mecânica da fratura

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Mecânica da Fratura Seminário I Emílio Dias - Thiago Lara - Tiago Alceu

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Page 1: Mecânica Da Fratura

Mecânica da FraturaSeminário I

Emílio Dias - Thiago Lara - Tiago Alceu

Page 2: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•O que gerou interesse para o estudo da mecânica da fratura foram diversos acidentes;

•Um dos mais marcantes para os brasileiros foi o do Airton Senna, causado pela quebra da barra de direção.

Page 3: Mecânica Da Fratura

Pouso Bem Sucedido de um 737 que Perdeu o Teto Durante o Vôo, Devido à uma Falha por

Fadiga (após mais de 32 mil decolagens)

Page 4: Mecânica Da Fratura

DC-9 Fraturado Durante um Pouso “Normal” (notar que os pneus não estão furados nem os

trens de pouso estão quebrados, logo a falha não pode ser debitada à falha do piloto)

Page 5: Mecânica Da Fratura

Navio Quebrado em Dois no Porto (em 1972)

Page 6: Mecânica Da Fratura

Vaso de Pressão Fraturado Durante o Teste Hidrostático

Page 7: Mecânica Da Fratura

Ponte sobre o Rio Ohio, em Point Pleasant, W.Virginia, USA

Page 8: Mecânica Da Fratura

Restos da Ponte Após a Falha (com 46 mortes) Causada por uma Pequena Trinca que Levou quase 50 anos para Ficar Instável.

E.P. de Deus

Page 9: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•Inglis em 1913 iniciou estudos em MdF por ensaios de tração em placas com pequenos furos;

•Mais tarde Inglis ainda mudou a geometria dos furos para entender melhor o comportamento;

•Seus estudos foram citados em mais de 1200 obras posteriores.

Page 10: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•Griffith em 1920 fez o primeiro documento sobre MdF e é considerado o “pai” da mesma;

•Sua teoria básica é de que: ▫Pequenas trincas no interior do material

atuam como concentradores de tensão e assim diminuem a força necessária para a separação dos átomos por um efeito de amplificação da força externa aplicada.

Page 11: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

• Westergaard(1938) determinou a natureza de distribuições das tensões na ponta da trinca;

• Teve como base conceitos da Teoria da Elasticidade;

• Orowan(1950) estendeu as possibilidades da mecânica da fratura para além do estudo dos materiais frágeis;

• Sugeriu que deveria ser inclusa na expressão uma componente plástica da densidade de energia superficial.

Page 12: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura•Em 1957 Irwin estendeu a teoria para

materiais ducteis e postulou que :▫“A energia devido à deformação plástica

deveria ser adicionada à energia associada com a criação de novas superfícies da trinca”;

•Barenblatt em 1959 buscou adaptar a ideia de Griffith à consideração de aspectos microscópicos do fenômeno presentes nas extremidades das fissuras.

Page 13: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•Dugdale, em 1960, criou um modelo , que determinava o tamanho da zona plástica desenvolvida na ponta da trinca;

•Wells em 1961 criou outro modelo, que propôs a abertura da ponta da trinca como parâmetro para medir a tenacidade à fratura;

Page 14: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•Em 1968 Rice utiliza de conceitos de integrais invariantes para caracterizar o estado de tensões e deformações em um corpo com trinca;

•Em seus trabalhos originais, foi introduzida uma integral que representa a intensidade do trabalho mecânico na ponta de uma trinca.

Page 15: Mecânica Da Fratura

Origem e Evolução da Mecânica da Fratura

•Já em 1984 Bazant cria um modelo baseando-se em: ▫Regimes por funções de distribuição de

probabilidade;▫Distribuição de Weibull;▫Distribuição Gaussiana;▫Materiais pseudo frágeis e as distribuições

intermediária.

Page 16: Mecânica Da Fratura

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

•Em resistência dos materiais considera-se que o corpo trabalhe até no limite do colapso plástico;

•A referência comumente utilizada é o limite de escoamento ou a faixa de dureza;

•Usualmente se usa um fator de segurança para evitar a falha do componente, este fator varia de acordo com sua aplicação.

Page 17: Mecânica Da Fratura

•Na resistência dos materiais assumem-se alguns princípios:▫Corpo que está sendo analisado é contínuo:

não possui vazios ou cavidades de qualquer espécie;

▫Homogêneo: possui propriedades iguais em todos os pontos;

▫Isotrópico: as propriedades não variam com a direção ou orientação.

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

Page 18: Mecânica Da Fratura

•Geralmente é aceito que o fator de segurança evita a ocorrência de fraturas nas tensões de projeto;

•Todavia defeitos são inerentes aos materiais;

•Estes defeitos muitas vezes geram concentrações de tensão;

•Que levam a ruptura frágil do material, ainda que abaixo das tensões de projeto;

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

Page 19: Mecânica Da Fratura

• Em serviço é com uma ocorrência de trincas junto a regiões de altas tensões como:▫Filetes;▫Rasgos de chaveta;▫Reduções de seção;▫Etecetera;

• Os tipos mais comuns de tricas são:▫Trincas de solidificação;▫Trincas de hidrogênio em soldas;▫Descoesão lamelar;▫Nucleadas por fadiga ou corrosão sobre tensão.

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

Page 20: Mecânica Da Fratura

•O objetivo da mecânica da fratura é: Determinar quando uma trinca irá levar o componente a

falhar em tensões de serviço;

•Na MdF considera-se que o material possui defeitos;

•É uma técnica mais efetiva para evitar a falha do componente;

•Pode ser subdivida em dois campos de estudo:▫Linear elástico;▫Elasto-Plástico.

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

Page 21: Mecânica Da Fratura

•Seu grande mérito é possibilitar ao projetista valores quantitativos de tenacidade do material;

•Isso permite a concepção de projetos com mais segurança e viáveis economicamente;

•Quando a MdF é aplicada a fadiga e corrosão sob tensão, ela permite uma operação segura.

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais

Page 22: Mecânica Da Fratura

Mecânica da Fratura

Mecânica Aplicada

EngenhariaCiência dos Materiais

APLICAÇÕESTESTESPLASTICIDADEPROCESSO DE FRATURA

FRATURA

Mecânica da Fratura X Resistência dos Materiais• Resumindo “A MdF é a área do conhecimento

responsável pelo estudo dos efeitos decorrentes da existência de defeitos e trincas em materiais utilizados na fabricação de componentes e estruturas”;

Page 23: Mecânica Da Fratura

TRIÂNGULO DA MECÂNICA DA FRATURA

Mecânica da Fratura

Propriedades do MaterialKIC , JIC

Comprimento da Trincaa

Tensões

Page 24: Mecânica Da Fratura

Crescimento de Trincas e Fratura

•Sob o ponto de vista microscópico, a falha se dá de acordo com a seguinte sequência:

acúmulo de danos iniciação da(s) trinca(s)

propagação de trinca Fratura do Material

•A estrutura ou parte dela falha quando:▫ Quando fica totalmente inutilizada,

▫ Quando ela ainda pode ser utilizada, mas não é capaz de desempenhar a função satisfatoriamente,

▫ Quando uma deterioração séria a torna insegura para continuar a ser utilizada

Page 25: Mecânica Da Fratura

Placa finita com furo elíptico central, com curvatura r = (b2/a)

A

B

2a2b

Crescimento de Trincas e Fratura•Trincas são concentradoras de tensão

Page 26: Mecânica Da Fratura

Crescimento de Trincas e Fratura•Cálculo do Fator de Concentração de Tensões quando: ▫b 0, 0 e ;▫Então furo trinca;

•Os componentes das tensões na ponta da trinca são singulares, essa é a base para as formulações de Irwin(MFEL) e HRR(MFEP).

Page 27: Mecânica Da Fratura

•O verdadeiro comportamento da trinca em materiais reais passa por:▫ Uma tensão infinita não pode ocorrer

em materiais reais;

▫Se a carga aplicada não for muito alta, o material pode “acomodar” a presença de uma trinca inicialmente aguda, reduzindo a tensão infinita teórica a um valor finito.

Crescimento de Trincas e Fratura

Page 28: Mecânica Da Fratura

trinca idealtrinca real

y y

x

2r o

ZonaPlástica

Metais

Crescimento de Trincas e Fratura

•O comportamento da trinca em aços e ligas:

Page 29: Mecânica Da Fratura

Crescimento de Trincas e Fratura

•O comportamento da trinca em polímeros e cerâmicos:

"crazing"

Polímeros

microtrincas

Cerâmicos

Page 30: Mecânica Da Fratura

Exemplo de Comportamentos de Fratura

Page 31: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Em estruturas de equipamentos móveis como:▫Aeronáutica;▫Automotiva;▫Etecetera;

•É necessário uma melhor relação entre peso e segurança.

Page 32: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Logo para garantir a segurança é necessário utilizar alguns conceitos da mecânica da fratura;

•E realizar inspeções em regiões críticas da estrutura;

Page 33: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Recordemos que uma das considerações possíveis acerca da vida da estrutura é:

Page 34: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Este gráfico relaciona o tamanho da trinca com o tempo, a mesma só pode ser detectada em t2.

Page 35: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Algumas considerações devem ser feitas:▫No instante t1 é formada uma trinca que cresce até t2;▫Em t2 podemos detectar a trinca e então calcular quanto

tempo temos para substituir o elemento;▫O tempo t3 é onde a trinca atinge seu limite e que após

este marco o elemento não é mais fiável;

•Assim para que seja seguro utilizar a estrutura é necessário que tenhamos ao menos duas inspeções no intervalo t2-t3;

•Isso ocorre por que uma trinca na iminência de t2 ainda não é detectável.

Page 36: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

• As técnicas para controle de danos no material ainda não detectam defeitos muito pequenos;

• Em casos onde o tamanho crítico da trinca é muito pequeno é necessário fazer outras considerações:▫Materiais com alta resistência e baixa tenacidade;

• É necessário então fazer ensaios periódicos de sobrecarga;

• Caso o componente suporte a esse ensaio de sobrecarga, ele ainda está seguro a ruptura por fadiga em operação.

Page 37: Mecânica Da Fratura

Tolerância ao Dano e a Mecânica da Fratura

•Outra forma de tornar o componente seguro é fazer remoção periódica de material;

•Ainda que este venha a ter uma menor seção transversal e a tensão aumente, a trinca terá sido removida;

•Isso é mais indicado para estruturas com alto custo e com seções espessas.

Page 38: Mecânica Da Fratura

Fator de Concentração de Tensão•Fatores como:

▫Descontinuidades geométricas(mudanças de seção);

▫Furos;▫Entalhes;▫Trincas;

•Todos estes fatores provocam um aumento localizado na tensão;

•Apresentando-se assim acima da tensão nominal do elemento.

Page 39: Mecânica Da Fratura

•Na figura abaixo podemos ver uma alteração da seção no elemento, o que acarreta em concentração de tensão.

Fator de Concentração de Tensão

Page 40: Mecânica Da Fratura

•Dessa forma, na MdF é definido um valor K que representa a concentração de tensão no corpo;

•Esse valor varia com o tipo de descontinuidade que o elemento sofre;

•Possui o objetivo de “corrigir” os valores de tensões médios, para valores verdadeiros em que o elemento realmente está submetido.

Fator de Concentração de Tensão

Page 41: Mecânica Da Fratura

Fator de Concentração de Tensão

Page 42: Mecânica Da Fratura

•Como o valor de K depende de vários fatores, dependendo da complexidade do detalhe a MEF é mais aconselhada para determinar a carga admissível;

•Na metodologia convencional, quando utiliza-se materiais com alta resistência, é comum que o entalhe “eleve” os valores de tensão.

Fator de Concentração de Tensão

Page 43: Mecânica Da Fratura

•Recordemos que qualquer descontinuidade altera a forma com que as tensões estão distribuídas no elemento.

ESTADO DE TENSÕES EM PONTOS DE CONCENTRACAO DE TENSÕES

Page 44: Mecânica Da Fratura

•Todavia para materiais muito dúcteis, é possível que o entalhe dificulte a deformação plástica, o que pode acarretar em aumento da carga admissível;

•Neste desenhopodemos obser-var a tendência de concentraçãoe redistribuiçãode tensões.

ESTADO DE TENSÕES EM PONTOS DE CONCENTRACAO DE TENSÕES

Page 45: Mecânica Da Fratura

•Neste tipo de fratura o elemento deforma substancialmente antes de fraturar;

•É considerado um processo estável, sua propagação é lenta e necessita de variação na tensão aplicada;

Escoamento e Colapso Plástico em Entalhes

Page 46: Mecânica Da Fratura

•O micromecanismo da fratura dúctil

Escoamento e Colapso Plástico em Entalhes

Page 47: Mecânica Da Fratura

•A coalescência das micro cavidades gera a superfície de fratura.

Escoamento e Colapso Plástico em Entalhes

Page 48: Mecânica Da Fratura

•Esta é uma típica superfície pós fratura dúctil;

Escoamento e Colapso Plástico em Entalhes

Page 49: Mecânica Da Fratura

•Fratura por clivagem, é uma denominação comum para um tipo de fratura frágil;

•Esse processo se dá com a separação dos planos cristalinos com pouca deformação;

Fratura em Entalhes no Comportamento Frágil

Page 50: Mecânica Da Fratura

•Existe também a fratura intergranular;

•É um processo ainda mais frágil;

•A separação é pura e simples, nos contornos de grãos;

Fratura em Entalhes no Comportamento Frágil

Page 51: Mecânica Da Fratura

•Em ambos os casos o que caracteriza-a como uma fratura frágil é rápida propagação da trinca.

Fratura em Entalhes no Comportamento Frágil

Page 52: Mecânica Da Fratura

•A nucleação das microtrincas é resultado da deformação plástica não homgênea;

•As trincas atingem rapidamente o tamanho crítico, quase que sem “sinais”.

Fratura em Entalhes no Comportamento Frágil

Page 53: Mecânica Da Fratura

•Para ambos os tipos de fratura existem teorias e modelos que ajudam a prevenir e a modelar equipamentos para que não falhem em serviço;

•Estes estudos possuem uma série de especificações de aplicação, onde o MEF muitas vezes pode ser aplicado;

•Essas modelagens serão alvo de aulas posteriores.

Fratura Frágeis ou Dúcteis

Page 54: Mecânica Da Fratura

Dúvidas?