 prontuários de famílias cadastradas no CRAS, foram identificadas 353 famílias com 428 membros idosos. Realizaram-se 400 visitas domiciliarias e foram avaliados 48 idosos e entrevistados 14 cuidadores. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam a um questionário. Todos os preceitos éticos foram respeitados (Parecer n. 72182).

Resultados: Dos 14 entrevistados, 57,1% são do gênero feminino, enquanto que 42,9% são do gênero

masculino. Os cuidadores apresentaram-se como sendo 12% formais e 88% informais. A média de idade dos entrevistados foi de 52,6 anos. Além disso, 50% dos cuidadores são casados, 21,4% são divorciados e solteiros e 7,1% são viúvos. Em relação à escolaridade, 35,7% possuem de 1 a 4 anos de escolaridade, 14,3% de 5 a 8

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anos e 21,4% até 11 anos. Quanto à renda, 35,7% dos entrevistados relataram não ter renda individual e, 21,4% compartilham da renda do cônjuge ou do familiar idoso, através do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Conclusões/ Considerações finais: Foi possível identificar que o cuidador, em médio prazo, se

tornará idoso o que intensifica a atenção acerca do suporte que deve ser propiciado aos cuidadores, familiares e idosos frágeis. Dessa maneira, os diferentes serviços públicos, incluídos os da assistência social, precisam também de apoio para oferecer serviços adequados com as necessidades evidenciadas, auxiliando de forma efetiva as famílias e aos indivíduos em seu contexto comunitário. Logo, os serviços de assistência social, podem planejar intervenções para estas demandas, proporcionando maior qualidade de vida tanto para os cuidadores quanto para os idosos.

Palavras-chave: Assistência, Velhice, Fragilidade

53. ASPECTOS SOCIAIS ENVOLVIDOS NO USO DE APARELHOS ELETRÔNICOS POR IDOSOS

Marques MR, Raymundo TM, Bernardes MS, Campos BPS, Santana CS Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo - Departamento de Neurociência e Ciências do Comportamento – Ribeirão Preto/SP

Introdução: Na busca por novos papéis, independência e autonomia, os idosos se deparam com

mudanças ocorridas na sociedade atual, como o avanço tecnológico. A interação com equipamentos eletrônicos têm gerado, além de benefícios, desafios no seu meio social e nas suas relações interpessoais.

Objetivo: Descrever a percepção de idosos sobre os aspectos sociais relativos ao uso de tecnologias. Métodos: Estudo exploratório, descritivo e transversal. A amostra foi selecionada por conveniência.

Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados: a) questionário socioeconômico; b) questionário estruturado sobre a percepção de mudanças em habilidades após o uso de aparelhos eletrônicos. Os itens do questionário focavam a percepção sobre o sentimento de pertencimento à sociedade moderna, interação e relações sociais com familiares e amigos, melhora da comunicação sobre assuntos atuais e percepção do reconhecimento da sociedade sobre suas habilidades. A análise de dados foi do tipo temática.

Resultados: Participaram 52 idosos, sendo 13 homens e 39 mulheres, com média de idade de 69 anos.

Dos participantes 32,7% tinham ensino superior completo e 25% ensino fundamental incompleto. Quanto à renda, 36,6% tinham renda variando de R$1301,00 a R$2600,00. Em relação à percepção sobre as mudanças nas suas habilidades no contexto social após incorporarem os aparelhos eletrônicos no seu cotidiano, 63,5% referem notar mudanças, 26,9% não notaram e 9,6% não responderam ou não souberam responder. Em relação às mudanças, 23% dos idosos referiram maior sentimento de pertencimento à sociedade atual, 21% relataram mudanças quanto à interação social, 44% notaram mudanças na sua comunicação sobre assuntos atuais e 25% relataram serem mais reconhecidos pela sociedade em relação às suas habilidades após começarem usar os aparelhos eletrônicos.

Conclusão: Os dados deste estudo possibilitam a reflexão sobre o papel da inclusão digital na melhora

de aspectos sociais da vida do idoso, como interação, comunicação, sentimento de pertencimento e reconhecimento deste sujeito na sociedade, sendo que a maioria dos sujeitos referiu alguma mudança. De acordo com Bastos et al. (2009) a inclusão digital fornece melhora para qualidade de vida, incentiva as atividades cerebrais do idoso e é um instrumento de qualificação social, possibilitando que este se sinta pertencente ao mundo globalizado e exerçam a sua cidadania.

Palavras-chave: Idoso. Tecnologia. Meio Social.

54. QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM E SEM DIABETES MELLITUS Marquez FA, Viana DA, Rodriguez LR, Santos AS Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto Ciências da Saúde-Departamento de Educação e Enfermagem em Saúde Comunitária – Uberaba/MG.

Introdução: Com o envelhecimento populacional têm ocorrido crescentes taxas de mortalidade e

morbidade atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis. A qual à diabetes mellitus (DM) se destaca devido

à associação com outras comorbidades, morte precoce e as síndromes geriátricas, podendo desta forma comprometer a qualidade de vida (QV) desses indivíduos.

Objetivo: comparar a qualidade de vida de idosos da comunidade com e sem diabetes mellitus. Métodos: Estudo quantitativo, transversal, comparativo e parte de uma investigação maior. Foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob protocolo 1640/2010. Foram avaliados 610 idosos aleatoriamente contatados nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios de Delta, Santa Juliana e São Francisco de Sales em Minas Gerais. Utilizou-se os questionários validados Mini Exame do Estado Mental (MEEM); The World Health Organization Quality of Life – Bref (WHOQOL-BREF) e estruturado contendo dados sociodemográficos, econômicos e presença de comorbidades. As análises procederam no software Statiscal Package for the Social Sciences - versão 17.0, sendo os resultados expressos em freqüências absolutas e relativas e medidas de centralidade e dispersão. Para verificar a normalidade na distribuição dos dados foi aplicado o teste de Komolgorov-Sminorv; utilizou-se o teste Mann-Whitney para comparar a QV entre os grupos e o teste Qui-quadrado para os dados sociodemográficos e econômicos, todos com significância de 5% (p<0,05).

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Resultados: Encontrou-se percentual de 19,1% de idosos com diabetes, prevalecendo em ambos os grupos o sexo feminino (65,8% com DM e 51,5% sem DM) com significância estatística de p=0,005. Concernente à QV, o grupo de idosos com DM revelou menor percepção de QV e satisfação do que os idosos sem DM. Para o WHOQOL-BREF apresentaram-se significativamente estatístico os domínios físico (p=0,001) e psicológico (p=0,0001). Sendo a média do escore no domínio físico 66,34±15,33 para os idosos com DM e 71,57±14,36 sem DM. Já o domínio psicológico apresentou 66,49±15,24 com DM e 74,20±12,75 sem DM.

Conclusões: O estudo evidenciou que os idosos que não tinham DM apresentaram melhores escores

de QV, em todos os domínios e satisfação com saúde, em relação aos idosos que eram diabéticos. Palavras-chave: Idoso, Diabetes Mellitus, Qualidade de vida.

Fonte Financiadora: FAPEMIG

55. RELAÇÃO ENTRE SEDENTARISMO E OCORRÊNCIA DE QUEDA EM IDOSOS DA COMUNIDADE Mazzer LP, Silva NSM, Lopes AR, Trelha CS Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Fisioterapia - Londrina-PR

Introdução: O sedentarismo, associado ao processo natural do envelhecimento leva a diminuição da

capacidade física podendo aumentar a ocorrência de quedas entre os idosos. Objetivo: Investigar a relação entre o sedentarismo e a ocorrência de queda em idosos da

comunidade. Método: Foi realizado estudo transversal com idosos de 65 anos ou mais, não institucionalizados, de

ambos os gêneros, cadastrados no Programa Saúde da Família de uma unidade de saúde da região central da cidade de Londrina/PR. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas domiciliares com a utilização de um questionário estruturado pelas autoras com questões sobre a frequência de quedas nos últimos 12 meses e prática de atividade física, além de outras questões sociodemográficas. Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS 15.0. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Londrina (Parecer 009/2012, CAAE 0346.0.268.000-11).

Resultados: Participaram do estudo 120 idosos com idade média de 75 anos, sendo 89 (74,2%)

mulheres e 31 (25,8%) homens. Dos idosos participantes do estudo, 68,3% eram sedentários. Quanto a ocorrência de queda no último ano encontrou-se uma prevalência de 37,5%. Uma análise com o teste qui-quadrado (X

2) foi executada para descobrir se existe uma relação significativa entre a prática de atividade física

ou o sedentarismo e a ocorrência de queda entre os idosos. O valor do X2 foi de 5,43 com uma probabilidade

associada (valor de p) de 0,02 para um grau de liberdade de 1, mostrando que tal relacionamento é bastante improvável apenas como resultado do erro amostral (ao acaso).

Conclusão: Encontrou-se uma associação significativa entre sedentarismo e queda no último ano, o

que reforça a recomendação da prática de atividade física como recurso preventivo a quedas entre os idosos. Sugere-se que a prática de exercícios físicos e orientações quanto aos riscos de queda sejam desenvolvidos por profissionais da atenção básica da saúde, que possuem contato mais direto com esta população e que podem em muito contribuir para a diminuição de quedas entre os idosos.

Palavras-chave: Medo de cair, Atividade física, Idoso.

56. PREVALÊNCIA DE OSTEOPOROSE POR SEXO NAS PESSOAS IDOSAS ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERENCIA À SAÚDE DO IDOSO DE BELO HORIZONTE

Melo LS, Nogueira LM, Azevedo RS Centro de Referência à Saúde do Idoso – Jenny de Andrade Faria. Belo Horizonte, MG.

Introdução: A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada por diminuição da massa

óssea e deteorização microarquitetural do tecido ósseo. Essas alterações causam o aumento da fragilidade óssea e maior risco de fraturas. As fraturas na população idosa impactam negativamente na morbimortalidade, causando declínio da funcionalidade e até mesmo o óbito. O diagnóstico da osteoporose é feito através da densitometria óssea, que também é o melhor preditor de fraturas.

Objetivo: Avaliar a prevalência de osteoporose, por sexo, nos idosos atendidos em um Centro de

Referencia do Idoso, no município de Belo Horizonte, Minas Gerais através da analise sistemática de prontuários contendo o laudo da densitometria óssea, realizada pelo idoso.

Método: Trata-se de um estudo com enfoque quantitativo, descritivo, com componente retrospectivo. A

população constituiu de 164 pacientes, que tiveram a densitometria óssea realizada no período de 01 a 30 de junho de 2013. Não foi realizado calculo amostral. Os critérios de inclusão foram: idade superior a 60 anos e presença do laudo da densitometria óssea no prontuário. Não foi excluído nenhum paciente, pois todos atenderam aos critérios de inclusão. A coleta de dados se deu por meio da análise de prontuários, sendo os dados registrados em um impresso próprio, confeccionado pelos autores. Em seguida os dados foram compilados em uma planilha do Microsoft Excel 2007 e procedida a análise descritiva de freqüência simples e percentual para variáveis nominais ou categóricas.

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Resultado: Dos 164 pacientes que realizaram a densitometria óssea, 77% dos pacientes pertencem ao

sexo feminino e 23% ao sexo masculino. Quando analisado por sexo, dentro da categoria feminina, 67 pacientes (53%) apresentaram osteoporose, 48 pacientes (38%) apresentaram osteopenia e 11 pacientes (9%) tiveram laudo normal. Já no sexo masculino 11 pacientes (29%) apresentaram osteoporose, 20 pacientes (53%) apresentaram osteopenia e 7 pacientes (18%) apresentaram laudo normal.

Conclusão: A maior parte dos pacientes é do sexo feminino. Observa-se uma maior prevalência de

osteoporose na população feminina e maior prevalência de osteopenia na população masculina, demostrando, consequentemente, um risco aumentado de fraturas na população do sexo feminino.

Palavras chave: Osteoporose, idoso, diagnóstico.

57. PREVALÊNCIA DO ESTILO DE VIDA SEDENTÁRIO NAS PESSOAS IDOSAS ATENDIDAS EM UM

CENTRO DE REFERENCIA À SAÚDE DO IDOSO DE BELO HORIZONTE Melo LS, Nogueira LM, Azevedo RS Centro de Referência à Saúde do Idoso – Jenny de Andrade Faria. Belo Horizonte, MG.

Introdução: O Sedentarismo, definido segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional 2012-2014

como estilo de vida sedentário¹, é um hábito de vida que se caracteriza por um baixo nível de atividade física² e quando combinado a outros fatores de risco, contribui para a ocorrência de um conjunto de doenças crônicas, como diabetes, osteoporose, câncer de colon e próstata, obesidade e, sobretudo doenças cardiovasculares³. Dessa forma, o reconhecimento do estilo de vida sedentário nos idosos se faz necessário para o planejamento e implementação de medidas de prevenção de agravos decorrentes do sedentarismo.

Objetivo: Avaliar a prevalência do estilo de vida sedentário nos idosos atendidos em um Centro de

Referencia do Idoso, no município de Belo Horizonte, Minas Gerais através do levantamento do título diagnóstico de enfermagem: Estilo de vida sedentário.

Método: Trata-se de um estudo com enfoque quantitativo, descritivo, com componente prospectivo. A

população constitui-se de 26 pacientes. Os critérios de inclusão foram possuir mais de 60 anos e aceitarem a participar da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Não foram excluídos nenhum paciente da pesquisa, pois todos preencheram os critérios de inclusão. Os dados foram coletados por meio da consulta de enfermagem, em que os pacientes tiveram identificados o título diagnóstico Estilo de Vida Sedentário de acordo com a Taxonomia II da NANDA I 2012-2014. Os dados foram registrados em um impresso próprio desenvolvido pelas autoras. Em seguida os dados foram compilados em uma planilha do Microsoft Excel 2007 e realizado à análise descritiva de frequência simples para variáveis nominais ou categóricas e de tendência central (média).

Resultado: Dos 26 pacientes atendidos através da consulta de enfermagem, 85% dos pacientes

pertencem ao sexo feminino e 15% ao sexo masculino. Da população total estudada, 8 pacientes (31%) não apresentaram estilo de vida sedentário e 18 pacientes (69%) apresentaram estilo de vida sedentário.

Conclusão: Observa-se que o diagnostico de enfermagem Estilo de Vida Sedentário está presente na

maior parcela populacional idosa estudada. Esses dados evidenciam a necessidade do enfermeiro criar estratégias de intervenção, por meio da integração de redes sociais e comunitárias de apoio, objetivando o estímulo a prática regular de atividade física na população idosa e promoção da saúde.

Palavras chave: Taxonomia, sedentarismo.

58. PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS BRASILEIROS ENTRE 2006 E 2010 Mendes, GS; Moraes, CF; Gomes, L Universidade Católica de Brasília, Brasília – Distrito Federal

Introdução: o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo que leva a diversas alterações no

organismo, sejam elas de ordem morfológica, psicológica, funcional ou biológica, acarretando maior susceptibilidade a diminuição da capacidade funcional e a desenvolver doenças crônico-degenerativas. Dentre elas, a hipertensão arterial sistêmica é a mais prevalente entre os idosos.

Objetivo: verificar a prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em indivíduos idosos

brasileiros, entre 2006 e 2010. Método: estudo quantitativo, ecológico, descritivo, no período de 2006 a 2010, com dados sobre HAS

em idosos brasileiros, com idade igual ou superior a 65 anos, coletados no DATASUS, relacionados à: sexo, região geográfica e escolaridade.

Resultado: a prevalência de HAS nas cinco regiões geográficas brasileiras não diferiu ao longo dos

cinco anos estudados. Quanto aos sexos, a prevalência de HAS nas mulheres foi significativamente maior que nos homens em todos os anos avaliados. Nas regiões Centro-Oeste e Norte, a HAS em indivíduos com 0 a 8 anos de estudo não diferiu significativamente daqueles com 9 a 11 anos de estudo. Nessas regiões, a HAS nos sujeitos com 0 a 8 e com 9 a 12 anos de escolaridade foi significativamente maior que nos com 12 ou mais anos. Nas regiões Nordeste e Sudeste, a média de HAS nos indivíduos com 0 a 8 anos de estudo foi significativamente maior que as médias naqueles com 9 a 11 anos e 12 ou mais anos de escolaridade. Na região Sul, a prevalência média de HAS nos com 0 a 8 anos de estudo foi significativamente maior que a prevalência média naqueles com

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9 a 11 anos, a qual, por sua vez, foi significativamente maior que a prevalência média nos sujeitos com 12 ou mais anos de estudo.

Conclusão: a prevalência dessa doença manteve-se elevada, com predomínio no sexo feminino e em

idosos com baixa escolaridade. Tais dados chamam a atenção para ações de prevenção dos fatores de risco e acompanhamento em longo prazo dos idosos hipertensos, com vistas ao aumento da sobrevida e da qualidade de vida desses indivíduos. Palavras-chave: idoso, hipertensão, base de dados

59. O CUIDAR DO CORPO NA TERCEIRA IDADE: PROJETOS PESSOAIS NA VELHICE

Molina ABMT; Souza FDR; Santana CS

Introdução: A população idosa tem crescido devido ao aumento da longevidade. A atividade física e

cuidados com o corpo na velhice é importante na promoção da saúde do idoso. A eficácia de um projeto pessoal está associada ao bem estar e à felicidade, pois as pessoas se sentem melhor quando fazem alguma tarefa significativa e esperam fazê-la no futuro.

Objetivos: Identificar os projetos pessoais de um grupo de idosos em relação aos cuidados com o

corpo. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre intervenção com participantes da Oficina de

Memória (OFM) realizada no período de 2h, 1x/semana em Ribeirão Preto. Participaram 14 mulheres, com idade entre 59 e 75 anos de diferentes níveis econômicos e educacionais. Os instrumentos de coleta foram: questionário sobre as expectativas quanto ao Pilar Físico e discussão sobre o que gostariam de mudar em relação ao corpo. No segundo encontro, em subgrupos houve discussão com participantes e monitores da OFM sobre as memórias envolvendo alimentação, família, dificuldades sobre cozinhar para si mesma e estratégias para alcançar os objetivos traçados.

Resultados: principais respostas apresentadas: Projetos a curto prazo – realizar mais atividades

físicas, perder peso e melhorar a alimentação, representando 85,7% das respostas; Dificuldades com a alimentação: desmotivação em cozinhar para si mesmas desde a viuvez ou outros eventos vitais, implicando numa baixa qualidade das refeições. Durante a discussão foram propostos locais onde praticar atividades físicas, receitas para melhorar a alimentação e a troca de convites entre as idosas para encontros envolvendo almoço, jantar ou chá, reforçando o contato social prazeroso.

Conclusão: Os projetos para o futuro incluem a identificação e soluções dos problemas envolvendo

diferentes dimensões do sujeito. O cuidado com o corpo envolvendo a alimentação e a atividade física são precursores da longevidade e podem melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Agradecimentos e fontes financiadoras: A Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da

Universidade de São Paulo na modalidade bolsas do Programa Aprender com Cultura e Extensão Universitária.

60. POLÍTICAS PÚBLICAS HABITACIONAIS: UM ESTUDO SOBRE OS CONDOMÍNIOS EXCLUSIVOS PARA IDOSOS

Monteiro LC Universidade Federal de São Carlos –UFSCar - Departamento de Gerontologia - São Carlos- SP

Introdução: O Brasil enfrenta sérios problemas em relação à temática espaço urbano. Alguns grupos

etários, como o dos idosos, encontram maiores dificuldades para garantir sua integração socioespacial. Essa questão, aliada à demanda por moradia digna e ao aumento exponencial do número de pessoas com mais de sessenta anos, está causando um novo desafio para o Brasil no início do século XXI: a responsabilidade de implementar políticas públicas adequadas para a inserção da população idosa nas cidades. Não basta construir a “casa”, é preciso efetivar formas de moradias assistidas.

Objetivo: analisar a tipologia de condomínios exclusivos para idosos, dentre as modalidades de

políticas públicas habitacionais identificadas em revisão da literatura e da legislação. Método: Foram estudados quatro condomínios, com a realização de visitas in locu e entrevistas com

gestores e moradores. Os condomínios selecionados para a análise têm como referencial o programa habitacional do Estado de São Paulo, denominado Vila Dignidade, que adota o conceito de moradia assistida, vislumbrando o fornecimento de serviços de assistência e proteção social, acessibilidade, conforto e segurança. As cidades de Avaré e Itapeva foram as primeiras a inaugurar as unidades habitacionais inseridas no programa. Já os outros dois condomínios, Vila dos Idosos-Pari, em São Paulo, e Recanto Feliz, em Araraquara, são anteriores à política estadual, portanto não contemplam a acessibilidade e o padrão do desenho universal em todas as moradias.

Resultados: Foram entrevistados 78 moradores, representando 36% do total. Dos entrevistados, 90%

residem há mais de um ano. Os índices mais altos estão na Vila Dignidade de Itapeva pois todos mudaram-se na inauguração. 79% moram sozinhos e 21% com o cônjuge ou filho. 48% têm ótima percepção do local onde residem, 36% acha bom, já 15% afirmou que é regular, e somente 1% indicou como ruim morar em condomínio

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exclusivo para idoso. Somando-se os índices considerados, ótimo e bom, obtem-se aprovação de 84% dos moradores.

Conclusão: Os resultados apontam que, embora os moradores aprtem boa percepção em relação à

essa modalidade, há necessidade de diversificar as tipologias habitacionais, atendendo a heterogeneidade do idoso e o perfil do morador de cada localidade. A identidade e o sentido de pertencimento variam, bem como história de vida, etnias, cultura. Estado, família e sociedade têm papel preponderante na realização das políticas e o idoso deve participar ativamente desse processo. 61. OPINIÃO DOS IDOSOS SOBRE OS SERVIÇOS DIPONÍVEIS, SERVIÇOS PRESTADOS, ORIENTAÇÃO

FAMILIAR E ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA: UMA AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Morais Ribeiro JH, Pereira ML, Filipini CB, Monteiro LA, Silva AS, Goyatá SLT Escola de Enfermagem. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Universidade Federal de Alfenas

Introdução: O envelhecimento da população é um dos maiores desafios da saúde pública

contemporânea. Assim, a necessidade de avaliar o processo de trabalho na APS é um tema de destaque na gestão de saúde coletiva e exige esforço coletivo continuado para preparar as unidades para atender à população com eficiência e qualidade.

Objetivos: Avaliar os serviços prestados e disponíveis e a orientação familiar e comunitária de duas

Unidades de Saúde da Família (USF) de Alfenas - MG por meio do PCATool-Brasil, versão adulto. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório realizado com 50 idosos usuários de duas

USF de Alfenas-MG. A amostra foi selecionada através da lista de idosos de cada USF fornecida pelos Agentes Comunitários de Saúde. A coleta de dados foi realizada por entrevistas mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes no ano de 2012. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas, de acordo com a Resolução 196/96, protocolo n. 183.266.

Resultados: Realizou-se 26 entrevistas na USF 1 e 24 entrevistas na USF 2 com usuários com idade

maior ou igual a 60 anos. A amostra da USF 1 foi composta por usuários do sexo feminino (91,6%); casados (75%); brancos (75%) e com média de 67,5 anos. Perfil similar foi encontrado na USF 2, sendo do sexo feminino (84,6%); casados (76,9%); brancos (57,7%) e com média de 66,9 anos. Os escores obtidos pela USF 1 nos atributos serviços disponíveis, serviços prestados, orientação familiar e orientação comunitária foram, respectivamente, 5,76; 4,87; 6,95 e 6,90. Já na USF 2 os mesmos atributos receberam respectivamente 5,50; 4,87; 7,40 e 6,75.

Conclusões: Existe a necessidade de ampliação da gama de serviços ofertados para a população e de

incentivo ao uso adequado dos serviços disponíveis pelas USF, visto que os escores obtidos nesses atributos foram baixos. Um incremento na educação em saúde, especialmente quanto a orientações sobre os direitos dos usuários, é necessário nas duas unidades, tendo em vista o alto percentual de usuários que não receberam esse tipo de informação, além de orientações básicas, porém essenciais para a promoção da saúde e para a prevenção de acidentes.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Idoso; Avalição de Serviços de Saúde

62. AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: A ÓTICA DOS IDOSOS SOBRE A

ACESSIBILIDADE, LONGITUDINALIDADE, UTILIZAÇÃO E GRAU DE AFILIAÇÃO Morais Ribeiro JH, Pereira ML, Filipini CB, Monteiro LA, Silva AS, Goyatá SLT Escola de Enfermagem. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Universidade Federal de Alfenas

Introdução: Devido à atual transição demográfica e o conseqüente envelhecimento da população, é

imprescindível que os serviços de saúde, em especial os da Atenção Primária à Saúde (APS) estejam preparados para atender à população com eficiência e qualidade. A necessidade de avaliar o processo de trabalho na APS é um tema de destaque na gestão de saúde coletiva.

Objetivos: Avaliar a acessibilidade, longitudinalidade, utilização e grau de afiliação de duas Unidades

de Saúde da Família (USF) de Alfenas - MG por meio do PCATool-Brasil, versão adulto. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório realizado com 50 idosos usuários de duas

USF de Alfenas-MG. A amostra foi selecionada através da lista de idosos de cada USF fornecida pelos Agentes Comunitários de Saúde. A coleta de dados foi realizada por entrevistas mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes no ano de 2012. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas, de acordo com a Resolução 196/96, protocolo n. 183.266.

Resultados: Realizou-se 26 entrevistas na USF 1 e 24 entrevistas na USF 2 com usuários com idade

maior ou igual a 60 anos. A amostra da USF 1 foi composta por usuários do sexo feminino (91,6%); casados (75%); brancos (75%) e com média de 67,5 anos. Perfil similar foi encontrado na USF 2, sendo do sexo feminino (84,6%); casados (76,9%); brancos (57,7%) e com média de 66,9 anos. Os escores obtidos pela USF 1 nos atributos acessibilidade, longitudinalidade, utilização e grau de afiliação foram, respectivamente, 4,68; 6,60; 7,87 e 9,72. Já na USF 2 os mesmos atributos receberam respectivamente 2,88; 6,40; 7,40 e 9,74.

Conclusões: O PCA-Tool mostrou-se um importante instrumento de avaliação da APS uma vez que

possibilita identificar aspectos até então não mensurados por outras ferramentas. Os altos escores obtidos nos

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atributos utilização e grau de afiliação demonstram que os usuários assumem as USF como serviços de referência quando precisam de atendimentos em saúde e que seus serviços estão sendo amplamente utilizados. Os baixos escores do atributo acessibilidade expõem a necessidade da ampliação dos horários e dias de funcionamento, juntamente com o número de atendimentos realizados pelos profissionais de saúde das USF.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Idoso; Avalição de Serviços de Saúde

63. PERFIL DO TRAUMA EM IDOSOS INTERNADOS POR ATROPELAMENTO EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA

Morais JR, Silva RMC, Santos AMR, Rodrigues RAP Universidade Federal do Piauí/Departamento de Enfermagem/Teresina-PI

Introdução: Dentre as diversas alterações sofridas pelo organismo com o avançar da idade destacam-

se as modificações sensoriais como audição, visão e o equilíbrio, que, em conjunto ou não com as mudanças fisiológicas, deixam os idosos mais frágeis, susceptíveis e expostos aos agravos por causas externas. As lesões e as mortes advindas dos acidentes de trânsito configuram-se como uma grave e complexa questão de Saúde Pública por acompanharem o desenvolvimento econômico e tecnológico da sociedade moderna e por ocasionarem um elevado número de mortes e sequelas.

Objetivo: Caracterizar o perfil do trauma em idosos internados por atropelamento em um hospital de

urgência nos anos de 2010 e 2011. Método: Estudo observacional transversal realizado em um hospital público de referência no

atendimento de Urgência e Emergência, por meio de pesquisa direta nos prontuários arquivados no Serviço de Arquivo Médico e Estatística. A população foi composta por todos os idosos vítimas de acidentes de trânsito internados por atropelamento nos anos de 2010 e 2011, totalizando 73 sujeitos. Para a coleta de dados foi utilizado um formulário contendo dados sociodemográficos e relativos às circunstâncias do acidente. Os dados foram codificados e transcritos utilizando o Microsoft Excel, importados e analisados no software Statistical Package for Social Sciences, versão 19.0. A pesquisa foi aprovada sob a CAAE número 02342412900005393.

Resultados: Do total de 73 idosos internados por atropelamento, a média da idade foi de 69,4 anos

(dp=7,1), mediana de 69anos e variação entre 60 e 92 anos. Destes, 52,1% encontravam-se na faixa etária de 60-69 anos; 56,2% eram do sexo masculino, casados (52,1%). A região corpórea mais atingida foram os membros inferiores e a cabeça (28,8%). O dia da semana que mais ocorreu acidente foi à sexta-feira (27,4%), 76,7 %, foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, sendo que 50,7 % dos atropelamentos foram provocados por motocicleta. A alta hospitalar foi à condição de saída de maior frequência (64,2%). Do total de óbitos, a maior parte ocorreu entre as vítimas de traumatismo cranioencefálico (5,5%).

Conclusão: Identificou-se um importante número de vítimas do sexo masculino, na faixa etária de 60 a

69 anos apresentando lesões predominantemente nos membros inferiores e cabeça, requerendo medidas de educação e conscientização no transito, focalizadas principalmente nos motociclista, principais envolvidos nos atropelamentos.

Palavras-chave: Idosos; Acidentes de trânsito; Lesões; Enfermagem.

64. COMEMORANDO O DIA DOS AVÓS NO SERVIÇO DE SAÚDE: OPORTUNIDADE DE AÇÃO INTERGERACIONAL – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Nascimento RG, Garcia RR, Santos MCB, Afonso VLM, Nascimento VS, Souza VL Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” – São Paulo/SP

Introdução: as ações intergeracionais são cada vez mais divulgadas na comunidade, como alternativas

de valorização da velhice e proteção aos idosos. Objetivo: apresentar resultados do trabalho intergeracional realizado em Comemoração ao Dia dos

Avós. Metodologia: foi realizado evento em serviço de atenção secundária à saúde do idoso, em

comemoração ao Dia dos Avós, em julho de 2013. Foram convidados usuários, seus netos/familiares, profissionais do serviço e seus avós ou netos, sendo desenvolvidos jogos, música e dança, apresentação de poesia, dinâmicas de grupo, para promover integração entre gerações, propiciando resgate de valores e socialização entre faixas etárias, além da homenagem aos avós.

Resultados: participaram 130 pessoas, sendo 90 idosos. As atividades de roda (música e dança)

envolveram todos, trazendo sentimentos de pertencimento, aumento do bem estar e da auto estima. Notou-se que algumas crianças motivaram seus avós a participarem das atividades e outras auxiliavamnos na prática dos exercícios propostos pela educadora física, em que também participaram idosos voluntários e alunos do Programa de Aprimoramento Multiprofissional em Gerontologia da unidade. Foi recitada uma poesia composta por um usuário idoso e voluntário, mostrando às gerações mais novas outra vertente do envelhecimento, em que é possível ser ativo, independente, contribuir para a sociedade e que estas pessoas precisam ser respeitadas e acolhidas. Os idosos sentiram-se orgulhosos em trazerem familiares e netos ao serviço, considerando-o também como um Centro de Convivência, local em que podem praticar atividades de promoção de saúde, produzir materiais em oficinas, ou seja, um local que oferece muito mais do que consultas ou exames. Por sua vez, os netos podem participar das atividades de seus avós, vivenciando desde cedo a necessidade de formas de tratamento adequadas ao idoso, bem como de informações sobre particularidades da senescência. A estratégia

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intergeracional já é utilizada no serviço para enfoques como educação para o enfrentamento da violência contra a pessoa idosa, por meio de parcerias com escolas de ensino médio/fundamental, e conscientização sobre a importância da erradicação dos preconceitos contra a velhice.

Conclusão: o trabalho educativo permanente e persistente, executado nas atividades intergeracionais,

proporcionam benefícios mútuos para idosos e outras pessoas, contribuindo para valorização do idoso como membro importante na sociedade e na família.

Palavra-chave: Envelhecimento; Humanização da assistência; Desenvolvimento da comunidade

65. IDOSO, POETA E VOLUNTÁRIO: RETRATOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ENVELHECIMENTO ATIVO

Nascimento RG, Garcia RR, Afonso VLM, Nascimento VS, Oliveira TA, Souza VL Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” – São Paulo/SP

Introdução: este relato de experiência descreve a presença do usuário idoso e voluntário em ações de

humanização e capacitação, podendo seu formato ser implantado ou adaptado em outros equipamentos. Objetivo: relatar a influência da poesia como recurso de empoderamento e capacitação nas atividades

de Atenção ao Idoso. Metodologia: relato da participação social do idoso, por meio da elaboração e apresentação de poesias

em várias atividades, e suas repercussões. Resultados: tratam-se de poesias elaboradas para ocasiões específicas, relacionadas à Gerontologia e

que abordam temas como violência contra o idoso, prevenção de quedas, datas comemorativas, serviços de saúde, educação e promoção de saúde. São abordados temas relacionados aos aspectos socioafetivos da velhice, como perdas, solidão, medo, lembranças da infância e da juventude, preconceito, os amores, namoro, netos, liberdade, maturidade. O autor já publicou 7 livros, escreveu mais de 600 poesias e participou de vários concursos literários para idosos. Hoje atua como voluntário em serviço de saúde especializado em atendimento ao idoso, junto à equipe de humanização, favorecendo o estabelecimento de vínculo entre serviço e população, bem como acolhimento às necessidades e peculiaridades do usuário. Já participou de atividades de capacitação para profissionais de saúde de outros equipamentos por meio de contação de histórias (abordando o tema medo de cair em evento sobre prevenção de quedas), escrevendo e recitando poesias em eventos de capacitação para Atenção Básica e para idosos sobre o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa, encontros intergeracionais entre crianças e idosos, bailes e outros. As poesias são bem recebidas pelos diferentes públicos e as apresentações geram sentimentos de alegria, pertença, orgulho, preservação da auto imagem e de aumento da auto estima, promovendo empoderamento ao idoso. Ainda, auxiliam na mudança de paradigma da imagem do envelhecimento, por parte dos diversos membros da sociedade, como processo terminal, associado à doença e à incapacidade, bem como à imagem de inutilidade gerada pela aposentadoria, ou à perda da capacidade de aprender e de criar.

Conclusão: O envelhecimento ativo é caracterizado pelos pilares de segurança, saúde, participação

social e proteção. É fundamental ao idoso inserir-se na sociedade de forma prazerosa, útil e consciente, contribuindo para sua saúde física e mental e melhorando a imagem e o papel do idoso na sociedade.

Palavras-chave: Envelhecimento; Participação Social; Humanização

66. KARATÊ–DÔ “CAMINHO DAS MÃOS VAZIAS”

Ogido AM, Garcia RR, Berardi G, Machado NT Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” – São Paulo – SP

Introdução: A participação regular em programas de exercício físico tem sido uma das alternativas para

amenizar o impacto do envelhecimento sobre algumas funções fisiológicas, pois o sedentarismo prolongado leva a uma diminuição gradativa da aptidão física.

Objetivo: Apresentar resultados e benefícios da prática de karatê por um grupo de idosos de um

serviço público especializado. Metodologia: Encontros uma vez por semana com duração de 1h e 30 min. Os alunos participam de

outras atividades como as aulas de ginástica, alongamento, Tai Chi e grupos educativos. A idéia da criação deste grupo partiu da procura de novas técnicas que ajudassem o idoso na prevenção de quedas.

Resultados: Atualmente um grupo possui 45 idosos. 15 homens e 30 mulheres com idade média de 68

anos, sendo a mais nova com 60 anos e o mais idoso com 78 anos. O Karatê desenvolve principalmente a concentração, rapidez de raciocínio, elasticidade, coordenação motora e fortalecimento muscular, tornando os idosos mais ativos, fortes, perspicazes e resistentes nas atividades cotidianas. Há também ganhos na orientação espacial. A prática aumenta o senso de responsabilidade, o espírito de disciplina, além de valorizar a busca contínua do aprimoramento do caráter. De acordo com Nakayama (1979), um karateka, através das práticas, domina todos os movimentos do corpo, como flexões, saltos, aprendendo a o corpo para frente e para trás, para cima e para baixo, de modo livre e uniforme. Observou-se a melhora no condicionamento físico, mas principalmente no empoderamento e melhora nas relações sociais dos praticantes desta atividade. Estes benefícios foram concretizados em ações dentro do próprio serviço de saúde: os idosos passaram a participar mais ativamente de trabalhos voluntários, eventos e festas na instituição, tornaram-se multiplicadores em diversos grupos educativos do IPGG como o Projeto Agentes Multiplicadores. Os benefícios da prática do Karatê são muitos, principalmente para os Idosos, onde o equilíbrio e a flexibilidade representam qualidade de vida e

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mais segurança, diminuindo a possibilidade de quedas e fraturas. Com o treinamento adequado, é possível melhorar diferentes capacidades físicas, como força, flexibilidade, resistência e agilidade.

Conclusão: O karatê incentiva o idoso a vencer seus próprios limites na vida, sendo assim, um

componente fundamental no auxílio, na modificação do estilo de vida e na adoção de uma vida mais ativa e saudável.

Palavras-chave: Equilíbrio Postural, Exercício físico, Idoso

67. A PESSOA IDOSA NO CONTEXTO DO SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO Oliveira F, Morais Ribeiro JH, Goyatá SLT, Mendes MA Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG

Introdução: O Serviço Residencial Terapêutico – SRT foi instituído como proposta de moradia para

egressos de hospitais psiquiátricos, que passaram por um longo período de internação. Nesse sentido, a assistência de enfermagem sistematizada, baseada na identificação das respostas do morador aos processos de saúde-doença e também aos processos vitais pode favorecer o cuidado e, consequentemente, sua qualidade de vida.

Objetivos: Realizar a sistematização de enfermagem para uma pessoa idosa moradora do SRT. Metodologia: Estudo exploratório, descritivo e conduzido por meio de um estudo de caso. Para o

levantamento das informações foi feito um roteiro de pesquisa contemplando: identificação, entrevista, abordando os 13 Domínios Funcionais de Saúde de Gordon, exame físico e a avaliação psicopatológica.

Resultados: Foram detectadas 23 hipóteses potenciais para DE. Após o teste das hipóteses

diagnósticas foi confirmado 12 DE e, na elaboração da rede de ligação entre estes foi elencado os três principais DE; são eles: Incontinência urinária funcional, Débito cardíaco diminuído e Perfusão tissular periférica ineficaz. Para cada DE foi elaborado um quadro dos resultados de enfermagem esperados de acordo com os indicadores atuais. No total obtivemos seis intervenções de enfermagem, totalizando 45 atividades para serem implementadas na assistência ao morador idoso.

Conclusões: O uso da linguagem padronizada NANDA-I/NIC/NOC representa um avanço na qualidade

da assistência prestada, considerando que se trata de uma linguagem validada e codificada. A apropriação e desenvolvimento de conhecimento específico da nossa prática, nos torna capazes de agir com autonomia no desempenho do nosso papel clínico de enfermeiro. Nesse contexto a Sistematização da Assistência Enfermagem com a utilização das Classificações, é uma ferramenta útil na construção de um novo fazer para a profissão, que associada ao raciocínio diagnóstico e terapêutico nos possibilita participar nas mudanças de saúde do indivíduo.

Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Enfermagem geriátrica, Instituições residenciais.

68. UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS DE UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO INTERIOR MINEIRO: UM OLHAR SOBRE A POLIFARMÁCIA

Oliveira REM, Nascimento MMG, Pereira ML Universidade Federal de São João Del-Rei. Campus Centro-Oeste – Divinópolis, MG

Introdução: Os medicamentos representam um dos instrumentos terapêuticos mais importantes da

atenção à saúde do idoso. Este grupo etário, que cresce aceleradamente no Brasil, tende a utilizar múltiplos medicamentos e, portanto, apresentar um risco mais elevado de apresentar eventos adversos associados a medicamentos. Logo, estudos de utilização de medicamentos na Atenção Primária à Saúde (APS) fazem-se necessários objetivando contribuir para a elaboração de políticas públicas.

Objetivos: Descrever quali e quantitativamente a utilização de medicamentos por idosos em uma

Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS), atendo-se a prática da polifarmácia. Métodos: Estudo transversal descritivo realizado em uma UAPS de Divinópolis, Minas Gerais com 100

idosos usuários de medicamentos. Através de uma entrevista semiestruturada coletou-se dados sobre: utilização de medicamentos, características sóciodemográficas e condições de saúde. Além disso, buscou-se identificar a prática de polifarmácia, a qual é definida como uso de cinco ou mais medicamentos diferentes diariamente.

Resultados: A população apresentou média de idade de 68,4 anos, maioria feminina (69%), baixa

escolaridade (20% analfabetos, 60% com ensino fundamental incompleto) e renda (73% com renda até 1 salário mínimo). As principais doenças relatadas foram Hipertensão Arterial Sistêmica (87%) e Diabetes mellitus (34%). A média de medicamentos consumidos foi de 4,3 predominando aqueles com ação no sistema nervoso e cardiovascular. Observou-se polifarmácia em 40% da população. Não se detectou associação estatisticamente significativa entre sexo, escolaridade ou renda e polifarmácia. Logo, a polifarmácia é uma situação preocupante, uma vez que, não privilegia nenhum grupo específico de idosos. Esta prática leva a alguns desdobramentos indesejáveis: reações adversas, interações medicamentosas e dificuldades no cumprimento da prescrição. A proporção de usuários de múltiplos medicamentos é um indicador de qualidade da prescrição e da assistência médicosanitária, embora a exposição a múltiplos fármacos não seja sinônimo de prescrição inapropriada.

Conclusões: Considerando o presente estudo, recomenda-se a implantação de estratégias específicas

na APS objetivando-se reduzir a polifarmácia entre os idosos. Isso permite que os prescritores desenvolvam

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regimes posológicos seguros, baseados em evidências que minimizem o risco de reações adversas e permitem melhor adesão ao tratamento farmacológico.

Palavras-chave: Idoso, Polimedicação, Medicamentos para a atenção básica.

69. ESPERANÇA DE VIDA DE ADULTOS E IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM ESTÁGIO

AVANÇADO Ottaviani AC, Pavarini SI, Orlandi FS Universidade Federal de São Carlos- Departamento de Gerontologia - São Carlos- SP

Introdução: A transição demográfica acarreta no aumento do número de idosos na população, e esse é

um fenômeno mundial. Associado a esse processo, têm-se a transição epidemiológica, com a prevalência das doenças crônicas (NARSI, 2008). Dentre as doenças crônicas prevalentes na população a Doença Renal Crônica (DRC), demanda um tratamento longo e penoso, que pode afetar a esperança de vida da pessoa acometida por tal patologia (COUTINHO; TAVARES, 2011). No entanto sustentar, a esperança frente a doença, é um processo contínuo e importante, pois estimula o indivíduo a buscar novos caminhos (PILGER et al., 2010).

Objetivo: Avaliar a esperança de vida de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Método: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com abordagem quantitativa. A amostra

foi composta por 117 sujeitos. Os dados foram coletados, por meio de entrevista individual, utilizando-se os seguintes instrumentos: caracterização dos sujeitos e a Escala de Esperança de Herth.

Resultados: Observa-se que a média de idade dos sujeitos estudados foi de 56,47 (±14,48) anos e de

escolaridade foi de 3,28 (±1,72) anos. A maioria era de etnia branca (60,3%) e possuía parceiro fixo (59,8%). Quanto à renda familiar informada, 54,3% (n= 69) recebiam de 1 a 5 salários mínimos. A média do tempo de hemodiálise foi de 45,6 meses. Em relação à religião, houve a predominância da religião católica (70,7%), seguida da evangélica (22,0%), sendo que do total de religiosos, 68,3% eram praticantes. O escore médio da Escala de Esperança de Herth foi 38,06 (±4,32). O estudo que adaptou e validou a referida escala para o contexto brasileiro obteve o escore médio para os pacientes oncológicos de 41,57 (±4,60) e para os pacientes diabéticos 40,46 (±4,88).

Conclusão: Frente ao exposto, observa-se que o nível de esperança dos idosos renais crônicos em

hemodiálise avaliados no presente estudo foi inferior ao nível de esperança dos pacientes com câncer e/ou diabetes estudados na pesquisa que validou a EEH. Contudo, torna-se premente realizar intervenções com intuito de melhorar o nível de esperança e de qualidade de vida desses idosos e ainda deve-se considerar o constructo durante a assistência prestada pelos profissionais de saúde, pois isso auxiliará no enfrentamento da doença e tratamento.

Palavras-chave: Esperança de Vida, Adultos e Idosos.

Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

70. ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE OS PROCESSOS DE ENVELHECIMENTO: CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Pedro WJA, Coelho WF, Orlandi BDM, Padula GO, Castro PC, Silva MC Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade, São Carlos- SP.

Fundamentação teórica: Inserindo as discussões sobre os processos de envelhecimento numa

perspectiva interdisciplinar criou-se um grupo de pesquisas no Conselho Nacional de Pesquisa. O Núcleo propõe a produção e disseminação de conhecimentos científicos e tecnológicos da gerontologia social, para que estes constituam um componente central da cultura, da consciência social e da inteligência coletiva para a promoção do envelhecimento ativo.

Objetivo: Relatar a experiência do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Gerontologia

Social - NIEPGS. Justificativa: No Brasil, as estatísticas apontam cerca de 22 milhões de pessoas idosas, o que representa aproximadamente 10% da população brasileira. Projeções para 2025 apontam 35 milhões de brasileiros maiores de 60 anos. Sintonizado com as demandas sócio-históricas propõe-se estudos e pesquisas priorizando a promoção do envelhecimento ativo no contexto da gestão pública. A ampliação da expectativa de vida, a prevenção de doenças crônicas e degenerativas, as mudanças no mundo do trabalho e nas políticas sociais, os novos arranjos sociais e familiares desafiam-nos continuamente e precisam ser compreendidos, analisados e socialmente trabalhados. Descrição da

Experiência: O NIEPGS propõe subsidiar a compreensão da diversidade do envelhecimento, norteado

pelas preocupações: quem é o (a) brasileiro (a) em processo de envelhecimento? Como está envelhecendo? Quais estratégias de promoção do envelhecimento ativo são desenvolvidas? Como a Gestão pública se insere neste processo?

Método: Estudos de caráter quali-quantitativos, nos quais as frentes complementares de investigação

se completam: 1) aprofundamento teóricos e metodológicos das ciências humanas sobre os processos de

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Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46(Supl.4) IV Colóquio Internacional de Gerontologia http://www.fmrp.usp.br/revista

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envelhecimento; 2) estudos sobre estratégias, políticas e práticas junto a organizações e programas interventivos nos processos de envelhecimento.

Resultados e discussão: Temas referentes ao processo de construção da identidade, trabalho e

envelhecimento, participação social, processos grupais, formas de gestão de organizações, tecnologias em saúde, dimensões sociais da ciência e tecnologia; redes de suporte social, relações de gênero e interacionais formas de gestão de organizações e tecnologias em saúde são objetos de estudo trabalhados no grupo.

Considerações finais: Projetos tem sido desenvolvidos nos vários níveis de formação acadêmica, com

resultados divulgados nacionais e internacionalmente. Palavras-chave: Envelhecimento – Domínios científicos – Ciência, Tecnologia e Sociedade.

71. FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME DE FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA

Pegorari MS, Tavares DMS Programa de Pós-Graduação stricto-sensu em Atenção à Saúde - Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM - Uberaba/MG

Introdução: Fragilidade é compreendida como síndrome de natureza clínica e preditor de desfechos

adversos como agravamento de doenças, comorbidades, quedas, institucionalização, hospitalização, incapacidade e morte. No Brasil, verifica-se escassa produção científica, denotando a necessidade de investigação desta temática.

Objetivo: Identificar a ocorrência e os fatores associados à condição de pré-fragilidade (PF) e

fragilidade (F) em idosos residentes em área urbana. Métodos: Estudo transversal, observacional e analítico conduzido em 2012 com 958 idosos residentes

em Uberaba/MG. Utilizaram-se os instrumentos: Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional (BOMFAQ), Escalas (Depressão Geriátrica Abreviada, Katz e Lawton) e Fenótipo de F, sendo

os indivíduos categorizados em não frágil (n=313), pré-frágil (n=522) e frágil (n=123). Procedeu-se com a análise de regressão logística multinomial (p<0,05) por meio do programa Statiscal Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, nº 2.265.

Resultados: A ocorrência de PF foi de 55,4%, enquanto que F correspondeu a 12,8%. Consolidaram-se

como fatores associados à condição de PF e F, respectivamente: as faixas etárias de 70 a 79 anos [(OR=2,09; IC95%=1,48-2,96; p<0,001); (OR=2,06; IC95%=1,10-3,58; p=0,022)] e 80 anos ou mais [(OR=2,42; IC95%=1,49-3,90; p<0,001); (OR=5,98; IC95%=2,96-12,09; p<0,001)], uso de 1 a 4 medicamentos [(OR=1,62; IC95%=1,03-2,52; p=0,035); (OR=3,67; IC95%=1,05-12,78; p=0,041)] e 5 ou mais [(OR=2,36; IC95%=1,36-4,10; p=0,002); (OR=6,06; IC95%=1,65-22,17; p=0,006)], morbidades autorreferidas [(OR=1,08; IC95%=1,01-1,15; p=0,017); (OR=1,15; IC95%=1,05-1,26; p=0,002)], incapacidade funcional para atividades instrumentais de vida diária (AIVD) [(OR=1,47; IC95%=1,06-2,05; p<0,001); (OR=5,31; IC95%=2,46-11,41; p<0,001)], e percepção de saúde péssima/má/regular [(OR=1,67; IC95%=1,19-2,33; p=0,002); (OR=1,82; IC95%=1,08-3,05; p=0,023)]. Já o estado conjugal sem companheiro (OR=1,84; IC95%=1,27-2,67; p<0,001) permaneceu associado à PF, enquanto que a hospitalização no último ano (OR=2,89; IC95%=1,60-5,24; p<0,001), incapacidade funcional para atividades básicas de vida diária (ABVD) (OR=8,68; IC95%=1,73-43,51; p=0,009) e indicativo de depressão (OR=1,80; IC95%=1,04-3,12; p=0,033) para a F.

Conclusão: Os estados de PF e F apresentaram elevado percentual de ocorrência associadas a

maiores chances para condições adversas de saúde. Palavras-chave: Idoso fragilizado; razão de chances; saúde do idoso.

Fontes financiadoras: FAPEMIG e CNPq.

72. SÍNDROME DE FRAGILIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA Pegorari MS, Tavares DMS Programa de Pós-Graduação stricto-sensu em Atenção à Saúde - Universidade Federal do Triângulo Mineiro –

UFTM - Uberaba/MG

Introdução: Fragilidade e seus desfechos adversos podem impactar negativamente a qualidade de vida

(QV) de indivíduos idosos. No Brasil, não foram identificados até o presente momento, estudos disponíveis que investigassem a QV de idosos em condição de fragilidade.

Objetivo: Comparar os níveis de fragilidade com os escores dos domínios e facetas de QV de idosos

residentes em área urbana. Metodologia: Estudo transversal, observacional e analítico conduzido em 2012 com 958 idosos

residentes na zona urbana do município de Uberaba/MG. Utilizaram-se os instrumentos: Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional (BOMFAQ), Escala de Depressão Geriátrica Abreviada, World Health Organization Quality of Life – Bref (WHOQOL-BREF), World Health Organization Quality of Life Assessment for Older Adults (WHOQOL-OLD) e Fenótipo de Fragilidade (perda de peso não intencional, autorrelato de fadiga

e/ou exaustão, diminuição da força muscular, lentidão na velocidade de marcha e baixo nível de atividade física), sendo os indivíduos categorizados em não frágil (nenhum item - n= 313), pré-frágil (um ou dois itens - n= 522) e

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frágil (três a cinco itens – n= 123). Procedeu-se com a análise de regressão linear múltipla para ajuste considerando as variáveis (idade, sexo, estado conjugal, escolaridade, número de morbidades e indicativo de depressão) (p<0,05), por meio programa estatístico Statiscal Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer nº 2.265.

Resultados: A ocorrência de pré-fragilidade foi de 55,4%, enquanto que fragilidade correspondeu a

12,8%. A condição de fragilidade permaneceu associada aos menores escores nos domínios físico (β=-0,296; p<0,001) e psicológico (β=-0,059; p=0,056), assim como nas facetas autonomia (β=-0,075; p=0,030) e participação social (β=-0,155; p<0,001). Já a condição pré-fragilidade permaneceu associada aos menores escores nos domínios físico (β=-0,232; p<0,001), psicológico (β=-0,094; p=0,002), relações sociais (β=-0,123; p<0,001), meio ambiente (β=-0,088; p=0,007), assim como nas facetas funcionamento dos sentidos (β=-0,080; p=0,022), autonomia (β=-0,102; p=0,002), atividades passadas presentes e futuras (β=-0,087; p=0,010) e participação social (β=-0,134; p<0,001).

Conclusão: As condições de pré-fragilidade e fragilidade foram associadas aos menores escores de QV nos domínios do WHOQOL-BREF e facetas do WHOQOL-OLD.

Palavras-chave: Idoso fragilizado; qualidade de vida; saúde do idoso.

Fontes financiadoras: FAPEMIG e CNPq.

73. ATENDIMENTO NUTRICIONAL EM AMBULATÓRIO DE IDOSO Pereira EMS, Prado LC, Silva KF Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) – Uberaba - MG

Introdução: Com o avanço do envelhecimento da população brasileira e o aumento da prevalência de

sobrepeso e obesidade neste grupo, o atendimento de idosos pelas várias especialidades da saúde torna-se essencial, considerando a importância do auto-cuidado no controle de doenças.

Objetivos: Levantar motivos para a procura do atendimento nutricional; realizar avaliação nutricional;

estabelecer plano de metas para tratamento nutricional. Métodos: O estudo teve abordagem qualitativa/quantitativa e foi realizado no Ambulatório de Atenção

Nutricional do Adulto e do Idoso da UFTM. A população estudada foi a de idosos atendidos no ambulatório. Na primeira consulta, era realizada avaliação nutricional, utilizando-se peso e estatura para cálculo de IMC, além de circunferência abdominal e investigação da história alimentar. O idoso e/ou acompanhante era ouvido, a fim de se detectar motivos para a procura do atendimento e comportamentos de risco para a condição nutricional. Um plano de metas para o tratamento nutricional do idoso era estabelecido e os retornos aconteciam com intervalos mensais ou de acordo com a necessidade do caso. No primeiro momento, eram sugeridas adaptações da dieta usual e, nos retornos, o plano alimentar com refeições, listas de substituições de alimentos e receitas era fornecido e discutido com o paciente, sendo modificado de acordo com a necessidade e/ou adesão.

Resultados: Foram atendidos, de fevereiro a agosto de 2013, 95 pacientes em primeira consulta e 148

retornos. Após avaliação nutricional, detectaram-se 48% dos pacientes com obesidade, 31% deles com sobrepeso, 12% eutróficos e 9% com desnutrição. Os dados de circunferência abdominal demonstraram risco para doenças cardiovasculares para 87% da população estudada. Os principais motivos relatados para a procura do atendimento foram a necessidade de perda de peso (73%), em função da hipertensão arterial e/ou diabetes; ganho de peso (7%); doenças gastrointestinais (16%); dentre outros (4%).

Conclusões A investigação tem demonstrado o aumento de encaminhamentos por diversos

profissionais da saúde e de procura espontânea para o atendimento nutricional em função do excesso de peso da população idosa, assim como a necessidade de esse estabelecer plano de metas para um tratamento mais especializado, direcionado a cada condição de saúde.

Palavras-chave: Idoso, nutrição, obesidade

74. ESTUDO COMPARATIVO DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM REPOUSO DE IDOSOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS

Pletsch AHM, Silveira NJF, Osorio RAL Universidade Vale do Paraiba-UNIVAP/São José dos Campos-SP.

Introdução e/ou Fundamentos: A importância da análise de sinais da variabilidade da freqüência

cardíaca (VFC) está relacionada com o estudo do Sistema Nervoso Autônomo(SNA) podendo ser um indicador prognóstico de algumas doenças cardíacas e sistêmicas uma vez que possibilita a avaliação do equilíbrio entre as influências autonômicas no ritmo cardíaco, sendo que os altos valores indicam um bom funcionamento dos mecanismos de controle do SNA (Dekker et al.,2000,Zhu et al,2003).

Objetivos: Avaliar e comparar a VFC no domínio da freqüência e do tempo de idosos com hipertensão

arterial,diabetes e de idosos saudáveis frente a mudança postural na condição de repouso. Métodos: Aprovação do comitê de ética UNIVAP: protocolo H303CEP/2007. Estudo transversal,

quantitativo que incluiu 54 indivíduos acima de 60 anos (idade média:64,44±4,90 anos, altura 1,58±0,07m, peso 68,55 ± 8,50Kg), de ambos os sexos em três grupos:Grupo hipertenso (n=18), Grupo diabético (n=18) e Grupo Controle (n=18). A freqüência cardíaca e os intervalos R-R foram coletados pelo instrumento Polar S810i durante

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1200s nas posturas supina e sentada. A VFC foi analisada no domínio do tempo índice RMSSD-raiz quadrada da média dos quadrados da diferenças entre iR-R sucessivos, SDNN- desvio padrão da média dos iR-R normais e PNN50% traduz a diferença de duração superior a 50 milissegundos, e no domínio da frequência, pelas bandas de alta(AF) e baixa frequência(BF), e da razão BF/AF. Para análise intragrupo e intergrupo foram utilizados, os testes de normalidade D′Agostinho um critério para grupos paramétricos.

Resultados: Ocorreu alteração na VFC dos idosos tanto no grupo controle, diabético e hipertenso, no

entanto não houve mudanças significativas na VFC intergrupos estudados. Conclusão e/ou Considerações finais: A mudança postural alterou a VFC desses idosos tanto no grupo controle,

diabético e hipertenso, no entanto não houve mudanças significativas na VFC entre as fases dos grupos estudados e obteve-se como resultado alto risco cardíaco ao avaliar o parâmetro SDNN em ambos os grupos.

Palavras-chave: hipertensão arterial, idoso, variabilidade da freqüência cardíaca.

75. DOR EM ADULTOS A PARTIR DE 55 ANOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL Pradal LA, Dellaroza MSG, Cabrera MAS, Prado SF, Dip RM Universidade Estadual de Londrina – Centro de Ciências da Saúde. Londrina-PR

Introdução: A dor pode estar associada à incapacidade funcional, potencializada pelo declínio da força

muscular. Objetivo: Analisar a associação de dor com o declínio funcional e composição corporal em adultos

maiores de 55 anos não institucionalizados. Método: estudo transversal os dados foram coletados por meio de entrevista domiciliar e uso de

dinamômetro de preensão palmar, modelo Jamar®, após a orientação sobre o estudo e a assinatura do termo de

consentimento pelos entrevistados ou cuidadores. A coleta ocorreu no município de Cambé em amostra censitária de adultos a partir de 55 anos, no período de abril a outubro de 2012. A análise dos dados ocorreu através do programa EpiInfo3.5.1. As variáveis analisadas foram: idade, capacidade funcional mensurada pelo grau de dependência nas atividades básicas e instrumentais de vida diária e ocorrência de dor em membros inferiores e superiores e força de preensão palmar.

Resultados: a dor em membros inferiores apresentou maior frequência entre os indivíduos muito idosos

(52,6%), seguidos pelos idosos (47,5%) e então pelos adultos (45,1%). O relato de dor em mãos demonstrou uma distribuição similar entre as faixas etárias, variando de 15,8% nos muito idosos, a 17,7% nos adultos. A população estudada apresentou significância estatística entre a dor relacionada à incapacidade nas Atividades Básicas e Instrumentais de Vida Diária, comprovada pelo valor de p=0,05 em cada cruzamento. Significância

também encontrada no declínio de força de preensão palmar quando houve o relato de dor em mãos e membros inferiores.

Conclusão: a dor demonstrou-se capaz de interferir na funcionalidade dos indivíduos estudados,

afetando também sua força de preensão palmar. Conhecer melhor as consequências da dor pode ajudar na definição de políticas para alterar o ciclo: dor, diminuição da mobilidade, aumento da dependência e morte.

Palavras-chave: dor crônica, envelhecimento, atividades cotidianas.

76. IMPORTÂNCIA DE VISITAS DOMICILIARES A IDOSOS PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Prado LC, Pereira EMS, Ribeiro MC, Lopes MJM Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) – Uberaba - MG

Introdução: O envelhecimento requer atenção à saúde dos indivíduos, podendo acarretar dificuldades

de auto-cuidado e necessidade de atendimento domiciliar. Ações educativas com os idosos e seus cuidadores são importantes para prevenção, tratamento e promoção da saúde, fazendo parte da Estratégia de Saúde da Família.

Objetivos: Realizar visitas domiciliares, estabelecendo relação de confiança entre usuários e

profissionais da saúde; realizar orientações relativas ao espaço físico e sua segurança; facilitar cuidados com a alimentação e uso de medicamentos; aferir pressão arterial e medir glicemia.

Métodos: Estudo com abordagem qualitativa em domicílios de idosos cadastrados no Programa de

Saúde da Família, Unidade de Saúde Rosa Maria, Uberaba-MG. Cada idoso cadastrado recebe visita domiciliar uma vez ao mês por equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta, agente comunitário e estudantes da área da saúde. As condições ambientais são observadas e conversa-se com os idosos, familiares e cuidadores para obter informações sobre saúde-doença e as dificuldades sobre as mesmas. A partir das informações obtidas, orientações são realizadas por cada membro da equipe, com abordagens gerais e mais específicas. É feita a aferição da pressão arterial, verificação da glicemia e do uso de medicamentos, para diagnóstico e controle da hipertensão arterial e diabetes, além de avaliar adesão ao tratamento medicamentoso. Para finalizar as ações educativas em saúde, são feitas orientações estratégicas sobre a alimentação adequada e atividade física, para o controle, prevenção e tratamento das diversas patologias, assim como modo de ação dos medicamentos e cuidados com segurança ambiental.

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Resultados: Após análise e investigação das visitas domiciliares realizadas até então, identifica-se um

resultado positivo e satisfatório. A cada retorno às residências, observam-se mudanças nos hábitos e estilo de vida, assim como maior preocupação com saúde e controle de doenças.

Conclusões: A realização de visitas domiciliares e trabalho de educação em saúde são necessários

para melhor abordagem do público atendido. Desta forma, a equipe multiprofissional é importante para esta atividade, afim garantir informações de caráter interdisciplinar, garantir prevenção, controle e promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Palavras-chave: Idoso, Estratégia de Saúde da Família

Fonte Financiadora: Pró-saúde

77. CICLO ERGÔMETRO ASSOCIADO A UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS PARA IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO PILOTO

Rampazo MK, D’Elboux MJ Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Enfermagem (FENF), Campinas, SP.

Introdução: Os bons resultados funcionais e o envelhecimento da população tornam a artroplastia total

de quadril (ATQ) um tratamento cada vez mais frequente para idosos com osteoartrite (OA) de quadril1.

Consequentemente, diversas estratégias reabilitadoras podem ser empregadas e estudadas, dentre elas, o ciclo ergômetro, recurso comumente utilizado e disponível nos centros ou clínicas de reabilitação2.

Objetivo: Avaliar o efeito do ciclo ergômetro associado a um programa de exercícios convencionais nos

resultados funcionais de idosos submetidos à artroplastia total de quadril (ATQ). Métodos: Ensaio clínico piloto, controlado, randomizado e paralelo realizado no Serviço de Fisioterapia

e Terapia Ocupacional de um hospital universitário do interior do estado de São Paulo. Os pacientes com 60 anos ou mais, diagnóstico de OA de quadril, submetidos à ATQ primária, foram consecutivamente recrutados e randomizados em dois grupos. O Grupo 1 (n=3; média de idade= 65,6±8,14) recebeu o programa de exercícios convencionais (50 minutos: exercícios para amplitude de movimento, força muscular,equilíbrio, coordenação e marcha) e Grupo 2 (n=4; média de idade=70,5±7,59) recebeu o programa de exercícios convencionais e o ciclo ergômetro (30 minutos). As sessões iniciaram-se após a terceira semana de pós-operatório e ocorreram duas vezes na semana, durante oito semanas. Os seguintes desfechos foram avaliados antes e após a intervenção: a) função do quadril, pelo questionário Harris Hip Score (HHS)

3, que engloba questões sobre dor, marcha e

atividades de vida diária e b) desempenho físico dos membros inferiores, por meio do Short Physical Performance Battery (SPPB)

3, que propõe testes físicos de equilíbrio, levantar/sentar da cadeira e marcha.

Resultados: As características iniciais dos dois grupos foram similares. O Grupo 2, que realizou o ciclo

ergômetro, apresentou uma melhora significativa na função do quadril (p=0,007) e no desempenho físico dos membros inferiores (p=0,001) após a intervenção. No entanto, na análise comparativa entre os dois grupos e os momentos de avaliação não houve diferenças significativas para as medidas do HHS e do SPPB.

Considerações finais: Este ensaio clínico piloto não demonstrou benefícios da inclusão do ciclo

ergômetro no programa de exercícios convencionais nos resultados funcionais de idosos submetidos à ATQ. Entretanto, por ser uma amostra muito pequena, esse recurso necessita ser melhor investigado.

Palavras-chave: artroplastia de quadril, idoso, terapia por exercício

Fontes Financiadoras: CAPES e CNPq

78. A INFLUÊNCIA DO GÊNERO NAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR IDOSOS PARA RESOLUÇÃO DAS DIFICULDADES NO USO DO APARELHO CELULAR

Raymundo TM, Marques MR, Bernardes MS, Campos BPS, Santana CS Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo - Departamento de Neurociência e Ciências do Comportamento – Ribeirão Preto/SP

Introdução: Frequentemente os idosos se deparam com os desafios impostos pela evolução

tecnológica, sendo que a aceitação e adaptação do uso destes aparelhos no cotidiano podem ser influenciadas por variáveis intrínsecas e extrínsecas ao sujeito.

Objetivos: Analisar a influência do gênero em relação às dificuldades e estratégias adotadas por idosos

no uso de aparelho celular. Materiais e métodos: Estudo exploratório, descritivo e transversal. A amostra foi selecionada por

conveniência. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados: a) questionário socioeconômico; b) questionário para classificação do uso de aparelhos eletrônicos. A análise de dados foi do tipo temática.

Resultados: Participaram do estudo 24 idosos participantes de um projeto de inclusão digital, sendo 12

homens e 12 mulheres. Dos homens a média de idade foi 71 anos, e, 42% tinham ensino fundamental, 8% ensino médio e 50% ensino superior. Das mulheres, a média de idade foi de 67 anos e, 42% tinham ensino fundamental, 33% ensino médio e 25% ensino superior. Quanto aos homens, dois responderam não usar celular, 15% relataram dificuldade em realizar e receber chamadas, 46% em enviar mensagem de texto e 39% relataram

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dificuldades em outras funções do aparelho. Em relação às mulheres, uma relatou não usar o celular, 40% relataram dificuldade em enviar mensagem de texto e 60% em usar outras funções do aparelho. Como estratégias para resolver as dificuldades, 25% dos homens relataram pedir ajuda para alguém, 33% relataram resolvê-las por tentativa e erro e o restante não relataram estratégias. Quanto às mulheres, 50% relataram pedir ajuda a alguém, 25% resolvem suas dificuldades por tentativa e erro e o restante não relataram estratégias. Setzer afirma que os homens estão mais interessados em explorar agressivamente os limites das máquinas em relação às mulheres, o que pode ser notado após análise dos instrumentos, em que mais homens do que mulheres utilizam estratégias de tentativa e erro ao invés de pedir ajuda para terceiros.

Conclusão: Com o estudo foi possível concluir que as mulheres deste grupo e desta geração

apresentam mais dificuldades que os homens em executar outras funções dos aparelhos, as quais não foram especificadas no questionário e os homens apresentam mais iniciativa na exploração do equipamento. Sugere-se uma amostra maior para futuros estudos comparativos entre o gênero e a utilização de tecnologias por idosos principalmente cruzando dados de escolaridade e aceitação de tecnologia.

Palavras-chave: Tecnologia. Idoso. Solução de problemas.

79. MORBIDADES E INCAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE 75 ANOS E MAIS: ESTUDO LONGITUDINAL

Reis NA, Dias FA, Tavares DMS Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Departamento de Enfermagem. Uberaba, Minas-Gerais.

Introdução: As morbidades entre os idosos predispõem a incapacidade funcional (IF) para a realização

das atividades da vida diária (AVD). O estudo da evolução das morbidades/incapacidades tem ajudado a compreender como a longevidade tem sido vivida e contribui para avaliar o estado de saúde e o impacto sobre os próprios idosos, a família, comunidade e sistema de saúde.

Objetivo: Verificar a evolução do número de morbidades e de incapacidades funcionais entre os idosos

de 75 anos e mais nos anos de 2005, 2008 e 2012. Metodologia: Estudo analítico, longitudinal e observacional. Participaram 308 idosos com 75 anos e

mais entrevistados em 2005, 2008 e 2012 por meio de instrumento semiestruturado. Considerou-se IF quando o idoso não conseguiu realizar sem auxílio, determinada AVD. Foi construída uma planilha eletrônica no programa Excel® e os dados transportados para o SPSS versão 17.0. Os dados foram submetidos à análise descritiva e ao teste ANOVA-F com medidas repetidas a um fator (p<0,05). Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, protocolos de Nº 553, Nº 897 e Nº 2265.

Resultados: A maioria era do sexo feminino (67,2%), viúvos (55,2%), 4├8 anos de estudo (34,9%) e

renda individual mensal de um salário mínimo (52,8%). Em 2005 e 2008, as morbidades prevalentes foram às mesmas: problemas de visão (75,7% e 73,7%), problemas de coluna (58,4% e 62,7%) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (54,2% e 62,0%), respectivamente. Em 2012, predominaram a HAS (67,8%), os problemas de visão (51,9%) e os problemas de coluna (51,6%). Concernente à IF, em 2005 e 2012 houve predomínio para: cortar as unhas dos pés (18,8% e 36,4%), subir e descer escadas (1,9% e 5,8%) e ir ao banheiro (1,3% e 5,5%), respectivamente; em 2008: cortar as unhas dos pés (28,6%), subir e descer escadas (3,9%) e andar perto de casa (1,9%). Observou-se aumento significativo do número de IF entre os anos (F=18,772; p<0,001). Quanto às

morbidades observou-se aumento significativo entre o ano de 2005 comparado a 2008 e 2012; porém, diminuição entre 2008 e 2012 (F=75,863; p<0,001).

Conclusão: Evidencia-se a necessidade de acompanhar as condições de saúde dos idosos com a

finalidade de postergar a evolução das morbidades e prevenir o aparecimento de complicações, bem como desenvolver ações de estímulo à funcionalidade visando à melhoria da capacidade funcional.

Palavras-chave: Saúde do idoso; Morbidade; Envelhecimento.

Financiamento: FAPEMIG e CNPq.

80. QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DIABETES UTILIZANDO O INSTRUMENTO DIABETES 39 (D-39)

Zulian LR; Santos MA; Veras VS; Arrelias CCA; Rodrigues, FFL; Zanetti ML

Introdução: o Diabetes Mellitus (DM) é considerado um problema de saúde publica e requer cuidado

permanente para a prevenção das complicações crônicas. Reconhece-se que o DM é uma doença que causa impacto negativo na vida biopsicossocial das pessoas manifestado por sentimento de raiva, revolta e, às vezes, pode chegar à depressão, o que compromete a sua Qualidade de Vida (QV). QV é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações(1).

Objetivo: Investigar a QV específica de pacientes com diabetes antes de sua participação em um

programa educativo Método: Estudo transversal realizado em duas Unidades Básicas de Saúde do interior paulista, com 75

usuários. Instrumento de coleta de dados: três questionários relacionados às variáveis demográficas e clinicas e

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variáveis relacionadas à qualidade de vida (D-39). O D-39 é composto por cinco dimensões relacionadas à energia e mobilidade, controle do DM, ansiedade e preocupação, impacto social e funcionamento sexual, além de dois itens de avaliação geral da QV(1).A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista dirigida. Foi utilizada estatística descritiva e análise de correspondência simples. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Protocolo nº 418/2010.

Resultados: Dos 75 (100%) usuários, a maioria era do sexo feminino, com 60 anos ou mais, e de um a

oito anos de estudo. O tempo de doença variou de um a vinte anos para a maioria dos usuários, sendo que 48 (64%) tiveram de uma a seis consultas. Os resultados mostraram que a QV se mostrou muito afetada nos itens relacionados à dimensão sobrecarga social: constrangimento por ter diabetes, ser chamado de diabético e ter o diabetes interferindo em sua vida familiar (Tabela 1). Ao analisar a classificação de autopercepção da QV e da gravidade da doença pelos pacientes com diabetes (Tabela 2), constatou-se que o gradiente de distribuição de respostas está mais concentrado nos itens referentes à QV não afetada.

Conclusão: Os itens do D-39 que mais contribuíram para depreciação da QV foram as dificuldades em

realizar atividades domésticas e cuidar de si mesmos, além de enfrentarem certa restrição na capacidade de fazerem o que querem. Na dimensão sobrecarga social do D-39 encontrou-se como fatores potencialmente depreciadores da QV o constrangimento por ter diabetes, ser chamado de diabético e ter o diabetes interferindo em sua vida familiar. Nesses aspectos a QV dos pacientes com diabetes se mostrou muito afetada. Os achados discutidos podem ter aplicabilidade no delineamento de estratégias e programas de acompanhamento dos pacientes com DM, no sentido de estimular a incorporação de questões que afetam a QV dos pacientes e que podem ter impacto sobre o automonitoramento dos mesmos, como as prováveis dificuldades de ordem sexual.

81. UM OLHAR GERONTOLÓGICO PARA O PLANEJAMENTO URBANO:UMA CIDADE ACESSÍVEL PARA TODAS AS IDADES

Rossetti ES, Monteiro LCA

Universidade Federal de São Carlos-UFSCar - Departamento de Gerontologia - São Carlos- SP Introdução: a transição demográfica no Brasil vem ocorrendo de maneira mais célere do que

aconteceu nos países desenvolvidos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em 2010 trás que a população atingiu vinte milhões, aproximadamente, 10% da população total. Segundo a United Nations, em 2003 as estimativas mundiais apontam que pessoas com mais de 60 irá crescer 300% em 50 anos. Nesse sentido, o planejamento urbano precisa contemplar uma cidade acessível para todas as idades. O plano diretor consiste em instrumento adequado para viabilizar a legislação de acessibilidade (leis 10.048/00; 10.098/00 e 12.587/12), garantindo o direito à cidade. A definição de acessibilidade evolui, vislumbrando o acesso à cidade. Esta em moradias para idosos é fator preponderante para manter sua independência e funcionalidade. O estado de São Paulo lançou em 2009 o programa Vila Dignidade. Núcleos habitacionais para idoso de baixa renda, com até 24 casas no padrão do desenho universal.

Objetivos: analisar a acessibilidade na Vila Dignidade Itapeva, segundo a percepção dos idosos. Métodos: pesquisa de análise transversal, qualitativo, visita à Vila e entrevistas com moradores, foram

analisadas outras fontes, documentos, leis, bibliografia. Resultados: a Vila Dignidade de Itapeva tem 18 casas e o centro de convivência. Foram entrevistados

12 moradores que estavam no local no dia da visita. Do total, 75% moram sozinhos e 25% com o cônjuge. Inquiridos como está sendo morar na Vila, todos os entrevistados consideraram ótimo ou bom. Analisando a opinião dos moradores sobre a acessibilidade das edificações, todos os ocupantes consideram adequado às suas necessidades, referindo-se ao tamanho e distribuição dos cômodos, bem como as adaptações: portas largas e barras de proteção,à localização da Vila é ótima ou boa em relação ao deslocamento entre o condomínio e o centro da cidade, pois embora leve 20 minutos até o centro, o transporte público é eficiente.A acessibilidade intra muros, 92% consideram não ter dificuldade para locomoção. Apenas um morador, com dificuldade para caminhar, considerou ser muito longe para ir da sua casa até a rua. O mesmo entrevistado respondeu ter sofrido uma queda na Vila, sem se machucar. Os demais, 92%, afirmaram que não caíram nenhuma vez.

Conclusões: é necessária a projeção de mais espaços urbanos acessíveis para encorajar a autonomia

e independência da pessoa idosa, atendendo o perfil do morador de cada localidade e a heterogeneidade. Palavras-chave: Idoso, Autonomia Pessoal, Qualidade de Vida.

82. ATIVIDADES MUSICAIS E LÚDICAS – UMA PROPOSTA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E BEM-ESTAR

PARA IDOSOS ATIVOS Santos EA, Gonçalves JRL, Soares PPB Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde, Uberaba-MG.

Introdução: A promoção de saúde para a terceira idade deve ser auxiliada por iniciativas criativas e

inovadoras (VERAS, 2012). Para tanto, as atividades musicais e lúdicas se destacam como opções humanizadas e prazerosas a serem utilizadas pelo enfermeiro.

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Objetivo: Compreender sob a ótica dos idosos o significado de participar das atividades musicais e

lúdicas. Método: Trata-se de um estudo de intervenção, observacional e qualitativo, composto pelos alunos (66

idosos) matriculados na Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade Federal Triângulo Mineiro - UATI-UFTM, em 2012. Foram realizadas oito oficinas musicais e lúdicas, sendo cada encontro sistematizado da seguinte forma: 1) Harmonização, 2) Atividades dinâmicas, 3) Reflexão sobre a vivência do grupo e encerramento. Para avaliação dos dados socioeconômicos e sociais foi aplicado o Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional Multidimensional (BOMFAQ) (RAMOS, 1987). Ao término das atividades, foi agendadas entrevistas em domicílio ou em local de escolha do idoso, tendo como questões norteadoras: “Qual o significado de ter participado das atividades musicais e lúdicas na UATI?”, “Como a Sr(a) se sentiu ao participar dessas atividades?”. As respostas foram gravadas e redigidas posteriormente no software Word e analisadas pelo ATLAS.ti (versão 5). Após, utilizou-se a análise de conteúdo proposto por Bardin (2010): Ordenação dos dados, classificação dos dados, análise final. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFTM, sob protocolo 2307.

Resultados: A maioria dos idosos é do sexo feminino, com média de idade igual a 69, 83 anos, casada

ou vivendo com companheiro, vivendo somente com o cônjuge e com filhos (com ou sem cônjuge), com média de 9,22 anos de estudo, ganhando de 1 a 2 salários mínimos, aposentada, com atividade profissional atual de dona de casa e aposentada por tempo de serviço. Das entrevistas, emergiram seis categorias: Promoção do bem-estar físico e mental, Atenção à saúde e bem-estar do idoso, Estimulação para o desenvolvimento de atividades novas, Estimulação da memória e lembranças, Favorecimento da socialização e Percepção de introspecção ao longo das oficinas.

Conclusão: A música e o lúdico se mostraram eficientes como recursos para promoverem a saúde

física, mental e social do idoso ativo, sendo ele portador ou não de doenças ou agravos. Houve, também, potencialização do vínculo por facilitarem a aproximação humanizada entre profissionais e idosos.

Palavras-chave: Idoso, Promoção da saúde, Terapias Complementares

Financiamento: CAPES/REUNI

83. UNINDO AS DUAS EXTREMIDADES DA VIDA: A INFÂNCIA (RE)CONTADA PELO FIO DAS MEMÓRIAS DE HOMENS SEPTUAGENÁRIOS

Santos MA Departamento de Psicologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

(Ribeirão Preto, SP)

Introdução: Com o envelhecimento populacional e a transição epidemiológica, que se processam

velozmente em países em desenvolvimento como o Brasil, pesquisadores da área de Psicologia Social têm se preocupado com a investigação dos aspectos afetivos da memória, privilegiando como marco teórico-metodológico a narrativa autobiográfica. Há poucos estudos que relacionam lembranças de idosos sobre suas experiências infantis e a escolha da atividade profissional. Este estudo tem por objetivo investigar as narrativas de psicoterapeutas idosos sobre sua infância, buscando-se identificar nas experiências narradas as motivações que podem ter influenciado o desejo de se tornar psicoterapeuta.

Método: Estudo de caso coletivo. Participaram cinco psicoterapeutas septuagenários, escolhidos pelo

critério de prestígio desfrutado junto aos pares em instituições psicanalíticas. Foi aplicada entrevista aberta, a partir de questão norteadora que indagava como o entrevistado tornou-se quem ele é.

Resultados: As narrativas dos participantes se estruturam em torno da vida familiar, pautada em

hábitos e papéis familiares bem delimitados, com rígida divisão de papéis entre pai, mãe e filhos. Os psicoterapeutas evocaram episódios de solidariedade de familiares e vizinhos, que permitiram enfrentar situações de adversidade e precariedade material. A figura materna aparece nos relatos como sensível e afetuosa, enquanto que a figura paterna emerge como mais distante e preocupada com o provimento das necessidades materiais da família. A identificação com o cuidar e a sensibilidade ao universo afetivo aparecem claramente como elementos que moldaram as personalidades dos entrevistados na primeira e segunda infância, possivelmente contribuindo para que, na juventude, eles se inclinassem à busca da profissão médica. Essa escolha, ao fim do curso de medicina, se reafirmou como desejo de seguir a formação em psiquiatria e/ou psicanálise.

Conclusão: Os resultados obtidos dão apoio ao pressuposto de que, na infância, são fincadas as

raízes psíquicas que, na idade adulta, se materializam na forma da escolha por uma profissão que envolve cuidar do outro. As narrativas oferecem recurso valioso para a investigação de experiências infantis que parecem ativar, nas etapas ulteriores do desenvolvimento psicológico, recursos internos que permitem se aproximar da dor e do sofrimento humano, na posição de terapeutas.

Palavras-chave: Psicoterapeutas, psicoterapia, orientação profissional.

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84. PSICOLOGIA E ENVELHECIMENTO: A REALIDADE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO NO BRASIL

Shigaki GS, Ribeiro ABA, Pinto MEB, Bortoli CS, Shiki LA Instituição: Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Psicologia e Psicanálise

Introdução: Há um grande crescimento da população idosa no Brasil nas últimas décadas, torna-se

necessário a formação de profissionais na área da gerontologia, em especial os psicólogos, no que tange à utilização de estratégias de intervenção individual e multiprofissional/interdisciplinar.

Objetivos: O objetivo foi identificar os conteúdos ministrados acerca do processo de envelhecimento

nos cursos de graduação em Psicologia das Instituições Ensino Superior (IES) Públicas (federais e estaduais) do Brasil.

Métodos: Foi realizado um estudo observacional com abordagem quantitativa e qualitativa sobre a

existência de conteúdos sobre o processo de envelhecimento em 42 cursos de graduação em Psicologia das IES Públicas (27 federais e 15 estaduais) do Brasil. Para isso, foram feitas consultas junto ao site do Ministério de Educação e aos sites das próprias IES, e foi realizada uma análise documental dos Projetos Político-Pedagógicos e das ementas dos cursos.

Resultados: Das IES Federais, 6 não apresentaram na ementa ou em seu site nenhuma referência

sobre a temática do envelhecimento. Em 8, não foi possível constatar a inserção de conteúdos sobre o envelhecimento, devido à falta de informações nos sites das instituições. 4 apresentaram conteúdo sobre o envelhecimento incluindo disciplinas específicas e obrigatórias a essas questões; 5 apresentaram o tema do envelhecimento apenas de maneira indireta e pouco aprofundada, através de outras disciplinas que o incluíam. Por fim, 4 Instituições contemplaram apenas disciplinas de caráter optativo sobre a temática da terceira idade. Nas IES Estaduais constatou-se que 2 não disponibilizaram informações em relação à existência de conteúdo sobre o tema envelhecimento. Em 10, não foi possível constatar a existência de qualquer conteúdo sobre a temática do envelhecimento, devido à falta de informações no site. As últimas 3 instituições apresentaram: 1 com conteúdos específicos de forma consistente e aprofundado sobre o tema; a outra apresentou conteúdos de forma não específica, de forma muito ampla, e uma apresentou apenas a disciplina no formato de disciplina optativa.

Considerações finais: Constatou-se que nos cursos de Psicologia no Brasil, a temática do

envelhecimento está ainda incipiente, necessitando que as IES incluam em suas ementas conteúdos relativos ao tema, na medida em que, no Brasil há necessidade imperiosa de implantar conteúdos educacionais na área da gerontologia nos cursos de graduação em Psicologia.

Palavras-chave: Processo de envelhecimento, Graduação em psicologia, Gerontologia, População idosa, Velhice

85. ENVELHECIMENTO, COMUNICAÇÃO E PRESBIFONIA: PRAGMATISMO EM AÇÃO Silva, BG1*; Mendonça, RE2; Wolf, AE3 1,2,3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. Depto. Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Centro Integrado de Reabilitação – Hospital Estadual (Ribeirão Preto – SP).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) qualidade de vida é definida como sendo “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

Um dos aspectos mais impactantes na sociedade foi o aumento da expectativa de vida, que teve como resultado um maior número de idosos preenchendo a pirâmide etária brasileira. A comunicação é elemento fundamental para manutenção da qualidade de vida, pois é responsável pelas relações interpessoais e profissionais. Na terceira idade nos tempos atuais a comunicação mantém papel importante, pois os idosos permanecem ativos por mais tempo.

A presbifonia é a modificação vocal que ocorre com o passar dos anos e pode interferir negativamente no desempenho comunicativo e social, assim como aspectos relacionados a enunciação, memória, audição e atenção. De acordo com esses fundamentos, o objetivo da pesquisa foi verificar a aceitabilidade e efetividade de ação pragmática no desenvolvimento terapêutico fonoaudiológico de idosos com queixas de comunicação. A pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa, tendo como métodos o estudo de um grupo de 11 idosos, com queixas de comunicação encaminhados ao Centro Integrado de Reabilitação, cujas as vozes foram gravadas pré e pós 16 sessões de terapia semanal em grupo assim como responderam a questionários de qualidade de vida relacionado à voz, Escala de depressão geriátrica¹ e Mini-mental².

Os dados foram avaliados de forma randomizada por fonoaudiólogos especialistas em voz. Apenas oito idosos foram avaliados, três desistiram por condições de saúde. Assim, como resultados, verificou-se que a ação pragmática melhorou o desempenho comunicativo geral dos participantes, principalmente no que diz respeito a análise perceptiva auditiva da voz dos mesmos. Deste modo, como considerações finais, tem-se que a ação pragmática surta efeitos positivos para os sujeitos, levando-se em conta a condição de saúde e a aderência dos mesmos no programa.

Palavras-chave: Comunicação, envelhecimento e voz.

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86. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE IDOSOS COM E SEM INDICATIVO DE DEPRESSÃO Silva LMA, Rodrigues LR, Tavares DMS Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Instituto Ciências da Saúde - Uberaba - MG.

Introdução: A longevidade é uma conquista da sociedade contemporânea, mas tem sido associada à

maior incidência de doenças crônico-degenerativas. Uma das doenças que tem impactado a saúde dos idosos é a depressão. Estudos relacionam os baixos níveis de atividade à sintomatologia depressiva, gerando efeitos negativos sobre a saúde física e mental do idoso e onerando os sistemas de saúde.

Objetivo: comparar o nível de atividade física entre idosos com e sem indicativo de depressão. Métodos: Inquérito domiciliar, transversal, quantitativo e observacional. A amostra foi composta por 980

idosos residentes na zona urbana do município de Uberaba e selecionados aleatoriamente por amostragem estratificada. Os sujeitos da pesquisa foram divididos em dois grupos: com e sem indicativo de depressão. Utilizaram-se os instrumentos: Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional (BOMFAQ); Escala de depressão geriátrica abreviada (GDS- 15) e o Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ) versão longa para idosos. Os dados foram expressos em média e desvio-padrão e, para a análise intergrupos foi utilizado o teste qui-quadrado sendo adotado nível de significância de 5% (p<0,05). Utilizou-se o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS} versão 17.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição.

Resultados: Do total de mulheres, 179 (28,4%) apresentaram indicativo de depressão. Dos homens, 72

indivíduos (20,6%) obtiveram rastreio positivo para a doença. Nos dois grupos predominaram a faixa etária de 70 a 80 anos, ausência de companheiro, renda individual de 1 salário mínimo e 1 a 5 anos de escolaridade. A análise bivariada evidenciou diferença significativa nos nível de atividade física entre os idosos, sendo que apenas 23,6% daqueles com indicativo eram suficientemente ativos. Já entre aqueles sem indicativo, essa porcentagem manteve-se em 76,4% (p=0,03). Entretanto, na análise ajustada, tais diferenças não foram significativas (p=0,84).

Conclusões: Os achados da pesquisa assemelham-se parcialmente aos dados da literatura, em que

baixos níveis de atividade física são vinculados à presença de sintomas depressivos. Todavia, devido ao delineamento da presente pesquisa, não é possível inferir relações de causalidade, sendo necessária a condução de novos estudos que abranjam tais inferências.

Palavras-chave: Envelhecimento. Depressão. Saúde do idoso.

87. DEPENDÊNCIA PARA ATIVIDADES BÁSICAS E INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA NOS MAIS IDOSOS

Silva SPZ, Marin MJS, Rodrigues MR Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)- Pós-Graduação - Marília – SP

Introdução: Os idosos com 80 anos ou mais é o segmento populacional que mais cresce atualmente, o

que representa uma conquista da sociedade e, por outro lado, gera preocupação, uma vez que com o avanço da idade ocorre diminuição da capacidade de realizar as atividades de vida diária.

Objetivo: Avaliar a capacidade para desenvolver atividades básicas e instrumentais da vida diária dos

mais idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo, desenvolvido com 25 idosos acima de 80

anos residentes na área de abrangência de duas Unidades de Saúde da Família. Aprovado pelo Comitê de Ética da Famema (259.969) e pelo Conselho Municipal de Avaliação em Pesquisa (132/12-SS). Foram coletados dados sócio-demográficos e aplicadas as escalas de atividades básicas e instrumentais da vida diária, Índice de Katz e Escala de Lawton & Brody, respectivamente.

Resultados: A idade dos participantes variou entre 80-98 anos, com uma média de idade de 84,68

anos, sendo 72% mulheres, 76% viúvos e 80% com escolaridade de ensino fundamental incompleto. Entre os entrevistados 76% declaram ser independentes em todas as atividades básicas da vida diária, sendo que 4% da amostra mostrou-se dependente em todas as funções avaliadas. Dentre os dependentes para as atividades básicas, temos que para o banho, vestir-se, uso do banheiro e continência 100% dos sujeitos necessitam de assistência total ou parcial. Enquanto que para a movimentação este número representa 83,3% e no aspecto de alimentação, este número cai para 33,3%. Nas atividades instrumentais 88% apresentaram uma dependência parcial. Para o uso do telefone, 64% declararam não necessitar de ajuda. Sobre fazer compras, 44% relataram não ter o hábito ou ser incapaz, já quanto ao preparo de refeições, 40% planeja e cozinha refeições completas. Quanto ao trabalho doméstico, 44% realizam tarefas leves. Sobre o uso de medicamentos, 52% os usam sem assistência. O manuseio do dinheiro em 52% da amostra é feito pelo entrevistado.

Conclusão: Os idosos com 80 anos ou mais têm alcançado esta fase da vida com significativo grau de

autonomia para as atividades básicas e instrumentais da vida diária. Palavras-chave: Idoso de 80 Anos ou mais, Saúde do Idoso

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88. RELATO DE EXPERIÊNCIA: CUIDANDO DO CUIDADOR - A EXPERIÊNCIA DE QUEM CUIDA Silva FCS, Buso ALZ, Fernandes AB, Souza LA, Melo KMF, Farinelli MR Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Residência Integrada Multiprofissional em Saúde - Uberaba/MG

Introdução: Trata-se de um relato de experiência, cujo objetivo é descrever as atividades realizadas

durante a execução de um projeto de extensão denominado Cuidando do Cuidador, realizado pela equipe da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde - Saúde do Idoso do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Objetivos: O projeto de extensão visa proporcionar um momento de cuidado aos acompanhantes dos

usuários, que em sua maioria também são idosos, e de certa forma necessitam de um olhar multiprofissional, já que está em um ambiente hospitalar e cuidando de um idoso, o que também predispõe ao adoecimento e sofrimento.

Métodos: A metodologia utilizada para o desenvolvimento das atividades são por meio de folders

explicativos, dinâmicas e troca de experiências e saberes. A atividade ocorre aos sábados no período da manhã na sala de aula da enfermaria da Clínica Médica do HC/UFTM, tendo como público alvo todos os acompanhantes presentes. O convite para participar das atividades é feito oralmente em todos os leitos.

Resultados: Observamos uma grande adesão a participação, já que durante o período de

hospitalização os acompanhantes ficam grande parte do tempo ociosos, sem atividades. A aceitação dos usuários é medida através de uma escala de satisfação de fácil aplicação e compreensão.

Considerações Finais: Conclui- se que a atividade realizada está em consonância as políticas

transversais de saúde, e as políticas para pessoa idosa, já que o trabalho proporciona ao idoso, que também é cuidador, o aprender a cuidar de si para melhor cuidar do outro, valorizando seus potenciais, melhorando sua auto estima, bem estar, qualidade de vida, mudança na rotina hospitalar e humanização da assistência. O Cuidando do Cuidador é um espaço rico em que se possibilita discutir, se abrir, sobre como é estar em um ambiente de hospital, as angústias e receios de como é ser cuidador e ao mesmo tempo ser cuidado. Portanto, o trabalho se torna gratificante para os usuários, como também para os profissionais que o desempenham, mostrando em novos saberes, novos horizontes as particularidades do envelhecimento.

Palavras-chave: Idoso; hospitalização; humanização da assistência

89. CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES IDOSOS EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MOVEL DE URGÊNCIA DE LONDRINA NO ANO DE 2011

Silva LS, Tamayose VM, Macedo LL, Genovesi FF, Galatti G, Martins EAP Universidade Estadual de Londrina (UEL) / Centro de Ciências da Saúde (CCS) / Londrina- PR

Introdução: Segundo o Estatuto do Idoso, 2003, a pessoa maior de 60 anos já é definida idosa, sendo

o envelhecimento considerado o grande vilão no aumento das doenças cardiovasculares, dentre elas a parada cardiorrespiratória. Porém a expectativa de vida no Brasil segundo o IBGE 2011 é de 74,08 anos. Como se caracterizam os idosos em parada cardiorrespiratória atendidos pelo SAMU?

Objetivos: Caracterização quanto a alguns aspectos sociodemográfico, patologias prévias e destino do

paciente idoso em PCR atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Londrina no ano de 2011.

Métodos: Realizado estudo transversal, quantitativo. Indivíduos acima de 60 anos em parada

cardiorrespiratória atendidos pelo SAMU. Os dados foram coletados com auxilio de um instrumento elaborado conforme informações necessárias provenientes do Relatório de Atendimento do Socorrista (RAS). A pesquisa faz parte de um projeto o qual foi submetido ao comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos, CONEP 5231 e aceita pelo Departamento de Saúde e Educação da Vila da Saúde em Londrina. Os dados foram tabulados em Excel para análise.

Resultados: De 226 pacientes atendidos pelo SAMU, 54,8% são idosos e 4,4% encontram- se sem

descriminação da idade. 83,3% dos atendimentos ocorreram na cidade de Londrina; 10,4% Cambé; 2,9% Ibiporã e 2,2% não possuem identificação de município. 53,7% são do sexo masculino enquanto 46,3% feminino. 30,6% encontram- se na faixa etária de 60 a 69 anos; 38,7% de 70 a 79 anos; 27,4% de 80 a 89 anos; 3,2% de 90 a 91 anos. Dos que possuem evidenciadas patologias prévias na RAS, as mais comuns foram: Hipertensão Arterial, Diabetes Melitus e cardiopatia. O ritmo cardíaco que a maioria se encontra no momento da parada é assistolia, alguns em Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP), seguido de Fibrilação ventricular (FV). Após assistência apenas 29 retornaram da parada sendo levados ao hospital, os demais foram a óbito. A faixa etária dos mesmos variou de 60 a 91 anos.

Conclusão: Concluímos que a maior parte das paradas atendidas pelo SAMU em 2011 ocorreu em

Londrina, em “idosos jovens”, (entre 60 e 79 anos), com maior constância em indivíduos do sexo masculino, com grande frequência de antecedentes cardiocirculatórios. Levando em consideração a expectativa de vida da população brasileira, uma quantidade considerável de indivíduos entre 60 e 69 anos foram acometidos indo a óbito.

Palavras-chave: Envelhecimento, Expectativa de Vida.

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90. A ABORDAGEM DO ENVELHECIMENTO HUMANO E A SAÚDE DO IDOSO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS DO BRASIL

Silva NSM, Trelha CS, Melo FC, Mazzer LP, Freitas DS, Garcia IF Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Fisioterapia - Londrina-PR

Introdução: O crescimento da população de idosos tem ocorrido de forma acelerada no Brasil e tem

gerado a necessidade de ampliação no número de profissionais aptos a atender adequadamente os idosos. Esta demanda emergente é destacada na Política Nacional do Idoso e embora as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Fisioterapia não defina a área específica da saúde do idoso é apontado que o profissional deve estar apto a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, em nível individual e coletivo. Além disso, deve-se considerar que a qualidade do conteúdo sobre envelhecimento abordado na graduação afeta a assistência dispensada ao idoso.

Objetivos: Este trabalho tem como objetivo identificar os conteúdos relacionados ao processo de

envelhecimento e saúde do idoso nos cursos de graduação em Fisioterapia das instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil.

Métodos: Foi realizado estudo observacional, descritivo com abordagem quantitativa dos cursos de

graduação em Fisioterapia de Instituições de Ensino Públicas, com busca nas páginas eletrônicas das instituições. Foram levantadas informações sobre as características dos cursos e o enfoque dado ao processo de envelhecimento e saúde do idoso. A coleta de dados foi realizada por meio de análise documental das matrizes curriculares e ementas, onde foram identificadas palavras e expressões relacionadas ao idoso, ao processo de envelhecimento e à saúde do idoso.

Resultados: Foram analisadas 46 Instituições de Ensino Superior com cursos de graduação em

Fisioterapia, sendo 10 da região sul, 16 do sudeste, 3 do centro-oeste, 13 do nordeste e 4 do norte. A pesquisa revelou que 31 cursos disponibilizaram as matrizes curriculares e que dentre as Instituições de Ensino Superior analisadas 23 possuíam disciplina específica à saúde do idoso. Contudo, deve-se considerar a possibilidade de outras disciplinas abordarem este tema, pois não se teve acesso aos planos de ensino.

Considerações Finais: Nos cursos de graduação em Fisioterapia das instituições analisadas, o

processo de envelhecimento e a saúde do idoso é incluída na metade dos cursos por meio de disciplinas específicas. O conhecimento e a discussão sobre essa temática é imprescindível para os profissionais da área da saúde, em especial o fisioterapeuta, para que ações de promoção à saúde, preventivas e de reabilitação sejam adequadamente realizadas visando uma prática integrada na atenção à saúde do idoso.

Palavras-chave: Educação superior, Fisioterapia, envelhecimento, idoso.

91. RASTREAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON Silva PCS, Fernandes ACBC, Terra FS Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS.

Introdução: O envelhecimento populacional é uma realidade e, como consequência, surgem mudanças

no contexto individual, familiar e social. Além disso, emergem diversas patologias, como a doença de Parkinson (DP) e a depressão.

Objetivo: avaliar a presença de depressão em idosos com DP residentes em um município do Sul de

Minas Gerais. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa realizada com 15 idosos,

portadores da DP que são cadastrados na Gerência Regional de Saúde, para receberem medicamentos para o tratamento da DP. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 43/2011 e aos participantes do estudo solicitou-se a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento para a caracterização da amostra e uma Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage.

Resultados: Como resultado, encontrou-se que houve predomínio de idosos do sexo masculino, na

faixa etária entre 60 e 64 anos, aposentados, pensionistas, casados, com ensino fundamental incompleto e católicos. Quanto a presença de doenças crônicas nos idosos estudados, constatou-se que a maioria possui alguma outra doença crônica, sendo a hipertensão arterial a mais relatada. Com relação aos idosos com suspeita de depressão foi encontrada essa suspeita em 46,8% da amostra.

Conclusão: Foi encontrada uma prevalência de depressão em portadores da DP superior àquela

encontrada na população em geral. Isso aponta para uma necessidade de maior atenção ao diagnóstico dos transtornos depressivos em portadores da DP.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, depressão, enfermagem

92. VELHICE, IMAGEM E APARÊNCIA: PERCEPÇÕES E EFEITOS EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA UNATI DA CIDADE DE SÃO PAULO1

Silva, N. P.2, Cachioni, M.3, Lopes, A.4 2 Gerontóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gerontologia da EACH USP; 3

Psicóloga, docente do curso de Graduação em Gerontologia e Coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gerontologia, ambos da EACH USP; 4 Antropóloga, docente do curso de Graduação em Gerontologia, Coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gerontologia, ambos da EACH USP. Orientadora da pesquisa.

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Nos últimos 50 anos a literatura brasileira vem identificando as imagens de velhice construídas e

disponíveis no cenário nacional. Aponta-se uma contínua presença de imagens dicotômicas, oscilando entre concepções negativas, de perdas e dependência que coexistem, em oposição, com imagens positivadas de poder e status, associadas `a juventude.

Objetivos: em oficina semestral de uma Universidade Aberta a Terceira Idade, na cidade de São Paulo,

levantar percepções de idosos a respeito das imagens e aparência de idosos encontradas na internet; Investigar possíveis efeitos que o material levantado produz sobre os participantes.

Método: estudo qualitativo, com uso de técnicas etnográficas: roteiro semiestruturado, grupo focal,

observações livre e participante. Amostra aleatória e por conveniência, composta por cinco idosos. Resultados e Discussão: Obteve-se uma ampla categoria de análise: negação da velhice versus

exaltação da juventude. Confirmou-se a dicotomia apontada pela literatura. Os participantes apresentaram um misto de reconhecimento e desconforto perante o material levantado. Aceitam a condição de idoso, porém se identificam como sendo da terceira idade, o que significa um conjunto de atribuições apenas positivas. Velho significa aquele cujas condições são vistas como de decadência e dependência, que sucumbiram ao tempo, o que não se aplica a eles, pois mesmo pertencendo a mesma categoria etária, sentem-se um grupo distinto, constituído pelo exercício da autonomia e independência. A atribuição de responsabilidade individual `a condução do envelhecimento corrobora com o conceito de reprivatização da velhice, presente na literatura. Conforme discussão gerontológica, entende-se que as características atribuídas `a velhice são compostas por um perfil identificatório estigmatizador, universal e produto ideológico da sociedade produtivista e de consumo.

Conclusão: O material aponta que a sociedade brasileira ainda apresenta dificuldade em retratar a

heterogeneidade da velhice. Os participantes percebem a velhice para além da idade cronológica, porém de maneira idealizada, que pouco reflete o processo do envelhecimento como um conjunto dinâmico de decadência e desenvolvimento. Essa dicotomia pode enfraquecer os idosos como grupo político, considerando a dinâmica construída pelo próprio grupo ao longo da oficina, especialmente quando consideramos o critério etário como o principal organizador das legislações para a velhice no Brasil.

Palavras-chave: velhice, aparência, imagens.

93. OFICINA DE RESIGNIFICAÇÃO DA VIDA EM IDOSOS BASEADA NA PERSPECTIVA DE VIKTOR FRANKL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Silveira DCT, Marques MR, Freitas P, Mendonça TC, Silveira MS Instituto de Educação e Cultura Viktor Frankl – Ribeirão Preto – SP

Introdução: Viktor Frankl refere que ter uma tarefa a cumprir, o sentimento de existir para algo/alguém

e um sentido a realizar capacita o homem para a superação das dificuldades, mantendo o idoso psíquica e espiritualmente saudável. Fundamentado nessa perspectiva, foi criado o Projeto Oficinas Criativas, dentro do Programa Ana e Joaquim, que objetiva a descoberta de um sentido de vida ainda não percebido pelos idosos.

Objetivos: Resgatar o sentido da vida e promover a reflexão sobre uma perspectiva de futuro nos

idosos, assim como proporcionar a melhora/manutenção das capacidades cognitivas (atenção, memória, percepção), motoras (equilíbrio e mobilidade articular), emocionais (autoestima e motivação) e sociais (relação interpessoal).

Métodos: As oficinas são realizadas semanalmente por uma equipe transdisciplinar

(Pedagoga/Musicoterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Psicóloga e Fisioterapeuta) com duração de 2 horas, incluindo idosos acima de 60 anos, de ambos os sexos, sem restrição de condições clínicas ou sócio-econômica. A triagem dos participantes se dá por meio da realização de entrevista inicial e aplicação de protocolos de avaliação cognitiva (Mini Exame do Estado Mental-MEEM), emocional (Escala de Depressão Geriátrica-EDG) e motora (avalição própria). Mensalmente é definido um tema central a ser trabalhado voltado para aspectos como valores, cotidiano e hábitos de vida. Este tema é discutido em quatro tipos diferentes de atividades, uma em cada semana: manuais, cognitivas, reflexiva/discursiva e de educação em saúde. As atividades motoras são realizadas no início de cada grupo.

Resultados: O programa se desenvolve há 3 anos, participam atualmente 5 idosos (2 homens e 3

mulheres) entre 70 e 80 anos, 3 sem alterações cognitivas (MEEM=entre 27 e 28 pontos) e 2 com alteração (MEEM=18 e 2 pontos), 1 com alteração emocional (EDG=7) e todos sem alteração motora. Nesse período foram desenvolvidas atividades temáticas sobre valores, resolução de problemas cotidianos, participação na comunidade, entre outros, com grupos de produção artesanal, jogos cognitivos, atividades com músicas, vídeos, fotografias, etc. Foi observado pelos profissionais e relatado pelos participantes a melhora da iniciativa, interação, comunicação/expressão e da vivência de uma velhice ativa e saudável.

Conclusão: A oficina transdisciplinar propicia oportunidades por meio de atividades significativas e de

interesse, para busca de uma vivência saudável e participativa. Palavras-chave: Saúde do Idoso; Cognição; Educação em Saúde.

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94. DECLÍNIO COGNITIVO E DEPRESSÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS

Soares E, Carlomanho AFC, Carvalho SMR, Ferreira LAK, Dantas LCV Laboratório de Neurociência Cognitiva – LaNeC – Departamento de Psicologia da Educação – Unesp – Marília SP.

Introdução: Com o envelhecimento ocorre naturalmente um declínio de diversas funções. A depressão

(DP), apontada como um fator de risco para declínio cognitivo (DC), é frequente entre idosos. Atividades voltadas à estimulação/reabilitação cognitiva (RC) cognitiva podem funcionar como protetoras ao DC e à DP.

Objetivos: Analisar a associação entre DC e DP em idosos institucionalizados (IDI) e não

institucionalizados (IDNI) e verificar a função da participação em atividades de RC como protetoras à DP e ao DC.

Método: Para análise qualitativa/quantitativa, a partir de método epidemiológico, foram selecionados 48

idosos, de ambos os sexos (41,7% feminino e 58,3% masculino), dos quais 24 (IDI) e 24 (IDNI). Os sujeitos foram distribuídos em faixas etárias: 59-69 anos (14,0%), 70-79 (35,1%) e 80 anos e mais (50,9%) e em quatro subgrupos: 1) IDI participantes de RC (n=12); 2) Idosos IDI não participantes de RC (n=12); 3) IDNI participantes da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) e freqüentadores de oficinas de memória (OM) (n=12) e, 4) IDNI participantes da UNATI e não freqüentadores de OM. A coleta de dados se deu a partir da aplicação dos instrumentos: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), para determinar o grau de DC e Inventário de Beck de Depressão (BDI), para verificar a incidência de sintomatologia para DP. Para análise dos dados, utilizou-se o teste t de Student para grupos independentes e o teste de Mann-Whitney para dados não-paramétricos; entre três ou mais grupos independentes foi utilizada a análise de variância simples e, a análise de variância de Kruskal-Wallis para dados não-paramétricos. Adotou-se o nível de significância de 5% de probabilidade para a rejeição da hipótese nula.

Resultados: Da amostra geral, 8,3% dos sujeitos apresentaram indicativo de DC e 52,1% indicativo de

DP (33.3% DP leve, 4,2% DP leve a moderada e 14,6% DP moderada a severa). Idosos menos escolarizados apresentaram maior incidência de DC (p< 0,001) e de DP (p= 0,007). Verificou-se uma maior prevalência de DC com o aumento da idade (p<0,006) e entre sintomatologia para DP e idade (p=0,511). Não houve diferença significativa em relação à prevalência de DC (p= 0,230) e DP (p=0,723) em relação ao sexo. Entre os IDI ocorreu maior incidência de DC do que entre que os INDI (p< 0,001). A prevalência de sintomatologia para DP foi maior entre os IDI (p= 0,001). Não houve diferença significativa em termos de escores obtidos no MEEM e no BDI entre os sujeitos participantes e não participantes de atividades de RC (p>0,05) ou OM (p>0,05).

Conclusão: Há indicativos de que a idade influencia negativamente a cognição e que com o aumento

da DP pode ocorrer DC, contribuindo assim para uma piora no estado de saúde geral do idoso. Assim, se faz necessário o desenvolvimento e aplicação de estratégias curativas e preventivas em relação aos quadros depressivos. Especial atenção deve ser dada aos IDI, mais vulneráveis à DP e ao DC.

Palavras-chave: Envelhecimento Humano, Depressão, Declínio Cognitivo.

95. INDICADORES DE DEPRESSÃO E DE DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS EM MARÍLIA-SP

Soares E, Carvalho SMR, Ferreira LAK, Dantas LCV, Demartini SM Laboratório de Neurociência Cognitiva – LaNeC – Departamento de Psicologia da Educação – Unesp – Marília SP.

Introdução: Depressão pode ser um dos fatores de risco para declínio cognitivo (DC) em idosos. A

incidência de depressão pode ser maior em idosos residentes em instituições de longa permanência para idosos (ILPI’s).

Objetivos: Investigar, a partir de estudo de caso, a prevalência de indicativos de depressão e de DC em

idosos residentes em 02 ILPI’s localizadas na cidade de Marília SP e a partir disso, verificar a possibilidade de se estabelecer correlação entre as variáveis: idade; sexo; escolaridade; indicativo de depressão e indicativo de DC.

Método: A pesquisa, de caráter quantitativo e qualitativo se deu a partir de método epidemiológico.

Foram sujeitos da pesquisa 24 idosos residentes em ILPI’s, de ambos os sexos, com idades entre 59 e 89 anos, foram assim agrupados: a) ILPI’s (IILPI’1, n= 12; ILPI’2, n= 12); b) sexo (feminino, n= 12; masculino, n=12); c) escolaridade (escolarizados, n= 14; não-escolarizados, n=10); d) faixa etária (59-64, n= 4; 65-70, n= 4; 71-76, n= 6; 77-83, n= 7 e, 84-89, n= 3). O protocolo incluiu a aplicação dos instrumentos Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e Escala de Depressão Geriátrica (EDG).

Resultados: Não foram observadas associações ou diferenças significativas entre: sexo e depressão

(p= 0,414); sexos e DC (p= 0,219); no que se refere ao DC; escolaridade e DC (p = 0,527). Verificou-se correlação regular positiva entre as variáveis idade e depressão (r= 0,557; p= 0,005). Não foi observada diferença significativa entre os grupos INDPDC (Com indicativo de depressão e de declínio cognitivo); SDPINDC (Sem indicativo de depressão e com indicativo de declínio cognitivo); INDPSDC (Com indicativo de depressão e sem indicativo de declínio cognitivo) e SDPSDC (Sem indicativo de depressão e sem indicativo de declínio cognitivo) no que se refere à: 1) idade (teste de Kruskal-Wallis: p= 0,187); 2) sexo (T.E.F: p= 0,215) e, 3) escolaridade (T.E.F: p= 0,310).

Conclusão: Apesar dos resultados não significativos estatisticamente, os números absolutos apontam

para a hipótese da existência de relações entre as variáveis analisadas, a serem confirmadas em estudos com amostras mais amplas.

Palavras-chave: Envelhecimento; Depressão; Declínio Cognitivo; Idosos Institucionalizados.

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96. TÉCNICA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INTERVENÇÃO EM IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO

Soares PPB, Gonçalves JRL, Santos EA, Campos EC, Santos AS

Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Uberaba-MG

Introdução: A Técnica de Solução de Problemas (TSP) favorece a criação de estratégias eficazes para

enfrentamento das situações da vida. Objetivo: Desvelar potencialidades da TSP através de grupos terapêuticos como estratégia de

intervenção junto a idosos com indicativo de depressão. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa desenvolvido com 11

idosos, após sorteio aleatório, que frequentam a Unidade de Atenção ao Idoso (UAI), com escores indicativos de depressão identificados pela Escala de Depressão Geriátrica Abreviada. A TSP foi desenvolvida em cinco sessões de grupos terapêuticos e os dados foram analisados segundo análise de conteúdo.

Resultados: Os resultados evidenciados como potencialidades da TSP foram categorizados em: 1-

Elaboração do significado da depressão: compreensão do problema através da percepção dos sintomas depressivos; 2- Reflexão acerca dos fatores precursores da sintomatologia depressiva; 3- Concepção de novas estratégias de solução para os problemas da vida; 4- Reelaboração de comportamento frente à vida; e, 5- Significados construídos acerca do grupo terapêutico.

Considerações finais: A TSP possibilitou desenvolvimento de habilidades de enfrentamento e

adaptação, explicitando o impacto da intervenção com efeitos no âmbito domiciliar, nas relações familiares e na compreensão e interpretação de situações, repercutindo em melhora da sintomatologia depressiva a partir da reelaboração de comportamento frente à vida.

Palavras-chave: Resolução de problemas; Psicoterapia de grupo; Terapia cognitiva.

97. FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E PRÉ-FRAGILIDADE EM IDOSOS LONGEVOS DA COMUNIDADE Sousa JR, Grden CRB, Sousa JAV, Carneiro NHK, Betiolli SE, Lenardt MH Universidade Federal do Paraná. Departamento de Enfermagem. Curitiba – Paraná.

Introdução: a força de preensão manual (FPM) é considerada como boa preditora do desempenho

funcional em idosos. Pesquisas sobre fragilidade em idosos apontam queda acentuada da força em idades avançadas, com declínio significativo a partir dos 70 anos.

Objetivo: investigar a prevalência de pré-fragilidade e fatores associados a essa condição,

considerando as medidas da FPM em idosos longevos, usuários de Unidade Básica de Saúde (UBS). Métodos: estudo quantitativo de corte transversal. O recrutamento dos idosos longevos ocorreu por

conveniência, no período amostral de setembro de 2012 a março de 2013. A amostra foi constituída por 64 idosos. A coleta de dados aconteceu em duas UBS, com aplicação de questionário sociodemográfico e clínico, e realização do teste de FPM. Foram critérios de inclusão: idade igual ou superior a 80 anos, estar cadastrado na UBS, apresentar nível de cognição que possibilite a participação no estudo, identificado por meio dos pontos de corte do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, o qual recebeu parecer favorável.

Resultados: para o componente FPM, 28 idosos foram considerados pré-frágeis (43,75%), com

prevalência do sexo masculino (n=17; 60,7%); estado civil casado (a) (n=17; 60,7%); residem com o cônjuge (n=14; 50%); com ensino fundamental incompleto (n=18; 64,3%); nascidos no estado do Paraná (n=8; 28,6%); e consideram sua situação financeira satisfatória (n=14; 50%). As variáveis estatisticamente significativas foram gênero (p=0,008), local de nascimento (p=0,02), estado civil (p=0,003) e com quem mora (p=0,006).

Conclusão: infere-se moderada prevalência de pré-fragilidade indicada pela diminuição da FPM,

associada ao gênero masculino, estado civil casado e ao fato de morar com o cônjuge. A investigação da prevalência da pré-fragilidade em idosos longevos contribui para definir a necessidade de cuidados gerontológicos de enfermagem adequados a essa população, que se encontra em risco potencial para a síndrome da fragilidade.

Palavras-chave: Idoso Fragilizado; Força da Mão; Enfermagem.

98. IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM INFORMATIZADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO E AS DIFICULDADES PARA A ENFERMAGEM - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Souza Junior DI, Ribeiro JHM, Mendes MA, Lima KVN Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). - Alfenas (MG).

Introdução: O Processo de Enfermagem (PE) é o modelo metodológico ideal para o enfermeiro aplicar

seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência ao cliente¹. Tendo em vista a importância do PE, o presente estudo fundamenta-se na experiência profissional vivenciada em uma Unidade de Terapia Intensiva adulto de uma instituição hospitalar privada do interior de Minas Gerais, para descrever o percurso de implantação do PE informatizado na referente unidade. Tal estudo justifica-se pela relevância de resgatar e

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sistematizar a experiência de implantação do PE, e assim colaborar para a práxis de profissionais enfermeiros que atuam em todos os níveis da assistência.

Objetivos: Descrever os resultados obtidos com a implantação do PE-Informatizado na Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) da instituição, e as dificuldades que interferiram no seu processo de implantação. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelo método descritivo. Na UTI da

instituição, a faixa etária de pacientes internados são de pessoas idosas, contudo, o PE era incompleto, e não eram abordados os cuidados de enfermagem específicos ao paciente crítico, e tampouco, ao paciente idoso hospitalizado. Com a formação da Comissão de Sistematização de Enfermagem na instituição, seus integrantes implantaram o PE em todas as suas etapas de operacionalização de forma informatizada, iniciando pela UTI. Durante seu percurso de implantação, as estratégias estabelecidas foram: definição e escolha de uma Teoria de Enfermagem; adoção de uma ferramenta de qualidade; escolha de um software de gestão hospitalar e sensibilização da equipe de enfermagem.

Resultados: Dentre os resultados obtidos com a implantação do PE Informatizado destacam-se: o

aprendizado teórico adquirido pelos profissionais envolvidos; cumprimento da lei do exercício profissional de enfermagem de acordo com a resolução do 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem e o PE visto como um facilitador no planejamento da tomada de decisão pelo profissional enfermeiro.

Conclusões: As dificuldades na fase de implantação foram: busca de mecanismos de aprendizagem

para estruturar o software e falta de conhecimento e prática dos enfermeiros da UTI em realizar as diferentes etapas do PE. Apesar das dificuldades foi possível estruturar e implantar o PE em todas as suas etapas de forma informatizada. Sua aplicabilidade possibilitou o crescimento profissional e técnico científico dos enfermeiros da UTI.

Palavras-chave: Processos de Enfermagem; Enfermagem; Informática em Enfermagem.

99. PLANO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FUNDAMENTADO NAS CLASSIFICAÇÕES DE ENFERMAGEM NANDA –I NOC E NIC PARA UMA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA POR FRATURA DE FÊMUR.

Souza Junior DI, Rocha LD, Nascimento MGG, Ribeiro JHM, Mendes MA, Lima KVN Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). - Alfenas (MG).

Introdução: O Processo de Enfermagem (PE), apresentado como instrumento e metodologia da

profissão da Enfermagem, constitui um modo organizado de assistência que visa intervir nas respostas do ser humano ao processo saúde-doença e às etapas do ciclo vital. Neste sentido, uma das formas que o enfermeiro

encontra para exercer o seu papel clínico no âmbito da assistência multiprofissional ao paciente assistido, esta na prática de um cuidar sistematizado e científico, alcançado quando se utiliza as etapas do PE.

Objetivo: elaborar um plano assistencial de enfermagem individualizado a uma pessoa idosa

hospitalizada por fratura de fêmur, utilizando as três primeiras etapas do PE: Histórico, Diagnóstico e Planejamento de Enfermagem.

Métodos: Trata-se de um estudo clínico realizado no ano de 2013, durante as atividades práticas da

disciplina de Fundamentos de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas. Após explicar o objetivo da pesquisa, o sujeito do estudo assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados através da entrevista e exame físico realizada com o paciente, de acordo com os padrões funcionais de Marjorie Gordon. Para a elaboração do plano assistencial, adotamos as Classificações de Enfermagem: North American Nursing Diagnosis Association (NANDA-I), para definição dos diagnósticos de enfermagem; Nursing Outcomes Classification (NOC), para determinar os resultados atuais e esperados, e Nursing Interventions Classification (NIC), para selecionar as intervenções de enfermagem.

Resultados: Realizou - se o teste de hipótese diagnóstica, segundo o raciocínio clínico de Marjorie

Gordon. Oito Diagnósticos de Enfermagem (DE) foram gerados, e após o teste das hipóteses, os DE mais acurados para o plano assistencial do paciente foram: Risco de quedas, Risco de Disfunção Neurovascular Periférica, Intolerância à atividade e Risco de Integridade da Pele Prejudicada.Dos resultados da NOC propostos destacam-se: Comportamento de segurança- prevenção de quedas; Nível de Mobilidade; Tolerância à atividade e Consequências na imobilidade. Por conseguinte, estabeleceram-se os indicadores da NOC a serem alcançados, e as intervenções de enfermagem da NIC para assim serem trabalhadas com o paciente.

Conclusão: Por meio das etapas do PE e das Classificações de Enfermagem, foi possível estabelecer

DE mais acurados, intervir de forma assertiva e avaliar os resultados esperados para cada intervenção de enfermagem proposta.

Palavras-chave: Processos de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Plano de Cuidados de Enfermagem.

100. ACOLHIMENTO DO IDOSO NA UNIVERSIDADE ABERTA PARA MATURIDADE: NECESSIDADES DE ACÕES INTERDISCIPLINARES

Souza NR, Bernardes EH, Liporoni AARC, Melo MG, Bento PF, Queiroz NC Fundação de Ensino Superior de Passos/Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG.

Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo de forma acelerada em

todo mundo. Entretanto, envelhecimento só representará uma conquista social quando for traduzido por uma

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melhor qualidade de vida. Neste cenário, a universidade, como pólo capacitador, dispõem de indicativos para intervir de forma multiprofissional e interdisciplinar, articulando ações que viabilizem um resgate produtivo do ser valorizando os aspectos individuais do idoso.

Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico e identificar os temas motivadores dos idosos

ingressantes na Universidade Aberta para Maturidade (UNABEM) de Passos-MG. Método: É um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, com 44 sujeitos selecionados por

amostragem não probabilística intencional, sendo os critérios de inclusão: ter mais de 60 anos e ter ingressado na UNABEM em 2013. A coleta de dados foi realizada de fevereiro a março de 2013 durante as atividades de educação em saúde, por meio do preenchimento de um formulário semi-estruturado e dinâmicas a fim de promover interação. A pesquisa observou princípios éticos e rigor científico com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 241-2010.

Resultados: Houve predominância do gênero feminino (77,27%) evidenciando a feminização do

envelhecimento atual no país. A idade prevalente foi de 60 a 65 anos (40,01%); escolaridade de ensino fundamental completo (63,64%); sendo 50% idosos casados, seguidos de 25%, viúvos. Quanto à motivação para ingressar na UNABEM destacam-se: questões psicossociais (45,45%) - inserção social, oportunidade para diálogo e participação, entretenimento, melhora da ansiedade, diminuição da solidão, motivação para a vida, auxílio para tomada decisões - questões biológicas (34,10%) - depressão, hipertensão, diabetes, herpes, dor, autocuidado, atividade física e/ou prática corporal, nutrição - questões gerais (4,55%) - abrir comércio, aprender inglês e informática - sem motivos (15,90%).

Conclusão: Embora o envelhecimento seja comum a todos os seres humanos, pode-se perceber que

diversos fatores interferem neste processo tornando-o heterogêneo e diversificando as necessidades de cada indivíduo para vivenciá-lo e superar as dificuldades que possam surgir. Considera-se a universidade como espaço rico para o processo de troca de saberes e conhecimentos que possam auxiliar os idosos a lidar com as alterações próprias deste momento e buscarem uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Idoso, Acolhimento, Universidade da maturidade

Agradecimentos: A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Minas Gerais/FAPEMIG e a

Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG.

101. ENVELHECIMENTO E FEMINIZAÇÃO DA POPULAÇÃO: NOVOS DESAFIOS E POTENCIAIS

Souza FRD, Silva CS

Introdução: Um novo desafio das sociedades que estão envelhecimento é a feminização da população.

Eventos como a viuvez ou o divórcio, podem trazer a necessidade da mulher assumir tarefas em seu cotidiano, cuja responsabilidade era anteriormente de seu companheiro ou de outro familiar. Essa situação pode ser chamada de crise de habilidades, que impõe desafios aos quais elas terão que se adaptar e desenvolver novas competências.

Objetivos: Identificar as tarefas assumidas, os motivos que trazem essa necessidade e as dificuldades

enfrentadas nesse processo. Métodos: Estudo exploratório, transversal, qualitativo. Participaram 20 mulheres, com idade acima de

50 anos, com diferentes níveis de escolaridade e de renda, abordadas em programas para idosos. Utilizou-se um questionário sócio-demográfico e uma entrevista buscando conhecer quais as tarefas assumidas, os motivos e dificuldades enfrentadas. Os dados foram divididos em categorias temáticas e submetidos à análise descritiva.

Resultados: Observou-se que as tarefas assumidas em maior freqüência envolviam a realização de

compras, de serviços bancários e a manutenção de aparelhos e sistemas da casa. Essas tarefas eram de responsabilidade dos maridos e outros familiares, os principais motivos que causaram a troca de responsabilidade foram o adoecimento/óbito do marido, o adoecimento/óbito de outros familiares e o divórcio. Dentre as dificuldades enfrentadas, o desconhecimento do funcionamento dos serviços bancários, a falta de experiência com as atividades e a necessidade de aprender a utilizar novas tecnologias foram as mais comuns.

Conclusões: Esses eventos trazem novos desafios às mulheres, pois elas herdam as

responsabilidades de seu marido/familiares. Pode-se observar que, mesmo esses eventos sendo estressantes, esse processo revela o potencial dessas mulheres ao conseguir assumir eficientemente as tarefas e desenvolver as habilidades necessárias, mantendo sua autonomia e independência.

Palavras-chave: Envelhecimento; Saúde da Mulher, Tecnologia da Informação e Comunicação

Fontes financiadoras: Bolsa de mestrado cedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior.

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102. ANALISE DOS ÓBITOS OCORRIDOS ENTRE OS IDOSOS COM CRITÉRIO DE FRAGILIDADE AVALIADOS EM UM AMBULÁTORIO DE GERIATRIA

Souza L, Silva VA, D’Elboux MJD Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Enfermagem - Campinas/São Paulo

Introdução: O surgimento de problemas de saúde e de incapacidades pode favorecer o

desencadeamento da Síndrome da Fragilidade, a qual favorece ao declínio funcional e ao maior risco de óbito. Objetivo Geral: Caracterizar os óbitos ocorridos de idosos com critérios de fragilidade avaliados no

ambulatório de geriatria de um hospital universitário. Método: estudo quantitativo, descritivo, de corte longitudinal, integrante do projeto Temático “Qualidade

de vida em idosos: indicadores de fragilidade e de bem-estar subjetivo”, realizado nos anos de 2005 e 2006. Participaram da primeira fase da pesquisa 150 idosos. Buscou-se identificar entre os sujeitos a presença de critérios de fragilidade de acordo com a proposta da pesquisadora Fried e colaboradores. Em Março de 2012, foram investigados os desfechos apresentados por estes idosos, com destaque aos óbitos, no presente estudo.

Resultados: O número de sujeitos que foram a óbito no período de 2005 a 2012 sobre os quais foi

possível obter informações correspondeu a 41 idosos, que eram em sua maioria do sexo feminino (57,58%) e com idade maior ou igual a 75 anos (82,95%). Houve predomínio da presença de mais de 3 doenças associadas em 68,29% dos óbitos; 73,17% dos sujeitos que foram a óbito foram considerados frágeis, sendo que o critério de fragilidade predominante foi a perda de peso não intencional (78,05%), seguido da redução da força de preensão (62,50%) e exaustão (60,97%). Apresentou diferença significativa entre os idosos pré – frágeis e frágeis que foram a óbito nos critérios perda de peso não intencional, redução da velocidade de marcha e exaustão. Nas demais variáveis não houve significância estatística.

Conclusões: As variáveis associadas à ocorrência de óbitos foram os critérios da síndrome de

fragilidade, apontando para a necessidade de novas pesquisas tendo em vista a detecção precoce desta síndrome e sua reversão.

Palavras-chave: idoso, óbito

103. CONTEÚDOS ABORDADOS PELA UNIVERSIDADE SEGUNDO A VISÃO DOS DISCENTES DO ÚLTIMO ANO EM ENFERMAGEM QUANTO AO EMBASAMENTO TEÓRICO E PRÁTICO QUE A FACULDADE LHES FORNECEU PARA PRESTAR ASSISTÊNCIA DE QUALIDADE AO IDOSO

Tamayose VM, Silva LS, Macedo LL, Genovesi FF, Dellaroza MSG, Silva DK Universidade Estadual de Londrina/ Centro de Ciências da Saúde/ Londrina, PR.

Introdução: Na maioria das Universidades brasileiras a abordagem sobre envelhecimento está contida

em outro grande tema, tornando o ensino do envelhecer um ensino misto e pouco aprofundado, o que condena a não abordar ensinamentos biopsicossociais do idoso, como nos garante o disposto na Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1994).

Objetivo: Evidenciar os conteúdos abordados sobre o envelhecer na graduação de acordo com a visão

dos acadêmicos do último ano de Enfermagem e o quanto os mesmos se sentem preparados para prestar essa assistência.

Método: Estudo transversal, quantitativo/qualitativo, realizado com alunos do 4º ano de Enfermagem da

UEL por entrevista em sala de aula com instrumento elaborado conforme Caderno de Atenção Básica: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, Ministério da Saúde, 2006, com 19 questões quantitativas e 1 qualitativa. A pesquisa não foi submetida ao comitê de ética, sendo assinado o termo de consentimento pelos participantes para garantir confidencialidade.

Resultados: Foram entrevistados 41 estudantes dos quais responderam não terem visto os seguintes

conteúdos: 24,3% sobre políticas públicas à saúde, 21,9% sobre humanização e acolhimento à pessoa idosa na atenção básica; promoção de hábitos saudáveis: 4,8% alimentação saudável, 19,5% atividade física, 36,5% trabalho em grupo com pessoas idosas; avaliação global da pessoa idosa na atenção básica: 21,9% nutrição, 41,4% acuidade visual e acuidade auditiva, 29,2% incontinência urinária, 7,3% vacinação, 21,9% avaliação cognitiva, 14,6% depressão, 17,0% mobilidade, 26,8% avaliação funcional; suporte familiar e social: 9,7% avaliação estresse do cuidador, 26,8% violência intrafamiliar e maus tratos contra pessoa idosa; 36,5% envelhecimento e medicamentos, 4,8% osteoporose, 4,8% quedas, 0,0% hipertensão. Dos 41 entrevistados 70,7% estão preparados para prestar assistência, porém o que lhes garantiu grande parte desse conhecimento foi à vivência com os idosos, profissionais, estudos por meio de livros e projetos. 17,0% sentem preparados em partes, pois a faculdade ofereceu o conhecimento básico, necessitando buscar conhecimento de outras formas. E 12,9% não se sentem preparados.

Conclusão: Mesmo não tendo sido abordados alguns conteúdos importantes sobre o envelhecimento,

grande parte dos alunos sentem preparados; porém expõem que a graduação é muito superficial com relação à assistência e saúde do idoso, exigindo a necessidade de buscar outras formas de se adquirir conhecimento na área.

Palavras-chave: envelhecer, estudantes de enfermagem, assistência.

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104. ANÁLISE DO CONTROLE POSTURAL ENTRE CAIDORES E NÃO CAIDORES DA COMUNIDADE POR MEIO DA POSTUROGRAFIA EM DIVERSAS POSIÇÕES: A POSIÇÃO DE ROMBERG É SENSÍVEL À QUEDAS?

Tanaka EH, Ferreira PS, Silva MF, Gomes MM, Moraes R, de Abreu DCC Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP / Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor / RIBEIRÃO PRETO-SP

Introdução: A queda é uma das principais ocorrências nos idosos, e por trazer sérias consequências

médicas e funcionais devem ser sempre evitadas. Para identificar esses idosos com risco de quedas, testes funcionais (principalmente Romberg) e/ou laboratoriais (plataforma de força) tem sido utilizados (MALLMANN et al., 2009; BARBOSA et al., 2008).

Objetivos: Identificar a melhor postura de avaliação para predizer um pior controle postural

comparando idosos caidores e não caidores. Métodos: Aprovação do comitê de ética: protocolo 5372/2010. Estudo quantitativo, experimental que

incluiu 24 indivíduos da comunidade acima de 60 anos (idade média 64,42±3,45 anos, altura 1,58±0,07 m, peso 65,65±12,28), de ambos os sexos, pareados em dois grupos. Grupo caidor (n=12): única queda; Grupo não caidor (n=12): controle. Após a identificação de caidores e não caidores por meio de um questionário de quedas, os idosos foram avaliados por meio da plataforma de força (EMG System do Brasil®) nas posições de Romberg pés separados e Romberg pés em série, de olhos abertos e fechados, além da posição adaptada com espuma (5 cm de espessura e densidade de 30g/dm

3) sob os pés na posição Romberg pés separados. Os participantes

permaneceram 1 minuto nas posições, exceto nas posições Romberg pés em série que eram de 30 segundos. Foi analisado a área do centro de pressão (COP) nas diversas posições e utilizado o teste estatístico T student, considerando as diferenças significativas com p≤0,05.

Resultados: Os resultados das variáveis posturográficas revelaram diferenças na posição de Romberg

pés em série com os olhos fechados (p=0,01) quando comparados idosos caidores e não caidores. Conclusão: A posição de Romberg pés em série de olhos fechados se mostrou mais sensível para

detectar déficits no controle postural, o que nos indica que posições mais desafiadoras podem ser mais sensíveis para detectar déficits no controle postural, mesmo em idosos que já tenham histórico de quedas.

Palavras-chave: Plataforma de força, quedas, idosos.

Apoio Financeiro: FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)

105. PROBLEMAS CARDÍACOS E QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS URBANOS E RURAIS Tavares DMS, Arduini GO, Martins NPF, Dias FA, Ferreira LA Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Instituto de Ciências da Saúde

Introdução: Nos espaços urbano e rural há diferenças econômicas, educacionais e culturais que

podem impactar a qualidade de vida (QV). Entre idosos, considerando a prevalência de doenças crônicas, especificamente os problemas cardíacos, faz-se necessário aprofundar o conhecimento desta temática com foco no local de moradia.

Objetivo: comparar as variáveis socioeconômicas e a QV de idosos com problemas cardíacos

residentes nas zonas urbana e rural. Métodos: Inquérito quantitativo, analítico e transversal desenvolvido com idosos que autorreferiram ter

problemas cardíacos residentes nas zonas urbana (n=829), em 2008, e rural (n=220), em 2011, no município de Uberaba-MG. Foram utilizados os instrumentos: estruturado baseado no Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional, World Health Organization Quality of Life – BREF (WHOQOL-BREF) e o World Health Organization Quality of Life Assessment for Older Adults (WHOQOL-OLD). Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0, por meio de frequências absolutas e percentuais, média, desvio padrão, testes qui-quadrado e t-Student, regressão logística e regressão linear múltipla (p<0,05). Os projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, protocolos Nº 897 e Nº 1477.

Resultados: Na zona urbana houve maior proporção de mulheres (p=0,001), 75 anos e mais (p=0,018), sem companheiro (p<0,001). Os idosos da zona urbana apresentaram escores inferiores, WHOQOL-BREF, nos domínios fisico (p<0,001) e relações sociais (p<0,001); no meio ambiente os idosos da zona rural apresentaram escore médio inferior (p=0,012). No WHOQOL-OLD, os idosos da zona urbana apresentaram escores médios inferiores nas facetas autonomia (p<0,001), atividades passadas, presentes e futuras (p=0,001) e intimidade (p<0,001); os idosos rurais, nas facetas funcionamento dos sentidos (p<0,001) e morte e morrer (p=0,005).

Conclusão: Na zona urbana, deve-se buscar alternativas para ampliação da autonomia do idoso e das

suas relações pessoais. Na zona rural, pode-se identificar quais fatores tem contribuido para diminuir a QV ambiental e implementar estratégias que facilitem o acesso do idoso aos serviços de saúde.

Palavras-chave: idoso, qualidade de vida, atenção à saúde.

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106. QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE IDOSOS COM CÂNCER EM TRATAMENTO ADJUVANTE

Toneti, BF; Paula, JM; Nicolussi, AC; Saraiva, DA; Santos, CLT; Sawada, NO Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP Departamento de Enfermagem Geral e Especializada Ribeirão Preto – SP

Introdução: O câncer é uma das enfermidades que mais matam atualmente, acometendo

principalmente idosos, que tornam-se vulneráveis durante o processo de envelhecimento. Objetivos: O presente estudo tem como objetivos identificar alterações na qualidade de vida

relacionada à saúde (QVRS) de idosos com câncer e caracterizar os dados sócio-demográficos, clínicos e terapêuticos, correlacionando-os aos domínios de QVRS.

Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e transversal, desenvolvido com

usuários de uma clínica médica particular no município de Ribeirão Preto, diagnosticados com câncer e em tratamento adjuvante. Para caracterizar a amostra, foram investigadas as variáveis dos dados sócio-demográficos, clínicos e terapêuticos, correlacionando-as aos domínios da QVRS. Utilizou-se o instrumento de medida Quality of Life – Core-30 – Questionnaire, para avaliar os domínios relacionados à QVRS dos participantes. As análises estatísticas foram realizadas por meio do pacote estatístico Statistical Package for Social Science - SPSS.

Resultados: Participaram deste estudo 21 pacientes com idade maior ou igual a 60 anos, com a

capacidade cognitiva preservada e com o diagnóstico de câncer. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (61,9%) e entre a faixa etária de 60 e 79 anos (85,7%). Os resultados demonstraram que a QVRS foi considerada satisfatória (média = 69,04). Quanto aos domínios da QVRS mais afetados, observamos alterações significantes na função emocional, função cognitiva, função social, desempenho de papel, dificuldades financeiras e sintomas como fadiga, náuseas e vômitos, insônia e dispneia. Constatou-se que as correlações estatisticamente significantes se deram em relação à religião, ao estado civil, ao grau de escolaridade, à procedência, ao diagnóstico, ao tipo de cirurgia, ao tratamento radioterápico, ao protocolo da quimioterapia e aos efeitos colaterais do tratamento oncológico.

Conclusões: Os achados do presente estudo concluíram que a QVRS dos pacientes que compuseram

a amostra foi considerada satisfatória. Conforme a literatura, releva-se a importância de se estudar e compreender as variáveis relacionadas à QVRS de pacientes idosos oncológicos em tratamento, uma vez que a compreensão dos domínios relacionados à QVRS auxilia nos cuidados e intervenções durante o tratamento, que podem potencializar o estado de saúde e QVRS desses pacientes e planejar o processo de reabilitação.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Idosos; Câncer

Fonte Financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

107. O SENTIMENTO DO PACIENTE RENAL CRÔNICO SOB INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS DURANTE O TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

Vitolo F, Orlandi SF, Duarte JG, Moraes BIP Universidade Federal de São Carlos – UFSCar; Departamento de Gerontologia; São Carlos -SP

Introdução: No Brasil o número de idosos portadores de Doença Renal Crônica é bastante expressivo.

A alteração dos hábitos de vida desses indivíduos para a realização do tratamento através da hemodiálise (Hd) pode levá-los a ter sentimentos como frustração, tristeza e depressão. Dentre as possíveis intervenções na busca por melhoria da qualidade de vida desta população, tem-se as atividades lúdico-educativas (ludoterapia), que tem sido objeto de transformação na vida de indivíduos doentes. A ludoterapia não cura o paciente, mas proporciona grandes melhoras, ajudando no enfrentamento da doença; Retoma o entusiasmo e novas perspectivas de vida de forma simples despertando alegria e encantamento, minimizando as tensões e ansiedades causadas pelo ambiente hospitalar transformando o tempo inativo do paciente em algo produtivo, promovendo interação entre eles e a equipe de saúde.

Objetivo: O estudo tem como objetivo verificar o impacto da prática de atividades lúdicas durante as

sessões de hemodiálise, nas emoções sentidas antes e após a intervenção. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, com abordagem quali-quantitativa,

desenvolvida em uma Unidade de Terapia Renal Substitutiva do interior paulista. Foram utilizados como atividades lúdicas, diversos jogos, como dominó, bingo, quebra-cabeça, xadrez, palavras cruzadas, jogo da memória, entre outros. Para a coleta de dados pré e pós atividade lúdica, aplicou-se o instrumento denominado emocionômetro e realizou-se uma entrevista semiestruturada, com o intuito de verificar a opinião e expectativas desses pacientes sobre as futuras atividades.

Resultados: Quanto aos resultados,dos 39 sujeitos de pesquisa, 60% apenas assistiam televisão ou

dormiam durante as sessões de Hd. Quanto às expectativas em relação às atividades lúdicas, 74% esperavam que as atividades trouxessem mais diversão e que o tempo de tratamento passasse mais rápido. Ao longo dos dez encontros verificou-se através do emocionômetro que antes das atividades 94,92% dos participantes se sentiam normal, 21,47% alegres e 9,04% tristes; e após as atividades, 33,9% sentiam-se normal, 92,66% passaram a se sentir alegres e nenhum se sentiu triste.

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Conclusão: Conclui-se, portanto, que as atividades lúdicas desenvolvidas apresentaram impacto

positivo nas emoções sentidas pelos pacientes renais crônicos estudados, cabendo destacar o relevante aumento no percentual de pessoas em hemodiálise, se sentindo alegres no final da atividade lúdica.

Palavras-chave: Ludoterapia, Diálise Renal, Qualidade de Vida.

Apoio Financeiro Pró Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos.

108. AS HISTÓRIAS DE VIDA DOS IDOSOS LONGEVOS DE UMA COMUNIDADE Willig MH, Lenardt MH Universidade Federal do Paraná - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Curitiba- Paraná

Introdução: O aumento acelerado da população longeva no contexto global mostra a relevância do

desenvolvimento de pesquisas nessa área, para uma melhor compreensão desse processo. Objetivo: O objetivo deste estudo qualitativo consistiu em interpretar as histórias de vida, de vinte

idosos longevos de uma comunidade, alicerçada na perspectiva do Envelhecimento Ativo e Curso de Vida. Método: A coleta de dados ocorreu mediante a realização de entrevistas narrativas, que foram

submetidas às etapas do processo de análise proposto por Schütze (2010): análise formal do texto, descrição estrutural do conteúdo, abstração analítica, análise do conhecimento, comparação contrastiva mínima (semelhanças) e máxima (dessemelhanças) e construção de um modelo teórico acerca da longevidade.

Resultados: As análises das trajetórias de vida resultaram em categorias que apresentaram semelhanças entre si e outras consideradas diferentes às demais. As categorias semelhantes foram: O

trabalho como subsistência da vida cotidiana; As famílias extensas e suas implicações; A família patriarcal e a educação dos filhos; Os conflitos políticos presenciados na infância; A utilização de práticas culturais de cura como cuidado à saúde; O êxodo rural como expectativa de melhora de vida; As perdas e os enfrentamentos ao longo do curso de vida; A religiosidade e sua representatividade nas trajetórias de vida; A trajetória atual - uma representação diferenciada de envelhecer; A trajetória futura e os projetos de vida. As categorias que se apresentaram diferentes às demais foram: Fumar - hábito adquirido na adolescência; A vida solitária - amizade com os vizinhos como rede de apoio; Novo casamento dos longevos após viuvez; Insegurança gerada por moradia em área de risco; O trabalho após a aposentadoria visto como uma necessidade; A atenção à saúde referida como insatisfatória; Alimentação precária por ingesta inadequada de nutrientes; Fatores econômicos como geradores de proteção social. No processo de análise das categorias surgiram elementos presentes no passado e presente dos longevos, que contribuíram para o desenvolvimento de um modelo teórico: “Construindo a longevidade no curso de vida”.

Considerações finais: A longevidade tem suas raízes no passado, fortemente influenciada pela cultura

familiar e curso de vida. Os pressupostos do Envelhecimento Ativo são mais evidentes na trajetória atual dos longevos, na qual se alternam determinantes e condicionantes do Envelhecimento Ativo.

Palavras-chave: Idosos de 80 Anos ou Mais; Longevidade; História; Cultura.

109. RELAÇÃO ENTRE PERFIL DE PESSOAS COM DEPENDÊNCIA E APOIO SOCIAL PERCEBIDO POR CUIDADORES FAMILIARES

Yamashita CH, Amendola F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo – SP

Introdução: apoio social se refere ao grau de satisfação de um indivíduo com suas relações e é ligado

as dimensões: material, emocional, afetiva, interação positiva e de informação. No caso de pessoas com incapacidades e dependência e seus cuidadores, o apoio social permite que sintam maior controle sobre suas vidas e façam parte de uma rede social com compromissos mútuos. Em muitos casos, o cuidador encontra-se em uma situação totalmente inesperada, levando a depender ainda mais do apoio de sua rede social.

Objetivo: analisar a associação entre a percepção de apoio social de cuidadores familiares e o perfil

das pessoas objeto do cuidado. Método: estudo transversal, quantitativo, realizado em um Serviço de Assistência Domiciliária

localizado na zona sul do município de São Paulo. Foram entrevistados 110 cuidadores familiares entre março e novembro de 2011 e utilizado o Índice de Barthel para avaliação do grau de dependência dos pacientes e o Medical Outcomes Study, para análise da percepção de apoio social dos cuidadores. Foi realizado o teste U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis e considerado resultado estatisticamente significativo quando p<0,05. Todos os aspectos éticos foram respeitados.

Resultados: a maior parte dos pacientes (56,8%) era do sexo feminino, com idade média de 67,2 anos

(dp=23,3), 55,1% possuía doenças do aparelho circulatório e 66,1% era totalmente dependente para atividades de vida diária. A maioria dos cuidadores (90,0%) era do sexo feminino, com idade média de 52,3 anos (dp=14,0) e apresentaram escore médio de apoio social de 77,5 (dp=19,9). Na análise da associação entre a percepção de apoio social e perfil dos pacientes, na dimensão material, as variáveis higiene pessoal e eliminações intestinais apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os grupos, com p=0,006 e p=0,026, respectivamente.

Houve diferença estatisticamente significativa entre o escore médio da dimensão de interação positiva e a

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variável passagem cadeira-cama (p=0,043). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos nas dimensões emocional, afetiva e de informação.

Conclusão: a associação entre a percepção de apoio social e o perfil dos pacientes mostrou que

somente nas dimensões material e interação positiva apresentou variáveis com diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Analisar o perfil de pacientes dependentes e a relação com a percepção de apoio social pode contribuir para o planejamento da assistência.

Palavras-chave: apoio social, cuidadores, Assistência Domiciliar

110. ASPECTOS COGNITIVOS E SINTOMAS DEPRESSIVOS DE IDOSOS DIABÉTICOS DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Yassuda MS, Vianna-Paulo DL

Introdução: Diabetes Mellitus (DM) é uma desordem metabólica de múltiplas etiologias e pesquisas

sugerem que exista uma possível conexão com o declínio cognitivo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar os aspectos cognitivos e sintomas depressivos de

idosos diabéticos. Métodos: Foram investigados 19 idosos diabéticos com idade média de 67,58 com desvio padrão de

6,66, residentes na zona leste de São Paulo. A escolaridade média foi de 3,63 anos de estudo, com desvio padrão de 2,43 e a renda média dos participantes foi de 3 salários mínimos, com desvio padrão de 1,49. Para avaliação dos aspectos cognitivos foram aplicados os testes de rastreio Mini- Exame do Estado Mental (MEEM) e Fluência Verbal animais (FV), e para avaliação dos sintomas depressivos foi aplicada a Escala de Depressão Geriátrica (GDS).

Resultados: Os resultados mostraram que este grupo de idosos diabéticos apresentou desempenho

médio de 23,58, com desvio padrão de 2,78, no MEEM. A pontuação média na FV foi de 14,95, com desvio padrão de 2,95. E na GDS os idosos apresentaram pontuação média de 2,89, com desvio padrão de 1,70.

Conclusão: Concluímos que por se tratar de uma população com baixas escolaridades e renda, o

MEEM mostrou uma média de pontuação baixa, mas como não tivemos um grupo controle de não diabéticos nesta população, não podemos afirmar que o declínio cognitivo esteve relacionado ao diabetes. A FV apresentou uma performance satisfatória, mostrando que os participantes não possuem declínio nesta função. Através da pontuação baixa na GDS percebemos que os participantes não apresentaram sintomas depressivos.

111. COMO MELHORAR AS PRÁTICAS DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES QUE PRESTAM SERVIÇOS AO PÚBLICO SÊNIOR? UM OLHAR ATRAVÉS DAS CONFIGURAÇÕES ESTRUTURAIS DE MINTZBERG

Zanon CJZ, Santos FCA, Fogaça DR Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Gerontologia (SÃO CARLOS-SP) - Universidade de São

Paulo – Departamento de Engenharia de Produção (SÃO CARLOS-SP)

Introdução: as necessidades específicas e expectativas das pessoas idosas são dinâmicas, pois estão

frequentemente sendo redefinidas. Devido a esse constante processo de mudança, segundo Valkila et al. (2010), há a necessidade de melhorar o gerenciamento dos serviços. Para Fitzsimmons et al. (2004), esse gerenciamento necessita o reconhecimento da dualidade cliente-fornecedor encontrada na prestação de serviços.

Objetivos: discutir como melhorar as práticas de gestão nas organizações que prestam serviços ao

público sênior por meio do entendimento de características estruturais mais apropriadas às organizações que devem se adequar à frequente redefinição das demandas do público idoso.

Métodos: este trabalho está fundamentado em um estudo qualitativo observacional e norteado por uma

metodologia que estabelece relações entre modelos organizacionais descritos no estatuto do idoso e as configurações estruturais de Mintzberg et al. (2006) – a estrutura simples, a burocracia mecanizada, a burocracia profissional, a forma divisionalizada e a adhocracia.

Resultados: as evidências advindas das categorizações dessas relações indicam que tanto a

diversificação quanto a complexidade são fatores relacionados à melhoria das práticas de gestão. Tais fatores sugerem a criação de áreas que sejam capazes de projetar e oferecer serviços diversificados e a contratação de profissionais especializados que podem fomentar a melhoria contínua de práticas administrativas.

Conclusões: o entendimento de características estruturais pode auxiliar na detecção de fatores que

favoreçam a melhoria contínua das práticas de gestão e o projeto de novas formas de atendimento. Palavras-chave: Modelos Organizacionais, Administração de Serviços de Saúde, Serviços de Saúde para Idosos

Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e à

Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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112. PROGRAMA DE APRIMORAMENTO MULTIPROFISSIONAL EM HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA

Zanotti PS, Guimarães CF, Uchôa-Figueiredo LR Secretaria Municipal de Saúde – Prefeitura de Ribeirão Preto-SP

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabete Mellitus (DM) são doenças crônicas,

não transmissíveis, que possuem alto número de prevalência entre a população brasileira e estão relacionadas às doenças cardiovasculares, as quais são consideradas um dos problemas mais grave de saúde pública no país. Em Ribeirão Preto, percebendo-se as diferentes demandas da população idosa relacionadas à HAS e ao DM, como: alta prevalência de ansiedade, depressão, distúrbios do sono, obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo e pouca sociabilidade, em 1994 a Secretaria Municipal de Saúde deu início ao Programa de Aprimoramento Multiprofissional em Hipertensão Arterial (PAMHA), e em 1998, juntou-se a este o programa de DM, por sentirem os efeitos positivos das ações multidisciplinares com os pacientes, principalmente os idosos.

Objetivos: Apresentar a estrutura e as ações desenvolvidas pelo Programa de Aprimoramento

Multiprofissional em Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus (PAMHADM) da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, que atende, em sua maioria, idosos hipertensos e diabéticos.

Método: O PAMHADM tem duração de 01 (um) ano, e atualmente é formado por 02 psicólogas, 03

nutricionistas; 02 terapeutas ocupacionais, 02 enfermeiras e 01 educadora física. Os atendimentos à população idosa se configuram, entre as demais atividades do programa, em Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Ambulatório Regional de Especialidades – Núcleo de Gestão Assistencial (NGA), no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e no Ginásio de Esportes (Cava do Bosque). São realizados grupos, atendimentos individuais, visitas domiciliares, passeios, atividades de lazer e campanhas de esclarecimento e prevenção das doenças e suas complicações.

Resultados: As ações desenvolvidas são potencializadoras e visam acolhimento, melhora da auto

estima e das relações interpessoais, conscientização corporal, mudanças do estilo de vida e promoção de saúde, desta forma conseguindo diminuir a incidência, prevalência e complicações das doenças.

Considerações Finais: Esta equipe desenvolve o trabalho em um desenho tecnoassistencial mais

cuidador, que dá maior atenção à saúde do idoso com base em suas necessidades e potencialidades, tentando assegurar a continuidade e a integralidade do cuidado, buscando ações humanizadas, qualidade da atenção à saúde e desconstrução de um modelo médico centrado.

Palavras-chave: Saúde do idoso, Ações interdisciplinares, Aprimoramento profissional

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