marketing e o mercado infantil

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MARKETING E O MERCADO INFANTIL Andres rodriguez Veloso diogo HildebrAnd MArcos cortez cAMpoMAr

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O mercado infantil envolve crianças, famílias e empresas que vendem produtos (bens e serviços) a esses consumidores. A importância da criança como mercado consumidor vai além daqueles produtos básicos normalmente relacionados a ela, como brinquedos, guloseimas e jogos. Sua influência extrapola para outras decisões familiares tanto de forma direta (a criança pede diretamente um produto) como indireta (os pais pensam na criança na hora de comprar). Se levarmos em conta todo o potencial de influência que os infantes têm nos mais diversos segmentos, como automóveis, férias em família, eletroeletrônicos, percebe-se que esse mercado é muito maior do que se pode imaginar. Ao tratar do público infantil, é indispensável procurar fontes múltiplas de conhecimento para fundamentar a discussão com a profundidade necessária. Para isso buscou-se apoio na psicologia, na pedagogia e entre aqueles que estudam o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança.

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Page 1: Marketing e o mercado infantil

Para suas soluções de curso e aprendizado, visite www.cengage.com.br

isbn 13 978-85-221-1195-4isbn 10 85-221-1195-2

7 8 8 5 2 2 1 1 1 9 5 49

Marketinge o Mercado

infantil

Andres rodriguez Veloso

diogo HildebrAnd

MArcos cortez cAMpoMAr

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Marketinge o mercado infantil

o mercado infantil envolve crianças, famílias e empresas que vendem produtos (bens e serviços) a esses consumidores. a importância da criança como mercado consumidor vai além daqueles produtos básicos normalmente relacionados a ela, como brinquedos, guloseimas e jogos. Sua influência extrapola para outras decisões familiares tanto de forma direta (a criança pede diretamente um produto) como indireta (os pais pensam na criança na hora de comprar). Se levarmos em conta todo o potencial de influência que os infantes têm nos mais diversos segmentos, como automóveis, férias em família, eletro-eletrônicos, percebe-se que esse mercado é muito maior do que se pode imaginar. ao tratar do público infantil, é indispensável procurar fontes múltiplas de conhecimento para fundamentar a discussão com a profundidade necessária. Para isso buscou-se apoio na psicologia, na pedagogia e entre aqueles que estudam o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança.

ao longo do texto, são abordados trabalhos publicados no Brasil, assim como estudos seminais reali-zados, primordialmente, nos estados Unidos e, em menor extensão, na europa e na Ásia. Buscou-se apoio também nas inúmeras pesquisas realizadas pelos autores ao longo dos últimos seis anos com crianças e suas famílias, empresas de brinquedo, varejistas e profissionais de marketing. Para pesquisar esse público, trabalhou-se com os mais diversos métodos, entre eles observação, coleta de desenhos e entrevistas. desse esforço de pesquisa bibliográfica e empírica resultou marketing e o mercado infantil, que se configura como um compêndio sobre as questões relacionadas à comercialização de produtos aos infantes, e, funda-mentalmente, analisa como o marketing pode ser aplicado adequadamente ao mercado infantil.

aplicações: obra indicada para as disciplinas comportamento do consumidor, estratégia de marketing e segmentação de mercado, assim como referência para as disciplinas composto de marketing (preço, praça, promoção e produto), tópicos de marketing e socialização do consumidor . indicada também para a disciplina pesquisa de marketing, por apresentar alternativas de técnicas de coleta de dados mais adequadas ao público infantil, para executivos interessados no mercado infantil, e para pais preocupados com a influência das empresas sobre seus filhos.

Andres rodriguez Veloso | diogo HildebrAnd | MArcos cortez cAMpoMAr

Marketing e o mercado infantil

outras obrassobre os autores

andreS rodrigUez VeloSograduado em administração pela Universidade de São Paulo. mestre pela Universidade federal do rio grande do Sul. doutor em administração (marketing) pela faculdade de economia, admi-nistração e contabilidade da Universidade de São Paulo. atua como professor doutor de marketing do departamento de administração da faculdade de economia, administração e contabilidade da Universidade de São Paulo. coordenador de Projetos da fundação instituto de administração. coautor de livros e de diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. revisor técnico de inúmeros livros de marketing. consul-tor de empresas na mesma área.

diogo HildeBrandgraduado em economia pela Universidade de São Paulo. mestre em administração pela Uni-versidade federal do rio grande do Sul. Ph.d. em marketing pelo Baruch college da city University of new York. autor e coautor de diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais e capítulos de livros. Palestrante sobre marketing em faculdades no Brasil e nos estados Unidos. consultor de empresas na área de marketing.

marcoS cortez camPomareconomista, mestre e doutor em administração pela Universidade de São Paulo. curso de douto-rado na nortwestern University (USa) e pesquisa-dor na manchester Business School (UK). cursos na Harvard Business School (USa) e University of tsukuba (Japão). coordenador de Projetos e ex- -diretor da fundação instituto de administração. Professor titular de marketing da faculdade de economia, administração e contabilidade da Uni-versidade de São Paulo. coordenador do Promark, Programa de marketing e de Serviços. ex-diretor da fea-ribeirão Preto da USP. ex-subsecretário de Serviços do ministério da indústria, comércio e turismo. ex-diretor da Promocet. ex-diretor do cladea e do BalaS. ex-coodernador da Área de marketing da anPad. consultor de organizações do setor público e privado. autor de diversos ar-tigos e livros sobre marketing. orientador de mais de cinquenta mestres e doutores. [www.campomar.com.br]

PrincíPios da Pesquisa de Marketingtradução da 4ª edição norte-americana / 2ª edição brasileiraWilliam g. zikmund e Barry J. Babin

gerenciaMento de Marketing verderobert dahlstrom

coMPortaMento do consuMidortradução da 5ª edição norte-americanaWayne d. Hoyer e deborah J. macinnis

coMunicação de Marketing integrando propaganda, promoção eoutras formas de divulgaçãoBaseado na 8ª edição norte-americanaedson crescitelli e terence a. Shimp

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Marketing e o mercado infantil

Andres Rodriguez Veloso

Diogo Hildebrand

Marcos Cortez Campomar

Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos

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Este livro é dedicado a Marina, Ludmila e Ana, às esposas que, por convivência, são também profundas conhecedoras

do marketing voltado à criança e nos ajudaram a dar forma a este livro.

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Prefácio

Caro leitor,

Este não é apenas um livro comum sobre comportamento do consumidor ou sobreestratégia de marketing. Ao tratar do público infantil, é indispensável procurar fontesmúltiplas de conhecimento para fundamentar a discussão com a necessária profun-didade. Fomos buscar apoio na psicologia, na pedagogia e entre aqueles que estudamo desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança. Abordaremos, ao longo dolivro, trabalhos publicados no Brasil, assim como estudos seminais realizados, pri-mordialmente, nos Estados Unidos e, em um nível menor, na Europa e na Ásia. Bus-camos apoio também nas inúmeras pesquisas realizadas por nós, ao longo dos últimosseis anos, com crianças e suas famílias, empresas de brinquedo, varejistas e profissionaisde marketing. Para pesquisar esse público, tivemos de trabalhar com métodos depesquisa dos mais diversos tipos, incluindo observações, coleta de desenhos e entre-vistas. Esse esforço de pesquisa bibliográfica e empírica resultou nesta obra, que seconfigura em um compêndio sobre as questões relacionadas à comercialização deprodutos aos infantes. Fundamentalmente, esta obra analisa como o marketing, umadisciplina, arte ou ciência que trata do indivíduo como consumidor e que tem comofunção oferecer às pessoas produtos (bens e serviços) que satisfaçam suas necessidadese seus desejos, pode ser aplicado adequadamente ao público infantil.

Ao incentivar as trocas entre as pessoas e as empresas, o profissional de marketingpretende, acima de tudo, a satisfação do seu cliente. Nesse sentido, o objetivo destelivro é, principalmente, oferecer um sustentáculo teórico para que as empresas pas-sem a tratar o consumidor infantil com a atenção e o cuidado que merece, visandotanto a satisfação completa de suas necessidades como, simultaneamente, o respeitoe o auxílio a esse indivíduo ainda em formação. Algumas vezes a ânsia por lucrosrápidos nubla a visão daqueles que estão no comando das empresas. Por isso, res-saltamos a necessidade de respeitar as fragilidades naturais das crianças em desen-volvimento e mostramos como a empresa pode ser lucrativa ao mesmo tempo quecontribui para a educação e o desenvolvimento delas.

Este livro foi escrito por dois economistas de formação e um administradorque, em momentos distintos, se enveredaram pelos caminhos do marketing. A di-ferente formação e as habilidades dos três autores se complementam em uma obraque analisa o marketing de modo diferente.

Andres, Diogo e MarcosAgosto 2012

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Sumário

Apresentação XI

Parte 1 – O processo de desenvolvimento da criança comoconsumidora 1

1 Evolução da importância da criança como consumidora 3

2 Processo de desenvolvimento da criança 17

3 Processo de socialização do consumidor 31

Parte 2 – Composto de marketing aplicado ao consumidor infantil 57

4 Estratégias de marketing aplicadas ao segmento infantil 59

5 Desenvolvimento de produtos para o consumidor infantil 75

6 O preço dos produtos e a renda da criança 89

7 Praça (distribuição) e o varejo para o público infantil 99

8 Promoção – Comunicação com a criança 107

9 Marcas e personagens 117

Parte 3 – Tópicos avançados de marketing aplicado ao consumidor infantil 125

10 Processo decisório familiar 127

11 A criança e a mídia 139

12 Pesquisa de marketing e o consumidor infantil 155

13 Legislação e ética no marketing aplicadas ao público infantil 177

Referências bibliográficas 183

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Apresentação

Sempre existiu no marketing moderno a percepção da influência da criança nas comprasdo domicílio. [...] o novo mercado infantil, referenciado aqui, não significa

as crianças que influenciam as compras dos pais. Nem significa itens comprados para o domicílio, como leite e pão. E também não inclui os bilhões de dólares

gastos pelos pais com as crianças. O termo mercado infantil, conforme empregado aqui, refere-se ao grupo composto por crianças entre 5 e 13 anos [...] que compram

produtos e serviços para seu uso pessoal e satisfação. (McNeal, 1969, p. 16)

O mercado infantil é aquele constituído por crianças, das recém-nascidas atéaquelas com 12 anos incompletos, a partir de quando são consideradas adolescentes(Brasil, 1990). No Brasil, este mercado é composto por cerca de 39 milhões decrianças, ou seja, 20,5% da população (IBGE, 2006). Este mercado é um dos maisdesafiadores e difíceis de abordar, pela complexidade de compreender o indivíduoainda em formação e por ser muitas as questões éticas que permeiam o uso domarketing por empresas que focam o consumidor infantil (criança consumidora).São diversos os grupos interessados direta ou indiretamente na compreensão docomportamento do consumidor infantil, desde as próprias crianças e seus pais atéas empresas, os responsáveis por políticas públicas (governo), organizações do ter-ceiro setor (organizações não governamentais) e órgãos da mídia (televisão, rádio,revistas, jornais e atualmente sites da internet) (Moschis e Churchill, 1978).

A compreensão do comportamento do consumidor infantil é um tema de ex-trema complexidade, pois no epicentro do sistema se encontra uma criança empleno desenvolvimento fisiológico e cognitivo (Piaget, 1959), fortemente influen-ciada pelo contexto social em que está envolvida (Kail, 2004). O processo peloqual a criança se insere ou é inserida no meio social onde vive denomina-se socia-lização. Parte integrante desta, fundamentalmente na sociedade capitalista hojevigente, é o processo de socialização do consumidor ou, em outras palavras, o de-senvolvimento das crianças como consumidores capazes (Ward, 1974).

É referente a esse processo de desenvolvimento que as empresas estarão criandoe aperfeiçoando estratégias para oferecer produtos que tenham chances mais signi-ficativas de sucesso no mercado infantil. Para isso, é necessário que haja uma corretacompreensão das capacidades, qualidades e comportamentos específicos deste

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grupo, o que permite também que as empresas tratem este consumidor com o cui-dado necessário.

Para atingir o objetivo de fornecer uma base para que o leitor aprofunde seuconhecimento de marketing aplicado ao consumidor infantil, organizamos estelivro em três partes:

Parte 1

A primeira parte está organizada em três capítulos. O Capítulo 1 aborda questõeshistóricas que permitem compreender de forma mais aprofundada as razões quetornaram o segmento de mercado composto pelas crianças significativo para asempresas na segunda metade do século XX. O Capítulo 2 discute as questões queenvolvem o desenvolvimento da criança, pois é a partir da compreensão das fasesde desenvolvimento que a empresa poderá adequar suas estratégias ao consumidorque almeja atingir. O Capítulo 3 trata do processo de socialização do consumidor,ou seja, do processo de aprendizado que ocorre para que a criança se torne umconsumidor capacitado. Esta primeira parte dá a base para que o leitor compreendaas análises e considerações feitas no restante do texto.

Parte 2

A segunda parte analisa, primeiro, as principais estratégias de marketing aplicadasao consumidor infantil. No Capítulo 4, são explorados os conceitos de segmentaçãoe posicionamento adequados ao mercado infantil. Do Capítulo 5 ao 8, analisa-se ocomposto (ou mix) de marketing, ou seja, produto (Capítulo 5), preço (Capítulo6), praça (Capítulo 7) e promoção (Capítulo 8). Finaliza-se a segunda parte comum capítulo que trata de marcas e personagens. Decidimos pela apresentação dessetema em separado, pois esta é uma estratégia bastante utilizada por empresas quefocam o consumidor infantil, fazendo-se necessário tratar desse aspecto das estra-tégias de marketing de forma mais aprofundada.

Parte 3

Na terceira parte, são abordados alguns tópicos que, se não forem centrais aosprocessos apresentados na segunda, são muito importantes para as empresas quetrabalham com as crianças. Primeiro, apresentamos no Capítulo 10 uma discussãosobre o processo decisório familiar. Isso se faz necessário, pois as mudanças culturais

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estão aumentando a importância da criança nas compras domiciliares, seja in-fluenciando ou participando ativamente. Já no Capítulo 11, analisa-se a relação dacriança com a mídia. Nesse capítulo, discute-se os diferentes tipos de mídia e osimpactos que ela pode ter sobre a criança. É dada atenção especial à polêmicasobre a idade na qual a criança estaria apta a lidar de forma consciente com os apelosde marketing das empresas. Também são debatidos os impactos negativos que asações de marketing podem ter sobre o público infantil. No Capítulo 12, são apresen-tadas as principais técnicas de pesquisa e como elas podem ser utilizadas de formaadequada junto ao consumidor infantil. E, para finalizar o livro, o Capítulo 13 focaquestões que envolvem legislação e ética relacionadas ao trabalho com esse público.

Apresentação

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PARTE 1

O processo de desenvolvimento da criança como consumidora

Para explorar adequadamente a complexidade das questões relacionadas ao con-

sumo infantil, faz-se necessário estudar o processo de desenvolvimento social e

cognitivo da criança e seu impacto na tomada de decisão em marketing. Assim, di-

vidimos o livro em três partes: Parte 1, “O processo de desenvolvimento da criança

como consumidora”; Parte 2, “Composto de marketing aplicado ao consumidor

infantil”; e Parte 3, “Tópicos avançados de marketing aplicado ao consumidor in-

fantil”. Nesta primeira parte serão apresentados os fatores que levaram ao cresci-

mento da importância da criança como segmento atrativo para as empresas. Tam-

bém serão evidenciadas as bases para a compreensão das características da criança

durante seu desenvolvimento e como ela se insere no mundo do consumo por

meio do processo de socialização. Esses temas são necessários para que o leitor

compreenda as características e, em alguns casos, as limitações que a criança apre-

senta por causa de sua idade e estágio de desenvolvimento. Ao explorar essas

questões a fundo, o leitor estará apto a visualizar a aplicabilidade das estratégias

de marketing para cada momento do processo de desenvolvimento da criança.

Certamente este livro não é exaustivo, mesmo porque o conhecimento em marke-

ting é transitório e evolutivo. Este recorte apresenta um retrato atual do tema, o

qual dá base para que o leitor possa ter ele mesmo um papel representativo no de-

senvolvimento desta importante área de estudos.

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1 Evolução da importância da criança como consumidora

O consumidor infantil

A criança é vista na sociedade atual como algo sagrado, sem preço e insubstituível(Lewis, 2010, p. 84). Porém, essa preocupação não é algo que existe há muitotempo. As sociedades ocidentais passaram a dedicar uma importância cada vezmaior à criança somente a partir do século XX (Montigneaux, 2003).

O estudo da pintura desenvolvida no período renascentista, entre os séculosXIII e XVII, durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, traz umaperspectiva interessante para a compreensão do papel da criança na sociedade.Pinturas renascentistas representam as crianças como miniadultos, participandodas atividades hoje consideradas de adultos com muita desenvoltura (Ariès, 1962).Elas bebem, comem, vestem roupas de adultos nessas representações. Destaca-seque empresas de vestuário que desenvolvem roupas de adultos para crianças, comoternos e roupas sociais, na verdade estão remetendo a esse passado distante, cominegável apelo aos pais.

Durante o período renascentista, por volta do século XVI, era comum o trabalhoinfantil na agricultura ou na pecuária (Kussmaul, 1981). As crianças que trabalhavamem casas eram aprendizes de uma profissão ou ajudavam nas tarefas domésticas.

Na Idade Moderna, a criança ainda era tratada de forma diferente de como étratada hoje. Uma breve visita aos livros de História, principalmente aqueles refe-rentes à Revolução Industrial na Inglaterra, traz informações sobre questões en-volvendo a criança e o trabalho. Naquela época, era muito comum a utilização dacriança nas fábricas como mão de obra barata. Tanto as mulheres como as criançaseram submetidas a jornadas de trabalho acima de doze horas.

Crianças a partir de quatro anos subiam em chaminés para limpá-las, um tra-balho demasiadamente perigoso. Por conta da situação dos climbing boys (“garotosescaladores”, em tradução livre), foi criada em 1788 a primeira lei que buscou dealguma forma proteger a criança (Act 1788). Durante esse período da História, ohábito de submeter a criança a jornadas de trabalho de doze horas não era vistocomo algo cruel ou abusivo, mas sim como algo necessário para a sobrevivênciada família e para o desenvolvimento da criança.

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Somente no século XIX outras leis mais abrangentes foram criadas na Inglaterra.Destacam-se como as mais importantes o “Regulation Act of 1819” (que limitou aidade mínima para trabalhar em 9 anos e o máximo de horas trabalhadas emdoze), o “Regulation of Child Labor Law of 1833” (que estabeleceu inspetorespagos para controlar a aplicação da lei) e o “Ten Hour Bill of 1847” (que limitouem dez o número de horas trabalhadas por crianças e mulheres).

A chegada do século XX trouxe uma série de mudanças que sedimentaram a im-portância social da criança e criaram a ideia da infância, em que a criança deveriareceber cuidados maiores e ser protegida. Nesse período, os brinquedos ainda eramfeitos pelas próprias crianças, com sobras de material ou desenvolvidos por contade uma moda passageira, como no caso dos balões (Gross, 2010).

A importância da criança na família cresce a partir de 1900, principalmente naclasse média norte-americana. Com o declínio da mortalidade infantil, diminuiçãodo tamanho da família e afluência econômica, as crianças tornaram-se inestimáveis,foram retiradas do mercado de trabalho e passaram a ser valorizadas como bensde consumo (Gross, 2010, p. 83). A criança se transforma num objeto que exteriorizastatus e permite que os pais se exibam perante a sociedade. Apesar de antiga, atéhoje permanece essa questão do uso da criança como meio de os pais ostentaremstatus. Isso explica a criação de versões para crianças de produtos de luxo consu-midos pelos pais.

Apesar dessa crescente importância dentro da família, a ideia de uma criançaque também é um consumidor e que faz parte do mercado de atuação das empresassurgiu somente após o término da Segunda Guerra Mundial. Isso aconteceu porqueo mercado infantil passou a atender aos requisitos necessários para ser consideradoum mercado promissor: tamanho, capacidade de compra e necessidades próprias(McNeal, 1992, p. 4).

Esse período da história foi marcado por uma profunda mudança social e eco-nômica decorrente do esforço de guerra. Até o fim da guerra, o número de criançasnos Estados Unidos era praticamente o mesmo desde o início do século (aproxi-madamente 10 milhões) (McNeal, 1992). Porém, após o término da guerra, o nú-mero de nascimentos aumentou significativamente.

Os dados apresentados na Figura 1.1 esclarecem a grandeza na mudança do nú-mero de nascimentos anuais no país. Nesse mesmo período ocorreu um grandecrescimento econômico, fazendo que o PIB norte-americano passasse de US$ 200.000milhões em 1940 para US$ 300.000 milhões em 1950 e mais de US$ 500.000 milhõesem 1960 (About.com Economics). O resultado desses dois fenômenos foi um paísem desenvolvimento, com aumento da renda familiar e do número de consumidores,crescimento da classe média, a exemplo do que aconteceu no Brasil ao longo da

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década de 2000. Em ambos os casos, o crescimento econômico gera uma quantidadede recursos disponíveis no domicílio que, de alguma forma, são direcionados paraa criança.

1 Evolução da importância da criança como consumidora

5

2,36 2,52,8 2,9 2,8 2,8

3,473,9

3,5

2,56

3,6 3,75 3,85 3,9 4 4,1 4,16 4,3 4,2 4,25 4,26 4,3 4,17 4,1 4

0

1

2

3

4

5

1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964

Milhões de nascimentos por ano

Figura 1.1 – Nascimentos nos Estados Unidos – baby boom.

Fonte: Adaptado de Rosemberg (2011).

O pós-guerra também gerou uma mudança de atitude na população norte--americana. A guerra criou um sentimento de que a vida deveria ser aproveitada aomáximo, sendo assim, imediatismo, egocentrismo e autogratificação passaram aser a norma (McNeal, 1992). Esses novos conceitos foram ainda mais facilmentedifundidos depois do surgimento e desenvolvimento da televisão na segunda metadedo século XX. Então, aproveitando a crescente importância e difusão de valores fun-damentalmente hedônicos, as empresas e os profissionais de marketing intensifica-ram a criação e o desenvolvimento de produtos para o crescente mercado infantil.

Se no começo do século XX as festas de aniversário das crianças eram focadasnos pais e seus amigos, na segunda metade do século a criança se torna o centrodas atenções, tanto com a popularização da música “Parabéns para você” (“Happybirthday to you”, de 1893) como com o surgimento de uma infraestrutura de serviços(local e bufê) e a venda de livros que ensinavam como organizar a festa (Gross,2010). É somente nesse momento que as propagandas passam a incentivar o ato depresentear as crianças no dia do seu aniversário. A própria festa de aniversárioevolui para um momento de egocentrismo autorizado pela suspensão de limites(Lewis, 2010, p. 84).

Ao longo dos anos 1960 e 1970, inicia-se o desenvolvimento de produtos (tantobens como serviços) para as crianças. Num primeiro momento a estratégia seguiua antiga tradição da adaptação dos produtos destinados a adultos para o público in-fantil, estratégia que se provou bastante ineficaz ao longo do tempo (McNeal, 1999).

A insistência das empresas de apenas adaptar produtos para um novo públicoprolongou-se até a década de 1970. A Figura 1.2 resume os principais desenvolvi-

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mentos que tornaram o mercado infantil significativo do ponto de vista da empresae dos profissionais de marketing. A partir da década de 1980, uma série de mudançassociais fez que essa importância se aprofundasse cada vez mais.

Os fatores apresentados na Figura 1.2, apesar de terem sido identificados emrelação à realidade norte-americana, não são estranhos à realidade brasileira.Talvez esta seja um tanto divergente daquela quanto à época em que esses fatoresvieram à tona, mas certamente é possível encontrar consonância entre o Brasil eos Estados Unidos.

Marketing e o mercado infantil

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Anos 1950

Anos 1960

Anos 1970

Anos 1980

Números necessários para o mercado infantil setornar significativo – baby boom.

Aumento da renda disponível para as crianças quecompunham o mercado infantil.

Desenvolvimento de produtos e serviços direcionadosexclusivamente ao mercado infantil.

Aceitação do consumidor infantil comoum consumidor legítimo.

baby boom

Figura 1.2 – Desenvolvimento do segmento infantil nos Estados Unidos (1950-1980).

Fonte: Adaptado de McNeal, 1992 (p. 4-6).

O primeiro fator preponderante foi o aumento do número de provedores nafamília. Esse aumento se deu basicamente mediante a maior participação da mulherno mercado de trabalho. Entre 1981 e 2002, a taxa de atividade feminina passoude 32,9% para 46,6% (Hoffmann e Leone, 2004). Já a taxa de fecundidade diminuiusensivelmente, como pode ser visto na Figura 1.3.

Somado à entrada da mulher no mercado de trabalho está o fenômeno correlatoda diminuição do tamanho das famílias. Ambos eventos criaram uma situação emque o domicílio tem maior renda disponível, os pais estão ausentes e sofrem como sentimento de culpa, e o número de crianças é menor. Isso direciona, direta e in-diretamente, uma parcela cada vez maior da renda do casal para as poucas criançasque habitam o domicílio. Parte dessa renda é utilizada com a compra de presentespara diminuir a culpa que os pais sentem, outra parte é utilizada nos parcos mo-mentos de convivência familiar.

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Page 15: Marketing e o mercado infantil

1 Evolução da importância da criança como consumidora

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Fator Explicação

Aumento do número de

provedores por família

Com o aumento da participação da mulher no ambiente de trabalho, é cada vez mais

comum encontrar famílias em que ambos os pais trabalham.

Diminuição do número de

crianças por família

A queda da taxa de fecundidade tem gerado famílias com um número cada vez menor

de filhos. Dessa forma, os pais têm mais renda disponível para gastar por criança.

Pais mais idosos (e mais

ricos)

No passado (década de 1960 e 1970), existia a expectativa de que a mulher deveria

ter filhos antes de atingir os 30 anos. Essa perspectiva mudou. Atualmente, as famílias

têm filhos com idades cada vez mais avançadas. Isso faz que a criança nasça numa fa-

mília estruturada, com ambos os pais trabalhando, com carreiras consolidadas, ou

seja, com renda superior.

Famílias desestruturadas Numa família onde os pais são separados, o número de parentes dispostos a presentear

a criança aumenta. Caso a criança passe parte do tempo com o pai e parte do tempo com

a mãe, ocorre a necessidade de comprar produtos mais corriqueiros de forma duplicada.

Mães solteiras É cada vez mais comum encontrar lares chefiados por mães solteiras. Isso faz que a

criança tenha de assumir responsabilidades mais rapidamente que o normal, tendo então

de realizar compras, cuidar da casa, resumindo, ter um papel mais participativo. Nesses

casos também pode acontecer de a criança ter outra renda provinda do pai ausente.

Avós cada vez mais

importantes

Com a presença cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, torna-se necessário

encontrar quem cuide das crianças. Os avós são candidatos naturais a este trabalho. É

comum também estes avós terem parte da renda disponível, a qual acaba sendo dire-

cionada para a criança.

O fator culpa Pais solteiros ou divorciados carregam consigo a culpa de não estar presente na criação

do filho. Essa situação gera a sensação de culpa, a qual é canalizada para a compra de

bens e serviços por meio do conceito de quality time. O pai quer aproveitar o máximo

de tempo com a criança, não poupando esforços financeiros para tal.

Pais preocupados com o

futuro das crianças

Os pais, provindos de uma geração que atravessou diversas crises, entendem que apenas

com um preparo excepcional a criança poderá sobreviver no mercado de trabalho. Essa

preocupação reverte em aulas de idiomas, computação, esportes, música etc.

Figura 1.3 – Taxa de fecundidade no Brasil.

Fonte: IBGE (2010).

Quadro 1.1 – Fatores que explicam o crescimento da importância do consumidor infantil

8

6

4

2

0

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2009

1,942,382,85

4,355,766,286,216,16

Taxa de fecundidade

Fonte: Adaptado de McNeal (1999, p. 19-22).

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Outro ponto, que merece destaque no Quadro 1.1, é a preocupação dos paiscom o futuro das crianças. A década perdida (anos 1980), os inúmeros planoseconômicos do fim da década de 1980 e início da década de 1990 (Plano Cruzado,de 1986; Plano Collor, de 1990; e Plano Real, de 1994) e o estouro das bolhas eco-nômicas do novo milênio (empresas ponto.com e imobiliária) criaram um am-biente econômico turbulento em que os pais passaram a temer pelo futuro desuas crianças. O crescimento da competitividade em todos os ramos, até mesmona busca pelas melhores oportunidades de trabalho, criou uma geração de paisque enxerga um futuro muito difícil para seus filhos. Dessa forma, eles nãopoupam esforços para investir na formação de seus filhos, seja por meio de cursosde informática, idiomas, ou por outras habilidades que possam ser úteis para ofuturo profissional da criança.

O mercado infantil

O mercado infantil é composto por crianças entre 0 e 12 anos. Esse segmento re-presenta 20,5% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 39 milhões decrianças (IBGE, 2006). Desse total, 50,9% são do sexo masculino e 49,1% do sexofeminino. Dos 44 milhões de crianças, cerca de 34 milhões moram na zona urbanae cerca de 10 milhões na zona rural. Esse mercado certamente representa importanteárea de atuação para empresas que buscam progredir.

O mercado infantil pode ser compreendido a partir de uma perspectiva evolutivado papel da criança. Nessa visão, a criança pode assumir três papéis diferentes. Noinício, ela será apenas responsável por influenciar o consumo das pessoas queestão à sua volta. Essa influência indireta é bastante poderosa. Nos Estados Unidos,por exemplo, US$ 176 bilhões são gastos anualmente com as crianças e outrosUS$ 74 bilhões são gastos levando em consideração a presença delas (Siegel, Coffeye Livingston, 2004). Como “presença” entende-se os pais fazendo compras pensandonos filhos; por exemplo, ao selecionar um restaurante para jantar, escolhem umque tenha um playground no estabelecimento.

Somente a partir de determinada idade, aproximadamente aos 4 ou 5 anos, acriança começa a fazer algumas compras independentes. O Quadro 1.2 analisaesse processo de desenvolvimento nas suas diferentes etapas.

A influência da criança sobre o comportamento dos pais acontece de duas for-mas. Inicialmente, ocorre a influência indireta, pois a criança ainda não possui acapacidade de influenciar diretamente os pais nos primeiros anos de vida. A in-

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isbn 13 978-85-221-1195-4isbn 10 85-221-1195-2

7 8 8 5 2 2 1 1 1 9 5 49

Marketinge o Mercado

infantil

Andres rodriguez Veloso

diogo HildebrAnd

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Marketinge o mercado infantil

o mercado infantil envolve crianças, famílias e empresas que vendem produtos (bens e serviços) a esses consumidores. a importância da criança como mercado consumidor vai além daqueles produtos básicos normalmente relacionados a ela, como brinquedos, guloseimas e jogos. Sua influência extrapola para outras decisões familiares tanto de forma direta (a criança pede diretamente um produto) como indireta (os pais pensam na criança na hora de comprar). Se levarmos em conta todo o potencial de influência que os infantes têm nos mais diversos segmentos, como automóveis, férias em família, eletro-eletrônicos, percebe-se que esse mercado é muito maior do que se pode imaginar. ao tratar do público infantil, é indispensável procurar fontes múltiplas de conhecimento para fundamentar a discussão com a profundidade necessária. Para isso buscou-se apoio na psicologia, na pedagogia e entre aqueles que estudam o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança.

ao longo do texto, são abordados trabalhos publicados no Brasil, assim como estudos seminais reali-zados, primordialmente, nos estados Unidos e, em menor extensão, na europa e na Ásia. Buscou-se apoio também nas inúmeras pesquisas realizadas pelos autores ao longo dos últimos seis anos com crianças e suas famílias, empresas de brinquedo, varejistas e profissionais de marketing. Para pesquisar esse público, trabalhou-se com os mais diversos métodos, entre eles observação, coleta de desenhos e entrevistas. desse esforço de pesquisa bibliográfica e empírica resultou marketing e o mercado infantil, que se configura como um compêndio sobre as questões relacionadas à comercialização de produtos aos infantes, e, funda-mentalmente, analisa como o marketing pode ser aplicado adequadamente ao mercado infantil.

aplicações: obra indicada para as disciplinas comportamento do consumidor, estratégia de marketing e segmentação de mercado, assim como referência para as disciplinas composto de marketing (preço, praça, promoção e produto), tópicos de marketing e socialização do consumidor . indicada também para a disciplina pesquisa de marketing, por apresentar alternativas de técnicas de coleta de dados mais adequadas ao público infantil, para executivos interessados no mercado infantil, e para pais preocupados com a influência das empresas sobre seus filhos.

Andres rodriguez Veloso | diogo HildebrAnd | MArcos cortez cAMpoMAr

Marketing e o mercado infantil

outras obrassobre os autores

andreS rodrigUez VeloSograduado em administração pela Universidade de São Paulo. mestre pela Universidade federal do rio grande do Sul. doutor em administração (marketing) pela faculdade de economia, admi-nistração e contabilidade da Universidade de São Paulo. atua como professor doutor de marketing do departamento de administração da faculdade de economia, administração e contabilidade da Universidade de São Paulo. coordenador de Projetos da fundação instituto de administração. coautor de livros e de diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. revisor técnico de inúmeros livros de marketing. consul-tor de empresas na mesma área.

diogo HildeBrandgraduado em economia pela Universidade de São Paulo. mestre em administração pela Uni-versidade federal do rio grande do Sul. Ph.d. em marketing pelo Baruch college da city University of new York. autor e coautor de diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais e capítulos de livros. Palestrante sobre marketing em faculdades no Brasil e nos estados Unidos. consultor de empresas na área de marketing.

marcoS cortez camPomareconomista, mestre e doutor em administração pela Universidade de São Paulo. curso de douto-rado na nortwestern University (USa) e pesquisa-dor na manchester Business School (UK). cursos na Harvard Business School (USa) e University of tsukuba (Japão). coordenador de Projetos e ex- -diretor da fundação instituto de administração. Professor titular de marketing da faculdade de economia, administração e contabilidade da Uni-versidade de São Paulo. coordenador do Promark, Programa de marketing e de Serviços. ex-diretor da fea-ribeirão Preto da USP. ex-subsecretário de Serviços do ministério da indústria, comércio e turismo. ex-diretor da Promocet. ex-diretor do cladea e do BalaS. ex-coodernador da Área de marketing da anPad. consultor de organizações do setor público e privado. autor de diversos ar-tigos e livros sobre marketing. orientador de mais de cinquenta mestres e doutores. [www.campomar.com.br]

PrincíPios da Pesquisa de Marketingtradução da 4ª edição norte-americana / 2ª edição brasileiraWilliam g. zikmund e Barry J. Babin

gerenciaMento de Marketing verderobert dahlstrom

coMPortaMento do consuMidortradução da 5ª edição norte-americanaWayne d. Hoyer e deborah J. macinnis

coMunicação de Marketing integrando propaganda, promoção eoutras formas de divulgaçãoBaseado na 8ª edição norte-americanaedson crescitelli e terence a. Shimp

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