CIRRUSCIRRUS VISION SF50VISION SF50Falhas também fazem

parte do sucessoColecionando sucessos nas últimas décadas, a Cirrus viu os seus monomotores SR 20 e 22 tornarem-se os mais vendidos e entregues da aviação geral mundial, tornando-se assim a

marca a ser batida pelos competidores.

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Por: Antônio Siqueira Assreuy

Todo esse sucesso é decorrência de cons-tante desenvolvimento tecnológico e do suporte ao cliente, não importando onde ele esteja. A empresa detém uma respeitável rede de suporte em todos os continentes. Pode mesmo ser dito que a ideia de companhia voltada para as ne-cessidades do cliente fortaleceu-se na aviação com a Cirrus, tornando-se atualmente condição essencial para qualquer empresa que pretenda sobreviver nos mercados atuais e no futuro.

O compromisso de estar na ponta da tec-nologia trouxe reconhecimento para a Cirrus, que foi recentemente agraciada com o Troféu Collier, prêmio anualmente concedido desde 1911 aos que obtiveram no ano anterior os maiores avanços nas áreas de aeronáutica e as-tronáutica. A obstinação em estar na ponta da atualização tecnológica é tanta que a empresa lançou recentemente para os monomotores a pistão SR um data loader que, após cada pouso, transmite para a Cirrus, via celular au-tomático, informações sobre 230 parâmetros do voo realizado. A empresa adota, assim, práticas da aviação comercial que permitem que seja melhorada exponencialmente sua capacidade de previsão de falhas, o que favo-

pode ser avaliado pelo fato de a Associação de Controladores de Voo dos EUA ter dado início a um inédito processo de análise de riscos e impactos que tal sistema geraria nas atuais téc-nicas e métodos de controle de tráfego aéreo, antes de que o sistema possa ser instalado nos modelos de linha da empresa.

Um dos mais comemorados lançamentos da aviação geral e executiva, o monomotor a reação da Cirrus trouxe ao mercado uma ae-ronave que tem a difícil missão de unir coisas aparentemente impossíveis, como desempe-nho, simplicidade de operação, manutenção descomplicada e preços razoáveis. A verdade é que o pequeno jato entrega tudo o que pro-mete e algo a mais, como ficou claro no teste realizado em 2019 pela revista Flap. Lançado em 2007, quase ao mesmo tempo que os modelos de outros fabricantes, o Vision trazia propostas e linhas consideradas, para dizer o mínimo, heterodoxas. A empenagem em V, a tomada de ar do motor sobre a fuselagem e a adoção de paraquedas balístico não eram novidades, embora tenham sido abandonadas por outros fabricantes que adotaram soluções mais tradicionais. Os projetos concorrentes foram sendo cancelados ou adiados pelas mais variadas razões, deixando este mercado aten-dido apenas pela Cirrus, que, apostando que em seu respeitável portfólio haveria clientes que poderiam se interessar por uma eventual migração para um modelo a jato, obteve 550 intenções de compra quando do lançamento do monomotor. Após a entrega de quase 200

Vision, dois deles voando no Brasil, a carteira de pedidos ainda tem um backlog de quase 350 unidades. Nos últimos anos a empresa vem fazendo um grande esforço para posi-cionar o Vision na aviação executiva. Embora seu nicho dentro deste mercado tenha sido muito impactado por diversas crises ocorridas nos últimos dez anos, analistas internacionais julgam que este mercado deve ter crescimento significativo após 2024.

Os recentes problemas apresentados pelo Vision nos Estados Unidos e que levaram à sus-pensão de voos até que se apurasse as causas e pudessem ser corrigidas as falhas observadas, aconteceram em um momento em que a FAA (agência norte-americana de aviação) via seus

rece a adoção de soluções mitigadoras antes mesmo que elas venham a acontecer. Outro recente lançamento da empresa, já certificado pela FAA, é o sistema de pouso automático de emergência, que faz com que o avião, após acionado um único botão, assuma o comando e execute todos os procedimentos de pouso no aeroporto mais próximo. O impacto da tecno-logia desenvolvida em parceria com a Garmin

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O autor da matéria momentos antes do teste realizado em Jundiaí, SP.

O N106LD foi o modelo testado, ainda sem incorporar diversos melhoramentos feitos pela empresa, um deles, o novo teto operacional de 31 mil pés.

Durante os voos de testes o Vision já se revelava um campeão.

O painel do Vision é uma das mais avançadas visões do futuro da aviação. Desenvolvido pela própria empresa em cooperação com a Garmim, o painel é extremamente amigável para pilotos nos modelos Cirrus SR20 e 22.

métodos de certificação de aeronaves serem questionados em todo o mundo devido aos trágicos episódios que envolviam o Boeing 737-800 MAX. Reagindo defensivamente, a FAA imediatamente suspendeu a operação dos aparelhos em todo os Estados Unidos, o que causou furor na imprensa especializada.

No primeiro caso, a placa retificadora do sistema de áudio da aeronave – o Vision tem seis saídas USB – entrou em curto e não foi acionada qualquer proteção, provocando um incêndio na aeronave quando ainda no solo. O fabricante do componente reviu as especificações do sistema para torná-lo mais seguro e com maior proteção contra eventuais, embora improváveis, falhas.

Já no segundo caso, ocorreram falhas nos instrumentos que provocaram, em três ocasiões, alertas de estol e erros de acionamento de co-mandos. Após rápida investigação, foi detectada uma falha construtiva no sensor do sistema de indicação do ângulo de ataque, que fornece informações aos sistemas de alerta e proteção contra estol (SWPS) e de proteção eletrônica de estabilidade (ESP). O fornecedor do equipamen-to, em conjunto com a Cirrus, alterou, então, seu processo de fabricação, corrigindo a falha.

Todos que estão direta ou indiretamente ligados à aviação sabem que as Diretivas de Aeronavegabilidade (AD) são emitidas conti-nuamente, não apenas pelas agências regula-doras, mas também pelos próprios fabricantes de aeronaves e de componentes, não existindo nenhum modelo em operação que nunca tenha recebido uma AD a ser cumprida. O importante a ser observado é sobre como o fabricante se comporta quando verifica algum problema em seus produtos. Nos incidentes com o jato, a Cirrus demonstrou uma excelente capacidade de reação, diagnosticando as cau-sas e efeitos dos problemas poucos dias após a emissão das AD de suspensão de voos, assim como desenvolveu uma programação mundial de atendimento aos clientes, substituindo de forma programada e rápida os componentes defeituosos que provocaram os problemas. No caso da falha do sistema de indicação de ângu-lo de ataque, a empresa trabalhou celeremente desde a comunicação da primeira ocorrência. Essas são atitudes que fazem com que os seus produtos sejam os preferidos da aviação geral, onde a palavra confiança diz mais do que qual-quer coisa para clientes e parceiros.

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Vítima de um curto-circuito que forçou a parada dos Vision em operação, a Cirrus agiu rapidamente descobrindo a falha, inabilitando a peça defeituosa e providenciando sua substituição