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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Março de 2009 Ano XXIX - No. 1058 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual TAUROMAQUIA Pág. 24 Faleceu Conchita Cintron EDUCAÇÃO Pág. 20, 30 Será que é desta vez? Será que esta conferên- cia terá gente bastante para ser considerada uma verdadeira conferência? Será que apren- demos algo com todas as outras que foram passando em frente a nós, sem a maioria dos nossos estudantes dar por isso? Será mesmo possível? Será? Temos uma boa equipa, só falta mesmo todos eles serem Josés Mourinhos para entusiasmar esta malta nova a compreender ainda melhor o futuro e as suas responsabilidades. Esperemos que tudo corra bem! Vejam os programas nas páginas 20 e 30. Mais uma Conferência Marc Pacheco novo Embaixador dos EU em Portugal? Segundo corre no meios diplomáticos americanos é muito possivel que Marc Pacheco, senador estadual democrata de Massachusetts, se torne no primeiro luso-descendente a ser Embaixador dos Estados Unidos em Portugal. Marc Pacheco tem um Master’s De- gree in Public Administration, Suffolk University; Bachelor’s Degree in Hu- man Services, New Hampshire Col- lege; Associate’s Degree in Agron- omy, University of Massachusetts Stockbridge School of Agriculture. Está no Senado Estadual desde 1993, tendo ocupado durante a sua vida politica importantes cargos naquele Estado. Tem sangue açoriano do lado paterno e de Coimbra, do lado materno. Foi já condecorado pelo Gover- no Português em 1998, com a Ordem do Infante D. Henrique no grau de Comendador. [email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com Grupo da Igreja de Nossa Senhora da Assunção com este jovem grupo home- nageamos todos os outros que percorreram milhares de milhas para partilharem com todos nós a maior manifes- tação cultural da nossa Comunidade. Ver páginas 16,17,18. foto de jose avila Com 86 anos de idade faleceu em Portugal a cava- leira Conchita Cintron, a primei- ra mulher com fama internacio- nal no mundo dos toiros. Toureou muitas vezes em Portugal e esteve em 1950 na Ter- ceira. Participou em mais de 400 corridas em todos os países taurinos do Mundo. Casou com Francisco Castelo Branco e já há muitos anos que vivia em Portugal. Esteve na California acompa- nhando o seu filho que toureou no P. Padres. Carnaval na California

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Page 1: March 1, 2009

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Março de 2009Ano XXIX - No. 1058 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

TAUROMAQUIA Pág. 24

Faleceu Conchita Cintron

EDUCAÇÃO Pág. 20, 30

Será que é desta vez? Será que esta conferên-cia terá gente bastante para ser considerada uma verdadeira conferência? Será que apren-demos algo com todas as outras que foram passando em frente a nós, sem a maioria dos nossos estudantes dar por isso?Será mesmo possível? Será?Temos uma boa equipa, só falta mesmo todos eles serem Josés Mourinhos para entusiasmar esta malta nova a compreender ainda melhor o futuro e as suas responsabilidades. Esperemos que tudo corra bem!Vejam os programas nas páginas 20 e 30.

Mais uma Conferência

Marc Pacheco novo Embaixador dos EU em Portugal?

Segundo corre no meios diplomáticos americanos é muito possivel que Marc Pacheco, senador estadual democrata de Massachusetts, se torne no primeiro luso-descendente a ser Embaixador dos Estados Unidos em Portugal.Marc Pacheco tem um Master’s De-gree in Public Administration, Suffolk University; Bachelor’s Degree in Hu-man Services, New Hampshire Col-lege; Associate’s Degree in Agron-omy, University of Massachusetts Stockbridge School of Agriculture.Está no Senado Estadual desde 1993, tendo ocupado durante a sua vida politica importantes cargos naquele Estado. Tem sangue açoriano do lado paterno e de Coimbra, do lado materno.Foi já condecorado pelo Gover-no Português em 1998, com a Ordem do Infante D. Henrique no grau de Comendador.

[email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

Grupo da Igreja de Nossa Senhora da Assunção com este jovem grupo home-nageamos todos os outros que percorreram milhares de milhas para partilharem com todos nós a maior manifes-tação cultural da nossa Comunidade. Ver páginas 16,17,18. foto de jose avila

Com 86 anos de idade faleceu em Portugal a cava-leira Conchita Cintron, a primei-ra mulher com fama internacio-nal no mundo dos toiros. Toureou muitas vezes em Portugal e esteve em 1950 na Ter-ceira. Participou

em mais de 400 corridas em todos os países taurinos do Mundo. Casou com Francisco Castelo Branco e já há muitos anos que vivia em Portugal. Esteve na California acompa-nhando o seu filho que toureou no P. Padres.

Carnaval na California

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2 1 de Março de 2009SEGUNDA PÁGINA

Year XXIX, Number 1058, March 1, 2009

Boletins Paroquiais

Quem percorre a California e tem a oportunidade de visitar as nossas Igrejas, mesmo aquelas que não são nossas, mas tem padres portugueses a administrá-las, deveriam trazer para casa o seu boletim paroquial e lê-lo com a mesma atenção com que leêm este jornal.Se prestarem atenção ao que lá vem escrito ficarão deveras impressionados pelo enorme número de ac-tividades religiosas, sociais, caritativas e culturais que acontecem por toda esta enorme California, dentro dos limites geográficos de cada paróquia e organizados por ela. Impressionante a movimentação de pessoas nestes segmentos de vida comunitária que muitos de nós nem nos apercebemos, tal é a vida complicada que todos temos.Vou dar-vos um exemplo. No Boletim da Igreja de St. Aloysius em Tulare, pode-se ler que a colecta do dia 8 de Fevereiro foi de $10,397.50, e que a próxima se-gunda colecta no outro fim de semana seria dedicada à Escola de St. Aloysius. O SaveMart Apples Program para os Estudantes da mesma Escola coleccionou $80,000.00 o que proporcionará ao supermercado po-der oferecer material escolar. Um convívio de casais no Dia de São Valentim, um Concerto com o Coro do Fresno Pacific University, no Domingo 22 de Fevereiro, Noite de Cinema a 28 de Fevereiro. Padre Marta vai lide-rar uma Excursão de 20 dias aos Santuários de Fátima, Lourdes, Santiago de Compustela, Covadonga, Mon-serrat e Our Lady of Pilar, em Espanha. Tudo isto além das actividades religiosas comuns a todas as igrejas.No futuro não se esqueçam de ler com atenção os bo-letins paroquiais. Vale sempre a pena. jose avila

EDITORIAL

Cara SATA apresente contas da rota Oakland-Terceira!

O que mais nos afronta nes-ta questão dos preços da SATA nem são os preços em si. É a falta de comu-

nicação de uma empresa publica, que deveria tratar os seus donos, que so-mos todos nós, de uma maneira cor-recta, inteligente e verdadeira.Talvez até os preços que a SATA pede, sejam justos. Até posso acre-ditar nisso, mas esta falta habitual que a SATA tem em lidar com as nossas comunidades, incluindo as das Ilhas, irrita-nos sobremaneira.Não sei quais foram os requisitos curriculares que Carlos César im-pos para a escolha do Presidente da SATA, só sabemos que este Conselho de Adminstração é novo e tem como Presidente, segundo nos dizem, um jovem. E nós, que apoiamos incon-dicionalmente a nossa juventude a tomar o leme e a liderança do futuro dos nossos países e das nossas empre-sas, ficamos pasmados pela falta de tacto politico, comunitário, açoria-no, demonstrado por estes gestores.

Sempre ouvimos dizer que a rota Oakland/Terceira dava prejuízo, mas nunca vimos contas a demons-trar isso. É verdade, é mentira, não sabemos. Só sabemos que a SATA nunca partilhou com a nos-sa comunidade as suas contas.Sinceramente gostaríamos que a SATA demonstrasse a to-dos nós, esta verdade ou esta mentira, que muita gente apre-

goa, publicando as suas contas. Falando agora em contas, e depois de se ter visto todas estas mentiras de empresas e bancos que ainda on-tem davam lucros fabulosos e de um dia para o outro foram para a ban-carrota, nós só aceitaríamos agora as contas da SATA, se elas fossem auditadas pelo Tribunal de Contas.Porquê? Muito simplesmente por-que o papel aceita tudo. Prejuizos, lucros, mentiras, bancarrota, tudo isto é facilmente transferível da nossa mente para uma folha de pa-pel ou para um blogue da internet.

Aqui fica pois o desafio.Quem não deve, não teme.Cara SATA, apresente-

nos os resultados dos ultimos três anos da rota Okland/Terceira, au-ditados pelo Tribunal de Contas e nós aceitaremos as vossas deman-das, se justas e justificadas forem.

Serão capazes de fazer isso?Será que têm coragem de o fa-zer e de nos bater o pé com con-tas certinhas e preços de passa-gens que não os podemos discutir?Vá lá, façam um esforço!

A SATA tem uma vantgem em re-lação a isto tudo. Eles sabem, como qualquer pessoa inteligente o sabe, que a nossa comunidade mais idosa não gosta de andar a saltar de aero-porto para aeroporto e isso traz van-

tagens à SATA pela sua exclusivida-de. Claro que não queremos sequer pensar que qualquer administração de uma empresa publica pudesse fazer chantagem por causa disso. Não, nada disso, pode acontecer.

Esta nossa publica divergência nada tem a haver com a SATA, empresa de trabalhadores, é so-mente uma discrepancia politica-económica entre as nossas co-munidades e quem gere a SATA.

Não queremos esmolas, não quere-mos que percam milhões de euros connosco. Se assim acontece a SATA deve desistir da rota das Americas e concentrar-se na rota da Europa, pos-sivelmente mais lucrativa, muito em-bora, e toda a gente sabe, que a SATA pratica preços políticos nessas rotas.Havemos de decobrir uma maneira de voltar as nossas Ilhas com a ca-beça levantada, sem precisarmos de aceitar esmolas de quem não se quer esforçar por encontrar melhores ca-minhos de entendimento entre co-munidades que sempre foram e serão unidas, quaisquer que sejam os con-selhos de administração da SATA.

jose avila

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3COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

No momento em que rabisco esta crónica, estão a coincidir e a realizar-se as celebra-

ções do ano novo lunar chinês. São duas semanas (Janeiro 25 - Fevereiro 7) de múltiplas festivi-dades, comemorando este ano o Ciclo do Boi. Quem nasceu neste ciclo considera-se ser metódico, responsável, trabalhador, honesto e digno de confiança.Curiosamente, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está incluído neste grupo. A esposa, Michelle Obama, pertence ao Ano do Dra-gão, cujo signo inspira elegância, decisão e exotismo.A emigração chinesa p’rà Cali-forlândia teve início com a cé-lebre Corrida do Ouro em 1848, avaliando-se ser à volta de 25.000 o número de chineses já estabele-cidos nesta área em 1852. Diz-se

que, fora da China, a maior con-centração de chineses situa-se no Bairro Chinês de San Francisco. A primeira celebração do ano novo lunar chinês na América do Norte teve lugar precisamente em San Francisco aos 21 de Fe-vereiro de 1860, rivalizando ain-da hoje com o tradicional festival anual organizado na China.E após este preâmbulo, vamos agora historiar um pouco àcerca dos bois, frequentemente men-cionados nos livros do Velho Testamento, não só como ani-mais de grande utilidade nas fai-nas agrícolas, mas também como animais de transporte e carga. Igualmente, os bois eram muito apreciados p’ra uso nas cerimó-nias de sacrifícios, e a sua carne muito estimada como comida, embora reservada a gente abas-tada e servida nas ocasiões dos mais importantes festivais.

No Talmude (antiga colecção de leis, preceitos, tradições e cos-tumes judaicos, compilada pelos doutores hebreus) lê-se que o primeiro sacrifício elaborado por Adão constou dum boi com um corno apenas na testa. Na antiga Grécia o boi era muito usado nos sacrifícios e os deuses favoreciam particularmente uma hecatombe, ou seja, o sacrifício duma centena de bois. Devido à sua corpulenta robusteza, aliada ao seu andar va-garoso, o boi foi considerado, na Europa, como sinónimo de força e pachorra, vigor e paciência. O boi é símbolo do trabalho árduo, feito pausadamente mas cons-cienciosamente, numa combina-ção entre lentidão e escrúpulo.

Reza uma piedosa lenda que o Deus Menino Je-sus nasceu num está-bulo de bois, que o boi

e os outros animais ajoelharam em adoração, e ainda hoje o boi ajoelha à meia-noite na vigília de Natal. É crença antiga que o bafo

de boi é muito benéfico, pois que foi o boi quem acalentou o Me-nino Jesus na manjedoura de Be-lém. Quase invariavelmente o boi e o jumento aparecem juntos em quadros e cenas da Natividade, integrando-se nas representações dos Presépios. Há quem opine que isto evolveu daquela passa-gem do Livro do profeta Isaías (1:3), onde se lê: “O boi conhece o seu proprietário e o burro o es-tábulo do seu dono”.Diz-se que S. Tomás de Aquino, por ser gordo e moroso nos seus tempos de estudante, foi alcunha-do “the dumb ox” (o boi estúpido). No caso de S. Lucas, visto que a sua narrativa evangélica começa com o sacrifício de Zacarias no Templo, e na fase final acentua a morte sacrificial de Cristo, um boi alado há sido simbolicamente atribuído como emblema caracte-rístico do evangelista Lucas.Esopo, numa das suas fábulas, descreveu o episódio duma rã que, ao ver um grande boi passe-ando ao longo da água, ficou de tal maneira tocada de inveja que começou a comer e a inchar-se com vento, perguntando às ou-tras rãs se já era tão grande como o boi. Quando as companheiras responderam que não era ainda do tamanho do boi, a rã empres-tou mais força p’ra inchar. Desen-ganada novamente do muito que lhe faltava p’ra igualar o boi, a rã persistiu nos seus esforços, aca-bando por inchar tão rijamente que veio a arrebentar com cobiça

de ser grande.Os bois não passaram desperce-bidos ao nosso Luís de Camões, como está demonstrado em “Os Lusíadas”, Canto V, Estâncias 62 e 63: “Com bailos e com festas de alegria pela praia arenosa a nós vieram, as mulheres consigo e o manso gado que apascenta-vam, gordo e bem criado. As mu-lheres, queimadas, vem em cima dos vagarosos bois, ali sentadas, animais que eles têm em mais es-tima que todo o outro gado das manadas”.Estarei de volta na próxima se-mana, com paragem nos Açores. Até lá:

Quando eu era boi novo,Comia milho à mão;Agora que já sou velho,Bato c’o focinho no chão.

Todos lavram c’os seus bois,Só eu lavro com vaquinhas;Todos têm seus amores,Só eu é que torço linhas.

O meu amor é boieiro,É boieiro e guarda bois;Mora lá nos Reboleiros,Há-de cá vir aos despois.

O meu amor é boieiro,Eu guardo gado miúdo;Bota p’ra cá os teus bois,Ajuntemos isso tudo.

Na companhia de bois (1)

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4 1 de Março de 2009COLABORAÇÃO

Da Música e dos Sons

Nelson Ponta-Garç[email protected]

“Pimba is a Portuguese term used for a variety of popular Portu-guese folk solo singer and bands whose songs are frequently driven by metaphors with sexual meanings.Many Pimba songs use vulgar puns and jokes or address taboo topics, seemingly to gain popularity, as in the hit singles “Queres Ketchup, Maria?” (“Do You Want Ketchup, Mary?” — when spoken often sounds as “do you want me to … you, Mary?”) or “É o ECU!” (“It’s the ECU!” (ECU was the first name thought for the euro - when spoken sounds like …).

HistoryPimba bands and musicians/singers are influenced by the rural areas of the country and the emigration phenomena which permeated Portuguese society throughout the 20th century. Although based in some elements of Portuguese folk music, it is basically straight-forward functional pop music with minimal lyrics, heavy use of rhythm boxes and cheap synthesizers and designed to be played in dancing parties and weddings.Pimba music and musicians/groups are seen by some to be inferior to others dedicated to more mainstream or genuinely traditional genres, although often more popular. They can be said to use the same themes as folklore and target the same audience, though some Pimba singers shun the title and call themselves “poetic “ or “romantic artists”. A parallel between Pimba and American Country music audiences can be drawn, nevertheless the lyrics of Country music are usually of a more elevated nature and its musical content is completely based on folk tradition.Until the 1980s, the word “pimba” was merely an interjection, generally used to express the accomplishment of an action or an unexpected event. Emanuel was quick to create a song with the same expression (pimba) in the refrain. This song was “Nós Pimba” (which translates to “We Pimba”, meaning “we do it”). In the 1990s, the word was informally coined as an adjective, to identify this kind of music, its sense being quite derogatory, synonymous with tacky. Use of the word spread to describe TV shows, radio programs and other media, fashion, etc. and eventually “pimba” acquired the general meaning of a cultural attitude that lacks intellectual content or quality and is tasteless and vulgar.In recent years, a “pimba-pride” movement emerged, with fans and artists stating it is “the” contemporary Portuguese folk music, and arguing that music doesn’t have to always be profound and elevated. Some intellectuals came to accept this view, recognizing that, in a proper context, this genre is unquestionably entertaining and amusing. ExamplesThe so called “King of Pimba” was — and according to some still is - Emanuel, a musician/singer who emphasizes topics such as love and sex in his strongly satirical songs. The “Queen of Pimba” is Ágata well-known in Portugal as well in the Portuguese diaspora. There is also the “Prince of Pimba”, Saúl, who whilst very young performed the Pimba hit “O Bacalhau Quer Alho” (“The Codfish Wants Garlic” — “bacalhau” (codfish) is a slang word ,when uttered fast, sounds like a Portuguese slang word for…).Some female singers have shown a lot of success in this kind of mu-sic. One of them is Ruth Marlene. Another is Mónica Sintra, famous for songs like “Na minha cama com ela” (“In my bed with her”) or “Afinal havia outra” (“After all there was another [girl]”), songs about heartbreak and cheating. Her sound, in 2006, can be described as influenced by Shakira (who directly influences her on-stage moves). Another famous Pimba singers are Claudisabel (joinning her two names Claúdia and Isabel), Micaela < and Ana Malhoa”.

Este texto é o resultado de uma pesquisa feita na Internet.

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

Barbara WaltersPimba visto por fora

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Acabei de ler “AUDI-TION”, a autobiogra-fia da conhecida apre-sentadora de televisão

Barbara Walters, que me deixou verdadeiramente embevecida pela sua narrativa. Barbara Wal-ters, é, sem dúvida, uma das mais conceituadas figuras dos ecrans da TV americana que muito tem contribuido para que muitas mu-lheres ecolhessem essa profissão, pois até ela apa-recer na televisão, todos os apresentadores eram ho-mens. Ela foi a grande pio-neira que abriu o caminho a tantas jovens que ainda hoje fazem referência à in-fluência que Barbara teve na decisão delas seguirem uma carreira televisiva.Barbara Walters nasceu no dia 25 de Setembro, 1931, em Boston, Massachusetts. Filha do empresário de tea-tro Lou Walters, e de Dena Walters. Barbara Walters graduou do Sara Lawrence Colle-ge, com o bacharelato de inglês. O seu primeiro em-prego foi como assistente de publicidade da estação WRCA, da cadeia NBC, em New York. Em 1961 ela começou a trabalhar para o program “Today” como escrito-ra dedicando-se, especialmente, a assuntos de mais interesse para telespectadoras. Três anos mais tarde, Barbara ini-ciou a carreira de presentadora de TV no programa “Today”, onde permaneceu durante 11 anos. Em 1976 Barbara Walters passou a trabalhar para a cadeia ABC como co-apresentadora do noti-ciário “Evening News” com Har-ry Reasoner mas contrariamente ao desejo dele. Barbara foi muto criticada, na altura, por ter sido contratada por um milhão de dó-lares por ano. Como é que agora uma mulher tinha a ousadia ga-nhar mais do que os seus cole-gas?! Abrenúncia!O primeiro “Barbara Walters Special”, em 1976, foi com o Pre-sident Jimmy Carter a sua esposa Rosalynn. Durante 25 anos Bar-bara foi aprentadora do progra-ma 20/20 da ABC. Nos últimos 11 anos ela tem sido a produtora

e, por vezes, apresentadora do programa “The View”, que tem tido enorme sucesso. Uma das apresentadoras originais daquele programa foi a “nossa faialense “ Meredith Vieira que, presen-temente, é apresentadora do pro-grama “Today”, onde, por sinal, Barbara iniciou a sua carreira há 48 anos.Uma das suas favoritas entrevis-

tas, foi com Primeiro Ministro Menachem Begin, de Israel, e o Presidente Anwar Sadat, do Egíp-to, em 1979, por altura do Tratado de Paz entre aqueles dois países, até então, velhos inimigos. Além destas duas importantes figu-ras políticas, Barbara entrevis-tou praticamento todos os líders políticos das últimas décadas, tais como: Fidel Castro, Golda Meir, Indira Gandhi, Margaret Thatcher, Winston Churchil, Sa-ddam Hussein, Hosni Bubarak, King Hussein, e muitos outros. Ela entrevistou várias vezes to-dos os presidentes americanos dos últimos 40 anos. Inúmeros políticos, monarcas, actores, can-tores e figuras controversas da actualidade. Na minha opinião, ninguém pode igualar a Barba-ra Walters como entrevistadora. Tal é a sua perspicácia, que pare-ce, até, que ela já sabe as respos-tas antes de fazer as perguntas. Frequentemente, muitos dos seus

entrevistados acabam por reve-lar, involuntariamente, algo que guardam bem fundo na sua alma e que, jamais tencionavam tornar público.Em “AUDITION” , Barbara Wal-ters confessa os seus “pecados” e os seus mais íntimos segredos, pois que, segundo ela afirma, na sua idade não vale a pena ocultar nada...

Ainda hoje, Barbara sen-te remorsos de como, por vezes,quando era jovem, tratava a sua irmã Jacque-line que nasceu com pro-blemas mentais e gagueja-va. No entando, ela amava a irmã e foi sua protectora até esta falecer. Igualmen-te, a Barbara muito ajudou os seus pais financeira-mente, primeiro devido aos negócios falhados do pai e, mais tarde, quando eles foram viver para um lar de idosos.Por motivo da sua activida-de profissional, a Barbara nem sempre deu a neces-sária atenção à sua filha Jacqueline que foi muito rebelde na sua adolescência . Agora, são muito amigas e até às vezes riem ao re-cordarem alguns episódios de mútuo antagonismo por

que passaram.Barbara casou três vezes e teve outras aventuras amorosas, mas jurou não voltar a procurar ma-rido... Barbara Walters e o seu colega Hugh Downs visitaram Portu-gal em Janeiro de 1968, onde apresentaram reportagens para o programa “Today”. Recordo que, estando ainda fresquinha “off the boat”, como dizem os ame-ricanos, chorei ao ver imagens de Portugal e a entrevista com a “nossa” Amália. Desde esse dia, e ainda sem saber falar a nova língua, passei a ser fã da Barbara Walters que, ainda hoje, continua a ser um bom exemplo para as mulheres que querem seguir os passos dela no mundo televisivo americano.

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5COLABORAÇÃO

Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

É oficial: ensandecemos“Atrás de uma pistola de setas, já se sabe, vem sempre uma Kalashnikov – e só quan-do os respeitáveis cidadãos de Porto de Mós começarem a ser abatidos, um a um, é que este país há-de despertar a escola de delinquência que se criou naquela terra de ninguém.”

Carnaval para todos os gostos

Assim se passou mais um carnaval – tradi-ção que o povo Ter-ceirense celebra como

ninguém e a qual parece estar gravada no código genético que continua a ser passado de gera-ção em geração. Durante quatro dias consecutivos, 65 danças de carnaval percorreram os palcos da ilha Terceira tornando-a no lugar mais animado do planeta. Mas como o sangue Terceirense não se resume apenas à ilha Ter-ceira, o número total de danças de 2009 acabou por exceder uma centena. Para tal número contri-buíram grupos do Canadá, Costa Leste dos Estados Unidos, e cla-ro, a Califórnia.Este ano, por motivos académi-cos, não pude participar activa-mente no carnaval como vinha fazendo nos últimos anos, o que me custou imenso, mas por outro lado, tive a oportunidade de as-sistir a várias actuações.Acabei por passar o fim de sema-na de carnaval no salão da Nossa Senhora da Assunção de Turlo-ck a convite do senhor Euclides Alvares da estação portuguesa do KIGS. Confesso que foi di-fícil entrar num salão que esta-va completamente cheio e saber que eu não estava lá para actuar. E se a dor já não era suficiente,

pior fiquei com a reacção de al-gumas pessoas à minha entrada no salão. Duas senhoras simpáti-cas perguntaram-me: “então ra-paz…qual o papel que fazes este ano” e eu respondi-lhes : “este ano faço papel de espectador”. Mas a minha tristeza evaporou-se assim que subiu ao palco a primeira dança da noite. Acabei por assistir a oito danças naquela noite. Contando com os danças que assisti nos fins de semana an-teriores, tive a oportunidade de assistir a um total de dezassete e foram dezassete danças para to-dos os gostos.A maioria das danças, como é habitual, apresentou temas que, de forma cómica, criticaram um determinado aspecto da socieda-de pois “a rir e a brincar se di-zem as verdades”. Uns visaram criticar as pessoas que passam a vida a reclamar mostrando que há sempre alguém que está bem pior. Outros criticaram a ganân-cia das pessoas e mostraram que devemos ter cuidado com o que desejamos pois “nem tudo o que parece é”, enquanto que outras temáticas criticaram a hipocrisia das pessoas que falam mal dos outros. Vários grupos aprovei-taram para mostrar que hoje em dia, a mulher é capaz de fazer tudo aquilo que o homem faz,

até mesmo formar um grupo de forcados, enquanto que outros as-suntos visaram demonstrar o con-traste das mulheres de hoje com as de antigamente. Outros assun-tos realçaram a dificuldade que o emigrante português teve para se adaptar aos Estados Unidos e em especial à aprendizagem do inglês. Alguns aproveitaram para fazer uma crítica a certas coisas “pouco honrosas” que se passam na comunidade portuguesa local e também para criticar a forma como os Açores olham para os emigrantes nos Estados Unidos e neste contexto sobressai uma quadra que achei bastante inte-ressante: “se vens, a cama já está feita, trás as dólares que tens, que lá agente aceita!” A variedade não se estendeu ape-nas aos assuntos, mas também a nível musical e de vestuário. Alguns grupos mantiveram o tra-dicional vestuário enquanto que outros, à semelhança do que vem acontecendo em vários grupos na Terceira, coordenaram o vestuá-rio com o assunto a ser apresen-tado. Uns grupos apresentaram arranjos musicais tradicionais, outros misturaram o tradicional com o moderno, enquanto que alguns optaram por arranjos mo-dernos utilizando instrumental bastante variado e com uma no-

tória influência Americana.Vários amadores representaram papéis de uma forma digna de ac-tores de Hollywood. Para além de “actores de Hollywood”, vários grupos apresentaram mestres, na sua maioria, do sexo feminino e bastante jovens, alguns das quais com vozes que também teriam lugar em Hollywood. A participação juvenil também merece destaque. É de louvar o trabalho feito no carnaval por vá-rios jovens nascidos nos Estados Unidos. Ora como actores, mes-tres, tocadores ou dançarinos, ou até mesmo no que diz respei-to à organização do grupo, pois vários grupos são liderados por pessoas bastantes jovens. Se estes merecem uma salva de palmas, os seus pais merecem uma salva de palmas de pé pois são eles os responsáveis pela passagem de

testemunho a que presenciamos. Terminada a noite de carnaval em Turlock, estava na hora de regressar a casa. Quando ia ca-minho de casa, meu pai ligou-me da Terceira e tivemos uma hora ao telefone a trocar impressões do sábado do carnaval o que me ajudou a não adormecer ao volan-te. É verdade que a conversa me deixou com saudades dos dias em que percorria a ilha fazendo vinte e oito actuações em quatro dias, mas também me deixou com sau-dades de participar no carnaval de cá com viagens de autocarro e actuações perante salões cheios de emigrantes. Não sei quando voltarei a participar no carnaval, pode acontecer para o ano e pode ser que só aconteça daqui a cin-co ou seis anos, mas nada posso prometer. Se eu não estiver, ou-tros estarão, pois como o chefe do meu grupo dizia “só faz falta quem está”. Uma coisa é certa: para o ano há mais!

p.s: Queria aproveitar esta opor-tunidade para deixar as minhas condolências às pessoas do Gru-po de carnaval de Newark que recentemente sofreram com o falecimento de três familiares le-vando ao cancelamento da actu-ação do grupo no fim de semana de carnaval.

De todas as brincadei-ras de infância, a que mais vezes recordo é provavelmente a dos

polícias&ladrões. O meu pai era polícia, um polícia dedicado e or-gulhoso – e os filhos, já se sabe, gostam de reproduzir as activi-dades dos pais. Ainda por cima, sempre que ele pestanejava eu ia aos armário roubar-lhe um col-dre de cabedal, iludindo os seus esforços para esconder o farda-mento – e então por ali andava, impante, com a pistola de vento-sas à cintura, arqueando as per-nas como achava que os homens grandes e duros arqueavam. Infe-lizmente, era mau na brincadeira. O Aurora, meu vizinho do lado, era o maior. O Jorge, vizinho de cima, não era mau. O Renato, vizinho da frente, safava-se bem – que diabo, até a Laura, minha irmã, ou a Raquel, a irmã peque-nina do Renato, eram melhores do que eu. Traía-me a ansiedade. Devia esconder-me e começava a respirar numa ofegância. Devia fugir e o cérebro corria mais de-pressa do que as pernas. No fim, era sempre baleado. Na melhor das hipóteses, pegava de raspão. Mesmo mais tarde, quando pas-sámos a dispor de uma pressão de ar e começámos a fazer tiro ao alvo com caricas de pirolito fixadas ao tronco da amoreira do quintal – mesmo nessa altura, continuei a perder. Pois o Aurora, hoje em dia, é pintor. O Jorge é professor de português. O Renato

é engenheiro alimentar, a minha irmã mãe extremosa, a Raquel enfermeira. Já eu passo o tempo a escrever, que é, de todas, a ac-tividade mais inútil para o bem comum. Dos seis, se há um delin-quente, sou eu. Curiosamente, fui sempre o pior a disparar.São essas as memórias a que re-corro sempre que se fala dos brin-quedos que se dão às crianças – e são essas a memórias a que volto a recorrer hoje, enquanto esvazio uma caixa de correio atulhada de emails com os quais gente de todo o lado me vai dando con-ta da sua indignação perante as pistolas oferecidas pela Câmara de Porto de Mós aos alunos das escolas do concelho. As pistolas são de plástico, disparam setas para um alvo de cartão – e então os pais dos miúdos, os jornalistas de Lisboa e cidadãos anónimos de todo o país encheram-se de indignação. Porque a Câmara de Porto de Mós foi forreta, apesar de andar há que anos a cobrar estacionamento a quem já paga impostos municipais? Não. Por-que andou a gastar dinheiro na loja do chinês em vez de injectar dinheiro no depauperado tecido económico autóctone? Também não. Porque a Câmara de Porto de Mós anda a incitar à violência. A criar jovens criminosos. A dar cabo desta geração toda que nós andamos há tantos anos a tentar educar com recurso às didácticas telenovelas infantis da TVI e da SIC. A promover o mau gosto

em Porto de Mós, onde não tarda um jovem vai pegar numa pisto-la de setas e coagir a professora a dar-lhe boas notas, tal como aconteceu naquela escola do Por-to. E, naturalmente, a criar um ambiente propício ao surgimen-to dos gangues, da droga e do tráfico de armas. Atrás de uma pistola de setas, já se sabe, vem sempre uma Kalashnikov – e só quando os respeitáveis cidadãos de Porto de Mós começarem a ser abatidos, um a um, é que este país há-de despertar para a escola de delinquência que se criou naque-la terra de ninguém.

Pois eu acho que estamos maluquinhos. Nós que, quando acaba mais um episódio da última tele-

novela infantil do dia, enfiamos os miúdos na consola, fomen-tando uma ausência de vida real que os esvazia de referências e os convida a vestir a pele dos assassinos em massa e dos se-nhores do crime que passam as noites a incarnar – somos nos quem vai criticar a Câmara de Porto de Mós por ter oferecido aos miúdos umas pistolas de se-tas porque simplesmente não se lembrou de mais nada? Pois tal-vez devêssemos, antes, oferecer mais pistolas aos miúdos. Pisto-las de setas, coldres de plástico, alvos de cartão e tudo o mais que, depois de nos termos desrespon-sabilizado durante tantos anos, gostamos agora de culpar pela re-lapsia das nossas crianças. Oxalá

nunca lhes faça falta a pontaria. De qualquer maneira, não lhes faz mal nenhum aprender que também há profissões dignas de-sempenhadas com uma pistola à cintura – e que também precisam de fazer-se mimetizar. Eu bem vinha estranhando que, de há uns anos a esta parte, as crianças me respondessem sempre “técnico de informática” ou “web designer” quando eu lhes perguntava o que queriam ser quando fossem gran-

des. Afinal, a minha pergunta é que era parva. Na verdade, pou-co interessa o que eles venham a ser quando forem grandes – o que importa é não sejam polícias (de resto, fiquem aí caladinhos a jogar, que o papá hoje tem noite de poker).

Lufada de Ar Fresco

Paul [email protected]

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6 1 de Março de 2009COMUNIDADE

Falecimento

Abel Manuel Faria Jr.Faleceu no dia 13 de Fevereiro de 2009, Abel Manuel Faria Jr., nascido na Ilha Terceira no dia 26 de Abril de 1957, há 51 anos.Deixa de luto sua esposa Denise Rushane Faria, seus filhos Jennifer e Christopher, além de sua mãe Cremilde Faria. Foi prece-dido na sua morte, por seu pai Abel Machado Faria.Deixa a chorar a sua morte, sua irmã Lucia Soares, sobrinhos Jason, Eric Soares, cunha-do Gary Rushane e esposa Jane, Ken Rush-ane e esposa Cindi e filhos Joshua, Jeremy e Mike Rushane. Também deixa de luto suas tias residentes em Sacramento, Durvalina Avila, marido Nalder Avila, filhos Dorvaldo e Jorge Avila, Rosa Coelho, marido Joaquim, Adalberto Faria, na Terceira, Lionesa Viei-ra, viuva de Floriberto Vieira, Maria Elena Silva, casada com Alfredo Silva, na Costa Leste, e muitos primos.Trabalhou durante muitos anos na compan-hia Window Express.O Rosário teve lugar na Igreja Nacional das Cinco Chagas de San José e foi enterrado no Calvary Cemetery em San José.

Tribuna Portuguesa envia sentidas condolên-cias a toda a familia Faria.

Coisas & Loisas

Carnaval 2009 - mais um ano de grande folia carnaval-esca, mesmo em tempo de crise.Saudamos o Grupo Alma Açoriana do Vale de San Joaquin por ter dito no seu Bailinho no Sábado de Carnaval que “O Tribuna Portu-guesa é o melhor jornal português em todo os Estados Unidos”. Mesmo sem ser verdade é um grande elogio, que agradecemos.

Achamos uma certa piada quando recebemos reclamações de pessoas que nem assinam este jornal por não terem aparecido numa das nosssas páginas? Tem piada, não tem? Não teriam essas pessoas $3.48 dólares por mês para assinar o jornal, para poderem melhor reclamar por não terem aparecido numa fotografia?

É pena que só em bailinhos de Carnaval é que se ouve falar nas irregularidades que acontecem em algumas das nossas organizações sociais. Seria de bom senso, serem as orga-nizações as primeiras a comunicarem à comunidade os problemas que lhes acontecem. Seria bom pensar nisso para o futuro. Muitas vezes só sabemos destes assuntos através da comunicação social americana que tem os seus “olheiros” nos tribunais e na polícia.

Não faltem ao PALCUS Professionals Network Mixerna quinta-feira, 2 de April, no Portuguese Historical Museumsituado no Kelley Park, San Jose, CA das 7 às 9pm.

Presidente Obama falou no Congresso sobre o futuro deste nosso País. E falou tão bem. Quatro prioridades absolutas - economia, energia, saúde e educação. Foram 53 minutos electrizantes e que serviram para que o mundo visse um novo líder em acção, responsabilizando todos os envolvidos pelos resultados futuros nestas quatro importante matérias. É uma nova maneira de viver a América. Com as dificuldades criam-se grandes oportuni-dades e grandes líderes.

Curiosidade - a SATA gasta $3,500.00 dólares em gaso-lina por cada hora de voo, e se tiver um avião lotado traduz-se em $347,634.00 em passagens. Só em gasolina e no voo para a Terceira, a SATA gasta $31,500.00. São números impressionantes.

Afinal não há duas sem três - só mesmo faltava um cão português para termos um importante triunvirato de sangue lusitano na Casa Branca. Boa escolha, meu caro Presidente Obama.

Joe Parreira agradeceu

OraçãodosAflitosAflita se viu a Virgem aos pés da Cruz. Aflita me vejo eu. Valei-me Mãe de Je-sus.Confio em Deus com todas as minhas forças. Por isso peço que ilumine os meus caminhos, concedendo-me a graça que tanto desejo. (Faça a pedido e mande publicar ao ter-ceiro dia e aguarde o que acontecera no quarto dia).

Oração à nossa querida Mãe

Nossa Senhora Aparecida, Nossa Querida Mãe, Nossa Senhora Agradecida. Vós que amais e nos guardais todos as

dias. Vós que sois a mais bela das mães, a quem eu amo de todo o coração, eu vos peço mais uma vez que me ajudeis a al-cançar esta graça, por mais dura que ela seja (fazer o pedido). Sei que vós me aju-dareis, que me acompanhareis até à hora da minha morte. Amen! Rezar 1 Pai-Nosso e 3 Ave Marias. Fazer esta oração, 3 dias seguidos e alcançará a graça, por mais difIcil que seja. Mande publicar no jornal. Em caso extremo po-de-se fazer em 3 horas. Agradeço à nossa querida mãe, Nossa Senhora Aparecida, por esta graça.

IM

Nos tempos que vão correndo, neste tempo de crise económica, moral e financeira, é interessante ver-se pessoas que ainda tem tempo para, ano após ano, agradecer a to-dos aqueles que lhe proporcionaram negó-cio e amizades.Assim fez Joe Parreira e esposa Rosa Ma-ria. Juntaram todos no Salão de Turlock, ofereceram-lhes um jantar e agradeceram pública e carinhosamente toda a amizade, num ano já dificil de 2008.Assim se faz comunidade, negócios e ar-ranjam-se amigos.

Tribuna sauda a familia Parreira por tão salutar gesto.

Germano Silva nas bocas do mundoUm extraordinário apontamento de 2m42 segundos transmitidos no NBC levaram o nosso amigo Germano Silva e a sua arte de fazer relógios a milhares de lares na California e pelo mundo todo através da internet.O jornal Expresso e a revista Visão de Portugal entraram em contacto com este jornal a in-formar que estavam interessados em entrevistar o Germano e também queriam os direitos para Portugal do programa da NBC, para poderem incluir nos seus videos online. Também recentemente Germano Silva recebeu uma carta do Presidente Cavaco Silva a congratulá-lo por tudo o que tem feito. Está o Germano e toda a nossa comunidade de parabéns.

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Valente cornada

Catarina Freitas900 H Street, Suite GModesto, CA 95354Phone: 209.338.5500Cell: 209.985.6476Fax: [email protected]

Embora não digam tudo, as fotos dão-nos uma ideia e despertam-nos inu-meras recordaões.É um dos cenários que, mesmo

passados já trinta anos d’embarcado, não o consigo arrancar da retina: a Praia e o seu in-confundivel areal em dia festivo de toirada à cordaTem magia aquele arraial à beira mar planta-do com a maluqueira dos bravos terceirenses a quererem inadvertidamente enfiar-se nos galhos do furioso toiro.Nem o bicho tem culpa nem a rapaziada tem juizo. Aonde é que se constou? Desafiar em tronco nu para uma corrida na areia um animal de quatro patas com cornos tão mal intenciona-dos?Tambem já lá estive. E, há dias, a meio da noi-te, o pesadelo voltou a atacar-me e deixou-me de rastos a suar de susto sem remédio que me pudesse valer.Que remédio tinha eu senão correr com a ponta dos pés a voarem-me do chão e o toiro pega não pega na ponta dos calcanhares com os cornos prontos a levantarem-me pelo cu dos calções e… ACORDEI. Só então depreendi que tudo isto fora há trinta e tal anos quando para ir à Praia ainda me cobravam apenas sete escudos e meio na camioneta da carreira. E com mais cinco escudos para um pirolito e um saco de pipocas fazia a festa na praia antes de arrefiar o olho às raparigas e dar o meu passe de ca-pote ao toiro..Hoje, as Festas da Praia são um magnânimo evento social de dimensão atlântica. As pro-moções são feitas com muita sensibilidade protocolar por comissões de conterrâneos que sobrevoam o oceano para estreitarem o

abraço e estenderem o convite. Vem com a melhor das boas vontades e nós por cá retri-buimos-lhe com o melhor do nosso bem rece-ber. E, dentro das nossas possibilidades, até prometemos lá irmos.Prometiamos…até há coisa dum mês e tal.Quando a Sata recentemente se descascou com os seus escandalosos aumentos nos pre-ços das passagens, as promessas levaram um safanão dos diabos. Ou como se diria em lin-guagem popular lá na minha redondinha ilha de berço, a vaca da SATA enfiou-nos uma va-lente cornada. Ainda por cima – à falsa fé!Quando olho aqui para os retratos vejo que ao menos, mal o toiro lhe pegou, o rapaz teve logo ajuda pronta dos amigos de lide.A nós cá na decima ilha, vitimas descaradas da insularidade perpétua, quem nos vai so-correr?Nem sequer queremos favores. Pedimos ape-nas bom senso.Houve reduções e descontos atrativos mas para outras rotas porventura mais atraentes. Lá nas suas contas mal feitas a pata da Sata deve ter concluido que, por rumarmos a pas-tagens diferentes, afinal, talvez não sejamos todos filhos da mesma vaca.É triste mas não nos resta alternativa. Temos agora que fazer tambem as nossas contas e alinhavar as nossas opcões.Não digo que queira voltar a fazer a festa por doze escudos e meio. Mas…por mil quinhen-tas e trinta dólares por pessoa só para a pas-sagem:

Olha que é preciso ter lata!Descaramento, ousadia.A filha da pata da SataVai-nos pagá-las um dia.

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8 1 de Março de 2009COLABORAÇÃO

Cidadã do mundo... Portugal País dos 3+F’s (VII)

Gostaria de acreditar que depois de tantas lutas e crises de iden-tidade sobre patria,

nacionalidade, cultura, moral, estado civil, e sexismo, só para nomear algumas, que finalmen-te poderia dar-me ao luxo de me chamar simplesmente de, “cida-dã do mundo”. Mas não, agora encontro-me frente a outra crise, “terceira-idade”, ou “cidadã de idade” como dizem os america-nos. Quando é que esta nova crise começou ou devia começar? Aos 40, 50, 60, ou, até mesmo 70? Quando deve uma pessoa se sentir que faz parte desse grupo? Como é que uma pessoa se deve sentir ou actuar? Quem são ou foram os nossos modelos? Qual é a mensagem dos meios de comunicação? Hoje em dia, todos aque-les que possuem uma televisão, lêem revistas, ou simplesmente saem à rua, não podem deixar de presenciar a obsti-nada posição de que a juventude é a cultura desejada, a recompensa e o prémio de todos aqueles que usam certos cremes, tomam as indicadas vitaminas, ou se submetem a um devido regime de exercícios e dietas. Por toda a parte podemos presenciar caras e corpos lindos de jovens, por vezes pintados e aperfeiçoados para dar a ilusão duma perfeição que não existe numa sociedade dominada cada vez mais pelas aparências e ideias artificiais de beleza. A cultura da juventude exige uma luta constante contra o tem-po — o seu maior inimigo— e só pode ganhar este jogo quem morre duma morte prematura. Claro que se pode comprar um pouco de tempo, por conseguin-te, a razão do grande sucesso da cirurgia plástica de estética e o número cada vez maior de “bo-necas de cera”; caras jovens em pescoços de velhas. Aqueles que se recusam a jogar, pagam caro. A mensagem é muito clara, “Só é feliz quem é jovem.” Ora, com toda esta pressão, quem deseja passar ao grupo dos velhos? Steven Mintz, uma autoridade importante sobre a historia das familias e crianças, afirma que a subcultura da juventude era inexistente até acerca de 1950. As crianças ambicionavam, (ou então eram puxadas) para a ida-

de adulta o mais cedo possível. Marcel Danesi, professor de Se-miologia na universidade de To-ronto argumenta que desde essa altura, os meios de comunicação, a publicidade e outros urdiram a ideia que a juventude é a cultura dominante das sociedades oci-dentais, ao ponto de que muitas adultos aferram-se a atitudes e comportamentos considerados acriançados e ingénuos.Betty Friedan (na foto), autora,

feminista americana, e uma das fundadoras de NOW, expõe e de-nuncia no livro de vanguarda, The Fountain of Age (A Fonte da Idade), leitura que altamen-te recomendo a todos os que já ultrapassaram os quarenta, que à medida que nos agarramos à ilusão da juventude, afastamo-nos cada vez mais da realidade e fugimos ao júbilo e à vitória da velhice. Neste livro ela desafia-nos a abraçar uma nova dimen-são de identidade. Ela fala-nos de homens e mulheres que des-cobriram na terceira-idade um número infinito de possibilidades extraordinárias que contradizem a expectativa de enfraquecimen-to e decadência que nos limita e aprisiona. Ela aconselha-nos a compartilhar o que sentimos e o que vamos descobrindo à medi-da que envelhecemos. Ela suge-re que ao sentir-mo-nos velhos e cansados é um sinal, um aviso, que necessitamos mudar o rumo, adaptar o nosso estilo de vida, o nosso modo de trabalhar, viver e amar, a esta nova etapa da vida..Betty Friedan cita a analista Mau-de Ann Taylor que, aos setenta anos de idade, previu que a gera-ção que cresceu nos anos sessenta (1960’s) seria muito mais aberta do que a geração antecedente e confrontaria o processo de en-

velhecer como uma aventura e oportunidade de crescimento aos sessenta, setenta e oitenta. Ela re-alça o facto que o próprio Carl Jung cria que “a maior possibi-lidade de crescimento existe na segunda metade da vida,” e que a confusão e o distúrbio comum na segunda metade da vida se deve à incapacidade de compreender-mos as imagens e sentimentos do subconsciente. Quando o tal desenvolvimento e auto-compre-ensão é bloqueado, aparecem os sintomas: depressão, fanatismo, incredulidade, cinismo, desespe-ro calado, sofrimento (do tipo que obriga os outros a preocuparem-se connosco), uma preocupação constante com o passado, abor-recimento, cansaço, estagnação e “todas as aflições físicas e psíqui-cas que aparecem como resultado duma tensão não reconhecida...” Alegra-me imenso observar que os setenta e seis anos da minha mãe trouxeram-lhe uma liberdade que ela nunca poderia ter disfru-tado na juventude. Não só devido à época e ao lugar onde nasceu (Açores) e onde reside agora (Ca-lifornia), mas tenho a impressão que ela se sente finalmente livre das exigencias de pais, marido, e filha. Pela primeira vez na vida dela ela é “senhora de si própria” e, em vez de se sentar em casa com umas contas na mão, pen-sando na velhice, na doença, ou nos que já lá vão, ela abraçou esta nova etapa na sua vida de braços abertos e com um entusiasmo re-novado para aprender coisas no-vas, como ela diz. A minha mãe soube apreciar e teve a coragem para aproveitar as no-vas oportunidades que o seu novo estado lhe oferece. É ela agora que me indica o caminho. Vejo que o que a preocupava quando tinha a minha idade já não a preocupa e está disposta a compartilhar a experiencia de envelhecer comi-go sem mostrar arrependimentos nem pedir desculpas.Julgo-me imensamente afortuna-da por considerar uma mulher de setenta e seis anos a minha me-lhor amiga. Ela tem ao seu dispor uma grande riqueza de experien-cias, uma visão profunda e pers-picaz da vida, difícil de encontrar numa amiga de trinta, quarenta, ou até mesmo cinquenta anos de idade. Posso contar com ela para me lembrar que o mais impor-tante na minha vida não é a pro-fissão, é a saúde, a felicidade, os amigos, e o meu companheiro.

A Outra Voz

Goretti Silveira

FÁTIMA e FADO - aca-lentam respectivamente a alma e o espírito. Fá-tima requer oração e o

fado silêncio. Futebol - é um negócio da China para quem tem habilidade nos pés. Cristiano Ronaldo foi con-siderado pela Fifa, como o me-lhor jogador do mundo de 2008. O novo menino prodígio da bola reconhece que a cabeça é mais importante que os pés, quando faz o anúncio do Bes (banco es-pírito santo).

FIM DO CAPITALISMO? - Calvin Coolidge Presidente da América nos anos 20 decla-rou -the business of America is business – o que literalmente significa o negócio da América é o negócio. Esta teoria econó-mica funcionou bem enquanto este país estava na mó de cima, porque produzia práticamente tudo. Hoje em dia, quase tudo é importado, provocando uma séria lacuna na mão de obra e «know how» na produção indus-trial deste País. Com um défice na ordem dos Triliões de dólares, esta grande nação está a atraves-sar uma crise sócio-económica, tão grave ou pior que a grande depressão da década dos anos trinta. A classe média está a de-saparecer, causando uma signifi-cante clivagem social - os ricos e os pobres - norma característica dos países do terceiro mundo. Militarmente os Estados Unidos é ainda a superpotência mundial, contudo o povo não pode comer armas. Ninguém hoje duvida que o capitalismo sem socialis-mo, não pode sobreviver. Dora-vante socialismo tem que ser in-corporado no sistema capitalista, numa estreita simbiose o que até agora tem sido anátema para o povo Americano. Socialismo v. capitalismo, para os America-nos equivale comparar o diabo com Deus. Até a capa da revista Americana NewsWeek de 16 de Fevereiro proclamava we are all socialists now (agora nós somos todos socialistas). Não se com-preende que o país mais pode-roso do mundo tenha mais de 45 milhões de pessoas sem seguro de assistência de saúde.Segundo a organização mundial de saúde a França tem o melhor serviço de saúde do mundo e a América o 37 .̊ Quando nos tempos áure-os, a América produzia tudo e não havia práticamente desem-prego a entidade patronal é que assumia a responsabilidade de providenciar o seguro de saúde. Com o mercado livre e globali-zação desenfriada, o trabalho foi exportado para países de mão mais barata, causando constante desemprego que continua a subir vertiginosamente.

FALHANÇO FISCAL - O Es-tado da Califórnia se fosse uma nação, a sua economia ocupava o oitavo lugar a nível internacio-nal. Actualmente tem um bura-co financeiro de > 40 biliões de

dollars e ao tempo que este ar-tigo vai para o prelo ainda não tem um orçamento fiscal estabe-lecido. O governo Português está em situação de crise macro-econó-mica, no que se refere às contas do erário público e privado. Há o escândalo do BPN (banco priva-do de negócios) e do BPP (banco privado Português), em que o deputado Francisco Louçã ca-racteriza como máfia financeira. Segundo os economistas 2009 vai ser «annus miserabilis». José Sócrates primeiro ministro Por-tuguês compara a crise actual ao Cabo das Tormentas, referindo-se ao descobrimento do caminho marítimo para a India no século XV pelo navegador Bartolomeu Dias. Só depois de contornarmos o que foi posteriormente deno-minado Cabo da boa Esperança é que virá a tão desejada bonan-ça. É deveras reconfortante vêr que as contas da região Açores, ao contrário da situação contur-bada nacional e internacional, revela um saldo positivo de 12,8 milhões de euros (O Dever 01-01-09) Segundo Carlos César as contas da Região Autónoma não registaram défice durante os últimos 5 anos consecutivos (Atlântico Expresso 20/11/06). Este pormenor é deveras enco-rajador e reflecte a responsabili-dade fiscal demonstrada pelo go-verno regional. A César o que é de César e neste caso o governo chefiado por César está de para-béns. De acordo com a filosofia de «Mahatma Ghandi» “o pai da India”- no mundo existe riqueza suficiente para suprir as necessi-dades do homem mas não chega para a sua ambição.

Finalmente – A 9 de Abril de 2003 na pra-ça Firdos no centro de Baghdade, a estátua de

Saddam Hussein era derruba-da do seu pedestal pelas forças armadas dos Estados Unidos. A 20 de Janeiro de 2009 entra na 1600 Avenida Pennsylvania, vulgarmente conhecida pela Casa Branca o novo Presiden-te dos Estados Unidos, com o nome Afro-Arábico de Barack Hussein Obama. No mundo Islâ-mico, o nome Husseim é sagra-do porque refere-se ao neto do profeta Maomé. Decorridos 232 anos, após a fundação da Repú-blica (Res Publica) dos Estados Unidos a democracia finalmente concretizou-se, com a eleição de um cidadão de raça negra, para liderar os destinos deste País. Como a canção patriótica “God Bless America” invoca a ajuda de Deus,o novo Presidente é a pessoa mais indicada para reali-zação de um milagre para salvar esta grande Nação e o mundo da situação catastrófica que está a atravessar.

Santa Clara, California

Entre o Pacifíco e o Atlântico

Rufino Vargas

Page 9: March 1, 2009

9COLABORAÇÃO

Não, Michael - respondi. - Vamos matar outro porco este ano? - Não sei. Vou falar com o

Tony para me comprar um e veremos. Peguei o telefone, chamei o Tony e dis-se: - O meu filho quer fazer matança este ano outra vez. - Não há problema, diz o ele. Vou com-prar o porco e engordá-lo à minha ma-neira. Se ele assim disse, assim o fez. E no dia combinado o Tony mais o Marinho chegaram com o porco à minha casa, cortado em quatro bocados, com o sangue, o fígado e os demais órgãos, para que se pudesse fazer uma molha. Alem disso trouxe uns quantos galões de vinho da sua lavra e, diga-se em abono da verdade, o único defeito que o vinho tinha é que se evaporou rapi-damente. No dia anterior, havíamos picado a salsa e as cebolas e estava tudo em or-dem. Começamos a cortar a carne e o Marinho pegou nos lombinhos e com pimentões e cebolas fez uma marinada que depois foi ao churrasco e estava saborosíssima. Como já disse várias vezes, depois dos meus 10 anos, vivi em casa de minha madrinha que era de Santo Amaro do Pico. Em Santo Amaro e numa grande parte do norte da ilha, faz-se uns en-chidos a que dão o nome de salsichas. Usa-se as entrebanhas e mais pedaços de carne que ficam a tomar gosto du-rante dois dias, numa vinha de alhos que é feita com limão, sal, alho, pi-menta malagueta e vinho branco.

No dia de encher, leva-se ao lume um pouco da vinha de alhos, para entalar a cebola (verde picada). Depois de en-talada, deixa-se escorrer e junta-se a salsa bem picada. Mistura-se tudo e acrescenta-se raspa de limão, cane-la, Jamaica, colorau e água-ardente. Amassa-se tudo muito bem, enche-se e põe-se no fumeiro. Normalmente, é servida frita com inhames. Esta recei-ta é da Senhora Albertina, da Prainha de Cima, da Ilha do PicoTanto meu filho como eu, só não fa-zemos salsichas dos ossos porque não é possível. De tudo do porco é o que mais gostamos. Fizemos também mor-celas que, como sabem, leva sangue de porco.

A Estela e a Eduarda, amigas nossas, talvez por acharem que não havia sangue bas-tante, resolveram cortar-se

num dedo. O Décio, lá colocou um penso na ferida, mas, o sangue não parava. Então lembrei-me que nas ilhas usávamos teias de aranhas para estancar o sangue. Fui com a Estela ao pombal e limpei as teias dos barrotes, coloquei-as na ferida e o sangue pa-rou de correr. Pena que ela não tivesse se cortado nos dedos todos, pois que o pombal teria ficado completamente limpo.As morcelas foram cozidas e depois fritas. Para falar a verdade não sei quem as temperou, o que é certo é que a Helena, esposa do Décio, gostou tan-to ao ponto de dizer que nunca havia comido tão saborosas.

Fizemos bifanas com os lombos. Tor-resmos com carne das pernas e das mãos. Com parte do sangue, fizemos debu-lho, sarrabulho ou sarapatel como ou-tros chamam. As costelas estão conge-ladas para que um dia destes se façam o que chamamos torresmos de caçoila. São temperadas com vinha de alhos durante três dias e depois leva-se ao lume, dentro de um tacho a derreter. Um lugar onde o Tony Carvalho este-ja, tem que haver cantoria ao desafio. Ele mais o Abel e eu, acompanhados pelo Marinho ao violão, começamos a cantar. No entanto, o Tony tinha tan-ta vontade de cantar com o Abel que mandava-me sentar e eu como sou de-safinado, sentei-me mesmo, deixando-os à vontade. Em algumas vezes as cantigas foram mais picantes do que a pimenta que usamos para temperar a carne, mas isso faz parte da festa. Tudo correu às mil maravilhas e já es-tou a escutar o meu filho, daqui a uns meses, a perguntar:- Ó pai, ainda há salsichas?

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

Profana procissão

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Ó Pai, ainda há salsichas?

É carnaval. O Rio de Ja-neiro abre seus braços e dentro das noites do nosso verão tropical,

que são quentes e mal dormidas, nesta época, dá as boas-vindas à beleza, à descontração e à ale-gria. Os dias são intensos e as suas vinte e quatro horas pare-cem poucas para os foliões que brincam pelas ruas, num vai e vem frenético, como se a vida fosse “só isso que se vê”, durante o reinado do Momo. Pessoas anônimas que compõem a colorida e profana procissão carnavalesca, cantam e dançam ao ritmo quente dos tambores e tamborins. As fantasias que adornam os corpos femininos e povoam as mentes masculinas, vestem a alma de quem procu-ra, no êxtase dos movimentos de pernas, braços e seios que se ba-lançam num ritmo hipnotizante, como em “slow motion”, o prazer para os olhos e a satisfação para a carne.Quase tudo é permitido e nin-guém se escandaliza com o que vê. As paixões são fugazes, o sexo encontra poucas barreiras para ultrapassar limites, talvez devido à grande quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas e, como reza a letra da musica, “ninguém é de ninguém” em dias de folia. Os turistas, principalmente os estrangeiros que a cada ano che-

gam em maior numero (este ano, embora a crise, já ocupam 82% dos hotéis e segundo os adminis-tradores do Porto carioca, já são 11 os navios, com cerca de 46.5 passageiros), boquiabertos, têm certeza absoluta que chegaram ao paraíso, ao Éden, tal o impac-to que lhes causam os corpos se-minus das lindas mulheres e dos Adônis que desfilam pelas ave-nidas, num contentamento qua-se infantil, vestidos com aquela quase nudez, como se estar nu fosse a coisa mais normal do mundo, para os civilizados, como o é para os índios que povoam a Floresta Amazônica. O desfile das Escolas de Samba tem beleza impar e efeitos espe-ciais arrebatadores, como se a avenida por onde passam os car-ros alegóricos e os passistas, fos-se o palco de um grande teatro. O espetáculo é preparado durante um ano inteiro, para durar apenas 80 minutos, que é o tempo que cada agremiação tem para passar pelo sambódromo, enquanto o samba é cantado ao vivo inúme-ras vezes e a Escola mostra o seu enredo através das fantasias das suas alas e dos seus destaques que, geralmente, são pessoas fa-mosas, atores, atrizes, cantores, jogadores de futebol, etc.Quem não gosta do carnaval de rua ou do desfile das Escolas, tem a opção de brincar nos clubes.

Hoje em dia poucos clubes man-têm seus bailes tradicionais. No Rio de Janeiro, o endereço da fo-lia mais aristocrática e nostálgica é o Copacabana Palace, que abriu as portas dos seus salões pela primeira vez em 1924 e recebeu divas hollywoodianas inesquecí-veis, como Ginger Roger. O baile continua sendo a rigor.Infelizmente a industria do sexo invadiu alguns bailes que acontecem em locais fechados e filmam, discretamente, cenas quentes entre os casais que se ex-cedem na bebida e, sem se darem conta, protagonizam episódios que serão editadas e vendidas, posteriormente, como filmes pornográficos ou filmam atores contratados especialmente para

tais cenas, sem que as pessoas que freqüentam tais bailes to-mem conhecimento. Talvez, por isso, a freqüência a esses bailes tenha caído drasticamente.Assim como muitos brasileiros esperam ansiosamente pelo car-naval, economizam, fazem pla-nos para desfilar numa Escola de Samba, existe quem não suporta tal festa e dela quer distancia, preferindo mesmo se ausentar da confusão, do burburinho da folia, da alegria que diz ser falsa e se aventurar, principalmente, rumo ao litoral, com suas estradas, nesta época, totalmente engar-rafadas, desafiando a paciência dos que buscam descanso para o corpo, sossego para o espírito e paz para a alma. No entanto, es-

sas pessoas se esquecem que as pequenas cidades litorâneas não têm infra-estrutura para receber a superpopulação que se aglome-ra, nos longos feriados, em suas casas de veraneio, suas praias e o caos se instala, com mais e maio-res engarrafamentos, filas enor-mes nos mercados, sem vagas para estacionamentos e o pior de tudo, com racionamento de água potável. Há, ainda, os que preferem - como eu - ficar em casa, ler um bom livro, conferir nos cinemas os últimos lançamentos, arrumar as gavetas da alma ou dar asas às fantasias enquanto namora o mar e queima os pés nas areias tórridas da saudade, numa praia deserta...

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10 1 de Março de 2009COLABORAÇÃO

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Republicanos - o part ido do contra

Em menos de 30 dias o Presidente Barack Oba-ma conseguiu o que muitos presidentes dos

Estados Unidos não conseguiram num mandato, um programa am-bicioso para recuperar e revigorar a deplorável situação económica que se vive neste pais. No seio da comunicação social surgiram os mais variados comentários e as mais estouvadas análises. Por-que não adquiriu nem um voto dos Republicanos na Câmara dos Representantes, e porque apenas 3 dos chamados Republicanos moderados no Senado votaram pelo plano, os analistas, parti-cularmente os mais colados ao Partido Republicano, desdobra-ram-se em comentários que ten-tavam matizar o Presidente como o perdedor desta batalha política. Porém, quem quiser olhar, ob-jectivamente, ao desenrolar dos acontecimentos das últimas três semanas na capital dos EUA, facilmente detectará que a Casa Branca venceu esta batalha, me-lhor o povo americano e a espe-rança no futuro, num futuro mais risonho, mas também com maior responsabilidade, foram os gran-des triunfantes.Com um pacote legislativo que ronda os 800 biliões de dólares, o Presidente foi capaz de final-

mente trazer à escala nacional alguns dos planos e objectivos que são importantes para o Parti-do Democrático e para o cidadão comum. A legislação recente-mente aprovada no Congresso, e promulgada pelo Presidente Oba-ma fora de Washington, contém mais investimento e significati-vas modificações no ensino, na pesquisa científica e nas energias alternativas, do que o Presidente Bill Clinton conseguiu em dois mandatos. Mais, Bill Clinton só alcançou o seu plano de investi-mento económico em Agosto, ou seja 7 meses depois de ser eleito e Ronald Reagan, mesmo com a sua popularidade, levou até Ju-lho para convencer o Congres-so. Apesar dos analistas terem expelido os mais azarentos des-pautérios sobre a falta de apoio do Partido Republicano, e de sete Democratas terem votado contra, saliente-se que o plano de Bill Clinton não teve o voto favorável de 41 Democratas. E nesse ano de 1993 foi considerado um enor-me sucesso.Em relação à suposta derrota po-lítica por falta de apoio do Par-tido Republicano, diga-se a bem da verdade que foi digno, muito digno, como o Presidente tentou trabalhar com os Republicanos, sem abdicar dos princípios que o

levou à Casa Branca. É que nin-guém com dois dedos de juízo, como dizia a minha santa avó, acredita num milagre, ou mila-grezinho vindo da Casa Branca ou de qualquer outro espaço go-vernamental. Acredita-se sim, na competência, na seriedade, no diálogo, na responsabilidade, na justiça social e nos princípios basilares da constituição. A bofetada de luva branca dada pelos Republicanos é sinónimo dum partido político que está fragmentado, porque perdeu as últimas duas eleições nacionais. Um partido cujo único elo de li-gação é ser contra o Presidente Obama e cujo porta-voz é um locutor da rádio, extremamen-te radical e narcisista, chamado Rush Limbaugh. O Partido Re-publicano optou pela obstrução e acusa o Presidente de dilapidar o erário público. Não deixa de ser anedótico que o partido que criti-ca o Presidente de gastar dinheiro a tentar recuperar a economia é o mesmo que nos conduziu a este dilema económico. É bom relem-brarmos que foram os Republica-nos que aprovaram as reduções nos impostos propostas pelo Pre-sidente Bush, as quais retiraram dos cofres dos EUA mais de 2,5 triliões de dólares e que condu-ziram o país a uma grande cri-

se. Falta aos políticos do Partido Republicano a credibilidade para falarem em défices, porque nos últimos 25 anos têm gasto como se a economia fosse um saco sem fundo. Daí que enquanto pro-metem responsabilidade fiscal endividam o país. Minha avó chamava a isto: um ânus de duas fraldas.

Finalmente temos um or-çamento na Califórnia. É, essencialmente uma mistura de aumentos nos

impostos, há muito necessários, e uma redução nos fundos para os serviços públicos, particularmen-te devastadora para o sector do ensino. É o orçamento que não agrada ninguém. Levou mais de 100 dias para se chegar a este consenso e só foi possível depois de meia dúzia de Senadores do Partido Republicano terem vota-do favoravelmente. É que, como se sabe, a Califórnia tem um sis-tema que precisa ser modificado, ou seja: o orçamento só pode ser aprovado pela legislatura com dois terços dos votos. Num esta-do em que o Partido Democrático tem dominado a legislatura, não tem, por enquanto, conseguido dois terços dos cargos. Mas tudo está a mudar na Califórnia! Eis

os números: em Outubro de 2004 a Califórnia tinha 16,5 milhões de eleitores, 7,1 milhões de De-mocratas (43%) e 5,7 milhões de republicanos (34,7%). Os Demo-cratas tinham mais 1,4 milhões eleitores. Já em Outubro de 2008 a Califórnia tinha 17,3 mi-lhões de eleitores, dos quais 7,7 milhões matricularam-se como Democratas (44%) e 5,4 milhões como Republicanos (31%). O que significa que há mais 2,3 milhões de Democratas do que Republi-canos. Os condados que muda-ram do PR para o PD desde 2004 foram: Alpine, San Bernardino, San Joaquim, Stanislaus e Ven-tura. Os condados que estão a aproximar-se duma maioria De-mocrata são: Del Norte, San Die-go e Trinity. Aliás, mesmo no conservador Condado de Tulare, nos meses que antecederam as eleições de Novembro de 2008, matricularam-se nos cadernos eleitorais cerca de 2400 novos eleitores: 2024 Democratas e 384 Republicanos. Apesar de haver por aí uns pequenos aglomerados mais fechados, a Califórnia con-tinua a ser um estado extrema-mente progressista. Estes são os números sem culpar, desculpar ou elogiar seja quem for.

São Roque - a Riviera micaelenseMemorandum

João-Luís de [email protected]

1 – Abraçar o Presente com “saudades do Futuro”

Estamos de acordo: o legítimo entusiasmo de elevar uma vila ao estatuto de cidade não é tema pecante do orgulho cívico. A pro-pósito, não esqueci o verdejante entusiasmo com que há anos me aproximei da iniciativa parla-mentar do então deputado aço-riano Jaime Gama, no sentido de promover a então vila da Ribeira Grande ao escalão administrati-vo seguinte. Todos sabemos que a iniciativa legislativa teve o seu momento de sucesso ao ser (re)apresentada por intermédio do deputado Mota Amaral, na altura mensageiro melhor situado para recolher o efeito desejado... Isto vai aqui dito como modesta contribuição para a “tese” de que a freguesia São Roque pode dis-pensar a sua promoção a Vila. São Roque já pode ser olhada como a “Riviera” de Ponta Delgada. Di-ria ainda que são Roque sempre primou por oferecer aquilo que a natureza lhe dotou: o sentimento de “distante-proximidade” com uma cidade tradicionalmente ensimesmada no seu narcisismo mercantil... Ainda recordo pertencer à gera-ção que fazia o percurso São Ro-que/Ponta Delgada (e vice-versa) na morosa “camioneta” das pró-prias pernas. Quando comecei a frequentar as aulas da saudosa Escola Industrial e Comercial, era imperioso não descurar o rit-

com o suor do teu rosto”... Até meados do século vinte, a freguesia de são Roque tinha o condão de ser o local de resi-dência de meia dúzia de “herdei-ros” endinheirados, e ao mesmo tempo servir de dormitório à pobreza trabalhadora. Hoje em dia, a situação social parece mais complexa. A pobreza mudou de nome, e não existe apenas nas algibeiras dos deserdados; agora a pobreza chama-se miséria! O antigo slogan romântico “o povo é quem mais ordena” está a ser substituído pelo desespero moral da estatística: “a miséria é quem mais ordena...” Ainda não surgiu a oportunidade para conversar com os governantes da minha freguesia sobre as questões que acabo de mencionar. Tive a boa sorte de nascer numa zona limí-trofe de Ponta Delgada. Aos cinco anos de idade comecei a aprender a desenhar as principais letras do alfabeto. Não sei do que é feito da minha “pedrinha” mágica, previamente preparada pela re-gente escolar, dona “Infrozinha”, que nos ensinava a desvendar os segredos da escrita. Mais tarde veio o momento para ingressar, aos sete anos, na primeira classe do ensino oficial. Nessa altura, já era considerado “doutor-caneta”, porque podia segurar o lápis sem tremer a mão. Claro que estou agora a brincar com coisas sé-rias... Vamos continuar na boa compa-nhia de são Roque: consta que o actual presidente da Junta de Freguesia é um cavalheiro sensa-to que também pertence à famí-lia dos emigrantes. Felizmente, escolheu livremente São Roque como seu destino emigrante, e

ali tem procurado servir o bem-comum. E bem bom. O signatá-rio destas linhas foi desde novito atraído pela força centrípeta de Ponta Delgada. Todavia, um cer-to dia (já lá vão quase 30 anos) teve de anuir ao convite para ir “pregar para outra freguesia”. E assim tem sido... 2 – Estamos em vésperas da inauguração da “Avenida Prior do Crato”?

Embora há décadas geografica-mente distante (cerca de 6.000 milhas) do “meu” são Roque, não esqueço os lugarejos do berço natal: Manguinha, Brotas, Mur-tas, sobretudo o Poço Velho e a Madalena – referências geográ-fico-emocionais que trago ainda marcadas na memória. São luga-res que fazem parte dos arredo-res duma zona mais densamente povoada que há 510 anos foi ele-vada a Vila com o nome de Ponta Delgada (1499). Por alturas do nosso “25 de Abril”, São Roque tinha uma po-pulação muito próxima dos 5.000 habitantes. Curiosamente, quan-do o famoso Prior do Crato per-maneceu “escondido” na nossa freguesia, mais precisamente na morada de Jorge Nuno Botelho, a população local não ia além das 500 pessoas. Não vamos inventariar os “cri-mes culturais” inocentemente praticados na freguesia de São Roque (a demolição da casa de Jorge Nuno Botelho, da ermida de Santa Madalena, sem esquecer os maus-tratos ao forte do areal pequeno). Em Outubro de 1948, o ministro Cancela de Abreu visi-tou a freguesia para patrocinar a obra do “quebra-mar” que ainda

hoje protege o edifício da igreja paroquial. Infelizmente, naquela altura, não consta que o ministro tivesse sido alertado para o “cri-me” que estava em vias de ser consumado, ou seja, a demolição do tal edifício onde, em 1582, o Prior do Crato terá repoisado o juízo, para avaliar o infortúnio da sua missão patriótica. E tem graça que tudo se passou na zona do Poço Velho, considerado pelo geógrafos como o mais baixo lo-cal habitado da ilha...Como natural de São Roque (até agora o único membro oriundo da freguesia, democraticamente eleito aos parlamentos Regional e Nacional) gostaria de sugerir à Junta de Freguesia de São Roque a fineza democrática de apresen-tar à competente comissão mu-nicipal de toponímia, a seguinte proposta: que a graciosa avenida litoral recentemente construí-da sobre a anarquia dos calhaus onde a minha geração aprendeu a saltar para além do medo, seja so-lenemente baptizada pela desig-nação “Avenida Prior do Crato”. Mas... como não há falares sem cantares, terminaria esta breve “fala” com votos de que a Ban-da “Lira de São Roque” (outrora chamada “Triunfante”) organize um programa condigno para ce-lebrar os seus 110 anos de exis-tência. Espero e desejo a Banda esteja em boa forma musical para “criar” e executar o novo hino intitulado “Avenida Prior do Cra-to”, aquando da próxima visita de glorificação municipal... Já prometi a mim próprio estar presente, sumido algures entre a multidão que irá comparecer ao baptismo da jovem “Avenida Prior do Crato”...

mo da “passada” para chegar a tempo ao começo das aulas. Na alvorada da década de 50 (sécu-lo XX), a freguesia de São Ro-que tinha cerca de seis rapazes e quatro raparigas a frequentar o ensino secundário. Como válvula de escape verbal duma inocente tensão segregacionista da parte dos que eram obrigados a traba-lhar no “duro” após o exame da quarta classe, éramos na altura apelidados de “mânines de pas-ta”... tudo isso devido ao arbi-trário “atrevimento” de integrar o corpo discente duma modesta Escola Industrial e Comercial, cuja frequência escolar acabaria por ultrapassar mais tarde (1964) a do ilustre Liceu local.Parece que ainda estou ainda a ouvir o eco de eventos com meio século de idade: a partir das seis e meia da manhã, magotes de cria-turas ainda meio ensonadas já iam de “pé ligeiro” em direcção ao campo de batalha do “pão-nosso” de cada-dia. Largas de-zenas de raparigas caminhavam ombro-a-ombro com a valentia silenciosa dos adultos em direc-ção à cidade. No inverno, todos caminhavam sacudidos pela ven-tania de sudoeste, fingindo in-diferença ao violento rosquilhar das ondas que varriam a beira-mar do cais da Corretora e o na-tural ‘quebra-mar’ do Terreiro e da Pranchinha. Claro que naque-le tempo havia gente que ainda acreditava no cumprimento da tradição judaico-cristã: “viverás

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11COLABORAÇÃO

Do Tempo e dos Homens

Manuel Calado

[email protected]

O nosso Presidente Obama, está encontrando dificuldades no desempenho das suas funções. O idealismo das promessas de campanha, está embatendo com estrondo na pedra dura da Opo-sição republicana. Os nossos amigosda direita, nao obstante terem deixado o país em estado calamitoso, continuam apegados à falhada teoria do “trickle down ecconomics.”.Os democratas da Camara dos Representantes conseguiram aprovar um programa de recupe-ração económica, sem um único voto republicano..Estes continu-am a bater na tecla dos descon-tos aos ricos. Segundo eles, esses descontos aos homens do di-nheiro, são um elixir milagroso, capaz de pôr as rodas da econo-mia a andar..Não conseguem ver que, oito anos de descontos aos ricos,não conseguiram evitar a derrocada económica e financei-ra. E terão sido até, responsáveis pelo estado em que deixaram a nação. A receita reaganómica foi aplicada, encheu de dinhei-ro os bolsos da gente abastada, e quando a panela do cozido foi destapada, verificou-se que a ca-çoila estava queimada..Apesar disso eles não desarmam.. Os homens da Bolsa, que ganha-ram centenas de biliões de dollars durante o governo Reagan, têm o

Sonho e Realidadedinheiro guardado nos bancos ofshore, e não o investem.Os pró-prios bancos, deixados por eles em bancarrota, e que receberam centenas de biliões do dinheiro do povo, fizeram o mesmo. Re-ceberam as massas, distribuiram pelos accionistas e os funcioná-rios, e fecharam-se em copas com o resto. A economis precisa de investimentos, mas eles não em-prestam.Em vez disso vão gozar férias em estâncias estrangeiras de 9 mil dolares por dia, deslo-cam-se em aviòes luxuosos das empresas, mobilam os gabinetes com tapetes de 80 mil dolares, e não respondem aos pedidos do Presidente, de que ponham o dinheiro que lhes foi facultado, a funcionar..Um dos princípios políticos do Presidente Obama, foi constituir um governo com elementos de ambos os partidos. Ele entende que as velhas lutas partidárias, deviam dar lugar, a um governo de entendimento mútuo.. Mas a receita,pelo menos por agora, não está dando resultado. Está prova-do que as teorias republicanas, tanto económicas, como politicas e sociais, foram um fracasso. E o resultado está à vista. A guer-ra em que se lançaram continua a ser um desastre permanente, que Obama não sabe ainda como vai terminar.. O nivel de vida do

país continua a afundar-se. A quesilia contra os controlos do governo, deixando a banca sem cabresto,permitiu que os homens da finança se entregassem a uma autentica bacanal de criação de riqueza que na realidade não existia.Paul Krugman, da Harvard, Pré-mio Nobel de economia de 2008, tem criticado o Presidente Oba-ma, de timidez, e de não ter apre-sentado um programa economico mais robusto, e de maiores in-vestimentos. Mas isto é precisa-mente o argumento contrário dos republicanos. Estes acham que o programa democrata é demasiado dispendioso, e nao inclui os ben-ditos descontos nos impostos aos ricos. Nem depois de oito anos de descontos, que deixaram o go-verno sem dinheiro e à beira da bancarrota,eles reconhecem que a teoria reaganómica, de lbaixos impostos e de liberdade absoluta do “mercado” todo poderoso,não resultou, e que é necessário ir por outro caminho.. Eles experimen-taram o seu método, não deu o resultado que esperavam, deixem agora os democratas experimen-tar o seu. Se não resultar, lá está, o povo,daqui por quatro anos, com o seu papelinho na mão, para dizer de sua justiça.Obama está a ser tambem critica-do pelo alto patamar de honesti-dade que pretendeu instalar no seu governo. E isso resultou em que três das pessoas que con-vidou para fazerem parte da sua equipa governativa, fossem obri-gadas a demitir-se devido ao es-cãndalo do não pagamento de im-postos de rendimento.Isto deixou o novo Presidente um tanto ferido no seu orgulho de querer estabe-

Sabores da VidaQuinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo.

A nossa convidada nesta quinzena é Luisa Aguiar, nascida em Torrance, California, casada com Manuel Aguiar e residente em Artesia.

Filhoses do Forno2 Copos de água2 Copos de farinha8 Ovos2 Colheres de sopa de açucar pitada de sal1 1/2 barra de manteiga

Acenda o forno a 400 graus para estar bem quente. Põe-se a água, açucar, sal e manteiga num tacho e deixa-se ferver. Tira-se do lume e põe-se a farinha mexendo bem.

Deixa arrefecer e põe-se 1 ovo de cada vez misturando com uma colher de pau ou então a mão. Unta-se as formas e polvilha-se. Coze por uma hora mais ou menos. Quando frias enche-se com creme a gosto.

lecer um governo absolutamente limpo. Obama já se penitenciou por várias vezes perante o país e os meios de informação, confes-sando a sua culpa. Pelo menos este acto de confessar a sua falta, está em extremo contraste com a actuação dos últimos governan-

tes , que nunca admitiram terem cometido erros.. E isto é sinal de que um ventinho bom, está bulin-do nas persianas da Casa Branca. Pelo menos as intenções são boas.Mas, às vezes, as boas intenções perdem-se pelo caminho.

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12 1 de Março de 2009GOLFE

Campo de Golfe da Terceira inaugurou infra-estruturasFoi inaugurado o novo complexo da Clu-be de Golfe da Ilha Terceira que, para além de melhoramentos efectuados no campo, contempla um ginásio, sala de reuniões, galeria de arte, e um centro de eventos com capacidade para receber 500 pessoas. A obra, orçada em 2,5 mi-lhões de euros, foi suportada pelo Gover-no Regional dos Açores e por subsídios da União Europeia.No evento, ao qual compareceu o Go-verno Regional em peso, Carlos Rauli-no, presidente da associação, destacou o longo historial do clube e do campo, criado pela comunidade americana das Lages em 1954, que o torna num dos mais antigos em Portugal. Segundo este responsável, o Clube de Golfe já firmou um acordo com os responsáveis da Base Americana das Lages e que irá permitir a divulgação do campo de golfe da Ilha terceira em todas as bases militares no mundo.Já Carlos César, Presidente do Gover-no Regional, afirmou que “a aposta nos Açores, nesta conjuntura, torna-se mais necessária e preemente”, adiantando que “a construção do campo de golfe de Santa maria está para próximo”. Além disso, referiu, “estão a ser desenvolvi-dos contactos para estabilizar a operação do campo da Batalha e a construção do campo do Faial”.Com esta obra, salientou Carlos César, está concluída a primeira etapa de desen-volvimento turístico dos Açores. “Im-porta agora ir mais longe na promoção dos Açores e procurar novos mercados emissores”, afirmou.Acreditando que o destino Açores, ape-sar da crise económica, ainda tem muito para crescer, o Presidente do Governo re-gional enumerou os desafios actuais que se colocam à região: Qualidade, Anima-ção e Sustentabilidade.

Ruben Obadia in Publituris13 de Fevereiro de 2009

Dedicamos esta página ao Franklin Oliveira, José Agnelo Oliveira, Mario Sousa e todos os amantes de Golfe

Fotos de Carlos Medeiros

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13COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

O que nos vale são

Matança em San Rafaelà moda de São Miguel

mesmo os carolas...“Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”… Foi isso!

Só que desta vez se tratou da Musa do rei Mômo, do pagode, da folia, e de todo o divertimento eufórico que aliena, não só por três dias, mas por meses, a contar com a escolha de assuntos em rima vicen-

tina, a preparação de vestuário e ensaios que conduzem à grande extreia, em que não só existe a dúvida de poder agradar a todo o espectador, mas também o nervosismo saudável, sinal de responsabilidade por representar peran-te vasta ou pequena audiência, conforme a disposição e quantidade da população do lugar.

Pessoas há que deliram, que investem, não só dinhei-ro mas também as suas energias físicas, desdobrando-se em trabalhos que façam cobertura às despesas com todo o aparato da indumentária de brilho, que tem por finali-dade causar excelente impressão nos palcos, nas ruas, na Televisão e nos olhos de quem vê. E quem vê sem pagar, regalou não só os olhos da alma, mas também os olhos da cara, sobretudo estes, com os defiles de Samba no Brasil, que toda a gente conhece e não estranha, mas também na Madeira e em Portugal, onde já para ser lindo e admira-do, a mulher tem pràticamente que mostrar despudorada-mente todos os seus atributos físicos, por ruas longas que conduzem ao contentamento desenfreado e alienatório. Tão diferente dos inocentes dias de Teatro que se vive na Ilha Terceira… Mas que a RTP quase nem mostra. O que nos vale são mesmo os carolas da Horizonte Açores, da Via Oceânica, da Junta do Raminho. O mesmo Teatro que ensina, que critica, que transmite mensagem; esse mesmo que os Terceirenses trouxeram há muito tempo ao canto da ideia, mas bem dentro do coração e que converte outros ilhéus em terceirenses, não importando de quantas gera-ções atràs na árvore genealógica da vida. Pois se em Cristo somos todos irmãos… E com a galopante globalização, um dia destes já seremos todos primos e primas. E vá lá! Sejam sinceros e admitam… Quem é que agora não gosta-ria de ter, nem que fosse muito remotamente, uma costela do Presidente da América? Até o mais republicano ou re-nitente conservador. Todos dariam qualquer coisinha para agora poderem beber água da mesma fonte que um dia, vergonhosamente, foi negada aos seus antepassados. Que lição de Vida Deus nos dá, através da História!

Na realidade, o importante é conseguir conservar por muitas gerações uma tradição como a que durante fins de semana consecutivos, andou pelos salões das sociedades portuguesas na América, Danças, Bailinhos e Comédia do Entrudo, (ou Carnaval), curtindo a Saudade, levando Cul-tura, fazendo Amizade. Que todos façam parte e aprendam a admirar o trabalho uns dos outros, com crítica positiva e olhos nos olhos dizerem o que está bem e o que está mal, sem o veneno da inveja e do ciúme, e unidos fazerem mais e melhor, sem ofensas de maior, visto que é mais vantajem fazer-se bem estando longe das origens e conseguir man-ter viva uma tradição que faz rir, predispondo até os mais sisudos. E ainda que o Ratão (bôbo da Côrte), esteja em vias de extinção, há sempre uma forma de fazer rir com personagens que o substituem.

Temos tempo para reflectir. Por agora, vivamos com sere-nidade este Tempo Quaresmal, na esperança de melhores dias para a Humanidade. E que a Mulher seja sempre Musa inspiradora, não importando o tamanho da crise mundial.

Feliz dia Internacional da Mulher!

Segundo consta, foi preciso um terceirense (Mario Teixeira) ajudar, senão ainda agora o porco estaria vivo.

Decio Oliveira, poeta e bom garfo; Mario Teixeira, bandarilheiro e ganadero; Antonio Carvalho, ex-ganadero e criador decãesdeSãoMiguel.Tambémcantaaodesafioefazbomvinho.

Perder uma matança em San Rafael, em casa do Jose Raposo, foi o cabo dos diabos para este escriba. Ma-tanças são o seu desporto favorito. E mais do que as carnes, a morcela e o sarapatel são as peças funda-mentais para uma grande matança. A vida tem des-tas coisas. Ainda não temos a virtude da ubiquida-de, isto é, estar em dois lugares ao mesmo tempo.Calculamos o que não foi. Basta ver as fotos e os vídeos publicados na Internet para se compreender o que terá sido.Este ano só fomos à matança da Banda Açoriana de Es-calon e já agora aproveito para fazer uma reclamação. As nossas morcelas estão a ficar muito estreitinhas, se-ria bom que o seu diametro fosse um pouco maior, para que se possa gozar os ingredientes da morcela em vez de saborear o envolvente. Aqui fica um pedido para muita gente. Nem todos fazem assim, mas seria bom que mu-dassem, até porque o mais bonito da matança é comer o que mais faz mal à saúde e aquilo que não se come no dia a dia, e morcela e sarapatel nem todos os dias é possivel comê-las feitas na altura e por mãos habilidosas.

Para os curiosos aqui vos deixo uma recei-ta de sarapatel que podem experimentar em casa:

“Junta-se ao sangue destinado ao sarapatel, o san-gue que sobrou das morcelas, e na mesma água que cozeu as morcelas, depois de retirados os ra-mos de cheiro, leva-se o sangue a cozer. Depois de cozido poe-se sobre uma peneira a escorrer.No dia seguinte, vai para o alguidar com pedacinhos de figado cozido ou assado, esmigalhando-se o sangue à mão e temperando-o com pimenta, pau de cravo, um quase nada de cravinho, canela, farinha, pão ralado e sal a gosto. Amassa-se até a mistura ficar macia. Entretanto levou-se a refogar em banha, uma cebola picada muito miudinha e logo que esta aloure, junta-se a massa obtida e duas colheres de vinagre”.

Esta receita é da Terceira e vem no livro de Augusto Gomes, chamado “Cozinha Tradicional da Terceira” a páginas 141.

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14 1 de Março de 2009COMUNIDADE

Sr. Avila

Concordo 100% que os preços da SATA para os Açores são extorsionantes para nós portugueses nos EUA. O que vimos da SATA é uma tentativa de ter lucros e um subsídio do mercado açoriano às custas do nós portugueses nas Ame-ricas.A SATA comprende muito bem o mercado da “saudade” e então pede os preços que quer. Nem sequer vamos falar do facto que o governo dá à SATA o monopólio e a licença de fazer o que quer.Pensando bem na situação, quem perde não são só os por-tugueses nos EUA, mas também os comerciantes nos Aço-res, as nossas famílias e amigos. Ao mesmo tempo com os preços da SATA, os nossos amigos e familiares nos Açores também não podem vir cá visitar-nos.Concordo que devemos fazer um boicote à SATA e viajar para Portugal na TAP/Continental por Lisboa. Também há voos em conta por Londres, Paris, e Frankfurt e depois para Lisboa na British Airways, Air France e Lufthansa. Já fui a Portugal duas vezes por Londres e Frankfurt fazendo uma paragem de dois-três dias em cada cidade.

É tempo para nós portugueses na California mandar umamensagem à SATA dizendo que é tempo para eles pararem a sua atitude extorsionista e de tratar-nos como reféns das nossas familias.

Obrigado pelos seus esforços,

Francisco AlvesSan Jose, CA

O custo das passagens da SATA

Carta ao Editor

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15PATROCINADORES

[email protected]

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16 1 de Março de 2009CARNAVAL

Carnaval 2009 Fotos de Jorge Avila “Yauca”e Jose Avila

Cada ano que passa o Carnaval refina-se na California. As ves-timentas enriquecem, os temas são interessantes e pela primeira vez gozou-se e bem com os nos-sos irmãos das Ilhas. Brincou-se inteligentemente com a falta de geito às vezes demonstrada por quem nos visita e que ainda pensa que os nossos dólares caem das árvores. Foi uma boa maneira de se poder gozar com quem sempre gozou com a malta e durante mui-tas décadas. Amor com amor se paga.

Apareceu uma ou duas danças de espada, que o ano passado tinham desaparecido por desinteresse, devido à falta de novos temas que não fossem sempre os mesmos - a jovem pobre engravidava do rico e o pobre apaixonava-se pela jovem rica e acabava tudo no hos-pital. Estes temas estão já muito gastos e ninguém queria já deitar lágrimas de crocodilo numa altu-ra de alegria carnavalesca. Seria urgente aparecerem autores locais para haver uma melhor sin-tonia da temática.

Grupo Carnavalesco de Tulare - Bailinho de Senhoras “O Projecto do Ano”. Autor - Jose Rocha, de Santa Barbara, Terceira. Mestre Monica Silveira

Grupo Carnavalesco de Tulare - Bailinho de Senhores “As Bodas d’Ouro da Constancia”. Autor - Helio Costa, Terceira. Embaixo: Grupo Pais e Filhos de Hilmar em “A Desfolhada do Amor” de Jose Gabriel Oliveira

Grupo da Igreja N.S. Assunção, Turlock, em “As Forcadas” de Francisco Rebelo e tendo como mestras Melanie e Virginia.

Grupo de Carnaval Cultural de San Jose. “A Tia Camila em Las Vegas” de Helio Costa, e tendo como mestra Sandra Pacheco

Grupo da Casa dos Açores, Hilmar - “A Matança em casa do Ti João” de José Fernandes, Canadá. Mestra Dorisa Teixeira

Grupo Carnavalesco do Chino com “Desejos Atribulados” de Helio Cos-ta, Terceira

Grupo de Carnaval Cultural de San Jose

Bailinho de Criancas do Grupo de Carnaval de San Jose

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17CARNAVAL

GrupoAlmaAçorianadoValedeSanJoaquin.OsSeisMagnificosderamumbomshow,melhordoqueoesperado.Fazerbomcarnavalésaber“maldizer”cominteligênciaebomsenso.Substituiralgumaspalavrasatéfazsentido.

GrupodeCarnavaldaCasadoBenfica-DançadeEspada“AEutanásia”deJoséLeonardo“ORetornado”.MestreTonyDutra.Embaixo:mesmoGruponaDançadePandeiro“Aagênciadosaflitos”deHelioCosta.MestraChrystalMendes

Grupo Alma Açoriana do Vale de San Joaquin. Mestres Tabitha Alves e Kevin Alves

Também nas Velas, São Jorge, o João Alvaro Silvano, gozou com o Carnaval

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18 1 de Março de 2009CARNAVAL

EstassãoaspessoasquenuncaparticipamnoCarnaval.PassamotemponacozinhadoSa-lãodeNossaSenhoradaAssunção,Turlock,afazerpetiscos,coscorões,filhós.

Grupo de Carnaval Os Amigos de Hanford com o Bailinho “A Mulher de pêlo na venta” de João Mendonça, Agualva, Terceira. A mestra foi Vivian Lourenço.

Grupo Carnaval de Artesia com o Bailinho “A Discursão do Padre Amado” de Hélio Costa

Grupo Carnaval de Artesia com Dança de Pandeiro das Criancas “Palhaços de Palmo e Meio” de Hélio Costa

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19COLABORAÇÃO

Amália

A certidão de idade in-dica que Amália da Piedade Rebordão Rodrigues nasceu na

freguesia da Pena, em Lisboa, (1) a 23 de Julho de 1920. Amália, no entanto, sempre manteve que celebrava o seu aniversário a 1 de Julho. Avós e tios nunca che-garam a um acordo sobre a data exacta, mencionando apenas que a menina tinha vindo ao mundo “no tempo das cerejas”, ou seja, no verão.O pai de Amália era músico de filarmónica e sapateiro. O casal teve nove filhos mas alguns mor-reram na primeira infância ou na adolescência. Amália, a mais ve-lha das filhas, nasceu depois de quatro irmãos.Desempregado, o pai resolveu tentar com a esposa melhor sorte no Fundão, sua terra natal, dei-xando Amália, então com apenas catorze meses, ao cuidado dos avós maternos, que viviam em Alcântara.Cresceu então num ambiente devotamente católico. Em 1929 matricula-se na escola oficial si-tuada dentro da Tapada da Ajuda. (2) A caminho das aulas apanha-va figos de piteira, que ia comen-do, e flores que levava à sua pro-fessora. (3)Amália era uma aluna diligente e interessada nos estudos. Simples-mente não gostava de Geografia. Quando terminou três anos de escola primária, os únicos da sua educação formal, o livro de Ge-ografia tinha ainda o aspecto de não haver sido folheado.Um incidente que prematuramen-te revelou a grande generosidade de Amália teve lugar quando na Tapada encontrou uma pobre garotita esfarrapada. Condoída, despiu a bata branca que era obri-gatória na escola e deu à menina o seu próprio vestido. Tornou então a pôr a bata e seguiu caminho. Ao chegar a casa o seu acto mereceu-lhe uma boa tareia da avó.Por esses dias, aos nove anos, anda pela casa cantando tangos de Carlos Gardel. O avô, sentado à janela, nota que na rua há gente que pára para a escutar e incita-a a que o faça também em público.Aos catorze anos chegou a altura de encontrar emprego. Colocou-se pois como aprendiza de borda-dora num estabelecimento perto do Chiado. Ganhava dois escu-dos por dia, o que mal chegava para utilizar o carro eléctrico até ao trabalho. Aí encarregavam-na apenas de passar a ferro e a avó, descontente, achou que não esta-va aprendendo nada e procurou-lhe outra ocupação.Vai então para uma padaria e doçaria na zona da Pampulha, gerida por uma tia, agora já a au-ferir seis escudos diários. O seu trabalho consiste basicamente em embrulhar rebuçados e descascar a fruta para fazer marmelada.Reencontra-se com os pais, re-gressados a Lisboa. Passa a viver numa casa modesta, de dimen-sões inadequadas para o casal e os cinco filhos ainda vivos. Amália recorda no inverno o braseiro im-provisado com uma folha de lata, as panelas e tachos no chão para receber a água que gotejava do telhado e a infestação de pulgas. O irmão mais velho mostrava-se autoritário e chegou a esbofeteá-

la ao vê-la vir cantando pela rua.A mãe monta um lugar de fruta no cais da Rocha do Conde de Óbidos e Amália deixa o seu em-prego na padaria e doçaria para ajudar na venda. Também lá se entretém cantando. Os outros vendedores gostam de a ouvir e pedem-lhe as canções mais em voga, que ela tinha aprendido na rádio.Além deste trabalho, tem tam-bém a missão de levar todos os dias o almoço do irmão a uma taberna de Alcântara, onde ele toma as suas refeições e consome o vinho da casa. Como filha mais velha, tinha igualmente de cola-borar nos trabalhos domésticos, a limpeza e o engomado da roupa.Aos quinze anos participa como figurante na marcha de Alcânta-ra (4) e canta pela primeira vez em público, num espectáculo de beneficência. Acompanhada por um dos seus irmãos, que atingira certa popularidade como pugilis-ta sob o nome de Filipe Rebor-dão, actua depois em verbenas e clubes de bairro, onde é sempre entusiasticamente aplaudida. Os parentes desaprovam estas sorti-das, acham que Amália se devia dedicar a fazer-se uma boa dona de casa e a encontrar um marido com uma posição sólida, pelo menos a de carteiro. “Houve pes-soas da família da minha que até deixaram de falar aos meus pais por eu cantar o fado”, recorda ela anos mais tarde.Como outra diversão, aos sábados havia oportunidade de ir ao cine-ma do bairro (5) para ver filmes já exibidos nas salas da Baixa. Amália mostrou-se especialmen-te impressionada com um deles, Camille, de 1937, com Greta Gar-bo e Robert Taylor. Começou en-tão a beber vinagre e a expor-se a correntes de ar na esperança de romanticamente contrair tuber-culose, como a protagonista da obra. (6)Aos domingos eram os almoços e jantares em casa dos avós. Estes haviam tido 16 filhos e agora não faltavam tios e primos que parti-cipavam nestas reuniões trazendo o que quer que fosse de comer.Por esta época Amália havia es-tabelecido uma afectuosa relação com a irmã Celeste, (7) dois anos

mais nova. Insatisfeitas com as suas condições de vida, gizam o plano de se vestirem de rapazes e de se esconderem num barco atracado em Lisboa para en-contrarem melhores ambientes noutro país. Assim, uma manhã, por volta das seis, usando roupas subtraídas ao irmão mais velho, fogem de casa. Por qualquer ra-zão o plano fracassou. Meia hora mais tarde estavam de regresso ao lar.Em 1939 inicia a sua vida profis-sional como fadista ao assinar um contrato com o Retiro da Severa, (8) que lhe rendia quinhentos es-cudos mensais, quantia na altura não de desprezar por uma jovem de 19 anos. (9)Pouco depois estreia-se como ac-triz no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, desempenhando o papel de uma cantadeira de fados na revista Ora Vai Tu!.Intensamente apaixonada por Francisco Pedro da Cruz, tornei-ro mecânico e guitarrista amador, aos dezoito anos inicia com ele uma relação amorosa. O Chico, como era conhecido, recusa-se todavia a casar e Amália, desola-da, tenta o suicídio ingerindo um raticida. É salva por uma vizinha que a faz tomar azeite quente como vomitório. Mais tarde Chi-co acede ao casamento. Amália tinha 20 anos. (10)

Os êxitos artístico con-tinuam. Canta em restaurantes e clubes nocturnos de fama,

como o Negresco, o Tokai e o Nina, ganha bem, é admirada e cortejada.Os anos 30 assinalam o surgi-mento das casas de fado na sua versão moderna, sobretudo vo-cacionadas para o turismo, bem distantes das velhas baiúcas da Mouraria, de Alfama ou do Da-fundo, valhacouto de prostitutas, chulos e vadios. As novas casas de fado são agora lugares mais respeitáveis, onde à meia luz e após o brado de “Silêncio, que se vai cantar o fado!” se pode religiosamente escutar a canção nacional, em frente de um jarro de tinto e de uma travessinha de chouriço assado.Para além do Retiro da Severa,

haviam surgido em Lisboa ou-tras casas de fados como a Adega Mesquita, a Adega Machado, o Café Luso e o Solar da Alegria.Continua também a actuar em teatros de revista. O compositor Frederico Valério, reconhecendo o potencial da jovem artista, es-creve melodias de fados proposi-tadamente para ela, atrevendo-se mesmo a romper com os ditames tradicionais ao utilizar acompa-nhamentos de orquestra.Chega 1943 e Amália, por con-vite do embaixador de Portugal, Pedro Teotónio Pereira, estreia em Madrid, na sua primeira actu-ação no estrangeiro. Aí conhece Manolete, Hemingway, Imperio Argentina (11) e com esta canta em espanhol. Era uma porta aber-ta para o mundo, o início de um fulgurante percurso que iria dar a Amália renome internacional.

NOTAS

(1) A freguesia da Pena, criada no século XVI, sobe das imedia-ções do Rossio (Rua das Portas de Santo Antão, onde se situam o Coliseu dos Recreios e a base do Elevador do Lavra, o mais an-tigo da capital) até ao Campo dos Mártires da Pátria.A casa onde Amália nasceu, na estreita Rua Martim Vaz, está agora assinalada por uma lápide.(2) A Tapada da Ajuda é um vas-to recinto arborizado, realmente quase um recanto da província dentro de uma turbulenta cidade. Nela situa-se também o Instituto Superior de Agronomia.(3) Muitos dos dados biográficos mais íntimos de Amália constam das memórias que confiou a Vítor Pavão dos Santos para o livro de 1987 Amália.(4) As marchas populares, cada uma representando o seu bairro, eram grupos de pares que com arquinhos e balões cantavam e dançavam pelas ruas durante as festas dos santos populares no mês de Junho. Em 1940 Leitão de Barros organizou-as como espec-táculo mais público, fazendo-as desfilar em conjunto pela Aveni-da da Liberdade.

(5) Tratava-se presumivelmente do Cinema Promotora, no Largo do Calvário, em Alcântara.(6) Este filme, o grande sucesso de Greta Garbo, baseia-se no ro-mance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho. Recor-de-se que nesta obra a protago-nista, Marguérite Gautier, morre tuberculosa.(7) Como é bem conheciso, Ce-leste Rodrigues também se veio a distinguir como fadista.(8) Quanto à sua inexperiência no mundo dos negócios, Amália conta a Vítor Pavão dos Santos:“Não há dúvida que era mesmo um bocado ingénua. Por isso, logo quando comecei a cantar, tive um problema com os con-tratos. Quando me estreei, assi-nei um contrato com o Retiro da Severa como artista privativa. (...) Então, o Solar da Alegria veio convidar-me e eu, como ti-nha uns dias livres e não perce-bia nada dos contratos, aceitei. E como ainda tinha dias livres, as-sinei outro contrato com o Luso, que também me tinha vindo con-vidar. Mas não cheguei a cumpri-los, porque assim que os outros me anunciaram, saltou o Retiro da Severa, a dizer que eu tinha assinado com eles um contrato de artista privativa, o que era dizer exclusividade. Se me tivessem deixado, tinha andado toda con-tente a cantar o mês inteiro. (...) Se este ‘golpe’ não tem falhado, estava rica.”(9) Na Primavera desse ano, quan-do começou a cantar no Retiro da Severa, o seu nome figurava como o último na lista do elenco. Em Outubro já havia acendido ao primeiro.(10) O casamento não iria durar muito. O marido casara quase por obrigação e impunha a Amá-lia que devia escolher entre ele e uma carreira artística. Com 23 anos separa-se de Francisco Cruz e aos 26 obtém o divórcio.(11) Nome artístico de Magdalena Nine del Río, nascida em Buenos Aires em 1906, de grande reputa-ção internacional como cantora e actriz cinematográfica.

Minha Língua Minha Pátria

Eduardo Mayone [email protected] os alvores de uma brilhante carreira

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20 1 de Março de 2009COMUNIDADE

Luso-American Education Foundation

XXXIII Annual Conference on Education

Custo: $150,000.00 dolares

PORTUGUESE BAND OF SAN JOSE

“Noite de Variedades”Concert

Friday,March27th07:30pm

This concert will feature brass,woodwind, and guitar ensembles

along with a performance by the PBSJ.Admission is free and all are invited….

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21PATROCINADORES

FRATERNAL ACTIVITIES OF THE SOCIETY

Luso American Fraternal FederationSociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel

March 2009 LAFF

Date Time Council City LocationSaturday, 7th 6:00pm

No-Host Cocktail7:00 Dinner

39B-76B AtwaterMercedPresidents Visits

Buhach Pentecost Hall2889 N Buhach Rd, Merced, CA

Sunday, 8th 12:30 pm No-Host Cocktails1:30 Lunch

0-8B OaklandPresidentsVisits

I.D.E.S. Hall1105 C StHayward, CA

S a t u r d a y , 14th

6:00pmNo-Host Cocktails7:00 Dinner

60B-65B TiptonTularePres. Visits

Nielsen’s Rest.137 S. M StTulare, CARSVP Belina Azevedo 559-687-8736 or Anthony

S a t u r d a y , 14th

6:00 pm No-Host Co-cktails7:00 Dinner

Modesto49B-55C

Gustine 2013 Convention Committee @Gustine GPS Hall - Sopa e CozidoAuction and Dance w/ Luis Sousa

FMarchch SPRSIMonday, 8th 12:00 pm 39 Monterey More to followSunday,15 10:30 am SPRSI

111th Ani-versary

SelmaMass 10:30 am@ St. Joseph’s Church, 2441Dockery Ave, Selma

Complimentary luch to follow @ SPAA Hall, 1245 Nebraska Ave, Selma

Tuesday, 17th 6:30 pm 118 HanfordDolores Rocha559-582-0889

Hanford Fraternal Hall, 1015 N 10th Ave, Hanford

LUSO AMERICAN LIFE

20-30’sAssociatePresidentLizAlves,StatePresidentLizRodrigues, State Youth PresidentGaryResendes

Contact LAFF 925-828-4884

SPRSI Presidents:

ConstanceBrazil,TishaCardoza,Brianne Mattos

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22 1 de Março de 2009DESPORTO

UEFA Liga dos Campeões

Porto - mais fortes que o azar

Paulo Assunção já deve ter mudado de ideias. Afinal, o jogo de ontem demonstrou que o FC Porto é muito me-lhor equipa do que o Atlético de Madrid. Tão melhor que foi capaz de sobreviver a uma série inacreditável de azares que poderiam ter vergado uma equipa menor, realizando uma das melhores exibições da temporada, reagindo a cada adversidade com personalida-de e lamentando apenas que a enorme superioridade que demonstrou em campo não se tenha traduzido num resultado mais favorável. Os tais azares começaram ainda antes do pri-meiro apito de Howard Webb, ele próprio mais uma fatalida-de, mais uma desgraça que se abateu sobre os tricampeões nacionais com uma série de decisões desastradas que con-dicionaram o domínio exerci-do pelo FC Porto desde o iní-cio do jogo. Mas voltaremos ao árbitro mais adiante. Para já, a primeira contrarie-dade, a lesão de Fucile duran-te o aquecimento que forçou a entrada de Sapunaru para o

onze inicial, e a primeira opor-tunidade de superação, com o romeno a realizar uma exibi-ção segura, pelo menos até ele próprio ter de sair por lesão a meio da segunda parte.Depois, o primeiro erro de fi-nalização no primeiro minuto.

Hulk ganha a Paulo Assunção em velocidade, entra na área e oferece a bola a Rodríguez. O uruguaio roda e remata, mas Leo Franco defende.Um lance que serviria de mote para toda a primeira parte e que antecederia o primeiro golo do Atlético, marcado na sequência de um lance rápido que deixou Cissokho mal na figura. O francês haveria de se redimir mais adiante.

Em desvantagem o FC Porto tomou conta do jogo e esma-gou o Atlético contra a sua baliza. Hulk, Lisandro, Ro-dríguez, outra vez Lisandro e mais uma vez Hulk falhavam as inúmeras oportunidades claras de golo que o ataque

portista criava, tornando evidentes as debilidades da defesa madrilena. O golo do empate, o golo que valeu, sur-giu aos 22’, ironicamente num lance atípico, na menos clara de todas as oportunidades de golo dessa primeira parte. Um erro, Lisandro sozinho com Leo Franco e golo. O jogo não mudou. O FC Porto mandava e o Atlético obedecia. As bancadas do Vicente Cal-

derón já ansiavam pelo inter-valo quando Forlán arranjou espaço no miolo para um re-mate denunciado e à figura de Helton. Azar: o brasileiro largou a bola para dentro da baliza. Um frango monumen-tal e um resultado falso como Judas ao intervalo. O FC Porto sentiu o golo, mas voltou para o segundo tem-po com vontade. Falhou duas oportunidades logo no arran-que e sentiu o chão fugir-lhe sob os pés. Baixou o ritmo e o jogo fixou-se no meio-cam-po, apenas sobressaltado por um par de iniciativas inócuas de Hulk, mas era o FC Porto quem queria mais. Abel Resi-no tirou Aguero e tentou segu-rar o jogo, mas não conseguiu. Aos 72’, Rodríguez passou a bola a Cissokho e este fez o seu primeiro cruzamento do jogo. Lisandro não falhou, Leo Franco não defendeu e o FC Porto marcou, colocando-se em vantagem na eliminató-ria e dando uma aparência de justiça ao marcador.

in ojogo

O Sporting teve uma estreia dramática nos oitavos-de-final da Liga dos Campe-ões de futebol, ao ser humilhado frente ao Bayern de Munique, por 5-0, sofrendo a pior derrota caseira de sempre nas com-petições europeias.Depois de ter feito uma segunda parte de sonho sábado frente ao Benfica (3-2), o Sporting teve um segundo tempo de pe-sadelo frente aos bávaros.O francês Franck Ribéry, com golos aos 42 e 63 minutos, foi a grande figura do encontro, bem apoiado pelo italiano Luca Toni (84 e 91) e o alemão Miroslav Klose (57), que igualou Lisandro Lopez na fren-te dos melhores marcadores da prova, a marcarem os outros tentos da goleada alemã.À 15ª partida com equipas germânicas, o Sporting continua sem ganhar, enquanto o Bayern de Munique somou mais um triunfo frente a conjuntos lusos, com quem só perdeu uma vez - na final de Vie-na, frente ao FC Porto, em 1987.

Antes deste encon-tro, a motivação das duas equipas até era diferente, uma vez que o Spor-ting tinha vencido o Benfica, por 3-2, enquanto o Bayern de Munique tinha apenas ganho um dos últimos quatro encontros e vinha de duas derrotas consecutivas.Apesar da boa exi-bição frente ao Benfica, o técnico do Sporting, Paulo Bento, promoveu cin-co alterações no “onze”, mas apenas uma delas forçada, com a entrada de Derlei para o lugar do lesionado Hélder Postiga, enquanto Romagnoli foi a grande surpre-sa no “onze”, substituindo o habitual titu-lar Vukcevic.

No sector defensivo, apenas Anderson Polga se manteve na equipa inicial, com os mais ex-perientes Tonel, Marco Caneira e Abel a regres-sarem à titularidade por troca com Daniel Carri-ço, Grimi e Pedro Silva.Sem qualquer vitória em 14 jogos frente a conjun-tos alemães, o Sporting entrou em campo de-cidido a inverter a ten-dência e poderia ter-se adiantado no marcador, aos 12 minutos, mas o germânico Philip Lahm, em cima da linha, evitou o golo de Polga, na se-quência de um canto.Apesar de alguns minu-tos de sobressalto, entre os 15 e os 25, os “leões” iam conseguindo man-ter os bávaros afastados da sua área e voltaram a

criar perigo aos 35 minutos, num remate de João Moutinho, que, em excelente po-sição, atirou ao lado.Contudo, acabaria por ser o Bayern de Munique a adiantar-se no marcador, aos 42 minutos, após um péssimo passe de Derlei, a entregar a bola a Ribéry, que recebeu a bola um pouco depois do meio-campo, passou pelos dois centrais “leoni-nos” e, isolado, bateu Tiago, naquele que foi o primeiro remate enquadrado dos bávaros.Um minuto depois de Abel ter desperdi-çado uma grande oportunidade, o Bayern de Munique acabou por “matar” o en-contro aos 57 minutos, com um golo de Miroslav Klose, que, aparentemente em posição irregular, desviou para a baliza um cruzamento de Oddo.O Sporting não reagiu e sofreu novo golo, aos 63 minutos, novamente por Ribéry, na marcação de uma grande penalidade, a punir uma falta de Rochemback sobre Lahm.O francês acabou mesmo por ser a gran-de figura do encontro e, aos 84 minutos, fintou Pereirinha e cruzou para a cabeça de Luca Toni, que, mesmo agarrado por Polga, rematou para o fundo da baliza. Já em tempo de compensação, Luca Toni surgiu solto na área, com tempo para re-matar contra Tiago e ainda para fazer a recarga para o quinto golo.

in ojogo

UEFA Liga dos Campeões

Sporting sofre pesada derrota

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23PATROCINADORES

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24 1 de Março de 2009TAUROMAQUIA

Morreu Conchita CintronUma grande Cavaleira e uma Grande Dama da TauromaquiaLisboa, 17 Fev (Lusa) - A cavaleira tauromáquica peruana Conchita Cintrón, a primeira toureira interna-cionalmente conhecida, faleceu hoje, em Lisboa, aos 86 anos, vítima de paragem cardíaca, anunciou fonte familiar.Concepción Cintrón Verril, também conhecida por “Diosa Rubia (deusa loira)” nasceu no Chile, a 09 de Agosto de 1922, mas desde muito nova viveu em Lima, no Peru, sendo por isso considerada de origem peruana.Nacionalizada portuguesa após o seu matrimónio com o aristocrata português Francisco Castelo Branco, a cavaleira e toureira pisou as principais praças do mundo tauromáquico nas décadas de 1940 e 1950, tendo participado em mais de 400 corridas.

NOTA DO TRIBUNA - Conchita Cintrou toureou na Ilha Terceira, na velha Praça de São João em 1950. Nesse tempo havia na Terceira tres críticos tauromá- quicos. Nessa corrida aconteceu um caso inédito. Era norma o empresario da Praça oferecer um bilhete aos criticos. Nessa altura as relações de amizade entre o empresário da praca e Tomas de Borba, critico do semanário O Distrito, não seriam as melhores e vai daí, náo houve bilhete oferecido como era norma. Tomás de Borba contou o sucedido aos outros dois críticos (um deles Rui do Vale, meu sogro) e eles solidariezaram-se com ele. Nunca tinha acontecido na Terceira tal coisa. E assim uma grande cavaleira ficou na historia taurina da Ilha Terceira como sendo a unica artista a não ter sido criticada pelos aficionados locais. Lembro-me com saudade uma linda conversa que tive com esta grande dama da tauromaquia mundial na Pra-ça do Pico dos Padres, quando ela acompanhou o filho, também cavaleiro na sua vinda à America, há uns bons anos atrás. Rimo-nos muito quando lhe recordei a cena da Ilha Terceira. Ela já nem se lembrava do sucedido.Desde muito novo que fiquei apaixonado por uma linda fotografia da Conchita tirada na Praça de São João, pela Foto Lilaz, que compartilho com todos os aficionados.Em Portugal, Conchita gozou de muita aficion e o nosso grande cavaleiro João Nuncio, nunca quiz tourear com ela. Talvez seria devido a um certo machismo dos anos 40’s.Paz a sua alma! A festa brava mundial ficou mais pobre.

Conchita Cintron na Praça de São João, Terceira

Embaixo pode-se ver Conchi-ta Cintron conversando com um grande matador espanhol Marcial Lalanda, em 1959 na PraçadeToirosdeCadiz.Conchita Cintron era uma mulher muito bonita.

Tiro o meu chapéu respeito-samente pela morte desta grande Sen-hora da Tauromaquia Mundial, Conchita Cintrou, que tive a honra de conhecer e admirar.

Tiro o meu chapéu ao Grupo de Carnaval da Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Turlock, que durante o seu Bailinho “As Forcadas” me ofereceu a sua primeira pega. En hora buena, forcaditas!

Tiro o meu chapéu ao Grupo de Carnaval Alma Açoriana do Vale de San Joaquin por terem tão jocosamente gozado o jose avila com piadas carnaval-escas. Assim é o Carnaval.

Tiro o meu chapéu ao meu amigo e aficionado de gema, António Nunes por ter montado uma Tertúlia no seu rancho de Merced que dá gosto visitar. Os seus 900 chocalhos de tão bonitos que são até fazem inveja.

Fico com o meu chapéu de lado, pela tristeza que sentimos, quando se ouve falar das difi-culdades que os nossos rancheiros-leiteiros estão a ter, durante esta tão malfadada crise. Toda uma vida de tra-balho pode agora ir por água abaixo para muitos deles. E é por isso que as nossas organizações festivas, devem ter cuidado este ano nos seus peditórios. Nestes tempo dificeis seria bom compreender-se a razão porque os nossos líderes de agropecuária, quer da California, quer do País, não tivessem diversificado o aproveitamento do leite, em vez de se concentrarem no lucro fácil de fazer queijo. Porque razão não consegui-mos invadir com leite, os países ricos-pobres deste mundo, porque razão na Africa, nas Filipinas, na Coreia do Norte, na Indonesia, continuam a morrer milhares de crianças todos os dias, sem nunca terem provado leite na sua vida. E nós com tanto.Esta crise deverá servir de lição a muitos responsáveis que só olhavam para o seu umbigo, sem qualquer visão de futuro.Perguntarão, o que é que esta conversa tem a ver com os toiros? Tem e muito, porque sem o trabalho e a riqueza dos nossos leiteiros, nunca teria havido festa brava na California. São eles que a mantem e a susten-tam.O Espírito Santo e os nossos Santos Populares irão con-certeza compreender que tudo irá ser mais simples este ano. Melhores anos virão.

Quarto Tércio

José Á[email protected]

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25PATROCINADORES

VISITAS OFICIAIS PARA O MÊS DE MARÇO

March 08, 2009Official Visit Co. # 167 Artesia 4:00 PM 562-860-1518

March 14, 2009Official Visit Co#58 Newcastle916-663-2212

March 21, 2009Official Visit Co#19 San Rafael joint with Co. #73 Vallejo

11:00 AM707-642-3775

March 22, 2009Official Visit Co#148 Manteca12:00 PM209-983-0383

March 29, 2009Official Visit Co#23 Fresno1:00 PM559-834-5148

Para mais informação telefone para os números indicados

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26 1 de Março de 2009ARTES & LETRAS

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Cães Letradosou a fusão dos efeitos

Victor Rui Dores

“Minha pobre Pantera, que tão cedo deste mundo cão te vais apartar.”

(pág. 138)

Em permanente desassossego criativo, Cristóvão de Aguiar an-dou, mais uma vez, pelo sótão da memória a mexer em penumbras

empoeiradas… Isto significa que, com mais um livro pu-blicado, este autor continua a arrumar, nas páginas que escreve, os sonhos da infân-cia.Falar de Cristóvão de Aguiar é falar de uma reinvenção constante e de uma contí-

nua e continuada necessidade de expressão literária. Ao (re)escrever os seus livros, ele carrega consigo a ilha perdida e mitifica-da, num diálogo que, partindo dos Açores, atravessa a história de Portugal da segunda metade do século XX até aos nossos dias, e busca espaços do universal.Este açoriano escreve com mestria nar-rativa e imaginação verbal, num discurso literário que mergulha fundo no húmus da oralidade. De resto toda a sua obra é uma revisitação a lugares, pessoas, memórias, coisas e animais que povoam o seu ima-ginário.Em Cães Letrados (2008, Calendário, [email protected]), Cristóvão de Aguiar lança olhares sobre cães e cadelas que foram “os inseparáveis e afectuosos com-panheiros da minha infância e juventude” (pág. 10). Os textos que compõem a obra foram extraídos, com ligeiras alterações, de vários livros seus onde as histórias so-bre os referidos canídeos se encontram. Com expressivos desenhos da autoria de André Caetano, Cães Letrados desper-ta em nós uma imediata adesão afectiva. E isto porque o autor humaniza os cães, emprestando-lhes sentimentos, emoções e

estados de alma, dotando-os de grande lu-cidez e fascínio. Nesta matéria, aprendeu, e bem, a lição de Miguel Torga na referên-cia incontornável que é esse clássico da literatura portuguesa que dá pelo título de Bichos (1940).Mais do que cães e cadelas, mais do que companheiros fiéis, amigos e protectores, a Girafa, o Alex, a Monalisa, o Adónis, o Isquininho, a Tina, o Ligeiro, a Regina, o Schwarz, a Ísis, o Valente, a Pantera a Petruska, o Polícia, a Andorinha, entre ou-tros, são personagens que sentem e agem como se de humanos se tratassem. Inevi-tavelmente o leitor tornar-se-á cúmplice deles e das suas aventuras e desventuras. Neste último caso, o atropelamento na via pública é um perigo que, a cada momento, espreita esses animais.Os homens (pela voz e experiência do nar-rador) compartilham com os cães o grande valor da amizade – e a amizade é, aqui, a lição essencial da vida –, estando uns e

outros irmanados na luta pela sobrevivência e a contas com as perplexidades, as inquieta-ções, as vicissitudes e os dra-mas do dia a dia. A natureza instintiva de uns é a natureza instintiva de outros. E, para to-dos, o mistério da vida reside como a questão maior. (Há também a considerar o papel simbólico do cão e, a propósito, convirá lembrar que uma das primeiras cita-ções sobre cães na literatura nos remete para a Odisseia, de Homero, quando Ulisses, após longo exílio e diversas aven-turas, regressa à ilha de Ítaca disfarçado de mendigo e é re-conhecido apenas por Argos, o seu cão já velho e sem forças para qualquer acção além de abanar o rabo ao reencontrar o dono. Ulisses então chora…).

Tal como no mundo dos humanos, também na canidade há hierarquias e estratifica-ções sociais. Os cães também são vítimas de injustiças, sejam eles dobermann, set-ter, pastor alemão, husky, ou um simples rafeiro. Há cães de “vocação aristocrática” (pág. 93) e que têm “casa, cama, mesa e pêlo esfregado” (pág. 61) e há “a cachor-rada vadia e plebeia” (pág. 85); há os que são rafeiros e os que vivem “abarrotando de pedigree” (pág. 113); há os que recebem “a costumada ração de meiguice e afagos” (pág. 136) e os que fogem à rede da bri-gada camarária, ou pura e simplesmente são abatidos no canil municipal… Há o cão vadio da rua e há “o cãozinho pekinois de luxo de fidedigna linhagem” (pág. 160). Uns são órfãos, outros mimados…

Mas, em Cristóvão de Aguiar, os caninos nunca deixam de ter grandeza e verticali-dade, possuem até compor-

tamentos de gente… Como esquecer, por exemplo, a descrição (ia escrever cena) comovente e comovida em que o Alex, na véspera de morrer atropelado, se deita ao lado do dono, no sofá da sala, e o beija sofregamente como que a adivinhar a sua

O luso-descendente de origem açoriana Pete Souza é o fotó-grafo oficial da Casa Branca. Souza, que tem 54 anos, disse

pouco depois da sua nomeação que tinha aceite a posição de fotógrafo oficial na condição de documentar a presidência de Obama “em nome da história”. É a sua se-gunda vez na Casa Branca já que foi fotó-grafo oficial de Ronald Reagan. O luso-descendente Pete Souza conheceu o Presidente eleito Obama em Janeiro de 2005, no primeiro dia do então senador no Capitólio. Souza, que trabalhava para o Chicago Tribune, documentou o primei-ro ano de Obama no Senado, bem como as suas viagens a sete países. O resulta-do desse trabalho foi compilado em Ju-lho passado no livro “The Rise of Barack Obama”, que integrou a lista de “best-sellers” do New York Times. Na al-tura do lançamento, em entrevista à Agência Lusa, Pete Souza previu que Barack Obama chegaria à Casa Bran-ca e admitiu que gostaria de ser seu fotógrafo oficial.Neto de emigrantes açorianos, Pete Souza é fotojornalista freelance e professor assistente na Universidade de Ohio, contando no currículo com trabalhos publicados na National Ge-ographic, Fortune e Newsweek e mais de cinco anos de experiência como fo-tógrafo oficial da Casa Branca. Como fotojornalista esteve também, após o 11 de Setembro, entre os primeiros jornalistas que cobriram a queda de Cabul, no Afeganistão, onde chegou

depois de ter cruzado as montanhas Hin-du Kush a cavalo com quase um metro de neve. Admirador de Sebastião Salgado, Henri Cartier-Bresson, David Halberstam e Bru-ce Springsteen, Pete Souza disse à Lusa alimentar o desejo de um dia regressar aos Açores para poder registar em imagens a vida no arquipélago. “Em 1988, acom-panhei o meu tio numa visita à ilha onde nasceram os meus avós. É um lugar mara-vilhoso. Espero regressar”, contou à Lusa.Natural de South Dartmouth, Massachus-sets, Pete Souza graduou-se com distinção em comunicação social na Universidade de Boston e obteve um mestrado em jor-nalismo e comunicação de massas na Uni-versidade de Kansas.• Com base numa notícia da LUSA

Aqui estamos com mais uma página dedicada às artes e às letras. Das letras, temos um texto/recensão do nosso

distinto colaborador e amigo, o poeta Victor Rui Dores sobre o novo livro do escritor Cristóvão de Aguiar, uma das vozes mais proliferas da literatu-ra contemporânea dos Açores. Temos ainda uma breve biografia/notícia sobre o novo fotógrafo da Casa Branca, o lu-so-descendente Pete Souza, cujos avós paternos eram emigrantes dos Açores. E que segundo “confessou” à agência lusa, gostaria de voltar aos Açores para fotografar o dia à dia do povo dos Aço-res. São estes açor-descendentes, que estão um pouco por todas as lados, des-conhecidos quer nas comunidades, quer nos Açores que precisamos descobrir.

Abraçosdiniz

morte prematura?... E como não recordar, para sempre, a Andorinha a parir seis ca-chorros, em pleno palco de Guerra Colo-nial? Por conseguinte, a força de Cães Letrados está precisamente nessa afeição canídea, isto é, na humanidade e na fraternidade partilhadas.Mas há uma excepção que o autor, não inocentemente, reserva aos “Cães univer-sitários”, numa das mais bem conseguidas narrativas do livro. Com efeito, os cães das Faculdades de Letras, Direito, Medicina e Ciências e Tecnologia não são amoráveis nem íntegros… A carga semântica de “canzoada” diz tudo. (“Cão que ladra não morde”. Enquanto ladra…).Esta é uma das facetas mais aliciantes da arte verbal de Cristóvão de Aguiar: a pers-picácia da ironia. Neste autor a ironia não é um dom – é um dado.Numa prosa de afectos, rica de espessura evocativa e profundamente humana, e num registo que varia entre a narrativa, o conto e a crónica memorialista, Cães Letrados é um livro simples, honesto e sentido. Escri-to com os olhos da memória.

Fotógrafo da Casa Brancaé de origem açoriana

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portugueseS e R V i N g t h e P O R t U g U e S e – A M e R i C A N C O M M U N i t i e S S i N C e 1 9 7 9 • e N g L i S h S e C t i O N

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Portuguese Heritage Colletion close to reack endowment status

at San Jose’s Martin Luther King, Jr., Library

The end of a dream becomesanewone

March 1, 2000. It would have been the beginning of my very, very early retirement.The dot-com era was still in full swing. I was working for a well respected multinational health care com-

pany, very far away from the excitement of the Silicon Valley dot-coms.My wife on the other hand had two full years of dot-com experien-ce with her then-employer — this translated into an equivalent of almost two decades, at the speed of how things were happening in the Internet world.Young people were running the Internet world. Just to place things into perspective — my wife’s company held a Christmas party abo-ard a boat in the San Francisco Bay in 1999. Having just reached my third decade, I was the second oldest guest aboard.What excitement! The world had no limits!

Before merging with Whitman-Hart, a systems integrator with thousands of employees in the US, Canada, and Europe, to form marchFIRST, Inc., USWeb had managed to acquire over 40 smaller consultant companies since its creation in 1995.In less than five years, USWeb grew to a $3B company and the world’s largest Internet consulting company.Only thirteen months later, marchFIRST, Inc. declared bankruptcy amidst the dot-com bust.My short dream of all those stock options vesting and enjoying a very, very early retirement were all, but gone.The old, brick-and-mortar businesses laughed at the short-lived dot-coms. But the world would never be the same. The young talent had already changed the world.Eight years later, some of those brick-and-mortar businesses and

financial institutions va-nished faster than the dot-coms and created the dee-pest financial crisis the US has seen since the Great Depression.As the young talent in the mid to late 1990s brought us the web, email, online shopping, chat rooms, and so many other Internet-ba-sed tools we take for gran-ted, it will also be up to the young talent to help us out

of this recession.

New and innovative ideas to get us back on track are always welcome!

marchFIRST

The Portuguese Heritage Collection has been established at the Martin Luther King, Jr. Library at San José State University as its first European collection.To date, over $23,000 have been raised from the Portuguese-American community to cre-ate an endowment trust that will support this collection.Headed by community leaders Bernadine and Lionel Goularte of Fremont, CA, an ad-visory committee was established in 2008 to create the first European heritage collection at this library, the largest all-new library west of the Mississippi and a collaborative venture between the university and the City of San José.The Portuguese Heritage Collection vision is “to become a lifelong learning center on the Portuguese-speaking world.” As approved by the advisory committee at its February 21st meeting, the mission is “To Build a collection of books, media, and other materials on the arts, culture, history, literature, and sciences of the Portuguese-speaking countries and their communities throughout the world.” Furthermore, it wants “To create a dynamic informa-tion resource for San José State University students and faculty, the Portuguese Studies Programs throughout the California State University System, and all users of the Dr. Martin Luther King, Jr. Library.”Several activities are being planned this year related to the Portuguese Heritage Collection. Two exhibits on the Capelinhos Volcano (cour-tesy of the Portuguese Heritage Museum) and the Portuguese Dis-coveries will be on display from May 21 through September 3 0 at the library’s 2nd floor exhibit area.The initial goal for the Portuguese Heritage Collection Endowment is $25,000. Tax-deductible donations may be made to the SJSU Tower Foundation—Portuguese Cultu-ral Heritage Collection, San José State University, One Washington Squre, San José, CA 95192-0257.

It will be up to the young ta-lent to help us out of this re-cession!

Lionel and Bernardine Goulart, major benefactors of the Portuguese Studies Program and the Portuguese Heritage CollectionatSanJoseStateUniversity

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28 1 de Março de 2009ENGLISH SECTION

São Miguelby many considered the most beautiful of the Azores IslandsBy many considered the most beautiful – and doubtlessly the most diversified – is-land of the Azores, it is not surprising that many tourists start their exploration of this amazing archipelago in São Miguel, the principal island of the Azores. There is no visitor who is not impressed with the in-credible myriad of all the different shades of greens exhibited by its extensive prai-ries, forests, tobacco fields and tea planta-tions as well as the abundance of hues this island has to offer… ever so soothing to the eye of the beholder.

Covering an area of approx. 747 sq. km (65 km long and 16 km wide), São Miguel is the largest and, with around 135,000 inha-bitants – representing more than half of the archipelago’s total population – also the most populated island of the Azores. Its epithet being ‘the green island’ because of its extraordinary fertility, São Miguel is indisputably the economical, political and intellectual centre of the archipelago, with its capital Ponta Delgada representing the seat of the presidency of the Autonomous Region of the Azores and boasting the archipelago’s most important trading and fishing port as well as its only universi-ty and one of the three international air-ports.

Of volcanic origin as the whole archipela-go, this mountainous island is characteri-zed by two volcanic massifs separated by a chain of basalt cones reaching heights be-tween 200 and 500 m in the western cen-tre. With 1,105 m the highest peak of the island, the Pico da Vara forms the end of the eastern massif, while the Pico da Cruz with its 850 m above sea level is the highest peak of the western massif. In the centre of the island rises the Serra da Àgua de Pau, a mountain range reaching an altitude of 940 m above sea level. The impressive cra-ters of Sete Cidades, Fogo and Furnas have turned to mysterious mountain lakes with crystal-clear water of striking blue and green colors – representing today some of the main tourist attractions.

Since the 15th century, volcanic erup-tions and earthquakes of major and minor dimensions struck the island on multiple

occasions – the most ter-rible earthquake, which devastated most of the island, was witnessed in 1522 – and there is still living proof of on-going volcanic activity in its interior, such as hot sulphur springs and steaming fumaroles, particularly evident in the valleys of Furnas near the south coast and Ribeira Grande near the north coast. In some pla-ces, the earth is so hot that – as a tourist attrac-tion – a regional dish, called the ‘Cozido’, is cooked for several hours in a bowl in the ground.

São Miguel’s inhabi-tants, who preferably live on the steep south coast, make their living today predomi-nantly from agriculture – the main crops being corn, figs, oranges, pineapples, tea, tobacco and wine – cattle breeding, fishing, commerce and tourism, which is more evi-dent here than on its sister islands.

São Miguel can be reached daily from some main European airports via Lisbon on continental Portugal. There are also we-ekly charter flights from the United States and Canada as well as regular inter-island flights, which are assured by the Azores Airline SATA. During the summer, the AÇORLINE provides a regular ferry ser-vice, linking Santa Maria, Terceira and the other islands of the central group with São Miguel.

The island of São Miguel is incredibly rich with fascinating natural and cultural sights so that we had to make a choice in order to give you a better insight for your first visit. Here are – what we think – the most interesting places, which should not be missed if you really want to get the feel of São Miguel.

Source: www.azores-islands.info

PortugueseTribune.com reaches readers in over 19 countries

Above:PortasdaCidade,PontaDelgada(photobyjosemanuel)Below:FreguesiadaMaia,SaoMiguel(photobyf.martin)

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29ENGLISH SECTION

Ox TalesCalifornia Chronicles

Ferreira Moreno

For the Chinese, the cur-rent year 2009 is the annual lunar Year of the Ox. People born in the

Year of the Ox are considered to be methodical, honest and depen-dable. Included among famous oxen is Barack Obama. Allusions to oxen in the Bible are too numerous for citation. Oxen were used for plowing, for drau-ght and for bests of burden. Oxen were the most precious animals for sacrifice and the most estee-med animals for food. However, it is unlikely that oxen were eaten except by the extremely wealthy and on great festivals. Possession of herds of oxen meant great we-alth. (John McKenzie, Dictionary of the Bible). Because of their great strength, oxen were usually employed as beasts of burden in Europe, al-though their manner was so slow and plodding as to make the ani-mal a synonym of dullness. Hard work performed slowly but cons-cientously is the usual interpreta-tion of the symbolic ox. (Barbara Walker, Symbols & Sacred Ob-jects). In the Talmud, Adam’s first sacri-fice was an ox with hut one horn on its brow. In ancient Greece, the ox was also a frequent sacrifi-ce. Most pleasing to the gods was an offering of one hundred oxen, a hecatomb.

In folktales we find numerous etiological stories explainIng why the ox is a draft animal, why he has no hair on his lips, and how he got his horns. There is the helpful ox motif, the oracular ox and the magic ox. There is the man transformed into an ox, the ox himself taking the shape of another animal, and the devil as an ox. A giant ox occurs in European as well as in American folktales. In Italy, great ox horns protect from the evil eye. One of Aesop’s fables recites the sad end of the frog who wished to be as big as an ox. A pious legend says that Jesus was born in the oxen’s stall, that the ox with other animals knelt in adoration, and still kneels at midnight on Christmas Eve. It is also believed that the ox’s breath is quite beneficial, since it was the ox’s breath that warmed the Baby Jesus on the manger at Be-thlehem. Almost invariably, the ox and the donkey appear in paintings, as well as in the traditional Na-tivity scenes. Allegedly, the ox and the donkey are so depicted on the basis of the passage from the first chapter of the Book of Isaiah, which reads: “The ox kno-ws its owner, and the donkey its master’s crib.” In the writings of the early Chris-

tian Fathers, the ox is accepted as a symbol of Christ, the true sacri-fice. The symbol is similarly used to represent all who patiently bear their yoke in silence for the good of others. The winged ox is the attribute of St. Luke, because his Gospel opens with the sacrifice of Zechariah in the Temple, and, in the latter part, emphasizes the sacrificial death of the Savior. We are told that St. Thomas Aquinas (1225-7l) was nickna-med “the dumb ox” by his com-panions, because his manner was so heavy and apparently dull. His tutor, however, was more percep-tive, and declared: “You may call him a dumb ox, but he will give such a bellow in learning as will astonish the world.” I recall that in the Azores Islands, in ages past, there was a supersti-tious belief that both the heart and the liver of a black ox were highly recommended for witchcraft practices. However, the most po-sitive aspect associated with the ox in the Azores is certainly its usefulness in local farming. His-torically speaking, soon after the discovery of the Azorean islands, oxen were among the first domes-tic animals brought over and left to multiply there, before the arri-val of the early settlers. In closing, a few proverbs: Take an ox by his horn, a man by his word. After an ox is lost, one re-

pairs its stable. The cart does not go ahead of the oxen. An ox and a donkey do not yoke well to the same plough. Old oxen have stiff horns, tread hard and find shelter for themselves. He who does not have oxen, works with cows. You may for-ce an ox to the water, but you cannot make him drink. The ox comes to the yoke at the call of his feeder. The fierce ox be-comes tame on strange ground. The ox is never weary of carrying his horns. From one ox you cannot skin two hides. It is not the big oxen that do the best day’s work. One blind ox leads a thousand oxen astray.

Keep away from an ox in front of you, a donkey on the back of you, and the devil from either side.

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30 1 de Março de 2009ENGLISH SECTION

The Portuguese Tribune recommends “férias CÁ dentro”

O Grupo Folclórico Tem-pos de Outrora festeja o seu 15o aniversário no dia 14 de Março com o seguin-te programa:Jantar a realizar no I.E.S Hall de São José com ini-cio pelas 7:00 da tarde que consta de: jantar regional de Sôpa, Carne cozida,

Alcatra terceirense, vinho tinto e sobremesa.Após o jantar, haverá exibição e convivio com o grupo aniver-sariante.Adultos: $20.00. Crianças até aos 12 anos: $ 10.00. O Grupo agradece todo o apoio e informa que para reservas de bilhe-tes devem contactar qualquer elemento do Grupo ou Manuel Mendes pelo telefone: 408.929.1744 ou Dimas Ávila pelo telefone: 408.296.5089.

Aniversário do grupo Folclórico tempos de Outrora

As it is difficult for a family this year to go to great expenses on vacation, we recommed local va-cation spots - all within driving distances of the Bay area and Cen-tral Valley. And it helps the local economy.Enjoy! Boas férias CÁ dentro!

Photos by Miguel Avila

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31COMUNIDADE

Tertulia de Antonio Nunes, Merced

A California está a ficar cada vez mais rica em termos taurinos. Já não bastava o orgulho que temos nas nossas 13 ganadarias, nas nossas coudelarias, nos nossos pastores, nos nossos forcados, na malta nova da Touradas à corda, no Cantinho do Dimas (que tem a maior colecção de fotografias das Touradas e Corridas da Terceira desde 1850 até a 1974), na colecção de fotografias e outra memorabilia da California de Joaquim Avila, e tantos outros, para agora nos orgulharmos mais uma vez com uma nova Tertulia que tem sede em Merced no rancho do aficionado e ganadero Antonio Nunes. Esta tertúlia tem uma caracte-rística especial - possívelmente contém a maior colecção do mundo de chocalhos - 900 e sempre a crescer. Antonio Nunes também trouxe da Terceira muitos artefactos agropecu-ários que eram do seu pai e que também embelezam a sua tertúlia.Esta dedicação à causa taurina, à festa brava, só demonstra que as nos-sas raízes açorianas são bem o fruto de uma vontade forte e profunda que nos tem acompanhado pela vida fora. O que é que leva homens e mulheres, longe da casa-mãe, a reconstrui-rem as melhores recordações da sua vida? Quando passar por Merced faça uma visita à tertulia dos Chocalhos. Alguns são mesmo lindos!

Antonio Nunes falando com Manuel Aguiar da Televisão de Artesia, que já-transmitiu esta entrevista na RTP Açores.Embaixo: José Couto falando das Sanjoaninas 2009.

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32 1 de Março de 2009ÚLTIMA PÁGINA