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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento Fátima Pedro Barbosa Ortolani RELAÇÃO ENTRE PERFIL NUTRICIONAL, ATIVIDADE FÍSICA E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS HOSPITALIZADOS São Paulo 2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

Fátima Pedro Barbosa Ortolani

RELAÇÃO ENTRE PERFIL NUTRICIONAL, ATIVIDADE FÍSICA

E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS

HOSPITALIZADOS

São Paulo

2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

Fátima Pedro Barbosa Ortolani

RELAÇÃO ENTRE PERFIL NUTRICIONAL, ATIVIDADE FÍSICA

E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS

HOSPITALIZADOS

São Paulo

2015

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu

(USJT), como parte dos requisitos para obtenção do

título de mestre.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Rodrigues

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Ortolani, Fátima Pedro Barbosa

O78r Relação entre perfil nutricional, atividade física e doença

cardiovascular em idosos hospitalizados / Fátima Pedro Barbosa Ortolani.

- São Paulo, 2015.

118 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Bruno Rodrigues.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2015.

1. Atividade física. 2. Envelhecimento. 3. Nutrição. 4. Perfil nutricional. I.

Rodrigues, Bruno. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 613.0438

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

Fátima Pedro Barbosa Ortolani

RELAÇÃO ENTRE PERFIL NUTRICIONAL, ATIVIDADE FÍSICA

E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM IDOSOS

HOSPITALIZADOS

Banca Examinadora:

_______________________________

Prof. Dr. Bruno Rodrigues (USJT)

_______________________________

Profª Dra. Rita Maria Monteiro Goulart (USJT)

_______________________________

Profª Dra. Iris Callado Sanches (UNINOVE)

Aprovada em 12 de fevereiro de 2015.

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DEDICATÓRIA

À Deus, por me guiar em todos os momentos de minha vida.

À minha mãe, Therezinha (in memoriam), que me ensinou a ser

forte, ter fé em Deus e na vida.

Ao meu pai, Laurindo (in memoriam), que dedicou sua vida a

seus filhos.

Ao meu marido José e aos meus dois filhos, Arianna e Danillo,

pelo amor, carinho, apoio e muita compreensão, ao longo desse

período.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que caminha sempre comigo, sempre me restaurando, transformando e

protegendo;

Ao Prof. Dr. Bruno Rodrigues, orientador, pela confiança, incentivo e orientações

visando o crescimento e progresso do conhecimento da sua “jovem” aluna;

Aos professores do mestrado e membros da banca por contribuírem para minha

formação profissional com seus conhecimentos e experiências.

A todos os idosos que participaram desta pesquisa, pela atenção e carinho com que me

receberam.

A todos os colegas de mestrado e amigos que me acompanharam na realização desse

sonho, em especial às novas amigas Fernanda, Daniela e Patrícia, grandes

companheiras, pelo convívio durante o curso, pelo apoio e pela amizade.

À Diretoria do Hospital Geral de Vila Penteado, Dr. Siu Lun Leung, Carlos Alberto

Pereira Gomes e a grande amiga Katherine Armelin Cussiti, pelo apoio e incentivo.

Aos meus familiares, minhas irmãs Cristina, Selma e Salete, e amigos que de perto

vivenciaram todas as minhas aflições, dúvidas, impaciência e torceram muito pelo meu

sucesso.

Muito Obrigada!

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“Bom mesmo é ir à luta com

determinação, abraçar a vida com

paixão, perder com classe e vencer

com ousadia, pois o triunfo

pertence a quem se atreve. A vida

é muito para ser insignificante.”

Charles Chaplin

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Ortolani FPB, Rodrigues B. Relação entre perfil nutricional, atividade física e

doença cardiovascular em idosos hospitalizados. São Paulo: Universidade São Judas

Tadeu; 2014.

RESUMO

A maior longevidade da população vem modificando o perfil epidemiológico no país,

com mudanças na morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, dentre

elas as doenças cardiovasculares, que aparecem em primeiro lugar dentre as causas de

morte em todo mundo. O objetivo do presente estudo foi determinar o perfil de idosos

com doença cardiovascular segundo o estado nutricional e níveis de atividade física,

bem como testar a relação entre estas variáveis e tempo de internação dos sujeitos.

Estudo transversal descritivo, com 30 idosos de 60 anos ou mais, de ambos os gêneros,

atendidos na clínica médica de um serviço público de saúde. Foram realizados um

levantamento do perfil sociodemográfico, avaliação nutricional por meio de dados

antropométricos de peso e altura, circunferência da panturrilha (CP) e circunferência de

braço (CB), dobra cutânea tricipital (DCT), questionário de frequência alimentar (QFA),

teste de força de pressão palmar (FPP), e foi aplicado o questionário internacional de

atividade física – IPAQ (Versão Curta). Os principais achados do presente estudo

indicam que a idade média de idade dos participantes foi de 75,1±9,3 anos, em relação à

situação conjugal, a proporção de homens casados, foi superior a de mulheres, que

apresentou maior número de viúvas, baixa escolaridade, baixa renda (0–1 Salário), para

ambos os sexos, em relação à ocupação, a maioria dos idosos é aposentada ou

pensionista. O tempo médio de internação para homens foi de 6,4±3 dias e para

mulheres foi de 6,1±3 dias, não havendo diferenças entre eles (P=0,897). Houve

predomínio, em ambos os sexos para a hipertensão arterial sistêmica, prevalência de

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desvio nutricional, com proporções maiores de desnutrição para o sexo masculino e

obesidade e desnutrição em igual proporção para o sexo feminino, prevalência de

inatividade física em ambos os sexos. Uma correlação entre a força de preensão palmar

e tempo de internação nos indivíduos estudados de ambos os sexos (r = -0,6486; P =

0,0008) foi observada. Além disso, outra correlação entre o IMC e o tempo de

internação para o gênero masculino, demonstrando que quanto menor o IMC, maior é o

tempo de internação (r = -0,5900; P = 0,0039). Quanto ao consumo alimentar, dentre

outras variáveis estudadas, o consumo diário de óleos/banha entre homens e mulheres

foi frequente, consumo elevado de alimentos fonte de carboidratos complexos, porém

com baixo teor de fibras, bem como baixo consumo de frutas. Conclui-se que houve

uma prevalência de desvios nutricionais, consumo alimentar inadequado e sedentarismo

nos idosos estudados. Por meio dos resultados obtidos, constata-se que há a necessidade

de um melhor acompanhamento nutricional e mudança no estilo de vida para a melhoria

da saúde dos cardiopatas.

Palavras-chave: Envelhecimento, Estado nutricional, Atividade física, Doenças

cardiovasculares.

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ABSTRACT

The longevity of the population has been changing the epidemiological profile in Brazil,

with changes in morbidity and mortality from chronic noncommunicable diseases.

Cardiovascular diseases appear in the first place among the causes of death worldwide.

The aim of this study was to determine the profile of elderly people with cardiovascular

disease according to nutritional status and physical activity levels, as well as test the

relationship between these variables and hospitalization time of the subjects. A

descriptive cross-sectional study with 30 elderly subjects, aged 60 years or more, both

genders, attended at the medical clinic of a public health service was conduced.

Sociodemographic profile, nutritional assessment through anthropometric data, as

weight and height, circumference of the calf (CP) and arm circumference (AC), triceps

skinfold thickness (TST) were evaluated. Food Frequency Questionnaire (FFQ), Hand

Grip Strength (FPP), and International Physical Activity Questionnaire - IPAQ (Short

Version) were applied. The main findings of this study indicated that the age

participants was 75.1±9.3 years; in relation to marital status, the proportion of married

men was higher than women, with the highest number of widows, low education, low

income (0-1 Salary). Relating to occupation, the most was retired or pensioner in both

sexes, The average hospitalization time for men was 6.4±3 days and for women was

6.1±3 days, with no difference between them (P=0.897). Hypertension was predominant

in both sexes; the prevalence of nutritional disorders, with higher proportions of

malnutrition for males and obesity and malnutrition in equal proportion for females, and

the increased prevalence of physical inactivity between both sexes were identified.

Correlations between handgrip strength and hospitalization time both sexes (r = -0.6486,

P = 0.0008), as well as between BMI and hospitalization time for males were observed

(r = -0.5900; P = 0.0039). As for food intake, among other variables, the daily consumption of

oils / fat for men and women was common, high intake of complex carbohydrates source of

food, but low in fiber and low fruit. The results of the present study can suggest that there

was a prevalence of nutritional disorders, inadequate food intake and physical inactivity

in the aged. Through these results, it was demonstrated that there is necessary a better

monitoring and nutritional change in lifestyle to improve health status of the cardiac

patients.

Keywords: Aging, Nutritional status, Physical activity, Cardiovascular diseases.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Equação para estimativa de peso corporal. .................................................. 39

Quadro 2. Equação para estimativa de estatura............................................................. 40

Quadro 3. Classificação do estado nutricional para idosos, segundo o IMC. ............... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos indivíduos segundo gênero. .............. 47

Tabela 2. Motivo cardiovascular de internação segundo o gênero. ............................... 48

Tabela 3. Variáveis antropométricas em média, desvio padrão e classificação em

percentis segundo o gênero............................................................................................. 49

Tabela 4. Resultados do teste de força de preensão palmar dos participantes segundo o

gênero. ............................................................................................................................ 50

Tabela 5. Classificação do estado nutricional segundo IMC, por gênero. .................... 51

Tabela 6. Classificação atividade física atual de acordo com o IPAQ segundo o gênero.

........................................................................................................................................ 53

Tabela 7. Frequência do consumo dos alimentares por grupos alimentares, segundo o

gênero. ............................................................................................................................ 55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Correlação entre força de preensão palmar (FPP, em Kg/F) e tempo de

internação dos indivíduos (em dias) de ambos os sexos. ............................................... 50

Figura 2. Correlação entre índice de massa corporal (IMC, em Kg/m2) e tempo de

internação dos indivíduos (em dias) do gênero masculino. ............................................ 52

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADCD - Atlas de doenças cardíacas e derrames

AJ - Altura do Joelho

AVC - Acidente vascular cerebral

CB - Circunferência de Braço

CC - Circunferência da Cintura

CDC - Center for Disease Control and Prevention

CMB - Circunferência Muscular do Braço

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CP - Circunferência de Panturrilha

DAC - Doença Arterial Coronariana

DCNT - Doença Crônica Não Transmissível

DCSE - Dobra Cutânea Subescapular

DCT - Dobra Cutânea Tricipital

DCV - Doença Cardiovascular

DIC - Doença Isquêmica do Coração

FPP - Força de Preensão Palmar

FRCV - Fatores de risco cardiovascular

GAC - Grupo de Pesquisa de Avaliação do Consumo Alimentar

ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva

IMC - Índice de Massa Corporal

IPAQ - International of physical activity questionnaire

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NHANES II - National Health and Nutritional Examination Survey II

OPAS - Organização Pan Americana de Saúde

PA - Pressão Arterial

QFA - Questionário de Frequência Alimentar

PNAD - Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios

SABE - Saúde, Bem estar e Envelhecimento

SATM - Sociedade Americana de Terapeuta de Mãos

SIM - Sistema de Informação sobre Mortalidade

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

VIGITEL - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por

Inquérito Telefônico

WHO - World Health Organization

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16

1.1. A transição demográfica ...................................................................................... 16

1.2. A transição epidemiológica e nutricional ............................................................ 16

1.3. Doença cardiovascular e fatores de risco ........................................................... 19

1.4. Estado nutricional e associação com os fatores de risco cardiovascular ............. 26

1.5. Atividade física e associação com os fatores de risco cardiovascular ................. 31

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 35

2.1. Objetivo geral ...................................................................................................... 35

2.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 35

3. MÉTODO ................................................................................................................... 35

3.1. Delineamento do estudo ...................................................................................... 35

3.2. Local do estudo .................................................................................................... 36

3.3. População de estudo e amostragem. .................................................................... 36

3.4. Critérios de inclusão no estudo. ........................................................................... 36

3.5. Critérios de exclusão no estudo. .......................................................................... 36

3.6. Riscos .................................................................................................................. 37

3.7. Benefícios ............................................................................................................ 37

3.8. Material e procedimentos. ................................................................................... 37

3.8.1. Perfil sociodemográfico ................................................................................ 38

3.8.2. Avaliação antropométrica ............................................................................. 38

3.8.3. Consumo Alimentar ...................................................................................... 43

3.8.4. Avaliação da Prática de Atividade Física ..................................................... 44

3.9. Aspectos éticos .................................................................................................... 45

3.10. Análise estatística .............................................................................................. 46

4. RESULTADOS .......................................................................................................... 46

5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 59

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 82

APÊNDICES ................................................................................................................ 100

ANEXOS ...................................................................................................................... 109

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1. INTRODUÇÃO

1.1. A transição demográfica

O processo de envelhecimento populacional é uma mudança na estrutura etária

que resulta em uma maior proporção de idosos em relação ao conjunto da população

(Carvalho & Garcia, 2003). Isso ocorre, principalmente, pela redução da fecundidade,

que torna os grupos etários mais jovens menos representativos no total da população.

Esse fenômeno teve início nas últimas décadas do século XIX, enquanto nos países em

desenvolvimento o processo se iniciou apenas no final do século XX (Lee, 2003).

Carvalho & Garcia (2003), afirmam que ao começar o declínio sustentado de

fecundidade é que se inicia o processo de envelhecimento da população. O Brasil, que

tinha até então uma população extremamente jovem, com a transição demográfica

representada pelo aumento da expectativa de vida, o declínio da fecundidade, o controle

das doenças transmissíveis, presencia um processo contínuo de estreitamento da base da

pirâmide etária e, dessa forma, de envelhecimento da população.

Segundo Bloom (2011), o envelhecimento populacional é, portanto, uma das

consequências da transição demográfica, isto é, do declínio das taxas de fecundidade e

mortalidade. Portanto, para acompanhar esse processo faz-se necessário conhecer as

condições de vida, de saúde, econômicas e de suporte social dos idosos, para que se

possa estar preparado para atender às demandas sociais, sanitárias, econômicas e

afetivas dessa parcela da população.

1.2. A transição epidemiológica e nutricional

Entende-se por transição epidemiológica as mudanças ocorridas em razão do

tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam uma população

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específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações

demográficas, sociais e econômicas (Omram, 2001; Santos-Preciado et al., 2003).

Laurenti (1990) define a Transição Epidemiológica como "uma evolução gradual

dos problemas de saúde caracterizados por alta morbidade e mortalidade por doenças

infecciosas que passa a se caracterizar predominantemente por doenças crônicas não

transmissíveis".

Segundo Chaimowicz (1998), existe uma correlação direta entre os processos de

transição epidemiológica e demográfica. O Brasil, como outros países em

desenvolvimento, tem um modelo de transição onde aparece o crescimento da

morbidade e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis - DCNT, mantendo-

se, entretanto, a ocorrência de algumas doenças infecciosas. Assim, as DCNT passaram

a determinar no país a maioria das causas de óbito e incapacidade, ultrapassando as

taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (Brasil, 2008). As DCNT,

além de constituirem pesadas cargas em termos de morbimortalidade, tornam-se

também potencializadoras do aumento dos custos da saúde, comprometendo a

sustentabilidade dos sistemas de saúde em longo prazo. No Brasil, as DCNT

representam em torno de 66% do total de doenças. Além do rápido crescimento das

DCNT e do envelhecimento da população, ainda se convive com crescente ameaça das

chamadas causas externas e violências (Goulart, 2011a).

Estimativas da World Health Organization (WHO, 2011) mostram que as DCNT

são responsáveis por 63% de todas as 36 milhões de mortes ocorridas no mundo em

2008. No Brasil, foram responsáveis, em 2007, por 72% do total de mortes, com

destaque para as doenças do aparelho circulatório (31,3% dos óbitos), neoplasias

(16,3%) e diabetes (5,2%) (Schmidt, Duncan & Menezes, et al., 2011).

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Estudos estatísticos de mortalidade disponíveis para as capitais dos estados

brasileiros indicam que a proporção de mortes por DCNT aumentou em mais de três

vezes entre 1930 e 2006 (Malta, Cezário & Moura et al., 2006).

Apesar de a herança genética ser fator de grande relevância na determinação da

suscetibilidade à doença, o desenvolvimento dessas morbidades se dá, primordialmente,

por fatores ambientais e do estilo de vida. Estima-se que 75% dos casos novos de

doenças não transmissíveis poderiam ser explicados por dieta e inatividade física

(Barreto, Pinheiro & Siquieri, et al 2005).

Nesse contexto, a transição nutricional aparece também como integrante dos

processos de transição demográfica e epidemiológica. De acordo com Popkin, Ge &

Zhai, et al. (1993), a Transição Nutricional "é um processo de modificações sequenciais

no padrão de nutrição e consumo, que acompanham mudanças econômicas, sociais e

demográficas, e do perfil de saúde das populações". O desenvolvimento de

enfermidades crônicas, associado às mudanças sociais, psicológicas, fisiológicas e

metabólicas, inerentes ao processo de envelhecimento, pode contribuir de forma

negativa no estado nutricional de idosos (Frank & Soares, 2004). Fatores como

crescimento da renda, industrialização e mecanização da produção, urbanização, maior

acesso a alimentos em geral, incluindo os processados, e globalização de hábitos não

saudáveis produziram rápida transição nutricional, expondo a população cada vez mais

ao risco de doenças crônicas (Monteiro, Mondini & Souza et al., 2000).

Na atualidade as DCNT são consideradas como epidemia, e dentre elas as

doenças cardiovasculares, constituem sério problema de saúde pública, tanto nos países

ricos quanto nos de média e baixa renda, sendo que é certo que nestes últimos os

impactos são maiores pela menor possibilidade de garantir políticas públicas que

alterem positivamente os determinantes sociais de saúde (Brasil, 2006).

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1.3. Doença cardiovascular e fatores de risco

Dentre as DCNT, as doenças cardiovasculares - DCV, seus fatores de risco

metabólicos (diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e

dislipidemias) e a incapacidade funcional são importantes causas de morbidade e

mortalidade entre adultos e idosos em todo o mundo. Em geral, essas doenças são de

longa duração, múltiplas, exigem acompanhamento multidisciplinar permanente,

intervenções contínuas e requerem que grandes recursos materiais e humanos sejam

despendidos, gerando encargos ao sistema público e social (Barreto et al, 2005).

Em 1950, 12% das mortes ocorriam devido a estas doenças. Atualmente, no

Brasil, quase um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a

69 anos de idade, atingindo a população adulta em plena fase produtiva são originários

das doenças cardiovasculares (Barreto et al, 2005).

Apesar da redução da proporção de ocorrências de morte por doença

cardiovascular nos países desenvolvidos nas últimas décadas; estes índices aumentam

significativamente nos países subdesenvolvidos, ocasionando 82% das mortes em

homens e mulheres. No Brasil, em 2007, o número de internações ocorridas no Sistema

Único de Saúde foi de 1.157.509 em decorrência das doenças cardiovasculares (Brasil,

2009).

Múltiplos fatores foram identificados como os primeiros fatores de risco para

doenças cardiovasculares: hipertensão arterial (HA), colesterol elevado ou reduzidos

níveis de HDL-colesterol, tabagismo, diabetes mellitus e envelhecimento. Os fatores de

risco são classificados de acordo com dois grupos: relacionados ao indivíduo e ao meio

ambiente. O primeiro grupo de fator de risco foi dividido em: fatores gerais (idade,

sexo, nível educacional, herança genética), hábitos de vida (tabagismo, dieta

inadequada, sedentarismo) e fatores biológicos (HA, obesidade e hipercolesterolemia).

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O segundo grupo é composto por nível socioeconômico, cultural, ambiental e aspectos

urbanos. Dentre os fatores biológicos, a HA é o fator de risco independente mais

importante e diversos ensaios clínicos controlados têm indicado uma redução da

morbidade e mortalidade por doença cardiovascular em indivíduos através da

diminuição dos níveis de pressão arterial (Coltro, Mizutani & Mutti et al, 2009).

Os principais estudos epidemiológicos têm identificado como fatores de risco

primários para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a hipertensão, as

dislipidemias e também o hábito de fumar. Como fatores secundários encontram-se o

sexo, a idade, a falta de atividade física, excesso de gordura, o diabetes mellitus, o

estresse emocional e histórico familiar (Pitanga, 2004).

Caetano, Costa, Santos & Soares (2006), ao estudarem os fatores de risco

relacionados com as alterações cardiovasculares em idosos atendidos numa instituição

pública de Fortaleza (2006), apontam que a melhor solução é identificar os fatores de

risco e atuar sobre eles com medidas de promoção e prevenção.

O estilo de vida sedentário está associado ao aumento no risco de infarto agudo

do miocárdio e morte por doenças coronarianas. Esse risco torna-se duas vezes maior

em pessoas sedentárias, quando submetidas à comparação com pessoas ativas

fisicamente. Estudos epidemiológicos apontam que a atividade física tem efeitos

benéficos em relação a doenças cardiovasculares e, dessa forma, o decréscimo no risco

para desenvolvimento das mesmas (Pitanga, 2004).

No Brasil, um estudo realizado com idosos entre 65 a 95 anos observou uma a

presença geral de fatores de risco em 93% da população, sendo os principais:

sedentarismo, sobretudo em mulheres e com a característica de aumento com a idade

(74%); hipertensão arterial (53%); dislipidemias (33%); obesidade (30%); diabetes

mellitus (13%); tabagismo (6%); prevalência de três ou mais fatores de risco, mais

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frequente na mulher do que no homem (Zaslavsky, Gus & Iseu, 2002). Monteiro e Filho

(2004) referem que o sedentarismo constitui importante fator de risco, já estando bem

estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior taxa de

mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico.

Segundo Sánchez-Contrera et al. (2009), a DCV tem etiologia complexa e

multifatorial, sendo influenciadas por fatores fisiológicos e bioquímicos, que somados a

fatores ambientais, atuam de forma conjunta no início e no desenvolver da doença.

Representam cerca de 80% da mortalidade, sendo as principais representantes do grupo

a doença coronariana isquêmica (infarto do miocárdio), acidente vascular cerebral,

doença hipertensiva e insuficiência cardíaca congestiva.

Ao longo da última década as DCV se tornaram as principais causas de

mortalidade em todo o mundo, representando cerca de 30% de todas as mortes e até

50% da mortalidade pelo conjunto das DCNT (Goulart, 2011). Segundo o Atlas de

Doenças Cardíacas e Derrames (ADCD) – WHO (2004), o país ocupava em 2002, o 9º

lugar na lista dos países cuja população morre mais, em números absolutos, de doenças

cardíacas, e era o 6º em mortes por acidente vascular cerebral. Dados do Sistema de

Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (Brasil, 2009), mostram

que 28,4% dos óbitos estão associados a doenças do aparelho circulatório, sendo as

doenças isquêmicas do coração (9,2%) e as doenças cerebrovasculares (8,2%), as que

mais contribuíram nesse grupo. Do total de mortes por doenças do aparelho circulatório,

aproximadamente 70,0% acometem adultos entre 30 e 69 anos.

Não há uma causa única para as doenças cardiovasculares, no entanto, sabe-se

que existem fatores que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. A dislipidemia,

principalmente a relação entre os níveis elevados de colesterol no sangue definem a

presença de cardiopatia coronária. Vários estudos já mostraram que as reduções dos

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níveis de colesterol no sangue reduziram o risco de infarto agudo do miocárdio e a

mortalidade por doenças cardiovasculares. Os estudos epidemiológicos longitudinais

descritos por Bertolami (2000) mostram que existe uma correlação direta entre os níveis

de colesterol plasmático e triglicérides e o aumento de doenças cardiovasculares. Essa

correlação depende, particularmente, da concentração das lipoproteínas (LDL e HDL)

que transportam o colesterol na corrente sanguínea. Segundo Smith et al . (2004), existe

uma relação forte e independente entre os níveis séricos de LDL colesterol e o risco

para doença cardiovascular e, em menor extensão, os indícios finais de outras doenças

vasculares crônicas.

A HA é uma doença crônico-degenerativa de natureza multifatorial, que

compromete o equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores o que ocasiona

uma redução da luz dos vasos e danos aos órgãos por eles irrigados como o cérebro,

coração, rins e retina (Pedrosa & Drager, 2008) e caracteriza-se por níveis elevados e

sustentados de pressão arterial (PA). É uma afecção que depende de múltiplos fatores

cardiocirculatórios, nervosos, renais e hormonais, muitos dos quais se alteram com o

envelhecimento. A HA é considerada um importante fator de risco para as doenças

cardiovasculares aterosclerótica, incluindo acidente vascular cerebral, doença

coronariana, insuficiência vascular periférica e cardíaca (Spinato, Monteiro & Santos,

2010).

Dados nacionais representativos obtidos em 2008 a partir de quase 400.000

entrevistas estimam que 24,0% das mulheres e 17,3% dos homens com idade ≥20 anos e

cerca de metade dos homens e mais da metade das mulheres com idade ≥60 anos

relataram diagnóstico prévio de hipertensão (Pesquisa Nacional por Amostras de

Domicílios - PNDA, 2008).

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De modo geral, a hipertensão do idoso se caracteriza por apresentar aumento da

resistência periférica com decréscimo do débito cardíaco e volume intravascular,

hipertrofia cardíaca concêntrica, redução da frequência cardíaca e volume sistólico,

além de ser acompanhada de débito cardíaco elevado. O fluxo sanguíneo renal está

desproporcionalmente reduzido. No idoso, apesar de o endurecimento das artérias

propiciar o aumento da pressão arterial (PA), a hipertensão arterial não pode ser

considerada como envelhecimento normal e deve ser considerada como uma doença a

ser tratada de modo apropriado.

O estudo de Framingham classificou a HA como um dos fatores de risco de

maior magnitude e, dessa maneira, essa condição responde por grande parte da

morbidade e da mortalidade cardiovasculares nos países industrializados (Kannel,

2000). Borges, Cruz & Moura (2008) afirmam que ocorre maior relação entre a

elevação da PA e indivíduos com excesso de peso, onde a alimentação inadequada

também é um fator de grande influência no desenvolvimento da doença. Observa-se

que, assim como a hipertensão arterial, a prevalência de obesidade vem aumentando nas

últimas décadas, em todas as faixas de idade, tendo comportamento semelhante ao

envelhecimento populacional enquanto fenômeno mundial. É uma doença crônica que

envolve fatores sociais, ambientais, culturais psicológicos e genéticos. A obesidade,

conceituada como o excesso de tecido adiposo no organismo, resultante do

desequilíbrio energético prolongado que pode ser causada pelo excesso de consumo de

calorias e/ou inatividade física. Representa atualmente um problema de saúde pública,

em função de sua alta prevalência e pela relação direta ou indireta com outras doenças,

como as doenças cardiovasculares.

O excesso de peso atingiu cerca de 1/3 da população adulta brasileira e

apresenta uma tendência crescente, havendo prevalência maior de obesidade entre as

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mulheres, inclusive nos idosos, e em ambos os gêneros, seu auge ocorre na meia idade,

entre os 50 e 65 anos. Entre os idosos, algumas doenças potencializadas pela obesidade

assumem importância maior, pois apresentam frequências aumentadas (Marques,

Arruda, Espírito-Santo, Raposo, Guerra & Sales, 2005).

A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas

por Inquérito Telefônico – Vigitel 2013, realizada pelo Ministério da Saúde,

demonstrou de maneira inédita que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, os

percentuais de excesso de peso (índice de massa corporal ≥25 kg/m2) e de obesidade

(índice de massa corporal ≥30 kg/m2) se mantiveram estáveis no Brasil. Os dados

demonstram que em 2013, o percentual de pessoas com excesso de peso atingiu 50,8%

dos brasileiros, ou seja, mais da metade da população brasileira. Em 2012 esse

percentual foi de 51%. Os números de indivíduos com obesidade também se

mantiveram semelhantes ao resultado de 2012, atingindo o percentual de 17,5% da

população (Brasil, 2013).

Pereira, Barreto & Passos (2008), em estudo transversal de base populacional

analisou dados do "Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade

referida de doenças e agravos não-transmissíveis" do Ministério da Saúde (Brasil,

2004), com o objetivo de descrever a prevalência e aglomeração de fatores de risco

cardiovascular e investigar sua associação com o relato de doença isquêmica do coração

(DIC) em idosos, mostrou que continuam altas as prevalências de alguns dos principais

fatores de risco, como HA, inatividade física, hipercolesterolemia e dieta inadequada,

onde a maioria dos idosos apresentou mais de dois FRCV. A associação entre DIC e

maior aglomeração de FR expressa, provavelmente, maior risco acumulado ao longo da

vida, mas indica também a necessidade de melhorar o perfil de risco desses idosos.

Apesar da gravidade das DCV e do aumento de sua incidência com o avanço da idade,

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grande parte dessas doenças poderia ser evitada e para tal, a World Health Organization

(WHO) propõe uma abordagem de prevenção e controle integrados, em todas as idades,

baseada em modificação dos fatores de risco, através de mudanças nos hábitos

alimentares, incentivo à prática de atividade física, redução da ingestão de álcool,

controle do peso e do colesterol. Essas recomendações visam reduzir eventos clínicos e

morte prematura em pessoas já com a doença cardiovascular ou sem a doença, porém,

com alto risco cardiovascular por apresentar um ou mais fatores de risco (WHO 1998;

2002).

Yusuf, Hawken & Ounpuu et al (2004) acrescentam que os fatores de risco

modificáveis são responsáveis por 90,0% do risco atribuível populacional de doença

arterial coronariana (DAC). Por essas razões, a preocupação com as comorbidades no

idoso são tão importantes, e preveni-las, poderá abreviar e prevenir melhor as doenças

cardiovasculares e oferecer uma melhor qualidade de vida.

Segundo a World Health Organization – WHO (2005), as DCV aumentarão

cerca de 50% até 2020 nos países com economias estáveis e antigas economias

socialistas, e acima de 100% em países de baixo e médio rendimento. Ao contrario das

infecto contagiosas, as doenças cardiovasculares possuem na prevenção o melhor

método para minimizar seus efeitos.

Embora a taxa de mortalidade por DCV no Brasil apresentou tendência de

declínio no período de 1996 a 2009 (Brasil, 2011), essas doenças ainda são as principais

causas de morte no Brasil. Portanto o conhecimento do padrão desses agravos pode

contribuir para subsidiar medidas de prevenção e controle dos fatores de risco nos

diferentes grupos sociais.

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1.4. Estado nutricional e associação com os fatores de risco cardiovascular

As mudanças observadas na alimentação e no estilo de vida das populações

ocorridas em consequência da industrialização, da urbanização, do desenvolvimento

econômico e da globalização são percebidas durante a última década de forma

acelerada. Como consequência observa-se um impacto significativo na saúde e estado

nutricional da população, particularmente em países em desenvolvimento (WHO, 2003).

O Vigitel de 2013 observou algumas mudanças importantes nos hábitos

alimentares da população brasileira com o aumento de 18% em oito anos no consumo

de frutas e hortaliças. A pesquisa registrou que 19,3% dos homens e 27,3% das

mulheres consomem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada

pela WHO, 2004 (Jaime & Monteiro, 2005). Entretanto, mesmo com mudanças no

estilo de vida, diversos hábitos alimentares continuam inapropriados. Pela primeira vez,

a pesquisa Vigitel investigou a quantidade de brasileiros que têm o hábito de substituir o

almoço ou o jantar por um lanche de baixo valor nutritivo. Esse indicador mostrou que

16,5% dos brasileiros (12,6% dos homens e 19,7% das mulheres) costumam trocar,

diariamente, o almoço ou jantar por lanches como pizzas, sanduíches ou salgados. O

consumo excessivo de gordura saturada continua elevado: cerca de 31% da população

não dispensa a carne gordurosa e mais da metade (53,5%) consome leite integral

regularmente. Outro fator preocupante é que 23,3% dos brasileiros consomem

refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana (Brasil, 2013).

A condição de nutrição é aspecto importante, visto que os idosos apresentam

peculiaridades que comprometem seu estado nutricional. Alguns desses condicionantes

ocorrem devido às alterações fisiológicas do próprio envelhecimento, enquanto outros

são acarretados pelas doenças presentes, pelas práticas ao longo da vida como fumo,

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alimentação inadequada, sedentarismo e situação socioeconômica (Sampaio, 2004;

Amado, Arrura & Ferreira, 2007).

As mudanças anatômicas e funcionais mais comuns são as perdas sensoriais com

diminuição da sensibilidade do paladar, do olfato, do tato, da audição, da visão e da

função motora e, consequentemente, a redução das secreções salivares, gástricas e

pancreáticas ricas em enzimas. Paralelamente também há redução do metabolismo, o

que implica em menor ingestão de alimentos, de modo que a quantidade produzida de

enzimas, ainda que diminuída, é suficiente para atender as necessidades orgânicas do

idoso. Todavia, estas alterações podem levar à menor ingestão de alimentos como

resultado da redução do apetite, do reconhecimento do alimento e da habilidade em se

alimentar, podendo comprometer a nutrição do organismo (Mahan, Escott-Stump &

Krause, 2013).

A alimentação na vida do idoso tem uma importância emocional e está

intimamente ligada a um comportamento apreendido e as questões associadas ao

relacionamento familiar. Fazer uma dieta saudável está atrelado aos sentimentos e

frustrações, independente das condições econômicas e culturais. Para o idoso, a

determinação do seu estado nutricional deve considerar, entre outros, uma complexa

rede de fatores, onde é possível relatar o isolamento social, a solidão, as doenças

crônicas, as incapacidades e as alterações fisiológicas próprias do processo de

envelhecimento (Augusto 1995, Najas & Nebuloni 2005). Portanto, a manutenção de

um estado nutricional adequado é muito importante, pois de um lado encontra-se o

baixo-peso, que aumenta o risco de infecções e mortalidade, e do outro o sobrepeso, que

aumenta o risco de DCNT, como hipertensão, diabetes mellitus e hiperlipidemias

(Bueno, Fernandes & Costa, et al., 2008).

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Idosos desnutridos estão mais propícios a apresentar altas incidências de

infecções, osteoporose, fraturas, problemas respiratórios e cardíacos, bem como altas

taxas de mortalidade relacionadas à gravidade das deficiências nutricionais (Campanella

Farias & Breitkopf et al., 2007). Consequentemente, a importância de se avaliar o

estado nutricional que além de permitir identificar indivíduos com distúrbios

nutricionais ou com risco aumentado para complicações associadas ao estado

nutricional, permite propor e monitorar intervenções dietoterápicas que auxiliem na

recuperação do estado de saúde destes indivíduos (Acuña & Cruz, 2004).

O estado nutricional pode ser avaliado a partir de vários parâmetros, utilizados

de forma isolada ou associados. Os métodos mais comuns são: a avaliação clínica, de

consumo alimentar, antropométrica e bioquímica. Atualmente a avaliação

antropométrica é a mais utilizada para o diagnóstico nutricional, por ser de fácil

manuseio, baixo custo, rápida aplicação e não invasivo. Está presente em inúmeros

estudos, o que favorece a pesquisa científica.

Diversos estudos com a população idosa fizeram uso da antropometria e as

variáveis comumente investigadas são o índice de massa corporal (IMC) e perímetros

corporais. Entretanto, a antropometria pode ser a mais afetada pela idade, devido as

particularidades dos indivíduos desse grupo, relacionados não só às mudanças

biológicas da idade e as doenças, como também às práticas ao longo da vida, ligadas ao

fumo, à dieta e à atividade física (Santos & Sichieri, 2005).

Considerando as alterações decorrentes do envelhecimento como a diminuição

da estatura e da massa muscular, a alteração da elasticidade e compressibilidade da pele,

as mudanças corporais no peso, na quantidade e no padrão de gordura corporal, nas

dobras cutâneas e nas circunferências se faz necessária a adaptação de alguns

parâmetros para avaliação nutricional do idoso por meio da antropometria.

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A gordura corporal relativa, com o avanço da idade, parece aumentar até por

volta dos 70 anos de idade, quando começa a apresentar redução (Villareal, Apovian, &

Kushner et al., 2005). O estudo longitudinal de Hughes, Roubenoff & Wood et al

(2004), conduzido com 54 homens e 75 mulheres com idade média de 60,4 anos,

mostrou que, mesmo quando ocorre diminuição substancial do tecido adiposo

subcutâneo, a massa gorda total tende a aumentar com o envelhecimento. Esse evento,

conceituado como “redistribuição da gordura corporal”, pode ser evidenciado pela

redução nas medidas da circunferência do braço (CB) e na dobra cutânea tricipital

(DCT) e; aumento no circunferência da cintura (CC) (Kuczmarski MF, Kuczmarski RJ

& Najjar, 2000). Concomitante ao aumento da gordura corporal observa-se redução da

massa corporal magra, principalmente em relação à diminuição da massa muscular.

Essa redução se inicia já na juventude (20 a 30 anos de idade), intensifica-se por volta

dos 70 anos de idade (Villareal et al. 2005) e pode ser verificada pelas reduções na

circunferência da panturrilha (CP) e na circunferência muscular do braço (CMB)

(Barbosa, Souza & Lebrão et al., 2005).

O índice de massa corpórea (IMC) é amplamente utilizado como indicador do

estado nutricional do idoso, devido à facilidade de aplicação, e principalmente pela

existência de padrões de referência atuais, que permitem comparações entre populações.

Também por não ser invasivo, ser de baixo custo e mais preciso que as medidas obtidas

por meio das dobras cutâneas, uma vez que às mudanças biológicas da idade e as

doenças já instaladas dificultam a obtenção precisa destas medidas. Outro parâmetro

muito utilizado e considerado uma medida antropométrica bastante importante e

indicadora de massa muscular é a circunferência da panturrilha (CP), que fornece uma

estimativa da reserva protéica e pode ser utilizada como auxiliar na detecção de risco

nutricional (Menezes & Marucci, 2007).

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A avaliação nutricional deve, portanto, utilizar diversos parâmetros que

permitam maior fidelidade na classificação do estado nutricional no idoso. Atualmente,

o teste de Força de Preensão Palmar (FPP) está sendo utilizado para avaliar a força

muscular global como auxiliar na avaliação nutricional. A força de preensão torna-se

relevante indicador de alterações do estado nutricional em curto prazo, bem como da

resposta ao suporte nutricional, descrito como um dos mais sensíveis testes funcionais

indicadores de depleção proteica (Schlüssel, Anjos & Kac, 2008).

A baixa funcionalidade pode ser mensurada pelo teste da FPP e associa-se ao

estado nutricional insatisfatório, independentemente da idade, sexo ou estatura. Por

conseguinte, a avaliação da força muscular pode auxiliar em condutas de intervenção

para prevenir ou retardar futuras limitações e deficiências funcionais (Pieterse,

Manandhar & Ismail 2002). O conhecimento da correlação entre o estado nutricional e a

força de preensão palmar como preditor de funcionalidade poderá direcionar novas

estratégias de promoção, prevenção e tratamento de agravos à saúde em idosos, visando

à melhoria da sua qualidade de vida por ser um preditivo de morbimortalidade.

Imprescindível também conhecer os hábitos alimentares que estão intimamente

relacionados aos aspectos culturais, socioeconômicos e psicológicos que envolvem o

ambiente das pessoas. A avaliação do consumo alimentar torna-se portanto um

importante instrumento de conhecimento se a ingestão de alimentos está adequada ou

inadequada e o de identificar hábitos inadequados e/ou a ingestão excessiva de

alimentos com pobre conteúdo nutricional.

Na avaliação da associação entre dieta e DCNT, a exposição de interesse neste

estudo é a ingestão alimentar de longo prazo. Para tal levantamento quando se utiliza o

Questionário de Frequência Alimentar - QFA, com apenas uma aplicação se obtém

informações sobre a dieta usual dos indivíduos, o que significa praticidade e baixo

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custo, além de menor complexidade no processamento e análise dos dados (Cavalcante,

Priore & Franceschini 2004).

Nesse contexto, importante também é o conhecimento das características

sociodemográficas, que adicionadas às informações antropométricas, permitam mapear

as necessidades da população e orientar políticas de cunho social (Lima-Costa & Veras,

2003).

1.5. Atividade física e associação com os fatores de risco cardiovascular

A atividade física regular provoca substancial melhoria e efeitos de reforço na

saúde. Existe um grande número de estudos observacionais, experimentais e clínicos

que suportam a evidência de que o exercício moderado reduz o risco de

desenvolvimento de doença arterial coronariana, aterosclerose, doenças

cerebrovasculares, hipertensão arterial, diabetes, sobrepeso e obesidade. Além disso,

promove uma melhora na capacidade cardiorrespiratória e está associada com uma

redução significativa na ocorrência de eventos cardiovasculares fatais e não fatais,

independentemente da presença de outros fatores de risco (Ignaro, Balestrieri & Napoli,

2007).

O benefício da atividade física de baixa a moderada intensidade, tem surgido

como conceito de estilo de vida fisicamente ativo e é definido como o acúmulo diário de

no mínimo 30 minutos de atividade auto selecionada, que inclui lazer, trabalho ou

atividades domésticas que devem ser pelo menos de moderada intensidade e que podem

ser atividades da vida diária, planejadas ou não (WHO, 2004).

Segundo a WHO (2004), a prática regular de atividade física, 30 minutos em

pelo menos cinco dias por semana reduz o risco de mortes prematuras, doenças do

coração, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2. Atua na prevenção ou redução da

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HA, previne o ganho de peso, diminui o risco de obesidade, auxilia na prevenção ou

redução da osteoporose, promove bem estar, reduz o estresse, a ansiedade e depressão,

além de retardar o declínio funcional do corpo. Reduz, ainda, a severidade das

incapacidades associadas às doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas, e

mantem a independência por um período mais longo da vida (WHO, 2002).

Segundo pesquisa feita pelo IBGE com base na Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílio (PNAD, 2008), e divulgada em 2012, 80% dos brasileiros são sedentários,

e uma das consequências mais temidas é a obesidade (IBGE, 2010). O sedentarismo

está por trás de 13,2% das mortes no Brasil, a inatividade é a causa de 8,2% dos casos

de doenças cardíacas, sendo 6% dos casos de doença cardíaca coronariana, 7% de

diabetes tipo 2 e 10% dos casos de cânceres de mama e cólon. O número é um dos

maiores da América Latina, onde 11,4% das mortes são causadas pelo sedentarismo

(Lee, 2012).

O condicionamento físico pode melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e

também pode ajudar as pessoas mais velhas a viverem de forma independente. Dados do

Vigitel (2011) mostram que apenas 14,9% dos brasileiros, com idade igual ou maior a

18 anos fazem atividade física no tempo livre (lazer), 30,8% fazem atividade física no

tempo livre ou deslocamento e 14,2% são inativos fisicamente, ou seja, são inativos no

tempo livre, deslocamento, trabalho e atividade doméstica. Quando considerados

somente os indivíduos com idade igual ou maior a 65 anos, esses índices alcançam

12,2%, 15,4% e 36,7%, respectivamente, observando-se um aumento da inatividade

física nessa faixa etária. Ressalta-se que, em todas as categorias analisadas, a

inatividade física foi maior entre o sexo feminino (Brasil, 2011).

Observa-se, no entanto, segundo o Vigitel 2013 que houve um aumento na

prática de atividade física de 30,3% para 33,8% nos últimos cinco anos. Isso representa

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um aumento de 11% no número de pessoas que no tempo livre praticam exercícios

(Brasil, 2013).

Como instrumento para avaliação do nível de atividade física, foi criado o

International Physical Activity Questionnaire - IPAQ, que pode ser utilizado

internacionalmente e que, por meio deste, são obtidas estimativas comparáveis dos

níveis de atividade física em diversas populações. Esse questionário foi criado através

de um esforço de experts e com o auxílio da Organização Mundial de Saúde e do

“Center for Disease Control and Prevention” (CDC). O IPAQ tem sido recomendado

pela WHO como um instrumento útil na avaliação da atividade física em populações. A

validação do questionário foi realizada por um estudo envolvendo 14 centros em 12

países, do qual o Brasil fez parte, no ano de 2000. Ambas as formas, curta e longa

mostraram razoável concordância e podem ser usadas com segurança para avaliar

populações urbanas de países em desenvolvimento, já que foi testado em tais

populações. O estudo de validade e reprodutibilidade do IPAQ no Brasil também

demonstrou que as formas longa e curta são comparáveis entre si (Matsudo S, Araújo,

Matsudo V & Andrade et al., 2001).

Estilo de vida fisicamente ativo têm sido consistentemente relacionados à

redução da mortalidade e morbidade por DCV. No entanto, a Pesquisa SABE (SAÚDE,

BEM-ESTAR E ENVELHECIMENTO), realizada no município de São Paulo (2003),

descreve que apenas 26,5% dos idosos realizaram atividade física regularmente nos

últimos 12 meses, sendo mais frequente no grupo de 60 a 75 anos do que no de 75 anos

e mais (30,2 e 13,7%, respectivamente).

O processo de envelhecimento populacional vem-se constituindo em um dos

maiores desafios para a saúde pública contemporânea, principalmente nos países onde

esse fenômeno tem ocorrido em situações de pobreza e grande desigualdade social e o

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delineamento de políticas específicas para pessoas idosas vêm sendo apontados como

altamente necessário, sendo imprescindível o conhecimento das necessidades e

condições de vida desse grupo etário (Veras, 2003). É fundamental redobrar a atenção à

saúde do idoso, conseguir a manutenção do seu bom estado de saúde, com a finalidade

de atingir o máximo de vida ativa na comunidade junto à família, com o maior grau

possível de autonomia, de independência física, psíquica e social. Para tanto, cabe às

autoridades competentes intensificar suas ações no processo de educação em saúde com

vistas a se manter o padrão de qualidade de vida compatível com os recomendados pelo

Estatuto do Idoso ora vigente no país.

Sendo assim, ao realizar a pesquisa sobre as doenças cardiovasculares, estado

nutricional e níveis de atividade física no envelhecimento, pretende-se estudar a relação

desses fatores como condicionantes da doença na população idosa. Deste modo, ao se

analisarem as condições de saúde de uma população é possível identificar a distribuição

populacional dos principais fatores de risco, o que pode orientar as políticas de saúde na

prevenção de agravos futuros (Barata, 2008).

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

O objetivo do presente estudo foi determinar o perfil de idosos com doença

cardiovascular segundo o estado nutricional e níveis de atividade física, bem como

testar a relação entre estas variáveis e tempo de internação dos sujeitos.

2.2. Objetivos específicos

Identificar principais doenças cardiovasculares como causa de internação em

idosos;

Analisar os fatores de risco cardiovascular relacionados ao sedentarismo e

estado nutricional;

Testar a relação entre o estado nutricional e tempo de internação entre os

indivíduos estudados.

3. MÉTODOS

3.1. Delineamento do estudo

Foi realizado um estudo transversal descritivo, a partir de uma amostra por

conveniência, com idosos de 60 anos ou mais, de ambos os gêneros, atendidos na

clínica médica de um serviço público de saúde da cidade de São Paulo/SP.

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3.2. Local do estudo

O estudo foi realizado no Hospital Geral “Dr. José Pangella” de Vila Penteado

situada na região Oeste de São Paulo, cuja área de abrangência compreende 39 bairros,

além de conjuntos residenciais. É um hospital geral, de médio porte com 202 leitos,

sendo 34 leitos de clínica médica, especializado em serviços de urgência e emergência.

3.3. População de estudo e amostragem

Este estudo incluiu 30 indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou

superior a 60 anos (limite etário para idosos recomendado pela WHO para países em

desenvolvimento), internados na clínica médica, no período de março a maio de 2014,

que apresentaram doença cardiovascular, e que não apresentaram os critérios de

exclusão.

3.4. Critérios de inclusão no estudo

Foram incluídos todos os indivíduos com idades ≥ 60 anos, que apresentaram

doença cardiovascular e que concordaram em participar da pesquisa.

3.5. Critérios de exclusão no estudo

Foram excluídos da pesquisa os idosos portadores de doença cardiovasculares

com osteoartrite/osteoartrose de mãos, ombros, e difusos; diagnóstico ortopédico ou

neurológico que inviabilizassem e alterassem a execução dos testes, como amputação,

ombro doloroso, assimetrias, doença de Parkinson, alteração de tônus e doença

cerebelar ou déficit cognitivo que não permitissem a compreensão dos comandos e a

aplicação dos instrumentos da pesquisa.

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3.6. Riscos

A pesquisa ofereceu riscos mínimos aos participantes, sendo que estes estão

declarados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO 1). Os

desconfortos e os riscos que eventualmente pudessem ocorrer seriam de ordem

subjetiva, no que diz respeito à reflexão sobre a sua imagem, quando da mensuração do

peso, da altura e dobras, ou ainda durante a entrevista a possibilidade de exposição de

informações pessoais. Como o estudo foi realizado com indivíduos hospitalizados, o

atendimento psicológico já faz parte da rotina do Hospital, qualquer desconforto

emocional poderia ter sido atendido por este serviço. Contudo, essa pesquisa não incluiu

nenhum procedimento invasivo que oferecesse riscos aos participantes.

3.7. Benefícios

Os idosos serão beneficiados indiretamente ao participar da pesquisa, com a

possibilidade de contribuir com a construção de um conhecimento que, junto à

comunidade científica poderá fornecer subsídios sobre a condição de saúde e fatores de

risco de portadores de doença cardiovascular e que futuramente possam promover ações

que evitem e/ou minimizem a prevalência e complicações decorrentes desse agravo. O

fundamental foi a perfeita compreensão pelos voluntários da natureza da pesquisa em

que participaram, seus propósitos, seus riscos e benefícios, para sua concordância.

3.8. Material e procedimentos

Os participantes selecionados para a pesquisa foram contatados nas primeiras

vinte e quatro horas da internação, pela própria pesquisadora, seguindo os padrões do

Hospital, para início dos procedimentos. Para a coleta de dados, foi aplicada entrevista

com seis questões para determinar o perfil sociodemográfico, a avaliação nutricional,

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onde foram coletados dados antropométricos de peso (Kg) e estatura (m), circunferência

da panturrilha (CP) e circunferência de braço (CB), Circunferência muscular do braço

(CMB),dobras cutâneas tricipital (DCT), o Questionário de Frequência Alimentar

(QFA), o teste de Força de Pressão Palmar (FPP), e para determinar o nível de atividade

física foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ (Versão

Curta).

3.8.1. Perfil sociodemográfico

Para coleta de dados sociodemográficos foi aplicada entrevista, as variáveis

estudadas foram: gênero, idade, estado civil, nível de escolaridade, renda familiar

mensal, ocupação, história clínica (APÊNDICE 1).

3.8.2. Avaliação antropométrica

Os parâmetros para verificar o estado nutricional neste estudo foram as medidas

primárias (utilizadas isoladamente) de peso, estatura, dobra cutânea tricipital (DCT) e

circunferência da panturrilha (CP), circunferência do braço (CB), força de preensão

palmar (FPP) e as medidas secundárias (combinadas) circunferência muscular do braço

(CMB) e do Índice de Massa Corporal (IMC) (APÊNDICE 2), obtidas sempre após 24

horas de internação pela própria pesquisadora.

Peso

Para aferir o peso foi utilizada balança antropométrica digital, com escala 01 kg

sendo a carga máxima de 300 kg, marca Welmy W 300 – Toledo, com os idosos

descalços, com vestimentas leves posicionados no centro da base da balança (Frisancho,

1990). Para os idosos que não conseguiram permanecer em pé, o peso foi estimado pela

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equação de Chumlea de acordo com o gênero, elaboradas a partir de medidas

consideradas indicadores da composição corporal: altura do joelho (AJ), circunferência

do braço (CB) e panturrilha (CP) e dobra cutânea subescapular (DCSE) e calculado por

meio da equação:

Quadro 1. Equação para estimativa de peso corporal.

Homens: [(0,98 x CP (cm)] + (1,16 x AJ (cm)) + (1,73 x CB (cm)] + (0,37 x DCSE

(mm)) - 81,69]

Mulheres: [(1,27 x CP (cm))] + (0,87 x AJ (cm)) + (0,98 x CB (cm)) + (0,4 x DCSE

(cm)) – 62,35]

Fonte: Chumlea, 1985.

Para aferir a AJ, foi utilizado um antropômetro móvel marca Nutri-Vida. O

indivíduo deveria estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível da

extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°, medindo o

comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna (cabeça da fíbula) na

altura do joelho. Os procedimentos para aferir a CB, a CP e a DCSE serão descritos

posteriormente.

Estatura

Foi utilizado o estadiômetro acoplado à balança antropométrica digital Welmy

W300 – Toledo, com escala 0,5cm, sendo a estatura máxima de 2m. Os idosos se

mantiveram descalços, com o peso distribuído entre os pés, calcanhares juntos, em

postura ereta, com o olhar voltado para frente, com a cabeça formando um ângulo de

90° entre o queixo e pescoço (Frisancho, 1990). Para os idosos que não conseguiram

permanecer em pé, utilizou-se um antropômetro móvel marca Nutri-Vida, onde para

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aferir o comprimento da perna o indivíduo, em posição supina ou sentada o mais

próximo possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em

ângulo de 90°, foi medido o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da

perna (cabeça da fíbula) na altura do joelho, em centímetros e calculada por meio da

equação:

Quadro 2. Equação para estimativa de estatura.

Homem = 64,19 – (0,04 x I) + (2,02 x AJ)

Mulher = 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 x AJ)

Onde: AJ = Altura do joelho (cm) e I = idade. Fonte: Chumlea, 1985.

Índice de massa corporal – IMC

A partir das medidas de peso e estatura, foi calculado o IMC, pela seguinte

equação: peso (kg)/estatura (m²). A classificação do estado nutricional, segundo o IMC,

proposto pelo projeto SABE/OPAS (2002) foi adotada como referência no presente

estudo (Quadro 3).

Quadro 3. Classificação do estado nutricional para idosos, segundo o IMC.

IMC (kg/ m²) Classificação

< 23 Baixo Peso

23 – 28 Eutrofia

≥ 28 - 30 Sobrepeso

> 30 Obesidade

Fonte: OPAS, 2002.

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Circunferência de braço – CB (cm)

Foi aferida no ponto médio do braço direito entre o acrômio e o olecrano, com os

idosos em posição anatômica, relaxados, o avaliador posicionado lateralmente a estes,

de forma perpendicular ao eixo do segmento (Frisancho, 1990) e medido em

centímetros (cm). Para aferição foi utilizada fita métrica flexível e inelástica com

precisão de um mm. A medida foi comparada a referência de Frisancho, 1990 que

classifica os indivíduos em valores distribuídos em percentis segundo idade e gênero,

onde:

< P5 Desnutrição

P5 – P15 Risco para desnutrição

P15 – P85 Eutrofia

≥ P85 Obesidade

Fonte: Frisancho, 1990.

Circunferência muscular do braço - CMB (cm)

Foi obtida a partir dos valores da CB e da dobra cutânea tricipital (DCT). Por

meio dos resultados obtidos na aferição da circunferência do braço e dobra cutânea

triciptal, para verificação de massa livre de gordura dos participantes da pesquisa foi

aplicada a equação:

CMB (cm) = CB(cm) – (DCT(mm) x 0,314)

E classificada de acordo com os percentis:

< P5 Déficit de massa magra

P5 – P10 Risco de déficit de massa magra

P10 – P90 Eutrofia

> P90 Musculatura desenvolvida

Fonte: Frisancho, 1981.

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Circunferência de panturrilha (CP)

Foi aferida no maior volume da perna direita com o idoso sentado em uma

cadeira, com os joelhos flexionados a 90º, com o avaliador posicionado lateralmente a

este, aferindo a maior circunferência no terço proximal perpendicular ao eixo da perna,

utilizando-se fita métrica inelástica, com precisão de um mm. Pacientes restritos ao leito

a medida foi realizada na perna esquerda, com uma fita métrica inelástica, na sua parte

mais protuberante (Sociedade de Geriatria e Gerontologia, 2011).

A medida será classificada por percentis onde:

< P5 Desnutrição

P5 – P10 Risco de desnutrição

P10 – P90 Eutrofia

> P90 Obesidade

Fonte: OPAS, 2002.

Dobra cutânea tricipital – DCT (mm)

Foi medida na face posterior do braço, na distância média entre a borda súpero-

lateral do acrómio e a borda inferior do olecrânio, segundo o eixo longitudinal do braço

direito (Frisancho, 1990). Para aferição dessa dobra foi utilizado o adipômetro com

escala de 0-60 mm e intervalo de um mm marca Sanny. Para os acamados, o braço

deverá estar relaxado e paralelo ao tronco, com o indivíduo deitado. A medida será

classificada por percentis onde:

< P5 Déficit de gordura

P5 – P15 Risco de Déficit de gordura

P15 – P85 Eutrofia

≥ P85 Excesso de gordura

Fonte: Frisancho, 1990.

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Força de preensão palmar (FPP)

A força de preensão palmar foi realizada com o auxílio de um dinamômetro

manual eletrônico, marca E-Clear, modelo EH 101, de acordo com o preconizado pela

Sociedade Americana de Terapeutas da Mão – SATM, adotando a unidade de medida

em quilogramas (kg). O idoso permaneceu sentado em cadeira com o braço aduzido e

em rotação neutra, com cotovelo flexionado a 90°, com antebraço e punho em rotação

neutra. A empunhadura foi auto ajustada, conforme o relato de maior conforto dado

pelo paciente e após a observação da posição correta do aparelho, cuja haste foi

posicionada entre as segundas falanges dos dedos (indicador, médio e anular). No início

do teste, a agulha foi colocada na posição neutra (zero). Ao comando de voz do

avaliador, o idoso, com a mão dominante, realiza o máximo de força para aproximar as

duas hastes do aparelho. Durante o teste os idosos foram orientados a pressionar o

dinamômetro até o alcance de sua força máxima, repetindo o teste três vezes, de forma

alternada, com a mão dominante e com intervalo de um minuto entre cada tentativa,

evitando o cansaço durante a aferição.

A força foi aplicada durante cinco segundos para cada tentativa, sendo

considerada a medida de maior valor em Kilograma por força (kg/f), o resultado será

classificado de acordo com o gênero, sendo adequado quando:

≥ 30kg/f para os homens e ≥ 20kg/f para as mulheres

Fonte: Lauretani et al., 2003.

3.8.3. Consumo Alimentar

O consumo alimentar foi avaliado por meio do Questionário de Frequência

Alimentar - QFA (APÊNDICE 3), adaptado à pesquisa, onde foi realizado por

entrevista pessoal conduzida pela nutricionista/pesquisadora. Nesta avaliação foram

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coletados dados no que se refere aos alimentos consumidos e às quantidades ingeridas,

para avaliação dos hábitos alimentares. Foi utilizado o QFA, semiquantitativo,

elaborado pelo Grupo de Pesquisa de Avaliação do Consumo Alimentar – GAC da

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, que consta de 86 alimentos

que estão separados por grupos alimentares. Por meio deste instrumento os participantes

indicaram o número de vezes (de zero a dez), em determinado período de tempo (diário,

semanal, mensal e anual) em que há o consumo do respectivo alimento, assim como a

quantidade que é consumida em cada ocasião, que será classificada em porção pequena,

média ou grande de acordo com as quantidades disponíveis no instrumento (FISBERG e

MARCHIONI, 2012). Para a pesquisa foram selecionados 65 alimentos. A escolha dos

alimentos que compõem a lista foi norteada pela hipótese do estudo.

3.8.4. Avaliação da Prática de Atividade Física

Foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (Versão Curta) –

IPAQ (APÊNDICE 4), proposto pela Organização Mundial da Saúde (1998), validado

por Matsudo et al. (2001), que pretende servir como instrumento mundial para

determinar o nível populacional de atividade física atual e pregressa.

O IPAQ é um instrumento internacional criado para produzir dados comparáveis

sobre atividade física em diferentes contextos. O questionário investiga a frequência

semanal, duração e intensidade (moderada ou vigorosa) das atividades físicas realizadas

num período de sete dias. A versão curta apresenta sete questões cujas informações

estimam o tempo despendido por semana em diferentes dimensões de atividade física,

como caminhada e esforço físico entre as intensidades leve, moderada e vigorosa,

classificados:

1. MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:

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a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão ou

b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA ou

CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

2. ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou

b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada +

moderada + vigorosa).

3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física, porém, de

forma insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações

quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a

duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa).

4. SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos

10 minutos contínuos durante a semana.

3.9. Aspectos éticos

Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade São Judas Tadeu, sendo aprovado segundo parecer nº. 488.872, de

11/12/2013 (ANEXO 2). Os indivíduos elegíveis para pesquisa baseado no critério de

inclusão foram convidados a participar da pesquisa pelo pesquisador principal. Neste

momento, foram apresentadas pela pesquisadora, informações sobre o estudo: objetivos,

riscos, benefícios, e procedimentos aos quais seriam submetidos. Confirmado o desejo

de participar voluntariamente da pesquisa, entregou-se duas cópias do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, conforme preconiza a Resolução 466/2012

do Conselho Nacional de Saúde, que assegura os direitos dos participantes de pesquisas,

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sendo que uma das vias assinada ficou em poder da pesquisadora. Foram esclarecidos

que a confidencialidade dos participantes da pesquisa seria mantida, em nenhum

momento ou por quaisquer meios existiria a possibilidade de divulgação pública dos

resultados que identificasse os dados do participante da pesquisa.

3.10. Análise estatística

Com base nos objetivos propostos foi utilizado para organização e tabulação dos

dados o programa Microsoft Excel for Windows, versão 2008, e para análise estatística o

programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21. Os

resultados foram apresentados na forma de valores absolutos e relativos, média ± desvio

padrão da média. Para as comparações entre os gêneros, foi utilizado o teste ANOVA de

uma via. Correlação de Pearson foi utilizada para associações entre variáveis. Foi

adotado o nível de significância de 5% (p≤0,05).

4. RESULTADOS

A amostra deste estudo foi composta por 30 idosos internados por motivos

cardiovasculares em um serviço público de saúde, no período de março a maio de 2014,

com tempo médio de internação dos participantes de 6,3 dias. Na Tabela 1, estão

demonstradas as características desta população estratificadas pelo gênero. A maioria

dos idosos encontrava-se na faixa etária de ≥ 71anos (63,4%). A idade média de idade

dos participantes foi de 75,1±9,3 anos, com idade mínima de 60 e máxima de 100 anos.

De acordo com a distribuição da população investigada, segundo o gênero, foi

observado que 46,6% dos indivíduos são do sexo masculino e 53,4% do sexo feminino.

Quanto ao estado civil, 57,2% dos idosos do sexo masculino são casados, e em

relação ao sexo feminino, 37,5% são casadas, e 43,7% viúvas. Quanto à escolaridade, as

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frequências relativas e absolutas demonstram que, em ambos os sexos, 73,3% tem o

ensino fundamental. A renda familiar predominante entre os idosos foi igual ou menor a

1 salário mínimo (56,7%). Com relação à ocupação, 56,6% dos idosos são aposentados,

23,3% pensionistas e apenas 20,0% são economicamente ativos.

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos indivíduos segundo gênero.

Os resultados foram expressos em frequência e porcentagem. ( - ) não houve enquadramento.

Na Tabela 2, quanto à condição de saúde e doenças cardiovasculares presentes,

houve predomínio da hipertensão arterial sistêmica em ambos os sexos, com 64,2% no

sexo masculino e 62,5% no sexo feminino. Os resultados apontam que o infarto agudo

do miocárdio é mais frequente no sexo masculino (28,5%) que no sexo feminino

(6,2%); a insuficiência cardíaca congestiva descompensada apresenta maior

Variável Categorias Masculino (n=14) Feminino (n=16) Total

Estado civil Casado/unidos 8 (57,2%) 6 (37,5%) 14 (46,7%)

Solteiro 3 (21,4%) 2 (12,5%) 5 (16,6%)

Divorciado 2 (14,2%) 1 (6,3%) 3 (10,0%)

Viúvo 1 (7,2%) 7 (43,7%) 8 (26,7%)

Escolaridade Analfabeto 2 (14,3%) 3 (18,7%) 5 (16,7%)

Fundamental 10 (71,4%) 12 (75,0%) 22 (73,3%)

Médio 2 (14,3%) 1 (6,3%) 3 (10,0%)

Renda

familiar

0–1 Salário 7 (50,0%) 10 (62,5%) 17 (56,7%)

2-5 Salários 6 (42,8%) 6 (37,5%) 12 (40,0%)

6-10 Salários 1 (7,2%) - 1 (3,3%)

Ocupação Aposentado 10 (71,4%) 7 (43,7%) 17 (56,6%)

Pensionistas - 7 (43,7%) 7 (23,4%)

Econ. ativos 4 (28,6%) 2 (12,6%) 6 (20,0%)

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predominância no sexo feminino (25,0%) em relação ao masculino (7,1%); a

insuficiência coronariana estava presente apenas no sexo feminino (6,2%).

Tabela 2. Motivo cardiovascular de internação segundo o gênero.

Os resultados foram expressos em valores absolutos e relativos. (-) não houve enquadramento.

IAM – infarto agudo do miocárdio; IC – insuficiência cardíaca; HA – hipertensão arterial.

Para as variáveis antropométricas, as médias e desvio padrão do peso para o

sexo masculino foi 59,8±20,7 e estatura 1,55±0,1 (p = 0.923); para o sexo feminino

60,5±20,9 para o peso e 1,50±0,1 (P= 0.835) para a estatura.

Na Tabela 3 estão apresentados os valores médios, de acordo com o gênero, das

variáveis: circunferência da panturrilha (CP), circunferência do braço (CB),

circunferência muscular do braço (CMB) e dobra cutânea tricipital (DCT). Ao avaliar o

estado nutricional por meio da CP, foi identificado que 78,5% dos idosos do sexo

masculino apresentaram percentis classificados em eutrofia e 21,5% para baixo peso.

Para o sexo feminino, 43,7% apresentaram-se em eutrofia e 37,6% com percentis para

baixo peso.

DCV Masculino (n=14)

n (%)

Feminino (n=16)

n (%)

Total

n (%)

IAM 4 (28,5) 1 (6,2) 5 (16,6)

IC descompensada 1 (7,1) 4 (25,0) 5 (16,6)

HA Severa 9 (64,2) 10 (62,6) 19 (66,3)

Insuficiência coronariana - 1 (6,2) 1 (3,3)

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Quando avaliada a variável CB, foi observado que, para ambos os sexos, houve

predominância do percentil que indica baixo peso, sendo 71,4% para o sexo masculino e

56,3% para o sexo feminino.

No que tange a variável CMB, para o sexo masculino, 36,7% dos indivíduos

estudados enquadram-se no percentil para baixo peso e 34,8% para obesidade. Foram

também observados no sexo feminino que 31,2% apresentavam-se em eutrofia e 56,2%

em obesidade (Tabela 3).

Para a DCT, os resultados indicam que 92,8% dos idosos do sexo masculino

estão classificados em eutrofia e, para o sexo feminino, foram encontradas proporções

de eutrofia e risco de desnutrição na ordem de 37,5% e 50%, respectivamente.

Tabela 3. Variáveis antropométricas em média, desvio padrão e classificação em

percentis segundo o gênero.

Variável

Masculino Feminino

(n=14) (n=16)

Valor

de p

Classificação

Masculino Feminino

P5≤-10 P10-90 P<90 P5≤-10 P10-90 P<90

CP 33,8±5,7 34,2±5,6 0,852 21,5 78,5 - 37,6 43,7 18,7

CB 28,6±7,1 28,9±7,2 0,895 71,4 14,3 14,3 56,3 18,7 25,0

CMB 23,6±4,9 23,8±5,0 0,905 36,7 28,5 34,8 12,6 31,2 56,2

DCT 15,6±9,2 16,0±9,4 0,914 7,2 92,8 - 50,0 37,5 12,5

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão e percentis. (-) não houve

enquadramento.

Na Tabela 4, ao analisar a variável de força de preensão palmar (FPP), foi

observado que em ambos os sexos os resultados apontam para risco de desnutrição,

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sendo que 92,8% dos idosos do sexo masculino e 93,7% do sexo feminino apresentam

baixo desempenho para esta variável. No entanto, não foram observadas diferenças

significativas quando da comparação entre os gêneros.

Tabela 4. Resultados do teste de força de preensão palmar dos participantes segundo o

gênero.

Variável

Masculino

(n=14)

Feminino

(n=16)

Valor

de p

Classificação

Masculino Feminino

P5≤-10 P10-90 P<90 P5≤-10 P10-90 P<90

FPP 13,98±6,4 13,2±5,9 0,73 92,8 6,3 - 93,7 6,3 -

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão e percentis. (-) não houve

enquadramento.

Em adição a esses dados, foi observada uma correlação negativa entre a força de

preensão palmar e tempo de internação nos indivíduos estudados de ambos os sexos (r =

-0,6486; P = 0,0008), conforme pode ser observado na Figura 1.

Figura 1. Correlação entre força de preensão palmar (FPP, em Kg/F) e tempo de

internação dos indivíduos (em dias) de ambos os sexos.

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Quando analisado o IMC, foi observado que a média para homens foi de

25,04±9,09 e para mulheres de 25,64±9,28, não havendo diferenças entre os grupos (P =

0,859). Na Tabela 5, pela classificação do estado nutricional segundo o sexo e IMC, foi

observado que apenas 21,4% dos indivíduos do sexo masculino estão classificados

como eutróficos, com uma frequência maior de risco de desnutrição em 71,4%. Na

análise da distribuição segundo o sexo feminino, foram verificados índices maiores para

obesidade (37,5%) e 25,0% para eutrofia.

Tabela 5. Classificação do estado nutricional segundo IMC, por gênero.

Variável Masculino Feminino

n(%) n(%)

Desnutrição 10 (71,4) 6 (37,5)

Eutrofia 3 (21,4) 4 (25,0)

Sobrepeso 1 (7,2) -

Obesidade - 6 (37,5)

Total 14 (100) 16 (100)

Os resultados foram expressos em frequência e porcentagem. (-) não houve enquadramento.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 5 10 15 20 25 30

FPP (Kg/F)

Tem

po

de

inte

rna

ção

(d

ias)

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De maneira semelhante ao observado com a força de preensão palmar,

conforme observado na Figura 2, uma correlação negativa entre o IMC e o tempo de

internação foi obtida para o gênero masculino, demonstrando que quanto menor o IMC,

mais tempo os indivíduos permaneceram internados (r = -0,5900; P = 0,0039).

Figura 2. Correlação entre índice de massa corporal (IMC, em Kg/m2) e tempo de

internação dos indivíduos (em dias) do gênero masculino.

A classificação quanto à prática de exercícios físicos, descrita na Tabela 6,

aponta para o fato de que a maioria dos idosos da pesquisa é sedentário, representado

por 85,7% de indivíduos do sexo masculino e 93,7% do sexo feminino. Por outro lado,

14,3% e 6,3%, respectivamente, são classificados como irregularmente ativos, conforme

classificação pelo IPAQ. Quanto à atividade física pregressa, 96,66% da amostra relatou

nunca ter praticado atividades físicas ao longo da vida. Apenas 1 individuo do sexo

masculino relatou ter praticado algum tipo de atividade física pregressa (3,33%).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

IMC (Kg/m2)

Tem

po

de

inte

rna

ção

(d

ias)

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Tabela 6. Classificação atividade física atual de acordo com o IPAQ segundo o gênero.

Os resultados foram expressos em frequência e porcentagem.

Na Tabela 7 estão apresentados os dados referentes ao consumo alimentar e

indica que 64,2% dos indivíduos do sexo masculino e 56,2% do sexo feminino

relataram consumir diariamente o arroz, do grupo dos cereais. Em relação ao consumo

de carnes, 50,0% dos homens referiram ingerir carne vermelha diariamente, enquanto

que para o sexo feminino o consumo diário de frango foi relatado por 37,5%. Quanto ao

leite, 64,2% e 81,2% dos sexos masculino e feminino, respectivamente, referiram

consumir todos os dias. Em relação aos ovos, apenas os indivíduos do sexo masculino

referiram consumir diariamente, totalizando 35,7% da amostra. O consumo diário de

verduras e legumes foi referido por 49,9% dos homens e 40,6% para as mulheres, bem

como o consumo de frutas foi relatado por 42,8% e 50,0%, respectivamente. Quanto ao

consumo de leguminosas, feijão em especial, 64,2% dos homens e 81,2% das mulheres

referiram consumir diariamente. Para o grupo de embutidos, o maior percentual dos

indivíduos do sexo feminino (75,0%) e masculino (35,7%) relata consumir apenas uma

vez ao mês ou nunca tal grupo alimentar. 57,1% dos entrevistados do sexo masculino

relataram que não consumiram bebidas alcoólicas no período questionado e, para o sexo

feminino, 93,7% apontaram ausência de ingestão.

Variável Masculino (n=14)

n (%)

Feminino (n=16)

n (%)

Total

n (%)

Irregularmente ativo 2 (14,2)

1 (6,2)

3 (10,0)

Sedentário 12 (85,7) 15 (93,7) 27 (90,0)

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Com relação ao consumo de doces e açúcar, o consumo diário foi de 57,1% para

os homens e 50,0% para as mulheres. Quanto ao grupo de óleos e gorduras, o consumo

referido para os indivíduos do sexo masculino e feminino foi da ordem de 71,4% e

43,7%, respectivamente.

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Tabela 7. Frequência do consumo dos alimentares por grupos alimentares, segundo o gênero.

Grupos Alimentos

Mensal/nunca Semanal Diário

Masculino Feminino Masculino Feminino Masculin

o

Feminino

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

Cereais Arroz 1(7,1) 4(25,0) 4(28,5) 3(18,7) 9(64,2) 9(56,2)

Biscoito sem recheio 5(35,7) 4(25,0) 5(35,7) 5(31,2) 4(28,5) 7(43,7)

Pão - 5(31,2) 2(14,2) 4(25,0) 12(65,7) 7(43,7)

Massas 3(21,4) 2(12,5) 7(50,0) 6(37,5) 4(28,5) 8(50,0)

Farinha de mandioca/milho 8(57,1) 10(62,5) 1(7,1) 2(12,5) 5(35,7) 4(25,0)

Tubérculos Batata, mandioquinha, batata doce 6(42,8) 8(50,0) 3(21,4) 2(12,5) 5(35,7) 6(37,5)

Hortaliças/legumes

Verduras

1(7,1)

5(31,2)

5(35,7)

4(25,0)

8(57,1)

7(43,7)

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Legumes 4(28,5)

4(25,0) 4(28,5)

6(37,5) 6(42,8) 6(37,5)

Frutas Banana/outras 5(35,7) 5(31,25) 3(21,4) 3(18,7) 6(42,8) 8(50,0)

Carnes Bovina 4(28,5) 9(53,2) 3(21,4) 3(18,7) 7(50,0) 4(25,0)

Aves 4(28,5) 2(12,5) 6(42,8) 8(50,0) 4(28,5) 6(37,5)

Suína 9(64,2) 11(68,7) 4(28,5) 4(25,0) 1(7,1) 1(6,2)

Peixe 9(64,2) 9(56,2) 5(35,7) 6(37,5) - 1(6,2)

Ovos 4(28,5) 3(18,7) 5(35,7) 10(62,5) 5(35,7) 3(18,7)

Embutidos Salsicha/mortadela/Linguiça 5(35,7) 12(75,0) 6(42,8) 4(25,0) 3(21,4) -

Continuação

Leite/derivados Leite 4(28,5) 2(12,5) 1(7,1) 1(6,25) 9(64,2) 13(81,2)

Iogurte 10(71,4) 8(50,0) 3(21,4) 3(18,7) 1(7,1) 5(31,2)

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Queijo magro 10(71,4) 11(68,7) 2(14,2) 3(18,7) 2(14,2) 2(12,5)

Queijo gordo 9(64,2) 8(50,0) 1(7,1) 5(31,2) 4(28,5) 3(18,7)

Leguminosas Feijão 2(14,2) 3(18,7) 3(21,4) 2(12,5) 9(64,2) 11(68,7)

Lentilha/outros 11(78,5) 10(62,5) 2(14,2) 5(31,2) 1(7,1) 1(6,2)

Óleos e gorduras Óleo/Banha

Azeite

1(7,1)

5(35,7)

1(6,2)

7(43,7)

-

4(28,5)

3(18,7)

2(12,5)

13(92,8)

5(35,7)

12(75,0)

7(43,7)

Salgados /Frituras

Salgadinhos/outro

Pizza/Hambúrguer

9(64,2)

13(92,8)

13(81,2)

14(87,5)

4(28,5)

1(7,1)

2(12,5)

2(12,5)

1(7,1)

-

1(6,25)

-

Doces Açúcar/mel/geleia

Sobremesas

6(42,8)

12(65,7)

7(43,7)

12(75,0)

-

1(7,1)

1(6,25)

4(25,0)

1(7,1)

8(50,0)

-

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Bebidas Suco industrializado

Suco natural

Refrigerantes

Bebidas alcoólicas

Café/chá/achocolatado

8(57,1)

5(35,7)

8(57,1)

8(57,1)

3(21,4)

12(75,0)

15(93,7)

5(31,25)

1(6,2)

7(43,7)

2(14,2)

2(14,2)

5(35,7)

6(42,8)

2(14,2)

2(12,5)

4(25,0)

4(25,0)

-

-

5(35,7)

7(50,0)

1(7,1)

2(14,2)

9(64,2)

8(50,0)

6(37,5)

-

1(6,2)

11(68,7)

Os resultados foram expressos em frequência e porcentagem. (-) não houve enquadramento.

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5. DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil do estado nutricional e dos

níveis de atividade física em pacientes idosos hospitalizados por motivos

cardiovasculares. Para contemplar os nossos objetivos, foi utilizada uma amostra de 30

idosos de ambos os sexos. Os principais achados do presente estudo foram, segundo o

perfil sociodemográfico indica que a média de idade dos participantes foi de 75,1±9,3

anos, em relação à situação conjugal, a proporção de homens casados, foi superior a de

mulheres, que apresentou maior número de viúvas, baixa escolaridade, baixa renda (0–1

Salário), para ambos os sexos. Em relação à ocupação, a maioria dos idosos é

aposentado ou pensionista. Quando analisada a doença cardiovascular mais frequente,

houve predomínio, em ambos os sexos para a hipertensão arterial sistêmica. Em relação

a avaliação nutricional, houve prevalência de desvio nutricional, com proporções

maiores de desnutrição para o sexo masculino e obesidade e desnutrição em igual

proporção para o sexo feminino. Quanto à prática de atividade física, verificou-se

prevalência de sedentarismo em ambos os sexos. Houve uma correlação negativa entre a

força de preensão palmar e tempo de internação nos indivíduos estudados de ambos os

sexos (r = -0,6486; P = 0,0008); uma correlação negativa entre o IMC e o tempo de

internação foi obtida para o gênero masculino, demonstrando que quanto menor o IMC,

mais tempo os indivíduos permaneceram internados (r = -0,5900; P = 0,0039). Quanto

ao consumo alimentar, dentre outras variáveis estudadas, houve uma grande

predominância de consumo diário de óleos/banha entre homens e mulheres, consumo

elevado de alimentos fonte de carboidratos complexos, porém com baixo teor de fibras,

bem como redução do consumo de frutas.

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Entre os idosos analisados, houve leve predominância de mulheres, sendo que

dos 30 participantes, 53,4% (n=16) eram do sexo feminino e 46,6% (n=14) do sexo

masculino. Em relação à faixa etária, a maioria dos idosos (63,4%) encontrava-se na

faixa de ≥ 71anos (n=19). A idade média dos participantes foi de 75,1±9,3 anos, com

idade mínima de 60 anos e máxima de 100. De acordo com a pesquisa, as mulheres

idosas são maioria, assim como a população feminina em geral. Elas são 55,7% das

pessoas com pelo menos 60 anos de idade, contra 44,3% de homens, segundo o IBGE

(2011). A feminização do envelhecimento, que é a preponderância progressiva de

mulheres entre as populações de idosos, é uma tendência no mundo, caracterizada pela

maior longevidade da mulher. Na América do Norte e Europa, em 1900, as mulheres

viviam dois a três anos mais que os homens; hoje vivem em média sete anos mais. O

mesmo fenômeno é observado nos países em desenvolvimento, embora com diferenças

menores. Essa tendência é explicada, possivelmente, pela maior mortalidade no sexo

masculino, em todas as faixas etárias, associada a maior exposição aos fatores de risco e

menor cuidado com a saúde (Chaimowicz et al., 2013).

Em levantamento realizado por Alvarenga et al. (2011), com 503 idosos,

residentes em Dourados (MS), cadastrados em uma equipe da Estratégia Saúde da

Família, identificou-se que 69% pertenciam ao sexo feminino, seguindo tendência

encontrada para população brasileira. No caso da pesquisa SABE (2002), as mulheres

representaram 58,6% do universo estudado de idosos paulistanos contra 41,4% dos

homens.

Na comparação entre os sexos, em relação à situação conjugal, a proporção de

homens casados, foi superior a de mulheres, que apresentou maior número de viúvas. O

estado conjugal é uma das características demográficas da população idosa com

diferenciais por sexo mais expressivos. Considerando-se que, em geral, as mulheres têm

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uma esperança de vida maior do que os homens, e que estes se casam mais tardiamente

e têm maior facilidade de recasamento, é comum, entre os idosos, a predominância de

casados entre os homens e viúvas entre as mulheres. No caso da pesquisa SABE (2002)

em São Paulo, a proporção de casados foi praticamente o dobro entre os homens, 79,2%

contra 41,3% entre as mulheres; enquanto a proporção de viuvez é quase quatro vezes

maior entre as mulheres, 42,6% contra 10,9% entre os homens. Em estudo com

mulheres idosas, referente à experiência do envelhecimento feminino, mostra que o

percentual de viuvez é de 41% e que o estado civil predominante entre os homens

idosos é de 70% de casados, confirmando que o número de viúvas aumenta com a

idade, e que tal fato se deve à maior longevidade e aumento do número de homens que

se casam novamente (Camarano, 2002).

Analisando-se o grau de escolaridade, a frequência maior foi encontrada para

idosos com ensino fundamental. Essa baixa escolaridade decorre do fato de que nas

décadas anteriores, a escola era vista como acessível apenas para a população de maior

renda ou mesmo inexistia a possibilidade de trabalhar e estudar. Assim, muitas pessoas,

mediante a necessidade de trabalhar, deixavam o estudo para segundo plano (Galisteu,

et al., 2006). A Pesquisa SABE (2002) relatou que a escolaridade dessa faixa etária

mostra a falta de oportunidades dessa população, onde os resultados para a população

brasileira demonstram que 21,0% deles nunca frequentaram a escola, sendo que 46,4%

tinham menos de 4 anos de estudo. Esses valores são os mais altos dentre os países

participantes da pesquisa, estando próximos apenas da Cidade do México. Em todos

esses casos, as diferenças por sexo são marcantes, com as mulheres apresentando níveis

mais reduzidos de educação em alguns países. No entanto, Cuba apresenta mais de 50%

dos idosos no grupo de mais alta educação, independentemente de idade e sexo,

enquanto o Brasil possui menos de 20% nessas condições.

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Com relação à renda mensal, neste estudo houve predomínio de baixa renda (0–1

Salário) em ambos os sexos. Um estudo realizado por Machado et al. (2007) com 74

idosos cadastrados no Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI) do município de

Viçosa, MG, apontou que 89% dos idosos recebiam entre 1 a 3 salários, fato que pode

ser observado no presente estudo, onde a maior parte dos idosos possui renda

semelhante àquela proveniente de aposentadoria ou pensão. A renda está diretamente

relacionada à preservação da autonomia e para a manutenção ou recuperação da saúde

dos idosos, como afirmam Lima e Costa et al. (2002).

Quanto aos dados obtidos referente à ocupação, 80% (n=24) dos idosos deste

estudo são aposentados ou pensionistas (80%), e apenas 20% (n=6), são

economicamente ativos, números estes que se assemelham aos resultados obtidos no

estudo de Nunes et al. (2009), onde 90,7% dos entrevistados eram aposentados.

Em pesquisa que analisou as características socioeconômicas, demográficas e de

saúde de idosos em Porto Alegre, foi identificado que apenas 21,4% realizavam algum

tipo de trabalho remunerado e que a renda da maioria das pessoas era advinda de

aposentadoria ou pensão (Souza, Morais & Barth, 2006).

Os idosos entrevistados no presente estudo apresentavam motivos

cardiovasculares de internação, critério de inclusão da pesquisa, com maior incidência

para a hipertensão arterial (HA) entre os indivíduos estudados, 66,3% (n=19). A HA é

definida como valores > 140 mmHg de sistólica e/ou > 90 mmHg de diastólica, baseada

nas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia (Mancia et al.,2013

De forma global, a prevalência da HA parece ser da ordem de 30-45% da

população em geral, com um aumento acentuado com envelhecimento. Parece também

haver diferenças perceptíveis nos níveis médios de pressão arterial em todos os países,

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sem tendências sistemáticas de alterações desses valores na última década (Mancia et

al., 2013).

A HA é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também o principal

fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e

infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal (Mancia et al.,

2013). No estudo de Müller et al. (2011), 83,3% dos idosos apresentaram histórico

pessoal de HA, enquanto Lemos et al. (2010), em um estudo que avaliou a prevalência

de fatores de risco para síndrome coronariana aguda em pacientes atendidos em uma

emergência, encontrou um valor de 75,7% de prevalência.

Hoje, a HA se configura como um dos maiores fatores causais de doenças

cardiovasculares, atingindo uma grande parte da população adulta do mundo. É um fator

de risco cardiovascular muitas vezes despercebido e mal controlado que por vezes é

assintomático, mas a modificação de estilo de vida ajuda a controlar e manter a HA

(Robbins et al., 2011). Conforme Miranda et al. (2009), a HA acomete mais de 60% da

população com 60 anos ou mais de idade nos países desenvolvidos e América Latina.

No Brasil, estudo recente baseado em uma amostra representativa de 105.254 idosos

participantes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD), mostrou um

aumento gradual na prevalência de hipertensão auto referida, com aproximadamente

43%, 49% e 53% em 1998, 2003 e 2008, respectivamente (Lima Costa et al., 2011).

Ferreira et al. (2010), em pesquisa realizada com idosos acima de 60 anos, usuários do

Sistema Único de Saúde da atenção básica de Goiânia (Ferreira et al., 2010),

observaram alta prevalência de HA (80,4%).

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças do aparelho

circulatório têm a maior magnitude. Atualmente, estima-se que cerca de 20 milhões de

indivíduos sofram de doenças do aparelho cardiovascular em todo mundo, dos quais,

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aproximadamente, 12 milhões são vítimas fatais de infarto agudo do miocárdio (IAM).

Baseado nos atuais padrões, a WHO, estima cerca de 23 milhões de óbitos por doenças

cardiovasculares em 2030 (WHO, 2011). No Brasil, foi registrado um crescimento com

relação às internações por IAM. Em 1998, ocorreram quase 35 mil internações (5.717

óbitos), enquanto que, em 2008, perto de 62 mil foram registradas (8.510 óbitos)

(Ministério da Saúde/SIH/SUS, 2011).

O IAM está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, isto é,

interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido à obstrução

completa ou parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação. Os indivíduos

que sofrem infarto são geralmente do sexo masculino, pois são mais susceptíveis que as

mulheres. Acredita-se que as mulheres tenham um efeito "protetor" devido à produção

de hormônio (estrógeno), sendo que após a menopausa, devido à falta de produção

desse hormônio, a incidência de infarto na mulher aumenta consideravelmente (Pappa &

Alevizaki, 2012).

Existem vários fatores responsáveis pelo IAM, sendo eles: a idade, pois a

incidência aumenta depois dos 50 anos, sendo que a HA aumenta esse risco, assim

como a obesidade, fazendo o coração trabalhar mais, exigindo mais sangue. A

inatividade física e o "estresse" também desempenham um papel importante na

incidência do infarto. Quanto ao sexo, verificou-se no presente estudo o que tem sido

observado em outros, isto é, maior frequência de IAM nos homens, 28,5% contra 6,2%

nas mulheres. A predominância de complicações cardiovasculares no homem é

notadamente maior no adulto, sendo que diminui e se equipara entre os sexos com o

avançar da idade (SABE, 2002).

A elevada prevalência de desvio nutricional na população idosa vem sendo

demonstrada por meio de estudos em vários países onde a desnutrição, obesidade e

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sobrepeso predominam sobre os indivíduos eutróficos. A avaliação nutricional do idoso

é complexa devido às peculiaridades que estes apresentam relacionadas ao processo de

envelhecimento. Dentre estas, é importante destacar a redução progressiva da altura, de

um a dois centímetros por década; ganho progressivo de peso até 65 a 70 anos de idade,

diminuindo a partir de então; alterações da composição corporal, com redistribuição de

gordura, que diminui a nível periférico e aumenta no interior do abdome; e redução da

massa magra (Waitzberg, 2000). Além disso, fatores relacionados com as alterações

fisiológicas e sociais, elevam a ocorrência de doenças crônicas como diminuição dos

receptores gustativos e olfativos, lentidão do esvaziamento gástrico, perda de peso

involuntária, redução do apetite e caquexia, uso de várias medicações, problemas na

alimentação, comprometendo a mastigação e deglutição, sendo que a anorexia é

considerada a principal causa de desnutrição no idoso (Wilson et al., 2000).

Essas alterações são agravadas pelas condições socioeconômicas e pela

progressiva incapacidade de realizar sozinhos as suas atividades cotidianas, que

concorrem para deterioração da qualidade de vida (Moriguchi, 2006).

O declínio da massa magra com a idade ocorre concomitantemente com o

aumento do tecido adiposo que tende a se depositar na cavidade abdominal e região

perirrenal, em substituição ao parênquima perdido dos diversos órgãos com o processo

do envelhecimento. Desta forma, o tecido adiposo subcutâneo diminui nos membros e

aumenta no tronco. A redução da massa muscular com a idade contribui para a

debilidade dos idosos causada pela perda de força, redução da motilidade, instabilidade

postural e quedas (Frank & Soares, 2002).

Para avaliar todas essas alterações, a antropometria é um instrumento

amplamente utilizado na avaliação nutricional de idosos, principalmente por tratar-se de

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um método de baixo custo, não invasivo, universalmente aplicável e com satisfatória

aceitação pela população (WHO, 1998; Cuppari, 2005).

Neste estudo foram avaliados os valores, segundo o sexo, das variáveis: peso,

estatura, circunferência da panturrilha, circunferência do braço, circunferência muscular

do braço e dobra cutânea tricipital.

A circunferência da panturrilha (CP), considerado uma medida antropométrica

bastante importante e indicadora de massa muscular, fornece uma estimativa da reserva

proteica e pode ser utilizada em programas de avaliação nutricional, auxiliando na

detecção de riscos, de forma a garantir intervenções adequadas, melhorando a qualidade

de vida do idoso (Caetano et al., 2008). Neste estudo foi encontrado maior percentual

em ambos os sexos para eutrofia, 78,5% para os homens e 43,7% para as mulheres,

quando analisada a CP. Porem identificou-se também que, para o sexo feminino, 31,5%

apresentaram risco de desnutrição.

A circunferência do braço (CB) é muito utilizada, pois a sua combinação com a

medida da dobra cutânea do tricipital (DCT) permite, através da aplicação de fórmulas,

calcular a circunferência muscular do braço (CMB), que são correlacionadas com a

massa muscular total, sendo utilizadas para diagnosticarem alterações da massa

muscular corporal total e, assim, o estado nutricional proteico.

Neste estudo, observou-se que nos idosos do sexo masculino, o risco de

desnutrição é predominante (57,1%). Com relação ao sexo feminino, houve

predominância do percentil que indica desnutrição (31,2%), e percentis iguais para risco

de desnutrição e obesidade (25,0%). Segundo Sperotto e Spinelli (2010), os idosos

brasileiros apresentam prevalência de risco de desnutrição em torno de 52,8%.

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Observou-se, com relação a variável CMB, que para o sexo masculino 28,5%

enquadram-se no percentil para eutrofia e 34,7% para obesidade, o mesmo ocorrendo

para o sexo feminino, sendo 31,2% para eutrofia e 56,2% para obesidade.

Com relação à DCT, observou-se que a maior porcentagem de idosos do sexo

masculino, não apresentou redução de reserva de tecido adiposo, porém, para o sexo

feminino foram encontradas proporções de desnutrição na ordem de 50%, o que era

esperado de acordo com a literatura (Chumlea et al., 1994). Por outro lado, em relação à

CMB, percebeu-se que tanto os idosos do sexo feminino, apresentaram valores

elevados, refletindo baixa perda de massa muscular. Estes dados denotam menor

vulnerabilidade aos efeitos deletérios da desnutrição, mas contradizem os dados da

literatura, que apontam para a tendência do declínio da massa muscular, principalmente

entre as mulheres (Meneses & Marucci, 2007).

Outro parâmetro utilizado para avaliação do estado nutricional do idoso é a força

de preensão palmar (FPP), pois a avaliação desta, tem sido correlacionada com a força

muscular dos demais músculos do organismo; é considerada um bom indicador para a

força muscular global, bem como para avaliar o desempenho físico dos idosos. A força

de preensão torna-se relevante indicador de alterações do estado nutricional em curto

prazo, bem como da resposta ao suporte nutricional, descrito como um dos mais

sensíveis testes funcionais indicadores de depleção proteica (Schlüssel & Anjos, 2008).

Goodpaster et al. (2006), em seu estudo de seguimento de 3 anos com 1880

idosos, identificou que a perda de força nestes homens e mulheres mais velhos foi mais

rápida que a perda concomitante de massa muscular sugerindo um declínio significativo

na qualidade do músculo. Além disso, os indivíduos que mantiveram ou ganharam

massa magra não foram capazes de evitar perda significativa de força. Portanto, além da

quantidade de músculo, eles concluíram que a perda de força muscular pode ser um

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determinante importante para a qualidade do músculo com o envelhecimento. Neste

estudo, os resultados apontam para risco de desnutrição, sendo que 92,8% dos idosos do

sexo masculino e 93,7% do sexo feminino apresentam baixo desempenho para esta

variável. No entanto, não foram observadas diferenças significativas quando da

comparação entre os gêneros. Contudo, independentemente do perfil do idoso, estudos

sugerem que valores inferiores a 20 Kg representam risco para dependência futura e

baixos níveis de saúde (Geraldes et al., 2008).

Além disso, no presente estudo foi observada uma relação inversa entre a força

atingida no teste de FPP e tempo de internação, sugerindo que quanto menor o

desempenho no teste maior o tempo de internação em ambos os gêneros de indivíduos

estudados. De fato, uma revisão sistemática demonstrou que, em diversas amostras de

indivíduos, que empregam vários dinamômetros, e usando diferentes medidas de força,

o valor da força de preensão é um importante preditor de mortalidade, invalidez,

complicações e maior tempo de permanência dentro do hospital (Bohannon, 2008). Em

vários estudos, a força de preensão foi o único preditor significativo, o melhor preditor,

ou um indicador de valor comparável ou superior à de medidas clínicas tradicionais.

Mesmo quando a força de preensão foi ajustada para possíveis variáveis de confusão,

foi um preditor consistente de resultados importantes.

O autor do estudo citado anteriormente ainda questiona o porquê da força de

preensão ser um preditor tão robusto? A relação causal entre a força de preensão e os

desfechos estudados é improvável, exceto pela incapacidade ou fragilidade. A

diminuição da força, na maioria das vezes a força de preensão, tem sido descrita como

um importante sinal de fragilidade. De fato, Syddall et al (2003) destaca que força de

preensão tem sido mesmo observada como um importante marcador de fragilidade.

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Duas outras variáveis, por vezes, são incluídas entre os marcadores de fragilidade, o

estado nutricional e a vitalidade (Bohannon, 2008).

Neste estudo, foi utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado a

partir do peso (em Kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros), tem como

finalidade avaliar a massa corporal em relação à altura. Apesar do seu uso frequente, ele

deve estar sempre associado a outros indicadores, tendo em vista que o mesmo não

reflete a distribuição regional de gordura ou qualquer mudança na distribuição de

gordura ocorrida com o processo de envelhecimento, sendo considerado, portanto, um

indicador pobre para avaliar riscos em idosos (Perissinotto et al., 2002).

Sabe-se ainda que, o valor do IMC pode estar alto em função do peso muscular,

ósseo ou edema, e não unicamente em função do peso da gordura corporal. Assim, o

IMC sozinho não distingue a massa de gordura da massa magra, dificultando a

diferenciação entre o sobrepeso e a hipertrofia muscular (Sigulem et al., 2000; Mancini,

2001).

De acordo com Souza (2008) os valores de IMC abaixo ou acima da

normalidade caracterizam risco de morbimortalidade e, portanto devem ser

investigados. Um dos grandes desafios na antropometria dos idosos são os valores dos

pontos de corte para o IMC nesta fase da vida. A Organização Pan-Americana de Saúde

(OPAS) (24) recomenda a seguinte classificação para ser usada na Pesquisa SABE:

IMC < 23 = baixo peso; 23 < IMC < 28 = peso normal; 28 d” IMC < 30 = sobrepeso;

IMC ³ 30 = obesidade, e estas foram as classificações usadas para o presente estudo.

Conforme a classificação sugerida pela OPAS (2001), segundo o sexo e IMC,

foi observado que apenas 21,4% dos indivíduos do sexo masculino estão classificados

como eutróficos, com uma frequência maior de risco de desnutrição em 71,4%. Na

análise da distribuição segundo o sexo feminino, foram verificados índices maiores para

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obesidade (37,5%) e 25,0% para eutrofia, ou seja, mostram que a prevalência de baixo

peso é maior no sexo masculino, quando comparada à das mulheres, enquanto o maior

percentual de mulheres apresenta obesidade. Dados da pesquisa SABE (2001),

utilizando o mesmo ponto de corte desta pesquisa com idosos da Campanha de

Vacinação, corroboram, apesar de apresentar menor prevalência, os dados de maior

proporção de obesidade entre as mulheres, e de maior prevalência de baixo peso entre

os homens.

Nesse sentido, e levando em consideração que o estado nutricional pode ser um

importante marcador de fragilidade em pacientes idosos (Bohannon ,2008), uma

correlação negativa foi observada entre o IMC e o tempo de internação em idosos do

gênero masculino, evidenciando que quanto menor o IMC maior o tempo de internação.

Este estudo também mostrou que continuam altas as prevalências de alguns dos

principais fatores de risco entre eles a inatividade física, e considerando o crescimento

do número de pessoas com idade acima de 60 anos, observa-se que ainda são escassas

as medidas específicas e efetivas de combate ao sedentarismo entre os idosos (Paes, et

al., 2008). A atividade física traz benefícios à saúde, contribui para a prevenção e o

controle de doenças crônicas não transmissíveis, especialmente as doenças

cardiovasculares (Matsudo et al., 2002). A contribuição dessa prática pode ser

verificada na melhora do perfil de risco cardiovascular por meio do controle da pressão

arterial, da taxa de lipídeos, do peso e da redução da resistência insulínica, além de

concorrer para o bem-estar mental (Briffa et al., 2006).

Nesta pesquisa, a elevada prevalência de pessoas idosas sedentárias é semelhante

ao estudo realizado em Vitória (Espirito Santo), com 74,2% de idosos

caracteristicamente sedentários (Andrade, et al., 2012). A inatividade física também é

evidente, em estudos epidemiológicos como o de Benedetti, et al., 2004, em

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Florianópolis-SC, que avaliou 875 idosos de ambos os sexos, e constatou que 74,3%

destes indivíduos não realizavam atividade física no tempo de lazer. Corseuil et al.

(2011), ao pesquisarem 1656 idosos, residentes no mesmo município, no estudo

denominado Epifloripa Idoso, constataram que 42,1% desses idosos são inativos

fisicamente. Os mesmos pesquisadores ao analisarem 214 idosos longevos

evidenciaram que 58,4% desses são sedentários. O número reduzido de idosos

fisicamente ativos pode ser, em parte, devido à existência de barreiras como a falta de

orientação e de locais adequados para realização de exercícios.

O sedentarismo e o aumento no número de doenças crônicas, frequentemente,

criam um círculo vicioso: doenças e inabilidade reduzem o nível de atividade física que,

por sua vez, predispõem o indivíduo ao maior risco de doenças e à incapacidade

funcional.

Em relação ao consumo alimentar, optou-se pela aplicação do Questionário de

Frequência Alimentar (QFA), que se tornou o método dominante nos estudos

epidemiológicos, em especial, para avaliar a relação da dieta com a ocorrência de

doenças crônicas não transmissíveis (Meneses & Marucci, 2007). Nesta pesquisa foram

selecionados 65 alimentos para avaliação da frequência alimentar, sendo que a seleção

dos alimentos foi direcionada ao perfil sociodemográfico da população pesquisada e ao

interesse do estudo.

Em relação aos grupos alimentares, considerando-se os cereais e leguminosas, o

arroz branco e o feijão ocupam lugares de destaque na alimentação dos idosos,

figurando entre os alimentos mais consumidos, neste estudo. Tais alimentos são

considerados a base da alimentação do brasileiro, além de serem considerados, por

alguns estudos, protetores contra algumas doenças como câncer (Marchioni et al.,

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2007). Segundo Lopes et al (2010) e Freitas et al. (2011), o arroz branco e o feijão

representam os alimentos fontes de carboidratos mais consumidos.

Esta pesquisa observou na dieta dos idosos um consumo elevado de alimentos

fonte de carboidratos complexos (pão, arroz, macarrão, batata), porém com baixo teor

de fibras. Esses dados são semelhantes ao estudo conduzido por Bachman et al (2008).

que analisaram os dados alimentares do NHANES II (National Health and Nutrition

Examination Survey 2001-2002) e constaram que 95% dos grãos consumidos eram

refinados, em detrimento do consumo de alimentos integrais. A farinha de mandioca é

um alimento consumido em poucas regiões no mundo e poucos são os estudos que

abordaram o seu impacto no consumo habitual dos indivíduos. Sichieri et al. (2000)

comentam que a farinha de mandioca é um dos alimentos da dieta brasileira com maior

teor de fibra. Segundo a NEPA/UNICAMP (2011), a farinha de mandioca tem mais

fibra que as frutas, verduras cozidas ou in natura consumidas no Brasil, além de conter

mais fibras que o arroz e o broto de feijão. Neste estudo, entretanto, o consumo de

farinhas foi referido como mensal ou nunca em 57,1% dos indivíduos do sexo

masculino e 62,5% para o sexo feminino.

A importância de frutas, verduras e legumes, enfatizando aqueles fortemente

coloridos, frescos, por serem fontes ricas de vitaminas, minerais e fibras, além de suas

propriedades antioxidantes, concorrem para proteção contra doenças cardiovasculares e

alguns tipos de câncer (Ribioli & Norat, 2003).

Ao analisar a frequência de consumo de hortaliças no presente estudo, 57,1%

dos participantes do sexo masculino e 43,7% do sexo feminino consumiam diariamente.

Quando analisado a frequência de consumo de legumes os homens referiram em 42,8%

consumo diário enquanto que as mulheres referiram frequência diária e semanal na

mesma proporção (37,5%). Uma hipótese para tal preferência pode ser o modo de

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preparo deste alimento, já que a maioria dos legumes necessita de cocção, e nesta fase

da vida há certa dificuldade em consumir alimentos mais tenros e estes também podem

ser consumidos na forma de sopas. De acordo com Campos et al (2000) o uso de

próteses dentárias faz com que os idosos mastiguem com menos eficiência, e a

consequência disso é o baixo consumo de carnes, frutas e vegetais frescos, levando

esses indivíduos a optarem por alimentos macios.

Na escala de consumo menos frequente para frutas e hortaliças, referido pelos

indivíduos como semanal ou mensal, associou-se fortemente menores faixas de renda

dos idosos (dados não apresentados). Pode-se dizer que o consumo de frutas, legumes e

hortaliças é em parte determinado pelas condições socioeconômicas da população. Em

dois estudos recentes, a baixa renda familiar mostrou-se independentemente associada a

práticas alimentares inadequadas, especialmente ao baixo consumo diário de frutas,

legumes e verduras. (Furlan-Viebig & Pastor-Valero, 2004). Outros fatores também têm

sido associados ao baixo consumo de frutas e hortaliças de idosos brasileiros, como:

baixa escolaridade, inapetência, dificuldades para a aquisição e preparo dos alimentos e

presença de doenças crônicas (Campos, 2000).

Cabe ressaltar que os carboidratos complexos, presentes principalmente nas

frutas e nos vegetais atuam sobre a redução plasmática do colesterol, controle da

resposta glicêmica e bom funcionamento intestinal (Sizer & Whitney, 2003). O

consumo de frutas e verduras é um ponto positivo, visto que são boas fontes de fibras,

uma dieta rica em fibras alimentares protege contra o ganho de peso e a obesidade, que

são fatores de risco para doenças cardiovasculares (WHO, 2002).

O grupo dos alimentos proteicos que contempla as carnes, principalmente o

consumo de carnes vermelhas está geralmente associado às gorduras saturadas e

colesterol. Alimentos fontes de gorduras, principalmente de origem animal como as

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carnes, embora tenham possíveis efeitos indesejáveis à saúde são também fontes

importantes de proteínas de alto valor biológico. Daí a importância de combinar, como

fontes de proteína na dieta, alimentos de origem animal e vegetal (Brasil, 2006). O

consumo de gordura está associado ao risco aumentado de doenças cardiovasculares,

possivelmente pelo alto consumo de carne vermelha. No presente estudo, observou-se

que a população do sexo masculino consume mais carnes vermelhas (50%), em relação

ao sexo feminino que consome uma vez ao mês, predominantemente (53,2%).

Já em relação ao frango, para o sexo feminino observou-se maior frequência

diária e semanal, 37,5% e 50% respectivamente; e para o sexo masculino maior

frequência semanal (50%). O alto consumo de carne de frango pode ser explicado por

várias razões: é uma carne de baixo custo, facilitando a sua compra por diversos estratos

da população. Também apresenta consistência mais branda comparativamente à carne

bovina, o que facilita o seu consumo entre os indivíduos com problemas bucais e

odontológicos, problema este comum entre os idosos brasileiros (Sachs, Oliveira &

Magnoni, 2005). Em estudo realizado por Lopes et al. (2010) para avaliar o perfil

antropométrico e alimentar de idosos frequentadores do Programa Universidade Aberta

à Terceira Idade (UNATI), constatou uma frequência alta de consumo da carne de

frango diariamente, o que se assemelha ao encontrado neste estudo.

Ao analisar o consumo de peixes, observou-se que o consumo mensal para

ambos os sexos foi mais frequente. Embora ainda não faça parte da alimentação habitual

de grande parte dos indivíduos, um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública

da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que idosos que comem peixes

ricos em ômega 3 têm menor risco de morrer por doenças cardiovasculares, assim como

por qualquer outra causa de morte, melhorando a sua expectativa de vida. Participaram

da pesquisa 2.700 americanos com 65 anos ou mais, que foram acompanhados durante

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um período de 16 anos. Os resultados demonstram que os idosos que comem peixes são

pessoas com os maiores níveis de ácidos graxos ômega 3 no organismo, apresentaram

27% menos risco de morrer por qualquer causa, além de 35% menos risco de morrer por

doenças cardiovasculares, se comparados com quem possuía níveis mais baixos de

ômega 3. A ingestão por semana de, pelo menos, duas porções de peixes ricos em

ácidos graxos (como o salmão, o atum e a sardinha), é indicada como ideal. (Mozaffaris,

2010). Neste estudo, o consumo de peixes foi referido como mensal em maior

frequência para ambos os sexos.

Em relação ao consumo de carnes, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares

(POF) 2002-2003 (IBGE, 2004), mostraram que a carne bovina ainda é a carne mais

consumida pelas famílias brasileiras, com uma aquisição domiciliar per capita anual de

17,7 Kg. Em segundo lugar aparece a carne de frango, com uma aquisição per capita de

13,6 Kg e em terceiro a carne suína com 4,6 Kg. Esses resultados foram compatíveis

aos encontrados neste estudo em relação às carnes suínas, onde o consumo foi apontado

como mensal ou nunca em 64,2% para o sexo masculino e 68,7% para o sexo feminino.

As carnes suínas bem como os embutidos, neste estudo, apontaram baixa

frequência de consumo em ambos os sexos. Os embutidos tradicionais possuem o dobro

de gordura das carnes in natura. Os produtos à base de aves (peru) apresentam

vantagem em relação aos tradicionais, uma vez que contém menores teores de gordura

saturada e de colesterol. Além dos teores de gordura saturada e colesterol, também

possuem grandes quantidades de sal (sódio), o que representa um risco para o

desenvolvimento da hipertensão arterial. Os embutidos apresentam frequência maior

para mensal ou nunca, em 75,0% para mulheres e 35,7% para os homens.

Quanto ao leite integral, 64,2% e 81,2% dos sexos masculino e feminino

respectivamente referiram consumir todos os dias. Observa-se que esse percentual se

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refere ao leite integral, enquanto que o consumo de leite desnatado foi referido como

diário em 12,5% para o sexo feminino e 14,2% para o sexo masculino. No estudo de

Tomazoni & Siviero (2009), que avaliou o consumo de potássio em idosos hipertensos,

63,3% dos entrevistados consome leite integral todos os dias, o que pode ser

considerado semelhante ao presente estudo. Pode-se dizer desta forma que os idosos

preferem o leite integral ao desnatado. Segundo Philippi (2008), o leite integral contém

no mínimo 3% de gordura enquanto o leite desnatado pode conter no máximo 0,5% de

gordura, sendo assim, pode-se dizer que pela quantidade maior de gordura no leite

integral, ele representa maior fator de risco para doença cardiovascular que o desnatado.

Os resultados deste estudo estão de acordo com a tendência encontrada pelo

estudo de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por

Inquérito Telefônico (VIGITEL), em 2009, no qual a prevalência de consumo de leite

integral foi elevada variando de 48,1%, em Porto Alegre, a 66,0%, em Manaus (Brasil,

2010).

Quanto aos ovos, apenas os indivíduos do sexo masculino referiram consumir

diariamente em 35,7%. O consumo de ovo deve ser moderado (até 1 por dia) para

população em geral e restrito para diabéticos, conforme a I Diretriz sobre o Consumo de

Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013). Segundo pesquisa realizada por Sena

(2002), investigando 117 indivíduos participantes de grupos de convivência de idosos de

João Pessoa-PB, a composição corporal e os fatores associados, incluindo hábitos

alimentares, condições socioeconômicas e morbidade referida, foi identificado um

consumo qualitativo em relação aos ovos de 73,5%.

Quanto aos óleos e gorduras, a situação encontrada é um alto consumo de

alimentos ricos desses substratos. O aumento da ingestão de ácidos graxos saturados,

ácidos graxos trans e colesterol na dieta está associado ao aumento de lipoproteína de

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baixa densidade (LDL colesterol) (Ross et al., 2001). O consumo de ácidos graxos trans

produz ainda diminuição de lipoproteína de alta densidade (HDL colesterol) (Costa,

2002), enquanto os ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados são considerados

benéficos, uma vez que os primeiros são associados à diminuição de colesterol total e ao

aumento de HDL; e os poli-insaturados são associados à diminuição dos triglicerídeos

séricos, melhora da função plaquetária e diminuição da pressão arterial em hipertensos

(Iso et al., 2002).

A frequência de consumo diário de óleos e gorduras referido neste estudo para

os indivíduos do sexo masculino e feminino foi 71,4% e 43,7%, respectivamente. A

recomendação quanto ao consumo de gordura é fundamentalmente relacionada à

redução da ingestão de gordura saturada e gordura trans. Segundo o Guia Alimentar

para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2006), o consumo de gorduras

saturadas deve ser inferior a 10% do consumo calórico total diário, e para a ingestão de

ácidos graxos trans o valor máximo é de 1% do consumo calórico total diário. Contudo,

a Sociedade Brasileira de Cardiologia propõe um consumo de gordura saturada menor

ou igual a 7% do consumo calórico total diário, em consonância com a recomendação

do National Heart Lung and Blood Institute dos Estados Unidos (Sposito et al., 2007).

A ingestão de excesso de gordura saturada (proveniente dos alimentos de origem

animal) é prejudicial à saúde cardiovascular e, portanto, pode contribuir com o aumento

dos níveis de pressão arterial. Por outro lado, as gorduras vegetais (poli-insaturadas e

monoinsaturadas) são cardioprotetoras, podendo trazer algum benéfico na pressão

arterial. Destacou-se neste estudo a ingestão de azeite em maior quantidade diariamente,

35,7% e 43,7% para os sexos masculino e feminino, respectivamente, utilizado no

preparo das refeições, em detrimento das gorduras de origem animal, que apresentam

maior quantidade de ácidos graxos de cadeia saturada, como por exemplo, a banha; este

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fato é de extrema importância no controle alimentar do colesterol, já que os óleos

vegetais são isentos desta substância, podendo desta forma, contribuir na prevenção de

doença cardiovascular que tanto afeta o idoso.

Segundo Lima et al. (2012) o azeite é um alimento que apresenta vários

benefícios para a saúde, pois é rico em antioxidante, fonte de vitaminas E, A e K, ferro,

cálcio, magnésio, potássio e aminoácido, é altamente digestivo e é considerada a

gordura melhor tolerada pelo nosso organismo; regula a função intestinal; protege a

mucosa do estômago; produz um efeito de regeneração da pele; e favorece a absorção

de cálcio, ajudando a evitar a osteoporose; contribui para prevenção e/ou redução dos

sintomas da artrite e do reumatismo; ajuda na prevenção de DCV; fortalece o sistema

imunológico; permite elevada absorção de vitamina, particularmente da vitamina E;

proporciona um envelhecimento saudável e protege contra o declínio de funções

cognitivas relativas à idade e a doença de Alzheimer.

Lopes et al. (2011), observaram em seu estudo elevada ingestão de gordura,

entre os idosos estudados, seja ela de origem vegetal ou animal. As gorduras são fontes

de energia para o organismo e todos os seres humanos precisam de suas fontes. Apenas

se faz necessário consumi-las selecionando as mais saudáveis e essenciais ao bom

funcionamento do organismo. Deve-se consumi-las dentro do recomendado, pois o

consumo excessivo de alimentos com alto teor de gordura saturada está associado ao

risco de incidência de várias doenças, principalmente as cardiovasculares.

O consumo de bebidas alcoólicas também foi considerado ideal, ou seja, baixo

consumo, 57,1% dos entrevistados do sexo masculino relatou que não as ingeriu no

ultimo mês e para o sexo feminino, 93,7%. Estudo realizado por Pereira et al. (2008),

com idosos de 60 anos ou mais participantes do “Inquérito domiciliar sobre

comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não-

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transmissíveis”, realizado pelo Ministério da Saúde em 2002/2003, em quinze capitais e

no Distrito Federal, investigou-se a prevalência de fatores de risco (tabagismo, consumo

de álcool, inatividade física, dieta inadequada e obesidade) e de morbidade referida,

identificou que o consumo alcoólico foi observado entre homens (mais de duas doses de

bebida alcoólica por dia) e entre mulheres (mais de uma dose de bebida alcoólica por

dia, nos últimos trinta dias).

O álcool é outro fator de risco, e contribui para o agravamento das doenças

crônicas não transmissíveis, particularmente a HA, onde o aumento das taxas de álcool

no sangue eleva a pressão arterial lenta e progressivamente, na proporção de 2mmHg

para cada 30 ml de álcool etílico ingerido diariamente. Apesar de não observada

associação entre a proporção de indivíduos que referiram consumo abusivo de álcool e

doença cardiovascular pelo número reduzido de participantes etilistas, o consumo de

bebidas alcoólicas é um fator comportamental de risco considerado na maioria dos

estudos. De acordo com o estudo de Martinez & Latorre (2006), indivíduos que faziam

uso de bebida alcoólica diariamente apresentaram 3 vezes mais chance de estarem

hipertensos quando comparados aos não etilistas.

Entre as demais bebidas, o café foi o alimento com maior frequência de

consumo, em ambos os sexos, referido em 64,2% para o sexo masculino e 68,7% para o

sexo feminino, dado que coincide com a Pesquisa de Orçamento Familiar - POF 2002-

2003 (IBGE, 2003). O consumo de café faz parte da cultura alimentar brasileira, e essa

informação foi confirmada em pesquisa comercial realizada para ABIC (Associação

Brasileira das Indústrias de Café) em 2008 (Freitas et al, 2011).

Com relação aos doces e açúcar, o percentual de frequência diária observada foi

de 57,1% para os homens e 50,0% para as mulheres. Estudo de Bueno (2008), com 622

indivíduos idosos detectou prevalência de 25,4% de consumo exagerado de açúcares, e

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observou-se que as mulheres consomem açúcares em maior quantidade do que homens,

diferente desse estudo onde o percentual de consumo é maior para os homens. Freitas et

al. (2011) observaram em estudo com 100 indivíduos acima de 60 anos, frequentadores

de um centro de referência, que os alimentos que contribuíram para o fornecimento de

carboidratos foram alimentos refinados: o arroz branco, o pão francês e o açúcar

refinado.

Em geral, fatores de risco como sedentarismo, consumo de carne com maior teor

de gordura, baixo consumo de fibras, alto consumo de açucares e gorduras e obesidade

são mais frequentes na população com menor escolaridade, enquanto a atividade física

no lazer e o consumo de frutas e hortaliças conforme recomendado pela WHO (cinco

porções/dia em cinco ou mais vezes/semana) têm maior prevalência na população com

12 ou mais anos de estudo (Brasil, 2011). Neste estudo semelhantes resultados foram

encontrados.

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6. CONCLUSÃO

Este estudo mostrou que continuam altas as prevalências de alguns dos

principais fatores de risco, como HAS, inatividade física e dieta inadequada. O estado

nutricional avaliado segundo o IMC, a FPP e a CB indicaram prevalência de

desnutrição para o sexo masculino e quando analisados os mesmos parâmetros para o

sexo feminino, com relação ao IMC observou-se frequências iguais para desnutrição e

obesidade, e a CB e FPP indicaram desnutrição. Além disso, a FPP mostrou ser um bom

preditor de tempo de internação entre os indivíduos estudados.

A DCT indicou desnutrição apenas para o sexo feminino. Os resultados

encontrados mostram que homens e mulheres apresentam diferenças significativas em

relação aos compartimentos e dimensões corporais. Mostram, também, diferenças entre

os sexos em relação ao estado nutricional, com as mulheres apresentando maior

prevalência de obesidade, e os homens, maior prevalência de desnutrição. O baixo IMC

em indivíduos do gênero masculino foi ainda associado ao maior tempo de permanência

no hospital. A distribuição entre categorias de baixo peso, eutrofia e obesidade foi

semelhante em ambos os sexos.

Nesse sentido, os dados do presente estudo fornecem um recorte de uma situação

extremamente importante de saúde pública, no qual os baixos níveis de atividade física

e um desequilíbrio nutricional podem contribuir para perdas funcionais como a FPP e

aumentar o tempo de internação de idosos acometidos por doenças cardiovasculares.

Assim, intervenções no sentido de detectar/tratar possíveis fatores de risco, bem como a

presença de doenças cardiovasculares, podem conduzir a uma maior sobrevida e melhor

prognóstico em idosos.

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APÊNDICES

Apêndice 1. Entrevista.

Entrevista Nº. ____

Perfil sociodemográficos:

Nome do Paciente:

Data de nascimento: ___/ ___/___ Idade: ____

Data Internação: ___/ ___/___ Alta: ___/ ___/___

1 – Gênero

a) Masculino ( )

b) Feminino ( )

2 – Estado civil

a) Solteiro (a) ( )

b) Casado (a) ( )

c) Amasiado (a) ( )

d) Separado(a) ( )

e) Divorciado (a) ( )

f) Viúvo ( )

3 – Escolaridade

a) Primeiro grau completo ou incompleto ( )

b) Segundo grau completo ou incompleto ( )

c) Nível superior completo ou incompleto ( )

d) Analfabeto

4 – Renda familiar

a) Menos de um salário mínimo ( )

b)1 salário mínimo ( )

c) 2 a 5 salários mínimos ( )

d) 5 a 10 salários mínimos ( )

5 – Ocupação

a) Aposentado ( )

b) Pensionista ( )

c) Economicamente ativo ( )

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6 – História Clínica

Doença Cardiovascular que apresenta:

Insuficiência Cardíaca ( )

Insuficiência Coronariana ( )

Hipertensão ( )

Infarto agudo do miocárdio ( )

Angina de peito ( )

Aterosclerose ( )

Outros _____________________________________

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Apêndice 2. Avaliação do estado nutricional.

2 - 1. Antropometria

Medidas antropométricas

Data

/ /

Estatura (cm)

Peso atual (kg)

IMC (kg/m²)

Classificação

Circunferência da panturrilha

Circunferência do braço

Circunferência muscular do

braço

Dobra cutânea tricipital

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2 - 1. 2. Força de pressão palmar

IDADE SEXO MÃO

DOMINANTE

1ª medida 2ª medida VALOR DE

REFERENCIA

MÉDIA

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Apêndice 3. Questionário de Frequência Alimentar (QFA).

I- PRODUTOS LÁCTEOS >1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

1- Leite gordo

2- Leite semidesnatado

3- Leite magro

4- Iogurte natural magro

5- Outros iogurtes

6- Queijo magro fresco

7- Outros tipos de queijo

II – CARNES, PEIXES E

OVOS

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

9- Ovo

10- Carne de porco

11- Carne de frango

12- Carne de vaca

13- Outras (cabrito, coelho)

14- Miúdos em geral (Fígado,

Coração boi, frango, porco)

15- Presunto, paio

16- Mortadela, salsicha

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105

17- Toucinho, bacon

18- Peixes gordos: sardinha,

cavalinha

19- Peixes magros: pescada,

linguado

20- Bacalhau

21- Peixes conserva: atum,

sardinha

22- Frutos do mar: camarão,

lula, marisco

III - ÓLEOS E GORDURAS >1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

23- Azeite

24- Óleo vegetal (milho, soja,

girassol)

25- Margarina

26- Manteiga

27- Nata

28- Banha

IV – PÃES, CEREAIS E

DERIVADOS

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

29- Pão francês, pão de forma,

torrada

30- Pão integral, mistura,

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106

centeio

31- Farinha de mandioca, milho

32- Flocos de cereais sem

açúcar

33- Flocos de cereais com

açúcar

34- Arroz

35- Massas (macarrão)

V - BOLOS, BOLACHA,

SOBREMESAS E DOCES

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

36- Bolachas (Maria, integral,

água e sal).

37- Outros tipos de bolachas ou

biscoitos

38- Croissant, bolos

confeitados, bolos simples

39- Chocolate em barra, em pó

40- Goiabada, marmelada,

geléia, mel

41- Sobremesas com leite

(pudim, flan)

42- Sorvetes

43- Açúcar

VI- HORTALIÇAS,

LEGUMES E VERDURAS

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

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107

44- Sopa de legumes(sem

carnes ou peixe)

45- Saladas (tomate, alface,

pepino, cenoura, cebola,

pimentão)

46- Legumes e hortaliças

(couve, brócoles, chuchu,

abobrinha)

47- Leguminosas (feijão, grão

de bico, lentilha, ervilha)

48- Tubérculos (batata,

mandioquinha, batata doce)

49- Frutas frescas

50- Frutas enlatadas

51- Azeitona

VII- BEBIDAS >1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

51- Vinho

52- Cerveja

53- Licor

54- Outras bebidas alcoólicas

(wisky, vodka)

55- Suco de frutas natural

56- Suco de frutas artificial

57- Chá (erva doce, mate,

camomila)

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58- Café

59- Achocolatado

60- Chá preto

VIII- COMIDAS RÁPIDAS E

MOLHOS

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

61- Salgadinhos

62- Pizza

63- Hambúrguer

64- Maionese

65 Ketchup

IX – ALIMENTOS NÃO

REFERIDOS

>1mê

ou

nunca

1-3

por

mês

1

semana

2-4

semana

5-6

semana

1x dia 2-3 dia 4-5 dia 6 ou

mais

dia

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Apêndice 4. IPAQ – Questionário Internacional de Atividade Física – Versão Curta.

Nome:_______________________________________________________

Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como

parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito

em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão

ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas

ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas

incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer,

por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas

respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que

considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões lembre-se que:

� atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal.

� atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e

que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo

menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a) Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos

contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para

outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b) Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto

tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____

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2a) Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por

pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar,

dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer

serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do

jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou

batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b) Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos

contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

3a) Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo

menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar

futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados

em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer

atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos

contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no

trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo

sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um

amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando

durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a) Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?

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______horas ____minutos

4b) Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana?

______horas ____minutos

RECORDATÓRIO DE ATIVIDADE FÍSICA NA ADOLESCÊNCIA

5) Sem considerar as aulas de Educação Física, o(a) Sr(a) esteve envolvido NA

ESCOLA em equipes esportivas, com treinamentos e/ou competições ou grupos de

dança, por no mínimo, 6 meses consecutivos?

( ) Não ( ) Sim - Qual atividade esportiva?

Futsal/Futebol de salão ( ) Não ( ) Sim

Futebol de campo/Futebol de 7 ( ) Não ( ) Sim

Basquete ( ) Não ( ) Sim

Voleibol ( ) Não ( ) Sim

Handebol ( ) Não ( ) Sim

Atletismo ( ) Não ( ) Sim

Natação ( ) Não ( ) Sim

Dança ( ) Não ( ) Sim

Ginástica olímpica/artística ( ) Não ( ) Sim

Lutas ( ) Não ( ) Sim

Outra: Qual?_______________

6) O(a) Sr(a) participou em clubes, academias ou associações de alguma atividade

esportiva ou realizou por conta própria alguma atividade física por, no mínimo, 6

meses consecutivos?

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( ) Não ( ) Sim - Qual atividade?

Futsal/Futebol de salão ( ) Não ( ) Sim

Futebol de campo/Futebol de 7 ( ) Não ( ) Sim

Basquete ( ) Não ( ) Sim

Voleibol ( ) Não ( ) Sim

Handebol ( ) Não ( ) Sim

Atletismo ( ) Não ( ) Sim

Natação ( ) Não ( ) Sim

Dança ( ) Não ( ) Sim

Ginástica olímpica/artística ( ) Não ( ) Sim

Lutas ( ) Não ( ) Sim

Ginástica ( ) Não ( ) Sim

Musculação ( ) Não ( ) Sim

Caminhadas ( ) Não ( ) Sim

Corridas ( ) Não ( ) Sim

Andar de bicicleta ( ) Não ( ) Sim

Outra: Qual?_____________

7) Considerando somente as atividades físicas feitas durante a adolescência, o(a) Sr(a)

as realizava por que gostava ou era obrigado, por algum motivo?

( ) Gostava ( ) Era obrigado ( ) Não me lembro

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ANEXOS

Anexo 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _________________________________________________________, R.G.

______________, voluntária e conscientemente, concordo em participar da pesquisa intitulada

“Doenças cardiovasculares no envelhecimento: impacto no estado nutricional”. Assinando este

termo de consentimento, estou ciente de que:

1) O objetivo do estudo é avaliar pacientes com doença cardiovascular e avalaiar o estado

nutricional;

2) Participarei como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade do

pesquisador Dr. Bruno Rodrigues, professor responsável pelo Mestrado em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu (USJT);

3) Estou ciente que durante o estudo serão realizadas avaliações nutricionais, medindo-se o

peso, a altura e circunferência da cintura e também será aplicada uma entrevista que avalia

dados sócio econômicos e hábitos de vida;

4) Poderei sentir algum constrangimento na avaliação nutricional (medida de peso, altura e

circunferência da cintura) ou no preenchimento do instrumento de avaliação de dados pessoais.

5) Estou ciente que haverá uma entrevista, uma avaliação nutricional e um recordatório

alimentar durante o período de internação, de aproximadamente 1 hora;

6) Entendi que tenho plena liberdade para me afastar definitivamente do estudo, a qualquer

momento que desejar, sem nenhuma obrigatoriedade de prestar esclarecimentos e sem um único

ônus à minha pessoa;

7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo, a fim de manter a minha integridade moral, e

os resultados obtidos serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos

acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;

8) Fui informado que, se necessário, poderei entrar em contato com o pesquisador responsável

Professor Doutor Bruno Rodrigues pelo e mail: [email protected], ou com o Comitê de

Ética em Pesquisa da USJT (2799-1999 ramal 1665).

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9) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha

participação no referido estudo;

10) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu

poder e outra com o pesquisador responsável.

São Paulo, ____ de ________________ de ___________.

____________________________________________________

Participante e/ou Representante Legal

____________________________________________________

Pesquisador Responsável

____________________________________________________

Coordenador do Projeto

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Anexo 2. Parecer do CEP/USJT.

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