masteradm financeira e orcamentária

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AFO PARA CONCURSOS | Apostila 2015 Prof. Alexandre Américo Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 1 OS: 0038/2/15-Gil CONCURSO: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO E TÉCNICO CONTROLE EXTERNO TCE/CE 2015 ASSUNTO: ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO 1. O DIREITO FINANCEIRO NO BRASIL COMO RAMO DO DIREITO PÚBLICO 1.1 CONCEITO DO PROFESSOR O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que normatiza a ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO - AFE, que engloba a receita pública orçamentária, a despesa pública orçamentária, o orçamento e o crédito públicos (os 4 (quatro) elementos da AFE). Esses quatro elementos delineados compõem, portanto, a atividade financeira do Estado, sobre a qual falaremos daqui a pouco. Tenha um pouco de paciência, ok? É sobremaneira importante estudar essa vertente do Direito, eis que ela disciplina a organização e a administração das finanças governamentais, em todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). Imaginem, por exemplo, meus nobres amigos, uma pessoa física que não se preocupa em gerir suas finanças pessoais, os seus gastos (despesas ou dispêndios) individuais para o atendimento de suas necessidades (aluguel, energia, telefone, alimentação, transporte, condomínio, educação, saúde, casa própria etc.) enquanto ser humano que é. Seria um verdadeiro caos, não é verdade? Ora, se o gestor do seu próprio dinheiro, originado mensalmente do seu salário, não é capaz de estabelecer uma escala de prioridades para as suas despesas, não tendo o convicto discernimento de que não se pode gastar mais do que aquilo que se ganha (arrecada) e gastando seus recursos financeiros disponíveis com total arbitrariedade, sem nenhum critério objetivo para o equilíbrio de suas finanças, a tendência é que ela entre no famoso cheque especial. Nessa situação, estará sendo financiada por capital de terceiros (dinheiro de outras fontes: banco, agiota, factorings!!), e não por capital próprio (salário). Daí já viu, né, o reboliço que tal situação irá ocasionar nas finanças dessa pessoa!! Imaginem, vocês uma situação recorrente em que uma pessoa gasta, mensalmente, mais do que ganha!! Pergunto: é possível, na prática, tal situação ocorrer?? Claro que sim! Ora, basta que seja financiada por recursos de terceiros, conforme dissemos. Agora, será que esse quadro, no médio e longo prazo, se sustenta? Será que os credores, que emprestaram recursos, sempre estarão dispostos a financiar essa pessoa que não se programa financeiramente, que não se planeja, que gasta com total arbitrariedade, que não honra com os seus compromissos financeiros (dívidas) no prazo de seus vencimentos? Ululante que não!! Portanto, já dá para perceber a importância dessa disciplina na vida pública, no gerenciamento dos recursos de uma Nação. Percebe?? 1.2 CONCEITOS DOUTRINÁRIOS Para Kiyoshi Harada, é o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico (Kiyoshi Harada, Direito Financeiro e Tributário. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2000, p.44.)

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AFO PARA CONCURSOS | Apostila 2015 Prof. Alexandre Américo

Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone : (85) 3208.2222 – www.masterconcurso.com.br 1

OS: 0038/2/15-Gil

CONCURSO: ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO E TÉCNICO CONTROLE EXTERNO TCE/CE 2015

ASSUNTO: ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO

1. O DIREITO FINANCEIRO NO BRASIL COMO RAMO DO DIREITO PÚBLICO

1.1 CONCEITO DO PROFESSOR

O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que normatiza a ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO - AFE, que engloba a receita pública orçamentária, a despesa pública orçamentária, o orçamento e o crédito públicos (os 4 (quatro) elementos da AFE). Esses quatro elementos delineados compõem, portanto, a atividade financeira do Estado, sobre a qual falaremos daqui a pouco. Tenha um pouco de paciência, ok?

É sobremaneira importante estudar essa vertente do Direito, eis que ela disciplina a organização e a administração das finanças governamentais, em todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

Imaginem, por exemplo, meus nobres amigos, uma pessoa física que não se preocupa em gerir suas finanças pessoais, os seus gastos (despesas ou dispêndios) individuais para o atendimento de suas necessidades (aluguel, energia, telefone, alimentação, transporte, condomínio, educação, saúde, casa própria etc.) enquanto ser humano que é. Seria um verdadeiro caos, não é verdade?

Ora, se o gestor do seu próprio dinheiro, originado mensalmente do seu salário, não é capaz de estabelecer uma escala de prioridades para as suas despesas, não tendo o convicto discernimento de que não se pode gastar mais do que aquilo que se ganha (arrecada) e gastando seus recursos financeiros disponíveis com total arbitrariedade, sem nenhum critério objetivo para o equilíbrio de suas finanças, a tendência é que ela entre no famoso cheque especial. Nessa situação, estará sendo financiada por capital de terceiros (dinheiro de outras fontes: banco, agiota, factorings!!), e não por capital próprio (salário). Daí já viu, né, o reboliço que tal situação irá ocasionar nas finanças dessa pessoa!!

Imaginem, vocês uma situação recorrente em que uma pessoa gasta, mensalmente, mais do que ganha!!

Pergunto: é possível, na prática, tal situação ocorrer??

Claro que sim! Ora, basta que seja financiada por recursos de terceiros, conforme dissemos. Agora, será que esse quadro, no médio e longo prazo, se sustenta? Será que os credores, que emprestaram recursos, sempre estarão dispostos a financiar essa pessoa que não se programa financeiramente, que não se planeja, que gasta com total arbitrariedade, que não honra com os seus compromissos financeiros (dívidas) no prazo de seus vencimentos?

Ululante que não!!

Portanto, já dá para perceber a importância dessa disciplina na vida pública, no gerenciamento dos recursos de uma Nação. Percebe??

1.2 CONCEITOS DOUTRINÁRIOS

Para Kiyoshi Harada, é o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico (Kiyoshi Harada, Direito Financeiro e Tributário. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2000, p.44.)

Joyce Prado
Realce

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OS: 0038/2/15-Gil

De acordo com o que preleciona Ricardo Lobo Torres, Direito Financeiro é o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado.

De acordo com o que defendem os autores supramencionados, o Direito Financeiro, portanto, compreende o estudo do orçamento público, da receita pública, da despesa pública e do crédito público.

1.3. DIREITO FINANCEIRO VERSUS DIREITO TRIBUTÁRIO

Conforme dissemos no tópico anterior, o Direito Financeiro regulamenta, disciplina e normatiza a organização e a gestão das finanças públicas, regulando o que é comumente chamado de Atividade Financeira do Estado (AFE).

Do ponto de vista do seu objeto de estudo, o Direito Financeiro tem maior amplitude que o Direito Tributário.

Como assim, professor?

Bem, vamos lá!!

Enquanto ESSE trata da disciplina jurídica dos tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e econômicas, contribuições para o interesse de categorias profissionais, contribuição de iluminação pública e empréstimos compulsórios), estudando as suas diversas alíquotas, hipóteses de incidência, fatos geradores, base de cálculo e compreendendo o conjunto de normas que regulam a instituição e a arrecadação de tais tributos e a relação jurídica do Estado com os contribuintes, AQUELE se preocupa em estudar algo muito mais amplo: a Atividade Financeira do Estado – AFE (professor, diz logo o que é isso, deixe de “embromation”!! Calma, meu filho, tudo tem o seu devido tempo!!!)

Professor, ainda não entendi?

Sendo mais objetivo, enquanto o Direito Tributário está preocupado em saber quem é o sujeito passivo da obrigação tributária (contribuinte) – quem deve à Fazenda Pública Federal, Estadual, Municipal ou Distrital -, qual o montante por ele devido, qual o objeto da crédito tributário (ICMS, PIS, COFINS, IPI, IPTU, ITBI, ITR, IOF, II, IE, ITCMD, ISSQN, IPVA etc.), quem é o sujeito ativo (o credor do crédito fiscal), o Direito Financeiro se ocupa em saber qual a aplicação do recurso financeiro que foi arrecado pela administração pública para fazer jus às demandas da sociedade, às necessidades públicas, por meio dos gastos governamentais executados.

Portanto, se você, cidadão, desejar saber onde os recursos dos impostos que você paga aos cofres públicos, para financiar a máquina estatal, estão sendo aplicados (na saúde, na educação, na segurança pública, na construção de hospitais, de escolas, nas ações dos Programas Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Estiagem, Vale Cultura, no Programa Brasil Carinhoso, no Programa ET – Minha Casa, minha Vida, no PROUNI, no PROJOVEM, no PAC, no PRONASCE e por aí vai...), deverá ter em mente que isso é matéria de Direito Financeiro, e não de Direito Tributário.

Diante do que explanamos nesse tópico, o importante para provas de concursos públicos é saber que não se pode confundir o Direito Financeiro com o Direito Tributário, ramos do direito público.

Atualmente, as receitas derivadas (impositivas, coercitivas, compulsórias, obrigatórias: tributos!!) ou de economia pública ou de direito público, para fins didáticos, contemplam o âmbito do estudo do Direito Tributário, enquanto que o Direito Financeiro, para muitos autores, tem como objeto de estudo, tão somente as receitas originárias (ou de economia privada ou de direito privado), as despesas públicas, o orçamento e o crédito público.

Joyce Prado
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Joyce Prado
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OS: 0038/2/15-Gil

Resumindo, meus amigos:

1.4 O OBJETO DE ESTUDO: O NÚCLEO DO DIREITO FINANCEIRO

Como todo e qualquer ramo de uma ciência, o Direito Financeiro, ramo do direito público, tem por escopo o estudo da chamada ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, que é representada pelo conjunto de ações que o Estado desempenha visando à obtenção de recursos (ganhar grana, dindim, tutu, money!!) para manutenção da máquina administrativa pública e para a execução de políticas governamentais (gastar dinheiro ganho dos contribuintes) necessárias ao atendimento das necessidades públicas, essenciais ao bem comum da coletividade. Você que é da área jurídica, ou não, deve se lembrar de uma expressão muito utilizada pelos professores de Direito ou de História: Welfare State (o Estado do Bem Estar Social!!!).

Pois é, o Estado, como ente abstrato, foi criado para atender o bem dos cidadãos, levando-lhes bem estar à coletividade, eis que a noção da “mão invisível de Adam Smith” cai por terra!!

O Estado necessita intervir no mercado para regular-lhe as imperfeições, as falhas mercadológicas deixadas pelo setor privado.

Já imaginou se o Estado não construísse escolas públicas, hospitais públicos, postos de saúde. Onde estudariam os filhos dos pobres, que não teriam, ainda, acesso ao serviço privado de saúde, por falta de condição financeira para custeá-lo. Ora, se nós que temos condições de arcar com um plano de saúde, ainda esperamos, às vezes, horas e horas, em filas do hospital UNIMED FORTALEZA ou do hospital HAP VIDA FORTALEZA, imaginem os menos favorecidos, o que fariam??

Certamente, morto estariam!!!

Conforme o expoente doutrinário Aliomar Baleeiro, a AFE consiste em:

O DIREITO FINANCEIRO ESTUDA A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, FORMADA PELOS

QUATRO ELEMENTOS:

1) OBTER RECURSOS; 2) CRIAR CRÉDITO PÚBLICO; 3)GERIR OS RECURSOS GANHOS; 4)DESPENDER OS RECURSOS

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OS: 0038/2/15-Gil

• Obter recursos: receita pública;

• Despender os recursos: despesa pública;

• Gerir e planejar os recursos: Orçamento Público;

• Criar crédito: empréstimo público.

Para melhor visualização da AFE e de como os seus elementos interpenetram-se, observe o esquema abaixo:

Vamos, agora, explicar a o esquema acima no subtópico 1.4.1.

1.4.1 Atividade Financeira do Estado – AFE

O Estado, visando atender à satisfação do BEM COMUM, exerce a chamada Atividade Financeira, que corresponde à procura de meios para satisfazer as necessidades públicas. Trata-se de atividade por meio da qual se objetiva assegurar a realização de necessidades públicas.

Do ponto de vista amplo, o Estado é sujeito da AFE, a partir da qual se pode afirmar que todos os entes da Federação são titulares do dever de garantir e assegurar não só a manutenção da estrutura administrativa estatal, mas igualmente de satisfazer as necessidades públicas por meio do gasto do dinheiro público.

Para o mestre Aliomar Baleeiro, consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público.

É, portanto, papel do Estado a realização do bem comum, que se concretiza por meio do atendimento das necessidades públicas, como por exemplo: educação, saúde, segurança, alimentação, habitação, transporte, lazer etc.

Ora, é fácil depreender que, para colocar em prática as políticas governamentais nas diversas áreas de atuação, a Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital necessita ganhar dinheiro para gastá-lo.

APLICAR RECURSOS

GERENCIAR RECURSOS

OBTER RECURSOS

OBTER EMPRÉSTIMOS

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OS: 0038/2/15-Gil

Tecnicamente falando (ou melhor, escrevendo), o Estado precisa obter fontes de recursos. Eis aí o primeiro elemento da AFE: obter recursos.

Alexandre, mas qual(is) a(s) forma(s) de obtenção de recursos financeiros? De que meios o Estado se utiliza para se financiar?

Bem, não precisa ser um estudioso em Direito Financeiro para entender que a principal via de financiamento estatal se dá por meio da extração de recursos financeiros da própria sociedade, que é quem financia a máquina pública.

Como assim, professor?

Existe uma forma de o Estado impor, por meio de lei, aos particulares (nós) e às pessoas jurídicas (empresas) o pagamento de prestações pecuniárias em moeda. Refiro-me às contribuições (sociais e econômicas) e aos tributos, de que são espécies os impostos, as taxas de serviços e de polícia e as contribuições de melhoria, constituindo as três modalidades de tributos do Código Tributário Nacional – CTN.

Daí porque se falar que os tributos são receitas derivadas (coercitivas, compulsórias, impostas, obrigatórias ou de direito público), eis que a administração pública está agindo com a sua prerrogativa de Direito Público, ou seja, arrecadando-os com supremacia de interesse público sobre interesse privado.

No âmbito da União e dos estados, a principal via de financiamento é a receita tributária. Entretanto, como os municípios apresentam uma altíssima dependência financeira do ente supranacional (União) e dos estados federativos, sua principal fonte de financiamento advém das receitas de transferências federais (FPM – Fundo de Participação dos Municípios) e estaduais (cota parte do ICMS e cota parte do IPVA dos estados).

O segundo elemento da AFE consiste em criar o crédito público, por meio da obtenção de operações de crédito.

A propósito a expressão OPERAÇÕES DE CRÉDITO é um termo técnico de nossa disciplina que deve ser memorizado por você.

E o que significa, professor, operações de crédito?

Consiste em todos os empréstimos e financiamentos obtidos pela administração pública para fazer jus às obras de infraestrutura, necessárias à alavancagem econômica e ao crescimento do país.

Alexandre, você está querendo dizer, portanto, que o Estado pode se financiar por meio de capital de terceiros (bancos, Fundos Monetários como o FMI, por exemplo, e títulos da dívida pública), incorporando em seu patrimônio um tipo de dívida pública?

Exatamente!!

A propósito, a dívida gerada por meio da obtenção de operações de crédito, internas ou externas, para financiamento das despesas de capital (investimentos em obras e serviços públicos) é chamada Dívida Fundada ou Consolidada, matéria que será estudada em capítulo específico de nossa apostila!!

1º ELEMENTO DA AFE: OBTER RECURSOS => ARRECADAR RECEITA PÚBLICA

2º ELEMENTO DA AFE: CRIAR CRÉDITO PÚBLICO => OBTER EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS PARA EXPANSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ( DESPESAS DE

CAPITAL)

Joyce Prado
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Joyce Prado
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Alexandre, eu imaginava que o Estado somente poderia financiar o BEM COMUM por meio de receitas próprias (tributos, por exemplo), e nunca por meio de outras fontes, como é o caso das operações de crédito, uma vez que, ao utilizá-las, está sendo incorporado ao patrimônio público a dívida supracitada!!??

Professor, e desde quanto é saudável, do ponto de vista financeiro, o endividamento público? O Estado não está proibido de se endividar??

Uma outra questão, Alexandre, que podemos levantar é: os tributos não seriam suficientes para financiar todas as demandas da sociedade? Qual a necessidade, portanto, de se recorrer a capital de terceiros, a bancos, já que os tributos são suficientes?

Em primeiro lugar, o nível de arrecadação de receita pública tributária não cresce no mesmo ritmo dos gastos públicos. Em suma, as necessidades públicas são ilimitadas e os recursos próprios do governo são escassos. É por isso que existe a Ciência da Escassez: a Economia!!

Ademais, conforme a Lei de Wagner, ou lei dos dispêndios públicos crescentes, à medida que cresce o nível de renda em países industrializados, como é o caso do Brasil, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país. Resumindo, a despesa pública cresce em proporções maiores que o crescimento do PIB, o que demanda do Estado um nível de recursos financeiros cada vez maior para suportar o crescimento econômico.

Conclusão => a receita tributária não é suficiente para financiar todas as demandas sociais.

Necessário, portanto, é a obtenção de outras fontes secundárias de recursos, qual seja: a criação do crédito público. Os entes políticos (U, E, DF e M) podem contratar operações de crédito para financiar obras e serviços públicos.

Alexandre, mas isso não gera dívida pública?

Claro, que sim!!

E não é prejudicial??

Ululante, que não!!

Apesar de a administração pública estar contraindo dívida, os recursos financeiros captados contribuem para a geração de empregos. Ora, se maior é o nível de emprego, maior é o mercado consumidor (pelo menos, em tese).

Quando maior é o mercado consumidor, maior é o faturamento do comércio (varejo e atacado).

Para vender mais para os consumidores finais, o comércio compra mais produtos acabados da indústria, que adquire maior quantidade de matéria-prima para fabricação do fornecedor e assim sucessivamente.

Ademais, quando o comércio (varejo e atacado), a indústria e o fornecedor de matéria prima vendem (faturam) mais, recolhem mais tributos sobre o faturamento e sobre o lucro para o Fisco, além do que precisam contratar mais para suportar o aumento de demanda dos consumidores. Mais encargos trabalhistas e previdenciários são recolhidos, portanto. Percebeu que a execução de obras gera impactos positivos (externalidades positivas) em toda a cadeia produtiva?

Como há um aumento no nível de arrecadação de tributos, paga-se a dívida com o incremento na arrecadação de tributos. Conclusão: o financiamento de obras públicas e a expansão de serviços públicos (construção de novas escolas, de novos hospitais públicos, de aeroportos para a copa do mundo etc.) com a

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obtenção de operações de crédito é totalmente saudável financeiramente, desde que obedecida a regra constitucional do art. 167, III. Vejamos:

Essa regra será oportunamente estudada. Mas, já lhes adianto que o Estado somente poderá, regra geral, se endividar para financiar Despesas de Capital (despesas com expansão, aperfeiçoamento ou aprimoramento de serviços públicos. Exemplo=> construção de escola, de portos, aeroportos, compras de computadores etc.).

Em outras palavras, a administração pública está proibida de se endividar para financiar despesas correntes (corriqueiras, de manutenção, de custeio da máquina pública).

Alexandre, mas por quê esse impedimento?

A receita de operações de crédito é eventual e a despesa corrente é contínua. Como um recurso financeiro eventual poderá continuamente financiar gastos corriqueiros (contínuos, periódicos)? Isso somente se sustenta no curto prazo. No médio e longo prazo é inviável!!

Sendo mais claro, seria interessante, por exemplo, você utilizar o seu cheque especial (capital de terceiros, dinheiro de banco) para financiar o custeio da sua família (alimentação, aluguel, transporte, colégio das crianças, plano de saúde mensal etc.)?

Claro, que não!

O banco somente iria lhe emprestar recursos financeiros até o momento em que você tivesse capacidade financeira para honrar com o seu compromisso (dívida), concorda? E depois, como seria? Perceba que, realmente, vale ouro obedecer tal regra!!

Por outro lado, imagine você contraindo um empréstimo no banco para financiar sua casa própria ou para adquirir um veículo que funcionaria como instrumento de trabalho para vc. Ora, é perfeitamente aceitável um endividamento dessa natureza.

Resumindo:

Art. 167. São VEDADOS:

(...)

III - a realização de operações de créditos que EXCEDAM o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

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Se pararmos para observar melhor o primeiro e o segundo elemento da AFE, já explicados, os mesmos se resumem numa coisa: GANHAR DINHEIRO => ARRECADAR RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA.

Para se entender o terceiro elemento da AFE, basta se perguntar:

O Estado ganha dinheiro com qual finalidade?

Ora, doutores, já dá para perceber que é para gastar, aplicar, despender os recursos financeiros na execução das despesas públicas necessárias ao funcionamento da máquina estatal e ao atendimento das necessidades públicas.

Eis aí, portanto, o terceiro elemento da AFE: aplicar os recursos nas despesas públicas.

Essa, certamente, é a razão primeira do Estado: executar despesas públicas para implementar as políticas governamentais a cargo da administração pública com o escopo de atender o BEM COMUM.

Acontece que, para a administração pública, só é lícito fazer somente aquilo que esteja expressamente definido em lei, independentemente de os atos administrativos serem discricionários ou vinculados. Não importa, se uma conduta a ser adotada por um gestor público não estiver determinada em lei, e mesmo assim, é concretizada, a mesma está eivada de ilicitude.

Ora, raciocinemos, meu povo. O Estado é financiado por meio de recursos financeiros. E esses recursos são retirados de quem?

Da sociedade, é claro!!

Por meio de quê?

Isso, dos tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria), primordialmente. E, secundariamente, por meio de outras fontes.

E qual a origem dos tributos arrecadados pela administração pública?

Da renda, do patrimônio, do consumo, do comércio exterior das pessoas físicas e jurídicas.

Tais recursos são públicos ou privados?

Ululante que públicos!

Logo, você há de concordar comigo que, se os recursos são públicos, e a administração pública está vinculada ao princípio da Legalidade (art. 37, CF/88), somente poderá gastar a receita pública arrecadada se houver uma previsão legal.

E a lei que autoriza o Estado a efetivamente gastar os recursos financeiros arrecadados, planejando a aplicação dos mesmos por meio do orçamento público é a chamada LOA – Lei Orçamentária Anual, que é o orçamento público propriamente dito. Está explicitado, portanto, o quarto elemento da AFE, qual seja: gerenciar recursos ganhos.

3º ELEMENTO DA AFE: APLICAR OS RECURSOS EM DESPESAS PÚBLICAS (CORRENTES E DE CAPITAL)

4º ELEMENTO DA AFE: GERIR OS RECURSOS ARRECADADOS (RECEITAS) E OS GASTOS PÚBLICOS (DESPESAS) POR MEIO DO ORÇAMENTO PÚBLICO (LOA)

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A propósito, meus amigos e amigas, o que é um orçamento?

Disso falaremos depois.

Antes, porém, como estamos estudando uma ciência jurídica, Direito Financeiro, é importante verificarmos se todos os entes políticos têm, ou não, competência para legislar sobre normas de Direito Financeiro.

1.5 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA => Direito Financeiro

Conforme dispositivos supramencionados, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislarem CONCORRENTEMENTE sobre Direito Financeiro. É possível observar, claramente, que a Carta Magna não conferiu, nesse dispositivo, competência aos municípios para legislarem sobre Direito Financeiro.

No tocante à UNIÃO, compete-lhe, tão somente, estabelecer as NORMAS GERAIS de Direito Financeiro (no caso, em plena vigência, a Lei nº 4.320/64), conforme § 1º do dispositivo normativo supramencionado.

Conforme § 2º do mesmo, a competência da União não exclui a competência SUPLEMENTAR dos estados e do Distrito Federal para legislarem sobre Direito Financeiro. Isso quer dizer que esses entes podem estabelecer normas específicas sobre Direito Financeiro, desde que respeitadas as normas gerais da União.

Agora, com fulcro no § 3º, se não existirem normas geras estatuídas pela União, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena.

A superveniência de lei federal, tratando das normas gerais, SUSPENDERÁ A EFICÁCIA da lei estadual ou distrital, no que lhe for contrário, conforme dispõe § 4º.

Resumindo:

BASE CONSTITUCIONAL, CF/88 ART. 24, I E §§ 1º, 2º, 3º E 4º.

INFORMAÇÃO CAPCIOSA!! Suponha que o estado do Ceará, antes de 1964, exerceu a sua competência legislativa plena, editando lei de normas gerais de Direito Financeiro, vez que não foi publicada lei federal que tratasse do assunto. Posteriormente, a lei federal de mesma matéria foi publicada (Lei nº 4.320/64). O que acontece com a lei estadual em virtude da superveniência de lei federal, tratando de normas gerais? É revogada, ab-rogada ou derrogada ou, apenas, suspensa sua eficácia? Conforme § 4º, a superveniência de lei federal de normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA de lei estadual ou distrital, NO QUE LHE FOR CONTRÁRIA . Galera, ou seja, em tal situação, o dispositivo de lei estadual ou distrital não será revogado, ficando apenas com eficácia suspensa. Isso quer dizer que, diante de lei federal que elimine o conflito, o dispositivo da lei estadual ou distrital voltará a ter eficácia.

O ADVENTO POSTERIOR DE NORMA GERAL DA UNIÃO NÃO INVALIDA A LEI ESTADUAL, MAS, TÃO SOMENTE, RETIRA-LHE SUA EFICÁCIA NAS PARTES

CONTRADITÓRIAS!!!

Joyce Prado
Realce
Joyce Prado
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1.6 NORMAS DE DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO

A disciplina normativa do Direito Financeiro e Orçamentário é altamente calcada em sua matriz constitucional que está nos arts. 165 a 169. É importante que você, concurseiro, tenha em mente a compreensão de todos os artigos desse intervalo.

Além da Constituição, outra fonte importante para o Direito Orçamentário Pátrio é a Lei nº 4.320/64, Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro, Orçamento Público e Contabilidade Pública.

Referida lei, originalmente, foi publicada como lei ordinária. Em face da atual Constituição exigir lei complementar (e referida lei ainda não ter sido aprovada) para as matérias que ela regulamenta (Art. 165, § 9º), a Lei Federal (porém, de amplitude nacional) nº 4.320/64 foi recepcionada no novo ordenamento jurídico da CF/88 como lei complentar. Vejamos a redação do artigo mencionado

Art. 165, § 9º. Cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual (Grifo nosso)

O Direito Financeiro não é normatizado apenas pela CF/88 e pela Lei nº 4.320/64. Para que se possa ter uma visão completa do mesmo, deve-se conhecer os dispositivos normativos constitucionais que tratam da matéria, além do conteúdo da Lei nº 4.320/64 e da LC 101/200, a famosa Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ademais, o Decreto nº 93.872/86 regulamenta muitos dos institutos do Direito Financeiro pátrio, como é o caso, por exemplo, do prazo de vigência dos restos a pagar não processados, que agora é até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição. A propósito, todas as leis acima mencionadas foram colocadas no primeiro módulo e, diga-se de passagem, com os artigos comentados. Leia o intervalo de artigos 165 a 169 da CF/88. Caso você não tenha entendido a chamada Atividade Financeira do Estado, vou explicar de forma mais objetiva e clara!! Vamos lá!!! Preparado?

Pois bem, assim como as pessoas físicas, o Estado, enquanto ente político, realiza a sua ATIVIDADE FINANCEIRA que consiste na arrecadação de recursos e na utilização do produto dessa arrecadação em favor de toda a sociedade, na forma de bens e serviços (pelo menos em tese!!!!!).

Bem, para que o Estado obtenha esses recursos e gaste-os no financiamento dos serviços públicos, deve executar um orçamento: é o chamado Orçamento Público (Lei Orçamentária Anual-LOA). Tal mecanismo financeiro deve ser elaborado e executado baseado em algumas normas, que constam, principalmente, na Carta Magna (CF/88), na Lei nº 4.320/64, na Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e em outros instrumentos normativos (Portarias Interministeriais, Decretos-Lei), os quais veremos adiante.

Acontece que o Estado, em virtude de atuar numa conjuntura de escassez de recursos e demandas sociais ilimitadas, precisa planejar a sua “vida financeira”, a sua Atividade Financeira, como já dissemos.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA

A Lei nº 4.320/64 é uma lei ordinária, mas tem status de lei complementar, o que significa que só pode ser alterada por lei complementar, e não mais, desde a vigência da atual Carta Magna – CF/88 -, por lei ordinária nem por medida provisória. Referida lei, portanto, é uma lei formalmente ordinária e materialmente complementar, sendo suas normas aplicadas a todos os entes políticos, eis que de abrangência nacional.

Joyce Prado
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Conforme preceitua Kiyoshi Harada, “ a finalidade do Estado é a realização do bem comum, conceituado como sendo um ideal que promove o bem-estar e conduz a um modelo de sociedade, que permite o pleno desenvolvimento das potencialidade humanas(...)”

O bem comum, explanado pelo ilustre autor, é materializado pela realização do que anteriormente chamamos de ATIVIDADE FINANCEIRA, que consiste em:

Analogamente, nós, pessoas físicas, quando recebemos o nosso salário, planejamos (ou pelo menos

deveríamos) gastá-lo, para um determinado período, em diversas áreas: educação, saúde, moradia, infraestrutura, lazer, aquisição de imobilizado, investimentos, aplicações financeiras etc. É claro que, em virtude da escassez de recursos e das nossas necessidades humanas, diga-se de passagem, ilimitadas, precisamos priorizar determinadas áreas em que iremos despender os nossos recursos. Após estabelecermos um planejamento, definirmos prioridades de gastos, executaremos as despesas para financiar nossas demandas individuais, satisfazer as nossas necessidades enquanto ser humano.

Da mesma forma é o Estado, guardadas as devidas proporções e nuances, é claro !!!!!

A partir do quadro anterior, podemos inferir que o Estado obtém recursos, para financiar os seus gastos, através da arrecadação de Receitas Públicas, viabilizada principalmente pela arrecadação tributária, que constitui a sua principal fonte de financiamento. A realização de operações de crédito (obtenção de empréstimos e financiamentos- receitas de capital) também constitui outra fonte de recursos no financiamento das demandas sociais.

Entretanto, tudo aquilo que o ente político prevê arrecadar e gastar está contido na LOA, que constitui o planejamento operacional viabilizador das políticas públicas e dos programas de governo traçados em seu PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (Plano Plurianual-PPA).

Há um ditado popular que diz:

Quem gasta o que ganha é imprudente; quem gasta mais do que ganha é irresponsável!

As pessoas físicas e jurídicas planejam suas “vidas” objetivando atingir metas no curto, médio e longo prazos, não é mesmo?

Com o poder público não é diferente! O governo também planeja. No entanto, a planificação governamental é mais complexa. Deve seguir o princípio basilar da Administração Pública: a legalidade.

Suprir as Necessidades

Públicas

Obter

Criar

Gerenciar

Gastar

Receita Pública

Crédito Público

Orçamento Público

Despesa Pública

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Isso quer dizer que o Poder Público somente está autorizado a fazer o que a lei determina. Não pode o Poder Público, por exemplo, se valer da seguinte máxima: “Se a lei não proíbe, então é possível adotar um comportamento nela não expresso.

1.7 PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) são as leis que regulam o planejamento e o orçamento dos entes públicos federal, estaduais e municipais. No âmbito de cada ente federado (U, E, M e DF), essas leis orçamentárias constituem etapas distintas, porém são integradas entre si, no sentido de que uma serve de parâmetro para a elaboração e para a execução da outra, de forma que se concretize um planejamento estrutural das ações governamentais.

Quanto ao processo de planejamento orçamentário, pode-se verificar a instituição de leis de iniciativa do Poder Executivo (art. 165, § 1º, CF/88) que tratam da matéria, a saber:

SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO BRASILEIRO

Figura 1 – Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

(1) PPA - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO : é o plano de médio prazo (boa parte dos autores) ou de longo prazo – estabelece os objetivos estratégicos da administração → lei do plano plurianual (PPA).

(2) LDO - PLANEJAMENTO TÁTICO: interface entre os níveis estratégico e operacional → lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

(3) LOA - PLANEJAMENTO OPERACIONAL: curto prazo – ações para que o plano estratégico seja materializado → lei orçamentária anual (LOA).

Observemos, agora, o estudo individualizado das três leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA). É bom que se diga que quando a prova mencionar expressamente lei orçamentária no singular, estará se referindo apenas à LOA. Entretanto, no plural, ao PPA, à LDO e à LOA.

COMENTÁRIOS => INTEGRAÇÃO DAS TRÊS LEIS ORÇAMENTÁRIAS!!!

Analisando a figura acima, verificamos que as diretrizes, os objetivos e as metas do PPA (art. 165, § 1º CF/88) servem de parâmetro para a elaboração da LDO e para a alocação de recursos na LOA, que estabelecerá, para o exercício financeiro, a previsão de receitas e a fixação de despesas. Além disso, as metas e prioridades da LDO servem de parâmetro para elaboração da LOA. Não é à toa que o art. 165, § 2º (CF/88) estabelece que a LDO orientará a elaboração da LOA.

Joyce Prado
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IRETRIZES

1. PLANO PLURIANUAL - PPA BJETIVOS

ETAS

O planejamento das ações governamentais se traduz objetivamente no instrumento denominado Plano Plurianual que é a carta de intenções do representante do executivo, contendo o estabelecimento das prioridades e o direcionamento das ações do governo, para um período de quatro anos.

É estruturado, conforme o disposto no artigo 165, § 1º, de forma regionalizada, e dispõe sobre as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Federal, para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Essa determinação compatibiliza-se com um importante objetivo da política orçamentária que é o de “reduzir as desigualdades inter-regionais” e também caminha em total harmonia com o ditame expresso no artigo 3º, inciso III de nossa Carta Magna que diz:

Artigo 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

...

III – erradicar a pobreza e marginalidade e reduzir as desigualdades sociais e regionais

O Plano Plurianual é o mecanismo utilizado para determinar a visão estratégica do representante do executivo quanto ao desenvolvimento do país. Neste sentido, traduz, de um lado, o compromisso entre as estratégias e o projeto futuro e, de outro, a alocação real e concreta dos recursos orçamentários nas funções, nas áreas e nos órgãos públicos. Esse instrumento é o elo de ligação entre as ações de longo prazo e as necessidades imediatas.

É a mais abrangente peça e planejamento governamental, uma vez que promove a convergência do conjunto das ações públicas e dos meios orçamentários para a viabilização dos gastos públicos.

O esqueleto do PPA é os programas de trabalho do governo, que constituem instrumentos de organização da ação governamental para a concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no Planejamento Estratégico da Administração Pública.

Alexandre, na prática, o que motiva a elaboração de um programa????

Na prática, todo programa nasce de um problema, um problema da sociedade a ser resolvido por seus representantes legalmente constituídos. Porém, é de nosso conhecimento que existem uma série de causas que concorrem para que este problema aconteça. É exatamente aí onde atuam os programas. Geram ações capazes de combater diretamente as causas dos problemas identificados para então alcançarem a total resolução deste. Como o orçamento empregado atualmente é o Orçamento-Programa, que possui, ênfase nas realizações, a administração pública precisa mensurar estas “realizações”, e o faz por meio do instrumento denominado “Indicador” que vai determinar o quanto do problema foi resolvido, com as ações implementadas em combate às causas deste.

Em suma, um programa (estrutura do PPA) pode ser considerado um conjunto articulado de ações (como exemplo: projetos, atividades, operações especiais e ações que contribuem para a consecução do objetivo do programa e não demandam recursos orçamentários), estruturas e pessoas motivadas ao alcance de um objetivo comum. Objetivo este que será concretizado em um resultado (solução de um problema ou atendimento de

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demanda da sociedade), expresso pela evolução de indicadores no período de execução do programa, possibilitando, consequentemente, a avaliação objetiva da atuação do governo.

O reordenamento das ações do governo sob a forma de programas visa dar maior visibilidade aos resultados e benefícios gerados para a sociedade, garantindo objetividade e transparência à aplicação dos recursos públicos. As ações que compõe o programa estão associadas aos produtos (bens ou serviços) resultantes da execução destas, quantificados por metas.

Em resumo:

A geração de um programa presume a necessidade de solução para um problema pré-existente, o atendimento de uma demanda da sociedade ou o atendimento de determinada demanda dos diversos órgãos públicos, viabilizando a realização adequada das suas atribuições. É bom que se diga que antes do PPA e da CF/88, existiam outros instrumentos de planejamento estratégico, com o Orçamento Plurianual de Investimentos (OPI), com três anos de duração, o qual não se confunde com o PPA, que possui quatro anos. O PPA é inovação da atual Constituição, sendo o instrumento que substituiu os Orçamentos Plurianuais de Investimentos, estendendo-lhes a vigência em um exercício financeiro.

PROGRAMA

AÇÕES

PROJETOS ATIVIDADES OPERAÇÕES ESPECIAIS

Conjunto de operações LIMITADAS no tempo;

Tem como resultado um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo, que pode ser medido, física ou financeiramente;

As ações do tipo Projeto expandem a produção pública ou criam infraestrutura para novas atividades, ou, ainda, implementam ações inéditas num prazo determinado (MTO – 2014)

Ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo;

Não resulta em um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços;

São basicamente detalhamentos das funções “Encargos Especiais”;

As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes.

Conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente;

Tem como resultado um produto necessário à manutenção da ação de governo, que normalmente pode ser medido quantitativa e qualitativamente;

As ações do tipo Atividade mantêm o mesmo nível da produção pública (MTO – 2014).

CUIDADO!!!!! Projetos, Atividade e Operações Especiais são detalhamentos dos programas e não tipos de

programas.

AÇÕES

PROGRAMÁ

TICAS

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Ainda falando de programa, esse é executado por meio de ações que o integram tais como projetos, atividades, operações especiais e outras ações que devem inexoravelmente ser concorrentes e suficientes para o alcance do objetivo explícito pelo programa.

Aquelas ações que não propõem demanda de recursos orçamentários, mas geram bens ou serviços para uma parcela ou para a totalidade do público-alvo do programa, são chamadas “outras ações”. Podemos destacar alguns exemplos destas como: o incentivo à colaboração ou parceria de outras instituições privadas ou de outras esferas de governo; a alavancagem de recursos orçamentários; o estímulo à geração de receita própria; a edição e instrumentos normativos, entre outros.

A Lei do PPA 2012 2015 foi elaborada com base em diretrizes oriundas do Programa de Governo. Dentre essas diretrizes, destaca-se a Visão Estratégica, que indica em termos gerais o País almejado em um horizonte de longo prazo e estabelece, ainda, os Macrodesafios para o alcance dessa nova realidade de País. Com base nessas diretrizes, o PPA 2012-2015 contempla os Programas Temáticos e de Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado (art. 5º da lei):

I - Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade; retrata no PPA a agenda de Governo organizada pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Desdobra-se em projetos e iniciativas. Um programa temático, regra geral, conterá várias iniciativas/ações, que podem ser projetos, atividades ou operações especiais. Expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade;

II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. são instrumentos do PPA que classificam um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas iniciativas. Não possuem iniciativas e objetivos e todo órgão terá um programa dessa natureza.

MAS CUIDADO!! Não integram o PPA 2012-2015 os programas destinados exclusivamente a operações especiais, que são as despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

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MTO – MANUAL TÉCNICO ORÇAMENTÁRIO 2014 SUBTÍTULO As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos, utilizados especialmente para identificar a localização física da ação orçamentária, não podendo haver, por conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas. A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental. A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste, Sul), por Estado ou Município ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário. A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se determinados. Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação. A Ação, que era uma das categorias compartilhadas entre PPA e LOA, passa a integrar exclusivamente a LOA. Os programas, que constam em ambos os instrumentos, são subdivididos em Programas Temáticos e Programas de Gestão. Todavia, na LOA, há alguns programas que não constam no PPA – os Programas compostos exclusivamente por Operações Especiais. Com essas mudanças, a integração Plano-Orçamento se dará da seguinte forma:

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Fonte: MTO – MANUAL TÉCNICO ORÇAMENTÁRIO 2014 No caso, portanto, dos Programas Temáticos, a Iniciativa é o elo entre o Plano Estratégico (PPA) e o

Orçamento Público (LOA). Entretanto, em se tratando dos Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, o elo entre PPA e LOA é feito pelo próprio programa. No caso de programas formados exclusivamente por operações especiais, não há vínculo entre PPA e LOA, eis que somente integram a LOA.

CARACTERÍSTICAS DO PPA

� Instrumento de planejamento governamental (planejamento estratégico) de longo prazo ou médio prazo (maioria dos autores), contendo os projetos e atividades que o governo pretende realizar;

� Retrata, em visão ampla, as intenções do gestor público para um período de quatro anos, podendo ser revisado, durante sua vigência, por meio de inclusão, exclusão ou alteração de programas.

� Vigência: União, Estados, Distrito Federal e Municípios: 04(quatro) anos. Começa a produzir efeitos a partir do segundo exercício financeiro do mandato do Chefe do Executivo até o final do primeiro exercício do mandato seguinte;

� Deve ser encaminhado do Executivo ao Legislativo até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato, ou seja, até 31 de agosto e devolvido ao Executivo até o encerramento do segundo período da sessão legislativa (22 de dezembro) do exercício em que foi encaminhado.

Observação CAPCIOSÍSSIMA!!!

Veja que a vigência do PPA não coincide com a do mandato do Chefe do Poder Executivo. Procura-se com isso evitar a descontinuidade dos programas governamentais! O Chefe do Executivo, portanto, somente executará três anos do PPA de sua gestão, sendo o último ano executado pelo seu sucessor. Poderão executar os quatros de seu PPA o Presidente da República, o Governador ou o Prefeito desde que seja reeleito. Entretanto, nunca dentro de um único mandato. Observe o gráfico abaixo!!!

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VIGÊNCIA DO PLANO PLURIANUAL – PPA

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

PPA e CONSTITUIÇÃO FEDERAL (art. 165, § 1º) – HORA DE MEMORIZAR!!

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

O PPA deve ser elaborado de forma regionalizada, de forma que sejam definidas oportunidades de investimentos a partir das realidades regionais e locais para que se possa alcançar um desenvolvimento mais equilibrado entre as diversas regiões do país. Isso que dizer que o PPA deve estipular diretrizes, objetivos e metas no sentido de equacionar e equalizar o desenvolvimento econômico do país. Nesse sentido, as diretrizes, os objetivos e as metas do PPA devem ser estipulados regionalmente.

� Conteúdo principal: fixa, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas do Governo para: (ARTIFÍCIO MNEMÔNICO – PPA DOM)

• as diretrizes são normas gerais, amplas, estratégicas, que mostram o caminho a ser seguido na gestão dos recursos pelos próximos quatro anos;

• os objetivos correspondem ao que deve ser feito, ao que será perseguido no período de execução do PPA para que, a longo prazo, a visão estabelecida se concretize. Representa aonde se quer chegar;

• As metas traduzem a quantificação física e a mensuração financeira dos objetivos, podendo ser qualitativas ou quantitativas. Por exemplo, se o objetivo do Programa Minha Casa Minha Vida é diminuir o déficit habitacional do Brasil, a meta física poderia ser a construção de 5.000 casas populares para famílias de baixíssima renda. Caso

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o valor a ser gasto fosse R$ 50 milhões, essa seria uma meta financeira. É bom que se diga que cada objetivo deverá estar associado a uma ou a mais metas;

• as despesas de capital (ex.: construção de escolas, hospitais) são aquelas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, como, por exemplo, a pavimentação de uma rodovia federal. Em sua essência, contribuem para expandir, aperfeiçoar ou aprimorar os serviços públicos;

• o termo “e outras delas decorrentes” refere-se às despesas deCORRENTES derivadas das despesas de capital (ex.: contratação de pessoal necessário ao funcionamento das escolas e hospitais públicos construídos), ou seja, às despesas correntes que essa mesma despesa de capital (construção de hospitais públicos) irá gerar após sua realização. A propósito, meus amigos, já lhes adianto que despesas correntes são as que não contribuem, diretamente, para a formação ou para a aquisição de um bem de capital, mas tão somente para a manutenção de serviços públicos anteriormente criados. No nosso exemplo, os gastos com pessoal para manter a escola ou o hospital públicos funcionando são classificados como despesas correntes. Nesse sentido, o PPA estabelecerá as diretrizes, os objetivos e as metas para essas despesas de capital e para as despesas correntes relacionadas às despesas de capital;

• As relativas aos programas de duração continuada são despesas vinculadas a programas que se estendam pelos exercícios financeiros seguintes. Se o programa é de duração continuada, deve constar no PPA. Nesse sentido, as ações cuja execução esteja restrita a um único exercício financeiro estão dispensadas de serem discriminadas no PPA do Governo Federal, porque não se caracterizam como de duração continuada. Com relação aos investimentos (espécies de despesas de capital), observemos o que nos diz a Carta Magna de 88:

“ § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade”.

• Quando de sua elaboração, a Administração e o legislador deverão planejar a aplicação de recursos públicos de modo a atenuar a enorme desigualdade entre as regiões brasileiras (no caso do PPA da União) ou entre as sub-regiões existentes nos Estados e Municípios (caso do PPA dos Estados e Municípios);

• Orienta as demais leis orçamentárias (LOA, LDO), servindo de guia para elaboração da LDO, da LOA e dos demais planos e programas nacionais, regionais e setoriais. Observe o § 4º, CF/88:

“§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.

MAS CUIDADO!! Planos e Programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento não representam o mesmo que programas da estrutura programática. Os programas nacionais, regionais e setoriais muitas vezes apresentam duração superior ao PPA, porque são de longo prazo, como, por exemplo, o Plano Nacional de Educação, que tem o prazo de 10 anos.

• De acordo com a Constituição Federal, o projeto de lei do PPA é de iniciativa privativa e vinculada do Chefe do Poder Executivo. De acordo com a doutrina (Alexandre de Moraes), a iniciativa é exclusiva.

ETAS 2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO

RIORIDADES

MATRIZ CONSTITUCIONAL: CF/88, art. 165, § 2º; art. 169, § 1º, II; art. 99, § 1º, § 4º, § 5º e art. 127, § 3º, § 4º e § 6º.

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Conforme visto anteriormente, o Plano Plurianual estabelece objetivos, diretrizes e metas para quatro exercícios financeiros. Resta-nos saber, entretanto, que parcelas dos programas governamentais executar anualmente? Quais as prioridades de execução?

Para responder a estes e outros importantes questionamentos é que existe a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Duas definições básicas de LDO serão apresentadas aqui. A primeira delas é: - A LDO é o elenco de prioridades dentro dos programas governamentais expressos no PPA.

A segunda definição é a seguinte: - A LDO é o ajuste das prioridades de governo (PPA) às reais possibilidades de caixa (LOA). Partindo desta definição, a LDO é o elo de ligação entre o planejamento governamental, idealizado no PPA (planejamento estratégico) e a disponibilidade de recurso do ente federativo, definida na LOA (planejamento operacional), para a realização deste “sonho”.

A LDO, assim como o PPA, é inovação da CF/88. A LDO é o outro instrumento de planejamento criado pela CF/88, sendo sua principal função a de fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer instrumento “pacificador” entre o planejamento estratégico (caracterizado pelo PPA) e o planejamento operacional (a LOA). Desse modo, enquanto o PPA traça os programas para serem executados em sua vigência, e que, se executados de forma eficaz, levarão ao alcance dos objetivos do governo, a LOA indica qual a parcela desses programas que será executada num exercício. Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz apenas uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As prioridades do governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para atender a essas mudanças de rumo, certos programas devem passar por uma aceleração, enquanto outros ficam mais “na geladeira”. Assim, a LDO é o instrumento que a Administração utiliza para executar o PPA, por meios das LOAs, de forma mais sintonizada com as condições sociais, econômicas, políticas, que venham a alterar as prioridades do governo.

CARACTERÍSTICAS

� Instrumento de planejamento de curto-prazo;

� Deve ser elaborado em harmonia com o PPA e orientará a elaboração da LOA;

� Estabelece as Metas e Prioridades da Administração, incluindo as despesas de capital para o exercício subseqüente;

� Disporá sobre as alterações na legislação tributária;Fixará a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (políticas prioritárias para o Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica, Banco do Nordeste e demais fomentadoras do desenvolvimento);

� Autorizará a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração de servidores, a criação de cargos, empregos, funções ou alteração na estrutura de carreira, bem como a admissão e contratação de pessoal a qualquer título na administração. Exceção: as empresas públicas e as sociedades de economia mista, nos termos do disposto no artigo 169, § 1º da CF, não precisam dessa autorização na LDO;

� O PLDO deve ser encaminhado pelo chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo até oito meses e meio antes do encerramento do primeiro período da sessão legislativa (até 15/04) e aprovado pelo Poder Legislativo até o encerramento da sessão legislativa (17/07), data limite para sua devolução ao Poder Executivo;

� A sua não aprovação até a data limite impede que o Legislativo entre em recesso parlamentar.

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Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

COMENTÁRIOS – CONTINUAÇÃO FUNÇÕES CONSTITUCIONAIS DA LDO

Além da função de estabelecer metas e prioridades, o artigo 165, § 2º ainda menciona que será a referida lei responsável por orientar a elaboração da LOA. Ora, a LDO é a ponte que interliga a LOA ao PPA, sendo a interface de comunicação entre elas (PPA e LOA), vez que estabelece os critérios e mecanismos normativos mais diversos para que o orçamento público seja elaborado em consonância com os planos estratégicos do governo. A propósito, o artigo supramencionado (art. 165, § 2º CF/88) deve ser estudado conjuntamente com os arts. 99, § 1º e § 4º, e art. 127, § 3º § 4º. Esses dois dispositivos estabelecem que as propostas de orçamento do Ministério Público e dos tribunais judiciários devem obedecer aos limites de despesa estipulados pela LDO. Caso tais propostas estejam em desacordo com os limites, o Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual – PLOA -, eis que somente poderá existir, por força da Lei nº 4.320/64, art. 2º, uma única LOA para cada ente político em cada ano (Princípio da Unidade Orçamentário ou Princípio da Totalidade), conforme veremos. Pois é assim, meus amigos, que a LDO orienta a elaboração da LOA. Há outras funções no artigo, quais sejam: DISPOR sobre as alterações na legislação tributária e estabelecer a política das agências financeiras oficiais de fomento. Quero chamar a sua atenção para o verbo dispor no artigo. Em primeiro lugar, as leis orçamentárias não modificam as leis tributárias e financeiras. A LDO, tão somente, elenca o rol de alterações que os governantes desejam fazer nas leis tributárias. É desnecessária, portanto, autorização da LDO para alterar qualquer lei tributária . Agora, qualquer alteração na legislação tributária, por meio de lei tributária, que tenha impactos orçamentários (aumento e/ou redução da receita como da despesa) deve ser elencado na LDO de cada exercício financeiro. Por último, a LDO deve estipular a política de aplicação dos recursos financeiros das agências financeiras oficiais de fomento, como é o caso, por exemplo, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNDES, do Banco do Nordeste, entre outros. Por exemplo, a LDO pode estipular que a CEF deverá priorizar a redução do déficit habitacional e a melhoria das condições de vida da população mais carente etc.

COMENTÁRIOS – FUNÇÕES CONSTITUCIONAIS DA LDO

Conforme art. 165, § 2º, a LDO deverá compreender as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro a que se refere. O que sempre me perguntam em sala é se existe diferença entre as metas do PPA e as da LDO. Bem, meus amigos, as metas estipuladas pelo PPA para quatro anos são desdobradas em metas anuais por meio da LDO. Como assim, Alexandre Américo? Por exemplo, suponha que o PPA estabeleça a meta de construção de 100.000 casas populares para o Programa Minha Casa, Minha Vida nos quatro anos de sua vigência. Ora, é visível verificar que as metas do PPA são fictícias, logo dependerão, para serem implementadas, de recursos orçamentários (crédito orçamentário e dotação suficiente) e financeiros (arrecadação de receita orçamentária), eis que é a LOA quem executa o PPA a cada ano de sua vigência. Sabendo-se das metas do PPA 2012 – 2015 (PPA da DILMA), por exemplo, a LDO de 2012, por exemplo, desdobrando as metas do PPA referido, estipulará que serão construídas 30.000 casas. A LDO de 2013, por sua vez, pode estipular, 25.000 casas; a de 2014, 35.000 casas populares e a de 2015 o restante, 10.000 casas. Resumindo, as metas das quatro LDOs do período de vigência do PPA 2012-2015 devem ser iguais às metas do referido planejamento estratégico do período relacionado.

PPA = LDO1 + LDO2 + LDO3 + LDO4

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A LDO NÃO É LEI TRIBUTÁRIA E NEM A MODIFICA, APENAS DISPÕE SOBRE AS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

A LDO E SUA RELAÇÃO COM O AUMENTO DE DESPESA COM PESSOAL

(art. 169, § 1º, II, CF/88)

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

A função da LDO de “dispor sobre alterações na legislação tributária” não a transforma em uma lei de natureza tributária. Não serão feitas, por ela (nem pelas demais leis orçamentárias – PPA e LOA), mudanças na legislação tributária, como, por exemplo, instituição e majoração de tributos, alteração de alíquotas de tributos, ampliação da base de cálculo etc. O papel de dispor sobre as alterações na legislação tributária reside, tão somente, em assinalar os efeitos que potenciais alterações tributárias (por meio de outras leis) podem ter sobre a previsão de arrecadação de receita orçamentária, a constar da LOA. Portanto, não há influência direta da LDO sobre as alterações da legislação tributária.

A LDO também desempenha um importante papel quanto ao preenchimento de cargos nos órgãos e entidades públicas, bem como quanto a outros fatores que levam ao aumento da despesa com pessoal. Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - SE HOUVER AUTORIZAÇÃO ESPECÍFICA NA LEI DE DIRETRIZES

ORÇAMENTÁRIAS, RESSALVADAS as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

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LDO E JURISPRUDÊNCIA DO STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (art. 169, § 1º, CF/88)

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

A LDO E SUAS 12 FUNÇÕES: CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS (QUADRO COMPARATIVO)

FUNÇÕES ESTABELECIDAS PELA CF/88

06 FUNÇÕES CONSTITUCIONAIS

(Art. 165, § 2º; Art. 169, § 1º, II; Art. 99, §§ 1º, 4º e 5º; Art. 127, §§ 3º, 4º e 6º)

FUNÇÕES ESTABELECIDAS PELA LRF

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

06 FUNÇÕES INFRACONSTITUCIONAIS

(Art. 4º, caput, inciso I e suas alíneas, §§ 1º, 2º, 3º e 4º; Art. 5º, III)

1. Compreender as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente (Selecionar as prioridades dentre as metas estabelecidas no PPA);

2. Orientar a elaboração da LOA;

3. Dispor sobre as alterações na legislação tributária;

4. Estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;

5. Estabelecer os limites de despesas para as propostas orçamentárias de todos os poderes e do Ministério Público;

6. Estabelecer autorização específica para as hipóteses do artigo 169, § 1º, II (Autorizar a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções, alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvadas as empresas públicas e sociedades de economia mista.

7. Equilíbrio entre receitas e despesas;

8. Dispor sobre critérios e formas de limitação de empenho;

9. Dispor sobre normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

10. Estabelecer as demais condições e exigências para transferência de recursos a entidades públicas e privadas;

11. Estabelecer metas fiscais – Anexo de Metas Fiscais(AMF) e avaliar os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem (ARF – Anexo de Riscos Fiscais);

12. Estabelecer o montante, em percentual da Receita Corrente Líquida, e a forma de utilização de uma dotação global da LOA chamada Reserva de Contingência.

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva

STF DEFINE JURISPRUDÊNCIA SOBRE O ART. 169, § 1º, DA CF/88: a ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele exercício financeiro. Nesse sentido, caso uma lei conceda um aumento de remuneração a servidores sem dotação suficiente na LOA ou sem autorização na LDO, ela não será declarada inconstitucional. A única restrição é que a referida lei não poderá ser aplicada naquele exercício financeiro. Caso no exercício seguinte, exista dotação na LOA e autorização na LDO, a lei que concede o aumento poderá ser aplicada.

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NOVAS FUNÇÕES DA LDO COM A EDIÇÃO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Além das funções elencadas pela CF/88, a Lei de Responsabilidade Fiscal aumentou o rol de funções da LDO, visando manter o equilíbrio entre receitas e despesas, conforme elenco de funções na tabela comparativa anteriormente mencionada. Nos termos da LRF, a LDO recebe novas e importantes funções, sendo as mais relevantes as dispostas no art. 4º da LRF (Confira no seu material de legislação a redação do mesmo!!!!!). Após ter lido o artigo supra, verifica-se o “glamour” que a LRF concede a esse instrumento de planejamento que, com a edição da LC 101/00, passou a ser o principal instrumento de regularização das contas públicas, de equilíbrio fiscal, de austeridade fiscal!!!!

A LRF, no artigo 4º, estabelece que a LDO, além de atender o disposto no art. 165, § 2º, DISPORÁ também sobre:

• Equilíbrio entre receitas e despesas – refere-se à observância do equilíbrio durante a execução orçamentária, que é um dos principais pilares da LRF. Esse é o chamado equilíbrio auto-sustentável ou equilíbrio primário, que preconiza que o Estado somente pode gastar até o valor arrecadado. Caso arrecade menos que o previsto na LOA (frustração na arrecadação), para manter o equilíbrio, deverá limitar o empenho da despesa (Bloqueio das dotações orçamentárias)

• Critérios e forma de limitação de empenho – a ser efetivada nas hipóteses previstas na LRF (frustração na arrecadação de receita => art. 9º) e atendida nos orçamentos anuais;

• Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos orçamentários – a lei deverá levar em consideração a relação custo-benefício entre custos e resultados alcançados;

• Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas – que estão condicionadas aos limites legais, como por exemplo, as transferências por convênios;

IMPORTANTE!!!! Art. 57, 2º da CF/88 – A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de LDO. Em tese, pelo teor do caput do artigo 57 da CF, a LDO deverá estar aprovada até 17 de julho. Se isso não acontecer, a sessão legislativa prorrogar-se-á automaticamente até a aprovação da LDO. Ou seja, a LDO deverá ser aprovada antes do primeiro recesso parlamentar com objetivo de orientar a elaboração da LOA.

JÁ FOI QUESTÃO DE PROVA DE CONCURSO!!!! O principal instrumento de planejamento governamental que ganhou ênfase com a edição da LRF foi a LDO. Entretanto, a LDO também estabeleceu novas funções para a LOA.

LDO e MATRIZ INFRACONSTITUCIONAL: LRF, LC 101/00, art. 4º, I, “a”, “b”, “e” e “f” e §§ 1º e 3º, além do art. 5º, III.

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• Metas fiscais, em anexo próprio, denominado Anexo de Metas Fiscais, contemplando metas de receitas, despesas, resultado nominal, resultado primário e montante da dívida pública, em valores correntes e constantes, para o exercício a que se referir a LDO e para os dois seguintes;

• Riscos Fiscais, em anexo próprio, denominado Anexo de Riscos Fiscais.

O § 1º do art. 4º da LRF estabelece que deve integrar o projeto de LDO o Anexo de Metas Fiscais, que é trienal, onde serão estabelecidas as metas anuais, em valores correntes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes.

Para melhor compreensão dos efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a LDO, é condição “sine qua non” o pleno conhecimento dos conceitos de resultado primário e resultado nominal. Vejamos a seguir.

Resultado Primário:

Determina se o nível de gasto no orçamento dos entes federativos é compatível com suas arrecadações, ou seja, se as receitas primárias (não-financeiras) são capazes de sanar as despesas primárias (não-financeiras).

A. Receitas Primárias ou Não-Financeiras: correspondem ao total da receita orçamentária deduzidas as operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações financeiras e retorno de operações de crédito (juros e amortização), recebimento de recursos oriundos de empréstimos concedidos, as receitas de privatização e aquelas relativas a superávits financeiros. Para evitar a dupla contagem, não devem ser consideradas como receitas não-financeiras as provenientes de transferências entre as entidades que compõe o ente federativo.

B. Despesas Primárias ou Não-Financeiras: correspondem ao total da despesa orçamentária deduzidas as despesas com juros e amortizações da dívida interna e externa, com aquisição de títulos de capital integralizado e as despesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.

Da confrontação dos conceitos supramencionados é que se pode apurar os seguintes resultados:

• Superávit Primário : Receitas Primárias > Despesas Primárias

• Déficit Primário: Receitas Primárias < Despesas Primárias

• Resultado Nulo: Receitas Primárias = Despesas Primárias

METAS FISCAIS

PARA

1. RECEITAS; 2. DESPESAS; 3. RESULTADO NOMINAL;

RESU 4. RESULTADO PRIMÁRIO;

KJD 5. MONTANTE DA DÍVIDA PÚBLICA

Fiscais (valores correntes e

constantes) Exercício financeiro+dois

seguintes.

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O Resultado primário exprime se o ente federativo está ou não exercendo suas atividades dentro de seus limites financeiros atribuídos a ele gerando a elevação ou redução do nível de endividamento. Resumindo, corresponde à diferença entre as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, não considerando o pagamento do principal e dos juros da dívida, tampouco as receitas financeiras.

Resultado Nominal: Através do cálculo do Resultado Nominal poderá ser apurado se o ente necessitará ou não de

empréstimos junto às entidades financeiras e/ou setor privado para fazer cumprir com suas obrigações. Este resultado pode ser considerado como a Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP).

O resultado nominal é apurado a partir do acréscimo ao resultado primário do saldo da Conta de Juros que apresenta a diferença entre os juros pagos e recebidos (juros nominais; líquidos) decorrentes de operações financeiras. Resumindo, o resultado nominal é mais abrangente que o primário, eis que corresponde à diferença entre todas as receitas arrecadadas e as despesas empenhadas, incluindo pagamento de parcelas do principal e dos juros da dívida, bem como as receitas financeiras obtidas.

A partir da confrontação destes conceitos apuramos os seguintes resultados:

• Superávit Nominal : Resultado Primário > Conta de Juros

• Déficit Nominal: Resultado Primário < Conta de Juros

• Resultado Nulo: Resultado Primário = Conta de Juros

O § 2° do art. 4º da LRF menciona que o Anexo de Metas Fiscais conterá, ainda:

• Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

• Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

• Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

• Avaliação da situação financeira e atuarial de todos os fundos e programas estatais de natureza atuarial;

• Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

O Anexo de Metas Fiscais –AMF representa uma novidade importante dentro da elaboração do orçamento público e da gestão pública brasileira. Seu principal objetivo é demonstrar como será a condução da política fiscal para os três exercícios financeiros, ou seja, o exercício a que se referir a LDO e os dois seguintes. Neste caso, estarão sendo elaboradas metas trienais, mas que serão revistas a cada ano, quando da elaboração da LDO.

Através desse anexo pode-se avaliar o cumprimento das metas fiscais dos três exercícios anteriores e demonstrar, em termos financeiros, o que está planejado para o exercício vigente e para os dois seguintes. Este demonstrativo obriga o gestor público a justificar como irá compensar as renúncias de receitas concedidas através de benefícios fiscais. Deve também o gestor observar os limites legais de despesas de caráter continuado, como por exemplo, as despesas com pessoal.

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Outra novidade trazida pela LRF foi o Anexo de Riscos de Fiscais. De acordo com o § 3º do art. 4º da LRF, a LDO conterá ANEXO DE RISCOS FISCAIS, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Esse anexo tem por objetivo garantir a realização dos resultados fiscais apresentados no Anexo de Metas Fiscais. Isso porque qualquer despesa não prevista na elaboração das metas pode comprometer os resultados pretendidos. Neste caso, a partir das despesas em potencial que possam comprometer os resultados orçamentários (como as sentenças judiciais em andamento), será feita na LOA uma reserva de contingência para a cobertura dessas despesas.

Os Riscos Fiscais podem ser, grosso modo, classificados em duas categorias distintas. Risco Fiscal,

portanto, é o gênero, cujas espécies são: Riscos Orçamentários e Riscos da Dívida. Observe o fluxograma abaixo

Os RISCOS ORÇAMENTÁRIOS são aqueles que dizem respeito à possibilidade de as receitas e de as despesas previstas não se confirmarem, isto é, de existir desvios entre as receitas ou despesas orçadas e as realizadas.

Riscos orçamentários

Possibilidades de algumas receitas previstas na LOA não serem arrecadadas, como por exemplo o Risco de uma Frustração na arrecadação de receitas.

Necessidade de execução de despesas não fixadas na LOA ou orçadas a menor

Exemplos de riscos orçamentários:

Alexandre, seja menos técnico e mais objetivo: o que são Riscos Fiscais?????

AVALIA E

INFORMA OUTROS RISCOS CAPAZES DE AFETAR AS

CONTAS PÚBLICAS

AS PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS, CASO SE CONCRETIZEM OS RISCOS FISCAIS.

OS PASSIVOS CONTINGENTES (Riscos Fiscais)

• Arrecadação de tributos menor do que o previsto na lei orçamentária – frustração na arrecadação, em função de fatos ocorridos posteriormente à elaboração da LOA ou ainda à restituição de determinado tributo não previsto. • Restituição de tributos maior que a prevista nas deduções da receita orçamentária.

Ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos ou outras situações de calamidade pública que demandem do Estado ações emergenciais.

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Os RISCOS DA DÍVIDA referem-se a possíveis ocorrências, externas à Administração, relacionadas às flutuações de variáveis macroeconômicas, tais como taxa básica de juros, variação cambial e inflação. Caso sejam efetivadas resultarão em aumento do serviço da dívida pública no ano de referência.

Riscos Fiscais da Dívida

Variação das taxas de juros e de câmbio em títulos VINCENDOS.

Passivos contingentes que representam dívidas cuja existência depende de fatores imprevisíveis, a exemplo dos resultados de julgamentos de processos judiciais e das dívidas em processo de reconhecimento.

MAS CUIDADO!!

Os precatórios não se enquadram no conceito de Risco Fiscal por se tratarem de passivos “efetivos” e não de passivos contingentes, pois conforme estabelecido no art. 100, § 5º, CF/88, é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

ATENÇÃO!!!

Qualquer que seja a LDO (federal, estadual, municipal ou distrital), deverá conter o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais. Entretanto, a mensagem que encaminhar o PLDO da União apresentará, em ANEXO ESPECÍFICO, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e também as metas de inflação, para o exercício seguinte.

3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) – ORÇAMENTO PÚBLICO

A LOA é o orçamento por excelência ou o orçamento público propriamente dito, devendo conter exclusivamente duas matérias: previsão de receita orçamentária e fixação de despesa orçamentária (princípio orçamentário constitucional da exclusividade ou da pureza). O orçamento público é o instrumento por meio do qual o Estado organiza a previsão de receitas públicas e a fixação das despesas públicas para um determinado período (exercício financeiro => anualidade do orçamento público). Percebam nobres amigos, que utilizamos a palavra previsão para receita, tendo em vista que a receita orçamentária pode ser arrecadada (ganha) acima do valor previsto no orçamento público. Não há limite ou teto para a receita. O limite é o céu!! Agora, para a despesa, foi utilizada a expressão fixação, eis que a despesa é prevista com um limite até o qual poderá ser executado. A esse limite de autorização de gastos dá-se o nome de dotação orçamentária, que é a expressão monetária do crédito orçamentário, que é a autorização de gasto. No tocante às despesas, a orçamento público estabelece autorizações de gastos por meio dos chamados créditos orçamentários (autorizações para se aplicar recurso em determinada despesa), que são limitados pelas dotações.

De acordo com o doutrinador Aliomar Baleeiro, o orçamento é um ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo período (exercício financeiro conforme art. 34, lei nº 4.320/64 e art. 165, III, CF/88) e, em pormenor (discriminação dos gastos), a realização das despesas (gastos públicos) destinadas ao funcionamento dos serviço públicos e outros fins adotados pela política econômica e geral do país, assim como a arrecadação das receitas (recursos públicos) criadas em lei (Lei Orçamentária Anual).

MATRIZ CONSTITUCIONAL: CF/88, art. 165, III e §§ 5º e 7º;

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De uma forma mais prática e realista, a LOA é a concretização dos objetivos e metas do PPA, sendo o cumprimento ano a ano das etapas do PPA, em consonância com as prioridades da LDO. Nesse sentido, a LOA representa a materialização do PPA, daí ser chamada de planejamento operacional. Sendo orientada, portanto, pelas diretrizes, pelos objetivos e pelas metas do PPA, e seguindo as metas e prioridades estabelecidas na LDO, compreende as ações a serem executadas para transformar a abstração do PPA em plena realidade, materializando o que literalmente encontra-se planejado no planejamento estratégico (PPA). Observe a figura abaixo, que demonstra a integração entre as três leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA):

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

CARACTERÍSTICAS

A LOA deverá estar compatível com o PPA e com a LDO.

� Programa a vida econômica e financeira do Estado e o programa de trabalho do governo.

� Trata-se de uma lei autorizativa, expressa em termos monetários.

� É o orçamento público propriamente dito.

� Metodologia atual utilizada na sua elaboração: orçamento-programa.

� Cumpre ano a ano as etapas do PPA; é a materialização dos programas contidos no PPA.

� A respectiva lei corresponde, na verdade, a 03(três) suborçamentos, ou 03(três) esferas orçamentárias(CF, art. 165, 5º) => TRIPARTIÇÃO ORÇAMENTÁRIA.

� O orçamento fiscal e o orçamento de investimentos, compatibilizados com o PPA, têm o objetivo de reduzir as desigualdades entre as regiões, segundo critério populacional.

� O Governo só poderá iniciar qualquer programa ou projeto se houver autorização específica na Lei Orçamentária.

� A LOA, além de estimar as receitas e fixar as despesas, poderá conter autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei (ARO) => exceção ao princípio da exclusividade (art. 165, § 8º);

� Deverá acompanhá-la um demonstrativo, regionalizado, do efeito sobras as receitas e as despesas decorrentes da concessão de anistia, isenção, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. ATENÇÃO => LOA e PPA são instrumentos regionalizados. LDO não o é!!

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� Lei nº 4320/64 (arts. 2º e 22) – esses dispositivos estabelecem quais documentos, demonstrativos e anexos deverão integrar a proposta orçamentária enviada anualmente pelo Executivo ao Legislativo. Comporão a proposta orçamentária:

• mensagem do Chefe do Executivo;

• projeto de Lei de Orçamento.

� Devem observar três funções estatais fundamentais: a alocativa, a distributiva e a estabilizadora;

� O orçamento é lei formal (processo legislativo), mas não material, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e financeiras (posicionamento atual do STF), sendo um ato condição quanto à matéria. É uma lei de efeitos concretos.

� A LOA é uma lei temporária(vigência limitada), especial(de conceito determinado e processo legislativo peculiar) e ordinária(aprovada por maioria simples);

� O tipo de orçamento utilizado atualmente no Brasil é o orçamento misto, pois a elaboração e a execução cabem ao Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua aprovação e controle.

� Tipos de orçamento existentes: (1) Legislativo; (2) Executivo; (3) Misto;

� Não poderá conter crédito com dotação ilimitada (art. 167, VII) => Princípio da Quantificação dos créditos;

� Representa o Planeja

� mento Operacional de um ente político, materializando a estratégia governamental (PPA) em cada exercício financeiro.

TABELA RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DA LOA

HORA DE MEMORIZAR!!

CARACTERÍSTICAS

DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL

Lei formal: a lei orçamentária não obriga o administrador público a realizar determinada despesa, apenas autoriza os gastos. Falta-lhe coercibilidade, pois nem sempre obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo legislativo. É considerada uma lei de efeitos concretos.

Lei Periódica (Temporária): vigência limitada ao exercício financeiro (art. 34, lei nº 4.320/64 combinado com art. 165, III, CF/88).

Lei ordinária: as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) e as leis de crédito adicional suplementar e especial são leis ordinárias, aprovadas por maioria simples.

Lei de Processo Legislativo Especial e Vinculado: a LOA é uma lei de processo legislativo diferenciado, eis que aprovada em sessão conjunta (art. 166, CF/88), sendo os votos apurados separadamente. É especial também pelo fato de a iniciativa do processo legislativo orçamentário ser exclusiva do chefe do Poder Executivo. Além disso, enquanto não editada a lei complementar de que trata o artigo 165, § 9º, CF/88, o processo legislativo da LOA (e também do PPA e da LDO) obedecerá aos prazos do art. 35, § 2º, ADCT, CF/88. Como obedece a prazos, diz-se que o processo legislativo é vinculado.

É denominada Lei de Meios, pois traz o inventário de meios de que o Estado utiliza

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para cumprir suas tarefas.

É lei autorizativa, porém com emendas individuais impositivas (art. 52, lei nº 12.919/2013 => LDO 2014). Não existe obrigatoriedade de execução das despesas consignadas no orçamento público, já que a avaliação do que deve ou não ser executado está a cargo da discricionariedade do gestor.

Contém, exclusivamente, duas matérias: previsão de receitas e fixação de despesas (exceções no artigo 165, § 8º).

É um ato condição para a execução de gastos públicos.

Cumpre três funções: ALOCATIVA, DISTRIBUTIVA e ESTABILIZADORA.

O STF pode exercer o controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias (desde que possuam abstração e generalidade). Há a possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade.

O orçamento público, no Brasil, é do tipo MISTO (a elaboração e a execução são de competência do Executivo, cabendo ao Legislativo a votação e o controle).

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

Natureza Jurídica do Orçamento Público no Brasil

Existe uma discussão doutrinária acerca da natureza jurídica do orçamento público no Brasil. A grande maioria dos autores defende a tese de que a Lei Orçamentária Anual, no Brasil, é uma lei (art. 165, III, CF/88) em sentido formal, prevendo apenas receitas públicas e autorizando os gastos eis que, conforme art. 84, III, compete privativamente ao Presidente da República iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. Combinando o dispositivo normativo anterior com o inciso XXIII, do mesmo artigo, aos chefes do Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, em seu respectivo ente federativo, cabe iniciar o processo legislativo orçamentário. Em sentido material (conteúdo), entretanto, não é lei, eis que suas normas, regra geral, não são dotadas de abstração e generalidade. Nesse sentido, a LOA é, portanto, uma lei de efeitos concretos (ou leis individuais), pois é uma lei somente quanto à forma, mas não quanto à matéria. É um ato-condição, pois representa um pré-requisito para que a despesa possa ser realizada. Dessa forma, judicialmente, um cidadão não pode exigir que determinada despesa prevista no orçamento seja realizada pelo gestor governamental, eis que não o orçamento, sendo autorizativo (para as despesas discricionárias), não gera direitos subjetivos para os administrados.

Estrutura da LOA => Tripartição Orçamentária (três orçamentos numa só LOA)

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

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De acordo com o princípio orçamentário da unidade, somente poderá existir uma única LOA para cada ente político em cada exercício financeiro. Apesar disso, a LOA, que é única para cada ente federativo (U, E, M e DF) e em cada ano é estruturada, na verdade, em três orçamentos, ou melhor, em três esferas orçamentárias, ou três suborçamentos. É como uma casa, pessoal, de três compartimentos! Ora, o fato de a mesma estar dividida em três quartos, por exemplo, não significa dizer que o todo (a casa) não mais existirá. O todo permanece (totalidade da LOA) apesar de a CF/88 ter inovado ao criar três esferas de orçamento: orçamento fiscal, orçamento de investimentos das empresas estatais (independentes) e orçamento da seguridade social. É por isso, meus amigos concurseiros, que quando as propostas orçamentárias chegam à SOF/MPOG, órgão do Poder Executivo, sofrem o fenômeno da consolidação. Isso porque somente poderá existir uma única Lei Orçamentária. Justamente para termos a totalidade do orçamento público em uma única Lei Orçamentária Anual para cada ente político em cada ano. Percebem?? É sempre de bom alvitre lembrar aos nobres amigos que o fato de existir três suborçamentos não constitui ofensa ao princípio da unidade ou do orçamento único que traduz a necessidade de haver uma única peça orçamentária para cada esfera de governo. Enquanto a unidade orçamentária defende que em cada ano, para cada ente político, somente poderá existir uma única lei de orçamento, a totalidade orçamentária assevera que as três esferas orçamentárias (tripartição da LOA) fazem parte do mesmo corpo (LOA), em virtude de terem sofrido o fenômeno da consolidação.

Conteúdo de cada Esfera Orçamentária

Sendo a LOA (Lei Orçamentária Anual) o documento que prevê receitas e fixa despesas para um determinado período (exercício financeiro) e formada por três orçamentos (fiscal, investimento e seguridade social), é fácil perceber que cada esfera orçamentária conterá previsão de receitas e autorizações (fixações) de despesas. Mas vamos por partes, ok? Por exemplo, a esfera da Seguridade Social contempla despesas vinculadas a três áreas (independentemente da estrutura a qual o órgão ou entidade se subordina ou se vincula, respectivamente), quais sejam: saúde, previdência social e assistência social. Exemplificando, apesar de o Ministério da Educação não se vincular como órgão da seguridade social, ao incorrer em despesas de pessoal inativo e pensionista (pagamento da folha de inativos e de pensão civil), tais gastos devem ser autorizados nessa esfera. O que identifica, portanto, se um gasto pertence ao orçamento da seguridade social não é a área do órgão público, mas a da despesa que o mesmo está executando. Nesse sentido, o Ministério do Planejamento possui despesas de assistência médica relativa aos seus servidores e essa despesa faz parte do orçamento da seguridade social. As despesas do Programa Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Estiagem, Vale Cultura são despesas de assistência social, que devem, portanto, ser inseridas no orçamento da Seguridade Social. É claro que, além de estimar gastos com aquelas três áreas, devem estar previstas, por força do equilíbrio orçamentário, as receitas que as financiarão, como é o caso, por exemplo, da COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. A esfera de investimento somente se refere às despesas de capital do tipo investimentos, e as receitas que as financiarão, das empresas estatais independentes. E nada mais que isso! Estão fora de programação da LOA as despesas correntes e as despesas de capital do tipo inversões financeiras e transferências de capital das estatais independentes (exceções ao princípio da universalidade). As estatais dependentes, por outro lado, estão integralmente contempladas no orçamento fiscal e no orçamento da seguridade social (OFSS). E o orçamento fiscal? Esse último contemplará todas as despesas e receitas que não estejam previstas nas demais esferas orçamentárias, ou seja, são identificadas por exclusão!

AGORA, TODO CUIDADO É POUCO, MEUS AMIGOS!!!

Nem todas as entidades da administração pública indireta obedecem ao princípio orçamentário da universalidade, eis que há entidades da administração indireta, como é o caso das empresas estatais independentes, cujas finanças não pertencem realmente ao ente público, mas à própria entidade, não necessitando, portanto, de recursos públicos para bancar seus gastos de manutenção (pagamento de pessoal,

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custeio etc.) e, até mesmo, gastos de capital chamados inversões financeiras. São financiados com recursos próprios.

FUNÇÕES CLÁSSICAS DA LOA

FUNÇÕES CLÁSSICAS DO ORÇAMENTO

ALOCATIVA: visa à promoção de ajustamentos na alocação de recursos quando no setor privado não há a necessária eficiência de infraestrutura econômica ou provisão de bens públicos e bens meritórios.

DISTRIBUTIVA: visa à promoção de ajustamentos na distribuição de renda. Surge em virtude da necessidade de correções das falhas de mercado, inerentes ao sistema capitalista.

ESTABILIZADORA: visa a manter a estabilidade econômica, principalmente a manutenção de elevado nível de emprego e a estabilidade nos níveis de preços. Destaca-se ainda a busca do equilíbrio no balanço de pagamentos e de razoável taxa de crescimento econômico.

LOA e LEIS INFRACONSTITUCIONAIS (LRF e Lei nº 4.320/64)

Da mesma forma que na LDO, várias alterações foram introduzidas, pela LRF, na sistemática de elaboração do orçamento anual. As principais encontram-se elencadas no quadro a seguir:

• A LOA deve conter, em anexo, o demonstrativo de compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do anexo de metas fiscais da LDO;

• A LOA deve conter previsão para a reserva de contingências, em percentual da RCL, destinada ao pagamento de passivos contingentes, além de outros imprevistos fiscais;

• A LOA deve conter as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da dívida (e suas receitas) demonstrado de forma separada, tanto na LOA como nas leis de créditos adicionais;

• A LOA não poderá conter crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada; • Veda-se que a LOA contenha dotação para investimentos com duração superior a um exercício

financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da Constituição Federal;

• Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as despesas do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

MATRIZ INFRACONSTITUCIONAL: LRF, art. 5º, I, II e III; Lei nº 4.320/64, art. 2º, 3º, 4º, 22, 23, 24, 25 e 26.

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ESPÉCIES DE ORÇAMENTO OU METODOLOGIAS ORÇAMENTÁRIAS OU TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS OU TIPOS DE ORÇAMENTO

É comum as bancas de concursos confundirem as terminologias acima elencadas como se fossem expressões sinônimas. Na essência não são, mas para fins de provas, são utilizadas indistintamente. Segue quadro resumo das espécies de orçamento:

ESPÉCIES DE ORÇAMENTO

DEFINIÇÕES DAS BANCAS

Orçamento Tradicional

Processo orçamentário em que apenas uma dimensão do orçamento é explicitada, qual seja, o objeto de gasto. Também é conhecido como Orçamento Clássico.

Orçamento de Desempenho (ou de

Realizações)

Processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Toda a ênfase reside no desempenho organizacional, sendo também conhecido como orçamento funcional.

Orçamento Base-Zero (ou por estratégia)

Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; todos os programas devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.

Orçamento Incremental

Orçamento feito através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa.

Orçamento Programa

(PPBS, nos EUA)

Originalmente, sistema de planejamento, programação e orçamentação, introduzido nos Estados Unidos da América, no final da década de 50, sob a denominação de PPBS (Planning Programning Budgeting System). Principais características: integração, planejamento, orçamento; quantificação de objetivos e fixação de metas; relações insumo-produto; alternativas programáticas; acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados; e gerência por objetivos.

Orçamento Participativo

Importante instrumento de complementação da democracia representativa, pois permite que o cidadão debata e defina os destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os recursos do orçamento da prefeitura. Além disso, ele estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a co-responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da cidade.

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

ORÇAMENTO TRADICIONAL OU CLÁSSICO

A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos pretéritos. Demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim, nesta espécie de orçamento não há preocupação com a realização dos programas de trabalho do governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem questionamentos sobre objetivos e metas. Nesse modelo, predomina o incrementalismo, ou seja, o orçamento é elaborado com base em incrementos realizados em uma base de dados preexistente, por meio da qual são realizados ajustes marginais em itens de receitas e de despesas orçamentárias aprovadas em exercícios

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anteriores. É uma peça meramente contábil financeira, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo, onde prevalece o aspecto jurídico do orçamento em detrimento do aspecto econômico, o qual possui função secundária. Almeja-se a neutralidade e a busca pelo equilíbrio financeiro. As funções de alocação, distribuição e estabilização ficam em segundo plano. Portanto, o orçamento tradicional é somente um documento de previsão de receita e de autorização de despesas.

ORÇAMENTO DE DESEMPENHO OU DE REALIZAÇÕES OU FUNCIONAL

Como o próprio nome é sugestivo, o orçamento de desempenho ou por realizações enfatiza o desempenho (resultado, o objetivo) dos gastos e não apenas o gasto em si (o objeto do gasto). A ênfase reside no desempenho organizacional. Caracteriza-se pela apresentação de duas dimensões de gasto: o objeto de gasto (secundário) e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Nessa espécie de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os benefícios dos diversos gastos e não apenas com seu objeto. Apesar da evolução em relação ao orçamento clássico (tradicional), o orçamento de desempenho não é o embrião do orçamento programa, eis que ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo, ou seja, nesse modelo orçamentário inexiste um instrumento central de planejamento das ações do governo vinculado à peça orçamentária. Nesse sentido, apresenta, portanto, uma deficiência, que é a desvinculação entre planejamento e orçamento. Como lhe falta a característica de vinculação com o planejamento, não pode ser considerado o princípio do orçamento programa, que é integrado ao planejamento governamental.

ORÇAMENTO BASE ZERO OU POR ESTRATÉGIA

Dentre as formas ou classificação de orçamento moderno pode-se citar uma experiência absorvida da iniciativa privada que ficou denominada de Orçamento Base-Zero. Essa metodologia de orçamento teve sua origem em 1968, numa experiência desenvolvida por Peter A. Pyhrr, na Texas Instruments, e tem como princípio reavaliar todos os programas e despesas a cada período. Quando foi governador do Estado da Geórgia, Jimmy Carter implantou o Orçamento Base Zero em seu Estado e depois levou a experiência para o âmbito do governo federal e a aplicou em alguns Ministérios. O Orçamento Base Zero é a concepção de orçamento em que não há direitos adquiridos sobre verbas anteriormente outorgadas. É a espécie orçamentária em que os gestores devem justificar todos os seus gastos solicitados a cada novo exercício financeiro. A linha de referência então é o zero, e não o orçamento do ano anterior. O Orçamento Base Zero é o oposto do Orçamento Incremental, que é elaborado por meio de ajustes em itens de receitas e despesas feitos no orçamento do ano anterior. É chamado Base Zero, pois começa tudo literalmente do zero, enquanto o Incremental aproveita muita coisa. O orçamento Base Zero, portanto, contrapõe-se ao incrementalismo orçamentário. Por meio daquele, há uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. O processo do orçamento de base zero concentra a atenção na análise de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a ser gasta, aumentando a participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos. Esse procedimento requer ainda que todas as atividades e operações sejam identificadas e classificadas em ordem de importância por meio de uma análise sistemática para que os pacotes de decisão sejam preparados. Em regra, a alta gerência, por meio do planejamento estratégico, fixa previamente os critérios do orçamento de base zero, de acordo com cada situação. São confrontados os novos programas pretendidos com os programas em execução, sua continuidade e suas alterações. Isso faz com que os gerentes de todos os níveis avaliem melhor as prioridades, confrontando-se incrementos pela ponderação de custos e benefícios, a fim de que ocorra uma aplicação eficiente das dotações em suas atividades. Por isso, incluem-se entre as desvantagens a dificuldade, a lentidão e o alto o custo da elaboração do orçamento. Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo. Alguns autores consideram que o orçamento de base zero é uma técnica do Orçamento-Programa.

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ORÇAMENTO PROGRAMA

O orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. Perceba que é um orçamento gerencial que se aplica perfeitamente ao modelo de administração pública gerencial, em que são avaliadas a eficiência, a eficácia, a economicidade e a efetividade das ações dos gestores. Por meio dele, há o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas, com a conseqüente formalização de programas visando ao atingimento das metas e ao alcance dos objetivos. Com esse modelo passa a existir um elo entre o planejamento e as funções executivas da organização, além da manutenção do aspecto legal, porém não sendo considerado como prioridade. É a espécie de orçamento utilizada no Brasil. Diz-se que o orçamento programa é a espécie de orçamento vinculada, integrada totalmente ao Planejamento Estratégico (Plano Plurianual), eis que todas as despesas autorizadas no orçamento programa estão vinculadas a programas de trabalho do PPA. Isso quer dizer que não existe despesa nesse modelo orçamentária fora de categoria de programação. As ações do governo, portanto, são organizadas, sistematizadas na forma de programas que visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Uma das importantes vantagens dessa concepção orçamentária é que, sendo instrumento de programação econômica, procura levar os gestores públicos a tomar decisões racionais de forma a maximizar o dinheiro do contribuinte, destinando os recursos públicos a programas e projetos de maior necessidade, sendo as decisões de alocação de recursos tomadas com base em avaliações técnicas e análises das alternativas possíveis. Observa a figura abaixo:

O QUE CAI MUITO EM PROVA DE CONCURSOS: COMPARAÇÃO ENTRE ORÇAMENTO PROGRAMA e ORÇAMENTO TRADICIONAL

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ORÇAMENTO TRADICIONAL X ORÇAMENTO MODERNO

(EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO AO LONGO DO TEMPO)

A história do Orçamento Público evoluiu em duas grandes fases: a do orçamento tradicional e a do moderno. Orçamento Orçamento (ORÇAMENTO –PROGRAMA) Tradicional Moderno Lei 4.320/64 Dl 200/67 CF/88 Gastos Planejamento O tradicional (ou clássico) tinha como sua principal função o controle político. Possibilitou o controle político do Poder Executivo pelo Poder Legislativo.

O Orçamento Tradicional, ao lado da linguagem contábil, adotava classificações suficientes apenas para instrumentalizar o controle das despesas pura e simplesmente.

Eram adotadas duas classificações clássicas:

a) por unidades administrativas (os órgãos responsáveis pelos gastos)

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b) por objetivo ou item de despesa( era simplesmente previsão de receita e autorização de despesa, não era de acordo com programas e objetivos a atingir)

O orçamento clássico evoluiu para o Orçamento de Desempenho ou de realizações, onde se buscava saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. Assim, saber o que a Administração Pública comprava tornou-se menos relevante do que saber para que se destinava aquela aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma característica essencial, que era a vinculação ao sistema de planejamento.

A ideia de orçamento moderno nasceu nos EUA. Exigia-se que os orçamentos deveriam constituir-se de instrumentos de administração, de forma que auxiliassem o Executivo nas várias etapas do processo administrativo.

Atualmente, as políticas econômicas têm sido inibidoras da expansão das despesas públicas, por isso, o papel que vem sendo reforçado é o do orçamento como instrumento de controle econômico. Eleva-se a função de planejamento do orçamento, para evitar déficit (gastar mais que recebe).

A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição da Lei nº 4.320. O Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, menciona o orçamento-programa como plano de ação do Governo Federal quando, em ser art. 16, determina: “em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual (PPA) a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual.

Orçamento-programa é a metodologia utilizada para a elaboração do orçamento atualmente. É a alocação dos recursos com ênfase não no objeto do gasto, mas no seu objetivo. Não é apenas documento financeiro, mas, principalmente, um instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando seus projetos/atividades/operações especiais em consonância com os planos e diretrizes estabelecidos, merecendo destaque as seguintes vantagens:

a) Melhor planejamento de trabalho;

b) maior precisão na elaboração do orçamento;

c) melhor determinação das responsabilidades;

d) maior oportunidade para redução dos custos;

e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e do público;

f) facilidade para identificação de duplicação de funções;

g) melhor controle da execução do programa;

h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos;

i) apresentação dos recursos e dos objetivos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programas; e

j) ênfase no que a instituição realiza e não no que gasta

Segundo Pascoal, a palavra programa revela característica, uma qualidade do orçamento moderno. O orçamento-programa é instrumento de planejamento que permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o governo pretende realizar, além de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os resultados esperados e oferecer maior transparência dos gastos públicos. Ressalte-se, porém, que, durante a evolução do orçamento-programa (orçamento moderno), houve o chamado ORÇAMENTO DE DESEMPENHO (ou por

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realizações). No orçamento de desempenho, procura-se saber as coisas que o governo FAZ, e não as coisas que o governo COMPRA. A ênfase é dada aos resultados. Todavia, não se podia ainda falar em orçamento-programa, pois não havia qualquer vinculação do orçamento ao planejamento governamental. Partiu-se, então, para uma técnica mais elaborada, que foi o orçamento-programa.

Giacomoni destaca que, essencialmente, o orçamento-programa deve conter:

a) os objetivos e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados os recursos orçamentários;

b) os programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais, no sentido da concretização dos objetivos;

c) os custos dos programas medidos por meio da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material, equipamentos, serviços etc.) necessários para a obtenção dos resultados; e

d) as medidas de desempenho, com a finalidade de medir as realizações (produto final) e os esforços despendidos na execução dos programas.

Com base no que foi disposto, é possível destacar as principais características do orçamento-programa:

1. orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização;

2. a alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas;

3. as decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis;

4. na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício;

5. a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento;

6. o principal critério de classificação das despesas é: funcional e programático;

7. utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados;

8. controle para avaliar resultados sob a égide da eficiência, eficácia e efetividade na execução dos programas de Governo, que correspondem aos indicadores de resultados na Administração Pública.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

Como uma resposta ao artigo 48, parágrafo único, inciso I da LRF, o orçamento participativo foi implementado a nível municipal como um instrumento por meio do qual se alocam recursos públicos de forma eficiente e eficaz de acordo com as demandas sociais. Conforme preceitua o artigo supra, a transparência será assegurada mediante incentivo à participação popular durante os processos de elaboração e discussão dos planos, da LDO e da LOA. Isso quer dizer que essa concepção orçamentária surgiu com o escopo de elaborar o orçamento público levando-se em conta a participação real e efetiva da população, principalmente de representantes de bairros de cada município, das associações, dos sindicatos e das próprias Organizações Não Governamentais – ONGs. O principal atributo do Orçamento Participativo é a democratização da relação “Estado versus Sociedade”, eis que rompe com a estrutura tradicional da política brasileira, na medida em que o cidadão participa ativamente dos processos de elaboração e discussão das propostas orçamentárias, não encerrando a sua participação no ato de

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votar. O cidadão, como usuário dos serviços do Estado, deixa de ser um mero coadjuvante para ser protagonista ativo da gestão pública. O orçamento participativo não se opõe ao orçamento programa, mas visa tão somente a romper com a visão política tradicional, colocando o cidadão onde sempre ele deveria estar: ao lado da administração pública como parceira do Estado, participando ativamente da política orçamentária, ou seja, do processo de alocação de recursos orçamentários. É importante frisar, nobres amigos, que não há perda da participação do Legislativo e nem diretamente de legitimidade. Pelo contrário, há, sim, um aperfeiçoamento da etapa que se desenvolveria apenas no Executivo. No orçamento participativo, a comunidade é considerada a parceira do Executivo no processo orçamentário. O que ocorre é que muitas vezes desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação dos grupos sociais desfavorecidos. Essa concepção orçamentária foi inicialmente, no Brasil, concebida e praticada nos municípios, apesar de algumas experiências na esfera estadual. No orçamento participativo, considera-se que há uma perda de flexibilidade, na medida em que, se ocorrer necessidade de mudanças na programação orçamentária, são necessárias várias reuniões e audiências públicas para debates, o que enseja uma maior rigidez na programação dos investimentos, eis que há uma decisão compartilhada com a comunidade, ao contrário das decisões monopolizadas pelo Executivo no processo tradicional. Entretanto, o que for decidido durante a realização de debates e audiências públicas, o Poder Executivo não é obrigado a seguir sugestões da população, porém deverá ouvi-las.

OUTRAS TÉCNICAS OU CONCEPÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

O Glossário do Tesouro Nacional apresenta ainda mais quatro técnicas, denominadas ―Teto Fixo‖ e ―Teto Móvel‖. Orçamento com Teto Fixo: critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer um quantitativo financeiro fixo, geralmente obtido mediante a aplicação de percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período, com base no qual os órgãos/unidades deverão elaborar suas propostas orçamentárias parciais. Também conhecido, na gíria orçamentária, como "teto burro". Orçamento com Teto Móvel: critério de alocação de recursos que representa uma variação do chamado "teto fixo", pois trabalha com percentuais diferenciados, procurando refletir um escalonamento de prioridades entre programações, órgãos e unidades. Em gíria orçamentária, conhecido como "teto inteligente". Orçamento Sem Teto Fixo Critério de alocação de recursos que consiste em conferir total liberdade aos órgãos/unidades no estabelecimento dos quantitativos financeiros correspondentes às suas propostas orçamentárias parciais. Em gíria orçamentária, conhecido como "o céu é o limite". Orçamento SEST Tipo de orçamento que controla os dispêndios das empresas estatais (empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias e todas as empresas controladas pela União, autarquias, fundações instituídas pelo Poder Público e órgãos autônomos da administração direta), de modo a ajustá-los aos programas governamentais, tendo em vista os objetivos, as políticas e as diretrizes constantes dos planos de governo.

ORÇAMENTO IMPOSITIVO versus ORÇAMENTO AUTORIZATIVO

O orçamento, no Brasil, é autorizativo, eis que não há a obrigatoriedade de execução das despesas (apenas uma parcela delas) consignadas no orçamento público, não gerando, portanto, direitos subjetivos, de sorte que o cidadão não poderá ajuizar uma ação cobrando do gestor a execução de um investimento autorizado na LOA com crédito orçamentário e dotação. Dispõe, sim, o gestor de discricionariedade para valorar a oportunidade e a conveniência para execução, ou não, daquele gasto anteriormente aprovado no orçamento original. Entretanto, não obstante, no Brasil, a LOA não ter o caráter de coercibilidade, há uma discussão em pauta no debate brasileiro atual acerca da adoção do chamado orçamento impositivo, que visa obrigar o Poder Executivo a executar a programação orçamentária aprovada pelo Poder Legislativo. Diversas proposições sobre o tema tramitam no Congresso. Caso seja aprovado o orçamento impositivo, há uma tendência de o mesmo implicar um substancial aumento do poder do Congresso Nacional. No modelo brasileiro atual, não existe a obrigatoriedade de se executar tudo o que foi definido no orçamento, pois não é preciso pedir autorização ao Congresso para não implementar determinada despesa, eis que, discricionariamente, como dissemos, determinado crédito orçamentário pode não ser executado pelo Poder Executivo. Não obstante ser autorizativo, a maior parte do

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orçamento público já é de execução obrigatória, como é o caso das despesas com pessoal, com benefícios previdenciários, com transferências a estados e municípios, com o pagamento dos juros e da amortização da dívida pública passiva, sem contar que o pagamento da ampla maioria das despesas de custeio é de execução obrigatória, já que não há como se deixar de pagar, por exemplo, as faturas de água, de luz, de serviços de limpeza, entre outras inerentes à manutenção da máquina pública. Portanto, na prática, apenas uma parte das despesas de custeio, além de novos programas ou expansão dos existentes e o investimento público em que há uma discricionariedade relativa. Sugiro que leia o artigo na internet no seguinte link: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/dilma-sanciona-ldo-e-mantem-orcamento-impositivo.

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

O Ciclo Orçamentário é entendido como o fluxo de processos por que passam as leis orçamentárias desde a sua elaboração até apreciação, execução, controle e avaliação. Contempla, portanto, quatro fases: elaboração, apreciação (discussão, emendas, aprovação,), execução, controle e avaliação da execução.

FASE 1 => FASE DA ELABORAÇÃO

A fase da elaboração se inicia com a definição, por cada unidade gestora, de sua proposta parcial de orçamento, que seguem para as unidades setoriais, momento em que são consolidadas, gerando a proposta setorial de orçamento. Essas propostas setoriais dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário serão consolidadas pela SOF (Secretaria de Orçamento Federal) do MPOG, que é o órgão central do sistema de orçamento do governo federal. Essa última consolidação das propostas setoriais, no âmbito da SOF, gera o embrião do orçamento, chamado Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que a submete ao chefe do Poder Executivo (Presidente da República), que tem a competência privativa e indelegável de iniciar o processo legislativo orçamentário, encaminhando-a, por mensagem, ao Congresso Nacional, na União. Apesar de a iniciativa ser privativa e indelegável do chefe do Poder Executivo, todos os demais poderes, além do Ministério Público, participam da elaboração do orçamento, eis que possuem autonomia para elaborar sua própria proposta de orçamento. Entretanto, todas as propostas parciais devem obedecer aos limites estipulados na

ORÇAMENTO

MISTO

PODER EXECUTIVO

PODER LEGISLATIVO

PODER EXECUTIVO

PODER LEGISLATIVO

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LDO. Caso algum dos poderes ou o Ministério Público não encaminhe a proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na LDO. Se a proposta orçamentária dos Poderes Legislativo e Judiciário ou do Ministério Público for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma da LDO, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Caso o Executivo não envie no prazo a proposta da LOA, o Congresso irá considerar como proposta a Lei Orçamentária atual. Isto configura crime de responsabilidade do Presidente da República.

FASE 2 => FASE DA APROVAÇÃO (PROCESSO LEGISLATIVO ORÇAMENTÁRIO)

Definido pelo art. 166, CF/88, o processo legislativo orçamentário é especial (iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo) e vinculado (obedece a prazos => dica 59). Após ter sido encaminhado pelo chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo, o PLOA da União será apresentado na Comissão Mista de Planos, Orçamento Público e Fiscalização (CMO), também chamada Comissão Mista Permanente (CMP). Caso o PLOA fosse de um estado federativo, de um município ou do DF, a comissão de orçamento a que seria apresentado não seria mista (nesses entes subnacionais o Poder Legislativo é unicameral), que tem a prerrogativa de emitir um parecer sobre o PLOA, além de discutir as emendas (Emendas de Comissão, as Emendas de Bancada Estadual e as Emendas Individuais de Parlamentares) e ser a responsável pela elaboração da redação final do projeto. Essas emendas serão apresentadas na CMO, que sobre elas emitirá um parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. Somente podemos falar em emenda enquanto o PLOA não tiver no Plenário do Congresso Nacional. Depois de passar pelo crivo da CMO, o PLOA segue para apreciação final, que ocorrerá na forma do Regimento Comum (Regimento Interno do Congresso Nacional – RICN), em sessão bicameral (duas votações) e conjunta (votações simultâneas). Como se trata de lei ordinária, a LOA é aprovada com a aquiescência da maioria simples de cada votação. Apesar de a sessão ser conjunta, a apuração dos votos é feita separadamente.

O PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS (PPA, LDO e LOA) É ESPECIAL

De forma diversa às leis ordinárias comuns, os projetos de matéria orçamentária (PPA, LDO, LOA, LCA suplementar e LCA especial) não passam por uma série de comissões temáticas antes de ir a Plenário, um passo por vez, e em ambas as Casas. Nesse âmbito, o projeto é instruído apenas na Comissão Mista de Orçamento, que recebe simultaneamente pareceres das comissões temáticas de ambas as Casas e emendas parlamentares, e emite seu próprio parecer, encaminhando-o juntamente com o projeto, para votação pelo Plenário do Congresso Nacional (as duas Casas em sessão conjunta). No Plenário do Congresso, pela votação da maioria simples dos parlamentares, o projeto é aprovado. Atenção: apesar de se tratar de uma sessão conjunta, a maioria é considerada apenas entre pares (apura-se, separadamente, na votação, a maioria dos deputados e a maioria dos senadores).

EMENDAS AO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - PLOA

Apesar de a iniciativa em matéria orçamentária ser exclusiva do chefe do Poder Executivo, permite-se que a peça original receba interferências dos representantes do povo, para, pelo menos em tese, deixar a proposta orçamentária mais adequada aos interesses da população. Dessa forma, os parlamentares, individualmente (emenda individual) ou em grupo (emenda de bancada estadual), podem apresentar emendas (nas receitas e nas despesas) ao projeto de LOA, que serão apresentadas perante a Comissão Mista de Orçamento. A CMO, no término das discussões, emitirá parecer sobre tais emendas, para posterior apreciação pelo Plenário do Congresso Nacional. As emendas podem ser classificadas segundo alguns critérios. Quanto à incidência sobre o

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Art. 166, § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso (REQUISITOS PARA APROVAÇÃO DE EMENDAS ): I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias– EXIGIDO PARA QUALQUER EMENDA ; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, EXCLUÍDAS as que incidam sobre – SÃO AS EMENDAS DE DESPESA: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

projeto de LOA, existem três tipos de emendas: emendas de receita, de despesa e de texto. Esse, aliás, é a interpretação da doutrina do artigo 166, § 3º da CF/88, abaixo transcrito:

O inciso II do artigo supramencionado trata das emendas de despesa. Ora, é fácil concluir que para que novas despesas sejam propostas por meio de emenda, deverão ser anuladas despesas inicialmente selecionadas pelo Executivo, a fim de “liberar” recursos orçamentários suficientes. Ainda assim, não é toda despesa selecionada inicialmente pelo Executivo que pode ser anulada em favor de emendas parlamentares; as dotações indicadas nas alíneas do inciso II (pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências constitucionais para os entes federados) são despesas obrigatórias, que não podem ter seus montantes e destinação alterados. Por fim, o inciso III aborda as emendas de receita (alínea ‘a’) e de texto (alínea ‘b’). O montante da receita previsto pelo Executivo só pode ser modificado no Legislativo a partir de uma perspectiva técnica. Não se pode alterar a expectativa de arrecadação com base em critérios políticos ou assemelhados. Por isso, um erro ou uma omissão, por parte da equipe técnica do Executivo, devem ser detectados e comprovados, para que seja aprovada uma emenda de receita (reestimativa de receita). As emendas de redação dizem respeito a ajustes de forma (ortografia, concordância etc.), para tornar o texto da lei orçamentária mais inteligível, estando relacionadas a erros de forma.

CLASSIFICAÇÃO DAS EMENDAS AO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – PLOA

As emendas podem ser classificas em:

• Emendas de cancelamento: são as que propõem, exclusivamente, a redução de dotações constantes do projeto;

• Emendas de remanejamento: propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte exclusiva de recursos, a anulação equivalente de dotações constantes do projeto, exceto as da Reserva de Contingência. Somente poderá ser aprovada com a anulação das dotações indicadas na própria emenda, observada a compatibilidade das fontes de recursos.

• Emenda de apropriação: propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte de recursos, a anulação equivalente de recursos integrantes da Reserva de Recursos composta dos eventuais recursos provenientes da reestimativa das receitas, da Reserva de Contingência e de outros recursos e de

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dotações definidos no Parecer Preliminar, deduzidos os recursos para atendimento de emendas individuais, de despesas obrigatórias e de outras despesas definidas naquele Parecer.

EMENDAS AO PROJETO DE LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – PLDO

O Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (PLDO) também poderá ser emendado. Entretanto, as emendas ao PLDO somente poderão ser aprovadas caso sejam compatíveis com o Plano Plurianual (PPA).

LDO 2014 (Lei nº 12.919/2013 ) E EMENDAS INDIVIDUAIS IMPOSITIVAS DO PLOA.

Art. 52. É obrigatória a execução orçamentária e financeira, de forma equitativa, da programação incluída por emendas individuais em lei orçamentária, que terá identificador de resultado primário 6 (RP-6), em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º, do art. 165, da Constituição Federal.

§ 1º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.

MENSAGEM RETIFICATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO

O Presidente da República, aos moldes do art. 166, § 5º, também poderá solicitar a alteração de quaisquer dos projetos a que se refere o artigo por meio do instituto jurídico da MENSAGEM RETIFICATIVA, que somente poderá ser encaminhada ao Congresso Nacional enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta. Significa dizer que o chefe do Poder Executivo tem um prazo para propor alterações a suas “intenções iniciais”. Esse prazo corre enquanto NÃO INICIADA a votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte a se alterar. Essa foi uma forma encontrada pelo constituinte derivado de evitar que o chefe do Executivo modifique, a seu bel-prazer, partes do projeto que já tenham sido alterados pelo Legislativo, contra suas pretensões.

RESUMO DO PROCESSO LEGISLATIVO ORÇAMENTÁRIO => FASE 2 DO CICLO

• Base Constitucional: art. 84, XXIII da CF/88; art. 61, § 1, II, b ; art. 85,VI; art. 166 § 6º;

• São de iniciativa do Chefe do Poder Executivo leis que envolvam matéria orçamentária. Essa iniciativa é privativa e indelegável. Alexandre de Moraes chama essa competência de EXCLUSIVA;

• No Brasil, diz-se que a iniciativa é de iniciativa vinculada, vez que, embora a competência pela iniciativa seja do titular do Poder Executivo, o mesmo está obrigado ao prazo determinado em legislação (CF/88, CE ou LOM);

• Todas as leis de elaboração do PPA, LDO e LOA são ordinárias e de iniciativa do Chefe do Poder Executivo;

• A omissão (não exercer a iniciativa ou deixar de cumprir o prazo determinado pela CF, CE e LOM) do chefe do executivo constitui crime de responsabilidade (CF/88, art. 85, VI);

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Prazos de Encaminhamento e de Devolução dos Projetos de lei de matéria orçamentária

Caberá a uma lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA, da LDO e da LOA (art. 165, § 9º, I da CF/88). O que ocorre é que essa lei complementar ainda não foi editada. Assim, a União, além dos Estados e os Municípios que não estabeleceram prazos específicos em suas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais, continuam seguindo o disposto no art. 35,§ 2º, do ADCT da CF/88 (até a entrada da lei complementar de que trata o art. 165, § 9º, I da CF/88), que determina os prazos constantes na tabela abaixo:

Projeto

de Lei

Encaminhamento pelo Poder Executivo

Devolução pelo Poder Legislativo para sanção do Poder Executivo

BASE LEGAL

Parâmetro para envio: término do exercício

financeiro.

Parâmetro para devolução: término da sessão legislativa ou período legislativo.

PPA

4 MESES ANTES do encerramento do primeiro exercício

financeiro do mandato do chefe do PE(31 de

agosto)

Até o término do segundo período da

sessão legislativa (22 de dezembro), do exercício em que for encaminhado.

Art. 35, § 2º, do ADCT.

LDO

8 MESES E ½ ANTES do encerramento do

exercício financeiro(15 de abril)

Até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho)

Art. 35, § 2º,

do ADCT.

LOA

4 MESES ANTES do encerramento de cada

exercício financeiro (31 de agosto)

Até o encerramento da sessão legislativa (22 de dezembro), do exercício em que for encaminhado

Art. 35, § 2º,

do ADCT.

ATENÇÃO!! Os prazos assinalados na tabela acima dizem respeito à União, prevalecendo para Estados, DF e Municípios os que estiverem elencados nas suas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. Isto, até que a Lei complementar referida no art. 165, § 9º, I e II, da CF/88 entre em vigor.

ATENÇÃO!! A Sessão Legislativa Ordinária, no âmbito federal, está regulamentada pelo art. 57 da CF/88, que estabelece:

“Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)”.

Cuidado com essa mudança!!!

O art. 35, § 2º do ADCT refere-se ao “encerramento do 1º período da sessão legislativa” e ao “encerramento da sessão legislativa”, não estabelecendo datas. Com a Emenda nº 50/2006, as datas foram alteradas!

Ademais, o § 2º do mesmo artigo versa:

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“§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.”

Com base no parágrafo do artigo supracitado, pode-se inferir que uma das situações que impede o início do recesso parlamentar em 18 de julho é a não aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.

Obs: os prazos assinalados na tabela supra dizem respeito à União, prevalecendo para Estados, DF e Municípios o que estiver disposto nas suas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. Isto, até que a Lei complementar referida no art. 165, § 9º, I e II, da CF/88 esteja em vigor.

Obs: A Sessão Legislativa Ordinária no âmbito federal está regulamentada pelo art. 57 da CF/88, que estabelece:

“Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)”.

Cuidado com essa mudança!!!

O ADCT refere-se ao “encerramento do 1º período da sessão legislativa” e “encerramento da sessão legislativa”, não estabelecendo datas. Com a Emenda nº 50/2006, as datas foram alteradas!!!!!!

Ainda, o § 2º do mesmo artigo versa:

“§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Com base no parágrafo do artigo supra disposto, pode-se inferir que uma das situações que impede o início do recesso parlamentar em 18 de julho é a não aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.

Lei 4.320/1964:

1º) E se o chefe do Poder Executivo

não encaminhar a proposta

orçamentária no prazo fixado nas

Constituições e nas Leis Orgânicas

dos Municípios?

Tome nota !!!

O art. 32(ao lado) da Lei nº 4.320/64 responde a esse questionamento, determinando que o Poder Legislativo considerará como

Alexandre, quando vc se referia aos prazos de

envio da proposta orçamentária, dois

questionamentos me vieram à tona acerca do

Não-envio e Não-Devolução dos Projetos!!!!!!

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(...) Se não receber a proposta no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como

proposta a Lei de Orçamento vigente.

Valdecir Pascoal entende que, de forma diversa, na falta de uma regra permanente que regule essa situação

excepcional, tanto na União como em alguns estados, a LDO vem tratando dessa questão, estabelecendo que o Executivo fica

autorizado a gastar determinada proporção(X/12) da proposta que ainda está tramitando.

Com base na LDO, o Poder Executivo elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, com a participação dos Ministérios (órgãos setoriais) e das unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Por determinação constitucional, conforme visto no quadro anterior (art. 35, § 2º, inciso III do ADCT), o governo é obrigado a encaminhar o projeto de lei do orçamento ao Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento da sessão legislativa e, consequentemente, do exercício financeiro, o que corresponde a 31 de agosto.

Acompanha a proposta uma mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas. A Constituição determina que a Proposta Orçamentária deve ser votada e aprovada até o final da sessão legislativa, atualmente encerrando a 22 de dezembro. Depois de votada no Legislativo, a proposta segue para o Executivo, que dispõe de 15 dias para sancionar ou vetar. Sancionada, entra em vigor a partir de sua publicação até o encerramento do exercício financeiro seguinte ao de sua elaboração. Entretanto, se o Executivo resolver vetar esta proposta, devolverá para o legislativo que dispõe, inicialmente de 30 dias para uma análise prévia do veto executivo, podendo restituí-la neste prazo ou posteriormente.

2º) E se o Poder Legislativo não

devolver o projeto de lei

aprovado para sanção do Chefe

do Poder Executivo até o dia 31

de dezembro?

Tome nota!!!

Apesar de não previsto em legislação, entende a doutrina que caberá, por princípio da simetria, a promulgação por parte do Poder Executivo, tal

como o enviou ao Legislativo, ignorando

eventuais emendas aprovadas ou em

discussão(Sérgio Jund citando Kiyoshi Harada)

DUODÉCIMOS

Durante a discussão da proposta orçamentária anual (PLOA), no exercício subseqüente à sua geração, a cada mês será executado 1/12 das despesas de custeio do PLOA em tramitação no Congresso Nacional, enquanto não houver Lei Orçamentária Anual legalmente válida. Dessa forma, as despesas de manutenção necessárias para o funcionamento da máquina pública são executadas, garantindo a continuidade da manutenção dos serviços públicos anteriormente

criados.

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Quando do retorno da Proposta da LOA, o Executivo deverá se manifestar em 48 horas. Se não houver nenhuma manifestação de vontade, neste período, ocorrerá a sanção tácita desta, ou seja, a LOA entrará automaticamente em vigor após este prazo.

Se houver, entretanto, reação contrária, ou melhor o segundo veto por parte do Executivo, este devolverá a Proposta ao Legislativo, onde deverá ser sancionada pelo Presidente do Senado, e em sua ausência, pelo Vice-Presidente do Senado.

Apreciação(Discussão) pelo Poder Legislativo

O Processo Legislativo Orçamentário é um processo especial, pois a CF estabelece, em regra, uma apreciação conjunta da matéria, sendo apreciado pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum (art. 166 da CF/88), que corresponde ao Regimento do Congresso Nacional. A sessão é conjunta e bicameral, eis que ocorrem duas votações simultaneamente.

Essa fase do processo, portanto, consiste na etapa destinada ao debate em plenário, conhecida, também, por fase de discussão, sendo subdividida nas seguintes etapas: proposição de emendas, voto do relator, redação final e votação em plenário.

� apreciação e votação dos projetos (PPA, LDO e LOA) e das leis referentes a créditos adicionais cabe ao Poder Legislativo em suas respectivas esferas;

� a apreciação dos projetos de leis orçamentárias(PPA, LDO, LOA) e dos projetos relativos a créditos adicionais(suplementares e especiais) é conjunta, feita pelas duas Casas do Congresso Nacional(Câmara e Senado);

� a apreciação obedecerá às regras do regimento comum;

� ATENÇÃO!!!! embora a sessão de apreciação(discussão e votação) seja CONJUNTA, a apuração dos votos, SEMPRE, dar-se-á separadamente(art. 43 do Regimento do Congresso Nacional)

� A não-obtenção de maioria simples em, pelo menos, uma das Casas, importará na rejeição da matéria.

� a apreciação das leis orçamentárias pelo Poder Legislativo é indelegável, vez que essa matéria não pode ser objeto de lei delegada(art. 68, § 1º, III da CF);

Emendas

Base Constitucional: art. 166, § 2º, §3º, §4 º,

As emendas devem ser apresentadas à Comissão Mista Permanente de Deputados e Senadores, que sobre elas emitirá um parecer, e, apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional(conjuntamente). A Comissão Mista deverá emitir parecer sobre as emendas antes de serem apreciadas pelo plenário. Ficará a cargo da Comissão Mista a redação final do projeto de lei.

Aplicação do Processo Legislativo Comum

O processo legislativo orçamentário é considerado um processo legislativo especial; no entanto, atendidas as regras ou os preceitos especiais, aplicam-se aos projetos que tratam de matéria orçamentária, no que não

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contrariar o disposto no processo legislativo especial (art. 166 da CF/88), as demais normas relativas ao processo legislativo comum(art. 66 da CF – sanção, promulgação, veto, informação das razões de veto etc.).

Sanção

Uma vez aprovado no Legislativo, será necessária a aquiescência do titular do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado. Assim, o titular do Poder Executivo somente sancionará o projeto se estiver de acordo com o mesmo, conforme determina o art. 66 da CF/88: ”a Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará”.

Veto

Caso não esteja de acordo com o projeto de lei aprovado pelo Legislativo, poderá veta-lo total ou parcialmente, conforme art. 66 da CF/88.

Promulgação

Consiste no atestado de validade da existência da lei. É, portanto, um ato declaratório, demonstra que a lei é executável, ou seja, quando o titular do Poder Executivo aquiesce com o projeto de lei, também o está promulgando, pois o ato de sancionar já imprime caráter de executoriedade à lei, restando, no entanto, para que possa ter eficácia e se tornar obrigatória, o ato de publicação.

Publicação

Apesar de acabada, a lei, para se tornar executável e obrigatória, necessita de publicação no órgão de imprensa oficial da esfera governamental (Diário Oficial). A publicação consiste no atestado de conhecimento de que uma lei nova está em vigor. Ao contrário da promulgação, que revela a executoriedade de uma lei, a publicação impõe a sua obrigatoriedade, pois, com a promulgação, a lei existia, mas não obrigava o seu cumprimento; após a sua publicação, ela se torna obrigatória, não podendo ser alegado o seu desconhecimento.

ESQUEMA MNEMÔNICO DO PROCESSO LEGISLATIVO ORÇAMENTÁ RIO – art. 166, CF/88

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FASE 3 DO CICLO ORÇAMENTÁRIO => EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Após a aprovação da LOA, inicia-se a tarefa de operacionalizá-la, de executá-la. Para tanto, faz-se necessária a distribuição (movimentação) dos créditos orçamentários entre as unidades gestoras (unidades orçamentárias e unidades administrativas), para que se viabilize a execução orçamentária propriamente dita, pois somente após o recebimento do crédito é que as UGs estarão em condições de efetivamente efetuar a realização das despesas públicas. Essa movimentação de crédito independe da existência de saldo bancário ou de recursos financeiros. Haverá, portanto, movimentação de créditos entre as UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS (contempladas com créditos diretamente da LOA) e entre as UNIDADES ADMINISTRATIVAS (não contempladas com crédito na LOA). Mas cuidado: a liberação dos créditos orçamentários ocorre de uma só vez, ao passo que os recursos financeiros são liberados à medida que a receita vai sendo arrecadada. Aquelas unidades que não estão contempladas na LOA com crédito orçamentário (Unidades Administrativas), para que possam efetuar as licitações, contratar os fornecedores e empenharem a respectiva despesa, deverão receber os respectivos créditos por descentralização orçamentária de outras unidades, que pode ocorrer mediante os institutos da provisão e do destaque (dica seguinte), abaixo definidos

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. Observe, na figura acima, que existe tanto Unidade Orçamentária quanto Unidade Administrativa no Ministério X e no Ministério Y. Enquanto a UO foi contemplada com dotação diretamente da LOA, a UA necessitará receber uma descentralização de uma UO ou outra UA. Regra geral, a criação de Unidades Administrativas decorre do fato de que o órgão possui uma estrutura administrativa muito grande e, por isso, tem que descentralizar a execução orçamentária. Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna, também chamada de provisão. Se, porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de destaque. Agora, uma vez recebido o crédito orçamentário (ou disponibilidade orçamentária), o órgão está apenas apto a gastar, porém não está com condições para honrar seus compromissos financeiros, que dependerá do recebimento de recursos financeiros,

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ou seja, do numerário. Para tanto, é necessário ocorrer a descentralização financeira (dica 72 do nosso Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva).

DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

Uma vez recebido o crédito, a unidade gestora está apta a gastar, porém não está em condições de efetuar o pagamento dos seus compromissos financeiros assumidos. Quando o crédito é recebido por dotação, por provisão ou por meio de destaque orçamentário, a unidade gestora está, portanto, em condições de contratar por meio de licitação determinado fornecedor e a emitir os empenhos (comprometimento do crédito). Porém, quando da entrega do objeto do contrato, a UG deverá efetuar a liquidação e o pagamento ao fornecedor, necessitando de recursos financeiros para tanto. Como, já mencionamos anteriormente, os recursos financeiros, na União, em obediência ao princípio da unidade de tesouraria (ou de caixa), estão centralizados (recolhimento) na Conta Única do Tesouro Nacional, gerenciada e administrada pela STN, que os entregará por meio das cotas financeiras para os órgãos setoriais de programação financeira (OSPF). Essa é a primeira fase de movimentação dos recursos. Cota, portanto, é o montante de recursos colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira – OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional. A segunda fase de distribuição dos recursos financeiros é a liberação de repasse ou sub-repasse. Observe, na figura acima, que o repasse está ocorrendo entre duas unidades orçamentárias de estruturas administrativas diferentes e entre duas unidades administrativas de estruturas administrativas também diferentes. Repasse é instituto da descentralização de recursos que ocorre externamente. Tecnicamente falando é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre estes. Sub-repasse é a liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade. Resumindo: repasse é a movimentação externa de recursos, enquanto sub-repasse é a movimentação interna de recursos.

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DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA versus DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

Fonte: site da Secretaria do Tesouro Nacional.

Enquanto a descentralização orçamentária se refere à movimentação de créditos, a descentralização financeira refere-se, tão somente, à movimentação de recursos (financeiro). É sempre bom lembrar a correlação existente entre descentralização orçamentária e descentralização financeira: a UG que recebe créditos descentralizados por destaque receberá recursos por repasse. A UG que recebe créditos descentralizados por provisão receberá recursos por sub-repasse. Dessa forma, a dotação orçamentária está para a cota financeira; o destaque orçamentário está para o repasse financeiro; e a provisão orçamentária está para o sub-repasse financeiro. Observe o quadro que correlaciona os institutos das descentralizações orçamentária e financeira.

Fonte: próprio autor, Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva.

GLOSSÁRIO DE TERMINOLOGIAS ORÇAMENTÁRIAS IMPORTANTES!!!!

(1) Crédito orçamentário: autorização da própria lei orçamentária ou de crédito adicional expressa nos programas de trabalho. Corresponde à dotação prevista na lei de orçamento.

Exemplo: Recuperação da pavimentação das rodovias federais;

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA

Movimentação de Créditos Orçamentários Movimentação de Recursos Financeiros

Dotação Cota

Provisão Sub-repasse

Destaque Repasse

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(2) Crédito Adicional: a dotação prevista nas leis sucessivas ao orçamento, cuja finalidade é atender a despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento;

(3) Dotação orçamentária: o montante (limite) da autorização dada na lei orçamentária para gastos, ou seja, o valor que pode ser gasto em um crédito;

(4) Unidade orçamentária (UO): aquela contemplada com dotação diretamente na lei orçamentária;

(5) Unidade administrativa (UA): aquela que recebe autorização por descentralização de uma UO ou outra UA;

(6) Unidades Executoras (UE): são aquelas que efetivamente realizam o gasto, ou seja, executam a despesa orçamentária;

(7) SOF/MPOG (Secretaria de Orçamento Federal): corresponde ao órgão central do sistema de orçamento, vinculado ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão;

(8) Descentralização Orçamentária: movimentação da autorização de despesa da unidade orçamentária para a unidade administrativa. Pode ser Provisão (se interna) ou Destaque (se externa);

(9) Provisão ou descentralização interna de créditos: quando envolve unidades gestoras de um mesmo órgão, ministério ou entidade integrante dos orçamentos fiscal e da seguridade social;

(10) Destaque ou descentralização externa de créditos: quando envolve unidades gestoras de órgãos, ministérios ou entidades de estruturas administrativas diferentes (de um órgão para outro);

(11) Descentralização Financeira: movimentação de recursos financeiros do órgão arrecadador (Ministério da Fazenda, na União, Secretarias da Fazenda ou de Finanças, nos Estados e Municípios) aos demais órgãos na estrutura organizacional do mesmo ente da federação (intra-governamental). Na linguagem contábil, podem ser de dois tipos (Repasse e Sub-Repasse);

(12) Cota: é a primeira fase da descentralização das disponibilidades financeiras, consiste na transferência do órgão central de programação financeira para os órgãos setoriais do sistema. Essa movimentação está condicionada, entre outras coisas, à efetiva arrecadação de recursos financeiros pelo Tesouro Nacional e ao montante de compromissos financeiros assumidos pelos órgãos;

(13) Repasse: importância financeira que a unidade orçamentária transfere a outro Ministério (ou Secretaria de Estado ou de Município) ou órgão. É a descentralização das disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento, recebidas anteriormente sob a forma de cota da STN/MF, sendo de competência dos órgãos setoriais de programação financeira, que as transfere para outro órgão ou ministério;

(14) Sub-Repasse: importância financeira que a unidade orçamentária transfere a outra unidade orçamentária ou administrativa do mesmo Ministério (ou Secretaria de Estado o Município) ou órgão. Corresponde à descentralização de disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento, realizada pelos órgãos setoriais de programação financeira, para unidade orçamentária (UO) ou unidade administrativa (UA) a eles vinculadas, ou seja, que faça parte da sua própria estrutura;

FASE 4 DO CICLO ORÇAMENTÁRIO => CONTROLE E AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO

Apesar de o controle compor a quarta fase do ciclo orçamentário, na verdade ele é feito em todas as fases do ciclo ou processo orçamentário (elaboração, apreciação, execução, controle e avaliação). O fato de, em cada exercício financeiro, o Poder Executivo ter de encaminhar um PLOA ao Poder Legislativo para ser apreciado já traduz uma forma de controle realizado antes da execução, por isso chamado controle prévio ou a priori. Concomitantemente à execução das receitas e das despesas previstas na LOA, há um controle efetuado sobre a

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arrecadação das receitas e a execução das despesas (empenho, liquidação e pagamento). Nesse momento, temos o controle concomitante ou simultâneo. Posteriormente à execução, temos o controle posterior ou a posteriori ou subsequente, que é feito pelo Poder Legislativo sobre o Poder Executivo, sendo, portanto, um controle externo. A fiscalização da execução orçamentária trata das cautelas que o governo deve ter em relação ao equilíbrio entre as receitas e as despesas (que são apenas estimadas), para evitar situações de inadimplência ou insolvência. Quanto ao controle da execução orçamentária, a Lei nº 4.320/64 também trouxe algumas disposições cobradas ainda hoje nas provas de certames públicos, quais sejam:

A atividade de controle compreende o exercício próprio de controle pelas unidades executoras do orçamento e a atuação dos órgãos dos sistemas de controle interno e do controle externo. O sistema de controle interno deve ser instituído e mantido por todos os Poderes e pelo Ministério Público, segundo o mandamento do art. 74 da CF/88. Duas atribuições do controle interno, presentes nesse dispositivo, podem ser destacadas nesse momento:

Por sua vez, o controle externo, que faz pensar numa estrutura de controle distinta daquela que executa as ações, recebeu, pela CF/88, a titularidade do Congresso Nacional, que conta com o auxílio técnico do Tribunal de Contas da União para essa tarefa.

É bom lembrar que a Comissão Mista de Orçamento não encerra a sua participação orçamentária quando recebe os projetos de leis orçamentárias (art. 166, CF/88) ou as emendas para emissão de parecer e discussão. Exerce também a CMO o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58 (art. 166, § 1º, II).

• avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; • comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

Art. 75. O CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA compreenderá: I - a LEGALIDADE dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a FIDELIDADE FUNCIONAL dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III - o CUMPRIMENTO DO PROGRAMA DE TRABALHO expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. (...) Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será PRÉVIA , CONCOMITANTE E SUBSEQÜENTE. Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

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O principal dispositivo constitucional sobre a fiscalização orçamentária é o caput do art. 70 da CF/88, como segue:

MÓDULO III => ASSUNTO: PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

3. Princípios

Princípios são regras insofismáveis, inquestionáveis, indubitáveis de qualquer ramo do conhecimento humano. São verdadeiros preceitos fundamentais imutáveis de uma doutrina, que orientam a procedimentos e que indicam a atitude a ser adotada diante de uma realidade. No tocante a orçamento público, os princípios orçamentários são regras que norteiam a elaboração e a execução do orçamento público. Subdividem-se em três categorias, quais sejam: constitucionais, infraconstitucionais e doutrinários. A grande maioria dos princípios orçamentários está na CF/88 e em leis infraconstitucionais (Lei nº 4.320/64, LC 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal). Os princípios são premissas e linhas norteadoras de ação a serem observadas na concepção da proposta de orçamento. Sua principal finalidade é disciplinar e orientar a ação dos governantes no tocante as matérias orçamentárias.

OBS: Não há uma lista exaustiva de princípios orçamentários, pois o próprio conceito de orçamento público está em constante evolução. Serão abordados a seguir os princípios mais aludidos pela doutrina e pelo ordenamento jurídico pertinentes à área orçamentária

3.1 Princípio da Unidade (Totalidade)

ATENÇÃO!!!!! A lei nº 4.320/64, que estatui normas gerais de Direito Financeiro, em seu artigo 2º, determina obediência a três princípios expressos: unidade, universalidade a anualidade (ou periodicidade). O artigo 56 da mesma lei também menciona expressamente o princípio da unidade de tesouraria ou unidade de caixa. Os demais princípios não derivam dessa lei, mas da sistemática de elaboração das diversas LOAs, de entendimentos da Constituição da República Federativa do Brasil e da própria doutrina de direito financeiro. Portanto, há três categorias de princípios orçamentários: constitucionais, infraconstitucionais e doutrinários. Quase a totalidade dos princípios orçamentários está prevista na constituição federal e em leis infraconstitucionais, como é o caso, por exemplo, da lei nº 4.320/64 e da lei complementar nº 101/00 (lei de responsabilidade fiscal).

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, §5º da CF/88; BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, Lei nº 4.320/64.

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Por força do dispositivo da CF/88, art. 165, § 5º, combinado com o art. 2º da Lei nº 4.320/64, só poderá existir uma única LOA para cada ente político, em cada exercício financeiro. Eis aí a regra do Princípio Orçamentária da Unidade que, para a FCC, é sinônimo de Totalidade. Entretanto, há diferenciações (dica seguinte). Perceba que o princípio não proíbe a existência de mais de uma Lei Orçamentária. Por exemplo, se considerarmos todos os entes políticos (U, E, M e DF), em um mesmo exercício financeiro, existem mais de 5.000 LOAs. Agora, se delimitarmos individualmente cada ente político, em cada exercício financeiro, teremos apenas uma única LOA. Agora, cada LOA é sistematizada (estruturada) em três esferas orçamentárias (tripartição do orçamento público => dica seguinte), o que não fere a unidade orçamentária. A unidade orçamentária objetiva proibir a existência de orçamentos paralelos.

Alexandre, por vezes encontro, em livros de concursos públicos, totalidade como sinônimo de unidade. O que você tem a nos dizer sobre isso?

Amigos, é o seguinte: doutrinadores como o constitucionalista José Afonso da Silva defendem que o princípio da unidade orçamentária, considerando a concepção de orçamento-programa, não se preocupa com a unidade documental. Ricardo Lobo Torres, corroborando com José Afonso, assevera que o princípio da unidade não significa a existência de um único documento, mas a integração finalística e a harmonização entre os diversos orçamentos (Fiscal, Investimento e Seguridade Social). Nesse sentido, houve uma certa flexibilização, um certo esvaziamento, ou melhor, uma nova remodelação pela doutrina do Direito Financeiro do princípio da unidade, sendo, por vezes, denominado, por muitos autores, de princípio orçamentário da Totalidade. De acordo com a Totalidade Orçamentária, coexistem múltiplos orçamentos (FISCAL, INVESTIMENTO E SEGURIDADE SOCIAL) que devem sofrer o fenômeno da consolidação para serem reunidos em uma única peça orçamentária (LOA). A própria Lei Maior (CF/88) inovou nesse sentido, trazendo um modelo que segue o princípio da totalidade, eis que a LOA é tripartida.

Dissemos, anteriormente, que somente poderá existir uma única LOA para cada ente político em cada exercício financeiro. Apesar disso, a LOA, que é única para cada ente federativo (U, E, M e DF) e em cada ano é estruturada, na verdade, em três orçamentos, ou melhor, em três esferas orçamentárias, ou três suborçamentos. É como uma casa, pessoal, de três compartimentos! Ora, o fato de a mesma estar dividida em três quartos, por exemplo, não significa dizer que o todo (a casa) não mais existirá. O todo permanece (totalidade da LOA) apesar de a CF/88 ter inovado ao criar três esferas de orçamento: orçamento fiscal, orçamento de investimentos das empresas estatais (independentes) e orçamento da seguridade social. É por isso, meus amigos concurseiros, que quando as propostas orçamentárias chegam à SOF/MPOG, órgão do Poder Executivo, sofrem o fenômeno da consolidação. Isso porque somente poderá existir uma única Lei Orçamentária. Justamente para termos a totalidade do orçamento público em uma única Lei Orçamentária Anual para cada ente político em cada ano. Percebem?? É sempre de bom alvitre lembrar aos nobres amigos que o fato de existir três suborçamentos não constitui ofensa ao princípio da unidade ou do orçamento único que traduz a necessidade de haver uma única peça orçamentária para cada esfera de governo. Enquanto a unidade orçamentária defende que em cada ano, para cada ente político, somente poderá existir uma única lei de orçamento, a totalidade orçamentária assevera que as três esferas orçamentárias (tripartição da LOA) fazem parte do mesmo corpo (LOA), em virtude de terem sofrido o fenômeno da consolidação.

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ATENÇÃO!!!! Vale ressaltar que o Princípio da Unidade refere-se à LOA (atenção à expressão), uma vez que, orçamento, cada Lei contém 3 (três), conforme mencionado acima: Orçamento Fiscal, Orçamento da Seguridade Social, Orçamento de Investimento das empresas estatais. Ou seja, cada LOA é segregada em 3 orçamentos separados. Essa sistemática tem como objetivo garantir maior transparência e independência a cada um deles.

O QUE É BOM SABER!!

A expressão Leis Orçamentárias (no plural) diz respeito às três leis que tratam de matéria orçamentária (PPA, LDO e LOA). A CF/88 inovou no tocante a orçamento público, criando dois novos instrumentos de planejamento, quais sejam (PPA e LDO). Apesar de serem leis distintas, devem obrigatoriamente guardar compatibilidade entre si, de modo que o PPA é parâmetro para elaboração da LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) e da LOA, cuja elaboração é orientada pela LDO. A existência do PPA, da LDO e da LOA, aprovados em momentos distintos, não constitui uma exceção ao princípio orçamentário da unidade. O princípio da unidade ou da totalidade não significa necessariamente um documento único, já que o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento necessariamente multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, dos vários instrumentos de planejamento, com datas de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo.

INFORMAÇÃO MAIS QUE CAPCIOSA!!

Nem todas as entidades da administração pública indireta obedecem ao princípio orçamentário da universalidade, eis que há entidades da administração indireta, como é o caso das empresas estatais independentes, cujas finanças não pertencem realmente ao ente público, mas à própria entidade, não necessitando, portanto, de recursos públicos para bancar seus gastos de manutenção (pagamento de pessoal, custeio etc.) e, até mesmo, gastos de capital chamados inversões financeiras. São financiados com recursos próprios.

3.2 Princípio da Universalidade ou da globalização

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, §5º da CF/88 BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, 3º, 4º e I parte do art. 6º, Lei nº 4.320/64

De acordo com a regra da universalidade, a Lei de Orçamento deverá contemplar TODAS as receitas e TODAS as despesas, orçamentárias, é claro!! (o universo das receitas e das despesas). Entretanto, HÁ RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS QUE NÃO ESTÃO CONTEMPLADAS NA LOA , não sendo previstas como item de receita no orçamento público (excesso de arrecadação, doação recebida em dinheiro não prevista, operação de crédito não prevista (art. 57, lei nº 4.320/64), tributos criados após a aprovação e publicação da LOA. Ademais, as despesas correntes e as inversões financeiras das estatais independentes também não necessitam de autorização na LOA.

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EXCEÇÕES 1) Lei 4.320/64, art. 3º, parágrafo único: “não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito

por antecipação da receita, as emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros(são as chamadas receitas extra-orçamentárias ou ingressos extra-orçamentários);

2) As receitas e despesas operacionais (correntes) de empresas públicas e sociedades de economia mista independentes, além das despesas de capital do tipo inversões financeiras dessas entidades.

3.3 Princípio da Anualidade ou Periodicidade (PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL E INFRANCONSTITUCIONAL)

Conforme o princípio da periodicidade, o orçamento público propriamente dito (LOA) vigora dentro de um período determinado de tempo conhecido por exercício financeiro que, no Brasil, coincide com o ano civil (art. 34, lei nº 4.320/64). Agora, cuidado: caso o artigo referente a exercício financeiro da Lei nº 4.320/1964 fosse alterado, tal fato não desconfiguraria o princípio da periodicidade, pois o conceito de anualidade não está relacionado ao ano civil, mas com o exercício financeiro e o período de 12 meses. Significa dizer que, após hipotética alteração da redação para “o exercício terá início em 01 de fevereiro de um ano e finalizará no final de janeiro do ano seguinte”, o princípio da anualidade continuaria vigorando. Do ponto de vista prático, tal regra enseja que os créditos aprovados na LOA (ordinários ou iniciais) somente poderão ser utilizados dentro do mesmo exercício financeiro a que a LOA se refere. Há exceções, entretanto, no tocante aos créditos especiais e extraordinários cujo ato de autorização tenha sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro, ocasião em que poderão ser reabertos, no exercício seguinte, por decreto do poder executivo, no limite de seus saldos não utilizados no exercício financeiro de abertura sendo, nesse caso, os respectivos saldos positivos incorporados ao orçamento do exercício financeiro seguinte, passando a vigorar até o final do exercício de prorrogação (art. 167, § 2º, CF/88). Já que falamos de espécies de créditos adicionais, não nos custa nada abrirmos um parêntese para elucidarmos esse importante assunto. Vamos lá traçar um paralelo entre créditos constantes na LOA e créditos aprovados posteriormente à edição do orçamento público.

De acordo com o Manual de Despesa Nacional, a autorização legislativa para a realização da despesa constitui crédito orçamentário, que poderá ser inicial ou adicional. Os créditos ordinários, também chamados originais ou iniciais, são os autorizados pela própria LOA, constantes do orçamento fiscal, da seguridade social e de investimentos das empresas estatais, enquanto que os créditos autorizados posteriormente à edição da LOA são os créditos adicionais, que visam corrigir ou ampliar sua abrangência quanto a programas e ações, sendo verdadeiros retificadores orçamentários. De acordo com o artigo 40, lei nº 4.320/64, os créditos adicionais são as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei orçamentária.

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, III da CF/88 e art. 167, § 2º (exceção) BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, Lei nº 4.320/64

CRÉDITOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS (espécie) SUPLEMENTARES (espécie) CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS (gênero) CRÉDITOS ADICIONAIS ESPECIAIS (espécie) (espécie de crédito orçamentário) EXTRAORDINÁRIOS (espécie)

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Os SUPLEMENTARES são destinados ao reforço de dotação orçamentária. Exemplo: ao realizar uma obra, verificou-se que, durante a execução, faltou dinheiro para continuar a execução da mesma.

Os ESPECIAIS são destinados a atender despesas para as quais não haja crédito orçamentário específico. Exemplo: determinado gestor público verifica a necessidade de se construir casas populares para famílias de baixa renda, porém observa que, originalmente, a LOA não contemplava a autorização desse gasto.

Os EXTRAORDINÁRIOS são destinados a atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Exemplo: determinado município sofreu uma enchente e será necessário distribuir alimentos às famílias desabrigadas.

Agora, lembro aos amigos que enquanto o crédito suplementar incorpora-se ao orçamento, adicionando-se à dotação orçamentária que deva reforçar, os créditos especiais e extraordinários conservam sua especificidade, demonstrando-se as despesas realizadas à conta dos mesmos, separadamente. Essa identidade entre os créditos suplementares e os “créditos originais” da lei orçamentária (já que ambos se referem às mesmas despesas) é que permite à LOA autorizar, antecipadamente, a abertura dos créditos suplementares, como já falamos (exceção ao princípio da exclusividade => art. 165, § 8º, CF/88). É como se a LOA autorizasse antecipadamente sua própria “expansão”, em certos pontos.

Espécie de crédito Suplementar Especial Extraordinário

Finalidade

Reforço de dotação orçamentária existente na LOA.

Atender à categoria de programação não contemplada na LOA.

Atender a Despesas Imprevisíveis e Urgentes.

Autorização

Prévia, podendo ser Incluída na própria LOA em lei específica

Prévia, em lei Específica. Sem necessidade Prévia.

Forma de Abertura

Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até o limite estabelecido em lei.

Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até o limite estabelecido em lei.

Por meio de Medida Provisória (União ou Estados e municípios que possuam essa previsão) ou Decreto (Estados e Municípios).

Recursos

Indicação obrigatória. Indicação obrigatória. Independe de Indicação, ou seja, é facultativa.

Valor/limite

Obrigatório, indicado na lei de autorização e no decreto de abertura.

Obrigatório, indicado na lei de autorização e no decreto de abertura.

Obrigatório, Indicado na Medida provisória (União) ou no Decreto (Estados e Municípios).

Vigência

Sempre no exercício financeiro em que foi aberto.

Em princípio, no exercício financeiro em que foi aberto.

Em princípio, no exercício financeiro em que foi aberto.

Prorrogação

Não permitida. Quando autorização nos últimos 4 meses do exercício financeiro.

Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro.

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Mas atenção!!

Os créditos extraordinários, nos estados federativos, pode também ser aberto por medida provisória, desde que haja previsão expressa em sua respectiva Constituição Estadual. A lei 4.320/64 (art. 44), entretanto, dispõe que a abertura dos créditos extraordinários é por decreto, logo fique atento ao enunciado da questão para verificar se há alguma referência legal.

EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANUALIDADE ORÇAMENTÁRIA (art. 167, § 2º, CF/88)

Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for PROMULGADO nos ÚLTIMOS QUATRO MESES daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 2º, CF/88).

O dispositivo normativo da CF/88, art. 167, § 2º, é coerente com os prazos de encaminhamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA no âmbito federal, que por sua vez deve ser encaminhado até 31/08. Imagine que um crédito especial (algo novo) ou extraordinário (algo urgente e imprevisível) foi autorizado depois do envio do PLOA ao Legislativo. Como incluí-lo no planejamento do ano seguinte, se o correspondente projeto já foi enviado ao Legislativo?

Observe que o princípio está relacionado ao intervalo de tempo de 12 meses, de 1º de janeiro e 31 de dezembro.

O ciclo orçamentário é maior que 1 ano, uma vez que, no ano 1, é elaborada a proposta orçamentária, que será discutida no Poder Legislativo e deverá ser devolvida para a sanção pelo chefe do Poder Executivo até o término da sessão legislativa; no ano 2, o orçamento será executado (as receitas efetivamente arrecadadas e as despesas realizadas); por fim, no ano 3, o orçamento será controlado, via processo de prestação de contas a ser

OBSERVAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

VIGÊNCIA ≠CICLO ORÇAMENTÁRIO A VIGÊNCIA É DE 1 ANO; O CICLO ORÇAMENTÁRIO É MAIOR E MAIS COMPLEXO!!!!!!!!!!

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encaminhado ao Poder Legislativo. Ou seja, o ciclo orçamentário começa no ano 1 e se encerra no ano 3, ultrapassando, portanto, o período de um ano. È possível afirmar, diante do exposto, que o exercício financeiro (período em que o orçamento é executado) é de 365 dias, coincidindo com o ano civil.

Cuidado para não vacilar na prova!!

A existência no ordenamento jurídico brasileiro do Plano Plurianual, com duração atual de quatro anos, não constitui exceção ao princípio da anualidade, pois referido plano é estratégico, e não operacional, necessitando da Lei Orçamentária Anual para sua operacionalização. Nesse sentido, pode-se afirmar que o PPA é abstrato; a LOA, por sua vez, é um planejamento concreto, eis que materializa os programas definidos no PPA.

3.4 Princípio da Unidade de Caixa ou Unidade de Tesouraria

Por meio do princípio da unidade de caixa ou unidade de tesouraria, todas as receitas orçamentárias convergem para uma conta única, sendo a ela recolhidas (última fase da receita orçamentária). Na União, essa conta contábil única é chamada Conta Única do Tesouro Nacional, que é mantida no BACEN, sendo operacionalizada, regra geral, pelo Banco do Brasil S.A. Ademais, obriga que os entes públicos recolham o produto de sua arrecadação em uma Conta Única, com a finalidade de facilitar a administração pública em um melhor controle e uma melhor fiscalização da aplicação desses recursos. Esse caixa único – CUTN – abriga todas as receitas orçamentárias (além das extraorçamentárias). No âmbito da União, este princípio é obedecido pela criação da Conta Única do Tesouro Nacional. Esta conta é mantida no Banco Central do Brasil, operacionalizada pelo Banco do Brasil S.A. (seu agente financeiro) e administrada (gerenciada) pela STN – Secretaria do Tesouro Nacional. Depreende-se, portanto, que os valores arrecadados pelo governo devem ser contabilizados em uma única conta caixa, evitando-se, dessa forma, a existência de caixas paralelos, fracionados. Apesar de o artigo 56 da lei nº 4.320/64 afirmar que todas as receitas deverão ser recolhidas à conta única do tesouro nacional em estrita observância ao princípio da unidade de caixa, vedadas quaisquer fragmentações para caixas especiais, existem exceções: os recursos dos fundos especiais criados por lei (FUNDEB, FMDA, FUNDET etc.) apresentam gestão descentralizada, não transitando pela Conta Única do Tesouro, além das receitas previdenciárias que também não ingressam na conta única do tesouro nacional.

3.5 Princípio do Orçamento-Bruto (PRINCÍPIO INFRACONSTITUCIONAL, art. 6º Lei nº 4.320/64)

De acordo com o Princípio do Orçamento Bruto, que complementa o da Universalidade, não são permitidas quaisquer compensações no orçamento público, sendo as receitas e as despesas apresentadas pelos seus totais (valores brutos), vedadas quaisquer deduções (art. 6º, lei nº 4.320/64). Orçamento Bruto não se confunde com

BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 6º, caput e § 1º, lei nº 4.320/64.

UNIDADE DE = CAIXA ÚNICO = CONTA CONTÁBIL

CAIXA DO TESOURO ÚNICA

BASE CONSTITUCIONAL: art. 164, § 3º, CF/88. BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 56, Lei nº 4.320/64 (PRINCÍPIO EXPRESSO)

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a Universalidade, mas a complementa. Enquanto esse estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do orçamento, aquele acrescenta a observação “pelos seus totais (valores brutos), proibidos constar na LOA importâncias líquidas”. Nesse sentido, se for o caso de se fazer uma dedução em uma receita, o ente público não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração das peças orçamentárias. Não importa se o saldo líquido será positivo ou negativo, o princípio do orçamento bruto impede a inclusão apenas dos montantes líquidos e determina a inclusão de receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. É bom que se diga que o princípio do orçamento bruto aplica-se indistintamente à LOA e aos créditos adicionais. De acordo com o § 1º, do mesmo artigo supracitado, as cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. Dessa forma, por exemplo, se a união transferir recursos, via convênio, para o estado do Ceará, para fins de realização de uma obra de infraestrutura, a união deverá contemplar essa transferência de capital como despesa em sua LOA, e o estado do Ceará como receita orçamentária de capital, transferência de capital, eis que o recurso está sendo recebido.

Vejamos outro exemplo prático:

Imagine a previsão de arrecadação de R$ 100.000,00 de receita de IPVA, no orçamento do Estado do Ceará, que, por determinação constitucional (art. 159, III) deve repassar 50% aos municípios onde os veículos tenham sido licenciados. Como seria a forma correta de apresentação da LOA cearense em atendimento ao princípio do orçamento bruto? Seria a seguinte:

a) Forma correta

Receita R$ Despesa R$

• IPVA 100.000,00 • Transferência aos municípios

50.000,00

b) Forma incorreta (apresentando o orçamento pelo valor líquido)

Receita R$ Despesa R$

• IPVA 50.000,00 • Transferência aos Municípios 0

Outro exemplo: Vamos supor que um determinado Estado da federação arrecade R$ 1.000,00 de ICMS, e seja obrigado a repassar aos municípios 25% deste montante. Em atendimento ao princípio do orçamento-bruto, na LOA, deve constar o total da previsão da receita (R$ 1.000,00) e, na despesa, R$ 250,00 (25% pertencente aos municípios). Não pode constar da peça orçamentária uma receita líquida de R$ 750,00, pois este procedimento violaria o referido princípio.

3.6 Princípio da Exclusividade ou da Pureza Orçamentária (PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL)

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, § 8º, CF/88. BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 7º, II, lei nº 4.320 /64)

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Criado pela CF/88, o princípio da pureza orçamentária está entre um da lista dos mais concursáveis. Segundo, não poderá a LOA estabelecer conteúdo alheio à matéria orçamentária (previsão de receita e fixação de despesa). A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não financeiras “caronas” sejam tratadas na lei orçamentária, aproveitando-se do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento. Em tempos passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar rapidamente, em pauta de votação, assuntos de seu interesse.

De acordo com o artigo 165, § 8º, CF/88, a LOA somente poderá conter matéria orçamentária (previsão de receita e fixação de despesa). Quaisquer outras matérias, regra geral, estarão proibidas de serem incluídas no bojo do orçamento público. Observe que a própria Carta Magna de 88 apresenta EXCEÇÕES, quais sejam: autorização para abertura de créditos suplementares (única modalidade de crédito adicional que poderá vir autorizada na LOA até determinado valor => combinar com art. 7º, I, Lei nº 4.320/64) e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (FAMOSA ARO), nos termos da lei (combinar com art. 7º, II, Lei nº 4.320/64). Esse dispositivo constitucional foi inserido somente a partir da edição da CF/88. Antes dela, porém, era prática comum os parlamentares inserirem quaisquer outras matérias estranhas à previsão de receita e à fixação da despesa no conteúdo da LOA, o que destoava a sua natureza orçamentária. Essas condutas eram realizadas em virtude de o processo legislativo orçamentário ser bem mais célere (rápido) que o processo legislativo das leis ordinárias comuns. Aproveitando a carona da LOA, os deputados e senadores inseriam matéria de direito penal, de direito processual, de direito ambiental, de direito tributário, matéria para criar cargos públicos, criar tributos, fixar remuneração de servidores etc. para serem aprovadas com maior celeridade. Era garantia de aprovação. Essas matérias estranhas à previsão de receita e à fixação de despesa orçamentária na LOA ficaram conhecidas por CAUDAS ORÇAMENTÁRIAS ou RABILONGOS. Portanto, não caia nessa: o examinador irá colocar, como já cobrou, na prova, que a partir da criação do princípio da exclusividade ficaram proibidas as caudas orçamentárias. Nesse caso, marque CORRETA!!!

3.7 Princípio da especificação ou especificidade ou discriminação

PALAVRA-CHAVE: DETALHAMENTO

A LÓGICA DO PRINCÍPIO SE RESUME AO SEGUINTE:

“ O orçamento precisa ser detalhado, especificado, para facilitar seu entendimento e acompanhamento”

Conforme o princípio da especificação ou da discriminação, o orçamento público deve ser detalhado, de modo que as receitas e as despesas devam ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos, o que facilita o acompanhamento e o controle do gasto público, evitando a conhecida “ação guarda-chuva”, que é a ação genérica, não detalhada, com demasiada flexibilidade. De acordo com o art. 5º da lei nº 4.320/64, a lei de orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente pessoal, serviços, material etc. Dotação global é o limite de um crédito não detalhado, como é o caso de outras despesas, despesas diversas, despesas gerais. Tais denominações estão terminantemente proibidas na LOA. Há exceções, entretanto: o parágrafo único do art. 20 se refere aos programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa, que se tivessem especificação detalhada, perderiam sua finalidade. Tais despesas são classificadas como despesas de capital e também chamadas de investimentos em regime de execução especial. O referido art. 20 ainda determina que os investimentos sejam discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Ademais, o § 4.º do art. 5.º da LRF estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade

BASE LEGAL: lei nº 4.320/64, art. 5º, c/c caput e parágrafo único do art. 20 e art. 15 e seu § 1º; art. 5º, § 4º, LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal.

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imprecisa, exigindo a especificação da despesa. Esse artigo apresenta outra exceção ao princípio em apreço, que é a dotação global destinada a financiar passivos contingentes e outros riscos fiscais imprevistos (além de poder ser fonte para créditos adicionais): reserva de contingência (art. 5.º, III, da LRF).

3.8 Princípio do Equilíbrio Orçamentário

“O equilíbrio pressupõe que a receita prevista na LOA deve ser igual à despesa nela fixada”

A regra do equilíbrio orçamentário (equilíbrio formal da LOA) assegura que as despesas autorizadas na LOA não serão superiores às receitas nela previstas. No próprio texto do art. 4º, I, alínea a, da LRF, há menção expressa de que a LDO disporá também sobre o equilíbrio entre receitas e despesas. A CF/1988 é realista quanto à possibilidade de ocorrer déficit orçamentário, caso em que as receitas sejam menores que as despesas. Assim, o princípio do equilíbrio não tem hierarquia constitucional. No entanto, contabilmente e formalmente o orçamento sempre estará equilibrado, eis que o déficit orçamentário estará suportado por operação de crédito que, conforme art. 3.º da Lei 4.320/1964, também devem constar do orçamento. A inclusão da reserva de contingência no orçamento também visa, entre outras finalidades, assegurar o atendimento ao princípio do equilíbrio no aspecto financeiro. O leigo, ao examinar o orçamento aprovado, percebe que o mesmo estará sempre contabilmente, e formalmente, em equilíbrio, eis que o total das receitas é exatamente igual ao total das despesas. No entanto, essa é uma forma simplista de se analisar o orçamento aprovado. Devem ser observadas as contas orçamentárias internamente, por meio de contas do Orçamento Corrente e de Capital. Nessas contas “escondem-se” os desequilíbrios orçamentários sob o ponto de vista econômico. Antes, sob a vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento chegou a ser firmado num dispositivo dessa Carta:

“Art. 66 – o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período”.

Não obstante o princípio do equilíbrio, para grande parte dos doutrinadores, ser vislumbrado no momento em que a LOA é aprovada, ocasião em que ocorrerá o equilíbrio matemático (receita prevista = despesa fixada), e no exercício financeiro em que o orçamento público é executado, ocasião em que deverá ocorrer o equilíbrio do fluxo de caixa do ente político, estando determinado em artigos da LRF (já mencionados), há autores que advogam a tese de o mesmo também constar implicitamente na CF/88, especialmente no art. 167, III (regra de ouro). Paulo Henrique Feijó, de forma diversa, afirma taxativamente que o princípio do equilíbrio orçamentário é atualmente um princípio doutrinário e não normativo.

3.9 Princípio da Não Vinculação (Não Afetação) da receita (ou da receita de impostos)

BASE INFRACONSTITUCIONAL: arts. 4º, 9º e art. 42, LRF. CUIDADO!! => o princípio do equilíbrio não tem hierarquia constitucional!!

BASE CONSTITUCIONAL: art. 167, IV.

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A LÓGICA DO PRINCÍPIO É :

“Os impostos, regra geral, não podem ser vinculados a órgãos, entidades, fundos ou despesas, sendo receitas tributárias de alocação livre”

Impostos Aplicação Desvinculada

Taxas e Contribuições Pode ser Vinculado

O princípio dispõe que nenhuma parcela da RECEITA DE IMPOSTOS poderá ser reservada ou comprometida para atender a determinadas despesas, a determinados órgãos ou a fundos específicos, RESSALVADAS as exceções constantes no próprio texto da Lei Maior. É bom lembrar que um orçamento demasiadamente comprometido perde sua flexibilidade, além de representar um risco ao bom planejamento abrindo espaço para sobra de recursos em programas de menor importância. Pretende-se, com o princípio, evitar que as vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento, porque receitas vinculadas a despesas tornam essas despesas obrigatórias. A principal finalidade do princípio em apreço é aumentar a flexibilidade na alocação das receitas de impostos. Mas cuidado: o princípio somente se refere aos impostos, eis que impostos são tributos de arrecadação não vinculada!!

O dispositivo normativo supramencionado elenca a regra do princípio orçamentário da não vinculação da receita de impostos, segundo o qual os impostos são receitas tributárias de alocação livre, vez que a regra, para eles, é a não vinculação ou não-afetação. Perceba que, no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio somente se refere aos impostos, o que nos faz concluir que poderá existir vinculação de taxa, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. Esse certamente é o princípio orçamentário mais “doloroso” para se estudar, eis que, a própria CF/88 prevê inúmeras exceções que, diga-se de passagem, constituem um rol taxativo. É bom lembrar que as exceções ao princípio somente podem estar previstas expressamente no texto da Carta Magna de 1988, não podendo, portanto, ser elencada em qualquer lei infraconstitucional, em constituição estadual, em lei orgânica municipal ou distrital. Novas exceções, por conseguinte, somente poderão ser criadas por meio de emenda à Constituição Federal. Isso, aliás, já foi cobrado inúmeras vezes em provas de certames públicos!! Além disso, não nos custa nada lembrar-lhes do mecanismo que permite ao governo o uso livre de 20% das receitas vinculadas de contribuições sociais, exceto as previdenciárias, do Orçamento da União: o mecanismo da DRU – Desvinculação das Receitas da União, prorrogado, até 2015, com a aprovação da proposta de emenda à CF/88 (PEC 114/2011). Ora, a DRU é um mecanismo fundamental para garantir a governabilidade, representando um caixa livre para manobras em um contexto de crise macroeconômica.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO!!!! • Repartição Constitucional das receitas tributárias dos Impostos: do IPI e do IR para constituição do FPE, FPM e

para programas de investimento das regiões Centro Oeste, Norte, Nordeste (FNE, FNO, FCO), Compensação pela exportação de produtos industrializados (IPI-EXP), CIDE, repartição de 25% do ICMS estadual para os municípios, de 50% do IPVA para municípios em que os veículos foram licenciados, de 50% do ITR federal para os municípios (sendo 100% quando os municípios arrecadarem e fiscalizarem referido imposto);

• Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Básico e da Valorização do Magistério (FUNDEB) – MÍNIMO COM EDUCAÇÃO (art. 212);

• Ações e serviços públicos de saúde (MÍNIMO COM SAÚDE => art. 198, § 2º); • Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação da receita (ARO) => art. 165, § 8º; • Atividades da Administração Tributária (art. 37, XXII => parte da receita de impostos pode ser destinada para

aferfeiçoamento da atividade tributária, inclusive pagamento de salários de fiscais); • Vinculação de impostos estaduais e municipais para prestação de garantia ou contragarantia à União

(contragarantia é a garantia que o Estado ou Município são obrigados a oferecer à União, quando esta concede uma garantia para uma entidade internacional, por exemplo, o Banco Mundial, referente a um empréstimo tomado por Estado ou Município) e para pagamento de débitos para com esta (art. 167, § 4º).

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3.10 Princípio da Programação

É um dos mais modernos princípios orçamentários que surgiu com a evolução dos conceitos e técnicas orçamentárias. De acordo com esse princípio, o orçamento deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como instrumento de administração do governo, facilitando a fiscalização, gerenciamento e, principalmente, o planejamento. Assevera ainda que, os programas nacionais, regionais e setoriais devem estar em consonância com o Plano Plurianual (PPA). É o princípio cuja observância serve de elo entre as funções de planejamento e de gerência da administração pública, sendo um verdadeiro princípio complementar segundo o qual a atuação do setor público em suas diferentes competências deve obedecer a planejamento prévio e à estruturação em programas. O orçamento deve expressar as realizações e os objetivos de forma programada e planejada (orçamento programa). O princípio da programação, portanto, decorre da necessidade da estruturação do orçamento em programas, dispondo que o orçamento deva ter o conteúdo e a forma de programação. Assim, alguns autores defendem que o princípio da programação não poderia ser observado antes da instituição do conceito de orçamento-programa. O princípio da programação vincula as normas orçamentárias à consecução e à finalidade do Plano Plurianual e aos programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento. Sendo mais objetivo, quando são alocados recursos na LOA e nela são fixadas as despesas orçamentárias, essas guardam vinculação com os programas do PPA (Plano Plurianual), de sorte que não existe despesa na LOA fora de categoria de programação.

3.11 Princípio da Publicidade Orçamentária

O princípio da publicidade, além de ser administrativo (art. 37, CF/88), também é orçamentário, pois as decisões sobre orçamento só têm validade após a sua publicação em órgão da imprensa oficial. É condição de eficácia do ato a divulgação em veículos oficiais de comunicação para conhecimento público, de forma a garantir a transparência na elaboração e execução do orçamento. Assim, tem-se a garantia de acesso para qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes. Como interessados nas informações orçamentárias, os cidadãos precisam exercer o controle social dos recursos que “entregam” ao Estado, por meio dos tributos. Nesse sentido, para que isto se torne possível, é necessário que o orçamento seja publicado em obediência ao princípio da Publicidade, insculpido no artigo 37 da CF/88. A publicidade ideal envolve questões ligadas à clareza, ou seja, o maior número de pessoas deveria ter acesso e entender as informações contidas no orçamento. A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal - estabelece a obrigatoriedade de serem publicados os seguintes instrumentos (art. 48): os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (art. 165, § 3º) e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, § 4º e § 7º; art. 166, § 3º e § 4º; art. 167, I e § 1º. BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, caput, art. 26, art. 27 e art. 49, da lei nº 4.320/64; art. 5º, LC nº 101/00 (LRF)

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, § 3º. BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 48, art. 52 e art. 5 5, § 2º, LC nº 101/00 (LRF).

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3.12 Princípio da Legalidade Orçamentária (PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL)

O princípio da Legalidade, sob o prisma estritamente administrativo, está previsto no inciso II do art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF/88): “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”

Sob o prisma orçamentário, está delineado no artigo 165, I, II e III e no artigo 166 da Carta Magna de 1988 (leia-os). Analisando o conteúdo dos dispositivos, é possível inferir que todas as matérias orçamentárias (orçamento público, diretrizes orçamentárias, plano plurianual, créditos adicionais suplementares e créditos adicionais especiais) estão previstas em lei strictu senso e, portanto, devem ser aprovadas pelo Poder Legislativo, e por maioria simples, eis que são leis ordinárias. Mais que isso, são leis especiais. A única matéria orçamentária não prevista em lei strictu senso é a previsão de créditos adicionais extraordinários, na união, em medida provisória e, nos estados, municípios e no distrito federal, em decreto do poder executivo. É bom que se diga que os entes políticos subnacionais também podem abrir crédito adicional extraordinário por meio de medida provisória. Entretanto, é condição necessária que seja expressamente prevista essa possibilidade na constituição estadual e/ou na lei orgânica respectiva, conforme o caso.

3.13. Princípio da Clareza (PRINCÍPIO EXCLUSIVAMENTE DOUTRINÁRIO)

Estabelece que o orçamento público deva ser apresentado em linguagem clara e compreensível, inteligível, a todas as pessoas que se interessarem, direta ou indiretamente, pelo seu acompanhamento. O orçamento, para ser controlado de forma eficaz, precisa ser expresso de forma ordenada, completa e clara de forma que o cidadão mediano possa compreender claramente, e de forma compreensível, as informações relativas à execução orçamentária da receita e da despesa para efetuarem a fiscalização orçamentária com eficiência, eficácia e efetividade. Mas cuidado: o princípio da clareza não proíbe a existência de tecnicidades no orçamento público. O próprio processo de previsão de receitas e fixação das despesas é revestido de tecnicidades.

3.14. Princípio da Proibição do Estorno de Veras (ou do não estorno)

O princípio da proibição do estorno determina que o gestor público não pode transpor, remanejar ou transferir recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem autorização legislativa prévia. Quando houver insuficiência ou carência de recursos, deve o Poder Executivo recorrer à abertura de crédito adicional ou solicitar a transposição, o remanejamento ou a transferência, o que deve ser feito com

EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ORÇAMENTÁRIA!!!! ! ABERTURA DE CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS PARA ATENDER DESPESAS IMPREVISÍVEIS E URGENTES (Art. 167, §3º da CF). Este tipo de crédito é aberto por medida provisória ou decreto, instrumentos à disposição do chefe do Poder Executivo, conforme o caso!!!!

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, I, II e III e art. 1 66, caput; art. 167, I; EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO => art. 167, § 3ºc/c art. 62, § 1º, I, d. BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 42.

BASE CONSTITUCIONAL: art. 167, VI, VIII, X, XI, CF/ 88.

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autorização do Poder Legislativo. A importância do princípio está em evitar, no decorrer do exercício financeiro, a desconfiguração da LOA aprovada pelo Congresso Nacional. Para tanto, é necessário autorização legislativa. Por categoria de programação deve-se entender a função, a subfunção, o programa, o projeto/atividade/operação especial e as categorias econômicas de despesas. Em geral, essa solicitação é encaminhada pelos órgãos setoriais de orçamento para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), onde é efetuada a análise do pedido de transposição, remanejamento ou transferência de categoria de programação para outra ou de um órgão para outro.

3.15. Princípio da Quantificação dos créditos orçamentários

De acordo com o princípio da quantificação, o Poder Legislativo não pode conceder um “CHEQUE EM BRANCO” para o Poder Executivo. Isso quer dizer que a LOA não poderá autorizar os órgãos e as entidades da administração Pública a executar um crédito ilimitado. Não poderá nem mesmo ser aprovado um crédito ilimitado. Caso chegue ao conhecimento do Legislativo, deverá ser rejeitado. Todo crédito orçamentário (inicial ou adicional) deverá, obrigatoriamente, ser limitado por uma dotação. Nesse sentido, são inadmitidas quaisquer dotações ilimitadas para um determinado crédito, sem quaisquer exceções.

3.16. Princípio da precedência (princípio exclusivamente doutrinário)

Segundo o princípio da precedência, a aprovação das leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA), deve ocorrer antes do exercício financeiro a que se refere. O art. 35, § 2º, ADCT, CF/88 determina que as leis orçamentárias sejam encaminhadas, votadas e aprovadas num determinado exercício financeiro para vigorarem no exercício seguinte (ou nos seguintes, no caso do PPA). Exceção => os créditos adicionais são autorizados, abertos e executados durante o mesmo exercício financeiro. Na prática orçamentária brasileira, entretanto, houve anos em que o orçamento foi aprovado no mesmo ano de sua vigência. Isso ocorreu, por exemplo, no exercício financeiro de 2013, o que representa manifesta afronta ao princípio da precedência e ao da anualidade. De acordo com o princípio, a despesa orçamentária deve ser aprovada, pelo Poder Legislativo, previamente à sua execução, pois é dever dos parlamentares aprovar todas as leis orçamentárias nos prazos estabelecidos (atualmente, estão no art. 35, § 2º, ADCT). De acordo com a doutrina dominante do Direito Financeiro, o princípio da precedência, atualmente, estaria conjugado com o princípio orçamentário da anualidade.

3.17. Princípio da uniformidade ou da padronização (princípio exclusivamente doutrinário)

O orçamento deve manter uma padronização ou uniformidade mínima na apresentação de seus dados, de forma a permitir que os usuários realizem comparações entre os diversos períodos. É bom que se diga que o princípio da uniformidade não é mais adotado pela doutrina dominante do direito financeiro como princípio orçamentário.

3.18 Princípios Gerais e Específicos (classificação do doutrinador Lino Martins da Silva)

De acordo com o doutrinador Lino Martins da Silva (2008), os princípios objetivam assegurar o cumprimento dos fins a que se propõe o orçamento, o qual é dividido em duas partes, receitas e despesas, tanto no aspecto jurídico como no aspecto contábil. Em decorrência disso, os princípios podem ser resumidos em duas dimensões: gerais e

BASE CONSTITUCIONAL: art. 167, VII, CF/88; BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 59, lei nº 4.320/64.

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específicos. Os princípios gerais são relacionados tanto a receita quanto a despesa. Podem ser materiais ou formais.

• Materiais ou substanciais: são os relacionados à essência do processo orçamentário. São eles: equilíbrio, exclusividade, universalidade, unidade, anualidade (já foi cobrado em provas de concursos). Atualmente, é possível acrescentarmos os seguintes princípios: orçamento bruto, quantificação dos créditos orçamentários e proibição do estorno.

• Formais ou de apresentação: dizem respeito a formalidades, as quais não alteram o conteúdo da LOA: especificação, publicidade, clareza, uniformidade e precedência. Além disso, atualmente, pode-se acrescentar os princípios da programação e o da legalidade.

Já os princípios específicos são relacionados apenas à receita: princípio da não afetação de receitas e da legalidade de tributação, que não é mais adotado pela doutrina dominante como princípio orçamentário.

MÓDULO IV - RECEITA PÚBLICA

4. Conceitos de Receita Pública Orçamentária e Extra-orçamentária e MTO 2014

O Estado, para fazer face às suas obrigações, necessita de recursos que podem ser obtidos junto à coletividade por meio da imposição tributária, de contribuições ou, até mesmo, da obtenção de empréstimos ou financiamentos (operações de crédito) para financiar despesas de capital (gastos em infraestrutura, em investimentos, em inversões financeiras, em aquisição de bens de capital, de material permanente). O conjunto desses recursos é que se chama receita pública ou receita pública orçamentária. É por meio dela que o Estado poderá atender às demandas diversas da sociedade, como saúde, educação, segurança, transporte, defesa etc. A receita pública, portanto, corresponde a todo recebimento ou ingresso de recursos financeiros arrecadados pela entidade com o fim de ser aplicado em políticas públicas diversas, ou seja, todo recurso obtido pelo Estado para atender as despesas públicas. Cabe ressaltar, no entanto, que o Estado arrecada recursos que são incorporados definitivamente ao patrimônio; a estes chamamos de receitas orçamentárias, e arrecada recursos que serão restituídos no futuro, caracterizando-se em simples ingressos permutativos financeiros ou de caixa, denominados receitas extraorçamentárias. Há que se distinguir, ainda, nas chamadas receitas orçamentárias, duas modalidades de recebimentos: as receitas efetivas, que se caracterizam por entradas de numerários sem as correspondentes saídas de outros elementos patrimoniais, e os recebimentos que decorrem da exclusão de valores ou bens patrimoniais, denominados receitas por mutação patrimonial.

Sob o prisma do MTO – 2014 (Manual Técnico Orçamentário), a receita é desdobrada em dois conceitos: em sentido amplo (lato senso) e em sentido estrito (strictu senso). Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários (receitas extraorçamentárias), quando representam apenas entradas compensatórias (permutativas) no ativo financeiro e no passivo financeiro, sendo recursos financeiros recebidos pelo Estado porém de propriedade de terceiros, atuando o Estado como fiel depositário. Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias. Observe o quadro resumo dos dois conceitos de receita segundo o MTO 2014:

RECEITA PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO (lato sensu)

Quaisquer entradas ou ingressos de recursos financeiros (regime de caixa => art. 35, I, lei nº 4.320/64) a qualquer título, em certo período de tempo, que o Estado pode utilizar, OU NÃO, para financiar seus gastos, podendo ou não se incorporar ao seu patrimônio e independente de haver contrapartida no passivo. Esse conceito contempla as RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS e as RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS. Exemplos: receitas tributárias, receitas de contribuições, operações de crédito, operações de crédito por antecipação de receita -

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ARO, cauções recebidas em dinheiro etc.

RECEITA PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO (stricto sensu):

Contemplam todas as entradas ou ingressos de recursos financeiros nos cofres públicos, em certo período de tempo, que se incorporam ao patrimônio público sem compromisso de devolução posterior, podendo ser aplicado em despesas públicas. Esse conceito abrange APENAS as RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS. Exemplos: alienação de bens, receita de contribuições etc.

4.1 Receita Orçamentária e Receita Extraorçamentária (classificação quanto à forma de ingresso ou quanto à natureza)

De acordo com o MTO 2014, receitas orçamentárias correspondem às disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, VIA DE REGRA, por força do princípio da universalidade, estão previstas na LOA. Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar a previsão de arrecadação das receitas, a mera ausência formal desse registro não lhes retiram o caráter orçamentário, haja vista o art. 57 da Lei nº 4.320, de 1964, classificar como receita orçamentária toda receita arrecadada que represente ingresso financeiro orçamentário, inclusive a proveniente de operações de crédito. Galera, preste muita atenção ao que vou lher dizer: o Manual Técnico Orçamentário 2014

(MTO 2014) adota a definição no sentido estrito; dessa forma, quando houver, no MTO 2014, citação ao termo “receita pública”, implica referência às “receitas orçamentárias”. Nesse mesmo sentido, quando você, concurseiro, ao fazer a prova do concurso ATA 2014, estilo ESAF, verificar que mencionaram a expressão receita pública, lembre-se: o examinar, certamente, estará referindo-se à receita pública orçamentária! Eis que a tua prova tem por parâmetro o MTO 2014. O CESPE, também, utiliza a mesma linha de raciocínio.

RECEITA ORÇAMENTÁRIA RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Conceito: entrada de recursos financeiros nos cofres Públicos que pode ser aplicado em despesas orçamentárias.

Conceito: recursos financeiros que ingressam transitoriamente nos cofres públicos, porém não podem ser aplicados em despesas orçamentárias.

Características:

• Ingresso definitivo de recurso;

• Recurso pertence à Administração Pública;

• Pode o Estado gastar o recurso que entrou;

• Incorpora-se permanentemente ao patrimônio público;

• Estado tem a posse e a propriedade;

• O Estado não atua como fiel depositário, pois o recurso é público;

• Prevista, ou não (art. 57, lei nº 4.320/64), na LOA ou em Lei de Crédito Adicional;

• Poderá provocar surgimento de Passivo

Características:

• Ingresso transitório de recurso;

• Recurso pertence a terceiros;

• Não pode o Estado gastar o recurso que entrou;

• Não se incorpora ao patrimônio público, eis que é de propriedade de terceiros;

• Estado detém apenas a posse;

• Estado atua como fiel depositário, eis que tem a posse, porém não a propriedade;

• Fora de previsão da LOA, porém a LOA poderá autorizar a contratação de ARO (receita extra);

• Sempre provoca surgimento de passivo financeiro

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Permanente (Dívida Fundada) => se for uma receita de operações de crédito;

• Pode gerar FATO PERMUTATIVO (se a receita orçamentária for não efetiva);

• Regra geral, será gasto em despesa orçamentária (exceção: quando o recurso não é gasto => orçamento autorizativo);

• Segue fases ou estágios, além de etapas (tópico seguinte);

• Segue critérios de classificação na LOA: receita corrente e receita de capital (classificação por categoria econômica) etc;

• É receita nos dois conceitos (amplo e estrito);

• Exemplos: receitas correntes (MNEMÔNICO: TRIBUTA COM P A I S T O) e receitas de capital (OPERA ALI AMOR TRANSFERÊNCIAS OUTRAS), art. 11, lei nº 4.320/64;

• Contabilizadas pelo regime orçamentário de caixa (art. 35, I, lei nº 4.320/64).

(dívida flutuante);

• Corresponde a uma entrada compensatória (permutativa) de ativo financeiro e de passivo financeiro (art. 3º, § único, lei nº 4.320/64) => sempre gera FATO PERMUTATIVO (PL constante);

• Será devolvido (restituído) como despesa extraorçamentária (exceção: quando se converte em receita orçamentária);

• Não passa por estágios, tampouco por etapas;

• Não segue critérios de classificação na LOA

• Segue apenas classificação contábil no plano de contas;

• Somente é receita em sentido amplo (lato sensu).

• Exemplos: obtenção de ARO (antecipações de receitas orçamentárias), cauções recebidas em dinheiro, consignações e retenções em folha de pagamento, inscrição em restos a pagar (art. 103, § único, lei nº 4.320/64), emissão de moeda e os do art. 3º, § único, lei nº 4.320/64.

• Contabilizadas pelo regime de caixa.

Fonte próprio autor: Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva

Mas atenção!

1) O que diferencia a receita orçamentária da receita extraorçamentária não é o fato de estarem previstas ou não na LOA, eis que existem receitas que, apesar de serem orçamentárias, não estão previstas, conforme disposição expressa do artigo 57 da lei nº 4.320/64 (leia-o). Amigos, podemos citar como exemplos de receitas orçamentárias não computadas como item de previsão na LOA: excesso de arrecadação, doação em dinheiro recebida durante o exercício financeiro, contratação de operação de crédito não prevista na LOA (mas em lei especial). Alexandre, então qual o divisor de águas entre receita orçamentária e receita extraorçamentária?? O critério diferenciador é: se o recurso pode ser gasto no financiamento de políticas públicas, então será orçamentário; caso contrário, será extraorçamentário.

2) As operações de crédito são receitas orçamentárias e as operações de crédito por antecipação de receita são receitas extraorçamentárias.

3) Uma receita extraorçamentária pode se tornar orçamentária. Por exemplo, pode ser exigido de um licitante um depósito em caução para a participação em uma licitação. No momento do recebimento, o depósito em caução é uma receita extraorçamentária do órgão, sujeito, portanto, à devolução futura. Se o licitante vencedor não honrar, no prazo previsto, o compromisso assumido, objeto do contrato administrativo assinado, perderá a caução em favor do erário, que a incorporará como receita orçamentária. Uma receita extraorçamentária, portanto, excepcionalmente, poderá se converter em receita orçamentária; a recíproca, porém, nunca será verdadeira.

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4) Vários autores utilizam, nessa classificação, o termo natureza, a meu ver impropriamente, eis que o candidato pode confundir com a classificação por natureza da receita. Entendo, portanto, que o mais apropriado é chamar essa classificação quanto à forma de ingresso, ok, meus amigos?

4.2 Estágios (Fases) e Etapas da Receita Orçamentária - Tabela comparativa

Vimos na tabela anterior (tópico 4.1) que a receita orçamentária percorre um conjunto de fases até o seu efetivo ingresso na conta única do tesouro (recolhimento), ocasião em que o dinheiro já está disponível para ser gasto em políticas públicas necessárias ao bem comum.

ESQUEMA MNEMÔNICO DOS CINCO EXEMPLOS DE RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS (REO) MAIS COBRADOS EM CERTAMES

� ARO – operações de crédito por antecipação da receita orçamentária; � Cauções em dinheiro recebidas; � Depósitos de terceiros em garantia; � consignações em folha de pagamento; � salários de servidores não-reclamados; � retenções em folha de pagamento não pagas e que dependam de repasses aos credores dos recursos(INSS, FGTS); � valores recebidos de bens de ausentes; � valores registrados em depósitos de diversas origens(na conta corrente do governo) de que não se sabe a

procedência, que reúnem os depósitos administrativos e judiciais; � inscrições em restos a pagar; � o serviço da dívida a pagar (são restos a pagar processados derivados da execução da dívida fundada); � os saldos em poder dos fundos especiais; � os demais valores ou ingressos de recursos financeiros, obtidos em caráter temporário com características de

transitoriedade e classificação da obrigação no passivo.

EXCEPCIONALMENTE A RECEITA EXTRORÇAMENTÁRIA PODERÁ SE TRANSFORMAR EM RECEITA ORÇAMENTÁRIA

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As etapas da receita orçamentária estão em conformidade com Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – Parte I (2013)

Fonte próprio autor =>Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva

ESTÁGIOS CARACTERÍSTICAS ETAPAS CARACTERÍSTICAS

Previsão ELA

BO

RA

ÇÃ

0

Art. 30, Lei nº 4.320/64, Metodologia de estimativa

de receita. Parâmetro: os três últimos

exercícios financeiros, pelo menos.

PLANEJAMENTO

Metodologia de projeção das receitas orçamentárias.

Estimativa da Receita

Lançamento

ESTÁG

IOS D

E EXEC

ÃO

DA

REC

EITA.

Art. 53, Lei nº 4.320/64, Lançamento direto ou unilateral

ou de ofício (autoridade competente).

Momento em que surge o crédito tributário.

Reestimativa da Receita

EXECUÇÃO

Lançamento Fiscal

Arrecadação Art. 35, II combinado c/ arts. 55 e art. 57, Lei nº 4.320/64,

momento em que o crédito tributário

ou não tributário da administração

pública é extinto. Só há a propriedade

do recurso público, pois a posse está

com agente arrecadador. Reconhecimento contábil da

receita orçamentária (regime de caixa).

Arrecadação

Recolhimento

Recolhimento

Art. 56, lei nº 4.320/64 combinado c/

Art. 164, § 3º, CF/88, Ingresso efetivo na Conta Única

do Tesouro, recurso disponível para

ser aplicado, a administração tem a

posse e a propriedade do recurso.

CONTROLE E AVALIAÇÃO

Controle e Avaliação

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4.3 Estágios (Fases) da Receita Orçamentária conforme Lei nº 4.320/64

Para efeito de memorização de palavras chaves dos dispositivos normativos citados na tabela acima, segue-os:

Art. 30 - A ESTIMATIVA da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos TRÊS últimos exercícios, pelo menos, bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita. Art. 35 - Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele ARRECADADAS; Art. 52 - SÃO OBJETO DE LANÇAMENTO os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53 - O LANÇAMENTO da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do CRÉDITO FISCAL e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Art. 55 - Os AGENTES DA ARRECADAÇÃO devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.

§ 1º - Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data e assinatura do agente arrecadador.

§ 2º - Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56 - O RECOLHIMENTO de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao PRINCÍPIO DE UNIDADE DE TESOURARIA, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Art. 57 - Ressalvado o disposto no parágrafo único do Art. 3º desta Lei serão classificadas como RECEITA ORÇAMENTÁRIA, sob as rubricas próprias, todas as receitas ARRECADADAS, inclusive as provenientes de operações de crédito, AINDA QUE NÃO PREVISTAS NO ORÇAMENTO.

4.4 Etapas da Receita Orçamentária conforme MTO 2014

Aos alunos que prestarão o concurso do ATA 2014, cargo de assistente técnico administrativo, é importante mencionar que o MTO 2014 denominou de etapas o que a doutrina de direito financeiro chama de estágios ou fases (tabela do tópico 4.2). Nesse sentido a previsão, o lançamento, a arrecadação e o recolhimento são, conforme MTO 2014, etapas da receita orçamentária. Observem os trechos extraídos literalmente do referido documento.

As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento. De acordo com o MTO 2014:

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4.4.1 Previsão

Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. O modelo dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no processo. A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.

4.4.2 Lançamento

O art. 53 da Lei nº 4.320, de 1964, define o lançamento como ato da repartição competente (lançamento direto, de ofício ou unilateral) que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, conforme o art. 142 do CTN – Código Tributário Nacional, lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Este ato está definido no Código Tributário Nacional – CTN. Consiste na identificação do sujeito passivo, do objeto, do quantum (montante) etc. Na prática, ocorre, por exemplo, quando o Secretário da Fazenda inscreve (lança no sistema) a dívida de IPTU de um determinado contribuinte proprietário de imóvel na área urbana. Nesse caso específico do IPTU, em que o lançamento fiscal ocorre anterior ao pagamento, essa modalidade é conhecida como lançamento de ofício. As outras são: “por declaração” , quando o contribuinte informa ao Poder Público a situação passível de tributação, sendo conferida posteriormente pelos agentes fiscais (caso do Imposto de Renda – IR), e “por homologação”, quando a autoridade fazendária reconhece o pagamento do tributo (ISS ou ICMS), verifica as condições da operação e ratifica sua legalidade e exatidão.

EXCEÇÃO ÀS ETAPAS DA RECEITA Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de Receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas, como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos

CUIDADO!!!! Não se trata aqui de lançamento contábil, e sim do lançamento do crédito tributário, identificando o valor e o contribuinte que irá pagar os tributos e demais receitas passíveis de lançamento, incorporadas na previsão das receitas estimadas na Lei Orçamentária Anual.

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4.4.3 Arrecadação

Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320, de 1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas. A receita orçamentária será contabilizada no momento da arrecadação, apesar de o recurso somente ingressar efetivamente na conta do tesouro quando ocorrer o recolhimento.A arrecadação se dá quando o contribuinte vai até os agentes arrecadadores(repartições fiscais e redes bancárias autorizadas) e faz o pagamento do carnê-leão, da guia do IPTU ou da Previdência Social, por exemplo. É nesse estágio que a receita é considerada realizada, nos termos da Lei nº 4.320/64. Por uma questão de prudência, não é recomendável a execução orçamentária de valores ainda não-arrecadados, simplesmente em função de estarem previstos na LOA, uma vez que o cidadão, em função de problemas pessoais, ou mesmo, em decorrência de conjunturas econômicas, pode não quitar suas obrigações junto ao Fisco.

4.4.4 Recolhimento

Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320, de 1964, a seguir transcrito:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

O recolhimento compreende a entrega, diariamente, do produto da arrecadação pelas referidas repartições e estabelecimentos bancários ao Banco do Brasil para crédito da Conta Única do Tesouro Público, mantida no Banco Central e operacionalizada pelo Banco do Brasil. Tal recolhimento à conta única do ente é uma exigência do princípio da Unidade de Caixa(ou Unidade de Tesouraria), acima transcrito. Somente mediante o recolhimento, em conta específica, é que se pode dizer que os recursos estarão efetivamente disponíveis para utilização pelos gestores, de acordo com a programação que for estabelecida.

5. Classificação das Receitas Orçamentárias

Pode ser classificada segundo diferentes critérios, quais sejam:

5.1 Quanto à vinculação ao orçamento (orçamentária e extraorçamentária);

5.2 Quanto à categoria econômica (corrente e capital => art. 11, lei nº 4.320/64);

5.3 Quanto à coercitividade.

5.4 Classificação da Receita Orçamentária por natureza

5.5 Quanto à afetação patrimonial (impacto no patrimônio líquido);

5.6 Quanto ao poder de tributar (competência);

5.7 Quanto à regularidade (uniformidade);

Especificamente para os concursos do TJ CE 2014, cargo de técnico e para o concurso do ATA 2014, somente irão nos interessar as classificações 5.1 (já estudada), 5.2, 5.3 e 5.4. As demais não mencionaremos nesse material. Vamos, portanto, explicar a classificação 5.2, quanto à categoria econômica.

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5.2 Classificação da receita orçamentária quanto à categoria econômica

Quanto à categoria econômica (art. 11, lei nº 4.320/64), as receitas são classificadas em receitas correntes e receitas de capital. A categoria econômica representa o primeiro nível de codificação da receita orçamentária por natureza. Essa classificação, na verdade, corresponde ao primeiro nível da CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA - Categoria Econômica da Receita Orçamentária.Este nível da classificação por natureza obedece ao critério econômico. É utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). É codificada e subdividida da seguinte forma:

1. Receitas Correntes;

2. Receitas de Capital;

7. Receitas Correntes Intraorçamentárias;

8. Receitas de Capital Intraorçamentárias.

Apesar de existirem quatro desdobramentos do primeiro nível, na verdade, somente existem duas categorias econômicas, conforme art. 11, lei nº 4.320/64, quais sejam: corrente e capital. Cada categoria econômica é desdobrada em subcategorias econômicas, quais sejam

FRASE MNEMÔNICA PARA RECEITAS CORRENTES→ TRIBUTA CON P A I S T O

FRASE MNEMÔNICA PARA RECEITAS DE CAPITAL→ OPERA ALI OUTRAS TRANSFERÊNCIAS AMOR

Duas subcategorias econômicas são comuns às duas categorias: As Transferências e Outras Receitas, que serão corrente ou de capital conforme o caso!!!!

RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL

1. TRIBUTÁ ria 2. CON tribuições 3. P atrimonial 4. A gropecuária 5. I ndustrial 6. S erviços 7. Transferências Correntes 8. Outras Receitas Correntes

1. OPE rações de Crédito 2. ALI enação de Bens 3. AMOR tização de Empréstimos 4. Transferências de Capital 5. Outras Receitas de Capital

Informação capciosa!!!! A classificação quanto à categoria econômica aplica-se, tão-somente, às receitas orçamentárias, ficando de fora dessa classificação as receitas extra-orçamentárias (ingressos extra-orçamentários).

Não são novas categorias econômicas!!!

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5.2.1 Receitas Correntes e Receitas de Capital – definição legal (lei nº 4.320/64)

O SUPERÁVIT DO ORÇAMENTO CORRENTE é receita de capital, porém não é item de receita orçamentária (art. 11, § 3º, lei nº 4.320/64). Segundo a Lei 4.320/1964, o superávit do Orçamento Corrente resulta do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, porém não constituirá item de receita orçamentária. Isso ocorre para evitar a dupla contagem, porque as receitas e as despesas que compõem o superávit do orçamento corrente (receita de capital) já foram apuradas e computadas no orçamento corrente, não podendo ser computado novamente como receita orçamentária. Por exemplo, ao final de 2010, em determinado ente, a diferença entre as receitas correntes arrecadadas, no valor de R$ 100 milhões, e as despesas correntes realizadas (empenhadas), de R$ 80 milhões, é considerada superávit do orçamento corrente e receita de capital. Esse excesso de R$ 20 milhões é receita de capital, conforme lei, pois, geralmente, o excesso de receitas correntes em relação às despesas de capital é utilizado para financiar despesa de capital, ou seja, para cobrir déficit de capital.

ARTIGO 11, LEI Nº 4.320/64

§ 1º - São RECEITAS CORRENTES as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

ARTIGO 11, LEI Nº 4.320/64 § 2º - São RECEITAS DE CAPITAL as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente.

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5.2.1.1 Receitas Correntes – definições doutrinárias e do Manual da Receita Nacional

Do ponto de vista doutrinário, receitas correntes são recursos arrecadados pelo Estado que tem como destinação a manutenção dos serviços legalmente criados. São os recursos recebidos de pessoas de Direito Público ou Privado, destinados aos gastos correntes ou de consumo, obtidos nas transações efetivadas pelas entidades da Administração Pública que não resultem em “sacrifício patrimonial”, ou seja, são recursos obtidos por meio das receitas efetivas, derivadas ou originárias e outras complementares, tais como: a tributária, a patrimonial, industrial, transferências correntes etc.

De acordo com o manual das receitas públicas, as receitas correntes são os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. São denominados de receitas correntes porque não têm suas origens em operações de crédito, amortização de empréstimos e financiamentos nem alienação de componentes do ativo permanentes. Elas são derivadas do poder de tributar ou resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários. Têm características intrínsecas de atividades que contribuem para a finalidade fundamental dos órgãos ou entidades públicas, quer sejam operacionais ou não operacionais.

5.2.1.1.1Subcategorias econômicas de receitas correntes

� Receitas Tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria (somente as três espécies tributárias do CTN)

� Receitas de Contribuições: é o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.Podem ser: Contribuições Sociais (Ex.: COFINS, Salário Educação, CPMF, Contribuições sobre Receitas de Concursos de Prognósticos, Contribuições Previdenciárias para o RPPS e RGPS, Contribuições para os Serviços Sociais Autônomos – SESI, SESC, SENAI etc, PIS/PASEP, CSLL etc, e Contribuições Econômicas(Cota-parte do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante, Contribuição sobre a Receita das Empresas

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!! Apesar de grande parte da doutrina e da jurisprudência entender que, à luz da CF/88, os empréstimos compulsórios têm natureza tributária, para efeito de classificação orçamentária, deverão ser observadas as disposições da Lei nº 4.320/64, que classifica as empréstimos compulsórios como receitas de capital (operações de crédito).

CAPCIOSÍSSIMA !!!!! O Superávit do Orçamento Corrente, nos termos do art. 11, §3º da Lei nº 4.320/64, é o resultado do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado em Balanço Orçamentário; é considerado Receita de Capital, mas NÃO CONSTITUI ITEM DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA. Este regramento permite que o orçamento corrente financie o orçamento de capital. O fato de não constituir item da receita orçamentária se dá para evitar a dupla contagem, vez que já fora considerado no orçamento corrente. Exemplos: Receita Corrente = 100 Despesa Corrente = 50 Receita de Capital = 100 Despesa de Capital = 150 Total 200 200 SUPERÁVIT DO ORÇAMENTO CORRENTE = 50

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Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, PIN, PROTERRA, CIDE-Combustíveis etc).

� Receita Patrimonial: resultante da utilização, por terceiros, dos elementos patrimoniais: aluguéis, arrendamentos, foros e laudêmios (receitas imobiliárias), juros de títulos de renda, juros de aplicação financeira, dividendos e outras participações em capital de outras empresas(receitas de valores mobiliários), taxas de ocupação de imóveis, receitas de concessões e permissões(outorga de serviços públicos).É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

� Receita Agropecuária: é o ingresso proveniente de atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura(cultivo do solo), da pecuária(criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos.

� Receita Industrial: É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

� Receitas de Serviços: É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento e dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.

� Transferências Correntes: recursos recebidos de outras pessoas de Direito Público ou Privado, independentemente da contraprestação direta de bens ou serviços, desde que o objetivo seja aplicação em despesas correntes. Exemplo: FPE e FPM recebidos pelos Estados e Municípios, respectivamente. Podem ocorrer em nível intragovernamental, intergovernamental e, ainda, decorrer de transferências de instituições privadas e de pessoas.

� Outras Receitas Correntes: ingressos de outras origens não classificados nas categorias anteriores para atendimento de despesas correntes. Consiste na arrecadação de multas(exceto as tributárias), indenizações e restituições, receitas da dívida ativa tributária e não tributária, juros de mora, alienação de bens apreendidos sobre tributos e outras receitas diversas. As multas em geral são classificadas nesta rubrica, além da indenização da Petrobrás paga a Estados e a Municípios pela exploração de petróleo, xisto betuminoso, gás.O recebimento de um imposto inscrito em dívida ativa tributária é classificado como outras receitas correntes, porém, o recebimento do tributo no prazo legal é receita corrente tributária.

5.2.1.1.2 Dívida Ativa

São os créditos da Fazenda Pública de natureza tributária (proveniente da obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias) ou não tributária (demais créditos da fazenda pública) exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como ―outras receitas correntes. A Dívida Ativa

Apesar de grande parte da doutrina e da jurisprudência entender que, à luz da CF/88, as receitas de contribuições sociais têm natureza tributária, para efeito de classificação orçamentária, deverão ser observadas as disposições da Lei nº 4.320/64, que classifica as contribuições sociais como receitas correntes de contribuições, e não como receita corrente tributária.

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abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas. É uma fonte potencial de fluxos de caixa, com impacto positivo pela recuperação de valores, espelhando créditos a receber, sendo contabilmente alocada no Ativo.A Dívida Ativa não pode ser confundida com a Dívida Pública, que é a Passiva (Flutuante e Fundada), que representa as obrigações do Ente Público para com terceiros. A Dívida Ativa abrange tão somente os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas acordadas. Compreende, além do valor principal, atualização monetária, juros, multa e demais encargos previstos. Portanto, a incidência desses acréscimos, previstos desde a Lei 4.320/1964, é legal e de ocorrência natural, cabendo o registro contábil oportuno.

“Art.39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao corresponde valor na moeda nacional à taxa de câmbio oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

BASE LEGAL: art. 39, lei nº 4.320/64

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ATENÇÃO

FONTE: VALDECIR PASCOAL

OBTENÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

RECEITA DE CAPITAL – OPERAÇÃO DE CRÉDITO

Pagamento do juro: Despesa corrente –

transferências correntes

Pagamento do Principal: Despesa de Capital – transferência

de capital

CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS

DESPESA DE CAPITAL – INVERSÃO FINANCEIRA

Recebimento dos juros: Receita Corrente – Receita de Serviços

Recebimento do principal: Receita de

Capital – Amortização de Empréstimos

RECEITA DE JUROS

JUROS DE MORA

JUROS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA

JUROS DE EMPRÉSTIMOS

OUTRAS RECEITAS

CORRENTES

RECEITA PATRIMONIAL

L

RECEITA DE SERVIÇOS

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5.2.1.2 Receitas de Capital – definições doutrinárias e do Manual da Receita Nacional

Do ponto de vista doutrinário receitas de capital são as receitas destinadas à aplicação e à cobertura das despesas com investimentos e decorrem de um fato permutativo, ou seja, são receitas por mutação patrimonial(geralmente), exigem um “sacrifício patrimonial” para ser obtidas, são conhecidas como secundárias, resultam da efetivação das operações de crédito, alienação de bens, recebimento de dívidas e auxílios recebidos pelo órgão ou entidade e ainda o superávit do orçamento corrente. Têm por finalidade atender às despesas de capital.

De acordo com o manual das receitas públicas, as receitas de capital são os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos programas e ações do governo. São denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando ao estímulo às atividades operacionais do ente. Observamos as subcategorias econômicas de receitas de capital:

� Operações de Crédito: são os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas,destinados a cobrir desequilíbrios orçamentários. Visam a atender, por exemplo, o financiamento de obras e serviços. Classificam-se também como operações de crédito os empréstimos compulsórios ;

� Alienação de Bens: É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente, ou seja, da alienação de bens de capital. Exemplo: alienação de um prédio público, privatizações, venda de ações e outros títulos;

� Amortização de Empréstimo: É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos anteriormente pelo Estado em títulos ou contratos(o principal atualizado sendo“devolvido”);

� Transferências de Capital: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades de direito público ou privado,sem qualquer exigência de contraprestação direta em bens ou serviços, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. Exemplo: recursos recebidos por um Estado, decorrentes de convênio com a União para construção de escolas;

� Outras Receitas de Capital: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores. Exemplo: integralização de capital social de empresas estatais, superávit do orçamento corrente, remunerações das disponibilidades financeiras do Tesouro Nacional, amortização da dívida ativa não tributária decorrente de operações de crédito.

5.2.1.3 Receitas IntraOrçamentárias

Conforme visto anteriormente, a Lei nº 4.320/1964, em seu artigo11, classifica a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

OPERA ALI OUTRAS TRANSFERÊNCIAS AMOR

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Com a edição da Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes IntraOrçamentárias e Receitas de Capital IntraOrçamentárias.

Essa especificação deveu-se à necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operações intraorçamentárias, ou seja, operações que resultem, de um lado, de despesas de órgãos, fundos ou entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, e, de outro lado, receita de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

Portanto, Receitas de operações intraorçamentárias ingressos oriundos de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos orçamentos de uma mesma esfera de governo.

As receitas intraorçamentárias constituem contrapartida das despesas realizadas na Modalidade de Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”, incluída na Portaria STN/SOF nº 163/2001 pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 688, de 14 de outubro de 2005.

Assim sendo, na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas poderão ser identificadas, de modo que se anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

5.2.1.3.1 Receitas Correntes IntraOrçamentárias

Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

As receitas correntes intraorçamentárias são classificadas da mesma forma das receitas correntes. Atendem, porém, à especificidade de se referirem a operações realizadas no âmbito da mesma esfera de governo.

5.2.1.3.2 Receitas de Capital IntraOrçamentárias

Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes de operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

As receitas de capital intraorçamentárias são classificadas da mesma forma que as de capital. Porém, atendem à especificidade de se referirem a operações realizadas no âmbito da mesma esfera de governo.

As rubricas das receitas intraorçamentárias deverão ser identificadas a partir dos seguintes códigos

7000.00.00 – Receitas Correntes IntraOrçamentárias

8000.00.00 – Receitas IntraOrçamentárias de Capital

O mecanismo de formação do código dessas receitas consiste em substituir a categoria econômica da natureza pelo dígito 7, se receita intraorçamentária corrente, e dígito 8, se receita intraorçamentária de capital. Os demais níveis deverão ser mantidos, conforme a conta original.

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5.3 Subcategorias econômicas de receitas correntes versus Subcategorias econômicas de receitas de capital

ORIGENS DE RECEITAS

CORRENTES

EXEMPLOS ORIGENS DE RECEITAS DE

CAPITAL

EXEMPLOS

Tributária

Impostos,

Taxas; e

Contribuições de Melhoria

Operações de crédito

Empréstimos e financiamentos obtidos para atender desequilíbrio orçamentário

Contribuições

Contribuições Sociais (COFINS, PIS, CSLL) e Econômicas (CIDE), CIP (Custeio de Iluminação Pública), Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais

Alienação de bens (de capital)

é o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo imobilizado ou intangível. Exemplos: privatizações, venda de um prédio público, de um veículo oficial.

Patrimonial

aluguéis, foros e laudêmios, taxas de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, dividendos, participações, bônus de assinatura de contrato de concessão, remuneração de depósitos bancários, remuneração de depósitos especiais e remuneração de saldos de recursos não desembolsados, arrendamento.

Amortização de Empréstimos

é o ingresso referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos

Agropecuária

Receitas oriundas da exploração da agricultura, da pecuária, das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários.

Transferências de Capital

é o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições reestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.

são os ingressos de capital provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

As classificações instituídas não constituem novas categorias econômicas de receita, mas sim, meras especificações das categorias corrente e de capital, a fim de possibilitar a identificação das respectivas operações intraorçamentárias.

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Industrial

Provenientes da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção, definidas pelo IBGE.

Outras receitas de capital

Exemplos: integralização de capital de empresas estatais, resultado positivo do Banco central, remuneração das disponibilidades do tesouro e Superávit do Orçamento Corrente.

Serviços Receita de tarifas ou preços públicos.

Transferências Correntes

recursos recebidos de outras pessoas de Direito Público ou Privado, independentemente da contraprestação direta de bens ou serviços, desde que o objetivo seja aplicação em despesas correntes. Exemplo: FPE e FPM recebidos pelos Estados e Municípios, respectivamente. Podem ocorrer em nível intragovernamental, intergovernamental e, ainda, decorrer de transferências de instituições privadas e de pessoas.

Outras Receitas

Correntes

Receita da dívida ativa, multas em geral, juros de mora, receita de indenizações

Fonte próprio autor =>Manual de Dicas Fiscais, editora Saraiva

Mas cuidado!!

Há diferença entre a Transferência Corrente e a Transferência de Capital. O critério para diferenciar as transferências correntes das de capital é a aplicação do recurso recebido pelo ente destinatário, e não a sua procedência do ente de origem (tranferidor). Se for aplicada em despesas de capital, será transferência de capital; se for aplicada em despesas correntes, será transferência corrente. Nas classificações orçamentárias, os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias são receitas tributárias. Apesar de as contribuições sociais e econômicas, no Direito Tributário, serem considerados tributos, no Direito Financeiro, não se classificam como receitas tributárias. Classificam-se como Receitas de Contribuições.

5.4 Classificação das receitas orçamentárias quanto à coercitividade

Originárias: denominadas também de receitas de Economia Privada ou de Direito Privado, correspondem àquelas que provêm do próprio patrimônio do Estado, ou melhor, da renda do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel). São resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários ou da cessão remunerada de bens e valores. Corresponde às receitas em que o Estado arrecada se igualando aos particulares, ou melhor, como se particular fosse, em pé de igualdade com eles.

Derivadas: denominadas também de receitas de Economia Pública ou de Direito Público, correspondem àquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva, por meio de sua soberania. No nosso ordenamento jurídico se caracterizam pela exigência do Estado para que o particular entregue de forma compulsória uma

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determinada quantia na forma de tributos, de contribuições, de multas ou de empréstimos compulsórios, além da receita da dívida ativa tributária.

5.5 Classificação das receitas orçamentárias por natureza

Figura I – MTO (Manual Técnico Orçamentário) 2012

A receita orçamentária obedece à codificação acima elencada segundo sua classificação por natureza, de acordo com o Manual Técnico do Orçamento 2012. As naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos, ou seja, identificar a origem dos recursos arrecadados pelo Estado, de forma a conter todas as informações necessárias para as devidas vinculações das receitas a determinadas despesas públicas. Nesse sentido, o esquema inicial dessa classificação foi desmembrado em níveis que, juntos, foram o código identificador da natureza de receita:

1.º Nível: Categoria Econômica (já visto tópico 5.2) 2.º Nível: Origem (anteriormente fonte) => já visto, conforme tabela do tópico 5.3 3.º Nível: Espécie (anteriormente subfonte) 4.º Nível: Rubrica 5.º Nível: Alínea 6.º Nível: Subalínea

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A sequência C O E R AA SS, demonstrada na figura I, signica que cada nível é ientificado por um, ou por dois algarismos. É bom saber, pois cai na prova!!

5.5.1 Nível Categoria econômica

1.º nível da CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA - Categoria Econômica da Receita Orçamentária

Este nível da classificação por natureza obedece ao critério econômico. É utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). É codificada e subdividida da seguinte forma:

1. Receitas Correntes;

2. Receitas de Capital;

7. Receitas Correntes Intraorçamentárias;

8. Receitas de Capital Intraorçamentárias.

5.5.2 Nível Origem

2.º nível da CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA – Origem

É a subdivisão (detalhamento) das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, no momento em que estas ingressam no patrimônio público. Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas correntes, ou, ainda, de outros ingressos. No caso das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou, ainda, de outros ingressos de capital.

5.5.3 Nível Espécie

3.º nível da CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA – Espécie

É o nível de classificação que constitui desdobramento da Origem, composto por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente de tributos) podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na CF/1988 e no CTN), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais.

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5.5.3 Demais Níveis

4.º, 5º e 6º níveis da CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA – Rubrica, Alínea e Subalínea, respectivamente.

4.º nível - Rubrica

É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si.

5.º nível - Alínea

Funciona como uma qualificação da rubrica. A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros.

6.º nível - Subalínea

Constitui o nível mais analítico (detalhado) da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea.

5.6 Classificação das receitas orçamentárias quanto ao impacto no Patrimônio Líquido

Efetivas: são as que provocam aumento da situação patrimonial líquida (PL) quando arrecadadas, sem que haja correspondência no passivo. Todas as receitas correntes são efetivas, exceto a receita da dívida ativa, pois representa fato permutativo. As receitas efetivas derivam de fatos modificativos aumentativos.

Não Efetivas ou por Mutação Patrimonial: são as que não alteram o valor da situação líquida quando são arrecadadas, eis que decorrem de fatos permutativos. Todas as receitas de capital, excetuada a transferência de capital recebida, são não efetivas, além da receita da dívida ativa.

CLASSIFICAÇÃO CONCEITO DEMAIS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS

RECEITA

ORÇAMENTÁRIA

EFETIVA

Aquela que, no momento de sua realização, AUMENTA a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo.

Não gera MUTAÇÃO PATRIMONIAL PASSIVA; São RECEITAS NA ÓTICA ORÇAMENTÁRIA E PATRIMONIAL (Teoria Patrimonialista).

TODAS as correntes, EXCETO receita corrente da dívida ativa e ainda a receita de capital de transferência de capital.

RECEITA

ORÇAMENTÁRIA

NÃO EFETIVA (POR MUTAÇÃO

PATRIMONIAL)

Aquela que, no momento do reconhecimento do crédito, NÃO ALTERA a situação líquida patrimonial da entidade e, por isso, constitui fato contábil permutativo. Nesse caso, além da receita orçamentária, registra-se concomitantemente conta de variação diminutiva para anular o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade.

Provoca MUTAÇÃO PATRIMONIAL PASSIVA, que são variações patrimoniais PASSIVAS decorrentes da execução orçamentária das despesas não efetivas;

SOMENTE SÃO RECEITAS NA ÓTICA ORÇAMENTÁRIA. No enfoque patrimonial, não são RECEITAS, eis que não aumentam o valor do PL.

TODAS as despesas de capital, EXCETO a despesa com transferência de capital e a despesa corrente com aquisição de material de consumo para estoque.

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MÓDULO V - DESPESA PÚBLICA

6. CONCEITO

Conceitua-se como despesa pública o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos a qualquer título para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. Despesa Pública corresponde a todos os compromissos a serem pagos pela Administração Pública, formando o complexo da distribuição e emprego das receitas para custeio e investimento em diferentes setores da administração governamental.

A despesa, no serviço público, é contabilizada segundo o “regime de competência” (ou de exercício). Isso significa ser passível de lançamento contábil quando ocorre o seu fato gerador, ou seja, o empenho (seu primeiro estágio). É suficiente, portanto, a realização do empenho para haver o registro, o que significa dizer que não é necessário haver desembolso para caracterizar a despesa. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, “despesas orçamentárias dependem de autorização legislativa para sua efetivação. As despesas de caráter orçamentário necessitam de recurso público para sua realização e constituem instrumento para alcançar os fins dos programas governamentais”. “despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial”.

6.1 Crédito Orçamentário e Recurso

A palavra “crédito” significa a autorização orçamentária para o gasto, e a palavra “recurso” corresponde ao aspecto financeiro do orçamento, ou seja, ao dinheiro cuja utilização foi autorizada mediante o crédito e que é necessário para efetuar os pagamentos. No caso da execução da despesa, inicialmente ocorrem fatos orçamentários, no nascimento e na confirmação da obrigação a pagar, e o impacto financeiro é registrado ao final, com a quitação junto ao credor.

6.2 Despesa Orçamentária e Despesa Extraorçamentária

A despesa orçamentária é aquela que necessita ser autorizada em lei (LOA ou lei de crédito adicional) para ser executada, excetuadas as despesas urgentes e imprevisíveis previstas em créditos adicionais extraordinários que, conforme visto, independem de autorização legislativa prévia. A despesa extraorçamentária é uma mera restituição (devolução) de uma receita extraorçamentária ao terceiro, não necessitando de autorização legislativa para a efetivação do desembolso. Abaixo, menciono um quadro comparativo entre os dois institutos.

DESPESA ORÇAMENTÁRIA DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA

Conceito: corresponde aos gastos da Administração Pública para fazer jus às Políticas Públicas.

Conceito: é a mera restituição (devolução) de uma receita extraorçamentária. Constitui devolução de recursos que estavam em poder do ente público, mas que não pertenciam realmente ao erário, e que, portanto, não podem ser executados em favor de ações governamentais.

Características:

• Necessita de autorização na LOA ou em lei de crédito adicional;

• Fixada na LOA com dotação orçamentária;

• Segue fases ou estágios, além de etapas (dica

Características:

• Independe de autorização legislativa;

• Fora de previsão da LOA;

• Corresponde a uma saída compensatória (permutativa) de ativo financeiro e de passivo

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seguinte);

• Segue critérios de classificação na LOA: despesa corrente e despesa de capital (classificação por categoria econômica) etc;

• Discriminada por crédito e por dotação orçamentária;

• Exemplos: despesas correntes (MNEMÔNICO: custeio e transferências correntes) e despesas de capital (investimentos, inversões financeiras e transferências de capital), art. 11, lei nº 4.320/64.

financeiro;

• Constitui devolução de uma receita extraorçamentária;

• Não passa por estágios, tampouco por etapas;

• Não segue critérios de classicação na LOA;

• Segue apenas classificação contábil no plano de contas;

• Exemplos: devolução de ARO (antecipações de receitas orçamentárias), cauções devolvidas em dinheiro, consignações e retenções em folha de pagamento recolhidas, pagamento de restos a pagar (art. 103, § único, lei nº 4.320/64).

6.3 Reconhecimento da Despesa Orçamentária e da Receita Orçamentária (Regime Orçamentário Misto)

Do ponto de vista ORÇAMENTÁRIO, o reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento da arrecadação (CAIXA) e o da despesa orçamentária no exercício financeiro da emissão de empenho (COMPETÊNCIA). Tal situação decorre da aplicação da Lei 4.320/64, que em seu art. 35 dispõe que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas legalmente empenhadas. Isso quer dizer que se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no exercício seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho (art. 35, II, lei nº 4.320/64). De forma análoga, se uma receita for arrecada em um ano e paga no ano seguinte, deve ser contabilizada no exercício em que tiver sido arrecadada (regime orçamentário de caixa).

7. ESTÁGIOS (ou Fases) DA DESPESA Fixação ESTÁGIOS Empenho Execução Liquidação Pagamento

7.1. Fixação (ou Dotação)

Estágio consagrado pela doutrina em virtude de interpretação de dispositivos constitucionais, como os que vedam a concessão de créditos ilimitados e a realização de despesas que excedam os créditos orçamentários e adicionais (art. 167, II e VII, da CF/88). Essa etapa da despesa consiste na autorização dada pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo, mediante a fixação de dotações orçamentárias aprovadas na LOA, que possibilitam a execução de programas pelos órgãos e unidades orçamentárias, concedendo ao ordenador de despesas o direito de gastar os recursos públicos destinados à sua unidade gestora, mediante a emissão de empenho, limitado ao valor autorizado.

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7.2. Programação (para alguns doutrinadores consiste em estágio)

O estágio da programação está inserido na LRF, no qual estabelece que até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso (art. 8º, da LRF).

A programação financeira diz respeito às entradas e saídas de caixa do Tesouro e o cronograma de execução mensal de desembolso, estabelece os procedimentos para a execução do pagamento de despesas.

Assim, a programação financeira se refere a atividade relativas ao orçamento de caixa, compreendendo a previsão do comportamento da receita, a consolidação dos cronogramas de desembolso e o estabelecimento do fluxo de caixa.

7.3. Empenho

Nos termos da Lei n. 4.320/64:

“É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”

O empenho é, na verdade, um compromisso por parte da administração pública, no sentido de pagar por algo que tenha interesse e, por parte do fornecedor, de prestar o serviço ou entregar determinada mercadoria. Com o

- Alexandre, dê-me uma luz: “mas o que é

mesmo esse tal de Ordenador de Despesas (OD)??”

Tome nota!!!! Ordenador de despesa é servidor público investido de autoridade e competência para emitir empenho e autorizar pagamentos. A rigor não é o título de um cargo, pois pode ser exercido por um Diretor Geral, Secretário Geral, Diretor Executivo, Presidente de órgão ou entidade. Falaremos mais dele adiante, especificamente no tópico 4 desse módulo, lá no final!

BASE LEGAL : art. 58, 59, 60, 61, 68 e art. 38, lei nº 4.320/64; arts. 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 35, decreto nº 93.872/86

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empenho a despesa já existe, embora ainda não tenha sido paga. Em termos orçamentários, sua realização diminui os créditos orçamentários disponíveis (valor autorizado para gasto). Empenhar significa, portanto, comprometer o crédito orçamentário.

É preciso destacar que o empenho tem 2 etapas:

- a autorização, que consiste na verificação no orçamento da existência de crédito orçamentário suficiente para a realização daquela despesa; e

- formalização, que se dá com a emissão da NOTA DE EMPENHO, que possui todos os dados referentes à compra ou contratação (dados do contratante, data da entrega, valor, objeto, classificação da despesa, etc).

A materialização do empenho ocorre com a emissão da Nota de Empenho – NE, sendo elaborada uma para cada empenho. Esse estágio (empenho) é obrigatório, não sendo dispensado em nenhuma esfera(Federal, Estadual e Municipal). O que pode ser dispensada é a nota de empenho, em casos especiais.

O empenho é prévio, devendo preceder a realização da despesa e está restrito ao limite do crédito orçamentário, conforme disposto no art. 59 da Lei nº 4.320/64, que prevê:

Ademais, é vedada a realização de despesa sem prévio empenho (art. 60 da Lei nº 4.320/64). O ato de empenhar deduz o seu valor da dotação orçamentária, tornando a quantia empenhada indisponível para nova aplicação.

7.3.1 Modalidades de Empenho

O empenho da despesa pode ser de três tipos: Ordinário – Valor conhecido – Um pagamento

Estimativo – Valor estimado – Vários pagamentos Global – Valor conhecido – Pagamento parcelado

- ordinário: nesta modalidade, o valor a ser empenhado é conhecido e o pagamento deverá ser feito de uma só vez.

Ex: compra de um bem móvel ou imóvel.

- estimativo: visa à realização de despesas cujo valor ou montante não seja previamente determinado ou identificável.

Ex: despesas com folha de pagamento, conta de luz, água, telefone, gratificações, diárias. Nesses casos, não se sabe, no início do ano, por ocasião do empenho, o valor exato que será despendido.

- global: essa modalidade é aplicável quando o objetivo for de atender despesas com montante previamente conhecido, tais como as contratuais, mas cujo pagamento dar-se-á de maneira parcelada. É comum nos casos de entrega parcelada de bens, caso em que o pagamento é feito obedecendo-se a proporção entre o montante pactuado e o volume entregue, e no caso de obras, quando da mesma forma, o pagamento se dá em função do andamento da obra.

“o empenho da despesa não poderá exceder o limite d os créditos concedidos”.

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Ex: aluguéis, contrato de prestação de serviços por terceiros.

Principalmente no caso do empenho por estimativa (mas não somente), caso o valor compromissado seja insuficiente para atender aos gastos efetivamente ocorridos, pode ser feito um reforço de empenho. Isso é particularmente comum quando envolve concessionários de serviços públicos (energia elétrica, água, telefone etc), uma vez que, não se sabe com certeza o quantum a ser realizado até o final do exercício. Caso ocorra o contrário (valor empenhado maior que despesas ocorridas), pode ser feito um cancelamento (estorno) parcial do empenho, de forma que o saldo não utilizado seja remanejado para outras despesas por meio do chamado créditos adicionais.

Vale destacar que existe ainda o pré-empenho. Muito embora este item não seja um estágio formal da despesa, é normal sua utilização no dia-a-dia da Administração Pública. Este recurso consiste em um pré-compromisso, necessário para evitar que o mesmo recurso seja considerado como disponível para a realização de mais de uma despesa. Funciona como se o gestor efetivasse uma “reserva” de dotação orçamentária, visando à realização de determinada despesa.

Pré-empenho não é fase da despesa pública orçamentária, mas apenas um procedimento informal!!

De acordo com o art. 35, inciso II, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro “as despesas nele legalmente empenhadas”. Assim, a condição aqui registrada é considerar despesas legalmente empenhadas as que sejam:

• Ordenadas por agente legalmente investido no poder de autorizar despesa;

• Previamente empenhadas;

• Previamente autorizadas no orçamento;

• Submetidas ao processo licitatório, ou que tenham sido dispensadas desta obrigação.

7.3.2 Atributos do Empenho

CARACTERÍSTICAS DO EMPENHO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Conceito legal: É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento (atecnia do legislador) pendente ou não de implemento de condição (art. 58). É materializado pela Nota de Empenho.

O empenho por si só não cria obrigação de pagamento, podendo ser cancelado ou anulado unilateralmente, apesar de gerar obrigações entre as partes (órgão deve emitir empenho e credor entregar objeto contrato).

Deve emanar de autoridade competente (ordenador de despesa).

É proibida a realização de despesa sem prévio empenho.

É uma reserva de dotação orçamentária, sendo uma garantia para o fornecedor

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É um ato de natureza orçamentária, impactando apenas o crédito disponível, e não o financeiro.

Consequência: reduz o valor da dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso orçamentário assumido com o fornecedor ou prestador de serviço contratado pela administração pública.

O empenho é sempre prévio e obrigatório, porém a nota de empenho poderá ser dispensada.

A redução ou cancelamento, no exercício financeiro de compromisso que caracterizou o empenho, implicará

sua anulação parcial ou total. A importância correspondente será revertida à respectiva dotação orçamentária. Caso a anulação tenha ocorrido após o encerramento do exercício, será considerado receita do exercício em que se efetivar (art. 38, lei nº 4.320/64)

Modalidades de empenho:

• Ordinário: valor de despesa definido e pagamento único;

• Global: valor de despesa definido e pagamento parcelado (liquidação proporcional à execução do contrato);

• Por estimativa: valor de despesa indefinido e vários pagamentos durante o exercício financeiro

MAS CUIDADO!!

O empenho foi conceituado pela lei como uma obrigação pendente para o Estado. As pendências que transformarão o empenho numa despesa efetiva serão resolvidas no próximo estágio, a liquidação.

A nota de empenho é o documento que comprova a emissão do empenho, e que atesta a reserva de dotação para atender a despesa. É um comprovante de “fundos orçamentários”. Entretanto, há situações em que, por permissão legal, a nota pode não ser emitida (por exemplo, pagamento da remuneração de servidores públicos).

7.3.3 Possibilidade de Anulação do Empenho

A Lei 4.320/64, art. 38, diz que, se a anulação do empenho ocorrer no mesmo exercício de sua emissão, há uma reversão da importância empenhada ao saldo da dotação original da LOA. Ou seja, a despesa autorizada pela LOA volta a contar com a disponibilidade orçamentária correspondente ao empenho anulado. Por outro lado, se a anulação ocorrer em exercício diverso daquele da emissão do empenho, já se tratará de uma anulação de restos a pagar (empenhos que transitaram de exercício). Isso gera certa polêmica, porque, em obediência ao princípio da anualidade, não há como restaurar um orçamento já encerrado. Desse modo, a anulação de restos a pagar deve lançar seus efeitos sobre o novo exercício. Aí temos uma divergência de entendimentos. Segundo o art. 38 da Lei 4.320/64, a anulação de restos a pagar corresponde a uma receita orçamentária do ano em que ocorrer

CUIDADO MAIS QUE DOBRADO!! Já é uma questão mais que manjada em provas misturar a possibilidade de “não emissão da nota de empenho” com a “não emissão do empenho”. É verdade que não há despesa sem prévio empenho, sem exceções. A emissão do empenho é sempre obrigatória e prévia à execução da despesa orçamentária, porém a emissão da nota de empenho poderá ser dispensada desde que prevista em lei.

BASE LEGAL : art. 38, lei nº 4.320/64; art. 35, decreto nº 93.872/86

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essa anulação. A Secretaria do Tesouro Nacional, assim como a doutrina, dizem que não há que se falar em receita nessa hipótese, pelo simples fato de não ocorrer ingresso de recursos. O que há, assumindo esse segundo raciocínio, é uma desincorporação de passivo, ou seja, o sumiço de uma obrigação. Se for adotada a visão da Lei 4.320/64, há o risco de se criar receitas fictícias pelo cancelamento de restos a pagar. Isso sem que o caixa passe a contar com qualquer centavo a mais. O maior problema é que essa “receita fictícia” poderia servir de lastro para fixação de nova despesa, que, ao final, poderia não ter recursos para sua cobertura.

7.4. Liquidação

A liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, consistindo em etapa necessária para realização do pagamento. Liquidar é dizer que a despesa está pronta para ser paga. É ato formal da administração pública que verifica o direito adquirido pelo credor com base nos documentos exigidos pela legislação e pelo contrato. Consiste numa lista de verificação de condições a serem cumpridas pelo fornecedor para que se possa efetuar o pagamento. Trata-se, portanto, de ato complexo, uma vez que dependa da:

� Entrega da mercadoria (no caso de compra) ou conclusão da prestação do serviço,

� Verificação/conferência por parte da administração pública, que atestará a despesa (mínimo de dois servidores, sendo indicado nome, cargo e matrícula) após verificar a adequação das mercadorias entregues/ serviços prestados e

� O processamento pela contabilidade (Contadoria ou Controladoria), que, de posse de toda a documentação (NF atestada, NE, contrato social do contratado, guias evidenciando o recolhimento dos tributos), viabilizará o pagamento.

Entrega de mercadoria Conclusão de prestação do serviço Atesto da despesa Processamento pela contabilidade Conferência documental (NE, NFSE, NF, DANFE, contrato, projeto básico e executivo de obras

Assim, a efetiva obrigação de pagar só é reconhecida após o ato da liquidação, após a administração constatar a efetiva entrega do bem ou serviço, em conformidade com as especificações contratuais, bem como o cumprimento de outras cláusulas previstas no contrato como, por exemplo, a obrigatoriedade de entrega de certidões negativas e de quitação de recolhimento das obrigações previdenciárias e trabalhistas. No cotidiano da administração orçamentária e financeira do setor público é muito comum ouvirmos que a liquidação se caracteriza pela entrega dos bens e serviços e a verificação de que o fornecedor entregou o bem nas condições especificadas. No entanto, quando se vivencia as rotinas diárias da execução da despesa se verifica algumas fases intermediárias até que se declare que a despesa esteja liquidada, ou seja, pronta para pagar. Normalmente entre a entrega do bem ou serviço e a liquidação podem acontecer as seguintes verificações de documentais:

BASE LEGAL : art. 63, lei nº 4.320/64.

LIQUIDAÇÃO FÍSICA, DOCUMENTAL E CONTÁBIL

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verificação que comprove a entrega do material ou prestação efetiva do serviço, verificação da administração, por servidor designado para tal, de que o serviço ou obra contratado (a) foi executado (a) segunda as especificações (atesto da despesa), verificação do cumprimento de requisitos legais e contratuais exigidos pela Administração. Após o cumprimento de todos esses procedimentos prévios relacionados com a liquidação, pode-se dizer que a despesa está pronta para ser contabilmente liquidada, pois cumpriu todos os requisitos necessários para que ocorra o pagamento. É, portanto, o ato em que a administração pública reconhece a dívida como líquida e certa, e só então existe a obrigação de pagar.

CARACTERÍSTICAS DA LIQUIDAÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

É a verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (art. 63, lei nº 4.320/64). Uma despesa liquidada significa que está pronta para ser paga.

Consiste numa lista de verificação de condições a serem cumpridas pelo fornecedor para que se possa efetuar o pagamento.

É a fase que efetivamente gera obrigação de pagamento.

Terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho e os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Deve contemplar a liquidação física (conferência, certificação, atesto), documental (análise de documentos fiscais, recibos, nota de empenho, contrato, etc.) e contábil (ato de registrar a despesa nos sistemas contábeis)

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar:

• A origem e o objeto do que se deve pagar;

• A importância exata a pagar; e

• A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

7.5. Pagamento

Após o efetivo processamento (liquidação) da despesa na contabilidade, é feita a emissão das ordens bancárias relativas aos pagamentos a serem efetuados aos diversos fornecedores contratados. Essas ordens bancárias serão relacionadas em um documento chamado ordem de pagamento, que será assinado pelo ordenador de despesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro (gestor financeiro) do órgão ou entidade do setor público. Após o despacho (assinatura) do ordenador de despesa, a relação de ordens bancárias é encaminhada para uma agência do banco do Brasil do setor público localizada em cada unidade federativa, se for da União, é claro. Lá, o documento será conferido por um empregado do Banco do Brasil S/A e, estando tudo ok, o pagamento será efetuado mediante saque contra a conta do Tesouro Nacional para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele determinado, podendo ser efetuado em espécie, quando autorizado pela administração. Atualmente, é cada vez mais comum o pagamento por meio de Ordens Bancárias de Pagamento – OBP.

BASE LEGAL : art. 64, 65 e 67, lei nº 4.320/64; art. 42, decreto nº 93.872/86.

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CARACTERÍSTICAS DO PAGAMENTO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Consiste na entrega de recursos ao credor equivalente à dívida líquida, mediante ORDEM BANCÁRIA no SIAFI.

Ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente determinando o pagamento da despesa (art. 64, lei nº 4.320/64). Já a Ordem Bancária (OB) é o documento emitido por meio do SIAFI transferindo o numerário para a conta do credor.

O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento ou suprimento de fundos (art. 65, lei nº 4.320/64). Redação está atrasada no tempo, eis que os pagamentos, atualmente, ocorrem por via bancária.

A ordem de pagamento será dada em documento próprio, assinado pelo ordenador da despesa e pelo agente responsável pelo setor financeiro (art. 43, decreto nº 93.872/86).

A competência para autorizar pagamento decorre da lei ou de atos regimentais, podendo ser delegada (art. 43, § 1º, decreto nº 93.872/86).

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7.6 Fases e Etapas da Despesa Orçamentária (Tabela Comparativa)

ESTÁGIOS CARACTERÍSTICAS ETAPAS CARACTERÍSTICAS

Fixação

ELAB

OR

Ã0

Fase da despesa orçamentária que ocorre no momento da

elaboração da LOA. Momento em que os créditos orçamentários consignados na LOA (créditos ordinários) recebem um valor

limite, chamado dotação orçamentária.

PLANEJAMENTO

Fixação.

Descentralização de créditos

orçamentários

Programação orçamentária e

financeira

Empenho

ESTÁG

IOS D

E EXEC

ÃO

DA

DESP

ESA.

Art. 58, Lei nº 4.320/64,

Reserva de dotação orçamentária, reduzindo-a; Utilização do crédito disponível; Ato orçamentário que não impacta o patrimônio, logo não gera obrigação a pagar; modalidades: ordinário, estimativo e global.

Processo de licitação e contratação

EXECUÇÃO

Empenho

Liquidação Art. 63, Lei nº 4.320/64,

Momento em que surge a obrigação de pagar e, portanto, o direito adquirido do credor contra

a administração pública; surgimento do passivo;

corresponde à forma como a administração pública diz que a

despesa está pronta para ser paga e a uma lista de verificação de condições a serem cumpridas pelo fornecedor para que se possa efetuar o pagamento

Liquidação

Pagamento

Pagamento

Art 62, Lei nº 4.320/64,

O pagamento somente poderá ser efetuado após regular liquidação.

CONTROLE E

AVALIAÇÃO

Controle e Avaliação

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7.7 Realização da Despesa Pública

Segue, abaixo, um fluxo de etapas normalmente observadas quando da realização de despesas:

- Solicitação (requisição) de compra pelo departamento interessado ao ordenador de despesas (Chefe de Poder detentor de autoridade para ordenar a realização de despesas);

- Caso autorize, o Ordenador de Despesas – OD – encaminha o processo para a Controladoria (ou Órgão) equivalente verificar a existência de dotação orçamentária e efetuar o enquadramento dos itens a serem adquiridos nos Programas de Trabalho/Elementos de despesa;

- Após realização do bloqueio (pré-empenho) pela Controladoria, o processo é encaminhado para a Comissão Permanente de Licitação – CPL – para elaboração do edital, projetos básico e executivo (se for o caso) e publicação, após revisão destes documentos pela Assessoria Jurídica (caso haja) ou Procuradoria;

- Após apresentação das propostas pelos licitantes, julgamento, escolha da melhor oferta e término do prazo para recursos administrativos, o processo é novamente encaminhado ao OD para adjudicação do objeto da licitação do certame ao vencedor e publicação em Diário Oficial.

- Em seguida, é emitido o empenho, disponibilizada uma via ao contratado.

- Com a entrega da mercadoria ou realização do serviço, devidamente atestados por, pelo menos, dois servidores, a documentação necessária para liquidação é encaminhada para a contabilidade, que processará o pagamento.

8. Restos a Pagar (ou Resíduos Passivos)

Consideram-se restos a pagar, ou resíduos passivos, conforme o art. 36 da Lei nº 4.320/64, as despesas empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro (ou seja, até 31 de dezembro), distinguindo-se as processadas das não-processadas.

O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam ou no exercício em que foram empenhadas. Se uma despesa foi empenhada no exercício X1 e paga no exercício X2, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho, qual seja X1. A despesa realizada no ano anterior e paga no exercício seguinte será considerada extra-orçamentária.

Os restos a pagar são dívidas que serão pagas fora do exercício financeiro em que ocorreram. Uma vez emitido o empenho, deverá a despesa ser regularmente liquidada e paga, ou, caso isso não aconteça, cancelada. Acontece que nem sempre é possível haver o pagamento no exercício do empenho, em virtude de fatores como: não-adimplemento da obrigação por parte dos fornecedores, atrasando a liquidação (estágio prévio e condição obrigatória para pagamento, atraso nos repasses, excesso de processos em tramitação no Departamento de Contabilidade, etc. Assim a dívida será transferida para o próximo ano. Isso não quer dizer, entretanto, que no ano seguinte ao de sua inscrição ocorrerá nova despesa orçamentária. Lembrem-se: a despesa orçamentária pertence ao exercício em que nele for legalmente empenhada. Nesse sentido, quando de sua inscrição, os restos a pagar serão considerados despesas orçamentárias, porém quando forem pagos, serão despesas extraorçamentárias, independendo, pois, de crédito orçamentário da LOA referente ao exercício financeiro do pagamento.

BASE LEGAL : art. 36, caput e parágrafo único, art. 92, I e parágrafo único, art. 103, parágrafo único, art. 37, lei nº 4.320/64; art. 67, 68, 69, 70; art. 115, §1º, a; art. 9º, § 2º; art. 15, art. 22; art. 30, § 2º, decreto nº 93.872/86; Art. 42, LC nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF).

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Conforme já explicitado acima, a lei nº 4.320/64, em seu art. 36, elencou dois tipos de RP: os processados (ou liquidados) e os não-processados (ou não liquidados).

- Restos a Pagar Processados – despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas até 31/12. Nesse caso, já foram cumpridos integralmente os dois primeiros estágios da despesa, restando apenas o efetivo pagamento.

- Restos a Pagar Não-Processados – despesas empenhadas mas não liquidadas nem pagas até 31/12. Nesse caso, só foi cumprido integralmente o primeiro estágio: empenho.

A inscrição dos restos a pagar será feita no encerramento do exercício financeiro de emissão de Nota de Empenho. Os valores dos restos a pagar não processados, desde que não reclamados (saldos remanescentes de RP) pelos fornecedores até a data de sua vigência (30/06 do II ano seguinte ao da inscrição), caso não sejam prorrogados, serão automaticamente cancelados, sendo assegurado ao credor o direito a receber por cinco anos a contar da data da inscrição (prescrição dos restos a pagar), quando, então, no exercício de reconhecimento da dívida será emitido novo empenho para atender a esse pagamento à conta de despesas de exercícios anteriores (DEA), respeitada a categoria econômica específica, em vista do que disciplina o regime de competência.

Validade (Vigência) dos RP Não Processados: até 30 de junho do segundo exercício subsequente ao de sua inscrição. Dessa forma as dívidas não-pagas até o dia 30 de junho do II ano seguinte ao da inscrição em RP deverão ser canceladas ou posteriormente pagas como despesas de exercícios anteriores.

Prescrição dos RP: após 5(cinco) anos do dia da sua inscrição.

Observem no quadro a seguir que os restos a pagar surgem em razão de em 31.12.X1 existirem empenhos ainda não pagos (liquidados ou a liquidar), os quais poderão ser inscritos no ano de sua emissão (X1) como obrigações a serem pagas no ano X2. Em razão de termos nova execução orçamentária, a cada ano, pois deve ser obedecido o princípio da anualidade, o pagamento ou o cancelamento dos restos a pagar, ou seja, dos empenhos emitidos em X1 somente pode ser feito no ano seguinte (X2), sem, contudo, afetar o universo orçamentário do ano X2.

ATENÇÃO!!! Como se pode inferir da explicação acima, é vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O reconhecimento de eventual direito do credor far-se-á por meio da emissão de nova nota de empenho, à conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. Os restos a pagar com prescrição interrompida, assim considerada a despesa cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor, poderão ser pagos à conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria.

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ANO DE X1 ANO DE X2

ORÇAMENTO/X1 EXTRA-ORÇAMENTO/X1 ORÇAMENTO/X2 EXTRA-ORÇAMENTO/X2

EMPENHOS NÃO PAGOS

- A LIQUIDAR

(RP NÃO-PROCESSADOS)

- LIQUIDADOS

(RP PROCESSADOS)

INSCRIÇÃO DE RP

DE X1

EM 31.12.X1

EMPENHOS,

LIQUIDAÇÕES

E

PAGAMENTOS

DA

DESPESA

DO ANO

DE X2

PAGAMENTO DE

RESTOS A PAGAR INSCRITOS EM X1

E

CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR INSCRITOS EM X1

ATÉ 31.12.X2

TRANSFERE O PAGAMENTO DE RP PARA O ANO DE X2

SEM INTERFERIR NO ORÇAMENTO DE X2

Cada exercício financeiro tem o seu universo orçamentário, onde ocorrem todas as etapas referentes à despesa orçamentária, mas também existe em cada ano, paralelamente, uma espécie de administração de recursos extraorçamentários, onde se dá os pagamentos e os cancelamentos de restos a pagar. É como se a última etapa da execução da despesa do orçamento de X1 – pagamento se estendesse até o ano de X2.

O RP, quando inscrito, é uma despesa orçamentária ou extra-orçamentária? No próprio exercício em que foi inscrito, ele foi uma despesa orçamentária. No exercício seguinte,

quando for pago, é considerado uma despesa extra-orçamentária.

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8.1 O que você precisa saber sobre Restos a Pagar

CARACTERÍSTICAS DOS RESTOS A PAGAR OU RESÍDUOS PASSIVOS

De acordo com o artigo 36, lei nº 4.320/64, Restos a Pagar, ou resíduos passivos, são as despesas empenhadas mas que não foram pagas até 31/12. São classificados em processados e não-processados, caso a despesa tenha sido ou não liquidada, respectivamente. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor.

Restos a Pagar Não Processados são todas as despesas empenhadas, porém pendentes de liquidação (e consequentemente de pagamento) até 31/12.

Restos a Pagar Processados são todas as despesas empenhadas, já liquidadas, porém pendentes de pagamento até 31/12.

Com a criação do crédito empenhado “em liquidação”, passaram a existir também os restos a pagar não processados “em liquidação” (em liquidação, pois o bem já foi entregue pelo credor, porém ainda está pendente de verificação pela administração pública (o ateste está pendente), que são restos a pagar não processados.

As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parcela nele a ser executada (art. 27, decreto nº 93.872/86). Isso quer dizer que será emitido um empenho para cada ano, e não apenas um empenho para suportar o valor total do contrato, do convênio ou do acordo. Se uma obra está orçada em R$ 5 milhões, por exemplo, e será executada em cinco anos, serão emitidos cinco empenhos de R$ 1 milhão (considerando proporção igual em cada exercício).

Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito (art. 36, parágrafo único, lei nº 4.320/64). Portanto, somente haverá restos a pagar não processados no último ano do projeto. Os empenhos liquidados, entretanto, poderão ser inscritos em restos a pagar em qualquer exercício.

A inscrição de um empenho em restos a pagar (processado ou não processado) provoca o surgimento de uma despesa orçamentária (regime orçamento de competência => art. 35, II) e de uma receita extraorçamentária para compensar sua inclusão como despesa orçamentária (art. 103, parágrafo único, lei nº 4.320/64).

O pagamento, no exercício corrente, de restos a pagar inscritos em exercício anterior independe do orçamento do ano em curso, eis que já impactou o orçamento do ano em que foi inscrito. Portanto, o pagamento de restos a pagar (processados ou não processados) é uma despesa extraorçamentária.

Conforme o art. 92 da Lei 4320/64, os Restos a Pagar, excluídos os serviços da dívida, constituem-se em modalidade de dívida pública flutuante (passivo financeiro) e são registradas por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Segundo o art. 70 do Decreto 93.872/86, que é baseado na legislação civil, prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar. Isso quer dizer , mesmo que anulado o resto a pagar, o direito do credor permanecerá por até cinco anos, contados da data da inscrição em restos a pagar.

Os restos a pagar processados não podem ser cancelados (já há dívida líquida e certa), sob pena de enriquecimento ilícito da administração pública, devendo aguardar o pagamento ou a prescrição da dívida (hipótese remota). Segundo o Parecer nº 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, o cancelamento de restos a pagar processados caracteriza forma de enriquecimento ilícito, tendo em vista que o fornecedor de bens ou de serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob pena de estar descumprindo o princípio da moralidade que rege a Administração Pública, previsto no art. 37 da CF/88.

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É proibida a reinscrição de restos a pagar, porém é possível a revalidação (prorrogação do prazo de vigência).

Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, ressalvado o disposto no § 3o (art. 68, § 2º, Decreto 93.872/86).

A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa (art. 68, caput, Decreto 93.872/86).

A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indicação pelo ordenador de despesas. (art. 68, § 1º, Decreto 93.872/86, (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011).

Não são todos os empenhos emitidos durante o exercício financeiro e não pagos até 31 de dezembro que deverão ser inscritos em restos a pagar. As condições são as seguintes:

• Se o empenho tiver sido liquidado, porém não pago até 31/12, deverá ser inscrito em restos a pagar naquela data;

• Art. 35, decreto nº 93.872/86 => “O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro (A REGRA GERAL É A ANULAÇÃO), para todos os fins, salvo (EXCEÇÕES) quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior.”

§ 3o Permanecem válidos (revalidação), após a data estabelecida no § 2o, os restos a pagar não processados que: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2o; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - sejam relativos às despesas: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

a) do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC; (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

b) do Ministério da Saúde; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011).

Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores.

Os restos a pagar constituirão item específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques fixado (art. 15, Decreto 93.872/86). Impactam, portanto, a programação financeira.

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9. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) ou Despesas de Exercícios Encerrados

Processadas fora da época correta

Também com o objetivo de atender ao regime de competência, a Lei nº 4.320/64, em seu artigo 37 assinalou a possibilidade de que em exercícios financeiros ulteriores pudessem ser pagas despesas pertencentes a exercícios anteriores ou já encerrados, despesas estas que não tinham sido inscritas em restos a pagar ou que os restos a pagar já haviam sido cancelados. As Despesas de Exercícios Anteriores são dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que ocorrerão os pagamentos. São despesas, portanto, que, por competência (fato que a gerou => fato gerador), pertencem a exercícios pretéritos (anteriores, já encerrados, daí o seu nome), porém estão sendo pagas, no momento presente, à custa do orçamento do exercício financeiro em curso. São, portanto, despesas orçamentárias do ano do empenho e não de anos anteriores. O fato que a gerou é que pertence a exercícios anteriores. Seguindo o mesmo prisma de visão, são despesas cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores, não havendo, no presente, recursos do respectivo orçamento (passado) para sanar tal despesa, sendo necessário utilizar os recursos orçamentários e financeiros do orçamento em curso (o orçamento atual). Na classificação por natureza da despesa, a despesa de exercícios anteriores receberá um código próprio específico no elemento de despesa, no caso o de número 92. Portanto, independentemente do objeto do gasto, sendo uma despesa de exercícios anteriores, ela receberá no elemento de despesa o código (92), sendo os demais níveis de classificação por natureza de despesa classificados normalmente, de acordo com as características da mesma.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES E LEI Nº 4.320/64

Art. 37 As despesas de exercícios encerrados (1º), para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida (2º) e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente (3º) poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

ATENÇÃO!!

A lei menciona três modalidades de despesas de exercícios anteriores, chamando-as inclusive de despesas de exercícios encerrados. Porém a STN ainda explica um quarto caso: quando o valor real da despesa (fatura de energia elétrica de dezembro, cujo empenho estimativo tenha sido inscrito em restos a pagar e cujo valor somente foi conhecido em janeiro do ano seguinte, por exemplo) é maior que o valor inscrito em restos a pagar, paga-se a diferença a maior como despesa de exercícios anteriores, sendo o valor dos restos a pagar pagos como despesa extraorçamentária.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES E DECRETO Nº 93.872/86

Art. 22 As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

BASE LEGAL : art. 37, lei nº 4.320/64; art. 22 e art. 69, decreto nº 93.872/86

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§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa (NO CASO É O ORDENADOR DE DESPESA).

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente, e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.

ATENÇÃO!!

O Decreto nº 93.872/86 praticamente repetiu o conceito de despesas de exercícios anteriores contido na Lei nº 4.320/64, entretanto, dispôs-se a explicá-los minuciosamente.

Compreendem despesas processadas fora da época correta, decorrendo de gastos realizados em anos anteriores. Como exemplo, é possível citar a realização de um curso no final de um ano para os servidores de determinado Município onde o empenho referente ao pagamento do professor tenha sido cancelado. No ano seguinte, ao apresentar a documentação comprobatória, o professor dará entrada em seu pagamento, visto que efetivamente prestou o serviço. Assim, após o parecer do corpo jurídico, reconhecimento da dívida por parte do ordenador de despesas, a ratificação pela autoridade superior e sua publicação (estágios obrigatórios previstos na Lei nº 8.666/93), o valor poderá ser pago como despesa de exercícios anteriores. Um outro exemplo é o servidor que tem um direito seu reconhecido (um adicional, gratificação ou benefício) anos depois de ter iniciado seu pleito.

Sobre o assunto, a Lei nº 4.320/64 dispõe o seguinte:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para os quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que (1) não se tenham processado na época própria, bem como (2) os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os (3) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica (grifos nossos). Art.38. Reverte-se à dotação a importância de despesa anulada no exercício, quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetiva.”

CAPCIOSÍSSIMA!!!!! Diferentemente do pagamento de restos a pagar, que é uma operação extra-orçamentária, o pagamento de despesas de exercícios anteriores é uma operação orçamentária.

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10. Classificação dos Gastos Públicos

É possível classificar as despesas da Administração Pública sob vários enfoques, sendo os mais expressivos e consagrados pela doutrina os seguintes:

10.1 Quanto à Categoria Econômica (Classificação da Lei nº 4.320/64), as despesas podem ser classificadas em correntes ou de capital. Essa classificação, segundo a categoria econômica, possibilita analisar o impacto dos gastos públicos na economia especialmente, na formação do capital bruto do País.

a) Corrente:

As despesas correntes compreendem os gastos reais, efetivos. Abrangem dispêndios que diminuem o “Patrimônio Líquido” do Estado, sendo caracterizados (contabilmente) como fatos modificativos diminutivos. São os gastos de natureza operacional que, de acordo com a Lei nº 4.320/64, destinam-se à manutenção do Estado e ao funcionamento dos serviços públicos, diretamente ou por meio de transferência a outras entidades.Tais despesas, via de regra, não trazem como contrapartida acréscimos ao patrimônio público.

Despesa Corrente segundo o MTO 2014

São despesas são as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Exemplos: despesa com pessoal, pagamento de juros da dívida interna ou externa, aquisição de material de consumo, pagamento de fatura de energia elétrica, telefone, água, internet, serviços de manutenção de elevadores dos órgãos, serviços de limpeza etc.

Nesse sentido, quanto à categoria econômica, é possível destacar as seguintes classes (subcategorias econômicas):

� Despesas de Custeio: pagamento de pessoal civil e encargos, militar, material de consumo, serviços de terceiros, encargos diversos, obras de conservação e adaptação de bens móveis etc.;

� Transferências Correntes: Subvenções Sociais, Subvenções Econômicas, Pagamento de Inativos e Pensionistas, Salário Família e Abono Familiar, Juros da Dívida Pública, Contribuições de Previdência Social, Diversas Transferências Correntes.

Consoante à Lei, classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

Categoria econômica

Corrente

Capital

Gastos reais, efetivos

Troca, permuta

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Como Transferências Correntes, entende-se as dotações para as despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado.

b) Capital:

As despesas de capital compreendem, principalmente, compras e amortizações. São gastos efetuados principalmente para aquisição de bens de capital, de consumo, de imóveis e com obras e instalações. Tais despesas implicam, via de regra, acréscimo do patrimônio público. Constituem fatos contábeis permutativos por sempre envolverem uma troca: com o pagamento da despesa (o que reduz o montante das disponibilidades e, portanto, o ativo financeiro) há o ingresso e contabilização de algo no patrimônio (lançamento de um bem no ativo não-financeiro, por exemplo). O efeito matemático das despesas de capital no patrimônio é nulo: diminui de um lado e aumenta do outro. Salvo melhor juízo, não deveriam sequer ser chamadas de despesas, do ponto de vista patrimonial. Entretanto, a Lei 4.320/64 considera essas aplicações como despesas do ponto de vista orçamentário.

Assim, são consideradas despesas de capital, nos termos da lei:

� Investimentos: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos, material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. No conceito econômico, as despesas de capital classificadas com investimento geram serviços que contribuem para o acréscimo ou incremento do Produto Interno Bruto – PIB. (ex: construção de escolas, construção de hospitais, construção de uma estrada, aquisição de elevadores, aparelhos de ar condicionado, veículos, aquisição de uma casa já em utilização para posterior demolição, criação ou aumento de capital de uma empresa agrícola ou industrial etc.)

� Inversões Financeiras: são as dotações destinadas à aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização; à aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital e ainda a constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros (ex: compra de um imóvel, já em uso, para servir de sede de um órgão público, compra a um particular de ações de empresas, criação de um banco estatal, concessão de empréstimos)

� Transferências de Capital: são as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências Auxílios (derivados diretamente da LOA) ou Contribuições (derivados de lei especial anterior), bem como as dotações para amortização da dívida pública (ex: auxílios para obras e pagamento ou resgate do principal da dívida pública, transferências voluntárias para construção de hospitais, escolas, creches etc.)

Despesa de Capital segundo o MTO 2014

São despesas são as que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

10.2 Quanto à inclusão no orçamento (ou à vinculação ao orçamento), podem ser denominadas Orçamentárias ou ExtraOrçamentárias.

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a) Orçamentária:

É a despesa que decorre da lei orçamentária e dos créditos adicionais. Deve obedecer a todas as regras pertinentes ao processamento da despesa, tais como: licitação, empenho, liquidação etc.

b) Extraorçamentária:

Corresponde às despesas que não vêm consignadas na lei do orçamento ou em créditos adicionais e compreende diversas saídas de numerário resultantes do levantamento (devolução ou restituição) de depósitos, restituições de cauções, pagamento de restos a pagar, consignações, resgate (pagamento do principal) de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), retenção de parcela de remuneração de servidores por força de lei(desconto de contribuições previdenciárias) bem como todos os outros valores que se apresentem de forma transitória. São valores que anteriormente ingressaram nos cofres públicos a título de receitas extraorçamentárias. A sua efetivação se dá de uma forma muito menos burocrática do que as despesas orçamentárias.

Consistem, portanto, na saída de recursos financeiros transitórios, anteriormente obtidos, sob a forma de receitas extraorçamentárias, não necessitando de autorização orçamentária para se efetivarem, uma vez que não pertencem ao órgão público, caracterizando apenas uma devolução de recursos financeiros pertencentes a terceiros.

10.3 Classificação Institucional (QUEM?):

A classificação institucional tem por objetivo demonstrar quanto cada órgão ou unidade orçamentária está autorizado a gastar num determinado exercício financeiro com base nos créditos fixados no orçamento. Uma das vantagens apresentadas pela classificação institucional é a possibilidade de se realizar 0uma comparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos, possibilitando ao ordenador de despesas identificar as dotações orçamentárias autorizadas pelo Poder Legislativo ao órgão ou unidade orçamentária sob a sua competência. As classificações objetivam enfatizar uma ou mais aspectos dos gastos públicos. Assim, essa tipologia se propõe a evidenciar quem consome os recursos públicos. Ou seja, os recursos são alocados às diversas unidades orçamentárias. O código da classificação institucional compõe-se de um grupo cinco dígitos (geralmente), onde os dois primeiros identificam o órgão e os três (ou dois*) últimos a unidade orçamentária ou sub-Órgão. (*)

Inclusão no Orçamento

orçamentária

Extraorçamentária

Fixadas no orçamento

Não fixadas no Orçamento

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!! O pagamento do principal (amortização) da ARO é uma despesa extra-orçamentária, mas o pagamento dos JUROS da ARO

é uma despesa orçamentária, classificada, quanto à categoria econômica como uma DESPESA CORRENTE, subclassificação econômica TRANSFERÊNCIA CORRENTE.

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1º 2º 3º 4º 5º DÍGITOS XX . XXX

Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária

Prefeitura Secretarias Congresso Nacional Câmara, Senado Federal

A seguir, estou elencando, para mera ilustração, sem o propósito de fazer você decorá-los, alguns dos códigos constantes da classificação institucional, segundo a estrutura administrativa em vigor, considerando alguns órgãos e algumas unidades orçamentárias.

Exemplos da classificação institucional com os códigos constantes respectivos

Poder Executivo:

CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO: ÓRGÃO / UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

20000 Presidência da República

20101 Gabinete da Presidência da República

20224 Agência Nacional do Cinema

20928 Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente - FNCA

25000 Ministério da Fazenda

25101 Ministério da Saúde

25201 Banco Central do Brasil

25203 Comissão de Valores Mobiliários

25207 Serviço Federal de Processamento de Dados

25208 Superintendência de Seguros Privados

25904 Fundo de Estabilidade do Seguro Rural

(*) A classificação institucional não segue um número obrigatório de dígitos. Na esfera estadual e municipal é representada por um grupo de quatro dígitos, onde os dois primeiros evidenciam Órgão e os dois últimos o sub-Órgão; na esfera federal, cinco.

ATENÇÃO!!!! Um órgão ou uma unidade orçamentária NÃO CORRESPONDE NECESSARIAMENTE a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos”: “transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “encargos financeiros da União”, “operações oficiais de crédito”, “refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.

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10.4 Classificação Funcional (ONDE?)

Compreende as áreas (funções) em que os recursos estão sendo aplicados. Explicita o maior nível de agregação de atividades homogêneas, permitindo evidenciar, inclusive, as prioridades do governo (saúde, educação, transporte, saneamento básico, etc). Normalmente é demonstrado por um grupo de cinco dígitos, onde os dois primeiros evidenciam a função e os três últimos a subfunção. A classificação funcional constitui-se em condição essencial para a implantação do orçamento-programa. Pois essa classificação identifica as grandes áreas de atuação do Estado, fixando-se objetivos para cada uma delas e, por consequências as ações que se pretende desenvolver para o alcance desses propósitos. A classificação atual está estruturada em dois níveis de agregação: funções e subfunções, às quais estão vinculados os programas, que possuem em sua estrutura projetos, atividade e operações especiais, reagrupados de acordo com o critério de afinidade ou tipicidade, possibilitando, dessa maneira, analisar de forma mais precisa as prioridades do Governo nas suas diversas áreas de atuação. A classificação funcional, de acordo com a legislação em vigor, foi introduzida nos orçamentos federal e estaduais no exercício de 2000, e nos Municípios, em 2002, e apresenta a seguinte estrutura padronizada e obrigatória para União, Estados, Municípios e Distrito Federal:

XX . XXX

Dígitos Identificação

1º e 2º Função

3º, 4º e 5º Sub função

Função Sub - função Saúde Medidas Profiláticas Educação Ensino Fundamental

É preciso destacar que a classificação funcional tornou-se mais flexível depois da edição da Portaria nº 163 do MPOG. Até então, as subfunções somente poderiam figurar dentro de suas funções típicas; ou seja: a função ensino fundamental somente poderia aparecer vinculada à função educação. Atualmente, esta subfunção pode constar em quaisquer outras funções. Assim, as funções compreendem, hoje, subfunções típicas e atípicas. Dessa forma, pretendeu a Portaria resolver alguns problemas de classificação, do tipo: Como classificar gastos destinados a um “Programa de Conscientização dos Riscos da AIDS”? Na função saúde ou na função educação? Na sistemática atual, é possível classificar na função Educação (trata-se de um programa educativo) utilizando-se a subfunção medidas profiláticas.

A função corresponde ao maior nível de agregação das diversas áreas de despesas que competem ao setor público. Ex: Legislativa, Agricultura, Administração e Educação, dentre outras. As funções desdobram-se (subdividem-se em sub-funções que representam uma partição da função), visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público e identificando a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

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A seguir, estou elencando, para mera ilustração, sem o propósito de fazer você decorá-los, alguns dos códigos constantes da classificação funcional, segundo a estrutura administrativa em vigor, considerando algumas funções e subfunções.

CÓDIGO/ FUNÇÕES CÓDIGO/ SUBFUNÇÕES

01 - Legislativa 031 – Ação Legislativa

032 – Controle Externo

12 - Educação 361 – Ensino Fundamental

362 – Ensino Médio

363 – Ensino Profissional

364 – Ensino Superior

365 – Educação Infantil

366 – Educação de Jovens e Adultos

367 – Educação Especial

10 – Saúde 301 – Atenção Básica

302 – Assistência Hospitalar e Ambulatória

303 – Suporte Profilático e Terapêutico

304 – Vigilância Sanitária

305 – Vigilância Epidemiológica

306 – Alimentação e Nutrição

28 – Encargos Especiais 841 – Refinanciamento da Dívida Interna

842 – Refinanciamento da Dívida Externa

843 – Serviço da Dívida Interna

844 – Serviço da Dívida Externa

845 – Transferências

846 – Outros Encargos Especiais

ATENÇÃO!!!!! Diante do exposto acima, pode-se concluir que as subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas. Essa estrutura de funções e subfunções permite a possibilidade da chamada matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer sub-função. Entretanto, não há essa possibilidade entre ação e sub-função. Exceção à matricialidade: função encargos especiais.

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ATENÇÃO!!!!

A função “ENCARGOS ESPECIAIS” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, UMA AGREGAÇÃO NEUTRA.

Exemplo: Órgão: 01 - Câmara dos Deputados; Ação: 2010 - Assistência pré-escolar aos dependentes dos servidores; Subfunção: 365 - Educação Infantil; Função: 01 - Legislativa. 10.5 Classificação da Despesa Orçamentária por Natureza

Fonte: MTO 2014

Conforme se observa na figura acima, essa classificação evidencia categoria econômica das despesas, seus grupos, modalidades de aplicação, elementos e subelementos. Por meio da mesma, é possível identificar, de fato, em que são gastos os recursos públicos (pessoal, material, dívidas, obras, etc) e de que maneira, se diretamente ou indiretamente (por meio de transferências a outras entidades). Numericamente, é representada da seguinte maneira:

Fonte: MTO 2014

Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, será classificada em uma única função, ao passo que a subfunção será escolhida de acordo com a especificidade de cada ação. Observe exemplo abaixo!!!!!!

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a b c d e f X. X. X. XX. XX. XX 1) pessoal Subelemento de despesa 2) juros Elemento de despesa 3) outras despesas correntes Modalidade de aplicação 4) investimentos (novas) 5) inversões financeiras 3 - corrente 6) amortização da dívida Categoria econômica 4 - de capital Classe – despesa (3)

a) Classe → esse nível não faz parte da classificação por natureza da despesa. Portanto, esqueça-o. Mencionei apenas para fins de curiosidade.

O primeiro dígito identifica as classes do patrimônio. Assim, com base no plano de contas do SIAFI (software responsável pelo controle e execução financeiro-orçamentária) – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal, é possível destacar:

1. Ativo 5. Variações passivas

2. Passivo 6. Variações ativas

3. Despesa

4. Receita

Em nossa classificação, a despesa iniciará sempre com o algarismo três, número atribuído a ela segundo o classificador de receitas e despesas (Plano de Contas).

b) Categoria econômica→ é o PRIMEIRO NÍVEL na classificação da despesa por natureza!!!

As categorias econômicas são as apresentadas anteriormente, sendo identificadas pelos números 3(corrente) ou 4(de capital).

c) Grupo de Natureza da Despesa (GND)

Os grupos constituem agregadores de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto do gasto, conforme discriminado a seguir:

1 – Pessoal e encargos 2 – Juros da Dívida Integrantes da despesa corrente. 3 – Outras despesas correntes 4 – Investimentos 5 – Inversões financeiras Todos referentes às despesas de capital. 6 – Amortização da dívida

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d) Modalidades de aplicação

A modalidade de aplicação indica se os recursos serão aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outros níveis de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. Objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. Destaca ainda quem será responsável pela aplicação dos recursos. Caso as dotações venham a ser aplicadas pelo próprio ente, usa-se o código 90 (aplicação direta). Se, por ventura, a despesa vier a ser realizada por outro ente, recebedor dos recursos por meio de transferência, as modalidades de aplicação contemplarão códigos que irão de 10 a 80 (10 – transferências a governo, 50 – transferências a entidades etc.).

e) Elemento de despesa

De acordo com o MTO 2014, o elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos do gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a Administração Pública utiliza para a consecução de seus fins.

Evidencia, em um grau de detalhamento maior, a aplicação dos recursos. Ilustra, portanto, os gastos de maneira minuciosa. Como elementos de despesa do grupo 1 (pessoal), podem ser citados: salário-família, vencimentos e vantagens fixas, encargos patronais etc. O grupo 2 (juros) compreende, como elementos de despesa, juros da dívida interna e juros da dívida externa etc.

f) Subelementos de despesa

Não usados com tanta frequência, os subelementos são úteis quando o elemento de despesa não proporcionou detalhamento necessário. Corresponde ao desdobramento facultativo do elemento de despesa.

Exemplificando: o grupo de despesas 3 (outras despesas correntes) abrange, dentre outros elementos, a aquisição de material de consumo. Caso seja necessário evidenciar qual o material de consumo, podem ser utilizados subelementos.

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A seguir, em exemplo (meramente didático). 1) Construção de uma escola

3. 4. 4. 90. 30. XX Subelemento de despesa Elemento de despesa: obra Aplicação direta Grupo: investimento

Categoria econômica: de capital Classe – despesa (3) => lembrando que não faz parte da classificação por natureza da despesa. 10.6 Classificação Programática A especificação da despesa pública, segundo os programas governamentais, visa demonstrar os objetivos da ação governamental para resolver as necessidades coletivas. Nos termos da Portaria 42/99, cada ente da federação (União, Estados, DF e Municípios) deverá, por ato próprio, elaborar a sua própria estrutura de programas, respeitados os conceitos estabelecidos na portaria 42/99. Os instrumentos de programação são os projetos e as atividades; mas a portaria supra assinala, como elemento classificador de alguns dispêndios especiais, as chamadas operações especiais.

10.7 Quanto à Afetação Patrimonial

Neste critério, as despesas públicas podem ser classificadas em: efetivas e por mutações patrimoniais ou não-efetivas, conforme a seguir:

� Despesas Efetivas – são as despesas que alteram o patrimônio líquido(saldo patrimonial) do Estado, uma vez que contribuem para o seu decréscimo. Representam fatos contábeis modificativos diminutivos.

Exemplos: todas as Despesas Correntes (exceto material de consumo para estoque) e as seguinte Despesas de Capital: auxílios e contribuições de capital e investimentos em bens de uso comum do povo

� Despesas por Mutações Patrimoniais (Não-Efetivas) – São as despesas que não provocam alteração no patrimônio líquido do Estado(não diminuem o saldo patrimonial), pois são simples saídas ou alterações compensatórias. Representam fatos contábeis permutativos.

• Projeto: instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação do governo.

• Atividade: são instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo (ex.: treinamento de professores)

• Operações Especiais: representam ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens e serviços. Representa um detalhamento da função “Encargos Especiais” (ex.: ressarcimentos, transferências, serviços da dívida, restituições, pagamento de inativos, indenizações, etc.).

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Exemplos: todas as Despesas de Capital (exceto auxílios e contribuições de capital e investimentos em bens de uso comum do povo) e a Despesa Corrente com material de consumo para estoque.

SUPRIMENTO DE FUNDOS OU REGIME DE ADIANTAMENTO

Para contratação de despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, sob inteira responsabilidade do ordenador de despesa será entregue numerário a servidor, sempre precedido de empenho. Consiste em um adiantamento, para contratação destas despesas, nos casos expressamente definidos em lei.

A Lei nº 4.320/1964 estabelece que o regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, SEMPRE precedida de empenho na dotação própria, para fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

Interessante notar que não existe despesa sem prévio empenho. Mesmo no caso de executada através de adiantamento a servidor, a despesa primeiramente é empenhada e, depois, depositada na conta do servidor suprido.

A operacionalização do suprimento de fundos se materializa com a entrega de numerário a servidor, concedido pelo ordenador de despesa, mediante empenho na dotação própria.

O servidor abre uma conta específica no Banco do Brasil onde será depositado o numerário a seu favor.

A despesa é considerada realizada no momento do seu empenho a favor do servidor suprido. É nesse momento que ocorre o adiantamento da despesa. Posteriormente, o servidor presta contas ao setor contábil.

Alexandre, quais os casos onde poderão ser aplicados os recursos concedidos a título de suprimento de fundos??? É possível realizar quaisquer tipos de despesas com suprimento de fundos??

Nos termos do Decreto nº 93.872/96, as principais despesas que poderão ser atendidas por meio de suprimento de fundos são:

BASE LEGAL : Arts. 68 e 69 da Lei nº 4.320/1964;Art. 74, § 3º, do Decreto-Lei nº 200/1967;Arts. 45 a 47 do Decreto nº 93.872/1996 com as alterações do Decreto nº 95.804/1988;Portaria nº 492/1993 do Ministério da Fazenda.

(1) Pata atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços Especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; Hipóteses legais

de aplicação (2)

Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se do classificar em regulamento; Suprimento de

Fundos (3)

Para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limites estabelecidos pela Portaria MF nº 95, de 19/04/2002.

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A hipótese nº 1 está elencada no art. 45, inciso I, do Decreto nº 93.872/1996; a hipótese nº 2, no art. 45, inciso II, do Decreto nº 93.872/1996; a nº 3, no art. 45, inciso III, do mesmo dispositivo normativo.

Alexandre, e quais são os valores máximos permitidos??? O que se considera despesa de pequeno vulto???

Atualmente, os valores máximos permitidos são: (5% dos limites de compras e serviços e 5% do limite de execução de obras – estabelecidos em processo licitatório, por meio da modalidade convite. Os valores, portanto, são, respectivamente: R$ 4.000,00 e 7.500,00).

Observe os quadros abaixo que estipulam os limites para concessão de suprimento de fundos e pagamento de despesas de pequeno vulto.

Tabela I - Limites para concessão de suprimento de fundos:

Objeto Limite Valor

Obras e serviços

de engenharia

5% do valor máximo para obras e serviços de engenharia na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso I, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

5% x R$ 150.000,00 = 7.500,00.

Outros serviços e Compras em geral.

5% do valor máximo para outros serviços e compras em geral na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso II, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993 – alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

5% x R$ 80.000,00 = 4.000,00.

Fonte: Deusvaldo de Carvalho

Tabela II - Limites para pagamento de despesas de pequeno vulto:

Objeto Limite Valor

Obras e serviços

de engenharia

0,25% do valor máximo para obras e serviços de engenharia na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso I, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

0,25% x R$ 150.000,00 = R$ 375,00

Outros serviços e

Compras em geral.

0,25% do valor máximo para outros serviços e compras em geral na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso II, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993 – alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

0,25% x R$ 80.000,00 = R$ 200,00

Fonte: Deusvaldo de Carvalho

O limite a que se refere a última tabela é o de cada despesa, ou seja, em cada nota fiscal.

CAPCIOSÍSSIMA!!!

• os limites estabelecidos para as despesas de pequeno vulto não se referem aos demais casos especificados para a utilização de suprimento de fundos;

• Excepcionalmente, a critério da autoridade de nível ministerial, desde que caracterizada a necessidade em despacho fundamentado, poderão ser concedidos suprimento de fundos com valores superiores aos fixados anteriormente.

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• A concessão de suprimento de fundos deverá respeitar os estágios da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento”.

• A regra geral é licitar, sendo a exceção utilizar-se de procedimentos que venham a “fugir” desse preceito legal. Em virtude dessa regra, poderá utilizar-se dessa exceção tão-somente aqueles casos onde as despesas não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

• Os limites supramencionados nas tabelas foram estipulados pelo legislador para evitar manobras que tivessem a intenção de desviar-se do procedimento licitatório.

• É vedada a aquisição de material permanente por suprimento de fundos.

A Lei nº 8.666/1993, art. 60, parágrafo único estabelece entendimento quanto aos valores:

É nulo e de nenhum efeito contratual verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto-pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

A Lei nº 4.320/1964 estabelece que o regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

A concessão do suprimento de fundos far-se-á:

- Regra: Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF;

- Exceção: Contas tipo “B” – depósito em conta corrente – nos casos em que comprovadamente não seja possível utilizar o CPGF.

O prazo máximo para utilização dos recursos é de até 90 dias, contados a partir da data do ato de concessão do suprimento.

O servidor suprido tem até 30 dias, contados a partir do 1º dia após o prazo de utilização do suprimento, para prestar contas da aplicação dos recursos recebidos a título de adiantamento.

O § 3º do art. 45. do Decreto nº 93.872/1986 estabelece expressamente algumas vedações para a concessão de suprimento de fundos a servidores que se enquadrem nas seguintes hipóteses:

Servidor em alcance, portanto, é aquele que não tenha prestado contas de suprimento de fundos de sua responsabilidade, quando esgotado o prazo para fazê-lo. Não se concederá suprimento de fundos a servidor declarado em alcance.

1. servidor responsável por dois suprimentos, ou seja, o servidor responsável por dois suprimentos de fundos com prazo de aplicação não-vencido está impedido de receber um terceiro;

2. servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

3. servidor que não tenha prestado contas de suprimento de fundos de sua responsabilidade, quando esgotado o prazo para fazê-lo; - SERVIDOR EM ALCANCE

4. servidor que esteja respondendo a inquérito administrativo – IN STN nº 10/1991.

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CARTÃO DE PAGAMENTO DO GOVERNO FEDERAL – CPGF

Corresponde ao instrumento de pagamento, integrante do Programa de Modernização do Governo Federal, emitido em nome da unidade gestora, com características de cartão de crédito corporativo, operacionalizado por instituição financeira autorizada, no caso da União, o Banco do Brasil, utilizado exclusivamente pelo portador nele identificado, nos casos indicados em ato próprio da autoridade competente.

O cartão é para uso exclusivo das Unidades Gestoras dos órgãos da Administração Pública Federal direta, autarquia, fundações e demais entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

Tabela – Limite para pagamento de despesas de pequeno vulto através do Cartão de pagamento:

Objeto Limite Valor

Obras e serviços de engenharia

1% do valor máximo para obras e serviços de engenharia na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso I, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

1% x R$ 150.000,00 = R$ 1.500,00

Outros serviços e

Compras em geral.

1% do valor máximo para outros serviços e compras em geral na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”, inciso II, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993 – alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

1% x R$ 80.000,00 = R$ 800,00

�__________________________________________________________________________________________

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CASOS DE UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE PAGAMENTO DO GOVER NO FEDERAL:

Suprimento de fundos; Pagamento de passagens aéreas; Pagamento de diária de viagem a servidor; Outras modalidades de despesa autorizadas.

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PROVA I: TCE/GO 2014 – Analista de Controle Externo Administrativa

Administração Financeira e Orçamentária 61. Considere as seguintes receitas de impostos: I. transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e

de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. II. exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. III. transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. IV. operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. V. propriedade de veículos automotores. São receitas tributárias pertencentes aos Estados as que constam APENAS em (A) III, IV e V. (B) I, III, e V. (C) II e IV. (D) I e V. (E) II, III e IV. 62. As despesas com material de consumo e com a aquisição de imóvel para construção de um hospital público

estadual classificam-se, nos grupos de natureza de despesa, respectivamente, em: (A) correntes e ativos permanentes. (B) outras despesas correntes e investimentos. (C) correntes e ativos imobilizados. (D) outras despesas correntes e inversões financeiras. (E) custeio e despesa de capital. 63. De acordo com a Constituição Federal, é vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou

despesa, ressalvadas, entre outras, a destinação de recursos para (A) a amortização e encargos da dívida pública, e a manutenção e desenvolvimento do ensino. (B) as ações e serviços de assistência social, e as ações e serviços públicos de saúde. (C) as ações e serviços de segurança pública, e o pagamento de servidores ativos e inativos. (D) a amortização e encargos da dívida pública, e as ações e serviços públicos de saúde. (E) as ações e serviços públicos de saúde, e a manutenção e desenvolvimento do ensino. 64. A capital de determinado Estado, com o objetivo de melhorar o fluxo de trânsito no centro da cidade,

contratou uma empresa para a construção de um viaduto, no valor de R$ 4.500.000,00, com prazo previsto de execução em 18 meses. Com relação a classificação da despesa por estrutura programática, nos termos da Portaria MOG nº 42/1999, é correto afirmar que se trata de

(A) um ativo permanente. (B) um projeto. (C) uma despesa de Infraestrutura Urbana. (D) um ativo imobilizado. (E) uma atividade.

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� Atenção: Para responder às questões de números 65 e 66, considere a classificação da despesa orçamentária, por categoria econômica e elemento, nos termos da Lei Federal nº 4.320/1964.

65. O valor das despesas orçamentárias referentes ao elemento “Material de Consumo”, é de (A) 200 (B) 160 (C) 230 (D) 120 (E) 310 � Atenção: Com relação à classificação da receita orçamentária, considere as seguintes receitas

realizadas/recebidas, por uma entidade do setor público, e responda às questões de números 66 e 67. 66. As receitas “Patrimoniais” e as Receitas de “Transferências Correntes”, respectivamente, somam (A) 330 e 1.370 (B) 450 e 670 (C) 450 e 1.370 (D) 690 e 1.370 (E) 450 e 610 67. As receitas “Outras Receitas Correntes” e as “Receitas de Capital”, respectivamente, somam (A) 850 e 650 (B) 1.040 e 790 (C) 290 e 340 (D) 200 e 840 (E) 710 e 890 68. Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias recebeu novas e importantes

funções. Com relação às novas funções incumbidas à Lei de Diretrizes Orçamentárias, considere: I. Dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados pelo orçamento. II. Disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

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III. Estabelecer critérios para início de novos projetos, após o adequado atendimento dos que já estão em andamento.

IV. Estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as metas de resultados primário e nominal previstas para o exercício.

V. Dispor sobre o limite de endividamento em relação à arrecadação das Receitas Orçamentárias. Está correto o que consta APENAS em (A) I, II, IV e V. (B) I, II e IV. (C) III e V. (D) I, II, III e IV. (E) III, IV e V. 69. A despesa total com pessoal líquida do Poder Executivo de determinado Estado, ao final do 2o quadrimestre

de 2014, era de R$ 1.180.000,00. Considerando que o valor total das receitas correntes líquidas, para efeito de apuração dos limites estabelecidos na Lei Complementar no 101/2000, era de R$ 2.500.000,00, é correto afirmar que

(A) a despesa total com pessoal líquida encontra-se, acima do limite máximo, portanto, se faz necessário o

Tribunal de Contas promover o alerta. (B) o Tribunal de Contas alertará o Poder Executivo que o montante da despesa total com pessoal líquida

alcançou 50% do limite máximo. (C) o Tribunal de Contas alertará o Poder Executivo que o montante da despesa total com pessoal líquida

ultrapassou 90% do limite máximo. (D) o Tribunal de Contas alertará o Poder Executivo que o montante da despesa total com pessoal líquida

ultrapassou 60% do limite máximo. (E) o Tribunal de Contas alertará o Poder Executivo que o montante da despesa total com pessoal líquida

ultrapassou o limite prudencial e máximo. GABARITO

61 62 63 64 65 66 67 68 69

A B E B C C A D C

PROVA II: TCE/GO 2014 – Analista de Controle Externo Contabilidade

Orçamento Público 61. Sob a justificativa de dar maior transparência aos gastos públicos, o Poder Executivo de determinado Estado

elaborou e encaminhou à Assembleia Legislativa dois projetos de Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2015. Um projeto de Lei Orçamentária destinado somente ao Poder Executivo e o outro projeto somente para o Poder Legislativo. Considerando as regras norteadoras para elaboração do orçamento, NÃO foi atendido o princípio orçamentário

(A) do orçamento bruto. (B) da independência orçamentária. (C) do equilíbrio. (D) da competência orçamentária. (E) da unidade.

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62. No projeto de Lei Orçamentária Anual de determinado ente da federação, para o exercício de 2014, foi proposta emenda para incluir a construção de um hospital público estadual no valor de R$ 1.850.000,00. Nos termos da Constituição Federal, as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas, caso

(A) sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. (B) apresentem as estimativas do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que devam entrar em vigor. (C) indiquem os recursos necessários, admitidos somente os provenientes de anulação de despesa de capital. (D) apresentem demonstrativo da compatibilidade da programação orçamentária e dos recursos financeiros

para realização da obra. (E) sejam compatíveis com a programação orçamentária e financeira e com as metas e prioridades estabelecidas

no Anexo de Riscos Fiscais. 63. A proposta orçamentária é um documento encaminhado anualmente ao Legislativo para análise e aprovação

das receitas e das despesas a serem executadas por um ente público em determinado período de tempo. Com relação a Lei Orçamentária Anual, é correto afirmar que

(A) poderá conter autorização ao Executivo para abrir créditos especiais até determinado valor. (B) não consignará dotação para investimentos com duração superior a um exercício financeiro que não esteja

previsto na Lei de Diretrizes Orçamentária, ou em lei que autorize sua inclusão. (C) poderá conter autorização ao Executivo para realizar despesas ou a assunção de obrigações diretas que

excedam os créditos orçamentários ou adicionais. (D) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a

autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.

(E) poderá conter a autorização para abertura de créditos especiais e contratação de operações de crédito para pagamento de precatórios alimentícios.

64. Com relação aos instrumentos orçamentários estabelecidos na Constituição Federal, considere: I. A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para reforço de dotação de pessoal ativo e

inativo da Administração direta. II. É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual. III. A Lei Orçamentária Anual compreenderá as metas e prioridades da Administração pública, incluindo as

despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. IV. A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da Administração pública

para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

V. As emendas ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

Está correto o que consta APENAS em (A) I, III e IV. (B) III, IV e V. (C) III e IV. (D) II, IV e V. (E) I e III.

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�Atenção: Para responder às questões de números 65 a 67, considere as informações apresentadas, relativamente à classificação das receitas previstas na proposta orçamentária para o exercício de 2015, de determinado ente público. Receitas Previstas − Exercício de 2015 Valor (R$) Imposto de renda retido nas fontes sobre os rendimentos do trabalho .......................................................... 250,00 Remuneração de depósitos bancários ................................................................................................................ 60,00 Multas e juros de mora do imposto sobre a Propriedade de veículos automotores −IPVA ............................... 40,00 Operações de crédito internas para programas de Modernização da Administração pública ......................... 400,00 Imposto sobre a propriedade de veículos automotores − IPVA ........................................................................ 350,00 Taxa pelo poder de polícia ................................................................................................................................ 200,00 Aluguéis ............................................................................................................................................................... 90,00 Cota-parte do Fundo de Participação dos Estados …........................................................................................... 70,00 Imposto s/ operações relativas a circulação de mercadorias e s/ prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação − ICMS ................................................................................ 600,00 Cota-parte da Compensação Financeira de Recursos Hídricos …........................................................................ 80,00 Receita da dívida ativa do imposto sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços − ICMS.......... 160,00 Alienação de Bens Imóveis ............................................................................................................................. 1.200,00 65. As receitas Tributárias e Outras Receitas Correntes somam, respectivamente, em reais, (A) 1.200,00 e 40,00 (B) 1.560,00 e 40,00 (C) 1.400,00 e 200,00 (D) 1.150,00 e 200,00 (E) 1.400,00 e 120,00 66. As receitas de Transferências Correntes totalizam, em reais, (A) 70,00 (B) 150,00 (C) 80,00 (D) 190,00 (E) 90,00 67. As receitas Patrimoniais e de Capital somam, respectivamente, em reais, (A) 150,00 e 1.600,00 (B) 60,00 e 1.200,00 (C) 1.350,00 e 400,00 (D) 150,00 e 1.200,00 (E) 90,00 e 1.600,00 68. O orçamento de determinado Estado, ao final do exercício de 2013, consignava crédito próprio, com saldo

suficiente para atender as despesas com os serviços prestados, nos meses de novembro e dezembro, na manutenção de elevadores. Considerando que tais despesas foram empenhadas e pagas no mês de fevereiro de 2014, sob o aspecto orçamentário, refere-se ao elemento de despesa utilizado:

(A) 93 − Indenizações e Restituições. (B) 39 − Outros Serviços de Terceiros − Pessoa Jurídica.

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(C) 42 − Auxílios. (D) 52 − Equipamentos e Material Permanente. (E) 92 − Despesas de Exercícios Anteriores. 69. Com relação à dívida pública, a receita corrente líquida − RCL apresentada no relatório de Gestão Fiscal − RF

de determinado Estado, referente ao período de janeiro a dezembro de 2013, totaliza R$ 1.700.000,00. Assim, nos termos da Resolução nº 43/2001 do Senado Federal, o saldo devedor das operações de crédito por antecipação da receita orçamentária, no referido exercício, NÃO poderá exceder ao valor de, em reais,

(A) 3.400.000,00 (B) 119.000,00 (C) 2.040.000,00 (D) 195.500,00 (E) 272.000,00 70. De acordo com a Lei Complementar no 101/2000, integra o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO

e acompanha o projeto de Lei Orçamentária Anual − LOA, respecvvamente, o (A) relatório de gestão fiscal e o relatório resumido da execução orçamentária do exercício imediatamente

anterior. (B) orçamento de investimento das empresas estatais e o orçamento da seguridade social. (C) anexo de metas fiscais e as medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas

obrigatórias de caráter continuado. (D) relatório de gestão fiscal do exercício imediatamente anterior e o anexo de riscos fiscais para o exercício a

que se referir. (E) anexo de metas fiscais e o demonstrativo da evolução do patrimônio líquido nos três últimos exercícios. GABARITO

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

E A D D C B A E B C

PROVA III: TCE/GO 2014 – Analista de Controle Externo Orçamento e Finanças

Orçamento Público 61. No primeiro ano de seu mandato, o Governador de determinado Estado enviou à Assembleia Legislativa

projeto de lei orçamentária para o período restante de seu mandato, ou seja, 3 anos. Consta, no artigo 18 do projeto, a criação de dez cargos de assessores de imprensa para o gabinete do Governador. Considerando os princípios orçamentários, o projeto encaminhado NÃO atende aos princípios

(A) anualidade e universalidade. (B) exclusividade e moralidade. (C) anualidade e moralidade. (D) anualidade e exclusividade. (E) exclusividade e universalidade.

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62. Na análise da execução orçamentária de determinado Estado da região Centro-Oeste do Brasil, verificou-se, ao final do 3º bimestre de 2014, que a realização da receita comprometerá o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidos para o exercício. Nestas condições, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários nos 30 dias subsequentes,

(A) limitação de empenho ou redução de despesas, segundo os critérios fixados pela Lei Orçamentária Anual. (B) suspensão ou redução de despesas, com exceção, apenas, daquelas que constituem obrigações

constitucionais e legais, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. (C) limitação de empenho e cancelamento de despesas, excluídas apenas as que se referem a pessoal e seus

encargos, segundo os critérios fixados pela Lei Orçamentária Anual. (D) medida saneadora, no sentido de aumentar a arrecadação ou diminuir as despesas, exceto as de capital,

segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. (E) limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes

Orçamentárias. � Atenção: Para responder às questões de números 63 e 64, considere a codificação e classificação das receitas orçamentárias arrecadadas (recebidas) durante o 1º semestre de 2014, por determinada entidade do setor público. 63. As receitas tributária e de serviços somam, respectivamente, em reais, (A) 490,00 e 170,00 (B) 600,00 e 230,00 (C) 490,00 e 230,00 (D) 600,00 e 170,00 (E) 730,00 e 170,00 64. As receitas correntes e de capital totalizam, respectivamente, em reais, (A) 1.460,00 e 640,00 (B) 1.200,00 e 900,00 (C) 1.120,00 e 980,00 (D) 1.080,00 e 1.020,00 (E) 1.000,00 e 1.100,00

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65. O Prefeito de determinado município, após tomar posse em 1o de janeiro, verificou a necessidade da realização de operações de créditos por antecipação de receita − ARO. Acerca da realização das operações de créditos por antecipação de receita, considere:

I. Realizar-se somente a partir do vigésimo dia do início do exercício. II. Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia 31 de dezembro de cada ano. III. Estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada. IV. Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,

obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir. V. Estará proibida a partir do segundo semestre do último ano de mandato do Presidente, Governador ou

Prefeito Municipal. Está correto o que consta APENAS em (A) III e IV. (B) I, II, III e IV. (C) IV e V. (D) I e III. (E) II e V. 66. Determinado ente público contratou uma empresa para prestação de serviços de coleta de lixo hospitalar, no

valor mensal de R$ 3.000,00 pelo prazo de 12 meses, com vigência a partir de primeiro de maio de 2013 a 30 de abril de 2014. Do total da despesa empenhada para o exercício de 2013, referente a prestação desses serviços, foi pago no próprio exercício, o valor de R$ 15.000,00. Nestas condições, nos termos da Lei Federal nº 4.320/1964, a despesa empenhada e não paga inscrita em restos a pagar soma, em reais,

(A) 9.000,00 (B) 21.000,00 (C) 24.000,00 (D) 18.000,00 (E) 12.000,00 67. Considere as seguintes informações: - Determinado Estado, no mês de junho de 2014, abriu crédito extraordinário no valor de R$ 1.500.000,00,

sem indicação dos recursos para realização de despesas. - As despesas foram empenhadas e liquidadas pelo valor total do crédito extraordinário. - Do total das despesas empenhadas e liquidadas foi pago até o mês de setembro o valor de R$ 1.200.000,00. - No período de janeiro a outubro de 2014, apurou-se um excesso na arrecadação de receitas no valor de R$

4.000.000,00. Esse Estado, no mês de novembro de 2014, pretende abrir um crédito suplementar para reforço da dotação de serviços de coleta de lixo hospitalar, utilizando recursos do excesso de arrecadação. Nestas condições, nos termos da Lei Federal nº 4.320/1964, o valor dos recursos disponíveis para abertura é de, em reais, (A) 300.000,00 (B) 2.800.000,00 (C) 2.500.000,00 (D) 4.000.000,00 (E) 1.200.000,00

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68. No exercício de 2014, o Poder Executivo de determinado ente abriu um crédito adicional para reforço da dotação de material de consumo. Com relação às autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei do Orçamento, considere:

I. Os créditos suplementares serão autorizados por lei e abertos por decreto do Poder Executivo e terão

vigência no exercício financeiro de abertura. II. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados,

salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

III. Os créditos especiais serão autorizados e abertos por decreto do Poder Executivo e terão vigência somente no exercício financeiro em que forem autorizados.

IV. A abertura de crédito especial somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

V. É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) II, IV e V. (B) I, II e V. (C) I, III e IV. (D) I e IV. (E) II e V. 69. Determinado Governador, no exercício de 2014, pretende construir uma escola técnica com inauguração

prevista em janeiro de 2015. Considerando que a escola, após concluída, resultará em um aumento de despesa, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros, deve o gestor público

(A) encaminhar ao Poder Legislativo junto à proposta orçamentária para o exercício de 2015 declaração de que a

nova despesa se compatibiliza com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. (B) declarar ao Tribunal de Contas que a nova despesa se compatibiliza com as disponibilidades financeiras para

o exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes. (C) estimar o impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois

subsequentes. (D) limitar empenho e movimentação financeira, caso a nova despesa não tenha adequação orçamentária

financeira no exercício em que deva entrar em vigor. (E) informar ao controle interno que a nova despesa se compatibiliza com a arrecadação do Estado para o

exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes. 70. A dívida consolidada de determinado ente da Federação, ao final do 2o quadrimestre de 2014, ultrapassou o

respectivo limite. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF, a dívida deverá ser reconduzida aos limites e, para tanto, o ente da Federação deve

(A) renegociar a dívida com os credores. (B) obter superávit financeiro. (C) obter superávit nominal. (D) aumentar a arrecadação das receitas correntes. (E) obter superávit primário.

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Direito Financeiro 96. Sobre as despesas públicas, é correto afirmar que (A) a despesa com pessoal não engloba os encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de

previdência. (B) a despesa total com pessoal não poderá exceder em 60% a receita de capital dos Estados e dos Municípios. (C) serão computadas as despesas relativas à indenização por demissão de servidores e empregados e às

relativas a incentivos à demissão voluntária na verificação dos limites da despesa total com pessoal. (D) os valores dos contratos de terceirização e mão de obra que se referem à substituição de servidores públicos

serão contabilizados como Outras Despesas de Pessoal. (E) o excesso com despesa total com pessoal não impede o recebimento de transferências voluntárias, nem

obtenção de garantia, direta ou indireta, de outro ente, em operações de crédito. 97. Quando o órgão responsável pelo pagamento da folha de salários dos servidores prepara a folha de

pagamento do mês, deduzindo faltas e impontualidades, está (A) empenhando a despesa com pessoal. (B) ordenando o pagamento da despesa com pessoal. (C) emitindo a nota de empenho da despesa com pessoal. (D) fazendo a dotação orçamentária específica. (E) liquidando a despesa com pessoal. 98. NÃO é exigida a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício vigente e nos dois subsequentes

para adoção da seguinte medida: (A) realização de operação de crédito por antecipação de receita. (B) concessão de anistia, remissão e isenção em caráter específico. (C) renúncia de receita. (D) criação de ação governamental que gere aumento de despesa. (E) prorrogação de despesa criada por prazo determinado. 99. Sobre as transferências voluntárias, considere os itens a seguir: I. É a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou

assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional ou legal. II. As transferências que a União faz aos Municípios para custear o Sistema Único de Saúde são classificadas

como transferências voluntárias de cooperação. III. A Lei de Diretrizes Orçamentárias dispõe sobre exigências para realização das transferências voluntárias. IV. Para que seja realizada transferência voluntária de um ente a outro, além de outras exigências, deve ser

comprovado pelo beneficiário que cumpre os limites constitucionais relativos à educação e à saúde. V. Os recursos objeto de transferência voluntária podem ser destinados para qualquer fim, a critério do

beneficiário e de acordo com suas necessidades. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) II, III e IV. (C) I, III e IV. (D) I, II e V. (E) II, IV e V.

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100. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (A) o Banco Central do Brasil é o único órgão competente para emitir títulos da dívida pública. (B) é vedada a operação de crédito entre entes federados. (C) é admitida operação de crédito entre instituição financeira estatal e outro ente federado que se destine a

financiar despesas correntes. (D) somente é admitida operação de crédito entre instituição financeira estatal e o ente federado que a controle

quando na qualidade de beneficiário do empréstimo. (E) é admitida a operação de crédito caracterizada por captação de recursos a título de antecipação de receita

de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido. GABARITO

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

D E D B A A C B C E

96 97 98 99 100

D E A C B

PROVA IV: TRT 2ª Região 2014 – Analista Judiciário – Administrativa Noções de Orçamento Público

50. A inclusão de dispositivos que autorizam a criação de cargos públicos na Lei Orçamentária Anual é vedada

porque fere o princípio orçamentário (A) da universalidade. (B) do orçamento bruto. (C) da publicidade. (D) da exclusividade. (E) da unidade. 51. Conforme a Lei nº 4.320/1964, na execução do orça mento, é permitido (A) iniciar a prestação de serviços de consultoria antes do empenho da despesa. (B) conceder suprimento de fundos para despesas com locomoção sem prévio empenho na dotação própria. (C) recolher parcela das receitas arrecadadas em uma conta bancária específica com o fim de criar um caixa

especial para pagamento a fornecedores de bens imóveis. (D) realizar empenho da despesa com equipamentos, no primeiro trimestre, com valor acima da cota trimestral,

desde que o pagamento seja realizado no trimestre seguinte. (E) realizar empenho global referente a um contrato de aluguel de um imóvel por um período de 12 meses, cujo

pagamento ocorrerá mensalmente. 52. Considere as afirmativas sobre o orçamento público: I. As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no

orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. II. A Lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito por antecipação

da receita orçamentária. III. O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as

receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

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IV. A Lei Orçamentária Anual disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Está correto o que consta APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) III e IV. (E) II e IV. 53. Considere as informações sobre o orçamento da despesa, referente ao exercício financeiro de X1, de uma

entidade pública:

Não há outras dotações orçamentárias consignadas à entidade pública entidade pública. O gestor público, no segundo semestre de X1, pretende realizar despesa no valor total de R$ 50.000,00 com aquisição de microcomputadores, cuja vida útil estimada é de 5 anos, necessários para a expansão de um dos serviços prestados pela entidade. Sendo assim, para a aquisição dos microcomputadores, deverá ocorrer

(A) a transferência de recursos para o elemento de despesa equipamentos e material permanente, não sendo

necessária autorização legislativa. (B) a abertura de créditos adicionais suplementares, após autorização legislativa. (C) a abertura de créditos adicionais especiais, após autorização legislativa. (D) a abertura de créditos adicionais extraordinários e, em seguida, dar conhecimento ao Poder Legislativo. (E) o superavit financeiro do exercício de X1 para a abertura de créditos adicionais. 54. Considere as despesas de um Tribunal Regional do Trabalho com: I. aquisição de veículos para uso na prestação de serviços. II. tarifas de energia elétrica, água e esgoto referentes ao prédio utilizado na prestação de serviços à sociedade. III. gasolina automotiva. IV. serviços de terceiros (pessoa jurídica) relativos à manutenção periódica do sistema de ar condicionado. As despesas I, II, III e IV são classificadas, respectivamente, como despesa (A) de capital, corrente, corrente e de capital. (B) de capital, corrente, corrente e corrente. (C) de capital, corrente, de capital e corrente. (D) corrente, de capital, corrente e de capital. (E) corrente, corrente, corrente e de capital.

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55. Após o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual da União pelo Poder Executivo para discussão e votação pelo Poder Legislativo, a inclusão de uma obra, compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Projeto de Lei Orçamentária Anual poderá ocorrer por meio

(A) do envio de mensagem pelo Presidente da República ao Congresso Nacional para propor modificações no

Projeto de Lei enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta. (B) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente

de anulação de despesa com pessoal e seus encargos. (C) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente

de anulação de despesa com serviço da dívida. (D) de Emenda proposta pelo Poder Executivo, cujo recurso necessário para a execução da obra seja decorrente

de anulação de despesa com aquisição de imóveis. (E) de Emenda proposta pelo Poder Legislativo, cujo recurso necessário para execução da obra seja decorrente

de anulação de despesa com transferências tributárias constitucionais para municípios. 56. Considere as despesas a seguir, referentes ao Poder Judiciário de um Estado (Governo Estadual) e ao

exercício financeiro de X1 (valores expressos em milhares de reais):

A Receita Corrente Líquida no exercício financeiro de X1 foi R$ (mil) 2.000.000,00. Sendo assim, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, é correto afirmar que o Poder Judiciário Estadual, em X1 e em milhares de reais, (A) precisa reduzir a despesa total com pessoal em 8.000,00 para poder fazer alteração na estrutura de carreira

que aumente despesa com pessoal. (B) gastou 12.000,00 a menos do que o limite prudencial de despesa total com pessoal. (C) gastou 10.000,00 a menos do que o limite máximo de despesa total com pessoal. (D) precisa reduzir a despesa total com pessoal em 2.000,00 para poder criar cargos, empregos ou funções. (E) ultrapassou o limite pelo qual deveria ser alertado pelo Tribunal de Contas (limite de alerta) em 14.000,00. GABARITO

50 51 52 53 54 55 56

D E B C B A C

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PROVA V: TRT 16ª Região 2014 – Analista Judiciário – Administrativa

50. De acordo com a Constituição federal e a Lei nº 4.320/64, a elaboração e o controle do orçamento público no Brasil devem obedecer aos princípios fundamentais de

(A) unidade, periodicidade e universalidade. (B) unidade, universalidade e exclusividade. (C) equilíbrio, exclusividade e discriminação. (D) universalidade, exclusividade e discriminação. (E) periodicidade, equilíbrio e afetação das receitas. 51. O quadro abaixo exibe as substanciais diferenças entre o Orçamento-Programa e o Orçamento-Tradicional:

As diferenças estão retratadas corretamente APENAS em (A) II, III e V. (B) I, II e IV. (C) I e III. (D) II, IV e V. (E) II e IV. 52. A Lei de Responsabilidade Fiscal (nº 101/2000) ampliou o significado e a importância da Lei de Diretrizes

Orçamentárias − LDO que passou a dispor sobre outros temas, EXCETO: (A) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados pelos

orçamentos. (B) Demonstrações trimestrais apresentadas pelo Banco Central sobre o impacto e o custo fiscal das suas

operações. (C) Limites para elaboração das propostas orçamentárias do Poder Judiciário e do Ministério Público. (D) Concessões ou ampliações de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de

receita. (E) Condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. 53. Na Norma Geral, as classificações de despesas orçamentárias são estabelecidas conforme a Lei nº 4.320/64,

que correspondem aos seguintes agrupamentos, EXCETO: (A) segundo a natureza. (B) institucional. (C) funcional.

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(D) por programas. (E) por resultado primário. 54. Com relação à Receita, a Lei nº 4.320/64 prevê os seguintes critérios de classificação: I. Receitas Correntes. II. Alienação de Bens. III. Recursos Condicionados. IV. Transferências de Capital. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) II e IV. (D) I, II e III. (E) I, II e IV. GABARITO

50 51 52 53 54

A E C E E

PROVA VI: TJ AP 2014 – Analista Judiciário – Administrativa Especialidade Administração

41. Receita Corrente Líquida, instituída e normatizada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, é correto afirmar: (A) As receitas de operações de crédito e de alienação de ativos são incorporadas na sua base de cálculo, porém

estes recursos só podem ser utilizados na aquisição de bens. (B) A sua divulgação ocorrerá mensalmente, acompanhando o relatório de gestão fiscal, possibilitando o

acompanhamento de eventual queda de arrecadação e a adoção de imediatas medidas de contingenciamento das despesas.

(C) O seu demonstrativo de apuração deverá acompanhar a elaboração do relatório resumido de execução orçamentária, que deverá ser publicado em até 30 dias após o encerramento de cada bimestre.

(D) Para acompanhamento dos limites de gastos de pessoal, previdenciário e endividamento deverá ser apurada quadrimestralmente, levando-se em conta as receitas acumuladas até o último mês do quadrimestre de referência.

(E) A sua apuração será realizada trimestralmente visando o acompanhamento do cumprimento dos limites constitucionais definidos para os gastos com educação e saúde.

42. Com relação aos limites de gastos de pessoal estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, é correto

afirmar: (A) O limite estabelecido para a União corresponde a 60% da Receita Corrente Líquida. Na repartição deste

limite, os gastos do poder judiciário não pode rão extrapolar a 6% da RCL. (B) Nas esferas federais e estaduais o percentual de gastos de pessoal definidos para o poder judiciário foi de

6%. Na apuração destes gastos não devem ser inseridos os gastos dos Tribunais de Contas. (C) Na esfera municipal, a LRF estabeleceu o limite de 6% da RCL para os gastos de pessoal do poder judiciário

municipal, incluindo-se nestes gastos as des pesas previdenciárias.

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(D) Nas esferas estaduais e municipais, os percentuais de gastos de pessoal definidos para o poder legislativo, foram de 3 e 6% da RCL, respectivamente, porém os Tribunais de Contas não estão inseridos nestes percentuais.

(E) Para verificação do cumprimento dos limites estabelecidos, os gastos de pessoal do poder judiciário serão apurados de forma consolidada, portanto, o limite de 3% definido não será repartido entre os seus órgãos.

43. De acordo com a Lei nº 4.320/1964, os restos a pagar processados referem-se a despesas (A) não pagas, não liquidadas e não empenhadas. (B) não pagas, liquidadas e não empenhadas. (C) pagas indevidamente, não liquidadas, mas empenhadas. (D) não pagas, não liquidadas, mas empenhadas. (E) não pagas, liquidadas e empenhadas. 44. A Comissão designada pelo ordenador de despesas não atestou o recebimento dos computadores adquiridos

em procedimento licitatório, pois não estão de acordo com as especificações do edital; da análise das etapas de despesas pode-se afirmar que

(A) ocorreu a fase de empenho, mas não a de liquidação. (B) ocorreu a fase de pagamento, porém o mesmo deverá ser restituído ao órgão público. (C) ocorreu a fase de lançamento de despesa, porém a de pagamento encontra-se pendente. (D) ocorreu a fase de lançamento, mas trata-se de liquidação não processada. (E) não ocorreu a fase de empenho. 45. Sobre os princípios orçamentários, é correto afirmar: (A) O princípio da unidade refere-se à contemplação na lei orçamentária anual de todas as receitas e despesas

de todos os poderes e órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. (B) O princípio da exclusividade refere-se à vedação da vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou

despesa, salvo as exceções previstas. (C) Não conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa refere-se ao cumprimento do

princípio da exclusividade. (D) O princípio da legalidade refere-se à delimitação do exercício financeiro orçamentário, que de acordo com a

Lei nº 4.320/1964 coincidirá com o ano civil. (E) O princípio da universalidade refere-se à integração da Lei Orçamentária Anual (LOA) em um único

documento legal dentro de cada esfera federativa. 46. No decorrer da execução fiscal houve a alteração da lei orçamentária anual, devidamente aprovada pela

Câmara Municipal. A modificação incorporou um dispositivo determinando que a primeira escola de ensino fundamental, concluída no exercício, deverá ser denominada “Escola Municipal Dr. João dos Santos”, nome do atual prefeito. Da análise do cumprimento aos princípios orçamentários, é correto afirmar que

(A) não houve descumprimento de qualquer princípio, pois houve a autorização e aprovação do poder

legislativo. (B) houve o descumprimento do princípio da anterioridade, pois a alteração foi realizada durante a execução do

orçamento. (C) houve o descumprimento do princípio da anualidade. (D) houve o descumprimento do princípio da exclusividade. (E) houve descumprimento do princípio da segregação e autonomia entre os poderes.

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47. Com relação às alterações orçamentárias necessárias e imprescindíveis para a gestão pública, a transposição (A) pode ser realizada por decreto executivo sem a autorização legislativa, porém o remanejamento deve ter a

prévia autorização legislativa. (B) deve ter a prévia autorização legislativa, porém o remanejamento pode ser realizado por decreto executivo

sem a autorização legislativa. (C) e o remanejamento devem ter as suas prévias autorizações legislativas, porém a transferência pode ser

realizada por decreto executivo sem a autorização legislativa. (D) e o remanejamento, bem como a transferência, podem ser realizados por decreto executivo mesmo sem a

autorização legislativa. (E) e o remanejamento, bem como a transferência aberta por decreto executivo, devem ter a prévia autorização

legislativa. 48. Segundo sua natureza, a classificação da receita pública é subdividida em seis níveis, que sequencialmente

correspondem a (A) origem, categoria, rubrica, espécie, alínea e subalínea. (B) rubrica, origem, categoria, espécie, alínea e subalínea. (C) categoria, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea. (D) espécie, origem, categoria, rubrica, alínea e subalínea. (E) origem, espécie, categoria, rubrica, alínea e subalínea. 49. Sobre os créditos adicionais, é correto afirmar que (A) o superávit financeiro do exercício anterior pode ser considerado recurso para a abertura dos créditos

suplementares e especiais. (B) somente os especiais podem ser autorizados por decretos e abertos por lei. (C) os especiais e os suplementares podem ser autorizados por decretos e abertos por lei. (D) os extraordinários, obrigatoriamente, devem ser abertos por lei. (E) somente os suplementares podem ser autorizados por decretos e abertos por lei. GABARITO

41 42 43 44 45 46 47 48 49

C B E A C D E C A

PROVA VII: TRT 19ª Região 2014 – Analista Judiciário – Administrativa

Orçamento Público 49. Considere o balanço abaixo.

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As autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual − LOA são denominadas créditos adicionais, classificados como suplementares, especiais ou extraordinários. Nos termos previstos na Lei nº 4.320/64, uma das fontes legais de recursos para abertura tanto dos créditos suplementares como dos especiais é o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Com base nos dados do balanço patrimonial dado, o superávit financeiro para a abertura desses tipos de crédito adicional em 2013 é, em R$, igual a (A) 300,00. (B) 200,00. (C) 500,00. (D) 250,00. (E) 0,00. 50. A Lei Orçamentária Anual − LOA da União previu repasse de R$ 1.000.000,00 para a empresa ABC S.A., de fins

lucrativos. Esse fato (A) contraria a Lei nº 4.320/64, que não admite repasses públicos à empresa com fins lucrativos. (B) contraria a Lei nº 4.320/64, que não admite repasses a sociedades anônimas. (C) não contraria a Lei nº 4.320/64, desde que o repasse tenha sido expressamente autorizado em lei especial. (D) não contraria a Lei nº 4.320/64, desde que a empresa atue no setor da educação, saúde ou assistência social. (E) não contraria a Lei nº 4.320/64, desde que o valor repassado não corresponda a mais de 1% do total das

subvenções do exercício anterior. 51. A Sra. Maria da Silva obteve sucesso em pleito judicial em face da União, cujo objeto do processo era o

pagamento de R$ 1.000.000,00 em razão da desapropriação de sua casa. Em atendimento à ordem geral de apresentação dos precatórios, foi aberto crédito adicional para o pagamento, tendo constado na dotação orçamentária respectiva: “Pagamento de precatório em favor de Maria da Silva, no valor de R$ 1.000.000,00”. Essa situação confirma ilegalidade porque

(A) não pode ser aberto crédito adicional para o pagamento de precatório. (B) precatório de R$ 1.000.000,00 ou mais deve integrar lista específica e prioritária. (C) antes de abrir o crédito adicional, em razão do valor, a União deve renegociar o montante do precatório. (D) não é permitida a designação expressa do nome do credor na dotação orçamentária do precatório. (E) pagamentos relativos à desapropriação independem de precatório. 52. O Poder Judiciário Federal publicou documento referente ao período de setembro a dezembro de 2010,

assinado, inclusive, pelo responsável pelo controle interno, contendo as seguintes informações: comparativo da despesa com pessoal com o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF, disvnguindo a realizada com inativos e pensionistas; demonstrativo do último quadrimestre referente à disponibilidade de caixa em 31/12; inscrição de restos a pagar. O documento publicado foi o

(A) Relatório Resumido da Execução Orçamentária. (B) Relatório de Gestão Fiscal. (C) Relatório Comparativo entre as Metas Fixadas e os Resultados Alcançados. (D) Anexos do Balanço Patrimonial com base em 31/12/10. (E) Relatório Gerencial Quadrimestral.

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53. O Poder Judiciário da União necessitou acionar o mecanismo de controle de limitação de empenhos estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF. Os critérios e a forma para que isso seja feito devem estar previstos

(A) no anexo de metas fiscais. (B) no anexo de riscos fiscais. (C) no Plano Plurianual − PPA. (D) na Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO. (E) na Lei Orçamentária Anual − LOA. 54. A Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF estabelece que a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação

governamental que acarrete aumento de despesa será acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro e de declaração do ordenador de despesa atestando adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária Anual − LOA e compavbilidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO e o Plano Plurianual − PPA. É EXCEÇÃO legal a essa regra a despesa

(A) considerada irrelevante, nos termos da LDO. (B) de caráter continuado. (C) realizada sob o regime de adiantamento. (D) relacionada com os setores da saúde, educação e assistência social. (E) da área finalística do órgão. 55. O princípio orçamentário da especificação, também denominado discriminação ou especialização, veda a

consignação na Lei Orçamentária Anual − LOA de dotações globais destinadas a atender indiferentemente as despesas com pessoal, transferências ou quaisquer outras. Alguns tipos de dotação de despesa, todavia, podem ser previstos de forma global, como é o caso da destinada a

(A) licitações. (B) convênios. (C) encargos sociais. (D) reserva de contingência. (E) aposentadoria. GABARITO

49 50 51 52 53 55 55

B C D B D A D

PROVA VIII: TRF 3ª Região 2014 – Analista Judiciário Contadoria

Orçamento Público

37. Durante os trabalhos de revisão do planejamento orçamentário do TRF da 3ª Região para 2014, o analista

judiciário da especialidade contadoria percebeu que não havia agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição consignados em dotação própria. Em razão desse fato, determinou que o estudo fosse refeito de forma a respeitar esse agrupamento evidenciando

(A) os elementos orçamentários. (B) as unidades orçamentárias. (C) os grupos orçamentários. (D) as funções orçamentárias. (E) os programas orçamentários.

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38. Umas das atribuições do Analista Judiciário − Especialidade Contadoria é realizar avvidades a fim de garanvr o adequado acompanhamento da situação patrimonial do TRF da 3ª Região. É norma legal atinente a essas atividades que

(A) os bens de almoxarifado devem ser avaliados pelo valor de aquisição. (B) os bens imóveis devem ser avaliados pelo valor médio de mercado. (C) os bens cuja alienação dependa de autorização legislativa serão contabilizados no Ativo Permanente. (D) a manutenção de registros sintéticos é obrigatória para os bens imóveis e facultativa para os bens móveis. (E) o resultado patrimonial do exercício deve ser evidenciado no Balanço Patrimonial. 39. O TRF da 3ª Região alienou bem imóvel integrante do seu patrimônio. A receita derivada dessa operação

pode ser aplicada (A) no pagamento de encargos sociais. (B) na aquisição de papel sulfite. (C) no pagamento de despesas com conservação de bens imóveis. (D) no repasse de valores a instituições públicas de caráter assistencial sem fins lucrativos. (E) na aquisição de computadores. 40. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu regras de gestão responsável não só aos entes da federação,

como também aos Poderes, o que inclui o Poder Judiciário Federal e, por consequência, o TRF da 3ª Região. Dessa forma, o Presidente do Tribunal deverá emitir, quadrimestralmente, o Relatório de Gestão Fiscal que conterá

(A) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo. (B) execução das despesas por função e subfunção. (C) restos a pagar, detalhando os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar. (D) variação patrimonial, evidenciado a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. (E) comparativo com os limites da despesa total com pessoal, distinguindo-a com inativos e pensionistas. 41. Existe a possibilidade de que o orçamento do TRF da 3ª Região não tenha computadas ou tenha

insuficientemente dotadas autorizações para determinadas despesas. Nesse caso, a Lei nº 4.320/64 prevê como solução a abertura de créditos adicionais, que podem ser classificados em suplementares, especiais e extraordinários. É regra atinente aos créditos adicionais:

(A) são extraordinários os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. (B) são especiais os destinados a reforço de dotação orçamentária. (C) os créditos suplementares, especiais e extraordinários deverão ser autorizados por lei. (D) consideram-se recursos disponíveis para a abertura de créditos suplementares os resultantes de anulação

parcial de dotação orçamentária. (E) a abertura de crédito adicional destinado à despesa urgente e imprevista em caso de calamidade pública

independe de ciência ao Poder Legislativo. GABARITO

37 38 39 40 41

B C E E D

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PROVA IX: ALEPE 2014 – Analista Legislativo – Consultoria Legislativa – Direito Tributário, Financeiro e Cidadania

Direito Financeiro

40. Em uma situação hipotética, o Presidente da República, com base no disposto no art. 153, caput, inciso I,

combinado com o § 1º desse mesmo artigo da Constituição Federal, reduziu a alíquota do Imposto de Importação. A referida redução, que representa renúncia de receita tributária, foi feita sem estimativa do impacto orçamentário- financeiro do montante de perda de receita e sem atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Levando em conta o que a Lei Complementar nº 101/00 estabelece a respeito da responsabilidade na gestão fiscal, essa redução

(A) não pode ser feita, pois representa renúncia de receita. (B) só pode ser feita se acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, e atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias. (C) pode ser feita, pois, como redução de alíquota não é benefício fiscal, sua redução, em relação aos tributos de

maneira geral e aos impostos de maneira específica, não representa renúncia de receita. (D) só pode ser feita se o autor da proposta, para sua concessão, houvesse demonstrado que essa renúncia foi

considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

(E) pode ser feita, pois, tal como as alíquotas do IOF, as alíquotas do Imposto de Importação podem ser alteradas por ato do poder executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, não estando sujeitas às limitações contidas no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

41. O Plano Plurianual da União para o período 2012-2015 (Lei Federal nº 12.593/12) tem diversas diretrizes.

Com base na referida lei, são diretrizes estabelecidas no PPA 2012-2015: (A) a inclusão digital e a promoção da sustentabilidade ambiental. (B) a garantia da soberania nacional e o incremento na integração do país ao contexto sul-americano. (C) a otimização da arrecadação de origem tributária e o aumento da eficiência dos gastos públicos. (D) o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia e a garantia dos direitos humanos com

redução das desigualdades sociais, regionais, étnico- raciais e de gênero. (E) o crescimento econômico sustentável e o controle permanente do câmbio e da inflação. 42. A Constituição Federal permite que a União institua empréstimos compulsórios mediante lei complementar.

O art. 148 de seu texto tem a seguinte dicção: “Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I. para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”

De acordo com a Lei Federal nº 4.320/64, o montante do referido empréstimo, exigível pela União após transcurso do prazo para pagamento, será inscrito, na forma da legislação própria, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, como (A) Dívida Ativa Tributária. (B) Dívida Ativa não Tributária. (C) Crédito Tributário a ajuizar.

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(D) Crédito não Tributário a ajuizar. (E) Crédito sujeito à prescrição. 43. De acordo com a Constituição Federal, a competência da União para legislar sobre Direito Financeiro e

Orçamento (A) é concorrente com a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observadas as restrições decorrentes

de tratados e convenções firmados entre Brasil e Organizações Internacionais. (B) é suplementar, desde que não tenha sido exercida pelos Estados ou pelos Municípios, observadas, quando

for o caso, as restrições decorrentes de compromissos firmados com países estrangeiros e organismos internacionais.

(C) é limitada a estabelecer normas gerais sobre direito financeiro e orçamento no âmbito municipal, exceto no que concerne aos assuntos que tiverem sido objeto de acordo com organismos internacionais.

(D) se não exercida para editar lei federal sobre normas gerais, permitirá que os Estados exerçam sua competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.

(E) é concorrente com a dos Estados e do Distrito Federal, no que diz respeito a estabelecer normas específicas ou gerais de direito financeiro e orçamento.

Direito Financeiro 71. Um determinado Estado brasileiro aumentou, de 17% para 20%, a alíquota do ICMS incidente sobre

operações internas de circulação de mercadorias. A lei ordinária estadual que majorou esse tributo, durante um ano, estabeleceu expressamente que o aumento da receita proveniente dessa majoração seria investido, necessariamente, em obras públicas de infraestrutura para os jogos da Copa do Mundo de 2014. Considerando as informações acima e as normas constitucionais que estabelecem regras orçamentárias, é

(A) permitida essa vinculação, desde que a lei que majorou o tributo especifique as causas do aumento e desde

que ele seja feito por prazo de tempo determinado. (B) permitida essa vinculação, desde que haja anuência expressa dos Municípios localizados nesse Estado, aos

quais cabem 25% da receita do ICMS. (C) vedada a vinculação de receita de imposto a uma determinada despesa, ressalvados os casos expressamente

previstos no texto constitucional. (D) permitida essa vinculação, desde que 75%, pelo menos, dos Municípios localizados nesse Estado concordem

em não receber a quota parte de 25% que lhes pertence na arrecadação desse imposto. (E) vedada essa vinculação, pois não foi feita mediante a edição de lei complementar, como determina a

Constituição Federal, mas por lei ordinária. 72. A proposta orçamentária é matéria relevante dentre as disposições constantes da lei do orçamento. De

acordo com a Lei Federal nº 4.320/1964, essa proposta, que será encaminhada ao Poder Legislativo pelo Poder Executivo, nos prazos previstos pela legislação, terá dentre seus componentes,

(A) uma mensagem, que conterá estimativas de receita e despesa do ano a que se refere a proposta e do ano

imediatamente anterior. (B) necessariamente, um Projeto de Lei de Orçamento, exposição circunstanciada da situação econômico-

financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis.

(C) a Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.

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(D) tabelas explicativas, com a exposição e justificação da política econômico-financeira do governo e justificação da receita e despesa, particularmente no que diz respeito ao orçamento de capital.

(E) a justificativa política econômico-financeira da proposta, na qual devem ser apresentadas as razões políticas da proposta orçamentária, com o objetivo de dar consistência aos aspectos econômicos e financeiros da proposta.

73. O Código Tributário Nacional, que abriga uma grande gama de normas gerais de direito tributário aplicáveis à

União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, define tributo, em seu art. 3º, como sendo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Paralelamente a essa definição, a Lei Federal nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, também traz uma definição de tributo, sob a óptica do direito financeiro, que define tributo como sendo a receita

(A) derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.

(B) originária instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades específicas exercidas por essas entidades.

(C) derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais exercidas por essas entidades.

(D) originária ou derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria e as contribuições sociais nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.

(E) derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais exercidas por essas entidades.

74. O controle da execução orçamentária constitui matéria de extrema relevância para a Administração geral do orçamento a ponto de a Lei Federal nº 4.320/1964 dedicar o seu Título VIII para tratar dessa matéria. De acordo com a referida lei, a execução orçamentária

(A) implicará controle da fidelidade funcional dos agentes da Administração, responsáveis por bens e valores

públicos, bem como controle da variação patrimonial de seu cônjuge ou companheiro, de seus parentes, na linha reta, até o segundo grau, e, na linha colateral, até o quarto grau.

(B) é efetuada, internamente, pelo Poder Legislativo, quando não existir Tribunal de Contas ou órgão equivalente, ou quando esses órgãos não exercerem, por qualquer motivo, essas atribuições.

(C) é controlada, externamente, pelo Poder Legislativo, que terá por objetivo verificar a probidade da Administração, a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

(D) implicará controle do cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços, sendo que tal controle caberá necessariamente a órgão diverso do incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação.

(E) implicará controle da legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, sendo que a verificação da legalidade dos atos de sua execução será apenas subsequente.

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GABARITO

40 41 42 43

E D B D

71 72 73 74

C C A C

PROVA X: ALEPE 2014 – Analista Legislativo – Consultoria Legislativa – Orçamento Público e Desenvolvimento Econômico

Direito Financeiro

40. Em uma situação hipotética, o Presidente da República, com base no disposto no art. 153, caput, inciso I,

combinado com o § 1º desse mesmo artigo da Constituição Federal, reduziu a alíquota do Imposto de Importação. A referida redução, que representa renúncia de receita tributária, foi feita sem estimativa do impacto orçamentário-financeiro do montante de perda de receita e sem atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Levando em conta o que a Lei Complementar nº 101/00 estabelece a respeito da responsabilidade na gestão fiscal, essa redução

(A) não pode ser feita, pois representa renúncia de receita. (B) só pode ser feita se acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, e atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias. (C) pode ser feita, pois, como redução de alíquota não é benefício fiscal, sua redução, em relação aos tributos de

maneira geral e aos impostos de maneira específica, não representa renúncia de receita. (D) só pode ser feita se o autor da proposta, para sua concessão, houvesse demonstrado que essa renúncia foi

considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

(E) pode ser feita, pois, tal como as alíquotas do IOF, as alíquotas do Imposto de Importação podem ser alteradas por ato do poder executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, não estando sujeitas às limitações contidas no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

41. O Plano Plurianual da União para o período 2012-2015 (Lei Federal nº 12.593/12) tem diversas diretrizes.

Com base na referida lei, são diretrizes estabelecidas no PPA 2012-2015: (A) a inclusão digital e a promoção da sustentabilidade ambiental. (B) a garantia da soberania nacional e o incremento na integração do país ao contexto sul-americano. (C) a otimização da arrecadação de origem tributária e o aumento da eficiência dos gastos públicos. (D) o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia e a garantia dos direitos humanos com

redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-raciais e de gênero. (E) o crescimento econômico sustentável e o controle permanente do câmbio e da inflação.

Administração Financeira e Orçamentária Pública 51. A respeito da Lei de Diretrizes Orçamentárias é correto afirmar que (A) antecede o Plano Plurianual – PPA, estabelecendo as diretrizes, objetivos e metas da Administração para o

ciclo correspondente. (B) condiciona a Lei Orçamentária Anual, estimando as receitas e fixando as despesas para o exercício

subsequente.

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(C) obedece aos parâmetros fixados no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária, constituindo instrumento de monitoramento e gestão.

(D) orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual, estabelecendo metas e prioridades para o exercício subsequente.

(E) substitui a Lei Orçamentária Anual quando a mesma não tenha sido aprovada até a data limite fixada na Constituição Federal.

52. A Lei Orçamentária Anual deverá contemplar, obrigatoriamente, os orçamentos de (A) custeio e investimento. (B) pessoal ativo e inativos. (C) investimento e custeio das estatais. (D) seguridade social e investimento das estatais. (E) admissão direta e indireta. 53. O Governo do Estado aprovou, mediante Decreto do Chefe do Executivo, um amplo programa de ampliação

de leitos hospitalares, com reforma e construção de hospitais. De acordo com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a indicação da correspondente dotação orçamentária na Lei Orçamentária anual

(A) é necessária apenas para o início das obras. (B) é obrigatória para o início dos correspondentes processos licitatórios. (C) somente é exigível no momento da assinatura dos contratos de obras. (D) é desnecessária caso o projeto se encontre inserido no Plano Plurianual. (E) é condição para a edição do Decreto instituindo o referido Programa. 54. O Estado pretende conceder benefício fiscal a empresas do setor farmacêutico, objetivando fomentar o

desenvolvimento econômico e a geração de empregos em determinada região do seu território. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a concessão de benefício dessa natureza

(A) passou a ser expressamente vedada, somente sendo admissível para promover a equalização com benefício

similar concedido por outro ente da Federação. (B) constitui renúncia fiscal, devendo ser acompanhada da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no

exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. (C) somente pode ser feita por lei complementar e deve vir acompanhada da comprovação das medidas de

compensação por meio de redução de despesas. (D) somente pode ser concedida por lei específica e desde que não constitua renúncia fiscal. (E) independe de medidas compensatórias se estiver prevista na Lei Orçamentária e desde que não afete a

execução dos programas previstos no PPA. 55. O Estado pretende realizar operações de crédito com instituições financeiras nacionais e internacionais, ou

ainda, com organismos financeiros multilaterais, para execução de diversos programas visando à ampliação da oferta de equipamentos e serviços públicos à população. Ocorre que, para firmar os correspondentes contratos, os financiadores exigem o oferecimento de garantias que possam ser executadas na hipótese de inadimplemento pelo Estado. De acordo com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal,

(A) é vedada a concessão de garantias a entidades privadas. (B) a garantia deve estar limitada a 12 (doze) meses do serviço da dívida, incluindo principal e juros. (C) não é admissível a concessão de garantias para organismo financeiro multilateral do qual o Brasil faça parte. (D) é permitida a concessão de garantia aos financiadores, não podendo a mesma recair sobre receita de

impostos do ente.

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(E) somente empresas não dependentes poderão prestar garantia diretamente aos financiadores, podendo o Estado contragarantir as empresas por ele controladas.

56. Considere as seguintes hipóteses: I. Realização de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, envolvendo tributos cujo fato

gerador já tenha ocorrido. II. Aplicação de receita proveniente da alienação de bens e direitos para financiamento de despesa corrente de

pessoal ativo. III. Operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na

qualidade de beneficiário do empréstimo. Constituem vedações estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, as hipóteses previstas, APENAS, em (A) II e III. (B) I e III. (C) I e II. (D) I. (E) II. 57. Considere a seguinte assertiva:

O orçamento deve conter todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização. A referida afirmação traduz o princípio orçamentário da

(A) universalidade. (B) não-afetação. (C) anualidade. (D) exclusividade. (E) especialização. 58. De acordo com a normatização federal aplicável, as transferências de recursos orçamentários da União a

órgão e a entidades públicas ou privadas, sem fins lucrativos, opera-se mediante (A) convênio ou termo de execução descentralizada, quando se tratar de descentralização de créditos entre

órgãos ou entidades integrantes do Orçamento Fiscal da União. (B) contrato de repasse, no caso de repasse a órgãos ou entidades de outros entes federados,

independentemente do valor. (C) termo de cooperação, facultativamente à celebração de convênio, quando se tratar de compromisso de

conjugação de esforços que envolva contrapartida em valor equivalente aos recursos repassados pela União. (D) contrato de programa, na hipótese de gestão associada de serviços de interesse público por entidades

públicas e privadas sem fins lucrativos, precedido de lei autorizativa. (E) convênio, quando envolver a transferência de recursos a entidades privadas sem fins lucrativos, cuja

celebração será precedida de chamamento público visando à seleção de projetos ou entidades. 59. Inclui-se nas competências estabelecidas constitucionalmente para os sistemas de controle interno e externo

da Administração pública, (A) a avaliação, pelo sistema de controle interno, do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, bem

como da execução dos programas de governo.

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(B) o estabelecimento, pelo sistema de controle interno, de metas de superávit fiscal e o controle, pelo Tribunal de Contas, da execução orçamentária.

(C) a fixação, pelo Tribunal de Contas, do limite de endividamento do correspondente ente federado. (D) o estabelecimento e controle, pelo Tribunal de Contas, a cada quadrimestre, do limite de gastos do ente

correspondente com despesas de pessoal. (E) o controle da execução orçamentária, bem como das metas e dos riscos fiscais constantes da Lei de

Diretrizes Orçamentárias, pelo Tribunal de Contas, que poderá realizar, se necessário, o contingenciamento de despesas do Poder Executivo.

GABARITO

40 41

51 52 53 54 55 56 57 58 59

D D B B D A A E A

PROVA XI: ALEPE 2014 – Analista Legislativo Especialidade Contabilidade

Direito Financeiro 40. Em uma situação hipotética, o Presidente da República, com base no disposto no art. 153, caput, inciso I,

combinado com o § 1º desse mesmo artigo da Constituição Federal, reduziu a alíquota do Imposto de Importação. A referida redução, que representa renúncia de receita tributária, foi feita sem estimativa do impacto orçamentário-financeiro do montante de perda de receita e sem atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Levando em conta o que a Lei Complementar nº 101/00 estabelece a respeito da responsabilidade na gestão fiscal, essa redução.

(A) não pode ser feita, pois representa renúncia de receita. (B) só pode ser feita se acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, e atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias. (C) pode ser feita, pois, como redução de alíquota não é benefício fiscal, sua redução, em relação aos tributos de

maneira geral e aos impostos de maneira específica, não representa renúncia de receita. (D) só pode ser feita se o autor da proposta, para sua concessão, houvesse demonstrado que essa renúncia foi

considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

(E) pode ser feita, pois, tal como as alíquotas do IOF, as alíquotas do Imposto de Importação podem ser alteradas por ato do poder executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, não estando sujeitas às limitações contidas no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

41. O Plano Plurianual da União para o período 2012-2015 (Lei Federal no 12.593/12) tem diversas diretrizes.

Com base na referida lei, são diretrizes estabelecidas no PPA 2012-2015: (A) a inclusão digital e a promoção da sustentabilidade ambiental. (B) a garantia da soberania nacional e o incremento na integração do país ao contexto sul-americano. (C) a otimização da arrecadação de origem tributária e o aumento da eficiência dos gastos públicos. (D) o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia e a garantia dos direitos humanos com

redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-raciais e de gênero. (E) o crescimento econômico sustentável e o controle permanente do câmbio e da inflação.

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42. A Constituição Federal permite que a União institua empréstimos compulsórios mediante lei complementar. O art. 148 de seu texto tem a seguinte dicção: “Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I. para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” De acordo com a Lei Federal nº 4.320/64, o montante do referido empréstimo, exigível pela União após transcurso do prazo para pagamento, será inscrito, na forma da legislação própria, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, como

(A) Dívida Ativa Tributária. (B) Dívida Ativa não Tributária. (C) Crédito Tributário a ajuizar. (D) Crédito não Tributário a ajuizar. (E) Crédito sujeito à prescrição. 43. De acordo com a Constituição Federal, a competência da União para legislar sobre Direito Financeiro e

Orçamento (A) é concorrente com a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observadas as restrições decorrentes

de tratados e convenções firmados entre Brasil e Organizações Internacionais. (B) é suplementar, desde que não tenha sido exercida pelos Estados ou pelos Municípios, observadas, quando

for o caso, as restrições decorrentes de compromissos firmados com países estrangeiros e organismos internacionais.

(C) é limitada a estabelecer normas gerais sobre direito financeiro e orçamento no âmbito municipal, exceto no que concerne aos assuntos que tiverem sido objeto de acordo com organismos internacionais.

(D) se não exercida para editar lei federal sobre normas gerais, permitirá que os Estados exerçam sua competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.

(E) é concorrente com a dos Estados e do Distrito Federal, no que diz respeito a estabelecer normas específicas ou gerais de direito financeiro e orçamento.

51. Em relação ao Orçamento Programa, considere: I. O orçamento é elo entre o planejamento e as funções executiva da organização. II. A alocação dos recursos visa o atendimento ao plano político de governo definido pelo gestor público. III. O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais. IV. Na elaboração do orçamento são considerados todos os custos do programa, inclusive os que extrapolam o

exercício. V. A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos financeiros e de planejamento. É correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) II, III e IV. (D) II, IV e V. (E) III, IV e V.

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52. Sobre o Plano Plurianual − PPA, é correto afirmar: (A) compreende as metas e prioridades da Administração pública federal, incluindo o reflexo das despesas

correntes para o exercício subsequente. (B) orienta a elaboração da lei orçamentária anual e o plano de metas do governo. (C) autoriza a concessão de vantagens ou aumento de remuneração, para a criação de cargos por envolver mais

de um período financeiro. (D) estabelece as diretrizes, objetivos e metas para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para os

programas de duração continuada. (E) estabelece os parâmetros para a elaboração de propostas orçamentárias de despesas de capital, incluindo

novos investimentos para o Poder Executivo. 53. Com relação à Lei Orçamentária Anual − LOA, instrumento de planejamento que fixa despesas e prevê

receitas, é correto afirmar que compreenderá os orçamentos (A) fiscal, da seguridade social e de investimentos das empresas. (B) financeiro, orçamentário e patrimonial. (C) despesas correntes, de capital e programas de governo. (D) despesas correntes, orçamentário e financeiro. (E) fiscal, financeiro e de programas de governo. 54. A Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO disporá sobre: I. A distribuição dos recursos correntes e de capital de forma regionalizada. II. As alterações na legislação tributária. III. O equilíbrio entre receitas e despesas. IV. As normas relativas ao controle de custos e a avaliação dos resultados dos programas financiados com

recursos dos orçamentos. V. As diretrizes, objetivos e metas para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para os programas de

duração continuada. É correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) II, III e IV. (D) I, II e V. (E) III, IV e V. 55. Após a promulgação da LOA e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de

quotas trimestrais de autorização de despesas para cada unidade orçamentária. Este quadro tem o objetivo de:

I. Garantir à unidade orçamentária o valor fixo trimestral de gastos autorizados, os quais passam a compor a

obrigação do Poder Executivo para com a unidade orçamentária. II. Efetuar controle financeiro visando a definição de limites máximos para que o ente possa contrair novos

empréstimos. III. Assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil, a soma de recursos necessários e suficientes a melhor

execução do seu programa anual de trabalho. IV. Manter o equilíbrio entre receita arrecadada e despesa realizada.

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V. Planejar os gastos efetivos visando a máxima redução de probabilidade da existência de insuficiência de tesouraria.

É correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e V. (C) II, III e IV. (D) II, IV e V. (E) III, IV e V. 56. A classificação da despesa orçamentária, segundo a sua natureza, está classificada em categorias

econômicas, (A) grupos, modalidades de aplicação e elementos. (B) grupos, modalidades de aplicação e financeira. (C) modalidades de aplicação, elementos e financeira. (D) correntes, de capital e extraorçamentária. (E) correntes, de capital e financeira. 57. São exemplos de classificação por subfunção no orçamento público: (A) Administração, Saúde, Trabalho e Educação. (B) Controle externo, Vigilância Sanitária, Empregabilidade e Ensino Superior. (C) Controle interno, Vigilância Sanitária, Trabalho e Educação. (D) Previdência Social, Desenvolvimento Científico, Abastecimento e Telecomunicações. (E) Comércio e Serviços, Direitos da Cidadania, Desenvolvimento Científico e Telecomunicações. 58. O Balancete de Verificação de um determinado ente público mostrou os seguintes saldos de despesas

orçamentárias por subfunções, em reais: Tecnologia da informação ........................................................................... 100.000 Comunicação social .................................................................................... 150.000 Atenção básica ............................................................................................ 200.000 Assistência ao idoso .................................................................................... 250.000 Empregabilidade .......................................................................................... 300.000 Educação básica ......................................................................................... 350.000 Normalização e Fiscalização ....................................................................... 400.000 De acordo com as informações, o saldo das subfunções relacionadas à função administração é de (A) 250.000 (B) 350.000 (C) 450.000 (D) 550.000 (E) 650.000

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59. O Balancete de Verificação de um determinado ente público mostrou os seguintes saldos de receitas, em reais:

Receita tributária ......................................................................................... 500.000 Alienação de bens ....................................................................................... 450.000 Receita de contribuições ............................................................................. 400.000 Operações de crédito .................................................................................. 350.000 Receita de serviços ..................................................................................... 300.000 Amortização de empréstimos ...................................................................... 250.000 De acordo com as informações, o saldo das receitas correntes é de (A) 900.000 (B) 1.050.000 (C) 1.200.000 (D) 1.250.000 (E) 1.350.000 60. O Sr. José de Arimatéia foi nomeado pelo Ministro da Educação como responsável pelo Controle Interno do

ministério. Durante suas atividades, verificou a existência de irregularidade nos convênios realizados com municípios de determinada região do país, envolvendo políticos e servidores administrativos. De acordo com a Constituição Federal, seu procedimento deverá ser:

(A) dar ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. (B) dar ciência ao Sr. Ministro responsável pela pasta, sob pena de demissão do cargo. (C) dar ciência ao Sr. Presidente da República sobre as irregularidades verificadas na pasta, sob pena de

responsabilidade solidária. (D) dar ciência à Câmara dos Deputados sob pena de responsabilidade solidária com os atos realizados no

referido ministério. (E) não efetuar qualquer registro, pois a responsabilidade pelos recursos é do ordenador das despesas. 61. De acordo com a Lei nº 4.320/64, compreende a dívida flutuante: I. Os restos a pagar e os serviços da dívida a pagar. II. Os depósitos. III. Os débitos de tesouraria. IV. As dívidas externas a pagar. V. As dívidas internas a pagar. De acordo com a Lei nº 4.320/64, é correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, II e V. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.

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62. Uma unidade da Federação contratou uma empresa para prestação dos serviços de vigilância da sede do governo pelo valor mensal de R$ 20.000,00, por um período de 18 meses, com início em 01/05/2013. O setor responsável pela contratação deverá emitir um empenho relativo ao exercício de 2013 do tipo

(A) ordinário de R$ 160.000. (B) estimativo de R$ 160.000. (C) global de R$ 160.000. (D) global de R$ 360.000. (E) estimativo de R$ 360.000. GABARITO

40 41 42 43 51 52 53 54 55 56

E D B D B D A C E A

57 58 59 60 61 62

B E C A A C

PROVA XII: CETAM 2014 – Analista Técnico Educacional Ciências Contábeis �Atenção: Para responder às questões de números 51 e 52, considere a Lei Federal nº 4.320/1964 e as informações a seguir: 51. O total das receitas correntes e de capital somam, respectivamente, em reais, (A) 70.000,00 e 180.000,00. (B) 210.000,00 e 40.000,00. (C) 140.000,00 e 110.000,00. (D) 225.000,00 e 40.000,00. (E) 210.000,00 e 55.000,00. 52. O montante das despesas correntes totaliza, em reais, (A) 150.000,00. (B) 145.000,00. (C) 140.000,00. (D) 155.000,00. (E) 175.000,00.

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53. As despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas no próprio exercício de competência, nos termos da Lei Federal nº 4.320/1964, serão

(A) canceladas. (B) anuladas e empenhadas no exercício seguinte. (C) classificadas como despesas de exercícios anteriores − DEA. (D) inscritas em restos a pagar não processados. (E) inscritas em restos a pagar processados. 54. A Lei de Responsabilidade Fiscal tornou mais rígido o controle da despesa com gastos com pessoal,

estabelecendo limites, inclusive, por Poder. Nos termos dessa legislação, são computadas como gastos com pessoal as despesas

(A) com indenização por demissão de servidores ou empregados. (B) com incentivos à demissão voluntária. (C) decorrentes de contratação de empresa de consultoria mediante licitação. (D) com contrato de terceirização de mão de obra com substituição de pessoal. (E) relativas à convocação extraordinária de parlamentares. 55. Tanto a receita como a despesa pública são realizadas em fases. Uma das etapas da receita é a verificação da

procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora. No caso da despesa, uma das etapas é a verificação do direito adquirido pelo credor. Essas fases são denominadas, respectivamente,

(A) lançamento e empenho. (B) empenho e liquidação. (C) lançamento e liquidação. (D) planejamento e empenho. (E) liquidação e lançamento. 56. Nos termos do Decreto nº 93.872/1986, são restos a pagar as despesas nele empenhadas e não pagas até

31/12, distinguindo se em processadas e não processadas. A dívida passiva relativa aos restos a pagar prescreve em

(A) 180 dias. (B) 1 ano. (C) 2 anos. (D) 3 anos. (E) 5 anos. GABARITO

51 52 53 54 55 56

B C E D C E

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PROVA XIII: SEFAZ/RJ 2014 – Auditor Fiscal da Receita Estadual 3ª categoria – PROVA 2

23. Considere as despesas, a seguir, referentes ao Poder Executivo de um governo estadual e ao exercício financeiro de 2012 (valores expressos em milhares de reais):

A Receita Corrente Líquida no exercício de 2012 foi R$ (mil) 1.000.000,00. Em 2012, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, o Poder Executivo Estadual (A) não ultrapassou o limite pelo qual deveria ser alertado pelo Tribunal de Contas (limite de alerta). (B) ultrapassou o limite máximo de despesa total com pessoal em R$ (mil) 9.000,00. (C) ultrapassou o limite prudencial de despesa total com pessoal em R$ (mil) 19.500,00. (D) gastou R$ (mil) 49.000,00 a menos do que o limite máximo de despesa total com pessoal. (E) gastou R$ (mil) 71.000,00 a menos do que o limite prudencial de despesa total com pessoal. 24. As receitas previstas e as despesas fixadas no projeto Lei Orçamentária Anual, referente a 2014, de um

governo estadual foram as apresentadas no quadro a seguir (valores expressos em milhões de reais):

Com base nessas informações, a Regra de Ouro, estabelecida no art. 167, inciso III, da Constituição Federal, foi (A) observada, pois o montante previsto para a Alienação de Bens é maior do que aquele fixado para as

despesas com Inversões Financeiras. (B) observada, pois o montante previsto para as Operações de Crédito é menor do que aquele fixado para as

Despesas de Capital. (C) desrespeitada, pois o montante previsto para as Receitas de Capital é maior do que aquele fixado para as

Despesas de Capital. (D) desrespeitada, pois o montante previsto para as Operações de Crédito é maior do que aquele fixado para as

despesas com Investimentos. (E) desrespeitada, pois o montante previsto para as Operações de Crédito é maior do que os montantes fixados

para as despesas com Investimentos e Inversões Financeiras, em conjunto.

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25. No Anexo de Metas Fiscais, na avaliação do cumprimento da meta de resultado primário do exercício anterior, um dos motivos que justificam o NÃO cumprimento de tal meta é

(A) o aumento da dívida fundada pelas variações desfavoráveis da taxa cambial. (B) a redução da arrecadação da receita referente a juros de aplicações financeiras em decorrência do

decréscimo dos rendimentos. (C) o aumento da despesa realizada com a amortização da dívida fundada. (D) a arrecadação de tributos menor do que a previsão em decorrência do crescimento econômico menor do

que aquele esperado para o período. (E) o aumento da despesa realizada com juros e encargos sobre a dívida. 26. De acordo com a Lei Complementar no 131/2009, os Estados que não assegurarem a transparência mediante

liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, não poderão

(A) receber transferências voluntárias. (B) obter garantia direta de outro ente. (C) obter garantia indireta de outro ente. (D) contratar operações de crédito que visem à redução da despesa com pessoal. (E) contratar operações de crédito por antecipação da receita orçamentária. 27. As transferências realizadas por um governo estadual para os municípios referentes a convênios celebrados

para a construção de prédios onde funcionarão escolas técnicas são transferências (A) incondicionais. (B) do Fundo de Participação dos Municípios. (C) constitucionais. (D) legais. (E) voluntárias. 28. No dia 02/09/2013, uma entidade da Administração indireta estadual fez o empenho das despesas com

Equipamentos e Material Permanente no valor de R$ 35.000,00 e com Serviços de Terceiros − Pessoa Jurídica no valor de R$ 2.000,00 referentes, respectivamente, a aquisição de um equipamento médico e serviços necessários para a sua instalação. Em 16/09/2013, o fornecedor entregou o equipamento e, neste mesmo dia, houve a liquidação desta despesa, cujo pagamento ocorreu em 10/10/2013. No dia 04/10/2013, foi realizada a instalação do equipamento e liquidada a despesa com Serviços de Terceiros − Pessoa Jurídica e, no dia 31/10/2013, houve o pagamento referente a esta prestação de serviços para a entidade pública. Considerando o enfoque patrimonial e que a vida útil estimada do equipamento era de 5 anos, a contabilidade deveria reconhecer

(A) uma variação patrimonial diminutiva de R$ 37.000,00 em outubro de 2013. (B) um passivo circulante de R$ 37.000,00 em setembro de 2013. (C) uma variação patrimonial diminutiva de R$ 2.000,00 em setembro de 2013. (D) uma variação patrimonial qualitativa de R$ 35.000,00 em setembro de 2013. (E) um passivo permanente de R$ 2.000,00 em outubro de 2013.

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29. Considere os dados extraídos do Balanço Orçamentário de uma entidade pública referente ao exercício financeiro de 2012:

− Dotação Atualizada da Despesa: R$ 690.000,00 − Despesas Empenhadas: R$ 685.000,00 − Despesas Liquidadas: R$ 670.000,00 − Despesas Pagas: R$ 640.000,00 Um fornecedor de material de informática entregou à entidade pública, em fevereiro de 2013, dentro do prazo acordado com o gestor público, mercadorias no valor de R$ 3.000,00, cujo empenho foi anulado no encerramento do exercício de 2012. Com base nestas informações, o valor inscrito em restos a pagar não processados, no exercício, foi, (A) R$ 48.000,00. (B) R$ 30.000,00. (C) R$ 18.000,00. (D) R$ 20.000,00. (E) R$ 15.000,00. 30. O aumento de remuneração dos professores do ensino médio da rede pública estadual, servidores da

Administração direta que atuam na manutenção das atividades de ensino, (A) deve ser classificado em Reservas para Contingências na Lei Orçamentária Anual. (B) aumenta a despesa de capital. (C) deve ter autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias. (D) impacta o orçamento de investimentos das autarquias. (E) impacta o orçamento da seguridade social. GABARITO

23 24 25 26 27 28 29 30

C B D A E D E C

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PROVA XIV: SEFAZ/RJ 2014 – Auditor Fiscal da Receita Estadual 3ª categoria – PROVA 1

37. Considere as informações a seguir sobre o orçamento da despesa, referente ao exercício financeiro de 2012, de uma unidade orçamentária estadual:

As despesas são ordinárias e as cotas trimestrais foram definidas em conformidade com a Lei no 4.320/1964. Foi permitido ao gestor da unidade orçamentária (A) realizar despesa com a aquisição de gasolina automotiva para os veículos utilizados pela unidade

orçamentária com o uso da dotação orçamentária de Passagens e Despesas com Locomoção. (B) empenhar despesa referente à aquisição de um lote de computadores no valor de R$ 100.000,00 no primeiro

trimestre de 2012. (C) realizar despesas referentes à aquisição de toners para impressora, papel, pen drives e material de limpeza

de uso pela unidade orçamentária com valor máximo, no exercício financeiro de 2012, de R$ 80.000,00. (D) transferir o saldo remanescente de R$ 140.000,00 referente à despesa com Equipamentos e Material

Permanente para o exercício financeiro de 2013, por não ter sido possível cumprir as exigências legais para a sua realização.

(E) liquidar, no segundo trimestre de 2012, despesa empenhada no primeiro trimestre de 2012 com passagens aéreas no valor de R$ 50.000,00.

38. Um governo estadual possui ações ordinárias da empresa que presta serviços de saneamento em diversos

municípios do Estado. De acordo com o estatuto da empresa, em cada exercício financeiro, são distribuídos 30% do lucro líquido do exercício a título de dividendos obrigatórios e a expectativa é de que a empresa gere e distribua lucro em 2013. Neste caso, na Lei Orçamentária Anual do exercício de 2013, a receita prevista referente aos dividendos obrigatórios é uma receita

(A) de capital e deve compor o orçamento da receita do governo estadual. (B) extraorçamentária, pois trata-se de entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro. (C) extraorçamentária, pois não modifica a situação financeira do governo estadual. (D) extraorçamentária, pois independe de autorização legislativa para sua realização. (E) patrimonial e deve compor o orçamento da receita do governo estadual. 39. Sobre as operações de créditos realizadas por um governo estadual, considere: I. Em 01/02/2012, o governo obteve uma operação de crédito por antecipação da receita orçamentária no

valor de R$ 1.000.000,00. Em 30/06/2012, o governo liquidou esta operação de crédito, com o pagamento do principal mais juros, sendo estes últimos no valor de R$ 51.010,05.

II. Em 2012, o governo realizou despesa com o pagamento de parcela do principal, no valor de R$ 500.000,00, de uma operação de crédito de longo prazo obtida em 2010 e com juros e encargos referentes à mesma operação no valor de R$ 145.000,00.

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As duas operações de crédito, em conjunto, geraram no exercício financeiro de 2012, em reais, uma despesa (A) do grupo amortização da dívida de 1.500.000,00. (B) de capital de 1.500.000,00. (C) corrente de 196.010,05. (D) extraorçamentária de 1.051.010,05. (E) orçamentária de 1.696.010,05. 40. Sobre a classificação das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual de uma entidade pública, o valor

referente (A) à aquisição de medicamentos para distribuição aos pacientes com insuficiência renal do Estado é classificada

no elemento de despesa Auxílio. (B) ao aumento de capital de empresas de economia mista é classificado no grupo de despesas Investimentos. (C) aos depósitos cauções a serem recebidos é classificado como Transferências de Instituições Privadas. (D) aos serviços de consultoria para aperfeiçoar a avaliação dos projetos de pesquisa financiados pela entidade é

classificado como Projeto na classificação por estrutura programática. (E) à venda de bens imóveis da própria entidade é classificado no grupo de despesas Inversões Financeiras. 41. Uma entidade pública celebrou um contrato de aluguel com terceiros referente a um imóvel subutilizado de

sua propriedade. O contrato foi celebrado em 29/11/2012 e o valor mensal acordado referente ao aluguel foi R$ 3.500,00. No ato da celebração do contrato, foi emitida uma guia para pagamento antecipado de seis meses de aluguel no valor de R$ 21.000,00, com vencimento em 10/12/2012, data em que o contratante efetuou o pagamento na rede bancária credenciada. O valor foi transferido à conta específica do Tesouro Estadual em 11/12/2012. Neste caso, em 2012, deve-se considerar a arrecadação da receita no valor de

(A) R$ 3.500,00 em 10/12/2012. (B) R$ 21.000,00 em 10/12/2012. (C) R$ 21.000,00 em 29/11/2012. (D) R$ 21.000,00 em 11/12/2012. (E) R$ 3.500,00 em 29/11/2012. 42. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração pública direta e

indireta é exercida mediante controle externo e interno. No âmbito do Estado do Rio de Janeiro, o controle externo é exercido pela Assembleia Legislativa com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, que tem, de acordo com a Constituição do Estado, dentre outras atribuições:

I. apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio que deverá

ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. II. certificar a regularidade da receita e da despesa realizada pela Administração direta e indireta estadual. III. analisar as demonstrações contábeis das empresas contratadas pela Administração pública estadual. IV. julgar as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo à

Fazenda Estadual. V. opinar, previamente, acerca das contratações de Auditoria Independente pelos órgãos que compõem a

Administração direta e indireta do Poder Executivo Estadual. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e IV. (B) I, III e V. (C) I e IV. (D) IV e V. (E) III e V.

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43. Na Administração pública, a Constituição Federal adotou dois sistemas de controle, o interno e o externo. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno que tem, dentre outras, a finalidade de

(A) prestar as informações solicitadas pelo Poder Legislativo, sobre a fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas. (B) representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, a partir da realização de

auditoria nos órgãos públicos. (C) denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Ministério Público, quando constatadas nas transações

realizadas por entidades da Administração pública. (D) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,

financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da Administração, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

(E) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na Administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

GABARITO

37 38 39 40 41 42 43

E E C D B C D

PROVA XV: TCE/PI 2014 – Auditor Fiscal de Controle Externo

Ciências das Finanças e Direito Financeiro

61. Tendo em vista a classificação econômica da despesa, eis um ponto de divergência entre a Portaria SOF/STN

nº 163/2001 e a Lei nº 4.320/1964. A Portaria (A) determina que o orçamento possa se deter na modalidade de aplicação da despesa; a Lei quer que a

classificação abranja o elemento de despesa. (B) estabelece que o orçamento se limite ao elemento de despesa; a Lei preceitua que a tipificação abranja a

modalidade de aplicação. (C) ordena que a classificação se detalhe até a atividade ou o projeto; a Lei dispõe que o seja até a operação

especial. (D) estabelece tipificação mínima até a categoria da subfunção; a Lei quer que a classificação evidencie até o

elemento de despesa. (E) determina que orçamento abranja o subelemento de despesa; a Lei estabelece tipificação até o grupo de

natureza do gasto. 62. Os créditos especiais e extraordinários (A) destinam-se ao reforço de dotações previstas originalmente no orçamento. (B) vigoram apenas no próprio exercício em que são autorizados. (C) podem, por decreto executivo, ser abertos até o limite autorizado na lei orçamentária anual. (D) podem ser reabertos no exercício seguinte, desde que autorizados a partir do mês de setembro. (E) não podem bancar despesas de pessoal, nem as relativas a juros e outros encargos da dívida pública.

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63. Considere os seguintes dados de execução orçamentária e financeira: Despesa Empenhada em 2013 ....................... R$ 2.000,00 Despesa Liquidada em 2013 ......................... R$ 1.400,00 Despesa Paga em 2013 .................................... R$ 900,00 No encerramento do ano de 2013, o montante de Restos a Pagar Processados foi, em reais, (A) 1.100,00. (B) 500,00. (C) 600,00. (D) 2.500,00. (E) 1.500,00. 64. A Lei de Responsabilidade Fiscal abrange a (A) fundação instituída e mantida pela vontade do setor privado. (B) empresa pública que, do ente controlador, recebe recursos apenas para fazer investimentos. (C) sociedade de economia mista que, do ente controlador, apenas recebe recursos de participação acionária. (D) empresa estatal que, do ente controlador, apenas recebe recursos alusivos à venda de ações ordinárias. (E) empresa concessionária de serviços públicos essenciais, apenas. 65. No mês de agosto, o gasto de pessoal de certa Câmara Municipal foi de 8%. Nesse contexto, (A) a partir de julho do primeiro ano de gestão, o Presidente da Câmara Municipal não pode expedir ato

aumentando a despesa de pessoal. (B) até o final do mesmo exercício, o Presidente precisa reconduzir tal gasto ao limite de 6%, sob pena de multa

equivalente a 30% de seus vencimentos anuais. (C) até abril do ano seguinte, o Prefeito do Município precisa retomar o limite da despesa de pessoal da Câmara

dos Vereadores. (D) a partir daqueles 8%, o respectivo Tribunal de Contas alerta o chefe do Poder Legislativo para providenciar a

recondução da despesa de pessoal a seu limite. (E) até abril do ano seguinte, o Presidente da Câmara deve ajustar tal despesa ao limite de 6%, sob pena de

multa equivalente a 30% de seus vencimentos anuais. 66. Sobre o ciclo de Planejamento no Setor Público, considere: I. A LOA é um documento que integra o Planejamento Público, responsável pela operacionalização dos

programas. Tem vigência de um ano, iniciando-se em 1o de janeiro e encerrando-se em 31 de dezembro. II. A LDO é o documento componente do Planejamento Público responsável pela direção na elaboração do

orçamento. A relação de programas que serão executados a integra. Por meio dela se estabelecem as metas e prioridades, alterações na legislação tributária, além de dispor sobre dívida pública e despesas com pessoal, entre outras.

III. O PPA integra o Planejamento Público para 4 anos. Nele estão presentes os programas e seus indicadores, as ações e suas metas. Possui uma dimensão estratégica estabelecida nos programas e apoiada, em grande parte, na campanha eleitoral.

IV. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas da Administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e as relativas aos programas de duração continuada.

V. O ciclo de Planejamento e Orçamento Público é integrado pelo PPA, pela LDO, mas não o é pela LOA, pois esta se refere às receitas e despesas que serão executadas em um ano, sem qualquer relação com o que foi

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estabelecido pelo PPA, uma vez que sua vigência é deslocada de um ano em relação ao mandato do chefe do executivo.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) II, III, IV e V. (B) I, II, III e IV. (C) II, IV e V. (D) I, III e V. (E) I e V. GABARITO

61 62 63 64 65 66

A D B B E B

PROVA XI: SEFAZ/PE 2014 – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual Prova I � Atenção: As questões de números 76 a 80 referem-se a Finanças Públicas. 76. Com respeito ao Orçamento Público, é correto afirmar: (A) A gerência por objetivos, a fixação de metas e o acompanhamento físico-financeiro dos programas não são

características presentes no Orçamento Programa. (B) A estimativa de receitas e fixação das despesas poderá ser feita para o período de março de um ano até

fevereiro do ano seguinte, sem desrespeito ao Princípio da Anualidade do Orçamento. (C) No Orçamento de Base-Zero deve ser feita a análise, revisão e avaliação apenas das despesas que

ultrapassam o nível de gasto já existente. (D) Para que o Orçamento Público seja considerado encerrado, é necessário que ele tenha percorrido suas três

fases: elaboração, aprovação e execução. (E) De acordo com o Princípio da Universalidade, todos os entes públicos devem possuir orçamento, ainda que

seja elaborado um orçamento para custeio e outro para investimentos. 77. No processo orçamentário brasileiro, (A) os Créditos Adicionais Extraordinários são aqueles destinados a despesas para as quais não haja dotação

orçamentária específica e terão sua validade para mais de um exercício financeiro. (B) a Programação Financeira diz respeito a atividades relativas ao orçamento de caixa, compreendendo a

previsão do comportamento da receita, a consolidação dos cronogramas de desembolso e o estabelecimento do fluxo de caixa, sem, contudo, ter preocupação com seu equilíbrio.

(C) o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual devem ser propostas pelo Poder Legislativo, sendo posteriormente apreciadas e aprovadas pelo Poder Executivo.

(D) as Receitas Patrimoniais são classificadas como Receitas de Capital e as despesas relativas à aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização como Despesas de Capital, na categoria econômica de investimentos.

(E) as receitas públicas e as despesas públicas possuem três estágios cada: o lançamento, a arrecadação e o recolhimento, no caso das receitas, e o empenho, a liquidação e o pagamento, no caso das despesas.

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78. Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, considere: I. O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá conter Anexo de Metas Fiscais, em que sejam

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes, além de avaliação do cumprimento das metas relativas ao exercício anterior.

II. A adoção de medida tributária da qual decorra renúncia de receita deverá necessariamente ser acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercícios de sua vigência e de medidas de compensação provenientes da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

III. São transferências voluntárias as entregas de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional ou legal, exceto os destinados ao Sistema Único de Saúde, podendo ser utilizados pelos beneficiários para qualquer finalidade, independentemente do cumprimento de qualquer exigência.

IV. Em iniciativa que contribui para a transparência das contas públicas, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro de cada ano, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública nas casas do Poder Legislativo da União, dos Estados ou dos Municípios.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) I e IV. (C) I e II. (D) II e III. (E) III e IV. GABARITO

76 77 78

B E B

PROVA XVI: SEFAZ/PE 2014 – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual Prova 2 – Conhecimentos Específicos

61. Sobre as receitas públicas, é correto afirmar que (A) o valor da operação de crédito por antecipação da receita orçamentária é classificado como receita

orçamentária de operações de crédito. (B) a inscrição de restos a pagar processados dá origem a uma receita orçamentária. (C) o recebimento de um depósito caução altera o resultado de execução orçamentária. (D) o valor dos juros das aplicações financeiras é classificado como receita orçamentária de capital. (E) o valor das multas decorrentes de atraso na arrecadação de tributos pelos contribuintes é classificado como

receita orçamentária corrente. 62. De acordo com a Lei nº 4.320/1964, para um ente público realizar o pagamento a fornecedores de material

de consumo, a despesa a que o pagamento se refere, no processo de execução orçamentária, deverá ter sido (A) empenhada e lançada. (B) fixada e liquidada. (C) empenhada, apenas. (D) empenhada e liquidada. (E) lançada e liquidada.

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Direito Financeiro 71. O Município XYPE obteve junto ao cartório de registro de imóveis inúmeras certidões de imóveis registrados

em nome de determinadas pessoas, fazendo o pagamento imediato das custas devidas ao cartório. Sobre o pagamento efetuado por esse município, é correto afirmar:

(A) O pagamento feito pelo município será considerado regular se tiver havido empenho e regular liquidação

antes do pagamento. (B) O caso citado está dentro das hipóteses excepcionais de dispensa de empenho e de nota de empenho. (C) Desde que tenha havido prévia liquidação, dispensa-se a realização do empenho. (D) Se havia prévia autorização orçamentária, dispensa-se o procedimento regular de pagamento desta despesa. (E) Como se trata de contratação de serviço em que é inexigível a licitação, não há necessidade de realização de

empenho da despesa. 72. No caso de iminência de surto de vírus letal em território nacional, as despesas necessárias para a prevenção

e o combate à doença, bem assim para o tratamento adequado das pessoas infectadas, por meio da importação em grande quantidade de soro produzido com exclusividade no Canadá e em valores muito superiores à dotação orçamentária para despesas com saúde,

I. é admissível a abertura de crédito suplementar, destinado a despesas urgentes, como no caso de calamidade

pública. II. não poderá ser aberto crédito adicional, devendo ser promovida relocação de receitas vinculadas

proveniente de impostos. III. como já existe dotação orçamentária específica para despesas com saúde, admite-se a abertura de crédito

suplementar, desde que existam recursos disponíveis e haja autorização por lei e abertura por decreto executivo.

IV. admite-se a obtenção de recursos por meio de realização de operação de crédito, com inclusão em crédito adicional suplementar dos recursos provenientes da operação, desde que atendidas outras exigências legais.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III. 73. Em procedimento administrativo específico, contribuinte obtém isenção para pagamento de IPTU por ter

preenchido os requisitos legais para esta isenção. Considerando esta isenção à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal, é correto afirmar:

(A) A única isenção que é considerada renúncia de receita pela Lei de Responsabilidade Fiscal é a isenção em

caráter geral, concedida a todos os contribuintes de determinado tributo, hipótese em que deverá atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO e na Lei Orçamentária Anual − LOA, e vir acompanhada de medidas de compensação por meio de aumento de receita tributária no prazo legal.

(B) Dentro dos limites previamente estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO, e desde que não afete as metas de resultados fiscais do anexo do Plano Plurianual, é perfeitamente possível a concessão de isenção na forma estabelecida, já que não se trata de renúncia de receita, pois esta só está caracterizada quando o ente concede isenção em caráter geral.

(C) Esta isenção caracteriza renúncia de receita, devendo, dentre outros requisitos: atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO e demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa do impacto

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orçamentário-financeiro, no exercício em que iniciar sua vigência e nos dois seguintes, na estimativa de receita da lei orçamentária, e que não afetará as metas de resultados fiscais do anexo da LDO.

(D) Dentro da autonomia municipal e não havendo prejuízo para o orçamento anual, é possível que o município conceda isenção e outros benefícios fiscais sem que tenha que se ater a qualquer restrição ou balizamento pela Lei de Responsabilidade Fiscal, posto que está no pleno exercício de sua competência tributária constitucional.

(E) A Lei de Responsabilidade Fiscal veda expressamente a concessão de isenção em caráter específico, pois não é possível mensurar o impacto que esta isenção irá proporcionar no orçamento anual.

74. Sobre fiscalização orçamentária e financeira do Poder Judiciário estadual, é correto afirmar que (A) o controle externo das contas do Poder Judiciário estadual é de competência do Poder Legislativo estadual,

com auxílio do Tribunal de Contas do Estado. (B) o controle externo das contas do Poder Judiciário estadual é de competência do Superior Tribunal de Justiça,

sendo suas contas homologadas ou não pelo Supremo Tribunal Federal. (C) não existe fiscalização orçamentária e financeira das contas do Poder Judiciário estadual, pois ele não possui

orçamento próprio. (D) o Poder Judiciário estadual se submete apenas à fiscalização interna por órgão próprio, não se submetendo a

controle externo pelo Poder Legislativo. (E) a fiscalização orçamentária e financeira das contas do Poder Judiciário estadual é feita pelo Ministério

Público. 75. Se o Presidente da República não apresentar suas contas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a

abertura da sessão legislativa, (A) o Congresso Nacional deverá notificar o Presidente da República a prestar suas contas em 30 dias, sob pena

de intervenção federal. (B) os pagamentos das despesas do Poder Executivo, relacionadas com a Administração Direta, ficarão

bloqueados até que sejam apresentadas as contas. (C) será instaurado processo de Impeachment perante o Senado Federal. (D) o Tribunal de Contas da União deverá notificar o Presidente a prestar suas contas em 10 dias, sob pena de

instauração de processo de improbidade administrativa. (E) competirá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República. 76. À luz do Direito Financeiro, o preço público se distingue da taxa porque (A) o preço público é considerado mero ingresso e não receita, não sendo computado na lei orçamentária anual. (B) o preço público é receita originária e a taxa é receita derivada, pois se trata de tributo, embora ambos se

classifiquem como receitas correntes. (C) apenas serviços públicos monopolizados podem ser remunerados por taxa, posto que se existe a

possibilidade de se contratar o mesmo serviço prestado por particular, a remuneração do serviço público será por preço público.

(D) preço público tem receita vinculada e taxa, por ser tributo, necessariamente não tem receita vinculada. (E) é a disponibilidade do serviço que determina ser ele remunerado por taxa ou por preço público, ou seja, se

está à disposição, será sempre remunerado por taxa, mas, ao contrário, se depende de provocação do usuário para ser prestado, será remunerado por preço público.

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77. Sobre as despesas públicas, é correto afirmar: (A) A prorrogação de uma despesa criada por prazo determinado não é considerada aumento de despesa e,

portanto, dispensa que se apresente estimativa de impacto orçamentário e declaração do ordenador da despesa de que há adequação orçamentária, bastando a abertura de crédito especial.

(B) Despesa adequada com a lei orçamentária anual é a despesa que se conforma com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas ali previstas.

(C) O ato de criação de despesa obrigatória de caráter continuado deve ser instruído com estimativa do impacto orçamentário financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes e demonstrar origem dos recursos para seu custeio, sem embargo de outras exigências legais.

(D) Despesa compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias é a despesa objeto de dotação específica e suficiente.

(E) Dispensa-se qualquer procedimento para o aumento de despesa quando existe aumento de receita sem que tenha havido previsão orçamentária para tanto, podendo ser feita a transposição de recursos.

78. O prazo para a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco apreciar as contas do Governador do

Estado, mediante parecer prévio, é de (A) 60 dias, a contar do início da sessão legislativa. (B) 45 dias, a contar do seu recebimento. (C) 90 dias, a contar do seu recebimento. (D) 90 dias, a contar do início da sessão legislativa. (E) 60 dias, a contar do seu recebimento. 79. De acordo com a Lei Estadual no 7.741/1978 (Código de Administração Financeira do Estado de

Pernambuco), considera-se Reserva de Contingência (A) as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não

processadas. (B) as despesas empenhadas que corram a conta de créditos adicionais, com vigência plurianual e que não

tenham sido liquidadas. (C) a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos

créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. (D) a dotação global prevista no Orçamento-Programa Anual, não especificamente destinada a determinado

programa ou unidade orçamentária, cujos recursos serão utilizados, através de decreto, para abertura de créditos suplementares.

(E) o saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício, conforme estudo técnico que analise o comportamento da receita.

80. Segundo Aliomar Baleeiro, nem todo o passivo do Estado pode ser incluído no conceito de dívida pública.

(Uma introdução à ciência das finanças. 17 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 633). Partindo desta premissa, a dívida pública

(A) decorre de empréstimo público e o pagamento de juros da dívida pública é classificado como despesa

corrente, da espécie transferência corrente. (B) somente será considerada despesa se ingressou nos cofres públicos a título de empréstimo público, posto

que este é sempre uma receita tributária. (C) será apenas a dívida decorrente de atraso em liquidações e pagamentos de despesas e condenações judiciais

por ilícitos dos agentes públicos. (D) não decorre de empréstimo público e não está prevista na lei orçamentária anual como despesa.

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(E) é sempre despesa corrente, seja para pagamento de juros, como para amortização da dívida. GABARITO

61 62

E D

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

A B C A E B C E D A

PROVA XVII: Prefeitura de Cuiabá/MT 2014 – PGMMT - Procurador do Município

77. Com relação às definições contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), considere as seguintes afirmações:

I. Empresa estatal dependente é aquela controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para

pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

II. Os municípios não são entes da Federação, para os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. III. Empresa controlada é a sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou

indiretamente, a ente da Federação. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) III. (D) II. (E) I. 78. Com relação às Normas Gerais sobre Finanças Públicas em face da Constituição Federal de 1988, considere

as seguintes afirmações: I. Lei ordinária federal disporá sobre concessão de garantias pelas entidades públicas e emissão e resgate de

títulos da dívida pública. II. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central, sendo

permitida a concessão indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

III. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e III. (B) I e III. (C) III. (D) II. (E) I.

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79. Em relação ao regime constitucional dos orçamentos públicos, é correto afirmar: (A) Lei de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerá as diretrizes orçamentárias. (B) Lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais. (C) Leis de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerão o plano plurianual e as diretrizes orçamentárias e Lei do

Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais. (D) Lei de iniciativa concorrente dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerá as diretrizes orçamentárias. (E) Leis de iniciativa dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerão o plano plurianual e os orçamentos

anuais e lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá as diretrizes orçamentárias 80. Em relação à classificação da Receita Pública na Lei nº 4.320/1964, é correto afirmar: (A) São Receitas Correntes os recursos financeiros oriundos de operações de crédito. (B) São Receitas de Capital os recursos financeiros oriundos de Participações e Dividendos. (C) As receitas patrimonial, agropecuária e industrial são classificadas como Receitas de Capital. (D) Os recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas são classificados como Receitas de Capital. (E) Os recursos financeiros oriundos da conversão, em espécie, de bens e direitos são classificados como

Receitas Correntes. GABARITO

77 78 79 80

A C B D

PROVA XVIII: Prefeitura de Recife/PE 2014 – Procurador Judicial

Direito Financeiro e Orçamentário 71. Quanto às receitas e despesas na Lei de Orçamentos, considere as seguintes afirmações: I. A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, exclusive operações de crédito autorizadas em lei. II. A Lei de Orçamentos compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração

centralizada. III. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamentos pelos seus totais, admitidas algumas deduções

específicas e extraordinárias. Está correto o que consta APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III. 72. Com relação à classificação das Receitas e das Despesas na Lei nº 4.320/64, é correto afirmar: (A) As multas e as amortizações de empréstimos concedidos são classificadas como Receitas Correntes. (B) As despesas de custeio e os investimentos são classificados como Despesas de Capital. (C) As operações de crédito e as contribuições de melhoria são classificadas como Receitas Correntes.

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(D) As dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis, são classificadas como Despesas de Investimentos.

(E) As receitas patrimoniais imobiliárias e as receitas de serviços industriais são classificadas como Receitas Correntes.

73. A Lei nº 4.320/64 define tributo como receita derivada instituída pelas entidades de direito público,

compreendendo os impostos, as taxas e as contribuições nos termos da Constituição Federal de 1988 e das leis vigentes em matéria financeira. As receitas são classificadas como correntes e de capital. São situações geradoras de receitas de capital com realização de recursos financeiros oriundos

(A) de constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos e de origem tributária. (B) da conversão, em espécie, de bens e direitos e das contribuições industriais e de serviços. (C) da conversão, em espécie, de bens e direitos e das contribuições patrimoniais e agropecuárias. (D) da conversão, em espécie, de bens e direitos e de origem tributária. (E) de constituição de dívidas e de origem tributária. 74. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estão obrigados à observância das disposições da Lei

Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). São poderes e órgãos no âmbito de cada uma dessas pessoas jurídicas de direito público sujeitas à observância dos dispositivos dessa lei:

I. Poder Judiciário, Ministério Público e Poder Legislativo, excluídos os Tribunais de Contas. II. Ministério Público e poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. III. Empresas controladas pelos Municípios e seus Tribunais de Contas, quando houver. Está correto o que consta APENAS em (A) II e III. (B) I. (C) II. (D) III. (E) I e III. 75. Conforme Lei de Responsabilidade Fiscal, a renúncia de receita, (A) compreende a anistia, a remissão e o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos res pectivos

custos de cobrança. (B) compreende anistia, crédito presumido, concessão de isenção em caráter geral e outros benefícios que

correspondam a tratamento diferenciado. (C) não compreende a concessão de isenção em caráter não geral e cancelamento de débito cujo montante seja

inferior ao dos respectivos custos de cobrança. (D) compreende a alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada

de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. (E) não compreende a remissão e o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos

custos de cobrança. GABARITO

71 72 73 74 75

D E A A D

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PROVA XIX: Câmara Municipal de São Paulo/SP 2014 – Procurador Legislativo 47. Analise os itens abaixo. I. A Lei Orçamentária Anual não pode vincular despesas com saúde e educação ao crédito de receitas

provenientes de arrecadação de impostos. II. O Município detém metade da receita arrecadada pela União com o imposto territorial rural − ITR, mas tem a

opção de ficar com a totalidade desta receita se fizer a arrecadação deste imposto de forma direta. III. A criação de novas fontes de receita tributária municipal depende de prévia autorização expressa na Lei

Orçamentária Anual. IV. O Município, quando da elaboração da sua Lei Orçamentária Anual, se submete à Lei de Diretrizes

Orçamentárias estadual, em virtude da repartição constitucional e receitas tributárias e das transferências voluntárias.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) III e IV. 48. Sobre as leis orçamentárias é correto afirmar que (A) a lei orçamentária anual deve regular todas as despesas para o próximo exercício, dispensando a previsão de

receitas, já que não é possível prever seu montante. (B) a lei de diretrizes orçamentárias é um diploma que orienta a elaboração da lei orçamentária anual e do plano

plurianual e tem natureza jurídica de lei complementar. (C) o Município não está obrigado a elaborar o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, podendo se

valer das leis estaduais. (D) o orçamento municipal dispensa a elaboração de leis orçamentárias, podendo ser disciplinado por decreto

do Prefeito Municipal, cabendo sua fiscalização pela Câmara Municipal. (E) a elaboração da lei orçamentária anual deve ser precedida da existência da lei de diretrizes orçamentária e

do plano plurianual. GABARITO

47 48

B E

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DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO NA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Seção II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

(...)

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

(...)

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

(...)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

(...)

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

(...)

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

(...)

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Seção IV - DO SEENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

(...)

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

(...)

Seção VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO

Subseção I - Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Subseção III - Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

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II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e ORÇAMENTÁRIA, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

Seção II - Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

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XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República PODERÁ DELEGAR as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III - Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

(...)

VI - a lei orçamentária;

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I - NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

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V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.

§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Seção II - DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de INICIATIVA do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e METAS da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as METAS e PRIORIDADES da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada BIMESTRE, RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA - RREO.

§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

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§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, OS PRAZOS, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus ENCARGOS;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias CONSTITUCIONAIS para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

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§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos NÃO INCLUÍDOS na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas (EMPENHAS DESPESAS) ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que EXCEDAM o montante das despesas de capital, RESSALVADAS as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a TRANSPOSIÇÃO, o REMANEJAMENTO ou a TRANSFERÊNCIA de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII – a concessão ou utilização de créditos ILIMITADOS; => combinar com o artigo 46, Lei nº 4.320/64

VIII - a utilização, SEM AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA ESPECÍFICA, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

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§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.

§ 1º - Para aplicação dos critérios de que trata este artigo, excluem-se das despesas totais as relativas:

I - aos projetos considerados prioritários no plano plurianual;

II - à segurança e defesa nacional;

III - à manutenção dos órgãos federais no Distrito Federal;

IV - ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao Poder Judiciário;

V - ao serviço da dívida da administração direta e indireta da União, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público federal.

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

TRANSITÓRIAS DA CF/88

§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

A BÍBLIA DO DIREITO FINANCEIRO – LEI 4.320

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;

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DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

TÍTULO I - Da Lei de Orçamento

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:

I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;

II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº. 1;

III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.

§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:

I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;

II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;

III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros . (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.

§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.

§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do governo obrigado a transferência. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:

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I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especìficamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.

§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do Governo ou unidade administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2.

§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados por números de códigos decimal, na forma dos Anexos ns. 3 e 4.

§ 2º Completarão os números do código decimal referido no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores da classificação funcional da despesa, conforme estabelece o Anexo n. 5.

§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO II - Da Receita

Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 10. (Vetado).

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

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RECEITAS CORRENTES

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

RECEITA DE CONTRIBUIÇOES

RECEITA PATRIMONIAL

RECEITA AGROPECUÁRIA

RECEITA INDUSTRIAL

RECEITA DE SERVIÇOS

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

RECEITAS DE CAPITAL

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

ALIENAÇÃO DE BENS

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

CAPÍTULO III - Da Despesa

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos Inversões Financeiras

Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

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§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a Empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de Empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de Empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou Empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Pessoa Civil Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros Encargos Diversos

Transferências Correntes

Subvenções Sociais Subvenções Econômicas Inativos Pensionistas Salário Família e Abono Familiar Juros da Dívida Pública Contribuições de Previdência Social

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Diversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Obras Públicas Serviços em Regime de Programação Especial Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas

Inversões Financeiras

Aquisição de Imóveis Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento Constituição de Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos

Diversas Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Amortização da Dívida Pública Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras

Outras Contribuições

Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades administrativas subordinadas ao mesmo órgão.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para consecução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.

SEÇÃO I - Das Despesas Correntes

SUBSEÇÃO ÚNICA - Das Transferências Correntes

I) Das Subvenções Sociais

Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a Esses objetivos, revelar-se mais econômica.

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Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência prèviamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.

II) Das Subvenções Econômicas

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das Empresas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a Empresa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

SEÇÃO II - Das Despesas de Capital

SUBSEÇÃO PRIMEIRA - Dos Investimentos

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

SUBSEÇÃO SEGUNDA - Das Transferências de Capital

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das Empresas privadas de fins lucrativos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO II - Da Proposta Orçamentária

CAPÍTULO I - Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:

I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômico-financeira do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;

II - Projeto de Lei de Orçamento;

III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:

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a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;

b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;

c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;

d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e

f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.

IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.

Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

CAPÍTULO II - Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO PRIMEIRA - Das Previsões Plurienais

Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.

Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será anualmente reajustado acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a projeção contínua dos períodos.

Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:

I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores da administração ou da economia;

II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os constituam;

III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com indicação das respectivas receitas, para as quais forem previstas transferências de capital.

Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível serão correlacionados a metas objetivas em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a realização de cada programa.

Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos, inversões financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.

SEÇÃO SEGUNDA - Das Previsões Anuais

Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade com a política econômico-financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa.

Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas em formulário próprio, serão acompanhadas de:

I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;

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II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina.

Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.

Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente.

Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

TÍTULO III - Da elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;

c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado;

d) conceder dotação superior aos quantitativos prèviamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IV - Do Exercício Financeiro

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício, quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.

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Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. § 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

TÍTULO V - Dos Créditos Adicionais

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.

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§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

TÍTULO VI - Da Execução do Orçamento

CAPÍTULO I - Da Programação da Despesa

Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.

Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:

a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;

b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.

Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias.

Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II - Da Receita

Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra.

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53. O lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Art. 54. Não será admitida a compensação da observação de recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda Pública.

Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.

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§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data a assinatura do agente arrecadador. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.

CAPÍTULO III - Da Despesa

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.

§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito.

§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de calamidade pública.

§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967.

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

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II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando expressamente determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração geral.

Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando considerada indispensável à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica.

Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para Esse fim.

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VII - Dos Fundos Especiais

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.

Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais far-se-á através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.

Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

TÍTULO VIII - Do Controle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;

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III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II - Do Controle Interno

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.

Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida, prèviamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que for instituído para Esse fim.

CAPÍTULO III - Do Controle Externo

Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprêgo dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.

TÍTULO IX - Da Contabilidade

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.

Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.

Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a administração pública for parte.

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Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.

Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimonial e industrial.

CAPÍTULO II - Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.

Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acôrdo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;

III - os depósitos;

IV - os débitos de tesouraria.

Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Art. 93. Tôdas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação e controle contábil.

CAPÍTULO III - Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade.

Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.

Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como empresa pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeiro comum.

Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

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CAPÍTULO IV - Dos Balanços

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:

I - O Ativo Financeiro;

II - O Ativo Permanente;

III - O Passivo Financeiro;

IV - O Passivo Permanente;

V - O Saldo Patrimonial;

VI - As Contas de Compensação.

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.

§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamento independa de autorização orçamentária.

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:

I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;

II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;

III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

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§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial.

§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO X - Das Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou investidas de delegação para arrecadação de contribuições para fiscais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.

Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as Empresas com autonomia financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.

Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclusão:

I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto entre os totais das receitas e despesas;

II - como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas.

§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo anterior, serão classificados como receita de capital destas e despesa de transferência de capital daqueles.

§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas entidades.

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.

Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados, salvo disposição legal em contrário.

TÍTULO XI - Disposições Finais

Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras apurações, para fins estatísticos, de interesse nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e outras entidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.

§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura do Anexo n. 1.

§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado até o último dia do primeiro semestre do próprio exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo semestre do exercício imediato àquele a que se referirem.

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do exercício anterior.

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Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, dependerá de prova do atendimento ao que se determina neste artigo.

Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que integram a presente lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, poderão ser promovidas, quando necessário, conferências ou reuniões técnicas, com a participação de representantes das entidades abrangidas por estas normas.

Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de 19.11.1964)

Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

JOÃO GULART Abelardo Jurema

Sylvio Borges de Souza Motta Jair Ribeiro

João Augusto de Araújo Castro Waldyr Ramos Borges

Expedito Machado Oswaldo Costa Lima Filho

Júlio Forquim Sambaquy Amaury Silva

Anysio Botelho Wilson Fadul

Antonio Oliveira Brito Egydio Michaelsen

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e retificada no DOU de 3.6.1964

Vide alteração dos anexos pela portaria STN nº 749/2009

Vide Portaria STN nº 749, de 15.12.2009

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LEI COMPLEMENTAR 101/2000 LEI DE

RESPONSABILIDADE FISCAL

Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3o Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

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c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9o do art. 201 da Constituição.

§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO II - DO PLANEJAMENTO

Seção I - Do Plano Plurianual

Art. 3o (VETADO)

Seção II - Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;

c) (VETADO)

d) (VETADO)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

II - (VETADO)

III - (VETADO)

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

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IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Seção III - Da Lei Orçamentária Anual

Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.

§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.

§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

§ 7o (VETADO)

Art. 6o (VETADO)

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Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.

§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.

§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

Seção IV - Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas

Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)

§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

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CAPÍTULO III - DA RECEITA PÚBLICA

Seção I - Da Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Seção II - Da Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica:

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I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o;

II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IV - DA DESPESA PÚBLICA

Seção I - Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.

Subseção I - Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

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§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Seção II - Das Despesas com Pessoal

Subseção I - Definições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:

I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;

IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;

VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

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b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;

c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:

I - na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;

III - na esfera municipal:

a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:

I - o Ministério Público;

II- no Poder Legislativo:

a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;

b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;

c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;

d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

III - no Poder Judiciário:

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a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;

b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.

§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.

§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).

§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 6o (VETADO)

Subseção II - Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição;

II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.

§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)

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§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Seção III - Das Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências do art. 17.

§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:

I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente;

II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

CAPÍTULO V - DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

I - existência de dotação específica;

II - (VETADO)

III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;

c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;

d) previsão orçamentária de contrapartida.

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§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.

§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

CAPÍTULO VI - DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.

§ 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.

Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária.

Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.

§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

CAPÍTULO VII - DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I - Definições Básicas

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

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V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Seção II - Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.

§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas alterações conterão:

I - demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com os objetivos da política fiscal;

II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três esferas de governo;

III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de governo;

IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.

§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput também poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de sua apuração.

§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

§ 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.

§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições previstos nos incisos I e II do caput.

§ 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alterações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da República poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites.

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§ 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Seção III - Da Recondução da Dívida aos Limites

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

§ 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito internas e externas.

Seção IV - Das Operações de Crédito

Subseção I - Da Contratação

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente.

§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o atendimento das seguintes condições:

I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica;

II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;

III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição;

VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.

§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.

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§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado o seguinte:

I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;

II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;

III - (VETADO)

§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:

I - encargos e condições de contratação;

II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

§ 5o Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática de débitos e créditos.

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.

§ 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§ 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.

§ 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.

Subseção II - Das Vedações

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.

§ 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

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§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;

II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Subseção III - Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;

II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Subseção IV - Das Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes:

I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;

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II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;

III - concessão de garantia.

§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de venda a termo.

§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.

§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público.

§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção V - Da Garantia e da Contragarantia

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal.

§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

§ 2o No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento de transferências voluntárias.

§ 3o (VETADO)

§ 4o (VETADO)

§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.

§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.

§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia por:

I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas condições;

II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:

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I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;

II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.

§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.

§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da mencionada dívida.

Seção VI - Dos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

CAPÍTULO VIII - DA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção I - Das Disponibilidades de Caixa

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o § 3o do art. 164 da Constituição.

§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1o em:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;

II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas controladas.

Seção II - Da Preservação do Patrimônio Público

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

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Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

Seção III - Das Empresas Controladas pelo Setor Público

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.

Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa em que informará:

I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no mercado;

II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação;

III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.

CAPÍTULO IX - DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Seção I - Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

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Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

Seção II - Da Escrituração e Consolidação das Contas

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:

I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;

II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;

III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;

IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos;

V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor;

VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais.

§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.

§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.

§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:

I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;

II - Estados, até trinta e um de maio.

§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Seção III - Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:

I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:

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a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das:

a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por função e subfunção.

§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.

§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.

Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:

I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;

III - resultados nominal e primário;

IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos:

I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;

II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;

III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.

§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:

I - da limitação de empenho;

II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Seção IV - Do Relatório de Gestão Fiscal

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:

I - Chefe do Poder Executivo;

II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;

III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;

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IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:

a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;

III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1) liquidadas;

2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;

3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;

4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.

§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.

§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.

§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.

Seção V - Das Prestações de Contas

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:

I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;

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II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.

§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VI - Da Fiscalização da Gestão Fiscal

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;

II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;

IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;

VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;

IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;

V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

§ 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.

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§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.

CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes da Federação se houver:

I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;

II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:

I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do semestre;

II - divulgar semestralmente:

a) (VETADO)

b) o Relatório de Gestão Fiscal;

c) os demonstrativos de que trata o art. 53;

III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre.

§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite definidos para os demais entes.

Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos Municípios para a modernização das respectivas administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.

§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público.

§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o financiamento por intermédio das instituições financeiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações externas.

Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:

I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;

II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.

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Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da Constituição.

Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres.

§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.

§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e regional.

§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previstas no art. 22.

§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:

I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;

II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;

III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;

IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

§ 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.

§ 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho.

Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recursos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdência social.

§ 1o O Fundo será constituído de:

I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;

II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;

III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;

IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência Social;

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V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;

VI - recursos provenientes do orçamento da União.

§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na forma da lei.

Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.

Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Complementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.

Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23.

Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.

Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguinte.

Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.

Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.

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Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Pedro Malan Martus Tavares

Este texto não substitui o publicada no D.O. de 5.5.2000

ARTIGOS DO DECRETO-LEI No 9.387/86

CAPÍTULO I

Da Unificação dos Recursos de Caixa do Tesouro Nacional

Art. 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por via bancária, em estrita observância ao princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56 e Decreto-lei nº 200/67, art. 74).

Art. 2º A arrecadação de todas as receitas da União far-se-á na forma disciplinada pelo Ministério da Fazenda, devendo o seu produto ser obrigatoriamente recolhido à conta do Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. (Decreto-lei nº 1.755/79, art. 1º).

§ 1º Para os fins deste decreto, entende-se por receita da União todo e qualquer ingresso de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário e de natureza orçamentária ou extraorçamentária, seja geral ou vinculado, que tenha sido decorrente, produzido ou realizado direta ou indiretamente pelos órgãos competentes.

§ 2º Caberá ao Ministério da Fazenda a apuração e a classificação da receita arrecadada, com vistas à sua destinação constitucional.

§ 3º A posição líquida dos recursos do Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. será depositada no Banco Central do Brasil, à ordem do Tesouro Nacional.

Art. 3º Os recursos de caixa do Tesouro Nacional compreendem o produto das receitas da União, deduzidas as parcelas ou cotas-partes dos recursos tributários e de contribuições, destinadas aos Estados, ao Distrito Federal, aos Territórios e aos Municípios, na forma das disposições constitucionais vigentes.

Parágrafo único. O Banco do Brasil S.A. fará o crédito em conta dos beneficiários mencionados neste artigo tendo em vista a apuração e a classificação da receita arrecadada, bem assim os percentuais de distribuição ou índices de rateio definidos pelos órgãos federais competentes, observados os prazos e condições estabelecidos na legislação específica (Decreto-lei nº 1.805/80, § 1º, do art. 2º).

Art. 4º Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no Banco do Brasil S.A., somente sendo permitidos saques para o pagamento de despesas formalmente processadas e dentro dos limites estabelecidos na programação financeira.

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CAPÍTULO III

Da Administração Financeira

SEÇÃO I

Discriminação das Dotações

Art. 17. As despesas serão realizadas em conformidade com a discriminação constante de quadro próprio que a Secretaria de Planejamento da Presidência da República publicará antes do início do exercício financeiro, detalhando os projetos e atividades por elementos de despesa a cargo de cada unidade orçamentária.

§ 1º O quadro de detalhamento da despesa de cada unidade orçamentária poderá ser alterado durante o exercício, mediante solicitação à Secretaria de Planejamento da Presidência da Republica até 10 de novembro, observados os limites autorizados na Lei de Orçamento e em créditos adicionais.

§ 2º A abertura ou reabertura de crédito adicional importa automática modificação do quadro de detalhamento da despesa.

Art. 18. As dotações globais consignadas no Orçamento ou em créditos adicionais classificados como 4.1.3.0 - Investimentos em Regime de Execução Especial estão sujeitas para sua utilização, a plano de aplicação aprovado pelas autoridades definidas no Art. 71 do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 e elaborado segundo modelo da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, sendo obrigatória a publicação do respectivo plano no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Somente serão admitidas dotações globais quando se tratar de projetos ou atividades novos, sem similares que possibilitem experiências quanto ao desdobramento da despesa em seus respectivos elementos.

Art. 19. As dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional, destinadas a atender encargos gerais da União e outras, não especificamente atribuíveis a determinada unidade orçamentária, dependem de destaque de parcela contemplando o Ministério ou Órgão em cuja área deva ser feita a aplicação.

Art. 20. As dotações atribuídas às unidades orçamentárias, diretamente ou por meio de destaque, poderão ser descentralizadas para unidades administrativas, quando capacitadas a desempenhar os atos de gestão, e regularmente cadastradas como unidades gestoras.

Art. 21. Pertencem ao exercício financeiro as despesas nela legalmente empenhadas (Lei nº 4.320/64, art. 35, II).

Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

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c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.

SEÇÃO II

Empenho da Despesa

Art . 23. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a comporte ou quando imputada a dotação imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição de fornecimento ou prestação de serviços, cujo custo excede aos limites previamente fixados em lei (Decreto-lei nº 200/87, art. 73).

Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil, serão impugnados quaisquer atos referentes a despesas que incidam na proibição do presente artigo (Decreto-lei nº 200/87, parágrafo único do art. 73).

Art. 24. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho (Lei nº 4.320/64, art. 60).

Parágrafo único. Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato do empenho seja contemporâneo à realização da despesa.

Art. 25. O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido.

Art. 26. O empenho não poderá exceder o saldo disponível de dotação orçamentária, nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos registros serão acessíveis às respectivas unidades gestoras em tempo oportuno.

Parágrafo único. Exclusivamente para efeito de controle da programação financeira, a unidade gestora deverá estimar o prazo do vencimento da obrigação de pagamento objeto do empenho, tendo em vista o prazo fixado para o fornecimento de bens, execução da obra ou prestação do serviço, e o normalmente utilizado para liquidação da despesa.

Art. 27. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada.

Art. 28. A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação, pela qual ficará automaticamente desonerado o limite de saques da unidade gestora.

Art. 29. Para cada empenho será extraído um documento denominado Nota de Empenho que indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária.

Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior.

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SEÇÃO III

Liquidação da Despesa

Art. 36. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor ou entidade beneficiaria, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito ou da habilitação ao benefício (Lei nº 4.320/64, art. 83).

§ 1º A verificação de que trata este artigo tem por fim apurar:

a) a origem e o objeto do que se deve pagar;

b) a importância exata a pagar; e

c) a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos, obras executadas ou serviços prestados terá por base:

a) o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

b) a Nota de Empenho;

c) o documento fiscal pertinente;

d) o termo circunstanciado do recebimento definitivo, no caso de obra ou serviço de valor superior a Cz$350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil cruzados) e equipamento de grande vulto, ou o recibo, nos demais casos.

Art. 37. A despesa de vencimentos, salários, gratificações e proventos, constará de folha-padrão de retribuição dos servidores civis, ativos e inativos (Lei nº 8.445/77, art. 3º).

Parágrafo único. A folha-padrão de retribuição obedecerá a modelo padronizado pelo órgão próprio do Poder Executivo e sua adoção é obrigatória para todos os órgãos da administração centralizada, autarquias federais e fundações instituídas pela União ou mantidas com recursos federais (Lei nº 6.445/77, parágrafo único do art. 3º).

Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento nele estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta.

Art. 39. Responderão pelos prejuízos que acarretarem à Fazenda Nacional, o ordenador de despesas e o agente responsável pelo recebimento e verificação, guarda ou aplicação de dinheiros, valores e outros bens públicos (Decreto-lei nº 200/67, art. 90).

Parágrafo único. O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional, decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

Art. 40. A assinatura, firma ou rubrica em documentos e processos deverá ser seguida da repetição completa do nome do signatário e indicação da respectiva função ou cargo, por meio de carimbo, do qual constará, precedendo espaço destinado à data, e sigla da unidade na qual o servidor esteja exercendo suas funções ou cargo.

Art. 41. Quando autorizado pelo Ministro de Estado, poderá ser usado chancela mecânica, mediante a reprodução exata, por máquina a esse fim destinada, da assinatura, firma ou rubrica de autoridade administrativa competente, na expedição de documentos em série ou de emissão repetitiva.

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Parágrafo único. A autoridade administrativa fixará em ato próprio as condições técnicas de controle e segurança do sistema, e será responsável pela legitimidade e valor dos processos, documentos e papéis autenticados na forma deste artigo.

SEÇÃO IV

Pagamento da Despesa

Art. 42. O pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenado após sua regular liquidação (Lei nº 4.320/64, art. 62).

Art. 43. A ordem de pagamento será dada em documento próprio, assinado pelo ordenador da despesa e pelo agente responsável pelo setor financeiro.

§ 1º A competência para autorizar pagamento decorre da lei ou de atos regimentais, podendo ser delegada.

§ 2º A descentralização de crédito e a fixação de limite de saques a unidade gestora importa mandato para a ordenação do pagamento, observadas as normas legais pertinentes.

Art. 44. O pagamento de despesa será feito mediante saque contra o agente financeiro, para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele indicado, podendo o agente financeiro fazer o pagamento em espécie, quando autorizado.

SEÇÃO V

Pagamento de Despesas por meio de Suprimento de Fundos

Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos (Lei nº 4.320/64, art. 68 e Decreto-lei nº 200/67, § 3º do art. 74):

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento; (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Il - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e

III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

§ 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis (Decreto-lei nº 200/67, parágrafo único do art. 81 e § 3º do art. 80).

§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;

b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e

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d) a servidor declarado em alcance.

§ 4º Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o limite máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão fixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pelo Decreto nº 1.672, de 1995)

§ 5o As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

§ 6o É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas: (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

I - de que trata o art. 47; e (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento de fundos. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos. (Incluído pelo Decreto nº 6.901, de 2009)

Art. 45 - A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos de fundos. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art.46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa (Decreto-lei nº 200/67, art. 83).

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.

Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da Presidência da República, da Vice-Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, do Ministério das Relações Exteriores, bem assim de militares e de inteligência, obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência. (Redação dada pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o caput restringe-se: (Redação dada pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

I - com relação ao Ministério da Saúde: a atender às especificidades decorrentes da assistência à saúde indígena; (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

II - com relação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: a atender às especificidades dos adidos agrícolas em missões diplomáticas no exterior; e (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

III - com relação ao Ministério das Relações Exteriores: a atender às especificidades das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior. (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

SEÇÃO VIII

Restos a Pagar

Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei nº 4.320/64, art. 36).

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§ 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.

§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor.

Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa. (Redação dada pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 1o A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indicação pelo ordenador de despesas. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 2o Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, ressalvado o disposto no § 3o. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 3o Permanecem válidos, após a data estabelecida no § 2o, os restos a pagar não processados que: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2o; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - sejam relativos às despesas: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

a) do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC; (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

b) do Ministério da Saúde; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 4o Considera-se como execução iniciada para efeito do inciso I do § 3o: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - nos casos de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue, atestada e aferida; e (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - nos casos de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial com a medição correspondente atestada e aferida. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 5o Para fins de cumprimento do disposto no § 2o, a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda efetuará, na data prevista no referido parágrafo, o bloqueio dos saldos dos restos a pagar não processados e não liquidados, em conta contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 6o As unidades gestoras executoras responsáveis pelos empenhos bloqueados providenciarão os referidos desbloqueios que atendam ao disposto nos §§ 3o, inciso I, e 4o para serem utilizados, devendo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda providenciar o posterior cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem bloqueados. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 7o Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República, os dirigentes de órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administração Financeira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumprimento do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 8o A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de suas competências, poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

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Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores.

Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar (CCB art. 178, § 10, VI).

SEÇÃO XI

Operações de Crédito - Normas Gerais

Art. 88. As operações de crédito dependem de autorização em lei especial.

Art. 89. A Lei de Orçamento poderá conter autorização para operações de crédito por antecipação de receita, a fim de atender a insuficiências de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 7º).

Art. 90. As operações de crédito por antecipação de receita autorizada na Lei de Orçamento não excederão a quarta parte da receita total estimada para o exercício financeiro, e até 30 dias depois do encerramento deste, serão obrigatoriamente liquidadas.

Art. 92. Excetuadas as operações da dívida pública, a lei que autorizar operação de crédito, a qual devam ser liquidada em exercício financeiro subseqüente, fixará desde logo as dotações que hajam de ser incluídas no orçamento anual, para os respectivos serviços de juros, amortização e resgate, durante o prazo para a sua liquidação, nos termos das disposições constitucionais vigentes.

Art. 93. Quando a amortização do empréstimo couber ao Tesouro Nacional, os recursos necessários serão previstos no Orçamento Geral da União, cabendo ao Órgão beneficiado promover sua inclusão na respectiva proposta orçamentária.

Parágrafo único. Nos casos em que a amortização dos empréstimos for de responsabilidade de empresas sob controle do Governo Federal, caberá a essa a obrigação de incluir nos seus orçamentos anuais os recursos necessários àquele fim.

Art. 94. É vedada a utilização direta de recursos financeiros provenientes de operações de crédito internas ou externas, os quais deverão ser recolhidos, obrigatoriamente, à conta do Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A.

Parágrafo único. A realização de despesas custeadas pelos recursos de que trata este artigo, dependem de autorização na Lei de Orçamento ou em crédito adicional, e os respectivos saques só poderão ser feitos com obediência aos limites fixados na programação financeira aprovada.

Art. 97. Compete privativamente ao Ministro da Fazenda aprovar e firmar pela União quaisquer instrumentos de operações de crédito internas ou externas, inclusive operações de arrendamento mercantil, bem assim de concessão de avais e outras garantias, autorizadas em lei, e observadas as condições estipuladas para as respectivas operações, podendo delegar a competência para firmar os instrumentos de que se trata, ao Procurador-Geral, a Procurador da Fazenda Nacional ou, no caso de contratações externas, a representante diplomático do País.

§ 1º A Secretaria do Tesouro Nacional efetuará registros das contratações de que trata este artigo, inclusive as realizadas por intermédio de agentes financeiros do Tesouro Nacional, mantendo a posição atualizada das responsabilidades assumidas e adotando ou propondo as medidas assecuratórias do respectivo pagamento nas datas de vencimento.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, as operações de arrendamento mercantil equiparam-se às operações de crédito.

CAPÍTULO IV

Dívida Pública

Art. 115. A dívida pública abrange a dívida flutuante e a dívida fundada ou consolidada.

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§ 1º A dívida flutuante compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentária, assim entendidos:

a) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

b) os serviços da dívida;

c) os depósitos, inclusive consignações em folha;

d) as operações de crédito por antecipação de receita;

e) o papel-moeda ou moeda fiduciária.

§ 2º A dívida fundada ou consolidada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 (doze) meses contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratos para atender a desequilíbrio orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

Art. 116. A dívida será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos compromissos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

Parágrafo único. Incluem-se entre os compromissos de que trata este artigo, os de caráter contingencial, assim entendidas quaisquer garantias concedidas diretamente pelo Tesouro Nacional, ou por intermédio de seus agentes financeiros.

CAPÍTULO VI

Contabilidade e Auditoria

Art. 130. A contabilidade da União será realizada através das funções de orientação, controle e registro das atividades de administração financeira e patrimonial, compreendendo todos os atos e fatos relativos à gestão orçamentário-financeira e da guarda ou administração de bens da União ou a ela confiados.

Art. 131. Todo ato de gestão financeira, ou que crie, modifique ou extinga direito ou obrigação de natureza pecuniária da União, será realizado por meio de documento hábil que o comprove e registrado na contabilidade mediante classificação em conta adequada.

Art. 132. O órgão central de contabilidade da União estabelecerá o plano de contas único e a padronização dos registros contábeis para os órgãos da administração federal centralizada.

Parágrafo único. As autarquias, empresas públicas e fundações instituídas ou mantidas pela União manterão plano de contas adequado às suas atividades peculiares, obedecida, para efeito de consolidação, a estrutura básica estabelecida para os órgãos da administração centralizada.

Art. 133. O registro sintético das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.

Art. 134. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de contratos, convênios, acordos ou ajustes.

Art. 135. Os débitos e os créditos serão registrados com individuação do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.

Art. 136. A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada à conta dos mesmos créditos, as dotações disponíveis e os recursos financeiros programados.

§ 1º Os registros previstos neste artigo serão acessíveis à respectiva unidade administrativa gestora, para orientação e atualização dos mesmos registros, na forma estabelecida.

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§ 2º Quando não for possível o acesso da unidade administrativa gestora aos registros, as informações indispensáveis à sua orientação lhes serão transmitidas oportunamente.

Art. 137. A contabilidade deverá apurar o custo dos projetos e atividades, de forma a evidenciar os resultados da gestão (Dec.-Iei nº 200/67, art. 69).

§ 1º A apuração do custo dos projetos e atividades terá por base os elementos fornecidos pelos órgãos de orçamento, constantes dos registros do Cadastro Orçamentário de Projeto/Atividade, a utilização dos recursos financeiros e as informações detalhadas sobre a execução física que as unidades administrativas gestoras deverão encaminhar ao respectivo órgão de contabilidade, na periodicidade estabelecida pela Secretaria do Tesouro Nacional.

§ 2º A falta de informação da unidade administrativa gestora sobre a execução física dos projetos e atividades a seu cargo, na forma estabelecida, acarretará o bloqueio de saques de recursos financeiros para os mesmos projetos e atividades, responsabilizando-se a autoridade administrativa faltosa pelos prejuízos decorrentes.

Art. 138. Os órgãos de contabilidade prestarão a assistência técnica que lhe for solicitada pelas unidades administrativas gestoras, e lhes encaminharão, mensalmente, balancetes e demonstrações contábeis da respectiva execução orçamentária, para orientação e base às decisões cabíveis.

Parágrafo único. Cópia dos balancetes e das demonstrações contábeis, de que trata este artigo, será remetida ao Tribunal de Contas da União, ou suas delegações, para a auditoria financeira e orçamentária de sua competência.

Art. 139. Os órgãos de contabilidade examinarão a conformidade dos atos de gestão orçamentário-financeira e patrimonial, praticados pelas unidades administrativas gestoras de sua jurisdição, com as normas legais que os regem (Dec.-Iei nº 200/67, art. 73).

§ 1º Quando for verificada qualquer irregularidade, o ato será impugnado mediante representação, para apuração de ilegalidade e identificação do responsável.

§ 2º Caracterizada a ilegalidade, o órgão de contabilidade encaminhará, imediatamente, à autoridade a quem o responsável esteja subordinado, os elementos necessários para os procedimentos disciplinares cabíveis.

§ 3º Na mesma data da providência prevista no parágrafo anterior, o órgão de contabilidade comunicará a ocorrência ao órgão setorial de controle interno da jurisdição do responsável, e promoverá anotações da infringência no registro cadastral de agentes da administração financeira.

§ 4º Os documentos relativos aos registros contábeis dos atos da receita e despesa ficarão arquivados no órgão de contabilidade à disposição das autoridades responsáveis pelo acompanhamento administrativo e fiscalização financeira e, bem assim, dos agentes incumbidos do controle externo, de competência do Tribunal de Contas da União.

§ 5º Ressalvada a hipótese de microfilmagem, quando conveniente, os documentos serão conservados em arquivo pelo prazo de 5 (cinco) anos do julgamento das contas dos responsáveis, pelo Tribunal de Contas da União, findo o qual poderão ser incinerados mediante termo.

Art. 140. O órgão central de contabilidade da União fará a consolidação dos dados oriundos dos órgãos seccionais, transmitindo, mensalmente, os balancetes e as demonstrações contábeis sobre a execução orçamentária de cada Ministério ou órgão, ao respectivo órgão setorial de controle interno, para efeito da supervisão ministerial.

Art. 141. Todo aquele que, a qualquer título, tenha a seu cargo serviço de contabilidade da União é pessoalmente responsável pela exatidão das contas e oportuna apresentação dos balancetes, balanços e demonstrações contábeis dos atos relativos à administração financeira e patrimonial do setor sob sua jurisdição.

Art. 142. A auditoria será realizada de maneira objetiva, segundo programação e extensão racionais, com o propósito de certificar a exatidão e regularidade das contas, verificar a execução de contratos, convênios, acordos

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ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados.

§ 1º O custo dos projetos e atividades a cargo dos órgãos e entidades da administração federal será objeto de exames de auditoria, verificando-se os objetivos alcançados em termos de realização de obras e de prestação de serviços, em confronto com o programa de trabalho aprovado.

§ 2º São elementos básicos dos procedimentos de auditoria o sistema contábil e a documentação comprobatória das operações realizadas, a existência física dos bens adquiridos ou produzidos e os valores em depósito.

Art. 143. As entidades e organizações em geral, dotadas de personalidade jurídica de direito privado, que recebam contribuições parafiscais e prestem serviços de interesse público ou social, estão sujeitas à fiscalização do Poder Público nos termos e condições estabelecidos na legislação pertinente a cada uma (Dec.-Iei nº 200/67, art. 183).

§ 1º Sem prejuízo do disposto neste artigo, as entidades e organizações mencionadas serão submetidas a auditoria do órgão setorial de controle interno do Ministério ou Órgão a que estejam vinculadas (Dec.-Iei nº 772/69).

§ 2º Se a entidade ou organização dispuser de receita própria, a auditoria se limitará ao emprego daquelas contribuições ou transferências.

§ 3º Nos casos de irregularidades apuradas, se o responsável, devidamente notificado, deixar de atender às exigências formuladas pelo órgão de auditoria, o Ministro de Estado determinará a suspensão das transferências destinadas às referidas entidades ou organizações, ou a retenção da receita na fonte arrecadadora.

CAPÍTULO VII

Prestação de Contas e Tomada de Contas

Art. 145. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes (Dec.-Iei nº 200/67, art. 93).

Art. 146. Além da tomada de contas ou prestação de contas anual, o órgão setorial de controle interno manterá sistema de acompanhamento contínuo da execução de projetos e atividades pelos órgãos e entidades da Administração Federal, direta e indireta, sob sua jurisdição, de forma a lhe permitir, a qualquer tempo, pronunciar-se sobre a eficiência e a eficácia da gestão, podendo proceder às verificações, exames ou levantamentos que se fizerem necessários (Lei nº 4.320/64, arts. 78 e 83).

Art. 147. Terão sua situação perante a Fazenda Nacional evidenciada na tomada de contas anual, o ordenador de despesas, o agente recebedor ou pagador e o responsável pela guarda ou administração de valores e outros bens da União, ou pelos quais esta responda.

§ 1º A tomada de contas anual será feita de forma a evidenciar os resultados da gestão, mediante confronto do programa de trabalho a nível de projeto e atividade, ou parte deste afeta à unidade gestora, com os recursos financeiros programados e utilizados, bem assim com os dados ou informações sobre a execução física.

§ 2º Integra a tomada de contas, relatório de atividades da unidade gestora, firmado pelo respectivo responsável, e do órgão de contabilidade sobre o controle que lhe cabe a, no caso de irregularidade, a defesa do indiciado.

§ 3º O relatório de atividades da unidade gestora versará sobre suas finalidades, a programação e a execução orçamentária dos projetos e atividades a seu cargo, bem assim quanto aos resultados alcançados em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

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Art. 148. Está sujeito à tomada de contas especial todo aquele que deixar de prestar contas da utilização de recursos públicos, no prazo e forma estabelecidos, ou que cometer ou der causa a desfalque, desvio de bens ou praticar qualquer irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Nacional.

Art. 149. As autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações criadas pela União ou mantidas com recursos federais, sob supervisão ministerial, serviços autônomos e entidades com personalidade jurídica de direito privado, de cujo capital a União ou qualquer entidade da administração indireta, seja detentora da totalidade ou da maioria das ações ordinárias, prestarão contas de sua gestão, para julgamento pelo Tribunal de Contas da União (Dec.-Iei nº 199/67, art. 34 e art. 7º, da Lei nº 6.223/75, alterado pela Lei nº 6.525/78).

Art. 150, As tomadas de contas e prestação de contas serão objeto de exames de auditoria do órgão setorial de controle interno.

Art. 151. Diante do exame de auditoria, o órgão setorial de controle interno emitirá parecer avaliando a eficiência e a eficácia da gestão, bem assim quanto à economia na utilização dos recursos públicos, ou sobre as irregularidades apuradas, quando for o caso, submetendo a tomada de contas ou prestação de contas à consideração do Ministro de Estado, que se pronunciará a respeito, remetendo o processo, em seguida, ao Tribunal de Contas da União, para os fins constitucionais e legais.

Art. 152. Sem prejuízo do encaminhamento da tomada de contas ou prestação de contas ao Tribunal de Contas da União, o Ministro de Estado, no caso de irregularidade, determinará as providências que, a seu critério, se tornarem indispensáveis para resguardar o interesse da coletividade e probidade na aplicação dos recursos públicos, das quais dará ciência oportunamente ao Tribunal.

Art. 153. As tomadas de contas e prestação de contas serão encaminhadas ao Tribunal de Contas da União no exercício financeiro imediatamente seguinte àquele a que se referirem, observados os seguintes prazos:

I - até 30 de junho:

a) as tomadas de contas dos ordenadores de despesas, agentes recebedores ou pagadores e encarregados da guarda ou administração de valores e outros bens públicos.

b) as prestações de contas das autarquias:

II - até 31 de julho:

- as prestações de contas das empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações e serviços sociais autônomos;

III - até 30 de setembro:

- as prestações de contas das entidades com personalidade jurídica de direito privado, de cujo capital a União ou qualquer entidade da administração descentralizada, ou indireta, seja detentora da totalidade ou da maioria das ações ordinárias.

§ 1º As prestações de contas relativas a fundos especiais de natureza contábil ou financeira, inclusive as de investimentos, acompanharão a tomada de contas ou prestação de contas correspondente aos recursos gerais da respectiva unidade ou entidade gestora.

§ 2º A tomada de contas especial será remetida ao Tribunal de Contas da União dentro do prazo de 30 (trinta) dias de sua elaboração.

Art. 154. Os órgãos de Contabilidade inscreverão como responsáveis todos quantos estejam sujeitos a tomada de contas ou que devam prestar contas para julgamento pelo Tribunal de Contas, cujo rol lhe será transmitido anualmente, comunicando-se as alterações.

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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 163, DE 4 DE MAIO DE 2001

(ATUALIZADA)(*)

(Publicada no D.O.U. nº 87 - E, de 07.05.2001, Seção 1, páginas 15 a 20)

Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências

O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA e o SECRETÁRIO DE ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o disposto no art. 50, § 2º, da Lei Complementar nº 01, de 4 de maio de 2000, e

Considerando que, para que sejam consolidadas as Contas Públicas Nacionais, em obediência ao disposto no art. 51 da Lei Complementar nº 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), há a necessidade da uniformização dos procedimentos de execução orçamentária no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

Considerando que a uniformização desses procedimentos impõe, necessariamente, a utilização de uma mesma classificação orçamentária de receitas e despesas públicas;

Considerando, também, que, além da necessidade referida no item precedente, a unificação das mencionadas classificações trará incontestáveis benefícios sobre todos os aspectos, especialmente para o levantamento e análise de informações em nível nacional;

Considerando, por outro lado, que, de acordo com o art. 52, incisos I, alínea “b”, e II, alínea “b”, da Lei Complementar nº 101, de 2000, a demonstração da despesa constante do Relatório Resumido da Execução Orçamentária far-se-á por grupo de natureza;

Considerando que a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que cabe ao órgão central de contabilidade da União a edição das normas gerais para a consolidação das contas públicas, enquanto não for implantado o Conselho de Gestão Fiscal, previsto no art. 67 da referida Lei Complementar;

Considerando, ainda, que, de acordo com o art. 4º do Decreto nº 3.589, de 6 de setembro de 2000, o órgão central do Sistema de Contabilidade Federal é a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda;

Considerando, finalmente, que, nos termos do art. 13 do Decreto nº 3.750, de 14 de fevereiro de 2001, compete à Secretaria de Orçamento Federal-SOF do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão-MP dispor sobre as classificações orçamentárias, resolvem:

Art. 1º Para as consolidações mencionadas no art. 51 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão encaminhar suas contas à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda - STN/MF, órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, nos prazos previstos no § 1º do referido art. 51.

Art. 2º A classificação da receita, a ser utilizada por todos os entes da Federação, consta do Anexo I desta Portaria, ficando facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas peculiaridades.

§ 1o Os entes da Federação encaminharão, mensalmente, à STN/MF, para fins de consolidação, os desdobramentos criados na forma do caput deste artigo.

§ 2o A STN/MF publicará, anualmente, até o dia trinta de abril, a consolidação dos desdobramentos referidos no § 1o, que deverão ser utilizados por todos os entes da Federação no exercício subseqüente, com o objetivo de estabelecer uma padronização dessa classificação no âmbito das três esferas de Governo.

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§ 3o A STN/MF publicará, bem como divulgará na Internet, até quinze dias após a publicação desta Portaria, o detalhamento inicial das naturezas de receita, para fins de orientação na criação dos desdobramentos previstos no caput e padronização a que se refere o § 2o deste artigo.

Art. 3o A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de:

I - categoria econômica;

II - grupo de natureza da despesa;

III - elemento de despesa;

§ 1o A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modalidade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

§ 2o Entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto.

§ 3o O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

§ 4o As classificações da despesa por categoria econômica, por grupo de natureza, por modalidade de aplicação e por elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou especificações, constam do Anexo II desta Portaria.

§ 5o É facultado o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Art. 4o As solicitações de alterações dos Anexos I e II desta Portaria deverão ser encaminhadas à STN/MF, que, em conjunto com a SOF/MP, terá o prazo máximo de trinta dias para deliberar sobre o assunto.

Art. 5o Em decorrência do disposto no art. 3o a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de Governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde:

a) “C” representa a categoria econômica;

b) “G” o grupo de natureza da despesa;

c) “MM” a modalidade de aplicação;

d) “EE” o elemento de despesa; e

e) “DD” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Parágrafo único. A discriminação das naturezas de despesa, de que trata o Anexo III desta Portaria, é apenas exemplificativa, podendo ser ampliada para atender às necessidades de execução, observados a estrutura e os conceitos constantes do Anexo II desta Portaria.

Art. 6o Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

Art. 7o A alocação dos créditos orçamentários na lei orçamentária anual deverá ser feita diretamente à unidade orçamentária responsável pela execução das ações correspondentes, ficando vedada a consignação de recursos a título de transferência para unidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

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Art. 8o A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento.

Parágrafo único. A classificação da Reserva referida no caput, quanto à natureza da despesa, será identificada com o código “9.9.99.99.99”.

Art. 9o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se seus efeitos a partir do exercício financeiro de 2002, inclusive no que se refere à elaboração da respectiva lei orçamentária.

Art. 10. Revogam-se, a partir de 1o de janeiro de 2002, a Portaria no 35, de 1o de agosto de 1989, do Secretário de Orçamento e Finanças, da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, a Portaria no 576, de 10 de outubro de 1990, da Ministra da Economia, Fazenda e Planejamento, e respectivas alterações posteriores.

FÁBIO DE OLIVEIRA BARBOSA

Secretário do Tesouro Nacional

PAULO RUBENS FONTENELE ALBUQUERQUE

Secretário de Orçamento Federal

NORMAS DO DECRETO-LEI No 200/67

CAPÍTULO I DO PLANEJAMENTO

Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:

a) plano geral de governo;

b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;

c) orçamento-programa anual;

d) programação financeira de desembolso.

CAPÍTULO V DO CONTROLE

Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:

a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das normas que governam a atividade específica do órgão controlado;

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b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;

c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.

Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de processos e supressão de controles que se evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.

TÍTULO III DO PLANEJAMENTO, DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual, elaborados através dos órgãos de planejamento, sob a orientação e a coordenação superiores do Presidente da República.

§ 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elaboração do programa setorial e regional correspondente a seu Ministério e ao Ministro de Estado, Chefe da Secretaria de Planejamento, auxiliar diretamente o Presidente da República na coordenação, revisão e consolidação dos programas setoriais e regionais e na elaboração da programação geral do Governo. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

§ 2º Com relação à Administração Militar, observar-se-á a finalidade precípua que deve regê-la, tendo em vista a destinação constitucional das Forças Armadas, sob a responsabilidade dos respectivos Ministros, que são os seus Comandantes Superiores. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 3º A aprovação dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é da competência do Presidente da República.

Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual.

Parágrafo único. Na elaboração do orçamento-programa serão considerados, além dos recursos consignados no Orçamento da União, os recursos extraorçamentários vinculados à execução do programa do Governo.

Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-programa ao fluxo provável de recursos, o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o Ministério da Fazenda elaborarão, em conjunto, a programação financeira de desembolso, de modo a assegurar a liberação automática e oportuna dos recursos necessários à execução dos programas anuais de trabalho.

Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e ao orçamento-programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidos em consonância com a programação financeira de desembolso.

TITULO X DAS NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DE CONTABILIDADE

Art. 68. O Presidente da República prestará anualmente ao Congresso Nacional as contas relativas ao exercício anterior, sobre as quais dará parecer prévio o Tribunal de Contas.

Art. 69. Os órgãos da Administração Direta observarão um plano de contas único e as normas gerais de contabilidade e da auditoria que forem aprovados pelo Governo.

Art. 70. Publicados a lei orçamentária ou os decretos de abertura de créditos adicionais, as unidades orçamentárias, os órgãos administrativos, os de contabilização e os de fiscalização financeira ficam, desde logo, habilitados a tomar as providências cabíveis para o desempenho das suas tarefas.

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Art. 71. A discriminação das dotações orçamentárias globais de despesas será feita:

I - No Poder Legislativo e órgãos auxiliares, pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e pelo Presidente do Tribunal de Contas.

II - No Poder Judiciário, pelos Presidentes dos Tribunais e demais órgãos competentes.

III - No Poder Executivo, pelos Ministros de Estado ou dirigentes de órgãos da Presidência da República.

Art. 72. Com base na lei orçamentária, créditos adicionais e seus atos complementares, o órgão central da programação financeira fixará as cotas e prazos de utilização de recursos pelos órgãos da Presidência da República, pelos Ministérios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário para atender à movimentação dos créditos orçamentários ou adicionais.

§ 1º Os Ministros de Estado e os dirigentes de Órgãos da Presidência da República aprovarão a programação financeira setorial e autorizarão às unidades administrativas a movimentar os respectivos créditos, dando ciência ao Tribunal de Contas.

§ 2º O Ministro de Estado, por proposta do Inspetor Geral de Finanças, decidirá quanto aos limites de descentralização da administração dos créditos, tendo em conta as atividades peculiares de cada órgão.

Art. 73. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a comporte ou quando imputada a dotação imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição de fornecimento ou prestação de serviços cujo custo exceda aos limites prèviamente fixados em lei.

Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil serão impugnados quaisquer atos referentes a despesas que incidam na proibição do presente artigo.

Art. 74. Na realização da receita e da despesa pública será utilizada a via bancária, de acordo com as normas estabelecidas em regulamento.

§ 1º Nos casos em que se torne indispensável a arrecadação de receita diretamente pelas unidades administrativas, o recolhimento à conta bancária far-se-á no prazo regulamentar.

§ 2º O pagamento de despesa, obedecidas as normas que regem a execução orçamentária (lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), far-se-á mediante ordem bancária ou cheque nominativo, contabilizado pelo órgão competente e obrigatòriamente assinado pelo ordenador da despesa e pelo encarregado do setor financeiro.

§ 3º Em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível pela via bancária, as autoridades ordenadoras poderão autorizar suprimentos de fundos, de preferência a agentes afiançados, fazendo-se os lançamentos contábeis necessários e fixando-se prazo para comprovação dos gastos.

Art. 75. Os órgãos da Administração Federal prestarão ao Tribunal de Contas, ou suas delegações, os informes relativos à administração dos créditos orçamentários e facilitarão a realização das inspeções de controle externo dos órgãos de administração financeira, contabilidade e auditorias. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Parágrafo único. As informações previstas neste artigo são as imprescindíveis ao exercício da auditoria financeira e orçamentária, realizada com base nos documentos enumerados nos itens I e II do artigo 36 do Decreto-lei número 199, de 25 de fevereiro de 1967, vedada a requisição sistemática de documentos ou comprovantes arquivados nos órgãos da administração federal, cujo exame se possa realizar através das inspeções de controle externo. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 76. Caberá ao Inspetor Geral de Finanças ou autoridade delegada autorizar a inscrição de despesas na conta "Restos a Pagar" (Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), obedecendo-se na liquidação respectiva as mesmas formalidades fixadas para a administração dos créditos orçamentários.

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Parágrafo Único. As despesas inscritas na conta de "Restos a Pagar" serão liquidadas quando do recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do serviço, ainda que ocorram depois do encerramento do exercício financeiro.

Art. 77. Todo ato de gestão financeira deve ser realizado por força do documento que comprove a operação e registrado na contabilidade, mediante classificação em conta adequada.

Art. 78. O acompanhamento da execução orçamentária será feito pelos órgãos de contabilização.

§ 1° Em cada unidade responsável pela administração de créditos proceder-se-á sempre à contabilização destes.

§ 2° A contabilidade sintética ministerial caberá à Inspetoria Geral de Finanças.

§ 3 ° A contabilidade geral caberá à Inspetoria Geral de Finanças do Ministério da Fazenda.

§ 4º Atendidas as conveniências do serviço, um único órgão de contabilidade analítica poderá encarregar-se da contabilização para várias unidades operacionais do mesmo ou de vários Ministérios.

§ 5° Os documentos relativos à escrituração dos atos da receita e despesa ficarão arquivados no órgão de contabilidade analítica e à disposição das autoridades responsáveis pelo acompanhamento administrativo e fiscalização financeira e, bem assim, dos agentes incumbidos do controle externo, de competência do Tribunal de Contas.

Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a evidenciar os resultados da gestão.

Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão como responsável todo o ordenador da despesa, o qual só poderá ser exonerado de sua responsabilidade após julgadas regulares suas contas pelo Tribunal de Contas.

§ 1° Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade de cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou pela qual esta responda.

§ 2º O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

§ 3º As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não impugnadas pelo ordenador, serão escrituradas e incluídas na sua tomada de contas, na forma prescrita; quando impugnadas, deverá o ordenador determinar imediatas providências administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis, sem prejuízo do julgamento da regularidade das contas pelo Tribunal de Contas.

Art. 81. Todo ordenador de despesa ficará sujeito a tomada de contas realizada pelo órgão de contabilidade e verificada pelo órgão de auditoria interna, antes de ser encaminhada ao Tribunal de Contas (artigo 82 ).

Parágrafo único. O funcionário que receber suprimento de fundos, na forma do disposto no art. 74, § 3º, é obrigado a prestar contas de sua aplicação procedendo-se, automàticamente, a tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado.

Art. 82. As tomadas de contas serão objeto de pronunciamento expresso do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência da República ou de autoridade a quem estes delegarem competência, antes de seu encaminhamento ao Tribunal de Contas para os fins constitucionais e legais. (Vide Decreto nº 99.626, de 1990)

§ 1º A tomada de contas dos ordenadores, agentes recebedores, tesoureiros ou pagadores será feita no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias do encerramento do exercício financeiro pelos órgãos encarregados da contabilidade analítica e, antes de ser submetida a pronunciamento do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência da República ou da autoridade a quem estes delegarem competência, terá sua regularidade certificada pelo órgão de auditoria.

§ 2º Sem prejuízo do encaminhamento ao Tribunal de Contas, a autoridade a que se refere o parágrafo anterior no caso de irregularidade, determinará as providências que, a seu critério, se tornarem indispensáveis para

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resguardar o interesse público e a probidade na aplicação dos dinheiros públicos, dos quais dará ciência oportunamente ao Tribunal de Contas.

§ 3° Sempre que possível, desde que não retardem nem dificultem as tomadas de contas, estas poderão abranger conjuntamente a dos ordenadores e tesoureiros ou pagadores.

Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa.

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.

Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não foi prestada, ou que ocorreu desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, as autoridades administrativas, sob pena de co-responsabilidade e sem embargo dos procedimentos disciplinares, deverão tomar imediatas providência para assegurar o respectivo ressarcimento e instaurar a tomada de contas, fazendo-se as comunicações a respeito ao Tribunal de Contas.

Art. 85. A Inspetoria Geral de Finanças, em cada Ministério, manterá atualizada relação de responsáveis por dinheiros, valores e bens públicos, cujo rol deverá ser transmitido anualmente ao Tribunal de Contas, comunicando-se trimestralmente as alterações.

Art. 86. A movimentação dos créditos destinados à realização de despesas reservadas ou confidenciais será feita sigilosamente e nesse caráter serão tomadas as contas dos responsáveis.

Art. 87. Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso ficarão sob a responsabilidade dos chefes de serviço, procedendo-se periòdicamente a verificações pelos competentes órgãos de controle.

Art. 88. Os estoques serão obrigatòriamente contabilizados, fazendo-se a tomada anual das contas dos responsáveis.

Art. 89. Todo aquele que, a qualquer título, tenha a seu cargo serviço de contabilidade da União é pessoalmente responsável pela exatidão das contas e oportuna apresentação dos balancetes, balanços e demonstrações contábeis dos atos relativos à administração financeira e patrimonial do setor sob sua jurisdição.

Art. 90. Responderão pelos prejuízos que causarem à Fazenda Pública o ordenador de despesas e o responsável pela guarda de dinheiros, valores e bens.

Art. 91.Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.763, de 1980)

Art. 92. Com o objetivo de obter maior economia operacional e racionalizar a execução da programação financeira de desembolso, o Ministério da Fazenda promoverá a unificação de recursos movimentados pelo Tesouro Nacional através de sua Caixa junto ao agente financeiro da União. (Vide Decreto nº 4.529, de 2002)

Parágrafo único. Os saques contra a Caixa do Tesouro só poderão ser efetuados dentro dos limites autorizados pelo Ministro da Fazenda ou autoridade delegada.

Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprêgo na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes.

Art. 91.Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.763, de 1980)