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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO Mariana Izabel Marques de Sousa Identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição para uso em Avaliação Geriátrica Ampla AGA por análise de correspondência múltipla São Paulo 2017

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

Mariana Izabel Marques de Sousa

Identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição para

uso em Avaliação Geriátrica Ampla – AGA por análise de correspondência

múltipla

São Paulo

2017

Mariana Izabel Marques de Sousa

Identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição para

uso em Avaliação Geriátrica Ampla – AGA por análise de correspondência

múltipla

Dissertação apresentada ao programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas

Tadeu, como parte dos requisitos para obtenção

do título de Mestre.

Orientadora: Profª. Drª. Rita de Cássia de Aquino

São Paulo

2017

Ficha catalográfica elaborada pela

Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB

8/9237

Sousa, Mariana Izabel Marques de

S725i Identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição

para uso em Avaliação Geriátrica Ampla – AGA por análise de

correspondência / Mariana Izabel Marques de Sousa. - São Paulo, 2017.

xx f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Rita de Cássia de Aquino.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2017.

1. Riscos nutricionais. 2. Envelhecimento. 3. Desnutrição. 4. Nutrição –

Avaliação. I. Aquino, Rita de Cassia de. II. Universidade São Judas

Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do

Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 613.0438

À minha mãe, Claudete Marques, que tanto respeito, amo e admiro. Exemplo de coragem,

humildade, perseverança e fé inabalável.

Agradecimentos

À minha amada mãe Claudete por todo carinho, amor, respeito, compreensão e auxilio em

todos os momentos desta vida. Se cheguei até aqui foi por você e para você, meu espelho,

meu alicerce, minha fortaleza. Agradeço por sempre me proporcionar o seu melhor, por

batalhar sozinha a tantos anos para conceder a mim as melhores oportunidades da vida. Eu

te amo, muito!

À minha orientadora Profª Drª Rita de Cássia de Aquino por toda atenção, comprometimento

e auxilio dedicado para a conclusão deste trabalho tão importante em minha carreira

profissional. Agradeço o respeito, carinho, confiança e amizade concedidas a mim durante

todos estes anos, desde a graduação, monitoria, orientação de monografia e aprimoramento.

Sorte em tê-la como mestre.

À querida Profª Drª Ágatha Nogueira Previdelli, por toda gentileza, carinho, atenção e

cuidado nos ensinamentos científicos e estatísticos, que foram tão trabalhosos e difíceis.

Agradeço também amizade e incentivo.

À Profª Drª Claudia Borim pelos maravilhosos ensinamentos estatísticos dentro e fora da

disciplina, por todo carinho, auxilio e atenção.

À toda minha família, sou eternamente grata pelo amor, compreensão e incentivo durante

todo esse tempo, principalmente nos momentos de ausência e distanciamento.

À minha querida madrinha Elisabeth e minha prima Mayara por todo amor, carinho e por se

orgulharem tanto de mim. Agradeço a minha prima pela contribuição na parte da tradução.

À minha segunda família Rosana e Walter, pelo carinho, confiança e incentivo, que de

maneira especial contribuíram para a realização deste trabalho.

À minha querida amiga Tatiana Império de Freitas por toda paciência, carinho e ombro

amigo nos momentos mais difíceis e também em momentos tão alegres. Como sempre

dizemos, nossa amizade foi um grande presente do Mestrado.

Aos meus queridos amigos Tatianna, Anelena, Thaisa, Bruno, Laksmi e Elisangela por todo

carinho, por sempre acreditarem em mim, no meu potencial e por compreenderem minha

ausência.

À minha querida amiga Maíra por todo carinho, amor, paciência e parceria ao longo destes

mais de 10 anos de amizade. Agradeço também aos seus pais, Elizabeth e Cláudio que

sempre me incentivaram e me fazem sentir amada e acolhida.

Às professoras da banca de qualificação e defesa Drª Ágatha Nogueira Previdelli e Ligiana

Pires Corona pelo cuidado, atenção e auxilio durante a avaliação e aperfeiçoamento deste

trabalho.

Aos idosos que gentilmente participaram deste estudo, que mesmo com seus problemas de

saúde e dificuldades, dedicaram grande tempo e atenção a mim.

Ao Centro de Referência do Idoso CRI-NORTE e todos os profissionais que me concederam a

oportunidade e me acolheram durante todo tempo de coleta.

Aos meus amigos do Mestrado Natália Gaspareto, Debora Sipukow, Bruno Holanda,

Caroline Leonor, Anna Carolina Theodoro e Ricardo Nucci pela paciência, carinho e ajuda

nas disciplinas e também para a finalização deste trabalho.

Ao corpo docente do Mestrado pelo convívio agradável e pela troca de experiências.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão

da bolsa de Mestrado, sem a qual não seria possível a realização deste estudo.

E, à todos aqueles que, por um lapso não mencionei, colaboraram para a realização deste

trabalho.

“Eu seguro minha mão na sua, uno meu coração ao seu, para que juntos possamos fazer

aquilo que sozinho eu não consigo”.

Oração da Serenidade

RESUMO

SOUSA, M. I. M. S. Identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição

para uso em Avaliação Geriátrica Ampla – AGA por análise de correspondência

múltipla. [Dissertação de Mestrado em Ciências do Envelhecimento]. São Paulo:

Universidade São Judas Tadeu; 2017.

Introdução: A AGA é um instrumento de identificação precoce dos problemas de saúde

associadas ao envelhecimento, e a triagem nutricional é parte integrante por ser uma

ferramenta sensível de detecção de fatores associados ao risco nutricional. Objetivo:

Identificar os fatores associados ao risco nutricional e desnutrição para uso em Avaliação

Geriátrica Ampla – AGA. Casuística e Métodos: Estudo transversal analítico, com amostra

aleatória sistemática, constituída por 233 idosos com 60 anos ou mais, sorteados na listagem

de pacientes atendidos na Triagem de Reabilitação do Centro de Referência do Idoso - CRI

Norte. Inicialmente foram realizados testes qui-quadrado ou exato de Fisher para a

identificação de variáveis associadas ao risco nutricional e desnutrição, adotando-se um nível

de significância de 5% e na sequência foram investigadas as relações conjuntas entre o risco

nutricional e desnutrição e as variáveis estudadas por meio da técnica de análise de

correspondência múltipla. Resultados: O risco nutricional e a desnutrição se associaram com

as variáveis socioeconômicas e de estilo de vida (grau de escolaridade, morar sozinho e

tabagismo), antropométricas (estado nutricional, circunferência do braço e perda de peso),

antecedentes pessoais (diabetes referida, depressão referida e polifarmácia), sinais clínicos

(queda de cabelo, ressecamento de pele, ossatura aparente e perda muscular aparente),

dietéticas (alteração na alimentação, número de refeições por dia, número de copos de líquido

por dia, alteração de apetite, diminuição da ingestão e consumo de vegetais), saúde bucal e

trato gastrointestinal (uso de prótese, alteração na frequência e preparo de alimentos, náuseas

e alterações intestinais), mobilidade (velocidade da caminhada, dificuldade da caminhada, uso

de auxiliar de marcha, queda nos últimos seis meses, fraqueza nas pernas, dificuldade física

para compra de alimentos) e auto avaliação (saúde em relação aos outros da mesma idade,

considera bem nutrido). Na análise de correspondência múltipla o risco nutricional e a

desnutrição foram relacionados com a perda de peso não intencional, diminuição do apetite,

diminuição da ingestão alimentar, receber ajuda física para a compra de alimentos, auto

avaliação da saúde regular e ruim e auto avaliação nutricional de "baixo peso". Conclusão:

Por meio das relações conjuntas entre risco nutricional e desnutrição e as variáveis

identificadas, sugere-se o desenvolvimento e validação de um instrumento de triagem

nutricional para a identificação de risco nutricional. Este instrumento será importante para a

otimização do tempo e adequado encaminhamento do idoso a atenção nutricional e

imprescindível para a recuperação e manutenção da saúde e qualidade de vida desta

população.

Palavras-chaves: riscos nutricionais, envelhecimento, desnutrição, nutrição-avaliação.

ABSTRACT

SOUSA, M. I. M. S. Identification of factors associated with nutritional risk and

malnutrition for use in Comprehensive Geriatric Assessment – CGA by multiple

correspondence analysis. [Master's Dissertation in the Sciences of Aging]. São Paulo,

University of São Judas Tadeu, 2017.

Introduction: The CGA is an instrument for the early identification of health problems

associated with aging and nutritional screening is integral part of it as a sensitive tool for the

detection of factors associated with nutritional risk. Objective: To identify factors associated

with nutritional risk and malnutrition for use in Comprehensive Geriatric Assessment – CGA.

Methods: Analytical cross-sectional study with a systematic random sample was made up of

233 elderly individuals aged 60 years or older, drawn from the list of medical records of

patients attending the Rehabilitation Screening of the Center for the Elderly Reference - CRI

Norte. Initially chi-square or Fisher's exact tests were performed to identify variables

associated with nutritional risk and malnutrition, adopting a significance level of 5%. Were

investigated the joint relationships between nutritional risk and malnutrition and the variables

weight loss, altered appetite, decrease intake, physical difficulty to buy food, self health

assessment and nutritional self-assessment, through the technique of analysis of

correspondence multiple. Results: Nutritional risk and malnutrition were associated with

socioeconomic and lifestyle variables (schooling, living alone and smoking), anthropometric

(nutritional status, arm circumference and weight loss), personal antecedents (referred to

diabetes, referred depression and polypharmacy), clinical signs (hair loss, skin dryness,

apparent bone and apparent muscle loss), dietary (change in diet, number of meals per day,

number of glasses of liquid per day, altered appetite, decrease in intake and consumption of

vegetables), oral health and gastrointestinal tract (use of prosthesis, alteration in the frequency

and preparation of food, nausea and intestinal alterations), mobility (walking speed, walking

difficulty, use of walking aid, drop in the last six months, weakness in the legs, physical

difficulty to buy food) and self-assessment (health in relation to others of the same age,

considered well nourished). Nutritional risk and malnutrition were correlated with

unintentional weight loss, decrease appetite, decrease food intake, receiving physical help for

to buy food, poor and regular self-health assessment, and nutritional self-assessment low-

weight. Conclusion: Through the joint relationship between nutritional risk and malnutrition

and the identified variables, it is suggested the development and validation of a nutritional

screening tool for the early identification of risks. This instrument will be important for the

optimization of the time and appropriate referral of the elderly to the nutritional attention

essential for the recovery and maintenance of the health and quality of life of this population.

Key-words: nutritional risks, aging, malnutrition, nutrition-assessment.

Lista de Figuras

Figura 1- Causas e Consequências de Risco Nutricional em idosos.

Figura 2 – Decrescimento dos autovalores.

Figura 3- Visualização das características de risco nutricional e desnutrição, por intermédio

do gráfico gerado pela análise de correspondência múltipla entre as dimensões 1 e 2.

Listas de Quadros

Quadro 1- Instrumentos de Triagem Nutricional para idosos mais utilizados.

Quadro 2- Classificação de Índice de Massa Corporal – IMC.

Quadro 3- Classificação da força de preensão palmar.

Lista de Tabelas

TABELA 1. Características socioeconômicas da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 2. Variáveis antropométricas da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 3. Variáveis de antecedentes pessoais da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 4. Variáveis de sinais clínicos da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 5. Variáveis dietéticas da população, segundo risco nutricional e desnutrição.

Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 6. Variáveis de saúde bucal e trato gastrointestinal da população, segundo risco

nutricional e desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 7. Variáveis de risco de disfagia da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 8. Variáveis de mobilidade da população, segundo risco nutricional e desnutrição.

Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 9. Variáveis de auto avaliação da saúde da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

TABELA 10. Medidas de discriminação das variáveis e quantificação das categorias,

coordenadas dos centroides, nas dimensões (1 e 2) do modelo. Centro de Referência do Idoso,

São Paulo, 2016.

Lista de Abreviaturas

ADA American Dietetic Association

AGA Avaliação Geriátrica Ampla

AGI Avaliação Global do Idoso

ABVD Atividades Básicas de Vida Diária

AIVD Atividades Instrumentais da Vida Diária

AMB Área Muscular do Braço

AC Análise de Correspondência

ACM Análise de Correspondência Múltipla

CB Circunferência do Braço

CP Circunferência da Panturrilha

CC Circunferência da Cintura

CRI Centro de Referência do Idoso

CROSS Central de Regulação de Ofertas dos Serviços de Saúde

CGA Comprehensive Geriatric Assessment

CMB Circunferência Muscular do Braço

DCT Dobra Cutânea Tricipital

ESPEN European Society of Parenteral and Enteral Nutrition

FPP Força de Preensão Palmar

IMC Índice de Massa Corporal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MAN Mini Avaliação Nutricional

MAN-SF Mini Avaliação Nutricional – Short Form

MNA Mini Nutritional Assessment

MARI Mini Avaliação de Risco de Idosos

NHANES National Health and Nutrition Examination Survey

NSI Nutritional Screening Initiative

OPAS Organização Pan Americana de Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

SBGG Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

SCREEN II Seniors in the community: risk evaluation for eating and nutrition

STATA Statistic Data Analysis

SABE Saúde bem-estar e envelhecimento

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SPPB Shot Physical Performance Battery

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UBS Unidade Básica de Saúde

WHO Word Health Organization

SPPB Short Physical Performance Battery

Sumário

1. Introdução 1

1.1 Risco Nutricional e Desnutrição em Idosos 1

1.2 Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) 3

1.3 Avaliação e Triagem Nutricional 5

1.4 Mini Avaliação Nutricional / Mini Nutritional Assessment 8

2. Justificativa 10

3. Objetivos 11

3.1 Objetivo Geral 11

3.2 Objetivo Específico 11

4. Casuísticas e Métodos 12

4.1 Desenho e Casuística 12

4.2 Local de Estudo 12

4.3 Amostra 12

4.4 Critérios de Inclusão e Exclusão 13

4.5 Coleta de Dados 13

4.6 Avaliação Antropométrica e de Desempenho 14

4.7 Aspectos Éticos 17

4.8 Análise de Dados 18

4.9 Análise de Correspondência Múltipla 19

5. Resultados

5.1 Análise Descritiva e de Associação

5.2 Análise de Correspondência Múltipla

22

22

32

6. Discussão 36

6.1 Análise Descritiva e de Associação 36

6.2 Análise de Correspondência Múltipla 41

7. Conclusão 45

8. Referências 46

Apêndices

Apêndice 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Apêndice 2 Questionário Completo

Apêndice 3 Variáveis de Estudo

Anexos

Anexo 1 Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da USJT

Anexo 2 Aprovação do CRI Norte

1. Introdução

A manutenção de uma boa qualidade de vida é um dos objetivos mais importantes de

quem trabalha com envelhecimento. Estima-se que até 50% dos indivíduos com 85 anos ou

mais sejam dependentes para as atividades da vida diária e ao analisar o perfil de saúde,

verifica-se que apresentam vários sintomas típicos das doenças que possuem, tomam várias

medicações e utilizam mais os recursos de saúde que as faixas etárias mais novas. No Brasil,

apesar de corresponderem a 10% da população, consomem 30% dos gastos em saúde

(JACOB-FILHO e KIKUCHI, 2012).

O envelhecimento populacional é um grande desafio do mundo atual e isso é um fato

universal e inexorável. De acordo com a última projeção de população brasileira, realizada

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em agosto de 2013, a

proporção de idosos de 60 anos ou mais de idade tem o aumento acentuado, passando de

13,8%, em 2020, para 33,7%, em 2060. Idosos de 60 anos ou mais serão maiores que o grupo

de crianças com até 14 anos de idade após 2030, e em 2055 a participação na população será

maior que a de crianças e jovens com até 29 anos. A expectativa de vida também tende a

crescer, devendo chegar a 80 anos em 2041. Com o envelhecimento, o planejamento das

políticas públicas específicas se torna essencial para a garantia dos direitos básicos do idoso

(IBGE, 2013).

A interdisciplinaridade acena com a possibilidade da compreensão integral do idoso

no que se refere às relações sociais e no processo saúde-doença. Sua construção ultrapassa a

renovação de estratégias educativas, necessitando ser consolidada pela reestruturação

acadêmica e institucional e o compromisso com as necessidades sociais e de saúde (MOTTA

e AGUIAR, 2007). Neste contexto, a identificação precoce de riscos é fundamental, devendo

ser inserida no enfoque do atendimento global.

1.1 Risco Nutricional e Desnutrição em Idosos

O risco nutricional se refere ao risco aumentado de morbimortalidade em decorrência

do estado nutricional. Tão importante quanto diagnosticar desnutrição, é avaliar o risco de

deterioração nutricional naqueles idosos em situações que podem estar associadas a

problemas nutricionais (RASLAN, 2008). O aumento da população idosa requer que os

serviços de saúde estejam preparados para avaliar o risco nesse grupo, uma vez que a

prevalência observada em vários contextos se encontra em torno de 30% (ALVARENGA et

al., 2010).

O risco nutricional tem uma abrangência multicausal (Figura 1), e sua avaliação e

intervenção requer uma visão multidisciplinar.

Figura 1 – Causas (setas únicas) e Consequências (setas duplas) de Risco Nutricional.

Nas últimas décadas, define-se desnutrição como “estado mórbido secundário a uma

deficiência, relativa ou absoluta, de um ou mais nutrientes essenciais, que se manifesta

clinicamente ou é detectado por meio de testes bioquímicos, antropométricos ou fisiológicos”

(CALDWELL et al., 1981). O termo “desnutrição” pode ser usado para descrever a

deficiência, excesso ou desequilíbrio de uma ampla gama de nutrientes, resultando em um

efeito adverso na composição corporal, função e desfecho clínico. Embora os indivíduos

possam estar subnutridos ou mal nutridos, a desnutrição é frequentemente usada como

sinônimo de má nutrição (SAUNDERS e SMITH, 2010).

Frequentemente a desnutrição não é diagnosticada entre os idosos, pois é mascarada

pelos fatores decorrentes do envelhecimento. Outro fator que caracteriza tal realidade é a

ausência ou baixa qualidade na utilização de métodos de triagem, diagnóstico e registros de

diagnóstico do estado nutricional nos serviços de saúde (ALVES, 2006).

Alguns dados apontam para uma prevalência de desnutrição em idosos residentes em

domicílios em nível de 1% a 15%, para internados em hospitais essa proporção oscila entre

35% e 65% e para os idosos institucionalizados detecta-se desnutrição em 25% a 60%

(OMRAN e MORLEY, 2000; SOUSA e GUARIENTO, 2009).

O risco nutricional deve ser identificado precocemente pela triagem de atendimento a

idosos. A avaliação inicial, realizada de forma multidisciplinar e geralmente denominada

avaliação geriátrica ampla (AGA), deve incluir um instrumento que possibilite identificar o

risco de comprometimento do estado nutricional.

1.2 Avaliação Geriátrica Ampla (AGA)

Algumas características peculiares dos idosos requerem uma abordagem mais

cuidadosa, a fim de identificar problemas subjacentes à queixa principal. Por outro lado, a

busca de informações não pode ser ilimitada, nem envolver um tempo muito longo. Por isso, a

sistematização desse processo, denominada Avaliação Geriátrica Ampla, permite, a um só

tempo, que o portador de tantas particularidades possa tê-las valorizadas sem que, para isso,

tenha de procurar por vários profissionais, nem se submeter a várias anamneses, otimizando

assim tempo e custo. (JACOB-FILHO e KIKUCHI, 2012).

O termo “Avaliação Geriátrica Ampla” (Comprehensive Geriatric

Assessment) começou a ser utilizado no Reino Unido, no final da década de trinta e difundiu-

se de tal forma que seu conceito, parâmetros e indicações tornaram-se motivos para várias

publicações. Os primeiros artigos sobre a necessidade e a importância de uma avaliação

geriátrica especializada foram publicados pela médica britânica Marjory Warren, e por este

motivo, considerada a mãe da Geriatria. Em 1936 assumiu a chefia de um hospital londrino

com pacientes crônicos, imobilizados e negligenciados que não tinham recebido diagnóstico

adequado e encaminhados para reabilitação. Cuidados de enfermagem os mantinham vivos,

mas, a falta de diagnóstico e reabilitação os mantinham incapacitados. Dra. Warren avaliou

cada um dos pacientes e iniciou a reabilitação, e muitos receberam alta hospitalar. Como

resultado de seu trabalho, passou a ser reconhecida como geriatra e a advogar que todo idoso

deveria receber uma Avaliação Geriátrica Ampla, com o objetivo de planejar a reabilitação

antes de ser encaminhado para uma instituição de longa permanência (RITCH, 2012;

KARNAKIS, 2015).

A AGA é sempre multidimensional, frequentemente interdisciplinar e tem por objetivo

determinar as deficiências e incapacidades apresentadas pelo idoso, objetivando o

planejamento do cuidado e de acompanhamento a longo prazo. Ela integra o processo clínico

padrão, mas enfatiza a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida. Parâmetros

objetivos de avaliação, com escalas e questionários padronizados, são muitas vezes

empregados para esse fim (ELSAWY, 2011).

Segundo Karnakis (2015) instrumentos de triagem de idosos devem avaliar os

seguintes parâmetros:

A. Autonomia e Independência: Capacidade do idoso em executar atividades que lhe

permitem cuidar de si próprio e viver de forma independente, através de instrumentos que

avaliam a capacidade de executar as Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) e Atividades

Instrumentais da Vida Diária (AIVD);

B. Função Cognitiva: As doenças que causam limitações da função cognitiva constituem um

dos maiores problemas nesta população, pois resultam em dependência e perda da autonomia,

com grande sobrecarga para os familiares e cuidadores;

C. Comorbidades: O envelhecimento está associado com a ocorrência de uma ou mais

doenças crônicas;

D. Prescrição: Identificar o uso das medicações e suas interações medicamentosas;

E. Risco social: A falta de suporte e de adequação do idoso à vida familiar e social é um dos

fatores que contribuem negativamente em sua condição clínica e estado funcional, com

consequentes complicações no seu tratamento;

F. Triagem Nutricional: estabelecer o risco nutricional e desnutrição.

1.3 Avaliação e Triagem Nutricional

O estado nutricional pode ser avaliado a partir de vários parâmetros, utilizados de

forma isolada ou associados. A triagem nutricional foi definida pela Associação Dietética

Americana - ADA (1994) como o processo de identificação de características associadas a

problemas dietéticos ou nutricionais. É aplicada a um grupo ou população para identificar

indivíduos em risco nutricional e detectar a necessidade de caracterizar o estado nutricional do

indivíduo mais detalhadamente. Uma vez identificados pela triagem, tais idosos devem ser

submetidos à avaliação nutricional para classificar seu estado nutricional e planejar as

estratégias de intervenção (NAJAS e NEBULONI, 2005; RASLAN, 2008; VIEIRA, 2015).

A triagem nutricional deve apenas detectar a presença de risco nutricional e/ou

desnutrição, enquanto a avaliação nutricional, além de detectar a desnutrição, também

classifica o grau e permite a coleta de informações que auxiliem sua correção (NAJAS e

NEBULONI, 2005).

Um instrumento de triagem deve se diferenciar de uma avaliação completa, que

normalmente inclui medidas antropométricas, bioquímicas, clínicas e dietéticas e deve se

basear em medidas e procedimentos fáceis, rápidos de se obter e de baixo custo (PHILLIPS et

al., 2010; VIEIRA, 2015).

A triagem nutricional do idoso deve ser parte integrante da AGA e sensível para a

detecção de fatores de risco associados à desnutrição. Assim, torna-se relevante o

desenvolvimento de métodos que utilizem questões simples e rápidas que permitam destacar

sinais de alerta do estado nutricional e direcionem as intervenções que devem ser realizadas

pelos profissionais da área da saúde (NAJAS e PEREIRA, 2005, NAJAS e YAMAMOTO,

2008). E esses instrumentos devem ser compostos por fatores associados ao estado

nutricional.

Ainda não há o consenso sobre o melhor instrumento de triagem disponível. Todos os

descritos na literatura têm suas especificidades, limitações, vantagens e desvantagens, quando

utilizados em populações específicas (PHILLIPS et al., 2010; VIEIRA, 2015).

Em uma revisão sistemática da literatura sobre Triagem Nutricional para Idosos

Phillips et al. (2010) levantaram os principais instrumentos de triagem para a população idosa

com o intuito de encontrar o instrumento mais apropriado para determinar o risco

precocemente. Constataram que os instrumentos mais utilizados nessa população de estudo

foram MNA –SF (Mini Nutritional Assessment- Short Form), NSI (Nutritional Screening

Initiative) e SCREEN II (Seniors in the community: risk evaluation for eating and nutrition,

version II) (Quadro 1). Dentre estes instrumentos de triagem, a MNA-SF e o NSI foram

validados recentemente para a população brasileira, sendo o mais utilizado na prática clínica a

MNA-SF na versão traduzida.

Roediger (2015) realizou uma adaptação transcultural e validou a versão do Determine

Your Health, parte integrante do instrumento de triagem NSI, no município de São Paulo. O

instrumento desenvolvido foi capaz de reproduzir resultados suficientes referentes à sua

validade discriminante e equivalência operacional.

.

Recentemente, Lera et al. (2016) validaram duas versões MAN-SF nas cinco

principais cidades da América Latina (São Paulo, Santiago, Havana, México DF e

Montevidéu) participantes do estudo SABE. A MAN-SF foi aplicada em duas versões,

utilizando o IMC (Índice de Massa Corporal) e a utilizando a CC (Circunferência da Cintura)

como questões antropométricas. Para a análise de concordância, entre as duas versões da

MAN-SF com a MAN completa, utilizou-se o coeficiente de kappa. Ambas versões da MAN-

SF apresentaram alta sensibilidade e especificidade com a MAN completa.

Quadro 1- Instrumentos de Triagem Nutricional para idosos mais utilizados

Instrumentos de

Triagem

Temas

Avaliados

Variáveis

Estudadas

MNA –SF

Mini Nutritional

Assessment

- Antropometria

- Acesso a alimentos

- Condições clínicas

- Mudança de peso

- IMC

- Mobilidade

- Presença ou ausência de doença

NSI

Nutritional

Screening Initiative

- Antropometria

- Ingestão dietética

- Fatores que afetam a

ingestão alimentar

- Acesso a alimentos

- Condições clínicas

- Fatores sociais

- Mudança de peso

- Frequência de ingestão

- Ingestão de ingrediente específico

- Problemas orais (mastigação ou

deglutição)

- Habilidade para comprar comida

- Presença ou ausência de doença

- Uso de medicação

- Isolamento social

- Ingestão de álcool

SCREEN II

Seniors in the

community: risk

evaluation for eating

and nutrition,

version II

- Antropometria

- Ingestão dietética

- Fatores sociais

- Fatores que afetam a

ingestão alimentar

- Acesso a alimentos

- Mudança de peso

- Frequência de ingestão

- Ingestão de ingrediente específico

- Evita alimentos

- Ingestão líquida

- Troca de refeições principais

- Apetite

- Problemas orais (mastigação ou

deglutição)

- Acesso para preparação de refeições

- Isolamento social Fonte: Phillips et al., 2010.

A European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (KONDRUP, 2002) e a

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG (2011) preconizam o uso da MAN

como instrumento para triagem de idosos, em razão da sensibilidade e da precocidade para

detecção de risco nutricional e desnutrição, contemplando questões que afetam as reservas

corpóreas desse público.

1.4 Mini Avaliação Nutricional / Mini Nutritional Assessment

Em 1994, Vellas e Guigoz desenvolveram a Mini Avaliação Nutricional (MAN) com

objetivo de identificar o risco de desnutrição em idosos. O desenvolvimento e a validação da

MAN foram realizados em Toulouse (França) e Albuquerque (Estados Unidos). A MAN foi

desenvolvida e pontuações arbitrárias foram estabelecidas para as varáveis e então os

resultados encontrados foram comparados a uma avaliação nutricional completa.

A MAN é um instrumento composto por mensurações simples que compreendem

dezoito itens agrupados em quatro categorias: medidas antropométricas (peso atual, estatura,

perda de peso recente, circunferência do braço, circunferência da panturrilha e índice de

massa corporal), avaliação global (modo de vida, medicamentos utilizados, mobilidade, lesões

de pele, presença de sinais de depressão e demência), avaliação dietética (número de

refeições, consistência da dieta e autonomia na alimentação) e auto percepção sobre condições

de saúde. A soma das pontuações obtidas permite identificar os idosos que apresentam risco

nutricional e desnutrição (VELLAS et al., 2006; GUIGOZ, 2006). Possui duas etapas: a

triagem inicial (ou forma curta) e a avaliação global (forma completa). A forma curta

conhecida como MAN – SF (Short-Form) foi desenvolvida por Rubenstein et al. (2001) e sua

validação ocorreu por Kaiser et al. (2009). A MAN-SF pode ser usada como instrumento de

triagem e concluída em cinco minutos, possuindo um escore máximo de quatorze pontos.

Valores maiores ou iguais a doze indicam um estado nutricional satisfatório; valores maiores

ou iguais a oito e menores que doze indicam risco de desnutrição e iguais ou menores de sete,

desnutrição.

Para uma avaliação mais detalhada, pode ser realizada a versão completa, concluída

em menos de 15 minutos. Cada resposta tem um valor numérico que contribui para o

resultado final. Essa etapa chega a um valor máximo de 30 pontos. Valores maiores ou iguais

a 24 indicam um estado nutricional adequado, valores entre 17 e 23,5 sugerem risco de

desnutrição, valores menores que 17 indicam desnutrição (REZENDE et al., 2005; VELLAS

et al., 2006; GUIGOZ, 2006; SIEBER, 2006).

Machado, Coelho e Veras (2015) validaram recentemente a MAN na língua

portuguesa, com 344 idosos residentes de doze instituições públicas de longa permanência da

cidade do Rio de Janeiro. A MAN foi aplicada na versão completa independente da pontuação

obtida na triagem. Para a análise dos dados utilizou-se análise fatorial exploratória e curva de

ROC para análise da sensibilidade e especificidade dos resultados. A versão em português da

MAN demonstrou resultados significantes para favorecer a validação.

2. Justificativa

A triagem nutricional deve ser realizada no primeiro atendimento em diferentes

cenários de atenção (comunidades, clínicas, hospitais, ambulatórios), inclusive em idosos,

podendo ser realizada por qualquer profissional da saúde durante a Avaliação Geriátrica

Ampla (AGA), e assim identificar indivíduos com risco nutricional e desnutrição com o

propósito de orientá-los sobre a situação nutricional e encaminhá-lo para atendimento

nutricional.

A Mini Avaliação Nutricional (MAN), amplamente utilizada na triagem de idosos,

apesar de adequada e validada no Brasil, é um instrumento de triagem nutricional em que as

algumas variáveis já são abordadas nas AGAs, principalmente as questões relacionadas a

função cognitiva. A MAN-SF (versão reduzida mais utilizada) demanda cerca de cinco

minutos para aplicação e a versão completa cerca de quinze minutos. Ambas incluem medidas

antropométricas (peso e estatura, circunferências do braço e da panturrilha) e questões que

avaliam o consumo alimentar, nem sempre de rápida e fácil obtenção e entendimento, uma

vez que, medidas antropométricas necessitam de treinamento e prática prévia para coleta e

questões dietéticas necessitam de explicação de quantidades e medidas usuais dos alimentos.

Por princípio, as questões de uma AGA devem indicar risco e direcionar atendimentos,

podendo ser aplicada por qualquer profissional da saúde. Porém, o diagnóstico nutricional

deve ser realizado por uma avaliação completa de dados antropométricos, bioquímicos,

clínicos e dietéticos.

Diante do exposto, o presente estudo busca identificar variáveis que possam compor

um instrumento de triagem nutricional de fácil aplicação e que demande menos tempo que a

MAN, para ser utilizado em AGAs e aplicado por qualquer profissional da área da saúde, que

possibilite o encaminhamento ao atendimento nutricional completo e individualizado.

3. Objetivos

3.1 Geral

Identificar fatores associados ao risco nutricional e desnutrição para uso em

Avaliação Geriátrica Ampla – AGA por análise de correspondência múltipla.

3.2 Específico

Avaliar as variáveis preditivas de risco nutricional e desnutrição.

4. Casuísticas e Métodos

4.1 Tipo de Estudo e Casuística

Estudo do tipo transversal analítico, realizado de janeiro a julho de 2016, com 233

idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os gêneros, pacientes do CRI Norte

que residem na região norte do município de São Paulo.

4.2 Local de Estudo

O Centro de Referência da Zona Norte de São Paulo (CRI Norte) é um ambulatório de

atenção secundária especializado no atendimento ao idoso e é referência para as Unidades

Básicas de Saúde (UBS) da Zona Norte, parceria entre a Associação Congregação de Santa

Catarina e a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. Os critérios de encaminhamento de

idosos para o CRI Norte são ter 60 anos ou mais, ser morador da zona norte de São Paulo e ter

critérios de atendimento e acompanhamento de serviço secundário de saúde de acordo com a

Rede de Atenção de Saúde (RAS) da zona norte de São Paulo. O agendamento inicial no CRI

Norte é realizado exclusivamente pela UBS através da Central de Regulação de Ofertas dos

Serviços de Saúde (CROSS).

Para este estudo, a coleta de dados foi realizada na Triagem de Reabilitação, a qual são

direcionados os pacientes com demandas das áreas de nutrição e fisioterapia (demanda

CROSS) ou pacientes encaminhados internamente para qualquer área não médica, realizadas

duas vezes por semana (segunda e quinta-feira).

4.3 Amostra

Amostra probabilística, aleatória sistemática. Para a seleção dos participantes foi

utilizada a listagem diária de todos os idosos agendados para a triagem de reabilitação (total

de 30 idosos), e a cada três idosos um era convidado a participar da pesquisa. Os dados foram

coletados com o idoso ou seu acompanhante e também verificados em seu prontuário. O

tamanho amostral foi determinado pelo software STATA® 13.0 adotando-se os parâmetros de

prevalência de risco nutricional e desnutrição de 30%, alfa 5% e poder do teste de 90%. A

amostra estimada foi de 233 idosos acrescidos de 10% para possíveis perdas.

4.4 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram incluídos no estudo idosos de ambos os sexos, maiores de 60 anos de idade,

capazes de se comunicar e concordarem com o Termo de Consentimento Livre Esclarecido

(TCLE). A princípio foi adotado como critério de exclusão idosos que apresentassem

dificuldade de compreensão e/ou dificuldade em responder o questionário do estudo, porém,

não foi necessário excluir nenhum idoso.

4.5 Coleta de dados

O levantamento de dados foi executado por duas nutricionistas treinadas e

padronizadas para as técnicas de coleta e avaliação.

Os dados foram obtidos a partir de um questionário estruturado (Apêndice 2)

composto por 7 blocos, elaborados com questões destinadas à avaliação de risco nutricional e

desnutrição. Os dados dos questionários foram armazenados em um banco de dados

específico do programa Epi-info® versão 6.0 e foi realizada digitação dupla para eliminar

possíveis erros de digitação.

Os blocos de informações foram compostos pelas seguintes questões:

1- Identificação do idoso: nome, data de nascimento, idade, endereço, telefone,

profissão e escolaridade;

2- Dados Clínicos: dados sobre condições atuais de saúde, auto avaliação da saúde

atual, uso de medicamentos;

3- Dados Dietéticos e Nutricionais: dados sobre apetite, alterações dietéticas

recentes, dificuldades para consumo de alimentos, alterações no trato

gastrintestinal (náuseas, vômitos, diarreia, constipação), alergias e/ou intolerância

alimentar;

4- Sinais Clínicos de Deficiências Nutricionais: avaliação por meio de referência e

observação do paciente de alterações em cabelos, pele, unhas, boca, ossatura

aparente e perda muscular aparente;

5- Risco de Disfagia: tosse durante ou após as refeições, engasgo durante a refeição,

engasgo com líquidos, voz molhada ou borbulhante, falta de ar durante a refeição,

uso de utensílios adaptados, ajuda de alguém para se alimentar, tempo aumentado

para realizar refeições principais, modificação da consistência da alimentação e

diagnóstico de pneumonia.

6- Dados Antropométricos e de Desempenho Físico: peso atual em quilograma

(kg), peso habitual (kg), perda de peso recente (kg), tempo de perda (dias,

semanas, meses ou anos), perda intencional ou não, estatura em metros (m), altura

do joelho (cm), circunferência do braço (cm), circunferência da panturrilha (cm);

força de preensão palmar (kg/f) e velocidade da caminhada.

7- Antecedentes Pessoais: hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e sequelas,

infarto agudo do miocárdio, arritmias/cardiopatias, diabetes, dislipidemia,

obesidade, trombose venosa periférica, infecções cutâneas, tabagismo, etilismo,

fraturas recentes, cirurgias recentes, uso de auxiliar de marcha, queda nos últimos

seis meses e alteração no sono.

4.6 Avaliação Antropométrica e de Desempenho Físico

A avaliação da composição corporal e desempenho físico foram realizadas por

nutricionistas habilitadas e composta por: A) peso corporal; B) estatura; C) cálculo de índice

de massa corporal; D) circunferência do braço; E) circunferência da panturrilha; F) dobra

cutânea tricipital; G) força de preensão palmar e H) desempenho físico. As medidas do peso,

estatura, dobras e circunferência do braço foram aferidas conforme as técnicas preconizadas

por Frisancho (1990).

.

A) Peso corporal

Para aferição do peso corporal os idosos estavam vestidos com roupas leves e

descalços, posicionados de pé sobre o centro da base de uma balança mecânica

antropométrica, da marca Soehnle®, com escala 0,1kg, sendo a carga máxima de 150kg.

B) Estatura

Para aferição da estatura utilizou-se uma balança mecânica antropométrica, com

estadiômetro, da marca Soehnle®. Nesta medição, os idosos estavam descalços com os pés

unidos, em postura ereta, braços estendidos ao longo do corpo, com o olhar fixo no horizonte.

C) Calculo Índice de Massa Corporal - IMC

Para calcular o índice de massa corporal utilizou-se da equação onde o peso em

quilogramas é dividido pela estatura em metros ao quadrado (peso/estatura²), e o resultado

obtido foi classificado segundo o Estudo SABE (Saúde e Bem-Estar e envelhecimentos)

(Quadro 2) e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2002).

Quadro 2 - Classificação do estado nutricional de idosos segundo o índice de massa corporal.

CLASSIFICAÇÃO kg/m²

Baixo peso < 23

Peso normal 23 – 27,9

Sobrepeso 28 – 29,9

Obesidade ≥ 30 Fonte: SABE/OPAS, 2002.

D) Circunferência do Braço - CB

Para aferição da circunferência do braço utilizou-se fita métrica flexível de fibra

inextensível de vidro, marca TBW®, com variação em milímetros. Os idosos ficaram em

posição ereta e os braços soltos ao lado do corpo, a medida foi obtida no ponto médio entre o

acrômio e o olecrano do braço direito, com o mesmo relaxado. Os valores de CB foram

confrontados com os padrões de referência em percentis de acordo com o sexo e idade,

respectivamente publicados nas tabelas do National Health and Nutrition Examination

Survey- NHANES III para americanos adultos e idosos, e classificados por NHANES II.

E) Circunferência da Panturrilha - CP

Para aferição da circunferência da panturrilha utilizou-se fita métrica flexível de fibra

inextensível de vidro, marca TBW®, com variação em milímetros. A medida foi realizada

com o idoso sentado, joelho dobrado em ângulo de 90 graus e pés apoiados ao chão. Foi

colocado a fita métrica ao redor da panturrilha direita movimentando-a para encontrar o local

de maior protuberância. A CP foi classificada pelos também pontos de corte propostos por

Barbosa-Silva et al. (2015), sendo ≤ 33 cm para as mulheres e ≤ 34 cm para os homens, sendo

utilizada para a elaboração dos resultados. Apesar da MAN-SF utilizar dados da Organização

Mundial da Saúde que identifica como perda de massa muscular valores inferiores a 31 cm

(WHO, 1998), neste trabalho foi adotado pontos de cortes atuais para esta classificação.

F) Dobra Cutânea Tricipital - DCT

A medida de espessura de DCT foi realizada com o uso de um compasso de dobras

cutâneas da marca Lange® (pressão constante de 10 g/mm2), sendo realizada no lado direito

do avaliado, utilizando o dedo indicador e o polegar da mão esquerda para diferenciar o tecido

adiposo subcutâneo do tecido muscular. No mesmo ponto utilizado para avaliar a CB, foram

introduzidas as pontas do compasso pinçada pelos dedos. As hastes do compasso foram

colocadas perpendiculares à superfície da pele no local da medida. Foram executadas três

medidas não consecutivas da dobra tricipital. As medidas foram realizadas com o avaliado em

posição ortostática e em repouso. Os valores da dobra foram confrontados com os padrões de

referência em percentis de acordo com o sexo e idade, respectivamente publicados nas tabelas

do National Health and Nutrition Examination Survey- NHANES III para americanos adultos

e idosos, e classificados por NHANES II.

G) Força de Preensão Palmar – FPP

A FPP foi obtida com uso de um dinamômetro mecânico, com o idoso em posição

neutra, sem ocorrer desvio radial ou ulnar. Os idosos foram orientados a permanecerem

sentados, com os quadris e joelhos fletidos a 90 graus, ombros em posição neutra. Durante o

teste os idosos foram orientados a pressionar o dinamômetro até o alcance de sua força

máxima, repetindo o teste três vezes, de forma alternada, com a mão dominante e com

intervalo de um minuto entre cada tentativa. A força foi aplicada durante cinco segundos para

cada tentativa, sendo considerado o maior valor em quilograma por força (kg/f). Foi utilizado

o dinamômetro da marca Sahean® com capacidade de 100kgf e classificado (Quadro 3) pelos

parâmetros preconizados por Laurentani et al. (2003).

Quadro 3- Classificação da força de preensão palmar.

GÊNERO FPP (kg/f)

Masculino < 30

Feminino <20

Fonte: Laurentani et al., 2003.

H) Desempenho Físico

Para analisar o desempenho físico foi utilizada a velocidade da caminhada, parte do

Short Physical Performance Battery–SPPB, sendo considerados com prejuizo no desempenho

físico os idosos com velocidade da caminhada inferior a 0,8 m/s. O teste foi avaliado em um

percurso 3 metros, sem obstruções. Os participantes foram instruídos a andar em sua

velocidade habitual, como se estivessem andando pela rua para ir a uma loja e poderiam usar

um dispositivo auxiliar, se necessário. Cada idoso foi submetido a duas tentativas, e o melhor

tempo foi utilizado para a análise (ALEXANDRE, 2013; ALEXANDRE et al., 2014).

4.7 Aspectos Éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas

Tadeu (Anexo 1) e encaminhado à coordenação da triagem de reabilitação do Centro de

Referência do Idoso – CRI Norte, que considerou a aprovação deste comitê (Anexo 2).

Os pacientes selecionados foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa,

concordaram em participar e assinaram um “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”-

TCLE (Apêndice 1). O TCLE foi elaborado a partir da Resolução nº 466/2013, com

explicação pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios

previstos, potenciais riscos, incômodo que poderiam acarretar e a devida autorização para a

participação voluntária com a assinatura do termo, que assegura os direitos dos sujeitos ao

participar de pesquisas, ficando o idoso sempre livre para não participar.

Todos os participantes foram informados dos objetivos e procedimentos da presente

pesquisa, bem como da possibilidade reduzida de riscos na sua participação e da isenção de

custos de ordem financeira. Todas as informações sobre os riscos e benefícios dos

procedimentos foram descritos no TCLE. Sendo positiva a vontade de participação do idoso

na pesquisa o TCLE foi assinado pelo paciente ou acompanhante no dia da coleta dos dados e

a primeira via para o pesquisador e a segunda via ao idoso participante.

4.8 Análise de dados

As variáveis de estudo foram categorizadas com a finalidade de realizar análise

estatística descritiva para a caracterização da população (Anexo 3). Os idosos foram

dicotomizados em ausência e presença de risco nutricional e desnutrição segundo a MAN

completa, adotada como padrão-ouro, com o intuito de identificar as variáveis preditivas.

Todos os idosos que obtiveram pontuações menores que 17 foram classificados desnutridos e

foram agrupados com os idosos com pontuação entre 17 e 23,5, classificados em risco

nutricional.

A caracterização da população foi feita por meio de estatística descritiva e as variáveis

categóricas foram apresentadas em frequência absoluta e relativa. A análise das variáveis que

poderiam estar associadas ao risco nutricional e desnutrição foi realizada pelo teste qui-

quadrado ou pelo teste exato de Fisher.

4.8.1 Análise de Correspondência Múltipla

A identificação de fatores associados ao risco nutricional e desnutrição foi conduzida

por Análise de Correspondência Múltipla (ACM). Segundo Knop (2008) as considerações

matemáticas a respeito da Análise de Correspondência (AC) foram feitas por Hirschfeld, em

1935. A partir daí os procedimentos numéricos e algébricos foram aplicados em diferentes

contextos, em destaque as áreas da ecologia e psicologia. No início da década de 60, a técnica

foi redescoberta na França e, desde então, tem sido utilizada pelos franceses de forma

extensiva com um método gráfico de análise de dados (CARVALHO, 2008), e somente e a

partir de 1975, essa técnica passou a ser utilizada em diversas áreas do conhecimento.

A base da técnica da AC foi desenvolvida através das tabelas de contingência, quadros

de dupla entrada cruzando duas variáveis qualitativas contendo as frequências absolutas da

co-ocorrência das respectivas modalidades. Mesmo em sua versão inicial, a AC permitia

estabelecer relações no interior de cada conjunto de modalidades e isso fez com que novos

rumos da técnica fossem desenvolvidos, abrindo porta para a modernização das variáveis

qualitativas com a versão da Análise de Correspondência Múltipla (ACM).

Com isso, a versão atual segundo Carvalho (2008) é especialmente adaptada à

interpretação de inquéritos por questionários que permite preambular em disjuntiva completa,

com combinações do cruzamento das variáveis nominais, ordinais ou quantitativas (divididas

em classes).

Embora seja considerada uma técnica multivariada exploratória, com conjuntos de

dados com mais de duas variáveis categóricas, Knop (2008) considera que a ACM é uma

ferramenta flexível e útil para análise de dados, com visualização de associações entre linhas e

colunas de uma matriz de dados, onde busca verificar associações ou similaridades entre

variáveis qualitativas. É possível tornar análoga à análise, utilizando principalmente da sua

forma gráfica as relações entre categorias de variáveis, podendo ser possível a associação de

indivíduos e/ou grupos de indivíduos, ou até mesmo propriedades projetadas e relacionadas

no mesmo gráfico (SILVA et al. 2015).

Assim, a escolha desta metodologia de análise para este estudo foi estabelecida pela

possibilidade de visualização gráfica das inter-relações que se estabelecem entre as variáveis,

possibilitando visualizar possíveis categorias através de associações, obtendo a proximidade

de um mapa das relações entre categorias.

O presente estudo optou por seguir a recomendação de Carvalho (2008) uma vez que

existem várias estratégias para obter a descrição e a interpretação do resultado.

Inicialmente o número de dimensões é estabelecido pela análise dos autovalores e é

determinado quando esses se aproximam e graficamente se horizontalizam. Com o número de

dimensões estabelecidas obtêm-se os valores de inércia (variam entre 0 e 1) de cada

dimensão. Ao dar seguimento à análise são obtidas as medidas de discriminação (MD) de

cada variável, essas medidas calculam a variação existente entre as variáveis de cada

dimensão, e quanto mais alto for a medida (valor máximo é 1), melhor é a discriminação dos

objetos em análise. Esta medida determina em qual dimensão a variável se localiza, o critério

utilizado para isso é, os valores devem ser próximos ou superior ao valor de inércia da

dimensão.

Após determinada em qual dimensão a variável se encontra, a ACM permite a

obtenção das coordenadas dos centroides (CC) de cada categoria da variável. Esses valores

indicam a localização gráfica das categorias e são acompanhas por sinais positivos e negativos

que permitem identificar a posição em relação às dimensões. Variáveis que se associam

possuem o mesmo sinal e as oposições os sinais contrários.

Na ACM não há definido um procedimento de seleção das variáveis para compor o

modelo final da análise multivariada, a exemplo dos procedimentos de seleção automáticos

para modelos de regressão múltipla. No entanto, a seleção é realizada, muitas vezes, com base

na subjetividade do pesquisador e também no conhecimento teórico acerca do assunto

analisado.

Nesse método, as categorias das variáveis estudadas são representadas visualmente

pelos mapas perceptuais das dimensões, e sua correspondência é avaliada de acordo com a

proximidade destas categorias. Quanto mais próximas duas variáveis no gráfico, mais

frequente a sua ocorrência conjunta. O gráfico que representa duas dimensões gera quatro

quadrantes. As duas dimensões conjuntamente separam as características que se alocam no

quadrante superior esquerdo daquelas no quadrante inferior direito, e as que estão no

quadrante superior direito daquelas que estão no inferior esquerdo, caracterizando grupos com

perfis extremos opostos.

O método não permite estabelecer a significância estatística das associações nem

avaliar o efeito independente de cada característica, porém combina as vantagens de métodos

não lineares e dos multidimensionais.

Os dados foram inseridos em banco de dados no programa Epi-Info® e para a análise

da ACM utilizou-se o software SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences, versão

22) e para as demais análises utilizou-se o software STATA® (Statistics/Data Analysis,

versão 13.0, Texas, USA) adotando um nível de significância de 5%.

5. Resultados

5.1 Análise descritiva e de associação

A população de estudo foi composta por 233 idosos, sendo 74,7% do sexo feminino.

Apresentaram risco nutricional e desnutrição de acordo com MAN 33% da amostra (n=77) e

observou-se associação com o tabagismo, morar sozinho e baixa escolaridade (Tabela 1).

TABELA 1. Características socioeconômicas da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis socioeconômicas e de

estilo de vida População Total

Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % N % p*

Sexo Masculino 59 25,3 45 28,8 14 18,2 0,078

Feminino 174 74,7 111 71,2 63 81,8 Faixa etária

≤ 65 anos 75 32,2 53 34,0 22 28,6 0,345

65 a 75 anos 82 35,2 57 36,5 25 32,5 ≥ 75 anos 76 32,6 46 29,5 30 38,9

Trabalha

Não 180 77,3 117 75,0 63 81,8 0,243

Sim 53 22,8 39 25,0 14 18,2 Grau de escolaridade

Analfabeto e semi 17 7,3 6 3,8 11 14,3

0,005*

Até 4 anos de estudo 104 44,6 65 41,7 39 50,6 4 a 8 anos de estudo 55 23,6 42 27,0 13 16,9

Mais de 8 anos de estudo 57 24,5 43 27,5 14 18,2 Mora sozinho

Não 185 79,4 130 83,3 55 71,4 0,035*

Sim 48 20,6 26 16,7 22 28,6 Casado

Não 126 54,1 81 51,9 45 58,4 0,348

Sim 107 45,9 75 48,1 32 41,6 Raça

Caucasiano/Asiático 177 76,0 118 75,6 59 76,6 0,869

Negro 56 24,0 38 24,4 18 23,4 Tabagista

Não 218 93,6 150 96,2 68 88,3 0,022*

Sim 15 6,4 6 3,8 9 11,7

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Entre as variáveis antropométricas (Tabela 2) o risco nutricional e desnutrição

associaram-se com o estado nutricional segundo o Índice de Massa Corporal, circunferência

do braço e perda de peso não intencional. Não foram observadas diferenças estatisticamente

significantes com as variáveis Circunferência da Panturrilha, Força de Preensão Palmar e

Dobre Cutânea Tricipital.

TABELA 2. Variáveis antropométricas da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis antropométricas População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % n % p*

Estado nutricional (IMC) Desnutrido 25 10,7 7 4,5 18 23,4 <0,001*

Eutrófico 73 31,3 46 29,5 27 35,0 Sobrepeso 34 14,6 26 16,7 8 10,4

Obeso 101 43,4 77 49,3 24 31,2 Circunferência da Panturrilha

Homem < 34 cm e Mulher < 33 cm 85 36,5 54 34,6 31 40,3

0,400

Homem ≥ 34 cm e Mulher ≥ 33 cm 148 63,5 102 65,4 46 59,7

Força de Preensão Palmar (kg/f)

Homem < 30 e Mulher < 20 64 27,5 47 30,1 17 22,1 0,195

Homem ≥ 30 e Mulher ≥ 20 169 72,5 109 69,9 60 77,9 Circunferência do braço

Risco nutricional (<P15%) 39 16,7 20 12,8 19 24,7 0,022*

Eutrofia 142 61,0 95 60,9 47 61,0 Acima da média (>P85%) 52 22,3 41 26,3 11 14,3 Dobra Cutânea Tricipital

Gordura abaixo da média (<P15%) 9 3,9 4 2,6 5 6,5 0,286

Gordura na média 121 51,9 80 51,3 41 53,2 Excesso de gordura (>P85%) 103 44,2 72 46,1 31 40,3 Perda de peso não intencional

Não teve perda de peso 136 58,4 107 68,6 29 37,7 <0,001*

Perda de peso intencional 27 11,6 21 13,5 6 7,8 Perda de peso não intencional 70 30,0 28 17,9 42 54,5

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Em relação aos antecedentes pessoais (Tabela 3), observa-se alta frequência de

polifarmácia entre os idosos com risco nutricional e desnutrição, uma vez que 39,0% usam

mais que 5 medicamentos por dia. Foi observada diferença estatisticamente significante nos

idosos que referiram diabetes, depressão e apresentaram polifarmácia.

TABELA 3. Variáveis de antecedentes pessoais da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis de antecedentes pessoais

População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % n % p*

Hipertensão Arterial Não 73 31,3 46 29,5 27 35,1 0,388

Sim 160 68,7 110 70,5 50 64,9 Acidente Vascular Encefálico

Não 222 95,3 149 95,5 73 94,8 0,811

Sim 11 4,7 7 4,5 4 5,2 Arritmia/Cardiopatia

Não 230 98,7 154 98,7 76 98,7 0,992

Sim 3 1,3 2 1,3 1 1,3 Diabetes Referida

Não 164 70,4 117 75,0 47 61,0 0,028*

Sim 69 29,6 39 25,0 30 39,0 Dislipidemia

Não 152 65,2 104 66,7 48 62,3 0,514

Sim 81 34,8 52 33,3 29 37,7 Depressão Referida

Não 157 67,4 120 76,9 37 48,1 <0,001*

Sim 76 32,6 36 23,1 40 51,9 Problema de saúde (últimos

6 m)

Não 155 66,5 105 67,3 50 64,9 0,717

Sim 78 33,5 51 32,7 27 35,1 Uso de medicamentos

Até 1 medicamento/dia 43 18,5 30 19,2 13 16,8 0,021*

2 a 3 medicamentos/dia 70 30,0 56 35,9 14 18,2 4 a 5 medicamentos/dia 46 19,7 26 16,7 20 26,0 > 5 medicamentos/dia 74 31,8 44 28,2 30 39,0

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Na avaliação dos sinais clínicos, observam-se alterações de cabelo, pele, ossatura e

perda muscular aparentes (p<0,05) em idosos com risco nutricional e desnutrição (Tabela 4) e

maior frequência em idosos que apresentaram alterações de cabelo (59,7%) e pele (70,1%).

TABELA 4. Variáveis de sinais clínicos da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis de sinais clínicos População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % n % N % p*

Cabelos (ressecado, queda, perda de brilho)

Não 119 51,1 88 56,4 31 40,3 0,023*

Sim 114 48,9 68 43,6 46 59,7 Pele (ressecamento, descamação)

Não 103 44,2 80 51,3 23 29,9 0,002*

Sim 130 55,8 76 48,7 54 70,1 Unhas (quebradiças)

Não 176 75,5 123 78,8 53 68,8 0,094

Sim 57 24,5 33 21,2 24 31,2 Boca (estomatite, queilose)

Não 229 98,3 154 98,7 75 97,4 0,467

Sim 4 1,7 2 1,3 2 2,6 Edema (generalizado e membros)

Não 190 81,6 122 78,2 68 88,3 0,061

Sim 43 18,5 34 21,8 9 11,7 Ossatura aparente

Não 223 95,7 153 98,1 70 90,9 0,011*

Sim 10 4,3 3 1,9 7 9,1 Perda muscular aparente

Não 219 94,0 155 99,4 64 83,1 <0,001*

Sim 14 6,0 1 0,6 13 16,9 Alteração no sono

Não 174 74,7 119 76,3 55 71,4 0,423

Sim 59 25,3 37 23,7 22 28,6

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

O risco nutricional e desnutrição associou-se com as variáveis relacionadas à redução

na quantidade de alimentos, alteração na alimentação, número de refeições/dia, número de

copos de líquido/dia, apetite, diminuição da ingestão e no consumo de vegetais (Tabela 05).

TABELA 5. Variáveis dietéticas da população, segundo risco nutricional e desnutrição.

Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

(continua)

Variáveis dietéticas População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % n % p*

Alteração na alimentação Não 187 80,2 131 84,0 56 72,7 0,003*

Comendo quantidades menores 30 12,9 21 13,5 9 11,7 Comendo menos vezes 10 4,3 3 1,9 7 9,1 Comendo menos vezes e quantidade

menores 6 2,6 1 0,6 5 6,5 Número de refeições/dia

1 vez 10 4,3 1 0,6 10 13,0 <0,001*

2 vezes 45 19,3 25 16,0 20 26,0 3 vezes 96 41,2 75 48,1 20 26,0 Mais de 3 vezes 82 35,2 55 35,3 27 35,0 Número de copos de líquido/dia

< 3 copos 44 18,9 17 10,9 27 35,0 <0,001*

3 a 5 copos 62 26,6 41 26,3 21 27,3 > 5 copos 127 54,5 98 62,8 29 37,7 Faz alguma dieta especial

Não 203 87,1 136 87,2 67 87,0 0,971

Sim 30 12,9 20 12,8 10 13,0 Alteração de apetite na última semana

Não 180 77,3 138 88,5 42 54,5 <0,001*

Sim, diminuído 43 18,5 11 7,0 32 41,5 Sim, aumentado 10 4,3 7 4,5 3 4,0 Diminuição da ingestão alimentar

(últimos três meses)

Não 169 72,5 137 87,8 32 41,6 <0,001*

Sim 64 27,5 19 12,2 45 58,4 Consumo de frutas

< 2 porções/dia 77 33,1 46 29,5 31 40,3 0,100

≥ 2 porções/dia 156 67,0 110 70,5 46 59,7

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

(conclusão)

Variáveis dietéticas População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim p*

N % N % n %

Consumo de vegetais

< 2 porções/dia 93 39,9 50 32,0 43 55,9 <0,001*

≥ 2 porções/dia 140 60,1 106 68,0 34 44,1 Consumo de leite

< 1 vez/dia 38 16,3 22 14,1 16 20,8 0,194

≥ 1 vez/dia 195 83,7 134 85,9 61 79,2 Consumo de feijão

< 2 vezes/semana 32 13,7 17 10,9 15 19,5 0,073

≥ 2 vezes/semana 201 86,3 139 89,1 62 80,5 Consumo de ovos

< 2 vezes/semana 123 52,8 78 50,0 45 58,4 0,225

≥ 2 vezes/semana 110 47,2 78 50,0 32 41,6 Consumo de carne, peixe ou frango

< 1 vez/dia 31 13,3 17 10,9 14 18,2 0,124

≥ 1 vez/dia 202 86,7 139 89,1 63 81,8 *p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Em relação às alterações recentes da saúde bucal e trato gastrointestinal (Tabela 6)

observou-se associação entre as variáveis de uso de prótese oral, alteração na frequência e/ou

preparo dos alimentos, náuseas e alteração intestinal. Dentre estas, destaca-se maior

frequência (84,4%) de uso de prótese oral nos idosos com risco nutricional e desnutrição.

TABELA 6. Variáveis de saúde bucal e trato gastrointestinal da população, segundo risco

nutricional e desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis de saúde bucal e trato gastrointestinal

População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % n % N % p*

Problemas na cavidade oral Não 167 71,7 116 74,4 51 66,2 0,195

Sim 66 28,3 40 25,6 26 33,8 Uso de prótese oral

Não 55 23,6 43 27,6 12 15,6 0,043*

Sim 178 76,4 113 72,4 65 84,4 Dificuldade na mastigação

Não 165 70,8 116 74,4 49 63,6 0,090

Sim 68 29,2 40 25,6 28 36,4 Alteração na frequência e/ou preparo

dos alimentos

Nunca 177 75,9 127 81,4 50 64,9 0,008*

Raramente 9 3,9 7 4,5 2 2,6 Frequentemente 9 3,9 3 1,9 6 7,8 Sempre 38 16,3 19 12,2 19 24,7 Alergia/Intolerância alimentar

Não 213 91,4 145 92,9 68 88,3 0,235

Sim 20 8,6 11 7,1 9 11,7 Problemas no estômago

Não 156 66,9 111 71,2 45 58,4 0,052

Sim 77 33,1 45 28,8 32 41,6 Náuseas (na última semana)

Não 208 89,3 144 92,3 64 83,1 0,033*

Sim 25 10,7 12 7,7 13 16,9 Alteração intestinal (na última

semana)

Não 151 64,8 117 75,0 34 44,1 <0,001*

Sim, diarreia 32 13,7 16 10,3 16 20,8 Sim, constipação 50 21,5 23 14,7 27 35,1

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Com relação às variáveis associadas ao risco de disfagia, não foram observadas

diferenças estatisticamente significantes. (Tabela 7).

TABELA 7. Variáveis de risco de disfagia da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis de risco de disfagia População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % n % n % p*

Tosse durante as refeições Não 193 82,8 132 84,6 61 79,2 0,304

Sim 40 17,2 24 15,4 16 20,8 Engasga durante as refeições

Não 178 76,4 121 77,6 57 74,0 0,550

Sim 55 23,6 35 22,4 20 26,0 Engasga com líquidos

Não 185 79,4 126 80,8 59 76,6 0,462

Sim 48 20,6 30 19,2 18 23,4 Apresenta voz molhada (pigarro)

Não 163 70,0 108 69,2 55 71,4 0,731

Sim 70 30,0 48 30,8 22 28,6 Falta de ar (cansaço) nas

refeições

Não 226 97,0 153 98,1 73 94,8 0,169

Sim 7 3,0 3 1,9 4 5,2 Tempo gasto para as refeições

< 30 minutos 154 66,1 105 67,3 49 63,6 0,763

≥ 30 minutos 79 33,9 51 32,7 28 36,4 Modificação na consistência

Não 212 91,0 142 91,0 70 90,9 0,977

Sim 21 9,0 14 9,0 7 9,1 Diagnóstico de pneumonia

Não 174 74,7 116 74,4 58 75,3 0,873

Sim 59 25,3 40 25,6 19 24,7

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Na Tabela 8 observou-se que entre os pacientes que apresentaram risco nutricional e

desnutrição, 63,7% referiram dificuldade de caminhada, 41,6% tiveram quedas nos últimos

seis meses, 61,0% sentem fraqueza nas pernas ao realizar atividades e 46,8% tem dificuldade

física para a compra de alimentos. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes

em todas as variáveis de mobilidade.

TABELA 8. Variáveis de mobilidade da população, segundo risco nutricional e desnutrição.

Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

Variáveis de mobilidade População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % N % p*

Velocidade de caminhada < 8 segundos 214 91,8 150 96,2 64 83,1 0,001*

≥ 8 segundos 19 8,2 6 3,8 13 16,9 Dificuldade de caminhada

Não 114 48,9 86 55,1 28 36,3 0,001*

Anda com dificuldade e sai de casa 88 37,8 58 37,2 30 39,0 Anda com dificuldade e não sai de casa 31 13,3 12 7,7 19 24,7 Uso de auxiliar de marcha

Não 214 91,8 148 94,9 66 85,7 0,016*

Sim 19 8,2 8 5,1 11 14,3 Queda nos últimos seis meses

Não 163 70,0 118 75,6 45 58,4 0,007*

Sim 70 30,0 38 24,4 32 41,6 Fraqueza nas pernas

Não 130 55,8 100 64,1 30 39,0 <0,001*

Sim 103 44,2 56 35,9 47 61,0 Dificuldade física para a compra de alimentos

Não tem dificuldade e não recebe ajuda 149 64,0 114 73,1 35 45,4 <0,001*

Não tem dificuldade e recebe ajuda 14 6,0 8 5,1 6 7,8

Tem dificuldade e recebe ajuda 70 30,0 34 21,8 36 46,8

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

As variáveis que comparam a saúde com outro idoso e que avaliam o estado

nutricional foram associadas com o risco nutricional e desnutrição. Destaca-se maior

frequência entre os idosos que avaliam sua saúde como regular (55,8%), comparam sua saúde

com outro idoso como não muito boa (29,9%) e referiram estar abaixo do peso ou não sabiam

informar seu estado nutricional (35,1%).

TABELA 9. Variáveis de auto avaliação da saúde da população, segundo risco nutricional e

desnutrição. Centro de Referência do Idoso, São Paulo, 2016.

*p<0,05- Testes X² e exato de Fisher

Variáveis de auto avaliação População Total Risco Nutricional e Desnutrição

Não Sim N % N % N % p*

Auto avaliação da saúde Ótima 29 12,4 20 12,8 9 11,7 0,086

Boa 71 30,5 56 35,9 15 19,5 Regular 108 46,4 65 41,7 43 55,8 Ruim 15 6,4 8 5,1 7 9.1 Não sabe 10 4,3 7 4,5 3 3,9 Saúde em relação aos outros

Melhor 81 34,8 63 40,4 18 23,4 <0,001*

Boa 99 42,5 72 46,1 27 35,0 Não muito boa 35 15,0 12 7,7 23 29,9 Não sabe 18 7,7 9 5,8 9 11,7 Se considera bem nutrido

Não 29 12,4 14 9,0 15 19,5 0,002*

Sim 185 79,4 134 85,9 51 66,2 Não sabe 19 8,2 8 5,1 11 14,3 Acredita ter problema

nutricional

Não 120 51,5 88 56,4 32 41,5 <0,001*

Sim, acima do peso 81 34,8 63 40,4 18 23,4 Sim, abaixo do peso (desnutrido) 17 7,3 1 0,6 16 20,8 Não sabe 15 6,4 4 2,6 11 14,3

5.2 Análise de Correspondência Múltipla (ACM)

A análise das relações conjuntas entre as variáveis sexo, perda de peso não

intencional, alteração do apetite, diminuição da ingestão, dificuldade para aquisição de

alimentos, auto avaliação da saúde, auto avaliação nutricional e a presença de risco nutricional

e desnutrição pela MAN foi feita por meio da ACM.

Optou-se por duas dimensões com autovalores maiores que 2,6 e 1,1 que explicaram

38,3% e 16,9% da variância (Figura 2). A opção por duas dimensões foi fornecida pelo

princípio da parcimônia, pois as mesmas explicaram a maior parte da variância em cada

análise.

Figura 2 – Decrescimento dos autovalores.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 2 4 6 8 10 12 14 16

2,6

1,1

Para a construção do modelo final, empregaram-se as medidas de discriminação (MD)

das variáveis (Tabela 10). Retiveram-se no modelo apenas as variáveis cujas medidas de

discriminação foram próximas ou superiores aos valores da inércia da dimensão. Assim tem-

se 0,384 e 0,169 de inércia na primeira e segunda dimensão, respectivamente.

Verificou-se que houve distribuição semelhante na contribuição em cada variável na

composição da primeira e segunda dimensão. Na primeira dimensão as variáveis constatadas

foram alteração de apetite e diminuição da ingestão alimentar e na segunda dimensão auto

avaliação da saúde, auto avaliação nutricional, perda de peso não intencional e a ajuda para

aquisição de alimentos na segunda dimensão.

A quantificação das categorias das variáveis nas dimensões dos modelos ocorreu por

meio dos valores de suas coordenadas dos centroides (CC), que permitem a construção de

tipologias organizadas por dimensão e pelas cargas positivas e negativas das CC de cada

categoria da variável (Tabela 10).

As relações entre categorias de variáveis e formação de conglomerados podem ser

avaliadas analisando-se a proximidade entre os pontos, como apresentado na Figura 3, bem

como pelos padrões de relações entre elas.

Figura 3- Visualização das características de risco nutricional e desnutrição, por intermédio

do gráfico gerado pela análise de correspondência múltipla entre as dimensões 1 e 2.

O risco nutricional e desnutrição, objeto central deste estudo, ao final propiciou uma

descrição com um perfil geral para idosos com perda de peso não intencional (PPni),

diminuição do apetite (ApeDim), diminuição da ingestão (IngDs), dificuldade para a

aquisição de alimentos (AjComPs), auto avaliação da saúde regular e ruim (AASre e AASru)

e auto avaliação nutricional baixo peso (AANbx).

TABELA 10. Medidas de discriminação das variáveis e quantificação das categorias,

coordenadas dos centroides, nas dimensões (1 e 2) do modelo. Centro de Referência do Idoso,

São Paulo, 2016.

*Valores em negrito referem-se às variáveis (e por conseguinte, categorias) cujas medidas de discriminação

foram próximas ou superiores aos valores de inércia da dimensão (0,384 e 0,169).

Variáveis Medida de Discriminação

(MD)

Coordenadas do Centroide

(CC)

Dimensões

1 2 1 2

Mini avaliação nutricional 0,613 0,027

Sem risco nutricional -0,550 -0,116

Com risco nutricional 1,114 0,234

Gênero 0,016 0,000

Masculino -0,120 0,122

Feminino 0,041 -0,041

Perda de peso 0,292 0,301

Não teve perda de peso -0,297 -0,452

Sim, intencional -0,605 0,936

Sim, não intencional 0,811 0,518

Alteração de Apetite 0,569 0,020

Não -0,374 0,700

Sim 1,521 -0,285

Diminuição da ingestão alimentar 0,567 0,068

Não -0,463 0,160

Sim 1,223 -0,422

Aquisição de alimentos 0,177 0,040

Não recebe ajuda -0,316 -0,151

Recebe ajuda 0,560 0,268

Auto avaliação da saúde 0,178 0,110

Ótima -0,252 0,106

Boa -0,545 0,434

Regular 0,341 -0,280

Ruim 0,628 -0,425

Não sabe -0,030 0,273

Auto avaliação nutricional 0,292 0,617

Não tem problema nutricional -0,214 0,604

Sobrepeso/obesidade -0,217 -1,059

Baixo peso/desnutrição 1,421 0,108

Não sabe 1,273 0,767

6. Discussão

O presente estudo buscou identificar os fatores associados ao risco nutricional e

desnutrição para serem utilizados na elaboração de um instrumento de triagem nutricional

rápido e de fácil aplicação, para indicação de uso em Avaliação Geriátrica Ampla. Este estudo

foi realizado em uma amostra de idosos encaminhados para o ambulatório de reabilitação do

Centro de Referência do Idoso –Norte.

As variáveis foram discutidas segundo suas características descritivas e associação

com o risco nutricional e desnutrição, e sua presença na ACM.

6.1 Análise descritiva e de associação

6.1.1 Variáveis socioeconômicas

Na população estudada houve maior prevalência (74,7%) do sexo feminino entre os

idosos, mas os resultados demonstram que o gênero não se associou ao risco nutricional e

desnutrição. Na prática clínica, observa-se que homens procuram o Serviço de Saúde mais

tardiamente que mulheres. Isso ocorre por motivos comportamentais: os homens não têm o

hábito de consultar médico como medida preventiva, principalmente nos serviços públicos,

que são mais demorados e requerem planejamento antecipado para marcação de consulta.

Além disso, são muito menos atentos a alterações de peso e de consumo alimentar que as

mulheres (AQUINO e PHILIPPI, 2011). O gênero foi mantido na análise de correspondência

como variável suplementar, que são variáveis que não interferem nas contribuições das

categorias.

Neste estudo foi identificado a associação entre a baixa escolaridade (até 4 anos de

estudo) e o risco nutricional e desnutrição. Resultados semelhantes foram encontrados na

pesquisa realizada por Pereira, Spyrides e Andrade (2016) que demonstram maior frequência

de baixo peso quanto menor o nível educacional dos idosos. Possivelmente idosos com menos

anos de estudo podem apresentar menor renda e menor conhecimento para a aquisição de

alimentos, efeitos que impactam em seu estado nutricional.

O risco nutricional e desnutrição associaram-se com o fato do idoso morar sozinho.

Estudos internacionais e nacionais (SCHILP et al., 2011; FARES et al., 2012; PEREIRA,

SPYRIDES e ANDRADE, 2016) evidenciaram a relação entre o baixo peso do idoso e a

condição de viver só, resultados semelhantes ao deste estudo. Idosos que vivem só tendem a

apresentar problemas de saúde que podem repercutir em alterações alimentares, alterações

comportamentais e dificuldade na aquisição de alimentos, predispondo impacto no estado

nutricional.

Entre as variáveis de estilo de vida, o tabagismo foi associado ao risco nutricional e

desnutrição. Estudos realizados por Coqueiro, Barbosa e Borgatto, (2010) e Fares et al.

(2012) evidenciaram associação entre tabagismo e o baixo peso, dados análogos ao presente

estudo. Essa relação pode ser decorrente dos efeitos que o hábito de fumar pode exercer na

redução do apetite e na redução da ingestão alimentar, com repercussão no estado nutricional.

6.1.2 Variáveis de antecedentes pessoais

No presente estudo foi identificada associação entre diabetes referida e o risco

nutricional e desnutrição. Estudos realizados por Francisco et al. (2010) e Vitoi et al. (2015)

indicaram relação estatisticamente significante entre obesidade e a incidência de diabetes,

tanto referida como mensurada.

A associação entre o risco nutricional e desnutrição e a depressão foi presente neste

estudo, assim como nos resultados de Sass et al. (2012) que observaram maior frequência de

idosos com estado nutricional inadequado e sintomas depressivos, tanto entre idosos obesos,

como com baixo peso. Estudo realizado por Cabrera et al. (2007) também demonstram que

existem evidências que associam a depressão com desnutrição, dados que corroboram com os

achados do presente trabalho.

A polifarmácia foi evidenciada nos idosos avaliados neste estudo, e identificada a

associação do risco nutricional e desnutrição com esta variável, dados que corroboram com

estudos descritos na literatura. O Estudo SABE – Saúde, Bem-estar e Envelhecimento no

município de São Paulo-SP (CARVALHO, 2007) avaliou o uso de cinco ou mais

medicamentos por idosos demonstrando a alta prevalência de polifarmácia nesta população.

Entre os principais fatores associados destacaram-se a presença de hipertensão arterial,

diabetes, auto avaliação da saúde regular ou ruim e idade igual ou superior a 75 anos.

Lucchetti et al. (2010) referem que a polifarmácia apresenta associação com reações adversas

tais como anorexia, disgeusia, náuseas, diarreia, aumento de quedas, desnutrição, piora da

qualidade do sono. A prescrição medicamentosa para o idoso é maior quando comparada a

outras faixas etárias e a polifarmácia aumenta a incidência de interação medicamentosa e

efeitos colaterais que podem impactar no estado nutricional desta população.

6.1.3 Sinais Clínicos

Resultados deste estudo demonstram que a queda de cabelo, o ressecamento de pele, a

ossatura aparente e a perda muscular aparente se associaram com idosos com risco nutricional

e desnutrição, mas, ainda não foram encontrados na literatura estudos que avaliem os sinais

clínicos de desnutrição no idoso, possivelmente porque a avaliação aparente de deficiências

nutricionais são alterações mais perceptivas em estágios mais avançados de depleção, assim

como a perda de gordura subcutânea e de massa muscular principalmente em têmporas,

clavícula, ombros e escápula, constatados quando o paciente está excessivamente emagrecido

(AQUINO e PHILIPPI, 2012).

6.1.4 Dietéticas

Dados deste estudo demonstraram associação entre o risco nutricional e desnutrição e

a alteração da quantidade alimentar, número de refeições e a quantidade de ingestão de

líquidos que o idoso consome diariamente. Estudos internacionais e nacionais

(GUSTAFSSON e SIDENVALL, 2002; FELIPE, 2006; MOREIRA, 2009) identificaram

fatores associados à inadequação e diminuição no consumo alimentar do idoso, dentre eles, o

isolamento social, comprometimento da coordenação motora, dificuldade de manipular

determinados alimentos durante a refeição e dificuldade na aquisição do alimento colaboram

para o risco de má nutrição do idoso. A diminuição da sensibilidade à sede é um dos motivos

frequentes de desidratação no idoso, e este risco está relacionado à sua ingestão alimentar. De

acordo com Ferry (2013) ao diminuir a quantidade de alimentos consumidos, o idoso diminui,

também, o aporte de líquidos ao seu organismo, ampliando o risco deste idoso além de

desidratado tornar-se desnutrido. Torna-se relevante a avaliação de alterações dietéticas no

idoso, uma vez que, essas variáveis tornam-se essenciais para a identificação precoce de

riscos nutricionais nessa população.

No presente estudo foi observada associação entre risco nutricional e desnutrição e o

baixo consumo de vegetais dos idosos. Silveira et al 2015 estudaram 416 idosos e também

encontraram frequência reduzida do consumo de legumes e verduras (39,0%) e no estudo de

Viebig et al. (2009) a maioria dos participantes não apresentavam consumo diário de nenhum

tipo de frutas e hortaliças. No entanto, outros estudos que avaliaram o estado nutricional e o

consumo de vegetais não encontraram associação com o risco nutricional e desnutrição

(NEUTZLING et al., 2009). A ingestão de FLV ainda está muito abaixo do preconizado, seja

no consumo isolado ou associado destes alimentos entre os idosos, sendo este um dos cinco

principais fatores de risco associados à ocorrência de doenças crônicas (SILVEIRA et al.,

2015).

6.1.5 Saúde bucal, trato gastrointestinal e disfagia

Observou-se no presente estudo que 76,4% dos idosos utilizavam algum tipo de

prótese oral, seja ela parcial, total ou dentes postiços, dentre estes, 84,4% estão em risco

nutricional e desnutrição. Estudo semelhante realizado por Bezerra et al. (2015) apresentaram

forte relação entre os idosos que utilizavam prótese oral e déficit nutricional. Estudo

conduzido por Daly et al. (2003), que objetivou explorar a relação entre idade, perda dental e

desnutrição, constataram que 25% dos idosos relataram mudanças nos hábitos alimentares

devido a problemas dentais, 56% dificuldades mastigatórias como consequências de

problemas de dentes ou próteses, e 36% relataram interromper refeições por conta de

problemas bucais. Alterações na capacidade mastigatória do idoso contribuem para uma

mastigação menos eficiente, levando à diminuição do consumo de alguns alimentos e a

substituição por outros de mais fácil mastigação.

No presente estudo 35,1% dos idosos que apresentaram risco nutricional e desnutrição

relataram constipação intestinal. O consumo inadequado de fibras, dietas pobres em resíduos,

hidratação insuficiente e imobilidade física também estão diretamente associados ao mau

funcionamento intestinal, o que faz da constipação um dos problemas intestinais mais

prevalentes em idosos (POSSAMAI, 2005; NORTON 2006). Estudos nacionais referem que

esta condição pode influenciar na qualidade de vida de forma crônica (NESELLO, TONELLI

e BELTRAME, 2012; GAVANSKI, BARATTO e GATTI, 2015).

6.1.6 Mobilidade

O risco nutricional e desnutrição associaram-se às variáveis que avaliam o

desempenho físico como a velocidade da caminhada reduzida, o uso de auxiliar de marcha,

uma ou mais quedas nos últimos seis meses, e fraqueza nas pernas referida em algum

momento do dia que dificulta a caminhada. Alguns estudos (PERRACINI, 2009; FERREIRA,

FERREIRA e ESCOBAR, 2015) indicam que as implicações nutricionais na funcionalidade

podem estar relacionadas com as reservas corporais sendo que os extremos do estado

nutricional, desnutrição e obesidade, desencadeiam diversas alterações e consequências no

equilíbrio corporal, como a redução da capacidade funcional e a capacidade de realizar as

atividades do dia-a-dia. Observa-se que a deterioração da função física pode contribui para a

perda de independência do idoso, impactando na realização de atividades básicas, aquisição e

preparo dos alimentos.

Algumas variáveis que se apresentaram associadas com o risco nutricional e

desnutrição e não foram discutidas neste momento, serão inclusas na discussão da análise de

correspondência múltipla a seguir.

6.2 Análise de Correspondência Múltipla

A análise das relações conjuntas entre as variáveis sexo, perda de peso não

intencional, alteração do apetite, diminuição da ingestão, dificuldade para aquisição de

alimentos, auto avaliação da saúde, auto avaliação nutricional e presença de risco nutricional e

desnutrição pela MAN foram identificadas pela ACM e serão discutidas a seguir.

6.2.1 Perda de peso não intencional

Os resultados dessa investigação apontaram a correspondência entre risco nutricional e

desnutrição com a perda de peso não intencional. Resultados semelhantes foram encontrados

no estudo realizado por Gaddey e Holder (2014) que referem a perda de peso não intencional

em indivíduos com mais de 65 anos associada com o risco a má nutrição e baixo peso. Por

não possuir diretrizes específicas para a avaliação, diagnóstico e tratamento apropriado,

dificulta a identificação e adequada intervenção da perda de peso involuntária, mas está é uma

variável importante para a identificação do risco nutricional.

6.2.2 Alteração de apetite e diminuição da ingestão

No presente estudo verificou-se a correspondência entre o risco nutricional e

desnutrição e a diminuição do apetite e diminuição da ingestão alimentar. Nas últimas

décadas, a diminuição do apetite foi descrita como “anorexia do envelhecimento”,

ocasionando à diminuição da ingestão de alimentos e nutrientes (PAYETTE et al., 1995;

MORLEY e SILVER, 1988), aumentando assim a manifestação de deficiências nutricionais

(WILSON et al., 2005; BROWNIE, 2006). Estudo de coorte de base populacional

(CAMPOS, FERREIRA e VARGA, 2015) demonstraram que a perda de apetite foi

prevalente entre os idosos entrevistados associando-se com o estado nutricional insatisfatório.

Neste caso, a desnutrição, torna-se um fator determinante para impossibilitar um

envelhecimento ativo.

De acordo com Pilgrim et al. (2015) as principais consequências da diminuição do

apetite e diminuição da ingestão alimentar são fragilidade, quedas, osteoporose e fraturas,

diminuição da massa muscular e maior tempo de internação, que podem afetar a qualidade de

vida dos idosos. A ingestão alimentar inadequada e a diminuição do apetite são as principais

causas da desnutrição, torna-se então, primordial a investigação destas variáveis para a

promoção, manutenção e ou recuperação do estado nutricional do idoso, sendo uma variável

imprescindível para a identificação do risco nutricional e desnutrição.

6.2.3 Mobilidade

A correspondência foi presente entre o risco nutricional e desnutrição e as variáveis

relacionadas ao desempenho físico. Os resultados encontrados são semelhantes aos de Muniz

et al.(2016) que descreveram o prejuízo no desempenho físico, autonomia e independência

para realizar as atividades básicas de vida diárias em idosos. Estudos nacionais demonstram

que a incapacidade no desempenho físico pode estar associada à perda de força e massa

muscular envolvidas na habilidade de levantar de uma cadeira, subir degraus, acelerar o passo

e manter o equilíbrio (SILVA et al., 2006; LEITE et al., 2012 e TEIXEIRA et al., 2012).

Com o comprometimento da mobilidade física o idoso passa do estado de independência para

a realização de suas atividades diárias para dependência, impactando na sua rotina e hábitos,

podendo comprometer seu estado nutricional. Variáveis de mobilidade podem ser utilizadas

na identificação de risco nutricional.

6.2.4 Auto avaliação da saúde

A correspondência do risco nutricional e desnutrição ficou evidenciada em indivíduos

com auto avaliação da saúde regular ou ruim. Estudo análogo demonstrou que a maioria dos

idosos apresentaram auto avaliação do estado de saúde regular (BELÉM, MELO, PEDRAZA

E MENEZES, 2016). Jardim, Barreto e Giatti (2010) identificaram o desfecho ruim ou muito

ruim como o mais frequentemente relatado por idosos. Estudo semelhante analisou a auto

avaliação do estado de saúde no último mês e o principal resultado foi estado de saúde fraco

ou péssimo. (PAGOTTO, NAKATANI e SILVEIRA, 2011). Em uma revisão sistemática da

literatura nacional (SANTIAGO, NOVAES e MATTOS, 2010) 11 principais estudos sobre a

auto avaliação da saúde do idoso foram analisados e o desfecho ruim/muito ruim foi detectado

como principal resposta e sugere como variáveis associadas a esse desfecho, a presença de

doenças, dificuldade e incapacidade para realizar as atividades de vida diária, perda de peso

recente, capacidade funcional reduzida, insatisfação com a vida, entre outras. A auto

avaliação do estado de saúde, de fácil aplicação, tem se mostrado um indicador confiável e

com validade equivalente a outras medidas mais complexas para a mensuração do estado de

saúde.

6.2.5 Auto avaliação nutricional

Neste estudo foi evidenciado a correspondência entre a auto avaliação nutricional e o

risco nutricional e desnutrição. Em uma revisão bibliográfica encontrou-se que a validade das

medidas relatadas em diferentes grupos etários ainda é controversa, apesar de alguns estudos

apresentarem boa concordância entre as medidas aferidas e referidas (COQUEIRO et al.,

2009). Pesquisa realizada por Peixoto, Benício e Jardim (2006) demonstrou que fatores como

a percepção de autoimagem corporal e o biótipo que os indivíduos gostariam de ter, estão

relacionados às sub ou superestimativa da massa corporal podendo repercutir em erro quanto

à frequência de indivíduos com inadequação nutricional.

6.3 Considerações Finais

Na interpretação dos dados de agrupamento na análise de correspondência, encontrou-

se na literatura, nos principais instrumentos de triagem utilizados para identificação de risco

nutricional, semelhança entre as variáveis que compõem esses instrumentos e as variáveis

encontradas neste estudo. A identificação dos fatores associados ao risco nutricional serão

utilizados na elaboração de um instrumento de identificação de risco nutricional que será

desenvolvido e validado, e nomeado MARI (Mini Avaliação de Risco-Nutricional em

Idosos).

Considerando as possíveis limitações do presente estudo é importante destacar que

este foi realizado em uma unidade de atenção ao idoso de apenas uma região da cidade de São

Paulo e de um estado do Brasil. O ideal seria um estudo multicêntrico que pudesse identificar

os fatores associados ao risco nutricional e desnutrição em várias instituições de atendimento

ao idoso e vir a desenvolver um instrumento para uso em AGA com abrangência nacional.

Uma vez que a literatura nacional e internacional engloba em sua maioria pesquisas

com idosos hospitalizados ou institucionalizados onde a triagem nutricional é inserida na

rotina de atendimento para identificação de risco nutricional, tornam-se escassos os estudos

com idosos ambulatoriais. Com isso, os resultados dessa pesquisa foram discutidos conforme

estudos semelhantes disponíveis na literatura.

7. Conclusão

Os fatores associados ao risco nutricional e desnutrição foram a perda de peso não

intencional, diminuição do apetite, diminuição da ingestão, dificuldade física para a compra

de alimentos, auto avaliação da saúde regular e ruim e auto avaliação nutricional baixo peso.

Desta forma será possível futuramente desenvolver e validar um instrumento de triagem

nutricional para uso em AGA, que identifique precocemente o risco nutricional em idosos.

O uso da AGA deve ser incentivado nos serviços públicos para que permita uma

melhor e mais completa avaliação global do idoso encaminhado ao atendimento de saúde,

sendo identificado precocemente as possíveis necessidades assistenciais do idoso,

especificamente a de atendimento nutricional.

O instrumento a ser desenvolvido será importante para a otimização do tempo e

adequado encaminhamento do idoso a atenção nutricional, imprescindível para a recuperação

e manutenção da saúde e qualidade de vida desta população.

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Apêndices e Anexos

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos o(a) Sr.(a) para participar da pesquisa “Desenvolvimento e Validação de um instrumento

de identificação de risco nutricional para inclusão em avaliação geriátrica ampla – AGA”, sob a

responsabilidade da pesquisadora e com o consentimento da Universidade São Judas Tadeu –

Mestrado Interdisciplinar em Ciências do Envelhecimento.

PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Mariana Izabel Marques de Sousa.

ORIENTADORA: Rita de Cássia de Aquino.

OBJETIVOS DO ESTUDO: O presente estudo tem como objetivo: desenvolver e validar um

instrumento de identificação de risco nutricional para uso em Avaliação Geriátrica Ampla – AGA.

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Haverá um encontro no Centro de Referência do Idoso CRI – Norte

para a realização da coleta dos dados no mesmo dia de sua triagem ambulatorial e a entrevista terá

duração de até 60 minutos. Serão realizados os seguintes procedimentos:

- Avaliação das características econômicas e sociais – O(a) senhor(a) responderá uma entrevista com

dados de nome, sexo, data de nascimento, endereço e telefone, profissão e sua escolaridade;

- Avaliação da composição corporal - Serão medidos seu peso e altura, e também passaremos uma

fita métrica em volta do seu braço direito e da panturrilha direita do(a) senhor(a) para medir

circunferências, e com uma “pinça” própria para essa finalidade será determinado a quantidade de

gordura do seu braço. Por fim, o(a) senhor(a) deverá apertar por três vezes com a mão um

equipamento para medir sua força e caminhar 3 metros para o teste de velocidade;

-Alimentação – Será realizado um contato telefônico por uma nutricionista integrante da pesquisa

para fazer perguntas sobre grupos de alimentos que o(a) senhor(a) consome habitualmente, em até

15 dias após ter respondido o questionário pessoalmente.

CUSTO/REEMBOLSO PARA O PACIENTE: Como sua participação é voluntária, participar da pesquisa

não implicará em remuneração, nenhuma compensação financeira por despesas realizadas, nem em

qualquer ganho material. Ou seja, esta pesquisa não implica nenhum compromisso financeiro entre

você, a pesquisadora e a Universidade São Judas Tadeu.

BENEFÍCIOS: Os benefícios decorrentes de sua participação na pesquisa será: o(a) senhor(a) receberá

o diagnóstico do seu estado nutricional e, se necessário, será encaminhado para o Ambulatório

Nutricional do CRI- Norte para posterior acompanhamento e tratamento adequado com a

Nutricionista.

RISCOS E DESCONFORTOS: Os riscos de sua participação na pesquisa serão mínimos, podendo haver

queda durante a avaliação da composição corporal, algum constrangimento ou desconforto

emocional perante as perguntas realizadas, levando em conta qualquer tipo de dano à integridade

física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual dos sujeitos da pesquisa. Todos os

procedimentos a serem realizados com os participantes serão efetuados por um profissional

habilitado a dar assistência, em locais apropriados, sob condições físicas e estruturais compatíveis

com a necessidade da mesma. Na ocorrência de algum incidente durante a entrevista e avaliação

nutricional, o idoso será prontamente socorrido no Pronto Socorro do Hospital Mandaqui, uma vez

que o CRI – Norte está dentro do Complexo Hospitalar Mandaqui e se necessário, o participante será

encaminhado ao atendimento psicológico realizado pela equipe do CRI – Norte.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas

sua identidade não será divulgada, sendo guardada em sigilo. Os dados coletados serão organizados

e armazenados no Centro de Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu, durante cinco anos, após

esse tempo serão eliminados.

Em qualquer etapa do estudo você terá acesso a pesquisadora responsável Mariana Izabel Marques

de Sousa. Caso tenha alguma consideração ou dúvida sobra a ética da pesquisa, poderá contatar a

Secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu no telefone (11) 2799-

1944, ou por e-mail: [email protected].

Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido possui duas vias e, após a assinatura e rubrica de

todas as páginas, uma via permanecerá em meu poder e outra com a pesquisadora responsável.

AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DA PESQUISA

Eu, __________________________________________________________________________,

RG: __________________________, pelo presente, concordo em participar voluntariamente da

presente pesquisa, sob supervisão da Pesquisadora Responsável Mariana Izabel Marques de Sousa e

sua equipe da Universidade São Judas Tadeu. Reconheço que li, e que me foi explicado em linguagem

de meu entendimento, o documento de consentimento acima citado. Tive a oportunidade de

perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram respondidas de maneira satisfatória.

Entendo que tenho a liberdade de retirar esta autorização e descontinuar minha participação deste

estudo a qualquer tempo. Assinar abaixo e rubricar todas as páginas.

São Paulo, ____ de ___________________________ de ________

_______________________________ _____________________________

Assinatura do(a) participante Mariana Izabel Marques de Sousa

Nutricionista CRN-3: 45.028

E-mail: [email protected]

Tel: 99807-3072

VARIÁVEIS DE ESTUDO

I. VARIÁVEIS DE IDENTIFICAÇÃO

1. IDENTIFICAÇÃO

Números ordenados durante a coleta

2. DATA DA ENTREVISTA

3. SEXO

0 = masculino 1 = feminino

4. IDADE

Anos completos na data da entrevista

5. IDADE (CATEGORIAS)

1 = ≤ 65 anos 2 = 65 a 75 anos 3 = ≥ 75 anos

6. PROFISSÃO (CATEGORIAS)

0 = ativo 1 = aposentado/pensionista 2 = ativo + aposentado 3 = desempregado/afastado 4 = dona de casa

7. ESCOLARIDADE

0 = analfabeto 1 = semianalfabeto 2 = primário completo 3 = primário incompleto 4 = ginásio completo 5 = ginásio incompleto 6 = colegial completo 7 = colegial incompleto 8 = técnico completo 9 = técnico incompleto 10 = superior completo 11 = superior incompleto

8. RAÇA

1 = caucasiano 2 = nego 3 = asiático

9. TIPO DE RESIDÊNCIA

1 = casa ou apartamento 2 = hospital ou ILPI

10. COM QUEM MORA

0 = sozinho 1 = companheiro 2 = família mora com ela 3 = ela mora com a família

11. ESTADO CIVIL

0 = solteiro 1 = casado 2 = viúvo 3 = separado/divorciado

12. RG CRI (número de prontuário)

II. VARIÁVEIS CLÍNICAS

1. PROBLEMA DE SAÚDE NOS ÚLTIMOS SEIS MESES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. DIFICULDADE PARA ANDAR NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim, anda com dificuldade e sai de casa 2 = sim, anda com dificuldade e não sai de casa 3 = sim, fica maior parte do tempo acamado 4 = sim, fica todo o tempo acamado

3. QUANTOS REMÉDIOS TOMA POR DIA ATUALMENTE

0 = não/nenhum 1 = sim, 1 remédio 2 = 2 a 3 remédios 3 = 4 a 5 remédios 4 = mais que 5 remédios 5 = não sabe

4. NAUSE OU VÔMITO NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. DIARREIA NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

6. INTESTINO PRESO NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

7. HÁBITO INTESTINAL - FREQUÊNCIA

0 = > 5 vezes por semana 1 = 3 a 5 vezes por semana 2 = < 3 vezes por semana

8. HÁBITO INTESTINAL – CONSISTÊNCIA

0 = pastosa/normal 1 = ressecada/endurecida 2 = líquida

9. HÁBITO INTESTINAL – ESFORÇO

0 = sem esforço 1 = com esforço 2 = não sabe

10. AUTO AVALIAÇÃO DA SAÚDE ATUAL

0 = ótima 1 = boa 2 = regular 3 = ruim 4 = não sabe

11. FALTA DE AR QUE PREJUDICA ALIMENTAÇÃO NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

12. DOR QUE PREJUDICA ALIMENTAÇÃO NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

13. FRAQUEZA OU PERDA DE FORÇA NAS PERNAS NA ÚLTIMA SEMANA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

14. PERDA DE ENTE QUERIDO OU MUDANÇA NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

15. PROBLEMA DE DEPRESSÃO, EMOCIONAL OU SENTE-SE TRISTE

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

III. VARIÁVEIS DIETÉTICAS E NUTRICIONAIS

1. DIMINUIÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. APETITE NA ÚLTIMA SEMANA

0 = normal 1 = diminuído 2 = aumentado

3. HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ ALTERADO

0 = não está alterado 1 = até 1 semana 2 = semana a 1 mês 3 = 1 a 3 meses 4 = 3 a 6 meses 5 = > 6 meses 6 = não sabe

4. APETITE HOJE

0 = normal 1 = diminuído 2 = aumentado

5. APETITE HOJE (CLASSIFICADO)

0 = ótima 1 = boa 2 = regular 3 = ruim 4 = não sabe

6. PROBLEMA NA CAVIDADE ORAL

0 = não 1 = dor 2 = boca seca 3 = ardor 4 = boca seca 5 = outros 6 = dificuldade para engolir e mastigar 7 = dificuldade apenas de engolir 8 = dificuldade apenas de mastigar 9 = não sabe

7. USO DE PONTE, PRÓTESE OU DENTE POSTIÇO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

8. PROBLEMA NOS DENTES, PRÓTESE OU DENTE POSTIÇO QUE ATRAPALHA A ALIMENTAÇÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

9. FREQUÊNCIA QUE MODIFICOU ALIMENTAÇÃO POR CONTA DOS DENTES, PRÓTESE OU DENTE POSTIÇO

0 = nunca 1 = raramente 2 = frequentemente 3 = sempre

10. AJUDA PARA SE ALIMENTAR

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

11. COMO SE ALIMENTAR

0 = sem dificuldade 1 = com dificuldade 2 = precisa de ajuda

12. ALERGIA OU INTOLERÂNCIA ALIMENTAR

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

13. PROBLEMA NO ESTÔMAGO QUE DIFICULTA ALIMENTAÇÃO

0 = não 1 = dor 2 = azia/queimação 3 = outros 4 = dor + azia 5 = não sabe

14. MUDANÇA NA ALIMENTAÇÃO OU TIPOS DE ALIMENTOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

15. TIPOS DE MUDANÇAS NA ALIEMNTAÇÃO OU TIPO DE ALIMENTOS

0 = não teve mudança 1 = quantidades menores 2 = menos vezes 3 = alimentos líquidos ou pastosos 4 = outras mudanças 5 = não sabe 16. REFEIÇÕES POR DIA

1 = 1 vez 2 = 2 vezes 3 = 3 vezes

4 = > 3 vezes 5 = não sabe

17. COPOS DE LÍQUIDOS POR DIA

0 = nenhum 1 = < 3 copos 2 = 3 a 5 copos 3 = > 5 copos 4 = outra quantidade

18. FAZ DIETA ESPECIAL

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

19. SE CONSIDERA BEM NUTRIDO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

20. ACREDITA TER PROBLEMA NUTRICIONAL

0 = não 1 = sim 2 = sim, desnutrição 3 = não sabe

21. COMO CONSIDERA SUA SAÚDE COMPARANDO COM OUTRAS PESSOAS DA MESMA IDADE

0 = melhor 1 = boa 2 = não muito boa 3 = não sabe

22. DIFICULDADE PARA FAZER COMPRAS DE ALIMENTOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

23. RECEBE AJUDA PARA FAZER COMPRAS DE ALIMENTOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

24. CONSOME DUAS OU MAIS PORÇÕES DIÁRIAS DE FRUTAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

25. CONSOME DUAS OU MAIS PORÇÕES DIÁRIAS DE VEGETAIS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

26. CONSOME AO MENOS 1 PORÇÃO DIÁRIA DE LEITE OU DERIVADOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

27. CONSOME DUAS OU MAIS PORÇÕES SEMANAIS DE FEIJÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

28. CONSOME DUAS OU MAIS PORÇÕES SEMANAIS DE OVOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

29. CONSOME DIARIAMENTE CARNE, PEIXE OU FRANGO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

IV. VARIÁVEIS DE SINAIS CLÍNICOS DE DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL

1. CABELOS QUEDA, RESSECAMENTO E PERDA DE BRILHO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. PELE RESSECADA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

3. UNHAS QUEBRADIÇAS OU DEFORMADAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

4. FERIDAS OU AFTAS NA BOCA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. INCHAÇO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

6. LESÃO DE PELE OU ESCARAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

7. CABELOS QUEDA RESSECAMENTO E PERDA DE BRILHO (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

8. PELE RESSECADA (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

9. UNHAS QUEBRADIÇAS OU DEFORMADAS (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

10. BOCA ESTOMATITE OU QUEILOSE (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

11. EDEMA GENERALIZADO, MMII (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

12. OSSATURA APARENTE (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

13. PERDA MUSCULAR APARENTE (OBSERVADO)

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

V. VARIÁVEIS DE RISCO DE DISFAGIA

1. TOSSE DURANTE OU APÓS AS REFEIÇÕES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. ENGASGA DURANTE A REFEIÇÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

3. ENGASGA COM LÍQUIDOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

4. VOZ MOLHADA OU BORBULHANTE

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. FALTA DE AR DURANTE A REFEIÇÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

6. UTENSÍLIOS ADAPTADOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

7. AJUDA DE ALGUÉM PARA SE ALIMENTAR

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

8. TEMPO PARA REALIZAR AS REFIÇÕES PRINCIPAIS

0 = < 30 minutos 1 = ≥ 30 minutos 2 = não sabe

9. MODIFICAÇÃO DA CONSISTÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

10. DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

VI. VARIÁVEIS DE RISCO DE DEFICIÊNCIA DE B12

1. HISTÓRICO DE GASTRITE OU ÚLCERA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. TEMPO DE GASTRITE OU ÚLCERA

0 = < 1 mês 1 = 1 mês a 6 meses 2 = 6 meses a < 1 ano 3 = 1 ano a 5 anos 4 = > 5 anos

3. INFECÇÃO POR HELICOBACTER . PYLORI

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

4. USO DE ANTIÁCIDOS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. TEMPO DE USO DE ANTIÁCIDOS

0 = < 1 mês 1 = 1 mês a 6 meses 2 = 6 meses a < 1 ano 3 = 1 ano a 5 anos 4 = > 5 anos

6. GASTRECTOMIA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

7. TEMPO DE GASTRECTOMIA

0 = < 1 mês 1 = 1 mês a 6 meses 2 = 6 meses a < 1 ano 3 = 1 ano a 5 anos 4 = > 5 anos

8. DIGESTÃO LENTA QUANDO COME CARNE

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

9. TIPO DE CARNE

0 = branca 1 = vermelha

10. DIABÉTICO OU PRÉ DIABÉTICO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

11. USO DE METFORMINA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

12. FORMIGAMENTO OU DORMÊNCIA NOS BRAÇOS E PERNAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

13. FREQÊNCIA DO FORMIGAMENTO

0 = nunca 1 = raramente 2 = frequentemente

14. PROBLEMA DE MEMÓRIA OU DESORIENTAÇÃO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

15. FREQUÊNCIA DO FORMIGAMENTO

0 = nunca 1 = raramente 2 = frequentemente

16. USO DE SUPLEMENTO VITAMÍNICO CONTENDO VITAMINA B12 OU ÁCIDO FÓLICO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

VII. VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS

1. PESO ATUAL EM QUILOGRAMAS

2. PESO HABITUAL EM QUILOGRAMAS

3. PERDA DE PESO NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

4. PERDA DE PESO NO ÚLTIMO ANO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. PERDA DE PESO INTENCIONAL

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

6. ESTATURA EM METROS

7. ALTURA DO JOELHO EM CENTÍMETROS

8. CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO EM CENTÍMETROS

9. DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL EM MILÍMETROS

10. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA EM CENTÍMETROS

11. FORÇA DE PREENSÃO PALMAR EM QUILO POR FORÇA

12. INDICE DE MASSA CORPORAL EM QUILOGRAMAS POR ESTATURA AO QUADRARO

13. CALSSIFICAÇÃO DO INDICE DE MASSA CORPORAL

14. VELOCIDADE DA CAMINHADA EM METROS POR SEGUNDO

15. CLASSIFICAÇÃO DA CAMINHADA

0 = normal ≤0,8 segundos 1 = lento ≥0,8 segundos

16. UTILIZAÇÃO DE AUXILIAR DE MARCHA PARA O TESTE DE VELOCIDADE DA CAMINHADA

0 = não 1 = sim

VIII. VARIÁVEIS DE ANTECEDENTES PESSOAIS

1. HIPERTENSÃO ARTERIAL 0 = não 1 = sim 2 = não sabe

2. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

3. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

4. ARRITIMIAS/CARDIOPATIAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

5. DISLIPIDEMIA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

6. OBESIDADE

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

7. TROMBOSE VENOSA PERIFÉRICA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

8. INFECÇÕES CUTÂNEAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

9. TABAGISTA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

10. ETILISTA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

11. FRATURAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

12. CIRURGIAS

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

13. DISPOSITIVO AUXILIAR DE MARCHA

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

14. QUEDA NOS ÚLTIMOS SEIS MESES

0 = não 1 = sim 2 = não sabe

15. ALTERAÇÃO NO SONO

0 = não 1 = sim 2 = não sabe