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MANUAL DE TREINAMENTO SOLAS MARCOS MACHADO DA SILVEIRA

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MANUAL DE

TREINAMENTO SOLAS

MARCOS MACHADO DA SILVEIRA

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Manual de Treinamento SOLAS

Marcos Machado da Silveira 2

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Manual de Treinamento SOLAS

Marcos Machado da Silveira 3

MARCOS MACHADO DA SILVEIRA

MANUAL DE TREINAMENTO SOLAS

1ª edição

Niterói/RJ Edição do Autor

2018

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Manual de Treinamento SOLAS

Marcos Machado da Silveira 4

©2018 Marcos Machado da Silveira Direitos reservados ao Autor. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou qualquer meio, eletrônico ou mecânico, sem a permissão por escrito do Autor. Texto: Marcos Machado da Silveira Projeto Gráfico e Capa: Marcos Machado da Silveira Formatação e Diagramação: Marcos Machado da Silveira Revisão: Cláudia Regina M. Baptista

Dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

911492 SILVEIRA, Marcos Machado da: Manual de Treinamento SOLAS. 1ª ed.

– Niterói/RJ: Edição do Autor, 2018. 79 p.; A4

ISBN: 978-85-911492-6-1 (PDF)

1. Manual de Treinamento SOLAS. I. SILVEIRA, Marcos Machado da (Brasil).

CDD 600

Marcos Machado da Silveira Niterói/RJ

[email protected]

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Manual de Treinamento SOLAS

Marcos Machado da Silveira 5

MANUAL DE TREINAMENTO

SOLAS

(nos Equipamentos Salva-Vidas)

Nome do navio:

Porto de registro:

Bandeira:

Tipo de navio:

Indicativo de chamada:

Número IMO:

Ano de construção:

Armador:

Comprimento: Porte bruto:

Boca: Potência do motor principal:

Arqueação bruta: Propulsores auxiliares:

Força de tração estática: Velocidade de serviço:

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Manual de Treinamento SOLAS

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ORIENTAÇÃO À COMPANHIA / OFICIAL DE SEGURANÇA

Este manual de treinamento é um guia completo para o uso dos equipamentos salva-vidas dos navios quando as atualizações mencionadas abaixo forem realizadas. Ele atende às exigências da Convenção SOLAS, Capítulo III, Parte B, Seção V, Regra 35. A fim de atender ao prescrito na Regra 35, é necessário - como mencionado - efetuar a atualização individual com suplementos para cada navio, de tal forma que o manual de treinamento seja específico para este mesmo navio. Isto se aplica aos dispositivos de lançamento de baleeiras e balsas, coletes salva-vidas, etc. Em alguns casos, as instruções para os equipamentos salva-vidas que se encontram neste manual são para vários produtos aprovados, enquanto que em outros casos, somente um único produto é incluído. Se alguns materiais não possuem instruções neste manual, a companhia de navegação, ou o oficial de segurança, deve providenciar ou preparar o respectivo material. Na possibilidade de substituição de alguns equipamentos salva-vidas por novos produtos ou tipos, é também necessária a substituição das instruções no manual. Deve-se ter atenção ao fato de que a Autoridade Marítima exige que as instruções necessárias ao material fornecido estejam de acordo com os novos equipamentos aprovados. A Autoridade Marítima auxiliará o máximo possível na adaptação das instruções dadas pelos fornecedores ao estilo deste manual de treinamento. Os itens a serem ajustados são os seguintes: Página Ação 5 A página principal a ser preenchida. 17 Esquema com os sinais de alarme a serem preenchidos. 18 As Tabelas de Emergência a serem inseridas. 32 Coletes salva-vidas: Instruções a serem inseridas. 33 Roupas de imersão: Instruções a serem inseridas. 34 Dispositivo de proteção térmica: Instruções a serem inseridas. 35 Sinais para lançamento das embarcações de sobrevivência a serem introduzidos. 42 Baleeira: Instruções a serem inseridas. (gatos de escape, dispositivos hidrostáticos

de liberação). 43 Balsa salva-vidas - livro de instruções a ser inserido na bolsa plástica no final do

manual. 44 Bote Rápido de Resgate (FRC): Instruções a serem inseridas. 52 Foguete manual com paraqueda: Instruções a serem inseridas. 53 Facho manual: Instruções a serem inseridas. 54 Sinal fumígeno: Instruções a serem inseridas. 55 e 56 Especificações e instruções do EPIRB a serem inseridas. 57 e 58 Especificações e instruções do SART a serem inseridas. 61 Instruções para o motor da baleeira/bote de resgate a serem inseridas. 71 Instruções para o dispositivo lança-retinidas a serem inseridas. 72 Sinal de alarme a ser inserido. Instruções sobre o bote de resgate a serem

inseridas. 73 Número de boias circulares a bordo a ser inserido. Instruções de uso do sinal

luz/fumígeno de boia a serem inseridas. 75 Instruções para o sinal de homem ao mar a serem inseridas. 77 Instruções para o transceptor portátil VHF a serem inseridas. 78 Instruções para equipamentos de resgate adicionais a serem inseridas.

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INTRODUÇÃO

Este manual de treinamento foi escrito e compilado pelo Autor, que tem trabalhado para o desenvolvimento de um manual de treinamento abrangente e uniforme no uso dos equipamentos salva-vidas de bordo dos navios em conjunto com a introdução do Capítulo III revisado (equipamentos salva-vidas) da Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar, SOLAS 74 *). Este capítulo revisado entrou em vigor em 1º de julho de 1986. O manual de treinamento pretende ser um guia de referência contendo respostas a perguntas que surgem do uso de todos os equipamentos salva-vidas de bordo e, de acordo com a Regra 35 do capítulo acima descrito, ele deve estar disponível em cada refeitório e sala de recreação ou em cada camarote, a fim de que todos os tripulantes tenham acesso à ele. Este manual foi preparado como algo dinâmico, ao qual podem ser feitas correções. Além disso, podem ser inseridas seções para cada usuário quanto aos tipos especiais de navios, equipamentos, política das companhias de navegação quanto a procedimentos, etc. Se este manual foi corretamente preparado para o navio que está identificado na capa, a presente edição receberá a aprovação da Autoridade Marítima atendendo aos requisitos da Regra 35 da Convenção SOLAS 74, em seu Capítulo III.

*SOLAS é uma abreviação de International Convention for the Safety of Life at Sea preparada pela administração da navegação da Organização das Nações Unidas - IMO (International Maritime Organization).

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ÍNDICE

ORIENTAÇÃO À COMPANHIA / OFICIAL DE SEGURANÇA ........................................................ 6 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7 REGRA 35 .......................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 - SEGURANÇA GERAL .................................................................................... 11

1.1. Introdução ......................................................................................................... 11

1.2. Tabela de Postos de Abandono e Incêndio ............................................................. 11 1.3. Tabela de Postos de Homem ao Mar ...................................................................... 12 1.4. Exercícios e Instruções ....................................................................................... 13

1.5. Informações de Segurança e Sinais ....................................................................... 13 1.6. Fuga ................................................................................................................. 15 1.7. Conheça a Localização e Uso do Equipamento de Segurança ................................... 15

CAPÍTULO 2 - QUANDO OCORRE O ACIDENTE ..................................................................... 16 2.1. Introdução ......................................................................................................... 16

2.2. Tipos de Acidentes ............................................................................................. 16 2.3. Tabelas de Postos de Emergência ......................................................................... 17 2.4. Sinais de Alarme................................................................................................. 17

CAPÍTULO 3 - ABANDONANDO O NAVIO .............................................................................. 19

3.1. Introdução ......................................................................................................... 19 3.2. Riscos da Exposição ao Frio ................................................................................ 19

3.3. Um Guia Prático para a Sobrevivência em Águas Geladas ........................................ 22 3.4. Precauções Quando Lançando a Embarcação Salva-vidas ........................................ 31

3.5. Baleeiras e Balsas .............................................................................................. 35 CAPÍTULO 4 - NA EMBARCAÇÃO SALVA-VIDAS ................................................................... 45

4.1. Introdução ......................................................................................................... 45 4.2. Uso da Palamenta da Embarcação Salva-vidas........................................................ 45 4.2. Uso do Equipamento de Detecção da Embarcação Salva-vidas ................................. 49

4.3. Uso do Motor e Acessórios .................................................................................. 59 4.4. Reparos de Emergência dos Equipamentos Salva-vidas ........................................... 62

CAPÍTULO 5 - SITUAÇÕES DE RESGATE ............................................................................. 63 5.1. Introdução ......................................................................................................... 63

5.2. Resgate por Helicóptero ...................................................................................... 63 5.3. Resgate de Terra ................................................................................................ 65

5.4. Dispositivo Lança-Retinida................................................................................... 69 5.5. Situações de Homem ao Mar ................................................................................ 72

CAPÍTULO 6 - EQUIPAMENTOS DE RESGATE PARA NAVIOS ESPECIALIZADOS ....................... 76 6.1. Introdução ......................................................................................................... 76

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 79

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REGRA 35

Manual de Adestramento e Acessórios de Ensino de Bordo

1 Esta regra se aplica a todos os navios.

2 Deverá haver em cada refeitório e sala de recreação, ou em cada camarote dos membros da

tripulação, um manual de adestramento que atenda ao disposto no parágrafo 3.

3 O manual de adestramento, que poderá ter vários volumes, deverá conter instruções e

informações, em termos facilmente compreensíveis e sempre que possível com ilustrações, relativas aos

equipamentos salva-vidas existentes no navio e aos melhores métodos de sobrevivência. Qualquer parte

dessas informações poderá ser apresentada na forma de um recurso audiovisual, em lugar do manual. Os

seguintes itens deverão ser explicados detalhadamente:

.1 modo de vestir os coletes salva-vidas, as roupas de imersão e as roupas antiexposição,

como for adequado;

.2 reuniões nos postos designados;

.3 embarque, lançamento e afastamento do navio, das embarcações de sobrevivência e das

embarcações de salvamento, inclusive, quando aplicável, a utilização dos sistemas de

evacuação marítima;

.4 método de lançamento, realizado do interior da embarcação de sobrevivência;

.5 liberação dos equipamentos de lançamento;

.6 métodos e utilização dos dispositivos de proteção nas áreas de lançamento, quando

apropriado;

.7 iluminação nas áreas de lançamento;

.8 utilização de todos os equipamentos de sobrevivência;

.9 utilização de todos os equipamentos de detecção;

.10 com o auxílio de ilustrações, a utilização do rádio dos equipamentos salva-vidas;

.11 utilização de âncoras flutuantes (boias de arinque);

.12 utilização de motores e acessórios;

.13 recolhimento das embarcações de sobrevivência e das embarcações de salvamento,

inclusive a sua estiva e peiação;

.14 perigos da exposição e necessidade de roupas de frio;

.15 a melhor utilização dos recursos existentes a bordo das embarcações de sobrevivência, de

modo a conseguir sobreviver;

.16 métodos de resgate, incluindo a utilização dos dispositivos de resgate dos helicópteros

(estropos, cestas, macas), das boias-calção, dos aparelhos salva-vidas de terra e dos

equipamentos lança retinida do navio;

.17 todas as demais funções contidas na Tabela de Postos e nas instruções de emergência;

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.18 instruções relativas a reparos de emergência nos equipamentos salva-vidas.

4 Todo navio dotado de um sistema de evacuação marítima deverá dispor a bordo de acessórios de

ensino sobre a utilização do sistema.

5 O manual de adestramento deverá ser escrito no idioma de trabalho do navio.

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CAPÍTULO 1 - SEGURANÇA GERAL

1.1. Introdução Conhecer o uso correto do equipamento salva-vidas do seu navio é vital para você e para outras pessoas no caso de uma emergência. Você pode aumentar o seu conhecimento pela participação nos exercícios, pela leitura deste manual agora, e estando atento a todas as ocorrências no seu trabalho diário no que diz respeito à sua própria segurança e da sua unidade. Esta primeira parte do Manual de Treinamento refere-se à segurança geral. Como a sua atitude em manter a segurança a bordo forma a base de uma segurança mais abrangente. 1.2. Tabela de Postos de Abandono e Incêndio A Convenção SOLAS, Capítulo III, Parte B, Seção V, Regra 37, estabelece:

Instruções Relativas à Tabela de Postos e a

Situações de Emergência

1 A Tabela de Postos deverá especificar os detalhes do alarme geral de emergência e do sistema de

alto-falantes prescritos na Seção 7.2 do Código e, também, as ações a serem realizadas pela tripulação e

pelos passageiros quando soar esse alarme. A Tabela de Postos deverá especificar também como será

dada a ordem de abandonar o navio.

2 Cada navio de passageiros deverá ter procedimentos estabelecidos para a localização e o resgate

de passageiros presos em seus camarotes.

3 A Tabela de Postos deverá indicar as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação,

inclusive:

.1 fechamento das portas estanques, portas de incêndio, válvulas, embornais, portinholas,

gaiútas, vigias e outras aberturas semelhantes existentes no navio;

.2 equipamento das embarcações de sobrevivência e outros equipamentos salva-vidas;

.3 preparação e lançamento das embarcações de sobrevivência;

.4 preparativos gerais e outros equipamentos salva-vidas;

.5 reunião dos passageiros;

.6 utilização dos equipamentos de comunicações;

.7 composição das equipes de combate a incêndio; e

.8 tarefas especiais relativas à utilização dos equipamentos e instalações de combate a incêndio.

4 A Tabela de Postos deverá especificar quais os Oficiais designados para assegurar que os

equipamentos salva-vidas e de combate a incêndio sejam mantidos em boas condições e prontos para

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utilização imediata.

5 A Tabela de Postos deverá especificar os substitutos das pessoas chave que possam vir a ficar

inválidas, levando em consideração que diferentes situações de emergência podem exigir ações

diferentes.

6 A Tabela de Postos deverá indicar as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação, com

relação aos passageiros, em caso de emergência. Essas tarefas deverão incluir:

.1 avisar os passageiros;

.2 verificar se estão com a vestimenta adequada e se vestiram corretamente seus coletes

salva-vidas;

.3 reunir os passageiros nos postos de reunião;

.4 manter a ordem nos corredores e nas escadas e controlar, de uma maneira geral, o

movimento dos passageiros; e

.5 assegurar que seja levada para a embarcação de sobrevivência uma provisão de

cobertores.

7 A Tabela de Postos deverá ser preparada antes do navio suspender. Após haver sido preparada, se

houver qualquer mudança na tripulação que exija uma alteração da tabela, o Comandante deverá fazer

uma revisão na Tabela de Postos, ou preparar uma nova.

8 O modelo da Tabela de Postos utilizada nos navios de passageiros deverá ser aprovado.

De acordo com a Convenção SOLAS, as informações para conhecimento geral, tais como as Tabelas de Postos, as quais determinam o que cada tripulante deve fazer em uma emergência, têm de ser afixadas em todos os navios. Entre estas informações estão as “Tabelas de Postos de Abandono e Incêndio”. Estas podem diferir de navio para navio, dependendo da companhia. As Tabelas de abandono e de Incêndio podem também variar de acordo com o tipo de navio e número de tripulantes. Determinadas exigências gerais se aplicam ao conteúdo destas tabelas de postos, entre outras coisas, que devem conter informação sobre quando os vários sinais devem ser usados e como são. É vital que todos a bordo tenham bem compreendidas suas funções em emergências. Por esta razão, é o dever de cada tripulante estudar cuidadosamente estas tabelas assim que embarcar. Para assegurar que todos a bordo conheçam suas funções nas emergências, devem ser realizados exercícios. É durante os exercícios que se descobre coisas que não estão de acordo e ter solucionadas as dúvidas. Relembre! Pergunte - enquanto houver tempo para respostas! Durante uma emergência não existe tempo para responder às perguntas. Relembre! É seu dever participar dos exercícios e das fainas de abandono e incêndio 1.3. Tabela de Postos de Homem ao Mar Se uma pessoa cai n’água, é vital que seja recuperada e trazida para bordo o mais rápido possível. Os casos mais frequentes de morte não são por causa de afogamento, mas sim por causa do frio. Para garantir uma rápida recuperação de pessoas que tenham caído n’água, alguns navios

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possuem as Tabelas especiais de Postos para Homem ao Mar - Tabelas MOB. Estas Tabelas consistem de somente um pequeno número de tripulantes os quais, em caso de alguém cair n’água, podem lançar rapidamente a embarcação de resgate e salvar o náufrago. Alguns navios possuem botes de resgate especialmente para este fim, em outros, a baleeira a motor é usada. As Tabelas de Postos para Homem ao Mar devem estar próximas às Tabelas de Postos de Abandono e de Incêndio, ou nelas incluídas.

1.4. Exercícios e Instruções Tão importante quanto o fato da tripulação estar preparada para agir corretamente em qualquer emergência, é a necessidade de se ter conhecimento sobre o que pode provocar um acidente; devido a isto, são realizados frequentemente exercícios para as várias emergências e, a fim de suplementar os exercícios são dadas instruções sobre os vários equipamentos salva-vidas. 1.5. Informações de Segurança e Sinais Para melhora da segurança, várias informações e sinais são colocadas em vários locais de bordo; estes podem ser avisos sobre o conteúdo de vários compartimentos, caixas ou similares. Os sinais de segurança devem ser separados em um sistema de sinais obrigatórios, sinais de proibição, sinais de alerta, sinais de emergência e sinais de combate a incêndio. Estes sinais devem estar de acordo com os padrões internacionais, os quais muitas vezes são símbolos, figuras e desenhos no texto, tornando assim mais fácil o entendimento por todas as nacionalidades.

OBRIGATÓRIO

FAZER

PROIBIÇÃO

NÃO FAZER

AVISO PERIGO

EMERGÊNCIA MODO SEGURO

COMBATE A INCÊNDIO

LOCALIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIO

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SIMBOLOGIA IMO/SOLAS

Nº 72000401 Apertar os cintos de segurança

Nº 72000412 Embarcação de salvamento

Nº 72000402 Fechar as escotilhas

Nº 72000413 Balsa salva-vidas

Nº 72000403 Dar partida no motor

Nº 72000414 Balsa salva-vidas arriada por turco

Nº 72000404 Arriar até a água a embarcação salva-vidas

Nº 72000415 Escada de embarque

Nº 72000405 Arriar até a água a balsa salva-vidas

Nº 72000416 Rampa de abandono

Nº 72000406 Arriar até a água a embarcação de salvamento

Nº 72000417 Boia salva-vidas

Nº 72000407 Liberar as talhas

Nº 72000418 Boia salva-vidas com retinida

Nº 72000408 Acionar borrifo d’água

Nº 72000419 Boia salva-vidas com dispositivo de iluminação automática

Nº 72000409 Acionar suprimento de ar

Nº 72000420 Boia salva-vidas com dispositivo de iluminação e fumígeno

Nº 72000410 Liberar as peias

Nº 72000421 Colete salva-vidas

Nº 72000411 Embarcação salva-vidas

Nº 72000422 Colete salva-vidas para criança

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Manual de Treinamento SOLAS

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Nº 72000423 Roupa de imersão

Nº 72000428 Foguete manual estrela vermelha com paraquedas

Nº 72000424 Rádio portátil para embarcação de sobrevivência

Nº 72000429 Aparelho lança-retinida

Nº 72000425 EPIRB

Nº 72000430 Posto de reunião

Nº 72000426 Transponder-radar

Nº 72000431 - Nº 1 Nº 72000432 - Nº 2 Nº 72000433 - Nº 3 Nº 72000434 - Nº 4

Nº 72000427 Sinal de socorro pirotécnico de embarcação de sobrevivência

Nº 72000435 Seta de 150 mm Nº 72000436 Seta de 225 mm

1.6. Fuga Um sistema de rotas de fuga está disposto em todos os camarotes e seções do navio. Estas rotas de fuga estão marcadas por sinais na cor verde. É sempre importante conhecer a sua rota de fuga - e como esta pode ser necessária como alternativa para rotas de fuga, é sempre inteligente conhecer as várias possibilidades. Preserve a segurança a bordo e verifique se alguma rota de fuga está bloqueada - mantenha as rotas de fuga livres para atenderem seus propósitos, denominados FUGA. 1.7. Conheça a Localização e Uso do Equipamento de Segurança A localização do equipamento de segurança é cuidadosamente planejada e, antes do navio ser construído, é aprovada pela administração. Não importa onde você esteja no navio, sempre haverá nas proximidades um equipamento de segurança - mas lembre-se de que pode ser difícil localizá-los se, por exemplo, os compartimentos estiverem cheios de fumaça, desta forma é mais inteligente conferir a localização do equipamento antes de ter que usá-lo.

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CAPÍTULO 2 - QUANDO OCORRE O ACIDENTE

2.1. Introdução No mar, podem ocorrer vários tipos de acidentes. Esta parte mostra o que você deve saber e o que fazer no momento em que ocorre o acidente até a possível decisão de abandonar o navio. 2.2. Tipos de Acidentes O navio e o marítimo podem encontrar muitos tipos diferentes de emergências. Muitos destes podem ser evitados com atenção e conhecimento dos perigos potenciais. Por esta razão, é importante não se expor nem a outros aos perigos devidos à desatenção.

Conheça as suas atribuições em uma emergência!

Esteja preparado - uma emergência pode acontecer a qualquer momento!

O seu conhecimento e treinamento lhe dão melhores chances para enfrentar uma emergência.

As emergências podem surgir por várias razões, por exemplo: Fogo/Explosão: pode surgir por falha ou má operação do equipamento, por auto-ignição cau-sada pelo descuido em área de risco ou fumar no beliche. Colisão: pode ser causada por falha nas máquinas ou leme, vigia inadequada ou descuido na navegação. Encalhe: como a colisão, pode ser causado por descuidos na navegação, falha das máquinas ou leme, mau tempo ou se a âncora de bordo garrar. Vazamento: ocorre se o casco, convés ou escotilhas do navio são avariadas. Gelo: pode ser perigoso, especialmente para navios menores. Este reduz a estabilidade do navio, o que pode provocar emborcamento.

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Manual de Treinamento SOLAS

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Homem ao Mar: para resgatar com segurança para bordo novamente, uma pessoa que caiu n’água, uma ação rápida e eficiente é exigida da tripulação. Todas as emergências citadas representam perigo à vida humana; a maioria delas pode levar ao abandono e perda do navio. O final feliz de uma emergência implica que você também execute suas atribuições com responsabilidade e atenção. 2.3. Tabelas de Postos de Emergência A fim de enfrentar uma situação de emergência da melhor maneira, é necessário um planeja-mento. Os planos são chamados de Tabela de Postos de Emergência e compreendem as Tabelas de Postos de Abandono e Incêndio respectivamente, devendo incluir a situação para Homem ao Mar. Além de que para o oficial encarregado do seu posto e para você mesmo, é sua obrigação familiarizar-se completamente com a Tabela de Postos, considere ainda:

Qual é a minha função, eu entendi o que fazer?

Onde eu devo comparecer?

Onde está o equipamento a ser usado?

Quem dá as ordens?

A quem eu devo me dirigir?

O que o alarme do navio quer dizer? É sua obrigação atender a todas as emergências e exercícios. Seu posto na Tabela de Postos é definido por sua categoria, nome, número na tripulação ou número do beliche. 2.4. Sinais de Alarme Nos exercícios, ou quando surge uma emergência, a tripulação é alertada por meio do sistema de alarme do navio e pelo apito. Os sinais de alarme do seu navio são definidos pela Tabela de Postos de Emergência e aqui abaixo.

Tipo do Alarme Sinal Meios de Alarme Instrução

Alarme de Emergência

Uma série de sete (7) toques curtos não inferiores a dez (10) segundos. O local, a natureza da emergência e outras instruções serão transmitidas por meio do intercomunicador

Campainha de alarme geral, apito e intercom

Todos devem se dirigir para o ponto de reunião com a roupa de trabalho, botas, capacetes e coletes salva-vidas

Alarme de Incêndio Toque intermitene Campainha de alarme geral, apito e intercom

Todos devem se dirigir aos seus postos com o equipamento de combate a incêndio estabelecido

Alarme de Homem ao Mar

3 toques longos (letra “O”)

Campainha de alarme geral, apito e intercom

A tripulação do bote de resgate se dirige aos seus postos imediatamente e portando roupas de imersão, se possível. O resto da tripulação aguarda ordens

Alarme de Abandono Toque contínuo Campainha de alarme geral, apito e intercom

Todos devem se dirigir aos seus postos

Leia-os com

atenção!

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Manual de Treinamento SOLAS

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INSERIR AS TABELAS DE POSTOS DE EMERGÊNCIA E HOMEM AO MAR

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Manual de Treinamento SOLAS

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CAPÍTULO 3 - ABANDONANDO O NAVIO

3.1. Introdução A decisão de abandonar o navio é tomada pelo Comandante. Você pode contribuir para uma operação com sucesso conhecendo o que fazer e quais os perigos que podem surgir. Esta parte do manual de treinamento mostra a você o que fazer nas várias situações a partir do momento em que a ordem de abandonar o navio é dada até você estar na embarcação salva-vidas. 3.2. Riscos da Exposição ao Frio O resfriamento pela permanência na água fria é a mais freqüente causa de morte por acidentes no mar. As investigações dos desastres com navios têm mostrado que o risco de se morrer por exposição ao frio é maior do que o por afogamento. É de grande importância o conhecimento sobre a proteção contra o frio e o tratamento de pessoas que ficaram expostas. A temperatura da água é parte importante nas chances de sobrevivência. Isto não é uma regra universal, pois a resistência das pessoas ao frio e seus instintos de autopreservação se diferem amplamente. A tabela seguinte, baseada em estatísticas pode, de qualquer forma, dar uma indicação das possibilidades.

Temp. água

oC

Tempo aproximado em horas até cansaço ou

inconsciência morte 0 ¼ ¼ -1 ½

10 ½ - 1 1 - 2 15 2 - 4 6 - 8 20 3 - 7 20 - 30

25 12 mais que

30

A temperatura interna do corpo humano é mantida constantemente ao redor de 37ºC. O aumento da temperatura para 40-41ºC resulta em delírio. Se a temperatura cair para 33ºC pode ocorrer inconsciência. A aproximadamente 25ºC ocorre a morte, pois o coração não pode funcionar em baixas temperaturas. O homem se assemelha a um forno controlado termostaticamente, que precisa manter a temperatura de 37ºC. Se há perda de calor, a combustão deve ser aumentada a fim de produzir mais calor. Se o corpo é exposto ao frio, a temperatura tenta ser mantida por tremores e calafrios. Ao mesmo tempo é reduzida a quantidade de sangue quente na pele, com a mesma tornando-se fria e pálida, aumentando assim o isolamento térmico. Se a perda de calor é muito alta para ser compensada pelos calafrios e aumento do isolamento térmico, a temperatura do corpo cairá; começa devagar e aumenta até ocorrer a morte.

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A possibilidade do corpo compensar a perda de calor pelos calafrios e aumento do isolamento térmico pelo estreitamento dos vasos sanguíneos é muito limitada se comparada com a quantidade de calor perdida quando um corpo cai na água. Mesmo a temperaturas de 30ºC ocorrerá um substancial resfriamento, e somente poucos locais no mundo possuem água com temperatura tão alta. Quando uma pessoa cai na água fria, esta imediatamente penetrará nas roupas. A camada de isolamento com ar nas roupas será substituída pela água e a pele ficará muito fria. Os vasos sanguíneos na pele se estreitarão mas, se a temperatura da água é inferior aos mencionados 30ºC, não conseguirão isoladamente prevenir a perda de calor. O corpo tentará produzir mais calor retesando os músculos - ocorrerão calafrios. Como a temperatura cai, os calafrios tornam-se fracos e a pessoa não sentirá frio por muito tempo, pois irá ficando inconsciente lentamente. Caindo na água fria os braços e pernas ficarão rapidamente paralisados, tornando difícil para a pessoa que caiu, agarrar e segurar a retinida lançada. Quando n’água, você pode fazer alguma coisa para sobrevi-ver. Se existe a possibilidade, tente sair da água o mais rápido possível. A água resfria 5 a 6 vezes mais que o ar, mesmo com ventos velozes. Se você está na água fria e não pode nadar para algo próximo, mantenha suas roupas, evite movimentos e espere o resgate. Não superestime sua habilidade de nadar na água fria. Se você está usando colete salva-vidas que mantém sua cabeça e pescoço fora d’água, o resfriamento do corpo será mais lento, pois a artéria principal para a cabeça é menos exposta ao frio nas partes onde corre próxima à pele. Uma ajuda extra para reduzir o resfriamento pode ser obtida com a pressão do colete contra o peito, mantendo os braços próximos ao corpo, dobrando os joelhos contra o colete e mantendo as pernas juntas. Como você vê, usar o colete não é somente uma questão de evitar o afogamento, mas também uma questão de sobrevivência por longo período. Com muitas pessoas, o mesmo efeito pode ser alcançado juntando-se como mostrado na figura ao lado. Além desta posição dar suporte psicológico. O objetivo destes procedimentos é proteger as partes do corpo que são mais vulneráveis ao resfriamento - o peito, o pescoço, a nuca e a virilha. Assim que você entrar em uma balsa coberta, deve fechar as entradas a fim de preservar o calor produzido pelo corpo. Tente restaurar a capacidade de isolamento térmico das roupas torcendo-as. Com muitas pessoas na balsa, você deve se manter junto às mesmas. Ajude as que não podem se manter próximas. Elas não devem perder os sentidos ou ficarem patéticas, sendo mantidas acordadas.

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É tido com verdade, há muito tempo, que o álcool aquece. Isto está completamente errado. O álcool aumenta os vasos sanguíneos da pele e dá a falsa impressão de calor. É verdade que a pele aquece, mas o calor é produzido nos órgãos internos tais como o cérebro e coração. Acontece exatamente a mesma coisa se você massageia um sobrevivente de água gelada. O sangue da pele é posto em circulação, mas o calor é obtido das partes internas do corpo, resultando em perigoso resfriamento dos órgãos internos. O tratamento para um sobrevivente de água gelada deve ser a prevenção imediata de mais perda de calor. As roupas molhadas devem ser retiradas e substituídas por secas. Se isto não é possível, as roupas devem ser torcidas. O calor deve ser agora transferido do exterior para o corpo a fim de elevar a temperatura. Este é o maior problema no tratamento dos sobreviventes de água gelada. Quando a pele é aquecida, os vasos sanguíneos alargarão e acontece a mesma coisa quando se bebe álcool. O calor do corpo é deslocado para a superfície enquanto o sangue resfriado na pele é deslocado para os órgãos internos. O reaquecimento de um sobrevivente pode ser feito de várias maneiras. Você deve distinguir entre três diferentes princípios de reaquecimento.

1. Se o sobrevivente da água gelada está consciente, são dadas bebidas quentes e, se possível, envolto em um cobertor. Mas lembre-se - nunca tente dar nada de beber para um inconsciente - ele pode ficar asfixiado se isto entalar na sua garganta.

2. Se o sobrevivente da água gelada ficou exposto a um longo resfriamento - ou

está talvez inconsciente - você tem duas possibilidades de tratamento.

A: Reaquecimento rápido: A melhor forma de restabelecimento é dar ao sobrevivente da água gelada um banho quente. O corpo todo, braços e pernas devem estar submersos. A cabeça deve ser apoiada. A temperatura da água deve estar ser de 39-40ºC. (Isto corresponde a um banho quente normal). Quando ele está consciente e acabaram os calafrios, é então levado para uma cama e coberto.

B: Reaquecimento lento: Se você não tem a possibilidade de dar um banho

quente, o enfermo é enrolado em cobertores com um plástico por dentro, se possível. Os braços devem ficar separados do corpo. Os cobertores não podem ser aquecidos e é importante que a cabeça esteja adequadamente coberta. O enfermo é colocado em um quarto não muito quente (15-20ºC). Quando estiver consciente, são dadas bebidas quentes.

A pessoa pode estar tão gelada que um médico deve ter dificuldades em decidir se a pessoa está morta. Por esta razão deve-se iniciar o tratamento mesmo que não possam ser encontrados sinais de vida. Não se deve colocar um sobrevivente de água gelada em estado grave em um quarto quente. Isto deve resultar na abertura dos vasos sanguíneos e sangramento dos órgãos mais internos do corpo (coração, cérebro) no último aquecimento. Se há sobreviventes de água gelada em estado grave para serem tratados de uma só vez, deve-se especialmente cuidar dos enfermos que não apresentam sinais visíveis de calafrios.

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As pessoas que ainda têm calafrios estarão ainda com uma temperatura do corpo alta a ponto de não haver combate contra o frio - como uma regra, estes se restabelecerão rapidamente quando forem colocados em uma cama e beberem algo quente. Envolvendo em Cobertores

Uma folha plástica envolvendo o sobrevivente de água gelasa, se

possível

O cobertor de baixo é enrolado no enfermo

O restante da pessoa é envolvido. Especialmente a cabeça é coberta

Maiores informações podem ser obtidas em:

“Um Guia Prático para Sobrevivência em Água Gelada” que foi publicado pela Organização Marítima Internacional - IMO, inserido neste manual;

Guia Médico Internacional. O Efeito de Resfriamento do Vento A tabela abaixo mostra como o vento resfria a pele para cada temperatura baixa - quanto maior a velocidade, menor a temperatura.

Velocidade do vento

m/s Temperatura do ar ambiente (linha superior)

Temperatura equivalente (linhas seguintes)

Calmaria + 10 + 5 0 - 5 - 10 - 15

5 + 6 +2 - 6 - 13 -18 -23

10 + 2 - 3 - 12 - 21 - 26 - 31

15 - 2 - 9 - 18 - 29 - 34 - 39

20 - 6 - 15 - 24 - 37 - 42 - 47

Todas as temperaturas estão em graus centígrados. 3.3. Um Guia Prático para a Sobrevivência em Águas Geladas O propósito deste guia é examinar os riscos da exposição ao frio que podem comprometer a sua vida. O guia lhe proporciona conselhos de como prevenir ou minimizar tais perigos. Uma completa compreensão da informação contida neste guia pode algum dia salvar sua vida. Durante a segunda guerra mundial, a marinha do Reino Unido perdeu sozinha cerca de 45.000 homens no mar, dos quais estima-se que 30.000 morreram afogados ou de hipotermia. Muitos dos que se afogaram, morreram por incapacitação devido ao frio. Ainda hoje os exemplos são parecidos. É importante imaginar que você não está desamparado para tentar sua própria sobrevivência

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em água gelada. A perda de calor do corpo é um processo gradual, e uma pesquisa mostra que em água calma a 5ºC, uma pessoa normalmente vestida tem 50 por cento de chance de sobreviver por uma hora. As técnicas de alto-ajuda podem facilmente prolongar este tempo, particularmente se a pessoa estiver usando um colete salva-vidas. Você pode fazer a diferença; Este guia tenta mostrar a você como. Seu Corpo O entendimento de como o seu corpo reage ao ar frio ou à exposição à água e o conhecimento dos passos que você pode dar para ajudar o seu corpo a retardar os efeitos nocivos da influência do frio, o ajudarão no seu esforço em permanecer vivo no caso de exposição à água gelada. Imagine o seu corpo possuindo um núcleo interno e uma camada externa. Dentro do núcleo o seu corpo produz uma grande quantidade de calor como resultado das suas funções normais, tais como exercícios físicos e digestão. A natureza exige que o núcleo do seu corpo seja mantido na temperatura ideal de 37ºC. Uma rede de vasos sangüíneos percorrendo o núcleo e a camada externa do seu corpo carrega o calor produzido pela “fornalha” dentro do núcleo, e o distribui por todo o corpo. A natureza também dá ao seu corpo um sistema muito sensível de regulagem da temperatura interna em 37ºC. Por exemplo, se a temperatura a sua volta é alta, como num dia quente ou em uma sauna, os vasos sanguíneos próximos à pele do seu corpo dilatarão, permitindo um maior fluxo de sangue na camada externa e aumento da perda de calor. Isto o deixará confortável e evita o aumento da temperatura do núcleo. Se o ambiente está frio, o seu corpo estreitará os vasos sanguíneos da camada externa e fará com que o importante calor interno não se perca tão rapidamente.

Seu corpo Vasos dilatados Vasos estreitados

Este sistema regulador esforça-se para manter a temperatura do interior do corpo constante, apesar das variações da temperatura ao seu redor. O corpo só pode fazer isso dentro de certos limites. Existem níveis de exposição ao frio quando o corpo deve manter a temperatura interior na escolhida pela natureza (37ºC). Você deve dar sua ajuda agindo corretamente e usando roupas de proteção. Perda de Calor e Isolamento do Corpo O corpo libera seu calor para o ambiente das seguintes maneiras:

CONDUÇÃO é a transferência de calor pelo contato direto com a água fria ou outros materiais. O calor passa do seu corpo, que está com uma temperatura relativamente

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alta, para uma substância com temperatura inferior. Determinadas substâncias são melhores condutores de calor que outras. A água conduz calor muitas vezes mais rápido que o ar.

CONVECÇÃO é a transferência de calor por correntes de ar ou de água. O ar em movimento resfria mais do que o parado. O resfriamento pelo vento é conhecido como efeito “arrepio do vento”. Da mesma forma, a água agitada ou em movimento ao redor do seu corpo arrepia mais do que a parada na mesma temperatura.

RADIAÇÃO é a transferência de calor por raios de energia sem o contato direto com outras substâncias, tal como um aquecedor na sala.

Condução Convecção Radiação

EVAPORAÇÃO é a vaporização, ou secagem, de líquido, tal como a transpiração ou umidificação com roupas molhadas. Quando o corpo fica muito quente, haverá transpiração e a evaporação deste suor ajudará a resfriar a pele. Embora a transpiração possa ser muito útil dando a você um agradável efeito de refrigeração em um dia quente, a evaporação da umidificação da roupa pode retirar o importante calor do corpo em um dia frio.

Na maioria das partes do mundo, o homem não pode sobreviver sem a ajuda de roupas. As roupas, por si mesmas, não aquecem o corpo; o corpo é, na verdade, aquecido pela sua própria produção de calor. O calor do corpo aquece a camada de ar retido entre a pele e as roupas. É esta camada de ar que produz o isolamento. Se a camada de ar é perdida, o isolamento é então diminuído. Esta camada de ar retido entre a pele e as roupas pode ser afetada por movimentos ou entrada de água. Em cada caso, o precioso ar aquecido é deslocado e a temperatura da pele cairá. O calor do núcleo do corpo será então usado no esforço de manter a temperatura da pele. Se a perda de calor da pele se mantem descontrolada, a temperatura do corpo cairá. Hipotermia A perda de calor do corpo é um dos maiores riscos para a sobrevivência de uma pessoa no mar. A taxa de perda de calor depende da temperatura da água e do ar, da velocidade do vento, condições do mar, tempo de permanência na água, roupas de proteção usadas, o tipo do corpo do sobrevivente, e a maneira com a qual o sobrevivente se conduz. Uma temperatura baixa anormal do interior do corpo pode ser reconhecido por uma série de sintomas. No início da exposição, o corpo tenta combater a perda excessiva de calor estreitando seus vasos sanguíneos (para reduzir a transferência de sangue para a superfície) e pelos calafrios (para produzir mais calor no corpo). Entretanto, se a exposição é grave, o corpo não é capaz de produzir ou armazenar calor suficiente. A temperatura interna começa a cair. Quando a temperatura do corpo está abaixo de 35ºC a pessoa está sofrendo de “hipotermia”.

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Por isto, desconforto, cansaço, pouca coordenação, dormência, fala prejudicada, desorientação e confusão mental acontecem com facilidade. Como a temperatura interna desce abaixo de 31ºC, pode ocorrer inconsciência; os calafrios são normalmente substituídos por cãibras, e as pupilas dos olhos podem dilatar. A batida do coração fica irregular e fraca e o pulso é dificilmente sentido. Contudo a morte pode ocorrer em qualquer fase da hipotermia, quando a temperatura da pessoa está abaixo de 30ºC é muito difícil de se afirmar se ela está viva ou morta. A morte por hipotermia é então definida como fracasso na tentativa de se reanimar por reaquecimento. Abandono do Navio Os registros mostram que muitos navios afundam em menos de 15 minutos. Isto dá pouco tempo para ser formulado um plano de ação, sendo essencial ter pronto em uma emergência um planejamento cuidadoso. Aqui estão alguns pontos importantes para você relembrar quando abandonando o navio:

1. Vista as camadas de roupa quente possíveis, incluindo proteção para o pé, garantindo a cobertura para a cabeça, pescoço, mãos e pés. Aperte, feche e/ou abotoe as roupas para evitar a entrada de água.

2. Se uma roupa de imersão está disponível, coloque-a sobre as roupas quentes.

3. Se a roupa de imersão não possui flutuação inerente, coloque um colete salva-vidas

corretamente.

4. Se houver tempo todas as pessoas devem antes de embarcar na balsa ou, em alguns casos imediatamente após embarcar, tomar remédio contra enjoo na dose da bula. O enjoo interferirá nas suas chances de sobrevivência, pois o vômito retira líquidos preciosos do corpo e, de uma forma geral, o deixa mais propenso à hipotermia enfraquecendo seu corpo.

5. Se possível, evite a entrada na água, embarcando em uma balsa operada por turco

(davit) do convés das embarcações ou por meio do sistema de fuga marítimo (prancha inflável). Se a balsa operada por turco, o sistema de fuga marítimo ou outros meios de embarque a seco não estão disponíveis, use as escadas de embarque laterais ou, se necessário, desça por meio de um cabo ou mangueira de incêndio.

6. A menos que não possa ser evitado, não pule na água de altura superior a 5 metros.

Tente minimizar o choque de uma súbita imersão na água fria. Um mergulho rápido na água fria pode causar uma morte súbita ou um aumento incontrolado da respiração pode resultar na entrada de água nos pulmões. Existem situações em que pode ser necessário pular na água; neste caso, você deve manter os cotovelos apertados do lado, cobrir o nariz e a boca com uma mão enquanto segura o pulso ou o cotovelo com a outra mão. Não se deve pular na água na popa da embarcação no caso do navio ainda ter seguimento.

7. Uma vez na água, quer seja acidentalmente ou por abandono do navio, oriente-se e

tente localizar o navio, baleeiras, balsas, outros sobreviventes ou outros objetos flutuantes. Se você não pode se preparar antes de entrar na água, abotoe a roupa agora. Na água gelada você pode experimentar calafrios violentos e muita dor. Estes são reflexos naturais do corpo que não são perigosos. Você tem, entretanto, necessidade de agir o mais rápido possível antes de perder o total uso das mãos; abotoe as roupas, ligue as luzes de sinalização, localize o apito, etc.

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8. Enquanto estiver flutuando na água, não tente nadar, a menos que seja para alcançar uma balsa próxima, um outro sobrevivente, ou um objeto flutuante no qual você pode se agarrar ou subir. Uma natação desnecessária eliminará qualquer água aquecida entre o seu corpo e as camadas das roupas, além de aumentar a taxa de perda de calor do corpo. Ainda, os movimentos desnecessários de seus braços e pernas mandam o sangue aquecido do interior para as extremidades (braços e pernas) e deste modo para as partes externas do corpo. Isto pode resultar em uma perda de calor muito rápida. Fique calmo e assuma uma boa posição para evitar se afogar.

9. A posição que você assume na água é também muito

importante na conservação do calor. Flutuar o máximo possível com suas pernas juntas, cotovelos fechados do lado e braços dobrados na frente do colete salva-vidas. Esta posição minimiza a exposição da superfície do corpo à água gelada. Tente manter sua cabeça e pescoço fora da água.

10. Tente embarcar em uma baleeira, balsa, ou outra plataforma

ou objeto flutuante assim que possível a fim de reduzir o tempo de imersão. Relembre que você perde calor do corpo muitas vezes mais na água do que no ar. Como a eficiência do seu isolamento foi seriamente reduzida pela entrada de água, você deve agora tentar se proteger do frio e evitar o efeito do “arrepio de vento” (resfriamento convectivo). Se você dirige o embarque na baleeira, a proteção pode ser acompanhada da ajuda de uma capa de lona ou vinil, ou uma peça de roupa sem uso. Manter-se junto aos outros ocupantes da baleeira ou balsa conservará o calor do corpo.

11. Mantenha otimismo quanto à sua sobrevivência e resgate. Isto aumentará as chances

de dilatar o seu tempo de sobrevivência até o resgate chegar. A sua vontade de viver faz a diferença!

Tratamento do Sobrevivente de Imersão O tratamento para hipotermia dependerá seguramente das condições do sobrevivente e dos recursos disponíveis. De uma forma geral, os sobreviventes que estão conscientes e capazes de relatarem suas experiências, apesar de tremerem dramaticamente, exigem somente a remoção de todas as roupas ou cobertores molhados. Se possível, eles devem ser retirados da água na horizontal e carregados neste sentido, ou do contrário ser colocado na horizontal (ou melhor ainda, na posição de inconsciente ilustrada na próxima página) o mais rápido possível e mantido nesta posição. Devem ser dadas bebidas doces e quentes, mas somente se a vítima está completamente consciente e com reflexos de restrição para falar e tosse. É também recomendado descanso em um ambiente aquecido não excedendo a 20ºC (temperatura normal ambiente). O álcool ou o fumo, bem como a massagem ou fricção na pele fria devem ser evitados. Todavia, relembre sempre que todos os sobreviventes conscientes podem desmaiar e ficarem inconscientes logo após o resgate. Por esta razão eles devem ser mantidos descansando na horizontal, com suas pernas pouco elevadas (posição de choque), e serem observados por pelo menos duas horas. Na maioria dos casos, onde o sobrevivente não está tremendo e está semiconsciente, inconsciente, ou aparentemente morto, serão necessárias medidas imediatas de primeiros socorros para preservar a vida enquanto se aguarda conselho médico para procedimentos mais detalhados. As medidas de primeiros socorros recomendadas para um sobrevivente de imersão são as seguintes:

1. No resgate, sempre verifique a respiração do sobrevivente, a pulsação da carótida por um minuto (como ilustrado) e reação da pupila;

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2. Se o sobrevivente não está respirando, certifique-se de que as vias respiratórias estão desobstruídas (remova dentaduras, se houver) e inicie a respiração artificial imediatamente (boca-a-boca ou boca-a-nariz). Se o coração parecer não bater, então a ressuscitação cardíaca pode ser aplicada. Porém, você deve ter certeza de que não há pulsação (relembre que a hipotermia reduz e enfraquece muito a pulsação) e, uma vez iniciada a respiração, esta deve prosseguir até o paciente estar completamente reaquecido ou chegar ao hospital;

3. Se o sobrevivente está respirando mas inconsciente,

coloque-o na posição “inconsciente” como aqui ilustrada. Isto é necessário para assegurar que a respiração da pessoa não esteja obstruída por sua língua ou por seu vômito;

4. Evite toda a movimentação que não é necessária para

determinar se existem ferimentos graves; não remova as roupas molhadas; não massageie.

5. Além disso, previna a perda de calor através da

evaporação e da exposição ao vento. Envolva o paciente em cobertores e/ou sacos para acidentados ou saco plástico grande e o transfira imediatamente para área abrigada ou convés inferior num compartimento com 15ºC a 20ºC, mantendo-o na horizontal, com a cabeça

ligeiramente abaixada.

6. As instruções de reaquecimento e decisões para tratamento adicional devem normalmente partir somente de um médico. Se o conselho médico não está imediatamente disponível, continue aplicando os procedimentos essenciais de salvamento dados nos parágrafos de 1 a 5 acima. Ainda, se a pessoa resgatada está fria a aparenta a morte, ou se ela tem gangrena e/ou não tem pulsação e respiração, o aquecimento deve ser imediato.

6.1 Método ‘Ativo’ de aquecimento: este é feito de preferência em banho com água

aquecida (38ºC a 40ºC - mão quente) ou usando alternativamente cobertores ou lençóis aquecidos (cerca de 45ºC, não pode ser mais quente);

6.2 Método ‘Passivo’ de aquecimento: corte as roupas da pessoa para serem removidas

sem incomodar. Envolva então a pessoa em cobertores para reduzir mais a perda de calor. Não tente aquecer a pessoa com ações enérgicas. Coloque almofadas de aquecimento ou bolsas térmicas sob o cobertor, na cabeça, pescoço, tórax e virilha - mas nunca coloque na pele nua, pois a pele fria é facilmente queimada.

Se os métodos passivos ou ativos de aquecimento não estão disponíveis, aplique então o calor do corpo pelo corpo-a-corpo direto com o resgatado. Enrole ainda um cobertor juntando o resgatado e a pessoa, ou pessoas que dão o calor. Em todos os casos tente controlar a pulsação e a respiração. As orientações básicas acima no tratamento de primeiros socorros são ilustradas em diagramas.

Posição Segura para uma Pessoa Inconsciente - O braço de baixo é colocado atrás das costas; - O braço de cima é dobrado com a mão sob o queixo; - A perna de baixo é dobrada no joelho;

- A perna de cima é colocada estirada.

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Início (Resgate)

Respiração

Sim

Não

1. Isole para prevenir mais perda de calor através da evaporação e exposição ao vento. Evite movimentos desnecessários - deixe as roupas molhadas e coloque cobertores e/ou sacos plásticos. Remova para um local abrigado;

2. Coloque a pessoa na posição “inconsciente” quando possível;

3. Deve ser dado oxigênio, se disponível; 4. Se foi inalada água, provoque a respiração funda

e tosse; 5. Requisite assistência médica; 6. Observe a pessoa de perto até iniciarem os

tremores. Na ausência de orientações médicas reaqueça a pessoa com ambos os métodos ‘ativos’ e ‘passivos’ descritos na página anterior.

1. Desobstrua as vias aéreas, verifique a pulsação da carótida e as reações das pupilas;

2. Inicie imediatamente a respiração artificial (boca-a-boca, boca-a-nariz). Se a pulsação não pode ser sentida, comece a ressuscitação cardíaca;

3. Isolar para prevenir mais perda de calor através da exposição ao vento. Evite movimentações desnecessárias - deixe as roupas molhadas e envolva os cobertores e/ou saco plástico. Controle a pulsação, respiração e consciência da vítima e faça o reaquecimento se a pessoa aparenta estar morta ou se sua condição piora;

4. Procure orientação médica. Se esta não está disponível, continue a ressuscitação até o paciente estar também reaquecido ou encaminhado ao hospital.

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Ferimento pelo Frio Outro problema que o sobrevivente enfrenta nos ambientes frios é o risco de contrair ferimentos. Tais ferimentos normalmente resultam de exposições prolongadas a temperaturas ambientes baixas, especialmente quando as velocidades do vento são altas. Os ferimentos pelo frio podem ser do tipo por congelamento ou não. 1. Ferimento por Congelamento (Congelação) Congelação é o termo dado à condição quando os fluidos do tecido congelam em determinadas áreas do corpo; as mãos, face e pés são particularmente suscetíveis . Causa Exposição, particularmente da pele nua a temperaturas abaixo de 0ºC, especialmente quando combinadas com o movimento do ar. Estar alerta às balsas ou sobreviventes em embarcações abertas que são propensos a este ferimento. Consequentemente, deve-se dar atenção à duração do tempo de vigia. Diagnóstico Os sintomas são:

1. profunda palidez da pele;

2. início de dormência e dureza locais quando é difícil franzir o rosto ou dobrar os dedos dos pés ou das mãos;

3. completa ausência de tato na área afetada; e

4. rigidez local devida ao congelamento da carne.

Esteja atento aos primeiros sinais de congelação em você mesmo e nos outros. Prevenção Se a pele nua deve ser exposta ao tempo, os períodos de exposição devem ser mantidos no mínimo e serem particularmente evitados os ventos congelantes. O exercício e massagem moderada no estágio inicial ajudará a prevenir o aparecimento de ferimento pelo frio. NÃO fume; o fumo reduz o fornecimento de sangue às mãos e aos pés. Não devem ser consumidas bebidas alcoólicas . Tratamento Percebendo os sinais acima, devem ser tomadas as medidas imediatas para reaquecer a parte congelada antes que ocorra dano permanente. Afaste-se do vento. Reaqueça as parte congeladas colocando-as em uma parte do corpo aquecida como mãos sob axilas, mão fechada sobre a face, nariz, orelha, etc. As partes congeladas podem ser também reaquecidas colocando-as em água com uma temperatura não superior a 40ºC. Uma vez ocorrido o congelamento, NÃO friccione ou massageie as áreas afetadas. 2. Ferimento pelo Frio Não Congelante (Pé Imerso) Pé imerso é o termo dado à condição quando a temperatura dos tecidos locais nos membros (geralmente os pés) permanece abaixo da normal, mas acima da de congelamento por um período prolongado. Isto é normalmente encontrado em sobreviventes de naufrágio que ficaram no frio e à deriva por vários dias. Geralmente o pé ficou molhado e imóvel, mas este

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ferimento pode ocorrer em condições secas. Outros fatores que contribuem são sapatos apertados e sentar mantendo os pés para baixo como quando se senta em uma cadeira por períodos longos. Diagnóstico Os pés ficam brancos, dormentes, frios e frequentemente ficam ligeiramente inchados. Quando retornam ao calor os pés ficam quentes, vermelhos, inchados e normalmente doloridos. Prevenção Deve haver todo o empenho dos sobreviventes em manter seus pés aquecidos e secos. Os cadarços devem ser folgados; os pés devem ser levantados e são encorajados os exercícios com os dedos e tornozelo muitas vezes ao dia. Quando possível, os sapatos devem ser tirados e os pés mantidos aquecidos sob as axilas, mas fora da roupa, de um ocupante próximo. Alternativamente, uma roupa sobrando pode ser enrolada nos pés para mantê-los aquecidos. Deve-se evitar o fumo. Tratamento Após o resgate deve haver todo o empenho em evitar o reaquecimento rápido dos membros afetados. Deve haver o cuidado de não se machucar a pele ou furar as bolhas. Elevar as pernas para reduzir a inchação e cobri-las levemente. Relembre que os membros dormentes não sentem calor ou qualquer outra dor e são muito facilmente queimados. NÃO massageie os membros afetados. 3. Recapitulação Explicamos resumidamente como o seu corpo reage ao frio, o que você pode fazer para evitar os efeitos danosos do frio e finalmente, como prestar socorro a um sobrevivente de imersão. Vamos agora recapitular a história com um número de lembretes importantes. Siga-os, sua vida pode depender disso!

1. Planeje os seus movimentos em uma emergência! Pergunte a você mesmo o que fazer se surgiu uma emergência. Qual a sua saída mais próxima para o convés em uma fuga? Onde está a mais próxima e disponível roupa de imersão, colete ou balsa? Como você poderá usar rapidamente suas roupas para mal tempo, roupas e luvas de isolamento, sinais de alerta, etc.?

2. Conheça como o seu equipamento de sobrevivência funciona. A hora da emergência

não é hora para aprender;

3. Mesmo nos trópicos, antes de abandonar o navio, vista muitas camadas de roupa para compensar os efeitos do frio. Use uma roupa de imersão se disponível;

4. Coloque um colete salva-vidas o mais rápido possível em uma situação de emergência;

5. Quando abandonando o navio, tente embarcar na baleeira ou balsa seco sem entrar na

água. Tome o remédio contra enjoo assim que possível;

6. Se a imersão na água é necessária, tente entrar na água gradualmente;

7. A natação aumenta a perda de calor. Nade somente para um refúgio próximo;

8. Para reduzir a sua perda de calor, flutue na água com suas pernas juntas, cotovelos do lado e braços cruzados no peito;

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9. Em uma situação de emergência, você deve se convencer a ter a esperança de sobreviver. Isto geralmente faz a diferença entre vida e morte.

Concluindo, um planejamento prévio, a preparação e a atenção às suas funções podem ser os fatores mais significantes na sua luta com a imersão na água gelada e na sua sobrevivência. Familiarize-se com o conteúdo deste guia. 3.4. Precauções Quando Lançando a Embarcação Salva-vidas Dependendo do tipo de navio, certas precauções serão necessárias, às quais deve-se prestar particular atenção antes do lançamento da embarcação salva-vidas. A seguinte informação pode ser relevante:

Iluminação de emergência na área de embarque: posição, operação;

Riscos especiais quando lançando: descarga externa. A área de embarque é o convés onde está localizada a embarcação salva-vidas. As roupas de imersão tem material com flutuabilidade intrínseca, e por este motivo o usuário não precisa usar um colete salva-vidas. Os dispositivos de proteção térmica normalmente têm de ser usados em conjunto com um colete para haver flutuabilidade suficiente.

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO COLETE SALVA-VIDAS

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DA ROUPA DE IMERSÃO

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO TÉRMICA

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3.5. Baleeiras e Balsas Embarque, lançamento e liberação Geral O sinal de abandono é dado pelo apito do navio seguido pelo mesmo sinal no sistema de alarme geral ou campainhas de alarme de incêndio. O sinal pode variar de navio para navio, desta forma você deve sempre conferir na Tabela de Postos de Abandono qual sinal é usado no seu navio. Veja também a seção 2.4. Você deve sempre ter certeza para qual embarcação salva-vidas você está destinado. Reuna-se ao seu posto assim que o sinal de abandono tiver soado. Coloque o colete salva-vidas, amarre-o corretamente, e então prossiga com as suas funções da Tabela de Postos de Abandono como praticado durante os exercícios. Se a embarcação para a qual você está determinado está avariada, uma outra embarcação salva-vidas será usada. Espere a ordem ser dada. A decisão de abandonar o navio é tomada pelo Comandante. A ordem é dada ao encarregado da baleeira da seguinte maneira: Sinal:

Walkie-talkie:

Intercomunicador:

Embarque O embarque em baleeiras e balsas pode ser feito de acordo com os 3 princípios:

a) Pelo uso das escadas de embarque arriadas no bordo do navio;

b) Também pelo embarque na baleeira ou balsas diretamente na sua posição de estiva ou após terem sido arriadas até o convés das embarcações. O lançamento final será então executado com a tripulação a bordo da baleeira ou balsa;

c) Pela evacuação usando-se uma prancha inflável especial. (Este sistema é especial para uso em “ferry-boats”).

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Quando abandonando o navio, você deve tentar embarcar na embarcação salva-vidas sem se molhar. No entanto, pode ser necessário pular n’água antes do embarque na baleeira ou balsa. Se isto for necessário, lembre-se sempre:

1. Nunca pule de cabeça na água;

2. Pule na posição em pé;

3. Segure firme o seu colete salva-vidas;

4. Não pule dentro da baleeira ou balsa;

5. Pule na água o mais próximo possível da baleeira ou balsa. A tripulação necessária para o lançamento de uma baleeira depende do tipo a bordo e do sistema de lançamento. Nos navios construídos recentemente o lançamento pode ser feito de dentro da própria baleeira. É necessária a sua atenção às instruções contidas abaixo: A tripulação típica para o lançamento de uma baleeira típica é de 5-6 pessoas:

O encarregado da baleeira, no comando do lançamento. Dá partida no motor;

O subencarregado. No comando se o encarregado não estiver disponível;

Duas pessoas colocam os bujões, liberam as trapas, deixam prontas as talhas de encosto. Assim que a baleeira tiver sido arriada ao nível do convés das embarcações, a talha de encosto é guarnecida. Após isso, libere as boças do turco;

Uma pessoa passa a boça e dá volta na parte de vante do navio. Arria a escada de embarque. Ajuda os tripulantes e passageiros a embarcarem com segurança;

Uma pessoa fica à disposição no freio operando a alavanca. Arria quando for ordenado para tal.

Uma ou mais das funções acima podem ser executadas pela mesma pessoa. A tripulação típica para o lançamento de uma balsa inflável operada por turco pode ser 2-3 pessoas: O encarregado da balsa - no comando do lançamento. O subencarregado. - No comando do lançamento se o encarregado está ausente. Ajuda os tripulantes e passageiros a embarcarem com segurança.

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Uma pessoa de prontidão no turco. Arria afastando na ordem dada pelo encarregado da balsa. Algumas das funções acima podem ser executadas pela mesma pessoa. A partir deste momento, o encarregado da embarcação salva-vidas é responsável por seu lançamento. Se a comunicação por walkie-talkie não é usada durante o lançamento da baleeira ou balsa, o encarregado pode usar os seguintes sinais:

(-) um apito curto significa arriar as baleeiras. (--) dois apitos curtos significa parar de arriar as baleeiras.

Haverá sempre reunião nos postos de abandono antes do embarque para verificar se todos estão em seus postos. Lançamento Baleeiras O lançamento da baleeira deve ser feito de acordo com os procedimentos de lançamento treinados nos exercícios:

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1. Verifique se os pinos de segurança não estão no lugar; 2. Coloque os bujões; 3. Passe a boça de proa para o navio e dê volta avante; 4. Arrie a escada de embarque; 5. Verifique se o guincho do turco não está engralhado; 6. Verifique se os pendentes de encosto estão seguros e as talhas de encosto prontas. Os

pendentes e as talhas de encosto podem estar combinados em um único dispositivo; 7. Solte os gatos e macacos e confira se as trapas estão liberadas; 8. Com muito cuidado arrie a baleeira até o convés das embarcações manualmente na

alavanca do freio. Não deixe ocorrer queda livre, os pendentes de encosto não são fortes o suficiente para aguentarem o peso da embarcação;

9. Guarneça as talhas de encosto, certifique-se de que os chicotes estão livres e a bordo; 10. Libere os pendentes de encosto juntos; 11. Informe ao passadiço que a baleeira está pronta; 12. Os passageiros e tripulação embarcam. Garanta que estejam sentados. Nas

embarcações abertas devem manter braços e pernas para dentro, nas fechadas, as escotilhas são fechadas;

13. Afaste a baleeira do costado com o dispositivo de encosto, libere o dispositivo logo após;

14. Quando ordenado, arrie n’água. O freio deve ser todo aberto; 15. Quando a baleeira flutuar libere os gatos de escape, e cuidado com os gatos soltos; 16. Embarque as pessoas do lançamento e libere a boça de proa; 17. Afaste a baleeira do navio, mantenha atenção nas vizinhanças para qualquer

sobrevivente na água. Nas baleeiras a motor, o motor é colocado em funcionamento após ordem do encarregado da mesma. Lançamento Quando o Navio tem Seguimento O SOLAS estabelece que todos os botes de resgate e ainda as baleeiras nos navios de carga com 20.000 TPB ou mais, devem ser lançados enquanto o navio tiver seguimento avante máximo de 5 nós em mar calmo.

Em acréscimo a este requisito, é importante observar que:

O exigido se aplica na construção dos dispositivos de lançamento, por exemplo, o tipo e estrutura dos turcos, boças, etc.

Nenhuma exigência é feita nos treinos ou exercícios para o lançamento das embarcações quando o navio tem seguimento.

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Quando o lançamento ocorre com o navio com seguimento avante, este deve ser feito em acordo com as instruções abaixo, preparadas pela IMO, e o exercício pode ser realizado somente se a embarcação é aprovada para este propósito pela Autoridade Marítima.

Mesmo para uma tripulação experiente, existe risco no lançamento de embarcações de um navio com seguimento avante.

Orientações para o Treinamento de Tripulações no Lançamento de Baleeiras e Botes de Resgate de Navios Seguimento Adiante Anexo à Resolução A.624(15) da IMO, revogada pela Resolução A.921(22). Apesar de sua revogação pela incorporação ao Código STCW, Parte A (obrigatória), o Autor considera importante apresentar essas instruções detalhadas. 1. O Capítulo III da Convenção SOLAS-1974, com as emendas de 1983, não contém exigências obrigatórias para o treinamento no lançamento de baleeiras e botes de resgate de navios navegando com seguimento avante. Entretanto se tal treinamento é realizado, as orientações devem ser seguidas. 2. Estas orientações se aplicam aos exercícios de lançamento mencionados na regra 18.3.8 do capítulo III das emendas de 1983 do SOLAS, sobre baleeiras e botes de resgate capazes de serem lançados com segurança de navios com seguimento avante com velocidade de até 5 nós em águas calmas, como prescrito nas regras 16.3 e 28.2 do mesmo capítulo III, e portanto aplicadas aos navios de 20.000 TPB ou mais, e a aos navios novos com botes de resgate instalados, e qualquer outro navio com baleeiras ou botes de resgate instalados com sistemas de liberação com proteção adequada contra o uso acidental ou prematuro. 3. Estas orientações são suplementares aos procedimentos a serem seguidos para um equipamento em particular instalado a bordo de um navio como descrito nas instruções e informação encontrada no manual de treinamento de bordo exigido pela regra 18.2 do capítulo III (por exemplo este manual de treinamento). Este incluirá as instruções de lançamento e recuperação, o uso do dispositivo de liberação, safar a embarcação do navio e quando aplicado, o uso da boça. A tripulação da embarcação deve ser instruída nos procedimentos a serem seguidos antes do exercício iniciar. 4. Os exercícios devem ser realizados a bordo de um navio fundeado ou atracado, onde houver um adequado movimento relativo entre o navio e a água, ou em terra onde as condições forem semelhantes. Alternativamente, com a prudência do comandante, os exercícios podem ser executados a bordo de um navio com seguimento avante em águas abrigadas. Para uma maior segurança, isto não é necessário quando treinando em equipamento com capacidade de lançamento com velocidade máxima de 5 nós no seguimento avante. Os exercícios devem ser realizados com uma baixa velocidade relativa da água, principalmente quando houver pessoal inexperiente envolvido. Quando planejando o exercício, deve-se considerar a certeza de que, sempre que praticável, a velocidade relativa da água será a mínima quando recuperando a embarcação. 5. Nenhum dos itens destas orientações têm a intenção de impedir os exercícios executados em navios onde tais exercícios são executados regularmente e com fundamentos elementares com as tripulações das embarcações bem treinadas e experientes. 6. Quando planejando e executando os exercícios de lançamento mencionados na regra 18.3.8 do capítulo III, devem ser tomadas as seguintes precauções:

Os exercícios só podem ser executados sob a supervisão de um oficial experiente em tais exercícios e em condições de mar calmo.

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A embarcação deve ser abastecida pelo auxiliar substituto para uso no exercício no caso de eventuais circunstâncias imprevistas; por exemplo, quando for possível, uma segunda embarcação deve ser preparada para lançamento.

Onde for possível, o exercício deve ser realizado quando o navio tiver a borda livre mínima (calado máximo).

As instruções para os procedimentos devem ser dadas à tripulação da embarcação pelo oficial encarregado antes do exercício iniciar.

O número de tripulantes da embarcação deve ser o mínimo compatível com o exercício a ser realizado.

Devem ser usados, quando apropriado, os coletes salva-vidas e roupas de imersão.

Exceto no caso das embarcações totalmente fechadas, deve ser usada a proteção para a cabeça.

Para o finalidade do exercício, os trilhos, quando instalados, devem ser removidos a menos que sejam projetados para permanecerem em todas as condições de lançamento.

No caso de embarcações totalmente fechadas, todas as aberturas devem estar fechadas, exceto a vigia do timoneiro que deve permanecer aberta para favorecer uma melhor visão do lançamento.

Deve ser estabelecida comunicação via rádio, entre o oficial encarregado de arriar a embarcação, o passadiço e a própria embarcação antes da sua descida começar, e ser mantida durante todo o exercício.

Durante a descida e recuperação, e enquanto a embarcação está próxima ao navio, deve-se ter certeza de que o propulsor do navio não está girando, se possível.

O motor da baleeira deve estar funcionando antes desta entrar na água.

O lançamento e recuperação devem ser seguidos de uma palestra para consolidar as lições aprendidas.

Baleeiras e Balsas em Navios Construídos Recentemente Em 1º de junho de 1986 entraram em vigor os novos regulamentos para os equipamentos salva-vidas. Os navios de carga construídos após a data acima mencionada podem ser equipados com um dos três seguintes sistemas de equipamentos salva-vidas:

Baleeiras a motor fechadas em ambos os bordos com acesso e dispositivos de lançamento da sua posição de estiva. Soma-se ainda a capacidade extra das balsas infláveis de bordo.

Uma baleeira a motor totalmente fechada posicionada a ré com acesso da sua posição de estiva e dispositivos de lançamento por queda livre da popa. São incluídas

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adicionalmente balsas infláveis em ambos os bordos e um bote de resgate.

Outros navios, não sendo petroleiros, com um comprimento menor que 85 m podem ser equipados com balsas infláveis operadas por turco em ambos os bordos e um bote de resgate.

As baleeiras totalmente fechadas são auto-adriçantes após emborcarem. As baleeiras a bordo de navios químicos e de gás que liberam gases nocivos são equipados com sistemas de ar comprimido em ampolas. Nos petroleiros, as baleeiras têm um sistema adicional de proteção ao fogo com borrifo de água. O mesmo sistema é também instalado em navios químicos e de gás certificados para transportarem cargas altamente inflamáveis. Os navios de passageiros construídos recentemente são equipados com baleeiras parcialmente fechadas em ambos os bordos. Elas podem ser total ou parcialmente substituídas por balsas infláveis operadas por turco. Existe ainda a capacidade adicional de botes de resgate e balsas infláveis. Liberação Quando a embarcação salva-vidas está flutuando, deve ser desconectada dos gatos de escape. Em algumas baleeiras os gatos de escape podem ser desconectados puxando-se um gancho de liberação manual. Em outras, os gatos de escape devem ser desconectados manualmente e separadamente em cada extremidade (proa e popa). Os gatos de escape (moitões de flutuação) devem ser somente liberados por ordem do encarregado e pessoas com treinamento devem estar prontas para segurá-los a fim de evitar ferimentos. As balsas lançadas por turco podem estar equipadas com um dispositivo automático/semiautomático de liberação, mas na maioria dos casos, a liberação é feita manualmente do gato de escape. Durante os exercícios com as baleeiras e balsas são praticados os procedimentos completos de lançamento, incluindo a liberação. Dispositivo de Liberação Hidrostático Se a balsa inflável não foi liberada para flutuação manualmente soltando-se o gato de escape, o dispositivo de liberação hidrostático liberará automaticamente a balsa quando o navio afundar. O dispositivo de liberação hidrostático liberará o casulo quando chegar a uma profundidade de 2 a 4 metros.

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DA BALEEIRA (SE APLICÁVEL)

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DA BALSA INFLÁVEL

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO BOTE RÁPIDO DE RESGATE (FRC)

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CAPÍTULO 4 - NA EMBARCAÇÃO SALVA-VIDAS

4.1. Introdução Quando você está seguro na embarcação salva-vidas tendo abandonado o navio, a maior parte da operação de resgate foi bem sucedida. Esta parte do manual de treinamento é sobre o uso da palamenta da embarcação salva-vidas que o ajudará a sobreviver e ser resgatado. 4.2. Uso da Palamenta da Embarcação Salva-vidas A Baleeira Com a baleeira tendo sido arriada e lançada, é importante mantê-la afastada do costado do navio. Para este fim, use os dois croques (permaneça sentado quando os usar). Se você não pode soltar as boças, use uma das machadinhas colocadas em cada extremidade da embarcação. Com a baleeira liberada, o mais importante agora é se afastar do navio, quer seja usando os remos ou o motor, mantendo-se calmo e agindo determinadamente. Durante o lançamento ou quando navegando, pode entrar água na baleeira. A baleeira possui uma bomba de esgoto operada manu-almente, um bartedouro flutuante e dois baldes. (Mais tarde os baldes podem ser usados para captar água da chuva). Se houver pessoas em torno da embarcação na água, você pode usar os dois aros de salvamento flutuantes amarrados a um cabo flutuante não menor que 30 metros. Jogue os aros para as pessoas, mas não as atinja. Tente permanecer junto das outras balsas e embarcações. Quando a embarcação está safa do navio você pode usar a âncora flutuante (drogue). A âncora flutuante é um saco cônico feito de lona. Um pequeno furo no fundo do saco permite à água sair e assim prevenir do saco murchar. Na parte superior do saco tem um cabo amarrado e no fundo (extremidade pontuda) há um fiel. Quando puxando o fiel, o fundo do saco ficará voltado para a embarcação sendo mais fácil embarcar a âncora. A âncora flutuante é encontrada nas baleeiras e nas balsas infláveis. Em alguns tipos de balsas infláveis a âncora flutuante é automaticamente lançada. O uso do drogue tem dois propósitos: - Para manter a popa da embarcação em oposição à direção do mar e para evitar a deriva da posição onde ocorreu o acidente. As operações de busca e salvamento normalmente iniciam nesta posição. A primeira e talvez a parte mais difícil do resgate já terminou e talvez você perceba que o que você acreditava poder acontecer somente às outras pessoas foi mais fácil que o esperado, e a bordo nós temos alguns equipamentos que aumentam as possibilidades de ser resgatado.

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No mar, podem passar muitos dias antes de se ser resgatado e por isso a embarcação é equipada com recipientes estanques contendo 3 litros de água potável para cada pessoa que esta pode acomodar. Quando racionando a água use a seguinte regra - sem água nas primeiras 24 horas e depois disso, ½ litro por pessoa por dia. Se você espera passar muitos dias antes de ser resgatado, a ração de ½ litro pode ser reduzida para ¼ de litro. Isto significa um suprimento de água para 12 dias. Para distribuição da água você encontrará uma caneca com fiel e um recipiente graduado. É aconselhado distribuir a ração diária de forma que a água é dada 2 a 3 vezes ao dia. Nunca beba água do mar! A ração sólida consiste de comida seca com não menos que 10.000 kJ para cada pessoa correspondendo a aprox. 20 sanduíches comuns. Isto não é muito, mas é suficiente para prevenir você de ficar faminto ou morrer. Enquanto durar a ração você não deve comer mais nada. Quando esta acabar você deve tentar a sorte como um pescador e a bordo tem um estojo de pesca. Como uma regra você pode normalmente comer peixe com escamas. No entanto comer peixe não substitui a água potável. A bordo você encontrará uma faca de marinheiro. A ração sólida está embalada em latas ou plástico e existem 3 abridores de lata. As possibilidades de se ferir são muitas, por exemplo, quando abandonando o navio, na embarcação, operando o motor, etc. e este é o porquê do kit de primeiros socorros (estojo médico) estar a bordo. O dispositivo de proteção térmica está disponível para 2 pessoas ou 10% das pessoas que a embarcação está certificada para acomodar. Em primeiro lugar, todos as pessoas feridas, se houver, devem ser protegidas contra o frio com estes auxílios. É importante que todos os recipientes contendo comida, água potável, rádio, e kit de primeiros socorros sejam imediata e cuidadosamente fechados após o uso. Não deixe existir o risco de algo ser destruído pela água do mar - Este é um assunto sobre vidas humanas. Palamenta da Baleeira

1 jogo de remos;

1 jogo de forquetas;

2 croques;

1 bartedouro (cuia);

2 baldes;

1 manual de sobrevivência;

1 agulha magnética na bitácula;

1 âncora flutuante;

2 boças;

2 machadinhas;

3 litros de água potável por pessoa;

1 recipiente antiferrugem graduado;

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1 ração sólida com pelo menos 10.000 kJ para cada pessoa; 4 foguetes com paraquedas;

6 fachos manuais;

2 sinais fumígenos;

1 lanterna de emergência (Morse) com pilhas e lâmpada sobressalente;

1 espelho de sinalização diurna;

1 tabela de sinais de salvamento;

1 apito;

1 estojo de primeiros socorros (4);

6 doses de medicamento contra enjoo para cada pessoa;

1 saco para enjoo para cada pessoa;

1 faca com fiel;

3 abridores de lata;

2 aros de resgate com retinida;

1 bomba de esgoto manual;

1 estojo de pesca;

1 extintor de incêndio;

1 holofote de busca;

1 eficaz refletor radar;

1 jogo de ferramentas para ajustes do motor. A Balsa Inflável Muitos dos aspectos relativos à estadia em uma baleeira, como mencionado anteriormente, são também válidos quando permanecendo em uma balsa inflável. No entanto existem condições especiais relativas à balsa inflável e você deve ler cuidadosamente as instruções encontradas em qualquer balsa (O manual de instruções para as balsas deste navio está inserido nas pastas plásticas no fim deste livro). O que segue é um extrato do manual de instruções da Viking. I. Cuidados imediatos quando embarcando na balsa inflável

Corte o cabo, usando a faca colocada no tubo da cobertura. Use os remos para se afastar do navio.

Procure por outros sobreviventes e os retire da água usando o aro de resgate com retinida.

Lance a âncora flutuante. Ela não é disparada automaticamente.

Assobio da válvula de segurança: Feche a válvula de segurança com o tampão de borracha assim que diminuir a sobrepressão. Para a posição da válvula de segurança.

II. Maiores Instruções: Kit de Emergência e Equipamento de Primeiros Socorros Os estojos do equipamento está preso nos flutuadores e piso de um dos lados da balsa. O estojo de emergência contém, além de outras coisas, kit de primeiros socorros com instruções de uso. Os remos estão presos no topo do estojo de emergência e, nos bordos estão os sacos com foles e kits de reparo. Montagem da Balsa Salva-vidas Durante os resgates envolvendo muitas balsas, estas devem ser interconectadas quando

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possível. A distância entre as balsas deve ser pelo menos de 12 m. Secar a Balsa Salva-vidas (Fundo e cobertura infláveis) Retire a água do fundo o mais rápido possível. Use o bartedouro para jogar o máximo de água fora. Após isso, use a esponja (no estojo de emergência) para enxugar a água restante. É importante inflar o fundo e a cobertura desde que estes propiciem o correto isolamento contra o frio. O fundo duplo e a cobertura da balsa são inflados manualmente com os foles do estojo de emergência. As válvulas para enchimento, instaladas no fundo e na cobertura da balsa, são conectadas às mangueiras dos foles. Após o enchimento - que não pode ser excessivo - as tampas (plugs) são enroscadas. Se os sobreviventes ficarem molhados, suas roupas devem ser retiradas uma vez, primeiramente abaixadas até a cintura. Torça-as totalmente - roupas molhadas são melhores do que nenhuma. Drogue e cabo O drogue e o cabo, que está preso ao flutuante inferior, devem ser lançados imediatamente (o cabo/ fiel de liberação será cortado antes). O drogue estabiliza a balsa, reduzindo então o risco de virar. Ele também reduz a deriva da posição de onde pode ter sido disparado o rádio. O estojo de emergência contém um drogue com cabo sobressalente. Fechando as entradas e Testando as luzes de tope Feche as entradas (veja as instruções montadas na cobertura, nas entradas, na parte interna da balsa). Uma lâmpada (luz de tope) está instalada externamente no topo da balsa, uma outra, está pelo lado de dentro. Ambas as lâmpadas se acendem automaticamente quando a balsa é inflada e entra em contacto com a água. Se uma ou ambas as lâmpadas estão fora de operação, tente localizar o problema se possível. Dentro da balsa, há uma chave liga/ desliga que você pode desligar para poupar energia de dia. Reenchimento Após uma longa permanência na balsa, você pode ter de encher os dois flutuadores e os arcos da cobertura desde que estejam murchos. As válvulas de enchimento estão dentro da balsa, uma em cada flutuador e uma nos arcos da cobertura. Conecte a mangueira dos foles nas válvulas e encha até você sentir que os flutuadores e o arco ficaram duros. Após completar o enchimento, coloque as tampas (plugs) nas válvulas. Palamenta da Balsa Salva-vidas

Instruções operacionais (ações imediatas);

2 âncoras flutuantes e cabos;

Foles;

Estojo de reparo;

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1 faca de segurança flutuante - 2 para balsas para mais do que 12 pessoas;

4 foguetes com paraquedas;

6 fachos manuais;

2 fumígenos flutuantes;

1 jator elétrico para sinais morse com lâmpada e pilhas sobressalentes; 1 apito;

1 espelho para sinalização diurna;

Tesouras;

Instruções de sobrevivência;

Tabela de Sinais de Salvamento;

1 cuia flutuante, 2 em balsas para mais do que 12 pessoas;

2 esponjas;

Ração sólida, 10.000 kJ por pessoa;

Água potável, 1,5 litros por pessoa;

1 vaso graduado para beber;

3 abridores de lata;

1 estojo de pesca;

1 caixa de primeiros socorros;

Medicamento contra enjoo, 6 doses por pessoa;

Saco para enjoo, 1 por pessoa;

1 refletor radar;

Dispositivo de proteção térmica para 10% do número de pessoas autorizadas na balsa ou 2, se este número for maior;

2 remos flutuantes. 4.2. Uso do Equipamento de Detecção da Embarcação Salva-vidas Cedo ou tarde um navio passará próximo a uma embarcação salva-vidas e é importante manter uma vigia intensa, dia e noite, a fim de ter a atenção atraída no momento correto para o equipamento de detecção usado pela embarcação salva-vidas. No período diurno você deve usar os sinais fumígenos flutuantes, o espelho de sinalização diurna e o apito. De noite você deve usar os foguetes com paraquedas, os fachos manuais e o jator elétrico apto para a sinalização Morse, o apito e o holofote de busca. Os foguetes com paraquedas e os fachos manuais podem ser usados à luz do dia, mas não com sol muito forte. Para todos os equipamentos de detecção estão disponíveis instruções - leia-as cuidadosamente.

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Rádio Todos têm a obrigação - no seu interesse próprio - de assegurarem que o aparelho rádio para os equipamentos salva-vidas é trazido para bordo da baleeira ou da balsa. Os aparelhos tradicionais de comunicação para os equipamentos salva-vidas são:

Aparelho rádio portátil (transceptor de baleeira);

EPIRB’s (rádio-baliza);

Walkie-talkies (rádios portáteis VHF ou UHF) Nos navios equipados com GMDSS o equipamento consiste de:

Respondedores-radar (SARTs);

Walkie-talkies (rádios VHF portáteis);

A possibilidade adicional de se trazer para bordo da baleeira ou balsa o EPIRB montado no mecanismo de autoliberação, frequentemente localizado na parte mais alta do navio (tope do mastro principal).

Rádio de Emergência (transceptor de baleeira) As instruções completas estão dentro do casulo estanque que faz parte do equipamento. Lembre-se sempre de amarrar o rádio à embarcação por meio de um cabo. Como regra geral, um rádio sem uma antena não é um rádio, assim, tenha cuidado ao instalar a antena, siga as instruções e não se apresse, isto pode evitar que você fique muitos dias na embarcação. Enquanto estiver instalando a antena você deve controlar para que o refletor radar esteja no lugar e mais desimpedido possível. Sinais de Socorro 1. Os seguintes sinais, usados ou exibidos juntos ou separadamente, indicam socorro e necessidade de assistência:

a) uma arma ou outro sinal explosivo disparado em intervalos de aproximadamente um minuto;

b) um toque contínuo com qualquer dispositivo de alerta em neblina; c) foguetes ou fogos, disparando estrelas vermelhas, uma por vez, em intervalos curtos; d) um sinal feito em radiotelegrafia, ou por qualquer outro meio de sinalização consistindo

do grupo SOS (• • • – – – • • •) no código Morse; e) um sinal feito em radiotelefonia consistindo da palavra falada “Mayday”; f) o sinal de socorro do Código Internacional de Sinais indicado por N.C.; g) um sinal consistindo de uma bandeira quadrada tendo acima ou abaixo algo se

assemelhando a uma esfera; h) chamas a bordo (como as de um tambor queimando óleo, resíduos etc.); i) um foguete com paraquedas ou facho manual com luz vermelha; j) um sinal com fumaça de cor alaranjada; k) o sinal feito com o levantar e abaixar dos braços do lado do corpo; l) o sinal de alarme radiotelegráfico; m) o sinal de alarme radiotelefônico; n) os sinais transmitidos pelas rádio-balizas (EPIRB’s).

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2. O uso ou exibição de alguns dos sinais precedentes exceto com o propósito de indicar socorro e necessidade de assistência e é proibido o uso de outros sinais que podem ser confundidos com algum dos sinais acima. 3. Deve ser dada atenção às seções relevantes do Código Internacional de Sinais, do Manual de Busca e Salvamento para Navios Mercantes e os seguintes sinais:

a) um pedaço de lona na cor laranja com um quadrado e círculo negros ou outro símbolo apropriado (para identificação do ar);

b) um sinalizador por tingimento.

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO FOGUETE MANUAL COM PARAQUEDA

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO FACHO MANUAL

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO SINAL FUMÍGENO

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Os navios que não possuem instalados os equipamentos GMDSS, transportam uma rádio-baliza (EPIRB) como parte do equipamento de comunicação de suas balsas salva-vidas. As rádio-balizas se parecem com pequenas boias e os transmissores podem ser ativados manual ou automaticamente. Dependendo das frequências usadas, os sinais transmitidos capacitam outros navios, aeronaves ou satélites a localizarem a posição da rádio-baliza. A partir de 1º de agosto de 1993, os navios são também equipados com outro tipo de rádio-baliza, mas sua função primária é ser automaticamente ativada no caso do navio afundar. A rádio-baliza tem um mecanismo de liberação hidrostática e é posicionada em algum lugar próximo ao tope do navio. A rádio-baliza pode ser liberada manualmente e transportada para bordo da embarcação salva-vidas. A bordo tem: Tipo: ________________________________ Ativação: AUTOMÁTICA / MANUAL Localização: __________________________

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO EPIRB

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Transponder-radar (SART) Os navios equipados com GMDSS (e todos os navios desde 1º de fevereiro de 1995) têm que transportar um transponder-radar a bordo. Para os propósitos de localização, este equipamento substitui as “velhas” rádio-balizas. Quando o equipamento radar de uma aeronave ou navio alcança um “SART” (Transponder de Busca e Resgate) ativado, este transmite um sinal consistindo de um número de pontos visíveis na tela do radar da aeronave ou navio de resgate. A bordo tem: Tipo: ________________________________ Ativação: AUTOMÁTICA / MANUAL Localização: __________________________

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO SART

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4.3. Uso do Motor e Acessórios Como todos sabem, um motor deve ser inspecionado antes e agora e então ajustado. A embarcação contém ferramentas suficiente para pequenos ajustes e também as instruções para a partida e operação do motor. Se ocorre um incêndio no motor e acessórios, você tem um equipamento portátil de extinção de incêndio apto para debelar todos os tipos. O motor deve ter potência e combustível suficiente para propiciar uma velocidade de 6 nós por um período mínimo de 24 horas. Isto dá uma distância de 144 milhas náuticas. Instruções Operacionais (Padrão) Antes da partida:

a) Coloque a alavanca da caixa redutora na posição neutra;

b) Coloque o controle do combustível no mínimo;

c) Verifique com a vareta se o nível de óleo lubrificante está entre as marcas da vareta no motor e na redutora;

d) Verifique se há água de refrigeração mais ou menos na metade do tanque de expansão;

e) Se é esperado um tempo muito frio, adicione a mistura anticongelante correspondente à

temperatura abaixo do ponto de congelamento, ou drene toda a água de refrigeração;

f) Verifique se o propulsor e o leme estão livres. Partida:

a) Ative a descompressão;

b) Gire a alavanca de acionamento manual rapidamente mais ou menos 20 vezes;

c) Libere a descompressão e verifique onde a manete de partida está posicionada na peça de compressão. Se a manete está no encaixe de baixo, gire esta meia volta no encaixe e assim você opera contra a compressão;

d) Agora ative a descompressão novamente e gire o motor quantas rotações for possível.

e) Libere a manete de descompressão ao mesmo tempo em que você opera a manete de

partida vigorosamente;

f) O motor parte. Após a partida:

a) Verifique a pressão do óleo lubrificante no manômetro no painel de instrumentos. A pressão do óleo lubrificante deve estar entre 2 e 4 Kg/cm2 (nunca deve ser inferior a 1 Kg/cm2);

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b) Engate a redutora avante ou atrás quando em marcha lenta;

c) Ajuste as rotações para o valor desejado;

d) Após alguns minutos de navegação verifique se a temperatura da água de refrigeração é normal 75-85ºC (no caso de refrigeração na quilha a embarcação deve se deslocar em máxima carga).

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO MOTOR

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4.4. Reparos de Emergência dos Equipamentos Salva-vidas Balsas Salva-vidas Em uma balsa inflável você encontrará um estojo de reparos. Pequenos vazamentos podem ser controlados pelo uso dos remendos encontrados no estojo de reparos, e como último recurso, pelo uso de trapos molhados. As avarias nos flutuantes podem ser controladas deslocando-se o peso para o lado oposto da balsa até a avaria estar fora d’água permitindo ser reparada. Os vazamentos no seco podem ser temporariamente reparados pelo uso da fita adesiva do estojo de reparos. Deve-se acreditar, todavia, que as avarias temporariamente controladas, devem ser reparadas na primeira oportunidade pelo uso dos materiais apropriados (remendo e cola) do estojo de reparos.

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CAPÍTULO 5 - SITUAÇÕES DE RESGATE

5.1. Introdução Existem vários tipos de resgates, dependendo da situação disponível. Perceba os riscos ligados à transferência de pessoas entre embarcações quando o mar está encapelado. A transferência de uma pessoa para um navio assistente em mar revolto é arriscado e deve ser considerado um possível adiamento até as condições se acalmarem. Esta parte do manual de treinamento descreve os métodos e equipamentos com os quais você deve se familiarizar no contexto das várias operações de resgate.

5.2. Resgate por Helicóptero O resgate por helicóptero é usado quando do atendimento pessoas gravemente feridas ou quando resgatando toda a tripulação de um navio ou de embarcações de sobrevivência. O helicóptero pode usar o cinto singelo, o cinto dobrado, a cesta ou a maca de resgate. Cinto Singelo O cinto singelo é um estropo de resgate típico. Aproxime o cinto de uma maneira que esta esteja sempre entre você e o cabo. O cinto deve ser passado por baixo das axilas e as tiras devem ser apertadas. Cinto Duplo Quando usando o cinto duplo o helicóptero envia um assistente para colocar o cinto em volta da pessoa a ser resgatada. Cesta de Resgate Quando usando a cesta de resgate a pessoa deve se sentar, com os braços e pernas dentro da cesta. A cabeça deve estar inclinada sobre os joelhos, as mãos em volta dos mesmos.

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Mantenha esta posição até a cesta estar a bordo do helicóptero. Maca de Resgate Quando resgatando pessoas gravemente feridas são usadas as macas de resgate. Um cabo guia é geralmente usado para manter a maca ou a cesta livre de obstáculos. Nunca deve ser dada volta a bordo do navio no cabo guia. Nos navios maiores, as pessoas feridas podem ser geralmente resgatadas do convés. Em navios pequenos uma balsa é colocada a ré. Se possível, um membro da tripulação deve estar na balsa do lado do paciente a fim de assisti-lo durante o içamento. Quando o resgate é feito de uma balsa o toldo deve ser esvaziado e todos a bordo devem se sentar sobre o mesmo. Quando resgatando de uma baleeira os mastros, antenas, etc. devem ser abaixados. Relembre, sempre é o piloto do helicóptero quem decide como a operação deve ser executada. Em boas condições de tempo o helicóptero pode pousar na água e o resgate pode ser feito nesta situação. Os seguintes sinais são usados para comunicação com a tripulação do helicóptero: Içar: Braços levantados horizontalmente - polegares para cima. Não içar: Braços estendidos horizontalmente - punhos cerrados - polegares para baixo. Precauções Especiais Durante Operações Noturnas É muito importante que sejam acesas o máximo de luzes possível a bordo do navio a fim de facilitar a identificação do próprio navio e iluminar a área de içamento e possíveis obstáculos. Em nenhuma circunstância as luzes de bordo devem ser dirigidas para o helicóptero, pois elas ofuscarão sua tripulação.

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5.3. Resgate de Terra Se um navio encalhou ou está posicionado próximo à costa, a tripulação pode ser resgatada de terra se as condições são favoráveis. O dispositivo lança-retinidas é usado como segue:

1. Um cabo fino é disparado sobre o navio. Segure o cabo e dê o sinal para terra como indicado nas subseqüentes tabelas de sinais de salvamento.

O sinaleiro deve aguardar a uma boa distância dos outros.

2. Quando o sinal é dado de terra, puxe o cabo até você

segurar um moitão com uma guia conectada para o vai-e-vem.

3. Amarre o moitão em uma posição segura sobre o

convés. Quando o moitão tiver sido amarrado e o cabo do lança-retinidas tiver sido desamarrado deste, assegure-se de que o cabo de vai-e-vem corre livremente através do moitão, e dê o sinal de afirmativo para terra como descrito anteriormente.

4. Um cabo de aço é amarrado no cabo de correr em terra e

solecado para o navio. Amarre o chicote do cabo de aço meio metro acima do moitão. Soleque então o chicote livre do cabo de aço e dê o sinal como já descrito.

5. Uma boia-calção amarrada no cabo de aço é passada de

terra para o navio. Coloque uma pessoa na boia-calção e dê o sinal já descrito. Agora todos os a bordo podem puxar a boia-calção. Este procedimento é repetido até que todos tenham sido resgatados.

6. Se o cabo de aço não pode ser usado, a boia-calção é

caçada e solecada somente por meio do cabo de correr. Se a estação de salvatagem está usando uma balsa de borracha, esta é caçada e solecada entre o navio e a costa por meio de um cabo até que todos tenham sido salvos. Pode ainda ocorrer, é claro, de ser possível enviar um navio de resgate de terra para o navio em perigo.

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5.4. Dispositivo Lança-Retinida Todo navio deve possuir um dispositivo lança-retinidas o qual deve:

ser capaz de lançar uma retinida com razoável precisão a pelo menos 230 m em tempo calmo;

utilizar retinidas com carga de ruptura de não menos que 2 kN (200 kp);

ter instruções resumidas ou diagramas ilustrando claramente o uso do dispositivo lança-retinidas.

Existem dois tipos principais de dispositivos lança-retinidas aprovados:

1. Retinida e projétil em um contentor;

2. Pistola ou fuzil que dispara o projétil com a retinida em um contentor separado. O dispositivo lança-retinidas é usado:

1. Durante as operações de resgate para estabelecer conexão entre o navio de resgate e o navio em perigo para:

assistência em reboque;

retirada de pessoas;

guarnecer a boia-calção.

2. Quando amarrando sob difíceis circunstâncias.

3. Nas situações de Homem-ao-mar. Os projéteis são disparados de uma maneira que a retinida cairá muito próxima da pessoa na água.

Apontando o dispositivo lança-retinidas:

1. Em condições de tempo favoráveis, ou com vento a favor ou contra, você deve apontar diretamente para o alvo. Você tem que calcular com algum acréscimo ou diminuição da distância no caso de vento a favor ou contra, respectivamente.

2. Com vento forte de través você deve apontar para o bordo

do alvo a sotavento, pois a pressão do vento no cabo direcionará o projétil no mesmo. Se a distância ao alvo está próxima do alcance máximo do projétil - 230 m - você deve apontar para o bordo a barlavento do alvo, pois a pressão do vento afetará o projétil quando sua velocidade diminuir jogando este para sotavento.

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RELEMBRE!!! Antes de disparar, o chicote do cabo deve estar amarrado ao navio - ou melhor ainda - a outro cabo mais resistente pronto a ser lançado!!! Nunca dispare o projétil sem um cabo - este se perderá!!! Leia as instruções internas com muita atenção!!!

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO DISPOSITIVO LANÇA-RETINIDAS

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5.5. Situações de Homem ao Mar Uso do Bote de Resgate Se você notar uma pessoa caindo ao mar, lance uma boia salva-vidas imediatamente e então dê o alarme ao passadiço. Usando o sinal de alarme, o oficial de serviço chamará agora a tripulação do bote de resgate. Você pertence à esta? Veja o plano. Sinal de alarme para Homem ao mar: ______________________________ A tripulação do bote de resgate deve agora preparar o mais rápido possível o bote de resgate para lançamento. Relembre de usar uma roupa de imersão e um colete salva-vidas. O lançamento do bote de resgate depende do tipo da embarcação. Em alguns navios não são encontrados botes de resgate especiais e nestes a baleeira a motor é que é usada. Mantenha-se informado sobre o lançamento a bordo deste navio - a sua vida pode depender disto. Também se informe sobre o tipo de equipamento que é encontrado na embarcação e como este é usado. Tanto quanto possível, o bote de resgate tem de ser lançado e manobrado na água uma vez por mês. Isto deve ser feito no mínimo uma vez a cada três meses. Se o bote de resgate é aprovado de acordo com as regras em vigor desde 1º de julho de 1986, este tem que ter uma velocidade de no mínimo 6 nós. O motor deve estar sempre pronto para funcionar e deve haver suficiente combustível a bordo para no mínimo 4 horas de navegação a uma velocidade de 6 nós.

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Recolhimento do Bote de Resgate e da Baleeira

1. A embarcação é manobrada embaixo dos gatos e moitões. Dois homens devem estar prontos para pegar os gatos e prevenir que alguém possa se ferir com os moitões.

2. A embarcação é conectada avante e a ré simultaneamente.

3. O içamento da embarcação é iniciado

imediatamente após a mesma ter sido conectada.

4. O motor é parado.

5. A embarcação é içada até tocar nos

braços dos turcos e os pendentes de encosto são passados.

6. A embarcação é arriada até estar

nivelada e ser puxada tesa para o convés das embarcações.

7. A tripulação e possíveis passageiros deixam a enbarcação.

8. A embarcação é içada até estar na sua posição de estiva e então peada.

9. Os bujões de dreno são retirados e o equipamento é lavado e guardado

adequadamente. Boias Salva-vidas Um determinado número de boias salva-vidas deve ser transportado em cada navio. A quantidade depende do comprimento e emprego do navio (navio de carga ou de passageiro) e está definida no plano de segurança de bordo. Este navio possui: ______ boias salva-vidas! As boias salva-vidas estão localizadas de tal maneira que são facilmente encontradas em ambos os bordos do navio. As boias salva-vidas devem estar prontas para serem lançadas rapidamente. Elas não podem ser amarradas ao berço. Esteja ciente da localização das boias salva-vidas! As boias salva-vidas tem de ser equipadas com fitas retrorrefletivas e o nome e porto de registro do navio devem ser marcados em cada boia com letras de forma legíveis. Acessórios das boias salva-vidas:

1. Pelo menos uma boia salva-vidas em cada bordo deve estar equipada com uma retinida flutuante. O comprimento do cabo deve ser de duas vezes a distância da linha d’água até a posição da boia salva-vidas, mas não menos que 30 m.

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2. Pelo menos a metade do número de boias salva-vidas deve estar munida de uma lâmpada com acendimento automático dando luz contínua ou em “flashes” por um período que não seja inferior a duas horas.

3. Pelo menos 2 das boias munidas de luzes automáticas devem estar também munidas

de um sinal autoativado emissor de fumaça com cor distinta e visível por um período de não menos que 15 minutos. Deve ser fácil o lançamento destas boias do passadiço.

Muitos navios possuem a boia salva-vidas com luz e fumígeno combinados, a assim chamada “boia de Homem ao Mar ou MOB”. As boias salva-vidas com os acessórios acima devem estar distribuídas em números iguais em ambos os bordos do navio. O Uso das Boias Salva-vidas

1. Se há homem ao mar:

Se você observa um homem ao mar - grite o mais alto possível Homem ao Mar!!! Por boreste/ bombordo! Lance uma boia salva-vidas imediatamente e dê o alarme ao passadiço. Há a esperança que o náufrago segure a boia salva-vidas e ao mesmo tempo o seu local de naufrágio tenha sido marcado, pois isto facilita as buscas. Jogue várias boias salva-vidas, se necessário!

2. Atracado ou fundeado:

Uma boia salva-vidas com retinida deve sempre estar pronta próxima à escada de portaló.

3. Quando embarcando ou desembarcando o prático:

Uma boia salva-vidas com retinida deve sempre estar próxima à escada do prático.

Esteja sempre ciente da localização das boias salva-vidas e seus vários acessórios - e como eles funcionam!

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO SINAL DE HOMEM AO MAR

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CAPÍTULO 6 - EQUIPAMENTOS DE RESGATE PARA NAVIOS ESPECIALIZADOS

6.1. Introdução Nos navios especializados pode haver a necessidade de equipamento de resgate especial devido à natureza da carga ou da operação do navio. Um exemplo é o uso do dispositivo de respiração de emergência. As instruções do uso deste equipamento normalmente fazem parte do Manual de Combate a Incêndio, exigido pelo FSS Code.

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DO TRANSCEPTOR PORTÁTIL VHF

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INSERIR AS INSTRUÇÕES DE USO DE EQUIPAMENTOS DE RESGATE ADICIONAIS

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BIBLIOGRAFIA ORGANIZATION, International Maritime. International Convention for the Safety of Life at Sea, 1974 e seu Protocolo de 1988. Ed. Online (PDF). Inglaterra. 2014. ORGANIZATION, International Maritime. LSA Code - International Life-Saving appliance Code. E. Online (PDF). Inglaterra. 2014.