marcadores tumorais

56
Marcadores Tumorais Oncogénese O aparecimento de “cancro” é regulado pela acção contraditória de: Oncogenes, que são genes que promovem o cresci- mento celular, por activação ou alteração da sua expressão Anti-oncogenes ou genes supressores de tumor, que se envolvem na identificação e reparação do ADN alterado

Upload: api-26429188

Post on 07-Jun-2015

7.428 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Oncogénese

O aparecimento de “cancro” é regulado pela acção contraditória de:

• Oncogenes, que são genes que promovem o cresci-mento celular, por activação ou alteração da sua expressão

• Anti-oncogenes ou genes supressores de tumor, que se envolvem na identificação e reparação do ADN alterado

Page 2: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Proto-oncogenes

As células normais possuem genes designados de proto-oncogenes que podem ser transformados em onco-genes quando são alvo de mecanismos de activação como sejam:

• Integração de elementos virais nos genes celulares• Mutações pontuais em determinadas zonas do ADN• Translocações cromossómicas• Amplificação do ADN• Outros mecanismos

Page 3: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Anti-oncogenes

Na divisão celular muito rápida ocorrem multiplicações a nível do ADN que podem deixar defeitos que, não sendo reparados, se vão perpetuar

Os anti-oncogenes, como por exemplo o p53, fazendo parar a célula em determinada fase da sua divisão permitem que mecanismos reparadores do ADN possam actuar corrigindo as alterações cromossó-micas, para que a célula se desenvolva sem qualquer defeito

Page 4: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Anti-oncogenes

O gene supressor nm23, parece ser responsável pela capacidade invasiva e/ou metastática que alguns tumores apresentam quando, por deleção ou expressão reduzida, a sua acção não se exerce convenientemente

Page 5: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

História

A proteína de Bence-Jones é considerada como sendo o 1º marcador tumoral (MT)

De 1928 a 1963 foi-se percebendo que diversas hormonas, enzimas, isoenzimas e proteínas eram MT

O seu uso para monitorização de “cancro” só se inicia com a descoberta de AFP, em 1963 e de CEA, em 1965

O aparecimento de Acs monoclonais e de técnicas de imu-noensaio, permitiram a descoberta de muitos MT que incluem também Ags oncofetais e de grupos sanguí-neos, carbohidratos, receptores e genes

Page 6: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Definição

Marcador tumoral (MT) é toda a substância ou conjunto de substâncias produzidas ou induzidas pelas células malignas como sinal da existência de uma neoplasia

Podem encontrar-se no interior ou à superfície da célula tumoral, surgindo também no soro, urina e outros líquidos biológicos

Utilizam-se, na prática clínica, para:

» Ajudar a um diagnóstico» Indicar o prognóstico» Monitorizar a terapêutica » Detectar recorrências / recidivas

Page 7: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Classificação

Podem ser:

• Enzimas• Hormonas• Proteínas séricas• Produtos de degradação proteica• Produtos de metabolismo celular• Antigénios• Genes

Page 8: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

O marcador tumoral ideal deveria:

– Ter elevada especificidade– Ter elevada sensibilidade– Ser útil para triagem e diagnóstico precoce– Ser produzido apenas pelo tumor– Ser detectado apenas em presença de cancro– Correlacionar-se bem com o estadio da massa

tumoral e com o prognóstico– Ser específico de determinado órgão

Page 9: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Futuro

Chips de ADN, que determinam as diferentes expressões do mARN, começam a usar-se para despistar diferen-ças genéticas entre células normais e tumorais e até entre diferentes tumores

Técnicas de biologia molecular, que usam sondas de ácido nucleico e Acs monoclonais têm vindo a ser desenvol-vidas e já se pode usar ras oncogene, c-erb B-2 e p53, como marcadores tumorais

Page 10: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

A Sociedade Internacional para o Onco-desenvolvimentoBioMédico define critérios de interpretação das alterações dos valores dos MT

1. Sem qualquer terapêutica, considera-se haver recorrên-cia se houver um crescimento linear em três análises consecutivas

Os intervalos que podem ser de 3 meses, serão determinados clinicamente e após um primeiro aumento podem ser reduzidos para 2 ou 4 semanas

Page 11: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

2. Com terapêutica iniciada, a progressão da doençadefine-se pelo aumento do nível do MT em pelo menos 25%

Também aqui o intervalo de avaliação será determinado pelo tipo de tumor e pela clínica

Page 12: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

3a. Uma diminuição de pelo menos 50% no nível do MT, é indicador de remissão parcial

3b. Uma remissão completa não pode ser afirmada apenas pelos níveis de MT, e se os seus valores persistirem elevados, a decisão clínica de declarar uma remissão total baseada em métodos convenc-ionais, será sempre incorrecta a menos que se en-contre explicação para os níveis elevados do MT

Page 13: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasALP

Aumentos em:– Lesões hepáticas ocupando espaço

Metástases de diversos tumores

– Infiltrados hepáticosLeucémias, sarcomas, linfomas

– Presença de:

Isoenzima Kasahara, no tumor primitivo do fígadoIsoenzima Regan, em carcinomas do ovárioIsoenzima Nagao, nos seminomas do testículo

Page 14: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasCK

Como MT, interessam os aumentos de CK1:

Neos da próstatapulmão (pequenas células ) mamaovário cólon

Page 15: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Enzimas LD

Encontra-se aumentada numa grande variedade de situações:

Linfomas não-Hodgkin e leucémias agudasCarcinomas da mama, cólon, estômago e pulmãoSeminomas, neuroblastomas

Os seus níveis mostram uma boa correlação com a massa tumoral de tumores sólidos

A isoenzima LD-5 no LCR pode ser uma indicação precoce de metástases a nível do SNC

Page 16: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasNSE (Enolase Neuro-Específica)

Valor de referência < 15 mg/L

A enolase é uma enzima glicolítica e a NSE é a forma de enolase que se encontra no tecido neuronal e nas cé-lulas do sistema neuroendócrino

É marcador de 1ª escolha para o carcinoma brônquico de pequenas células (SCLC), mas também se encontra em neuroblastoma, feocromocitoma, carcinóide, melanoma e carcinoma medular da tiróide

Para o SCLC, NSE apresenta um sensibilidade de 80%, uma especificidade de 80-90% e uma correlação aceitável com o estadio da doença e a resposta à quimioterapia

Page 17: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasFosfatase ácida (ACP)

A ACP hidrolisa, de forma inespecífica, os ésteres de fosfato a pH ácido

As maiores concentrações de actividade de ACP ocorrem:. Fígado, baço e leite. Medula óssea, eritrócitos e plaquetas. Próstata

No homem, metade da ACP sérica é prostática e a restante é proveniente do fígado e da desintegração das plaquetas e dos GVs

Fisiologicamente há:– Valores mais elevados durante o crescimento– Aumentos discretos com a idade– Um ritmo circadiano, com valores mais elevados entre as 09.00 e

as 15.00 h do dia

Page 18: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Aumentos no soro:ACP não prostática:

Doença de PagetHiperparatiroidismo com envolvimento do esqueletoMetastização óssea ( carcinoma da mama)Doenças de Gaucher e Niemann-PickLeucémia mielocíticaTricoleucémia

ACP prostática (PAP): Carcinoma da próstataEnfarto prostáticoRotura de quisto prostáticoHipertrofia benigna da próstataProstatiteApós manipulaçãoprostática:(massagem,biópsia,cirurgia,cistoscopia)

Clinicamente deu lugar ao PSA

Page 19: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasPSA (Antigénio específico da próstata)

É uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais dos ácinos e ductos da glândula prostática e secretado, por exocitose, no líquido seminal

Funcionalmente é uma serina protease da família das calicreínas e actua clivando uma proteína específica das vesículas seminais com o que contribui para o processo de liquefação do esperma

Em circulação encontra-se sob 2 formas:

• Complexada com inibidores de proteases – α1-antiquimotripsina (PSA-ACT) (>)– α2-macroglobulina (PSA-A2M)*

• Livre (<)

Page 20: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasPSANo homem, o cancro da próstata é a 2ª causa de morte

depois do cancro do pulmão

PSA é extremamente útil como MT de cancro da próstata, para diagnóstico, prognóstico, detecção de recidiva e monitorização de tratamento

Como é específico de tecido prostático, mas não de cancro da próstata, eleva-se em situações benignas (HBP, prostatite) e após manipulação

Devido a uma semi-vida relativamente longa, podem ser necessárias 2 a 3 semanas para retornar a valores basais

Para um valor cutoff de 4,0 μg/L, a sensibilidade do PSA é de 78%

Page 21: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasPSAAjuste dos valores de referência em função da idade:

– 0 a 2,5 μg/L para homens dos 40 aos 49 anos– 0 a 3,5 μg/L 50 aos 59 anos– 0 a 4,5 μg/L 60 aos 69 anos– 0 a 6.5 μg/L 70 aos 79 anos

Para valores entre 4,0 e 10,00 μg/L deve determinar-se FPSA e estabelecer a razão FPSA/TPSA

Valores de PSA < 20,00 μg/L raramente se acompanham de metástases ósseas

Valores de PSA > 50,00 μg/L regularmente indicam que o tumor tem extensão extracapsular

Page 22: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimasPSAEm homens acima dos 50-55 anos, as determinações de

PSA devem ser complementadas com toque rectal (TR), ecografia transrectal e cálculo da razão TPSA/Volume (densidade de PSA)

Se:

↑ TPSA e TR positivos, fazer biópsia prostática

↑ TPSA, PSAD > 0.15 e TR normal, fazer biópsia prostática

TPSA normal, PSAD < 0.15 e TR normal, fazer controlo anual

Se 1 mês após uma prostatectomia houver persistência de níveis detectáveis de PSA, isso indica manutenção de tumor residual

Page 23: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

EnzimashK2 (Calicreína glandular humana tipo 2)É um novo MT, em tudo idêntico ao PSA

Tem a capacidade de converter a forma proenzimática doPSA (pro-PSA) na sua forma enzimaticamente activa

Em caso de cancro da próstata:• ↑ hK2• ↑ PSA-ACT• ↑ hK2 / FPSA• ↓ FPSA• ↓ FPSA / PSA-ACT• ↓ PSA-A2M / TPSA• ↑ Isoformas do FPSA, em que a PSA-B se relaciona

melhor com HBP

Page 24: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Hormonas

Em situações de cancro, o aumento de hormonas podeocorrer por duas razões diferentes:

• Ou é o tecido endócrino, que normalmente produz a hormona, que o faz em excesso

• Ou a hormona é produzida num local distante e por um tecido não endócrino. Neste caso fala-se de sin-droma ectópico

Page 25: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonasACTH (H. Adrenocorticotrópica)

É normalmente produzida na hipófise anterior

Valores > 200 ng/L sugerem produção ectópica comoacontece com o tumor de pequenas células do pulmão

Também aumenta em casos de neoplasias gástricas,pancreáticas, do cólon e da mama

São conhecidos aumentos em situações benignas deDPOC, HTA, obesidade, DM e stress

Utilidade discutível na monitorização terapêutica

Page 26: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonasCalcitoninaValores de referência (dependentes do método):

Mulheres < 17 µg/L (ng/ml)Homens < 27 µg/L (ng/ml)

É segregada pelas células parafoliculares (células C) da tiróide como resposta aos aumentos séricos de cálcio, inibindo a sua libertação óssea

O seu aumento está normalmente associado ao carcinomamedular da tiróide, que é de carácter familiar e autos-sómico dominante

Útil na monitorização do tratamento, despiste de recor-rências sendo correlacionável com o volume tumoral e metastização

Page 27: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonasCalcitonina

Aumentos esperados em: Tumor carcinóideCancros do pulmão, mama, fígado e rim

E em situações não malignas de:Doença pulmonarPancreatiteHiperparatiroidismoAnemia perniciosa Gravidez

Page 28: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonasTiroglobulina

Valor de referência <27 µg/L (ng/ml)(dependente do método)

É uma glicoproteína sintetizada pelo retículo endoplásmico rugoso das células foliculares da tiróide e regulada pela TSH

A sua utilização é de valor na monitorização pós cirúrgica, porque depois da tiroidectomia os valores devem ser indetectáveis

Tem por limitação as cerca de 15% de pessoas que pos-suem Acs anti-tiroglobulina

Aumenta no último trimestre da gravidez e em doenças benignas da tiróide

Page 29: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonashCG (Gonadotrofina coriónica humana)

É uma glicoproteína segregada pelas células sinciotro-foblásticas da placenta normal e constituída por 2sub-unidades polipeptídicas, α e β

– A sub-unidade α é comum à LH, FSH e TSH– A sub-unidade β é-lhe específica

Útil como MT de tumores trofoblásticos gestacionais (mola hidatiforme e coriocarcinoma) e de alguns testicula-res, que não seminomas, em associação com AFP, dando informações sobre a resposta ao tratamento, persistência de doença residual, volume tumoral e prognóstico

Page 30: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

HormonashCG

O valor de referência para homem e mulher não grávida é inferior à sensibilidade do método:

< 2 UI/L (mU/ml)

Suspeitar se o valor encontrado for superior ao esperado para o tempo de gestação ou se persistir ou aumentar para além do parto ou aborto

Valores > 400.00 UI/L apontam para insucesso terapêutico

Presença no LCR indica metástases a nível do SNC

Page 31: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Proteínas

Incluem-se neste grupo as proteínas que não são enzimas,nem hormonas e que não têm elevado conteúdo de CH

• β2 microglobulina – Mieloma múltiplo, Macroglobu-linémia de Waldenstrom, LLC e Linfoma a células B

• Péptido C - Insulinoma

• Ferritina – Carcinomas do fígado, pulmão e mama Leucémia

• Imunoglobulina – 95% dos Mieloma múltiplos cursam com uma paraproteinémia monoclonal e associam-se a proteinúria de Bence-Jones (cadeia leve de IgG monoclonal na urina)

5% de adultos com mais de 75 anos apresentam banda monclonal não maligna e sem Bence-Jones

Page 32: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénios Oncofetais

São proteínas que sendo largamente produzidas durante avida fetal reaparecem em circulação em indivíduos comcancro devido à reactivação de genes como resultado datransformação maligna das células

Os mais importantes são:

AFP (Alfa-fetoproteína)CEA (Antigénio carcinoembrionário)

Page 33: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénios OncofetaisAFP

É uma glicoproteína com uma composição muito idêntica à da albumina

Valor de referência < 10 µg/L (ng/ml)

Valores de 10 a 20 µg/L podem indicar doença em início, mas também se encontram em cirrose e hepatites

Valores de 100 µg/L parecem ser um nível de diferencia-ção entre tumor primitivo e doença benigna

Valor > 200 µg/L aponta para carcinoma hepatocelular

Aumenta:No 1º trimestre da gravidez com um pico de 300 µg/LSituações de tirosinémia hereditária

Page 34: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénios OncofetaisAFP

É usado na China e no Alasca como MT de rastreio de carcinoma hepatocelular

É de utilizar em portadores crónicos de HVB e HVC pelo risco elevado de poderem desenvolver hepatocar-cinoma

Também dá indicações na hipótese de tumores testiculares que não seminomas

Dá informações sobre a resposta ao tratamento, persis-tência de doença residual, volume tumoral e pro-gnóstico

Page 35: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénios OncofetaisCEA

É uma glicoproteína presente na membrana citoplasmática de muitas células glandulares

Valores de referência em adulto saudável:

Não fumador < 5 µg/L (ng/ml)Fumador < 8 a 10 µg/L (ng/ml)

É um MT de largo espectro que aumenta na maioria das neoplasia epiteliais:

pulmão, útero e mama (40%)estômago e pâncreas (50%) e ovário (25%)

Aumenta em processos benignos de polipose intestinal, colite ulcerosa, D. de Crohn, hepatopatias crónicas e enfisema pulmonar

Page 36: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénios OncofetaisCEA

Útil como MT de carcinoma colorectal (70%), especial-mente na monitorização e prognóstico

Tem boa correlação com o desenvolvimento tumoral (Classificações de Dukes ou TNM)

Eleva-se em 80-90% das disseminações metastáticas, com um avanço de 5 meses sobre as manifestações clínicas

Dadas as suas características de molécula de adesão celular é capaz de facilitar a invasão e a metastização

Laparotomias exploradoras põem em evidência as recidivas (90%)

Page 37: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosOs carbohidratos relacionados com tumores, tanto podem

ser antigénios de superfície das células tumorais comosegregados por estas

O desenvolvimento de Acs monoclonais contra elestrouxeram novos MT mais específicos do que aquelesque são naturalmente segregados, como as enzimas e as hormonas

Abreviam-se de CA para significar AG carbohidratadoSão de 2 tipos:

– Tipo antigénio antiglicoproteína das mucinas (CA125, CA15.3, CA549, CA27.29 e MCA)

– Tipo antigénio de grupo sanguíneo (CA 19.9, CA19.5, CA 72.4, CA 50 e CA 242)

Page 38: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 125

Valor de referência < 35 kU/L (ng/ml)

Está associado às neoplasias epiteliais pelo que é um bommarcador de carcinomas do endométrio e ovário (mais serosos que mucosos), com boa indicação prognóstica, pelos valores que apresente tanto antes como após cirurgia e como resposta à terapêutica instituída

Perante uma massa do ovário, dá ajuda sobre o tipo deintervenção cirúrgica a executar

Anuncia com cerca de 3 a 4 meses de antecedência oaparecimento de recorrências

Aumenta em situações de endometriose, insuficiência renal, tuberculose e nas que envolvam o mesotélio

Page 39: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 15.3

Valor de referência < 30 kU/L (ng/ml)

Não deve ser usado como MT para diagnóstico de cancro da mama (só 23% de positivos)

Útil na monitorização da terapia e despiste de metastiza-ção em que uma variação de pelo menos 25% já é significativa

Aumenta noutras situações malignas que afectem o pâncreas (80%), pulmão (71%), ovário (64%), cólon (63%) e fígado (28%)

O mesmo para situações benignas do fígado (42%) e da mama (16%)

Page 40: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 549

Valor de referência < 13 kU/L (ng/ml)

Não deve ser usado como MT para diagnóstico de cancro da mama

Útil na monitorização da terapia e despiste de metasti-zação, embora possa nunca chegar a descer por completo após a cirurgia

Também aumenta nas metastizações de carcinomas doovário (50%), próstata (40%) e pulmão (33%)

Observam-se pequenos aumentos na gravidez e doençabenigna da mama

Page 41: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 27.29Útil para a detecção de carcinoma da mama recorrente,

mesmo com quimioterapia em curso

Dois teste consecutivos com valores > 37.7 kU/L sãoconsiderados positivos, visto que tem:

– Sensibilidade de 57.7%– Especificidade de 97.9 %– Valor preditivo positivo de 83.3 %– Valor preditivo negativo de 92,6 %

Em termos de despistar o aparecimento de metástases, o CA 27.29 e o CA 15.3 são clinicamente idênticos

Page 42: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosMCA (Mucinous carcinoma associated antigen)

Valor de referência < 11 kU/L (ng/ml)

Melhor marcador para neoplasias de tipo mucoso, embora só apresente 30% de positivos em estadios loco-regionais

83% de positivos em disseminação metastática

Valores elevados em situações benignas, como o fibroa-denoma

Page 43: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 19.9

Foi identificado como um derivado siálico do grupo sanguí-neo Lewis a

Valor de referência < 37 kU/L (ng/ml)

Não se expressa nos indivíduos Lewis a¯b¯ (cerca de 5%)

Aumenta nos tumores digestivos dos ductos pancreáticose biliares e dos epitélios gástrico, cólico, endometrial e salivar

Útil para a monitorização dos carcinomas colorectal epancreático, mas pouco usado para o despiste precoce

Correlaciona-se bem com o estadiamento do tumor e ante-cede de 1 a 7 meses a metastização

Page 44: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 50

É um antigénio tumoral estruturalmente semelhante ao CA19.9

Valor de referência < 37 kU/L (ng/ml)

Em tudo idêntico ao CA 19.9 no que respeita à especifi-cidade e sensibilidade

Page 45: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores carbohidratadosCA 72.4

É uma glucoproteína mucínica de elevado PM

Valor de referência < 6 kU/L (ng/ml)

É um bom MT para carcinoma gástrico, sendo superior ao CEA e CA19.9 com que se pode complementar

Também se observam aumentos nos carcinomas colo-rectal, do pulmão e do ovário

Apresenta pequenos aumentos em doenças hepáticas e renais crónicas

Page 46: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Cyfra 21.1

Valor de referência < 3.3 ng/ml

É um Ag tumoral identificado como componente da citoqueratina 19

Tal como o CEA é um marcador de largo espectro para carcinomas epiteliais, sendo marcador de eleição para carcinoma do pulmão, particularmente sensível para o de pequenas células

Apresenta valores falsos positivos em:Doenças hepáticas (cirrose, hepatite)Insuficiência renalProcessos pulmonares (infecciosos)

Page 47: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Antigénio SCC

É um Ag que se associa aos carcinomas escamosos

Valor de referência < 2.75 ng/ml

É MT para neoplasias epidermóides do pulmão, laringe, ânus e especialmente do cérvix relacionando-se com o estadiamento da lesão

Útil na detecção precoce de recidivas e monitorização terapêutica

Apresenta aumentos em:Psoríase, pênfigo, eczemas Pneumopatias e insuficiência renal

Page 48: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores genéticosOncogenes

Mutações do gene ras e translocações do gene c-myc têm-se encontrado em leucémias, linfomas, neuroblastomas e carcinoma pulmonar de pequenas células

Também o oncogene bcl-2, que tem por função inibir a apoptose, tem elevada expressão em linfomas, mielo-mas e LMC

Page 49: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores genéticosOncoproteína

O oncogene C-erb B-2, localizado no cromossoma 17 codifica uma proteína de membrana plasmática que apresenta uma grande analogia com o receptor de crescimento epidérmico

Em 30-35% dos carcinomas mamários e do ovário detecta-se amplificação e sobre-expressão deste oncogéne

No sangue é possível detectar parte dessa oncoproteína induzida pelo oncogéne

Valor de referência < 15 U/ml

Page 50: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Marcadores genéticosGenes supressores

O gene supressor RB (retinoblastoma) foi o primeiro a ser descoberto. A detecção de mutações em RB é útil para determinar a susceptibilidade individual para desenvolver a doença, nos casos da forma familiar

A possibilidade de detectar mutações no gene BRCA, trouxe novos problemas de atitude quando se sabe que uma mutação de BRCA1,implica que o seu por-tador tem 85% de risco para desenvolver cancro da mama e 45% de ter cancro do ovário, durante um tempo de vida espectável de 85 anos

Page 51: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Page 52: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Carcinoma da mama

• Marcadores tumorais de 1ª escolha – CA 15.3- MCA

• Marcador tumoral complementar – CEA

- Nenhum dos 3 é útil no despiste da doença

- CEA reflecte melhor a invasão axilar pelo que é um factor de prognóstico insubstituível

- CA 15.3 e MCA reflectem melhor o tamanho do tumor e a disseminação metastática

- Na monitorização pós-operatória e na detecção precoce de recidivas e metástases utilizar sempre o CEA e um dos outros (MCA ou CA 15.3)

Page 53: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Carcinoma colorectal

• Marcador tumoral de 1ª escolha – CEA

- pouco útil no despiste precoce- muito útil na monitorização

> terapêutica cirúrgica< quimioterapia

- muito útil no prognóstico

• Marcador tumoral complementar – CA 19.9

- pouco útil no despiste precoce- menos útil na monitorização do que o CEA

Page 54: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Carcinoma hepatocelular

• Marcador tumoral de 1ª escolha – AFP

– útil como teste de despiste em todos os doentes de risco

– útil no diagnóstico, podendo associar-se-lhe:

• CEA metástases hepáticas• CA 19.9 colangiocarcinomas

- útil na monitorização

Page 55: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Cancro do pulmão

1 . Tumor de pequenas células

• Marcadores tumorais de 1ª escolha – CEA + NSE• Marcador tumoral complementar – Calcitonina

- no caso de produção ectópica de hormona

2. Adenocarcinoma

• Marcador tumoral de 1ª escolha – CEA

3. Carcinoma de células escamosas

• Marcador tumoral de 1ª escolha - SCC

Page 56: Marcadores Tumorais

Marcadores Tumorais

Sindromas paraneoplásicos

MT Exº Neoplasia S. Paraneoplásico

ACTH Carc. Broncogénico S. CushingADH “ “ HiponatrémiaTSH “ “, mama HipertiroidismoInsulina Hepatoma HipoglicémiaPRL T. renal GalactorreiaGH Carcinóide do pulmão AcromegáliaRenina Carc. Broncogénico HTA