max weber não toma para o estudo das questões sociológicas

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1 1 Não toma para o estudo das questões sociológicas o modelo da abordagem científica das ciências da natureza. MAX WEBER O objecto da sociologia é a explicação dos fenómenos sociais, o que pressupõe a compreensão das acções que lhe deram origem. A sociologia tem por objectivo compreender a acção social. Acção é todo o comportamento intencional quando este se processa no seio de sistemas sociais. Os comportamentos contêm intenções e expectativas; há uma antecipação da reacção dos outros.

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Cópia de Módulo 1 mestrado11
Não toma para o estudo das questões sociológicas o modelo da abordagem científica das ciências da natureza.
MAX WEBER
O objecto da sociologiaé a explicação dos fenómenos sociais, o que pressupõe a compreensão das acções que lhe deram origem.
A sociologia tem por objectivo compreender a acção social.
Acçãoé todo o comportamento intencional quando este se processa no seio de sistemas sociais.
Os comportamentos contêm intenções e expectativas; há uma antecipação da reacção dos outros.
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SOCIOLOGIA – ciência que se propõe compreender por interpretação a acção social e por isso explicar o seu desenvolvimento e os seus efeitos.
Nesta definição podemos distinguir três procedimentos: 1- Interpretação 2- Compreensão 3- Explicação
A compreensão supõe a empatia. Compreender não é só apreender o sentido da acção isolada mas o conjunto significativo ao qual essa acção pertence.
Não é o indivíduo isolado que interessa à sociologia, mas o sujeito que leva a cabo acções no seio de determinado contexto.
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INDIVIDUALISMO METODOLÓGICO
O processo de interpretação dos factos sociais passa por considerar as acções individuais, individualmente ou agregadas. O indivíduo é “o único portador de um comportamento significativo” – Individualismo metodológico.
NONOÇÇÃO DE CAUSALIDADEÃO DE CAUSALIDADE A situação singular é uma consequência da complexidade social e, se a compreendermos estamos a aprofundar o conhecimento social geral. A maneira de conceber a vida exprime-se nos diversos acontecimentos singulares da vida dos indivíduos. A realidade é infinitamente mais ampla e mais complexa do que aquilo que podemos abarcar, por isso não tem sentido reduzir a realidade a leis.
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CONCEITO DE “IDEAL-TIPO”
A sociologia compreensiva constrói representações que ajudam a dar inteligibilidade à realidade. M. Weber propõe que o investigador construa tipos estilizados que realcem as características por forma a facilitar a compreensão dos problemas.
Quatro tipos de acções sociais: 1- Acções racionais na finalidade. 2- Acções decorrentes dos valores e das crenças. 3- Acções determinadas por valores emocionais. 4- Acções decorrentes da tradição, hábitos e costumes.
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DIFERENCIAÇÃO SOCIAL POR CLASSES E POR GRUPOS DE ESTATUTO SOCIAL
Ordem social “forma como o prestígio social é distribuído na comunidade (…)”. Ordem económica“forma como os bens económicos e serviços são distribuídos e usados”.
Atribui a distribuição de poder nas comunidades a três fenómenos:
1- As Classes(diferenciação de ordem económica).
2- Os grupos de estatuto social(diferenciação de ordem social).
3- Os partidos (diferenciação de ordem legal).
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Pode falar-se em classe socialquando um conjunto de pessoas têm em comum:
a) oportunidades de vida.
b) interesses económicos ( posse de bens /oportunidade de rendimentos ).
c) Condições de mercado de bens ou de trabalho.
A situação de classeé uma situação de mercado. A situação de estatutointegra toda a componente típica da vida das pessoas, determinada por uma atribuição social de prestígio, positivo ou negativo. A pertença a um grupo de estatuto socialrefere-se à partilha de um certo estilo de vida.
A pertença a uma determinada classe social não significa a correspondência a um estatuto social similar.
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KARL MARX
As classes só existem nas relações de classe e, mais precisamente nas lutas de classe que opõem classes antagónicas. Encontram-se assim classes opostas. Por um lado os detentores dos meios de produção - proprietários fundiários e capitalistas – e, por outro, os que só detêm a sua força de trabalho – os proletários.
Classeé o conjunto de agentes que no processo de produção, estão nas mesmas condições.
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A escola transforma as desigualdades sociais (culturais) em desigualdades escolares.
“Os estudantes mais favorecidos, não só devem ao meio de origem os hábitos, o treino e as atitudes que lhes são mais úteis nas tarefas escolares, mas herdam também saberes e um savoir-faire, gostos e um bom gosto, cuja rendibilidade escolar, embora indirecta, não deixa de se verificar.”
Para alguns a cultura escolar é idêntica à cultura da família enquanto que para outros representa uma aculturação.
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Os Herdeiros Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.1)
O sistema educativo contribui através da sua própria lógica, para assegurar a perpetuação do privilégio. A igualização formal face à escola (igualdade de oportunidades) jamais conseguirá superar as desvantagens dos alunos oriundos das classes trabalhadoras.
Existem relações entre a classe dominante e a escola.
As classes sociais estão representadas no ensino superior de forma desigual.
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Os Herdeiros Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.2)
O sistema escolar provoca uma eliminação tanto maior quanto mais se caminha para as classes desfavorecidas.
O acesso ao ensino superior é o resultado duma selecção escolar que se efectua ao longo do percurso escolar, de acordo com a origem social dos alunos.
Os obstáculos económicos não bastam para explicar a “mortalidade escolar”. A escola elimina diferenças de atitudes e aptidões ligadas à origem social.
De todos os factores de diferenciação, a origem social é aquele que mais fortemente se faz sentir sobre os estudantes.
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Os Herdeiros Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.3)
Os sucessos e os fracassos dependem de orientações precoces que são produtos do meio familiar.
Os estudantes de origem burguesa manifestam maior segurança.
A escola dá paradoxalmente um grande valor à arte de se distanciar dos valores e das disciplinas escolares.
A cultura “livre” é distribuída de forma desigual entre os estudantes originários de meios diferentes.
Em qualquer domínio cultural os hábitos culturais de classe e os factores económicos acumulam os seus efeitos.
Os comportamentos culturais obedecem mais aos determinismos sociais do que à lógica das preferências.
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Os Herdeiros Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.4)
Os mesmos saberes não exprimem as mesmas atitudes e não estão ligados aos mesmos valores: enquanto para uns esses saberes provêm da aprendizagem escolar, para outros advêm em primeiro lugar do meio familiar.
Uma cultura puramente escolar é não só uma cultura parcial, mas uma cultura inferior.
A influência do privilégio cultural transmite-se de forma discreta e indirecta.
Para as camadas mais desfavorecidas a escola continua a ser a única via de acesso à cultura.
Paradoxalmente, a escola desvaloriza a cultura que transmite em detrimento da cultura “herdada”.
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Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron (cont.5)
Os estudantes só são formalmente iguais face à aquisição da cultura “superior”; na realidade diferem através de todo um conjunto de pré- saberes atribuíveis ao meio de origem.
Estão separados por uma série de características culturais que partilham.
Crer que, quando damos os mesmos meios económicos a todos, estamos a dar iguais oportunidades de acesso é ignorar que as aptidões medidas com o critério escolar resultam da maior ou menor afinidade entre os hábitos culturais duma classe, as exigências do sistema de ensino e os critérios que definem o sucesso.
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Pierre Pierre BourdieuBourdieu e e JeanJean--ClaudeClaude PasseronPasseron(cont.6)(cont.6)
Para os filhos de camponeses e operários a aquisição da cultura escolar é uma “aculturação”.
A cultura da elite está próxima da cultura da escola.
Para uns a aprendizagem da cultura da elite é uma conquista, para outros, uma herança.
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Baudelot e Establet L’ École Capitaliste en France
Ao longo de todo o percurso escolar, verifica-se uma oposição entre dois canais – o Secundário Superior (SS), frequentado pelos filhos das classes dominantes, e o Primário Profissional (PP), frequentado pelos filhos das classes dominadas. Só podem existir estes dois canais visto que só existem duas classes.
A escola distribui os indivíduos nos diferentes postos de trabalho.
O objectivo da escola não é unificar mas dividir.
1616
Baudelot e Establet L’ École Capitaliste en France(cont.1)
A base real sobre a qual funciona a escola é constituída pela divisão da sociedade em duas classes antagónicas.
Do ponto de vista da burguesia, a escola é democrática; mas essa democracia não representa mais do que a relação de divisão de duas classes antagónicas e a dominação de uma dessas classes pela outra.
A escola só é contínua e unificada para aqueles que percorrem todo o seu percurso : a burguesia.
Para aqueles que abandonam a escola, depois do ensino primário ou profissional “curto”, não existe apenas uma escola : existem escolas distintas, sem relação entre si; existe descontinuidade.
1717
Baudelot e Establet L’ École Capitaliste en France(cont.2)
Existe continuidade entre o ensino secundário e o superior mas não existe continuidade entre o profissional e estes.
Trata-se de canais de escolarização completamente distintos, devido às classes sociais a que se destinam, aos postos na divisão social do trabalho e ao tipo de formação que proporcionam.
O ensino primário e o profissional “curto” não dão acesso ao secundário nem ao superior, mas ao mercado de trabalho, ao mundo da produção material. Constituem secções de percursos interrompidos.
1818
Baudelot e Establet L’ École Capitaliste en France(cont.3)
Do ponto de vista do mito da unidade e continuidade da escola trata-se de percursos incompletos. Do ponto de vista da produção e do mercado de trabalho, não se trata de percursos interrompidos. Do ponto de vista da realidade da escola trata-se de caminhos que vão até ao seu termo. Simplesmente esse termo não é constituído pela cultura e pelo saber do ensino secundário e superior, mas pela produção.
É no seio da escola primária que ocorrem as divisões porque esta não é unificadora. Ela divide a massa escolarizada em duas secções distintas e opostas.
1919
Tal processo reveste-se de um aspecto duplo e simultâneo:
1- Assegura uma distribuição material, uma repartição dos indivíduos em pólos opostos da sociedade.
2- Desempenha uma função política e ideológica de inculcação da ideologia burguesa.
A orientação confirma um facto consumado à partida, é a forma pela qual se apresenta o processo real de divisão.
Para os burgueses, a ideologia nunca é burguesa: éo saber, a verdade, a cultura, o bom gosto, etc.
2020
L’ École Capitaliste en France(cont.5)
A ideologia burguesa é inculcada sob duas formas opostas, características de cada um dos ramos da escolaridade. Existe a “cultura” do canal SS e existem as suas formas diferenciadas no canal PP que são seus subprodutos.
Ambos os canais são necessários para assegurar a divisão social do trabalho, para que cada indivíduo actue segundo as necessidades do trabalho, considerando-os como deveres.
É a partir da escola primária, da linguagem escolar que se realiza a ideologia burguesa, não só através dos seus conteúdos manifestos, mas também através das práticas coercivas que impõe.
2121
L’ École Capitaliste en France(cont.6)
As práticas escolares e o seu ritual são um um dos aspectos de inculcação ideológica.
Quando a escola primária valoriza o trabalho manual é sob a sua forma arcaica, artesanal e estética – a cerâmica, a arte de fazer cestos, a tecelagem, etc…
Aparecem também posições que reconhecem que além da função ideológica da escola existe paralelamente uma função de saber.
Assim: Na PP existe a reprodução de saberes e técnicas (ler, contar…) que mesmo incompletas contêm uma finalidade produtiva. O SS fornece conteúdos científicos.
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L’ École Capitaliste en France(cont.7)
Contudo: O valor dum saber-fazer não existe sem o seu uso produtivo o qual está ausente da escola. Nas práticas escolares os problemas são fictícios e tendo em vista a avaliação, a classificação e a avaliação.
Esta separação material das práticas escolares e das práticas produtivas é efeito da divisão entre trabalho manual e intelectual. Nas sociedades o saber divide-se entre a teoria e a prática.
A ausência dos filhos dos operários nos liceus e faculdades produziu-se ao nível da escola primária. A escola primária divide para toda a vida.
2323
L’ École Capitaliste en France(cont.8)
A escola constitui o instrumento e a causa da divisão da sociedade em classes?
É evidente que não, porque as classes sociais preexistem à escola.
A escola favorece os favorecidos e desfavorece os desfavorecidos. (Bourdieu)
A escola limita-se a reproduzir ou a perpetuar as desigualdades sociais já preexistentes (família de origem).
As crianças são desiguais face à escola porque antes de aí entrarem foram submetidas à acção de diferentes factores.
2424
L’ École Capitaliste en France(cont.9)
A separação dos indivíduos em dois canais só se produz porque existem já as duas redes e porque o professor é obrigado a “alimentá-las” a ambas.
As famílias estão em boa ou má posição, não em abstracto, mas em relação às exigências do próprio sistema escolar.
O que determina a estrutura do aparelho escolar, e as consequências dos diferentes percursos individuais são a divisão da sociedade em classes.
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Como é que a escola assegura a reprodução das relações de produção?
1. Reparte os indivíduos no interior da escola, os quais vão desembocar no exterior daquela.
2. Inculca a ideologia burguesa para manter as relações de produção existentes (dominação e submissão).
2626
Aumento da população escolarizada : massificação escolar.
Aumento da esperança de vida escolar; Valorização dos diplomas; Necessidade de especialização.
A educação é considerada factor de desenvolvimento económico.
A crise dos sistemas educativos resulta de um desfasamento entre as necessidades e as respostas.
2727
Portugal:
Aumento global da população escolar apesar da quebra de natalidade. (A diminuição é significativa no 1º ciclo do ensino básico)
Porque aumenta a população escolar ?
Alargamento da rede escolar (ao nível da educação pré escolar e do ensino superior).
Aumento do período de escolaridade obrigatória.
Aumento da esperança de vida escolar.
Melhoria do nível de vida.
Maior aspiração à mobilidade social ascendente.
Aumento da divisão do trabalho: necessidade de especialização.
2828
O crescimento da população escolar no ensino secundário e superior deve-se a fenómenos de natureza social, sugerindo maior procura de bens culturais.
O estatuto sócio-económico da família é um factor de sucesso escolar dos filhos (…) só uma minoria de cri anças pertencentes aos meios sócio-económicos menos favorecidos acede a certo nível de estudos. (…) o e statuto sócio-económico da família [é] considerado o melho r prognóstico do progresso escolar. (Rocher)
Cada profissão exige aptidões particulares e conhecimentos especiais que obrigam a uma maior especialização. (Durkheim)
À educação cabe o papel de estabelecer um equilíbrio entre a ciência e a tecnologia (meios) e os valores que constituem a finalidade da vida e da acção humana.
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Incapacidade dos mercados de trabalho em assegurar ocupação laboral imediata e duradoura à população jovem.
Alternativas: Prosseguimento dos estudos (ocupação). Formação contínua.
AS FUNÇÕES DA EDUCAÇÃO (Segundo Cabanas)
1- Residual - noções, ensinamentos básicos, capacidades, atitudes, ideias e valores.
2- Coordenação - não duplique os ensinamentos veiculados pelas outras instituições sociais.
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As expectativas que cada um de nós tem da escola são elaboradas a partir de um certo número de modelos culturais e de experiências. Daí que não haja concordância na construção de uma tipologia das funções da educação. Cada uma das propostas tem por base um determinado contexto económico, político e social.
Cada sociedade impõe aos seus membros um sistema de educação. (Durkheim)
Uma das primeiras funções da escola e da educação épreparar o indivíduo para se integrar no grupo: socialização. Esta, segundo Cabanas, depende de cinco factores: 1- Desenvolvimento do país;
2- Disponibilidades económicas;
3- Nível cultural;
4- Procura social;
5- Interesse político.
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As funções da educação divergem consoante as diferentes escolas de pensamento sociológico.
Socializadora Personalizadora
Capacitação profissional
Selecção social
Para além da escola e da família, o grupo de colegas e os meios de comunicação social são agentes educativos que: permitem criar uma visão da realidade social na geração seguinte, a qual pode ou não estar em consonância com a dos adultos. (desvios de critérios)
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Características individuais dos alunos; Traços do professor; Organização da própria escola; Meio familiar de origem.
Função personalizadora: Desenvolvimento das capacidades de reflexão crítica (dificultada pelos padrões educativos extremamente rígidos e standartizados).
Função de capacitação profissional: preparação do indivíduo para a vida activa.
Função de mudança social:é difícil promover a inovação sem originar a ruptura.
Função económica: adaptação dos currículos às necessidades sugeridas pelo mundo empresarial. Esta adaptação não tem sido possível.
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Função política: o sistema político cria mecanismos de supervisão, por via orçamental, administrativa e pedagógica. Háuma acção de controle social.
Função de selecção social: aos separar os bons dos maus alunos, a escola agrava as desigualdades sociais, económicas e culturais de que os alunos são portadores quando ingressam no sistema de ensino.
A selecção escolar põe em causa os esforços de democratização do ensino e o processo de mobilidade social pois faz a manutenção e legitima a sociedade em classes e grupos sociais.
Ao decalcar as mesmas condições culturais, mediante a selecção, a escola perpetua a realidade social.
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Apesar da unificação dos estudos e do prolongamento da escolaridade básica […] as dificuldades mais do que a resolver- se, acentuam-se, mostrando assim o fracasso da democratização do ensino.(Loureiro)
Embora acolhendo um número cada vez maior de cidadãos a escola não teve em consideração as suas diferenças; surgiram entraves à massificação escolar:
Desarticulação dos programas; Degradação do estatuto do professor; Falta de articulação com as especificidades locais e regionais.
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SocializaSocializaçção e desenvolvimento econão e desenvolvimento econóómico e socialmico e social
A socialização é uma das funções primordiais da escola, na qual é adjuvada por outros agentes: Família Meios de comunicação social Grupos de colegas e de amigos
Cada um, a seu modo, promove a aprendizagem de papéis e de valores que favorecem a integração do indivíduo no tecido social.
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A heterogeneidade dos grupos sociais e a herança cultural dos alunos constitui um dos factores de diferenciação nas escolas.
Para Arroteia, a escola devia: 1º - Descobrir as aptidões individuais 2º - garantir a superação das diferenças
A sociedade de massas alterou os papéis e as funções da família, nomeadamente a sua dimensão.
A relação entre os diversos agentes de socialização nem sempre é idêntica aos valores da família, dando assim origem a desajustes.
Alterou-se o predomínio da família em certos domínios da socialização das crianças.
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Alteraram-se as funções da instituição escolar:
Os meios de comunicação social passaram a desempenhar não só uma função complementar, mas também concorrente.
Contudo, a instituição escolar continua a manter atributos específicos das organizações de carácter pedagógico:
Modo de funcionamento; Partilha dos tempos lectivos; Diferenciação de níveis de ensino e grupos etários.
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É cada vez maior a articulação entre a educação formal e a não formal e informal (paralela).
Educação formal – conteúdos incluídos nos programas e avaliados.
Educação não formal– actividades opcionais desenvolvidas fora da escola.
Educação informal – sem finalidades pedagógicas, veiculada pelos mais diversos meios (educação paralela). Aglutina todos os conhecimentos que o indivíduo vai adquirindo ao longo da sua vida.
A coexistência destes diversos tipos de educação põe em causa as funções tradicionais da própria escola enquanto agente primeiro de transmissão do saber.
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A população que frequenta a escola (área envolvente) transporta para o seu interior um conjunto de valores e de tradições culturais e leva para o exterior ensinamentos.
A escola mantém-se sujeita a um grande número de pressões internas e externas as quais reduzem a sua eficácia e poder de intervenção.
Espera-se que a escola assegure conhecimentos indispensáveis para a estabilidade social.
A educação é um fenómeno social. A educação é um fenómeno económico (preparação para a vida activa – utilidade – na qual as sociedades baseiam o seu progresso).
A educação é um factor de investimento.