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Tapeçaria Contemporânea

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Catálogo da exposição ArtLab Next Vision, Tapeçaria Contemporânea. Museu de Laníficios da UBI, 2012

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Tapeçaria Contemporânea

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5Um museu é porto de abrigo, cais de chegadas e par-tidas, em simultâneo, estaleiro das velas de outrora e das máquinas do tempo do futuro. A arte chega ali em ideias, feitas objetos, para prender os sentidos e dar asas ao talento antes do instante da nova criação. Nele, triunfa a âncora do presente ao espelhar, no balanço do passado, o futuro do homem em projetos de supera-ção em cada momento.

O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior está muito próximo do projeto ArtLab – Next Vision porque este se enquadra em instituição de Ensino Superior tal como as suas atividades maiori-tárias e por isso o acolhe com motivação redobrada. Concebido como lugar privilegiado para as habituais exposições dos alunos e docentes da Arquitetura e do Design, mas também laboratório de investigação plu-rivalente para todos os outros, no desenvolvimento do espírito técnico-científico, da Matemática, da Física e da Química e das diversas Engenharias, e sociológico, histórico e literário, das Ciências Sociais Humanas da UBI, recebe agora as criações dos membros de uma outra instituição que leva arte a todo o mundo e com quem deseja criar vínculos permanentes. A modernida-de das modernidades que se anuncia juntará a arte e a indústria em novo instante de superação do homem e o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior quer ser mensageiro do futuro pegando em uma das mãos da unidade curricular de Tapeçaria, atualmente lecionada na Faculdade de Belas Artes, da Universida-de de Lisboa, que leva a outra mão.

A lã e tudo o mais que a ela concerne, pastores e operários, portanto, rebanhos e panos, e todos os seus imaginários, movem o Museu da UBI e a equipa

Museu de Lanifícios daUniversidade da Beira Interior

por ele responsável continuará a desenvolver o estudo dos caminhos daquela, iniciados há milénios na re-gião, hoje, com os olhos noutra estrela, a da esfera ar-tística, para cumprir com o legado dos arqueólogos, arquitetos, historiadores, mestres e artífices, que têm intervindo nos seus três núcleos, Real Fábrica dos Pa-nos, Real Fábrica Veiga e Râmolas do Sol, com o sinal mais da criação. Esta exposição pode ser o princípio de um projeto permanente de artes decorativas com base na lã nos salões do museu, com diferentes mes-trias de fiação, tecelagem e tingimento, em ambien-te avançado de ciência, técnica e comunicação, mas bem enraizado no território que lhe serve de matriz, as Beiras, em geral, e a Serra da Estrela e a Covilhã, em particular.

Uma exposição consigna dois tempos de intera-tividade, um coletivo, o do lançamento e outro subje-tivo, o da contemplação. Pretende-se que a ArtLab – Next Vision tire o maior partido de ambos, no espaço do Museu de Lanifícios, provoque um forte impacto no tranquilo ambiente envolvente e desperte a nossa gente e outra, que houver, para um olhar a sós com os seus manifestos de arte inscritos nos quadros dos mais belos tapetes.

Prof. Doutor António dos Santos Pereira

Diretor do Museu de Lanifícios

da Universidade da Beira Interior

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ARTLAB — Next VisionTapeçaria Contemporânea

A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lis-boa, integra na licenciatura de Pintura, a unidade curricular de Tapeçaria, herdeira das nostalgias do movimento inglês Arts and Crafts de William Morris (1834-1896). Influenciado pelos Pré-Rafaelitas, este movimento era constituído por uma irmandade de artistas, na qual Edward Burne-Jones (1833-1898) dava particular atenção à tapeçaria, como uma téc-nica artística ancestral, capaz de instaurar novas sig-nificações estéticas num presente esmagado pela Re-volução Industrial marcante nos séculos XVIII e XIX em toda a Europa. É numa perspectiva tecnológica, ao serviço da humanização, que se enquadra o senti-do de tool-sense, como instrumento humanizante do trabalho, segundo William Morris, fundador da firma Morris, Marshall Faulkner & Co., (1861), indissociável do pensamento plástico capaz de acentuar o posicio-namento conciliatório entre artista e artífice, num contexto industrial que aponta para a pulverização da «aura» do artista, solvida num conjunto de técnicas e tecnologias que iniciam os automatismos reproduto-res e multiplicadores das imagens invasoras, cuja de-riva culmina na instantaneidade apocalíptica dos dis-positivos tecnológicos veiculados pela Cibercultura.

A influência romântica, de um «retorno ao ser», trespassa a Academia de Belas-Artes de Lisboa (1836) no fim do século XIX, passando pela reforma republi-cana de 1911 e a de 1932, já em pleno Estado Novo, e contaminando as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e Porto, bem como a futura Escola Superior de Belas--Artes de Lisboa, reestruturada em 1957. Esta última reforma revela uma outra visão, atendendo à fruição de objectos «inteligentes», e não rejeitando a «obsce-nidade industrial», a que foram votados muitos dos objectos, que mimetizavam a excelência da mestria artesanal, desvirtuando-os na sua maquinação fabril. A matriz desta perspectiva artística, científica e tec-nológica engendra-se na Bauhaus (1919) de Walter

Groupius (1883-1969), e irá modelar todo o ensino superior artístico até ao presente, pois coloca a pro-blemática da produção industrial como potenciadora da criatividade e inovação, resultante do trabalho de equipas multidisciplinares compostas por arquitectos, pintores, escultores, fotógrafos, cineastas, duma ma-neira geral criadores, capazes de engendrar metodo-logias conducentes à invenção de objectos altamente qualificados para todos.

A ideia de «design» é acompanhada pela de «ope-rador plástico», designações que virão a ter impacto em 1957, aquando da reorganização dos cursos da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. A partir desta reorganização, o curso de Pintura apresentará pares de tecnologias artísticas, como o da «Cerâmica e Tapeçaria». Contudo, apenas no pós-25 de Abril, em 1974-76, que se opera uma profunda reestrutu-ração curricular do ensino superior artístico, dando--se a separação dos pares das tecnologias artísticas, originando unidades curriculares autónomas, e man- tendo-se esta autonomia mesmo após a integração na Universidade de Lisboa em 1992, marco da transfor-mação da antiga Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em Faculdade de Belas-Artes. Com o Processo de Bolonha 2004-2006, implementado num período altamente conturbado e desfavorável, também foi pos-sível resistir ao «desmembramento» e às «compacta-ções» excessivas, preservando-se a unidade curricular de Tapeçaria.

Neste breve enquadramento histórico do lega-do da unidade curricular de Tapeçaria, actualmente regida pelo Dr. Hugo Ferrão, assistido pela Dr.ª Ana Gonçalves de Sousa, não se pode deixar de evocar o professor Rocha de Sousa (1938), figura da maior importância na compreensão da Tapeçaria Moderna, cujo imaginário é habitado por um ser sem heteróni-mos, capaz de transmitir artística e cientificamente conteúdos circunscritos poeticamente, que despertam

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e nos fazem descobrir Maurice Denis (1870-1943), e os Ateliers d’Art Sacré (1919-1947), onde se recu-perava a ligação à Tapeçaria, bem como entender a magnitude da praxis da Tapeçaria Contemporânea dos pintores portugueses, como é o caso de Eduardo Nery (1938) ao participar na 2ª International Biennial of Tapestry de Lausane (1965). No entanto, a Tapeça-ria Contemporânea, em Portugal, será apenas repre-sentativa, a partir da segunda metade do século XX, na qual os pintores portugueses começam a executar car-tões para serem realizados nas Manufacturas de Por-talegre (1946) fundadas por Guy Fino (1920-1997) sob matriz francesa (Gobelins e Aubusson). Jean Lurçat (1892-1966) virá a corresponder e projectar este projecto, por intermédio de Guy Fino, que visava a internacionalização das Tapeçarias de Portalegre e a confirmação da qualidade do «ponto português», da autoria de Manuel Carmo Peixeiro (1893-1964), simbolizando marcos de elevada performance cultural e artística para a preservação da Tapeçaria Contempo-rânea em Portugal.

O actual programa da unidade curricular de Ta-peçaria, com os níveis de iniciação, desenvolvimento e projecto, foi capaz de dar continuidade aos objecti-vos de preservar, pesquisar e inovar que estavam na origem programática da disciplina, não esquecendo a importância dos eventos que dêem visibilidade à prática de índole artística realizada nas Belas-Artes.

Contribuíram para a ambiência propiciatória ne-cessária à transmissão de saberes e conhecimentos as «peregrinações» com o formato de visitas de estudos às Manufacturas de Portalegre, preparadas por Ro-cha de Sousa, assumindo ressonâncias que evocam os espaços e os tempos mágicos de se ser aluno em Belas-Artes. Estes «rituais iniciáticos» das boas práti-cas académicas, fizeram-nos deambular pela luz que trespassava os janelões da antiga Real Fábrica – Esco-la de Lanifícios (1771) que parecia construir o mundo encantatório da Tapeçaria, onde se era acompanhado pela Dª Fernanda Fortunato, que nos aproximava da complexidade poética da interpretação e feitura dum

gesto, duma mescla de tinta, das texturas, da selecção das cores e do som das cadências dos pentes, batidos por mãos delicadas de tecedeiras que comprimiam as tramas criando o corpo da obra. As idas a Arraiolos, Mértola, Limões, Castelo Branco, visitando museus e cooperativas são sempre momentos marcantes, indicadores da força das actividades da tecelagem e da tapeçaria em quererem permanecer no nosso imaginário.

ArtLab – Next Vision é uma exposição dos tra-balhos dos alunos e professores de Tapeçaria que pretende projectar o potencial da Tapeçaria Contem-porânea, ancorada nas visões anunciadas na Bienal Internacional de Tapeçaria de Lausanne (1962), um tempo histórico no relançamento da tapeçaria a ní-vel mundial, protagonizado por Jean Lurçat e Pierre Pauli (1916-1970), onde se fazem já referências aos aspectos da arte têxtil, que se intensificam e abrem, através de novos campos, nas Bienais de Veneza e de São Paulo, nas associações internacionais como a Ar-chaeological Textiles Newsletter ou a Europian Textile Network e, mais recentemente, na polarização com a China, como a mostra From Lausane to Beijing, 6th International Fiber Art Biennale (2010).

O imaginário dos nossos alunos está povoado por artistas tão importantes como Jean Lurçat, Magdalena Abakonowicz (1930), uma das maiores representan-tes da escola polaca de Tapeçaria, Fukumoto Shigeki (1946) e Helena Estanqueiro (1953), entre muitos outros. Os projectos e as metodologias desenvolvidas estão intimamente relacionadas com um novo conceito que se está a implementar no domínio das tecnologias artísticas, o «ArtFabLab», uma plataforma conceptual que expande a atitude recolectoar e apropriativa dos artistas, que se servem dos paradigmas da colagem, do ready made e da fusão, recorrendo às novas tecnologias de matriz digital como aceleradores de propostas de obras a concretizar, analisando-as em múltiplas verten-tes, fazendo convergir arte, ciência e tecnologia.

O confronto com um mercado nacional muito pe-queno, em que a «cultura de sacrifício» se eterniza, e

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propaga a todos os sectores, penalizando gerações, reflecte «tácticas de mediocridade», que só poderão ser contrariadas se, no interior das universidades, existir pensamento divergente, que proponha novas enunciações dos problemas, e se formos capazes de inventar respostas que recentrem o papel dos alu-nos e professores. Temos sido capazes de preparar portefólios adequados a parâmetros internacionais, concorrer a concursos, como o da Tricana, ser pre-miados, pesquisar, organizar congressos e exposições como esta, na Galeria de Exposições Temporárias do Núcleo da Real Fábrica Veiga no Museu de Lanifí-cios da Universidade da Beira Interior na Covilhã, onde a Dr.ª Paula Fernandes, do Museu de Tapeçaria Guy Fino em Portalegre, uma vez mais manifestou o seu alto profissionalismo, ao permitir continuidade e articulação com a Dª Helena Correia e com o Dr. António dos Santos Pereira, Director do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, que nos permitem agora realizar esta exposição num espa-ço mágico impregnado de memórias e vivências em tudo relacionadas com a Tapeçaria Contemporânea. Registamos e agradecemos ao Director da Faculdade de Belas-Artes, Dr. Luís Jorge Gonçalves, todo o apoio na feitura do catálogo e o estímulo demonstrado nes-tas iniciativas da Tapeçaria.

As obras apresentadas articulam experiências es- pontâneas, ensaios em estamparia têxtil, feitura de ca-rimbos, impressões artesanais, tecelagem em alto e baixo liço, tapeçarias onde se utilizam todos os mate-riais e matérias que possam criar e expressar novas as-sociações plásticas e estéticas, ampliadas e depuradas nos projectos longamente amadurecidos, como pode-mos observar na obra de Cristina Vilas-Bôas, ao utili-zar folhas de metal soldadas como fios de teias, que geram ritmos e transparências, modelando espaços; na obra de Catarina Mil-Homens, na qual a lã e a cor negra fazem-se escultura tecida pelos caminhos per-corridos com fios; na obra de Carolina Blattman, onde os ramos de arvores são tocados por tiras que cha-mam por tecidos mumificadores e simultaneamente

protectores da natureza; na obra de Isabel Santos, que nos surpreende com uma técnica ancestral como o croché, elaborando flores que crescem no nosso ima-ginário; na obra de Raquel Taquelim, que cria bichos com materiais têxteis de desperdícios, que nos inter-rogam; bem como nas obras de Karolyn Morovati e Luísa Lucas, carimbos escavados no linóleo, plenos de motivos e padrões anunciadores de geometrias, ani-mais, e instrumentos da violência quotidiana. Estas manifestações artísticas são na realidade actos de re-sistência e esperança, que vislumbram identidades ar-tísticas num tempo de pós-globalização, em que tudo se reduz a stock de «não lugares», a que cinicamente chamamos países, e a «homens sem qualidades», que reduzem a vida a algoritmos.

Esta mostra: ArtLab – Next Vision – Tapeçaria Contemporânea, instaura num espaço encantatório, que é o Museu de Lanifícios da Universidade da Bei-ra Interior, esse querer maior que é significar a exis-tência, partilhando as descobertas artísticas destes jovens, que são a matéria prima do futuro. Tenhamos nós quando visitarmos esta exposição a capacidade de reconhecer neles esse amanhã.

Hugo Ferrão

Regente e docente da unidade curricular

de Tapeçaria – Licenciatura de Pintura

Faculdade de Belas-Artes da Universidade

de Lisboa / Centro de Investigação e de

Estudos em Belas-Artes

Casa da Fonte

Amieira do Tejo – 2012

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O olho vê o mundo, e aquilo que falta ao mundo para ser quadro e o que falta ao quadro para ser ele próprio, e, sobre a paleta, a cor que o quadro espera, e vê, uma vez feito, o quadro que responde a todas estas faltas, e vê os quadros dos outros, as respostas a outras faltas. —Merleau-Ponty (2009), O olho e o espírito: 25.

Personifica-se nesta peça a falta do próprio quadro. As-sume-se aqui o vazio como um elemento em falta, não pressu-pondo criar inquietação, antes determinar a vontade da peça. Trata-se da vontade de um corpo em dar também respostas, ou

“desrespostas”. Um corpo sem alma? Um corpo com alma de corpo? Talvez não interesse. Certamente um corpo completo.

Madeira, cartão, tecido, lãs e ensaios de ornamentos. Ca-madas sobrepostas que o constituem, que o enformam e mol-dam, à imagem de uma moldura que nada (ou tudo) emoldura. É neste nada que se concentram todas as suas possibilidades. Um mundo infinito de possibilidades, onde variam os espectadores e se mantém a delimitação. Joga-se um jogo de aparentes parado-xos. Que vive das apostas de quem nele participa e de quem dele prefere ficar de fora. Ganhar ou perder pouco importa.

PossibilidadeAndréa Adão, 2012

Cartão, tecidos vários e lãs60 × 80 × 3 cm

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As obras apresentadas exploram duas situações distintas: a téc-nica, no caso das figuras femininas, e o domínio pertencente á história de arte ocidental. Como os títulos afirmam, as obras foram inspiradas em trabalhos célebres dos pintores Rembran-dt, Urbino, Ingres, Velásquez, Courbet e Van Gogh. Dado que a temática relativa ao corpo, mais concretamente a pintura de modelo nu sempre foi algo de muito trabalhado em quase toda a história de arte, peguei nessa temática e, com um humor pro-vocatório um pouco ao estilo dadaísta, propus-me a “censurar” a figura feminina. Desta forma, o facto de a figura estar “vestida”, representa como que uma ironia, pois esta “censura” já existiu de facto na Europa e em Portugal.

Para a obra After Van Gogh é igualmente feita uma interpre-tação da célebre pintura Noite Estrelada. Neste trabalho existe também uma dualidade entre a conceção da obra e a sua iden-tidade histórica. Para esta peça, a linha de bordado utilizada foi aplicada como se desenho se tratasse, acabando por fundir-se

a tridimensionalidade da linha com a bidimensionalidade do desenho, em suma, pretende-se desenhar com a linha. Desta forma, a ideia que se deseja invocar em todas as obras é uma nova representação das mesmas, que pelas suas várias quali-dades expressivas, decidi projetar para o âmbito da tapeçaria, do bordado, sem nunca perder a sua identidade. Uma espécie de analogia entre a pintura e a tapeçaria e em como podem ser ligadas intrinsecamente.

A tridimensionalidade que as obras adquirem deve-se á união entre o têxtil e o desenho, ambas fruto de uma atividade manual. Como vivemos numa era em que a reprodução de ima-gens é uma constante, pretendo reinterpretá-las de várias for-mas no domínio das técnicas tradicionais, contrastando assim com os avanços tecnológicos a que assistimos praticamente todos os dias, pois apesar desses mesmos avanços serem posi-tivos e benéficos, não se podem nem devem esquecer as raízes, nem a história.

Depois de IngresInês Garcia, 2012

Grafite s/ papel e tecido estampado29.7 × 21 cm

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A preferência pelo tema da paisagem por ser um tema abrangen-te, inspirador, alvo de contemplação ao longo de toda a História da Arte. Não se trata se uma representação fiel à realidade, mas antes uma representação simbólica; imagens reinventadas a partir da realidade exterior, assim como projecção de imagens interiores subjectivas, por vezes recorrendo a universo mais in-génuo. Elaborado como uma espécie de tríptico dando ênfase à parte central, e nas partes laterais com menos informação, mas que completam a obra e unificando-a.

Usando como meio preferencial de expressão a mancha e pontualmente a linha, fazendo com que ambas interajam de

uma maneira coerente. Valorizando uma composição livre, tal-vez mais decorativa, e mais próxima de um lirismo. As cores por vezes fazem alusão a uma cultura de inspiração africana, pela intensidade cromática. Este simbolismo intensifica-se pela uti-lização de grandes blocos de cores saturadas, pela síntese das forma que embora figurativas se aproximam da abstracção. Parecem sombras que se projectam sobre um fundo de grande intensidade cromática. A utilização de tecidos também acen-tuou estas características permitindo inovar; assim aproxima-se de um universo têxtil mas que ainda estabelece relação com as práticas da pintura.

Sem títuloInês Valla, 2012

Técnica mista: flanela e linha100 × 200 cm

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Aqui está ele, parado com os seus braços completamente aber-tos. Em frente da sua gaiola.

Ele… O pássaro?Pronto para voar para longe, olhando a distância. Mas nenhuma pena se move. Ele não arrisca um único bater

de asas.Ele… O humano?

Parado com os seus braços completamente abertos, incapaz de voar para longe, preso por fios.

Ele… A marionete?Libertar-se não seria um problema. Mas o conforto mantém-no

preso, com os seus braços completamente abertos.Ele… O espantalho?Olhar para longe parece ser suficiente para ele.

… Bleib ich halt hierJudith Reischmann, 2012

Lã e fio de algodão150 × 90 cm

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O projeto propõe um sutil diálogo entre a “bagagem” trazida da terra natal e as novas vivências no além mar. As cores, refe-rentes às bandeiras brasileira e portuguesa, contaminam-se mutuamente dando forma a um espaço interno um tanto quanto íntimo. Multiplicado por fragmentos espelhados, este “lugar”,

onde não há fronteiras, só existe a partir do momento em que a própria autora se reflete lá dentro.

Ao mesmo tempo, ao explorar a membrana elástica o es-pectador deixa de ser apenas observador; ele é também parte integrante do trabalho.

MembranaJulia Deccache, 2012

Estrutura em metal e plástico de mala de viagem, elásticos e espelhos—77 × 49 × 22 cm

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Sou fascinada desde há muito por padrões, sejam de números ou visuais, provenientes do nosso quotidiano. Em trabalhos an-teriores, criei pinturas harmoniosas de cariz geométrico, conju-gando diferentes formas e cores.

Há dois anos comecei a criar desenhos/padrões linea-res manualmente e realizei também muitas impressões sobre papel com carimbos de borracha, “esculpidos” por mim. No início, estas impressões eram simples, mas progressivamente foram se tornando mais e mais complexas.

Foi então que pensei numa maneira de transportar estes

padrões para tecidos, para que pudessem ser integrados na vida. Estes padrões poderiam ser usados em tecidos para ves-tidos ou lenços, por exemplo.

A maneira mais simples de o fazer – pensei – seria esculpir um carimbo mais resistente para estampar os tecidos. Comecei então a usar placas de linóleo. Desenhei várias formas geomé-tricas, mas depois interessei-me por experimentar imagens de animais, sob a influência da tapeçaria persa.

No presente, pretendo continuar a apropriar-me destas imagens simbólicas para fazer padrões contemporâneos.

Sem títuloKarolyn Morovati, 2012

Estampagem s/ tecido, carimbo em linóleo e tinta acrílica—dimensões variáveis

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Esta pieza habla de la dominación. Está inspirada en los relieves egipcios en los que Ramesés II se dispone a golpear a sus ene-migos mientras los sujeta por la cabellera. Al alzarla, el cuerpo central pende de una serie de hilos que se tensan con violencia, recogiendo la idea del sometimiento de otro ser.

Sem títuloLeonardo Hormilla, 2011

Tafetá, fibras vegetais, gesso, acrílico e missangas de cera—76 × 24 cm

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Naquele tempo havia campos e leiras, caminhos escondidos en-tre as mãos dos homens. O vento caminhava em silêncio sobre as águas e o azul do céu. As tuas mãos teciam a terra, aravam-na entre as estações e eu sentia-te, escutava-te com os braços esten-didos sobre o rio, o olhar eterno no sopé do monte.

Dos teus pés nasciam lírios, estradas infinitas de flores e pássaros. E tu crescias debaixo da minha pele, como se todo o tempo do mundo existisse ali, entre o sopro de um céu invisível.

Um olhar entre os dedosMargarida Alves, 2012

Tecelagem manual, canas e lã60 × 20 × 1 cm

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Com este conceito pretende-se resgatar do lixo peças de vestuá-rio em estado aceitável e transformá-las em algo digno de figurar num Museu, de se tornar algo desejável para voltar a ser usado com um novo estatuto de peça de Arte.

Assim, para a peça bordeaux, utilizou-se uma técnica ances-tral, o Nhanduti. Criou-se uma medusa gigante, sendo a cauda executada em macramé sob um suporte de lã previamente trico-tada e desmanchada, conferindo assim uma textura ondulante.

Para a peça verde, foi criado um molde de flor com folhas de diferentes formas e tamanhos, conferindo-lhe assim uma estru-tura irregular, que ao mesmo tempo faz lembrar uma gerbera.

Criou-se também um molde para a folha utilizando sempre como base a técnica de tecelagem com enchimento circular.

Para tentar dar um ar de modernidade a esta peça fez-se também a volta do decote e das mangas um alinhavo cor de laran-ja, não apenas para produzir um contrate cromático mas também para remeter à técnica de tecelagem utilizada.

O top de crochet foi finalizado com alças em macramé, uti-lizando também contas de madeira para embelezar toda a peça. Num momento de recessão económica não precisamos neces-sariamente de descartar o que possuímos, nem de nos sentir constrangidos por não poder renovar o guarda roupa – deixemos pois que um pouco de técnica e de criatividade façam renascer aquilo que se julgava gasto, e que assim é resgatado do lixo e pode passar a figurar num Museu.

Do lixo para o museuMargarida Cardoso, 2012

Tecelagem, crochet e macramédimensões variáveis

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A sua existência até então se estagnara numa angustiante vivên-cia… uma vivência com pouca solidez nas suas ações.

Um meio repleto de subjetividade de princípios básicos, incompletos e no meio de todo o movimento tudo se opunha a uma figurativa vida de rapariga que mal detivera as ideias de um futuro próximo. Tudo isto resultara de palavras mal profe-ridas, interpretadas de maneira muito própria. Disse-as. Disse- -as pela primeira vez em tanto tempo, tudo o guardara para si, disse-o infinitamente. Porém não detivera qualquer sentimen-to, mas apenas uma obsessão pictórica e texturada. Foram os momentos que a marcaram de cores vivas, obscuras, e contra-ditórias, mancharam a sua pele cor de âmbar. Apenas uma pes-soa a tinha feito sentir perdida daquela maneira.

Aquele Corpo Nómada. Ocupou um espaço, um espaço quadrado, regular e tecnicamente pensado. Não daria margem para tentação. Faria justiça por si, por todos os tempos em que a sombra das folhas outoniças faziam padrões na calçada. Se-cas, sem vida, mas independentemente disso, belas.

Uma breve e solene brisa fez demonstrar a sua passagem de novo, com um toque, com um arrepio, e momentaneamente surgiu algo que pensara que não tivera sobrevivido. Algo que tomara como perdido.

Nos seus olhos a perplexidade da cor, a luz emanada pelo sol, fazia ver que guardava ainda o cheiro daquele corpo, aquele que tanto a fez estremecer.

Talvez um dia ele se lembre dela. Memórias de alguém.

Recriação The Oracle – Martina ShapiroRaquel Contreiras, 2011

Técnica de tafetá, lãs e fio de algodão16 × 16 cm

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A palavra Ichthys – do grego, em português peixe – é acrónimo de Iesus Christus Theou Yicus Soter, significando Jesus Cristo filho de Deus Salvador. Era usada como sinal secreto da fé pelos primeiros cristão, tendo sido associada, ao longo do tempo, ao cristianismo. Para um cristão reconhecer outro cristão, dese-nharia um arco na areia, e esperaria que este desenhasse o arco ao contrário, em espelho, formando a figura de um peixe.

Nesta peça, o peixe, figura estranha que não reconhecemos bem, apresenta, no entanto, uma sinuosa riqueza dourada, que nos capta. Espera, enquanto enigma, que associemos o peixe ao seu símbolo original, uma vez que a arte, previamente, já se en-carregou de o mostrar, ensinar, demonstrar, virar e revirar, revol-tar e ignorar. Agora, por último, só nos resta a cognição.

IchthysAdriana de Matos, 2010

Trapilho, tecidos variados e madeira134 × 68 × 10 cm

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Na arte, como na vida, há um movimento, uma metamorfose constante, visível ou invisível, perceptível ou não.

Flying away remete-nos para um jogo que quase todos nós realizámos na nossa infância. O processo consistia em colocar tinta, ou aparas de cera, sobre uma folha de papel, e dobrá-la ao meio. O resultado era uma imagem colorida e simétrica. Depois, com imaginação, tão fluída nessas idades ingénuas, dávamos nome ao que surgia, como que por magia, na folha de papel. E sentiamo-nos uns deuses, a criar algo e ao nomeá--lo com a certeza de quem ainda não tem nenhuma convicção determinada. Então podia ser um pássaro azul, uma flor em botão, o sol, uma formiga, a nossa melhor amiga com um cha-péu, a avó com bolos acabados de fazer, uma carocha, uma centopeia, tudo o que desejávamos que fosse, tudo o que fos-se sugerido pela nossa vontade. Penso que os animais são as

personagens principais do universo infantil. Nos meus sonhos apareciam muito... Lembro-me de sonhar com lobos que me roubavam gelados (e isso era um pesadelo), e também com tar-tarugas enormes que estranhamente habitavam o espaço escu-ro e desconhecido que ficava por debaixo da cama. Enfim, o que via durante o dia, era transformado à noite, e ganhava formas distorcidas e inusuais. Também nesse jogo o mesmo acontecia. Muitas vezes a abelha não era bem uma abelha, também podia ser uma borboleta, um bicho-de-conta... As formas contamina-vam-se, eram isto, mas também podiam ser aquilo, e não eram só isto, ou só aquilo. Talvez tenha sido nessa idade, desde mui-to cedo, que aprendi que uma coisa não é só isto ou só aquilo, mas muitas coisas ao mesmo tempo. Um não é igual a um. Que ideia complicada... As coisas não são estáticas, estanques. Na arte, como na vida, há um movimento, uma metamorfose cons-tante, visível ou invisível, perceptível ou não.

Flying AwayAna Gonçalves de Sousa, 2003

Aparas de cêra derretidas s/ papel—21 × 11 cm Execução da peça s/ estrutura

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Técnica mista: manga plástica s/ fio de nylon400 × 120 cm

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O conjunto de peças apresentadas, compostas por Sonhos pen-durados, Semente e Espiralar nascem de um processo de pen-samento ligado ao universo infantil, fruto da minha experiência profissional em projectos educativos artísticos com crianças.

Todo o meu mundo está invadido de desenhos e pinturas dos pequenotes e dos meus próprios trabalhos e pesquisas. Esta ins-talação têxtil surge da fusão destes dois universos.

Deste cruzamento nascem peças de aspecto lúdico e híbrido

em que cores fortes, formas e texturas se conjugam e brincam penduradas na sua estrutura de suporte, convidando à interroga-ção, ao toque, à brincadeira e ao sonho.

O material eleito é o feltro, desenhado, cortado e montado, tendo em conta a sua plasticidade. Todos os elementos são cosi-dos à mão, valorizando o fazer manual e o envolvimento pessoal na criação das peças que vão tomando forma no meio de pensa-mentos, conversas e sorrisos.

SementeAndreia Dias, 2010

Feltro e linha de algodão188 × 235 × 20 cm

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No seguimento de obras anteriores, a Natureza é o tema central.Há vida nos troncos e ramos de uma árvore. Elas protegem, dão abrigo e alimento a muitos animais e insetos. Contribuem para o equilíbrio fundamental da vida. E dão-nos tudo isto sem pedir nada em troca. É nosso dever, enquanto seres humanos, protegê-las. Já começámos, mas é preciso uma maior sensibilização. Cada vez maior! Porque a Natureza já está muito doente.Contribuir para a biodiversidade na Terra é um dever universal.

Natureza morta?Carolina Blattmann, 2012

Ramos de árvore e ligaduras de gazedimensões variáveis

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“A vida é feita de caminhos” disse-me um amigo num serão. Quando mudamos de casa passamos a fazer um caminho di-ferente para ir comprar pão, bebemos café num sítio diferente damos bons dias a novas pessoas.

Cada mudança implica novos caminhos, neles descobri-mos e reencontramos coisas, pessoas, ideias, que ficam connos-co para sempre e outras que deixamos para traz. Com a leveza de quem caminha. Este foi o mote para a criação desta peça, o

que lhe deu o nome e foi também a acção que permitiu a sua construção. Caminhar desenrolando metros de miadas de lã.

Nesta peça feita de caminho fica o tempo desenrolado em volta de duas cadeiras. O tempo para pensar nos caminhos que se estão a percorrer, deixando marca dos caminhos que se per-correram. Uma peça que se prolonga nos dias infinitamente. A certeza de uma acção que se repete no tempo sempre de forma diferente, concretizando o desejo de nunca parar de caminhar.

CaminhosCatarina Mil-Homens, 2011

Lã de Arraiolos400 × 100 × 80 cm

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O projeto Ogum corresponde a uma tapeçaria que utiliza o me-tal, em que o fogo foi o elemento central para a modelação das cinco peças. Porquê a designação de Ogum? Trata-se do orixá dos ferreiros, na mitologia do candomblé, senhor dos metais que forjava as ferramentas para a caça e para agricultura e as armas para a guerra. Era ainda o orixá do fogo, da tecnologia e da sobrevivência. É uma homenagem ao Candomblé, culto afro-brasileiro em que os orixás, ou seja, entidades semidivinas que representam os elementos da natureza em todos os seus do-mínios na realidade física. Ogum, em particular, é uma entidade mítica onde as forças da natureza se associam aos processo tec-nológico para transformar a matéria que brota da terra.

A matéria é o metal e o fogo é o elemento que leva à sua metamorfose. Depois obtém-se os artefactos com os quais nos abrigamos, trabalhamos ou realizamos os nossos cultos.

Mas o metal não para, como no mito do eterno retorno, em contato com o ar, a água, vai-se oxidando. Começa a decompor--se a transforma-se em terra de novo. Mesmo depois desta me-tamorfose o metal continua vivo porque nos dá as suas cores, as quais usamos nos nossos rituais, na nossa arte, nas danças ao orixá Ogum.

Com este projeto evoco este orixá porque representa a es-sência da humanidade que está na sua capacidade de transfor-mação da Terra e de criar a arte que nos faz humanos.

OGUM: Um orixá do fogoCristina Vilas-Bôas, 2012

Corte, soldadura e platinagem em chapa de ferro—dimensões variáveis

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Muitas são as fontes de onde podem provir as alusões a movi-mentos espiralados. Dos remoinhos de água, aos moinhos de vento, à folha que revolteia sobre a acção do vento, às turbinas de um aparelho muitas podem ser as origens de este tipo de movimento.

Sendo o movimento espiralado um movimento curvilíneo de um corpo com massa, este na verdade, apenas é possível gra-ças à força centrípeta. No entanto, não apenas nestes movimen-tos podemos observar padrões espiralados, veja-se por exemplo

a concha de um organismo marinho, o Nautilus cuja arquite-tura da sua concha nacarado, apresenta volutas espiraladas de uma perfeita simetria. Conclui-se portanto que a focagem prin-cipal que presidiu e que levou à feitura deste trabalho foi a cen-tralização, não só nos movimentos curvilíneos sejam eles devi-dos a forças naturais ou a forças de engenhos mecânicos mas também a toda a configuração padronizada que corresponda visualmente a uma construção de braços curvilíneos centrados e rotativamente dispostos num círculo.

Volutas e EspiraladasElisabete Tribolet, 2012

Técnicas de trapologia, têxteis, poliéster, arame, nylon e grade de suspensão—150 × 200 × 40 cm

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Penetramos numa história pela porta da escuta interior. Ouçam, portanto, com a escuta da alma agora, pois é essa a missão das histórias.—Clarissa Pinkola Estès

Cada corpo é testemunho da memória individual e repo-sitório da memória colectiva. É um autêntico livro de histórias, repleto de signos, ideias, frases, cicatrizes, mapa dos caminhos trilhados e das escolhas feitas e refeitas. Entre a psicologia de Jung e o legado dos contos tradicionais, surgiu um conjunto de duas peças – Excuse me, I have a Life to Live, I e II. As pe-ças retratam a condição de “Capuchinho Vermelho” e de todo

o ser humano, no que toca ao processo de autonomização. O umbigo, cicatriz primordial, é matriz comum a todo o indivíduo e aparece aqui como uma marca da identidade pessoal, quase um retrato. Todo o ser nasce num confortável ninho e aí per-manece, até ao momento em que torna urgente a individualiza-ção. Nessa altura, o doce colo materno torna-se uma sufocante prisão e afirma-se o corte do cordão umbilical, pela segunda vez na vida. Inicia-se então a viagem pessoal, numa mistura de confiança e medo. Quebram-se os limites da gaiola e nascem asas, mesmo a tempo de escrevermos a nossa própria história.

Excuse me, I have a Life to Live IIEurica Luz, 2011

Arame, fibras têxteis, materiais orgânicos e cola branca—100 × 100 × 50 cm

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Com base no aproveitamento de peças de aparelhos eléctricos estragados, como telemóveis, teclados, aspiradores e tudo mais que me aparece pela frente, este projecto tem como elemento central a cabeça humana.

Através da aglomeração trabalhada com um propósito, são representadas características fisionómicas, étnicas e sócio eco-nómicas de diferentes raças/tribos.

CabeçasFilipa Flores, 2011

Lixo urbano e crochet50 × 133 × 120 cm

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Influenciada por Christian Boltanski e Leah Evans e pelo seu fascínio por tecidos, padrões e, recentemente, costura, a autora desenvolveu a série Portugal Genealógico, que deve o seu nome à representação de Portugal, repetido em três painéis de tecido, e enfatizado pelos outros três Portugais maiores, dividido nas ge-rações dos seus avós, pais e primos/sua.

Os tecidos utilizados para fazer este trabalho, foram esco-lhidos pelo carácter afectivo e simbólico para a autora: o dos seus avós foram tecidos oferecidos pela avó materna, o dos seus

pais e tios era uma saia da sua mãe e o da sua geração é um teci-do do Ikea, que remete para a geração Ikea.

As localizações assinaladas no mapa são os locais de nasci-mento das várias pessoas da sua família e cada pessoa tem a sua data de nascimento bordada, estando ordenadas por idades.

Este projecto pretende reunir memórias passadas e actuais, nunca estando terminado pois está em constante evolução e ac-tualização, ambicionando criar uma tradição familiar.

Portugal GenealógicoFilipa Sousa, 2011

Estampagem, bordados, tecidos, dracalon, esponja, galões e lãs—182 × 73 × 1,5 cm

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Esta peça segue na mesma linha dos outros trabalhos apresen-tados. Remete para os processos de reciclagem, o trabalho ma-nual e o universo infantil (cores primárias e bicicleta pequena). Este trabalho consistiu na cobertura da bicicleta com lã (apli-cação estratégica das três cores), e um vídeo que documenta sumariamente a realização do trabalho, resultando na peça em

si (bicicleta), no vídeo/performance e numa instalação. Sem intenção prévia e apenas por um aspecto puramente prático, resultou nesta apresentação final do objecto em “suspensão”. Este trabalho foi realizado em conjunto com Tiago Couto (alu-no 3º ano de Arte Multimédia – FBAUL) que realizou o vídeo e teve como objectivo a fusão de algumas disciplinas artísticas.

BICICLETAFrancisco Nisa, 2012

Tapeçaria contemporânea instalativa, lã acrílica s/ estrutura metálica—84.5 × 136 × 46 cm

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As imagens fotográficas foram realizadas com uma Leica M3 munida de uma lente summilux 1.4-50mmm entre 1980 e 1985, sendo indissociáveis da tapeçaria que apresentamos realizada também neste período. A aldeia de Limões, foi preser-vou um micro centro linheiro, que se situa em Trás-os-Montes perto de Cerva no conselho de Ribeira de Pena, sendo para mim um poderoso topos imagético que se desvelou na unidade transcendental que emana dos lugares sagrados em que tudo faz sentido, permitindo sentir o ar, a água, a terra, as pessoas, os animais, o nascimento e a morte, onde acontece sermos de forma integral.

A tecelagem é uma actividade ancestral que constrói uma segunda pele para protecção do corpo e quando os nossos de-dos percorrem um tecido de linho, entramos em contacto com um processo alquímico, capaz de transmutar e instaurar uma

dimensão simbólica humanizante, operando a obra que nos transforma em seres.

A tecelagem e a tapeçaria enquanto arte e ofício sempre fo-ram, no sentido tradicional, capazes de projectar, na sua imensa complexidade, a pureza comunicacional sem grandes artifícios, feita nos silêncios que contêm todas as palavras indizíveis, evo-cando sorrisos, mãos delicadas, longos tempos contemplativos, movimentos e gestos cadenciados pelo pulsar da vida.

As imagens fotográficas agora apresentadas são memórias que se materializaram na tapeçaria e remete-nos para a cele-bração dos mitos primordiais, narrativas fragmentadas, apa-rentemente labirínticas, inesquecíveis, e tal como estas imagens fotográficas foram impressas por fios de luz, também os fios de lã se fizeram tapeçaria, para contar as coisas que o corpo expe-rienciou e alma desenhou.

Imagens das Terras do Reino MaravilhosoHugo Ferrão, 1984

Técnica mista: lã e fibras vegetais (ponto tafetá e ponto Portalegre)—100 × 135 cm

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Aldeia de Limões – Ciclo do Linho (1980-1985)9 fotografias analógicas a sépia, negativo integral,

impressão por Henrique Calvet e Paula Campos

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Partindo de uma técnica ancestral, encetamos uma viagem pe-las formas através de um labirinto natural. Uma flor transforma--se, metamorfoseia-se, recria-se numa dança invisível. Novas formas ganham vida num movimento que se cruza e entrecruza criando encontros e desencontros. Eis o mote deste trabalho o que se iniciou com uma ideia, passou a experiência e resultou num projecto.

MetamorfoseIsabel Santos, 2012

Tecidos, dracalon e lã em crochet150 × 250 × 20 cm

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Uma das características dos meus projectos artísticos é a inten-cionalidade de criar espaços instalativos, a partir da apropriação e recriação de objectos previamente existentes, que colecciono de modo obsessivo – como televisores, rádios e instrumentos electrónicos antigos. Encontro a maioria destes objectos no lixo. De início, observo-os minuciosamente e procuro compre-ender a sua estrutura. Por vezes, trabalho neles directamente, aproveitando as suas potencialidades formais, e adaptando-os à linguagem plástica da tapeçaria (Tv). Outras vezes, é necessá-rio desmontá-los e montá-los de novo (mixTAPE), perfurá-los e introduzir-lhes as teias, essenciais à execução da trama (dó, ré, mi, fá, LÃ, si, dó). Algo que procuro constantemente, em todos os meus trabalhos, é criar relações entre tempo-espaço, significa-do-significante, uso-desuso, forma-utilidade. A ideia conceptual que preside às instalações TAPEçaria e mixTAPE é a apropria-ção e recriação de objectos ultrapassados – como a cassete de aúdio –, e a sua analogia com a tapeçaria tradicional, através da

colocação desta, no interior das cassetes, em vez da fita (TAPE-çaria,) ou da colocação da simples lã, procurando formar o mes-mo padrão da tapeçaria de cores tradicional (MixTAPE). Deste modo, estabeleço uma relação análoga, um paralelo, entre a cassete e a tapeçaria de cores tradicional, duas coisas que já ti-veram o seu auge, em tempos, e que são hoje vistas como inúteis, porque fora de moda e desactualizadas, disformais e disfuncio-nais. Os próprios títulos TAPEçaria e MixTAPE, resultam de um trocadilho, com cassete – do inglês tape, e tapeçaria, o processo tecnológico artístico evocado nas instalações.

Em TAPEçaria, uma vez que a cassete áudio é um corpo analógico, procurei que sua estrutura exterior apresentasse um aspecto manual e rude, para reforçar essa ideia de analógico e, simultaneamente, evocar o processo da tapeçaria manufactu-rada que se encontra no seu interior. A cassete revela-se, assim, quase tão artesanal como a “fita” que a completa, enfatizando o manual ao invés do industrial.

mixTAPEJoão da Cruz, 2010

Fita de cassete áudio (trama), 189 cassetes áudio e lã (teia)—134 × 91.5 × 0.8 cm

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Partindo de um trabalho desenvolvido em torno de padrões ins-pirados nos motivos geométricos de papel de parede e pegando em imagens de violência policial, combinei formas e símbolos de violência (balas, granadas, soqueiras, pistolas) para criar o meu próprio padrão. Esta é uma série de experiências feitas através de um processo de estampagem manual sobre têxtil. Os carimbos uilizados foram feitos manualmente. O resultado

é uma variante de cores e padrões diferentes, pois cada estam-pagem é única. A partir deste exemplo derivaram quatro lenços estampados em fundo castanho escuro e uma fronha de almo-fada estampada em algodão branco.

Trata-se de um processo inicial que pode ter diversas va-riantes de tamanhos e tonalidades. Os usos também podem ser explorados indefinidamente.

Exptxtl 1 (detalhe)Luísa Rodrigues, 2011

Tecido, fibra sintética e tinta de óleo56 × 68 cm

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“… As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizíveis quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos aconte-cimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou. Menos susceptíveis de expressão do que qualquer outra coisa são as obras de arte, – seres misteriosos cuja vida perdura, ao lado da nossa, efémera.

Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade. Neste carácter de origem está o seu critério, – o único existen-te...”, in Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke.

Sem título (detalhe)Pedro Ramalho, 2011

Plásticos, feltro e fio de nylon, conjunto de três peças—133 × 155 × 6 cm

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Este trabalho foi influenciado por um companheiro de treze anos, que não tendo nada a ver com a mascote oficial da Casa Branca de Obama, tem tudo o que se pode desejar de um fiel amigo. Foi a observação atenta e partilha de vários momentos do seu quotidiano, que influenciou a realização desta obra, de modo a eternizar tão profunda ligação.

Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a

maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz. — Milan Kundera

Os cães amam os seus amigos e mordem os seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio nas suas relações.

— Sigmund Freud

Cão de Água PortuguêsRaquel Taquelim d’Almeida, 2012

Estrutura mista: ferro, jornais e desperdícios100 × 70 × 30 cm

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Currículos

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Azambuja, 1988. Ensino secundário na Escola Artística António Arroio; licen-ciatura em Pintura da FBAUL em 2010;

Mestranda em Arte, Património e Teoria do Restauro, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu o Curso de Formação em História da Arte – Coleccionadores, Colecções e Museus, do Museu Nacional de Arte Antiga, e o Curso de Formação Intensiva – Arte e Património na Diocese de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa e do Sec-tor dos Bens Culturais da Igreja do Patriarcado de Lisboa. Frequentou vários seminários acerca de temas da História da Arte e da Museologia na FBAUL, na UCP e no Museu Nacional de Arte Antiga. Expôs no Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino, no Centro Cultural da Nazaré, no Salão de Novembro da Escola de Artes Vera Santos Silva e recebeu menção honrosa no Artis X – Festival de Artes Plásticas de Seia. Realizou recentemente uma obra de arte pública por convite da Câmara Municipal de Azambuja.

Ana Gonçalves de Sousa

Lisboa, 1980. Viveu e estudou em Faro até 1998, aquando da entrada na FBAUL. Licenciada em Artes Plásticas – Pintura (2003), mestre (2007) e doutoranda em

Educação Artística da FBAUL. Desde 2002 tem desenvolvi-do e orientado projetos artísticos e exposições no domínio da tapeçaria contemporânea. Iniciou a carreira como pro-fessora de Tapeçaria na Escola Sophia de Mello Breyner, Outurela (2003-04). Na área têxtil participou como ar-tista e como membro da organização em diversos projetos artísticos com destaque para: ArtLab Futuro Tapeçaria Con-temporânea (2011) e ArteLab21 Tapeçaria Contemporânea (2010), Museu Tapeçaria Portalegre Guy Fino, Portalegre; Utopia9 (2003), integrada no 2º Simpósio Moda e Têxtil, ESART do IST de Castelo Branco, Cineteatro Avenida, Cas-telo Branco; O têxtil na Europa: passado, presente e futuro (2002), 1º Encontro da Texere – Textil Education and Rese-arch in Europe, Auditório e Cisterna da FBAUL. Bolseira da FCT (2006-11) é, desde 2009, docente e investigadora na FBAUL onde leciona Tapeçaria (Iniciação, Desenvolvimento I e II, Projeto I e II), e unidades curriculares dos Mestrados em Educação Artística e em Ensino das Artes Visuais.

Adriana de [email protected]

Andréa Adã[email protected]

França, 1991. Filha de pais emigrantes retorna a Portugal aos 6 anos, onde ini-cia o seu percurso educacional. Ingressa

no Curso de Artes Visuais na Escola Secundária de Peniche em 2006, definindo desde logo a sua principal área de in-teresse académico. Frequenta o 2º ano da Licenciatura em Pintura na FBAUL. Contudo antes de lá ter chegado, iniciou o Curso de História da Arte da UNL. Sentindo-se presa à teoria e vendo-se sem os potenciais do trabalho prático de-cide renunciar ao curso e voltar a candidatar-se ao ensino superior no ano letivo que se seguiu. É neste “intervalo” que concilia o trabalho com o voluntariado no Museu Nacional do Azulejo. Participa no núcleo de restauro durante seis me-ses e frequenta um workshop sobre a Azulejaria em Portugal realizado pelo Museu. Expôs na FBAUL, na iniciativa Ateliers Abertos em 2011 e organizou a sua 1ª exposição individual no Bar Nº1, Peniche (março 2012). É na pintura e no dese-nho que tem visto o seu trabalho ser desenvolvido, mas nutre interesse pela experimentação de outras tecnologias. Como foi o caso da Tapeçaria, que terá proporcionado novos méto-dos de expressão artística.

Andreia [email protected]

Oeiras, 1978. Estudou na Sociedade Na-cional de Belas-Artes de Lisboa (1999--2001). Frequenta o último ano da li-

cenciatura em Artes Plásticas – Pintura, na FBAUL. Entre as exposições em que participou destacam-se Cena d’Arte, Câmara Municipal de Lisboa, 2004; Bienal de Pequeno Formato da Moita – Prémio Joaquim Afonso Madeira, 2003; Leilão Jovens Pintores em Portugal, Sociedade Comercial de Leilões S.A., Palácio do Correio Velho, Lisboa, 2003; Cena d’Arte, Câmara Municipal de Lisboa, Palácio Marim Olhão, 2001; 1.ª Mostra de Grafitis, Sintra, 1995. Também expôs, no âmbito escolar, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, entre 1999 e 2001. Andreia Dias é monitora no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, e neste contexto tem organizado e colaborado em inúmeros proje-tos, workshops e atividades didáticas no domínio da educa-ção estética infantil, o que se reflete na temática e aspetos formais das suas obras.

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Andréa Adã[email protected]

Carolina Blattmann

Lisboa, 1989. Frequenta o 4º ano da licenciatura em Belas Artes Pintura, na FBAUL. Participou na exposição coleti-va de Pintura em Cerâmica, na Costa da

Caparica, em 2009. Participou nas exposições ArteLab21 Tapeçaria Contemporânea e ArtLab Futuro Tapeçaria Con-temporânea, ambas no Museu de Tapeçaria de Portalegre Guy Fino, em 2010 e 2011 respetivamente.

Lisboa, 1979. Vive e estuda em Lisboa. Frequenta o 3º ano da licenciatura em Pintura na FBAUL, com uma licenciatura

em design feita no IADE, teve a sua formação secundária na escola António Arroio. Passou ainda pela escola de ourivesa-ria Contacto Directo. O seu trabalho desenvolvido no curso de pintura tem principal foco no universo da instalação como disciplina de comunicação e exercício artístico. Tem como complemento dessa disciplina o trabalho desenvolvido em desenho, fotografia e tapeçaria.

Catarina [email protected]

Cristina Vilas-Bôas

Lisboa, 1967. Estudos secundário na escola Gil Vicente. Curso de Estilismo de Moda, Curso Integrado de Gestão e Vitrinística. Trabalhou na área do Vitri-

nismo com inúmeras empresas, na área do Algarve. Ingres-sou em 2008 na licenciatura de pintura da FBAUL. Trabalha na área da instalação, vídeo, performance, escultura, vitral e tapeçaria. Bolseira da Fundação Amadeu Dias pela UL. Exposições coletivas: ArtLab Futuro Tapeçaria Contemporâ-nea (2011) e ArteLab21 Tapeçaria Contemporânea (2010) ambas no Museu Tapeçaria Portalegre Guy Fino, Portalegre; Concurso Ocidente/Oriente, Galeria da FBAUL (2010); Lugar que o Corpo Ocupa, Galeria da Biblioteca Orlando Ribeiro, Lx (2010); Leilão de Pintura contemporânea e an-tiguidades, Palácio do Correio Velho, Lx (2004). Exposições individuais: O Voo da Águia, Catedral da Cerveja, Estádio da Luz, (2011-12); No Tempo do Risco, Galeria da Biblioteca Orlando Ribeiro, Lx. (2012); Apresentação do vídeo No Tem-po do Risco, Sesimbra Arqueologia 2009; Cósmico Energé-tica, Casa da Morna, Lx (2009); FhengShui, Restaurante Psi, Lx e Casa da Guia, Cascais (2008).

Elisabete Vieira Tribolet Ambrosio

Lisboa, 1956. Concluiu o 12º ano ver-tente científico-natural na Escola Luís de Camões. Concluiu os estudos de língua inglesa no British Council, grau

Proficiency, tendo lecionado, a título particular, explicações de língua inglesa. Frequência do curso de pintura da SNBA (2006/07). Em 2007 apresentou a candidatura ao exame maiores de 23 anos na FBAUL, tendo sido admitida nesse ano. Frequenta o 4º ano do curso de Pintura daquela Facul-dade. Investigação na área de tapeçaria contemporânea, nomeadamente de novas técnicas de manipulação têxtil através do uso de substâncias aditivas e de meios não tra-dicionais. Frequência de workshops na área atrás referida, no Reino Unido. As grandes áreas de interesse são pintura, tapeçaria e cerâmica tendo, no entanto, como fundamento projetual a natureza e o homem. Desde sempre o gosto pela arte acompanhou o seu percurso, preparando a sua primeira exposição individual. As suas vertentes artísticas mantêm-se desde sempre abertas às múltiplas solicitações que a arte hoje em dia coloca, mas o pendor realista e naturalista, ocu-pam um lugar central no seu trabalho, considerando-se em plena evolução.

Eurica [email protected]

Espinho, 1980. Estudou na escola secun-dária António Arroio, Lisboa. Frequentou o 1º ano do curso de Arquitetura de In-

teriores na Faculdade de Arquitetura da UTL. Ingressou na FBAUL em 2000, no curso de Pintura, tendo concluído o Ba-charelato. Desde 2004, trabalha regularmente com Dança Clássica Indiana, sob a forma de aulas, workshops e espetá-culos. Realiza atividades pontuais de expressão artística diri-gidas ao púbico infantil (nas áreas da dança, música, teatro e pintura). Reingressou na FBAUL em 2010, onde frequenta a Licenciatura em Pintura. Entre 2004 e 2010 participou em várias exposições coletivas de pintura em Lisboa e na Madei-ra. Interessada em trabalhar o Feminino, o Corpo, o Imaginá-rio Coletivo, tem desenvolvido trabalho artístico relacionado com contos tradicionais e arquétipos, recorrendo ao universo das artes e à psicologia. O interesse pela Arte-Terapia e pela técnica de Teatro Dinâmico tem-se revelado um instrumento útil na auto-perceção e, consequentemente, na criação artís-tica. A fotografia, o vídeo e a performance têm surgido como áreas de interesse crescente.

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Francisco [email protected]

Évora, 1970. Vive e trabalha em Lisboa. Começou a desenhar e pintar como au-todidata por volta de 1998. Frequenta

a Licenciatura em pintura na FBAUL. Formação: 1990/91, Curso de Mecânico de Material Aéreo, Força Aérea Portu-guesa, Ota; 1999, Curso de iniciação Tiffany, BRAZUNAS – Atelier de Artes Decorativas, Lx; 2007, 12º Ano de Escolari-dade, Escola Secundária Marquês de Pombal, Lx. Exposições individuais: Automatismos e impressões, Escola Secundária Marquês de Pombal, Lx (2005); Justaposições, Espaço Ur-ban Science, Lx (2011). Exposições coletivas: Iniciativa X, ARTE CONTEMPO, Lx (2007 e 2008); 2010/11, Pintura e Escultura concurso de artes, Unidade Hoteleira INATEL, Foz do Arelho (2010/11); Artelab 21 Tapeçaria Contemporânea, Museu Tapeçaria Portalegre Guy Fino, Portalegre (2011); Colectiva, Espaço Urban Science, Lx (2011/12). Prémios: Vulcão dos Capelinhos 1957–2007, Faial, Açores, 1º Prémio (2007). Publicações: 2006, Marlin Art Gallery, Marlin Ma-gazine, U.S.A. (2006); Catálogo da exposição Concurso de Artes 2010 INATEL (2010).

Filipa [email protected]

Lisboa, 1963. Completou o Curso de De-coração e Restauro da Fundação Ricar-do Espírito Santo e Silva de Lisboa, tendo

trabalhado em restauro de laca chinesa durante alguns anos. Começou o Curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, o qual interrompeu em 1992. Retomou este curso em Setembro de 2011.

Filipa [email protected]

Setúbal, 1987. Frequentou a Escola Se-cundária de Bocage, em Setúbal. Fre-quenta o 3º ano da licenciatura em Belas

Artes – Pintura, na FBAUL. É sócia da empresa Bocados de Praia – Artigos de Decoração, Lda., onde produz peças ar-tesanais decorativas, faz campanhas de marketing e alguns projetos de design relativos à imagem corporativa da empresa. Participa regularmente em exposições coletivas e individuais ligadas ao setor das artes decorativas e design de interiores, representando a empresa. Participou no concurso Resart’09 e consequente exposição coletiva na Fundação Inatel em Setú-bal. Realizou workshops nas áreas da pintura, joalharia e artes decorativas. As áreas onde desenvolve atividade permanente são a pintura, tapeçaria, artes decorativas e bijuteria.

Maputo, 1954. Professor Universitário – Artista. Doutoramento em Belas-Artes especialidade de Pintura pela Universi-dade de Lisboa com a tese: Pintura como

Hipertexto do Visível, Instauração do Tecno-imaginário do Ci-tor (2007). Equiparação a Doutoramento – Agregação ao 5º Grupo – Pintura como tema Ciberarte, Imaginário Ciberpunk ou a Implosão do Futuro (1996). Mestre em Comunicação Educacional Multimédia pela Universidade Aberta com a dissertação: Ciberespaço como Matéria do Sonho, Tribos e Territórios Virtuais (1995). Pós-Graduação em Sociologia do Sagrado e do Pensamento Religioso pela Universidade Nova de Lisboa com o ensaio: Madonna della Vittoria, versus Sacra Conversazione – Visibilidade e Legibilidade do Discurso Pictórico (1992). Licenciado em Artes Plásticas-Pintura pela ESBAL (1985). Professor Associado de Pintura, onde cria as unidades curriculares de Ciberarte e Realidade Virtual, fun-dador do Centro de Investigação em Ciberarte, e do CIEBA – Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes de quem é o primeiro diretor; Investigador Principal da secção de Ci-berarte; Presidente da Comissão de Coordenação do Dou-toramento da FBAUL e membro do Conselho Geral da UL. Cria o conceito de «citor», investiga e publica nos domínios da ciberarte, cibercultura, hipertexto, realidade virtual e seu impacto na formalização do discurso artístico-pintura.

Hugo Martins Gonçalves Ferrão

Inês [email protected]

Frequenta o 3º ano da licenciatura de Pintura na FBAUL (2011-2012) Work-shop de Ilustração para a Infância, reali-

zado pelo centro de Estudos Arte e Multimédia (CIEAM), da FBAUL (2009); 1º ano da licenciatura de Escultura na FBAUL (2008/2009); Curso de Artes Visuais na Escola Secundária da Portela. (2008); Exposições coletivas: Janela Aberta, As-sociação Envolve, Abrantes (2012); G.A.B.A Galerias Abertas das Belas Artes, FBAUL (2012); Iniciativa X, Arte Contempo (2011); 2ª edição AAA, Ateliers Abertos de Artistas, Castelo D’If, FBAUL (2011); Concurso Internacional de Ilustração de Dinossauros, GEAL – Museu da Lourinhã (2011); A Sardinha é Minha! Festas de Lisboa’11 (2011); Viagens pelo Som e pela Imagem, Fonoteca Municipal de Lisboa (2011 e 2010); II Bienal Internacional de Pintura, Fundação Rotária Portu-guesa (FRP) (2011); Menção Honrosa na exposição coletiva Retratos do Infante Dom Henrique, Centro Cultural de Lagos (2010); 1º prémio do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (IP) (2008) Áreas de trabalho e interes-se: pintura, desenho, gravura, tapeçaria e vitral.

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Formação Profissional e Habilitações Li-terárias: Frequenta o 3º ano da Licencia-tura de Pintura na FBAUL (2011/12);

Curso de Artes Visuais na Escola Secundária de Camões (2008); 1º ano curso de Pintura na AR.CO (2008/09). Exposições coletivas: Janela Aberta, associação Envolve, Abrantes (2012); G.A.B.A, Galerias Abertas Artes, FBAUL (2012). Áreas de trabalho e interesse: pintura, desenho, gravura, vitral, tapeçaria e ilustração.

Isabel Dá Costa [email protected]

Nasceu em 1970. Reside, estuda e tra-balha em Lisboa. É finalista da licencia-tura em História da Arte na Faculdade

de Letras da Universidade de Lisboa e frequenta, em regime livre, a disciplina de Tapeçaria Desenvolvimento I, na Facul-dade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

João da [email protected]

Lisboa, 1986. Licenciado em Belas-Artes Pintura, pela FBAUL (2011), foi aluno da tecnologia artística de Tapeçaria, tendo

concluído os níveis de Iniciação, Desenvolvimento I e II e Pro-jecto I e II. Desde 2009, integra o projeto Brincar Sesimbra, no âmbito do qual leciona desenho a crianças entre os 8 e os 12 anos. Está envolvido em vários projetos artísticos, entre os quais decorações de espaços e montras, a realização de exposições e projetos coletivos com outros artistas.

Judith [email protected]

Estudou Comunicação Visual na Uni-versidade Bauhaus de Weimar. Nos dois últimos semestres estudou em Portugal,

através do programa ERASMUS. Passou o 1º semestre em Castelo Branco a estudar Design de Moda e Têxtil no Ins-tituto Politécnico de Castelo Branco. No 2º ano mudou-se para Lisboa para estudar na FBAUL. Quando voltar para a Alemanha terminará a licenciatura.

Aluna do curso de Cenografia da Fa-culdade de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), inte-

gra o programa de intercâmbio da Universidade de Lisboa desde Agosto de 2011. Participou por duas vezes da Mos-tra de Teatro da UFRJ: como atriz na montagem Como me Tornei Estúpido, adaptado e dirigido por Morena Cattoni; e como assistente de cenografia da peça Homens Gordos de Saia – montagem vencedora de cinco prêmios do 7° Fes-tival Nacional de Teatro de Duque de Caxias. Trabalhou também com o cenógrafo Flávio Graff na peça Amorzinho, uma adaptação de um conto de Tchekov com direção de Orã Figueiredo. Dentro da Universidade de Lisboa expôs uma Video-Performance, 28:06:21, na mostra de perfor-mance, instalação, vídeo, som e fotografia: Pré-Reforma. Ao longo de sua trajetória artística ainda participou de di-versos cursos e oficinas que permitiram o seu contato com outras formas de expressão como a interpretação, o canto, o circo e a dança.

Julia [email protected]

Karolyn [email protected]

Teerão (Irão), 1972. Foi viver para os E.U.A. em 1989. Estudou Ciências Na-turais na Califórnia, até 1992. Frequen-

tou o curso de Artes Visuais no Art Institute of Chicago, entre 1992 e 1996. Mudou-se para Nova Iorque em 1998, e um mês antes de tragédia do 11 Setembro, veio viver para Lis-boa. A partir daí viveu e trabalhou entre Lisboa e Berlim por vários anos. Em 2005, após o nascimento de seu filho, fixou--se em Lisboa, onde vive e trabalha.

Inês [email protected]

Leonardo Oliveros [email protected]

Holguín, Cuba, 1989. Estudio Bellas Artes en la Universidad de La Laguna, en Santa Cruz de Tenerife. Actualmente

curso el cuarto año de la carrera en la Universidad de Lisboa, acogido al Programa Erasmus. Mi trabajo abarca técnicas de la tapicería y la cerámica para acercar las piezas al lado instintivo del ser.

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Luísa Lucas [email protected]

Lisboa, 1988. Emigrou para o Luxem-burgo com os pais e irmão, onde fez toda a escolaridade na escola Europeia

do Luxemburgo. Em 2006 foi para Paris estudar moda na escola de estilismo e modelismo ESMOD. Em 2008 regressou a Portugal para tirar a Licenciatura de Pintura na FBAUL, onde continua a estudar. Fala francês, inglês e espanhol, tirou um curso de iniciação à fotografia digital no centro artístico Nextart e participou num showroom de Moda em Paris, no hotel Rivoli. Interessa-se por fotografia e cinema, música, literatura, ilustração, moda e diversas áreas das Artes, tem particular interesse em artesanato. Pretende explorar e desenvolver certos projetos artísticos iniciados e ter oportunidade de poder trabalhar e viajar pelo mundo.

Licenciatura pré-Bolonha em Engenha-ria Civil (UNL), 2005; Frequenta atu-almente o 3º ano do curso de Escultura

(FBAUL); Workshop de Desenho (Central Saint Martins, 2009); Seminário de Desenho no Campo Expandido – Prof. Helena Elias (FBAUL – 2011); Exposições coletivas: New Ideas in Medallic Sculpture, 2010/11; Traveling Medallic Sculpture Exibition, 2011; À procura… à procura, Lx, 2011; Percepção do Devir – Complementos de um espaço, Casa do Brasil de Lisboa, 2011; Encontrarte, Amares, 2011; 6th In-ternational Art Laguna Prize, Arsenal de Veneza, Itália, 2012. Prémios: Vencedora do Concurso de Escultura Encontrarte, Amares, 2011; Finalista do Concurso 6th International Art Laguna Prize, Veneza, 2012.

Margarida Campina [email protected]

Lisboa, 1990. Ingressa na Licenciatura de Pintura da FBAUL. Em 2009 expõe individualmente na Escola Internacional

de Torres Vedras. Em 2010 participa no curso Livre de Re-trato, no qual resulta uma exposição final coletiva. Em 2011 participa na exposição Palavras-Chave, numa parceria entre o ISEG e a FBAUL, e também na coletiva 12x12, na Galeria Travessa. Em 2012 volta a expor no mesmo local, fazendo parte da coletiva 20x20. Os seus interesses abrangem a Pintura e a Fotografia, bem como a combinação e a influên-cia entre as duas. O seu trabalho foca-se na descoberta do estado em que uma obra pode ser dada como finalizada e a relação direta da pintura com os títulos, onde integra a ironia, o duplo-sentido e as metáforas em situações aparentemente banais e quotidianas.

Margarida [email protected]

Lisboa, 1983. Concluiu o 1º ano do curso de Desenho na Sociedade Nacio-nal de Belas Artes em 2000. Frequenta

a Licenciatura de Pintura na Faculdade de Belas Arte da Universidade de Lisboa. Entre as exposições coletivas em que participou destacam-se: ArteLab21 Tapeçaria Contem-porânea e ArtLab Futuro Tapeçaria Contemporânea, ambas no Museu de Tapeçaria de Portalegre Guy Fino, em 2010 e 2011 respetivamente; Provas, Contraprovas e outros tes-temunhos, Exposição de Gravura, FBAUL, 2011; e D’Après Nuno Gonçalves, FBAUL, 2010.

Pedro [email protected]

Lisboa, 1991. Reside em Carcavelos. Obteve o Diploma de 12º ano no Colé-gio Marista de Carcavelos (2007/10).

Apesar de ter frequentado um primeiro 10º em ciências, es-colheu por questões de realização pessoal o Curso de Artes Visuais, onde as suas preferências eram pintura, restauro e moda. No âmbito destas áreas desenvolveu alguns projetos pessoais que lhe trouxeram grande gosto pelas Artes em geral. Foi-lhe atribuído um diploma de mérito escolar, na frequência do 11º ano (2008/09). Certificado na partici-pação no VII Concurso de Expressão Plástica – Olhar Júlio Resende, com o Apoio da Fundação Júlio Resende – O Lugar do Desenho. Frequenta a licenciatura de Pintura na FBAUL. Brevemente irá fazer voluntariado no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, realizando visitas guiadas pelo museu, aproveitando esta oportunidade em termos de experiência pessoal e profissional. Tem particular interesse por ballet, fotografia, cinema, violino, literatura e pelo seu blog onde se exprime sem rodeios, numa necessidade da presença da sua família e amigos no seu dia-a-dia, exposi-ções de arte, artesanato e antiguidades.

Raquel [email protected]

Lisboa, 1989. Frequenta o curso de Ar-tes Plásticas, Pintura, na FBAUL. Par-ticipou em duas exposições coletivas

nos 64 et 65 ème Salons des Artistes du Hurepoix, Ville de Sainte-Geneviève-des-Bois, Sud Parisien, em 2010 e 2011. Encontra-se no momento presente a desenvolver vários pro-jetos no âmbito da Pintura, Cerâmica e Tapeçaria.

Raquel Taquelim d’[email protected]

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Pedro [email protected]

Raquel [email protected]

Raquel Taquelim d’[email protected]

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FBAUL Faculdade de Belas-Artes da Universidade de LisboaMLUBI Museu de Lanifícios da Universidade da Beira InteriorMTPGF Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino

CATÁLOGO

Organização e EdiçãoFaculdade de Belas-Artes da Universidade de LisboaLargo da Academia Nacionalde Belas-Artes, 1249-058 LisboaTel. +351 213 252 [email protected] | www.fba.ul.pt

CoordenaçãoHugo Ferrão (FBAUL)Ana Gonçalves de Sousa (FBAUL)Helena Correia (MLUBI)Paula Fernandes (MTPGF)

Composição GráficaTomás Gouveia (FBAUL)

Impressão e AcabamentoFacsimile, offset-publicidade Lda.

Tiragem500 exemplares

ISBN 978-989-8300-34-8

Depósito Legal346090/12

Julho 2012

EXPOSIçÃO

ARTLAB — Next VisionTapeçaria Contemporânea6 julho – 2 setembro 2012Núcleo da Real Fábrica Veigado Museu de Lanifícios da Universidade da Beira InteriorCovilhã, Portugal

Produção ExecutivaHugo Ferrão (FBAUL)

MontagemHelena Correia (MLUBI)Amélia Santos Marques (MLUBI)Joaquim Madeira Vicente (MLUBI)

DivulgaçãoIsabel Nunes (FBAUL)Paula Fernandes (MLUBI)

© FBAUL, 2012.© dos textos e das fotografias, os autores.

FBAULMLUBIMTPGF

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