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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Ciências do Envelhecimento Nathaly Wehbe Dawalibi QUALIDADE DE VIDA E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS EM PROGRAMAS PARA A TERCEIRA IDADE São Paulo 2011

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

Nathaly Wehbe Dawalibi

QUALIDADE DE VIDA E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS EM

PROGRAMAS PARA A TERCEIRA IDADE

São Paulo

2011

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

Nathaly Wehbe Dawalibi

QUALIDADE DE VIDA E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS EM

PROGRAMAS PARA A TERCEIRA IDADE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu, da Universidade

São Judas Tadeu, como requisito para obtenção do

título de mestre em Ciências do Envelhecimento.

Orientadora: Profª Drª Rita Maria Monteiro Goulart

São Paulo

2011

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Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária da Universidade São Judas Tadeu: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

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Dedicatória

Com muita alegria, dedico este trabalho aos 182 idosos que se dispuseram a

participar voluntariamente e que deram vida à minha pesquisa.

Em especial, aos idosos do Projeto Sênior para a Vida Ativa, da Universidade

São Judas Tadeu, de São Paulo, com quem tive contato direto, obrigada por

terem me agregado valores, por terem me permitido participar da vida de

vocês, por cada palavra confortadora e por cada abraço apertado, que me

deram força e vontade de seguir em frente. Obrigada por me mostrarem que

não tem idade para aprender, ensinar, compartilhar amor, carinho, respeito,

momentos e experiências, conhecer pessoas, fazer amigos, enfim, para viver e

ser feliz!

Guardarei cada um na minha memória e no meu coração. Vocês são exemplos

a serem seguidos.

Muito obrigada!

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Agradecimentos

Agradeço, primeiramente e acima de tudo, a Deus, Pai zeloso, que está ao

meu lado sempre, guiando meus passos, pensamentos e minhas decisões,

dando-me força para prosseguir e não me deixando esmorecer, mesmo

quando as dificuldades e tristezas minam minhas forças. Quando a vontade de

desistir de tudo toma conta do meu ser, Ele sopra em meus ouvidos que Seu

amor por mim é infinito e que eu nunca estarei só.

Aos anjos que o Senhor escolheu para cuidarem de mim e me educarem, meus

pais, Claudete e Wehbe, agradeço pela pessoa que sou hoje, pelos valores

transmitidos, pela base familiar, pelo amor incondicional, pela paciência, pela

amizade, pelo colo, apoio, entendimento, por terem me ensinado que nada

nessa vida se consegue sem luta e dedicação, e por estarem comigo sempre,

em todos os momentos da minha vida. Ao meu irmão, Pier, super companheiro

e amigo, agradeço por todo amor e carinho e por torcer tanto pela minha

felicidade. Vocês são os maiores amores da minha vida.

À minha orientadora e amiga, Rita Maria Monteiro Goulart, outro anjo em minha

vida, obrigada por compartilhar tantos bons e maus momentos comigo, sempre

me encorajando para a vida e me fazendo acreditar que eu posso vencer.

Como costumo dizer, obrigada por acreditar mais no meu potencial do que eu

mesma. Devo tudo o que sou hoje, profissionalmente, a você.

Ao querido e competente corpo docente do mestrado em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu, Carla Witter, Marcelo de

Almeida Buriti, Rita Maria Monteiro Goulart, Rita de Cássia de Aquino, Maria

Luiza de Jesus Miranda, Kátia de Angelis, Ana Martha de Almeida Limongelli,

Rogério Brandão Wichi e Cláudia Borim da Silva, muito obrigada pela

paciência, amizade e pelos conhecimentos compartilhados.

Aos meus colegas de sala, que me ajudaram a compor, com muita honra, a

primeira turma de mestrado em Ciências do Envelhecimento da Universidade

São Judas Tadeu, obrigada pela força, pela união, pelo companheirismo e pelo

carinho.

Ao estatístico que deu todo o suporte para a minha pesquisa, Leandro Campi

Prearo, minha sincera gratidão.

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Aos queridos Daniel, Ibraim, Selma e Simone, auxiliares de coordenadoria de

pós-graduação da Universidade São Judas Tadeu, obrigada por serem sempre

tão solícitos e amorosos.

Agradeço às doutoras Sandra Maria Lima Ribeiro e Rita de Cássia de Aquino,

por terem aceitado participar da minha banca de mestrado e por todas as

sugestões e críticas, que contribuíram para enriquecer o meu trabalho.

Por fim, e com muito carinho, dedico esse mestrado a essas pessoas tão

queridas, amigos amados e companheiros de jornada, Andréia Mazuquelli,

Sérgio Pereira dos Santos, Família Romano, Felipe Santoro Alves e família, Sr.

Luís e família, Cristiane Paganelli, Flávia Sierra, Carolina Lazzarini Sader,

Amanda Mantovani, Camila Corradini, Luciane Borges, Luciana Souza, Sueli

Minelli, Virna Seculin, Cláudia Gimenes do Santos, Fernanda Magalhães, Sueli

dos Santos Vitorino, Geovana Mellisa Castrezana Anacleto e Gleice Branco.

Obrigada por fazerem parte da minha vida, vocês são muito importantes para

mim.

“Sucesso, reconhecimento, fama, glória. Muitos de nós lutamos por motivos

assim. Mas não se constrói um bom nome da noite para o dia. É preciso

trabalhar muito. Ainda que haja tropeços e quedas, é preciso superar os

obstáculos. É preciso ter motivação, perseverar, insistir.

A vida é uma sucessão de batalhas. Emprego, família, amigos: todos nós

temos um status atual, e temos também expectativas em relação ao futuro. No

entanto, as reviravoltas do destino nos surpreendem. Nem sempre dá para se

fazer só o que gostamos, mas aquele que gosta do que faz e sente orgulho em

fazer melhor, a cada dia vai mais longe.

Há momentos de calmaria e há momentos agitados, decisivos, em que a boa

intenção não basta. É quando a vida nos cobra coragem, arrojo, criatividade e

um inabalável espírito de luta. A verdade é que os problemas e os reveses

ocorrem com maior frequência do que gostaríamos.

Os tempos mudam. Surgem desafios e novos objetivos. Os guerreiros olham

nos olhos do futuro, sem medo e sem arrogância, mas com confiança de quem

está pronto para o combate. Viver é também estar preparado para as situações

difíceis. O modo como encaramos as dificuldades é que faz a diferença.

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Às vezes perguntamos: como enfrentar as mudanças radicais que se

apresentam diante de nós? Como atuar num novo cenário, onde coisas que

fazíamos tão bem precisam ser reaprendidas? Como lutar sem deixar para trás

valores fundamentais? E mais: como saber a medida exata a ser tomada no

momento certo?

O incrível é que, justamente diante de situações adversas, muitos redescobrem

o que têm de melhor. A ética, a amizade, a capacidade de criar novas

estratégias fundamentadas na experiência, o talento para promover alianças

positivas, o espírito de liderança, a consciência da força que reside no

verdadeiro trabalho em equipe.

Tudo isso aflora quando as circunstâncias exigem, quando se sabe que existe

um objetivo maior a ser alcançado. Claro que não é fácil abandonar hábitos,

costumes. Não é fácil adaptar-se aos novos meios ou usar recursos com os

quais não estávamos familiarizados. Mas todo guerreiro sabe que pessimismo

e insegurança nessa hora só atrapalham.

Ainda que a ameaça venha de vários lados, com agilidade, força e

determinação podemos alcançar o resultado. A combinação de energia e

inteligência e o equilíbrio entre a razão e a emoção são fundamentais para o

sucesso.

É uma sensação extremamente agradável chegar ao fim de uma etapa com a

consciência de dever cumprido e obter a consagração, o respeito de todos, o

reconhecimento dos colegas e a admiração das pessoas que amamos.

Ouvir o próprio nome com orgulho. Aquele orgulho de quem viu nos obstáculos

a oportunidade de crescer. Orgulho de quem soube enfrentar as turbulências

da vida e vencer. Orgulho de ser um vencedor que não abriu mão de seus

valores fundamentais. Afinal, o que fazemos em vida ecoa na eternidade...”

(Vídeo motivacional Gladiador)

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Resumo

Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de idosos matriculados em programas

para a terceira idade de três universidades localizadas no Estado de São Paulo

e analisar a influência de possíveis fatores intervenientes. Métodos: Trata-se

de um estudo transversal, do tipo quantitativo-descritivo de campo, do qual

participaram 182 idosos, de ambos os gêneros, com idades ≥ 60 anos,

matriculados nos programas para a terceira idade de três universidades

localizadas nos municípios de São Paulo, São Caetano do Sul e Mogi das

Cruzes. A avaliação do estado nutricional foi realizada por antropometria, com

a aferição de peso, estatura e circunferência de cintura (CC). Para a

classificação do estado nutricional, utilizou-se o índice de massa corporal

(IMC). Para avaliar a percepção subjetiva da qualidade de vida, utilizou-se o

World Health Organization Quality of Life Questionnaire (WHOQOL- BREF).

Para avaliar o nível de atividade física, utilizou-se o International Physical

Activity Questionnaire (IPAQ), versão curta. Análise de regressão linear múltipla

foi realizada entre as variáveis dependentes e independentes. Estado

nutricional foi comparado com nível de atividade física, faixa etária, renda

familiar mensal e gênero, e foi aplicado o teste de Qui quadrado para averiguar

associação entre estado nutricional e cada uma dessas variáveis qualitativas.

Em todas as análises, adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Em

relação ao estado nutricional, 50,0% dos idosos apresentaram excesso de

peso e 64,3% apresentaram valores de CC com risco muito elevado para

doenças cardiovasculares. A média da pontuação do WHOQOL - BREF, obtida

pelos idosos estudados, variou, aproximadamente, entre 57,0 e 77,0 nas

questões e nos domínios avaliados. Os resultados da regressão linear múltipla

mostraram que a ausência de doenças influenciou positivamente a qualidade

de vida nos quatro domínios avaliados. No domínio ambiental, ensino superior

completo, idade avançada, ausência de doenças e residência em São Caetano

do Sul influenciaram positivamente a qualidade de vida dos idosos estudados,

nessa ordem de importância. Não houve associação entre estado nutricional e

nível de atividade física, faixa etária, renda familiar mensal e gênero.

Conclusão: A média da pontuação do WHOQOL - BREF, obtida pelos idosos

nas questões e nos domínios avaliados, sugere uma percepção, em relação à

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qualidade de vida, de razoável para boa, considerando que quanto mais

próximo de 100 melhor é a qualidade de vida. Os fatores associados à melhor

qualidade de vida foram: ensino superior completo, idade avançada, ausência

de doenças e residência em São Caetano do Sul, nessa ordem de importância.

Palavras chave: Qualidade de vida. Estado nutricional. Idosos.

Abstract

Objectives: Evaluate the quality of life of the elderly enrolled in programs for

seniors from three universities located in the State of Sao Paulo and analyze

the influence of possible intervening factors. Methods: It was a field, cross-

sectional and quantitative-descriptive study, in which 182 elderly of both

genders participated. They were aged ≥ 60 years and were enrolled in

programs for seniors from three universities located in the cities of Sao Paulo,

Sao Caetano do Sul and Mogi das Cruzes. The nutritional status evaluation was

done by means of anthropometry, with the measurement of weight, height and

waist circumference (WC). To classify the nutritional status, it was used the

body mass index (BMI). To evaluate the subjective perception of quality of life, it

was used the World Health Organization Quality of Life Questionnaire

(WHOQOL- BREF). To assess the level of physical activity, it was used the

International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), short version. Multiple

linear regression analysis was performed among the dependent and the

independent variables. Nutritional status was compared with physical activity

level, age group, monthly family income and gender, and it was applied the Chi

square test to check the association between nutritional status and each of

these qualitative variables. In all analysis, it was adopted a significance level of

5%. Results: In relation to the nutritional status, 50.0% of the sample were

overweight and 64.3% showed WC values at very high risk for cardiovascular

diseases. The mean score of the WHOQOL - BREF, obtained by the elderly,

ranged from, approximately, 57.0 and 77.0 in the questions and domains

assessed. The results of multiple linear regression showed that the absence of

diseases positively influenced the quality of life in all domains evaluated. In the

environmental domain, higher education degree, old age, absence of diseases

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and residence in Sao Caetano do Sul positively influenced the quality of life of

the elderly, in this order of importance. There was no association between

nutritional status and physical activity level, age group, monthly family income

and gender. Conclusion: The mean score of the WHOQOL - BREF, obtained

by the elderly in the questions and domains assessed, suggests a perception,

about the quality of life, reasonable to good, considering that the closer to 100,

the better is the quality of life. The factors associated with better quality of life

were: higher education degree, old age, absence of diseases and residence in

Sao Caetano do Sul, in this order of importance.

Key words: Quality of life. Nutritional status. Elderly.

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Sumário

1- Introdução...............................................................................................................01

1.1- A importância da nutrição e a heterogeneidade na velhice ....................................04

1.2- Envelhecimento e qualidade de vida.....................................................................11

1.3- A importância da atividade física .........................................................................13

2- Objetivos ................................................................................................................18

3- Métodos..................................................................................................................19

3.1- Sujeitos ................................................................................................................19

3.2- Critérios de inclusão e exclusão............................................................................19

3.3- Procedimentos......................................................................................................19

3.3.1- Tipo de estudo...................................................................................................19

3.3.2- Características sócio-demográficas....................................................................19

3.3.3 Avaliação do estado nutricional ..........................................................................20

3.3.4- Antropometria ...................................................................................................20

3.3.5- Percepção subjetiva da qualidade de vida ..........................................................21

3.3.6- Avaliação do nível de atividade física................................................................22

3.3.7- Análise estatística..............................................................................................23

3.4- Aspectos éticos ....................................................................................................24

4- Resultados...............................................................................................................25

5- Discussão................................................................................................................45

6- Conclusão e Recomendação final ............................................................................56

Referências .................................................................................................................57

Anexos........................................................................................................................71

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Lista de tabelas

Tabela 1: Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a

terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo as

características sócio-demográficas... ............................................................................26

Tabela 2: Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a

terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo as

condições gerais de

saúde................................................................................................................................28

Tabela 3: Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a

terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo o nível de

atividade física. ...........................................................................................................29

Tabela 4: Médias, medianas e teste de Mann - Whitney U das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo o gênero. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................30

Tabela 5: Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo o nível de escolaridade. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................31

Tabela 6: Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo a renda familiar mensal. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................32

Tabela 7: Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo o município de residência. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................33

Tabela 8: Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo o estado nutricional. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................35

Tabela 9: Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo a faixa etária. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................37

Tabela 10: Médias, medianas e teste de Mann - Whitney U das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo a presença de doenças. São Paulo, 2011.

.........................................................................................................................................38

Tabela 11: Médias, medianas e teste de Mann - Whitney U das pontuações de idosos

matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado

de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF,

segundo o nível de atividade física. São Paulo, 2011.

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.........................................................................................................................................39

Tabela 12: Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao

domínio físico do WHOQOL - BREF. São Paulo,

2011.................................................................................................................................40

Tabela 13: Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao

domínio psicológico do WHOQOL - BREF. São Paulo,

2011.................................................................................................................................41

Tabela 14: Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao

domínio social do WHOQOL - BREF. São Paulo,

2011.................................................................................................................................42

Tabela 15: Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao

domínio ambiental do WHOQOL - BREF. São Paulo,

2011.................................................................................................................................43

Tabela 16: Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a

terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo estado

nutricional e nível de atividade física, faixa etária, renda familiar mensal e gênero. São

Paulo,

2011.................................................................................................................................44

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1

1 - Introdução

O envelhecimento populacional é um fenômeno social multifacetado que

demanda enfrentamento interdisciplinar. O aumento do número de idosos vem

ocorrendo de forma muito rápida e progressiva, principalmente nos países em

desenvolvimento, como o Brasil (CERVATO et al., 2005).

“A velhice é um processo dinâmico e progressivo, em que há

modificações tanto morfológicas quanto funcionais, bioquímicas e psicológicas

sobre o indivíduo” (MEIRELLES, 2000, p. 28).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “é o prolongamento e

término de um processo representado por um conjunto de modificações

fisiomórficas e psicológicas ininterruptas à ação do tempo sobre as pessoas”

(ARAÚJO, 2001, p. 7).

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD,

2005), o Brasil é hoje um país envelhecido, uma vez que o número de pessoas

com ≥ 60 anos no país é superior aos 18 milhões, o que representa cerca de

10% da população total. A OMS considera um país estruturalmente

envelhecido quando pelo menos 7% da população total são idosos

(MASTROENI et al., 2007).

O crescimento da população idosa brasileira será de 15 vezes,

aproximadamente, entre 1950 e 2025, enquanto o da população como um todo

será de não mais que cinco vezes, no mesmo período. Segundo dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003), o Brasil será a

sexta população mundial com o maior número de idosos, em 2025, atingindo

32 milhões, em números absolutos.

Observa-se, assim, uma mudança na estrutura etária da população

brasileira. Em 2008, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, havia 24,7 idosos

com ≥ 65 anos. Em 2050, existirão 172,7 idosos para cada 100 crianças de 0 a

14 anos (IBGE, 2008).

Os avanços na medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da

população vêm contribuindo para elevar a expectativa de vida ao nascer do

brasileiro. Em 1940, a média de vida dessa população era de 45,5 anos de

idade, atingindo 72,7 anos, em 2008. O IBGE estima que essa média alcance,

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2

em 2050, o patamar de 81,29 anos, o mesmo nível de Islândia (81,80), Hong

Kong, China (82,20) e Japão (82,60) (IBGE, 2008).

Essa transição demográfica trouxe à baila a necessidade de se criar

espaços que acolhessem os idosos e lhes garantissem uma maior integração

social e uma vida mais digna e com qualidade.

Assim, a primeira Universidade Aberta para a Terceira Idade (UNATI)

surgiu no final da década de 1960, na França, como um espaço para atividades

culturais e de sociabilidade, a fim de ocupar o tempo livre dos idosos e

favorecer as relações sociais. A segunda geração de UNATIs surgiu em

Toulouse, também na França, em 1973. Foi essa a primeira UNATI preocupada

com o ensino e a pesquisa. Suas atividades educativas voltavam-se para o

desenvolvimento de estudos sobre o envelhecimento (VERAS e CALDAS,

2004).

Em 1975, criou-se a Associação Internacional das Universidades da

Terceira Idade, e, em 1981, a França dispunha de 59 UNATIs. Em 1980, foi

organizada a União Francesa de Universidades da Terceira Idade. Ainda na

França, em 1980, surgiu a terceira geração das UNATIs, cujo programa

educacional era mais amplo e diversificado, para atender à população de

aposentados cada vez mais escolarizada (VERAS e CALDAS, 2004).

A partir da década de 1990, seguindo as experiências francesas, várias

UNATIs foram implantadas no Brasil. Em 1990, em parceria com o Serviço

Social do Comércio (SESC), a Pontifícia Universidade Católica de Campinas

criou a Universidade da Terceira Idade da PUC/Campinas, a primeira divulgada

no país. Em 1993, a partir da criação do Núcleo de Estudos da Terceira Idade

(NETI), a UNATI da Universidade Federal de Santa Catarina iniciou suas

atividades. Em 2004, o Brasil já dispunha de mais de 150 instituições (VERAS

e CALDAS, 2004).

As UNATIs desenvolvidas no país visam rever os estereótipos com

relação à velhice, promover a auto-estima e o resgate da cidadania, incentivar

a autonomia, a independência, a auto-expressão e a reinserção social em

busca de uma velhice bem sucedida e com qualidade (VERAS e CALDAS,

2004).

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3

Para Araújo (2001, p. 2), “repensar a velhice de forma a ressaltar suas

virtudes, potencialidades e características é promover a longevidade saudável

do idoso”.

Desde a década de 1980, há diversas iniciativas internacionais que

valorizam a possibilidade de se considerar o envelhecimento como um

processo positivo, pensado como um momento da vida em que é possível se

desfrutar de bem estar e prazer. A política de envelhecimento ativo, proposta

pela OMS (2005), é um exemplo dessas recomendações, enfatizando que

envelhecer bem não é apenas responsabilidade do indivíduo e, sim, um

processo que deve ser respaldado por políticas públicas e por iniciativas

sociais e de saúde ao longo da vida.

A princípio, a criação dessa política partiu do pressuposto de que, para

se envelhecer de forma saudável, é fundamental aumentar as oportunidades

para que os indivíduos possam optar por um estilo de vida mais adequado, o

que inclui mudanças de hábitos alimentares e atividade física regular, e,

consequentemente, o controle da saúde física e psicológica. Assim, a

definição de envelhecimento ativo é apresentada como a otimização das

oportunidades de saúde, participação e segurança, visando à melhoria da

qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (OMS, 2005).

Segundo a OMS, uma das formas de se garantir saúde e bem estar aos

idosos é por meio de programas que têm a nutrição como estratégia prioritária,

uma vez que existe ligação direta entre a qualidade da dieta e o advento de

doenças e agravos não transmissíveis (CERVATO et al., 2005).

Uma boa nutrição em todas as fases do ciclo da vida é fator

determinante de qualidade de vida. A alimentação é essencial para se ter uma

boa saúde e um estado nutricional adequado, e é a variável externa que mais

afeta a velhice (SANTOS e REZENDE, 2006).

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4

1.1- A importância da nutrição e a heterogeneidade na velhice

A grande heterogeneidade entre os idosos no que tange a aspectos

morfológicos, funcionais, psicológicos e sociais coloca em xeque o conceito de

normalidade na velhice. O ritmo de declínio das funções orgânicas varia de um

órgão para outro, mesmo entre indivíduos com a mesma idade. Assim, os

fatores determinantes do envelhecimento produzem efeitos deletérios

diferentes de uma pessoa para outra (PAPALÉO NETTO, 2006; RIBEIRO,

DONATO JÚNIOR e TIRAPEGUI, 2006).

No processo de envelhecimento ocorrem algumas manifestações

comuns aos indivíduos da mesma idade, mas as particularidades de cada um

ao longo de sua vida fazem com que cada idoso desfrute da última fase do

ciclo da vida de maneira muito peculiar. Em geral, aqueles que maximizam os

ganhos e aprendem a conviver bem com as perdas desfrutam de uma velhice

com mais qualidade. Dessa forma, cada idoso pauta sua vida de acordo com

seus próprios valores, princípios, suas crenças, preocupações e expectativas

(PASCHOAL, 2006).

O indivíduo que consegue usufruir de um estilo de vida mais saudável

desde a juventude e que adota a prevenção como aliada de sua saúde, em

detrimento do processo curativo, certamente terá mais chances de desfrutar de

boa qualidade de vida na velhice. Aos geriatras e gerontólogos cabe o desafio

de distinguir o normal do patológico no envelhecimento, para que os idosos

sejam melhor cuidados e orientados.

Por volta dos 30 anos, inicia-se um desgaste biológico natural, que

culmina em perdas progressivas de massa muscular e óssea, de flexibilidade

articular, coordenação motora, equilíbrio e capacidade vital. Entre a terceira e a

sexta décadas de vida, ocorre perda da força muscular de aproximadamente

30%. O número total de fibras musculares diminui, em especial, as fibras de

contração rápida, que são responsáveis pelo desenvolvimento da força. A

inatividade física pode agravar esse quadro (TADDEI e GRESPAN, 2006).

Essa diminuição gradual da massa magra, resultando em perda da

qualidade e da força muscular, é denominada sarcopenia, e pode comprometer

a capacidade física do idoso, aumentar o risco de acidentes com sequelas e,

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consequentemente, afetar negativamente sua qualidade de vida (RIBEIRO,

DONATO JÚNIOR e TIRAPEGUI, 2006).

O envelhecimento apresenta como característica a ocorrência de

mudanças ao longo do tempo, sejam elas deletérias ou não à vitalidade e

longevidade do indivíduo. Algumas funções, como por exemplo, a troca de

células epiteliais do intestino, não sofrem alterações significativas com a idade

(JECKEL-NETO e CUNHA, 2006).

O sistema digestório sofre alterações estruturais, de motilidade e da

função secretória, que variam de intensidade de um segmento para outro.

Apesar da escassez de dados, alterações na motilidade intestinal podem

resultar em hiperproliferação bacteriana, uma das causas da perda de peso

involuntária em idosos (FERRIOLLI, MORIGUTI e LIMA, 2006), além de

constipação intestinal (RIBEIRO, DONATO JÚNIOR e TIRAPEGUI, 2006).

A função absortiva não sofre alteração significativa para a maioria dos

nutrientes, entre eles as proteínas e os açúcares. Ocorre uma pequena

redução na absorção de lipídeos, porém, não o suficiente para comprometer o

estado nutricional do idoso. É possível que haja redução na absorção de

vitaminas B12 e D, cálcio, ácido fólico, cobre, zinco, ácidos graxos e colesterol,

e aumento na absorção de vitamina A e glicose, porém, esses resultados ainda

são controversos (FERRIOLLI, MORIGUTI e LIMA, 2006).

No que tange ao aparelho digestório alto, a perda dos dentes não é uma

consequência inevitável do envelhecimento. Ela resulta de doenças dentárias e

da falta de medidas preventivas ao longo da vida por parte do indivíduo e do

profissional que o assiste. Da mesma forma, a redução na secreção salivar não

é intrínseca ao envelhecimento. Na ausência de doenças e de uso de

medicamentos que provoquem essa redução, a função das glândulas

secretórias permanece inalterada (MATOS et al., 2006).

A saúde bucal deteriorada pode provocar alteração na percepção dos

sabores e é uma das causas de perda de peso involuntária em idosos, o que

compromete seu estado nutricional (MATOS et al., 2006).

A perda dos dentes tem sido associada a mudanças nas preferências

alimentares, levando à deficiência nutricional em idosos, uma vez que há

redução, principalmente, no consumo de vegetais, frutas e carnes (CAMPOS et

al., 2000 e BARRETO, PASSOS e LIMA-COSTA, 2003).

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6

A baixa ingestão de alimentos pode resultar em baixo consumo tanto de

macronutrientes quanto de micronutrientes, e, mesmo em pessoas

relativamente saudáveis, deficiências nutricionais são comuns (FORSTER e

GARIBALLA, 2005).

Alguns estudos longitudinais têm demonstrado que a função

mastigatória não se altera obrigatoriamente com o envelhecimento. Se o

indivíduo possuir uma dentição estável, não tiver problemas médicos e não

utilizar medicamentos que afetem a salivação ou o paladar, essa função

continua eficiente (MATOS et al., 2006).

A perda de apetite e o emagrecimento são problemas clínicos comuns e

importantes em idosos. A inapetência pode resultar em desnutrição proteico-

calórica, especialmente, se associada a fatores patológicos do envelhecimento.

A dependência ao se alimentar e a baixa capacidade física e cognitiva podem

ser causadoras desse emagrecimento (FORSTER e GARIBALLA, 2005).

Nessa fase da vida, há, em geral, uma elevada ingestão de fármacos, e

os idosos necessitam, muitas vezes, de cuidados de diversos especialistas. A

automedicação é comum e interfere na ingestão e absorção de alimentos,

assim como na biodisponibilidade dos nutrientes, aumentando os riscos de

desnutrição e de efeitos adversos de interação droga-nutriente. Além disso, a

polifarmácia pode provocar xerostomia no idoso (SACHS, OLIVEIRA e

MAGNONI, 2005; RAUEN et al., 2008 e FELIX e SOUZA, 2009).

O sentido olfativo, que pode ficar prejudicado com o avançar da idade,

também é um fator que influencia a sensibilidade ao paladar, assim como o

comprometimento visual, comum nas pessoas idosas, que pode levar à

redução do apetite, em função da diminuição do reconhecimento dos alimentos

e da habilidade de se alimentar (CAMPOS et al., 2000).

Fatores externos, como o isolamento social, a depressão, a perda do

cônjuge, a menor capacidade cognitiva, a reduzida capacidade funcional e a

relutância para comer podem comprometer mais ainda o estado nutricional do

idoso, e a precariedade das condições sócio-econômicas pode afetar

negativamente a escolha dos alimentos e os hábitos alimentares, contribuindo

para a monotonia alimentar (NOVAES et al., 2005; SANTOS e REZENDE,

2006).

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A desnutrição proteico-calórica (DPC) está associada ao maior risco de

mortalidade, de doenças infecciosas e à pior qualidade de vida (OTERO et al.,

2002 e FELIX e SOUZA, 2009). Entretanto, a DPC é vista, erroneamente,

como parte do processo normal de envelhecimento, sendo, com frequência,

ignorada (OTERO et al., 2002).

Em estudo realizado por Kemp et al. (2002), foi demonstrado que

aproximadamente 90% dos idosos estudados apresentaram ingestão alimentar

abaixo das recomendações das Dietary Reference Intakes (DRIs) para vitamina

B12 e folato, aproximadamente 50% apresentaram ingestão inadequada de

vitamina B6, e 29% dos homens e 66,7% das mulheres apresentaram ingestão

inadequada de zinco. Os 65 sujeitos dessa pesquisa foram recrutados em

centros de idosos, em Nova Jersey.

As deficiências nutricionais, em especial, de micronutrientes, estão

fortemente associadas ao declínio da função imune, que começa, em geral, a

partir dos 50 anos, independentemente do gênero, o que torna os programas

de avaliação e intervenção nutricional ferramentas importantes na promoção da

saúde do idoso (ARANHA et al., 2000 e NOVAES et al., 2005).

Por outro lado, hoje está em curso um fenômeno chamado transição

nutricional, que se constitui em um dos maiores desafios para as políticas

públicas no momento (COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008). Em linhas gerais,

essa transição refere-se à passagem da desnutrição para a obesidade (KAC e

VELÁSQUEZ-MELENDEZ, 2003 e FERREIRA e MAGALHÃES, 2007).

Com o desenvolvimento da tecnologia alimentar, houve um aumento

significativo na oferta e no consumo de alimentos industrializados, em especial,

daqueles ricos em sódio, açúcar, gorduras em geral e alto valor energético, ao

passo que cereais, leguminosas, frutas e vegetais são cada vez menos

consumidos, constatando-se, assim, uma mudança importante no perfil

alimentar das famílias brasileiras (WANDERLEY e FERREIRA, 2010).

A crescente violência urbana e as condições sócio-econômicas

precárias, por sua vez, limitam a prática de atividade física, o que contribui,

ainda mais, para o ganho de peso e o advento de doenças e agravos não

transmissíveis (DANT). Portanto, mais áreas gratuitas e seguras que

possibilitem a prática de esporte e lazer deveriam ser construídas, visando à

promoção da saúde.

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O excesso de peso, cada vez mais expressivo, contribui para o aumento

do risco de doenças cardiovasculares (DCV), hipertensão arterial, diabetes

melito tipo 2, hiperlipidemias, câncer e morte prematura (CABRERA e JACOB

FILHO, 2001), e tem como principais causas a alimentação desequilibrada e o

sedentarismo (WHO, 1997).

Além disso, tanto o sobrepeso quanto a obesidade estão associados a

condições debilitantes que afetam a qualidade de vida, como osteoartrite,

dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos, problemas de pele

e infertilidade (WHO, 2004).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a obesidade e a hipertensão

arterial são os dois principais fatores de risco responsáveis pela maioria das

mortes no mundo (COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008). No Brasil, as DCV

são, há pelo menos quatro décadas, a principal causa de mortalidade (LESSA,

2004 e COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008).

Doenças e agravos não transmissíveis, por serem de longa duração, são

os que mais sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil.

Estima-se que os gastos do Ministério da Saúde com atendimentos

ambulatoriais e internações por DANT sejam de, aproximadamente, R$ 7,5

bilhões ao ano (MALTA et al., 2006 e COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008).

O papel da dieta como determinante de DANT já está bem estabelecido

(WHO, 2002 e WHO, 2003). A alimentação é um dos fatores modificáveis mais

importantes para o risco de doenças crônicas, como hipercolesterolemia,

hipertensão arterial, DCV, diabetes melito tipo 2, além de câncer e

aterosclerose, devendo, portanto, ser incluída entre as ações prioritárias de

saúde pública (KRIS-ETHERTON et al., 2001; MANN, 2002; WHO, 2003;

IBGE, 2004 e COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008).

De acordo com a WHO (2004), 80% dos casos de doenças

coronarianas, 90% dos casos de diabetes melito tipo 2 e 30% dos casos de

câncer poderiam ser evitados com reeducação alimentar, prática regular de

atividade física e redução no consumo de tabaco e derivados.

Segundo a Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde

(WHO, 2004), reduzir o risco doenças crônicas e ter uma boa saúde dependem

de algumas medidas preventivas, como ter um peso saudável, diminuir o

consumo energético advindo de gorduras totais, preferir as gorduras

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insaturadas às saturadas e eliminar as trans, aumentar o consumo de vegetais,

frutas, grãos integrais e castanhas, limitar a ingestão de açúcar livre, restringir

o consumo de sódio de todas as fontes e consumir sal iodado.

Com o objetivo de prevenir e minimizar a prevalência mundial de DANT,

a OMS propôs, dentre outras recomendações, o consumo diário de, pelo

menos, cinco porções de 80 gramas cada uma de frutas e hortaliças, ou 400g

no total (WHO, 2003a).

Frutas, verduras e legumes desempenham papel protetor contra as

doenças supracitadas. O maior consumo desses alimentos estaria relacionado

ao aumento da oferta de vitaminas e minerais antioxidantes, além de fibras

dietéticas, atuando de maneira importante na redução do risco (VIEBIG et al.,

2009).

De acordo com o Fundo Mundial para a Pesquisa do Câncer (WCRF,

1997), uma dieta com grande quantidade de frutas e hortaliças pode prevenir

20% ou mais dos casos de câncer.

O Relatório Mundial sobre Saúde (WHO, 2002) estima que o baixo

consumo de frutas, verduras e legumes está associado a cerca de 31% das

doenças isquêmicas do coração e a 11% dos casos de acidente vascular

cerebral (AVC) no mundo.

No Brasil, em especial, essa transição nutricional apresenta-se de

maneira singular, já que o país convive com dois perfis nutricionais distintos.

De um lado, desnutrição e anemias carenciais; de outro, um crescente da

obesidade e dos agravos relacionados a ela, o que tem exigido dos

nutricionistas uma reflexão crítica de seu papel enquanto agente ativo nesse

processo (KAC e VELÁSQUEZ-MELENDEZ, 2003 e FERREIRA e

MAGALHÃES, 2007).

Assim, talvez o maior desafio atual da nutrição seja lidar, ao mesmo

tempo, com duas condições de saúde aparentemente contraditórias, como a

desnutrição e a obesidade (COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008).

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado de distúrbios

nutricionais podem ter efeitos positivos na depressão, no estado nutricional, em

exames clínicos, no tempo de permanência em hospitais e nas taxas de

mortalidade (GALLAGHER- ALLRED et al., 1996; FLAHERTY, 1998; RIBEIRO

e MELO, 2009), o que é significativo, uma vez que a má nutrição, tanto a

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desnutrição quanto a obesidade, frequentemente leva a um maior isolamento e

a uma maior dependência, comprometendo a qualidade de vida do idoso

(PIRLICH e LOCHS, 2001; AMARANTOS, MARTINEZ e DWYER, 2001 e

SMOLINER et al., 2008).

A população idosa, em sua maioria, apresenta hábitos alimentares

arraigados e é mais resistente às mudanças. Cabe ao nutricionista pensar em

estratégias eficazes que combatam ou diminuam a incidência de má nutrição

no idoso, e, também, auxiliem essa população a tomar decisões em prol de sua

saúde, ou seja, a se autocuidar.

Uma das vertentes da avaliação do estado nutricional de um indivíduo é

a antropometria. Trata-se de uma estratégia de grande utilidade para a saúde

pública, de baixo custo, não invasiva, de rápida e fácil execução (CERVI,

FRANCESCHINI e PRIORE, 2005; MENEZES e MARUCCI, 2005 e SAMPAIO

e FIGUEIREDO, 2005).

Em idosos, as medidas antropométricas mais utilizadas são peso,

estatura, dobras cutâneas e circunferências (principalmente, a circunferência

da cintura/abdominal, que tem sido utilizada como um dos melhores preditores

antropométricos de gordura visceral, a mais associada ao risco cardiovascular)

(MENEZES e MARUCCI, 2005).

Entretanto, ainda não há valores de referência para essa faixa etária da

população, o que reforça a necessidade de se avançar essa investigação

(MENEZES e MARUCCI, 2005).

O índice de massa corporal (IMC), obtido por meio da divisão do peso

corporal, em quilogramas, pela estatura, em metros quadrados (kg/m²), não

distingue adequadamente massa gorda e massa magra. Esse indicador não

mostra a ampla variação na distribuição de gordura, podendo subestimar o real

aumento da gordura corporal, em especial, a gordura central, em idosos

(CERVI, FRANCESCHINI e PRIORE, 2005 e SAMPAIO e FIGUEIREDO,

2005).

Em 1992, o Nutrition Screening Initiative (NSI) propôs uma classificação

que considera as modificações corporais decorrentes do envelhecimento.

Segundo essa classificação, indivíduos com IMC < 22,00 kg/m² apresentam

baixo peso; ≥ 22,00 e < 27,00 kg/m², peso adequado para sua estatura e idade

(eutróficos); e, ≥ 27,00 kg/m², excesso de peso (LIPSCHITZ, 1994).

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Uma classificação mais recente para avaliar estado nutricional, segundo

o IMC, de idosos com ≥ 60 anos, é a da Organização Pan- Americana de

Saúde, segundo a qual IMC < 23,00 kg/m² indica baixo peso; ≥ 23,00 e < 28,00

kg/m², eutrofia; ≥ 28,00 e < 30,00 kg/m², sobrepeso; e, ≥ 30,00 kg/m²,

obesidade (OPAS, 2002).

Faz-se necessário, assim, uma padronização de pontos de corte para

idosos, em relação a valores de IMC, circunferências e dobras cutâneas, para

que eles sejam melhor assistidos pelos profissionais da saúde e,

consequentemente, desfrutem de mais bem estar e qualidade de vida.

1.2- Envelhecimento e qualidade de vida

“Há (a) necessidade de uma nova experiência do

envelhecer, na qual as pessoas tenham contato com o

novo, desempenhem atividades, aprendam coisas

diferentes, mantenham papéis sociais e se integrem em

contextos sociais que lhes sejam significativos, de modo a

manterem o sentido da vida” (OKUMA, 2002, p. 1092).

Segundo o Grupo de Qualidade de Vida da OMS, qualidade de vida

refere-se à “percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da

cultura e sistema de valores nos quais ele vive, em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL GROUP, 1994).

O conceito de qualidade de vida relaciona-se à auto-estima e ao bem

estar pessoal e abrange uma grande gama de aspectos, tais como: a

capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação

social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o estado de

saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a

satisfação com o emprego e/ou com as atividades da vida diária e com o

ambiente em que se vive (VECCHIA et al., 2005 e NERI, 2007).

Assim, trata-se de um conceito subjetivo e dependente do nível

sociocultural, da idade e das aspirações pessoais de cada indivíduo (VECCHIA

et al., 2005 e NERI, 2007).

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Borglin, Edberg e Hallberg (2005) demonstraram que a qualidade de

vida de idosos depende da preservação do self e da manutenção de objetivos

ao longo da vida, e a experiência da qualidade de vida envolveria valores

pessoais, experiências anteriores, capacidade de adaptação às mudanças,

independência, autonomia, atividades, saúde, relações sociais e viver em casa.

Segundo Spirduso e Cronin (2001), desfrutar de uma boa qualidade de

vida depende de os idosos sentirem-se bem, cumprirem com suas funções

diárias básicas adequadamente e conseguirem viver de forma independente.

Consideram a ausência de doenças, o engajamento com a vida e a

competência física e mental aspectos fundamentais para um envelhecimento

bem sucedido e para a manutenção de uma alta qualidade de vida.

Santos et al. (2002) constataram que a qualidade de vida do idoso é

influenciada por fatores como longevidade, saúde biológica, saúde mental,

satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, eficácia

cognitiva, status social, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e

continuidade de relações informais com amigos.

Para Minayo, Hartz e Buss (2000, p. 8), “qualidade de vida boa ou

excelente é aquela que oferece um mínimo de condições para que os

indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, sejam

estas: viver, sentir ou amar, trabalhar, produzindo bens e serviços, fazendo

ciências ou artes”.

Neri (2007) apresenta um modelo psicológico de bem estar subjetivo na

velhice, no qual a relação entre os riscos associados ao envelhecimento e o

bem estar subjetivo é mediada pelos mecanismos de auto-regulação do self e

pelo senso de ajustamento psicológico, em interação com os recursos sociais

de que o idoso dispõe.

Nesse modelo, a autora afirma que a qualidade de vida está relacionada

à “satisfação global e referenciada a domínios”, que são percebidos pelos

idosos de acordo com os seus afetos positivos e negativos vivenciados ao

longo da vida e no processo de envelhecimento (NERI, 2007).

A insatisfação com o próprio corpo é um dos fatores que pode

comprometer a qualidade de vida na velhice.

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Na medida em que o indivíduo vai envelhecendo, a imagem do corpo

jovem vai se perdendo, e a aparência vai modificando de forma acelerada,

diferentemente da juventude, em que as modificações corporais são lentas e

graduais. Ocorre diminuição da estatura, da massa muscular e da água

corporal total, além de alteração na elasticidade e na compressibilidade da

pele, alterações significativas no peso corporal e na distribuição de gordura

pelo corpo, nas circunferências e nas dobras cutâneas (ARANHA et al., 2000;

CABRERA e JACOB FILHO, 2001 e SAMPAIO, 2004).

Em geral, o tecido gorduroso dos membros (braços e pernas) diminui,

enquanto que a gordura visceral (abdominal) aumenta (SAMPAIO, 2004;

SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005; MENEZES e MARUCCI, 2005 e RAUEN et

al., 2008). Dessa forma, as mudanças no físico vão se agregando à auto-

imagem corporal que cada um construiu ao longo dos anos (BRITO FILHO,

1999).

O idoso que encontra limitações na expressão de seu corpo pode

mostrar-se insatisfeito com sua imagem corporal, além de apresentar

incapacidade funcional e se excluir do meio social. Assim, surge a necessidade

de possuir um corpo saudável, que os torne úteis e presentes na sociedade

(SIMÕES, 1998).

Segundo Van Kolck (1978-80 apud MEDEIROS, 1988), não é somente o

envelhecimento em si que determina a imagem que o indivíduo tem de si

mesmo, mas, também, a maneira como ele vivencia essa fase da vida.

Para Medeiros (1988), a ausência de preparação para a velhice e para

as alterações e perdas inerentes a ela pode provocar um aceleramento da

destruição da imagem corporal.

Uma das formas de resgate da auto-estima e do bem estar é a prática

regular de atividade física.

1.3- A importância da atividade física

“Exercite-se – de qualquer modo, mova-se. Exercite

os braços e as pernas. Exercite a mente. Exercite seus

sentidos, sua imaginação, sua paciência, seus direitos.

Movimente-se” (MORROW, 2002, p. 22).

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Atividade física é um conjunto de ações corporais capazes de contribuir

para a manutenção e o perfeito funcionamento do organismo em termos

biológicos, psicológicos e sociais (VIEIRA, 1996).

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti (2001), é todo e qualquer movimento

corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto

energético acima dos níveis de repouso. Exercício físico, diferentemente, é

uma atividade física planejada, estruturada e sistematizada, efetuada com

movimentos corporais repetitivos, a fim de manter ou desenvolver um ou mais

componentes da aptidão física. E a aptidão física é o conjunto de

características possuídas ou adquiridas por um indivíduo e que estão

relacionadas com a capacidade de realizar atividades físicas.

A atividade física assume papel fundamental na qualidade de vida,

saúde e bem estar das pessoas de todas as idades. Entretanto, o sedentarismo

faz-se cada vez mais presente, em especial, entre os idosos, principalmente

em função dos avanços tecnológicos, da ausência de entornos favoráveis e do

aumento substancial da violência urbana.

A prática regular de atividade física deveria ser uma das principais ações

de saúde pública, uma vez que pessoas fisicamente inativas apresentam duas

vezes mais risco de desenvolverem DCV e três vezes mais AVC do que as

fisicamente ativas (DONALDSON, 2000).

Para a OMS (1996), uma vida ativa promove uma imagem positiva da

população idosa na sociedade, contribuindo para sua inserção social.

Segundo estudos de Okuma (2002a), a atividade física contribui para

que os indivíduos desenvolvam novos olhares para a velhice, encarando-a

como um momento de possibilidade de se voltar mais para si mesmo, podendo,

também, contribuir para a melhora da auto-imagem e auto-estima desses

sujeitos.

Okuma (1997) afirma que ela é capaz de regular os níveis de adrenalina

e noradrenalina, bem como a quantidade e a qualidade do sono.

Araújo (2001) relata que a atividade física pode ajudar o idoso a

entender melhor as transformações pelas quais passa nas esferas biológica

(limitações físicas), psíquica (morte de conhecidos) e social (perdas

econômicas, produto da aposentadoria, perda da família, solidão e outros),

quando inserida dentro de um contexto educacional que o possibilite

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compreender esses aspectos. Dessa forma, contribui para que o idoso assuma

uma nova postura perante o envelhecimento, entendendo a velhice como uma

fase natural da vida.

Atividades físicas podem, ainda, ajudar o idoso a lidar melhor com

agentes estressores aos quais é exposto (aposentadoria, problemas

econômicos), possibilitam a convivência com outros idosos (oportunidade de

interação social), contribuem para a manutenção da saúde e capacidade

funcional, aumentam a autonomia do idoso para a realização das atividades da

vida diária, trazem benefícios circulatórios periféricos, melhoram a função

pulmonar, ajudam no controle da glicemia e da pressão arterial, melhoram o

perfil lipídico, contribuem para a perda e/ou manutenção do peso corporal,

aumentam a massa muscular, aumentam o volume de oxigênio máximo (VO2

máximo), melhoram o equilíbrio, a força, a velocidade de movimento, a

potência, a resistência, a flexibilidade, a marcha, a coordenação, a auto-estima,

a autoconfiança, e, portanto, são capazes de melhorar, significativamente, sua

qualidade de vida (OKUMA, 1997; NOBREGA et al., 1999 e MATSUDO, 2002).

Meirelles (2000) e Araújo (2001) afirmam que programas adequados de

atividade física ajudam o organismo a diminuir seu processo degenerativo,

prolongando, assim, o tempo de vida saudável, uma vez que criam maior

segurança e domínio corporal no dia a dia.

A prática regular de atividade física reduz o risco de mortes prematuras,

diabetes melito tipo 2, DCV e câncer de cólon e mama, atua na prevenção ou

redução de hipertensão arterial, osteoporose e ganho de peso (diminuindo o

risco de sobrepeso/obesidade), além de promover bem estar e integração

social, diminuir o estresse, a ansiedade e a depressão (WHO, 2004) e melhorar

a composição corporal do indivíduo (WHO, 1997).

O condicionamento físico obtido com a prática regular de atividades

físicas contribui para a redução da morbimortalidade, mesmo em indivíduos

obesos (JEBB e MOORE, 1999; MCINNIS, 2000).

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, além

desses benefícios mencionados, a atividade física regular contribui para a

prevenção das quedas e melhora a função cerebral, o que é particularmente

interessante para os idosos (CDC, 2008), uma vez que tendem a apresentar

depleção da sua atividade cognitiva e estão mais sujeitos às quedas.

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Todas essas melhorias que a atividade física é capaz de proporcionar

dependem do tipo, da intensidade, da frequência e da duração com que é

praticada. Visando melhorar a capacidade cardiorrespiratória e prevenir

doenças cardiovasculares e metabólicas, o American College of Sports

Medicine (ACSM) e o American Heart Association (AHA) preconizam a prática

de, pelo menos, 30 minutos diários, cinco dias por semana, de atividade física

de intensidade moderada

(<http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=About_ACSM&Template=/C

M/ContentDisplay.cfm&ContentID=11397>).

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos

(Department of Health and Human Services – HHS) recomenda um mínimo de

150 minutos semanais de atividade física moderada, sem, necessariamente,

requerer cinco dias da semana e 30 minutos diários

(<http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=About_ACSM&Template=/C

M/ContentDisplay.cfm&ContentID=11397>).

Porém, tanto o ACSM/AHA quanto o HHS concordam que para a perda

e/ou manutenção do peso corporal, é necessário mais do que o mínimo de 30

minutos diários de atividade física moderada na maioria dos dias da semana

(<http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=About_ACSM&Template=/C

M/ContentDisplay.cfm&ContentID=11397>).

O ACSM (1995) propõe como metas para a prática de atividade física

pelo idoso a manutenção da capacidade funcional para uma vida

independente, a redução do risco de doenças crônicas e a provisão de

oportunidades de interação social.

Segundo a Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde

(WHO, 2004), é importante que o indivíduo mantenha-se engajado em um

programa de atividade física por toda sua vida, adequando frequência,

intensidade e duração às suas condições físicas. Ao menos 30 minutos de

atividade física regular, de intensidade moderada, na maioria dos dias da

semana, contribuem para a redução do risco de DCV, câncer de cólon e mama.

Para a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a

prescrição de exercícios para essa população deve incluir os diferentes

componentes da aptidão física, como o condicionamento cardiorrespiratório, a

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17

resistência, a força muscular, a composição corporal e a flexibilidade

(NÓBREGA et al., 1999).

Segundo Meirelles (2000, p. 76), “o objetivo principal da atividade física

na terceira idade é (ou deveria ser) o retardamento do processo inevitável do

envelhecimento, através da manutenção de um estado suficientemente

saudável, [...] que possibilite a normalização da vida do idoso e [...] minimize os

fatores de risco comuns na terceira idade”.

Mesmo com tantos benefícios comprovados que a prática regular de

atividade física pode proporcionar, o sedentarismo faz-se cada vez mais

presente no mundo atual, aumentando, potencialmente, a predisposição a

doenças. No idoso, gera prejuízos adicionais à sua saúde, o que aumenta sua

inatividade física e cria um ciclo vicioso de deterioração da saúde (BARBOSA,

1999).

A inatividade física responde por cerca de dois milhões de morte no

mundo. Estima-se que ela seja responsável por 10-16% dos casos de câncer

de cólon e mama e diabetes melito tipo 2 e 22% das doenças isquêmicas do

coração. Nos Estados Unidos, o sedentarismo, associado a uma dieta

inadequada, causa cerca de 300 mil mortes por ano (CDC apud BRASIL,

2004).

A inatividade física, além de ser um fator de risco para o

desenvolvimento de doenças crônicas, também representa um alto custo

econômico para o indivíduo, a família e a sociedade. Segundo o CDC, em

2000, o sedentarismo gerou um gasto de US$76 bilhões com custos médicos,

nos Estados Unidos. Em geral, mulheres, idosos, indivíduos de baixo nível

sócio-econômico e incapacitados são os mais inativos (CDC apud BRASIL,

2004).

Diante dessa realidade, cabe aos profissionais da saúde e ao governo

criarem estratégias urgentes e eficazes de incentivo à prática regular de

atividade física pela população, como forma de aumentar sua longevidade,

prevenir doenças, proporcionar bem estar e melhorar sua qualidade de vida.

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18

2 – Objetivos

Geral

→ Avaliar a qualidade de vida de idosos matriculados em programas para a

terceira idade de três universidades localizadas no Estado de São Paulo e

analisar a influência de possíveis fatores intervenientes.

Específico

→ Investigar a associação entre estado nutricional e nível de atividade física,

faixa etária, renda familiar mensal e gênero.

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19

3 - Métodos

3.1- Sujeitos

Foram sujeitos do estudo 182 idosos, de ambos os gêneros, com idades

≥ 60 anos, regularmente matriculados nos programas para a terceira idade de

três universidades, sendo duas privadas e uma pública, localizadas nos

municípios de São Paulo, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.

3.2- Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo todos os indivíduos com idades ≥ 60 anos,

que concordaram em participar da pesquisa e assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 1).

3.3- Procedimentos

3.3.1- Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal, do tipo quantitativo-descritivo de

campo.

3.3.2- Características sócio-demográficas

Na primeira consulta com as nutricionistas/pesquisadoras das três

universidades, que ocorreu quando os idosos estavam ingressando nos

programas para a terceira idade, foi aplicada uma anamnese inicial (Anexo 2),

a fim de se obter os dados sócio-demográficos dos participantes.

As variáveis estudadas foram: gênero, município de residência, idade,

estado civil, ter ou não filhos, morar sozinho ou acompanhado, nível de

escolaridade, renda familiar mensal, trabalho/aposentadoria, história clínica e

prática de atividade física.

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20

3.3.3- Avaliação do estado nutricional

A avaliação do estado nutricional foi realizada por antropometria, e as

medidas foram aferidas pelas pesquisadoras nutricionistas e/ou estagiárias de

nutrição das respectivas universidades, na primeira consulta com os idosos.

3.3.4- Antropometria

A avaliação antropométrica foi realizada por técnicas padronizadas, com

aferição de peso, estatura e circunferência de cintura.

� Peso corporal

Para aferição do peso corporal, os idosos estavam descalços e vestidos

com roupas leves. Foram posicionados sobre uma balança antropométrica

digital, da marca Soehnle, com escala 0,1kg, sendo a carga máxima de 150kg.

� Estatura

Para aferição da estatura, utilizou-se uma fita métrica flexível de fibra

inextensível de vidro (Fiber-Glass) fixada à parede. Nessa medição, os idosos

estavam descalços, com o peso distribuído entre os pés, calcanhares juntos e

encostados à parede, em postura ereta, com o olhar fixo no horizonte.

� Índice de massa corpórea (IMC)

A partir das medidas de peso e estatura, foi calculado o IMC dos idosos,

pela seguinte equação: peso (kg)/estatura (m²). A classificação do estado

nutricional, segundo o IMC, proposta pela OPAS (2002), foi adotada como

referência no presente estudo.

De acordo com essa classificação, IMC < 23,00 kg/m² indica baixo peso;

≥ 23,00 e < 28,00 kg/m², eutrofia; ≥28,00 e < 30,00 kg/m², sobrepeso; e, ≥

30,00 kg/m², obesidade (OPAS, 2002).

� Circunferência da cintura

Para aferição da circunferência de cintura (CC), foi utilizada a fita métrica

de fibra de vidro inelástica, da marca TBW, com variação em milímetros. Os

indivíduos estavam em posição ereta, com o abdômen relaxado e os braços

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21

soltos ao lado do corpo. A fita foi posicionada horizontalmente no ponto médio

entre a última costela e a crista ilíaca.

Os pontos de corte adotados foram os estabelecidos pela World Health

Organization (WHO, 1997), para adultos, uma vez que não há, ainda, valores

específicos para idosos.

Valores de CC ≥ 88 cm, para as mulheres, e ≥ 102 cm, para os homens,

foram considerados como risco muito elevado para doenças cardiovasculares

(WHO, 1997).

3.3.5- Percepção subjetiva da qualidade de vida

Para avaliar a percepção subjetiva da qualidade de vida, foi utilizado o

World Health Organization Quality of Life Questionnaire (WHOQOL - BREF)

(Anexo 3), versão reduzida do WHO Quality of life questionnaire (WHOQOL -

100), instrumento desenvolvido pela OMS. O WHOQOL-100 é adequado e

eficaz para avaliações individuais, mas pode ser muito longo e inviável em

estudos epidemiológicos e de bases populacionais, ou em conjunto com outras

medidas clínicas (FLECK et al., 2008).

A aplicação do WHOQOL – BREF ocorreu na primeira consulta, sendo

que as nutricionistas/pesquisadoras das respectivas universidades apenas

assistiram os idosos em caso de necessidade de esclarecimento em

enunciados de algumas questões, sem, no entanto, interferir em suas

respostas. Para os que não apresentaram quaisquer dúvidas, o questionário foi

respondido sem ajuda.

O WHOQOL – BREF apresenta 26 questões, agrupadas em quatro

domínios, a saber: físico, psicológico, social e ambiental. Além desses

domínios, o questionário contém duas questões de auto percepção sobre

qualidade de vida. Cabe dizer que esse instrumento avalia a qualidade de vida

do sujeito tendo como base, apenas, as duas últimas semanas anteriores à sua

aplicação (FLECK et al., 2008).

O domínio físico do WHOQOL - BREF engloba dor e desconforto,

energia e fadiga, sono e repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana,

dependência de medicação e capacidade de trabalho. O domínio psicológico

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22

refere-se a sentimentos positivos, pensar, aprender, auto-estima, imagem

corporal, sentimentos negativos e espiritualidade (FLECK et al., 2008).

O domínio social engloba o apoio social e a atividade sexual. O domínio

ambiental, por sua vez, diz respeito a cuidados de saúde, segurança física,

ambiente no lar, recursos financeiros, informação, recreação e lazer, ambiente

físico e transporte (FLECK et al., 2008).

A questão 1 de auto percepção diz respeito ao que o idoso acha da sua

vida, tendo em mente seus valores, prazeres, suas aspirações e preocupações.

A questão 2 refere-se a quanto o idoso recebe dos outros o apoio de que

necessita, segundo a percepção do próprio idoso.

A pontuação para cada domínio e para cada questão varia de zero a

100, sendo que não há pontos de corte para melhor ou pior qualidade de vida

no WHOQOL - BREF. Assim, supõe-se que melhor qualidade de vida seja

indicada por valores mais próximos a 100, e pior qualidade de vida, por valores

mais próximos a zero.

3.3.6- Avaliação do nível de atividade física

Para a avaliação do nível de atividade física, foi utilizado o questionário

validado pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul (CELAFISCS), International Physical Activity Questionnaire

(IPAQ), versão curta (Anexo 4).

A aplicação do IPAQ ocorreu no segundo contato dos idosos com as

nutricionistas/pesquisadoras das três universidades, que ocorreu 30 dias após

a primeira consulta. Diferentemente do WHOQOL –BREF, o IPAQ não foi auto-

administrado. As nutricionistas/pesquisadoras conduziram as perguntas, sem,

no entanto, interferir nas respostas dos idosos.

A partir das respostas obtidas pelo questionário, os indivíduos foram

classificados em: irregularmente ativos (essa categoria contemplou os

irregularmente ativos A e B) ou ativos (foram incluídos tanto os ativos quanto

os muito ativos, uma vez que o número reduzido de idosos muito ativos, oito no

total, poderia comprometer os cálculos estatísticos), segundo a intensidade, a

frequência e a duração das atividades físicas realizadas na última semana

antes da aplicação do questionário.

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23

É importante ressaltar que não foram encontrados idosos sedentários no

presente estudo. Portanto, essa categoria, que também faz parte da

classificação original do IPAQ, não foi mencionada.

3.3.7- Análise estatística

Os dados foram organizados e tabulados utilizando-se o programa

Microsoft Excel for Windows, versão 2003, e a análise estatística foi feita por

meio do software Statistical Package of Social Science, versão 12.0 (SPSS,

2002).

Os resultados referentes às características sócio-demográficas, às

condições gerais de saúde e ao nível de atividade física dos idosos foram

expressos em porcentagem.

As médias e medianas das pontuações dos idosos, nos domínios físico,

psicológico, social e ambiental e nas questões 1 e 2 de auto percepção do

WHOQOL – BREF, foram comparadas segundo estado nutricional, gênero,

faixa etária, nível de escolaridade, renda familiar mensal, município de

residência, presença de doenças e nível de atividade física.

Por não se tratar de uma amostra de distribuição normal, foram

utilizados os testes não-paramétricos Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, para

verificar se as diferenças observadas nessas comparações foram

estatisticamente significantes. Para averiguar normalidade da amostra, utilizou-

se o teste de Kolmogorov-Smirnov.

Análises de regressão linear múltipla foram realizadas entre as variáveis

dependentes (domínios físico, psicológico, social e ambiental) e as variáveis

independentes (presença de doenças, nível de atividade física, renda familiar

mensal, idade, gênero, estado civil, nível de escolaridade, ensino superior,

município de residência, São Caetano do Sul e estado nutricional).

A análise de regressão é utilizada para verificar se as variáveis

independentes explicam uma variação significante da variável dependente.

Pretende identificar quanto da variação na variável dependente pode ser

explicada pelas variáveis independentes (intensidade da relação) (MALHOTRA,

2001).

Segundo Garson (2007), a análise de regressão pretende estabelecer

que um grupo de variáveis independentes explica uma proporção da variância

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24

de uma variável dependente, a um nível de significância, e visa verificar a

importância de cada variável independente na predição da variável

dependente, comparando-se os coeficientes padronizados das variáveis

independentes.

A técnica de regressão linear múltipla deveria ser empregada, apenas,

quando tanto as variáveis dependentes quanto as independentes fossem

métricas. Mas, caso o pesquisador codifique as variáveis não-métricas como

dicotômicas (zero e um), elas podem ser incluídas como variáveis

independentes na equação de regressão. É o que se chama de dummy (HAIR

JÚNIOR et al., 2005).

No presente estudo foi feito dummy, pelo fato de que, com exceção das

variáveis idade e estado nutricional (quantitativas), as demais variáveis

independentes eram qualitativas, o que impossibilitaria a aplicação dessa

técnica.

Cabe ressaltar que nas análises bivariadas foram utilizadas a faixa etária

e a classificação do estado nutricional, segundo categorias de IMC (variáveis

qualitativas). Porém, para as análises de regressão linear múltipla

(multivariadas), foram utilizadas as idades dos 182 idosos, assim como o valor

de IMC de cada um deles (variáveis quantitativas).

Por fim, comparou-se estado nutricional com nível de atividade física,

faixa etária, renda familiar mensal e gênero, e foi aplicado o teste de Qui

quadrado para averiguar se houve associação entre estado nutricional e cada

uma dessas variáveis qualitativas. Em todas as análises, adotou-se nível de

significância de 5% (p ≤ 0,05).

3.4 - Aspectos éticos

O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa (COEP) das

universidades participantes do estudo. Após a aprovação pelos três COEPs, os

indivíduos foram convidados a participar da pesquisa. Para os que

concordaram, foi solicitada a assinatura do TCLE (Anexo 1). A coleta de dados

só teve início após a aprovação pelos respectivos COEPs.

Os números dos protocolos das universidades de São Paulo, São

Caetano do Sul e Mogi das Cruzes são, respectivamente, 083/2009, 002/2008

e 031/2009.

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25

4- Resultados

Na Tabela 1, são apresentados os resultados em relação às

características sócio-demográficas dos idosos.

A amostra estudada foi constituída, predominantemente, por idosos do

gênero feminino, com idades entre 60 e 69 anos (média de 67 ± 6,3 anos),

residentes no município de São Caetano do Sul, casados, com pelo menos um

filho e que moravam acompanhados. Houve maior frequência de idosos que

completaram o ensino médio e possuíam renda familiar mensal ≥ 1 e < 3

salários mínimos, e a maioria não trabalhava e estava aposentada (Tabela 1).

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Tabela 1 – Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo as características sócio-demográficas. São Paulo, 2011.

Características sócio-demográficas

Gênero

Masculino Feminino

Município de residência

São Caetano do Sul Mogi das Cruzes

São Paulo

N

019 163

106 045 031

%

10,4 89,6

58,2 24,8 17,0

Faixa etária (anos) 60-69 70-79 80-89

125 047 010

68,7 25,8 5,5

Estado civil

Casado Viúvo

Solteiro Divorciado

087 064 016 015

47,8 35,2 8,8 8,2

Filhos Sim Não

158 024

86,8 13,2

Mora sozinho

Sim Não

044 138

24,2 75,8

Escolaridade

Ensino Fundamental Ensino Médio

Ensino Superior

070 079 033

38,5 43,4 18,1

Renda familiar mensal (s.m.*)

< 1 ≥ 1 e < 3 ≥3 e < 5

≥ 5

022 072 061 026

12,1 39,8 33,7 14,4

Trabalha Sim Não

020 162

11,0 89,0

Aposentado

Sim Não

146 036

80,2 19,8

*s.m.: salário mínimo. Obs: Um sujeito da pesquisa não forneceu informação sobre sua renda familiar mensal.

As condições gerais de saúde dos idosos estão descritas na Tabela 2.

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27

A maioria apresentou, ao menos, uma doença (Tabela 2), sendo as mais

frequentes: hipertensão arterial (45,0%), hipercolesterolemia (24,7%),

artrite/osteoporose (19,8%), diabetes melito tipo 2 (13,7%), hipotireoidismo

(12,6%), cardiopatia (8,2%), hipertrigliceridemia (7,1%) e gastrite (6,6%).

Quanto ao estado nutricional, 50,0% apresentaram algum grau de

excesso de peso, seja sobrepeso ou obesidade, sendo 42,1% entre os idosos e

50,9% entre as idosas (Tabela 2).

A maioria das mulheres e aproximadamente um quarto dos homens

apresentaram valores de CC com risco muito elevado para doenças

cardiovasculares, totalizando 64,3% da amostra (Tabela 2).

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Tabela 2 – Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo as condições gerais de saúde. São Paulo, 2011.

Condições gerais de saúde

Presença de doenças

Sim Não

N

146 036

%

80,2 19,8

Estado nutricional

Mulheres Baixo peso

Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Homens

Baixo peso Eutrofia

Sobrepeso Obesidade

019 061 024 059

001 010 001 007

11,7 37,4 14,7 36,2

5,3 52,6 5,3

36,8

Circunferência de cintura

Mulheres ≥ 88 cm* < 88 cm

Sem informação

Homens ≥ 102 cm* < 102 cm

Sem informação

112 043 008

005 010 004

68,7 26,4 4,9

26,3 52,6 21,1

*Risco muito elevado para doenças cardiovasculares (WHO, 1997).

A Tabela 3 mostra a distribuição dos idosos segundo o nível de atividade

física. Observa-se que 60,4% foram identificados como ativos, o que significa,

segundo a classificação do IPAQ, exercitar-se vigorosamente pelo menos três

dias da semana, por pelo menos 20 minutos; ou se exercitar moderadamente

ou caminhar pelo menos cinco dias da semana, por pelo menos 30 minutos; ou

se exercitar pelo menos cinco dias da semana, por pelo menos 150 minutos no

total, entre caminhadas, atividades moderadas ou vigorosas.

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Tabela 3 – Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo o nível de atividade física. São Paulo, 2011.

Nível de atividade física

N %

Ativos

110

60,4

Irregularmente ativos

072 39,6

As Tabelas 4 a 11 apresentam as médias e medianas das pontuações

dos idosos, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL –

BREF, segundo gênero, nível de escolaridade, renda familiar mensal, município

de residência, estado nutricional, faixa etária, presença de doenças e nível de

atividade física.

Como pode ser observado na Tabela 4, apenas no domínio ambiental

houve diferença estatisticamente significante quando comparadas as

distribuições dos domínios e das questões de auto percepção dos idosos do

gênero feminino e do gênero masculino (p ≤ 0,05), sendo melhor a qualidade

de vida dos homens (maiores médias) em relação à das mulheres (menores

médias).

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Tabela 4 – Médias, medianas e teste de Mann – Whitney U das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo o gênero. São Paulo, 2011.

Domínios e questões WHOQOL –BREF

Gênero Média ± 1 DP

Mediana Estatística Mann – Whitney U

p

Físico

Masculino

Feminino

61,4 ± 9,6

61,3 ± 11,2

64,0

61,0

1513,500

0,871

Psicológico

Masculino

Feminino

64,7 ± 9,0

61,9 ± 11,8

66,7

62,5

1269,500

0,196

Social

Masculino

Feminino

75,0 ± 12,1

69,9 ± 16,5

75,0

75,0

1286,500

0,220

Ambiental

Masculino

Feminino

71,2 ± 11,1

65,8 ± 14,9

75,0

68,8

1112,500

0,044

Auto percepção Questão 1

Masculino

Feminino

67,1 ± 20,5

72,7 ± 17,7

75,0

75,0

1358,000

0,317

Auto percepção Questão 2

Masculino

Feminino

68,4 ± 20,1

64,4 ± 23,7

75,0

75,0

1383,500

0,412

Em relação ao nível de escolaridade, apenas no domínio ambiental

houve diferença estatisticamente significante quando comparadas as

distribuições dos domínios e das questões de auto percepção dos idosos (p ≤

0,05), sendo melhor a qualidade de vida daqueles que concluíram o ensino

superior (maiores médias) e pior a qualidade de vida dos que concluíram o

ensino médio (menores médias) (Tabela 5).

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31

Tabela 5 – Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo o nível de escolaridade. São Paulo, 2011.

Domínios e questões WHOQOL –BREF

Nível de escolaridade

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Kruskal - Wallis

p

Físico

Fundamental

Médio

Superior

60,8 ± 11,2

60,8 ± 10,9

63,8 ± 10,8

61,0

64,0

64,0

2,546

0,280

Psicológico

Fundamental

Médio

Superior

60,4 ± 11,4

62,4 ± 11,5

65,3 ± 11,6

58,3

62,5

66,7

4,830

0,089

Social

Fundamental

Médio

Superior

70,0 ± 15,4

69,3 ± 17,6

74,0 ± 13,6

66,7

75,0

75,0

0,927

0,629

Ambiental

Fundamental

Médio

Superior

65,5 ± 14,3

64,4 ± 14,1

72,6 ± 15,1

68,8

62,5

75,0

8,428

0,015

Auto percepção Questão 1

Fundamental

Médio

Superior

72,9 ± 17,9

70,6 ± 16,4

74,2 ± 22,1

75,0

75,0

75,0

2,825

0,243

Auto percepção Questão 2

Fundamental

Médio

Superior

63,9 ± 23,9

65,8 ± 22,4

64,4 ± 25,0

75,0

75,0

75,0

0,227

0,893

Como pode ser observado na Tabela 6, não houve diferença

estatisticamente significante em nenhum dos domínios, tampouco nas

questões de auto percepção, quando comparadas as distribuições dos

domínios e das questões de auto percepção dos idosos em relação à renda

familiar mensal (p > 0,05), indicando que as condições socioeconômicas dos

idosos não interferiram em sua qualidade de vida.

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32

Tabela 6 – Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo a renda familiar mensal. São Paulo, 2011.

Domínios e questões WHOQOL –BREF

Renda familiar mensal (s. m.) *

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Kruskal - Wallis

p

Físico

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

61,7 ± 12,1

60,8 ± 11,5

62,5 ± 10,6

60,2 ± 10,0

61,0

61,0

64,0

61,0

2,673

0,430

Psicológico

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

61,0 ± 12,1

62,8 ± 11,4

62,9 ± 11,5

59,9 ± 10,9

60,4

62,5

62,5

58,3

2,702

0,440

Social

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

67,0 ± 24,3

69,7 ± 14,6

73,5 ± 14,9

68,3 ± 14,3

75,0

66,7

75,0

66,7

2,237

0,525

Ambiental

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

63,9 ± 16,1

64,8 ± 13,9

69,0 ± 14,4

66,2 ± 15,9

62,5

65,6

71,9

64,1

4,962

0,175

Auto percepção Questão 1

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

73,9 ± 16,3

70,5 ± 18,4

75,8 ± 15,1

67,3 ± 23,2

75,0

75,0

75,0

75,0

4,479

0,214

Auto percepção Questão 2

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

58,0 ± 24,9

66,3 ± 23,0

68,0 ± 21,0

59,6 ± 27,5

75,0

75,0

75,0

62,5

4,068

0,254

*s.m.: salário mínimo.

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33

Em relação ao município de residência, não houve diferença

estatisticamente significante em nenhum dos domínios, tampouco nas

questões de auto percepção, quando comparadas as distribuições dos

domínios e das questões de auto percepção dos idosos de São Caetano do

Sul, São Paulo e Mogi das Cruzes (p > 0,05), indicando que o local em que os

idosos moram não interferiu em sua qualidade de vida (Tabela 7).

Tabela 7 – Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo ao município de residência. São Paulo, 2011.

Domínios e questões

WHOQOL – BREF

Município de residência

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Kruskal - Wallis

p

Físico

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

62,3 ± 11,3

60,8 ± 10,7

59,5 ± 10,4

62,5

61,0

61,0

1,658

0,436

Psicológico

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

63,3 ± 12,7

62,6 ± 8,2

59,3 ± 10,0

62,5

62,5

62,5

3,298

0,192

Social

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

71,3 ± 16,0

73,1 ± 18,2

66,5 ± 14,5

75,0

75,0

66,7

5,308

0,700

Ambiental

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

68,3 ± 14,8

65,8 ± 11,9

62,0 ± 15,1

68,8

68,8

62,5

5,209

0,740

Auto percepção Questão 1

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

73,6 ± 18,5

71,0 ± 20,5

69,4 ± 15,0

75,0

75,0

75,0

2,429

0,297

Auto percepção Questão 2

São Caetano do Sul

São Paulo

Mogi das Cruzes

64,9 ± 24,3

66,9 ± 23,6

63,3 ± 21,1

75,0

75,0

75,0

0,811 0,667

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34

Na tabela 8, é possível observar que apenas no domínio ambiental

houve diferença estatisticamente significante quando comparadas as

distribuições dos domínios e das questões de auto percepção dos idosos em

relação ao estado nutricional (p ≤ 0,05), indicando melhor qualidade de vida

dos indivíduos eutróficos (maiores médias) e pior qualidade de vida dos idosos

com excesso de peso, tanto sobrepeso quanto obesidade (piores médias).

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35

Tabela 8 – Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo o estado nutricional. São Paulo, 2011.

Domínios e questões

WHOQOL – BREF

Estado nutricional Média ± 1 DP

Mediana Estatística Kruskal - Wallis

p

Físico

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

63,4 ± 8,8

63,2 ± 9,6

56,9 ± 12,6

60,4 ± 12,0

62,5

61,0

57,0

61,0

5,664

0,129

Psicológico

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

64,6 ± 9,1

63,6 ± 10,6

58,7 ± 12,7

61,2 ± 12,4

66,7

62,5

62,5

58,3

4,106

0,250

Social

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

72,1 ± 14,1

70,3 ± 16,4

73,7 ± 15,2

68,8 ± 16,9

70,8

66,7

75,0

66,7

2,381

0,497

Ambiental

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

67,8 ± 15,7

69,4 ± 12,8

62,9 ± 16,3

64,0 ± 15,1

67,2

71,9

65,6

60,9

8,960

0,030

Auto percepção Questão 1

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

73,8 ± 15,1

73,6 ± 13,9

72,0 ± 26,3

70,1 ± 19,2

75,0

75,0

75,0

75,0

2,388

0,496

Auto percepção Questão 2

Baixo peso

Eutrofia

Sobrepeso

Obesidade

65,0 ± 17,0

68,7 ± 21,0

63,0 ± 29,9

61,4 ± 24,5

75,0

75,0

75,0

75,0

3,736

0,291

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36

Como pode ser observado na Tabela 9, houve diferença

estatisticamente significante nos domínios psicológico e ambiental, bem como

na questão 2 de auto percepção, quando comparadas as distribuições dos

domínios e das questões de auto percepção dos idosos em relação à faixa

etária (p ≤ 0,05), indicando melhor qualidade de vida dos idosos de 70-79 anos

no domínio ambiental e na questão 2 (maiores médias), e melhor qualidade de

vida dos idosos de 80-89 anos no domínio psicológico (maiores médias).

Tanto nos domínios psicológico e ambiental quanto na questão 2 de auto

percepção os idosos de 60-69 anos apresentaram médias significantemente

menores, em comparação aos de 70-79 anos e 80-89 anos (p ≤ 0,05) (Tabela

9).

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37

Tabela 9 – Médias, medianas e teste de Kruskal - Wallis das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo a faixa etária. São Paulo, 2011.

Domínios e questões

WHOQOL – BREF

Idade

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Kruskal - Wallis

p

Físico

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

60,7 ± 11,4

63,3 ± 10,8

60,0 ± 4,3

61,0

64,0

59,0

1,905

0,386

Psicológico

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

60,8 ± 11,9

65,2 ± 10,5

65,8 ± 8,3

62,5

62,5

68,8

6,444

0,040

Social

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

68,9 ± 17,8

74,6 ± 11,4

69,2 ± 7,9

66,7

75,0

70,8

4,185

0,123

Ambiental

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

64,6 ± 14,9

70,7 ± 13,9

68,1 ± 11,1

65,6

71,9

70,3

6,367

0,041

Auto percepção Questão 1

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

70,4 ± 17,2

76,1 ± 20,8

75,0 ± 11,8

75,0

75,0

75,0

4,484

0,106

Auto percepção Questão 2

60-69 anos

70-79 anos

80-89 anos

62,0 ± 23,5

71,3 ± 23,9

70,0 ± 10,5

75,0

75,0

75,0

6,760

0,034

Na Tabela 10, é possível observar que houve diferença estatisticamente

significante em todos os domínios, bem como na questão 2 de auto percepção,

quando comparadas as distribuições dos domínios e das questões de auto

percepção dos idosos em relação à presença de doenças (p ≤ 0,05), indicando

melhor qualidade de vida dos idosos sem quaisquer doenças (maiores médias).

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38

Tabela 10 – Médias, medianas e teste de Mann – Whitney U das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo a presença de doenças. São Paulo, 2011.

Domínios e questões

WHOQOL –BREF

Presença de doenças

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Mann – Whitney U

p

Físico

Sim

Não

60,6 ± 11,1

64,3 ± 10,1

61,0

64,0

2011,000

0,028

Psicológico

Sim

Não

60,4 ± 11,5

69,2 ± 8,5

62,5

66,7

1438,000

0,000

Social

Sim

Não

68,7 ± 16,2

77,3 ± 13,9

66,7

75,0

1855,500

0,005

Ambiental

Sim

Não

65,0 ± 14,9

71,8 ± 12,3

65,6

75,0

1728,000

0,001

Auto percepção Questão 1

Sim

Não

70,9 ± 18,8

77,1 ± 13,9

75,0

75,0

2185,500

0,074

Auto percepção Questão 2

Sim

Não

61,6 ± 23,7

77,8 ± 16,7

75,0

75,0

1616,000

0,000

Na tabela 11, é possível observar que não houve diferença

estatisticamente significante em nenhum dos domínios, tampouco nas

questões de auto percepção, quando comparadas as distribuições dos

domínios e das questões de auto percepção dos idosos ativos e irregularmente

ativos (p > 0,05), indicando que o nível de atividade física dos idosos não

interferiu em sua qualidade de vida.

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39

Tabela 11 – Médias, medianas e teste de Mann – Whitney U das pontuações de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, nos domínios e nas questões de auto percepção do WHOQOL – BREF, segundo o nível de atividade física. São Paulo, 2011.

Domínios e questões WHOQOL –BREF

Nível de atividade física

Média ± 1 DP

Mediana Estatística Mann – Whitney U

p

Físico

Ativos

Irregularmente ativos

62,3 ± 11,0

59,9 ± 11,0

61,0

61,0

3498,000

0,181

Psicológico

Ativos

Irregularmente ativos

63,3 ± 11,1

60,5 ± 12,0

62,5

58,3

3392,500

0,100

Social

Ativos

Irregularmente ativos

70,8 ± 15,8

69,8 ± 16,7

75,0

66,7

3705,000

0,455

Ambiental

Ativos

Irregularmente ativos

67,2 ± 13,9

65,1 ± 15,6

68,8

65,6

3670,000

0,402

Auto percepção Questão 1

Ativos

Irregularmente ativos

74,1 ± 17,6

69,1 ± 18,5

75,0

75,0

3402,000

0,067

Auto percepção Questão 2

Ativos

Irregularmente ativos

67,5 ± 22,3

60,8 ± 24,4

75,0

75,0 3351,500

0,058

As Tabelas 12 a 15 apresentam as análises de regressão linear múltipla

entre as variáveis dependentes (domínios físico, psicológico, social e

ambiental) e as variáveis independentes (presença de doenças, nível de

atividade física, renda familiar mensal, idade, gênero, estado civil, nível de

escolaridade, ensino superior, município de residência, São Caetano do Sul e

estado nutricional).

As Tabelas 12, 13 e 14 mostram que as variáveis independentes

estudadas explicaram 2,9% da variância no domínio físico, 9,2% da variância

no domínio psicológico e 4,8% da variância no domínio social,

respectivamente. Nesses três domínios, a presença de doenças mostrou-se

inversamente associada à qualidade de vida, ou seja, os idosos sem quaisquer

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40

doenças apresentaram qualidade de vida significantemente melhor, em relação

aos que tinham pelo menos uma doença (p ≤ 0,05), e as demais variáveis não

influenciaram significantemente a qualidade de vida dos idosos (p > 0,05).

Tabela 12. Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao domínio físico do WHOQOL – BREF. São Paulo, 2011.

Variáveis

B

p

Domínio físico

0,029

Presença de doenças

-4,648 0,021

Nível de atividade física

-0,070 0,345

Renda familiar mensal

0,077 0,298

Idade

0,003 0,966

Gênero

0,013 0,859

Estado civil

0,016 0,831

Nível de escolaridade

-0,027 0,712

Ensino superior

0,096 0,191

Município de residência

-0,012 0,870

São Caetano do Sul

0,087 0,247

Estado nutricional

-0,064 0,397

R² = Coeficiente de determinação; B = Coeficiente angular.

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41

Tabela 13. Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao domínio psicológico do WHOQOL – BREF. São Paulo, 2011.

Variáveis

B

p

Domínio psicológico

0,092

Presença de doenças

-8,841 0,000

Nível de atividade física

-0,115 0,107

Renda familiar mensal

0,015 0,829

Idade

0,112 0,118

Gênero

-0,057 0,423

Estado civil

-0,100 0,161

Nível de escolaridade

0,019 0,793

Ensino superior

0,121 0,089

Município de residência

0,053 0,458

São Caetano do Sul

0,057 0,436

Estado nutricional

-0,045 0,539

R² = Coeficiente de determinação; B = Coeficiente angular.

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42

Tabela 14. Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao domínio social do WHOQOL – BREF. São Paulo, 2011.

Variáveis

B

p

Domínio social

0,048

Presença de doenças

-8,898 0,003

Nível de atividade física

-0,015 0,834

Renda familiar mensal

0,115 0,117

Idade

0,099 0,176

Gênero

-0,084 0,252

Estado civil

0,003 0,968

Nível de escolaridade

-0,059 0,419

Ensino superior

0,099 0,175

Município de residência

0,101 0,170

São Caetano do Sul

0,026 0,730

Estado nutricional

-0,045 0,550

R² = Coeficiente de determinação; B = Coeficiente angular.

No domínio ambiental, as variáveis independentes estudadas explicaram

13,1% da variância. Os idosos sem quaisquer doenças, com idade avançada,

ensino superior completo e residência em São Caetano do Sul apresentaram

qualidade de vida significantemente melhor, em relação aos que tinham pelo

menos uma doença, eram mais novos, possuíam ensino médio ou fundamental

completo e que residiam em São Paulo ou Mogi das Cruzes, respectivamente

(p ≤ 0,05) (Tabela 15).

Possuir ensino superior completo foi a variável que mais influenciou

positivamente a qualidade de vida no domínio ambiental, seguida por idade

avançada, ausência de doença e residência em São Caetano do Sul (maiores

valores de coeficiente angular padronizado, respectivamente). As demais

variáveis não influenciaram significantemente a qualidade de vida nesse

domínio (p > 0,05) (Tabela 15).

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43

Tabela 15. Regressão linear múltipla das variáveis independentes em relação ao domínio ambiental do WHOQOL – BREF. São Paulo, 2011.

Variáveis

B

B

padronizado

p

Domínio ambiental

0,131

Presença de doenças

-6,071 -0,164 0,023

Nível de atividade física

-0,087 0,257

Renda familiar mensal

0,104 0,160

Idade

0,418 0,179 0,012

Gênero

-0,057 0,427

Estado civil

-0,026 0,722

Nível de escolaridade

0,032 0,687

Ensino superior

8,375 0,221 0,002

Município de residência

0,065 0,452

São Caetano do Sul

4,590 0,155 0,032

Estado nutricional

-0,132 0,069

R² = Coeficiente de determinação; B = Coeficiente angular; B padronizado = Coeficiente angular padronizado.

A Tabela 16 apresenta a distribuição dos idosos, segundo a comparação

de estado nutricional com nível de atividade física, faixa etária, renda familiar

mensal e gênero.

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes em

nenhuma das comparações (p > 0,05), portanto, não houve associação entre

estado nutricional e essas variáveis qualitativas na população estudada (Tabela

16).

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44

Tabela 16 – Distribuição da frequência de idosos matriculados em programas para a terceira idade de universidades localizadas no Estado de São Paulo, segundo estado nutricional e nível de atividade física, faixa etária, renda familiar mensal e gênero. São Paulo, 2011.

Variáveis

Nível de atividade física

Ativos

Irregularmente Ativos

Faixa etária (anos)

60-69

70-79

80-89

Renda familiar mensal (s.m.)*

< 1

≥ 1 e < 3

≥ 3 e < 5

≥ 5

Gênero

Masculino

Feminino

Baixo peso

N %

12 10,9

08 11,1

10 8,0

08 17,0

02 20,0

01 4,3

11 15,3

05 8,2

03 11,5

01 5,3

19 11,7

Eutrofia

N %

49 44,5 22 30,6

53 42,4

14 29,8

04 40,0

06 27,3

25 34,7

28 45,9

11 42,3

10 52,6

61 37,4

Sobrepeso

N %

17 15,5

08 11,1

15 12,0

08 17,0

02 20,0

03 13,6

12 16,7

07 11,5

03 11,5

01 5,3

24 14,7

Obesidade

N %

32 29,1

34 47,2

47 37,6

17 36,2

02 20,0

12 54,5

24 33,3

21 34,4

09 34,6

07 36,8

59 36,2

Teste de Qui

quadrado

6,727

6,427

7,429

2,753

p

0,081

0,377

0,593

0,431

*s.m.: salário mínimo.

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45

5 – Discussão

Este estudo conseguiu avaliar e produzir dados originais de idosos

participantes de UNATIs de três municípios do Estado de São Paulo. No

entanto, há que se considerar que, por se tratar de uma amostra não-

probabilística, os resultados encontrados devem ser analisados com cautela,

não podendo ser generalizados para a população de idosos de maneira geral.

O estudo SABE, desenvolvido pela OPAS e por outras instituições

colaboradoras, foi um dos primeiros esforços para coletar sistematicamente

informações sobre condições de vida de idosos, de ambos os gêneros, na

América Latina (<http://www.fsp.usp.br/sabe/Apresentacao.html>).

Nas sete cidades participantes do SABE (Buenos Aires, Bridgetown, São

Paulo, Santiago, México, Havana e Montevidéu), observou-se maior frequência

de idosos com idades entre 65 e 74 anos, à semelhança do presente estudo

(ALBALA et al., 2005).

O estudo SABE constatou que a proporção de idosos divorciados,

separados e viúvos aumenta com a idade. Em Havana, por exemplo, quase

90% das idosas e 43% dos idosos ≥ 75 anos não tinham cônjuge (ALBALA et

al., 2005), diferentemente do presente estudo, em que se observou maior

frequência de idosos casados (47,8%).

Em relação à constituição familiar, em Montevidéu e Buenos Aires, mais

de 25% das idosas viviam sozinhas, e em São Paulo e Havana, menos de

15%. Nas outras cidades, esses valores eram intermediários (ALBALA et al.,

2005). No presente estudo, 24,2% dos idosos referiram morar sozinhos,

assemelhando-se, dessa forma, aos idosos de Montevidéu e Buenos Aires, do

projeto SABE.

Quanto à escolaridade, em todos os países estudados no SABE, os

idosos apresentaram nível mais elevado do que as idosas. Em Havana,

independentemente do gênero e da idade, mais de 50% dos idosos

completaram o ensino superior, e em São Paulo, esse número foi inferior a

20% (ALBALA et al., 2005). No presente estudo, observou-se maior frequência

de idosos que completaram o ensino médio (43,4%), em comparação ao

ensino fundamental (38,5%) e ao ensino superior (18,1%).

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O trabalho de Lebrão e Laurenti (2005), desenvolvido com idosos

residentes no município de São Paulo, mostrou maioria de idosos do gênero

feminino (58,6%), com idade média de 68 anos, à semelhança do presente

estudo. Também, a maioria dos idosos vivia acompanhada (86,8%), possuía

renda familiar mensal média de 2,1 salários mínimos, não trabalhava (71,4%) e

estava aposentada (71,1%).

A pesquisa de Neri (2007a) levantou dados sócio-demográficos, sobre

saúde, inserção social, aspectos selecionados da qualidade de vida percebida

e atitudes em relação à velhice e juventude, de 2136 idosos (≥ 60 anos) e 1608

jovens e adultos (16 a 59 anos), residentes em 204 municípios das cinco

macrorregiões do país (Sudeste, Nordeste, Norte, Sul e Centro-Oeste).

Nessa pesquisa, como no presente estudo, observou-se predomínio de

idosos do gênero feminino em relação ao gênero masculino (57% e 43%,

respectivamente). Ainda, constatou-se que 86% das idosas e 66% dos idosos

não trabalhavam, e que havia mais homens aposentados que não trabalhavam

(61%) do que mulheres (46%), o que, segundo a autora, reflete a tendência

cultural própria da época, em que pouquíssimas mulheres trabalhavam fora de

casa e desenvolviam carreira que as conduzisse à aposentadoria (NERI,

2007a). O estudo ainda revelou que 32% dos idosos e 28% das idosas

possuíam renda familiar mensal ≥ 2 e < 5 salários mínimos, intervalo de renda

próximo ao do presente estudo.

Quanto à escolaridade, a pesquisa revelou que 18% dos idosos nunca

frequentaram uma escola, 71% tinham o ensino fundamental, 7% tinham o

ensino médio e apenas 4% dos idosos mencionaram o curso superior (NERI,

2007a). Esses dados diferem do presente estudo, em que aproximadamente

seis vezes mais idosos completaram o ensino médio e quatro vezes mais

idosos completaram o ensino superior. É possível que essa divergência nos

resultados tenha ocorrido porque os idosos estudados por Neri (2007a)

estavam inseridos em realidades sócio-econômicas e culturais muito díspares,

por serem de diferentes regiões do país, ao passo que todos os idosos do

presente estudo residiam no Estado de São Paulo, embora em municípios

diferentes, além do fato de os idosos do presente estudo apresentarem uma

tendência que os diferencia da população de idosos em geral, por estarem

inseridos em instituições de ensino superior.

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47

Em relação ao estado marital, 52% dos idosos eram casados, 6% eram

solteiros, 34% eram viúvos, e 8%, divorciados. Quanto à posse de filhos, 94%

dos idosos revelaram ter pelo menos um filho (NERI, 2007a). Esses resultados

são semelhantes aos do presente estudo, em que se observou maior

frequência de idosos casados (47,8%) e com pelo menos um filho (86,8%).

Em relação à quantidade de pessoas com quem vivem de forma

permanente, 85% dos idosos viviam com pelo menos uma pessoa (NERI,

2007a), resultado semelhante ao do presente estudo, em que a maioria dos

idosos vivia acompanhada (75,8%).

Quanto às condições gerais de saúde, Lebrão e Laurenti (2005)

constataram que, à semelhança do presente trabalho, hipertensão arterial foi a

doença mais referida pelos idosos (53,3%), seguida de

artrite/artrose/reumatismo (31,7%), cardiopatia (19,5%), diabetes tipo 2

(17,9%), osteoporose (14,2%), doença pulmonar crônica (12,2%),

embolia/derrame (7,2%) e tumor maligno (3,3%).

No trabalho de Souza, Lautert e Hilleshein (2011), desenvolvido com 199

idosos de uma organização não-governamental (ONG) de Porto Alegre, a

maioria (85,5%) mencionou ter pelo menos uma doença. No presente estudo,

80,2% dos idosos referiram ter pelo menos uma doença, variável inversamente

associada à sua qualidade de vida.

O segundo boletim disponibilizado pela Coordenação de Epidemiologia e

Informação (CEInfo, 2010), a partir da análise da base de dados do ISA –

Capital 2008, traz análises referentes ao estado nutricional, comportamento

relacionado ao desejo de emagrecer e à insatisfação em relação ao peso atual,

na cidade de São Paulo. Segundo essa pesquisa, 44,0% dos idosos

apresentaram estado nutricional adequado; 42,0% apresentaram excesso de

peso e 14,0%, magreza (CEInfo, 2010). No presente estudo, diferentemente,

houve maior frequência de excesso de peso, em comparação à eutrofia e ao

baixo peso (50,0%; 39,0% e 11,0%, respectivamente).

Cabe ressaltar que no CEInfo (2010) foram adotados os pontos de corte

do NSI (1992), para o IMC, e, no presente estudo, os pontos de corte da OPAS

(2002), o que pode ter gerado essa diferença nos resultados.

Considerando-se os idosos do projeto SABE do município de São Paulo,

Lebrão e Duarte (2003) observaram que 32,9% apresentaram excesso de

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peso, sendo maior a proporção para o gênero feminino em comparação ao

masculino (40,5% e 21,7%, respectivamente). Em relação à obesidade, houve

maior prevalência entre as mulheres (28,4%) do que entre os homens (9,7%).

Ainda, 24,1% dos idosos apresentaram baixo peso, sendo maior a prevalência

nos homens (29,2%), em comparação às mulheres (20,6%).

Na pesquisa SABE, também se observou maior prevalência de

obesidade entre as mulheres, na Cidade do México, em Bridgetown,

Montevidéu e Santiago. Em relação ao baixo peso, observou-se maior

prevalência entre os homens, em Bridgetown e Montevidéu, enquanto que em

Santiago e na Cidade do México os percentuais foram similares para ambos os

gêneros (OPAS, 2002).

As diferenças sócio-econômicas, culturais, genéticas e ambientais

existentes entre os países latino-americanos participantes do SABE podem

explicar essas diferenças em relação ao estado nutricional dos idosos

(LEBRÃO e DUARTE, 2003).

No presente estudo, 50,0% dos idosos apresentaram excesso de peso,

sendo maior a prevalência nas mulheres (50,9%), em comparação aos homens

(42,1%). Entretanto, diferentemente do estudo SABE, houve maior prevalência

de obesidade entre os homens (36,8%) do que entre as mulheres (36,2%).

Também, 11,0% dos idosos apresentaram baixo peso, sendo maior a

prevalência para o gênero feminino (11,7%) em comparação ao masculino

(5,3%), diferentemente do SABE. A baixa frequência dos homens (10,4%) em

relação às mulheres (89,6%), no entanto, torna esses resultados inconclusivos.

No estudo de Perissinoto et al. (2002), foram investigadas características

antropométricas e sua relação com gênero e idade, numa amostra de 3356

idosos, na Itália. Essa pesquisa baseou-se em dados antropométricos de um

estudo italiano longitudinal sobre envelhecimento (ILSA). Em ambos os

gêneros, a prevalência de obesidade (IMC ≥ 30) diminuiu com a idade, sendo

75 anos o ponto de partida para o declínio significante de peso, enquanto que a

prevalência de baixo peso (IMC < 20) aumentou.

Observou-se que 22,3% apresentaram obesidade, sendo mais frequente

nas mulheres (27,9%) do que nos homens (15,5%), e 3,6% apresentaram baixo

peso, sendo maior a frequência entre as mulheres (4,3%) do que entre os

homens (2,7%). Ainda, foi constatado que em nenhuma das faixas etárias

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consideradas os homens apresentaram valores médios de CC com risco muito

elevado para DCV. As mulheres, ao contrário, apresentaram valores médios de

CC com risco muito elevado para DCV em todas as faixas etárias consideradas

(PERISSINOTO et al., 2002).

Na pesquisa de Barbosa et al. (2005), realizada no município de São

Paulo, com 1894 idosos, de ambos os gêneros, os homens também não

apresentaram valores médios de CC com risco muito elevado para DCV em

nenhuma faixa etária analisada, enquanto que as mulheres apresentaram em

todas as faixas etárias. No presente estudo, semelhantemente, a maioria das

mulheres e aproximadamente um quarto dos homens apresentaram risco

cardiovascular muito elevado, segundo a CC.

O gênero feminino, em qualquer faixa etária, naturalmente apresenta

cerca de quatro vezes mais gordura corporal do que o gênero masculino

(LEBRÃO e DUARTE, 2003), o que pode explicar o maior risco cardiovascular

das mulheres idosas em relação aos homens idosos, tanto na pesquisa de

Perissinoto et al. (2002), quanto na de Barbosa et al. (2005) e no presente

estudo, uma vez que, com o envelhecimento, a gordura tende a se acumular

mais na região abdominal e menos nos membros.

Nicklas et al. (2004) analisaram 2503 idosos, de ambos os gêneros, de

70-79 anos, inscritos no estudo Saúde, Envelhecimento e Composição

Corporal (The Health, Aging and Body Composition Study), em Pitsburgo

(Pensilvânia) e Memphis (Tennessee), e constataram que o tecido adiposo

visceral é um fator de risco independente para infarto do miocárdio em idosas,

mas não em idosos. Ainda, observaram que medidas de adiposidade total (IMC

e gordura total) e medidas de gordura visceral (CC e relação cintura-quadril -

RCQ) não mostraram associação com infarto miocárdico em idosos,

independentemente do gênero.

Em relação ao nível de atividade física, Matsudo et al. (2002), em seu

estudo com 2001 indivíduos, de 14 a 77 anos, de ambos os gêneros,

selecionados de 29 cidades de grande, médio e pequeno porte do Estado de

São Paulo, constataram que eram ativos 53,6% dos indivíduos de 50 a 69 anos

e 47,0% dos idosos acima de 70 anos. Verificaram, ainda, que não houve

relação entre nível de atividade física e idade, no gênero feminino, com

exceção do nível muito ativo, em que houve diminuição na frequência com o

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aumento da idade. Para os homens, observou-se uma tendência de aumento

do sedentarismo e redução na porcentagem de indivíduos muito ativos, com o

avançar da idade.

No trabalho de Barbosa, Lebrão e Marucci (2007), realizado com 2143

idosos, residentes no município de São Paulo, 78,7% das mulheres e 75,1%

dos homens referiram ser irregularmente ativos. Em ambos os gêneros, a

proporção de inativos era maior nos grupos etários mais avançados. No

presente estudo, diferentemente, a maioria dos idosos era ativa (60,4%).

Considerando-se os municípios separadamente, eram ativos 96,7% dos idosos

de São Paulo (n=31), 47,2% dos idosos de São Caetano do Sul (n=106) e

68,9% dos idosos de Mogi das Cruzes (n=45).

É provável que essa diferença tenha ocorrido pelo fato de os idosos do

presente estudo participarem de UNATIs, locais onde praticavam atividade

física na perspectiva da promoção da saúde, bem como eram estimulados a

adotar um estilo de vida mais saudável, diferentemente dos idosos da pesquisa

de Barbosa, Lebrão e Marucci (2007).

Souza, Lautert e Hilleshein (2011), à semelhança do presente estudo,

constataram que a maioria dos idosos (73%) praticava atividade física

regularmente.

É importante destacar que, embora a maioria da amostra estudada seja

fisicamente ativa, constatou-se um número elevado de idosos irregularmente

ativos, o que pode torná-los mais susceptíveis às doenças que comprometem a

saúde. Dessa forma, são recomendados programas de incentivo à prática

regular de atividade física na velhice, como forma de garantir uma melhor

qualidade de vida aos envelhecentes.

Adicionalmente, analisou-se a influência das variáveis independentes

(presença de doenças, nível de atividade física, renda familiar mensal, idade,

gênero, estado civil, nível de escolaridade, ensino superior, município de

residência, São Caetano do Sul e estado nutricional) sobre a qualidade de vida

dos idosos estudados, nos domínios do WHOQOL - BREF.

Pereira et al. (2006), em seu estudo com 211 idosos, de ambos os

gêneros, residentes no município de Teixeiras, na região Sudeste do Brasil,

analisaram a influência de gênero, idade, estado civil, nível de escolaridade e

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renda sobre os domínios do WHOQOL – BREF. Essas variáveis sócio-

demográficas não exerceram influência na qualidade de vida global dos idosos,

com exceção do gênero, cujos escores médios foram significantemente

maiores entre os homens nos domínios físico, psicológico e ambiental, em

comparação às mulheres.

No presente estudo, de forma semelhante, na análise multivariada,

estado civil e renda familiar mensal não influenciaram significantemente a

qualidade de vida dos idosos. Na análise bivariada, o gênero exerceu influência

no domínio ambiental da qualidade de vida, com médias significantemente

maiores para os homens, porém, essa influência não se manteve na análise

multivariada.

Em relação à análise multivariada, possuir ensino superior completo foi a

variável que mais influenciou positivamente a qualidade de vida dos idosos, no

domínio ambiental, seguida da variável idade avançada. Melhor qualidade de

vida dos idosos com idade avançada pode indicar conformidade diante da

inevitabilidade da velhice, ao passo que pior qualidade de vida dos idosos mais

novos pode sugerir ausência de preparação para a velhice e não aceitação da

sua condição de velho.

Segundo Jakobsson, Hallberg e Westergren (2004), em seu estudo com

1622 idosos (≥ 85 anos), na Suécia, desfrutar de uma boa situação

socioeconômica influenciou positivamente a qualidade de vida. No presente

estudo, porém, a renda familiar mensal não exerceu influência sobre a

qualidade de vida dos idosos. É possível que o bom nível de escolaridade dos

idosos do presente estudo (61,5% possuíam ensino médio ou superior

completo) torne-os diferenciados em relação aos idosos da população em geral

e permita que eles aprendam a administrar melhor a renda e a usá-la de forma

mais consciente, diminuindo o impacto da situação sócio-econômica sobre a

sua qualidade de vida.

Outra hipótese plausível é que os idosos do estudo de Jakobsson,

Hallberg e Westergren (2004), por terem idade mínima de 85 anos,

provavelmente eram mais suscetíveis a apresentarem um maior número de

doenças e, portanto, a necessitarem de cuidados de diversos profissionais da

saúde para desfrutarem de uma melhor qualidade de vida, o que demandaria

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mais recursos financeiros, ao passo que no presente estudo apenas 5,5% dos

idosos tinham ≥ 80 anos.

Segundo a OMS (2001), o ambiente físico em que o idoso está inserido

pode determinar a dependência ou não do indivíduo. Nesse sentido, idosos que

vivem em ambientes inseguros são menos propensos a saírem sozinhos e,

portanto, estão mais susceptíveis ao isolamento e à depressão, bem como a

apresentar mais problemas de mobilidade e pior estado físico, o que

compromete sua qualidade de vida.

O'Shea (2003) corrobora o que diz a OMS (2001), ao afirmar que a

moradia e o ambiente físico adequados têm influência positiva na qualidade de

vida do idoso.

No presente estudo, a partir da análise multivariada, residência em São

Caetano do Sul foi a quarta variável, em ordem de importância, que mais

influenciou positivamente a qualidade de vida dos idosos, no domínio

ambiental. Esse resultado já era esperado, uma vez que se trata do município

de maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do país (0,919).

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD), o IDH é um indicador comparativo usado para segmentar as regiões

em desenvolvidas (elevado desenvolvimento humano), em desenvolvimento

(desenvolvimento humano médio) e subdesenvolvidas (desenvolvimento

humano baixo). O cálculo do IDH leva em conta dados de expectativa de vida

ao nascer, educação e produto interno bruto (PIB) per capita

(<http://www.pnud.org.br/idh/>). Dessa forma, melhor IDH estaria associado a

uma melhor qualidade de vida da população.

Quanto à presença de doenças, Alves et al. (2007) estudaram 1769

idosos sem alteração cognitiva, de ambos os gêneros, participantes do estudo

SABE, no município de São Paulo, e constataram que a presença de

hipertensão arterial aumentou em 39% a chance de o idoso ser dependente

nas atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), como por exemplo, fazer

compras, telefonar, cuidar do próprio dinheiro, utilizar transporte, realizar

tarefas domésticas, preparar refeições. A doença cardíaca aumentou essa

chance em 82%, a artropatia aumentou em 59% e a doença pulmonar

aumentou em 50%. Para a dependência nas AIVDs e nas atividades de vida

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diária (AVDs), como tomar banho, vestir-se e se alimentar, a chance mais do

que dobrou para a presença de cada uma dessas doenças crônicas.

Joia, Ruiz e Donalisio (2007) estudaram 365 idosos, moradores do

município de Botucatu (SP), e apontaram a saúde e a independência física

como principais determinantes na satisfação pela vida.

No presente estudo, à semelhança dos trabalhos de Alves et al. (2007) e

Joia, Ruiz e Donalisio (2007), na análise multivariada, a presença de doenças

mostrou-se inversamente associada à qualidade de vida, nos domínios físico,

psicológico, social e ambiental, ou seja, os idosos sem quaisquer doenças

apresentaram qualidade de vida significantemente melhor, em comparação aos

que possuíam pelo menos uma doença.

Em relação à prática de atividade física, os resultados do trabalho de

Joia, Ruiz e Donalisio (2007) revelaram que a maior parte dos idosos não

praticava atividade física programada, mas a presença de atividades de grande

esforço mostrou-se associada à satisfação com a vida.

Salguero et al. (2011) investigaram, em uma amostra de 436 idosos

espanhóis, a relação entre atividade física, qualidade de vida e sintomas da

depressão, e observaram que a atividade física mostrou-se associada

positivamente à qualidade de vida, bem como contribuiu para reduzir os

sintomas depressivos dos participantes.

No presente estudo, ao contrário, em relação à análise multivariada, a

prática regular de atividade física não influenciou significantemente a qualidade

de vida dos idosos, em nenhum dos domínios do WHOQOL - BREF.

Considerando-se os inúmeros benefícios físicos, psicológicos e sociais já

comprovados que a atividade física regular é capaz de proporcionar ao

indivíduo de qualquer idade, esse resultado não seria esperado. Entretanto, há

que se considerar que o WHOQOL – BREF foi aplicado na primeira consulta,

quando os idosos ainda estavam iniciando as atividades desenvolvidas nas

UNATIs das três universidades, e a aplicação do IPAQ foi realizada 30 dias

depois, momento em que a atividade física já estava sendo praticada com

frequência, o que pode ter impossibilitado encontrar associação entre prática

regular de atividade física e melhor qualidade de vida.

Hickson e Frost (2004), ao pesquisarem a relação entre qualidade de

vida e estado nutricional de 233 idosos em Londres, concluíram que o estado

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nutricional parece não influenciar diretamente a qualidade de vida. No presente

estudo, na análise bivariada, o estado nutricional exerceu influência no domínio

ambiental da qualidade de vida, com médias significantemente maiores para os

eutróficos, e significantemente menores para os idosos com excesso de peso,

porém, essa influência não se manteve na análise multivariada.

Foi investigada, também, a possível associação entre estado nutricional

dos idosos e nível de atividade física, faixa etária, renda familiar mensal e

gênero.

No trabalho de Reichert (2006), desenvolvido com 379 idosos, de ambos

os gêneros, em Nova Hamburgo (RS), não foi encontrada associação entre

nível de atividade física e medidas antropométricas (peso, IMC e porcentagem

de gordura corporal). No presente estudo, semelhantemente, não houve

associação entre nível de atividade física e estado nutricional dos idosos.

Em relação à comparação entre estado nutricional e faixa etária,

segundo o boletim do CEInfo (2010), houve prevalência significantemente

maior de magreza entre os indivíduos ≥ 80 anos, em relação aos idosos das

demais faixas etárias, e o excesso de peso foi significantemente maior entre os

idosos de 60-69 anos, em relação aos ≥ 80 anos (48,2% e 30,8%,

respectivamente). No presente trabalho, não foi encontrada associação entre

faixa etária e estado nutricional dos idosos. No entanto, é importante destacar a

baixa frequência de idosos ≥ 80 anos (5,5%), faixa etária na qual eles tendem a

perder peso, o que torna esse resultado inconclusivo.

Quanto à comparação entre estado nutricional e renda familiar mensal,

de acordo com o boletim do CEInfo (2010), os idosos que viviam com < 0,5

salário mínimo mensal apresentaram maior frequência de magreza (17,5%), e

os que viviam com ≥ 4 salários mínimos mensais apresentaram menor

frequência. Maior frequência de eutrofia (53,3%) e menor frequência de

excesso de peso (36,4%) ocorreram entre os idosos que viviam com ≥ 2,5 e < 4

salários mínimos mensais, e maior frequência de excesso de peso deu-se entre

os idosos que viviam com ≥ 4 salários mínimos mensais (45,9%).

No presente estudo, aproximadamente 50,0% dos idosos viviam com ≥ 3

salários mínimos mensais, mas não foi encontrada associação entre renda

familiar mensal e estado nutricional, sugerindo que melhor situação sócio-

econômica não implica, necessariamente, ter uma alimentação saudável. O

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idoso pode alimentar-se mal, seja por excesso ou insuficiência, tanto no que diz

respeito aos macronutrientes quanto aos micronutrientes, gerando um quadro

de desnutrição ou obesidade, independentemente da renda. É possível supor

que as escolhas alimentares, mais do que a renda, impactaram o estado

nutricional no grupo estudado, por se tratar de idosos diferenciados,

frequentadores de universidades, o que, por si só, pode ser um indicativo de

melhores condições de renda em relação aos idosos da população em geral,

lembrando que apenas 12,1% referiram renda familiar mensal < 1 salário

mínimo.

Assim, a educação nutricional poderia ser uma estratégia capaz de

proporcionar um melhor conhecimento sobre os cuidados com a alimentação

do idoso, de forma a possibilitar boas escolhas alimentares que refletissem em

um estado nutricional adequado e, consequentemente, em uma melhor

qualidade de vida.

Por fim, ao se comparar estado nutricional e gênero, de acordo com o

CEInfo (2010), entre os homens, observou-se maior frequência de eutrofia, em

relação às mulheres (47,5% e 41,8%, respectivamente), menor frequência de

excesso de peso, em relação às mulheres (38,2% e 44,4%, respectivamente),

e maior frequência de magreza, em comparação às mulheres (14,3% e 13,8%,

respectivamente). No presente estudo, não houve associação entre gênero e

estado nutricional dos idosos, possivelmente devido à baixa frequência de

homens na amostra.

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56

6- Conclusão e recomendação final

A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que:

A média da pontuação do WHOQOL-BREF, obtida pelos idosos

estudados, variou, aproximadamente, entre 57,0 e 77,0 nas questões e nos

domínios avaliados, o que sugere uma percepção, em relação à qualidade de

vida, de razoável para boa, considerando que quanto mais próximo de 100

melhor é a qualidade de vida.

A ausência de doenças influenciou positivamente a qualidade de vida

dos idosos estudados nos domínios físico, psicológico, social e ambiental.

No domínio ambiental, ensino superior completo, idade avançada,

ausência de doenças e residência em São Caetano do Sul influenciaram

positivamente a qualidade de vida dos idosos estudados, nessa ordem de

importância.

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes quando

comparado estado nutricional com nível de atividade física, faixa etária, renda

familiar mensal e gênero. Assim, não houve associação entre estado nutricional

e essas variáveis qualitativas na população de estudo.

Sugere-se que sejam feitos estudos longitudinais com idosos em

UNATIs, uma vez que estudos transversais não permitem que se estabeleçam

relações de causa/efeito entre as variáveis analisadas.

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Referências

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ANEXO 1 - TCLEs

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Projeto Sênior

para a Vida Ativa, São Paulo)

Eu, __________________________________, R.G. ______________,

voluntária e conscientemente, concordo em participar da pesquisa intitulada

ANÁLISE DE ASPECTOS BIODINÂMICOS, PSICOLÓGICOS, SOCIAIS E

PEDAGÓGICOS RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE NO

PROJETO SÊNIOR PARA A VIDA ATIVA DA USJT.

Tenho conhecimento de que, ao participar do Projeto Sênior para a Vida

Ativa, estarei vivenciando um programa de educação física para idosos que

visa proporcionar condições para uma velhice bem sucedida e, também,

participando de uma pesquisa.

No programa de educação física serei levado a descobrir minhas

possibilidades de desenvolvimento e a dar continuidade a esse processo por

meio do estímulo à autonomia para a prática de atividade física ao longo da

vida. A pesquisa tem como objetivo obter conhecimentos sobre idosos e sua

participação num programa de educação física na perspectiva da promoção da

saúde.

Sendo assim, ao assinar esse documento:

1. Concordei em participar de um programa de educação física para idosos

com duração de 10 meses, duas vezes por semana, às segundas e quartas-

feiras, com sessões de 90 minutos cada, das 14:30 às 16:00 horas, que terá

início em fevereiro e término em dezembro, com um período de férias em

julho;

2. Entendi que só poderei participar desse programa se trouxer uma

autorização médica confirmando minha aptidão para tal;

3. Compreendi que haverá encontros periódicos em outro dia da semana a ser

combinado, reservados para palestras e outras atividades, como a educação

nutricional;

4. Fui informado que o fato de não existirem alterações nos exames clínicos e

eletromiográficos aqui realizados não significa que eu não tenha problemas

de saúde;

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5. Compreendi que realizarei várias avaliações periódicas das minhas

condições físicas, emocionais e de saúde no decorrer do programa (elas

estão detalhadas ao final);

6. Entendi que os responsáveis por este programa organizam-no de tal forma

que o seu planejamento e o seu desenvolvimento levem em consideração os

cuidados necessários para promover a minha integridade e o meu

desenvolvimento físico;

7. Fui informado que são esperadas contribuições positivas para minha vida,

no sentido de possibilitar a prática de atividades físicas de forma autônoma

como parte do meu cuidado com a saúde;

8. Compreendi que não é esperado o aparecimento de desconforto, mal estar,

mas sim, condições de melhora na minha qualidade de vida. Entretanto, há a

possibilidade de eu me sentir constrangido no momento das avaliações, bem

como o risco mínimo de ocorrer algum agravo físico, sempre presente nas

situações que envolvem a prática de exercícios físicos.

9. Fui informado que os riscos considerados possíveis nos procedimentos

adotados para as avaliações e sessões do programa Sênior são: 1)

desconforto emocional ao responder questionários e entrevistas; 2)

desconforto ou mal estar físico ao fazer o teste de exercício em esteira ou as

atividades físicas nas sessões do programa; 3) queda durante a avaliação

física ou nas sessões do programa; 4) mal estar no momento das coletas de

sangue; 5) possibilidade de surgirem pequenos hematomas após a coleta de

sangue. Ressalta-se que todos esses momentos serão acompanhados por

um profissional habilitado a dar assistência e que as avaliações ou sessões

do programa poderão ser interrompidas a qualquer momento em que for

identificado risco, desconforto ou mal estar do participante da pesquisa.

Havendo necessidade, será feito um primeiro atendimento no ambulatório da

USJT e o transporte a um pronto-atendimento de hospital do convênio

médico do idoso, ou da rede pública.

10. Compreendi que é permitido ter algumas faltas, mas estas deverão ser

justificadas. Caso as faltas sejam excessivas, não serei desligado do

programa, mas estarei prejudicando a aprendizagem e o meu

desenvolvimento;

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11. Entendi que tenho plena liberdade para me afastar definitivamente do

programa em questão, bem como da pesquisa, a qualquer momento que

desejar, sem nenhuma obrigatoriedade de prestar esclarecimentos e sem

um único ônus à minha pessoa;

12. Fui informado que os resultados das avaliações ao longo do programa

serão utilizados exclusivamente para as finalidades previstas no projeto de

pesquisa, inclusive, a publicação dos resultados em revistas científicas. Eu

terei acesso aos meus resultados nos seguintes momentos: assim que ficam

disponíveis, recebo cópias dos laudos dos exames ergométricos e de

sangue; no momento da realização dos testes e medidas, através de minha

ficha individual; ao final do curso (10 meses), através de um relatório

individual com os resultados de cada fase dos testes motores e afetivos, o

que possibilita acompanhar meu desenvolvimento. Compreendi que as

informações obtidas nos laudos são para uso de pesquisa e não de

diagnóstico. Esses laudos devem ser discutidos com meu médico pessoal.

13. Ficou claro que todos os dados sobre minha pessoa serão mantidos no

mais absoluto sigilo, a fim de manter a minha integridade moral.

14. Fui informado que, se necessário, poderei entrar em contato com o

pesquisador responsável _____________________________pelo telefone

2799-1999 ramal 1638, ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da USJT

(2799-1999 ramal 1665).

Detalhes dos procedimentos a que serei submetido:

Nos meses de fevereiro, junho e dezembro preencherei, durante as

aulas, vários questionários que buscam informações sobre minhas

características pessoais, meus hábitos (alimentares e de atividades física), o

uso medicamentos, a existência de dores. Há, também, questionários para

saber sobre meu estado emocional, minhas percepções sobre o corpo, a

satisfação com a vida e como avalio minha qualidade de vida. Para responder

aos questionários, posso ter necessidade de óculos para leitura e, caso não

estejam comigo, um professor ou estagiário poderá me auxiliar.

Também serei entrevistado pelos professores ou pesquisadores para

falar sobre minhas percepções. Serão feitas no início do programa e nos

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meses finais, em sala reservada ao Projeto Sênior e gravadas em equipamento

do tipo MP3 para que não se perca nada do que falarei. As gravações serão

apagadas depois da transcrição. As entrevistas que não forem nos horários

habituais de aula serão marcadas em meus horários disponíveis.

No início do programa, no mês de junho e de dezembro farei vários

testes: caminhada (caminhar a maior distância possível em 6 minutos); força de

tronco (tentar realizar o maior número de exercícios abdominais em 30

segundos); força de braços (segurar um pesinho de 2Kg com a mão preferida e

flexionar o cotovelo durante 30 segundos); força das mãos (apertar um

aparelho manual) e força das pernas (sentar e levantar de uma cadeira

durante 30 segundos); flexibilidade (sentar e tentar alcançar os pés); equilíbrio

estático (ficar em um pé só o máximo que conseguir até 30 segundos);

equilíbrio dinâmico (caminhar por 6 metros o mais rápido possível colocando a

cada passo o calcanhar bem à frente dos dedos do outro pé, mantendo-os bem

alinhados); agilidade (1- levantar de uma cadeira com braços, caminhar três

metros à frente, virar, caminhar de volta e sentar na cadeira, o mais rápido

possível; 2- sentar e levantar de uma cadeira e locomover-se por um percurso

demarcado); Velocidade do andar (caminhar num trajeto demarcado no chão,

primeiro na velocidade normal do dia a dia, sem correr e sem sair da trajetória.

Depois, repetir o mesmo trajeto, o mais rápido possível).

No início do programa e no mês de dezembro farei várias avaliações nos

laboratórios da universidade, marcados com antecedência de maneira que eu

possa escolher a melhor data para mim dentre as oferecidas: 1) avaliação do

peso e estatura e quantidade de gordura corporal; 2) teste de identificação de

cores com monitoramento dos batimentos do coração por meio de uma cinta

colocada na região torácica e com medida da pressão arterial com uso de

esfigmomanômetro (medidor não-invasivo de pressão arterial que é colocado

no braço); 3) avaliação de capacidade física em esteira ergométrica com

monitoramento dos batimentos do coração através de uma cinta colocada na

região torácica e com medida da pressão arterial com uso de

esfigmomanômetro; 4) coleta de gotas de sangue da ponta do dedo

(aproximadamente 3 gotas) para avaliação da concentração de açúcar e

gordura no sangue, com material descartável; 5) uma coleta de sangue em

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jejum de 12 horas com o uso de luva, seringa e agulha descartáveis para

medidas sanguíneas e bioquímicas (níveis de glicose sanguínea, hemoglobina,

colesterol total, LDL, HDL,VLDL, triglicérides e glicemia); 6) avaliação do

esquema corporal na qual indicarei numa parede determinados pontos do meu

corpo que foram tocados pelo examinador. Para realizar essa avaliação devo

usar roupas justas e meus olhos serão vendados.

As coletas e medidas de avaliação da composição corporal, do esquema

corporal, do teste de cores e testes físicos serão realizadas por profissionais de

educação física e/ou fisioterapia habilitados. A coleta de sangue com seringa e

agulha será realizada por um profissional habilitado, preferencialmente, um

farmacêutico bioquímico.

São Paulo, ____ de ________________ de ___________.

____________________________________________________

Participante e/ou representante legal

____________________________________________________

Pesquisador responsável

____________________________________________________

Coordenador do projeto

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (UNATI, Mogi das

Cruzes)

TÍTULO DA PESQUISA: AVALIAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL DE

IDOSOS DO PRÓ-HIPER

Eu,_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_________________________________(nome, idade, RG, endereço, telefone,

email), abaixo assinado (ou meu Responsável Legal quando aplicável), dou

meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do

projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade da pesquisadora Dra.

Rita Maria Monteiro Goulart, professora do curso de nutrição da Universidade

de Mogi das Cruzes (UMC).

Assinando este termo de consentimento, estou ciente de que:

1) O objetivo da pesquisa é avaliar o estado nutricional e a percepção da

qualidade de vida e imagem corporal de indivíduos na terceira idade;

2) Durante o estudo serão realizadas as avaliações nutricionais medindo-se o

peso e a estatura e preenchimento de questionário sobre percepção da

qualidade de vida;

3) Os procedimentos não oferecem quaisquer riscos para a saúde;

4) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir

conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa, tais como

descritas no item 2 (medidas de peso e estatura e preenchimento de um

questionário);

5) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na

pesquisa;

6) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais

obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os

objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura

científica especializada;

7) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Prof. Dra. Rita

Maria Monteiro Goulart, sempre que julgar necessário pelo telefone 4798-7133

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9) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma

permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.

Mogi das Cruzes, ________de _________

de_______

________________________________________________ Nome e assinatura do voluntário __________________________________________________ Nome e assinatura do pesquisador responsável pelo estudo

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (UNATI, São

Caetano do Sul)

TÍTULO DA PESQUISA: AVALIAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL E DE

QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS MATRICULADOS NO PROJETO

SÊNIOR DA USCS

Eu,_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_________________________________(nome, idade, RG, endereço, telefone,

email), abaixo assinado (ou meu Responsável Legal quando aplicável), dou

meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do

projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade da pesquisadora Dra.

Rita Maria Monteiro Goulart, professora do curso de nutrição da Universidade

Municipal de São Caetano do Sul – USCS.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1) O objetivo da pesquisa é avaliar o estado nutricional, consumo alimentar e a

percepção da qualidade de vida de indivíduos na terceira idade;

2) Durante o estudo serão realizadas as avaliações nutricionais medindo-se o

peso e a estatura e preenchimento de questionário sobre percepção da

qualidade de vida;

3) Os procedimentos não oferecem quaisquer riscos para a saúde;

4) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir

conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa, tais como

descritas no item 2 (medidas de peso e estatura e preenchimento de um

questionário);

5) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na

pesquisa;

6) Os resultados obtidos serão entregues individualmente para cada

participante, como também um manual de estilo de vida saudável;

7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais

obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os

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objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura

científica especializada;

8) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Prof. Dra. Rita

Maria Monteiro Goulart, sempre que julgar necessário pelo telefone 4239-3311;

9) Este termo de consentimento é feito em duas vias, sendo que uma

permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.

São Caetano do Sul, ________de _________

de_______

__________________________________________________ Nome e assinatura do voluntário __________________________________________________ Nome e assinatura do pesquisador responsável pelo estudo

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ANEXO 2 – ANAMNESE INICIAL

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ATE�DIME�TO �UTRICIO�AL - A�AM�ESE PRIMEIRO ATE�DIME�TO

DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS

Nome:

Gênero:

( )F ( )M

Data de nascimento: Idade: Estado civil: Filhos:

Município de residência:

Nível de escolaridade: Renda familiar

mensal:

Trabalha: Aposentada (o):

Mora sozinho ou

acompanhado:

HISTÓRIA CLÍ�ICA

Motivo da consulta: Histórico familiar: Pai:________________________________________

Mãe:_________________________________________

Outros

familiares:___________________________________________________________________________

Histórico pregresso: Utiliza alguma

medicação?____________Qual?___________________Motivo:_________________________

Apresenta alguma (s) dessas doenças:

Hipertensão ( ) Diabetes ( ) Cardiopatia ( ) Hipertrigliceridemia ( ) Hipercolesterolemia ( )

Artrite/Osteoporose ( ) Gastrite ( ) Hipotireoidismo ( )

Outras

doenças:____________________________________________________________________________

Apresenta algum tipo de queixa relacionada a problemas:

( ) deglutição ( ) prótese dentária ( ) mastigação ( ) digestão ( ) náuseas

( ) vômito ( ) azia ( ) dores

( ) outros_____________________________________________________________________

Hábito intestinal (frequência, consistência, esforço, uso de laxante ou suplementos de fibras):

_______________________________________________________________

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HISTÓRIA ALIME�TAR

Onde se alimenta usualmente?

Local e frequência de compra de alimentos (não perecíveis, carnes, vegetais e frutas)?

Em casa, quem prepara as refeições?

Quais são os condimentos utilizados?

Como está o apetite (normal, aumentado ou reduzido)?

Intolerâncias alimentares:

Alergias alimentares:

Aversões alimentares:

Preferências alimentares:

Qual o consumo diário de água e líquido?

ESTILO DE VIDA

Fuma?__________________ N/ cigarros/dia:______________ Há quanto

tempo?_______________________

Consome bebida alcoólica?______

Qual?_________________________Frequência:_____________________

Pratica atividade física?______

Qual?_________________________Frequência:_____________________ Duração: ______

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ANEXO 3 – WHOQOL - BREF

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ANEXO 4 – IPAQ: VERSÃO CURTA

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QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – VERSÃO

CURTA

Nome:_______________________________________________________

Nós estamos interessados em saber que tipo de atividade física as pessoas

fazem como parte do seu dia a dia. As perguntas estão relacionadas ao tempo

que você gastou fazendo atividade física na ÚLTIMA semana.

As perguntas incluem as atividades que você fez no trabalho, para ir de um

lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas

atividades em casa ou no jardim.

Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão

mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões, lembre-se que:

� Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande

esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal;

� Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum

esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.

Para responder às perguntas, pense somente nas atividades que você realizou

por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a ) Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10

minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de

um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b) Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos,

quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?

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Horas: ______ Minutos: _____

2a) Em quantos dias da última semana você realizou atividades MODERADAS

por pelo menos 10 minutos contínuos, como, por exemplo, pedalar leve na

bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo,

carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no

jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez

aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR

FAVOR, NÃO INCLUA CAMINHADA)?

Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b) Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10

minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas

atividades por dia?

Horas: ______ Minutos: _____

3a) Em quantos dias da última semana você realizou atividades VIGOROSAS

por pelo menos 10 minutos contínuos, como, por exemplo, correr, fazer

ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete,

fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim,

carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua

respiração ou batimentos do coração?

Dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b) Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10

minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas

atividades por dia?

Horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permaneceu sentado todo

dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre.

Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, visitando

um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo à TV. Não inclua o tempo

gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

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4a) Quanto tempo no total você gastou sentado durante um dia de semana?

Horas: ____Minutos:_____

4b) Quanto tempo no total você gastou sentado durante em um dia de final de

semana?

Horas: ____Minutos:_____

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CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA IPAQ

1. MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão

b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou

CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

2. ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou

b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada

+ moderada + vigorosa).

3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realizou atividade física, porém,

insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpriu as

recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa

classificação, soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de

atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois

subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de

recomendação:

IRREGULARMENTE ATIVO A: aquele que atingiu pelo menos um dos critérios

da recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade:

a) Frequência: 5 dias /semana ou

b) Duração: 150 min / semana

IRREGULARMENTE ATIVO B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios

da recomendação quanto à frequência nem quanto à duração.

4. SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo

menos 10 minutos contínuos durante a última semana.