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Plano Estadual de Saúde - RN.

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  • 1

  • 1

    GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SADE PBLICA

    COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE SERVIOS DE SADE

    PLANO ESTADUAL DE SADE 2012 - 2015

    Natal/RN Maio - 2013

  • 2

    Aprovado na Comisso Intergestores Bipartite CIB/RN,

    em ___________/____________/2013

    Deliberao n ______________________/2013

    Aprovado pelo Conselho Estadual de Sade CES/RN,

    em___________/____________/2013

    Resoluo n ______________________/2013

  • 3

    No deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impea de tentar. Desconfie do destino e acredite em voc.

    Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando,vivendo que esperando. Porque, embora quem quase morre esteja vivo quem quase vive j morreu.

    Fernando Pessoa

  • 4

    Rosalba Ciarlini Governadora do Estado do Rio Grande do Norte

    Luiz Roberto Leite Fonseca

    Secretrio de Estado da Sade Pblica

    Marcelo Bessa de Freitas Secretrio Adjunto de Estado da Sade Pblica

    Terezinha Guedes Rgo de Oliveira Coordenadora de Planejamento e Controle de Servios de Sade

    Valdimar Augusto de Medeiros Subcoordenador de Desenvolvimento e Acompanhamento das Programaes de Sade

    Equipe de Elaborao

    Terezinha Guedes Rgo de Oliveira Marilene Cardoso da Silva Ilza Carla Bernardes Ribas

    Nerialba Nobre Monteiro de Souza

    Diagramao e Formatao

    Suely Corria Maria Cleonia Fernandes de Souza

    Colaborao

    Coordenadoria de Promoo Sade Coordenadoria de Operao de Hospitais e Unidades de Referncia

    Coordenadoria de Recursos Humanos Coordenadoria de Administrao

    Coordenadoria de Finanas Coordenao do LACEN

    Coordenao da Homorrede Unidades Regionais de Sade Pblica

    Centro de Formao de Pessoal para os Servios da Sade CEFOPE Coordenadoria Estadual do Sistema Nacional de Auditoria

  • 5

    CONSELHO ESTADUAL DE SADE DO RN CONSELHEIROS MEMBROS

    Presidente:

    Denilson Anchieta Rodrigues Segmento dos Usurios

    Vice- Presidente: Aldensia A. Albuquerque Barbosa

    Representante dos Profissionais de Sade

    NOME CONDIO RGOS, ENTIDAES E INSTITUIES

    USURIOS

    Marcos Antonio Belarmino TITULAR Casa de Apoio a Pessoa vivendo e convivendo com

    HIV/AIDS do RN

    Vanderc Jos Borges Maciel TITULAR Associao dos Deficientes Fsicos - ADEFERN

    Edineuza Jones da Silva TITULAR FECEB

    Denilson Anchieta Rodrigues TITULAR OAB seccional do RN

    Thamires dos Santos Paiva TITULAR SINDAP do RN

    Eullio Luis da Silva TITULAR CUT/RN

    Maria Elizabete Fernandes TITULAR FETARN

    Iris da Silva Cabral TITULAR Centro de Defesa do

    Francinete Melo dos Santos TITULAR Pastoral da Criana

    Perceval Nunes de Carvalho Filho TITULAR Organizao no Governamental - BAOB

    Anina Augusta Gomes Vellasco Naylor SUPLENTE MINISTERIO DA SADE/RN

    Camila de Medeiros Costa SUPLENTE SESAP/RN

    Reginaldo Claudino da Silva SUPLENTE COSEMS

    Miranice Nunes Crives dos Santos SUPLENTE UFRN

    Juarez Cardoso de O. Sobrinho SUPLENTE LIGA NORTE RIOGRANDENSE

    CONTRA O CANCER

    Marcos Aurlio Marques da Silva SUPLENTE Sind. Estadual dos Trabalhadores em Educao do

    Ensino

    Heloisa Helena Lima Barroca SUPLENTE Conselho Regional e Farmcia

    Claudia Catharine Costa Alves SUPLENTE Conselho Regional de Nutrio

    Jos Salustino SUPLENTE Sin dos Agentes de Sade

    Edson Luis Cirilo SUPLENTE Sind. Dos Odontologistas do RN

    Cristino Ananias Alves SUPLENTE APREC

    Dcio Gomes Santiago SUPLENTE Associao dos Deficientes Fsicos - ADEFERN

    Paulo Csar Santos de Oliveira SUPLENTE FECEB

  • 6

    NOME CONDIO RGOS, ENTIDAES E

    INSTITUIES

    USURIOS

    Marcos Dionsio Medeiros Caldas SUPLENTE CEPAC

    Eugnio Dantas de Almeida SUPLENTE Sind. Nacional doa Aposentados Pensionista

    e Idosos da Fora Sindical do RN

    Soraya Pinheiro Barbosa Lopes SUPLENTE Federao dos Trabalhadores Circulistas do

    RN

    Francisco de Assis Arajo SUPLENTE FETARN

    Geolpia Jacinto da Silva SUPLENTE Consumidor -CDC

    Erasmo da Gama Neto SUPLENTE Pastoral da Aids

    Gilvan Cassiano do Nascimento SUPLENTE Organizao no Governamental

    BAOB

    PROFISSIONAIS DE SADE

    Sidneide Ferreira de Sousa TITULAR SINDSADE

    Rosana Lucia Alves de Vilar TITULAR COREN

    Salefe Lcia Varela Santos TITULAR Conselho Regional de Servio Social

    Antonio Barbosa dos Santos Junior TITULAR Sind. Dos Trabalhadores dos Servios

    Publico Federal do RN

    Aldensia A. Albuquerque Barbosa TITULAR Cons.Regional de Odontologia

    PRESTADORES DE SERVIO

    Tcio Dantas de Brito Guerra TITULAR MINISTERIO DA SADE/RN

    Marcelo Bessa de Freitas TITULAR SESAP/RN

    Maria Salete Cunha TITULAR COSEMS

    Antonio de Lisboa Lopes Costa TITULAR UFRN

    Luiz Renato Rezende Cerchi TITULAR LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O

    CANCER

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - ESPERANA DE VIDA AO NASCER NO RIO GRANDE DO NORTE, 2000-2010. .......................................................... 18

    FIGURA 2 - ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, POR REGIES DE SADE, 2012. .................................................................. 19

    FIGURA 3 - POPULAO RESIDENTE POR REA DE DOMICLIO, RIO GRANDE DO NORTE, 2010. .................................................. 21

    FIGURA 4 - POPULAO POR RAA E SEXO, RIO GRANDE DO NORTE, 2010. ......................................................................... 22

    FIGURA 5 - PIRMIDE ETRIA DO RIO GRANDE DO NORTE, 2000 A 2010. ............................................................................ 23

    FIGURA 6 - NMERO DE BITOS POR GRUPO DE CAUSAS (CAP. CID-10) DO RIO GRANDE DO NORTE, 2010. .............................. 28

    FIGURA 7 - MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS (CAP. CID-10) DO RIO GRANDE DO NORTE, 2010. ............... 31

    FIGURA 8 - COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA E SEXO, POR 100.000 HAB., RIO GRANDE DO NORTE, 2010. ................... 34

    FIGURA 9 - COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL (X1000HAB), RIO GRANDE DO NORTE, 2006 A 2010. ................................. 35

    FIGURA 10 ENCERRAMENTO OPORTUNO DE DOENAS DE NOTIFICAO COMPULSRIA POR ANO DE OCORRNCIA, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2005 A 2011. ...................................................................................................................................... 39

    FIGURA 11- MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO CID-10, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. ................................... 40

    FIGURA 12 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10 XV- GRAVIDEZ PARTO E PUERPRIO*, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2011. ................................................................................................................................................. 41

    FIGURA 13 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10. I - ALGUMAS DOENAS INFECCIOSAS E PARASITRIAS, RIO

    GRANDE DO NORTE, 2011. ................................................................................................................................ 43

    FIGURA 14 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID- X- DOENAS DO APARELHO RESPIRATRIO, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2011. ................................................................................................................................................. 44

    FIGURA 15 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10. XI- DOENAS DO APARELHO DIGESTIVO, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2011. ................................................................................................................................................. 45

    FIGURA 16 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10. - IX- DOENAS DO APARELHO CIRCULATRIO, RIO

    GRANDE DO NORTE, 2011. ................................................................................................................................ 46

    FIGURA 17 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10 I- NEOPLASIAS (TUMORES), RIO GRANDE DO NORTE,

    2011. ............................................................................................................................................................ 47

    FIGURA 18 - MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAPTULO DO CID-10 XIX- LESES ENVENENAMENTO E ALGUMA OUTRA CONSEQ

    CAUSAS EXTERNAS, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. ................................................................................................ 48

    FIGURA 19 - INTERNAES HOSPITALARES DO SUS, POR LOCAL DE INTERNAO E ESPECIALIDADE, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. 49

    FIGURA 20 - COBERTURA DA ESTRATGIA SADE DA FAMLIA NO RIO GRANDE DO NORTE, 2012. ............................................. 50

    FIGURA 21 - PRODUO AMBULATORIAL POR REGIO DE SADE RN/2008-2011 ................................................................ 53

    FIGURA 22 - HOSPITAIS DE MDIA E ALTA COMPLEXIDADE SEGUNDO TIPOLOGIA, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. ......................... 54

    FIGURA 23 AS REDES DE ATENO A SADE ................................................................................................................. 66

    FIGURA 24- SNTESE DOS PROGRAMAS/PROJETOS POR MACRO-OBJETIVO E POR EIXOS, PLANO PLURIANUAL (PPA) SETOR SADE

    NO RN/2012-2015. ........................................................................................................................................ 84

    FIGURA 25 - CADEIA DECISRIA DAS REDES DE ATENO SADE ........................................................................................ 85

    FIGURA 26 - ESTRUTURAO DAS REDES TEMTICAS NO RN ............................................................................................... 86

  • 8

    FIGURA 27 - PARTES COMPONENTES DA ORGANIZAO .................................................................................................... 93

    FIGURA 28- NVEIS DE ORGANIZAO DO ESPAO DA GESTO INTERFEDERATIVA DO SUS ......................................................... 97

    FIGURA 29 - .............................................................................................................................................................. 98

    FIGURA 30 - PREVISO ORAMENTRIA DO COMPONENTE SADE NO PPA EXERCCIO 2012-2015 ....................................... 154

    FIGURA 31 - SNTESE DOS EIXOS E COMPROMISSOS DO PES EM RELAO AO PPA ................................................................ 155

  • 9

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - REGIES DE SADE POR POPULAO RESIDENTE E NMERO DE MUNICPIOS EXISTENTES, RIO GRANDE DO NORTE, 2010.

    ..................................................................................................................................................................... 20

    TABELA 2 - PRODUO AMBULATORIAL DE MDIA E ALTA COMPLEXIDADE DO SUS, POR LOCAL DE ATENDIMENTO RIO GRANDE DO

    NORTE 2008-2011. ...................................................................................................................................... 52

    TABELA 3 NMERO DE HOSPITAIS POR TIPOLOGIA E GESTO, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. ................................................ 53

    TABELA 4 REDE HOSPITALAR ESTADUAL POR MUNICPIO DE LOCALIZAO E TOTAL DE LEITOS, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. ..... 54

    TABELA 5 DISTRIBUIO DO NMERO DE LEITOS, POR ESPECIALIDADE E QUANTOS SO DO SUS, RIO GRANDE O NORTE, 2012 ..... 57

    TABELA 6 NMERO DE LEITOS DE UTI HABILITADOS, POR REGIO DE SADE, ESPECIALIDADE E A REAL NECESSIDADE, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2012. ................................................................................................................................................. 57

    TABELA 7 NMERO DE LEITOS DE UCI ADULTO, SEGUNDO UNIDADE HOSPITALAR, MUNICPIO E QUANTOS SO DO SUS, RIO GRANDE

    DO NORTE, 2012. ............................................................................................................................................ 58

    TABELA 8 - NMERO DE LEITOS DE UCI PEDITRICO, SEGUNDO UNIDADE HOSPITALAR, MUNICPIO E QUANTOS SO DO SUS, RIO

    GRANDE DO NORTE, 2012. ................................................................................................................................ 58

    TABELA 9 - NMERO DE LEITOS DE UCI NEONATAL CANGURU, SEGUNDO UNIDADE HOSPITALAR, MUNICPIO E QUANTOS SO DO SUS,

    RIO GRANDE DO NORTE, 2012. .......................................................................................................................... 58

    TABELA 10 - NMERO DE LEITOS DE UCI NEONATAL CONVENCIONAL, SEGUNDO UNIDADE HOSPITALAR, MUNICPIO E QUANTOS SO

    DO SUS, RIO GRANDE DO NORTE, 2012. ............................................................................................................. 59

    TABELA 11 - DISTRIBUIO DAS EQUIPES DO SERVIO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR A SEREM IMPLANTADOS, SEGUNDO MUNICPIO E

    NMERO DE LEITOS, RIO GRANDE DO NORTE 2012 A 2015. .................................................................................... 60

    TABELA 12 NMERO DE PROFISSIONAIS, SEGUNDO CATEGORIA, EXISTENTES, NECESSRIOS E A DIFERENA, RIO GRANDE DO NORTE

    2012 A 2015. ................................................................................................................................................. 61

    TABELA 13 NMERO DE SOROLOGIAS REATIVAS, POR DOENA E MACRORREGIO, RIO GRANDE DO NORTE, 2011. .................... 63

    TABELA 14 - FORA DE TRABALHO ATIVA DA SESAP-RN, POR ESPECIFICAO E NMERO DE SERVIDORES. ................................. 74

    TABELA 15 - NMERO DE SERVIDORES EM CONDIO DE MUNICIPALIZADOS POR LOCAL DE LOTAO, RIO GRANDE DO NORTE, 2013.

    ..................................................................................................................................................................... 75

    TABELA 16 - NMERO DE SERVIDORES EFETIVOS ATIVOS DA SESAP, POR ESFERA DE GOVERNO DE LOTAO, RIO GRANDE DO

    NORTE, 2013. ................................................................................................................................................. 75

    TABELA 17- DEMONSTRATIVO DA APLICAO DOS RECURSOS PRPRIOS NA SADE NO RN, CONFORME EC 29/2000-2011. ......... 95

  • 10

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CCIH Comisso de Controle e Infeco Hospitalar

    CECI Central de Exames, Consultas e Internaes.

    CEFOPE Centro de Formao de Pessoal Para os Servidores da Sade

    CES Conselho Estadual de Sade

    CIB Comisso Intergestores Bipartite

    CIES Comisso Estadual de Integrao

    CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidente

    CIR Comisso Intergestores Regional

    CIT Comisso Intergestores Tripartite

    CNCDO Central de Notificao, Captao e Distribuio de rgos do RN

    COSEMS Conselho de Secretrios Municipais de Sade

    CRH Coordenadoria de Recursos Humanos

    CS Comisso de Sade

    DIRES Diretoria Regional de Sade

    EMAP Equipes Multiprofissionais de Apoio

    ESF Equipe Sade da Famlia

    FITEC Fundo de Incentivo Tecnolgico e Cientfico

    HORUS Sistema Nacional de Agentes e Assistncia Farmacutica

    IDEB ndice de Desenvolvimento de Educao Bsica

    IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada

    ISDM Indicador Social de Desenvolvimento dos Municpios

    LACEN Laboratrio Central

    LTA Leishmaniose Tegumentar Visceral

    LV Leishmaniose Visceral

    MAC Mdia e Alta Complexidade

    NASF Ncleo de Apoio a Sade da Famlia

    NASSE Ncleo de Assistncia ao Servidor

    NCT Ncleo de Cincia e Tecnologia

    NESC Ncleo de Estudos em Sade Coletiva

    NTC Ncleo de Cincia e Tecnologia

    NURSAT Ncleo Regulador de Sade do Trabalhador

    PAS Plano Anual de Sade

    PCCR Plano de Cargos Carreira e Remunerao

    PDR Plano Diretor de Regionalizao

  • 11

    PES Plano Estadual de Sade

    PLANASHE Plano Nacional de Sangue e Hemoderivados

    PNEPS Policita Nacional Permanente em Sade

    PNH Poltica Nacional de Humanizao

    PPA Plano Plurianual

    PS Plano de Sade

    RENAME Relao de Medicamentos

    RETSUS Rede de Escola Tcnica De Sade Do Sus

    RS Regies de Sade

    SAD Servio de Ateno Domiciliar

    SAMU Servio Mvel de Ateno s Urgncias

    SESAP Secretaria de Estado da Sade Pblica

    SIH Sistema de Internao Hospitalar

    SINAN Sistema de Informao e Agravos Notificveis

    SINASAN Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados

    SUAFP Subcoordenadoria de Folha de Pagamento

    SUCA Subcoordenadoria de Capacitao

    SUGRT Subcoordenadoria de Gesto de Relao do Trabalho

    SUIIRN Subcoordenadoria de Investigao e Informao do RN

    TCG Termo de Compromisso de Gesto

    UAVE Unidade de Acidente Vascular Enceflico

    UCO Unidade de Acidente Coronariano

    UNICAT Unidade Central de Agentes Teraputicos

    UPA Unidade de Pronto Atendimento

    URSAP Unidade Regional de Sade Pblica

  • 12

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ 7

    LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... 9

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................ 10

    APRESENTAO ............................................................................................................................. 15

    1 ANLISE SITUACIONAL ....................................................................................................... 18

    1.1 CARACTERIZAO DEMOGRFICA DO RN ................................................................................................. 18

    1.2 CONDIES SOCIOECONMICAS .................................................................................................................... 25

    1.3 PERFIL EPIDEMIOLGICO DO RN ................................................................................................................... 28

    1.3.1 ANLISE E CONSIDERAES SOBRE MORTALIDADE ................................................................................ 28

    1.3.2 MORBIDADE HOSPITALAR POR GRUPOS DE CAUSAS E FAIXA ETRIA ............................................. 35

    1.4 ANLISE DA ATENO INTEGRAL SADE NO RN ............................................................................... 49

    1.4.1 ATENO PRIMRIA SADE ............................................................................................................................ 49

    1.4.2 ATENO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA E HOSPITALAR ................................................................. 51

    1.4.3 ATENO HOSPITALAR .......................................................................................................................................... 53

    1.4.3.1 Dos Leitos Hospitalares .................................................................................................................................................... 57

    1.4.4 SERVIO DE ATENO DOMICILIAR ................................................................................................................. 59

    1.4.5 HEMORREDE ............................................................................................................................................................... 62

    1.4.6 CENTRAL DE NOTIFICAO, CAPTAO E DISTRIBUIO DE RGOS DO RN. ............................. 63

    1.4.7 REDE ESTADUAL DE LABORATRIOS DE SADE PBLICA .................................................................... 64

    1.4.8 REDES TEMTICAS DE ATENO SADE ................................................................................................... 65

    1.4.9 ASSISTNCIA FARMACUTICA ............................................................................................................................ 68

    1.5 GESTO EM SADE ................................................................................................................................................ 70

    1.5.1 GESTO DO TRABALHO E DA EDUCAO DA SADE ................................................................................ 72

    1.5.2 REGULAO DA ASSISTNCIA SADE .......................................................................................................... 79

    1.5.3 OUVIDORIA .................................................................................................................................................................. 80

    1.5.4 CONTROLE SOCIAL ................................................................................................................................................... 80

    1.5.5 PLANEJAMENTO EM SADE ................................................................................................................................. 82

    1.5.5.1 REGIONALIZAO ............................................................................................................................................................... 86

    1.5.6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL SESAP/RN ................................................................................................... 89

    1.5.7 FINANCIAMENTO ...................................................................................................................................................... 93

    1.5.8 ARTICULAO FEDERATIVA E CONTRATO DE AO PBLICA ............................................................. 96

    2 MATRIZ ESTRATGICA DO SUS DO RIO GRANDE DO NORTE ............................... 102

  • 13

    2.1 MISSO ..................................................................................................................................................................... 102

    2.2 OBJETIVO MACRO ............................................................................................................................................... 102

    2.3 DIRETRIZES ........................................................................................................................................................... 102

    3 EIXOS E COMPROMISSOS .................................................................................................. 106

    3.1 EIXO 1. ATENO INTEGRAL SADE ...................................................................................................... 106

    3.2 EIXO 2. GESTO DEMOCRTICA E PARTICIPATIVA DO SUS/RN ................................................... 106

    4 METAS E OBJETIVOS POR EIXOS E COMPROMISSOS ............................................... 108

    4.1 EIXO 1. ATENO INTEGRAL SADE ...................................................................................................... 108

    4.1.1 QUALIFICAO E AMPLIAO DA ATENO PRIMRIA. ....................................................................... 108

    4.1.2 PROMOO DA ATENO INTEGRAL SADE DAS POPULAES POR CICLO E GNERO ..... 110

    4.1.3 DESENVOLVIMENTO DE POLTICAS TRANSVERSAIS DE ATENO SADE .............................. 113

    4.1.4 PROMOO DA ATENO INTEGRAL POPULAO DE MAIOR VULNERABILIDADE SOCIAL E

    SITUAES ESPECIAIS DE AGRAVOS COM VISTAS A REDUO DAS INIQUIDADES ..................................... 115

    4.1.5 IMPLEMENTAO DA ATENO ESPECIALIZADA, REGIONALIZADA, RESOLUTIVA E

    QUALIFICADA ............................................................................................................................................................................. 116

    4.1.5.1 REDE DE ATENO S URGNCIAS - METAS 2012-2015 ............................................................................ 116

    4.1.5.2 REDE MATERNO-INFANTIL (CEGONHA) - METAS 2012-2015 ................................................................. 117

    4.1.5.3 REDE DE CUIDADOS PESSOA COM DEFICINCIA - METAS 2012-2015 ............................................ 119

    4.1.5.4 REDE DE ATENO PSICOSSOCIAL - METAS 2012-2015 ............................................................................. 120

    4.1.5.5 REDE DE ATENO S DOENAS E CONDIES CRNICAS - METAS 2012-2015 ......................... 121

    4.1.6 POTENCIALIZAO DA VIGILNCIA DE RISCOS E AGRAVOS A SADE INDIVIDUAL E COLETIVA

    123

    4.1.7 CONSOLIDAO DA REDE DE SERVIOS HEMATOLGICOS E HEMOTERPICOS DO RN ......... 130

    4.1.8 IMPLEMENTAO DA REDE ESTADUAL DE LABORATRIOS DE SADE PBLICA. ................... 132

    4.1.9 IMPLEMENTAO DO SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTE DO RN .......................................... 133

    4.1.10 FORTALECIMENTO DA ASSISTNCIA FARMACUTICA..................................................................... 134

    4.1.11 POTENCIALIZAO DA INFRAESTRUTURA DA GESTO E DOS SERVIOS DO SUS. .............. 135

    4.2 EIXO 2. GESTO DEMOCRTICA E PARTICIPATIVA DO SUS/RN ................................................... 137

    4.2.1 GESTO DO TRABALHO E DA EDUCAO EM SADE .............................................................................. 137

    4.2.1.1 EFETIVAO DA POLTICA ESTADUAL DE GESTO DO TRABALHO, COM BASE EM

    DIAGNSTICOS SITUACIONAIS E ESPECIFICIDADES REGIONAIS. ..................................................................................... 137

    4.2.1.2 EFETIVAO DA POLTICA ESTADUAL DE EDUCAO PERMANENTE E EDUCAO

    PROFISSIONAL EM SADE, BASEADA EM DIAGNSTICO SITUACIONAL E ESPECIFICIDADES REGIONAIS, EM

    CONSONNCIA COM A POLTICA NACIONAL................................................................................................................................ 138

    4.2.1.3 FORTALECIMENTO DA POLTICA ESTADUAL DE GESTO DO TRABALHO E EDUCAO EM

    SADE, COM INVESTIMENTOS NO APERFEIOAMENTO DA AVALIAO DE DESEMPENHO QUE

    REPRESENTE INCENTIVO AOS TRABALHADORES DA SADE NO PLANO DE CARGO, CARREIRA E

    REMUNERAO-PCCR. ............................................................................................................................................................................. 139

  • 14

    4.2.1.4 FORTALECIMENTO DA POLTICA ESTADUAL DE GESTO DO TRABALHO E EDUCAO EM

    SADE, COM NFASE NA VALORIZAO DO TRABALHADOR, CONTRIBUINDO PARA A MELHORIA DE SUAS

    CONDIES DE TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA. ............................................................................................................... 140

    4.2.1.5 FORTALECIMENTO DA POLTICA ESTADUAL DE GESTO DO TRABALHO E EDUCAO EM

    SADE, TENDO COMO FERRAMENTA OS DISPOSITIVOS DA POLTICA NACIONAL DE HUMANIZAO (PNH).

    141

    4.2.1.6 EFETIVAO DA POLTICA NACIONAL DE EDUCAO PERMANENTE EM SADE NO RN, POR

    MEIO DA PROGRAMAO CONJUNTA ENTRE CEFOPE E AS COMISSES INTERGESTORES REGIONAIS (CIR)

    NA ELABORAO DE PLANOS REGIONAIS DE EDUCAO PERMANENTE NO SUS. ................................................. 141

    4.2.2 FINANCIAMENTO DO SUS .................................................................................................................................... 143

    4.2.3 SISTEMA DE PLANEJAMENTO DO SUS ........................................................................................................... 144

    4.2.4 GESTO DESCENTRALIZADA E REGIONALIZADA DO SUS ..................................................................... 145

    4.2.5 REGULAO, CONTROLE, AVALIAO E AUDITORIA DO SUS. ............................................................. 146

    4.2.6 GESTO ESTRATGICA PARTICIPATIVA E EFETIVA DO SUS E CONTROLE SOCIAL .................... 148

    4.2.7 GESTO DA INFORMAO EM SADE ............................................................................................................ 150

    4.3 VIABILIDADE DO PLANO ESTADUAL DE SADE DO RN .................................................................... 152

    4.4 MONITORAMENTO E AVALIAO ............................................................................................................... 158

  • 15

    APRESENTAO

    O presente Plano Estadual de Sade (PES) caracteriza-se como o instrumento

    norteador da gesto estadual, estabelecendo as linhas condutoras da Poltica de Sade

    no Estado do Rio Grande do Norte durante o perodo 2012-2015.

    Suas diretrizes visam promover o acesso s aes e servios de sade com

    qualidade e potencializar a capacidade resolutiva das unidades de sade a partir da

    estruturao de redes de ateno, de forma apropriada para fortalecer o sistema e gerar

    um impacto positivo sobre o perfil de sade da populao.

    Nesse sentido, busca reunir esforos em prol do aprimoramento do SUS,

    avigorando as linhas regulatrias e as funes gestoras, vislumbrando a melhoria das

    condies de sade e da qualidade de vida da populao.

    Sua conformao baseia-se nas referncias emanadas pelo Plano Plurianual

    (PPA), materializado atravs da Lei n 9.612, de 27 de janeiro de 2012, pelos resultados

    da avaliao da gesto de sade do perodo 2008-2011, pelo Relatrio da 7 Conferncia

    Estadual de Sade e, ainda, pelo Decreto n 7.508/2011 e pela Resoluo Tripartite n

    01/2011.

    O processo de elaborao deste Plano Estadual de Sade compreendeu um

    momento de identificao das precises de sade, e outro de contextualizao para a

    definio do macro-objetivo e seu desdobramento em eixos norteadores das

    intervenes no mbito institucional durante o perodo de quatro anos, sendo

    consideradas as condies de sade da populao, onde se concentram os compromissos

    e responsabilidades exclusivas do setor, os determinantes e condicionantes relacionados

    a medidas compartilhadas ou sob a coordenao de outros setores (intersetorialidade) e

    a gesto.

    Sua estrutura contempla, portanto, desde a anlise da situao de sade do RN

    at a formulao de diretrizes e metas, considerando como critrios de viabilidade

    operacional a lgica federativa do SUS no RN, a importncia de implementao do

    controle social e a compatibilizao com o Plano Plurianual (PPA) do estado, na

    perspectiva de integrao entre planejamento, oramento, resultados de discusses

    tcnicas sobre as prioridades e desafios relacionados ao setor sade e a articulao junto

  • 16

    aos municpios por meio da Comisso Intergestores Bipartite (CIB) e das Comisses

    Intergestores Regional (CIRs).

    Desse modo, seu contedo reflete tanto as necessidades de sade da populao

    em relao aos componentes de promoo, proteo, recuperao e reabilitao em

    sade, no mbito da ateno, da vigilncia em sade e da assistncia farmacutica, como

    as necessidades epidemiolgicas, assistenciais e sociais, explicitadas atravs de

    compromissos e prioridades do setor sade, constituindo uma base para execuo,

    monitoramento e avaliao da gesto do sistema.

    Torna-se essencial salientar que a natureza dinmica deste plano possibilitar a

    realizao dos ajustes que se fizerem necessrios de forma peridica, ao longo do

    quadrinio de sua vigncia, para adequao e redirecionamento das metas e linhas

    programticas institucionais a novas demandas originadas da realidade estadual e/ou

    da Poltica Nacional de Sade.

    Assim, espera-se que este instrumento de gesto possa impulsionar e respaldar

    o funcionamento do sistema de forma efetiva, direcionando a programao e a

    operacionalizao de aes articuladas, intra e inter-institucionalmente, capazes de

    garantir aos cidados o seu direito sade, tornando-se um referencial para a

    elaborao do planejamento regional e dos planos municipais de sade, bem como para

    a conformao das redes temticas de sade, possibilitando o atendimento das

    demandas de sade da populao do RN de forma equnime, integral e solidria.

  • 17

    1 ANLISE SITUACIONAL 1.3 CARACTERIZAO DEMOGRFICA DO RN

    1.3 CONDIES SOCIOECONMICAS

    1.3 PERFIL EPIDEMIOLGICO DO RN

    1.3 ANLISE DA ATENO INTEGRAL SADE NO RN

    1.3 GESTO EM SADE

  • 18

    1 ANLISE SITUACIONAL

    1.1 CARACTERIZAO DEMOGRFICA DO RN

    O estado do Rio Grande do Norte caracteriza-se como a 16 unidade da federao

    brasileira mais populosa e a dcima mais povoada com uma populao de 3.168.027

    habitantes, distribudos em 167 municpios que ocupam uma rea de 52.810,699 km,

    resultando em uma densidade de 60 hab./km. Esse contingente populacional

    corresponde a 1,7% da populao brasileira e 6% da populao nordestina, de acordo

    com os dados do ltimo Censo Demogrfico do IBGE (2010), apresentando um IDHM

    equivalente a 0,705 e esperana de vida mdia de 71,15.

    Figura 1 - Esperana de vida ao nascer no Rio Grande do Norte, 2000-2010.

    Fonte: IBGE

    As principais cidades do Rio Grande do Norte so: Natal, Mossor, Parnamirim,

    So Gonalo do Amarante, Cear-Mirim, Macaba, Caic, Au, Currais Novos, So Jos do

    Mipib, Joo Cmara e Nova Cruz.

    Para o setor sade o estado encontra-se dividido em oito Regies de Sade (RS),

    em consonncia ao Plano Diretor de Regionalizao PDR/RN, conforme ilustra a figura

    2.

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    ANO

    68 68,3 68,3 68,7 69,4 69,8 70,1 70,4 70,8 71,1 71,5

    66

    67

    68

    69

    70

    71

    72

  • 19

    Figura 2 - Estado do Rio Grande do Norte, por Regies de Sade, 2012.

    Fonte: PDR/SESAP-RN

    A distribuio populacional por Regies de Sade (RS) apresentada no quadro

    seguinte, evidenciando-se que a 7 RS (Metropolitana), constituda por cinco municpios

    (Natal, Extremoz, Macaba, Parnamirim e So Gonalo do Amarante) a que rene o

    maior contingente populacional, equivalente a 1.187.899 hab., correspondendo a 37,5%

    da populao total do estado do RN, estando a sua populao residente concentrada na

    Capital (Natal), e sendo Parnamirim o segundo municpio mais populoso desta Regio.

    A 2 RS (Oeste), que rene 15 municpios, caracteriza-se como a segunda mais

    populosa do estado, com 448.904 hab., concentrando 14,17% do total de habitantes do

    RN. Em seguida tem-se a 1 RS (Litoral Sul e Agreste), com 351.502 hab. distribudos

    pelos 27 municpios que a compem; a 3 RS (Mato Grande e Salineira), com 25

    municpios e 312.919 hab.; a 4 RS (Serid), formada por 25 municpios, com 295.726

    hab.; a 6 RS (Alto Oeste) que aglutina 36 municpios, com 230.042 hab.; a 5 RS (Trairi e

    Potengi), com 21 municpios e 185.719 hab.; e a 8 RS (Vale do Au), composta por 13

    municpios, com 155.316 hab.

  • 20

    Tabela 1 - Regies de sade por populao residente e nmero de Municpios existentes,

    Rio Grande do Norte, 2010.

    Regio de Sade Populao N de municpios

    I (Litoral sul e Agreste) 351.502 27

    II (Oeste) 448.904 15

    III (Mato Grande e Salineira) 312.919 25

    IV (Serid) 295.726 25

    V (Trair e Poteng) 185.719 21

    VI (Alto Oeste) 230.042 36

    VII (Metropolitana) 1.187.899 5

    VIII (Vale do Au) 155.316 13

    Fonte: IBGE- Censo Demogrfico 2010.

    No perodo mais recente, pode-se apontar um movimento de interiorizao do

    desenvolvimento, sobretudo na direo da 2 Regio de Sade, denominada de Regio

    Oeste, configurando-se como o segundo maior polo do Estado.

    Apesar da populao oficial considerada para clculo de parmetros ser a

    divulgada pelo Censo Demogrfico do IBGE de 2010, equivalente a 3.168.027 hab., se

    forem consideradas as estimativas deste mesmo instituto para o ano de 2011 a

    populao do estado do RN passa a corresponder a 3.198.572 habitantes, revelando um

    discreto crescimento. Isso ratifica a desacelerao do ritmo de crescimento da populao

    do estado evidenciado na ltima dcada, pois somente nestes dois ltimos anos (2010 e

    2011) houve uma diminuio da taxa de crescimento populacional de 1,33%/ano no

    perodo 2000-2010 para 0,96% no ano de 2011. Essa reduo vem sendo causada, em

    propores bem menores, pela emigrao, em relao a qual se observa uma reduo

    significativa, e, principalmente, pela queda da fecundidade das mulheres norte-rio-

    grandenses de todos os estratos sociais, associada efetivao de programas integrados

    voltados para a promoo da sade da mulher, bem como crescente insero do

    gnero feminino no mercado de trabalho.

    A anlise da distribuio populacional evidencia ainda que 77,8% da populao

    total do RN concentram-se na rea urbana, sendo a Regio Metropolitana a que rene o

    maior percentual de urbanizao (37,5%) do estado, segundo o Censo IBGE (2010). Em

  • 21

    relao a isso se observa que a populao rural, que at a dcada de 70 era superior

    urbana, atualmente equivale somente a 22,2% da populao total do RN. Enquanto a

    populao urbana quase triplicou nos ltimos 30 anos, a rural foi reduzida no mesmo

    perodo. O grau de urbanizao do estado, entre 1970/2011, ocorreu de forma crescente

    e acelerada, tal como observado na maioria dos estados brasileiros.

    Figura 3 - Populao residente por rea de domiclio, Rio Grande do Norte, 2010.

    Fonte: IBGE Censo Demogrfico 2010.

    Quanto etnia verifica-se a predominncia das pessoas de cor parda em relao

    ao total de habitantes, salientando-se a existncia de (03) trs grupos indgenas no

    estado, conforme os dados do INCRA/RN, que apesar de representarem uma pequena

    parcela da populao do RN (0,08%), no pode ser descartada a necessidade de uma

    ateno particular para as especificidades deste grupo. Ressalta-se ainda o registro

    referente existncia de 68 comunidades quilombolas no territrio do RN, carecendo de

    uma maior ateno para a caracterizao destes grupamentos, bem como as populaes

    em situaes de risco e cigana, povos de terreiros, populao do campo, das florestas e

    ribeirinhas, visando o atendimento das suas peculiaridades de vida e promovendo uma

    assistncia sade que priorize a equidade e a diversidade popular.

    77,81%

    22,19%

    0,00%

    10,00%

    20,00%

    30,00%

    40,00%

    50,00%

    60,00%

    70,00%

    80,00%

    90,00%

    URBANA RURAL

  • 22

    Figura 4 - Populao por Raa e Sexo, Rio Grande do Norte, 2010.

    Fonte: IBGE Censo Demogrfico 2010.

    A distribuio da populao por sexo no RN em 2010 mostra equilbrio entre

    homens e mulheres. No estado, em geral, 48,89% so homens e 51,11% so mulheres. O

    maior diferencial entre os sexos ocorre na capital, Natal, onde 52,98% dos habitantes

    so do sexo feminino (IBGE, 2010).

    As caractersticas demogrficas apresentadas demonstram que a populao do

    RN predominantemente jovem, concentrando-se predominantemente na faixa etria

    de 20 a 29 anos. Porm, observa-se um discreto crescimento anual da populao idosa,

    podendo ser verificado que o percentual de pessoas com 60 anos e mais muito

    prximo ao de adolescentes da faixa de 15 a 19 anos. Tal constatao configura-se como

    preocupante, considerando que o servio pblico deve se preparar devidamente para a

    demanda da clientela idosa, destinando maior investimento em sade para o

    atendimento de sade a esse grupo. Diante disso, as medidas de promoo sade do

    idoso e de preveno das doenas tambm ganham lugar de destaque nas linhas de

    planificao, considerando que as ocorrncias de doenas graves e crnicas so mais

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Mulheres

    Homens

    Total

  • 23

    frequentes nas pessoas idosas, deixando srias sequelas, tornando relevante o

    aprimoramento de mecanismos de assistncia social.

    Figura 5 - Pirmide etria do Rio Grande do Norte, 2000 a 2010.

    Fonte: FREIRE; CLEMENTINO. Observatrio das Metrpoles Ncleo Natal (2011).

    Elaborado com base nos dados dos Censos Demogrficos de 2000 e 2010 IBGE.

    Nesse contexto, para avaliar continuamente o estgio de envelhecimento da

    populao, utilizou-se na anlise em questo o ndice de envelhecimento, o qual, no Rio

    Grande do Norte, no ano de 2010 correspondeu a 27,86, com tendncias crescentes para

    2011, denotando que no estado tem-se 27,86 idosos para cada 100 jovens com 14 anos

    ou menos, ratificando o envelhecimento experimentado por todo o estado na ltima

    dcada. O municpio de Natal est bem acima da mdia do estado, com ndice de

    envelhecimento igual a 32,37. Contudo, quando se observa o entorno de Natal, verifica-

    se que os municpios perifricos da Regio Metropolitana possuem ndices bem

    menores. Isso pode ser explicado pelo fato de ser, em geral, o migrante mais jovem do

    que a populao no migrante, salvo excees de movimentos migratrios mais

    especficos, e por isso, em ltima anlise, os movimentos migratrios tendem a

  • 24

    rejuvenescer a populao do local de destino e envelhecer o local de origem (FREIRE;

    CLEMENTINO, p. 13, 2011).

    Observando-se a pirmide etria do RN percebe-se uma queda da fecundidade

    entre os anos 2000 e 2010, refletida na baixa participao relativa da populao dos dois

    primeiros grupos etrios, principalmente em 2010. Alm disso, pode-se constatar que a

    partir dos 55 anos, a populao feminina se sobressai em relao masculina,

    denotando o aumento da longevidade feminina. Comparando-se esses grupos etrios

    mais avanados nos dois censos considerados para efeito de anlise (2000 e 2010),

    verifica-se que praticamente todas as idades a partir dos 55 anos tiveram um aumento

    de populao acima da mdia (FREIRE; CLEMENTINO, 2011).

    Igualmente importante destacar que entre 2000 e 2010 o Rio Grande do Norte

    aumentou em mais de trs anos sua idade mdia, acarretando a transio de estrutura

    etria da sua populao. A pirmide etria evidencia que o Rio Grande do Norte,

    seguindo a mesma tendncia dos demais estados brasileiros, apresenta uma numerosa

    populao em idades jovens e medianas, reduo acentuada da populao infantil,

    sobretudo nos primeiros dois grupos etrios e aumento da populao de idades mais

    avanadas, conforme comentam Freire; Clementino (p. 14, 2011), com base nos dados

    do IBGE, acrescentando ainda que o ritmo das mudanas de estrutura etria aparenta-

    se homogneo ao longo das regies do estado, exceo da regio agreste, onde o

    processo de transio demogrfica, em particular a transio da fecundidade, foi mais

    tardio do que nas demais.

    Por fim, cabe ainda destacar que o declnio da taxa de fecundidade geral

    observado nos ltimos anos no RN, correspondeu a uma reduo de 2,54 em 2000 para

    1,95 em 2010, estimando-se que esta tendncia se repetir nos anos seguintes,

    equivalendo a 1,91 em 2015. Alm disso, igualmente importante destacar a diminuio

    do n de nascidos vivos que se apresenta de forma mais acentuada na regio de Joo

    Cmara, onde se constata a maior queda, com uma reduo de 61,1 nascidos vivos/100

    mil mulheres na idade entre 10 a 49 anos para 49,2 NV/100 mil mulheres. Ademais se

    verifica que tambm houve uma reduo na taxa bruta de natalidade

    (nascimentos/1.000 habitantes) passando de 22,9 em 2001, 18,2 em 2008, e 17,9 em

    2009, para 17,8 em 2010, com estimativa de corresponder a 16,82 em 2015 (IBGE,

    2010).

  • 25

    1.2 CONDIES SOCIOECONMICAS

    Os condicionantes e determinantes socioeconmicos foram considerados durante

    muito tempo como dados secundrios a serem analisados no processo sade-doena. No

    entanto, indiscutvel a correlao com a rea da sade, principalmente quando

    visualizados, por exemplo, dados de saneamento bsico, renda bsica familiar, nvel de

    escolaridade e analfabetismo da populao e sua interferncia nas condies de vida da

    populao.

    No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada IPEA e PNUD divulgaram

    o relatrio por Unidade Federada (2001) e a situao em cada uma delas nas trs

    variveis que compem o IDH, estando o pas com um ndice 0,797, o que o situa entre

    os pases de nvel intermedirio de IDH, mais prximo ao patamar dos daqueles de alto

    desenvolvimento humano (0,800).

    O Brasil avaliado por macrorregies apresentou um ndice de 0,840 na regio sul;

    0,838 na regio sudeste; 0,826 na regio centro oeste; 0,706 na regio norte e 0,548 na

    regio nordeste.

    Nesse contexto, o RN apresenta um IDH de 0,738 (2005), ficando em 21 lugar na

    mdia nacional. Quando apresentado por indicadores, a esperana de vida ao nascer

    com 70,8 anos, ficando em 19; analfabetismo de 20,0%, em 24 lugar e a mortalidade

    infantil com 33,6/1000 nascidos vivos (23 lugar).

    Estratificando por municpios, tomando como referncia o ano 2000, apresenta a

    capital o maior IDH de 0,788 e o menor ndice do municpio de Venha Ver com 0,544.

    Em relao ao indicador Longevidade, o municpio de Caic apresentou o maior ndice

    (0,85) e Pureza com o menor (0,544). Em relao educao e renda, Natal apresenta o

    maior ndice (0,887 e 0,746 respectivamente) e o menor no quesito renda o municpio

    de Venha ver (0,395) e para Educao o municpio de Japi (0,590). Destaque-se que

    esses indicadores desfavorveis esto atrelados elevada concentrao de renda, s

    condies precrias de saneamento e o alto ndice de evaso escolar e a dificuldade de

    acesso de uma considervel parcela da populao rede de ensino.

    No Rio Grande do Norte a taxa de urbanizao atingiu em 2010 o patamar de

    77,8% na rea urbana e 22,1% na rea rural, encontrando-se em 16 lugar no ranking

    apurado para os estados brasileiros. Essa concentrao populacional em sua maioria

  • 26

    desordenada, agravando os problemas de cunho social e espacial, alm da conformao

    de reas de agrupamentos comunitrios sem a infraestrutura bsica necessria para o

    desenvolvimento dos grupos populacionais ali instalados.

    No tocante aos indicadores de saneamento bsico, entendidos como acesso aos

    sistemas de gua potvel, esgotamento sanitrio e coleta de resduos slidos, verifica-se

    a oferta inadequada desses servios, causando grande impacto sade da populao e

    ao meio ambiente.

    Os dados revelam que, em 2010, o estado dispunha de uma cobertura de apenas

    16,52% de domiclios que utilizam sistemas adequados de esgotamento sanitrio, sendo

    os destinos desses rejeitos feitos atravs de rede pblica ou fossa sptica. O estudo

    mostrou tambm que houve um leve crescimento na oferta desse servio nos ltimos 14

    anos de aproximadamente 6,31%, sendo Parnamirim o municpio com o menor

    investimento no setor (1,28%) e Joo Dias o que mais investiu no RN, ficando em 30

    lugar entre as 50 cidades brasileiras que priorizaram a instalao desses servios,

    aplicando cerca de R$ 349,80/ pessoa.

    Os resduos slidos tambm um importante indicador, sendo que em 2010 o RN

    produziu cerca de 2.644 toneladas/dia de lixo, dos quais 27,3% foi depositado em aterro

    sanitrio que atende especificamente a regio metropolitana de Natal, atravs de

    consrcio; 38,0% em aterros controlados e 34% em lixes a cu aberto.

    Quanto aos resduos dos servios de sade, a coleta, transporte, tratamento e

    destino final so realizados atravs de empresas terceirizadas que so responsveis pela

    segregao e acondicionamento interno dos resduos gerados.

    J o sistema de abastecimento de gua atende a cerca de 88,4% dos domiclios,

    estando acima da mdia nacional (84,4%) e classificado em 11 lugar no ranking

    nacional. A captao e distribuio so feitas por dois sistemas pblicos (Companhia de

    guas e Esgotos do RN e Sistema Autnomo de gua), cobrindo as zona urbana e rural,

    em sua maioria. O controle da qualidade da gua de abastecimento coordenado pelas

    equipes de Vigilncia Ambiental da SESAP/RN e pelos municpios, priorizando os

    mananciais mais frgeis e superficiais, sendo as amostras encaminhadas e analisadas

    pelo Laboratrio Central LACEN/RN. Entretanto, convm salientar a necessidade

    premente de intensificao do emprego de recursos para a melhoria dos mtodos e

    mecanismos relacionados ao cuidado da gua de abastecimento, bem como de aes

  • 27

    educativas sobre a utilizao adequada da gua de consumo dirigidas populao em

    geral.

    O Indicar Social de Desenvolvimento dos Municpios (ISDM), abrange cinco

    dimenses: habitao, renda, trabalho, sade e educao, e ainda 28 variantes desses

    componentes. Conforme o IBGE, o Rio Grande do Norte ocupa o 13 lugar no ranking da

    regio nordeste, com uma taxa de 4,43 em 2010 em contraponto aos 4,30 no ano de

    2000. Tem destaque o municpio de Acari com o melhor ISDM do Estado (5,24) e Joo

    Dias com o menor desempenho (2,37).

    Para ilustrar a relevncia desse dado, verificou-se, por exemplo, que a renda

    familiar per capta abaixo da linha da pobreza era de 46,2% em 2000, reduzindo em 2010

    para 25,51%. O ndice de mortalidade infantil reduziu aproximadamente 60% na ltima

    dcada e o ndice de doenas evitveis em crianas menores de cinco anos declinou

    cerca de 19% no mesmo perodo.

    Os dados revelam ainda que 25% da populao do RN est em idade escolar (4 a

    14 anos), tendo o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB) em 2010

    atingido o valor de 3,9 para os anos iniciais e 3,3 para os anos finais, estando muito

    prximo da regio nordeste (3,8 e 3,4 respectivamente). A meta Brasil para este ndice

    corresponde ao alcance do valor equivalente a seis at 2022. No tocante a taxa de

    analfabetismo verificou-se que 7,9% das crianas de 10 a 14 anos e 18,5% para aquelas

    com 15 anos ou mais no so alfabetizadas.

  • 28

    1.3 PERFIL EPIDEMIOLGICO DO RN

    1.3.1 ANLISE E CONSIDERAES SOBRE MORTALIDADE

    A anlise da Mortalidade por Causas no estado do Rio Grande do Norte revela que

    o ano de 2011 refletiu o comportamento verificado no ano de 2010, observando-se que

    os cinco principais grupos de causas corresponderam, em ordem decrescente do

    nmero total de bitos, s doenas do aparelho circulatrio (38,23%), s

    neoplasias/tumores (21,45%), s causas externas de morbidade e mortalidade

    (17,40%), s doenas endcrinas nutricionais e metablicas (12,12%) e s doenas do

    aparelho respiratrio (10,80%). Esses cinco grupos juntos representaram 77,20% do

    total de bitos causados por todas as causas.

    Figura 6 - Nmero de bitos por grupo de Causas (Cap. CID-10) do Rio Grande do Norte, 2010.

    Fonte: SIM-SUVIGE/CPS/SESAP-RN

    Em relao ao primeiro grupo (doenas do aparelho circulatrio), constatou-se

    que as doenas isqumicas do corao tiveram lugar de destaque, representando

    35,71% do total de bitos do grupo, seguidas pelas doenas cerebrovasculares que

    tambm ocasionaram um nmero expressivo de bitos (29,02% do total de bitos do

    grupo). O alto ndice associado s doenas do aparelho circulatrio pode ser explicado

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    GRUPOS DE CAUSAS/CAP. CID 10

    I. Algumas doenas infecciosas e parasitrias

    II. Neoplasias (tumores)

    III. Doenas sangue rgos hemat e transt imunitr

    IV. Doenas endcrinas nutricionais e metablicas

    V. Transtornos mentais e comportamentais

    VI. Doenas do sistema nervoso

    VII. Doenas do olho e anexos

    VIII.Doenas do ouvido e da apfise mastide

    IX. Doenas do aparelho circulatrio

    X. Doenas do aparelho respiratrio

    XI. Doenas do aparelho digestivo

    XII. Doenas da pele e do tecido subcutneo

    XIII.Doenas sist osteomuscular e tec conjuntivo

    XIV. Doenas do aparelho geniturinrio

    XV. Gravidez parto e puerprio

    XVI. Algumas afec originadas no perodo perinatal

    XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossmicas

    XVIII.Sint sinais e achad anorm ex cln e laborat

    XX. Causas externas de morbidade e mortalidade

  • 29

    pelos hbitos de vida que a maioria da populao possui ou est exposta, como m

    alimentao, incluindo o consumo excessivo de gorduras, acares e sal, alm do

    sedentarismo, do tabagismo e do consumo excessivo do lcool (SANDER, 2011).

    Alm disso, importante ressaltar que as doenas do aparelho circulatrio

    tambm predominaram em relao mortalidade proporcional por grupos de causas do

    RN, no ano de 2010, equivalendo a 30,93% da proporo total de bitos dos sete grupos

    de causas analisados, observando-se que as pessoas entre 40 e 80 e mais anos de idade

    foram as mais afetadas.

    As neoplasias malignas representaram a principal causa de morte no segundo

    grupo (neoplasias e tumores), atingindo o patamar de 96,40% do total deste grupo,

    caracterizando-se como um grave problema de sade pblica, devido ao nmero de

    casos crescentes diagnosticados a cada ano, demandando, portanto, investimentos

    tcnicos e financeiros para o seu enfrentamento.

    Cabe salientar que, na atualidade, o cncer representa a segunda causa de morte

    por doena no Brasil. No Rio Grande do Norte, as neoplasias tambm se configuram de

    maneira semelhante, tendo sido, no ano de 2010, o seu Coeficiente de Mortalidade por

    Causa o segundo maior. Dentre as neoplasias malignas de localizao especificada

    (80,84% do total das neoplasias malignas) observou-se que se destacaram as neoplasias

    malignas dos rgos digestivos, correspondendo a 34,97% deste segmento.

    Nesse sentido, Molina; Dalben; Luca (2003) referem que h uma tendncia

    ascendente do nmero de casos novos devido, principalmente, s mudanas ambientais,

    urbanizao crescente, ao acmulo de pessoas idosas na populao, assim como a

    adoo de estilos de vida favorveis a carcinognese como o hbito tabagista, exposio

    excessiva luz solar, dieta gordurosa e o estresse.

    No terceiro grupo de causas de mortalidade (causas externas de morbidade e

    mortalidade), pode ser evidenciado que os acidentes corresponderam ao principal

    causador de bitos (48,89%), sobressaindo-se os acidentes de transporte que

    representaram 61,78% dos bitos causados por acidentes.

    No entanto, no RN, as agresses tambm foram causadoras de um significativo

    nmero de bitos, equivalentes a 37,47% total de bitos do grupo. Isso ratifica os

    achados das investigaes nas reas da epidemiologia e da demografia que indicam um

    rpido crescimento da violncia nas ltimas dcadas, resultando em um acelerado

  • 30

    aumento da mortalidade por causas externas no Brasil (BELON; BARROS, 2011),

    existindo, em relao a isto, uma tendncia de aumento desta taxa no RN, com uma

    pequena oscilao.

    As doenas endcrinas nutricionais e metablicas foram causadoras de um

    expressivo nmero de bitos, ocupando o quarto lugar no ranking da mortalidade por

    causas, sendo o Diabetes Mellitus a patologia que ocasionou o maior nmero de mortes

    neste grupo (79,00%). Cabe enfatizar que o Diabetes Mellitus representa um dos

    principais fatores de risco, com tendncia de crescimento nos prximos anos, no s

    pelo crescimento e envelhecimento da populao, mas, sobretudo, pela persistncia de

    vrios fatores de riscos modificveis como o tabagismo, a inatividade fsica, alimentao

    inadequada, a obesidade, a dislipidemia e o consumo de lcool.

    Ocupando a quinta posio dentre os grupos de causas de mortalidade no estado

    esto doenas do aparelho respiratrio, evidenciando-se que a Influenza (gripe) e a

    pneumonia foram as patologias que ocasionaram o maior nmero de bitos no grupo

    (55,4%). Apesar de registrar-se uma discreta diminuio dessas patologias,

    principalmente da Influenza, no ano de 2011 em relao ao ano de 2010, vrias linhas

    investigativas apontam que durante uma epidemia sazonal de influenza, cerca de 5 a

    15% da populao infectada, resultando na ecloso de um significativo nmero de

    casos graves por ano, levando a uma expressiva quantidade de bitos, principalmente

    entre idosos e portadores de doenas crnicas, denotando a necessidade de um contnuo

    monitoramento epidemiolgico destas doenas.

    Nesse contexto, convm salientar que estudos experimentais e observacionais

    indicaram evidncias consistentes sobre o aumento da incidncia dessas patologias no

    Brasil, decorrentes principalmente, da intensificao da poluio atmosfrica (HESS et

    al, 2009), podendo tal assertiva ser aplicada ao estado do RN, diante do acelerado

    processo de urbanizao.

  • 31

    Figura 7 - Mortalidade Proporcional por grupo de Causas (Cap. CID-10) do Rio Grande do Norte, 2010.

    Fonte: SIM-SUVIGE/CPS/SESAP-RN

    A observao do Coeficiente de Mortalidade Geral/1.000 hab., no RN, durante o

    perodo 2006- 2010 revela um discreto declnio deste indicador do ano de 2009 para o

    ano de 2010, refletindo-se em 2011, denotando um impacto positivo nas aes e

    mecanismos desenvolvidos ao longo do ano relacionado ateno sade.

    Sobre a distribuio dos bitos por grupos de causas em relao faixa etria,

    tomando-se por base os Captulos do CID-10, evidenciou-se que 33,41% (n=5.376) dos

    bitos ocorreram em pessoas com 80 e + anos de idade, 17,51% (n=2.817) no grupo

    etrio 70-79, e 13,68% (n=2.201) nos indivduos entre 60-69 anos de idade. Esses

    grupos etrios somados corresponderam a 64,60% (n=10.394) do total de bitos

    ocorridos em todas as faixas de idade, denotando que as pessoas idosas (acima de 60

    anos) so as mais vulnerveis mortalidade pelos diversos grupos de causas,

    constatando-se que os idosos com 80 e + anos so os que mais sucumbem s patologias

    integrantes dos captulos I a IV, VI a XIV e XVIII do CID-10. Verifica-se tambm que o

    grupo das crianas menores de 1 (um) ano ainda apresentou o maior nmero de bitos

    decorrentes das afeces originadas no perodo peri-natal e das malformaes

    congnitas e anomalias cromossomiais correspondendo esses dois captulos juntos a

    3,10% do total de bitos de todas as faixas etrias. As pessoas com idade entre 20-39

    anos tiveram seus bitos decorrentes de parto e puerprio (captulo XV do CID-10) e as

    5% 17%

    31% 11%

    2%

    13%

    21%

    Doenas infecciosas e parasitrias Neoplasias

    Doenas do aparelho circulatrio Doenas do aparelho respiratrio

    Afeces originadas no perodo perinatal Causas externas

    Demais causas definidas

  • 32

    pertencentes ao grupo etrio de 40-49 anos tiveram como causa de bito os transtornos

    mentais e comportamentais (captulo V).

    Convm destacar que no ano de 2011 a mortalidade infantil se manteve no

    patamar de 28/1.000 NV, de acordo com os dados divulgados pela SESAP/RN, estando

    os bitos dos menores de um ano concentrados em nove municpios do estado: Natal,

    Caic, Cear-Mirim, Currais Novos, Parnamirim, Macaba, Mossor, So Gonalo e Pau

    dos Ferros, evidenciando a necessidade de redirecionamento das aes voltadas para a

    reduo da mortalidade infantil no RN, a fim de priorizar tais municpios.

    A taxa de mortalidade por especialidade de internao do SUS correspondeu a

    3,33% no ano de 2011, considerando-se as clnicas cirrgicas, obsttrica, mdica,

    psiquitrica, peditrica e de pneumologia sanitria. Dentre essas, as internaes que

    culminaram com o maior nmero de bitos relacionaram-se clnica mdica (8,64% do

    total de bitos), seguidas por aquelas referentes clnica de pneumologia sanitria

    (6,17% do total de bitos).

    Figura 7 Taxa de mortalidade por especialidade de internaes hospitalares, Rio

    Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    A anlise do Coeficiente de Mortalidade por causa e sexo, no ano de 2010 no Rio

    Grande do Norte revelou que a principal causa de morte no estado para ambos os sexos

    correspondeu ao grupo das doenas do aparelho circulatrio.

    10%

    0%

    47%

    1%

    33%

    9%

    Clnica cirrgica

    Obstetrcia

    Clnica mdica

    Psiquiatria

    Pneumologia sanitria (tisiologia)

    Pediatria

  • 33

    Segundo dados do Ministrio da Sade (2011), no Brasil em 2010, as Doenas do

    Aparelho Circulatrio representaram um coeficiente de mortalidade de 182 bitos por

    100.000 hab., na populao masculina, e 158 bitos por 100.000 hab. na populao

    feminina, enquanto que na regio Nordeste, os dados demonstraram a ocorrncia de

    160 bitos por 100.000 hab., para os homens e 142 bitos por 100.000 hab. para as

    mulheres.

    Atravs de tais informaes, pode-se perceber que o estado do RN apresentou um

    menor coeficiente de mortalidade para ambos os sexos, quando comparado com os

    mesmos dados apresentados a nvel nacional. J ao se comparar com a regio Nordeste,

    observou-se que o coeficiente de mortalidade posicionou-se pouco acima para os dois

    sexos, uma vez que os dados obtidos para o RN, em 2010, foram de 161/100.000 hab.,

    para o sexo masculino e 144/100.000 hab. para o sexo feminino.

    A segunda maior causa de morte se diferencia entre os sexos, sendo as causas

    externas para o sexo masculino e neoplasias para o sexo feminino, estando aqui

    includos acidentes de transporte; quedas; afogamento e submerses acidentais;

    exposio fumaa, ao fogo e chama; agresses; entre outras causas. Atravs do

    grfico possvel observar que morrem poucas mulheres de causas externas,

    apresentando um coeficiente de mortalidade de 23 bitos por 100.000 hab., quando

    comparado com os homens, cujo mesmo coeficiente foi de 120 bitos por 100.000 hab.,

    em 2010. Percebe-se com isso que o sexo masculino possui as causas externas como sua

    segunda maior causa de morte, tal fato pode ser devido ao fato de os homens estarem

    mais envolvidos em situaes adversas do que as mulheres como, por exemplo, a

    violncia.

  • 34

    Figura 8 - Coeficiente de mortalidade por causa e sexo, por 100.000 hab., Rio Grande do Norte, 2010.

    Fonte: SIM-SUVIGE/CPS/SESAP-RN

    Ao se comparar os dados de mortalidade por causas externas, obtidos para o RN

    com os do Brasil, nota-se que o RN apresenta valores um pouco menores que os

    nacionais, j que estes ltimos foram 125 e 25 bitos por 100.000 hab., para homens e

    mulheres, respectivamente, em 2010. J, em relao regio Nordeste, o RN apresenta-

    se abaixo do coeficiente obtido para os homens, o qual foi de 140 bitos por 100.000

    hab., e na mdia para o sexo feminino, uma vez que o coeficiente do RN foi o mesmo do

    Nordeste, correspondendo a 23 bitos por 100.000 hab.

    Por fim, vale salientar que a evoluo da Mortalidade Geral ocorrida no estado do

    Rio Grande do Norte, nos anos de 2006 a 2010 demonstra que houve o aumento do

    coeficiente, apenas com um discreto declnio no ano de 2010, mantendo-se no mesmo

    patamar em 2011. Porm, tal fato encontra-se associado elevao do nmero de

    mortes por causas violentas; epidemias de Dengue e Gripe H1N1, que acometeram o

    estado e a cidade do Natal no perodo de 2006 2010; aumento populacional e

    melhora na cobertura do sistema de informaes sobre mortalidade.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    200

    Doenas do aparelho circulatrio

    Causas externas de morbidade e mortalidade

    Doenas do Aparelho Respiratrio

    Outras

    182

    94

    120

    43 45 39

    107

    158

    77

    23 33

    41

    18

    74

    Masculino Feminino

  • 35

    Figura 9 - Coeficiente de Mortalidade Geral (x1000hab), Rio Grande do Norte, 2006 a 2010.

    Fonte: SIM-SUVIGE/CPS/SESAP-RN

    1.3.2 MORBIDADE HOSPITALAR POR GRUPOS DE CAUSAS E FAIXA ETRIA

    No que se refere s doenas de notificao compulsria, considerando-se os

    registros do Sistema de Informao de Agravos Notificveis SINAN, as informaes

    consolidadas pelo Sistema de Informao Hospitalar SIH/SUS e os indicadores de

    morbidade apresentados pelo Ministrio da Sade, por meio da Sala de Apoio Gesto

    Estratgica, para o ano de 2011, evidenciou-se que as principais causas de morbidade

    corresponderam Dengue, Tuberculose, s Meningites Bacterianas, Hansenase,

    AIDS, s Hepatites B e C, Sfilis Congnita, Leishmaniose Visceral, Leishmaniose

    Tegumentar e Leptospirose.

    Dentre esses agravos, chama a ateno o comportamento da Dengue, por sua

    elevada letalidade, correspondente no ano de 2011 a 4,69% dos casos confirmados,

    enquanto a Organizao Mundial da Sade considera aceitvel uma taxa de at 1%.

    Apesar do considervel declnio observado no ano de 2009, a incidncia voltou a

    aumentar em 2010 e 2011, constituindo-se um motivo de preocupao, acentuado

    diante da sazonalidade caracterstica desta patologia e da dependncia do seu controle e

    do combate ao vetor tanto organizao da rede de servios de sade, como

    colaborao da populao.

    No que tange incidncia da Tuberculose verificou-se que a mesma continua

    sendo um grave problema de sade pblica, merecendo uma especial ateno em

    virtude da sua magnitude. No ano de 2011 a incidncia da Tuberculose correspondeu a

    33,7/100.000 habitantes. Nesse mesmo ano, no Rio Grande do Norte houve a notificao

  • 36

    de 1.270 casos, 78 a mais que os notificados em 2010. Dos casos notificados em 2011,

    88,9% do total foram de tuberculose pulmonar, dentre os quais 58,2% referiam-se a

    casos baculferos de TB Pulmonar, constatando-se um aumento significativo em relao

    a 2010.

    Importante ressaltar que a concentrao de casos ocorreu nos trs maiores

    municpios do RN, quais sejam Natal, Parnamirim e Mossor, onde houve um

    crescimento equivalente a 33,0% no ano de 2011 em relao ao ano anterior. Entre as

    formas extrapulmonares, a TB Pleural apresenta a maior incidncia, seguida da TB

    Ganglionar. Destaca-se ainda o crescimento das notificaes de TB Mamria e TB

    Intestinal, estando o aumento das notificaes desta ltima associado intensificao da

    Vigilncia dos casos de TB de origem zoontica, em especial da TB Bovina, por meio das

    solicitaes pelas Unidades Bsicas de Sade da cultura e tipificao da Micobactria

    (SESAP/CPS/SUVIGE, 2012).

    A Meningite Bacteriana, uma das mais importantes do ponto de vista da sade

    pblica pela magnitude de sua ocorrncia e pelo seu potencial para produzir surtos,

    apresentou um aumento da sua incidncia no RN, no ano de 2011, afetando

    principalmente os menores de cinco (cinco) anos. Nos dois ltimos anos (2010 e 2011),

    dos casos notificados de Meningites, a Meningite Bacteriana predominou, registrando-se

    18,2% do total de casos (n=32) em 2010 e 19,1% do total de casos (n=63) em 2011,

    seguindo-se pela Doena Meningoccica.

    Pode ser verificado que no ano de 2011 houve uma reduo da incidncia da

    Hansenase em relao a 2010. Ainda assim, em 2011 foram diagnosticados 180 casos

    novos, dentre os quais 10 casos afetaram pessoas menores de 15 anos. Do total de casos

    novos 54,0% foram avaliados como Grau Zero de incapacidade e 21,6% como Grau I e

    ainda, 50,0% correspondia a Hansenase Paucibacilar (PB) e 50,0% Multibacilar (MB). A

    2 Regio de Sade apresentou a maior concentrao de casos, seguida pela 6 Regio de

    Sade e pela 7 Regio de Sade (Regio Metropolitana). Dentre os 19 municpios

    prioritrios para a vigilncia da Hansenase, destacaram-se no primeiro semestre de

    2011 os municpios de Mossor com 65 casos, Natal com 31, Parnamirim com 08 e

    Macaba com 07 (SESAP/CPS/SUVIGE, 2012).

    Em relao AIDS, foram registrados 3.126 casos no perodo 200-2011, dentre os

    quais 69,0% eram do sexo masculino e 31,0% do sexo feminino, estando 60,0% destes

  • 37

    casos concentrados na Regio Metropolitana. A razo por sexo M/F correspondeu a 2,8:

    1 no ano de 2011, evidenciando a concentrao da epidemia no sexo masculino, apesar

    do considervel aumento do n de casos ocorrido no sexo feminino nos ltimos anos. Em

    relao a isso, observa-se que h uma tendncia de estabilizao do n de casos em

    mulheres, mas, quanto aos homens verifica-se a tendncia de persistncia do

    crescimento do n de casos. Alm disso, pode ser constatado que houve um aumento da

    taxa de incidncia desse agravo de 2010 para 2011, correspondendo a 14,6/100.000

    hab. e 15,2/100.000 hab., respectivamente.

    A incidncia entre os menores de 5 (cinco) anos diminuiu no ano de 2011,

    contrariamente ao ocorrido entre os maiores de 13 anos, onde se registrou uma

    incidncia bem maior que a observada no grupo anteriormente mencionado. Porm, em

    adultos verificou-se que a maior concentrao de casos ocorreu na faixa etria de 25-49

    anos.

    Vale salientar que no RN as taxas de deteco das Hepatites Virais (A, B e C)

    decresceram significativamente no ano de 2011. Contudo, como os dados obtidos foram

    referentes ao primeiro semestre de 2011, existe a possibilidade de isso representar o

    falseamento da queda das taxas de incidncia correspondentes. Quanto a isso,

    constatou-se que a incidncia da Hepatite A foi equivalente a 2,4/100.000 hab. no ano de

    2011 e a 6,6/100.000 hab. em 2010; a incidncia da Hepatite B correspondeu a

    1,3/100.000 hab. em 2010, diminuindo para 0,7/100.000 hab. no ano de 2011; e acerca

    da Hepatite C foi observada uma queda da incidncia de 2,1/100.000 hab. em 2010 para

    1,4/100.000 hab. em 2011.

    Quanto ao comportamento da Sfilis Congnita no RN verificou-se que houve o

    registro de 1.080 casos no perodo 2007-2011, com um aumento da sua taxa de

    incidncia ao longo destes anos, sendo equivalente a 4,9/1.000 NV no ano de 2010 e a

    6,1/1.000 NV em 2011. Cabe destacar que o n de casos de Sfilis Congnita bem mais

    elevado que o n de casos notificados de Sfilis em Gestantes. Alm disso, ressalta-se a

    elevada prevalncia desse agravo e as graves sequelas perinatais dele decorrentes,

    denotando a necessidade de adoo de medidas efetivas para o enfrentamento deste

    grande problema de sade.

    No tocante a Leishmaniose Visceral (LV) constatou-se um aumento da incidncia

    do ano de 2010 para o ano de 2011, tendo sido registrados no RN 121 casos em 2011,

  • 38

    distribudos em 29 municpios do estado, dentre os quais merecem destaque Natal, com

    31 casos, Mossor, com 22 casos e Parnamirim, com 12 casos. A anlise dos dados

    epidemiolgicos do ano de 2011 revelou que esse agravo mais frequente na populao

    urbana e que os indivduos mais afetados so adultos, com predominncia do sexo

    masculino, demonstrando ainda que houve um aumento dos casos de co-infeco

    LV/HIV, denotando a possibilidade de recidiva da doena aps o tratamento, elevando o

    risco de morte (SESAP/CPS/SUVIGE, 2012).

    No RN a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) ocorre em regies serranas,

    sendo mais frequente na zona rural, afetando principalmente indivduos adultos do sexo

    masculino. Em 2011 verificou-se um decrscimo na taxa de deteco da LTA no estado,

    tendo sido registrados apenas 11 casos, fato este resultante ao enfrentamento exitoso da

    epidemia da doena nos ltimos dois anos.

    Pode ser observado que a Leptospirose vem atingindo principalmente a capital

    do RN, denotando a existncia de precrias condies de infraestrutura sanitria e alta

    infestao de roedores infectados. No ano de 2011, segundo o SINAN, foram computados

    30 casos de Leptospirose no RN, distribudos em 13 municpios, destacando-se dentre

    eles os municpios de Natal, responsvel por mais da metade das notificaes efetuadas.

    Cabe enfatizar que no RN a Leptospirose mais frequente em adultos do sexo masculino.

    Convm salientar que no perodo 2009-2011 foram registrados no SINAN 2.020

    casos suspeitos de Influenza A (H1N1), sendo 1.814 (89,8%) casos em 2009, 190 (9,4%)

    em 2010 e 16 (0,8%) em 2011, evidenciando uma reduo acentuada no perodo

    mencionado. Porm, em 2011 no houve registro de nenhum caso confirmado, sendo a

    ltima confirmao efetuada no ano de 2010.

    Quanto ao monitoramento do encerramento oportuno dos agravos, importante

    frisar que mesmo no tendo sido atingido a meta pactuada para 2011, correspondente a

    80%, houve um considervel incremento nos anos anteriores, a partir de 2008,

    denotando um extremo envolvimento institucional e tcnico para a melhoria do padro

    de acompanhamento sistemtico, acarretando no alcance de 72,8% de encerramento

    oportuno das DNC no RN.

  • 39

    Figura 10 Encerramento oportuno de Doenas de notificao compulsria por ano de ocorrncia, rio

    Grande do Norte, 2005 a 2011.

    Fonte: SINAN-SUVIGE/CPS/SESAP RN

    oportuno salientar a importncia da atuao das equipes tcnicas de vigilncia

    epidemiolgica do estado na operacionalizao das aes do Programa Estadual de

    Imunizao do RN para a preveno e controle das doenas imunoprevenveis,

    impactando sobre os indicadores de morbimortalidade. Nesse sentido, cabe ressaltar

    que as coberturas vacinais de rotina e/ou das campanhas realizadas obtiveram no ano

    de 2011 um significativo resultado, alcanando as metas de cobertura preconizadas pelo

    Ministrio da Sade.

    A anlise da morbidade hospitalar no estado do RN, contemplando as internaes

    por Captulo CID-10, no ano de 2011, evidencia que o captulo XV (Gravidez, Parto e

    Puerprio) aparece como primeiro dentre todas as causas de internao do ano,

    correspondendo a 26,25% (n=44.879) de todas as faixas etrias e todos os grupos de

    causas. Todavia, excluindo-se esse grupo da anlise, pode-se observar que as seis

    principais causas de internaes correspondem s doenas infecciosas e parasitrias,

    com 20.754 casos (12,14% de todos os Captulos); s doenas do aparelho respiratrio,

    representando 10,02% (n=17.123) de todos os grupos de causas; s doenas do

    aparelho digestivo, equivalentes a 9,10% (n=15.549) do total de todos os grupos de

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Srie1 54,5 56,2 51,9 50,3 60,2 69,0 72,8

    % E

    NC

    ERR

    AM

    ENTO

    OP

    OR

    TUN

    O

  • 40

    causas; e s doenas do aparelho circulatrio que representam 7,69% (n=13.110) do

    total de todos os Captulos. Ocupando a stima e a oitava posio no ranking das causas

    de morbidade hospitalar esto s neoplasias, com 12.591 casos (7,37% de todos os

    Captulos) e as leses, envenenamentos e outras causas externas (6,91% do total dos

    Captulos, com n=11.806), respectivamente. Pode ser constatado que o comportamento

    observado no ano de 2011 reflete a evoluo do perodo 2008-2011, apesar das poucas

    oscilaes observadas neste perodo.

    Figura 11- Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo CID-10, Rio Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    Dentre os grupos de causas de morbidade hospitalar do Captulo XV (CID-10), no

    ano de 2011, o grupo referente ao parto nico espontneo apareceu como a principal

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    30000

    35000

    40000

    45000

    50000 I. Algumas doenas infecciosas e parasitrias II. Neoplasias (tumores)

    III. Doenas sangue rgos hemat e transt imunitr IV. Doenas endcrinas nutricionais e metablicas V. Transtornos mentais e comportamentais VI. Doenas do sistema nervoso

    VII. Doenas do olho e anexos

    VIII.Doenas do ouvido e da apfise mastide IX. Doenas do aparelho circulatrio

    X. Doenas do aparelho respiratrio

    XI. Doenas do aparelho digestivo

    XII. Doenas da pele e do tecido subcutneo XIII.Doenas sist osteomuscular e tec conjuntivo XIV. Doenas do aparelho geniturinrio

    XV. Gravidez parto e puerprio

    XVI. Algumas afec originadas no perodo perinatal XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossmicas XVIII.Sint sinais e achad anorm ex cln e laborat XIX. Leses enven e alg out conseq causas externas XX. Causas externas de morbidade e mortalidade

  • 41

    causa, representando 45,11% (n=20.245) do total de casos verificados neste Captulo.

    Nesse grupo a faixa etria de 20-29 anos apresentou-se como predominante, sendo

    registrados 10.698 casos, correspondendo a 52,80% do total do grupo e a 29,10% do

    total da mesma faixa em todos os grupos de causa. Nessa mesma faixa etria constatou-

    se que a segunda causa predominante correspondeu ao grupo das outras complicaes

    da gravidez e do parto, com um total de 7.018 casos. A segunda faixa etria de destaque

    no grupo principal (parto nico espontneo) foi a de 15-19 anos, com um total de 4.830

    casos.

    Figura 12 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID-10 XV- Gravidez Parto e Puerprio*, Rio

    Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    *Nota: (Em Ordem Crescente de Posio no Ranking das Causas de Morbidade)

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000 .. Aborto espontneo

    .. Aborto por razes mdicas

    .. Outras gravidezes que terminam em aborto

    .. Edema protein transt hipertens grav parto puerp

    .. Placent prv descol premat plac hemorr antepart

    .. Outr mot ass me rel cav fet amn pos prob part

    .. Trabalho de parto obstrudo

    .. Hemorragia ps-parto

    .. Outras complicaes da gravidez e do parto

    .. Parto nico espontneo

    .. Compl pred rel puerprio e outr afec obst NCOP

  • 42

    A anlise do comportamento das causas de morbidade no mesmo ano (2011)

    revelou ainda que no Captulo I (Doenas Infecciosas e Parasitrias) o grupo de destaque

    refere-se ao das outras doenas infecciosas e intestinais, com um total equivalente a

    5.042 casos (2,42% do total deste Captulo), sendo as crianas entre um e quatro anos as

    mais acometidas, com um total de 1.060 casos, representando 10,68% do total de casos

    desta faixa etria em todos os grupos de causas e 21,02% do total deste grupo de causa.

    Nesse mesmo Captulo I, destacaram-se tambm o grupo das doenas diarreicas e

    grastroenterites de origem infecciosa presumida, com um total de 4.419 casos, afetando

    principalmente a faixa etria de 1-4 anos (772 casos), e o grupo das outras doenas

    bacterianas, com um total de 4.002 casos, sendo a faixa etria de 80 anos e mais a mais

    acometida (525 casos).

  • 43

    Figura 13 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID-10. I - Algumas doenas infecciosas e

    parasitrias, Rio Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    No terceiro Captulo principal no ano de 2011, referente s Doenas do Aparelho

    Respiratrio, destacou-se o grupo das pneumonias, com um total de 8.515 casos,

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000 .. Clera

    .. Febres tifide e paratifide

    .. Shiguelose

    .. Amebase

    .. Diarria e gastroenterite origem infecc presum .. Outras doenas infecciosas intestinais

    .. Tuberculose respiratria

    .. Outras tuberculoses

    .. Hansenase [lepra]

    .. Outros ttanos

    .. Difteria

    .. Coqueluche

    .. Infeco meningoccica

    .. Septicemia

    .. Outras doenas bacterianas

    .. Sfilis congnita

    .. Sfilis precoce

    .. Outras sfilis

    .. Infeco gonoccica

    .. Outras infeces com transm predominant sexual .. Febres recorrentes

    .. Encefalite viral

    .. Outras febre p/arbovrus e febr hemorr p/vrus .. Infeces pelo vrus do herpes

    .. Varicela e herpes zoster

    .. Sarampo

    .. Hepatite aguda B

    .. Outras hepatites virais

    .. Doena pelo vrus da imunodefic humana [HIV]

  • 44

    correspondendo a 49,7% do total de casos deste Captulo. Nesse grupo, novamente as

    crianas entre um e quatro anos foram as mais afetadas, com 2.268 casos, equivalendo a

    22,86% do total de casos desta faixa etria em todos os grupos de causas e 26,64% do

    total deste grupo de causa. A segunda faixa mais afetada nesse mesmo grupo foi a dos

    menores de um ano, com 1.268 casos.

    Figura 14 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID- X- Doenas do Aparelho Respiratrio, Rio

    Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    Em relao ao Captulo XI (Doenas do Aparelho Digestivo), em 2011, o principal

    grupo de causas de morbidade hospitalar correspondeu ao das colelitases e colecistites,

    apresentando um total de 3.799 casos (24,43% do total de casos do Captulo XI), sendo

    os indivduos entre 30 e 39 anos os mais acometidos (832 casos), representando 3,54%

    do total de casos desta faixa etria em todos os grupos de causas e 21,90% do total deste

    grupo de causa.

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    9000 .. Outras infeces agudas das vias areas super

    .. Influenza [gripe]

    .. Pneumonia

    .. Bronquite aguda e bronquiolite aguda

    .. Sinusite crnica

    .. Outras doenas do nariz e dos seios paranasais

    .. Doenas crnicas das amgdalas e das adenides

    .. Outras doenas do trato respiratrio superior

    .. Bronquite enfisema e outr doen pulm obstr crn

    .. Asma

    .. Bronquiectasia

    .. Pneumoconiose

    .. Outras doenas do aparelho respiratrio

  • 45

    Figura 15 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID-10. XI- Doenas do Aparelho Digestivo, Rio

    Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    No Captulo IX (Doenas do Aparelho Circulatrio), o principal grupo de causas

    evidenciado no ano de 2011 correspondeu ao das outras doenas isqumicas do

    corao, com um total de 2.343 casos (17,87% do total de casos deste Captulo), sendo a

    faixa de 60-69 anos a predominante, com 756 casos, representando 5,72% do total de

    casos desta faixa etria em todos os grupos de causas e 32,27% do total deste grupo de

    causa.

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000 .. Outros transtornos dentes e estruturas suporte

    .. Outr doen cavidade oral glnd saliv e maxilar

    .. lcera gstrica e duodenal

    .. Gastrite e duodenite

    .. Outras doenas do esfago estmago e duodeno

    .. Doenas do apndice

    .. Hrnia inguinal

    .. Outras hrnias

    .. Doena de Crohn e colite ulcerativa

    .. Ileo paraltico e obstruo intestinal s/hrnia

    .. Doena diverticular do intestino

    .. Outras doenas dos intestinos e peritnio

    .. Doena alcolica do fgado

    .. Outras doenas do fgado

    .. Colelitase e colecistite

    .. Pancreatite aguda e outras doenas do pncreas

    .. Outras doenas do aparelho digestivo

  • 46

    Figura 16 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID-10. - IX- Doenas do Aparelho Circulatrio,

    Rio Grande do Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    O grupo dos Leiomiomas de tero correspondeu ao principal dentre as causa de

    morbidade associadas ao Captulo das Neoplasias em 2011, com um total equivalente a

    1.948 casos (15,47% do total de casos do Captulo), onde a faixa etria predominante

    correspondeu a de 40-49 anos, apresentando 1.077 casos, representando 6,41% do total

    de casos desta faixa etria em todos os grupos de causas e 55,29% do total deste grupo

    de causa.

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500 .. Febre reumtica aguda

    .. Doena reumtica crnica do corao

    .. Hipertenso essencial (primria)

    .. Outras doenas hipertensivas

    .. Infarto agudo do miocrdio

    .. Outras doenas isqumicas do corao .. Embolia pulmonar

    .. Transtornos de conduo e arritmias cardacas .. Insuficincia cardaca

    .. Outras doenas do corao

    .. Hemorragia intracraniana

    .. Infarto cerebral

    .. Acid vascular cerebr no espec hemorrg ou isq .. Outras doenas cerebrovasculares

    .. Arteroesclerose

    .. Outras doenas vasculares perifricas

    .. Embolia e trombose arteriais

    .. Outras doenas das artrias arterolas e capil .. Flebite tromboflebite embolia e trombose venosa .. Veias varicosas das extremidades inferiores .. Hemorridas

    .. Outras doenas do aparelho circulatrio

  • 47

    Figura 17 - Morbidade Hospitalar do SUS por Captulo do CID-10 I- Neoplasias (Tumores), Rio Grande do

    Norte, 2011.

    Fonte: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

    Cabe ainda destacar que no Captulo XIX (Leses Envenenamentos e Algumas

    Outras Consequncias de Causas Externas), stimo principal dentre os Captulos do CID-

    10, o grupo referente s fraturas de outros ossos dos membros, apresentou no ano de

    2011, 4.427 casos, correspondendo a 37,50% do total de casos do Captulo, sendo a faixa

    de 20-29 anos a predominante, com 1.015 casos, equivalendo a 2,76% do total de casos

    desta faixa etria em todos os grupos de causas e 22,93% do total deste grupo de causa.

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500 .. Neoplasia maligna do lbio cavid oral e faringe

    .. Neoplasia maligna do esfago

    .. Neoplasia maligna do estmago

    .. Neoplasia maligna do clon

    .. Neopl malig juno retoss reto nus canal anal

    .. Neopl malig fgado e vias biliares intra-hept

    .. Neoplasia maligna do pncreas

    .. Outras neoplasias malignas de rgos digestivos

    .. Neoplasias malignas de laringe

    .. Neoplasia maligna de traquia brnquios e pulm

    .. Outras neopl malig rg respirat e intratorc

    .. Neoplasia maligna do osso e cartilagem articul

    .. Neoplasia maligna da pele

    .. Outras neoplasias malignas da pele

    .. Neopl malig do tecido mesotelial e tec moles

    .. Neoplasia maligna da mama

    .. Neoplasia maligna do colo do tero

    .. Neopl malig outr pores e por no espec tero

    .. Outras neopl malignas rgos genitais femininos

    .. Neoplasia maligna da prstata

    .. Outras neopl malignas rgos genit masculinos

    .. Neoplasia maligna da bexiga

    .. Outras neoplasias malignas do trato urinrio

    .. Neoplasia maligna dos olhos e anexos

    .. Neoplasia maligna do encfalo

    .. Neopl malig outras partes sistema nerv central

    .. Neopl malig outr local mal def secun e no esp

    .. Doena de Hodgkin

    .. Linfoma no-Hodgkin

    .. Leucemia

    .. Outras neopl malig tecidos linfid hemat e rel

    .. Carcinoma in situ de colo do tero

    .. Neoplasia benigna da pele

    .. Neoplasia benigna da mama

    .. Leiomioma do tero

    .. Neoplasia benigna do ovrio

    .. Neoplasia benigna dos rgos urinrios

    .. Neopl benig encfalo e outr part sist nerv cent

    .. Ou