história da arte

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Apostila de historia das artes- Romantismo, realismo, impressionismo, art noveau, pontilhismo e os precursores da arte moderna.

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Page 1: História da Arte
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Responsável pelo Conteúdo:

Prof Edson Takahasi

Page 4: História da Arte
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História das Artes

Caro(a) Aluno(a),

Continuando o nosso curso de História das Artes, nesta unidade

estudaremos o

- Romantismo;

- Realismo;

- Arts and Crafts;

- Art Nouveau;

- Impressionismo,

- Pontilhismo ou Divisionismo,

- E os precursores da Arte Moderna.

Leiam o texto desta unidade com atenção e reflitam sobre o

mesmo, busquem a bibliografia desses artistas em paralelo a essa

unidade em sites ou mesmo em nossa biblioteca, vocês vão

descobrir espíritos artísticos e contextos históricos que irão

acrescentar e aguçar cada vez mais o seu interesse pela arte.

Atenciosamente,

Profº Edson Takahasi

Atenção

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar

as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

Page 6: História da Arte

Gostaria que vocês refletissem sobre o sucesso profissional de Pablo Picasso e a vida

difícil e o fim trágico do artista Van Gogh. Por que Picasso teve tanto sucesso? O que sua

produção artística tinha de tão especial? O que a diferenciava de tudo o que havia sido feito

até então, inclusive pelos modernos europeus? E a produção artística de Van Gogh, por que

não foi aceita? Qual a inovação artística que sua produção trazia para a época?

Para essa reflexão sugiro a leitura do livro Cartas a Théo da coleção L&pm Pocket

Bolso que é uma compilação das cartas escritas por Vicent Van Gogh a seu irmão Théo e o

filme sobre a vida de Pablo Picasso chamado Os amores de Picasso com direção de James

Ivory e com duração de 125 minutos.

Não é necessário encaminhar nenhum material. Apenas reflita!

Contextualização

Page 7: História da Arte

Romantismo

No período entre o final do século XVIII e durante grande parte do século XIX, a

Europa sofreu transformações causadas pela “Revolução Francesa” e a “Revolução

Industrial”, dois grandes movimentos político, social, econômico e artístico ocorridos na

Europa.

O Romantismo foi caracterizado por uma reação contrária ao movimento anterior que

foi o neoclassicismo, expressou-se primeiramente na literatura e filosofia para depois

expressar-se nas artes plásticas.

Os artistas do “Romantismo” buscavam se libertar das convenções acadêmicas

impostas pelo neoclassicismo, que era a imitação das artes grego-romanas e das obras

renascentistas italianas. Então esses artistas valorizavam os sentimentos e a imaginação do

indivíduo acima da razão e o indivíduo como centro do universo.

Nas obras do período do Romantismo, os ideais na sua representação eram o drama

humano, amores trágicos, ideais e locais utópicos, a natureza e o desejo de fugir ou escapar

de coisas ou situações.

Não existiu nenhuma estética tipicamente “Romântica”, pois nenhum artista se afastou

do academicismo, mas sim ocorreu o afastamento de conceitos e temáticas artísticas.

Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) grande desenhista, pintor e gravador

espanhol, em suas obras foram trabalhados diversos temas tais como: retratos de

personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, paisagens, cenas mitológicas,

horrores da guerra, deuses e demônios.

Mulher nua e mulher vestida, ninguém sabe precisamente quem é a modelo e nem

porque Goya fez esses dois quadros.

A pintura de temas “históricos” era considerada um gênero definitivo, o quadro “Os

fuzileiros de 3 de Maio de 1808”, que representa o fuzilamento de cidadãos espanhóis

contrários a invasão das tropas do Imperador Napoleão no território espanhol. Verificamos

nesta obra um grupo de pessoas acuadas com feições de medo, a luz que Goya coloca neste

quadro é intensa sobre o homem de braços levantados e com camisa branca, suas feições de

assustado com o fim que lhe espera e soldados apontando fuzis são representados

anonimamente de costas.

Goya expressa neste quadro, a luta da liberdade contra a tirania. “A pintura de Goya é

um símbolo eterno da revolução popular contra a opressão” – Lionello Venturi.

Na gravura também expressou a sátira social, o sarcasmo, o erótico e a feitiçaria que

fustigava as crendices do seu tempo.

A série “Caprichos” com 80 gravuras feitas em 1799, criou um atrito entre ele e a

igreja, tendo que ser retirada do mercado; a série “Desastres da guerra” feita em 1808 mostra

os horrores e episódios dramáticos da Guerra da Independência; a série “Touromaquia”

mostra seu aficionado gosto pelas touradas, num registro de 40 gravuras feitas no período de

Material Teórico

Page 8: História da Arte

1814 a 1816 e sua última série “Provérbios ou disparates” que reúne 18 trabalhos com temas

de monstros, espíritos e cenas que remetem a sonhos ou pesadelos.

Mulher nua e mulher vestida (1800-1803), Museu do Prado, Madri – Goya

http://history.hanover.edu/courses/art/goyamy3.jpg

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mexico.Tab.OlmecHead.01.jpg

Os fuzileiros de 3 de maio de 1808 (1814-1815), Museu do Prado, Madri - Goya

http://blogdofavre.ig.com.br/wp-content/uploads/2008/04/goya_maja_desnuda.jpg

http://blogdofavre.ig.com.br/wp-content/uploads/2008/04/goya_maja_vestida.jpg

Page 9: História da Arte

http://claudiusvil.2005.blog.uol.com.br/images/Tauromaquia1814.1816.jpg

http://www.masp.art.br/exposicoes/2007/goya/04.jpg

Série de gravuras – Touromaquia (1814-1816) – Goya

http://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio13/imagens/remedio.jpg

http://heliojesuino.files.wordpress.com/2010/02/goya_cap_d80_sleep_reason1.jpg

http://perso.wanadoo.es/pintordebatallas/CUADROS/GOYA4.jpg

Algumas gravuras das séries: Caprichos, Provérbios e Disparates e Desastres da guerra -

Goya

Na primeira gravura acima da série “Caprichos”, mostra uma mulher na multidão,

sendo acusada e condenada como possuída – como bruxa ou como herética. Porém essas

características estão nos rostos das pessoas que a condenaram e, por conseguinte, a

acompanham para a morte. Isto é conhecido na história como tribunais das bruxas e tribunais

da inquisição. A segunda gravura corresponde a série “Provérbios e disparates” e a terceira

“Desastres da guerra”.

Ferdinand Victor Eugène Delacroix (1799-1863), o mais importante representante

francês do Romantismo, vindo de uma família de grande prestígio social, estudou nas

melhores escolas de Paris e cursou pintura na escola de Belas Artes. Visitava quase que todos

os dias o Museu do Louvre para apreciar as obras de Rubens e Rafael.

Page 10: História da Arte

Suas obras mostram cenas de paixão, violência e sensualidade, as vestes das

personagens são de cores vibrantes. Influenciado pelas obras de Rubens e pelos poemas de

Lord Byron, cujos temas transportou para diversos de seus trabalhos.

Seu quadro mais conhecido é “A Liberdade guiando o povo”, feita como exaltação a

Revolução de 1830, quadro de expressão política e com valorização pictórica e qualidade no

emprego de luzes e sombras.

Em 1832, viajou durante seis meses numa comitiva do governo francês pela Espanha,

Marrocos e Argélia, posteriormente a essa viagem as suas obras adquiriram cores mais

vibrantes e intensas, e também começou a realizar murais e painéis em prédios públicos e

igrejas.

Elementos enunciando o próximo movimento artístico, o impressionismo, estão na tela

“A agitação de Tânger”, que fez depois de regressar de sua viagem e mostra uma

luminosidade transparente do céu, a luz intensamente refletida nas casas em oposição às áreas

de sombra e multidão de pessoas nas ruas.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_La_libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg http://espacotempo.files.wordpress.com/2007/05/eugene_delacroix-the-fanatics-of-tangier.jpg

A Liberdade guiando o povo (1830), Museu do Louvre, Paris – Delacroix A agitação de Tânger (1837-1838), Instituto de Artes, Minneapolis – Delacroix

http://dorukakan.files.wordpress.com/2008/03/eugene_delacroix_-_le_massacre_de_scio.jpg http://oblogdalibelua2.blogs.sapo.pt/arquivo/delacroix26.jpg O massacre de Quios (1822-1824), Museu do Louvre, Paris – Delacroix A Grécia nas Ruínas de Missolonghi, Museu de Belas Artes, Bordeaux - Delacroix

Page 11: História da Arte

O quadro “O massacre de Quios” (o título completo é: Cenas do Massacre em Quios.

Famílias Gregas Esperando a Morte ou a Escravidão). Onde mostra na tela uma “verdade

poética” e não uma reconstituição de algo real que aconteceu.

Uma jovem em primeiro plano sobre uns blocos de pedra e esmagado sob esses blocos

um combatente grego, ao fundo um mouro ergue o pendão triunfante. As cores nesta tela são

impressionantes, o branco das roupas da jovem, sua cor de pele contrastam como o azul e o

vermelho, mostrando vigor entre as cores, como as pinturas de Rubens.

Não que em tempos anteriores os artistas não retratassem a paisagem mas foi no

“Romantismo” que a pintura de paisagens ganha importância e os artistas buscam um

realismo cada vez maior em suas obras e se transforma em um gênero da pintura.

Os artistas estabeleceram um estreito relacionamento entre seus sentimentos e a

natureza; sendo a pintura de paisagem considerada um fundo natural onde o artista podia

projetar suas emoções, paixões e sonhos. Vemos através da paisagem o mundo interior do

artista.

Um crepúsculo, uma árvore seca, um céu noturno iluminado pela lua são elementos

naturais que podem revelar um estado de tristeza, de morte, de melancolia e também uma

postura de fuga da realidade. Logicamente que esses valores depende da capacidade do

observador de ler essas imagens e colocar-se em sintonia com o pintor.

Caspar David Friedrich (1774-1840), desenhista, pintor, gravurista, escultor e paisagista

alemão. Seu trabalho prima pelo simbolismo e idealismo e é expressado através de cores

tristes como o violeta, púrpura, azul-marinho; as sombras predominam sua pintura; poucas

figuras em seus quadros; paisagens escuras sobre fundo claro.

http://www.nga.gov/exhibitions/2001/spirit/large/02.jpg http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/friedrich/tree.jpg

Marinha (1822), Museu de Berlin, Alemanha – Caspar David Friedrich Árvore e corvos (1822), Museu do Louvre, Paris – Caspar David Friedrich

Uma leitura objetiva do quadro “Marinha” pode ser: três pessoas olhando o mar e

distante uma embarcação num final de tarde; e com uma leitura um pouco mais além do

visível vemos: na espera de quem não voltará, ou um adeus definitivo; e num sentido mais

amplo e geral: tristeza, presságio funesto.

Page 12: História da Arte

Na obra ao lado “Árvore e corvos” podemos interpretar pelo óbvio: uma grande árvore

já seca onde ao anoitecer o corvos se acolhem para descansar; e com uma leitura um pouco

além do visível vemos: ramos e galhos retorcidos, indicando seca, corvos que indicam

presságios funestos; e num sentido mais amplo e geral: fome e morte.

Joseph Mallord William Tuner (1775-1851), iniciou sua carreira pintando aquarelas,

mas sagrou-se pintando paisagens com paixão, energia e força que pareciam paisagens

épicas de tão forte expressão e fantástico uso de cor.

“O grande canal”, sua representação é fiel e precisa, a atmosfera pintada tem tons

claros de amarelo e laranja, que são mantidos puros, e não misturados e neutralizados com

branco, e mostram um brilho, principalmente se forem vistos em oposição às áreas de cores

que não foram neutralizadas.

John Constable, um outro pintor da época, chama as telas de Tuner como “visões

douradas”.

http://artkham.files.wordpress.com/2007/04/venice_turner.jpg http://www.fflch.usp.br/dh/heros/antigosmodernos/seculoxix/TurnerCgfa.jpg

O grande canal (1822), Museu de Arte, Nova York – Tuner Chuva, vapor e velocidade (1844), Galeria Nacional, Londres – Tuner

Posteriormente, suas representações detalhadas de paisagens, são substituídas por

formas essenciais ao entendimento visual do observador e sua preocupação esta concentrada

nas cores e brilhos a partir do centro da tela. Na tela “Chuva, vapor e velocidade” vemos a

locomotiva sobre os trilhos em formas essenciais e também é o primeiro registro pictórico de

uma máquina.

Uma vaga percepção de um barco, pois vemos um mastro com uma bandeira agitada

pelo vento e seu casco diluído na cor preta, a embarcação envolta numa tempestade de vento

e neve, movimentos furiosos das ondas do mar, é o que percebemos no quadro “Barco à

vapor numa tempestade de neve”.

Um acidente marítimo, ou uma fantasia emocionante do pintor em trabalhar esse tema;

contraste cromático de amarelo, azul e preto, não definindo os objetos, e dando total

liberdade a sua imaginação de expressar-se.

Page 13: História da Arte

http://www.naturale.med.br/artes/13_em_busca_do_tempo_perdido/EmBuscadoTempoPerdido/thumbnails/William_Turner_-_Snowstorm.jpg http://4.bp.blogspot.com/__c8dFjJLomk/Ss4ozllxFLI/AAAAAAAAABQ/8goCQvmLcJs/s320/William+Turner+-+Peace+-+Burial+at+Sea.JPG Barco à vapor numa tempestade de neve (1842), Tate Gallery, Londres– Tuner A nau incendiada (1838), Galeria Nacional, Londres – Tuner

Diferente de Tuner, John Constable (1776-1837) pintava sua paisagem referentes aos

lugares comuns ao seu cotidiano onde nasceu e trabalhou, os campos ingleses. Para ela a

pintura da paisagem deveria ser pessoalmente observadas e captar assim a perfeição de

efeitos naturais e puros.

O céu em suas obras era a chave-mestra, onde conseguia uma escala de padrões entre

nuvens, luzes, ventos e chuvas; mostrando uma variedade de atmosferas, como que o céu

expressasse seus sentimentos.

Na obra abaixo “A carroça de feno”, vemos uma extraordinária gama de cores,

extraídas de um contato direto com a natureza e de muita observação de Constable. O reflexo

da luz que se reflete no rio confirma a importância da luminosidade em suas obras.

http://www.thelilypad.co.uk/graphics/haywain.jpg

A carroça de feno (1821), Galeria Nacional, Londres – John Constable

George Caleb Bingham (1811-1879) pintor americano de paisagens, em suas obras

retratava as terras de fronteira ao longo do rio Missoure. Na obra abaixo de Binghan, é retrata

sua proximidade com a terra, sendo uma paisagem e uma cena de gênero onde vemos uma

Page 14: História da Arte

vastidão e o silêncio dos grandes espaços abertos e dois caçadores, com um gato à proa da

canoa, navegando sobre uma névoa espessa e luminosa.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commonsv/3/32/George_Caleb_Bingham_001.jpg

Negociantes de peles no Missouri(1845), Museu Metropolitano de Arte, Nova York –

George Caleb Binghan

A escultura no Romantismo não teve tanta originalidade, foi um período de calma e

momento de transição. Eram feitas estátuas eqüestres, de animais exóticos, cenas de caça,

estátuas para monumentos, decoração arquitetônica, em um estilo entre o neoclassicismo e o

barroco.

François Rude (1784-1855), escultor francês que obteve sucesso após premiação por

sua estátua “Jovem pescador napolitano brincando com uma tartaruga”, e foi indicado para a

importante encomenda de fazer todos os ornamentos e um grupo de estátuas para o Arco do

Triunfo, em Paris. Este grupo, chamado de "A Marselhesa" (ou "Partida dos Voluntários de

1792"), é uma obra cheia de energia e fogo, e imortalizou seu nome.

Antoine-Louis Barye (1796-1875), escultor francês, estudou na Escola de Belas Artes

em 1818, onde descobriu sua verdadeira vocação entre os desenhos e as aulas de modelagem

de escultura em escala reduzida. É considerado um dos principais artistas em representação de

animais da escola francesa.

A arquitetura no Romantismo sofreu algumas transformações que foram a

industrialização e novos materiais para a construção como o ferro e posteriormente o aço, o

rearranjo da vida nas cidades, determinando construções de edifícios públicos e edifícios de

moradia e aluguel para as classes médias e a alta burguesia, e as classes menos favorecidas e

mais exploradas, esquecidas em bairros distantes em condições precárias.

Neste período surge a arquitetura eclética, um resgate nostalgicos dos estilos anteriores

mesclando-os.

Page 15: História da Arte

O neobarroco do Teatro de Ópera de Paris é o exemplo da tendência que predominou

durante todo o século passado: monumental que aproveita os elementos arquitetônicos da

história da arte que mais lhe convêm.

O imponente estilo gótico do Parlamento de Londres é uma recriação anacrônica dos

arquitetos Charles Barry e Augustus Puguin. Nele, a exaltação dos estilos nacionais (gótico

vertical inglês).

http://bp1.blogger.com/_st7w7bdNf-M/SG0RS2NjvqI/AAAAAAAAXdI/r8rW9RMABBo/s1600-h/129_116-partida.jpg http://images.artnet.com/artwork_images_118909_343504_antoine-louis-barye.jpg http://media-2.web.britannica.com/eb-media/05/4005-004-FABD6499.jpg

A Marselhesa ou Partida dos Voluntários de 1792, estátuas do Arco do Triunfo, Paris – François Rude Escultura eqüestre e animal selvagem se alimentando – Antoine-Louis Barye

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Palais_Garnier.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Westminster_palace.jpg Teatro de Ópera de Paris Charles Garnier - (XIX) Parlamento de Londres Charles Barry e Augustus Puguin - (XIX)

Page 16: História da Arte

Realismo

Nas últimas décadas do século XIX surge na Europa, mas especificamente na França

um movimento artístico e literário contrário às idéias do romantismo. O Realismo era baseado

na observação da realidade, na razão e na ciência, deixando de lado as visões subjetivas e

emotivas da realidade.

Na pintura o Realismo segue os princípios da ciência, em que o artista deve representar

a realidade com objetividade, não melhorando o trabalho artisticamente. A beleza esta na

realidade tal como ela é, revelando aspectos característicos e expressivos e não imaginativos.

Com esse tipo de representação as artes mostraram-se politizada. Com a

industrialização e o desenvolvimento crescente na Europa, crescia uma grande classe de

trabalhadores vivendo nas cidades em condições precárias e desumanas. A “Pintura social”,

denunciava as desigualdades entre as classes de trabalhadores e a burguesia.

Gustave Courbet (1819-1877) criador da “Pintura social” mostrava em suas telas o

cotidiano das classes trabalhadoras, as obras abaixo mostram pinturas de pessoas realizando

seus trabalhos e são representados como se fosse uma fotografia, porém podemos também

observar que são crianças, crianças trabalhando, perdendo sua infância.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gustave_Courbet_014.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gustave_Courbet_cortadores_de_pedras_(II).jpg

Moças peneirando trigo (1853-1854), Museu de Belas Artes, Nantes, França – Gustave Courbet Cortadores de pedras – Gustave Courbet

A preferência por temas contemporâneos e muitas vezes políticos, eram os temas da

escultura Realista, que teve como grande expoente François Auguste Rene Rodin (1840-

1917). Na época seus trabalhos causaram muita polêmica, uns achavam seu trabalho realista

e outros achavam mais emotivos.

No conjunto escultórico “Os burgueses de Calais”, em que narra um episódio da

Guerra dos Cem Anos, entre a França e Inglaterra. A escultura é fixada no momento em que

os seis homens ricos da cidade francesa de Calais dirigem-se ao acampamento invasor, onde

vão se apresentar para morrer, tentando assim evitar a destruição da cidade pelos ingleses.

Page 17: História da Arte

A escultura mais conhecida é “O Pensador”, a estátua nua, é porque Rodin queria a

figura heróica de Dante em frente aos Portões do Inferno à la Michelangelo para representar o

pensamento assim como a poesia, sentado, a posição da mão apoiando o rosto.

Originalmente foi feita com 72cm de altura, depois foram feitas 20 cópias com altura

aproximada de 1,90 metros e pesando aproximadamente 800 quilos.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/Auguste_Rodin-Burghers_of_Calais_London_(photo).jpg

http://fernandaimparato.files.wordpress.com/2009/03/rodin21.jpg

Os burgueses de Calais (1895), Jardins do Parlamento Britânico, Londres – Auguste Rodin O pensador – Auguste Rodin

Com um novo contexto social na Europa, as cidades adequaram-se as necessidades

deste período em que precisavam de um planejamento urbanístico e construções de fábricas,

estações de trens, armazéns, lojas, escolas, hospitais e habitação para todos os habitantes, da

classe operária até o rico industrial.

Um ícone da arquitetura construído neste período foi a “Torre Eiffel”, em Paris,

construída como arco de entrada da “Exposição Universal de 1889. Toda em ferro treliçado

com altura de 324 metros, foi até 1930 a construção mais alta feita pelo homem.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tour_Eiffel_1878.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Exposition_universelle_1900.jpg

Torre Eiffel, Champ de Mars, Paris - 1889

Page 18: História da Arte

Arts and Crafts Movement

Artes e Ofícios

William Shipley, Visconde de Folkestone e Senhor Romney, fundaram a Sociedade de

Artes, em 1754, a primeira organização na Inglaterra em benefício da arte e ciência. O

principal objetivo da sociedade era promover as artes e a indústria artesanal. Porém somente

em 1835 as escolas oficiais de desenho foram criadas com o objetivo de aprimorar o design

das manufaturas para a industrialização.

Enquanto isso, surgiam críticas e propostas da volta à tradição artesanal da Idade

Média. Entre os críticos, John Ruskin, influente e respeitado crítico de arte e professor das

escolas de artes da Inglaterra.

William Morris (1834-1896) foi influenciado pelas idéias de John Ruskin, temendo que

a grande escala da produção industrial vulgarizasse ou destruísse o conteúdo artístico dos

objetos.

Criar objetos belos a um preço acessível, para as pessoas da classe inferior era

impossível na época, na vida real a criação de objetos bonitos era para uma minoria.

Morris montou uma empresa de arquitetura que projetava objetos para interiores e

para a vida diária, como papéis de parede, vitrais, carpetes, tecidos para tapeçaria e móveis.

Percebeu que era impossivel associar o consumo crescente trazido pela Revolução Industrial

aos métodos e técnicas de produção artesanais.

O Movimento “Arts and Crafts” influenciou o “Desenho Industrial”, fazendo os artistas

desenharem objetos para a produção em série industrial.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Artichoke_wallpaper_Morris_and_Co_J_H_Dearle.jpg http://geometricasnet.files.wordpress.com/2009/02/arts-crafts-accent.jpg

Papel de parede motivos de alcachofra (1897) – John Henry Dealer Abajur do Movimento Arts and Crafts

Page 19: História da Arte

Art Nouveau

Estilo estético que influenciou designers, artistas plásticos e arquitetos no final do século

XIX, reuniu em seu estilo conceitos do Movimento Arts and Crafts, a arte oriental, as artes

decorativas da Idade Média.

Difundindo-se por toda Europa, porém recebendo nomes diferentes, na França Art

Nouveau, o nome mais utilizado; na Alemanha como Jugendstil; na Itália com Stile Floreale

ou Stile Liberty; na Inglaterra como Modern Style.

Sem negar o progresso industrial, trazido pela Revolução Industrial o Art Nouveau

propunha promover uma produção moderna de alta qualidade.

O Art Nouveau caracteriza-se pela ornamentação exuberante de formas orgânicas e

sinuosas e a natureza em sua fauna e flora.

http://sites.google.com/site/loetzglass/_/rsrc/1225663990491/loetz/dresser.jpg http://www.dorotheum.com/fileadmin/old_srv/pressedata/presse/881/Victor%20Horta-Bett_pr.jpg

Vaso (1899) – Chistopher Dresser Cama – Victor Horta Armário no estilo Art Nooveau

http://www.surlalunefairytales.com/illustrations/beautybeast/images/crane_beauty5.jpg http://farm4.static.flickr.com/3094/3162549876_5ef9ccf505.jpg?v=0

Ilustração para o livro a “Bela e a Fera” , edição londrina de George Routledge and Sons (1874) – Walter Crane Ciranda para o “Livro dos Jogos” (1889) – Kate Greenway

Page 20: História da Arte

Neste período também ocorreu o avanço na área tipográfica, com a técnica da

litografia colorida que influenciou os cartazes e ilustrações de livros.

Chistopher Dresser (1834-1904) foi professor de desenho e estudioso em botânica, em

seus trabalhos procurava recriar as formas curvas e elegantes dos vegetais; criava objetos

decorativos em vidro, cerâmica e metal, papéis de parede e mobiliário.

Walter Crane (1845-1915) foi ilustrador de livros infantis e desenhou também tecidos,

tapetes, azulejos, vitrais, cerâmica e papéis de parede. E Kate Greenaway ilustrou cartões

comemorativos de datas festivas e também em livros infantis.

http://i212.photobucket.com/albums/cc102/19thcentury/victorhortastaircase.jpg http://www.canastradaemilia.blogger.com.br/artnoveau.jpg http://mcgonnigle.files.wordpress.com/2007/01/oldeng.jpg

Interior da Casa Tassel, com escadaria de ferro – Victor Horta Entrada de um das entradas do metro de Paris – Hector Guimard Fachada de edifício

Ocorreu uma exploração de novos materiais como o ferro, vidro na arquitetura, e

perceberam que esses dois materiais eram passíveis de criar formas novas e mantendo o

decorativo aplicado nos objetos do cotidiano.

Neste período dois arquitetos destacaram-se: Henri van de Velde (1863-1957) que

projetou edifícios simples, mas que não eram imitação das formas preexistentes, e Victor

Horta (1861-1947) que projetou utilizando o ferro e o vidro em seus edifícios em linhas

sinuosas, interna e externamente.

Na Espanha, Antoni Gaudí (1852-1926) arquiteto catalão, no final do século XIX e

início do século XX, caracterizou a arquitetura espanhola com formas decorativas e fantasiosas

sem limites e jamais visto. Sua arquitetura é encontrada em quase todos os bairros de

Barcelona, utiliza muito o arco parabólico em suas construções.

Convencido de que tudo que o homem cria já está no “grande livro da natureza”, onde

acreditava que não existi nada reto, Gaudí optou decididamente pelas linhas curvas e

procurou construir formas tão naturais quanto possível: chaminés que lembram pinhas e

cogumelos, telhados que se erguem como ondas, escadas que se parecem uma casa de

caracol.

Page 21: História da Arte

http://commondatastorage.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/5457618.jpg http://www.cocoonbarcelona.com/img/Barcelona_City_Guide/Eixample/toit-casa-milla.jpg

Casa Milá, ocupa uma esquina no centro de Barcelona - Antoni Gaudí Chaminés da Casa Milá, marca registrada de Gaudí

http://rivere.net/2010medcoast/sagrada1.jpg http://feltworks.files.wordpress.com/2007/10/gaudi-sagrada-familia_bg.jpg http://www.cambridge2000.com/gallery/images/PC1413047.jpg

Sagrada Família - Antoni Gaudí Detalhe do teto Detalhe da entrada

Page 22: História da Arte

Charles Rennie Mackintosh(1868-1928), a inspiração de seus trabalhos vêem da arte

japonesa e do Art Nouveau, deu um novo sentido e estilo, tornando suas linhas mais retilínea

e simétrica com trabalhos foram sofisticados para sua época.

O edifício projetado por Mackintosh entre 1901 e 1904 tem como destaque a

decoração do Salão de Chá Willow, em Glasgow, com muitos elementos decorativos.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/61/Room_de_Luxe.jpg/200px-Room_de_Luxe.jpg http://www.crmsociety.com/cmsimages/41266MAINP.jpg.JPEG

Salão de Chá Willow, Glasgow – Projeto de Charles mackintosh Detalhe painel de vidro para Rose Boudoir – Charles Mackintosh

Na França, René Jules Lalique (1860-1945) foi reconhecido por seus trabalhos na

criação de jóias, taças, candelabros e especialmente em frascos de perfumes em vidro, a

representação de plantas, flores e animais em aspecto frágil e delicado e utilizando em suas

criações pérolas, esmaltes, vidros e cores suaves o consagraram.

http://www.nga.gov/feature/nouveau/teach/large/slide_04.jpg http://www.vam.ac.uk/vastatic/microsites/1157_art_deco/img/starobjects/p_vase.jpg http://2.bp.blogspot.com/_gDZFmYl7W1o/SrOjE6oZYpI/AAAAAAAAAjg/lrjN_8f9giA/s320/perfume.jpg

A mulher libélula, Museu Gulbenkian, Lisboa – René Lalique Vaso – René Lalique Frasco de perfume – René Lalique

Outro grande artista nas artes decorativas foi o francês foi Émile Gallé (1846-

1904),criou jarros e outros objetos em vidros opacos e semitransparentes, ganhando fama

internacional, em seus mobiliários reinaugurou a marchetaria. O principal tema em suas obras

são flores e folhagens com linhas sinuosas.

Page 23: História da Arte

http://images.artnet.com/artwork_images_446_308521_emile-galle.jpg http://4.bp.blogspot.com/_nsG6WmeuHTU/SG3B_FZ8ecI/AAAAAAAAASw/A7IK_SijrW8/s400/GALLE3.jpg http://www.silvercollection.it/galle6bis.jpg http://www.news-antique.com/primages/Emile_Galle_Vase.jpg Luminárias e vasos – Émile Gallé

Em Viena no final do século XIX, uma tradicional associação de artistas descontentes

com a arte e lideradas por Gustav Klint (1862-1918) criaram o movimento “Secessão de

Viena” que buscavam a separação radical das artes com as tradições acadêmicas e

propunham formular uma arte própria austríaca, e que mantivesse intercâmbios com os

centros de artes europeus. Com constantes exposições, criaram o “Pavilhão de Exposições da

Secessão de Viena”, projeto do arquiteto Joseph Maria Olbrich (1867-1908) e construído

entre 1897 a 1898.

As exposições não se limitavam a mostrar obras de cada artista separadamente, mas

mostravam obras de vários artistas com uma unidade e proposta estética, se tornando famosas

as exposições feitas neste pavilhão.

Na exposição de 1902, Gustav Klint se destacou com o “Friso de Betethoven”, que

ornamentou um dos salões.

http://www.kalipedia.com/kalipediamedia/penrelcul/media/200707/18/hisfilosofia/20070718klpprcfil_172.Ies.SCO.jpg http://www.nga.gov/feature/nouveau/teach/large/slide_15.jpg

Pavilhão de Exposições da Secessão de Viena (1897-1897), Viena – Joseph Maria Olbrich

Page 24: História da Arte

http://www.camina-conmigo.com/wp-content/uploads/2009/01/the_kiss_1908-gustav-klint.jpg http://www.dialogos-impertinentes.blogger.com.br/sea%20serpents%20IV%20gustav%20klint.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Klimt_Mulher_sentada.jpg

O beijo (1907-1908), Galeria Austríaca, Viena – Gustav Klint Detalhe, As três idades da vida (1905) – Gustav Klint Masturbação feminina (1916-1917), Coleção Particular – Gustav Klint

Admirador das mulheres e grande parte de sua obra refere-se à figura feminina, em

suas obras Klint explora as formas e a sua sensualidade chegando ao sexual e o erotismo. Klint

é o representante mais complexo e significativo do Art Nouveau austríaco.

O quadro mais famoso de Klint é “O beijo”, em que um casal de namorados estão

abraçados, o homem segura a cabeça da mulher com as duas mãos e a beija em sua face, e

um manto dourado com motivos geométricos e florais os cobre e domina quase todo o

quadro, quase não existindo a perspectiva entre os planos próximos e mais afastados, é a obra

que mais difundiu sua arte e também a mais reproduzida no mundo.

No quadro “A espera” destaca-se elementos decorativos, como as linhas em espirais

como galhos de árvores da vida, da qual a mulher é o símbolo e o enquadramento da figura

feminina em um triângulo, a cor dourada é dominante no quadro, que desmaterializa a

imagem triangular em um mosaicos bizantinos de Ravena.

Page 25: História da Arte

http://www.reproarte.com/files/images/K/klimt_gustav/0024-0152_die_erwartung.jpg http://imagenes.solostocks.com/z1_3030140/la-espera-de-gustav-klimt-en-23-5x23-5-cm-sobre-bastidor.jpg

A espera (1905-1909), Museu de Belas Artes, Viena – Gustav Klint Detalhe da cabeça da mulher

Page 26: História da Arte

Impressionismo

A pintura sofreu uma grande revolução no final do século XIX e início do século XX. A

observação direta dos efeitos da luz solar sobre os objetos eram retratados diretamente na tela

em suas constantes alterações e o realismo e o academicismo não foi tão rigoroso. Nenhuma

teoria foi criada para orientar estes artistas, houve somente considerações gerais, tais como:

- A tonalidade dos objetos deve refletir a luz incidente nos mais diversos momentos, pois as

cores da natureza se modificam com o passar das horas;

- Contornos nítidos das figuras não devem existir, pois a linha é uma abstração do ser humano

para representar uma figura;

- Sombras devem ser luminosas e não escuras ou pretas, como os pintores antigos

costumavam fazer;

- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores

complementares;

- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta, devendo ser

puras e dissociadas ao quadro, em pequenas pinceladas. A mistura deixa de ser técnica e

sim óptica.

Ocorreu pela primeira vez uma coletiva de obras “Impressionistas” em 1874 em Paris,

onde público e críticos não aceitaram o movimento, mantinham-se ainda fiéis a pintura

academicista. Pierre Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro, Paul Cézanne, Alfred

Sisley, Cloude Monet e Berthe Morisot foram uns dos expositores na época.

Édouard Manet (1832-1883) artista gráfico e pintor francês, em sua carreira sofreu

algumas críticas de conservadores sobre algumas de suas obras. Em seus trabalhos não vemos

um afastamento das normas clássicas e acadêmicas da pintura. Porém alguns de seus quadros

representavam uma ruptura com o academicismo e provocaram grandes escândalos.

Estourou um escândalo em 1863, quando Manet enviou para o Salão dos Artistas

Franceses a tela “Almoço na relva”. A obra foi recusada pelo júri do salão. Porém ocorreu

uma montagem de uma exposição paralela de obras recusadas, que se chamou de “Salão dos

Recusados”.

O quadro recusado retrata dois homens em roupas elegantes ao lado de uma jovem

nua no campo. Os freqüentadores da mostra se reconheceram no quadro e julgaram

moralmente inconveniente o conteúdo. Outra característica da obra era que pictoricamente

inacabada nos detalhes deixando a desejar em comparação as obras acadêmicas.

Page 27: História da Arte

http://www.artesanatonarede.com.br/wiki/conteudo/arquivos/paintings-by-edouard-manet-1.jpg http://www.italica.rai.it/argomenti/storia_arte/giorgione/galleria/9.jpg

Almoço na relva (1863), Museu d’Orsay, Paris – Edouard Manet Detalhe do quadro “O conceto campestre”, Museu do Louvre, Paris - Giorgione

Anos depois descobriu-se as fontes de inspiração de Manet no quadro que foi uma tela

renascentista “O concerto campestre” de Giorgione.

Manet transpôs os personagens numa composição moderna, um clima real onde até os

personagens eram pessoas conhecidas da sociedade parisiense, e não lendários ou mitológicos

seres das obras renascentistas. Sua composição é elaborada e é formada pela triangulação das

três personagens sentados em primeiro plano e a mulher ao fundo. Em termos pictóricos a

luminosidade esta na jovem nua.

A luminosidade que Manet dava em suas pinturas, explorando os efeitos da luz natural

sobre as cenas retratadas, foi considerada por muitos críticos de arte como elemento precursor

do Impressionismo.

No quadro “O balcão”, a perspectiva é conseguida com a ausência de luz natural

dentro da residência e no terno escuro do cavalheiro e são apenas esboçados pelo artista, já a

luz do sol reflete nos vestidos brancos das duas mulheres, da camisa branca do cavalheiro e

do vaso no chão do balcão. O rosto da mulher mais à frente é detalhado as demais

fisionomias têm poucos detalhes por estar mais afastados. As venezianas do balcão pintadas

em verde proporcionam perspectiva em contraste com o branco e o preto existente na pintura.

http://filosofianocel.files.wordpress.com/2009/10/manet8.jpg http://www.artandarchitecture.org.uk/fourpaintings/manet/large/manet.jpg

O balcão (1868-1869), Museu d’Orsay, Paris – Édouard Manet Um bar no Folies Bergères (1881-1882) Coleção The Courtauld, Londres – Èdouard Manet

Page 28: História da Arte

Cloude Monet (1840-1926), gostava de pintar ao ar livre, e com isso seus estudos de

luz solar sobre as pessoas e a natureza ficaram mais consistentes, como vemos em suas obras.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Claude_Monet_024.jpg http://meninalori.files.wordpress.com/2008/11/monet01.jpg Mulheres no jardim (1866-1867) – Cloude Monet Impressão, nascer do sol (1873), Museu Marmottan, Paris – Cloude Monet

Uma cena de quatro mulheres conversando e colhendo flores em um jardim ao sol,

vestidas elegantemente segunda a moda de verão de 1866, com amplas saias armadas,

cabelos penteados e um guarda-sol nas mãos de Camille, a modelo sentada, e esposa do

pintor. Ele representa a luz natural em um espaço livre, dando mais intensidade na cor branca

em algumas áreas dos vestidos das mulheres e em um trecho do caminho de areia, ficando o

restante do quadro com cores menos intensas, em que sugere a sombra. Os rostos e flores são

apenas esboçados.

A paisagem do porto de Le Havre, no quadro “Impressão, nascer do sol” não foi

reproduzir fielmente a realidade, ela é retratada com pinceladas largas e nada detalhada, os

navegantes sobre um barco, o sol, o mar tudo envolta pela neblina da manhã. Esta obra é

uma das primeiras obras impressionistas.

http://acg.media.mit.edu/people/golan/rouen/Images/L_177_XX.jpg http://www.birthofaculture.com/wp-content/uploads/2009/01/monet.rouen-cathedral.jpg http://www.intermonet.com/prints/w1346t400.jpg

Foto da fachada da Catedral de Rouen, França Dois quadros da série da Catedral de Rouen (1894), França – Cloude Monet

Page 29: História da Arte

A preocupação dos efeitos da luz, podem ser observados na série de quadros da

fachada de construção gótica, que pintou da Catedral de Rouen, cidade próxima a Paris.

Monet pintou cada quadro em um momento do dia, registrando as diferenças da luz sobre as

pedras, arcos, rosácea, vitrais da construção. Esse encanto que Monet sentia em representar as

variações da luz natural sobre as coisas o fez um dos mais importantes impressionistas.

Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) o mais popular e reconhecido ainda vivo pela

crítica como um grande pintor impressionista.

Seus quadros mostram festas, alegria, a intensa movimentação da vida dos parisienses

do final do século XIX.

No quadro “Baile no Moulin de la Galette” mostra uma movimentação, e uma

atmosfera de alegria de todos representados, neste famoso café no meio de jardins e árvores

de Paris, onde as pessoas se encontravam e dançavam ao ar livre.

Renoir utilizou pinceladas coloridas nas roupas das pessoas e mostra diferentes modos

da luz, que ilumina a cena refletindo em diferentes tipos de estampas e com linhas e cores,

sugeri movimentos das pessoas dançando e também um ambiente alegre.

A cena com determinada luz solar em um momento alegre do dia, Renoir mostra que

as manchas de suas pinceladas unidas visualmente pelo observador compõem um todo

percebido.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Pierre-Auguste_Renoir,_Le_Moulin_de_la_Galette.jpg

Baile no Moulin de la Galette (1876), Museu d’Orsay, Paris – Renoir

Page 30: História da Arte

http://z.about.com/d/arthistory/1/0/k/_/186583_02.jpg http://www.oarquivo.com.br/portal/images/stories/biografias/monetbanhistas.jpg

La Grenouillière (1869), Museu Metropolitano de Nova York – Renoir La Grenouillière (1869), Museu Metropolitano de Nova York – Monet

Nos arredores de Paris, existia um restaurante chamado de La Grenouillière, as

margens do Rio Sena, muito freqüentado nos domingos pelos parisienses. Vamos comparar as

duas pinturas e principalmente o reflexo do sol nas águas que cada um representa, a primeira

de Renoir, que utiliza uma variedade grande de cores, criando uma vivacidade à natureza e

ao grupo de pessoas que se divertem. Na segunda, de Monet, que esta um pouco mais

distante e não utiliza tanta variedade de cores e a obra parece menos viva, porém o contraste

é muito maior entre as áreas iluminadas pela luz solar e sob as árvores. E novamente as

pinceladas coloridas compõem um todo que é percebida pelo observador.

Jacob Camille Pissarro (1830-1903) capta a atmosfera, por um meio de um trabalho

precioso da luz, viajou por quase toda a Europa em busca de novos temas e é considerado

um dos mais importantes paisagistas do impressionismo. Muitos de seus trabalhos foram

realizados da observação das janelas de quartos de hotéis, a atmosfera nevoenta muitas vezes

representadas em suas obras, eram obtidas por pequenas pinceladas de cores combinadas.

http://www.penwith.co.uk/artofeurope/pissarro_montmartre_night.jpg

Boulevard Montmartre: noite (1897), Galeria Nacional, Londres – Camille Pissarro

Page 31: História da Arte

Edgar Degas (1834-1917) era admirador dos trabalhos de Igress, pintor neoclássico, e

Degas com formação acadêmica valorizava o desenho e não apenas a cor como grande partes

dos pintores impressionistas, tendo uma posição muito distinta no grupo.

Seus quadros eram normalmente dentro dos ambientes e com a luz artificial, e não de

paisagens ao ar livre sob a luz solar. Como um fotógrafo captava um instante, um gesto, uma

posição, uma expressão.

Suas telas com bailarinas são ótimos exemplos desse momento fotográfico de Degas, o

Ópera era o teatro mais famoso de Paris e na obra “O foyer de dança no Opera”, verificamos

um espaço central vazio, onde a bailarina à esquerda parece se preparar para o início do

ensaio, ao fundo, três bailarinas e alongam na barra, na frente da bailarina do lado direito, um

músico, o professor e atrás deles mais bailarinas observando o inicio do ensaio, onde o trajeto

da bailarina é chegar até onde esta a bailarina na posição sentada à sua frente. E este espaço

vazio central de que falamos logo no início, se torna circular pela trajetória do bailado da

bailarina.

A pintura de Degas é formada pela angulação oblíqua e o seu enquadramento da cena,

em primeiro plano, pessoas e objetos que proporcionam maior profundidade em suas

composições. Suas pinturas eram como fotos em pleno momento fotográfico.

http://www.topofart.com/images/artists/Hilaire_Germain_Edgar_Degas/paintings/degas023.jpg

http://www.netflash.com.br/alliance/Biblioteca/Degas04.jpg

O foyer de dança no Opera (1872), Museu d’Orsay, Paris – Edgar Degas

A bolsa de algodão de Nova Orleans (1873), Museu Municipal de Belas Artes de Pau,

França – Edgar Degas

Degas viveu um ano nos Estados Unidos, em casa de um parente da Louisiana, onde

vemos acima a obra “A bolsa de algodão de Nova Orleans” onde negociantes de algodão

examinam, fazem cálculos, conversam, lêem dentro de uma grande sala, onde não existe a luz

solar. E duas diagonais são formadas dando a nítida impressão da perspectiva, a primeira

esta à esquerda na cadeira ao lado do homem sentado e a segunda no cesto de lixo, as duas

convergem ao fundo na porta com vidros de onde vem uma iluminação natural. O uso da

cor branca do algodão sobre a mesa quebra os tons escuros espalhados na obra.

Page 32: História da Arte

http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/degas/absinthe/degas.absinthe-2.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/df/Edgar_Germain_Hilaire_Degas_031.jpg/265px-Edgar_Germain_Hilaire_Degas_031.jpg

O copo de absinto (1876), Museu do Louvre, Paris – Edgar Degas A banheira, Museu do Louvre, Paris – Edgar Degas

O casal sentado à mesa do café, na obra “O copo de absinto”, percebemos um ar

melancólico no casal pelas suas fisionomias e também pelo afastamento deles por uma mesa

vazia, neste momento fotográfico que o pintor retratou.

Uma década depois da série das bailarinas, a obra “A banheira”, mostra novamente a

perspectiva oblíqua, na sua composição. A mulher abaixada sobre uma banheira, o quadro

mostra um círculo dentro de um quadrado e que é quebrado pela prateleira em uma posição

que aparece muito inclinada e com alguns objetos sobre ela, existindo uma tensão entre

superfície e a profundidade. Outra característica que se destaca nesta obra é o uso da cor

vibrante e luminosa.

O governo francês depois da Segunda Grande Guerra fundou o Museu Jeu de Paume,

conhecido como Museu dos Impressionistas, e em 1986, as obras foram transferidas para o

recém inaugurado Museu d’Orsay, também em Paris.

Page 33: História da Arte

Pontilhismo ou Divisionismo

A última exposição coletiva dos impressionistas ocorreu no ano de 1886, e

participaram desta exposição dois pintores que dariam uma nova característica ao movimento

que foi Georges Seurat e Paul Signac.

Os impressionistas utilizavam a luz e a natureza para receber sensações visuais diretas.

O Pontilhismo, nome utilizado na França e o Divisionismo, nome utilizado na Itália,

reconstruíram com método científico cor e luz sobre a tela. Reduzindo as pinceladas por

pontos uniformes justapostos, usando cores complementares ou contrastantes, dando a

sensação de ampliar o efeito da vibração luminosa, pois vista a distância, as cores se misturam

na retina do observador, revelando-se unidas e mais vibrantes. A técnica de utilização de

ponto coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos

impressionistas pelo uso da linha.

Georges Seurat (1859-1891) foi o precursor desta nova técnica. Suas obras podem ser

consideradas o ponto máximo atingido pelo pontilhismo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Georges_Seurat_-_Un_dimanche_apr%C3%A8s-midi_%C3%A0_l%27%C3%8Ele_de_la_Grande_Jatte.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Georges_Seurat_019.jpg

Tarde de domingo na Grande Jatte (1884), Instituto de Arte de Chicago – Georges Seurat O circo (1891), Museu d’Orsay, Paris – Georges Seurat

Um hábito muito comum para os parisienses, era passar algumas horas do domingo no

parque da Ilha de Grande Jatte, e esta cena foi retratada por Seurat na obra “Tarde de

domingo na Grande Jatte” em que vemos as pessoas trajadas conforme moda da época. As

figuras como todos os demais elementos que constituem a obra são construídas com

pequenos pontos. No chão os pontos amarelos não indicam áreas de luz, mas sim os pontos

escuros no primeiro grande plano e atrás das pessoas é que sugerem sombras criadas pelas

copas das árvores e das próprias pessoas.

Quando vemos a outra obra “O circo” o que mais nos chama a atenção e totalmente

inovadora para época é que no primeiro plano existe um personagem (palhaço), incompleto e

de costas e segurando a cortina. É como se nossa visão fosse a dele vendo o espetáculo, a

bailarina sobre o cavalo, uma orquestra na parte superior direita, a platéia.

Paul Signac (1863-1935) seus trabalhos também utilizaram o pontilhismo. Amante de

embarcações e do mar e rios, gostava de ver o movimento das águas, seus reflexos irregulares

Page 34: História da Arte

na superfície, e foi um dos temas freqüentes em sua obras, com “A bóia vermelha” em que

utilizou pinceladas largas, colocadas lado a lado, formando um todo.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Paul_Signac_La_bouee_rouge.jpg http://www.art-memoires.com/4lmqtro/lm6163/62ilrysselberghe0153.jpg

A bóia vermelha ( 1895), Museu d’Orsay, Paris – Paul Signac Saint Tropez (1891), Museu de Belas Artes, Genoble – Paul Signac

No quadro “Saint Tropez” as pinceladas utilizadas são puntiformes, separadas ou

justapostas. E nos da uma sensação de fragmentação e sendo reconstituída pela nossa

capacidade perceptiva dos olhos e mente.

Os pontilhistas justapunham pinceladas puntiformes de cores complementares ou

contratantes, já os divisionistas italianos elaboraram uma nova técnica em que as pinceladas

são separadas ou divididas, como filamentos de pigmentos.

Giovanni Segantini (1858-1899) com sua obras atingiu fama internacional e trabalhou

por boa parte de sua vida no vale da Engadina, tendo um contato direto com seus picos

nevados e os montanheses. Suas obras remetem ao visual de sua terra, à labuta dos seus

habitantes e pastores, à imensidão das montanhas.

Page 35: História da Arte

http://www.tract.it/images/seganatu.jpg

Costume grigionese (1888), Coleção Particular, Küsnacht – Giovanni Segantini

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Giovanni_Segantini_003.jpg

Tríptico da naturez (1899), Museu Segantini, Saint Moritz – Giovanni Segantini

Outros dois grande pintores divisionistas são: Gaetano Previati e Giovanni Pellizza.

Page 36: História da Arte

Final do século XIX

Precursores da Arte Moderna

Das experiências que os impressionistas deixaram, três grande pintores, cada um com

seu estilo e técnica e forma de expressão influenciaram a arte no século XX.

Paul Cézanne (1839-1906) no início de sua carreira foi ligado ao movimento

impressionista. Porém sua pintura tomou outro rumo.

Não se preocupando em registrar o momento passageiro que a luz solar poderia

influenciar na obra, e sim buscava o permanente, a estrutura íntima da natureza, vendo mais

com o cérebro do que com os olhos. E dizia que tudo é modelado segundo três formas

fundamentais: a esfera, o cone e o cilindro. Sendo utilizado em suas obras formas simples

e essenciais.

http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/paul_cezanne_o_castelo_de_medan.jpg http://www.feveravenue.com/wp-content/uploads/2011/10/8.-The-Card-Players-by-Paul-C%C3%A9zanne.jpg

O castelo de Médan (1879-1881), Museu e Galeria de Arte, Glagow – Paul Cézanne Jogadores de cartas (1890-1892), Museu d’Orsay, Paris – Paul Cézanne

Na obra “O castelo de Méden” os espaços de cor são bem delimitados, ainda existindo

áreas claras, indicando a incidência da luz solar e as estruturas das árvores já estão numa

forma mais cilíndrica e com essa obra já ocorre a ruptura com os impressionistas. E Cézanne

converte elementos naturais em figuras geométricas, com também é evidente não obra

“Jogadores de cartas” em que os dois personagens estão baseados em sólidos geométricos –

nos chapéus, rostos, e braços.

Pintou retratos dando o mesmo tratamento, ficando evidente a geometrização que

utilizava em suas obras, “Madame Cézanne em vermelho” o rosto em forma oval e os braços

em formas cilíndricas.

Page 37: História da Arte

Em seus trabalhos de natureza-morta, parecem obras monumentais pela plástica da

imagem agrupada e o uso da cor com maestria.

http://www.masp.art.br/servicoeducativo/assessoriaaoprofessor-nov06.jpg http://www.caras.com.br/imagens/22/20080916120000_22_large_cezanne.jpg

Mademe Cézanne em vermelho (1890), Museu de Arte de São Paulo, Brasil – Paul Cézanne Natureza morta com vaso verde (1893-1894), Coleção Particular – Paul Cézanne

Paul Gauguin (1848-1903) participou em 1880 de uma exposição coletiva dos

impressionistas, porém logo depois começa a utilizar a tinta pura, em áreas de cor bem

definidas, seus objetos começam a ser coloridos de modo arbitrário e sua representação deixa

de ser tridimensional.

http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/gauguin/sermon/gauguin.sermon.jpg

Jacó e o anjo (1888), Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo – Paul Gauguin

Page 38: História da Arte

A narrativa bíblica em que Jacó volta para casa depois de muitos anos de afastamento,

em razão de conflitos vividos; e nesta volta luta em silêncio com um estranho “anjo” durante

uma noite toda. Gauguin apresentou em 1888 na exposição dos impressionista esta tela, e

vemos nela uma pintura com espaços com cores bem definidas e limitadas por linhas de

contornos visíveis e as formas das pessoas são planas e sem sombras.

A sua paixão pela arte o fez viajar para o Taiti, buscando novos temas e inspiração, foi

onde produziu uma série de telas que constitui a parte mais conhecida de suas obras. Onde

foi o primeiro a reconhecer o valor estético das artes primitivas e querer estudar as obras dos

povos dos trópicos.

No quadro “Arearea” notamos que nem todas as cores correspondem à realidade, o

cachorro, por exemplo, esta pintado de vermelho, as cores na tela são aplicadas de modo

uniforme e divididas em zonas. Onde temos no primeiro plano o cachorro, logo em seguida

duas mulheres típicas da região com cabelos longos e pretos, pele cor de âmbar, sentadas e

uma delas tocando flauta e ao longe a esquerda três mulheres dançando diante de um ídolo

gigantesco, revelando um local em que as pessoas se divertem, tocam música e vivem

integradas à natureza.

http://www.titalus.com/art/Hum113/Impressionism/gauguin.jpg http://www.cab.u-szeged.hu/wm/paint/auth/gauguin/gauguin.arearea.jpg

Parau Api (o que há de novo) (1892), Staatliche Kunstsammlungen, Dresden – Paul Gauguin Arearea (o cão vermelho) (1892), Museu d’Orsay, Paris – Paul Gauguin

Nascido na Holanda, porém viveu muito tempo na França, de onde conheceu muitos

pintores impressionistas, mas na verdade teve uma vida solitária. A cor era para ele um

elemento fundamental na pintura e recriou a beleza dos seres humanos e da natureza por

meio desta. Vicent Van Gogh (1853-1890) usa a cor de modo diferente, com pinceladas

manchadas e marcadas em uma pasta cromática e densa, muitas vezes usadas em estado

puro.

Vamos ver períodos bem marcados de sua obra, como no início ainda na Holanda,

obras relacionadas aos problemas sociais, suas obras eram sombrias e escuras, personagens

melancólicos como no quadro abaixo, “Os comedores de batata”. Com cores escuras

clareadas somente pela luz artificial de um lampião preso ao teto os trabalhadores de uma

Page 39: História da Arte

mina de carvão ao redor de uma mesa e seus rostos sem expressar alegria alguma em um

ambiente pobre, as sua mãos calejadas pela vida dura que enfrentam todos os dias.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Vincent_Van_Gogh_-_The_Potato_Eaters.png http://i78.photobucket.com/albums/j108/alpenna/Artes/Van%20Gogh/Van_Gogh_Vincent_Three_Pair_of_Shoe.jpg

Os comedores de batata (1885) Museu Vincent Van Gogh, Amsterdã – Vincent Van Gogh Três pares de sapatos – Vincent Van Gogh

Em 1881, foi morar em Paris, onde teve início uma nova fase em suas obras, onde

conheceu alguns pintores impressionistas, mas não ligou-se muito ao movimento, porém

interessou-se pelos trabalhos de Gauguin, por simplificar as formas e reduzir os efeitos da luz

sobre as cores.

Pintou ao ar livre quando se mudou para Arles, no sul da França. O sol intenso da

região interferiu em sua pintura, libertando-o de qualquer naturalismo no emprego das cores,

declarando-se um colorista arbitrário, apaixonado pela cores intensas, com vemos nos dois

quadros abaixo.

http://espinhonacarne.files.wordpress.com/2008/04/noonvangogh.gif

http://www.artcyclopedia.com/hot/images/tilt-shift-van-gogh-sunset-wheat-fields-near-arles-detail.jpg A sesta (1890) Museu d’Orsay, Paris – Vincent Van Gogh Por-do-sol, Museu de Arte, Winterthur – Vincent Van Gogh

Page 40: História da Arte

Em cartas escritas para o irmão Theo em que comenta da beleza da cor amarela

revelada pela luz do sol da região.

Arles, agosto de 1888.

“Agora nós temos aqui um glorioso e forte calor sem vento, o que é bom para o meu

trabalho. Um sol, uma luz, que por falta de nome melhor, eu chamo de amarelo, amarelo-

limão-claro, limão-claro-ouro. Como é bonito o amarelo”.

(Extraído de: Tout l’oeuvre peint de Van Gogh, Paris: Flammarion, 1971. V.2, p. 126. Les

classiques de l’rt Flammarion)

Em 1890, depois de várias crises nervosas e internações dirigi-se para Anvers, cidade

ao norte da França. Onde produz em apenas três meses, oitenta telas com cores fortes e linhas

retorcidas. No quadro a seguir “Trigal com corvos”, as pinceladas são bem visíveis e existe

apenas a sugestão dos elementos que compõem a paisagem, um caminho de terra no meio da

plantação de pés de trigo em uma turbulenta forte ventania e os corvos sobrevoando o trigal.

http://leopro.blog.uol.com.br/images/TrigalComCorvos_pg.jpg

Trigal com corvos (1890) Museu Vincent Van Gogh, Amsterdã – Vincent Van Gogh

O quarto do pintor em Arles retrata a pobreza material vivida pelo artista durante toda

a sua vida. Mas esta obra mostra uma riqueza de cores complementares como o laranja, o

azul e suas variadas graduações, com pinceladas e espatuladas marcadas e visíveis.

Em vida, não teve reconhecimento do público e nem dos críticos. Em julho de 1890, se

suicida, deixando uma obra plástica composta de 879 pinturas, 1756 desenhos e 10 gravuras.

Page 41: História da Arte

http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/paintings_032800.jpg

O quarto de Van gogh (1889) Museu d’Orsay, Paris – Vincent Van Gogh

Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) viveu apenas 37 anos, porém registrou de

uma forma inconfundível em suas telas a vida agitada e urbana de Paris. Os personagens que

lhe interessavam eram os artistas de circo, dançarinas, freqüentadores de cabarés, prostitutas e

pessoas anônimas.

Em poucas pinceladas, mas colocando detalhes perspicazes Lautrec soube retratar

esses personagens no seu meio ambiente de forma inigualável.

O Moulin Rouge era uma casa de espetáculos de dança em Paris. Era freqüentada por

franceses e estrangeiros ricos que procuravam divertimento.

O que caracteriza as obras de Lautrec é sua capacidade de síntese, com contornos

expressivos das personagens e a dinâmica da realidade representada. Diferente dos

impressionistas, seus quadros saem do tema de paisagens e da natureza e quando o têm,

aparecem como meros cenários pintados de forma imprecisa, pois os personagens para ele

tinham muito mais importância e representação.

Os cartazes e pôster de publicidade da época, eram muito mais informativos com

muito texto e muitas vezes sem imagens, Lautrec os tornou figurativos utilizando seus traços

soltos mas precisos na forma e muito colorido e com textos curtos e criativos, que muitas vezes

se repetiam fixando a informação principal na memória do público mais rapidamente.

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http://www.toulouselautrec.free.fr/onenparle/silicon/Toulouse-Lautrec-2.gif http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/47/Henri_de_Toulouse-Lautrec_060.jpg http://igotclubfoot.files.wordpress.com/2008/12/toulouse-lautrec_-_moulin_rouge_-_la_goulue.jpg

No Moulin Rouge (1892) – Toulouse-Lautrec Ivette Guilbert, saúda o público (1894) Museu Toulouse-Lautrec, Albi – Toulouse-Lautrec Moulin Rouge: La Goulue, litografia em cores (cartaz), Civica Racolta di Stampe Bertarelli, Milão– Toulouse-Lautrec

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FILMES INTERESSANTES DE SEREM VISTOS

Razão e sensibilidade

Direção: Ang Lee

Origem: Inglaterra

Duração: 135 minutos

Sinopse: Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras,

pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento, que ignora a promessa feita no leito

de morte de seu pai que ampararia as meias-irmãs. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma

Thompson), usando a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra

emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade flor da pele.

Amadeus

Direção: Milos Forman

Origem: Estados Unidos

Duração: 158 minutos

Sinopse: Após tentar se suicidar, Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela

morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem

irreverente mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.

Sombras de Goya

Direção: Milos Forman

Origem: Espanha/Estados Unidos

Duração: 113 minutos

Sinopse: Nos primeiros anos do século XIX, em meio ao radicalismo da Inquisição e à iminente invasão da

Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte (Craig Stevenson), o gênio artístico do pintor espanhol Francisco

Goya (Stellan Skarsgard) é reconhecido na corte do Rei Carlos IV (Randy Quaid). Inés (Natalie Portman), a

jovem modelo e musa do pintor, é presa sob a falsa acusação de heresia. Nem as intervenções do influente Frei

Lorenzo (Javier Bardem), também retratado por Goya, conseguem evitar que ela seja brutalmente torturada nos

porões da Igreja. Estes personagens e os horrores da guerra, com os seus fantasmas, alimentam a pintura de

Goya, testemunha atormentada de uma época turbulenta.

Metropolis

Direção: Fritz Lang

Origem: Alemanha

Duração: 100 minutos

Material Complementar

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Sinopse: Metrópolis, ano 2026. Os poderosos ficam na superfície e lá há o Jardim dos Prazeres, para os filhos

dos mestres, enquanto os operários, em regime de escravidão, trabalham bem abaixo da superfície, na Cidade

dos Operários. Esta poderosa cidade é governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), um insensível capitalista cujo

único filho, Freder (Gustav Fröhlich), leva uma vida idílica, desfrutando dos maravilhosos jardins. Mas um dia

Freder conhece Maria (Brigitte Helm), a líder espiritual dos operários, que cuida dos filhos dos escravos. Ele

conversa com seu pai, que diz que é assim que as coisas devem ser quando Josaphat (Theodor Loos) é demitido

por Joh, por não ter mostrado plantas que estavam em poder dos operários. Freder pede a ajuda dele e vê as

condições que existem no subsolo. Paralelamente Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor louco que está a

serviço de Joh, diz ao seu patrão que seu trabalho está concluído, pois criou um robô à imagem do homem, que

nunca se cansa ou comete erro, e diz que agora não haverá necessidade de trabalhadores humanos, sendo que

em breve terá um robô que ninguém conseguirá diferenciar de um ser vivo. Além disto decifra as plantas, que

são de antigas catacumbas que ficam na parte mais profunda da cidade. Curioso em saber o que interessa tanto

aos operários, Joh e Rotwang decidem espioná-los usando uma passagem secreta. Ao assistir a uma reunião,

onde Maria prega aos operários lhes implorando que rejeitem o uso de violência para melhorar o destino e

pensar em termos de amor, dizendo ainda que o Salvador algum dia virá na forma de um mediador. Mas mesmo

este menor ato de desafio é muito para Joh, que ouviu a fala na companhia de Rotwang. Assim, Joh ordena que

o robô tenha a aparência de Maria e diz para Rotwang escondê-la na sua casa, para que o robô se infiltre entre

os operários para semear a discórdia entre eles e destruir a confiança que sentem por Maria. Mas Joh não podia

imaginar uma coisa: Freder está apaixonado por Maria.

Os amores de Picasso

Direção: James Ivory

Origem: Estados Unidos

Duração: 125 minutos

Sinopse: Em 1943 o famoso pintor Pablo Picasso (Anthony Hopkins), com 60 anos, conhece Françoise Gilot

(Natascha McElhone), que tem 23 anos, sonha ser pintora e idolatra o grande mestre. Ela se tornaria sua amante,

mas isto não impede Picasso de ser infiel. Françoise lhe dá dois filhos, Claude e Paloma, e aceita as mulheres

dele como parte do relacionamento. Ele, em contrapartida, lhe mostra grandes obras de arte e a apresenta aos

grandes mestres, mas a união gradativamente começa a se desgastar de forma inexorável.

Page 45: História da Arte

Gombrich, Ernest Hans Josef.- História da Arte. 16ª edição 2000 - Editora LTC

Baumgart, Fritz – Breve História da Arte. 3ª edição 2007- Editora Martins Fontes

Proença, Graça – História da Arte. 17ª edição 2007 - Editora Ática

Prette, Maria Carla – Para Entender a Arte, História Linguagem Época Estilo. 1ª

edição 2009 - Editora Globo

Conti, Flávio - Gozzoli, Maria C. – Como Reconhecer a Arte. 1ª edição 1998 – Edições 70

Janson, H. W. – História geral da arte – O mundo moderno. 1ª edição 2001 – Editora

Martins Fontes

Hildegard Feist – Pequena Viagem pelo Mundo da Arquitetura.1ª edição 2006 – Editora

Moderna

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Academicismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Exposi%C3%A7%C3%A3o_mundial

Referências

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Anotações

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