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MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE PARA EX EMPREGADO E APOSETNADO
AULA 52
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 30 da Lei n. 9.656/98
Ao consumidor que contribuir para produtos de que
tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em
decorrência de vínculo empregatício, no caso de rescisão
ou exoneração do contrato de trabalho sem justa causa,
é assegurado o direito de manter sua condição de
beneficiário, nas mesmas condições de cobertura
assistencial de que gozava quando da vigência do
contrato de trabalho, desde que assuma o seu
pagamento integral.
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§ 1o O período de manutenção da condição de beneficiário
a que se refere o caput será de um terço do tempo de
permanência nos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o
do art. 1o, ou sucessores, com um mínimo assegurado de
seis meses e um máximo de vinte e quatro meses
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§ 2o A manutenção de que trata este artigo é extensiva,
obrigatoriamente, a todo o grupo familiar inscrito quando
da vigência do contrato de trabalho.
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§ 3o Em caso de morte do titular, o direito de permanência
é assegurado aos dependentes cobertos pelo plano ou
seguro privado coletivo de assistência à saúde, nos termos
do disposto neste artigo.
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§ 4o O direito assegurado neste artigo não exclui
vantagens obtidas pelos empregados decorrentes de
negociações coletivas de trabalho.
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§ 5o A condição prevista no caput deste artigo deixará de
existir quando da admissão do consumidor titular em novo
emprego.
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§ 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela
empresa, não é considerada contribuição a coparticipação
do consumidor, única e exclusivamente, em
procedimentos, como fator de moderação, na utilização
dos serviços de assistência médica ou hospitalar
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Art. 31 da Lei n. 9.656/98
Ao aposentado que contribuir para produtos de que
tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em
decorrência de vínculo empregatício, pelo prazo mínimo de
dez anos, é assegurado o direito de manutenção como
beneficiário, nas mesmas condições de cobertura
assistencial de que gozava quando da vigência do contrato
de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral
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§ 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos
de assistência à saúde por período inferior ao estabelecido
no caput é assegurado o direito de manutenção como
beneficiário, à razão de um ano para cada ano de
contribuição, desde que assuma o pagamento integral do
mesmo
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§ 2o Para gozo do direito assegurado neste artigo,
observar-se-ão as mesmas condições estabelecidas nos
§§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do art. 30
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§ 3o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-
se-ão as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o e 4o
do art. 30.
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• Apelação - Plano de saúde - Ex-empregado aposentado - Manutenção do plano de
saúde coletivo nas mesmas condições aplicáveis aos empregados ativos, arcando o
aposentado com pagamento da parte que era suportada pelo empregador -
Inadmissibilidade de reenquadramento do aposentado em plano diverso, com
critérios próprios de apuração de prêmio - Interpretação do art. 31 da Lei nº 9.656/98
no sentido de que o aposentado deve se sujeitar às mesmas condições do contrato
paradigma, aplicável aos ativos, estando sujeito aos mesmos reajustes,
considerando ainda o pagamento da parte do empregador - Poder regulamentar de
órgão regulador que não pode se sobrepor à proteção conferida pela Lei, cuja
teleologia foi garantir ao aposentado fruição do plano de saúde sem maiores ônus,
ressalvada assunção da parcela anteriormente subsidiada pelo empregador -
Admissibilidade de reajuste do valor do prêmio da mesma forma aplicável aos
empregados ativos, não cabendo estipulação de novo regime que mescla preceito
dos contratos individuais, especialmente limitação dos índices de reajuste pela ANS,
afastada tal determinação da r. sentença. Processo - Legitimidade passiva da
operadora reconhecida, não havendo pretensão a ser dirigida contra a estipulante,
devendo figurar no polo passivo aquele que suporta as consequências econômicas
da pretensão deduzida. Extinção do contrato em relação a parte estipulante,
afastando sua legitimidade ad causam. Recurso da ré parcialmente provido e recurso
adesivo da autora improvido. (TJSP; Apelação 1022602-08.2013.8.26.0100; Relator
(a): Enéas Costa Garcia; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro Central
Cível - 15ª Vara Cível; Data do Julgamento: 29/01/2018; Data de Registro:
29/01/2018)
Plano de saúde. Ação de condenação em obrigação de fazer. Pretensão
de manutenção de beneficiária em plano coletivo de sua ex-empregadora.
Acolhimento. Preliminar de ilegitimidade passiva afastada. Incidência do
Código de Defesa do Consumidor e da Lei 9.656/98 (Lei dos Planos de
Saúde). O ex-empregado demitido sem justa causa e o aposentado têm o
direito de manterem-se assegurados com as mesmas condições e
garantias de que desfrutavam quando na ativa, desde que arquem com a
parcela do prêmio que suportavam anteriormente, pagando, também, em
acréscimo, aquela que era subsidiada pela ex-empregadora (arts. 30 e 31
da Lei 9.656/98). Jurisprudência desta Corte. Sentença de parcial
procedência essencialmente mantida (art. 252 do RITJSP), reformada
apenas no tocante à distribuição das verbas da sucumbência.
Desprovimento da apelação da ré e provimento da da autora, que versa
sobre as verbas da sucumbência. (TJSP; Apelação 1066420-
73.2014.8.26.0100; Relator (a): Cesar Ciampolini; Órgão Julgador: 10ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 44ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 28/11/2017; Data de Registro: 29/11/2017)
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação pelo procedimento comum com pedidos de
obrigação de fazer e indenização por dano moral. Deferimento da tutela de
urgência para que a ré restabeleça o plano de saúde contratado pela autora, na
modalidade individual, bem como autorize os serviços de “home care” e a
realização de hemodiálise, além de disponibilizar os demais exames e consultas
que se fizerem necessário ao seu regularmente tratamento, sob pena de multa
diária de R$5.000,00 (cinco mil reais). Insurgência da sociedade empresária ré.
Pressupostos legais autorizadores da medida que foram devidamente
demonstrados na espécie. Autora que é beneficiária de plano de saúde
empresarial, na condição de dependente, o qual vigora até junho de 2018, nas
mesmas condições do contrato anterior, ante a demissão sem justa causa da
titular (sua filha), optando por permanecer a ele vinculado. Demonstrada a
probabilidade do direito alegado e o perigo da demora do provimento
jurisdicional, ante o estado de saúde da agravada, pessoa idosa, inexistindo
perigo de irreversibilidade da medida. Decisão que não se mostra teratológica,
contrária à lei, notadamente no que diz respeito à probabilidade do direito
invocado, ou à prova dos autos, razão pela qual não merece reforma, consoante
o enunciado nº 59 da súmula de jurisprudência deste Tribunal. Multa diária, para
o caso de descumprimento da tutela, que não se mostra excessiva.
Precedentes. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 0001085-
89.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). PATRÍCIA RIBEIRO
SERRA VIEIRA - Julgamento: 18/01/2018 - DÉCIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo Interno no Recurso Especial no RECURSO ESPECIAL Nº
1.653.336 - SP (2017/0027995-5) - Plano de Saúde - Coletivo
(Empresarial)
“1. Não há direito de permanência do ex-empregado aposentado ou
demitido sem justa causa como beneficiário nos planos de saúde
coletivos custeados exclusivamente pelo empregador, salvo disposição
contrária expressa, prevista em contrato ou em convenção coletiva de
trabalho, sendo irrelevante a existência de coparticipação, a qual não se
confunde com contribuição. Precedentes.”
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“Plano de saúde. Contrato coletivo firmado pela ex-empregadora do
autor que, mesmo depois de aposentado, continuou trabalhando para
a mesma empresa, vindo a ser demitido posteriormente.
Aplicação do art. 31 da Lei 9656/98. A contribuição a que alude
referido artigo pode ser direta ou indireta. Pagamento por parte da
empregadora constitui salário indireto. Manutenção do aposentado
como beneficiário do plano de saúde, desde que assuma o
pagamento integral das prestações, abrangendo tanto a parcela
descontada de sua folha de pagamento quanto a quantia paga pela
ex-empregadora à ré, durante a vigência do contrato de trabalho.
Sentença mantida. Recurso não provido” (Apelação Cível nº
0001471.04.2012.8.26.0011, relator Des. Roberto Maia, j.04/09/2012).
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O entendimento do Superior Tribunal de Justiça,
entretanto, trilha no sentido de que, somente quando o ex-
empregado contribuísse diretamente com o seguro-saúde,
desconsiderada eventual coparticipação no custeio dos
procedimentos, é que teria direito a se manter vinculado aos
serviços.
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A Resolução Normativa n. 279/11 da ANS dispõe que é permitido ao ex-
empregador, aliás, utilizar plano privado de assistência à saúde para os
ex-empregados diverso do que é concedido aos empregados. Veja-se o
teor da citada regra, verbis:
Art. 13. Para manutenção do ex-empregado demitido ou exonerado sem
justa causa ou aposentado como beneficiário de plano privado de
assistência à saúde, os empregadores poderão:
I - manter o ex-empregado no mesmo plano privado de assistência à
saúde em que se encontrava quando da demissão ou exoneração sem
justa causa ou aposentadoria; ou
II - contratar um plano privado de assistência à saúde exclusivo
para seus ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa
causa ou aposentados, na forma do artigo 17, separado do plano
dos empregados ativos (sem negrito no original).
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Anote-se ainda que a Resolução Normativa da DC/ANSS nº
279/2011, de 24 de novembro de 2011, que revogou as
Resoluções do CONSU n.ºs 20 e 21, de 07 de abril de 1999,
e deu nova regulamentação aos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656,
de 3 de junho de 1998, que tratam do direito de manutenção
da condição de beneficiário para ex-empregados demitidos
ou exonerados sem justa causa e aposentados que
contribuíram para o plano privado de assistência à saúde
oferecido pelo empregador em decorrência de vínculo
empregatício. Assim estabelece o seu art. 4º:
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Assim estabelece o seu art. 4º:
"É assegurado ao ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa que
contribuiu para produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º da Lei nº
9.656, de 1998, contratados a partir de 2 de janeiro de 1999, em decorrência de
vínculo empregatício, o direito de manter sua condição de beneficiário, nas
mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência
do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral" (grifo
nosso).
Referida Resolução, no inciso II, do art. 2º, define como "mesmas condições de
cobertura assistencial" o seguinte: mesma segmentação e cobertura, rede
assistencial, padrão de acomodação em internação, área geográfica de
abrangência e fator moderador, se houver, do plano privado de assistência à
saúde contratado para os empregados ativos.
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E ainda, o seu art. 13º, quanto à manutenção do ex-
empregado demitido ou exonerado sem justa causa ou
aposentado como beneficiário de plano privado de
assistência à saúde, faculta ao empregador:
I - manter o ex-empregado no mesmo plano privado de
assistência à saúde em que se encontrava quando da
demissão ou exoneração sem justa causa ou aposentadoria;
ou
II - contratar um plano privado de assistência à saúde
exclusivo para seus ex-empregados demitidos ou
exonerados sem justa causa ou aposentados, na forma do
art. 17, separado do plano dos empregados ativos.
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ART. 31 DA LEI Nº 9.656/98. POSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO DE
PLANO DE SAÚDE EXCLUSIVO PARA EX-EMPREGADOS DEMITIDOS
OU EXONERADOS SEM JUSTA CAUSA OU APOSENTADOS. ARTS. 13
E 17 DA RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 279/2011 DA ANS.
O art. 31 da Lei nº 9.656/98 garante ao empregado aposentado o direito
de manutenção como beneficiário no plano de saúde oferecido pelo
empregador, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que
gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o
seu pagamento integral. O art. 13 da Resolução Normativa nº 279/2011
da ANS permite que, para manutenção do ex-empregado aposentado
como beneficiário de plano privado de assistência à saúde, os
empregadores terão a opção de formar um plano de assistência à saúde
exclusivo para seus ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa
causa ou aposentados, na forma do artigo 17, separado do plano dos
empregados ativos. Oferecido pela reclamada plano de saúde próprio
para inativos, não tem direito o reclamante a ser mantido no mesmo
plano disponibilizado aos empregados ativos.
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