material didÁtico - biosseguranÇa e tecnovigilÂncia - farmÁcia

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BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA Brasília-DF.

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Page 1: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA

Brasília-DF.

Page 2: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Elaboração

Rogério de Moraes Silva

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

Todos os direitos reservados.

W Educacional Editora e Cursos Ltda.

Av. L2 Sul Quadra 603 Conjunto C

CEP 70200-630

Brasília-DF

Tel.: (61) 3218-8314 – Fax: (61) 3218-8320

www.ceteb.com.br

[email protected]| [email protected]

Page 3: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA

INTRODUÇÃO

UNIDADE ÚNICA BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA

CAPÍTULO 1

BIOSSEGURANÇA APLICADA AO CONTROLE DE QUALIDADE

CAPÍTULO 2

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO 3

TECNOVIGILÂNCIA

PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................ REFERÊNCIAS .............................................................................................................................

Page 4: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

APRESENTAÇÃO

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que

se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.

Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela

interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da

Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da

pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos

específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao

profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução

científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso,

de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal

quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

Page 5: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

ORGANIZAÇÃO DO

CADERNO

DE ESTUDOS E PESQUISA Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades,

subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados

por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais

que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes

de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos

Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexão

sobre a prática da disciplina.

Para refletir

Questões inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do

assunto proposto. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo

do texto. O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências

e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões

propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.

Textos para leitura complementar

Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de

dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões

sobre o tema abordado no texto básico.

Sintetizando e enriquecendo nossas informações

Espaço para você, aluno, fazer uma síntese dos textos e enriquecê-

los com sua contribuição pessoal.

Page 6: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas

Aprofundamento das discussões.

Praticando

Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo

pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem.

Para (não) finalizar

Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a

prosseguir com a reflexão.

Referências

Bibliografia consultada na elaboração do Caderno.

Page 7: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

INTRODUÇÃO

Para um bom desempenho de suas funções, um gestor de uma instituição farmacêutica

deve ter conhecimentos apurados na área de Biossegurança e Tecnovigilância.

Deste modo, nosso material didático abordará temas como a biossegurança aplicada ao

controle de qualidade, gerenciamento de resíduos sólidos e tecnovigilância.

Este Caderno de Estudos e Pesquisa, portanto, tem o objetivo de proporcionar

informações acerca de Biossegurança e Tecnovigilância, com o compromisso de

orientar os profissionais da área de Farmácia, para que possam desempenhar suas

atividades com eficiência e eficácia.

Objetivos

– Levantar informações importantes sobre biossegurança aplicada ao controle de

qualidade;

- Conhecer aspectos sobre gerenciamento de resíduos sólidos; e

- Identificar aspectos relevantes sobre tecnovigilância.

Page 8: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

UNIDADE I – BIOSSEGURANÇA

Capítulo 1 – BISSEGURANÇA APLICADA

AO CONTROLE DE QUALIDADE

BIOSSEGURANÇA

A biossegurança é constituída por princípios que precisam ser cumpridos

independentemente de qualquer outro fator já que envolve a manutenção da saúde dos

trabalhadores e da segurança dos ambientes sendo, portanto, indispensável ao controle

da qualidade que a biossegurança seja bem estruturada. A gestão da qualidade é um

conjunto de procedimentos dos quais a biossegurança é parte integrante, ou seja, sem

esta se torna um sistema falho. A gestão da qualidade conta com as normas da família

NBR ISO 9000 que mostram como estruturar a gestão da qualidade como um todo.

Mais especificamente para gerir a qualidade há as seguintes normas técnicas: [18]

Page 9: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

As tabelas abaixo relacionam os requisitos do sistema de gestão da qualidade com a

biossegurança de acordo com as legislações acima descritas.

REQUISITOS GERENCIAIS

(em negrito encontra-se a parte que se aplica a biossegurança)

ISO 17025

4.1

Organização

Elemento relacionado aos requisitos de organização

institucional e responsabilidades gerenciais do

laboratório.

Sugere-se a inclusão clara da definição da

localização da gestão de biossegurança, na

estrutura organizacional do laboratório

(Departamento, Programa, Coordenação, Núcleo,

etc.).

NIT-DICLA-083

6.1

ISO 17025

4.2

Sistema de gestão (da

qualidade)

Elemento que descreve os requisitos do

sistema da qualidade, o que inclui a política,

os objetivos da qualidade. Apresenta a

estrutura da documentação, Manual da

Qualidade, procedimentos, etc.

Políticas e procedimentos relativos à biossegurança

Page 10: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

NIT-DICLA-083

6.2

devem ser incluídos num capítulo do manual da

qualidade.

ISO 17025

4.3

Controle dos documentos

Elemento que controla (elaboração, revisão,

distribuição) todos os documentos que fazem parte

do sistema de gestão do laboratório, de forma a

evitar o uso não intencional de documentos inválidos

ou obsoletos.

Incluir no controle os documentos relativos à

biossegurança. NIT-DICLA-083

6.3

ISO 17025

4.4

Análise crítica dos pedidos,

propostas e contratos

Elemento que determina que o

laboratório deve assegurar a análise

crítica dos pedidos, propostas e

contratos antes da execução dos

serviços, garantindo que estes sejam

realizados nas condições requeridas pelo

cliente.

Incluir na análise crítica os elementos de

biossegurança necessários para a realização do

serviço.

ISO 17025

4.5

Sub-contratação de ensaios e

calibrações/ Exame em

laboratórios de referência

Elemento que visa assegurar que os

serviços subcontratados sejam

realizados por laboratórios competentes.

Incluir nos critérios de seleção para subcontratação

do laboratório além dos requisitos de gestão da

qualidade os princípios de biossegurança.

NIT-DICLA-083

6.4

Page 11: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

ISO 17025

4.6

Aquisição de serviços e

suprimentos/Serviços

externos e suprimentos

Elemento que visa assegurar a conformidade dos

serviços e suprimentos adquiridos às suas

especificações, bem como selecionar e avaliar os

fornecedores.

Quando aplicável, definir especificações de

biossegurança para equipamentos, insumos e

serviços a serem adquiridos.

NIT-DICLA-083

6.5

ISO 17025

4.7

Atendimento ao

cliente/Serviços de

consultoria

Elemento que descreve atendimento

adequado aos clientes do laboratório e

assessoria para esclarecimentos de dúvidas

e interpretação de resultados.

NIT-DICLA-083

6.8

ISO 17025

4.8 Reclamações/Resolução de

reclamações

Elemento que descreve requisitos para solucionar as

reclamações recebidas. Apresentar em linhas gerais

o recebimento e o tratamento das reclamações

recebidas. NIT-DICLA-083

6.8

ISO 17025

4.9 e 4.11 Controle dos trabalhos não-

conformes/Identificação e

controle de não-

conformidades/

Ação Corretiva

Elemento que visa assegurar que sejam

tomadas medidas adequadas quando for

identificada uma não-conformidade, o que

inclui: descrição da não-conformidade;

investigação da causa raiz; seleção e

implementação das ações; monitoramento

da eficácia das ações aplicadas.

Identificar e controlar não conformidades e ações

corretivas relacionadas à biossegurança.

NIT-DICLA-083

6.6 e 6.7

Page 12: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

ISO 17025

4.10 e 4.12

Melhoria/ Ação preventiva/

Processo de melhoria

contínua

Os laboratórios devem identificar melhorias e fontes

potenciais de não-conformidades. Deve ser feita a

implantação e o monitoramento da eficácia de ações

preventivas implementadas.

Identificar e controlar ações preventivas

relacionadas à biossegurança.

Uso de EPI, EPC, plano de prevenção de incêndio.

Revisão e atualização de procedimentos relativos à

biossegurança, visando a melhoria contínua de

gestão da qualidade. NIT-DICLA-083

6.9

ISO 17025

4.13

Controle dos registros

Este elemento define os requisitos para os registros

técnicos e da qualidade serem identificados,

coletados, indexados, acessados, arquivados,

disponibilizados clareza, legitimidade, segurança e

confidencialidade, assim como a pronta e adequada

recuperação dos registros do laboratório.

Registros relativos a questões de biossegurança

devem ser mantidos (acidentes, ações

preventivas/corretivas, condições de saúde dos

trabalhadores). NIT-DICLA-083

6.10

ISO 17025

4.14 Auditorias internas

O laboratório deve realizar auditorias internas de

forma planejada, periódica e sistemática para

avaliação da conformidade dos elementos do

sistema de gestão aos requisitos estabelecidos.

Page 13: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

NIT-DICLA-083

6.11

Política e procedimentos de biossegurança deverão

ser objeto de auditoria interna.

ISO 17025

4.15

Análises críticas pela gerência

A alta direção do laboratório deve avaliar

periodicamente a adequação do sistema de gestão e,

quando necessário, introduzir mudanças para atingir

os objetivos propostos.

Incluir na análise crítica, por exemplo, uma

avaliação da saúde dos trabalhadores, resultados de

ações de gestão ambiental implementadas,

acidentes ou incidentes de trabalho. NIT-DICLA-083

6.12

Tabela retirada de SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE LABORATORIAL E BIOSSEGURANÇA-

FIOCRUZ. [18]

REQUISITOS TÉCNICOS

ISO 17025

5.2

Pessoal

Elemento que visa assegurar e manter a

competência do pessoal envolvido nas atividades

técnicas e de apoio do laboratório. Identificar as

necessidades de treinamento que vão manter essa

competência.

A capacitação dos profissionais deve incluir a

biossegurança. NIT-DICLA-083

7.1

ISO 17025

5.3

Acomodações e condições

ambientais

Elemento que descreve os requisitos para que as

instalações usadas facilitem a realização correta dos

serviços prestados e as condições ambientais não

invalidem os resultados.

As áreas laboratoriais devem ser planejadas

Page 14: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

NIT-DICLA-083

7.2

considerando o conforto dos seus ocupantes, a

minimização de riscos de acidentes e doenças

ocupacionais.

ISO 17025

5.5

Equipamentos

Elemento que visa assegurar que os

equipamentos alcancem a exatidão

estabelecida pelo laboratório para os

serviços prestados. Contém requisitos

quanto a aquisição, identificação, avaliação,

manutenção, manipulação e estocagem dos

equipamentos, sistemas analíticos,

materiais de referência e reagentes.

Inclusão dos equipamentos de proteção coletiva e

individual ao programa de verificação e calibração,

se aplicável.

Inclusão de referência a riscos à saúde na

identificação de determinadas soluções e

reagentes.

Elaboração de procedimentos que assegurem a

estocagem adequada de reagentes, soluções

tóxicas, inflamáveis e incompatíveis entre si.

NIT-DICLA-083

7.3

ISO 17025

5.8

Procedimentos pré-exame/

Manuseio de itens de ensaio

e calibração

Requisito que define condições para: avaliação,

recebimento, identificação, preparação,

armazenamento, proteção, manuseio, retenção,

descarte e transporte de amostras. Exigência de

Manual de Coleta de Amostras.

O laboratório deve garantir o descarte seguro dos

materiais utilizados para coleta. O laboratório deve

monitorar o transporte das amostras ao laboratório

Page 15: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

NIT-DICLA-083

7.4

para segurança do transportador, público em geral

e laboratório receptor.

ISO 17025

5.4 Métodos de ensaio e

calibração e validação de

métodos/ Procedimentos de

exame/

Elemento que visa assegurar que o laboratório utilize

métodos e procedimentos apropriados para todos os

serviços que realiza.

Incorporar requisitos de biossegurança nos

procedimentos documentados de ensaios/exames. NIT-DICLA-083

7.5

ISO 17025

5.9 Garantia da qualidade de

resultados de ensaio e

calibração/ Garantia da

qualidade de procedimentos

de exame

Elemento que visa assegurar a confiabilidade dos

resultados obtidos nos laboratórios.

NIT-DICLA-083

7.6

NIT-DICLA-083

7.7 Procedimentos pós-exame

Revisão de resultados de exames e armazenamento

e descarte seguro de amostras.

Descarte seguro de amostras que não são mais

requeridas para exame deve ser realizado de

acordo com a legislação ou recomendações sobre

gerenciamento de resíduos

ISO 17025

5.10

Apresentação de

resultados/Laudo de

Requisitos para elaboração, emissão e comunicação

dos resultados dos ensaios e calibrações com

Page 16: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

NIT-DICLA-083

7.8

resultados exatidão, clareza, objetividade e sem ambigüidade.

NIT-DICLA-083

7.10

Saúde, segurança e meio

ambiente

Elemento determina que o laboratório realize suas

atividades de modo a atender aos requisitos de

saúde, segurança e meio ambiente estabelecidos

pelas autoridades regulamentadoras.

Tabela retirada de SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE LABORATORIAL E BIOSSEGURANÇA-

FIOCRUZ. [18]

A melhor maneira de se cumprir todos os procedimentos que levam a um efetivo

controle de qualidade e cumprimento dos princípios de biossegurança é a formulação de

Procedimentos Operacionais Padrão (POPs). Neles deve constar toda a descrição das

atividades, os protocolos, os responsáveis e devem sempre estar disponíveis para a

consulta dos trabalhadores. [17]

Outro requisito importante para a manutenção da qualidade é que os ambientes

laboratoriais sejam suficientemente seguros para cada tipo de atividade laboratorial e

principalmente para cada tipo de microrganismo de acordo com seu potencial

patogênico. Abaixo segue a classificação dos organismos. [17]

Figura retirada de Segurança e Controle de Qualidade no Laboratório de

Microbiologia Clínica- ANVISA. [17]

Page 17: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Abaixo se encontra a classificação dos laboratórios de acordo com o nível de

biossegurança dada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). [16]

NÍVEL TIPO DE

MICRORGANISMO

DESCRIÇÃO

NÍVEL 1 DE

BIOSSEGURANÇA

(NB-1)

Classe de risco I Aplica-se a laboratórios de

ensino básico. Necessita

apenas de um bom

planejamento espacial,

funcional e da observação

das boas práticas

laboratoriais.

NÍVEL 2 DE BIOSSEGURANÇA (NB-2)

Classe de risco II Aplica-se a laboratórios

clínicos ou hospitalares de

níveis primários de

diagnóstico. Necessárias

barreiras físicas primárias

(cabine de segurança

biológica e equipamentos de

proteção individual) e

secundárias (desenho e

Page 18: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

organização do laboratório)

além da observação das boas

práticas laboratoriais.

NÍVEL 3 DE BIOSSEGURANÇA (NB-3)

Classe de risco III ou

grande volume e

concentração de classe

de risco II

Necessárias barreiras físicas

primárias (cabine de

segurança biológica e

equipamentos de proteção

individual), secundárias

(desenho e organização do

laboratório) e observação das

boas práticas laboratoriais.

Além disso, o desenho e a

construção do laboratório

devem ser especiais. Manter

controle rígido de operações,

inspeção e manutenção de

instalações e equipamentos.

O pessoal deve receber

treinamento específico sobre

segurança na manipulação de

microrganismos.

NÍVEL 4 DE BIOSSEGURANÇA (NB-4)

Classe de risco IV Precisam ser construídos

geográfica e funcionalmente

independentes de outras

áreas. Para esse tipo de

laboratório aplica-se todos os

requisitos mencionados para

as três classes anteriores.

Além disso, devem conter

barreiras de contenção

(instalações, desenho,

equipamentos de proteção) e

procedimentos de segurança

especiais.

Page 19: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

[16]

CAPÍTULO 2 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O desenvolvimento sustentável, a proteção ao meio ambiente, diminuição das

emissões de gases tóxicos são preocupações da atualidade e todos os dias nos

deparamos com esses assuntos nos jornais. Grandes acidentes com derramamento de

petróleo no mar são um exemplo dessas constantes notícias. Sempre que vemos um

desses desastres e as multas (que de acordo com a Lei 9605/98- Lei de Crimes

Ambientais- podem chegar a R$ 50 milhões) aplicadas, surge de imediato um

pensamento: prevenir esse tipo de conduta lesiva não seria, além de mais correto, mais

econômico do que pagar uma multa exorbitante? Além disso, o artigo 225, parágrafo

terceiro da Constituição Federal de 1988 traz o seguinte texto: [1]

“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. [6]

Page 20: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A maioria das vezes, portanto, aquele que deixar de descumprir a legislação e de

alguma forma lesar o meio ambiente vai ter que arcar com as consequências que, sim,

desprendem muito mais recursos do que manter um plano de gerenciamento de resíduos

correto. Essa consciência tem crescido entre os empresários brasileiros que sentem cada

dia mais necessidade de legislações que possam servir de guia para a melhoria da

qualidade do gerenciamento dos resíduos. [1]

Em nível federal a gestão de resíduos é realizada pela Política Nacional do Meio

ambiente (PNMA - Lei 6.938/81) a qual está integrada a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS- Lei 12.305/2010) e pelas legislações editadas pelo CONAMA

(Conselho Nacional de Meio Ambiente) relacionadas ao tema. Existem também as

legislações a nível estadual que são geralmente construídas com base nas necessidades

locais de gerenciamento. A seguir serão apresentadas algumas dessas legislações

específicas. [1]

A PNMA tem como um de seus instrumentos de controle o licenciamento de

atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. A competência para criar critérios e

normas que sirvam de base para dar ou negar esse licenciamento as empresas é do

CONAMA. [7]

LEI 9605/98- LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam

resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a

destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea,

dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento

público de água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos,

óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou

regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de

adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso

de risco de dano ambiental grave ou irreversível.” [5]

Page 21: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Reforçando a PNMA o artigo 24 da PNRS estabelece que o Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) precisa integrar a documentação exigida

para o licenciamento.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS- Lei 12.305/2010) é uma lei

editada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidenta da República que dispõe

basicamente sobre como deve ser realizado o gerenciamento de resíduos sólidos, as

pessoas envolvidas e suas responsabilidades. Ela não se aplica aos rejeitos radioativos

que devem ser tratados segundo a Lei 10.308/2001.

PNMA - Lei 6.938/81

“Art. 8º - Compete ao CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o

licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido

pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;”

“Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: ...

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente

poluidoras;” [7]

PNRS- Lei 12.305/2010

“Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do

processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão

competente do Sisnama.” [8]

Sisnama: Sistema Nacional do Meio Ambiente.

Page 22: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A PNRS traz em seu capítulo II do título II os princípios e objetivos que a

orientam. Os princípios são requisitos já concretizados, ou seja, servem de base de

implementação das ações. Os objetivos pelo contrário são requisitos que a política

procura concretizar no futuro e que vão depender dos princípios serem bem estruturados

e seguidos.

PNRS- Lei 12.305/2010

Art 1º ...

“§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de

direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de

resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao

gerenciamento de resíduos sólidos.” [8]

Art 3º ...

“X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta

ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e

destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão

integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,

exigidos na forma desta Lei;

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a

busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões

política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a

premissa do desenvolvimento sustentável;” [8]

PNRS- Lei 12.305/2010

“Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - a prevenção e a precaução;

II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as

variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV - o desenvolvimento sustentável;

V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a

preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as

necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto

ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à

capacidade de sustentação estimada do planeta;

Page 23: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

PNRS- Lei 12.305/2010

VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor

empresarial e demais segmentos da sociedade;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um

bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de

cidadania;

IX - o respeito às diversidades locais e regionais;

X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;

XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos

sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de

bens e serviços;

IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como

forma de minimizar impactos ambientais;

V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;

VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de

matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;

VII - gestão integrada de resíduos sólidos;

VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor

empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada

de resíduos sólidos;

IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção

de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos

dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e

financeira, observada a Lei nº 11.445/2007 (diretrizes nacionais para o saneamento

básico);

Page 24: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A PNRS em seu capítulo III do título II possui alguns instrumentos com os quais

conta para conseguir concretizar objetivos ou obter os resultados esperados.

PNRS- Lei 12.305/2010

XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:

a) produtos reciclados e recicláveis;

b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões

de consumo social e ambientalmente sustentáveis;

XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas

ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos

produtos;

XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e

empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao

reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento

energético.

XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.” [8]

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 8º Instrumentos:

“I - os planos de resíduos sólidos;

II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;

III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas

relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de

vida dos produtos;

IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras

formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;

VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para

o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e

tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição

final ambientalmente adequada de rejeitos;

Page 25: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

PNRS- Lei 12.305/2010

VII - a pesquisa científica e tecnológica;

VIII - a educação ambiental;

IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;

X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico;

XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos

(Sinir);

XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);

XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;

XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos

serviços de resíduos sólidos urbanos;

XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;

XVI - os acordos setoriais;

XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio

Ambiente, entre eles: a) os padrões de qualidade ambiental;

b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou

Utilizadoras de Recursos Ambientais;

c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa

Ambiental;

d) a avaliação de impactos ambientais;

e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);

f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente

poluidoras;

XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta;

XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação

entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à

redução dos custos envolvidos.” [8]

Page 26: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Na PNRS os resíduos são classificados de duas maneiras: quanto à origem e

quanto à periculosidade. A norma ABNT NBR 10004:2004 traz basicamente a mesma

classificação da PNRS com algumas adições em relação a esta e será discutida mais a

adiante.

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 13 ...

“I - quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em

residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de

logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os

gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e

“j”;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas

atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações

industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme

definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e

do SNVS;

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos

e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e

escavação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e

silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,

terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios;

Page 27: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Os planos de resíduos sólidos precisam ser concebidos em todas as esferas de

governo: federal, estadual e municipal. Nas esferas estadual, municipal e o distrito

federal o plano serve como condição para que os recursos que dizem respeito a esse

tema e estejam sobre o poder da União sejam repassados a esses entes. Na esfera federal

é chamado de Plano Nacional de Resíduos Sólidos e possui as seguintes características:

[8]

PNRS- Lei 12.305/2010

II - quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo

risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou

norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na

alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em

razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos

domiciliares pelo poder público municipal.” [8]

O art. 20 trata da

determinação de

quem está sujeito à

confecção do PGRS.

PNRS- Lei 12.305/2010

“Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio

Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo

indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro)

anos, tendo como conteúdo mínimo:

I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;

II - proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e

macroeconômicas;

III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a

reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final

ambientalmente adequada;

Page 28: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

O plano estadual de resíduos sólidos possui o mesmo prazo de vigência e de

revisão que foram estabelecidos para o plano anual de resíduos sólidos. Já o plano

municipal (requisito para os Municípios e o Distrito Federal) deve ser elaborado e

revisado periodicamente de acordo com o período de validade do plano plurianual

municipal. [8]

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos deve ser elaborado, como já dito

anteriormente, pelas pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,

geradoras de resíduos que são relacionadas abaixo (Artigo 20): [8]

PNRS- Lei 12.305/2010

IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades

de disposição final de resíduos sólidos;

V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão

social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e

recicláveis;

VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União,

para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou

indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e programas de

interesse dos resíduos sólidos;

VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos

sólidos;

IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos

sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei

complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;

X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber,

de resíduos;

XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito

nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.

Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado

mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de

audiências e consultas públicas.” [8]

Page 29: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 20 ...

I- Quem gerar os seguintes tipos de resíduos sólidos (constam do artigo 13,

inciso I):

Page 30: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

O PGRS deve conter no mínimo os seguintes requisitos em seu conteúdo:

PNRS- Lei 12.305/2010

“II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:

a) gerem resíduos perigosos;

b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua

natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares

pelo poder público municipal;

III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de

normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;”

IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea

“j” do inciso I do art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas

pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;

V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão

competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.” [8]

Suasa: Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 21 ...

“I - descrição do empreendimento ou atividade;

II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a

origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais

a eles relacionados;

III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS

e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:

a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos

sólidos;

b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do

gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

Page 31: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

PNRS- Lei 12.305/2010

IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros

geradores;

V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de

gerenciamento incorreto ou acidentes;

VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de

resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama,

do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo

de vida dos produtos, na forma do art. 31;

VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos

sólidos;

IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência

da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.

...

§ 2o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não

obsta a elaboração, a implementação ou a operacionalização do plano de

gerenciamento de resíduos sólidos.” [8]

Page 32: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Os artigos 47 e 48 da PNRS determinam as proibições tanto quanto a

destinação/disposição de resíduos sólidos quanto a respeito das atividades que não

podem ser realizadas nos locais de descarte dos resíduos, respectivamente.

Page 33: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 47 ...

“I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;

II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;

III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não

licenciados para essa finalidade;

IV - outras formas vedadas pelo poder público.” [8]

PNRS- Lei 12.305/2010

Art. 48 ...

“I - utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;

II - catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;

III - criação de animais domésticos;

IV - fixação de habitações temporárias ou permanentes;

V - outras atividades vedadas pelo poder público.

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem

como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à

saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma,

reuso, reutilização ou recuperação.” [8]

[8]

Caso de importação de

lixo hospitalar dos EUA,

ocorrido em 2011, no

Estado de Pernambuco,

recaí sobre esse artigo!

Page 34: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A norma ABNT NBR 10004:2004, como mencionado anteriormente traz uma

classificação mais aprofundada dos tipos de resíduos sólidos e como proceder para

implementar um plano de resíduos. [1]

A definição da ABNT NBR 10004:2004 para resíduos sólidos é a seguinte:

Segundo essa norma os resíduos são classificados da seguinte forma:

Resíduos não perigosos (classe II) são aqueles que não apresentam, portanto,

periculosidade e os perigosos (classe I) são aqueles que apresentam periculosidade além

de outros requisitos discutidos abaixo. [9]

Os resíduos de classe II- A ou não inertes são aqueles que não podem ser

classificados nem como classe I nem como classe II- B, ou seja, são classificados por

exclusão. Para ajudar em sua classificação podem ser utilizadas propriedades como

Page 35: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Exemplos disso são

resíduos de restaurante, resíduos de papel e papelão. [9]

Os resíduos de classe II-B ou inertes são aqueles que quando uma amostra

representativa (segundo ABNT NBR 10007) é colocada em contato dinâmico e estático

com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente (segundo ABNT NBR

10006), não conseguem se solubilizar a ponto de sua concentração atingir níveis

superiores aos padrões de potabilidade da água (com exceção o aspecto, cor, turbidez,

dureza e sabor de acordo com o anexo G da ABNT NBR 10004:2004). [9]

Os resíduos perigosos ou classe I são aqueles que apresentam periculosidade,

constem nos anexos A ou B da ABNT NBR 10004:2004 ou ainda possuam uma ou mais

das dessas características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e

patogenicidade. A definição e os métodos para descobrir se o resíduo possui alguma

dessas características constam da ABNT NBR 10004:2004 e outras normas técnicas.

Exemplos desses resíduos (que constam nos anexos A e B) são óleo lubrificante usado

ou contaminado, lâmpada com vapor de mercúrio após o uso (fluorescentes). [1] [9]

Uma política de gerenciamento de resíduos precisa ser vista como parte

integrante das ações em busca da qualidade de uma empresa, não só porque permite a

economia de recursos financeiros pela minimização de erros mas também pelo fato de

que a empresa se torna mais confiável aos olhos de quem busca seus serviços ou

produtos. O esquema abaixo mostra, simplificadamente, como estruturar uma política

de gerenciamento de resíduos.

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Esse plano de gestão se encontra detalhado no fluxograma abaixo.

Page 36: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Page 37: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

O primeiro passo é o planejamento e suas três fases são: determinação de

aspectos ambientais, requerimentos legais e outros e objetivos e metas. Os aspectos

ambientais são importantes para se conhecer os resíduos que estão sendo gerados. Para

tanto essa fase é dividida em determinar a geração dos resíduos, classificá-los e

quantificá-los. Na primeira etapa é importante percorrer toda a empresa, pois resíduos

podem ser gerados desde o escritório, banheiro, cozinha, manutenção, limpeza até o

processo industrial propriamente dito. [1]

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

A classificação deve ser realizada de acordo com o já explicado acima que

consta na ABNT NBR 10004:2004. Por fim, determinar as quantidades de cada resíduo

gerado ajuda no planejamento de sua destinação final. [1]

A segunda fase é conhecer bem quais as legislações aplicadas aos procedimentos

realizados, que já foram mencionadas nas páginas acima, e quais as exigências externas

(do cliente, por exemplo) deverão ser utilizadas como parâmetro para os procedimentos.

[1] A definição de objetivos (requisitos gerais) e metas (requisitos numéricos e

temporais) devem ser prioridade para que os procedimentos sejam seguidos a risca e

não haja desvio do plano padrão. Uma tendência mundial é a utilização da teoria dos

3Rs (Redução, Reutilização, Reciclagem) como meta principal da gestão de resíduos.

Abaixo estão descritos os 3Rs. [1]

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

O segundo passo é implementar e colocar o PGRS em operação. Esses

processos devem levar em consideração primeiramente uma estruturação e a divisão das

responsabilidades de cada parte do PGRS. Além disso, o pessoal envolvido no plano

deve ser escolhido de acordo com capacidades técnicas que ser encaixem nas

Page 38: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

necessidades do plano e devem ser realizados treinamentos com essas pessoas. O

treinamento deve conter basicamente os seguintes requisitos: [1]

Adaptado de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Devem ser, também, definidos os procedimentos para armazenar e acondicionar

os resíduos. Isso é importante, pois a separação e acondicionamento corretos facilitam o

processo de reciclagem, minimizam as perdas com materiais que não podem ser

acondicionados de qualquer maneira, impedem a contaminação cruzada, ou seja,

materiais que antes não eram perigosos se tornarem. Ainda é importante, pois recuperar

a saúde do meio ambiente ou de um trabalhador por falta de acondicionamento

adequado de materiais desprende mais recursos diretos (dinheiro) e indiretos (força de

trabalho) do que seu correto acondicionamento e armazenamento. As normas NBR

12235, NBR 11564, NBR 7500 e NBR 11174 contêm as especificações necessárias para

manusear e armazenar os resíduos. [1]

[1]

Page 39: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Classificação para facilitar a padronização dos resíduos.

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Alguns tipos de resíduos necessitam de pré-tatamento antes de serem

descartados. Esse processo pode ser realizado pela própria empresa geradora ou por

terceiros, sempre lembrando, da necessidade de licenciamento pelos órgãos competentes

para realizar essas atividades. Exemplos disso são as latas de alumínio que precisam ser

prensadas antes de serem enviadas para a reciclagem ou no lodo que precisa ser

adensado antes do destinamento final. Este é um processo que depende de cada tipo de

resíduo e a análise deve levar em consideração as variáveis abaixo. [1]

Documentar é uma fase importante da construção do PGRS, pois é assim que se

garante a reprodutibilidade e a padronização das ações. Além disso, é uma forma

importante de comprovar os procedimentos realizados e rastrear eventuais erros. A

documentação deve estar disponível a todos os envolvidos no cumprimento do PGRS. A

documentação básica é: [1]

Page 40: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA:

Objetivos e metas

Requerimentos legais e outros

Procedimentos escritos com detalhes do PGRS e seus responsáveis

Protocolos de auditorias internas e das realizadas nos terceiros que trabalham

para a empresa

Indicadores para realizar o acompanhamento do PGRS em diferentes períodos

Ficha de resíduo para cada tipo de resíduo. Exemplo abaixo. [1]

Exemplo de ficha de resíduos:

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Page 41: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

O passo três é composto pela verificação e ações corretivas. Para fazer a

verificação é necessário monitorar e fazer medições. Isso pode ser feito por meio de

indicadores quantitativos, qualitativos e financeiros dos resíduos. Esses indicadores

devem ser comparados, periodicamente, com resultados históricos ou que sejam

esperados para um indicador específico. Esses indicadores devem ser determinados na

época da implementação e servirão de base para delimitar objetivos e metas, mensurar

ganhos/perdas econômicos e ambientais. [1]

Outra forma de verificar e realizar correções são realizando auditorias internas e

externas. As auditorias internas (sua periodicidade, o protocolo, as questões que devem

ser abordadas) devem constar do PGRS. As auditorias externas devem ser realizadas

também periodicamente e o motivo de sua realização é que o gerador de resíduos é

responsável legal até a destruição final dos mesmos. [1]

Depois da análise dos indicadores e da realização das auditorias as não-

conformidades (desvios legais, técnicos, de custo-benefício) encontradas devem ser

corrigidas e novos erros prevenidos. Além disso, deve-se manter um registro de todas as

ações realizadas com os resíduos até sua destruição final. De acordo com a DZ 1310 R.7

(SISTEMA DE MANIFESTO DE RESÍDUOS), concebido pela FEEMA-RJ (Fundação

Estadual de Engenharia do Meio Ambiente- Rio de Janeiro) quatro vias do manifesto

devem ser produzidas para cada movimentação e tipo de resíduo. Além desses

documentos, devem ser mantidos pela empresa no caso dos resíduos serem enviados

para tratamento por terceiros os seguintes: [1]

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

A destinação final dos resíduos pode se tornar lucrativa em alguns aspectos se

for bem planejada. Por exemplo, a reutilização dos resíduos tem os seguintes efeitos

sobre a economia: redução dos custos com transporte, com construção e manutenção de

Page 42: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

aterros sanitários, redução dos gastos com matéria prima e redução de custos com

possíveis acidentes ambientais. [1]

O fluxo abaixo demonstra como é possível escolher a melhor maneira de

destinar os resíduos.

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

A seguir serão apresentados alguns métodos de tratamento e disposição final dos

resíduos.

1. PROCESSOS TÉRMICOS

Aqueles em que o calor é aplicado aos resíduos. A diferença entre os métodos

está na quantidade de calor utilizada. [1]

A) INCINERAÇÃO: é realizada por meio de combustão dos resíduos. Devem-

se controlar emissões atmosféricas de gases tóxicos, temperatura, tempo,

oxigenação e a composição das cinzas deve ser determinada para que sejam

corretamente descartadas.

Page 43: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Exemplos de resíduos: óleo usado, plástico e borracha, embalagens e latas

vazias, solventes. [1]

B) CO-PROCESSAMENTO

Os resíduos são utilizados como combustível ou matéria-prima para a

fabricação de cimento. É capaz de destruir a matéria orgânica. Devem-se

controlar emissões atmosféricas de gases tóxicos, temperatura, tempo e

oxigenação. É uma opção de baixo custo.

Exemplos de resíduos: óleos e graxas, tintas e solvente, plásticos, solo

contaminado, EPIs contaminados. [1]

C) PIRÓLISE

Decomposição química de resíduo orgânico, por calor, na ausência de

oxigênio. O aquecimento inicial é realizado por eletricidade (por causa da

ausência do oxigênio), após isso, o processo se torna auto-sustentável

(balanço energético positivo, produz mais energia do que é capaz de

consumir). Ainda é um processo caro. [1]

D) PLASMA

É um gás ionizado por temperaturas superiores a 3000ºC e que por isso se

torna capaz de conduzir eletricidade. Alta energia e alta temperatura

reduzem o tempo necessário de exposição do resíduo e reatores menores em

relação ao incinerador clássico. [1]

Page 44: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Page 45: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA
Page 46: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

2. PROCESSOS FÍSICOS

Geralmente são processos de pré-tratamento antes do tratamento ou disposição

final. [1]

A) CENTRIFUGAÇÃO

Processo que separa mistura de substâncias por diferenças de densidade

imprimindo sobre elas uma força centrífuga. Quanto maior a força centrífuga

que o equipamento consegue produzir menor o tempo de separação. [1]

B) SEPARAÇÃO GRAVITACIONAL

A técnica se baseia nas diferenças de densidade entre as fases. Os sólidos se

sedimentam e se depositam no fundo do equipamento. Depende da

viscosidade do fluido, da concentração das partículas. [1]

C) REDUÇÃO DE PARTÍCULAS

Processo mecânico em que peneiras e moinhos montados sequencialmente

permitem a diminuição da granulometria do resíduo final, ou seja, o tamanho

das partículas ou grânulos se torna menor. [1]

3. DISPOSIÇÃO FINAL EM ATERROS

A) ATERRO INDUSTRIAL

São grandes áreas projetadas com a finalidade de armazenar resíduos e dependem de

impermeabilização e controle específicos para cada tipo de resíduo (classe I ou Classe II

de acordo com a ABNT NBR 10004:2004). Devem ser monitorados gases, água

subterrânea e a composição do resíduo a ser descartado. Exemplos de resíduos: baterias

de celulares e equipamentos eletrônicos, embalagens, sacarias, latas, tambores vazios,

entulho de construção, lodo do tratamento de efluentes, plástico e borracha, solo

contaminado, sucata metálica, EPIs contaminados. [1]

Page 47: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Page 48: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Gerenciamento de Resíduos. SEBRAE-RJ. [1]

Page 49: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

CAPÍTULO 3 – TECNOVIGILÂNCIA

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) se define

tecnovigilância da seguinte forma:

Esse conceito advém da PORTARIA Nº 1.660, DE 22 DE JULHO DE 2009, que

instituiu o VIGIPOS (Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária),

considerado como parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa portaria

ficam definidas as responsabilidades da ANVISA, estados, municípios e distrito federal

com relação ao processo de notificação. Além disso, essa portaria determina que os

produtos e serviços sob vigilância sanitária são os listados nos §§ 1º e 2º do art. 8º da

Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999 (Define o Sistema Nacional de Vigilância

Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências). [4;10]

GLOSSÁRIO

“Evento adverso: qualquer efeito não desejado, em humanos, decorrente do uso de

produtos sob vigilância sanitária;” [14]

“Queixa técnica: qualquer notificação de suspeita de alteração/irregularidade de um

produto/ empresa relacionada a aspectos técnicos ou legais, e que poderá ou não

causar dano à saúde individual e coletiva;” [14]

“Produto para a saúde: equipamento, aparelho, material, artigo ou sistema de uso ou

aplicação médica, odontológica ou laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico,

tratamento, reabilitação ou anticoncepção, e que não utiliza meio farmacológico,

imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em seres humanos,

podendo, entretanto, ser auxiliado em suas funções por tais meios (RDC nº

185/2001), bem como produto para diagnóstico de uso in vitro (RDC nº 206/2006).”

[15]

Page 50: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999

Art. 8º...

§ 1º ...

“ I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos,

processos e tecnologias;

II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens,

aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e

de medicamentos veterinários;

III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;

IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes

domiciliares, hospitalares e coletivos;

V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;

VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos e hemoterápicos e

de diagnóstico laboratorial e por imagem;

VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados;

VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou

reconstituições;

IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo e radiofármacos e produtos

radioativos utilizados em diagnóstico e terapia;

X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou

não do tabaco;

XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por

engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de

radiação.

§ 2º Consideram-se serviços submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela

Agência, aqueles voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina ou de

emergência, os realizados em regime de internação, os serviços de apoio diagnóstico

e terapêutico, bem como aqueles que impliquem a incorporação de novas

tecnologias.” [10]

Page 51: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Recentemente, os detentores de registro de produto foram responsabilizados por

notificar e realizar ações para proteger a saúde da população sempre que se apresente

algum tipo de problema com seus produtos em caráter de obrigatoriedade pela

ANVISA. Isso se deu por meio da RESOLUÇÃO - RDC Nº 23, DE 4 DE ABRIL DE

2012 (Dispõe sobre a obrigatoriedade de execução e notificação de ações de campo por

detentores de registro de produtos para a saúde no Brasil). [11]

A notificação pode ser feita além do caso citado acima (dos detentores de registro de

produto) pelo cidadão (Notificação Tecnovigilância Avulsa- disponível no site da

ANVISA. [3]) ou mediante cadastro no site da NOTIVISA (Sistema Nacional de

Notificações para a Vigilância Sanitária- é um sistema informatizado que tem a

finalidade de coletar notificações de eventos adversos e queixas técnicas) pelos

seguintes grupos: [12]

RESOLUÇÃO - RDC Nº 23, DE 4 DE ABRIL DE 2012

Art 2º...

“Parágrafo único. O detentor de registro, bem como os demais agentes envolvidos

desde a produção até o uso do produto, ou descarte deste quando couber, são

solidariamente responsáveis pela manutenção da qualidade, segurança e eficácia dos

produtos para a saúde até o consumidor final.” [11]

Page 52: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Depois de feito o cadastro a notificação pode ser realizada utilizando e-mail e

senha para entrar no sistema.

Figura retirada do Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

Page 53: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Notificação feita pelo cidadão segue o modelo disponível no site da ANVISA.

Figura retirada do site da ANVISA. [13] continua abaixo.

Page 54: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada do site da ANVISA. [13]

Page 55: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A tecnovigilância tem as seguintes competências (Portaria nº 593, de 25 de

agosto de 2000, atualizada pela Portaria nº 406, de 14 de outubro de 2005):

Retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

A tecnovigilância brasileira ainda se baseia na forma passiva de obtenção de

informações, ou seja, as notificações chegam ao sistema de forma espontânea e

voluntária. Nesse tipo de sistema o pior problema é a subnotificação, ou seja, acaba por

não disponibilizar dados quantitativos reais dos problemas relacionados à saúde. Apesar

disso é a maneira mais barata de se obter notificações e qualitativamente fornece uma

ideia interessante da situação. O contrário desse sistema é o de notificação ativa, onde

Page 56: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

periodicamente os profissionais responsáveis vão aos locais obter/coletar as

informações de notificação, ou seja, é um sistema permite uma avaliação quantitativa

mais correta e eficaz. Alguns hospitais brasileiros possuem um sistema com

características passivas e ativas de notificação. [15]

A investigação das notificações pelo sistema nacional de vigilância sanitária

(SNVS) funciona baseada em prioridades. Essas prioridades são a gravidade e a

frequência da ocorrência do EA ou da QT. Para isso, todas as notificações precisam ser

lidas e analisadas para a determinação das prioridades e catalogação no sistema para

formação de um banco de dados. Abaixo encontra-se um quadro de definições utilizadas

na investigação de notificações. [15]

DEFINIÇÕES A RESPEITO DE EFEITOS ADVERSOS

“Evento Adverso: é qualquer efeito não desejado, em humanos, decorrente do uso

de produtos sob vigilância sanitária.

Evento Adverso grave: é aquele que se enquadra em pelo menos uma das seguintes

situações:

• leva à morte;

• causa deficiência ou dano permanente de uma função ou estrutura do organismo;

• requer intervenção médica ou cirúrgica a fim de prevenir o comprometimento

permanente de uma função ou estrutura do organismo;

• exige hospitalização do paciente ou prolongamento da atual hospitalização;

• leva a perturbação ou risco fetal, morte fetal ou uma anomalia congênita ou

defeito de nascimento.

Óbito: quando há suspeita ou confirmação de causalidade entre o produto para a

saúde e o óbito.

Lesão permanente: é uma alteração na estrutura ou na atividade funcional de um

órgão ou tecido, de forma irreversível, em decorrência do uso de um produto para

à saúde.

Lesão temporária: é a alteração na estrutura ou na atividade funcional de um

órgão ou tecido, passível de reversibilidade a curto, médio ou longo prazo, que

ocorreu durante o uso ou em decorrência do uso de um produto para a saúde.

Lesão temporária grave: ocorre quando a lesão temporária apresentar potencial

para evoluir para um quadro clínico grave ou incapacitante que restrinja o desempenho

de suas atividades ou que tenha potencial para causar risco de vida ao caso,

como surdez ou cegueira reversível; parada cardiorrespiratória que respondeu a

reanimação e não deixou sequelas.

Lesão temporária não-grave: ocorre quando a lesão temporária não afeta o desempenho

das atividades e não apresenta risco de vida ao caso, como flebite, escarificação

da pele.

Surto: é o aumento do número de casos em uma determinada área ou em um

grupo populacional.

Situação inusitada: é uma situação rara ou da qual não há registro na literatura ou

na prática da vigilância e que pode ser aplicada a evento adverso.” [15]

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Para iniciar uma investigação existem critérios de prioridade, ou seja,

parâmetros que determinam a maneira e quando devem ser investigadas as notificações. [15]

Para o Evento adverso (EA) esses critérios são organizados da seguinte maneira:

POR CRITÉRIOS DE GRAVIDADE

ÓBITO Investigação obrigatória de uma notificação-

caso isolado.

LESÃO PERMANENTE Investigação obrigatória de uma notificação-

caso isolado.

LESÃO TEMPORÁRIA GRAVE Investigação obrigatória de uma notificação-

caso isolado.

LESÃO TEMPORÁRIA NÃO-GRAVE Investigação por grupamento de notificações.

OUTROS CRITÉRIOS

SURTO Investigação obrigatória.

SITUAÇÃO INUSITADA Investigação obrigatória de uma notificação.

[15]

Para a queixa técnica (QT) esses critérios são organizados da seguinte maneira:

CLASSE DE RISCO DO PRODUTO Classe de risco IV e III com potencial de

causar risco a saúde- investigar uma

notificação.

PRODUTOS COM ESTRATÉGIAS

DIFERENCIADAS DE MONITORAMENTO

Investigar uma notificação. Ex: implante

ortopédico, bomba de infusão.

PRODUTOS UTILIZADOS EM Investigar dependendo do motivo da

DEFINIÇÕES A RESPEITO DE QUEIXA TÉCNICA

“Queixa técnica: é entendida como qualquer notificação de suspeita de alteração

ou irregularidade de um produto ou empresa, relacionada a aspectos técnicos ou

legais que poderá ou não causar dano à saúde individual ou coletiva.

Situação inusitada: é uma situação rara ou da qual não há registro na literatura ou

na prática da vigilância e que pode ser aplicada a evento adverso e a queixa técnica.

Aumento de frequência: é o aumento do número de notificações de um produto,

do mesmo lote ou de lotes diferentes.” [15]

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PROGRAMAS DE SAÚDE PUBLICA queixa. Ex: DIU, preservativo masculino,

bolsa de sangue.

SITUAÇÃO INUSITADA Investigar uma notificação.

AUMENTO DE FREQUÊNCIA Agrupam-se as queixas e a decisão de

investigar é tomada de acordo com:

-lote e distribuição geográfica;

-reincidência do motivo da notificação,

mesmo que de lotes e distribuição

geográfica diferentes;

-potencial para causar um evento adverso

grave (permanente ou temporário).

EMPRESA SEM AUTORIZACAO DE

FUNCIONAMENTO

Investigar obrigatoriamente uma

notificação.

PRODUTO FALSIFICADO Investigar obrigatoriamente uma

notificação.

PRODUTO SEM REGISTRO Investigar obrigatoriamente uma

notificação.

Classe de risco: é informada quando o produto é registrado no Brasil. [15]

O processo de investigação é um trabalho de campo que começa a partir da

notificação do suposto problema. Tem os seguintes objetivos principais:

Evidenciar relações de causalidade entre o problema e o produto;

Caracterizar o produto suspeito;

Identificar o local ou locais onde o produto está sendo utilizado e as

pessoas que estão expostas a ele;

Evitar novos casos e aplicar medidas corretivas para os problemas

identificados. [15]

O passo a passo da investigação deve seguir um fluxo padronizado e o processo

deve ser completamente documentado física ou eletronicamente anexando todos os

documentos que forem produzidos no seu desenrolar (ex: fotos, relatórios de inspeção,

pesquisas, etc.). As seguintes atividades devem ser concretizadas:

Coleta de dados;

Análise de informações;

Planejamento de ações;

Execução de ações;

Conclusões;

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Comunicação dos resultados. [15]

1. COLETA DE DADOS

Esse primeiro passo visa identificar detalhes sobre o paciente, o produto e a

empresa envolvidos na investigação. O quadro a seguir é utilizado pela

vigilância epidemiológica para guiar a obtenção desse tipo de dado e onde obtê-

los. [15]

Investigação de EA ou QT

Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

Page 60: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

Page 61: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

2. ANÁLISE DE INFORMAÇÕES

É feita pela técnica de análise de sistemas. Todas as descrições devem possuir

componentes qualitativos e quantitativos a fim de que a análise possa ocorrer de

maneira completa e organizada. O sistema deve possuir os subcomponentes da

figura abaixo: [15]

Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

Page 62: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

Análise das falhas que podem ocorrer com os subcomponentes do sistema.

Page 63: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

A figura a seguir mostra uma análise das falhas e dos fatores mais comuns que podem

levar a ocorrência de um efeito adverso.

Continua abaixo.

Page 64: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

3. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

Planejar significa elaborar ações que possam efetivamente recuperar/corrigir os

danos e paralisar seus avanços, ou seja, que não consigam atingir mais

indivíduos. As principais ações estão listadas a seguir. [15]

Inspecionar a empresa detentora do registro;

Estratégias para ampliar sinal;

Coletar amostras para análise;

Relatório preliminar;

Medidas regulatórias:

o Interdição do produto;

o Suspensão do comércio e uso;

o Recolhimento;

o Chamadas de correção;

o Alerta;

o Ampliação do sinal;

Divulgação do ocorrido;

Assessoria de consultor/especialista;

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Avaliar se as ações foram cumpridas e seu impacto;

Elaborar relatório complementar. [15]

Em caso de evento grave e que há a certeza da relação produto-evento as ações

de controle devem ser iniciadas durante ou até mesmo antes do início da investigação.

Exemplo: suspender o uso ou interditar local. [15]

4. EXECUÇÃO DAS AÇÕES

É de suma importância quando fica constatado que o produto é realmente o

causador do problema que medidas de prevenção, intervenção e eliminação do

risco à saúde sejam cumpridas. [15]

5. CONCLUSÃO E COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS

Concluir nada mais é que reafirmar ou não que o evento está relacionado ou não

ao produto ou ao processo de trabalho. Após a conclusão, o notificador, o

fabricante e o SNVS devem ser comunicados sobre o fim da investigação para

que a medidas cabíveis sejam adotadas. Sempre que possível essas medidas

devem ser de caráter educativo. [15]

A figura seguinte é um resumo do fluxo de trabalho da tecnovigilância.

Page 66: MATERIAL DIDÁTICO - BIOSSEGURANÇA E TECNOVIGILÂNCIA - FARMÁCIA

continua

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Figura retirada de Manual de Tecnovigilância- ANVISA. [15]

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PARA (NÃO) FINALIZAR

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