história da arte
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Apostila de historia das artes- Romantismo, realismo, impressionismo, art noveau, pontilhismo e os precursores da arte moderna.TRANSCRIPT
Responsável pelo Conteúdo:
Prof Edson Takahasi
História das Artes
Caro(a) Aluno(a),
Continuando o nosso curso de História das Artes, nesta unidade
estudaremos o
- Romantismo;
- Realismo;
- Arts and Crafts;
- Art Nouveau;
- Impressionismo,
- Pontilhismo ou Divisionismo,
- E os precursores da Arte Moderna.
Leiam o texto desta unidade com atenção e reflitam sobre o
mesmo, busquem a bibliografia desses artistas em paralelo a essa
unidade em sites ou mesmo em nossa biblioteca, vocês vão
descobrir espíritos artísticos e contextos históricos que irão
acrescentar e aguçar cada vez mais o seu interesse pela arte.
Atenciosamente,
Profº Edson Takahasi
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Gostaria que vocês refletissem sobre o sucesso profissional de Pablo Picasso e a vida
difícil e o fim trágico do artista Van Gogh. Por que Picasso teve tanto sucesso? O que sua
produção artística tinha de tão especial? O que a diferenciava de tudo o que havia sido feito
até então, inclusive pelos modernos europeus? E a produção artística de Van Gogh, por que
não foi aceita? Qual a inovação artística que sua produção trazia para a época?
Para essa reflexão sugiro a leitura do livro Cartas a Théo da coleção L&pm Pocket
Bolso que é uma compilação das cartas escritas por Vicent Van Gogh a seu irmão Théo e o
filme sobre a vida de Pablo Picasso chamado Os amores de Picasso com direção de James
Ivory e com duração de 125 minutos.
Não é necessário encaminhar nenhum material. Apenas reflita!
Contextualização
Romantismo
No período entre o final do século XVIII e durante grande parte do século XIX, a
Europa sofreu transformações causadas pela “Revolução Francesa” e a “Revolução
Industrial”, dois grandes movimentos político, social, econômico e artístico ocorridos na
Europa.
O Romantismo foi caracterizado por uma reação contrária ao movimento anterior que
foi o neoclassicismo, expressou-se primeiramente na literatura e filosofia para depois
expressar-se nas artes plásticas.
Os artistas do “Romantismo” buscavam se libertar das convenções acadêmicas
impostas pelo neoclassicismo, que era a imitação das artes grego-romanas e das obras
renascentistas italianas. Então esses artistas valorizavam os sentimentos e a imaginação do
indivíduo acima da razão e o indivíduo como centro do universo.
Nas obras do período do Romantismo, os ideais na sua representação eram o drama
humano, amores trágicos, ideais e locais utópicos, a natureza e o desejo de fugir ou escapar
de coisas ou situações.
Não existiu nenhuma estética tipicamente “Romântica”, pois nenhum artista se afastou
do academicismo, mas sim ocorreu o afastamento de conceitos e temáticas artísticas.
Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) grande desenhista, pintor e gravador
espanhol, em suas obras foram trabalhados diversos temas tais como: retratos de
personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, paisagens, cenas mitológicas,
horrores da guerra, deuses e demônios.
Mulher nua e mulher vestida, ninguém sabe precisamente quem é a modelo e nem
porque Goya fez esses dois quadros.
A pintura de temas “históricos” era considerada um gênero definitivo, o quadro “Os
fuzileiros de 3 de Maio de 1808”, que representa o fuzilamento de cidadãos espanhóis
contrários a invasão das tropas do Imperador Napoleão no território espanhol. Verificamos
nesta obra um grupo de pessoas acuadas com feições de medo, a luz que Goya coloca neste
quadro é intensa sobre o homem de braços levantados e com camisa branca, suas feições de
assustado com o fim que lhe espera e soldados apontando fuzis são representados
anonimamente de costas.
Goya expressa neste quadro, a luta da liberdade contra a tirania. “A pintura de Goya é
um símbolo eterno da revolução popular contra a opressão” – Lionello Venturi.
Na gravura também expressou a sátira social, o sarcasmo, o erótico e a feitiçaria que
fustigava as crendices do seu tempo.
A série “Caprichos” com 80 gravuras feitas em 1799, criou um atrito entre ele e a
igreja, tendo que ser retirada do mercado; a série “Desastres da guerra” feita em 1808 mostra
os horrores e episódios dramáticos da Guerra da Independência; a série “Touromaquia”
mostra seu aficionado gosto pelas touradas, num registro de 40 gravuras feitas no período de
Material Teórico
1814 a 1816 e sua última série “Provérbios ou disparates” que reúne 18 trabalhos com temas
de monstros, espíritos e cenas que remetem a sonhos ou pesadelos.
Mulher nua e mulher vestida (1800-1803), Museu do Prado, Madri – Goya
http://history.hanover.edu/courses/art/goyamy3.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mexico.Tab.OlmecHead.01.jpg
Os fuzileiros de 3 de maio de 1808 (1814-1815), Museu do Prado, Madri - Goya
http://blogdofavre.ig.com.br/wp-content/uploads/2008/04/goya_maja_desnuda.jpg
http://blogdofavre.ig.com.br/wp-content/uploads/2008/04/goya_maja_vestida.jpg
http://claudiusvil.2005.blog.uol.com.br/images/Tauromaquia1814.1816.jpg
http://www.masp.art.br/exposicoes/2007/goya/04.jpg
Série de gravuras – Touromaquia (1814-1816) – Goya
http://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio13/imagens/remedio.jpg
http://heliojesuino.files.wordpress.com/2010/02/goya_cap_d80_sleep_reason1.jpg
http://perso.wanadoo.es/pintordebatallas/CUADROS/GOYA4.jpg
Algumas gravuras das séries: Caprichos, Provérbios e Disparates e Desastres da guerra -
Goya
Na primeira gravura acima da série “Caprichos”, mostra uma mulher na multidão,
sendo acusada e condenada como possuída – como bruxa ou como herética. Porém essas
características estão nos rostos das pessoas que a condenaram e, por conseguinte, a
acompanham para a morte. Isto é conhecido na história como tribunais das bruxas e tribunais
da inquisição. A segunda gravura corresponde a série “Provérbios e disparates” e a terceira
“Desastres da guerra”.
Ferdinand Victor Eugène Delacroix (1799-1863), o mais importante representante
francês do Romantismo, vindo de uma família de grande prestígio social, estudou nas
melhores escolas de Paris e cursou pintura na escola de Belas Artes. Visitava quase que todos
os dias o Museu do Louvre para apreciar as obras de Rubens e Rafael.
Suas obras mostram cenas de paixão, violência e sensualidade, as vestes das
personagens são de cores vibrantes. Influenciado pelas obras de Rubens e pelos poemas de
Lord Byron, cujos temas transportou para diversos de seus trabalhos.
Seu quadro mais conhecido é “A Liberdade guiando o povo”, feita como exaltação a
Revolução de 1830, quadro de expressão política e com valorização pictórica e qualidade no
emprego de luzes e sombras.
Em 1832, viajou durante seis meses numa comitiva do governo francês pela Espanha,
Marrocos e Argélia, posteriormente a essa viagem as suas obras adquiriram cores mais
vibrantes e intensas, e também começou a realizar murais e painéis em prédios públicos e
igrejas.
Elementos enunciando o próximo movimento artístico, o impressionismo, estão na tela
“A agitação de Tânger”, que fez depois de regressar de sua viagem e mostra uma
luminosidade transparente do céu, a luz intensamente refletida nas casas em oposição às áreas
de sombra e multidão de pessoas nas ruas.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_La_libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg http://espacotempo.files.wordpress.com/2007/05/eugene_delacroix-the-fanatics-of-tangier.jpg
A Liberdade guiando o povo (1830), Museu do Louvre, Paris – Delacroix A agitação de Tânger (1837-1838), Instituto de Artes, Minneapolis – Delacroix
http://dorukakan.files.wordpress.com/2008/03/eugene_delacroix_-_le_massacre_de_scio.jpg http://oblogdalibelua2.blogs.sapo.pt/arquivo/delacroix26.jpg O massacre de Quios (1822-1824), Museu do Louvre, Paris – Delacroix A Grécia nas Ruínas de Missolonghi, Museu de Belas Artes, Bordeaux - Delacroix
O quadro “O massacre de Quios” (o título completo é: Cenas do Massacre em Quios.
Famílias Gregas Esperando a Morte ou a Escravidão). Onde mostra na tela uma “verdade
poética” e não uma reconstituição de algo real que aconteceu.
Uma jovem em primeiro plano sobre uns blocos de pedra e esmagado sob esses blocos
um combatente grego, ao fundo um mouro ergue o pendão triunfante. As cores nesta tela são
impressionantes, o branco das roupas da jovem, sua cor de pele contrastam como o azul e o
vermelho, mostrando vigor entre as cores, como as pinturas de Rubens.
Não que em tempos anteriores os artistas não retratassem a paisagem mas foi no
“Romantismo” que a pintura de paisagens ganha importância e os artistas buscam um
realismo cada vez maior em suas obras e se transforma em um gênero da pintura.
Os artistas estabeleceram um estreito relacionamento entre seus sentimentos e a
natureza; sendo a pintura de paisagem considerada um fundo natural onde o artista podia
projetar suas emoções, paixões e sonhos. Vemos através da paisagem o mundo interior do
artista.
Um crepúsculo, uma árvore seca, um céu noturno iluminado pela lua são elementos
naturais que podem revelar um estado de tristeza, de morte, de melancolia e também uma
postura de fuga da realidade. Logicamente que esses valores depende da capacidade do
observador de ler essas imagens e colocar-se em sintonia com o pintor.
Caspar David Friedrich (1774-1840), desenhista, pintor, gravurista, escultor e paisagista
alemão. Seu trabalho prima pelo simbolismo e idealismo e é expressado através de cores
tristes como o violeta, púrpura, azul-marinho; as sombras predominam sua pintura; poucas
figuras em seus quadros; paisagens escuras sobre fundo claro.
http://www.nga.gov/exhibitions/2001/spirit/large/02.jpg http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/friedrich/tree.jpg
Marinha (1822), Museu de Berlin, Alemanha – Caspar David Friedrich Árvore e corvos (1822), Museu do Louvre, Paris – Caspar David Friedrich
Uma leitura objetiva do quadro “Marinha” pode ser: três pessoas olhando o mar e
distante uma embarcação num final de tarde; e com uma leitura um pouco mais além do
visível vemos: na espera de quem não voltará, ou um adeus definitivo; e num sentido mais
amplo e geral: tristeza, presságio funesto.
Na obra ao lado “Árvore e corvos” podemos interpretar pelo óbvio: uma grande árvore
já seca onde ao anoitecer o corvos se acolhem para descansar; e com uma leitura um pouco
além do visível vemos: ramos e galhos retorcidos, indicando seca, corvos que indicam
presságios funestos; e num sentido mais amplo e geral: fome e morte.
Joseph Mallord William Tuner (1775-1851), iniciou sua carreira pintando aquarelas,
mas sagrou-se pintando paisagens com paixão, energia e força que pareciam paisagens
épicas de tão forte expressão e fantástico uso de cor.
“O grande canal”, sua representação é fiel e precisa, a atmosfera pintada tem tons
claros de amarelo e laranja, que são mantidos puros, e não misturados e neutralizados com
branco, e mostram um brilho, principalmente se forem vistos em oposição às áreas de cores
que não foram neutralizadas.
John Constable, um outro pintor da época, chama as telas de Tuner como “visões
douradas”.
http://artkham.files.wordpress.com/2007/04/venice_turner.jpg http://www.fflch.usp.br/dh/heros/antigosmodernos/seculoxix/TurnerCgfa.jpg
O grande canal (1822), Museu de Arte, Nova York – Tuner Chuva, vapor e velocidade (1844), Galeria Nacional, Londres – Tuner
Posteriormente, suas representações detalhadas de paisagens, são substituídas por
formas essenciais ao entendimento visual do observador e sua preocupação esta concentrada
nas cores e brilhos a partir do centro da tela. Na tela “Chuva, vapor e velocidade” vemos a
locomotiva sobre os trilhos em formas essenciais e também é o primeiro registro pictórico de
uma máquina.
Uma vaga percepção de um barco, pois vemos um mastro com uma bandeira agitada
pelo vento e seu casco diluído na cor preta, a embarcação envolta numa tempestade de vento
e neve, movimentos furiosos das ondas do mar, é o que percebemos no quadro “Barco à
vapor numa tempestade de neve”.
Um acidente marítimo, ou uma fantasia emocionante do pintor em trabalhar esse tema;
contraste cromático de amarelo, azul e preto, não definindo os objetos, e dando total
liberdade a sua imaginação de expressar-se.
http://www.naturale.med.br/artes/13_em_busca_do_tempo_perdido/EmBuscadoTempoPerdido/thumbnails/William_Turner_-_Snowstorm.jpg http://4.bp.blogspot.com/__c8dFjJLomk/Ss4ozllxFLI/AAAAAAAAABQ/8goCQvmLcJs/s320/William+Turner+-+Peace+-+Burial+at+Sea.JPG Barco à vapor numa tempestade de neve (1842), Tate Gallery, Londres– Tuner A nau incendiada (1838), Galeria Nacional, Londres – Tuner
Diferente de Tuner, John Constable (1776-1837) pintava sua paisagem referentes aos
lugares comuns ao seu cotidiano onde nasceu e trabalhou, os campos ingleses. Para ela a
pintura da paisagem deveria ser pessoalmente observadas e captar assim a perfeição de
efeitos naturais e puros.
O céu em suas obras era a chave-mestra, onde conseguia uma escala de padrões entre
nuvens, luzes, ventos e chuvas; mostrando uma variedade de atmosferas, como que o céu
expressasse seus sentimentos.
Na obra abaixo “A carroça de feno”, vemos uma extraordinária gama de cores,
extraídas de um contato direto com a natureza e de muita observação de Constable. O reflexo
da luz que se reflete no rio confirma a importância da luminosidade em suas obras.
http://www.thelilypad.co.uk/graphics/haywain.jpg
A carroça de feno (1821), Galeria Nacional, Londres – John Constable
George Caleb Bingham (1811-1879) pintor americano de paisagens, em suas obras
retratava as terras de fronteira ao longo do rio Missoure. Na obra abaixo de Binghan, é retrata
sua proximidade com a terra, sendo uma paisagem e uma cena de gênero onde vemos uma
vastidão e o silêncio dos grandes espaços abertos e dois caçadores, com um gato à proa da
canoa, navegando sobre uma névoa espessa e luminosa.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commonsv/3/32/George_Caleb_Bingham_001.jpg
Negociantes de peles no Missouri(1845), Museu Metropolitano de Arte, Nova York –
George Caleb Binghan
A escultura no Romantismo não teve tanta originalidade, foi um período de calma e
momento de transição. Eram feitas estátuas eqüestres, de animais exóticos, cenas de caça,
estátuas para monumentos, decoração arquitetônica, em um estilo entre o neoclassicismo e o
barroco.
François Rude (1784-1855), escultor francês que obteve sucesso após premiação por
sua estátua “Jovem pescador napolitano brincando com uma tartaruga”, e foi indicado para a
importante encomenda de fazer todos os ornamentos e um grupo de estátuas para o Arco do
Triunfo, em Paris. Este grupo, chamado de "A Marselhesa" (ou "Partida dos Voluntários de
1792"), é uma obra cheia de energia e fogo, e imortalizou seu nome.
Antoine-Louis Barye (1796-1875), escultor francês, estudou na Escola de Belas Artes
em 1818, onde descobriu sua verdadeira vocação entre os desenhos e as aulas de modelagem
de escultura em escala reduzida. É considerado um dos principais artistas em representação de
animais da escola francesa.
A arquitetura no Romantismo sofreu algumas transformações que foram a
industrialização e novos materiais para a construção como o ferro e posteriormente o aço, o
rearranjo da vida nas cidades, determinando construções de edifícios públicos e edifícios de
moradia e aluguel para as classes médias e a alta burguesia, e as classes menos favorecidas e
mais exploradas, esquecidas em bairros distantes em condições precárias.
Neste período surge a arquitetura eclética, um resgate nostalgicos dos estilos anteriores
mesclando-os.
O neobarroco do Teatro de Ópera de Paris é o exemplo da tendência que predominou
durante todo o século passado: monumental que aproveita os elementos arquitetônicos da
história da arte que mais lhe convêm.
O imponente estilo gótico do Parlamento de Londres é uma recriação anacrônica dos
arquitetos Charles Barry e Augustus Puguin. Nele, a exaltação dos estilos nacionais (gótico
vertical inglês).
http://bp1.blogger.com/_st7w7bdNf-M/SG0RS2NjvqI/AAAAAAAAXdI/r8rW9RMABBo/s1600-h/129_116-partida.jpg http://images.artnet.com/artwork_images_118909_343504_antoine-louis-barye.jpg http://media-2.web.britannica.com/eb-media/05/4005-004-FABD6499.jpg
A Marselhesa ou Partida dos Voluntários de 1792, estátuas do Arco do Triunfo, Paris – François Rude Escultura eqüestre e animal selvagem se alimentando – Antoine-Louis Barye
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Palais_Garnier.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Westminster_palace.jpg Teatro de Ópera de Paris Charles Garnier - (XIX) Parlamento de Londres Charles Barry e Augustus Puguin - (XIX)
Realismo
Nas últimas décadas do século XIX surge na Europa, mas especificamente na França
um movimento artístico e literário contrário às idéias do romantismo. O Realismo era baseado
na observação da realidade, na razão e na ciência, deixando de lado as visões subjetivas e
emotivas da realidade.
Na pintura o Realismo segue os princípios da ciência, em que o artista deve representar
a realidade com objetividade, não melhorando o trabalho artisticamente. A beleza esta na
realidade tal como ela é, revelando aspectos característicos e expressivos e não imaginativos.
Com esse tipo de representação as artes mostraram-se politizada. Com a
industrialização e o desenvolvimento crescente na Europa, crescia uma grande classe de
trabalhadores vivendo nas cidades em condições precárias e desumanas. A “Pintura social”,
denunciava as desigualdades entre as classes de trabalhadores e a burguesia.
Gustave Courbet (1819-1877) criador da “Pintura social” mostrava em suas telas o
cotidiano das classes trabalhadoras, as obras abaixo mostram pinturas de pessoas realizando
seus trabalhos e são representados como se fosse uma fotografia, porém podemos também
observar que são crianças, crianças trabalhando, perdendo sua infância.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gustave_Courbet_014.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gustave_Courbet_cortadores_de_pedras_(II).jpg
Moças peneirando trigo (1853-1854), Museu de Belas Artes, Nantes, França – Gustave Courbet Cortadores de pedras – Gustave Courbet
A preferência por temas contemporâneos e muitas vezes políticos, eram os temas da
escultura Realista, que teve como grande expoente François Auguste Rene Rodin (1840-
1917). Na época seus trabalhos causaram muita polêmica, uns achavam seu trabalho realista
e outros achavam mais emotivos.
No conjunto escultórico “Os burgueses de Calais”, em que narra um episódio da
Guerra dos Cem Anos, entre a França e Inglaterra. A escultura é fixada no momento em que
os seis homens ricos da cidade francesa de Calais dirigem-se ao acampamento invasor, onde
vão se apresentar para morrer, tentando assim evitar a destruição da cidade pelos ingleses.
A escultura mais conhecida é “O Pensador”, a estátua nua, é porque Rodin queria a
figura heróica de Dante em frente aos Portões do Inferno à la Michelangelo para representar o
pensamento assim como a poesia, sentado, a posição da mão apoiando o rosto.
Originalmente foi feita com 72cm de altura, depois foram feitas 20 cópias com altura
aproximada de 1,90 metros e pesando aproximadamente 800 quilos.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/Auguste_Rodin-Burghers_of_Calais_London_(photo).jpg
http://fernandaimparato.files.wordpress.com/2009/03/rodin21.jpg
Os burgueses de Calais (1895), Jardins do Parlamento Britânico, Londres – Auguste Rodin O pensador – Auguste Rodin
Com um novo contexto social na Europa, as cidades adequaram-se as necessidades
deste período em que precisavam de um planejamento urbanístico e construções de fábricas,
estações de trens, armazéns, lojas, escolas, hospitais e habitação para todos os habitantes, da
classe operária até o rico industrial.
Um ícone da arquitetura construído neste período foi a “Torre Eiffel”, em Paris,
construída como arco de entrada da “Exposição Universal de 1889. Toda em ferro treliçado
com altura de 324 metros, foi até 1930 a construção mais alta feita pelo homem.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tour_Eiffel_1878.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Exposition_universelle_1900.jpg
Torre Eiffel, Champ de Mars, Paris - 1889
Arts and Crafts Movement
Artes e Ofícios
William Shipley, Visconde de Folkestone e Senhor Romney, fundaram a Sociedade de
Artes, em 1754, a primeira organização na Inglaterra em benefício da arte e ciência. O
principal objetivo da sociedade era promover as artes e a indústria artesanal. Porém somente
em 1835 as escolas oficiais de desenho foram criadas com o objetivo de aprimorar o design
das manufaturas para a industrialização.
Enquanto isso, surgiam críticas e propostas da volta à tradição artesanal da Idade
Média. Entre os críticos, John Ruskin, influente e respeitado crítico de arte e professor das
escolas de artes da Inglaterra.
William Morris (1834-1896) foi influenciado pelas idéias de John Ruskin, temendo que
a grande escala da produção industrial vulgarizasse ou destruísse o conteúdo artístico dos
objetos.
Criar objetos belos a um preço acessível, para as pessoas da classe inferior era
impossível na época, na vida real a criação de objetos bonitos era para uma minoria.
Morris montou uma empresa de arquitetura que projetava objetos para interiores e
para a vida diária, como papéis de parede, vitrais, carpetes, tecidos para tapeçaria e móveis.
Percebeu que era impossivel associar o consumo crescente trazido pela Revolução Industrial
aos métodos e técnicas de produção artesanais.
O Movimento “Arts and Crafts” influenciou o “Desenho Industrial”, fazendo os artistas
desenharem objetos para a produção em série industrial.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Artichoke_wallpaper_Morris_and_Co_J_H_Dearle.jpg http://geometricasnet.files.wordpress.com/2009/02/arts-crafts-accent.jpg
Papel de parede motivos de alcachofra (1897) – John Henry Dealer Abajur do Movimento Arts and Crafts
Art Nouveau
Estilo estético que influenciou designers, artistas plásticos e arquitetos no final do século
XIX, reuniu em seu estilo conceitos do Movimento Arts and Crafts, a arte oriental, as artes
decorativas da Idade Média.
Difundindo-se por toda Europa, porém recebendo nomes diferentes, na França Art
Nouveau, o nome mais utilizado; na Alemanha como Jugendstil; na Itália com Stile Floreale
ou Stile Liberty; na Inglaterra como Modern Style.
Sem negar o progresso industrial, trazido pela Revolução Industrial o Art Nouveau
propunha promover uma produção moderna de alta qualidade.
O Art Nouveau caracteriza-se pela ornamentação exuberante de formas orgânicas e
sinuosas e a natureza em sua fauna e flora.
http://sites.google.com/site/loetzglass/_/rsrc/1225663990491/loetz/dresser.jpg http://www.dorotheum.com/fileadmin/old_srv/pressedata/presse/881/Victor%20Horta-Bett_pr.jpg
Vaso (1899) – Chistopher Dresser Cama – Victor Horta Armário no estilo Art Nooveau
http://www.surlalunefairytales.com/illustrations/beautybeast/images/crane_beauty5.jpg http://farm4.static.flickr.com/3094/3162549876_5ef9ccf505.jpg?v=0
Ilustração para o livro a “Bela e a Fera” , edição londrina de George Routledge and Sons (1874) – Walter Crane Ciranda para o “Livro dos Jogos” (1889) – Kate Greenway
Neste período também ocorreu o avanço na área tipográfica, com a técnica da
litografia colorida que influenciou os cartazes e ilustrações de livros.
Chistopher Dresser (1834-1904) foi professor de desenho e estudioso em botânica, em
seus trabalhos procurava recriar as formas curvas e elegantes dos vegetais; criava objetos
decorativos em vidro, cerâmica e metal, papéis de parede e mobiliário.
Walter Crane (1845-1915) foi ilustrador de livros infantis e desenhou também tecidos,
tapetes, azulejos, vitrais, cerâmica e papéis de parede. E Kate Greenaway ilustrou cartões
comemorativos de datas festivas e também em livros infantis.
http://i212.photobucket.com/albums/cc102/19thcentury/victorhortastaircase.jpg http://www.canastradaemilia.blogger.com.br/artnoveau.jpg http://mcgonnigle.files.wordpress.com/2007/01/oldeng.jpg
Interior da Casa Tassel, com escadaria de ferro – Victor Horta Entrada de um das entradas do metro de Paris – Hector Guimard Fachada de edifício
Ocorreu uma exploração de novos materiais como o ferro, vidro na arquitetura, e
perceberam que esses dois materiais eram passíveis de criar formas novas e mantendo o
decorativo aplicado nos objetos do cotidiano.
Neste período dois arquitetos destacaram-se: Henri van de Velde (1863-1957) que
projetou edifícios simples, mas que não eram imitação das formas preexistentes, e Victor
Horta (1861-1947) que projetou utilizando o ferro e o vidro em seus edifícios em linhas
sinuosas, interna e externamente.
Na Espanha, Antoni Gaudí (1852-1926) arquiteto catalão, no final do século XIX e
início do século XX, caracterizou a arquitetura espanhola com formas decorativas e fantasiosas
sem limites e jamais visto. Sua arquitetura é encontrada em quase todos os bairros de
Barcelona, utiliza muito o arco parabólico em suas construções.
Convencido de que tudo que o homem cria já está no “grande livro da natureza”, onde
acreditava que não existi nada reto, Gaudí optou decididamente pelas linhas curvas e
procurou construir formas tão naturais quanto possível: chaminés que lembram pinhas e
cogumelos, telhados que se erguem como ondas, escadas que se parecem uma casa de
caracol.
http://commondatastorage.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/5457618.jpg http://www.cocoonbarcelona.com/img/Barcelona_City_Guide/Eixample/toit-casa-milla.jpg
Casa Milá, ocupa uma esquina no centro de Barcelona - Antoni Gaudí Chaminés da Casa Milá, marca registrada de Gaudí
http://rivere.net/2010medcoast/sagrada1.jpg http://feltworks.files.wordpress.com/2007/10/gaudi-sagrada-familia_bg.jpg http://www.cambridge2000.com/gallery/images/PC1413047.jpg
Sagrada Família - Antoni Gaudí Detalhe do teto Detalhe da entrada
Charles Rennie Mackintosh(1868-1928), a inspiração de seus trabalhos vêem da arte
japonesa e do Art Nouveau, deu um novo sentido e estilo, tornando suas linhas mais retilínea
e simétrica com trabalhos foram sofisticados para sua época.
O edifício projetado por Mackintosh entre 1901 e 1904 tem como destaque a
decoração do Salão de Chá Willow, em Glasgow, com muitos elementos decorativos.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/61/Room_de_Luxe.jpg/200px-Room_de_Luxe.jpg http://www.crmsociety.com/cmsimages/41266MAINP.jpg.JPEG
Salão de Chá Willow, Glasgow – Projeto de Charles mackintosh Detalhe painel de vidro para Rose Boudoir – Charles Mackintosh
Na França, René Jules Lalique (1860-1945) foi reconhecido por seus trabalhos na
criação de jóias, taças, candelabros e especialmente em frascos de perfumes em vidro, a
representação de plantas, flores e animais em aspecto frágil e delicado e utilizando em suas
criações pérolas, esmaltes, vidros e cores suaves o consagraram.
http://www.nga.gov/feature/nouveau/teach/large/slide_04.jpg http://www.vam.ac.uk/vastatic/microsites/1157_art_deco/img/starobjects/p_vase.jpg http://2.bp.blogspot.com/_gDZFmYl7W1o/SrOjE6oZYpI/AAAAAAAAAjg/lrjN_8f9giA/s320/perfume.jpg
A mulher libélula, Museu Gulbenkian, Lisboa – René Lalique Vaso – René Lalique Frasco de perfume – René Lalique
Outro grande artista nas artes decorativas foi o francês foi Émile Gallé (1846-
1904),criou jarros e outros objetos em vidros opacos e semitransparentes, ganhando fama
internacional, em seus mobiliários reinaugurou a marchetaria. O principal tema em suas obras
são flores e folhagens com linhas sinuosas.
http://images.artnet.com/artwork_images_446_308521_emile-galle.jpg http://4.bp.blogspot.com/_nsG6WmeuHTU/SG3B_FZ8ecI/AAAAAAAAASw/A7IK_SijrW8/s400/GALLE3.jpg http://www.silvercollection.it/galle6bis.jpg http://www.news-antique.com/primages/Emile_Galle_Vase.jpg Luminárias e vasos – Émile Gallé
Em Viena no final do século XIX, uma tradicional associação de artistas descontentes
com a arte e lideradas por Gustav Klint (1862-1918) criaram o movimento “Secessão de
Viena” que buscavam a separação radical das artes com as tradições acadêmicas e
propunham formular uma arte própria austríaca, e que mantivesse intercâmbios com os
centros de artes europeus. Com constantes exposições, criaram o “Pavilhão de Exposições da
Secessão de Viena”, projeto do arquiteto Joseph Maria Olbrich (1867-1908) e construído
entre 1897 a 1898.
As exposições não se limitavam a mostrar obras de cada artista separadamente, mas
mostravam obras de vários artistas com uma unidade e proposta estética, se tornando famosas
as exposições feitas neste pavilhão.
Na exposição de 1902, Gustav Klint se destacou com o “Friso de Betethoven”, que
ornamentou um dos salões.
http://www.kalipedia.com/kalipediamedia/penrelcul/media/200707/18/hisfilosofia/20070718klpprcfil_172.Ies.SCO.jpg http://www.nga.gov/feature/nouveau/teach/large/slide_15.jpg
Pavilhão de Exposições da Secessão de Viena (1897-1897), Viena – Joseph Maria Olbrich
http://www.camina-conmigo.com/wp-content/uploads/2009/01/the_kiss_1908-gustav-klint.jpg http://www.dialogos-impertinentes.blogger.com.br/sea%20serpents%20IV%20gustav%20klint.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Klimt_Mulher_sentada.jpg
O beijo (1907-1908), Galeria Austríaca, Viena – Gustav Klint Detalhe, As três idades da vida (1905) – Gustav Klint Masturbação feminina (1916-1917), Coleção Particular – Gustav Klint
Admirador das mulheres e grande parte de sua obra refere-se à figura feminina, em
suas obras Klint explora as formas e a sua sensualidade chegando ao sexual e o erotismo. Klint
é o representante mais complexo e significativo do Art Nouveau austríaco.
O quadro mais famoso de Klint é “O beijo”, em que um casal de namorados estão
abraçados, o homem segura a cabeça da mulher com as duas mãos e a beija em sua face, e
um manto dourado com motivos geométricos e florais os cobre e domina quase todo o
quadro, quase não existindo a perspectiva entre os planos próximos e mais afastados, é a obra
que mais difundiu sua arte e também a mais reproduzida no mundo.
No quadro “A espera” destaca-se elementos decorativos, como as linhas em espirais
como galhos de árvores da vida, da qual a mulher é o símbolo e o enquadramento da figura
feminina em um triângulo, a cor dourada é dominante no quadro, que desmaterializa a
imagem triangular em um mosaicos bizantinos de Ravena.
http://www.reproarte.com/files/images/K/klimt_gustav/0024-0152_die_erwartung.jpg http://imagenes.solostocks.com/z1_3030140/la-espera-de-gustav-klimt-en-23-5x23-5-cm-sobre-bastidor.jpg
A espera (1905-1909), Museu de Belas Artes, Viena – Gustav Klint Detalhe da cabeça da mulher
Impressionismo
A pintura sofreu uma grande revolução no final do século XIX e início do século XX. A
observação direta dos efeitos da luz solar sobre os objetos eram retratados diretamente na tela
em suas constantes alterações e o realismo e o academicismo não foi tão rigoroso. Nenhuma
teoria foi criada para orientar estes artistas, houve somente considerações gerais, tais como:
- A tonalidade dos objetos deve refletir a luz incidente nos mais diversos momentos, pois as
cores da natureza se modificam com o passar das horas;
- Contornos nítidos das figuras não devem existir, pois a linha é uma abstração do ser humano
para representar uma figura;
- Sombras devem ser luminosas e não escuras ou pretas, como os pintores antigos
costumavam fazer;
- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores
complementares;
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta, devendo ser
puras e dissociadas ao quadro, em pequenas pinceladas. A mistura deixa de ser técnica e
sim óptica.
Ocorreu pela primeira vez uma coletiva de obras “Impressionistas” em 1874 em Paris,
onde público e críticos não aceitaram o movimento, mantinham-se ainda fiéis a pintura
academicista. Pierre Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro, Paul Cézanne, Alfred
Sisley, Cloude Monet e Berthe Morisot foram uns dos expositores na época.
Édouard Manet (1832-1883) artista gráfico e pintor francês, em sua carreira sofreu
algumas críticas de conservadores sobre algumas de suas obras. Em seus trabalhos não vemos
um afastamento das normas clássicas e acadêmicas da pintura. Porém alguns de seus quadros
representavam uma ruptura com o academicismo e provocaram grandes escândalos.
Estourou um escândalo em 1863, quando Manet enviou para o Salão dos Artistas
Franceses a tela “Almoço na relva”. A obra foi recusada pelo júri do salão. Porém ocorreu
uma montagem de uma exposição paralela de obras recusadas, que se chamou de “Salão dos
Recusados”.
O quadro recusado retrata dois homens em roupas elegantes ao lado de uma jovem
nua no campo. Os freqüentadores da mostra se reconheceram no quadro e julgaram
moralmente inconveniente o conteúdo. Outra característica da obra era que pictoricamente
inacabada nos detalhes deixando a desejar em comparação as obras acadêmicas.
http://www.artesanatonarede.com.br/wiki/conteudo/arquivos/paintings-by-edouard-manet-1.jpg http://www.italica.rai.it/argomenti/storia_arte/giorgione/galleria/9.jpg
Almoço na relva (1863), Museu d’Orsay, Paris – Edouard Manet Detalhe do quadro “O conceto campestre”, Museu do Louvre, Paris - Giorgione
Anos depois descobriu-se as fontes de inspiração de Manet no quadro que foi uma tela
renascentista “O concerto campestre” de Giorgione.
Manet transpôs os personagens numa composição moderna, um clima real onde até os
personagens eram pessoas conhecidas da sociedade parisiense, e não lendários ou mitológicos
seres das obras renascentistas. Sua composição é elaborada e é formada pela triangulação das
três personagens sentados em primeiro plano e a mulher ao fundo. Em termos pictóricos a
luminosidade esta na jovem nua.
A luminosidade que Manet dava em suas pinturas, explorando os efeitos da luz natural
sobre as cenas retratadas, foi considerada por muitos críticos de arte como elemento precursor
do Impressionismo.
No quadro “O balcão”, a perspectiva é conseguida com a ausência de luz natural
dentro da residência e no terno escuro do cavalheiro e são apenas esboçados pelo artista, já a
luz do sol reflete nos vestidos brancos das duas mulheres, da camisa branca do cavalheiro e
do vaso no chão do balcão. O rosto da mulher mais à frente é detalhado as demais
fisionomias têm poucos detalhes por estar mais afastados. As venezianas do balcão pintadas
em verde proporcionam perspectiva em contraste com o branco e o preto existente na pintura.
http://filosofianocel.files.wordpress.com/2009/10/manet8.jpg http://www.artandarchitecture.org.uk/fourpaintings/manet/large/manet.jpg
O balcão (1868-1869), Museu d’Orsay, Paris – Édouard Manet Um bar no Folies Bergères (1881-1882) Coleção The Courtauld, Londres – Èdouard Manet
Cloude Monet (1840-1926), gostava de pintar ao ar livre, e com isso seus estudos de
luz solar sobre as pessoas e a natureza ficaram mais consistentes, como vemos em suas obras.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Claude_Monet_024.jpg http://meninalori.files.wordpress.com/2008/11/monet01.jpg Mulheres no jardim (1866-1867) – Cloude Monet Impressão, nascer do sol (1873), Museu Marmottan, Paris – Cloude Monet
Uma cena de quatro mulheres conversando e colhendo flores em um jardim ao sol,
vestidas elegantemente segunda a moda de verão de 1866, com amplas saias armadas,
cabelos penteados e um guarda-sol nas mãos de Camille, a modelo sentada, e esposa do
pintor. Ele representa a luz natural em um espaço livre, dando mais intensidade na cor branca
em algumas áreas dos vestidos das mulheres e em um trecho do caminho de areia, ficando o
restante do quadro com cores menos intensas, em que sugere a sombra. Os rostos e flores são
apenas esboçados.
A paisagem do porto de Le Havre, no quadro “Impressão, nascer do sol” não foi
reproduzir fielmente a realidade, ela é retratada com pinceladas largas e nada detalhada, os
navegantes sobre um barco, o sol, o mar tudo envolta pela neblina da manhã. Esta obra é
uma das primeiras obras impressionistas.
http://acg.media.mit.edu/people/golan/rouen/Images/L_177_XX.jpg http://www.birthofaculture.com/wp-content/uploads/2009/01/monet.rouen-cathedral.jpg http://www.intermonet.com/prints/w1346t400.jpg
Foto da fachada da Catedral de Rouen, França Dois quadros da série da Catedral de Rouen (1894), França – Cloude Monet
A preocupação dos efeitos da luz, podem ser observados na série de quadros da
fachada de construção gótica, que pintou da Catedral de Rouen, cidade próxima a Paris.
Monet pintou cada quadro em um momento do dia, registrando as diferenças da luz sobre as
pedras, arcos, rosácea, vitrais da construção. Esse encanto que Monet sentia em representar as
variações da luz natural sobre as coisas o fez um dos mais importantes impressionistas.
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) o mais popular e reconhecido ainda vivo pela
crítica como um grande pintor impressionista.
Seus quadros mostram festas, alegria, a intensa movimentação da vida dos parisienses
do final do século XIX.
No quadro “Baile no Moulin de la Galette” mostra uma movimentação, e uma
atmosfera de alegria de todos representados, neste famoso café no meio de jardins e árvores
de Paris, onde as pessoas se encontravam e dançavam ao ar livre.
Renoir utilizou pinceladas coloridas nas roupas das pessoas e mostra diferentes modos
da luz, que ilumina a cena refletindo em diferentes tipos de estampas e com linhas e cores,
sugeri movimentos das pessoas dançando e também um ambiente alegre.
A cena com determinada luz solar em um momento alegre do dia, Renoir mostra que
as manchas de suas pinceladas unidas visualmente pelo observador compõem um todo
percebido.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Pierre-Auguste_Renoir,_Le_Moulin_de_la_Galette.jpg
Baile no Moulin de la Galette (1876), Museu d’Orsay, Paris – Renoir
http://z.about.com/d/arthistory/1/0/k/_/186583_02.jpg http://www.oarquivo.com.br/portal/images/stories/biografias/monetbanhistas.jpg
La Grenouillière (1869), Museu Metropolitano de Nova York – Renoir La Grenouillière (1869), Museu Metropolitano de Nova York – Monet
Nos arredores de Paris, existia um restaurante chamado de La Grenouillière, as
margens do Rio Sena, muito freqüentado nos domingos pelos parisienses. Vamos comparar as
duas pinturas e principalmente o reflexo do sol nas águas que cada um representa, a primeira
de Renoir, que utiliza uma variedade grande de cores, criando uma vivacidade à natureza e
ao grupo de pessoas que se divertem. Na segunda, de Monet, que esta um pouco mais
distante e não utiliza tanta variedade de cores e a obra parece menos viva, porém o contraste
é muito maior entre as áreas iluminadas pela luz solar e sob as árvores. E novamente as
pinceladas coloridas compõem um todo que é percebida pelo observador.
Jacob Camille Pissarro (1830-1903) capta a atmosfera, por um meio de um trabalho
precioso da luz, viajou por quase toda a Europa em busca de novos temas e é considerado
um dos mais importantes paisagistas do impressionismo. Muitos de seus trabalhos foram
realizados da observação das janelas de quartos de hotéis, a atmosfera nevoenta muitas vezes
representadas em suas obras, eram obtidas por pequenas pinceladas de cores combinadas.
http://www.penwith.co.uk/artofeurope/pissarro_montmartre_night.jpg
Boulevard Montmartre: noite (1897), Galeria Nacional, Londres – Camille Pissarro
Edgar Degas (1834-1917) era admirador dos trabalhos de Igress, pintor neoclássico, e
Degas com formação acadêmica valorizava o desenho e não apenas a cor como grande partes
dos pintores impressionistas, tendo uma posição muito distinta no grupo.
Seus quadros eram normalmente dentro dos ambientes e com a luz artificial, e não de
paisagens ao ar livre sob a luz solar. Como um fotógrafo captava um instante, um gesto, uma
posição, uma expressão.
Suas telas com bailarinas são ótimos exemplos desse momento fotográfico de Degas, o
Ópera era o teatro mais famoso de Paris e na obra “O foyer de dança no Opera”, verificamos
um espaço central vazio, onde a bailarina à esquerda parece se preparar para o início do
ensaio, ao fundo, três bailarinas e alongam na barra, na frente da bailarina do lado direito, um
músico, o professor e atrás deles mais bailarinas observando o inicio do ensaio, onde o trajeto
da bailarina é chegar até onde esta a bailarina na posição sentada à sua frente. E este espaço
vazio central de que falamos logo no início, se torna circular pela trajetória do bailado da
bailarina.
A pintura de Degas é formada pela angulação oblíqua e o seu enquadramento da cena,
em primeiro plano, pessoas e objetos que proporcionam maior profundidade em suas
composições. Suas pinturas eram como fotos em pleno momento fotográfico.
http://www.topofart.com/images/artists/Hilaire_Germain_Edgar_Degas/paintings/degas023.jpg
http://www.netflash.com.br/alliance/Biblioteca/Degas04.jpg
O foyer de dança no Opera (1872), Museu d’Orsay, Paris – Edgar Degas
A bolsa de algodão de Nova Orleans (1873), Museu Municipal de Belas Artes de Pau,
França – Edgar Degas
Degas viveu um ano nos Estados Unidos, em casa de um parente da Louisiana, onde
vemos acima a obra “A bolsa de algodão de Nova Orleans” onde negociantes de algodão
examinam, fazem cálculos, conversam, lêem dentro de uma grande sala, onde não existe a luz
solar. E duas diagonais são formadas dando a nítida impressão da perspectiva, a primeira
esta à esquerda na cadeira ao lado do homem sentado e a segunda no cesto de lixo, as duas
convergem ao fundo na porta com vidros de onde vem uma iluminação natural. O uso da
cor branca do algodão sobre a mesa quebra os tons escuros espalhados na obra.
http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/degas/absinthe/degas.absinthe-2.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/df/Edgar_Germain_Hilaire_Degas_031.jpg/265px-Edgar_Germain_Hilaire_Degas_031.jpg
O copo de absinto (1876), Museu do Louvre, Paris – Edgar Degas A banheira, Museu do Louvre, Paris – Edgar Degas
O casal sentado à mesa do café, na obra “O copo de absinto”, percebemos um ar
melancólico no casal pelas suas fisionomias e também pelo afastamento deles por uma mesa
vazia, neste momento fotográfico que o pintor retratou.
Uma década depois da série das bailarinas, a obra “A banheira”, mostra novamente a
perspectiva oblíqua, na sua composição. A mulher abaixada sobre uma banheira, o quadro
mostra um círculo dentro de um quadrado e que é quebrado pela prateleira em uma posição
que aparece muito inclinada e com alguns objetos sobre ela, existindo uma tensão entre
superfície e a profundidade. Outra característica que se destaca nesta obra é o uso da cor
vibrante e luminosa.
O governo francês depois da Segunda Grande Guerra fundou o Museu Jeu de Paume,
conhecido como Museu dos Impressionistas, e em 1986, as obras foram transferidas para o
recém inaugurado Museu d’Orsay, também em Paris.
Pontilhismo ou Divisionismo
A última exposição coletiva dos impressionistas ocorreu no ano de 1886, e
participaram desta exposição dois pintores que dariam uma nova característica ao movimento
que foi Georges Seurat e Paul Signac.
Os impressionistas utilizavam a luz e a natureza para receber sensações visuais diretas.
O Pontilhismo, nome utilizado na França e o Divisionismo, nome utilizado na Itália,
reconstruíram com método científico cor e luz sobre a tela. Reduzindo as pinceladas por
pontos uniformes justapostos, usando cores complementares ou contrastantes, dando a
sensação de ampliar o efeito da vibração luminosa, pois vista a distância, as cores se misturam
na retina do observador, revelando-se unidas e mais vibrantes. A técnica de utilização de
ponto coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos
impressionistas pelo uso da linha.
Georges Seurat (1859-1891) foi o precursor desta nova técnica. Suas obras podem ser
consideradas o ponto máximo atingido pelo pontilhismo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Georges_Seurat_-_Un_dimanche_apr%C3%A8s-midi_%C3%A0_l%27%C3%8Ele_de_la_Grande_Jatte.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Georges_Seurat_019.jpg
Tarde de domingo na Grande Jatte (1884), Instituto de Arte de Chicago – Georges Seurat O circo (1891), Museu d’Orsay, Paris – Georges Seurat
Um hábito muito comum para os parisienses, era passar algumas horas do domingo no
parque da Ilha de Grande Jatte, e esta cena foi retratada por Seurat na obra “Tarde de
domingo na Grande Jatte” em que vemos as pessoas trajadas conforme moda da época. As
figuras como todos os demais elementos que constituem a obra são construídas com
pequenos pontos. No chão os pontos amarelos não indicam áreas de luz, mas sim os pontos
escuros no primeiro grande plano e atrás das pessoas é que sugerem sombras criadas pelas
copas das árvores e das próprias pessoas.
Quando vemos a outra obra “O circo” o que mais nos chama a atenção e totalmente
inovadora para época é que no primeiro plano existe um personagem (palhaço), incompleto e
de costas e segurando a cortina. É como se nossa visão fosse a dele vendo o espetáculo, a
bailarina sobre o cavalo, uma orquestra na parte superior direita, a platéia.
Paul Signac (1863-1935) seus trabalhos também utilizaram o pontilhismo. Amante de
embarcações e do mar e rios, gostava de ver o movimento das águas, seus reflexos irregulares
na superfície, e foi um dos temas freqüentes em sua obras, com “A bóia vermelha” em que
utilizou pinceladas largas, colocadas lado a lado, formando um todo.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Paul_Signac_La_bouee_rouge.jpg http://www.art-memoires.com/4lmqtro/lm6163/62ilrysselberghe0153.jpg
A bóia vermelha ( 1895), Museu d’Orsay, Paris – Paul Signac Saint Tropez (1891), Museu de Belas Artes, Genoble – Paul Signac
No quadro “Saint Tropez” as pinceladas utilizadas são puntiformes, separadas ou
justapostas. E nos da uma sensação de fragmentação e sendo reconstituída pela nossa
capacidade perceptiva dos olhos e mente.
Os pontilhistas justapunham pinceladas puntiformes de cores complementares ou
contratantes, já os divisionistas italianos elaboraram uma nova técnica em que as pinceladas
são separadas ou divididas, como filamentos de pigmentos.
Giovanni Segantini (1858-1899) com sua obras atingiu fama internacional e trabalhou
por boa parte de sua vida no vale da Engadina, tendo um contato direto com seus picos
nevados e os montanheses. Suas obras remetem ao visual de sua terra, à labuta dos seus
habitantes e pastores, à imensidão das montanhas.
http://www.tract.it/images/seganatu.jpg
Costume grigionese (1888), Coleção Particular, Küsnacht – Giovanni Segantini
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Giovanni_Segantini_003.jpg
Tríptico da naturez (1899), Museu Segantini, Saint Moritz – Giovanni Segantini
Outros dois grande pintores divisionistas são: Gaetano Previati e Giovanni Pellizza.
Final do século XIX
Precursores da Arte Moderna
Das experiências que os impressionistas deixaram, três grande pintores, cada um com
seu estilo e técnica e forma de expressão influenciaram a arte no século XX.
Paul Cézanne (1839-1906) no início de sua carreira foi ligado ao movimento
impressionista. Porém sua pintura tomou outro rumo.
Não se preocupando em registrar o momento passageiro que a luz solar poderia
influenciar na obra, e sim buscava o permanente, a estrutura íntima da natureza, vendo mais
com o cérebro do que com os olhos. E dizia que tudo é modelado segundo três formas
fundamentais: a esfera, o cone e o cilindro. Sendo utilizado em suas obras formas simples
e essenciais.
http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/paul_cezanne_o_castelo_de_medan.jpg http://www.feveravenue.com/wp-content/uploads/2011/10/8.-The-Card-Players-by-Paul-C%C3%A9zanne.jpg
O castelo de Médan (1879-1881), Museu e Galeria de Arte, Glagow – Paul Cézanne Jogadores de cartas (1890-1892), Museu d’Orsay, Paris – Paul Cézanne
Na obra “O castelo de Méden” os espaços de cor são bem delimitados, ainda existindo
áreas claras, indicando a incidência da luz solar e as estruturas das árvores já estão numa
forma mais cilíndrica e com essa obra já ocorre a ruptura com os impressionistas. E Cézanne
converte elementos naturais em figuras geométricas, com também é evidente não obra
“Jogadores de cartas” em que os dois personagens estão baseados em sólidos geométricos –
nos chapéus, rostos, e braços.
Pintou retratos dando o mesmo tratamento, ficando evidente a geometrização que
utilizava em suas obras, “Madame Cézanne em vermelho” o rosto em forma oval e os braços
em formas cilíndricas.
Em seus trabalhos de natureza-morta, parecem obras monumentais pela plástica da
imagem agrupada e o uso da cor com maestria.
http://www.masp.art.br/servicoeducativo/assessoriaaoprofessor-nov06.jpg http://www.caras.com.br/imagens/22/20080916120000_22_large_cezanne.jpg
Mademe Cézanne em vermelho (1890), Museu de Arte de São Paulo, Brasil – Paul Cézanne Natureza morta com vaso verde (1893-1894), Coleção Particular – Paul Cézanne
Paul Gauguin (1848-1903) participou em 1880 de uma exposição coletiva dos
impressionistas, porém logo depois começa a utilizar a tinta pura, em áreas de cor bem
definidas, seus objetos começam a ser coloridos de modo arbitrário e sua representação deixa
de ser tridimensional.
http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/gauguin/sermon/gauguin.sermon.jpg
Jacó e o anjo (1888), Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo – Paul Gauguin
A narrativa bíblica em que Jacó volta para casa depois de muitos anos de afastamento,
em razão de conflitos vividos; e nesta volta luta em silêncio com um estranho “anjo” durante
uma noite toda. Gauguin apresentou em 1888 na exposição dos impressionista esta tela, e
vemos nela uma pintura com espaços com cores bem definidas e limitadas por linhas de
contornos visíveis e as formas das pessoas são planas e sem sombras.
A sua paixão pela arte o fez viajar para o Taiti, buscando novos temas e inspiração, foi
onde produziu uma série de telas que constitui a parte mais conhecida de suas obras. Onde
foi o primeiro a reconhecer o valor estético das artes primitivas e querer estudar as obras dos
povos dos trópicos.
No quadro “Arearea” notamos que nem todas as cores correspondem à realidade, o
cachorro, por exemplo, esta pintado de vermelho, as cores na tela são aplicadas de modo
uniforme e divididas em zonas. Onde temos no primeiro plano o cachorro, logo em seguida
duas mulheres típicas da região com cabelos longos e pretos, pele cor de âmbar, sentadas e
uma delas tocando flauta e ao longe a esquerda três mulheres dançando diante de um ídolo
gigantesco, revelando um local em que as pessoas se divertem, tocam música e vivem
integradas à natureza.
http://www.titalus.com/art/Hum113/Impressionism/gauguin.jpg http://www.cab.u-szeged.hu/wm/paint/auth/gauguin/gauguin.arearea.jpg
Parau Api (o que há de novo) (1892), Staatliche Kunstsammlungen, Dresden – Paul Gauguin Arearea (o cão vermelho) (1892), Museu d’Orsay, Paris – Paul Gauguin
Nascido na Holanda, porém viveu muito tempo na França, de onde conheceu muitos
pintores impressionistas, mas na verdade teve uma vida solitária. A cor era para ele um
elemento fundamental na pintura e recriou a beleza dos seres humanos e da natureza por
meio desta. Vicent Van Gogh (1853-1890) usa a cor de modo diferente, com pinceladas
manchadas e marcadas em uma pasta cromática e densa, muitas vezes usadas em estado
puro.
Vamos ver períodos bem marcados de sua obra, como no início ainda na Holanda,
obras relacionadas aos problemas sociais, suas obras eram sombrias e escuras, personagens
melancólicos como no quadro abaixo, “Os comedores de batata”. Com cores escuras
clareadas somente pela luz artificial de um lampião preso ao teto os trabalhadores de uma
mina de carvão ao redor de uma mesa e seus rostos sem expressar alegria alguma em um
ambiente pobre, as sua mãos calejadas pela vida dura que enfrentam todos os dias.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Vincent_Van_Gogh_-_The_Potato_Eaters.png http://i78.photobucket.com/albums/j108/alpenna/Artes/Van%20Gogh/Van_Gogh_Vincent_Three_Pair_of_Shoe.jpg
Os comedores de batata (1885) Museu Vincent Van Gogh, Amsterdã – Vincent Van Gogh Três pares de sapatos – Vincent Van Gogh
Em 1881, foi morar em Paris, onde teve início uma nova fase em suas obras, onde
conheceu alguns pintores impressionistas, mas não ligou-se muito ao movimento, porém
interessou-se pelos trabalhos de Gauguin, por simplificar as formas e reduzir os efeitos da luz
sobre as cores.
Pintou ao ar livre quando se mudou para Arles, no sul da França. O sol intenso da
região interferiu em sua pintura, libertando-o de qualquer naturalismo no emprego das cores,
declarando-se um colorista arbitrário, apaixonado pela cores intensas, com vemos nos dois
quadros abaixo.
http://espinhonacarne.files.wordpress.com/2008/04/noonvangogh.gif
http://www.artcyclopedia.com/hot/images/tilt-shift-van-gogh-sunset-wheat-fields-near-arles-detail.jpg A sesta (1890) Museu d’Orsay, Paris – Vincent Van Gogh Por-do-sol, Museu de Arte, Winterthur – Vincent Van Gogh
Em cartas escritas para o irmão Theo em que comenta da beleza da cor amarela
revelada pela luz do sol da região.
Arles, agosto de 1888.
“Agora nós temos aqui um glorioso e forte calor sem vento, o que é bom para o meu
trabalho. Um sol, uma luz, que por falta de nome melhor, eu chamo de amarelo, amarelo-
limão-claro, limão-claro-ouro. Como é bonito o amarelo”.
(Extraído de: Tout l’oeuvre peint de Van Gogh, Paris: Flammarion, 1971. V.2, p. 126. Les
classiques de l’rt Flammarion)
Em 1890, depois de várias crises nervosas e internações dirigi-se para Anvers, cidade
ao norte da França. Onde produz em apenas três meses, oitenta telas com cores fortes e linhas
retorcidas. No quadro a seguir “Trigal com corvos”, as pinceladas são bem visíveis e existe
apenas a sugestão dos elementos que compõem a paisagem, um caminho de terra no meio da
plantação de pés de trigo em uma turbulenta forte ventania e os corvos sobrevoando o trigal.
http://leopro.blog.uol.com.br/images/TrigalComCorvos_pg.jpg
Trigal com corvos (1890) Museu Vincent Van Gogh, Amsterdã – Vincent Van Gogh
O quarto do pintor em Arles retrata a pobreza material vivida pelo artista durante toda
a sua vida. Mas esta obra mostra uma riqueza de cores complementares como o laranja, o
azul e suas variadas graduações, com pinceladas e espatuladas marcadas e visíveis.
Em vida, não teve reconhecimento do público e nem dos críticos. Em julho de 1890, se
suicida, deixando uma obra plástica composta de 879 pinturas, 1756 desenhos e 10 gravuras.
http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/paintings_032800.jpg
O quarto de Van gogh (1889) Museu d’Orsay, Paris – Vincent Van Gogh
Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) viveu apenas 37 anos, porém registrou de
uma forma inconfundível em suas telas a vida agitada e urbana de Paris. Os personagens que
lhe interessavam eram os artistas de circo, dançarinas, freqüentadores de cabarés, prostitutas e
pessoas anônimas.
Em poucas pinceladas, mas colocando detalhes perspicazes Lautrec soube retratar
esses personagens no seu meio ambiente de forma inigualável.
O Moulin Rouge era uma casa de espetáculos de dança em Paris. Era freqüentada por
franceses e estrangeiros ricos que procuravam divertimento.
O que caracteriza as obras de Lautrec é sua capacidade de síntese, com contornos
expressivos das personagens e a dinâmica da realidade representada. Diferente dos
impressionistas, seus quadros saem do tema de paisagens e da natureza e quando o têm,
aparecem como meros cenários pintados de forma imprecisa, pois os personagens para ele
tinham muito mais importância e representação.
Os cartazes e pôster de publicidade da época, eram muito mais informativos com
muito texto e muitas vezes sem imagens, Lautrec os tornou figurativos utilizando seus traços
soltos mas precisos na forma e muito colorido e com textos curtos e criativos, que muitas vezes
se repetiam fixando a informação principal na memória do público mais rapidamente.
http://www.toulouselautrec.free.fr/onenparle/silicon/Toulouse-Lautrec-2.gif http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/47/Henri_de_Toulouse-Lautrec_060.jpg http://igotclubfoot.files.wordpress.com/2008/12/toulouse-lautrec_-_moulin_rouge_-_la_goulue.jpg
No Moulin Rouge (1892) – Toulouse-Lautrec Ivette Guilbert, saúda o público (1894) Museu Toulouse-Lautrec, Albi – Toulouse-Lautrec Moulin Rouge: La Goulue, litografia em cores (cartaz), Civica Racolta di Stampe Bertarelli, Milão– Toulouse-Lautrec
FILMES INTERESSANTES DE SEREM VISTOS
Razão e sensibilidade
Direção: Ang Lee
Origem: Inglaterra
Duração: 135 minutos
Sinopse: Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras,
pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito
de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma
Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra
emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade flor da pele.
Amadeus
Direção: Milos Forman
Origem: Estados Unidos
Duração: 158 minutos
Sinopse: Após tentar se suicidar, Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela
morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem
irreverente mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.
Sombras de Goya
Direção: Milos Forman
Origem: Espanha/Estados Unidos
Duração: 113 minutos
Sinopse: Nos primeiros anos do século XIX, em meio ao radicalismo da Inquisição e à iminente invasão da
Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte (Craig Stevenson), o gênio artístico do pintor espanhol Francisco
Goya (Stellan Skarsgard) é reconhecido na corte do Rei Carlos IV (Randy Quaid). Inés (Natalie Portman), a
jovem modelo e musa do pintor, é presa sob a falsa acusação de heresia. Nem as intervenções do influente Frei
Lorenzo (Javier Bardem), também retratado por Goya, conseguem evitar que ela seja brutalmente torturada nos
porões da Igreja. Estes personagens e os horrores da guerra, com os seus fantasmas, alimentam a pintura de
Goya, testemunha atormentada de uma época turbulenta.
Metropolis
Direção: Fritz Lang
Origem: Alemanha
Duração: 100 minutos
Material Complementar
Sinopse: Metrópolis, ano 2026. Os poderosos ficam na superfície e lá há o Jardim dos Prazeres, para os filhos
dos mestres, enquanto os operários, em regime de escravidão, trabalham bem abaixo da superfície, na Cidade
dos Operários. Esta poderosa cidade é governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), um insensível capitalista cujo
único filho, Freder (Gustav Fröhlich), leva uma vida idílica, desfrutando dos maravilhosos jardins. Mas um dia
Freder conhece Maria (Brigitte Helm), a líder espiritual dos operários, que cuida dos filhos dos escravos. Ele
conversa com seu pai, que diz que é assim que as coisas devem ser quando Josaphat (Theodor Loos) é demitido
por Joh, por não ter mostrado plantas que estavam em poder dos operários. Freder pede a ajuda dele e vê as
condições que existem no subsolo. Paralelamente Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor louco que está a
serviço de Joh, diz ao seu patrão que seu trabalho está concluído, pois criou um robô à imagem do homem, que
nunca se cansa ou comete erro, e diz que agora não haverá necessidade de trabalhadores humanos, sendo que
em breve terá um robô que ninguém conseguirá diferenciar de um ser vivo. Além disto decifra as plantas, que
são de antigas catacumbas que ficam na parte mais profunda da cidade. Curioso em saber o que interessa tanto
aos operários, Joh e Rotwang decidem espioná-los usando uma passagem secreta. Ao assistir a uma reunião,
onde Maria prega aos operários lhes implorando que rejeitem o uso de violência para melhorar o destino e
pensar em termos de amor, dizendo ainda que o Salvador algum dia virá na forma de um mediador. Mas mesmo
este menor ato de desafio é muito para Joh, que ouviu a fala na companhia de Rotwang. Assim, Joh ordena que
o robô tenha a aparência de Maria e diz para Rotwang escondê-la na sua casa, para que o robô se infiltre entre
os operários para semear a discórdia entre eles e destruir a confiança que sentem por Maria. Mas Joh não podia
imaginar uma coisa: Freder está apaixonado por Maria.
Os amores de Picasso
Direção: James Ivory
Origem: Estados Unidos
Duração: 125 minutos
Sinopse: Em 1943 o famoso pintor Pablo Picasso (Anthony Hopkins), com 60 anos, conhece Françoise Gilot
(Natascha McElhone), que tem 23 anos, sonha ser pintora e idolatra o grande mestre. Ela se tornaria sua amante,
mas isto não impede Picasso de ser infiel. Françoise lhe dá dois filhos, Claude e Paloma, e aceita as mulheres
dele como parte do relacionamento. Ele, em contrapartida, lhe mostra grandes obras de arte e a apresenta aos
grandes mestres, mas a união gradativamente começa a se desgastar de forma inexorável.
Gombrich, Ernest Hans Josef.- História da Arte. 16ª edição 2000 - Editora LTC
Baumgart, Fritz – Breve História da Arte. 3ª edição 2007- Editora Martins Fontes
Proença, Graça – História da Arte. 17ª edição 2007 - Editora Ática
Prette, Maria Carla – Para Entender a Arte, História Linguagem Época Estilo. 1ª
edição 2009 - Editora Globo
Conti, Flávio - Gozzoli, Maria C. – Como Reconhecer a Arte. 1ª edição 1998 – Edições 70
Janson, H. W. – História geral da arte – O mundo moderno. 1ª edição 2001 – Editora
Martins Fontes
Hildegard Feist – Pequena Viagem pelo Mundo da Arquitetura.1ª edição 2006 – Editora
Moderna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
http://www.suapesquisa.com/francesa/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Academicismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exposi%C3%A7%C3%A3o_mundial
Referências
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Anotações