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  • 7/30/2019 Mapeamento Pimhui Mg Brasil Unicamp

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    Universidade Estadual de Campinas

    Instituto de Geocincias

    Departamento de GEOLOGIA E RECURSOS NATURAIS

    Relatrio de Geologia de Campo II:

    Regio de Piumh e Santo Hilrio, MG

    Coordenador da Disciplina

    Ticiano Jos Saraiva dos Santos

    Grupo VI

    Deborah Horta Arduin

    Juliana Sampaio da Costa

    Pedro Ivo Casagrande

    Rodrigo Csar Teixeira de Gouva

    Campinas, 2012

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    ndice

    1. INTRODUO1.1. Localizao----------------------------------------------------------------------------------31.2. Metodologia --------------------------------------------------------------------------------41.3. Objetivos ------------------------------------------------------------------------------------4

    2. GEOLOGIA REGIONAL---------------------------------------------------------------------------52.1. Arcabouo Geotectnico e Estrutural -------------------------------------------------52.2. Grupamento e Unidades Litoestratigrficas----------------------------------------10

    2.2.1. Grupo Ribeiro Araras -------------------------------------------------------------11

    2.2.2. Grupo Pacincia----------------------------------------------------------------------13

    2.2.3. Grupo Lavaps -----------------------------------------------------------------------15

    2.2.4. Grupos Arax e Canastra ----------------------------------------------------------17

    2.2.5. Grupo Bambu ------------------------------------------------------------------------17

    2.2.6. Referncias Bibliogrficas -----------------------------------------------------------18

    3. GEOLOGIA ESTRUTURAL ------------------------------------------------------------------------193.1. Metodologia-----------------------------------------------------------------------------------193.2. Estruturas Primrias-----------------------------------------------------------------------203.3. Foliaes ---------------------------------------------------------------------------------------213.4. Lineaes --------------------------------------------------------------------------------------24

    3.4.1. Lineaes de estiramento (Lx)------------------------------------------------------253.4.2. Lineaes de Crenulao (Lb e Lb+1)---------------------------------------------25

    3.5. Cinemtica ------------------------------------------------------------------------------------253.6. Domnio Rptil -------------------------------------------------------------------------------273.7. Concluses -------------------------------------------------------------------------------------28

    4. GEOLOGIA LOCAL -----------------------------------------------------------------------------------314.1. Sequncia Metaultramfica ----------------------------------------------------------------314.2. Sequncia Ultramfica Greenstone -------------------------------------------------------394.3. Unidade Quartztica e Metaconglomertica---------------------------------------------414.4. Sequncia Metassedimentar da Serra da Pimenta -------------------------------------434.5. Sequncia Metassedimentar ----------------------------------------------------------------454.6. Domnio do Granitide-----------------------------------------------------------------------48

    5. CAPTULO ESPECFICO: Sequncia de cromititos podiformes no Greenstone Belt de Pinhu5.1. Introduo --------------------------------------------------------------------------------------515.2. Depsitos minerais associados s rochas mficas e ultramficas --------------------55

    5.3. Depsitos de cromita estratiforme -------------------------------------------------------57

    5.4. Depsitos de cromita podiforme ---------------------------------------------------------59

    5.5. Concluses ---------------------------------------------------------------------------------- 60

    6. CONCLUSO ------------------------------------------------------------------------------------------------------61

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    1. Introduo

    A regio de Piumh (MG) est situada em uma rea geologicamente complexa.

    As divergncias bibliogrficas entre os autores so sempre presentes na pesquisas j

    realizadas. Isso porque ela demarcada por um ciclo tectnico, que modificou toda a

    estruturao da geologia deste local, deformando as rochas ali consolidadas. Ela

    tambm o bero de rochas bastante raras, com estruturas diferenciadas, e de

    mineralizaes ocorridas do Arqueano ao Proterozico, dando a essas rochas um

    potencial metalogentico. Alm disso, podemos encontrar deformaes arqueanas, as

    quais geram uma discusso sobre a existncia de tectnica neste on.

    1.1. Localizao

    O campo foi realizado em fevereiro de 2012, do dia 07 ao dia 15, e teve como

    objetivo fazer o levantamento geolgico da regio. O acesso se deu atravs das

    rodovias MG-341 e MG-050, as quais cortam o estado de Minas Gerais a partir da

    divisa com So Paulo.

    Figura 1.1: Localizao de Piumh no estado de Minas Gerais. (FONTE:

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    1.2. Metodologia

    A etapa de campo foi realizada com base no levantamento bibliogrfico feito

    anteriormente. Nela, pudemos analisar as litologias de Piumh no mbito da petrografia,

    geologia estrutural, metamrfica e tectnica. As medidas estruturais e as descries

    obtidas em campo corroboradas com a posterior descrio de lminas e estudo

    petrogentico permitiram a elaborao de um mapa final onde esto destacadas as

    principais litologias, falhas, atitudes de camada e contatos inferidos.

    Por fim, foi elaborado o presente relatrio a fim de explanar os mtodos e a linha

    de raciocnio seguida pelo grupo para obter o mapa, a diviso das litologias e as

    concluses sobre a rea em questo. A bibliografia geral no apresenta material

    conclusivo em relao a inmeros aspectos da rea estudada e, portanto, impossibilita

    uma correlao final entre os argumentos do grupo e os autores estudados.

    1.3. Objetivos

    A regio sudoeste de Minas Gerais, especificamente o Greenstone Belt de

    Piumh, j foi trabalho de pesquisa e mapeamento diversas vezes, devido a sua

    importncia econmica, mas tambm, e principalmente devida a sua riqueza e

    complexidade geolgica. Dentro desse contexto, se mostra bastante interessante a

    insero do cotidiano e da sistemtica de mapeamento geolgico aos alunos do

    mapeamento da disciplina Campo II.

    O intuito maior foi de desenvolver as capacidades e habilidades de mapeamento e

    descrio litolgicas e como conseqncia a construo do pensamento geolgico,

    estrutural, metamrfico, tectnico, petrogrfico, dentre muitos outros. Habilidadesessenciais no cotidiano de um gelogo competente.

    O posterior trabalhamento desses dados, a interpretao e a criao de um modelo

    de evoluo crustal, so de suma importncia na construo desse pensamento, que no

    se restringe ao campo. Usando para tal no to somente a ferramentas apreendidas

    durante todo o curso de graduao, como tambm consultando a comunidade cientfica

    e seus resultados predecessores.

    Em suma, colocado em prtica toda a bagagem acadmica, scio-cultural e doraciocnio geolgico, acumuladas durante a vida do estudante de geologia.

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    2. Geologia Regional

    2.1. Arcabouo Geotectnico e Estrutural

    A regio de Piumh, cidade situada no sudoeste de Minas Gerais, est inserida na

    Provncia Tectnica do Tocantins (Almeida, 1981). Esta provncia limitada a sudoeste

    pelo Crton So Francisco e a oeste pelo Crton Amaznico; no limite norte coberta

    por depsitos Fanerozicos da Bacia do Parnaba e, ao sul, pela Bacia do Paran.

    A Provncia Tocantins tem sua estruturao relacionada orognese

    neoproterozica, onde constitui o sistema Brasiliano/Pan-Africano e se caracteriza por

    uma dupla vergncia estrutural. Tem direo N-S com, aproximadamente, 2000 km de

    comprimento e cerca de 800 km de largura. dividida em regies com feies

    estruturais e litoestratigrficas distintas, as quais correspondem s faixas de

    dobramentos neoproterozicas: Faixa Paraguai, Araguaia e Braslia, Arco Magmtico

    de Gois e Macio Central Gois. A Faixa Braslia bordeja o Crton So Francisco e as

    faixas Paraguaia e Araguaia , por sua vez, localizam-se margem do Crton Amaznico

    (VALERIANO et al., 2004).

    A Faixa Braslia apresenta dois ramos de orientaes distintas: a Faixa Braslia

    Setentrional, de orientao NE e a Faixa Braslia Meridional, de orientao NW. A

    compartimentao tectnica da Faixa Braslia definida pelos terrenos que se

    acrescionaram borda ocidental do Crton So Francisco, relacionada sequncia de

    fragmentao do Supercontinente Rodnia e disperso de paleocontinentes, iniciada h

    900 Ma (VALERIANO et al., 2004). Essas concluses basearam-se na anlise

    cinemtica realizada nas rochas arqueanas e proterozicas dessa regio do Crton. Tais

    rochas arqueanas esto relacionadas orognese brasiliana caracterizando a regio

    como uma zona de empurro. Indicadores como lineao de estiramento, boudinagem

    de foliao e dobras em bainha, revelam uma compartimentao de terrenos alctones

    que englobam o Complexo Campos Gerais e o Complexo deNappes Guaxup e Passos

    (Shrank et al. 1990).

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    Figura 2.1 (extrada de Valeriano et al. 2004): Unidades Tectnicas da Faixa Braslia. Legenda:

    1 e 3- Terrenos granito-greenstone e gnaisse migmatticos arqueano/paleoproterozico; 2- Coberturas

    metassedimentares autctones/parautctones (Grupos S. Joo del Rei, Caranda, Bambu; 4 e 14-

    greenstone belts; 5-Grupo Ara; 6- Sistema de Cavalgamento Ilicnea-Pimhu; 7- Grupo Paranoa; 8-

    Grupo Canastra; 9- Grupo Vazante; 10-Grupo Ibi; 11-Grupos Arax e Andrelndia; 12- Nappe Socorro-

    Guaxup; 13- complexos gnaisse migmatticos arqueanos/paleoproterozicos; 15 e 17- sucesses

    vulcnicas sedimentares meso-neo proterozicas, 16- complexo bsico-ultrabsico acamadados

    neoproterozicos; 18- ortognaisses e granitoides neoproterozoicos; 19- faixas Paraguaia, Araguaia e

    Ribeira; 20- coberturas sedimentares proterozicas.

    Segundo Valeriano et al. (1992), o metamorfismo incipiente na periferia do

    crton e ocorrem deformaes em dobras suaves que se acentuam em direo a oeste,

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    formando dobras abertas e cavalgamentos, e atenuam-se em direo ao centro do crton.

    No sistema de cavalgamento Ilicnia-Piumhi o metamorfismo atinge a fcies xisto-verde

    e este episdio est relacionado Orognese Brasiliana, ocorrida no Neoproterozico, a

    qual Valeriano (1992) separou em trs compartimentos tectnicos: domnios Autctone-

    Parautctone, Domnio Externo e Domnio Interno.

    Lima (1996) apresenta as duas hipteses de formao do Macio Piumh

    apresentadas primeiramente por Schrank (1992). A primeira que o macio,

    representado por terrenos para-autctones, consiste de uma poro arrancada do

    embasamento e agregada base do Complexo. A segunda que o Macio seria um

    contraforte avanado do Crton de So Francisco, cuja formao pretrita equivaleria a

    paleorrelevos que no sofreram descolamento e, portanto, seriam autctones. Assim,

    Schrank (1982) divide os Grupos Ribeiro Araras e Pacincia em para-autctones e o

    Lavaps em alctone.

    Segundo Valeriano et al. (1992), o domnio autctone-parautctone engloba a

    Formao Sambur, os depsitos do Grupo Bambu e o embasamento pericratnico. O

    domnio externo se refere ao Sistema de Cavalgamento Ilicnea-Piumh e caracteriza

    uma tectnica de escamas de empurro deformadas em dobras abertas em fcies xisto-

    verde, que cavalga o domnio autctone-parautctone. O domnio interno inclui aNappe

    Passos, que se distingue por empurres para SE e recobre de modo parcial os demais

    domnios. formada por metassedimentos dos Grupos Arax ou Andrelndia,

    deformados em fcies xisto-verde e anfibolito.

    Dentro da Faixa Braslia meridional, Valeriano (1995) compartimenta o

    Domnio Autctone Externo - que pode ser identificado entre os segmentos norte e sul

    da Rampa Lateral de Capitlio - como limite norte do domnio interno do sistema de

    cavalgamentos Ilincia-Piumh. A poro sul sotoposta pela Nappe Passos e tem

    tectnica que verge para ESE, com lineaes de estiramento nessa direo e maiornmero de falhas de empurro. A poro norte, que vai de Piumh a Santo Hilrio

    recobrindo a rea mapeada pelos grupos neste campo, menos afetada pela colocao

    da Nappe Passos do que a poro sul e, por isso, preserva o empilhamento por

    empurres pr-brasilianos para norte. Contm tambm lineaes de estiramento de

    direo aproximada norte-sul, carter que no realado apenas pela forma espacial dos

    corpos rochosos. De acordo com Ferrari (1996) tais formas seguem padro amendoado

    ou podiforme, o que explicaria a variao na atitude das lineaes de estiramento. Aporo norte deslocada da sul em Santo Hilrio por um movimento sinistrgeno de 15

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    km, causado por uma reativao tardia da Rampa Lateral de Capitlio (VALERIANO et

    al., 2004).

    No Domnio Alctone Externo (DAE) h uma trama (fabric) linear N-S,

    relacionada ao transporte brasiliano, isso porque no h evidncias desse transporte N-S

    na Nappe Passos. Valeriano (1995) especula quatro hipteses para a idade desse

    transporte para norte, colocando-o no Transamaznico e comparando com o

    Quadriltero Ferrfero, tambm dessa idade, colocando o evento no Paleoproterozico.

    De acordo com a geocronologia dos terrenos mais a sul, no Brasiliano precoce, faz-se

    necessria uma redefinio do quadro tectnico para comportar duas vergncias

    ortogonais dentro da mesma evoluo orognica e dentro da compresso E-W

    Brasiliana, configurando o DAE como um duplex, em que se preservou o fabric interno

    vergente para norte.

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    Figura 2.2 (adaptada de Valeriano et al. (1994) e Valeriano et al. (1992)): Mapa das litologias

    das escamas tectnicas do sistema de cavalgamento Ilicnea-Pimhu. Legenda: 1-Embasamento indiviso:

    terreno granito-gnaissico migmattico e greenstone; 2- Grupo Bambu; 3- Metadiamictitos, metagrauvacas

    lticas, metassiltitos e metapelitos; 4- Metarenitos e metapelitos interestratificados; 5-Rochas granitoides

    com variados graus de filonitizao; 6- Ardsias do Grupo Bambu; 7- Greenstone belt de Pimhu; 8-Metaturbiditos; 9- Rochas metaultramficas com cromititos podiformes; 10- Sequncia Serra da Mamona;

    11- Quartzitos intercalados com metapelitos; 12- Nappe de Passos; DAE: Domnio Alctone Externo;

    DA: Domnio Autctone; EA: Embasamento Arqueano; DA: Domnio Alctone Interno.

    Outra interpretao geotecnica dada por Chiarini (2001), que prope uma

    evoluo tectnica regional para Pimhu em trs eventos tectnicos e deformacionais:

    O primeiro, afeta as unidades mais antigas, arqueanas, e pode ser subdividido

    em trs estgios de evoluo progressiva. O primeiro estgio caracterizado porempurres e cavalgamentos vergentes para norte, resultando na milonitizao do

    Granito Norte e nas lineaes de estiramento. H uma partio da deformao

    originando uma decrescncia gradativa de ultramilonitos para granitos milonticos,

    granitos foliados at granitos sem evidncias de deformao. Esta deformao gera

    estruturas S/C com vergncia para norte. Este primeiro estgio e suas caractersticas

    definem uma estruturao regional numa forma de sinclinrio, com eixo principal para

    sul, empurrada sobre o granito norte, com contato altamente tectonizado.O segundo estgio se d com a evoluo da deformao gerando rupturas devido

    ao alvio de tenso. Estas se comportam como zonas de cisalhamento transcorrentes, de

    direo aproximada N-S, sinistral, em domnio ainda dctil. As estruturas decorrentes

    deste estgio so representadas pelas foliaes Sn+1, as quais transpem as estruturas

    anteriores, tanto S0 quanto a foliao Sn gerada pelo primeiro estgio.

    O terceiro estgio marcado por transcorrncias NW-SE, de carter rptil-dctil

    a dctil-rptil, restritas ao conjunto Granito-Greenstone, marcando assim a morfologiado macio na forma de estruturas lineares de direo NW-SE. Este estgio representa a

    movimentao final, j em nveis crustais mais rasos, o que acarreta mudana de direo

    do transporte tectnico. Adicionalmente aps este evento, ocorre uma fase distensiva

    norte-sul, na qual se encaixam diques de metadiabsio verticais nos granitides e nos

    dioritos porfirticos.

    Aps um perodo de calmaria tectnica e, concomitante deposio do Bambu

    sobre o embasamento do Greenstone, inicia-se o segundo evento deformacional. Este

    caracterizado por pequenos empurres e inverses estratigrficas menores, de carter

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    predominantemente rptil, que o autor separa em dois domnios: NW e NE. Estes

    domnios afetam o contato do corpo grantico Norte com o Grupo Bambu - segundo a

    classificao de Schorscher et al. (1986). Os dados estruturais obtidos mostram a rampa

    de cavalgamento em um movimento oblquo sinistral, de rumo N69E.

    O terceiro evento deformacional coloca o Grupo Canastra sobre as demais

    unidades em forma de nappe, sendo expresso como topo das maiores elevaes da rea.

    O Grupo Canastra composto por quartzitos e xistos, aflorando nas serras da Gabiroba

    e Lavaps, sobrepondo-se, por contato tectnico na forma de klippen, o embasamento

    autctone. Esta deformao tem carter dctil, em cisalhamentos de baixo ngulo.

    Dobras intrafoliais e recumbentes so observadas, geralmente com flancos rompidos,

    indicando o transporte para leste.

    Uma diferente aproximao feita por Schrank (1982, 1990 e 1992)

    interpretando o macio Piumh como Brasiliano, com terrenos alctones e para-

    autctones, sendo envolto por rochas para-autctones do Bambu, contendo

    cavalgamento a sul de rochas do prprio macio e cavalgado a oeste por rochas

    alctones do Grupo Arax-Canastra do Complexo deNappes de Passos.

    O Complexo de Passos dividido em trs segmentos, dos quais somente o sul

    est em contato com o macio Piumh. Esse segmento se apresenta na forma de cunha

    para SE. Na interpretao mais recente de Schrank et al. (1992) so considerados

    somente os grupos Ribeiro Araras e Pacincia como autctones, sendo o Lavaps

    alctone. Dentro dessa compartimentao admitem-se duas teorias sobre a gnese do

    macio. A primeira entende este como uma parte do embasamento que foi deslocada

    para a base do Complexo, sendo ainda para-autctone. A outra explica que o macio

    representa um contraforte avanado do Crton So Francisco, que teria formado relevos

    que se deslocaram pouco da poro original.

    Os contatos entre os grupos so tectnicos pela presena de truncamentos dasestruturas, milonitizaes, bandas de deformao penetrativa e hidrotermalismo. A sul

    do macio de Piumh, o contato entre o Grupo Lavaps e os Grupos Ribeiro Araras e

    Pacincia, identificvel, sendo os dois ltimos interpretados como uma melange

    devido a intensa deformao.

    2.2. Grupamento e Unidades Litoestratigrficas

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    O Macio Piumh ou Greenstone Belt de Piumh, foi primeiramente estudado e

    mapeado pela equipe da Metamig S/A no final da dcada de 1970, que o subdividiram

    em quatro grupamentos (Fritzons et al., 1980). Vrios trabalhos Schrank 1982,

    Machado Filho et al. 1983, Schorscher et al. 1986, Machado e Schrank 1989 e

    Valeriano 1992 - apresentam novas subdivises estratigrficas para esta rea estrutural e

    litologicamente complexa, que foram sintetizadas e comparadas entre si no Anexo 1.

    Segundo Lima (1996), o Macio Piumh um terreno Granito Greenstone Belt,

    visto que se encontra na borda de uma rea cratnica continental. composto por

    rochas arqueanas a proterozicas, que se dispem numa seqncia estratigrfica tpica.

    Encontram-se seqncia mficas a ultramficas na base de derrames vulcnicos

    (komatitos e basaltos komatiticos); uma seqncia bsica intermediria, representada

    por basaltos tholeticos com pillow lavas, dacitos, riodacitos e riolitos; e uma cobertura

    metassedimentar de conglomerados, turbiditos e sedimentos clsticos e qumicos.

    No presente trabalho, nos basearemos na diviso adotada por Schrank e Abreu

    (1990), extradas de Ferrari (1996) para caracterizarmos inicialmente as unidades e

    estabelecermos as correlaes, que sero apresentadas no Anexo 1.

    Nos terrenos parautctones, o Grupo Ribeiro Araras apresenta espessura mdia

    de 3000 m e o Grupo Araras 1500 m. Dos terrenos alctones, o Grupo Lavaps

    apresenta espessura inferior a 500 m. O Grupo Ribeiro Araras encontra-se sotoposto

    aos Grupos Pacincia e Lavaps, ao longo de uma faixa descontnua e irregular. O

    Grupo Pacincia destaca-se na paisagem por sustentar duas serras. O Grupo Lavaps

    tambm sustenta uma conjunto de serras, situado na poro central do macio (LIMA,

    1996).

    2.2.1. Grupo Ribeiro Araras

    Unidade parautctone que constitu a base do empilhamento estratigrfico,

    composta essencialmente por rochas vulcnicas e vulcanoclsticas de composio

    ultramfica a mfica e sedimentos mficos subordinados caracterizando, segundo

    Schrank (1982, 1989), um Cinturo de Rochas Verdes, ou Greenstone BeltArqueano

    (Lima, 1996). Segundo Ferrari (1996), a unidade composta por basaltos komatiticos,

    basaltos toleticos e andesitos, com nveis tufceos entre os derrames. Ocorrem tambm

    brechas e tufos vulcnicos, diques e sills de dacitos e riodacitos, alm intrusesgranticas: o Granito Norte de Fritzons et al. (1980) ou Granito Matinha (Minura et al.,

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    1992) e o Granito Central ou Taquari. O Granito Taquari data de 726 Ma (Machado e

    Schrank, 1989).

    Em sua dissertao de mestrado, onde mapeou a rea de Piumh, Ferrari (1996)

    compartimentou o Grupo Ribeiro Araras em trs unidades, da base para o topo:

    Unidade Toletica basaltos tholeticos com estruturas em pillow, xistos

    metabsicos (Talcoxistos, Clorita-xistos, Sericita-xistos) e sedimentos

    intraderrames como tufos e brechas;

    Unidade Komatitica basaltos sepentinizados (Talco-Serpentina-xistos)

    intercalados com metassedimentos;

    Unidade bsica a cida indivisa lentes de basalto, andesitos, riodacitos e

    riolitos, transformados em Clorita-xistos, Clorita-Actinolita-xistos, Clorita-

    Tremolita-xistos e Sericita-Quartzo-xistos, e o Granito Mantinho, que aflora

    principalmente no Ribeiro Araras, classificado como granodiorito.

    A Unidade Tholetica de Schrank e Abreu (1990) equivale, portanto, Unidade

    Basal do Grupamento de Rochas Vulcnicas de Fritzons et al. (1980), base do Grupo

    Piumh de Machado Filho et al. (1983), ao embasamento alctone de Valeriano (1992),

    Escama II de Valeriano (1995), Unidade Toletica Inferior de Lima (1996)

    (SCHRANK, 1992), ao Grupo Inferior do Supergrupo Piumh de Schorscher et al.

    (1998) e aos Granitides do Domnio Externo e Greenstone Belt da classificao da

    CPRM (2008).

    A Unidade Komatitica de Schrank e Abreu (1990) a mesma definida como

    Unidade Intermediria do Grupamento das Rochas Vulcnicas (Fritzons et al. ,1980), e

    a Unidade Komatitica de Lima (1996) que, em dissertao de mestrado, apresenta as

    rochas metassedimentares que a compe, interpretando-as como metaturbiditos mficos,

    metaturbiditos mficos carbonosos e filitos carbonosos.

    A Unidade Bsica a cida indivisa, apresentada por Schrank e Abreu (1990),

    composta por intrusivas gneas de diversas idades e tambm por rochas

    metasedimentares, que, segundo Chiarini (2001), pertencem ao Grupo Bambu. Para o

    autor, esta no seria uma diviso adequada, preferindo assim restringir o Supergrupo

    Piumh apenas rochas pertencentes ou derivadas do Greenstone Belt. Valeriano (1995)

    denomina estas rochas de Escama II, descrevendo-as como terreno granito-greenstone

    arqueano de associao de rochas metavulcanosedimentares, ortognaisses e rochas do

    tipo greenstone.

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    A diviso adotada pela CPRM subdivide de forma menos complexas as rochas

    equivalentes ao Grupo Ribeiro Araras, separando inclusive os Granitides do Domnio

    Autctone-Parautctone dos Granitides do Domnio Externo. Granitides semelhantes

    ao ltimo foram datados por Valeriano (2004) por diferentes mtodos. A razo207Pb/207Pb em titanita forneceu idade de aproximadamente 3 Ga. A datao U/Pb em

    zirco de granodiorito forneceu 2,9 Ga, e o K/Ar em hornblenda do mesmo corpo

    forneceu 2,25 Ga, situando-o no Arqueano.

    Subdivide ainda em Unidade do Greenstone Belt de Piumh como a lasca

    tectnica de derrames baslticos komatiticos e vulcanitos bsicos, intermedirios e

    cidos, que datam 3,116 10 Ma, obtida a partir do mtodo U/Pb em cristais de zirco

    em um sill de gabro anortostico.

    Outra unidade apresentada a dos talco-xistos e serpentinitos, que so rochas

    ultramficas com lentes de cromitito, porm alerta que a posio estratigrfica destas

    lentes ainda incerta.

    A unidade restante desta subdiviso so os Wackes, Arenitos e Pelitos

    turbidticos, cujos gros derivam de rochas granitides, basaltos e andesitos, indicando

    como possvel rocha fonte o prprio Greenstone Belt de Pimhu, sendo assim rochas

    metavulcanossedimentares.

    2.2.2. Grupo Pacincia

    O Grupo Pacincia a unidade parautctone sotoposta ao Grupo Ribeiro Araras por

    discordncia tectnica, sendo constitudo por metagrauvacas, metapsamitos, metapelitos

    e rochas carbonatadas (FERRARI, 1996). Segundo Schrank (1992), constitudo por

    uma sucesso de turbiditos de textura que varia de fina a grossa. Na poro basal

    ocorrem pelitos e rochas carbonatadas (LIMA, 1996). Ferrari (1996) compartimentouem oito unidades:

    Unidade Clstica da Serra da Pimenta seqncia pelito-psamtica constituda

    por Quartzo-Sericita xistos, Quartzo-Clorita xistos e meta siltitos e argilitos de

    colorao avermelhada, com lentes de quarztitos.

    Unidade Rudticameta brechas, quartzitos conglomerticos, metassedimentos

    finos e meta-arcseos.

    Unidade Psamticaquarztitos, quartzitos hematticos

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    Unidade de Metagrauvaca conglomerticas lenticulares, com direo

    preferencial NW/SE, representada por metassiltitos intercalados a

    metagrauvacas conglomerticas e lentes de quartzitos e xistos.

    Unidade de Pelitos Carbonososo metassiltitos, metargilitos e metagrauvacas

    finas transformados em xistos escuros.

    Unidade de Metagrauvacas finas aflora na Serra da Pacincia, so turbiditos

    metamorfisados transformados em metagrauvacas finas, metassilitios e meta-

    argilitos (S0).

    Unidade de Metagrauvacas grossas metagrauvacas grossas, conglomerticas,

    feldspticas e lentes de quarztitos grossos, distiguindo-se da anterior pelo

    aumento da granulometria.

    Xistos Grauvquicos Indivisodiversas litologias agrupadas, transformadas em

    rochas xistificadas por processos tectono-metamrficos. constituda por xistos

    com Clorita, Sericita e Quartzo, alternados com metagrauvacas finas,

    conglomerticas e metabsicas, com S0 preservados.

    As unidades descritas como a, b e c por Ferrari (1996), basais do Grupo Lavaps

    so equivalentes a base do Grupo Intermedirio de Fritzons et al. (1980), s unidades

    basais do Grupo Superior de Schrank (1982) e partes do Grupo Ribeiro Araras, e a

    parte da Formao Tromenta do Grupo Canastra de Machado Filho et al. (1983).

    Tambm correspondem poro basal peltica de Schrank (1992) apresentada por Lima

    (1996), Seqncia Serra da Boa Esperana, Unidade Serra da Mamona de Valeriano

    (1992), escama III de Valeriano (1995) (Anexo D).

    De acordo com Chiarini (2001) essas rochas pertencem ao Grupo Bambu para-

    autctones ou alctones, que foram arrastadas pela Nappe Canastra durante a sua

    colocao.

    Segundo a diviso adotada pela CPRM (2008), as unidades citadas do Grupo

    Lavaps de Schrank e Abreu (1990) equivalem Formao Santo Hilrio, Unidade

    metassedimentar Neoproterozica.

    As demais unidades apresentadas por Ferrari (1996), constitudas por

    metagrauvacas, so correspondentes s sequncias grauvquicas do Grupo

    Intermedirio de Fritzons et al. (1980), ao Grupo Superior de Schrank (1982),

    Formao Ilicnea do Grupo Canastra de Machado Filho et al. (1983), s metagrauvacas

    do topo do Grupo Pacincia de Schrank (1992), Seqncia Serra da Boa Esperana na

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    Unidade Ilicnea de Valeriano (1992). Valeriano (1995) aloca no topo da escama III,

    dos metaturbiditos e a CPRM (2008) dentro da Unidade Metassedimentar

    Neoproterozica, inclu estas rochas na Unidade Serra da Boa Esperana.

    2.2.3. Grupo Lavaps

    Segundo Ferrari (1996), a unidade alctone sotoposta tectnicamente aos

    grupos Ribeiro Araras e Pacincia, constitudo por uma associao complexa de

    metassedimentos, metaultramficas com lentes de cromititos, lentes grafitosas,

    formaes ferrferas bandadas e granitos milonitizados, que correspondem ao Granito

    Central de Fritzons et al. (1982) ou Granito Taquari de Mimura et al. (1992). O Grupo

    Lavaps foi submetido intensa deformao e metamorfismo, no preservando feies

    primrias. O autor caracterizou cinco unidades pertencentes ao Grupo Lavaps:

    Unidade conglomertica inferior metaconglomerado orto quarztticos com

    foliao milontica e feies dcteis-rpteis; sericita quartzitos conglomerticos,

    alm de metassedimentos grossos e impuros. Alfora principalmete na Serra da

    Gabiroba. Esta unidade faz contato no topo com a Unidade Ultramfica com

    Cromititos e BIFs, bem como contato tectnico com o Granito Taquari

    (cisalhamento de baixo ngulo).

    Unidade Ultramfica com Cromititos e BIFs lentes e pods de cromititos

    associados a rochas ultramficas; aflora principalmente ao longo da Serra da

    Gabiroba. Compe-se de uma associao de tremolita xistos, serpentinitos, tlc-

    tremolita xistos e lentes de cromititos encaixados e BIFs na base e no topo da

    unidade. O minrio cromitfero ocorre na rea de trs formas: a. macio, b.

    brechide com feies cataclsticas, c. de origem cumultica, com estrutura

    porfiride e textura pele de ona, granulao mdia em pods com formaanastomosada. Os contatos desta litologia com as outras unidades so de difcil

    preciso, devido intensa deformao, sendo associadas a zonas de

    cavalgamento oblquas de transporte de massa de sul para norte.

    Unidade Ferrfera CarbonosaBIFs, itabiritos, Quartzo-Sericita xistos e Sericita

    xistos carbonosos. Os BIFs so formados pela alternncia milimtrica de quartzo

    (chert) e hematita.

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    Unidade Conglomertica Superior (aflora no topo da Gabiroba) a unidade

    superior do Grupo Lavaps, caracterizada por metaconglomerados

    ortoquartzticos com Sericita-Quartzo-xistos conglometrticos. Apresentam

    colorao acinzentada, com seixo de quartzo alongados, imersos em uma matriz

    de quartzo e sericita. Ocorrem associados aos conglomerados, quarztitos puros

    sericticos em forma de lentes mtricas.

    Granito Taquari ou Granito Central intrude o Grupo Lavaps. Trata-se de um

    corpo grantico alongado, com direo preferencial N-S, com cerca de 21 Km de

    comprimento e 1,5 Km de largura. As rochas encontram-se afetadas pro

    processos tectnicos de natureza dctil, o que levou a gnaissificao deste

    granito, e dctil-rptil, gerando protomilonitos, milonitos e cataclasitos. Os

    contatos com as demais unidades essencialmente tectnico, tratando-se de um

    granito alctone, transportado de sul para norte.

    A diviso do Grupo Lavaps proposta por Fritzsons et al. (1980) agrupava estas

    rochas nas unidade de topo Grupo Intermedirio. Posteriormente, Schrank (1982)

    reagrupou-as no Grupo Superior. Machado Filho et al. (1983) incluiu estas unidades no

    Grupo Canastra, Formao Tromenta.

    Schorscher et al. (1998) agrupa estas rochas no Grupo Canastra alctone, que

    ocorre tanto sobre o Grupo Bambu quanto sobre o conjunto SVS e pelos granitides. O

    autor separa ainda uma unidade de Rochas Ultramficas de Tipo Alpino e Cromititos

    Associados, que se encontram encaixadas tectonicamente, tanto em rochas da SVS

    como em granitides do corpo Central, tratando-a assim como Silva e Schorscher

    (1991), correspondente a uma unidade tectnica independente da seqncia de

    greenstone e das unidades sedimentares proterozicas sobrepostas.

    Schrank (1992) modifica a sua subdiviso proposta anteriormente do Grupo

    Lavaps, detalhada acima em: conglomerados, rochas ultramficas com cromititos,metapelitos carbonosos, BIFs e mangans, metapelitos carbonosos e no topo

    conglomerados.

    Valeriano (1992) inclui estas rochas na Seqncia Serra da Boa Esperana,

    Unidade Serra do Chapado, que seriam equivalentes as escamas V e VII de Valeriano

    (1995). Na diviso adotada pela CPRM (2001), esto includas na Unidade Serra da

    Mamona, com os BIFs e pelitos carbonosos na base e pelitos, quartzitos e

    conglomerados quartzosos no topo, aflorantes nas Serras do Lavaps e Gabiroba.

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    Dataes de U/Pb de gros detrticos de zirco nos metaconglomerados mostram idades

    arqueanas (CPRM, 2008).

    2.2.4. Grupos Arax e Canastra

    Pela subdiviso de Schrank e Abreu (1990), os Grupos Arax e Canastra

    constituem a cobertura Neoproterozica dos terrenos granito-greenstone. constitudo

    por rochas metassedimentares que se depositaram em margem passiva relacionada a

    uma fase de bacia tipo rift, e representam uma cobertura cratnica.

    O grupo Arax, basal, composto por metapelitos com intercalaes de

    metacalcrios, metamargas, metagrauvacas e metatufos. O grupo Canastra composto

    predominantemente por um espesso pacote de quartzitos laminados, micceos e

    macios, gradando na base para gnaisses finos, mica xistos com intercalaes locais de

    anfibolitos, indicando uma inverso metamrfica.

    De acordo com Simes et al. (1988), a inverso est relacionada a estrutura

    antiformal recumbente formada por cisalhamento simples de baixo ngulo, em planos

    paralelos ao acamamento sedimentar, com transporte de massa para leste. Schrank et al.

    (1990) demonstra que o transporte daNappe de Passos se deu de WNW para ESE sobre

    o crton, caracterizando um terreno alctone (FERRARI, 1996).

    A correlao desta diviso com as apresentadas pelos outros autores encontram-

    se no quadro 1 (Anexo 1). Observa-se que estas correspondem s litologias do Grupo

    Lavaps na prpria diviso de Schrank e Abreu (1990), poro superior do Grupo

    Intermedirio de Fritzons et al. (1980), Grupo Superior de Schrank (1982), Grupo

    Canastra de Machado Filho et al. (1983), Grupo Lavaps de Schrank (1992) , Unidade

    Serra do Chapado de Valeriano (1992) e escamas V e VII de Valeriano (1995),

    Unidade Serra da Mamona da CPRM (2008) e Grupo Canastra alctone de Schorscheret al. (1998).

    2.2.5. Grupo Bambu

    As rochas do Grupo Bambu segundo, Ferrari (1996), so representadas pelas

    Formaes Sambur e Paraopebas, bordejando o Macio Piumh atravs de

    discordncias erosivas e tectnicas. A Formao Sambur situada na base, uma fciesclstico grosseira composta por metaconglomerados polimticos variando para

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    metagrauvacas lticas. A Formao Paraopeba constituda por duas fcies distintas,

    uma clstica fina e outra carbontica.

    O grupo Bambu concordante entre os autores que optaram pela diviso

    litoestratigrfica, colocando-o como a poro basal da seqncia em anlise, j entre os

    que optaram pela separao litotectnica temos o Fritzons Jr. et al. (1980) que o coloca

    no topo como Grupo Paraopeba, dentro do Supergrupo Bambu.

    Schorscher et al. (1998) apud Chiarini (2001) colocam o Grupo Bambu

    representado pelo Sub Grupo Paraopeba de rochas peltico-carbonticas e pelo

    conglomerado Sambur, abaixo do Grupo Canastra alctone, concordantemente com a

    diviso de Schrank (1992).

    A diviso adotada pela CPRM (2008), o Grupo Bambu representado por

    calcipelito e calcrios da Formao Sete Lagoas, que constitu as Unidades

    Metassedimentares Neoproterozicas e pelos conglomerados polimticos e pelitos da

    Formao Sambur.

    2.2.6. Referncias Bibliogrficas

    ALMEIDA, F.F.M. de; BRITO NEVES, B. B. de; FUCK, R. A. 1981. Brasilian

    Structural Province: an introduction. Earth Sci. Rev, 17: 1-29.

    CHIARINI, A.P.; SCHORCHER, J. H. D., 2001, Geologia da Poro Basal do

    Greenstone Belt de Piumhi-MG, So Paulo. USP (Dissertao de Mestrado).

    FERRARI, M.A.D.F.Aspectos tectono-estruturais do greenstone belt de Pinhui-MG,

    em relao a mineralizao de Cromita e Ouro. Dissertao de Mestrado, UNICAMP,

    1996.

    FRITZSONS, JR. O.; BIONDI, J. C.; CHABAN, N. 1980. Geologia da regio

    de Piumhi (MG). In: CONGR. BRAS. GEOL., 31. Balnerio de Cambori

    1980. Anais... Balnerio de Cambori, SBG, v. 5, p. 2906-2917.

    LACERDA, H. Anais do VI Simpsio de Geologia do Centro- Oeste, Cuiab-MT,

    LIMA, C.V. Natureza Composicional e Perspectivas Metalogenticas de Rochas

    Metassedimentares intercaladas em Basaltos Komatiticos do Greenstone Belt dePinhu, Minas Gerais. Dissertao de Mestrado, UNICAMP, 1996.

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    MACHADO FILHO, L.; RIBEIRO, M.; GONZALES, S. R.; SCHENINI, C. A.;

    SANTOS NETO, A. DOS; PALMEIRA, R. C.; PIRES, J. L.; TEIXEIRA, W.;

    CASTRO, H. E. F. 1983. Geologia das folhas Rio de Janeiro (SF 23/24) escala

    1:1.000.000, mapa e texto explicativo. Rio de Janeiro, RADAM Brasil-Ministrio das

    Minas e Energia. 780p.

    MACHADO, N. & SCHRANK, A. 1989. Geocronologia U/Pb no macio de Piumhi -

    resultados preliminares. In: SIMP. GEOL. MINAS GERAIS, 5. Belo Horizonte 1989.

    Anais... Belo Horizonte, SBG-MG, boi. 10, p. 45-49.

    VALERIANO, C.M.; ALMEIDA, J; SIMES, L. S.; DUARTE, B.; ROIG, H.;

    HEILBRON, M. 1995. Evoluo estrutural do domnio externo da Faixa Braslia no

    sudoeste de Minas Gerais: registros de uma tectnica pr-brasiliana. Rev. Brasil. de

    Geoc. 25 (4): 221-234.

    VALERIANO, C.M., DARDENNE, M.A., FONSECA, M.A., SIMES, L.S.A., SEER,

    H.J. A evoluo tectnica da Faixa Braslia. In. Geologia do Continente Sul

    Americano: Evoluo da obra de Fernando Flvio Marques de Almeida. Mantesso-

    Neto, V. Bartorelli, A., Carneiro, C.D.R., Brito Neves, B.B. (Orgs.). So Paulo. ed.

    Deca, 2004. p.575-592.

    3. GEOLOGIA ESTRUTURAL

    3.1. Metodologia

    Nesta etapa do trabalho so apresentados e discutidos os dados estruturais da rea e

    sua importncia para evoluo tectnica da regio do Greenstone Belt de Piumhi.

    Ao todo foram coletados 142 dados de estruturas, sendo 116 foliaes planares,

    8 lineaes de crenulao, 16 falhas e fraturas e 2 lineaes de estiramento, presentes na

    Tabela de Dados Estruturais (Anexo D1) e georeferenciados no Mapa Geolgico

    (Anexo A). Com base nessas informaes geomtricas, e do esboo inicial do mapa

    geolgico, associados topografia, foi possvel distinguir cinco domnios estruturaisque so apresentados de leste para oeste no mapa de Domnios Estruturais (Anexo D2).

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    O tratamento dos dados coletados foi feito no software Stereonet 7.0 e Stereo32

    1.0.3., na produo dos diagramas de roseta e de adensamento de pontos encontrados no

    decorrer deste captulo. Foi tambm utilizado o software Adobe Corel Draw X5 e o

    Adobe Photoshop CS 4 para o realce das estruturas capturadas nas fotografias, assim

    como o tratamento de balano de cores, matiz e saturao, sempre com o intuito de

    tornar o foco das fotografias mais visvel.

    Os mapas de distribuio espacial das foliaes e fraturas e o georeferenciamento

    das estruturas foram produzidos no software AutoCAD 2010 e o mapa dos Domnios

    Estruturais no softwareArcGis 10.0.

    3.2. Estruturas Primrias

    Devido atuao de vrias fases de deformao, conforme especificado no

    captulo de Geologia Regional, as estruturas primrias so muito raras, sendo

    substitudas por novas foliaes. Pela complexidade tectnica do local, a polaridade de

    camadas com base em estruturas primrias deve ser utilizada com cuidado.

    Nesse mapeamento somente uma estrutura primria reconhecvel foi registrada, sua

    localizao no Domnio Estrutural da Serra do Lavaps, na poro sul-sudoeste da

    rea de estudo. Trata-se de um conglomerado deformado, matriz suportado e com

    gradao normal (Figura X), no qual pode ser observado que a foliao de sedimentao

    S0 coincide com a foliao de deformao S1 para esse litotipo.

    Figura 3.2.1: Polaridade em conglomerados da Serra do Lavaps, indicando uma

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    sequncia normal. (Ponto 92UTM 402175/7733612)

    3.3Foliaes

    A foliao Sn presente na quase totalidade das rochas encontradas em campo,

    estando incipiente no tectonito LS, que ser discutido adiante. Esta foliao a

    responsvel pelo aspecto xistoso e foliado das rochas dessa rea. Sua geometria espacial

    varia localmente, o que permitiu a compartimentao da rea em domnios estruturais.

    Entretanto de forma geral, observa-se um acumulo de mergulhos para W-SW, com

    clusters menores de medidas para S e para SE (Figuras 3.3.1 e 3.3.2).

    Uma observao do Mapa Geolgico e da Figura 3.3.3, percebemos uma evoluo

    dos diagramas de Schmidt para cada um dos domnios delimitados anteriormente

    permite concluir que de forma geral, o mergulho das atitudes de Sn rotacionam de S-SEpara SW conforme percorremos a rea em anlise de oeste para leste.

    Figura 3.3.1: Diagrama de Roseta da Foliao Sn darea. Feito em Stereo32 1.0.3.

    Figura 3.3.2: Diagrama de Adensamento de Pontos daFoliao Sn. Feito em

    Figura 3.3.3: Comparao Rosetas dos Domnios Estruturais de Oeste para Leste.

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    Estas dobras so relacionadas a processos de cisalhamento simples e provavelmente

    so fruto do mesmo evento deformacional responsvel pelo processo de crenulao. Seu

    desenvolvimento associa-se a condies mais superficiais da deformao, chegando a

    desenvolver uma nova foliao Sn+1.

    Figura 3.3.5: Linhas de charneira das dobras encontradas nos pontos 15, 26, 46 e 55.Linhas pretas representam os crculos mximos dos flancos e os pontos vermelhos asinterseces de crculos mximos (eixos das dobras).

    A geometria espacial da foliao Sn, do Domnio Estrutural do Crrego Caxambu

    para o Domnio Estrutural Araras - Serra da Pimenta, aparenta ser uma sequncia de

    sinforme e antiforme, pelo posicionamento contrrio dos azimutes de mergulho das

    foliaes. Pela falta de densidade de pontos, no possvel comprovar estatisticamente

    essa afirmao, entretanto, pode-se observar que o eixo dessa dobra, principalmente naSerra do Taquari e leste da Serra do Lava-Ps, aproximadamente N-S com mergulho

    para norte. Essa disposio espacial concordante com a geometria da segunda

    crenulao, com os seus eixos mais ou menos na direo E-W. No se sabe se esto

    relacionados a um estgio de deformao anterior ou posterior a primeira crenulao

    (LB). Se posterior poderiam originar a uma terceira foliao (Sn+2).

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    3.4.1 Lineaes de Estiramento (Lx)

    Foram encontrados somente dois afloramentos onde foi possvel obter o

    estiramento mineral in situ. Isto se deve granulao fina e ao estgio de alterao das

    rochas encontradas. Contudo esses dois afloramentos so concordantes, demonstrando

    um estiramento mineral paralelo direo da foliao Sn, N-S a NNW-SSE.

    A lineao de estiramento mineral se relaciona ao eixo X do elipside

    deformacional, na direo em que ocorreu a maior fluxo de deformao. No caso da

    rea de estudo, h concordncia entre os vetores de deformao e deslocamento

    inferidos a partir da crenulao e queles inferidos pelas das dobras de arrasto com os

    de estiramento mineral, nos pontos 37 e 81.

    Portanto, podemos construir a evoluo estrutural da rea atravs da tica da

    deformao progressiva. As estruturas com colocao espacial correlacionvel foram

    criadas com a evoluo dos esforos cisalhantes simples dentro de uma mesma

    deformao. Criando estruturas de hierarquias diferentes, desde o estiramento do

    mineral at a definio do colocamento dos eixos de dobras alinhados com esse esforo.

    Este estiramento se caracteriza portanto, em conjunto com os outros dados, como a

    principal evidncia da direo do transporte tectnico dos terrenos alctones do Macio

    Piumhi, com transporte para WNW-ESSE.

    3.4.2 Lineaes de Crenulao (Lb e Lb+1)

    Foram realizadas poucas medidas confiveis da geometria dessas crenulaes, pois

    muitas vezes a posio e localizao do afloramento no permitia que as medidas de

    lineao fossem tiradas. Entretanto, as medidas obtidas foram suficientes para se

    observar que a lineao de crenulao mais evidente (Lb) variou em torno do azimute

    SW-W, com mergulhos baixos a mdios, entre 15 e 40 graus. Isto pode demonstrar uma

    tenso de deformao entre N-S SW-NE, responsvel por essa crenulao, commesma direo das dobras de arrasto.

    Em apenas um ponto (Ponto 49 UTM 403138/7733134) foi possvel medir a

    segunda lineao de crenulao (Lb+1), cuja medida foi 270/45 . A atitude semelhante

    com a lineao de estiramento (Lx) discutida anteriormente.

    3.5. Cinemtica

    Os indicadores cinemticos aqui discutidos so escala mesoscpica, ou seja, aquelespassveis de serem observados em campo.

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    A rea de estudo apresenta predominantemente estruturas de domnio dctil a

    dctil-rptil, como dobras de arrasto com falhamento e formao de cristais com feies

    sigmoidais. As estruturas de carter estritamente rptil so associadas a processos

    tectnicos tardios, relacionados a condies crustais mais superficiais e sero analisadas

    no item.

    As estruturas observadas mostram uma deformao de carter no coaxial,

    principalmente o sigmide encontrado no Domnio Granitide (Figura 3.5.2), ou seja,

    estruturas relacionadas a um cisalhamento simples e com direo preferencial do topo

    para N-NE, o indicador sinistral ou dextral relativo ao ponto de vista, entretanto, como

    pode ser observado, foram encontrados em maior quantidade indicadores sinistrais.

    Essas estruturas, corroborando o que foi dito com relao aos indicadores de tenso

    para a crenulao, estiramento e dobras, mostram uma movimentao tectnica dedireo aproximada de N-S a NNE-SSW, contudo elas no somente nos mostram a

    direo da movimentao como tambm o rumo que nesse caso para NNE-N.

    Figura 3.5.1: Falhamento em sistema dctil rptil encontrado no

    Domnio Crrego Lavaps.

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    Figura 3.5.2: Sigmide encontrado no Domnio do Granitide (Ponto 30 UTM

    404604/7734760).

    3.6. Domnio Rptil

    O domnio rptil, por ter se desenvolvido em condies crustais de baixa

    profundidade, est intimamente relacionado com o processo de exumao, tratando-se

    de rochas que se formaram ou metamorfizaram em profundidade e, portanto trazem

    consigo informaes sobre o processo de transporte tectnico.

    Na rea de estudo foram encontradas estruturas associadas ao Domnio Rptil como

    fraturas, falhas e juntas (tension gashes e juntas conjugadas). Essas estruturas soposteriores tanto ao processo metamrfico quanto as deformaes dcteis e dcteis-

    rpteis, isso porque cortam essas estruturas.

    Foi observado a presena de juntas conjugadas (Figura 3.6.1) nas sequncias

    quartzticas do Domnio Estrutural da Serra da Pimenta, com movimentao dextral e o

    posicionamento dos vetores de maior tenso (1) na direo aproximada EW, se

    alinhando aos vetores de tenso da segunda crenulao (Lb+1) e das dobras com eixo NS

    analisadas acima. Isto pode ser interpretado como uma continuidade do cisalhamento eo transporte tectnico que criou aquelas estruturas at as condies mais crustais de

    deformao rptil.

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    Figura 3.6.1: Juntas Conjugadas encontradas prximo ao Ribeiro das Araras, movimentodextral, possvel encontrar a possvl direo do Tensor 1. (Ponto 123UTM406744/7734521)

    3.7Concluses

    A anlise dos dados que obtidos em campo permitem concluir que existem trs

    tipos de deformao na rea, duas de carter dctil a dctil-rptil, originando as

    foliaes, crenulaes e dobras, e uma terceira de carter essencialmente rptil, dando

    origem as juntas, tension gashes e falhas. Contudo o que no se pode concluir at o

    momento, sem as informaes de aerofotografia e principalmente as anlises

    microestruturais, se as duas primeiras aconteceram dentro de um mesmo eventodeformacional Dn, ou se a segunda se formou em outro evento Dn+1.

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    Figura 3.7.1: de Zonas de Cisalhamento, extrado de SANTOS e SIMES (2009).

    A evoluo tectno/estrutural proposta por Ferrari (1996) se mostrou mais correlata

    com o que foi encontrado na rea de estudo, no que diz respeito evoluo da nappe.As deformaes geradoras da foliao Sn, da crenulao Lb e do estiramento mineral

    Lx estariam associados a uma deformao principal Dn, que a responsvel pelo

    transporte S-N a SW-NE registrado pelos indicadores cinemticos, no caso o transporte

    da nappe sobre a rampa autctone. De acordo com Valeriano (1995), as lineaes L1

    para WNW contidas nas foliaes S1, bem como as dobras com plano axial S1 esto

    relacionadas com a evoluo do Domnio Externo Alctone, contidas no evento

    deformacional principal D1, relacionado com a colocao da nappe Passos durante o

    brasiliano. Para o autor, as lineaes e indicadores cinemticos NS so evidncias de

    um evento compreesional pretrito, e foram conservadas principalmente nos

    metaconglomerados e metarenitos grossos.

    Para Chiarini (2001), as variaes no mergulho de Sn ocorreram ao longo do

    primeiro estgio do Primeiro Evento Deformacional da regio. O autor atribui as

    variaes nos mergulhos de Sn de oeste para leste ao surgimento de subrampas de

    cavalgamento. Os mergulhos para SE e a lineao para S na poro oeste da rea

    definem uma geometria de rampa de cavalgamento obliquo sinistral. J na poro

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    central, o mergulho e o caimento da lineao para sul, configuram uma rampa frontal.

    Por fim, a leste define-se uma rampa de cavalgamento oblquo desta vez destral, com

    vergncia para norte.

    A deformao em regime dctil geraria uma tenso cisalhante conforme o

    encaixamento da nappe, gerando atrito com a base, definindo assim a foliao Sn com

    padro amendoado e mais para a base do pacote onde a tenso se concentrou se

    formariam estiramentos minerais mais evidentes, como por exemplo, a gerao de

    tectonitos L e LS, como encontrado em campo. Conforme a evoluo do atrito com a

    base, com o freamento da evoluo da nappe pela barreira fsica da rampa, se gera

    uma maior tenso cisalhante em regime dctil a dctil rptil. Essa tenso que teria

    originado as crenulaes mais evidentes de eixo S-SW e de baixo ngulo, assim como

    as dobras de arrasto de atitude parecida, sendo estas ltimas resultantes da deformao

    progressiva. Dentro dos planos axiais dessas crenulaes e dobras de arrasto poderia se

    formar uma nova foliao Sn+1 com a evoluo da deformao.

    Segundo Chiarini (2001), no segundo estgio do Primeiro Evento Deformacional, o

    empurro passou a encontrar uma resistncia cada vez maior exercida pelo Granito do

    Norte, culminando em cisalhamentos transcorrentes NS, ainda no domnio rptil. As

    estruturas decorrentes deste estgio so as foliaes Sn+1 e lineaes Lx+1, decorrentes

    da evoluo da deformao. O autor ainda atribui a mudana de NS para NW-SE

    diminuio dos esforos deformacionais que ocorrem no terceiro estgio de

    deformao.

    Duas teorias se mostram coerentes na explicao da formao da outra crenulao

    (Lb+1) e das dobras de meso a macroescala, ambos de eixo NS a SW-NE e mergulho

    variando de N-NE para S-SW. A primeira teoria de uma deformao progressiva que

    teria rotacionado as dobras e crenulaes descritas anteriormente, alinhando-as no

    sentido NS, sendo a deformao Dn a nica agindo no sistema. A segunda teoria baseada no modelo descrito por SANTOS e SIMES (2009) onde o sistema de

    cavalgamento Ilcinia-Piumhi ocorreria dentro de rampas convergentes num sistema de

    cisalhamento com constrio lateral. Como pode se observar na figura 18 esse sistema

    deformacional cria crenulaes e dobramentos com eixos paralelos direo do

    movimento. Nessa esfera de pensamento, essa deformao Dn+1 seria concomitante

    com a parte final da deformao Dn e por isso se mostra menos evidente nos

    afloramentos encontrados. Para Valeriano (1995), estas dobras pertencem soresultantes das deformaes ps D1.

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    As estruturas de domnio Rptil como discutido anteriormente so posteriores e

    correspondem ao momento em que as rochas estavam em condies crustais rasas,

    entretanto como mostrado elas ainda resguardam evidncias dessa tenso principal NS a

    SW-NE atravs orientao principal das juntas e a presena de fraturas conjugadas

    evidenciando uma tenso nessa direo. Valeriano (1995) agrupa estas estruturas nos

    eventos ps D1. Segundo Chiarini (2001), as estruturas rpteis so oriundas do Segundo

    Evento Deformacional, na forma de pequenos empurres e imbricaes, resultando em

    dois grupos estruturais, um a NW e outro a NE, por diferenas nas rampas formadas

    pelos esforos deste evento, no contato do Grupo Bambu com o Granito do Norte.

    O fato das estruturas apresentarem baixo ngulo na direo de transporte,

    principalmente as lineaes de estiramento mineral LX e os eixos crenulao Lb+1,

    alm do rotacionamento geral da direo de Sn de SE para SW caminhando de W para

    E na rea (Figura 9), o que d para a estrutura o formato de U. Tudo isso em conjunto

    com todas as evidncias de cavalgamento podem associar essas rochas a uma estrutura

    de nappe, entretanto para que isso seja definido seria necessrio maiores informaes

    sobre o contato com as rochas autctones.

    6. Geologia Local

    A rea mapeada foi classificada em 5 litologias. A sequncia Greenstone

    compreende as sequncias Metaultramfica, Ultramfica e Unidade quartztica e

    metaconglomertica; A Sequncia Metassedimentar da Serra da Pimenta foi

    dividida em Unidade dos meta-argilitos e meta-siltitos, Lentes metagrauvticas,

    estratos de maior granulometria e Quartztos; Sequncia metassediementar e

    Domnio dos Granitides. Os dados obtidos em campo foram correlacionados

    com aqueles obtidos na literatura para posterior concluso.

    4.1. Sequncia MetaultramficaPontos 18,26, 35, 48-51, 53-62, 83-90, 102, 104, 136, 138, 137, 138,140, 142.

    A sequncia ultramfica com cromitito corresponde ao Grupo Lavaps, Unidade

    ultramfica com cromititos e FBB de Ferrari (1996). As rochas pertencentes a

    esta litologia concentram-se na poro oeste da rea mapeada, perfazendo 1/3 darea, em contato gradacional e tectnico com a sequncia metassedimentar.

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    As rochas se encontram em sua maioria alteradas, com colorao vermelho

    escuro e ocre, evidenciada na figura 4.1.1. No ponto 35, a rocha apresenta

    esfoliao esferoidal, tpica de rochas isotrpicas como basaltos. No ponto 53, a

    rocha aflora no cho da estrada com intercalaes de mangans.

    Figura 4.1.1: Afloramento no cho das rochas da sequncia ultramfica. (Ponto

    53UTM 402826/7733812)

    Ao longo da rea que compreende esta sequncia encontramos blocos

    rolados de composio intermediria (andestica/rioltica), levemente

    metamorfisado, com uma matriz fina cinza, com plagioclsio (40%), quartzo

    (15%) e alteraes avermelhadas (5%). O plagioclsio encontra-se uniforme e

    orientado. Mais adiante, no corte de estrada, encontramos a mesa rocha in situ

    (prximo ao ponto 53), mais deformada, originando um filito cinza, prximo ao

    contato com a Sequncia Ultramfica associada aos cromititos. Alm destes

    blocos de composio intermediria, encontramos diversos stockworks ao longo

    do caminhamento.

    No corte da mesma estrada, encontramos a rocha s, de colorao verde intensada clorita, com foliao bem definida. Mais adiante, a sequncia

    metaultramfica encontra-se dobrada, com flanco quase vertical, apresentada na

    figura 4.1.2.

    Em uma barragem no Crrego Caxambu, encontramos as rochas ss da

    sequncia ultramfica de colorao verde escura a preto, bastante

    foliada,crenulada e com veios de quartzo entre os planos de foliao, na qual no

    possvel identificar nenhum mineral a olho nu (Ponto 57).

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    Figura 4.1.2.: Afloramento da sequncia ultramfica dobrada. (Ponto 55 UTM

    402557/7734312).

    No ponto 61, encontramos um afloramento com cerca de 2m de altura da

    rocha ultramfica s, com colorao esverdeada atribuda a cloritas em uma matriz

    cinza, com foliao evidente. Devido s condies metereolgicas no foi possvel

    fotografar o afloramento. A anlise petrogrfica da amostra (Lmina G6P61) permitiu

    classific-la como um Chl-xisto. Observa-se leitos de quartzo estirados, com sigmoides

    submilimtricos e ribbons (10%), sendo majoritariamente constituda por clorita e

    plagioclsio, perfazendo 60% da lmina. Os opacos ocorrem ao longo da clivagem de

    crenulao (Figura 4.1.3).

    Figura 4.1.3: Sigmide sinistral de quartzo com incluses de clorita; Destaque para os

    opacos sin Sn crenulados. (Ponto 61UTM 401477/7734723).

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    Figura 4.1.4: Afloramento da sequncia ultramfica alterada. (Ponto 104UTM

    400574/773449)

    No ponto 88, conforme descrito no captulo de estrutural, encontramos

    evidncias do cavalgamento para NE da sequncia metaultramfica, evidenciado

    por dobras de arrasto.

    Como afloramento tipo da Sequncia Metaultramfica foi selecionado o

    ponto 48 (UTM 403138/7733134), mesmo este no apresentando a cromita

    podiforme, que foi encontrada topograficamente abaixo da seo descrita, no

    ponto 51 (UTM -403221/7733567). Desta forma, o segundo foi utilizado para

    complementar a caracterizao do litotipo.

    No ponto 48, o afloramento apresenta 60 metros de altura por 20 metros de

    largura, na qual ocorre uma queda dgua (Figura 4.1.5).

    A rocha encontra-se foliada e crenulada, com alternncia na colorao,

    configurando uma sequncia de nveis rochosos mais amarronados, nveis de

    colorao verde escura, e nveis xistosos ricos em quartzo. Os nveis variam emespessura, inclusive lateralmente. Tambm no ocorre uma padro de

    bandamento, variando de nveis mtricos a milimtricos, no seguindo padres

    do topo para a base.

    Uma seo de 1 metro de altura foi descrita detalhadamente (figura 2.2), que da

    base para o topo apresenta:

    1- Leito ocre na base, com planos verdes submilimtricos.

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    2- Estratos verdes predominam sobre os alaranjados (ocre) com veios de

    quartzo que cortam na diagonal e leitos de quartzito, com espessura de 5-10cm.

    Associados aos veios de quartzo, ocorre um mineral avermelhado, que tambm

    ocorre junto as lminas verdes e alaranjados, porm em menor concentrao.

    3- Leito que predomina os filitos alaranjados (ocre) com 10cm de espessura,

    com laminaes milimtricas a submilimtricas de verde.

    4- Leito arenoso centimtrico a decimtrico (varia at 20cm de espessura

    nesta seo).

    5- Leito composto por laminaes milimtricas a submilimtrica de filito

    laranja (ocre)

    6- Leitos de quartzo concordante com as foliaes.

    Os veios de quartzo ocorrem concordantes ao plano, em bolses centimtricos

    ou ainda discordantes aos planos de foliao.

    Figura 4.1.5: Viso geral da sequncia metaultramfica associada com cromitito.

    (Ponto 48UTM 403138/7733134).

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    Figura 4.1.6: Detalhe da sequncia de 1m descrita no afloramento tipo,

    mostrando camadas centimtricas e milimtricas da sequncia metaultramfica

    com cromitito. (Ponto 48UTM 403138/7733134).

    Ao lado do afloramento da queda dgua, a rocha encontra-se alterada no corte

    de estrada, com granolumetria argilosa, alterando para o amarelo alaranjado e

    amarelo mais claro e vermelho. O outro estrato alterado para amarelo ocre, com

    frequncia menor dos minerais com colorao de alterao vermelha com veios

    e leitos de quartzo (Figura 4.1.7).

    Figura 4.1.7.: Afloramento intemperizado da sequncia metaultramfica

    intemperizada, com nvel quartzoso. (Ponto 48UTM 403138/7733134).

    Deste ponto em diante, as rochas foram encontradas prximas ao corte de

    estrada, estando em sua maioria intemperizadas. No ponto 49, o afloramento

    apresenta cerca de 4m de altura em relao estrada e apresenta colorao roxavariegando para amarelada (Figura 4.1.8a). A rocha apresenta plano de foliao

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    bem definido, crenulada, nos quais ocorrem nveis quartzosos (Figura 4.1.8b). O

    quartzo bipiramidal.

    Figura 4.1.8: a. Afloramento sequncia ultramfica; b. amostra de mo crenulada

    com veios de quartzo. (Ponto 49UTM 403367/7744518).

    No ponto 50 h um afloramento de 30 metros por uns 25 de altura. Da base para

    o topo temos uma lente de rocha negra bsica encaixada numa rocha com muitos

    veios de quartzo e alterao ocre-avermelhada constituda por argilominerais,

    que grada para uma alterao arroxeada com talco, conforme se afasta da lente

    (Figuras 4.1.9 a e b).

    Figura 4.1.9:a.Lente de rocha ultramfica inserida na sequncia metaultramfica;

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    b. rocha alterada com veios de quartzo. (Ponto 50UTM 403203/7733669).

    No ponto 51 ocorre a cromita podiforme associada com duas outras litologias.

    Assim como no ponto anterior, o podi de cromita encontra-se encaixado em uma

    rocha bsica totalmente alterada de colorao ocre (Figura 4.1.10). Abaixo do

    podi, mais distante do mesmo, ocorre a segunda litologia que se encontra menos

    alterada (Figura 4.1.11), de colorao verde, com foliao evidente e brilho

    caracterstico do talco, sendo classificada em campo como Tlc xisto. No foi

    possvel confeccionar uma lmina desta amostra devido ao grau de alterao da

    mesma.

    A lmina (G6P51) foi confeccionada a partir de uma amostra da rocha mfica

    associada ao cromitito podiforme de colorao escura e macia. Sua composio

    predominantemente de clorita e plagioclsio, constituindo uma matriz fina

    (

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    Figura 4.1.11: Rocha da sequncia ultramfica encaixante dos cromititos; a.

    rocha intemperizada; b. rocha s de colorao esverdeada. (Ponto 51 UTM

    403211/7733567).

    Figura 4.1.12. Lmina da amostra do ponto 51 associada ao cromitito podiforme.

    4.2. Sequncia Ultramfica GreenstonePontos 131, 132, 133 e 134.

    A sequncia de basaltos toleticos em pillow lavas e do peridotito foi

    denominada Sequncia Ultramfica Greenstone, equivalente Unidade Toletica

    do Grupo Ribeiro Araras de Schrank (1992) utilizada e apresentada por Ferrari

    (1996). As primeiras ocorrncias em campo foram constatadas no ponto 131,

    onde o solo tornou-se intensamente avermelhado com vesculas ocre (figura

    3.1), indicando o contato com os milonitos. Caminhando dentro do Ribeiro das

    Araras, no limite norte da rea de mapeamento, foram encontrados os basaltos

    com pillow lavas no leito do rio e um grande afloramento na margem do

    peridotito (Figura 4.2.1).

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    O peridotito apresenta colorao esverdeada, devido serpentinizao das

    olivinas. No ponto 134 foi feita uma lmina do peridotito, classificado como

    Tlc-Ath Serpentinito. A amostra apresenta granulao fina, sendo constituda

    por serpentinas em pseudomorfos de olivina, das quais s se preservaram a

    forma, antofilita com hbito radial, com talco em pequena porcentagem (10%).

    Figura 4.2.1: Incio da ocorrncia da Sequncia Ultramfica do Greenstone,

    evidenciada pela cor do solo ao longo da drenagem. (PONTO 131 UTM

    405508/7734868)

    Figura 4.2.2: Peridotito aflorando nas margens do Ribeiro das Araras. (PONTO

    134405188/7734839).

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    Figura 4.2.3. Lmina do peridotito, com pseudomorfos de olivina

    serpentinizadas. (PONTO 134405188/7734839).

    4.3. Unidade Quartztica e MetaconglomerticaPontos 92, 139

    A Unidade Quartztica e Metaconglomertica perfaz apenas 10% da rea de

    mapeamento, se concentrando na regio sul a sudoeste, entre as coordenadas UTM

    402000 e 404000, e aflorando nos altos topogrficos. Esta unidade equivale s

    unidades conglomerticas do Grupo Lavaps, Superior e Inferior, dentre as quais

    ocorrem a Sequncia Metaultramfica com cromititos.

    No ponto 92, no topo da Serra do Lavaps, afloram os conglomerados em

    contato com a Sequncia Metaultramfica com cromitito de forma gradacional. A rocha

    apresenta nveis mais conglometrticos e a matriz varia de tamanho entre fina e grossa.

    A granulometria varia espacialmente, com os clastos ovalados de quartzo chegam at

    5cm de dimetro. As pores de menor granulometria apresentavam uma alterao

    variando de cinza, ocre e verde, porm no foi possvel identificar minerais a olho nu

    (Figura 4.3.1).

    As litologias apresentam foliao bem definida, tanto nos nveis de maior

    granulometria e mais fortemente nos nveis mais finos. Dentro do mapeamento, aparece

    como a nica litologia que preserva a polaridade sedimentar original, sendo possvel

    identificar o plano S0 e uma evoluo granulomtrica de gradao normal para topo.

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    a. b.

    Figura 4.3.1. a. Afloramento-tipo da litologia;b. Metaconglomerado visto em detalhe. (Ponto 92 UTM402175/7733612)

    Figura 4.3.2: Pores de menor granulao da Sequncia Metaconglomertica. (Ponto92 - UTM 402175/7733612)

    Topografica e estratigraficamente abaixo da Sequncia Ultramfica comcromitito, mais a oeste, voltam a ocorrer os metaconglomerados, com mergulhoconcordante com a litologia em contato gradacional. Porm neste ponto, no ocorrem osnveis mais finos como anteriormente, apenas uma matriz composta por quartzo esericita, e clastos de quartzo ovalados com tamanho mdio de 5cm de dimetro (Figura4.3)

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    Figura 4.3.3. Metaconglomerados foliados com matriz de quartzo e sericita. (Ponto 139

    UTM 403851/773387)

    4.4. Sequncia Metassedimentar da Serra da PimentaPontos: 79, 109, 110, 113, 114, 116, 119, 122, 123, 125, 128 e 129

    A sequncia metassedimentar da Serra da Pimenta corresponde ao Grupo

    Pacincia de Schrank (1982) e Ferrari (1996), descritas formalmente como Grupo

    Pacincia. Este engloba a Unidade Serra da Pimenta com quartzitos, Unidade

    Metagrauvacas finas e a Unidade de Pelitos Carbonosos.

    A rea que corresponde a Serra da Pimenta se situa na poro direita do mapa

    (406000 a 408000 UTM), onde as litologias encontradas so tipicamente

    metassedimentares. Afloram os metaconglomerados, metaquartzitos, meta-argilitos

    e meta-siltitos, estes ltimos mantendo contato tectnico com a seqncia

    granitide, de carter cisalhante.

    Blocos rolados dos quartzitos foram encontrados um pouco abaixo da cota de

    1100 metros de altitude, sendo ento inferidos at o topo da serra. O quartzo perfaz

    mais de 80% da rocha, podendo ser encontrado silte e argila, mesmo que em

    menores propores. Os cristais de quartzo se apresentam recristalizados, muitas

    vezes formando quartzo-ribbon (em fita). Apresentam crenulao suave.

    Pouco se sabe sobre o contato entre os quartzitos e a seqncia meta-pelitica

    inferior a ele, por isso o contato entre essas litologias inferido atravs de dados

    estruturais e obsevaes, ambos advindos do campo. No foram encontradas falhas

    que denotassem o contato entre tais, sendo considerado este um contato gradacional.

    Tambm no h lminas dessa litologia, pois em campo s foram encontrados

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    blocos rolados. Por ser ela bastante evidente e diferenciada do restante das litologias

    abordadas, foi possvel identific-la como topo da Serra da Pimenta, apesar de no

    termos encontrado nenhuma amostra in situ.

    Inferior a ela, como j supracitado, reside a litologia classificada como meta-

    argilitos e metasiltitos da Serra da Pimenta. Estas afloram at as proximidades do

    Ribeiro das Araras, estabelecendo um contato cisalhante com o granitide.

    Fig. 4.4.1: Metapelitos da seqncia metassedimentar.( Ponto 129 UTM

    405680/7734751) Escala vertical da foto: 1 m.

    Fig. 4.4.2: Meta argilitos da seqncia metassedimentar. (Ponto 122 - UTM

    406766/7734450)

    Os metassedimentos encontrados nessa poro aparecem muito intemperizados

    em campo, porm so de fcil identificao, pois todos alteram para um vermelho-

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    arroxeado muito caracterstico. Alguns blocos apresentam crenulao e so

    encontrados prximos zona da falha inferida.

    Dentro dessa seqncia encontramos grandes blocos do que classificamos como

    metagrauvaca, isso devido rocha possuir matriz muito fina e possuir colorao

    esverdeada/acinzentada. O contato dessa litologia provavelmente estratigrfico,

    estando inserida dentro da sequncia metasedimentar na forma de lentes, as quais

    puderam ser individualizadas em campo e identificadas no mapa geolgico.

    Fig. 4.4.3: Metagrauvaca da Serra da Pimenta. (Ponto 116 - UTM 406847/773.931)

    4.5. Sequncia Metassedimentar

    Pontos: 5, 6, 7, 9, 11, 12, 13, 16, 17, 19, 37, 38, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 52, 53, 91, 93,94, 96, 97, 100, 101.

    Est presente perfazendo cerca de 40 a 50 % da rea de mapeamento, se

    concentrando a oeste entre as coordenadas UTM 400000 a 404000, com continuidade

    norte-sul, em contato gradacional e por vezes tectnico com a Sequncia

    Metaultramfica inferior, e contato que aparentemente cisalhante com o Domnio

    Granitide. Esses litotipos equivalem as litologias do Grupo Lavaps.

    De modo geral, se mostrou uma sequncia de difcil mapeamento,

    principalmente no traado dos contatos, uma vez que os mesmo eram gradacionais e as

    caractersticas litolgicas variam de forma sutil. As mudanas eram mais perceptveis na

    alterao pedolgica, e na granulometria geral do que pela mineralogia, a qual na

    grande maioria das vezes se mostrou invivel devido granulao da rocha, xistos finos

    a mdios.

    Na borda oeste do mapa foram encontrados mica xistos de granulao fina,

    foliao evidente, sem evidncia de deformao cisalhante. Alteram para vermelho

    deslavado, provavelmente dos minerais mais ricos em ferro como a clorita metamrfica,

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    e para um amarelo-marrom claro, com as mudanas na cor de alterao variando de

    nvel para nvel e se intercalando, como pode ser observado na Figura 5.1, o que pode

    ser interpretado como uma mudana composicional de carter estratigrfico.

    Figura 4.5.1: Afloramento sequncia metasedimentar, bastante alterado. (Ponto 5 UTM 399990/7733555)

    Dentro da mesma sequncia anterior so tambm encontrados filitos intercalado,

    com maior abundncia de mica e minerais placides, como talco e sericita, assim

    identificados devido ao brilho perlceo e ao fato de se desfazer ao toque deixando um

    p esbranquiado. P esse que marca a alterao pedogentica para branca a rosaprola, em alguns nveis e amarelo-ocre deslavado em outros, como pode ser observado

    na Figura 4.5.2.

    Figura 4.5.2: Afloramento da sequncia metasedimentar. (Ponto 6UTM 399965/7733476)

    No ponto 17, UTM 400960/7734242, do primeiro dia de mapeamento, ainda naporo oeste deste litotipo, foi encontrado um afloramento, dentro de um dos afluentes

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    do Rio Lavaps, com rochas ss e in situ. O qual, devido ausncia de afloramentos

    mais preservados e caractersticos, o afloramento-tipo desta sequncia.

    So Sericita-Clorita xistos, com titanita e apatita subordinadas, de granulao

    mdia de quarto em matriz muito fina. Apresenta-se crenulada, com duas lineaes de

    crenulao bem marcadas, assim como entrecortada por veios de quartzo de pequeno

    porte, de milimtrico a centimtrico. Em lmina, apresenta feies de cisalhamento,

    como sombra de presso e quartzo sigmoidal, que, entretanto, no fornecem informao

    estrutural, uma vez que a lmina no foi orientada.

    Indo para Leste, em direo ao contato com o Domnio Granitide, ainda so

    observadas as mesmas litologias, Sericita e Clorita xistos intercalados, alterando para

    amarelo-ocre deslavado com duas direes de crenulao bem marcadas. O critrio

    distintivo para a identificao da litologia nessas reas foi essa alterao, Figura 5.3,

    bem diferenciada do vermelho sangue e ocre dos xistos e filitos mficos e ultramficos

    da Sequncia Metaultramfica do contato. Outra caracterstica observada foi a

    colorao da grama, que na Sequncia ultramfica se encontra mais adensada e de cor

    verde mais forte.

    Figura 4.5.3: Processo de alterao qumica e pedognese das SequnciasMetasedimentares (Ponto 96UTM 401428/7733463)

    A petrografia das rochas dessa rea mostrou que tratam-se de clorita xistos, com

    geothita e turmalina subordinados, com evidncias de recristalizao dinmica e

    milonitizao. Essa evidncia forte de cisalhamento presente principalmente na lmina

    G6P52, que fez com que a falha de empurro do contato entre a Sequncia

    Metasedimentar e a Sequncia Metaultramfica fosse extendido para sul, dentro do

    domnio sedimentar.

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    No afloramento do ponto 46 foram observadas dobras de pequeno porte, dentro

    dessa Sequncia, tinham eixo aproximadamente vertical e afloravam num dos afluentes

    do Crrego Caxambu, como pode ser observado na Figura 4.5.4. Nesse afloramento foi

    tambm observada dentro dessa sequncia de dobras, a presena de dobras de arrasto,

    como j discutido no captulo estrutural.

    Figura 4.5.4: Dobra na sequncia metasedimentar, prximo a feies de dragfolds, descritas no captulo de estrutural. (Ponto 46UTM 402428/7734090)

    4.6. Domnio do GranitidePontos: 29, 30, 31, 32, 33, 63, 64, 65, 66, 67, 69, 70, 72, 74, 76, 80, 81, 82, 141,

    143, 144, 146, 147

    O Domno Granitide perfaz cerca de 20 a 30% da rea de mapeamento, se

    concentrando na rea central a central-oeste, entre UTM 404000 a 406000

    aproximadamente no sentido leste oeste e uma continuidade aproximadamente

    constante no sentido norte-sul. O contato com os outros domnios e sequncias

    tectonicamente discordante, com evidncias fortes de cisalhamento e cavalgamento

    de leste para oeste, como foi observado no captulo estrutural e ser mais

    detalhadamente discutido adiante. Ferrari (1996) classifica essa litologia como

    Granitides do Grupo Ribeiro Araras.

    O afloramento melhor preservado e que pde fornecer as melhores e mais

    confiveis informaes sobre o litotipo foi o do ponto 67, Figura 4.6.1. A

    composio dessa rocha um chl-qtz xisto milonizado, de granulao grossa do

    quartzo em matriz fina. Apesar de a composio no mostrar claramente ser uma

    rocha de composio granitoide, sabemos pelo estudo da geologia regional que

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    trata-se disso e a concluso a que chegamos que o plagioclsio j foi cominudo ou

    quebrado no metamorfismo de baixo grau, fcies xisto verde, e os minerais mficos

    subordinados foram cloritizados.

    Figura 4.6.1: Afloramento-tipo da litologia do granitide. (Ponto 67 UTM

    404793/7733183)

    Os indicadores cinemticos desse milonito mostram deformao cisalhante com

    topo para E-NE, mostrando a direo do movimento do encaixe desse corpo. O

    movimento cisalhante, causador dessa deformao descrita, tambm responsvelpela segregao da clorita dentro dos planos de fraqueza do movimento, ou seja, nas

    falhas de regime mais dctil a dctil-rptil, como pode ser observado na Figura 6.2.

    Essa acumulao em faixas, dentro de um perfil mais intemperizado, pode ser

    confundida com uma intruso, uma vez que a alterao da clorita deixa o perfil com

    cor vermelha escura, contudo essas semelhanas se restringem somente a cor.

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    Figura 4.6.2: Faixa de acumulao de clorita nas zonas de fraqueza, durante ocisalhamento. (Ponto 65UTM 404668/7733211)

    Nos perfis mais alterados desse litotipo, que aparecem com mais frequncia

    dentro de ravina e voorocas, observado sequencias de rochas foliadas, levemente

    crenuladas, com muito quartzo, alternando em nveis mais avermelhados e mais

    esverdeados, de acordo com a alterao e quantidade modal da clorita. Uma

    caracterstica interessante desses perfis que esto povoados de demoseilles dequartzo, fruto da eroso diferencial do quartzo com relao a matriz cloritizada, o

    que pode ser distintivo em alguns casos (Figura 4.6.3).

    Figura 4.6.3: Alterao do litotipo do granitide, Chl d cor avermelhada. (Ponto

    29UTM 404694/7734719)

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    Conforme se desloca pra leste, percebe-se que as rochas se tornam cada vez mais

    cislhadas, mais milonitizadas, com a foliao mais evidente e a granulao menor,

    indicando uma evoluo do cisalhamento e a proximidade da falha. No contato leste,

    so encontradas rochas ultramilonitizadas, que j em nada se parecem com as rochas

    discutidas anteriormente. Em campo so xistos muito finos, lembrando filitos, de

    alternncia de nveis mais avermelhados e nveis esbranquiados de espessura

    milimtrica, podendo ser confundidos com os filitos e xistos vulcanosedimentares.

    Em Lamina, G6P74, essa alternncia marcada pela presena de quartzo

    extremamente recristalizado segregado da clorita, que se apresenta alterada para

    geothita e hidrxido de ferro, o que atribua a cor vermelha rocha alterada. A

    presena desse litotipo ultramilonitizado permitiu a interpretao de um contato de

    falhamento cisalhante de cavalgamento de oeste para leste, como mostrado pelos

    indicadores cinemticos.

    Encaixadas com esse litotipo, no se sabe se por contato tectnico, entretanto

    provvel que seja, esto as rochas ultramfica serpentinizadas, as quais foram

    podem ter sido colocadas junto com o granitide durante o cavalgamento.

    5. Captulo Especfico: Sequncia de cromititos podiformes no Greenstone

    Belt de Pinhu

    5.1. Introduo

    Um complexo se refere reunio ou mistura de duas ou mais classes genticas

    de rochas em um nico nicho estratigrfico. Trata-se de uma associao que apresenta

    estruturas bastante complicadas a ponto de tornar a compartimentao das litologias deextrema dificuldade. Apesar de no hierarquizada, o complexo, como unidade

    litodmica, comparvel ao conceito de sute e de supersute. Com o avano dos

    conhecimentos geolgico-estratigrficos da rea, um complexo tende a ser desdobrado

    em unidades formais melhor definidas. Os complexos so muitas vezes designados por

    nomes regionais de sua ocorrncia, como o Complexo Mfico-Ultramfico de Piumh,

    cujas especificidades originaram este captulo (Ferreira Filho, 1992).

    Para compreender melhor acerca do Complexo Mfico-Ultramfico de Piumh,vamos tratar dos ofiolitos, os quais representam uma associao de rochas ultramficas,

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    mficas e uma cobertura sedimentar, sendo esta relacionada crosta ocenica (Bizzi et

    al., 2001). Considerando isso se v do topo para a base:

    Rochas sedimentares qumicas (sedimentos ricos em mangans e formaes

    ferrferas) ou terrgenas, como turbiditos, sendo estas relacionadas a um

    ambiente marinho profundo;

    Complexo vulcnico mfico, constitudo por basaltos almofadados tholeiticos;

    Enxames de diques mficos, que cortam os derrames sobrejacentes, de

    composio tholeitica e outras de diques de diabsio;

    Complexo Mfico Plutnico, constitudo por rochas gabricas, as quais podem

    ser acamadadas, sendo associadas aos cumulatos mfico-ultramficos (cromita +

    plagioclsio + clinopiroxnio), presentes na base da unidade. Concomitante aos

    corpos mficos esto os corpos intrusivos de composio

    plagiograntica (diorito a tonalito);

    Complexo Ultramfico de composio relativa a um manto mais profundo, como

    harzburgito, lherzolito e dunito, e geralmente serpentinizados.

    Figura 5.1.1- Seo ofioltica evidenciando a distribuio dos principais

    depsitos minerais (FONTE:)

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    Os ambientes de gerao de ofiolitos, por serem distintos, so os responsveis

    pela grande variedade de estruturas internas, empilhamento estratigrfico e razes

    geoqumicas. No geral, os ofiolitos tm sua formao durante diferentes estgios do

    Ciclo de Wilson, e depois, devido ao de processos orogenticos, acrescionrios

    ou colisionais, num processo denominado obduco, so incorporados nas margens

    continentais.

    Dentre os principais ambientes produtores de crosta ocenica esto as dorsais

    meso-ocenicas, bacias de arcos-de-ilha juvenis, bacias de ante-arco e retro-arco. Isto

    resulta em diferentes tipos de ofiolitos, assim suas classificaes esto relacionadas ao

    ambiente de formao (Figueiredo, 2001).

    Ofiolitos do tipo MOR (mid ocean ridge), originados em dorsais meso-

    ocenicas, possuem caractersticas geoqumicas semelhantes aos MORB (mid

    ocean ridge basalt), cristalizao inicial de plagioclsio e manto residual

    lherzoltico-harzburgtico;

    Ofiolitos do tipo SSZ (supra-subction zone), tm sua origem acima de zonas de

    subduco intra-ocenica e possuem caractersticas geoqumicas de arcos de

    ilhas, com cristalizao inicial de clinopiroxnio e manto residual harzburgtico.

    O ofiolito SSZ difere do MORB nas seqncias mantlicas, na presena mais

    comum de depsitos de cromita podiforme e na cristalizao de clinopiroxnio anterior

    ao plagioclsio, refletindo a abundncia de wehrlito relativamente ao troctolito na

    seqncia cumultica. A maioria dos mais bem preservados ofiolitos nos cintures

    orognicos do tipo ZSS (Pearce, 1984).

    Economicamente, um depsito mineral se forma quando os processos geolgicos

    concentram minerais de minrios numa quantidade que exceda os teores de corte. As

    condies de estabelecimento de tais depsitos devem seguir certos parmetros fsico-qumicos inerentes sua formao. A atuao destes parmetros fsico-qumicos nunca

    deve ser feita individualmente, pois estes esto sempre associados uns aos outros, o que

    torna muito difcil a realizao experimental em um laboratrio - o tempo das reaes

    geolgicas muito longo, dificultando testes experimentais.

    A presso e a temperatura influenciam diretamente nas paragneses minerais e,

    conseqentemente, nos depsitos de minerais metlicos. A temperatura estabelece as

    paragneses minerais dos depsitos. Concomitante a isso, as presses litostticas,fluidas e dirigidas influenciam na fase slida.

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    A fugacidade do oxignio (O2) e do enxofre (S2) e o pH das solues tambm

    influenciam diretamente na natureza dos depsitos. primeira, atribui-se a presso de

    vapor agindo nas paragneses metlicas que contenham xidos e sulfetos. Como o

    oxignio mais abundante na natureza, sua fugacidade mais relevante na formao de

    tais depsitos. segunda, atribui-se as condies de pH neutro ou levemente cido

    como principal geradora de depsitos. A variao do pH relativa temperatura, mais

    uma vez confirmando a associao dos processos.

    O tempo o parmetro mais difcil de ser representado, pois ele inerente aos

    outros processos. Quando submetidas s condies fsico-qumicas citadas

    anteriormente, o tempo coaduna e estabelece o que e como tais rochas ou depsitos

    sero formados. Assim, ele vem sendo abordado pelos gelogos por modelagem de

    depsitos geoqumica e isotpica (Choudhuri, 1997).

    Seguindo esses parmetros, temos que evidenciar as caractersticas geolgicas dos

    depsitos minerais em funo de sua forma e arcabouo geolgico. Tais parmetros so

    estabelecidos a partir de caractersticas em comum que estabeleam um critrio de

    classificao. Em relao forma de um depsito, eles podem ser classificados como:

    Disseminados: minerais de minrios dispersos e com baixos teores num

    grande corpo rochoso;

    Confinados: minerais de minrios concentrados num pequeno volume do

    total da rocha;

    Discordantes: mais jovens que as rochas hospedeiras (exemplos: veios e

    stockworks);

    Concordantes: possuem sempre direo paralela ao acamamento ou outra

    estrutura da rocha hospedeira, formando depsitos lenticulares, em funo de

    alguma atividade tectnica, ou tabulares, conhecidos tambm como

    depsitos estratiformes.

    O arcabouo geolgico dos depsitos minerais estabelecido em funo das

    escalas adotadas, variando desde uma cadeia montanhosa at o nvel de escala do