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INDÚSTRIA NAVAL 16 PORTOS E NAVIOS JANEIRO 2012 M arcações com laser, di- versificação de cores, design mais moderno e padrões cada vez mais rígidos de segurança são algumas das principais apostas de arquitetos de estaleiros, em 2012, para o mobili- ário de embarcações encomendadas por armadores. Entre fabricantes, fornecedores e prestadores de ser- viços do segmento de acomodações para navios e plataformas, o novo ano será marcado por investimentos em software, maquinário, tecnologia, treinamento e ampliação do quadro de pessoal. O setor se prepara para acompanhar o ritmo acelerado da construção naval e offshore e vislum- bra um crescimento entre 20% e 50% nos próximos 12 meses. A estreia do laser nos navios da Companhia Brasileira de Offshore (CBO) será no CBO Flamengo, que o estaleiro Aliança, localizado em Nite- rói, entregará no mês de maio. A logo- marca da companhia estará nas portas da embarcação, conta a arquiteta Mô- nica Soares da Costa, líder de Disciplina de Acomodações do Aliança. “O MDF (material usado no mobiliário da CBO) permite fazer marcações a laser onde se queira. Para o futuro, estamos pensando em colocar imagens de barco em nossos navios“, revela a arquiteta. Outra inovação que chegará com o CBO Flamengo será a instalação de painéis de vidro entre a sala de estar e o corredor. O objetivo, diz Mônica, é dar a impressão de amplitude. Mais uma novidade, ainda para a sala de es- tar, será o uso de painel de luz de LED atrás da TV de 42 polegadas. No CBO Pacífico, que ficará pronto em fevereiro, a Aliança deixará de lado o básico marfim, com detalhes nas cores da companhia (laranja e azul). "Vamos usar o macchiato, uma espé- cie de chocolate com leite. Estamos experimentando novas cores", explica a arquiteta. Nos projetos de mobiliário para a CBO, Mônica opta pelo MDF, por con- siderar que o material tem vantagens em relação ao compensado naval. O preço, segundo ela, é uma delas. “Ao compararmos dois orçamentos, o de MDF sai pela metade do preço. O cus- Mais moderno e seguro Arquitetos projetam até marcações com laser em embarcações; fabricantes e fornecedores anunciam investimentos

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Matéria sobre mobiliario naval, onde Dânica apresenta os investimentos

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INDÚSTRIA NAVAL

16 PORTOS E NAVIOS JANEIRO 2012

Marcações com laser, di-versificação de cores, design mais moderno e padrões cada vez mais

rígidos de segurança são algumas das principais apostas de arquitetos de estaleiros, em 2012, para o mobili-ário de embarcações encomendadas por armadores. Entre fabricantes, fornecedores e prestadores de ser-viços do segmento de acomodações para navios e plataformas, o novo ano será marcado por investimentos em software, maquinário, tecnologia, treinamento e ampliação do quadro de pessoal. O setor se prepara para acompanhar o ritmo acelerado da construção naval e offshore e vislum-bra um crescimento entre 20% e 50% nos próximos 12 meses.

A estreia do laser nos navios da Companhia Brasileira de Offshore (CBO) será no CBO Flamengo, que o estaleiro Aliança, localizado em Nite-rói, entregará no mês de maio. A logo-marca da companhia estará nas portas da embarcação, conta a arquiteta Mô-nica Soares da Costa, líder de Disciplina de Acomodações do Aliança. “O MDF (material usado no mobiliário da CBO) permite fazer marcações a laser onde se queira. Para o futuro, estamos pensando em colocar imagens de barco em nossos navios“, revela a arquiteta.

Outra inovação que chegará com o CBO Flamengo será a instalação de painéis de vidro entre a sala de estar e o corredor. O objetivo, diz Mônica, é dar a impressão de amplitude. Mais uma novidade, ainda para a sala de es-tar, será o uso de painel de luz de LED atrás da TV de 42 polegadas.

No CBO Pacífico, que ficará pronto em fevereiro, a Aliança deixará de lado o básico marfim, com detalhes nas cores da companhia (laranja e azul). "Vamos usar o macchiato, uma espé-cie de chocolate com leite. Estamos experimentando novas cores", explica a arquiteta.

Nos projetos de mobiliário para a CBO, Mônica opta pelo MDF, por con-siderar que o material tem vantagens em relação ao compensado naval. O preço, segundo ela, é uma delas. “Ao compararmos dois orçamentos, o de MDF sai pela metade do preço. O cus-

Mais moderno e seguroArquitetos projetam até marcações com laser em embarcações; fabricantes e fornecedores anunciam investimentos

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Entre o MDF e o compensado naval, Lúcia Helena prefere o segundo ma-terial, até pelo aspecto da segurança em um ambiente marítimo. “Trata-se de um compensado multilaminado, só que com o diferencial da cola e da secagem das lâminas, que agrega ao produto um grau de umidade muito menor do que o compensado comum e o MDF. As lâminas são coladas entre si com resina fenólica WBP, certifica-ção ISO 9001 (estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualida-de), 100% à prova dágua, revestidas em ambas as faces com laminado plástico (fórmica) e com baixa propagação de fogo“, explica Lúcia Helena.

No caso dos metais usados no mo-biliário, acrescenta a arquiteta do Eisa, devido ao ambiente marinho é neces-sário utilizar materiais que não sofram corrosão, mesmo que sejam mais ca-ros. “Com isso, teremos uma maior ga-rantia no que se refere à durabilidade e, consequentemente, um menor cus-to”, ressalta.

Quanto ao design, afirma Lúcia He-lena, o mobiliário precisa proporcionar privacidade e conforto aos tripulantes, dentro de pequenos compartimentos, onde é necessário aproveitar todos os espaços. “No caso dos beliches, por exemplo, cada leito tem de possuir luz e cortina individualizadas, a fim de garantir privacidade, seja para dor-mir, seja para leitura”, diz ela. Para as-segurar conforto, a cabeceira deve ser posicionada para a proa e os pés para a popa: “Dessa forma, garantimos que a posição do corpo humano, deitado, estará sempre com a cabeça mais alta

to para mobiliar um PSV, com capaci-dade para carregar três mil toneladas, é de R$ 250 mil se usarmos MDF”S, exemplifica. Ela destaca ainda que, por ser mais leve, o MDF é bom para plata-formas e navios, e “vem também com encaixes pré-fabricados, sendo mais fácil de montar”. Sem falar, diz ela, que o material tem o selo de ecologica-mente correto. E ainda que ele dá uma cara mais moderna à embarcação: “No MDF consigo modernidade no design, ou seja, brincar com cores, padrões e detalhes”, argumenta.

No entanto, na avaliação da arqui-teta do Aliança, há o que aperfeiçoar. Apesar de a resistência do MDF ter melhorado, ela afirma que, nesse item, o material precisa evoluir. Mônica es-tima entre 15 e 20 anos a durabilidade do mobiliário em madeira maciça, en-quanto uma peça fabricada em MDF após cinco ou seis anos de uso come-ça a necessitar de reforma, que oscila entre R$ 15 mil e R$ 30 mil. “O MDF é formado por várias lâminas de madei-ra prensadas. O ar e a umidade entram nessas camadas, e as lâminas estufam”, explica a arquiteta. Mônica também gostaria de encontrar no mercado bra-sileiro uma maior diversidade de ma-terial de acabamento. “Às vezes, temos que importar dobradiças e puxadores e entregá-los aos fabricantes, para que coloquem nos nossos móveis”, diz ela.

Em 2011, o Aliança entregou dois navios: o CBO Atlântico e o CBO Re-nata. Em 2012, além do CBO Pacífico e do CBO Flamengo, o estaleiro planeja concluir um terceiro apoiador: o CBO Copacabana.

Já a arquiteta e urbanista Lúcia He-lena Ribeiro, do Setor de Projeto do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), responsável pela superestrutura de obras da Trans-petro, da Log-In e da PDVSA, diz que, ao projetar o mobiliário de um navio leva em conta questões de segurança, vida útil, ergonomia (conforto) e esté-tica, atendendo a todas as normativas internacionais. Por isso, acrescenta ela, só contrata empresas que forne-çam certificação dos seus materiais, entre eles o ISO 14.000 (relativo a meio ambiente).

a arquiteta Mônica, do aliança, une controle de custos e inovações

Guto Nunes

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que os pés. Essa condição é alcançada pela situação da embarcação durante a viagem, em que a proa é mais eleva-da que a popa”, diz.

Outro item que a arquiteta do Eisa avalia como de extrema importância é a fixação do mobiliário, “toda feita pelo piso e pelo anteparo”. No que se refere ao posicionamento dos móveis, afirma que é fundamental “evitar deixar pe-quenos cantos nos quais possa ocorrer acúmulo de sujeira, de modo a atender às determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e facilitar a ma-nutenção”.

Lúcia Helena enfatiza a importância do trabalho do arquiteto para projetar a superestrutura de embarcações. “As pessoas que não possuem conheci-mento falam que o trabalho do arqui-teto é só escolher as cores da cortina e o modelo de móveis. Ele não só pode, como deve, orientar em determinados pontos na parte de estética, mas é es-sencial que tenha conhecimento de todas as normativas para a execução de um bom projeto”, destaca. A técnica ressalta que o mercado nacional ofere-ce produtos de qualidade, mas enfati-za que a empresa que contrata deve fa-bricar o mobiliário atendendo a todos os itens de seu projeto.

Segundo Renato Cacciola, diretor da Lacca S.A. Indústria e Comércio de Móveis, 2011 foi um bom ano para as vendas de mobiliário para o setor na-val. Com 12 embarcações mobiliadas, no ano passado, pela Lacca Marine, empresa do grupo que atende ao seg-mento naval e offshore, o incremento foi de 20% em relação a 2010. Um re-sultado que, de acordo com Cacciola, estava dentro das expectativas. “Aten-demos a contento e conseguimos clientes novos. A Navalshore de 2011 (Feira e Conferência da Indústria Na-val e Offshore) trouxe ótimos resulta-dos. Por efeito da própria feira, espera-mos crescer, em 2012, mais do que os 20% do ano passado“, estima Cacciola. Com o objetivo de atender às embar-cações que ficarão prontas este ano, o diretor da Lacca conta que a empresa está se preparando com equipamen-tos, materiais e soluções novas. Tam-bém para melhorar as condições in-

ternas da fábrica, a Lacca adquiriu, no fim do ano passado, um novo sistema de exaustão: são três exaustores, para recolher o pó da melhor maneira pos-sível.

Entre os clientes da Lacca Marine estão os estaleiros STX e Aliança, a Ma-rinha e a Transpetro. A empresa está si-tuada no bairro de Paciência, perto de grandes estaleiros do estado do Rio de Janeiro, o que permite agilidade e efi-ciência no atendimento. Mas é preciso ir onde o cliente está. Uma das maio-res reformas que a Lacca fez, no ano passado, aconteceu no navio Rodeio, da Petrobrás, em que a montagem do mobiliário foi realizada com a embar-cação em movimento. “Não dava para parar o navio. Fomos de Natal até Ma-naus montando o mobiliário, em par-ceria com a Dânica“, conta o diretor.

A Lacca Marine possui linhas de móveis em MDF e compensado, re-vestidos em melanina ou fórmica, com

perfis em PVC ou madeira maciça. “Em vez de moldura de madeira maciça, su-gerimos ao cliente o uso do PVC. Com isso, poupamos o meio ambiente. Me-nos árvores são destruídas, e o mate-rial é de mais fácil manutenção e mais resistente”, explica Cacciola. A empre-sa oferece ainda a linha Alu-Design, de padrão norueguês, que inclui perfis de alumínio em seus acabamentos, sob licença da Maritime Mobler. O dire-tor da Lacca, no entanto, garante que a empresa está pronta para atender aos clientes. “Queremos fabricar o que eles precisam. Fazemos atendimento à la carte, sob encomenda, na cor, no material e no formato que os clientes querem“.

O gerente de vendas da América Latina e o coordenador de vendas da Dânica Norac Sistemas de Construção Interior Naval, Rodrigo Epíscopo e Luís Felipe Savoy, respectivamente, estão convencidos de que o setor naval vai continuar com um crescimento agres-sivo. Por isso, acreditam num incre-mento, em 2012, de 40% nas vendas da Divisão Naval e Offshore da empresa, bem superior aos 12% da Dânica como um todo, que atua em sete outras áreas (câmaras frigoríficas industriais; su-permercados e câmaras frigoríficas co-merciais; salas limpas; construção civil industrial; construção civil residencial; construção civil varejo e imobiliário).

Diante da perspectiva de bons ne-gócios, a Divisão Naval e Offshore da Dânica reformulou a sua área comer-cial, traçando novas estratégias para atingir o crescimento anual planeja-do. Ainda visando a esse incremento, todos os processos internos foram automatizados, tendo diminuído o tempo de espera para orçamentos. Fo-ram investidos cerca de R$ 800 mil em softwares de gerenciamento, para que a empresa consiga atender com quali-dade a média de 200 projetos em para-lelo. Nos planos da divisão está ainda a ampliação dos seus parques fabris, conforme o aumento da demanda. A Dânica Norac adquiriu também um lote de máquinas italianas, no valor de três milhões de euros, que deve chegar este mês no Brasil.

De olho no cliente, Luís Felipe as-segura que os fornecedores de móveis

Lúcia Helena, do Eisa, busca segurança, durabilidade, ergonomia e estética

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da Dânica Norac “têm a possibilidade de atender a solicitações dos mais di-ferentes tipos, cores e padrões de mó-veis, conforme a necessidade do clien-te”. Segundo ele, o nível de exigência quanto à segurança vem aumentando consideravelmente e por isso “os pro-jetos dos móveis estão em constan-te evolução nesse quesito”. A divisão trabalha em dois segmentos: turn key (fornecimento completo, projeto e montagem) e materiais (fornecimento e projeto, sendo a montagem feita pelo próprio cliente). Os principais produ-tos que vende, com conteúdo nacional entre 91% e 97%, são anteparas, tetos, unidades de banheiro, portas inter-nas, portas de inspeção, escotilhas de inspeção, mobiliário, piso flutuante, isolamento, forração e acessórios de montagem.

Na avaliação de Luís Felipe, no ano passado o setor foi bem, em função do aumento do volume de projetos para suprir às necessidades da Petrobras e de outros grandes armadores. “O seg-mento mobiliário acompanhou pro-porcionalmente esse crescimento de frota, de cinco para dez embarcações de grande porte vendidas, de 2010 para 2011”, explica Luís Felipe.

O lançamento de uma linha total-mente nova de mobiliário naval está nos objetivos estratégicos para 2012 da Palmetal, especializada na fabricação de móveis em aço inoxidável. “Serão móveis que vão aliar o design contem-porâneo com tecnologia e materiais resistentes. Além disso, eles vão pos-suir reforços contra pesos e construção contra vibração”, informa a analista de marketing da empresa, Priscila Migue-lete. A Palmetal planeja ainda investir bastante em vendas e treinamento. A expectativa da empresa, acrescen-ta Priscila, é de aumentar em 20% o quadro de pessoal este ano, principal-mente nas área de vendas, produção e Tecnologia da Informação (TI).

O faturamento da Palmetal cresceu 20% em 2011, em relação a 2010. Ar-mários industriais, escadas e lavatórios foram os produtos mais vendidos para o setor naval e offshore. Os seus princi-pais compradores foram os estaleiros Atlântico Sul, Aliança, Mauá, STX, Eisa e Brasfels. O setor naval representa

Empresas brasileira e coreana se unem

No segmento de empresas que atuam no mercado de mobiliário na-val e offshore, 2012 começa com uma nova parceria. O gerente comercial da SCA Indústria de Móveis Ltda., Ju-liano Canato, anuncia a união entre a sua empresa (100% brasileira) e a coreana Staco, considerada uma das das maiores fabricantes de produtos para interiores de embarcações do mundo. O contrato selando o acor-do foi assinado em 18 de outubro. Se-gundo Canato, a produção conjunta já começou, alcançando 100% de sua capacidade plena em março. Além do setor de navipeças, a SCA Staco atenderá às áreas de construção civil e hotelaria.

Com a união, todos os produtos da Staco passam a ser feitos no Bra-sil, observando o conceito de "total accommodation", ou seja, o de que o cliente pode encontrar as soluções para interiores em um único fabri-cante. A SCA Staco coloca à disposi-ção mobiliários, cadeiras e estofados; banheiros modulares; equipamentos de cozinha e lavanderia; painéis ter-moisolantes para forração, divisórias, pisos e tetos, incluindo todos os perfis necessários para fixação e acabamen-to; portas e janelas naval e offshore; sistemas de ar condicionado; módulos temporários de acomodações; módu-

los de acomodações para plataformas e navios; acessórios (corrimão, roda-pé, roller-blind); e isolamento térmico, acústico e de tubulações.

Para levar adiante os seus projetos, a SCA está concluindo, nas proximi-dades da sua atual fábrica, a implan-tação de uma nova unidade industrial (fábrica e galpão) em Bento Gonçal-ves, no Rio Grande do Sul, com 15 mil metros quadrados de área construída e equipamentos modernos. No total, estão sendo investidos mais de R$ 15 milhões e gerados 112 empregos di-retos. Segundo Canato, a intenção da SCA Staco é atender não só ao Brasil inteiro como a todo o mercado latino-americano.

A gestão técnica e operacional será compartilhada pelas duas empresas. Funcionários da SCA farão treinamen-to na Coreia por mais de três meses, e uma equipe de técnicos coreanos acompanhará o desenvolvimento do trabalho no Brasil. A união empresa-rial se dará através de transferência de tecnologia de produção, desenho de produtos e cessão dos mais variados certificados aplicados para área naval e offshore. Um Conselho Administrati-vo foi criado com representantes de ambas as empresas, para supervisio-nar e direcionar todas as operações. A SCA Staco já nasce com contratos de mais R$ 15 milhões em vendas, e espera, para 2012, que elas ultrapas-sem os R$ 25 milhões.

para Cacciola, 2011 foi um bom ano: “Conseguimos novos clientes”

Arquivo/Guto Nunes

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15% do faturamento da Palmetal, que também atua nos segmentos de cons-trução civil, hospitais e clínicas, hotéis e pousadas, indústrias e laboratórios, e lojas e restaurantes. Segundo Pris-cila, na produção de seu mobiliário a Palmetal prioriza, como parte de seu plano sustentável, a utilização de ma-teriais que preservem o meio ambien-te. “Por isso, a marca escolheu o aço inoxidável como matéria-prima.”

Com fábrica no bairro carioca de Parada de Lucas, a Palmetal acredita que as suas encomendas para o setor naval subam 50% em relação a 2011. Tamanho crescimento, de acordo com Priscila, é consequência “de o STX vol-tar a comprar no mercado nacional, da aceleração das obras no EAS (Es-taleiro Atlântico Sul), da estabilização do Estaleiro Mauá e da construção do Promar (no Complexo Portuário de Suape)".

A Deconav é outra empresa que entra em 2012 com novidades em tec-nologia e equipamentos para atender melhor ao mercado. Segundo o di-retor Eduardo Tavares, a companhia está em fase de implantação e treina-mento de um software italiano 3cad. "Esse programa nos dará uma maior eficiência na elaboração de projetos de mobiliário, devido ao cadastro dos materiais e acessórios de sua bi-blioteca. Após o projeto concluído, o programa gera uma lista com todos os itens e as respectivas quantidades utilizadas, o que possibilita apurar o custo. Além disso, é gerado um plano mostrando o melhor aproveitamento do compensado ou do MDF, que é, depois, enviado para o corte das cha-pas na seccionadora", explica Edu-ardo. De equipamentos, a empresa recebeu, no fim do ano passado, uma seccionadora, de tecnologia alemã,

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que permite a impressão de etique-tas, e um moderno sistema de ar com-primido para a fábrica.

O setor naval representa 80% do fa-turamento da Deconav e o residencial, 20%. Eisa, STX-OSV, Mauá, Atlântico Sul, Brasfels e Petrobras estão entre

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os seus principais clientes. Em 2011, a empresa vendeu 20% a mais do que no ano anterior, e a expectativa de Edu-ardo é de que em 2012 as vendas cres-çam 25%. Diante das boas perspecti-vas, o diretor da Deconav já fala num aumento de seu pessoal em 18% este ano. Ele destaca ainda a preocupação da empresa com o meio ambiente: “A Deconav é cadastrada nos órgãos am-bientais, Ibama e Inea, e os materiais utilizados, quando necessário, têm sempre a certificação ambiental”.

Também otimista com o crescimen-to das vendas, a Hemir - Laboriau Co-mércio e Serviços Ltda., que trabalha com montagem de acomodações em embarcações, está ampliando as suas instalações em Niterói. Mais que isso: segundo o diretor Bruno Laboriau, a empresa tem área no Rio Grande, no polo industrial do governo do estado do Rio Grande do Sul, onde planeja construir galpões e escritório ainda em 2012. Bruno aguarda a aprovação do projeto e, por razões estratégicas, não pode divulgar o valor do investi-mento. A empresa possui outra área em Itaboraí (RJ), visando ao Comperj, mas aguarda pelo sinal verde da pre-feitura para aproveitá-la.

O ano de 2011 foi bom para a Hemir. Segundo seu diretor, o faturamento aumentou cerca de 30% em relação ao ano anterior. Empresa genuinamente naval e offshore, os seus principais ser-

viços são os de renovação de acomo-dações e o de isolamento térmico. Para 2012, Bruno espera que o faturamento cresça ainda mais que ano passado, em função do plano de negócios da empresa para este biênio.

Para o diretor de Operações e Negó-cios do Grupo Tecnolite, Edson Medei-ros Ferreira, o aquecimento do setor naval promete excelente crescimento para as empresas fornecedoras, fabri-cantes e prestadoras de serviços. O mercado, diz ele, dispõe hoje de inú-meras grandes obras de construção naval, que se somam aos serviços de manutenção, tanto de rotina como ge-rados pela diretriz da Petrobras de in-tensificar a recuperação das suas anti-gas plataformas de petróleo. "Estamos nos preparando para um crescimento de aproximadamente 50% do fatu-ramento no segmento de mobiliário para 2012, que poderá ser ainda maior devido ao grande número de consultas de empresas do exterior", estima o di-retor.

Edson confirmou estudos do grupo com o objetivo de abrir uma nova fá-brica, este ano, em Pernambuco, vol-tada tanto para mobiliário como para painéis, anteparas, divisórias, portas, escotilhas e demais produtos Tecnoli-te-navipeças. Para outros polos navais brasileiros, o grupo dará continuidade à implantação de seu “Plano Comer-cial Ativo”, iniciado em dezembro de 2010, com a contratação de represen-tantes para os estados do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Per-nambuco. A intenção é de atender a todo o território nacional até julho, e a toda a América Latina até o fim do ano. Após o aquecimento das ativida-des comerciais nesses polos, o grupo estudará a possibilidade de construir mais uma fábrica.

Num ano cheio de expectativas, a Tecnolite pretende intensificar seu projeto de constante reciclagem, qua-

Ferreira avalia que o aquecimento do setor naval promete excelente crescimento para as empresas fornecedoras

A Hemir está investindo na ampliação de suas instalações

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lificando antigos e novos funcionários para o mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Além do treinamen-to de seu pessoal, a modernização de sua fábrica em Atibaia (São Paulo), que já vem acontecendo ao longo dos últimos anos, terá uma atenção especial em 2012, porque a empre-sa quer promover uma readequação no processo hoje utilizado. “Isso nos obrigará a substituir aproximada-mente 30% do maquinário existente, buscando um significativo aumento da produção, sem perda de qualidade”, explica Edson.

Em relação a contratações, as pers-pectivas também são boas. No ano passado, o Gru-po Tecnolite am-pliou seu quadro de empregados em 110%. Esse número deve crescer bem mais em 2012, segundo Edson, “pois os projetos que vêm sendo desenvol-vidos nas áreas comercial, de en-genharia e fabril estão agregan-do novos bons negócios, o que certamente per-mitirá abrir inú-meras vagas para os mais diversos cargos das nossas empresas”.

O Grupo Tec-nolite é consti-tuído de duas empresas, a Tec-nolite Produtos Técnicos Ltda. e a Tecnolite Cons-truções e Monta-gens Ltda., am-bas atuando nos segmentos naval e industrial. Nos últimos três anos, o grupo tem tido um crescimento anual de 38% nas

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vendas. No início de dezembro, a ex-pectativa da Tecnolite era de encerrar 2011 com um incremento de 37,5%.

Quanto a produtos voltados para navios e plataformas, Edson destaca que, para a criação de novas soluções para seus mobiliários, a Tecnolite ela-bora constantemente estudos de ergo-nomia. O conceito que o grupo segue é o de deixar os usuários o mais “próxi-mos de casa”, oferecendo mobiliários de materiais, formas, texturas, cores e conforto similares aos encontrados em sua residência, com o diferencial de serem totalmente resistentes ao fogo, sejam em aço ou em madeira

(compensado naval ou MDF). “Nos-sos mobiliários são desenhados para minimizar os riscos, com cantos arre-dondados, e a utilização de acessórios (puxadores e trincos) que não ficam salientes. Um bom projeto pode sig-nificar um melhor aproveitamento do material, a redução do peso final do móvel (em aço ou madeira) e ganho de produtividade na linha de montagem. Tudo resultando em menores custos para o cliente”, acrescenta o diretor.

A preocupação com o meio am-biente é mais uma marca da Tecnolite. Para o mobiliário de madeira (com-pensado naval ou MDF, ambos com

tratamento para retardar o fogo), desde 2009 o gru-po só adquire ma-téria-prima cer-tificada pelo FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Ma-nejo Florestal). Para aplicação de laminado deco-rativo, é utilizado adesivo à base de água, sem sol-ventes. Softwares específicos cal-culam o melhor aproveitamento da matéria-prima para evitar o des-perdício. No mo-biliário de aço, o sistema de pintu-ra utilizado tenta maximizar o uso de materiais e ferramentas que não impactem o meio ambiente, como insumos livres de gás halo-gênio. Outra me-dida é destinar à reciclagem toda a sobra de material de fabricação do mobiliário. “Pra-ticamente não há perda de mate-rial", afirma Ed-son. n