manual - história da arte ii

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MODA, ARTE E VANGUARDA Por Patricia Moreno Doutora em História pela UFF Mestre em História pela UFF Esp. em Moda, Cultura de Moda e Arte Profa. de História das Artes e Estética e de História da Indumentária

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Manual - História Da Arte II

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Page 1: Manual - História Da Arte II

MODA, ARTE E VANGUARDA

Por Patricia Moreno

Doutora em História pela UFF

Mestre em História pela UFF

Esp. em Moda, Cultura de Moda e Arte

Profa. de História das Artes e Estética e de

História da Indumentária

Page 2: Manual - História Da Arte II

PROGRAMA

1 – Produções artísticas e vestíveis: interfaces A obra de arte como “registro da roupa”

2 – As Vanguardas e a Moda A roupa como “registro da arte”

3 – O Designer de moda e as artes

Page 3: Manual - História Da Arte II

1-PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E

VESTÍVEIS: INTERFACES A obra de arte como “registro da roupa”

Page 4: Manual - História Da Arte II

ANTIGO EGITO

Page 5: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO

MANIFESTAÇÕES DO COMPORTAMENTO E DOS

HÁBITOS

Page 6: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO

MANIFESTAÇÕES DOS CÓDIGOS DE VESTIR

Page 7: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO

INDICADORES DE MUDANÇA

Page 8: Manual - História Da Arte II

GRÉCIA ANTIGA

Page 9: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO

IDEALIZAÇÃO DE BELEZA

Page 10: Manual - História Da Arte II
Page 11: Manual - História Da Arte II

ROMA IMPERIAL

Page 12: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO REGISTROS

DE PERSONALIDADE

Page 13: Manual - História Da Arte II

PERÍODO MEDIEVAL

Page 14: Manual - História Da Arte II

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO REGISTRO

DE FÉ

Page 15: Manual - História Da Arte II

O GÓTICO: SINAIS DE TRANSIÇÃO

Page 16: Manual - História Da Arte II

Giotto – O

Massacre dos

inocentes

Page 17: Manual - História Da Arte II

Jan Van Eick – As

bodas do casal

Arnolfini

Page 18: Manual - História Da Arte II

RENASCIMENTO E MANEIRISMO Uma nova visualidade em relação as roupas e a

moda

Page 19: Manual - História Da Arte II

Jean Fouquet – A Virgem e o menino cercados de anjos (1452-1455)

Page 20: Manual - História Da Arte II

Michelangelo – Lorenzo de Médici em sua tumba (1524-1534)

Page 21: Manual - História Da Arte II

Bellini – Doge Leonardo Loredan

Page 22: Manual - História Da Arte II

Parmigianino –

Madona do colo

longo

Page 23: Manual - História Da Arte II

BARROCO: REPRESENTAÇÕES DE

INDUMENTÁRIA

Page 24: Manual - História Da Arte II

Peter P. Rubens –

Auto retrato com

Isabella Brandt

Page 25: Manual - História Da Arte II

Anthony Van

Dyck – Lord John

e Lord Bernard

Stuart (1638)

Page 26: Manual - História Da Arte II

Rembrandt –

Saskia com chapéu

vermelho (1634-

1642)

Page 27: Manual - História Da Arte II

Bernini – O

Êxtase de Santa

Tereza

Page 28: Manual - História Da Arte II

DIEGO VELAZQUEZ – O

CORTESÃO

Page 29: Manual - História Da Arte II

Velazquez – As

meninas

Page 30: Manual - História Da Arte II

Charles Le Brun – Encontro de Luiz XIV Felipe IV Rei da Espanha

Page 31: Manual - História Da Arte II

O ROCOCÓ Retratos da Indumentária do século XVIII

Page 32: Manual - História Da Arte II

RETRATOS DE MME. POMPADOUR

Page 33: Manual - História Da Arte II
Page 34: Manual - História Da Arte II

Mme. Pompadour

que consulta a

Enciclopédia –

Maurice Quentin

de Latour

Page 35: Manual - História Da Arte II

MA

RIA

AN

TO

NO

ET

A

Retrato de Maria

Antonieta por

Elizabeth Vigée Le

Brun em 1778

Page 36: Manual - História Da Arte II

Joshua Reynolds –

Charles Coote, 1º

conde de

Bellamont (1773)

Page 37: Manual - História Da Arte II

O NEOCLÁSSICO Fim da opulência?

Page 38: Manual - História Da Arte II

Jacques Louis

David – Mme.

Récamier (1800)

Page 39: Manual - História Da Arte II

Consagração do

Imperador

Napoleão I e

Coroação da

Imperatriz

Josefina (1806-07)

Page 40: Manual - História Da Arte II

Consagração do

Imperador

Napoleão I e

Coroação da

Imperatriz

Josefina Detalhe

Page 41: Manual - História Da Arte II

Ingres – A

banhista

Page 42: Manual - História Da Arte II

Ingres – A

condessa de

Haussonville

Page 43: Manual - História Da Arte II

Ingres – Mme.

Moitessier (1856)

Page 44: Manual - História Da Arte II

Coubert As jovens nas margens do Sena (1856)

Page 45: Manual - História Da Arte II

Manet – O almoço

sobre a relva

(1863)

Page 46: Manual - História Da Arte II

Monet – mulheres

no jardim (1867)

Page 47: Manual - História Da Arte II

Degas – Bailarina

de quatorze anos

(1879-1881)

Page 48: Manual - História Da Arte II

2 – AS VANGUARDAS E A MODA

A roupa como “registro da arte”

Page 49: Manual - História Da Arte II

AS VANGUARDAS HISTÓRICAS

Marcadas pela rebeldia dos artistas que subverteram as estruturas tradicionais e oficiais da arte;

Trata-se do de um dos momentos mais ricos e intensos da História da Arte;

No ideário das vanguardas históricas, além de uma nova arte e uma nova arquitetura, também era necessário produzir uma nova maneira de se vestir. Todas essas questões marcavam o rompimento significativo das barreiras entre a arte e o cotidiano.

Assim o traje, muitas vezes, foi objeto de reflexão e transformou-se em meio de expressão e suporte para a criação.

Page 50: Manual - História Da Arte II

Vários artistas na História da Arte desenvolveram (e desenvolvem!) objetos vestíveis ou até de moda ou de design.

As rupturas com a visão tradicional e clássica que as vanguardas históricas gradativamente foram conquistando permitiram o despertar para a utilização do objeto comum, de uso cotidiano, para a criação de obras artísticas.

Uma das formas de inserção da arte na moda, que Diana Crane denomina de Artificação, ocorre por meio das estampas e padronagens de tecidos. Exs.: Art Nouveau e Op Art.

Outra forma são os projetos e produção de vestíveis com variadas e ousadas propostas.

E são esses os nossos objetos...

Page 51: Manual - História Da Arte II

O ART NOUVEAU E ADJACÊNCIAS

Origem no movimento Arts & Crafts, liderado por

William Morris, na Inglaterra, por volta de 1895;

Contrapunha-se ao domínio da máquina e

aspirava substituí-los por elaborações artesanais;

O Art Nouveau criou uma visualidade própria,

propondo novos modelos estilísticos derivados de

abstrações, formas vegetais e animais;

Espalhou-se pela Europa e Américas com

diferentes denominações: Estilo 1900 na França,

Jungenstil na Alemanha, Arte Floreale na Itália,

Sezessionstil (Sesseção) na Áustria.

Page 52: Manual - História Da Arte II

HENRY VAN DE VELDE (1863-1957) Arquiteto belga, um dos maiores entusiastas da

realização de vestimentas no novo estilo;

Empenhou-se na renovação do traje feminino que

deveria ser libertado de amarras e espartilhos;

Desenhou alguns modelos no estilo linear do Art

Nouveau, que foram executados em pequena escala;

Surgia a idéia do kunstler kleid (“vestidos artísticos”)

ou ROUPAS DE ARTISTA.

Page 53: Manual - História Da Arte II

Mme. van de

Velde com vestido

proposto por

H. van de Velde,

publicado

em Dekorative

Kunst, 1901

Page 54: Manual - História Da Arte II
Page 55: Manual - História Da Arte II

KLIMT E A MODA Aderiu a idéia de “roupa de artista”;

Criou vestimentas que, em compasso com as idéias de Freud, “interligam-se sonho e carnalidade”;

Artista de destaque do movimento da Secessão (Sezessionstil), Klimt teria desenhado vestidos para a Wiener Werkstätte (oficinas vienenses, fundadas em 1903 pelo arquiteto Josef Hoffmann);

Criou, com sua companheira, a estilista Emilie Flöge, uma série de túnicas soltas ornamentadas com contrastes de texturas.

Page 56: Manual - História Da Arte II

Gustav klimt e

Emile Flöge no

jardim de Klimt,

Viena (1905)

Page 57: Manual - História Da Arte II

Com as suas duas irmãs, Emilie Flöge possuia em Viena a Schwestern Flöge, elegante casa de moda sintonizada com as novidades de Paris. Inaugurada em 1904, a sua decoração foi inteiramente realizada pela Wiener Werkstättle, o que por si só aponta para a ligação das modistas com as vanguardas artísticas locais, ou seja, com a Secessão vienense.

Page 58: Manual - História Da Arte II

Gustav Klint ,

Retrato de Emilie

Flöge, óleo sobre

tela, de 1902

Page 59: Manual - História Da Arte II

Retrato de Adele Bloch Bauer (1907)

Page 60: Manual - História Da Arte II

O tecido da blusa, intitulado

Apolo, é uma criação do

arquiteto, designer e urbanista

Josef Hoffmann (1870-1956), o

criador do departamento de

moda da Wiener Werkstätte, que

foi fundada por ele e Koloman

Moser em 1903.

Page 61: Manual - História Da Arte II

“A decoração geométrica do floral, na delicadeza do jogo bicromático preto e branco, torna-se mais impactante quando quebrada pela vivacidade das variantes tonais laranja e amarelo. Não só suporte da roupa, o tecido é uma materialidade topológica de formas e cores, que, em si mesma, significa e, na e pela interação da figuratividade do floral com os demais elementos da composição, informa outros de seus sentidos. É no seio desse tratamento refinado da materialidade das fibras, das formas, texturas, cromatismos e topologia, constitutivos dos tecidos que se origina esse vestimenta blusa de 1911, também da Wiener Werkstätte. A moda aparecia como um dos modos de harmonização dos que a vestem com a construção e decoração dos ambientes secessionistas, possibilitando-lhes neles estar com estilo. (Oliveira, A. o Expressionismo como modo de vida e moda)

Page 62: Manual - História Da Arte II
Page 63: Manual - História Da Arte II

O ORFISMO DE SONIA DELAUNAY

O movimento artistico denominado de Orfismo,

surgido na década de 1910, trabalhava as formas

e imagens abstratas a fim de provocar a

simulação de movimento.

Page 64: Manual - História Da Arte II

Delaunay associou a vanguarda da arte à vida

cotidiana, desenvolvendo objetos de uso a partir

da visão política e artística dos movimentos e

correntes aos quais pertenciam.

Abandonou a representação pictórica naturalista

e ousou ao utilizar como suporte materiais têxteis

(roupas com caráter experimantal, tecidos para

fabricantes de seda de Lyon, figurinos), trabalhos

decorativos e ilustração de livros.

Page 65: Manual - História Da Arte II

SO

NIA

DE

LA

UN

AY

NO

AT

EL

IE

Obteve sucesso

com seus

“vestidos

simultaneos”

Considerava os

trajes que criava

de “pinturas

vivas”,

expressando,

assim, seu

empenho na

projeção de

formas, cores e

texturas

amplificadas e

transformadas

pelos

movimentos do

corpo.

Page 66: Manual - História Da Arte II
Page 67: Manual - História Da Arte II

CASACO PARA GLORIA SWANSON

Beachweare, 1928

Page 68: Manual - História Da Arte II

Cobertor em

Pachwork

Page 69: Manual - História Da Arte II

Figurino para

Cleópatra

Page 70: Manual - História Da Arte II
Page 71: Manual - História Da Arte II
Page 72: Manual - História Da Arte II

A Espiral,

estudo de

fantasia

para o

carnaval do

RJ 1928

Page 73: Manual - História Da Arte II

O FUTURISMO

Em 1909 Marinetti lançou em Paris um manifesto sobre a poesia futurista;

Os Futuristas queriam introduzir na arte o ritmo e a dinâmica industrial em sintonia com a nova realidade do século XX;

Introduziram a idéia de que espaço, tempo, ação e corpo também constituem material de arte;

Page 74: Manual - História Da Arte II

Speeding Automobile, 1912.

Oil on wood, 21 7/8 x 27 1/8" (55.6 x 68.9 cm).

Gia

co

mo

Ba

lla

Assim, representam a trepidação da vida urbana, o

trabalho moderno e o dinamismo das máquinas.

Page 75: Manual - História Da Arte II

Speed of a Motorcycle, 1913

Oil on Canvas

Gia

com

o B

alla

A composição sem limite integra o espectador

Page 76: Manual - História Da Arte II

Pessimismo e Optimismo, 1923

Oil on Canvas

Gia

com

o B

alla

www.mishabittleston.com/artists/giacomo_balla/

Formas planas e sintéticas se sobrepõem umas às

outras

Page 77: Manual - História Da Arte II

GIACOMO BALLA E O TRAJE

Escreveu em 1913 um texto

intitulado “Manifesto Futurista do

traje masculino”;

“É preciso destruir o terno passadista

epidérmico descorado fúnebre

decadente tedioso anti higiênico”

Page 78: Manual - História Da Arte II
Page 79: Manual - História Da Arte II

Balla afirmava que pensamos e agimos como nos

vestimos e, portanto, as roupas deveriam ser

alteradas de acordo com o estado de espírito de

quem as usava, por meio de “modificadores”.

Page 80: Manual - História Da Arte II

Manifesto

Futurista do traje

masculino – Milão

1914

1ª versão

publicada em

francês

Page 81: Manual - História Da Arte II

A questão do vestuário deveria ser trabalhada para

romper com o “traje passadista”.

Traduzindo conceitos desenvolvidos na pintura e

escultura como linha-velocidade, formas-barulho,

ritmos cromáticos, simultaneidade e interpenetração

de planos os futuristas criaram todo um guardarroupa

baseado em uma técnica inédita de corte de tecidos,

uso da assimetria e justaposição de formas dinâmicas

em variadíssimos modelos.

Page 82: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla

Estudo de

terno de

homem,

para

manhã

(1914)

Page 83: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla –

Estudo de

terno

masculino

para noite

(1914))

Page 84: Manual - História Da Arte II

SAPATOS DE HOMEM BICOLORES (1916)

Page 85: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla -Estudo

para bolsa

(1916)

Page 86: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla, Terno

para ser

vestido em

casa com

Assemblage

de tecido -

1925

Page 87: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla –

Estudo de

blusa 1930

Page 88: Manual - História Da Arte II

Muitos artistas futuristas dedicaram-se à criação

de figurinos para teatro e alguns fundaram a

Casa d’ Arte, onde realizavam objetos e projetos

de decoração e roupas, dentro da visualidade

futurista.

Thayaht criou Tuta, um macacão para todas as

ocasiões, “prático, higiênico, fácil de fazer e

realmente sintético-revolucionário”.

Em 1920, Volt declarou declarou no Manifesto da

moda Feminina Futurista que “a senhora

elegante será transformada por nós em um

verdadeiro complexo plástico vivo”.

Page 89: Manual - História Da Arte II

Giacomo

Balla -

Estudo de

traje

feminino

(1928-

1929)

Page 90: Manual - História Da Arte II

Ernesto

Thayaht -

Estudo de

“Tuta” para

homens e

rapazes

(1919-20)

Page 91: Manual - História Da Arte II
Page 92: Manual - História Da Arte II

Tais criações normalmente eram paralelas às reflexões teóricas publicadas em forma de manifesto como: Manifesto pela transformação do traje masculino (1932), Manifesto Futurista do Chapéu Italiano e Manifesto Futurista da Gravata italiana (a anti-gravata) (1933).

O Futurismo teve uma produção visual significativa, mas sua maior importância talvez resida nas possibilidades que abriu para as manifestações de arte-ação das vanguardas.

No campo do vestuário demonstraram um experimentalismo inédito e introduziram as roupas desportivas e os nossos atuais agasalhos de moletom e malha.

Sua importância, porém, foi reduzida no período entre Guerras devido ao posicionamento político de alguns dos principais artistas do movimento.

Page 93: Manual - História Da Arte II

SUPREMATISMO E CONSTRUTIVISMO RUSSOS

Na chamada vertente racional das vanguardas,

desenvolveram-se o Suprematismo e Construtivismo

russos, nos quais as obras de Kazimir Malevich e

Vladimir Tátlin são, respectivamente, as principais

referências;

Assim como os futuristas, mas seguindo na direção do

construtivismo, os russos estavam comprometidos com

a grande utopia de colocar a arte como elemento

estrutural na construção de uma nova sociedade;

Page 94: Manual - História Da Arte II

Malevich – Figurino para ópera futurista “ Vitória sobre o sol” (1913)

Page 95: Manual - História Da Arte II

Black square and Red Square, 1915

Oil on canvas

28 x 17 1/2 in. (71.4 x 44.4 cm.)

The Museum of Modern Art, New York

Kazim

ir Male

vic

h

Suprematismo

Page 96: Manual - História Da Arte II

Kazimir

Malevich –

Projeto de

traje

Suprematista

(1923)

Page 97: Manual - História Da Arte II

Suprematismo: Auto retrato em duas dimensões, 1915

Oil on canvas

31 1/2 x 24 3/8 in. (80 x 62 cm.)

Stedelijk Museum, Amsterdam

Ka

zim

ir Male

vic

h

Suprematismo

Page 98: Manual - História Da Arte II

O CONSTRUTIVISMO RUSSO

O construtivismo foi uma expressão com

ideologias marxistas e estava intimamente ligado

a um organismo comunista revolucionário.

Em seu âmago, o construtivismo tinha a

convicção de que o artista podia contribuir para

suprir as necessidades físicas e intelectuais da

sociedade como um todo, relacionando-se

diretamente com a produção de máquinas, com a

engenharia arquitetônica e com os meios gráficos

e fotográficos de comunicação.

Não buscavam uma arte política, mas sim a

socialização da arte. Portanto, os trabalhos

artísticos deveriam ser funcionais e informativos.

Page 99: Manual - História Da Arte II

O CONSTRUTIVISMO DE VARVARA STEPANOVA

Stepanova desenvolveu trajes cujo objetivo maior

seria a praticidade.

Para o construtivismo a pintura e a escultura são

pensadas como construções - e não como

representações. Dessa forma, as representações

gráficas e a modelagem dos vestíves de

Stepanova priorizam a geometrização e o

utilitarismo.

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“Roupa de produção” de Varvara

Stepanova e, ao lado, seu companheiro, o

artista Aleksandr Rodchenko, usando o

protótipo da roupa.

Page 105: Manual - História Da Arte II

O DADAÍSMO

Iniciou-se em Zurique, em 1916, liderado pelo romeno

Tristan tzara;

O Dadaísmo tem ligações com a face „irracionalista‟ das

vanguardas;

Tzara acreditava que a escolha da vestimenta de uma

mulher era reveladora de seus desejos e medos

inconscientes.

Com Sonia Delunay-Terk criou vestidos- poemas em

1921;

Page 106: Manual - História Da Arte II
Page 107: Manual - História Da Arte II

Duchamp se travestiu para

criar seus alter egos: Belle

Haleine e Rrose Sélavy,

mulheres criadas com a

intenção de subverter e

ridicularizar a cultura e a

hipocrisia dos

comportamentos

convencionais;

Entretanto, diferentemente

do futuristas os integrantes

do Dada não se

interessaram diretamente

pelo tema do vestuário. A

exceção da Baronesa Elsa

von Freytag-loringhoven

Page 108: Manual - História Da Arte II

Baronesa Elsa von

Freytag-

loringhoven,

excessão que

realmente “se

vestiu de Dada “

Page 109: Manual - História Da Arte II

SURREALISMO: CORPO E ROUPA

O Surrealismo surgiu no interior do Dada, liderado

pelo escritor André Breton, que em 1924, lançou o

manifesto surrealista;

Princípio máximo: buscar a expressão do

funcionamento da mente, sem a interferência da razão;

Muitos surrealistas traduziram esses “postulados” por

meio do vestuário, pintando ou desenhando trajes,

criando jóias, acessórios e estamparias;

Page 110: Manual - História Da Arte II

Salvador Dali -

Paletó de Smoking

afrodisíaco (1936)

Page 111: Manual - História Da Arte II

Salvador Dali –

Costume do ano

2045 (1949-50)

Masp

Page 112: Manual - História Da Arte II
Page 113: Manual - História Da Arte II

Dali

confeccionou

inúmeras

jóias

inspiradas

em temas

surrealistas.

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Page 121: Manual - História Da Arte II

No fim dos anos 1960, Dali cria um alfabeto que

simboliza a linguagem que pertencia a ele e sua esposa

Gala e a ele dá o nome de Dalígramas

Page 122: Manual - História Da Arte II

Em 1970, sob

a inspiração

dessa paixão

entre o casal,

a Lancel

lançou uma

coleção de

bolsas cujo

couro é

estampado

com as letras

simbólicas

imaginadas

por Dalí.

Ao lado a

bolsa Dalidol,

de 1970.

Page 123: Manual - História Da Arte II

Quem for a Paris até o dia 20 de

setembro pode conferir a exposição que

a marca de acessórios de luxo Lancel

realiza em homenagem a Salvador Dalí e

sua eterna musa Gala. Daligramme

Collection – l´Art, l´Armour, la Mode é o

título da mostra consagrada ao casal e

que traz para os domínio da Galeria

Lafayette (mais precisamente para a

cúpula do magazine parisiense, onde fica

a Galerie des Galeries) modelos criados

pelo gênio das artes para a grife.

Page 124: Manual - História Da Arte II

Objeto surrealista de funcionamiento simbólico, 1931

(reconstruido en 1974)

Assemblage. 48 x 24 x 14 cm

Fundación Gala-Dalí, Figueres

Sa

lva

do

r Dali

Page 125: Manual - História Da Arte II

Rene Magritte –

Filosofia no

Boudoir (1948)

Page 126: Manual - História Da Arte II

Rene Magritte –

Mme Recamier

Page 127: Manual - História Da Arte II

MODA E SURREALISMO

“O Surrealismo, revitalizará a moda com as

fotografias de Man Ray e as criações de

Schiaparelli. (MULLER, 2000, p.9 )“

Ver:

http://youtu.be/0CH5zg6KXN0

Page 128: Manual - História Da Arte II
Page 129: Manual - História Da Arte II

Após o predomínio do Surrealismo os movimentos

ligados à abstração passaram a dominar a cena da

vanguarda artística internacional.

Abaixo, numa “perspectiva” Duchampiana,

a Brillo Box de Andy Wahrol e ao lado,

também de Wahrol, Brillo e Fragile.

Page 130: Manual - História Da Arte II

Mas a “roupa de artista”

continua a ser objeto de

reflexão, hoje muito mais

como uma área de

experimentação para os

artistas.

Joseph Beys – Terno de feltro (1970)

Page 131: Manual - História Da Arte II

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

COSTA, Cacilda Teixeira. Roupa de Artista: o vestuário na obra de arte. SP: EDUSP/Imprensa Oficial do Estado de SP, 2009.

CRANE, Diana. Ensaios sobre moda, arte e globalização cultural. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2011.

GRANDI, Silvia. Arte e moda; uma relação em evolução. In: Sorcinelli, Paolo (Org.). Estudar a moda: Corpos, vestuário, estratégias. SP: Ed. SENAC São Paulo, 2008.

MOURA, Mônica. A moda entre a arte e o design. In: PIRES, Dorotéia Baduy (Org.). Design de moda: olhares diversos. Barueri/SP: Estação das Letras e Cores Ed., 2008.

SUBIRATS, Eduardo. Un comentario sobre el concepto de vanguardia. Arquitextos, São Paulo, 09.105, Vitruvius, fev 2009.<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.105/72/pt>.

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MODA, ARTE E VANGUARDAS NO

BRASIL Uma introdução

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